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APLICAÇÃO DO PROGRAMA DIAGRAMA DE

ESPAGUETE NA BMW DO BRASIL LTDA

Acadêmicos: Andressa Loffi Amancio¹


Elizama Carolina Chaves²
Tutor Externo: Maraiza de Freitas Silva

RESUMO

Este artigo tem por objetivo a melhoria do processo de abastecimento de mantas de porta malas,
com foco na redução tempo, ergonomia e qualidade aplicando o Diagrama de Espaguete como uma
das ferramentas da Qualidade. Qualidade, segundo a ISO (International Standardization
Organization), é a adequação e conformidade dos requisitos que a própria norma e os clientes
estabelecem. Ou seja, a excelência de um produto ou serviço. A utilização das ferramentas da
qualidade permite um maior controle e melhoria dos processos. São utilizadas para analisar e propor
soluções para os problemas que interferem no desempenho da operação. Sobre essa ótica, a
ferramenta Diagrama de Espaguete foi aplicada em um dos processos da empresa BMW DO
BRASIL LTDA (CNPJ 00.882.430/0011-56). Para isso, realizou-se uma avaliação de tempo e
ergonomia na atividade de abastecimento de mantas, como instrumento de coleta de dados.
Ergonomia é a disciplina científica que visa o entendimento das interações entre humanos com as
máquinas, equipamentos e condições de trabalho a fim de otimizar o bem-estar humano e o
desempenho geral do sistema. Através da avalição, foi constatado que para o operador realizar o
abastecimento era necessário subir e descer a escada, suscetível a acidentes. Com a aplicação da
ferramenta, realizou-se a mudança no layout dos carrinhos de mantas resultando na redução de 35
segundos em tempo de ciclo, além da qualidade do processo e ergonomia para o colaborador.

Palavras-chave: Ferramentas da qualidade. Abastecimento de mantas. Diagrama de espaguete

1. INTRODUÇÃO

O mercado está cada vez mais exigente e seletivo quanto a qualidade dos produtos e serviços
oferecidos pelas empresas, e por isso, tornou-se um alvo constante a ser atingido. Ocorre que, sem
um padrão adequado, nenhuma empresa consegue se manter no mercado e, principalmente,
competir com outras. Qualidade é a correção dos problemas e de suas causas ao longo de toda a
série de fatores relacionados com marketing, projetos, engenharia, produção e manutenção, que
exercem influência sobre a satisfação do usuário (FEIGENBAUM, 1986).
O presente artigo visa a importância da qualidade e suas ferramentas nos processos e tomada
de decisão dentro de uma organização. Para tal, optou-se por uma metodologia de avaliação para
melhor entendimento sobre as causas de problemas e as oportunas ações de melhorias dentro de
uma organização.
O desenvolvimento deste trabalho justifica-se pela importância e necessidade do
mapeamento e controle dos processos que podem afetar na produtividade, qualidade e ergonomia,
por meio da ferramenta que será apresentada no estudo.

1 Nomes dos Acadêmicos: Andressa Loffi Amancio, Elizama Carolina Chaves


2 Nome do Professor Tutor Externo: Maraiza de Freitas Silva
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLC14868CGQ) – Trabalho de graduação –
24/11/2022
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O artigo está organizado por seções e cada tópico está descrito de forma clara e coerente.
Após essa introdução, o segundo tópico apresenta os conceitos de qualidade enfatizando a
importância para as organizações. O terceiro aborda as ferramentas da qualidade. O quarto, conceito
e importância da ergonomia nos processos. Com a realização da avaliação e tendo como objeto de
estudo uma empresa do ramo de fabricação de automóveis, o artigo traz os materiais e métodos
utilizados para a elaboração estudo e também identifica e propõe um conjunto de fatores
determinantes para a efetiva utilização das ferramentas da qualidade.

2. CONCEITO DE QUALIDADE

A gestão da qualidade responde sempre às exigências do mercado consumidor e maiores


desenvolvimentos industriais para promover a melhoria contínua dos processos, produtos e
serviços, e ferramentas com o objetivo de reduzir as perdas de produção, aumentar a competência
técnica dos colaboradores e melhorar a manutenção preventiva das máquinas, padronização de
produtos e organização de processos.
Segundo Santini (2018), uma tarefa importante ao utilizar as ferramentas da qualidade foi
analisar o mapeamento de processos ao utilizar um sistema de gestão da qualidade para melhorar e
padronizar os processos e visar eliminar ou reduzir o retrabalho, programando e facilitando o
desenvolvimento de processos com designs.

3. FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Ferramentas são métodos usados para coletar dados para analisar e otimizar métodos,
sempre tentando solucionar problemas e melhorar o desempenho de processos produtivos, ajudando
a minimizar retrabalhos e desperdícios em uma organização para maximizar os lucros. Essas
ferramentas visam analisar, identificar problemas, gerenciar e padronizar melhorias de processos.

O planejamento de fabricação é importante se uma empresa pretende ter sucesso em suas


atividades para produzir com alta qualidade. O principal objetivo do plano de produção é
orientar as estratégias de empresas e instituições que desejam alcançar melhor eficiência,
desempenho e eficiência em atividades voltadas para a produção (LOBO, 2010, p. 35).

3.1 CICLO PDCA

O ciclo PDCA é uma ferramenta de gestão que busca continuamente melhorar e controlar
processos e produtos, identificar as causas dos problemas e promover soluções um processo é
construído de atividades planejadas e repetitivas sem um fim definido que muda a gestão de uma
organização o processo é ágil e capaz de alcançar excelentes resultados de gestão. PLAN
(planejamento) para determinar as tarefas, visões, metas (objetivos), procedimentos e processos
(metodologias) necessários para alcançar resultados; DO (fazer) executar, executar ações; VERIFY
(controle) verifica e avalia periodicamente resultados, avalia processos e resultados em relação a
objetivos planejados, especificações e estado desejado, consolida dados, finalmente produz
relatórios; ACT (Ação) Ação em avaliações e relatórios que, em última análise, definem e
desenvolvem novos planos de ação para melhorar a qualidade, eficiência e eficácia, melhorar o
desempenho e corrigir erros potenciais.
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Figura 1 - Ciclo PDCA. Disponível em: https://www.siteware.com.br/metodologias/ciclo-pdca/

3.2 DIAGRAMA CAUSA E EFEITO

Um diagrama de causa-efeito, conhecido como diagrama "espinha de peixe" ou "Ishikawa",


é uma ferramenta qualitativa usada para descrever a relação entre o problema que está sendo
resolvido. O objetivo é analisar processos produtivos operações, que é uma ferramenta simples e
eficaz para brainstorming (ferramenta que permite a geração livre de ideias, buscando opiniões e
sugestões diferentes que contribuam para a melhoria contínua, também chamada de brainstorming)
e problema análise.

Figura 2 - Diagrama de Ishikawa. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Diagrama-de-


Ishikawa_fig3_332854185
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3.3 BRAINSTORMING

No processo utilizado em dinâmicas de grupo, o desenvolvimento máximo de ideias em um


determinado momento, tentando evitar qualquer decisão emergencial, é um método que envolve
várias pessoas e pode fazer parte do processo de tomada de decisão gerar ideias para ajudar a
resolver um problema ou melhorar um processo.
"Brainstorming ou “tempestade de ideias” é uma técnica para explorar o potencial de ideias
de um grupo de maneira criativa e com baixo risco de atitudes inibidoras" (LIMA, 2011 ao lado de
ALVES. 2018). Podemos resumir a dinâmica de uma reunião de brainstorming em cinco etapas:

Figura 3 - Etapas de uma reunião clássica de brainstorming. Disponível em: http://blog.zeev.it/brainstorming/

3.4 PROGRAMA 5S

Para a Louzada (2012), o programa 5S iniciou no Japão com intuito de implementar um


ambiente de trabalho favorável para maximizar e melhoria da produção. Dr. Kaoru Ishikawa,
engenheiro químico japonês foi o fundador dos conceitos da qualidade total. Ocorreu na década de
50, quando tentava se reerguer da derrota sofrida na Segunda Guerra. O Japão se transformou em
uma potência e passou a ser exemplo para outros países que realizaram pesquisas para conhecer as
ferramentas utilizadas para o sucesso econômico que eram: Qualidade Total, Justin-Time,
Manutenção produtiva Total (TPM), Círculos de Controle de Qualidade (CCQ), o princípio de
melhoria contínua, Kaizen.
O principal objetivo do programa é o engajamento de um comportamento adequado,
comprometimento com seu trabalho, tornando-se um novo meio de contribuição de benefícios para
a organização. As principais vantagens com a implantação do Programa 5S são a redução de lead
time nas operações, diminuição de acidentes de trabalho e colaboradores mais satisfeitos.

3.5 PLANO DE AÇÃO 5W2H

A ferramenta 5W2H foi desenvolvida nas indústrias automobilística do Japão com o intuito
de promover a melhoria em especial na fase de planejamento, apresenta a possibilita, e identificar
dados e rotinas mais significativas de um projeto ou de uma unidade de produção, utilizado
principalmente no mapeamento e padronização de processos, na elaboração de planos de ação e no
estabelecimento de procedimentos associados e indicadores. (ARAUJO, 2017).
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Figura 4 - Ferramenta 5W2H. Disponível em: https://www.siteware.com.br/metodologias/o-que-e-5w2h/

3.6 DIAGRAMA DE ESPAGUETE (DE)

Um diagrama de espaguete é uma ferramenta enxuta que ajuda a criar um layout ideal
baseado em observações de distâncias percorridas durante uma atividade ou processo específico
(FREITAS, 2013). Esta ferramenta utiliza como base um desenho que mostra as movimentações de
materiais ou pessoas de acordo com um fluxo de processos já definido. O nome de espaguete vem
da semelhança com um prato de macarrão espaguete, uma vez que as trajetórias não são lineares e
possivelmente se cruzem em vários pontos.

Figura 5 - Diagrama de Espaguete. Disponível em: https://www.novida.com.br/blog/diagrama-de-espaguete/

Por meio da utilização deste diagrama torna-se mais fácil a visualização de oportunidades de
melhorias nos deslocamentos de materiais e pessoas, otimizando lead time, ergonomia, redução de
custos, etc.
O tempo economizado durante o processo de trabalho pode ser utilizado de forma mais
eficiente, auxiliando na redução do tempo de espera do paciente na recepção, atrasos nas
consultas e aumento da produtividade da equipe, melhorando assim a qualidade do
atendimento ao paciente (UDDIN, 2013).
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Outra vantagem na utilização desta ferramenta é a identificação de equipamentos e materiais


que precisam ser deslocados de um local para outro de acordo com os movimentos realizados no
processo, afim de eliminar caminhada desnecessária. A caminhada desnecessária não é o único
desperdício que pode ser detectado por meio da observação, mas muitos outros problemas
recorrentes de trabalho ou soluções relacionadas ao processo que muitas vezes estão escondidos dos
olhos dos supervisores das unidades. Portanto, destaca-se a importância dos gestores no ambiente
de trabalho como base da medicina enxuta (GRABAN, 2013).
Para realizar a construção de um diagrama de espaguete alguns passos devem ser seguidos.
O primeiro passo é o mapeamento da planta da unidade, ou seja, a planta da fábrica, onde mostra os
corredores, portas, colunas, locais de trabalho e áreas de armazenamentos de materiais. Este passo
deve ser realizado com muito atenção e de forma correta, pois não sendo realizado corretamente
pode levar à algumas dificuldades como fluxos mais longos ou curtos, estoques desnecessários, alto
lead time de percurso, travamento de fluxos de movimentação, causando altos custos.

Um bom levantamento pode excluir atividades que não trazem valor agregado ou enfatizar
atividades que trazem valor agregado, por exemplo: uso inteligente do espaço físico
existente, facilitação da comunicação entre os participantes, facilitação de atividades visuais.
facilitar a entrada, saída e movimentação de pessoas e materiais, facilitar a manutenção dos
recursos e garantir o fácil acesso, manter distância entre indústrias que produzem produtos ou
serviços que possam se contaminar e cumprir os requisitos obrigatórios de segurança do
trabalho (MUTHER),1976).

A próxima etapa é traçar os caminhos percorridos por pessoas ou carrinhos de transporte de


materiais. Após deve ser realizada uma análise crítica da situação. A partir dessa etapa, as
oportunidades de melhoria podem ser identificadas.
Nessa perspectiva, segue abaixo o passo-a-passo de como construir um diagrama de
espaguete (FREITAS, 2013):

 PASSO 1: Desenhar o layout da área/ unidade (esboço da planta);


 PASSO 2: Desenhar os principais mobiliários, materiais e equipamentos, identificando
estações de trabalho e estoque de materiais e medicamentos;
 PASSO 3: Identificar a planta baixa do local e adaptar o desenho, iniciando a construção do
diagrama;
 PASSO 4: Observar a movimentação de pessoas, materiais/medicamentos e/ou informações;
 PASSO 5: Desenhar linhas no diagrama para representar os fluxos das pessoas,
materiais/medicamentos e/ou informações (caminho percorrido);
 PASSO 6: Definir os fluxos: pessoas (profissionais, pacientes), materiais/medicamentos e/ou
informações, diferenciando com cores distintas. A participação da equipe que trabalha na
unidade é de extrema importância, pois são eles que vivenciam diariamente o processo de
trabalho;
 PASSO 7: Analisar o diagrama a partir do levantamento dos desperdícios de movimentação
e transporte relacionados aos processos realizados. Se necessário, contabilizar o tempo gasto
com as atividades, metragem, etc.;
 PASSO 8: Anotar todas as paradas e interrupções durante o processo;
 PASSO 9: Identificar oportunidades de melhorias.
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Um dos principais objetivos dos diagramas de espaguete é evidenciar de forma clara os


desperdícios no transporte de materiais e movimentação de pessoas, dos quais deverão ser
eliminados para que a operação seja mais produtiva e com maior qualidade.

4. ERGONOMIA

Ergonomia é o estudo da relação que existe entre o homem e a forma como ele executa seu
trabalho, analisando a postura e os movimentos corporais das pessoas, medindo os esforços e
movimentos repetitivos, além também de analisar os equipamentos utilizados na operação. O
principal objetivo é garantir a integridade do operador sem intervir na eficiência produtiva Mesmo
em ambientes industriais modernos, onde a automação industrial impera, existem equipes atuando
efetivamente e, por isso, a ergonomia precisa estar presente. Somente com a adequada avaliação das
condições do ambiente ocupacional, as possíveis intervenções e correções de problemas que
prejudicam os trabalhadores poderão ser solucionadas.
Resumidamente, podemos dizer que a ergonomia é: adaptação inteligente, confortável e
produtiva do trabalho ao homem (PADILHA, 2013, p. 14).
Para Couto (2002), o método de trabalho é um dos principais causadores de problemas
ergonômicos, contudo podemos minimizá-los aplicando uma regra básica de utilização do corpo
para o trabalho:

• As duas mãos devem começar e completar os movimentos de uma só vez: ocorrerá um


melhor rendimento e maior conforto se a mão direita e a esquerda pegarem os componentes
simultaneamente e se colocarem simultaneamente no local de montagem.
• Os movimentos dos braços devem ser executados de forma simétrica, em direções opostas,
simultaneamente: isso facilitará a manutenção do eixo corporal na posição vertical sem
desvios.
• Os movimentos das mãos devem ser facilitados e simplificados: os diversos elementos e/ ou
movimentos de trabalho devem ser simplificados e facilitados, para facilitar a atividade do
trabalhador.
• Usar força da gravidade para o transporte de peças: a força da gravidade pode facilitar a
condução das peças, evitando sobrecarga física do trabalhador.
• Dar preferência aos movimentos angulares contínuos ao invés dos de linha reta com
mudança brusca de direção; os movimentos em arco são bem mais rápidos, fáceis e precisos
do que os retilíneos: nos movimentos em semicírculos economizam energia e produzem o
mesmo.
• O corpo deve trabalhar na vertical: nesta posição o gasto energético é mínimo e esta posição
é fisiológica.

Nas Ferramentas, Dispositivos e Postos de Trabalho:

• Deverá haver um local fixo, definido, para as ferramentas e materiais: logo o trabalhador
memorizará o esquema do posto de trabalho e realizará seu trabalho mais facilmente.
• Situar as ferramentas e materiais na ordem de sua utilização: isso evitará que o trabalhador
desloque seu corpo para fora do eixo natural, evitando movimentos que possam ser nocivos.
• Sempre que possível, transferir para dispositivos o trabalho de segurança, fixar e sustentar as
peças: quando a mão humana é utilizada para segurar algum dispositivo, é melhor fixá-lo em
uma morsa, por exemplo.
• Combinar duas ou mais ferramentas, se necessário: o estudo da tarefa é fundamental para
definir as melhores ferramentas.
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• Adequar a empunhadura das ferramentas, de forma a fazer contato com toda superfície da
mão: para superfícies verticais os cabos devem ser em pistolas; para superfícies horizontais,
retos.
• Evitar esforços manuais em pinça, somente admiti-los para atividade de precisão: o
trabalhador que realiza o movimento de pinça forçado é mais suscetível a distúrbios de
membros superiores.
• Evitar trabalhos na parte de trás de uma peça: esses movimentos costumam ocasionar
movimentos de compressão nervosa e fora do eixo natural.
• Prover iluminação adequada à exigência visual da tarefa: evita desperdício de tempo na
realização da tarefa.
• Acertar o plano de trabalho individualmente para cada operador: cada tipo de trabalho ou
peso da peça tem uma altura adequada. Por exemplo: A altura do trabalho pesado é o osso
púbis do operador, trabalhos moderados são no cotovelo e trabalhos leves ou de empenho
visual são a 30cm dos olhos.
• Distribuir o trabalho de acordo com a capacidade das pernas, dedos e mãos: as pernas devem
ser utilizadas para fazer força. A movimentação precisa é realizada pelos membros
superiores e mãos, punhos retos e dedos devem realizar movimentos precisos e delicados.

5 MATERIAIS E MÉTODOS

O método de pesquisa escolhido foi o estudo de caso, pois se entende que apresenta melhor
aderência ao objetivo e às questões que nortearam o estudo. Bruney, Herman e Schoutheete (in
DUARTE e BARROS, 2006, p. 216) definem estudo de caso como “análise intensiva, empreendida
numa única ou algumas organizações reais.” Para eles, o estudo de caso reúne informações
numerosas e detalhadas para apreender a totalidade de uma situação.
O estudo de caso é um tipo de pesquisa qualitativa e/ou quantitativa, entendido como uma
categoria de investigação que tem como objeto o estudo de uma unidade de forma aprofundada,
podendo tratar-se de um sujeito, de um grupo de pessoas, de uma comunidade etc. (PRODANOV;
FREITAS, 2013).
A avaliação do processo foi realizada em conjunto com o colaborador responsável pela
execução da atividade de abastecimento de mantas com a supervisão do líder da área. Para atingir
os propósitos desse estudo, buscou-se mapear os pontos críticos e oportunidades de melhoria para
definição da ferramenta utilizada.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados descritos a seguir foram baseados nas informações colhidas na pesquisa


realizada. A partir de considerações e entrevistas, foi possível diagnosticar os pontos críticos e
oportunidades de melhoria, visando à redução do tempo, ergonomia e qualidade na atividade de
abastecimento de mantas do porta-malas. Com objetivo de atuar diretamente em uma avaliação e
facilitar a compreensão sobre o fluxo de funcionários, materiais e produtos dentro do layout atual,
utilizou-se o Diagrama de Espaguete. Após avaliação, notou-se que para o colaborador realizar a
atividade, é necessário a movimentar o carrinho da área do buffer, em seguida subir a escada para
chegar até a mesa de mantas da linha de produção, assim, comprometendo o tempo, a ergonomia e a
qualidade do processo, conforme figura a seguir.
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Figura 6 – Layout atual do processo produtivo. Elaborado pelos autores

6.1 MELHORIAS PROPOSTAS

Como melhoria dos pontos avaliados, recomendou-se a realocação do carrinho (Buffer de


mantas G20), desse modo, o processo se torna mais prático e o fluxo de produção contínuo com
redução de 35 segundos no tempo de ciclo. Tal melhoria também resultaria na qualidade, pois terá
mais tempo de inspeção no posto HFL (aplicação cofre e porta-malas), além da ergonomia, não
sendo necessário subir escadas, diminuindo assim o risco de acidentes, conforme figuras a seguir.

Figura 7 – Layout atualizado conforme sugestões de melhoria. Elaborado pelos autores


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7 CONCLUSÃO

A análise realizada no setor de abastecimento de mantas da empresa BMW nos leva a


concluir que as perdas de produção causadas por um layout complexo e a dificuldade no transporte
das peças para as áreas de produção podem ser minimizadas por meio de práticas simples utilizando
o diagrama de espaguete. Verificou-se que os benefícios das melhorias propostas são bastante
atraentes. Com a execução das melhorias, acredita-se que os colaboradores poderão executar suas
atividades com maior conforto, segurança e eficiência. Além disso, a empresa poderá eliminar
custos desnecessários que impactam negativamente em sua produtividade e qualidade. Finalmente,
considera-se que o presente trabalho atingiu seus objetivos e gerou uma contribuição para a
organização.

REFERÊNCIAS

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de ação no setor de oficina em uma empresa de automóveis na cidade de João Pessoa-PB. 57f.
2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) –
Universidade Federal da Paraíba; Departamento de Engenharia de Produção, João Pessoa, PB,
2017. Disponível em: <
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/13421/1/ALSA05122018.pdf>. Acesso em:
outubro 2022.

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia Aplicada ao Trabalho em 18 Lições. Belo Horizonte: Ergo,
2002.

DUARTE, J. ; BARROS, A.. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas
S.A, 2006.

FEIGENBAUM, A. V. (1986). Total Quality Control. New York: McGraw-Hill.

FREITAS, E. B. Diagrama de Espaguete. Engenharia de Produção, v 5, 2013. Disponível em:


http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2013/03/diagrama-de-
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GRABAN, M. Hospitais Lean: melhorando a qualidade, a segurança dos pacientes e o


envolvimento dos funcionários. Tradução Raul Rubenich. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
293p.

LOBO, R. N. Gestão da qualidade. São Paulo: Saraiva, 2010.

LOUZADA, T. de A. Aplicação do programa 5S e da melhoria contínua em uma empresa


engarrafadora de Água Mineral Natural. 94 f. 2012. Travbalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Engenharia de Produção) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná, 2012.
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Disponível em: < http://www.dep.uem.br/gdct/index.php/dep_tcc/article/view/679>. Acesso em


Outubro 2022.

MUTHER, R. Planejamento do Layout: Sistema SLP. São Paulo: Edgard Blucher, 1976.

Padilha, Claudia Ergonomia industrial / Claudia Padilha. Indaial : Uniasselvi, 2013

PRODANOV, Cleber; FREITAS, Ernani. Título: Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e


Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2ª Edição. Novo Hamburgo, RS. Editora Feevale,
20 de jun. de 2013.

SANTIN, K.R. Proposta de padrão técnico de processo para uma indústria alimentícia no oeste
catarinense. 83f. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) –
Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, SC, 2018.

UDDIN, M. et al. SmartSpaghetti: Use of Smart Devices to Solve Health Care Problems. IEEE.,
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