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RECIFE
2023
ALDA DANIELA DE VASCONCELOS OLIVEIRA
RECIFE
2023
1. INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos com a presença da tecnologia, o aumento de concorrência
e a globalização, surge à necessidade da implementação de novos processos de
gestão de qualidade e como diferencial de competitividade as empresas procuram
estabelecer parâmetros de qualidade a serem seguidos (DANIEL& MURBACK, 2014).
A gestão da qualidade é uma das maiores preocupações de qualquer empresa,
independentemente de se dedicar à qualidade total em produtos ou serviços. É
fundamental que todos os funcionários estejam conscientes da importância da
qualidade, tornando as certificações dos sistemas de gestão da qualidade um
requisito indispensável para as empresas em geral (VENÂNCIO, 2019). Conforme
ressaltado por Venâncio (2019), a qualidade é construída por meio das pessoas e
está intrinsecamente ligada à satisfação do cliente. A implementação de sistemas de
qualidade depende da colaboração e participação de todos os membros da
organização, enfatizando o papel crucial de cada indivíduo na busca pela qualidade
de produtos ou serviços.
No contexto organizacional, é comum adotar uma abordagem prática da
gestão, focando em conceitos essenciais, como planejamento, controle e avaliação,
em vez de definições profundas. Essa abordagem é crucial para direcionar as
atividades da organização (MOTTA, 2022). O desenvolvimento e a complexidade
crescente das empresas tornam o planejamento organizacional uma necessidade,
exigindo uma sistemática específica para alcançar eficiência e eficácia (VENÂNCIO,
2019). A maioria das organizações faz uso de ferramentas de qualidade para diversos
propósitos relacionados ao controle e garantia de qualidade. Essas ferramentas são
versáteis e aplicáveis em diversas situações. Existem sete ferramentas básicas de
qualidade amplamente adotadas nas organizações (LILIANA, 2016). Essas
ferramentas fornecem informações valiosas para identificar problemas na
organização e ajudam na busca por soluções. As sete ferramentas incluem
histograma, diagrama de causa e efeito, diagrama de Pareto, diagrama de correlação,
gráfico de controle, estratificação de dados e brainstorming (LILIANA, 2016).
O diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de causa e efeito,
diagrama de espinha de peixe ou método dos seis M (método, mão de obra, material,
meio ambiente, máquina e medida), foi desenvolvido por Ishikawa em 1943
(VENÂNCIO, 2019). É uma ferramenta cujo principal objetivo é identificar quais são
as causas para um efeito ou problema. Estrutura de forma hierárquica as causas em
potencial, bem como as oportunidades de melhoria (MOREIRA & LOOS, 2017).
Ainda hoje, esse diagrama é amplamente utilizado em organizações para diagnosticar
problemas e tomar ações concretas, identificando as causas raiz (LILIANA, 2016).
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Diagrama de Ishikawa
Na década de 1950, Kaoru Ishikawa, um renomado professor japonês e pioneiro no
campo do gerenciamento de qualidade, introduziu e popularizou os chamados
"Diagrama de Ishikawa". Esse diagrama, também conhecidos como "diagrama de
espinha de peixe" devido à sua semelhança com a vista lateral de um esqueleto de
peixe, desempenha um papel fundamental no diagnóstico de problemas e na
identificação de suas causas raiz dentro das organizações. Ishikawa é amplamente
reconhecido por seu papel no desenvolvimento desse conceito e é considerado um
dos pilares da gestão de qualidade moderna (LILIANA, 2016).
Além disso, o diagrama de Ishikawa tem a finalidade de estruturar de maneira
hierárquica as causas de um problema específico. Sendo projetado para oferecer uma
representação visual e organizada das diversas causas que impactam um processo,
classificando-as e destacando suas relações, permitindo a estruturação gráfica e
sintética de qualquer sistema que demande uma análise mais clara, e proporcionando
uma visualização detalhada e abrangente do assunto em estudo. Sua estrutura básica
compreende três componentes principais: a "cabeça", que representa o problema em
questão; as "escamas", que englobam os fatores que influenciam o problema,
incluindo sub causas, consequências e medidas a serem tomadas para a resolução
(SABINO et al., 2010).
De acordo com Ishikawa (1993, apud SANTOS & CAMPOS, 2021), para que
o diagrama de Ishikawa seja executado, é necessário seguir alguns passos. 1. Definir
o problema a ser estudado e o que se deseja alcançar. 2. Estudar e compreender o
processo envolvido por meio de observação, documentação e troca de ideias com o
pessoal envolvido. 3. Realizar uma reunião com as pessoas envolvidas no processo
e discutir o problema, encorajando todos a expressar suas ideias e compartilhar
pensamentos. 4. Após coletar todas as informações, organizá-las em causas
principais, secundárias e terciárias, eliminando informações irrelevantes. 5. Criar o
diagrama e revisá-lo com todos para representar a situação atual. 6. Identificar o que
é mais importante para alcançar o objetivo desejado.
3. METODOLOGIA
A metodologia aplicada foi revisões bibliográficas em uma série de artigos e
outros trabalhos relacionados ao tema, tratando tanto da aplicação do Diagrama de
Ishikawa, como da sua criação, a base de dados escolhida foi o google scholar, que
direcionou a diversas obras pertinentes para embasar a pesquisa e tornar o assunto
mais fundamentado. Também foi realizada uma revisão de um estudo de caso para
demonstrar um pouco da aplicação do método.
4. ESTUDO DE CASO
No estudo de Santos e Campos (2021), o principal objetivo era identificar as
causas e os efeitos da contaminação em uma linha de produção de abate de gado,
bem como desenvolver práticas preventivas para evitar a recorrência de erros no
processo. O trabalho foi realizado na região noroeste de Minas Gerais, em um
matadouro de bovinos e suínos. O matadouro opera sob a supervisão do Serviço
Federal de Inspeção e tem uma capacidade de abate de até 350 bovinos e 280 suínos
por dia.
Sendo adotada uma abordagem quantitativa, empregando métodos
estruturados e instrumentos formais para a coleta de dados, com ênfase na
objetividade durante a coleta e análise de informações, incluindo a análise de dados
numéricos por meio de técnicas estatística. No período de fevereiro a agosto de 2019,
após monitorar as linhas de produção e observar cada fluxo praticado durante o abate
de gado, juntamente com relatórios fornecidos pela equipe da SIF, foram coletadas
todas as informações necessárias para tentar identificar onde estavam ocorrendo os
erros mais frequentes no despacho. A linha de abate foi monitorada de fevereiro a
agosto de 2019. A quantidade de contaminação foi fornecida pelo serviço de inspeção
do matadouro que era objeto de estudo e correspondeu ao número de carcaças
condenadas por mês.
Os dados coletados mostraram um número significativo de carcaças de carne
bovina de alta qualidade (como o peito) sendo condenadas. Durante a investigação,
observou-se que a maior parte da contaminação ocorreu nos finais de semana, uma
vez que Unai é uma cidade rural com muitos eventos ao ar livre, nos quais quase
todos os funcionários participam. Como o serviço de inspeção do matadouro não
forneceu o número total de animais abatidos por razões legais, isso sugere que as
perdas foram significativas devido à eliminação de cortes de carne de alta qualidade,
algo que deveria acontecer com menos frequência. A pressa foi a principal razão para
tanta contaminação no despacho. Durante as cavalgadas que ocorriam de manhã, os
funcionários tentaram encerrar seus turnos mais cedo, o que resultou em erros e,
consequentemente, na contaminação.
O estudo utilizou o diagrama de Ishikawa para visualizar as causas e efeitos
relacionados as verdadeiras causas da contaminação no despacho, que afetou uma
das partes mais nobres da carcaça. Como resultado, o trabalho identificou melhorias
no processo de produção, a identificação de gargalos na linha de montagem, além da
promoção da comunicação aprimorada entre os funcionários, entre outras conclusões
relevantes. Além disso, o estudo apresentou propostas para abordar as deficiências
identificadas, com o intuito de manter o padrão de qualidade do produto. Concluindo,
por meio da aplicação do diagrama de Ishikawa, foi possível identificar as principais
causas de contaminação no despacho, resultando em recomendações para a
implementação de processos não produtivos com o objetivo de aprimorar a qualidade
do produto final.
5. CONCLUSÃO
Em suma, o Diagrama de Ishikawa, uma ferramenta de gestão de qualidade
desenvolvida por Kaoru Ishikawa, destaca-se como uma abordagem eficaz para a
identificação e resolução de problemas nas organizações. Com sua capacidade de
mapear causas e efeitos de maneira clara e hierárquica, essa técnica tem se mostrado
uma aliada valiosa na busca por melhorias em processos, produtos e serviços. Sua
aplicação não se limita a um setor específico, sendo amplamente utilizada na
indústria, saúde, educação e muitas outras áreas. Ao desvendar as raízes dos
problemas, o Diagrama de Ishikawa capacita as organizações a tomar ações
concretas e embasar decisões na resolução de questões complexas. Além disso,
promove a conscientização sobre a importância da qualidade em todos os níveis de
uma organização, destacando o papel fundamental das pessoas na construção de
produtos e serviços de excelência.
Portanto, o Diagrama de Ishikawa permanece como uma ferramenta essencial
no arsenal da gestão de qualidade, capacitando as organizações a alcançar níveis
mais elevados de eficiência, satisfação do cliente e excelência operacional. Sua
aplicação contínua e adaptável a uma variedade de cenários faz dele um instrumento
indispensável na busca pela melhoria contínua e pela satisfação de todas as partes
interessadas.
REFERÊNCIAS
DANIEL, E., A.; MURBACK, F., G., R. Levantamento bibliográfico do uso das
ferramentas da qualidade. Gestão & conhecimento, v. 8, n. 2014, p. 1-43, 2014.
PATRICIO, A., C., F., A.; SILVA, D., F.; SANTOS, G., C., V.; BRASIL, M., H., F.
Causas e Estratégias de Soluções para Hanseníase em Crianças: Diagrama de
Ishikawa. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, v. 11, n. 3, 2019.
SABINO, C., V., S.; MARIANI, R.; SABINO, G., S.; LOBATO, W., B.; AMARAL, F., C.
O uso do diagrama de Ishikawa como ferramenta no ensino de ecologia no ensino
médio. Educação & Tecnologia, v. 14, n. 3, 2011.
SANTOS, G., A., B.; CAMPOS, G. El uso del diagrama de Ishikawa para identificar
las causas de contaminación en la línia de producción de matanza de ganado. La
Técnica: Revista de las Agrociencias, n. 26, p. 13-21, 2021.
Criação Aplicações
O diagrama de Ishikawa, também O Diagrama de Ishikawa tem sua aplicação
conhecido como diagrama de causa e justificada, porque ambas conseguem operar em
efeito, diagrama de espinha de peixe ou diversas esferas organizacionais, gerando um
método dos seis M, foi desenvolvido por estado de melhoria contínua, devido a sua
Ishikawa em 1943 (VENÂNCIO, 2019). aplicação ser cíclica e ter sua representação feita
de forma gráfica, dando melhor dimensão de sua
atuação.
Fonte: Sabino et al. (2010)
Estudo de caso:
O uso do diagrama de Ishikawa para
identificar as causas de contaminação na
linha de produção do abate de gado
01 Introdução
04 Resultados
02 Objetivos
05 Discussão
03 Metodologia
06 Conclusão