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Curso de Treinadores de Futebol UEFA “A + Elite Jovem” – Grau III

Caderno de Treino
Introdução
“O treino só avança quando colocamos em
causa o que sabemos” (Rui Mâncio)

O presente documento insere-se na obrigatoriedade instituído pelo regulamento e


normas de funcionamento dos estágios sustentadas pelo IPDJ, tendo decorrido na
Associação de Futebol de Aveiro, num contexto de prática supervisionada nas seleções
distritais na Associação de Futebol de Aveiro, assumindo a forma de caderno de treino,
em que representa um conjunto de documentação selecionada, comentada,
organizada e contextualizada no tempo, relativa ao meu processo ensino-
aprendizagem e há minha reflexão-ação como treinador-estagiário. O presente será
organizado e sistematizado em cinco áreas: i) breve caracterização do contexto da
prática de ensino supervisionada, em que se referenciara as características gerais da
instituição, das seleções, mapa de atividades, objetivos e do regulamento interno; ii)
caracterização do modelo de jogo, sistemas táticos, métodos de jogo, e esquemas
táticos das seleções; iii) organização e estruturação do processo de treino
“periodização”; iv) características do processo competitivo “calendários e
classificações”; v) referência dos processos de observação.

1. Aspetos gerais
"São os medíocres que se afirmam ganhadores. Os competentes vão
mostrando trabalho ao longo dos anos." (Sidónio Serpa)
1.1. A instituição….
A Associação de Futebol de Aveiro desempenha um papel de topo no Desporto Distrital
e Nacional, englobando no seu universo um elevado número de clubes e atletas, com
uma atividade anual na ordem dos 9.800 jogos em que a sua jurisdição estende-se por
19 Concelhos do Distrito de Aveiro: Anadia; Albergaria-a-Velha; Águeda; Aveiro;
Arouca; Castelo Paiva; Espinho; Estarreja; Oliveira Azeméis; Oliveira Bairro; Ovar;
Mealhada; Murtosa; Ílhavo; Sever do Vouga; São João Madeira; Santa Maria da Feira;
Vagos e Vale de Cambra. Ao longo da sua história vários clubes da sua filiação têm
desenvolvido um trabalho meritório no panorama nacional e internacional no qual

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destacamos o Futebol Clube de Arouca, Associação desportiva Ovarense, Associação
desportiva Sanjoanense, Sport Clube Beira-Mar, Sporting Clube Espinho, União
Desportiva Oliveirense, Clube Desportivo Feirense, FC Anadia, FC Cesarense.
1.2. As seleções….
As seleções distritais integram-se no processo metódico, regular e sistemático de
desenvolvimento qualitativo e quantitativo do futebol português em que o seu
enquadramento organizativo e competitivo visa valorizar a atividade desenvolvida pelos
agentes nela envolvidos, desde aos dirigentes, passando pelos técnicos, pelo trabalho
dos clubes e consequentemente pelos atletas, constituindo uma etapa privilegiada da
sua formação social e desportiva, com vista a sua eventual integração nas Seleções
Nacionais. Os trabalhos das Seleções Distritais encontram-se parametrizados num
conjunto de regras definido no regulamento interno a que todos os seus intervenientes
estão sujeitos, sejam eles atletas, clubes, técnicos ou colaboradores. As Seleções da AF
Aveiro integram-se no trabalho do Gabinete Técnico e estão divididas nas variantes de
futebol e futsal. No que concerne ao Futebol o gabinete técnico dinamiza e organiza a
seleção Sub 13, masculino, a seleção Sub 14, masculino, a seleção Sub 29 masculino e
por último a seleção Sub 16, feminina.
1.3. Mapa de atividades….
Para a presente época foram dinamizadas as seleções S14, masculino e S16, feminina.
Para o efeito e em consonância com o mapa de atividades da Associação de Futebol de
Aveiro, foi estabelecido o seguinte cronograma anual (quadro 1).
Seleções
Meses S14 S16
Setembro Formação das seleções “Recrutamento”
Outubro Formação das seleções “Recrutamento”
Novembro Treinos – Dia 21 Treino – Dia 9, 16, 23, 28
Dezembro Treinos – Dia 5, 12, 14, 19, 21
Treinos – Dia 4
Torneio interassociações
Janeiro Treinos – Dia 16, 23, 30 Zona Norte, Grupo 2 de Futebol 7
Dia 6 a 8
Treinos – Dia 18, 25
Treinos – Dia 6, 13, 21
Fevereiro Treinos – Dia 1, 8, 15, 23
Treinos – Dia 8, 13, 15
Treinos – Dia 6, 27
Torneio interassociações
Março Apuramento do 9º ao 16º classificado
Dia 17 a 19
Treinos – Dia 22, 29
Abril Treinos – Dia 3, 10, 24 Treinos – Dia 19, 26
Treinos – Dia 8
Jogos Treino
Maio Dia 15 – AF Viseu X AFA Treinos 24, 31
Dia 22 – GD Feirense X AFA
Dia 29 – AFA X AF Viseu
Treinos - 5, 12, 19 e 21
Junho
Jogos Treino

2
Dia 7 – AD Taboeira X AFA
Dia 14 – GD Gafanha X AFA

Torneio interassociações Lopes da Silva


Dia 23 a 30

Quadro 1 – Plano de atividades


1.4. Objetivos….
“Ter a convicção que o resultado
desportivo pode nascer do improviso é ignorar os objetivos e conhecer o insucesso”

Uma das mais importantes habilidades mentais dos treinadores é a capacidade de


definir objetivos eficazes e coerentes respeitando as características maturacionais e o
nível de aptidão dos seus atletas. Para a presente época desportiva, o gabinete técnico
estabeleceu os objetivos com base em 3 eixos estruturantes. O primeiro esteve
relacionado com as preocupações educativas e formativas, o segundo com a
construção dos alicerces consistentes ao nível das componentes do rendimento
(tático/técnico, vocabulário motor e mental), e o último com o atingimento de
classificações desportivas que permitissem superar as classificações obtidas na época
2015/16 nos torneios interassociações de Futebol 7 Feminino S16 e no torneio “Lopes
da Silva” masculino S14. Para o efeito foram definidas as opções pedagógicas e
metodológicas e as estratégias de intervenção subordinadas aos objetivos traçados
com base numa filosofia Transformacional (fig.1).

Físicas e
psicológi
cas
valores
Tático/té socioculturais morais
cnicas

atleta Realidades cidadão

Fig. 1 - Filosofia Transformacional

i) Objetivos de ordem educativa e formativa


“Não procure ser um homem com êxito, mas
sim um homem com valores” (Albert Einstein)
Procuramos ao longo da época desportiva o desenvolvimento social e emocional
promovendo a aquisição de valores caracterizados do “saber ser” e “saber estar” (fig.
2).

3
Saber ser
• Civismo
• Social e emocional • Companheirismo
• Autodisciplina
• Respeito mútuo
• Autocontrolo
• Lealdade.
• Perseverança
• Humildade

Desenvolvimento Saber estar

Fig. 2 - Desenvolvimento social e emocional

ii) Objetivos de rendimento desportivo


“Caracteriza-se por um elevado nível de exigência física e psicológica (capacidade física e
psicológica) e pelo grau de aperfeiçoamento das aptidões e conhecimentos (capacidade técnica
e tática) ”

Sabendo que a especialização e o alto rendimento carece de alicerces consistentes,


cuja construção começa a desenvolver-se nas faixas etárias consubstanciadas nas
idades cronológicas das seleções em causa, foi nosso propósito proporcionar a estes
jovens futebolistas a vivência de experiências agradáveis e entusiasmantes e
simultaneamente implementar um modelo de treino exigente visando a superação e a
potencialização das sua capacidades tático/técnicas, fisiológicas e psicológicas (fig. 3).

Experiências
Preparação agradáveis,
mental e Desenvolvimento
desenvolvendo o
especifica; das capacidades
Vocabulário tático/técnicas gosto pela
Construção prática
motor alargado consistente dos desportiva
alicerces

Fig. 3 – Construção dos alicerces do rendimento desportivo

iii) Objetivos de ordem classificativa


Sendo a Associação de Futebol de Aveiro uma referência a nível nacional em que o seu
desenvolvimento desportivo é sustentado pela qualidade, participação, inovação e
pioneirismo, consideramos que o seu dinamismo deverá ser complementado com o

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atingimento de classificações condizentes com a sua história. Nesse sentido, foi
estabelecido pelo gabinete técnico superar as classificações obtidas na época 2015/16
nos torneios interassociações de Futebol 7 do género Feminino S16 e no torneio
“Lopes da Silva” do género masculino S14.
1.5. Estrutura Organizacional e Manual de Acolhimento e Boas Práticas...
No âmbito do Processo de Certificação, deve-se apresentar a organização do clube ou
da sociedade desportiva, descrevendo o Manual de Acolhimento e Boas Práticas,
seguindo os seguintes itens:
1.5.1. Posição da Entidade e do seu Diretor no Organograma do Clube;
1.5.2. Descrição da Missão, Visão, e Objetivos estratégicos;
1.5.3. Normas de Conduta entre jogadores, dirigentes, técnicos e demais staff;
1.5.4. Normas de conduta quando em treino e competição;
1.5.5. Indicações sobre Integridade, nomeadamente no que diz respeito aos
comportamentos a adotar relativamente a Apostas e Match Fixing;
1.5.6. Normas de Conduta na escola;
1.5.7. Normas de Conduta nos transportes;
1.5.8. Normas sobre Acompanhamento Médico-Desportivo, RECOMENDAÇÕES
ALIMENTARES e de NUTRIÇÃO;
1.5.9. Normas sobre Acompanhamento Médico-Desportivo, o PLANO DE EMERGÊNCIA
MÉDICA;
1.5.10. Normas sobre Acompanhamento Escolar, Pessoal e Social;
1.5.11. Normas sobre as relações com Pais dos jogadores;
1.5.12. Normas especiais de acompanhamento de jogadores DESLOCADOS das suas
famílias, a viver sob RESPONSABILIDADE da ENTIDADE;
1.5.13. Normas aplicativas das Infrações e Quadro Disciplinar.

2. Modelo de jogo
A planificação conceptual foi direcionada para um objetivo de aproximar o mais
rapidamente possível, a análise organizacional da equipa com a conceptualização
organizativa do modelo de jogo.
2.1. Formação das seleções “AngariaçãoRecrutamento” ….
“O sucesso de uma equipa está intrinsecamente ligado à qualidade dos jogadores”

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A conceptualização do modelo de jogo suportou-se na avaliação real das capacidades
dos atletas, através de uma metodologia de observação, análise e reflexão,
consubstanciada e operacionalizada em quatro fases:
i) Caracterização numérica da amostra
Após consulta dos movimentos estatísticos da Associação de Futebol de Aveiro,
constatamos que foram inscritos 1739 atletas do género masculino, nascidos entre
2002 e 2003, tornando-se impossível quantificar o número de atletas que podiam ser
selecionáveis (nascidos em 2003). No entanto, podemos estimar que poderiam ser
selecionáveis cerca de 900 atletas. A nível da seleção feminina, a amostra selecionável
(nascidas entre 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005) foi de 140 atletas.
ii) Reunião com os clubes
Esta foi realizada com os coordenadores técnicos e treinadores dos clubes onde foram
apresentados os procedimentos organizativos e técnicos, foram ainda, formuladas
algumas questões, como por exemplo, a da existência de eventuais diferenças na
forma como os atletas respondem em função dos diferentes níveis competitivos
(campeonato distrital e nacional), as qualidades futebolísticas (táticas/técnicas, físicas)
e humanas ao nível do saber ser (autodisciplina, autocontrolo, perseverança e
humildade), ao nível do saber estar (civismo, companheirismo, respeito mútuo e
lealdade) e por último foi aberto um espaço de diálogo, onde os clubes apresentaram
as suas preocupações e algumas sugestões de melhoria.
iii) Observação e avaliação….
O distrito foi dividido em duas zonas (norte e sul) em que a estrutura técnica da
Associação de Futebol Aveiro através de uma observação direta analisou e avaliou as
capacidades reais dos atletas tendo como referência o perfil de competências de
natureza tático/técnica, física e psicológico definido pelo gabinete técnico.

a) Perfil de competências do jogador da seleção feminina S16……


“Que seja uma lutadora e capaz de defender até aos limites o seu distrito”.

Guarda-Redes (Posição 1)
Tática (em organização ofensiva)

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Qualidade no passe com os pés em distâncias curtas, média e longa; Reposição da bola com as
mãos e com os pés.
Tática (em organização defensiva)
Colocação posicional em função do centro do jogo (posição da bola); em posição de receber o
passe atrás sempre que for solicitado pelos colegas de equipa; Domínio dos apoios nas
situações 1X0+GR.

Defesas (Posição 2, 3)
Tática (em organização ofensiva)
Privilegia o passe intencional – qualidade de passe (pé dto/esq.); Leitura de jogo; “Liderança”
Ofensiva.
Tática (em organização defensiva)
Capacidade de desarme e interceção; rápida recuperação posicional e “liderança” defensiva.

Alas (Posição 4, 5)
Tática (em organização ofensiva)
“Abrir” o jogo (Mobilidade) – criação de linhas de passe; assume 1 X 1 no último terço do
campo (repertório no drible); “Fecha” por dentro.
Tática (em organização defensiva)
Noção da contenção; rápida recuperação posicional; Capacidade de desarme (1 X 1).

Médio (Posição 6)
Tática (em organização ofensiva)
Privilegia o passe (curto/médio e longo) intencional – qualidade de passe (pé dto/esq.); Leitura
de jogo; Muda o sentido do jogo (largura e profundidade); Capacidade de remate.
Tática (em organização defensiva)

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Agressividade defensiva – capacidade de “choque”; Noção de contenção e cobertura defensiva;
“inteligência” de jogo; Rápida recuperação defensiva.

Avançado (Posição 7)
Tática (em organização ofensiva)
Capacidade de remate (pé/cabeça); Mobilidade constante – desmarcações de rutura; Forte no 1
X 1; Qualidade na condução e na receção da bola; Proteção da bola – “costas para a baliza”;
Uso frequente de combinações – “tabelas”
Tática (em organização defensiva)
“fecha” as linhas de passe; Pressão sobre o portador da bola; Compensação na posição 5 ou 6
se for necessário – Noção do 3º princípio da defesa (equilíbrio).

b) Perfil de competências do jogador da seleção masculina S14……


“Que seja um lutador e capaz de defender até aos limites o seu distrito”.

Guarda-Redes (Jogador 1)
Tática (em organização ofensiva): Colocação posicional em função do centro do jogo
(posição da bola); em posição de receber o passe atrás sempre que for solicitado pelos colegas
de equipa; Decidir (jogar em profundidade, conservar a posse de bola, sair curto).
Tática (em organização defensiva): Posição correta em função da linha de 4 do setor
defensivo; Comunicação com os pares; Controlar as diferentes formas de defender (a baliza, a
área, o ½ campo); Sempre em atitude de pensar e executar; Controlo visual do remate e dos
cruzamentos em função do pé utilizado; Interpretação do processo ofensivo adversário:
Controlo da profundidade em situação de jogo; Em jogadas de bola parada ter a noção
posicional em função do pé dominante e não dominante; Domínio dos apoios nas situações
1X0+GR.
Qualidades técnicas: Qualidade no passe com os pés em distâncias curtas, média e longa;
Reposição da bola com as mãos e com os pés.

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Qualidades físicas: Velocidade em curta e média distância; Velocidade de análise e reação;
Boa impulsão; Força para defender a bola; Poder nos duelos (no ar e 1X1); Força de
lançamento com as mãos e pés.
Qualidades psicológicas: disciplinado e responsável; evitar riscos; Líder; Autoritário;
Capacidade de comunicação.

Defesa central (3 e 4)
Tática (em organização ofensiva): Controlo da velocidade; sempre em posição de receber a
bola; primeiro passe sem riscos; decidir bem e rápido em função do contexto do jogo (Saber
diferenciar quando tem que jogar de primeira ou conservar a bola; saber quando mudar de
direção do jogo e/ou jogar em profundidade; realizar “campo grande” na 1ª fase da construção
ofensiva e “campo pequeno” na 2ª fase de construção ofensiva; Marcador de golos em
situações de esquemas táticos (cantos, livres).
Tática (em organização defensiva): Orientação espacial e saber comunicar; conhecer e
controlar os diferentes tipos de marcação (individual e à zona); Noção de coberturas e dobras;
sempre em atitude de pensar e executar e nunca perder o seu posicionamento.
Qualidades técnicas: Técnica de passe (distância, direção) e de desarme; Bom jogo aéreo;
Domínio e controlo da bola e boa receção.
Qualidades Físicas: Velocidade de deslocamento curta, média e longa distância e agilidade;
Potência muscular (impulsão, mudanças de direção); Medidas antropométricas acima da média
nacional “Estatura”; Poder nos duelos (1X1).
Qualidades Psicológicas: decididos e corajosos “Mentalidade assassina”; Líderes e
coordenadores do sector defensivo; disciplinados, responsáveis e autoritários.

Defesa Lateral (2 e 5)
Tática (em organização ofensiva): Controlo da velocidade com e sem bola; Saber decidir
quando: manter a posse de bola; passar em profundidade no corredor, em diagonal
curta/média/longa; Cruzar 1º /2º poste ou 2º linha de finalização utilizando diferentes
trajetórias; Capacidade de drible e de remate; Noção do primeiro passe sem risco; Jogo de
posições: sempre em posição de receber a bola; ver e utilizar os espaços no corredor interior;

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Saber pedir a bola no espaço e no pé; Dar amplitude e profundidade às ações ofensivas da
equipa;
Tática (em organização defensiva): Articulação intersectorial com os companheiros.
Orientação e comunicador; saber “fechar” por dentro, evitando a perda posicional;
Encurtamento dos espaços, de modo a evitar o cruzamento; Boa capacidade de desarme em
situações de 1X1; Não realiza faltas desnecessárias – Inteligência de jogo defensivo.
Qualidades técnicas: Técnica de passe (distância, direção) e de drible; Capacidade de remate
com os dois pés; Técnica de desarme; Bom jogo aéreo; Domínio e controlo da bola e receção
orientada.
Qualidades Físicas: Velocidade de deslocamento curta, média e longa distância e Agilidade;
Potência aeróbia e anaeróbia; Potência muscular (impulsão e mudanças de direção); poder nos
duelos (1X1); Potência muscular no remate e passe.
Qualidades Psicológicas: Decididos, corajosos, disciplinados, responsáveis e autoritários;
Espírito de sacrifício; Concentrados; Autoconfiança.

Médio defensivo (6)


Tática (em organização ofensiva: Controlo da velocidade; sempre em posição de receber a
bola; primeiro passe sem riscos; decidir bem e rápido em função do contexto do jogo (Saber
diferenciar quando tem que jogar de primeira ou conservar a bola; saber quando tem que
mudar o sentido do jogo e/ou jogar em profundidade; Noção de cobertura ofensiva.
Tática (em organização defensiva: Orientação e Comunicador; Inteligência na pressão
sobre a bola; Noção de coberturas e dobras; sempre em atitude de pensar e executar e nunca
perder o seu posicionamento; fechar os espaços e ajustar distâncias – Equilíbrio defensivo.
Qualidades técnicas: Técnica de passe (distância, direção); Técnica de desarme; Bom jogo
aéreo; Domínio e controlo da bola e receção orientada; Capacidade de remate em momento de
finalização de 2ª linha.
Qualidades Físicas: Velocidade de deslocamento curta, média longa distância e agilidade;
Potência aeróbia e anaeróbia; Potência muscular (impulsão, mudanças de direção); Alternância
de ritmo “intensidade de jogo”; Poder nos duelos (1X1); Potência muscular no remate e passe.
Qualidades Psicológicas: sereno, confiante, autoritário, carisma, concentrado, ambicioso.

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Médios (8 e 10)
Tática (em organização ofensiva): decidir bem e rápido em função do contexto do jogo
(Saber diferenciar quando tem que rematar ou assistir) – Leitura de jogo; Noção de mobilidade
(desmarcações de rutura); aparecer em zonas ótimas de finalização (1ª e 2ª linha ofensiva)
Tática (em organização defensiva: Orientação e Comunicação; Inteligência na pressão
individual e coletiva; sempre em atitude de pensar e executar e nunca perder o seu
posicionamento “rápido reajustamento posicional”; fechar os espaços interiores e ajustar
distâncias – Equilíbrio defensivo; Recuperador de bolas.
Qualidades técnicas: Uso da velocidade com bola; Técnica de passe (distância, direção);
Técnica de desarme; Bom jogo aéreo; Domínio e controlo da bola e receção orientada;
Capacidade de remate em momento de finalização de 1ª e 2ª linha.
Qualidades Físicas: Velocidade de deslocamento curta, média, longa distância e Agilidade;
Potência aeróbia e anaeróbia; Potência muscular (impulsão e mudanças de direção);
Alternância de ritmo “intensidade de jogo”; Poder nos duelos (1X1); Potência muscular no
remate e no passe.
Qualidades Psicológicas: Agressividade, confiança, ambição, disciplinado, responsável e
inteligência de jogo.

Extremos (7 e 11)
Tática (em organização ofensiva): Sempre em posição de receber a bola “abertos” e
encarando a baliza “receção orientada”; cruzar 1º /2º poste ou atrasado, utilizando diferentes
trajetórias; Capacidade de driblar e rematar; dar largura e profundidade às ações ofensivas da
equipa “desmarcações de rutura”; Jogo de posições: sempre em posição de receber a bola; ver
e utilizar os espaços no corredor; saber pedir a bola no espaço e no pé; Articulação
intersectorial com os companheiros.
Tática (em organização defensiva): Orientação e comunicação; saber “fechar” por dentro,
evitando a perda posicional; Encurtamento dos espaços “pressão individual e coletiva”; Boa
capacidade de desarme em situações de 1X1; Não realiza faltas desnecessárias – Inteligência
de jogo defensivo; articulação e intersectorial com os companheiros.

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Qualidades técnicas: Técnica de passe (distância, direção); Técnica de drible “reportório
alargado e imprevisível”; Técnica de remate com os dois pés; Técnica de desarme; Bom jogo
aéreo; Domínio e controlo da bola e boa receção.
Qualidades Físicas: Velocidade de deslocamento curta, média, longa distância e agilidade;
Potência aeróbia e anaeróbia; Potência muscular (impulsão e mudanças de direção); Poder nos
duelos (1X1); Potência muscular no remate e no passe
Qualidades Psicológicas: Decididos e corajosos; Disciplinados; responsáveis e autoritários;
Espírito de sacrifício; Concentrados; Autoconfiança.

Ponta de lança (9)


Tática (em organização ofensiva): Dar profundidade às ações ofensivas da equipa
“desmarcações de rutura”; Jogo de posições: sempre em posição de receber a bola; Saber
pedir a bola no espaço e no pé; Criação de espaços para a penetração dos médios; Capacidade
finalizadora “enquadramento dos apoios em relação à bola e à baliza” e forte em situações de
1X1.
Tática (em organização defensiva): Orientação posicional, fechando por dentro, evitando a
perda posicional; Encurtamento dos espaços “pressão individual e coletiva”; Articulação
intersectorial com os companheiros.
Qualidades técnicas: Técnica de passe “tabelas” e proteção da bola “esconder a bola do
adversário”; Técnica de drible “reportório alargado e imprevisível”; Técnica de remate com pés
e com a cabeça “jogo aéreo”.
Qualidades Físicas: Velocidade de deslocamento curta, média, longa distância e agilidade;
Potência aeróbia e anaeróbia; Potência muscular (impulsão e mudanças de direção); poder nos
duelos (1X1); Potência muscular no remate com os dois pés.
Qualidades Psicológicas: Decidido e corajosa “mentalidade assassina”; Disciplinado,
responsável e autoritário; Espírito de sacrifício; Concentrados; Autoconfiança.

iv) Reuniões técnicas….


Nesta última fase o “staff” técnico das seleções analisou os perfis de competências,
comparou os níveis de aptidão e de prestação entre os atletas e decidiu uma base de
recrutamento de 72 atletas pertencentes a 18 clubes representativos da zona norte e
sul do distrito para a seleção S14, masculina e uma base de 63 atletas pertencentes a
18 clubes representativos da zona norte e sul do distrito de Aveiro para a seleção S16,
feminina.

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2.2. Modelo de jogo: Personalidade da seleção feminina S16….
“O modelo de jogo adoptado deverá derivar das concepções de jogo do treinador, das
adpatações relativamente às capacidades reais dos jogadores e, das suas possssibilidades de
evolução num futuro próximo”

O paradigma do modelo (fig. 4) proposto para a equipa S16 Feminina, caracterizou-se


por uma construção dinâmica do processo ofensivo através de uma circulação da bola
contínua, fluente e eficaz, evitando ao máximo a sua interrupção (perda da posse de
bola) e pela criação de situações de finalização (golo), privilegiando as desmarcações
constantes, o remate e o passe como meio de comunicação entre os jogadores. Ao
nível defensivo, o modelo caracterizou-se por uma rápida recuperação da bola através
de uma reação imediata à perda da posse de bola e da defesa da baliza,
consubstanciada por um dinamismo, ritmo e agressividade na redução dos espaços ao
portador da bola e respetivos colegas “adversários”.

Perda da posse recuperação da posse


Posse de bola
de bola de bola
Curto
Longo
Fig. 4 - Paradigma do nosso modelo

2.3. Comportamentos técnico-táticos da seleção feminina S16….


“Os padrões de resposta são formas de resolução dos problemas”

Para que o desenvolvimento desportivo do atleta seja otimizado é necessário


organizar o processo de treino de uma forma sistemática, no sentido de possibilitar ao
atleta a vivência de situações de aprendizagem, devidamente estruturadas
concorrentes para a sua formação.
i) gerais
As nossas preocupações ao nível dos comportamentos gerais estiveram relacionadas
com a ocupação racional do espaço de jogo, com o evitamento de existência de
blocos constituídos por jogadores estáticos que trocassem a bola entre si, pela recusa
da circulação da bola feita só à periferia, pela estimulação da visão central e periférica,
de modo a permitir uma leitura de jogo mais eficaz, pela estimulação da comunicação
motora em detrimento da comunicação verbal exagerada, pela estimulação do jogo
ofensivo através de construções de ações ofensivas, criação de situações de
finalização e finalização incentivando a intencionalidade das ações individuais com
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bola e sem bola e pela estimulação do processo defensivo através de uma forte
atitude de conquista da bola, secundada por uma grande pressão.

ii) específicos do processo ofensivo/defensivo


“As ações específicas de futebol só são rentabilizadas quando exercitadas em ambientes
contextualizados de jogo”
Após a recuperação da posse de bola, a atitude ofensiva é alicerçada numa utilização
do espaço de jogo em largura e profundidade através de rápidas movimentações de
cobertura, apoio e rutura criando ao portador da bola o maior número de soluções
táticas, obedecendo a uma linguagem comum estabelecida pelo cumprimento dos
específicos do ataque, Penetração, Cobertura ofensiva e Mobilidade. As ações
defensivas foram organizadas em função da defesa da baliza através de uma postura
coletiva e sempre agressiva relativamente ao portador da bola, cumprindo os princípios
específicos da defesa, Contenção; Cobertura defensiva; Equilíbrio.

2.4. Sistema tático da seleção feminina S16……


“Forma geral de organização das ações ofensivas e defensivas pelo estabelecimento de uma
estrutura base e pela definição de tarefas e funções bem como de certos princípios de
colaboração no jogo”.
Os sistemas (Fig. 5) preconizados pelo gabinete técnico para esta seleção S16
assentaram numa estrutura 1:2:3:1 com bola e numa estrutura 1:4:2 sem bola.
Com bola Sem bola

4 4
2
6 2
1 6 7 1
7 3
3
5 5

Fig. 5 – Sistemas táticos

i) Princípios e subprincípios ofensivos e defensivos

a) ofensivos
No momento da recuperação da posse, a equipa transita rapidamente de uma posição
estreitada, compacta e com todos os seus atletas muito próximos uns dos outros, para
uma posição alargada, horizontal e vertical no terreno de jogo procurando
obstinadamente o golo. No momento da recuperação da posse, o portador, tão rápido

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quanto possível varia o centro do jogo tendo pelo menos 3 linhas de passe, uma delas
recuada, outra adiantada e ainda, uma outra situada lateralmente, relativamente ao
portador.
b) defensivos
No momento em que a perda da posse ocorre, a equipa transita de uma posição
alargada, ampla (campo grande), para uma posição estreitada, com todos os seus
atletas muito próximos, promovendo coberturas defensivas, equilíbrio e concentração
permanente entre si. É função do atleta que perde a posse e colegas, situados nas
proximidades do centro do jogo, tentar caso seja possível, recuperar a posse de
imediato, através de pressão ao portador e eliminação de possíveis canais de passe.
No momento da perca da posse, caso a estrutura não se consiga momentaneamente
organizar, exige-se com carácter obrigatório fazer “parar” o processo ofensivo
adversário, nem que para tal isso suceda, recorrendo à falta.
No caso de após se perder a posse, não haver possibilidade de a recuperar de
imediato, então a nossa estrutura, reposiciona-se em ação defensiva sensivelmente a
partir do setor médio ofensivo, colocando todos os atletas atrás da linha da bola. No
momento da perda da posse, uma das defesas (2/3), confere profundidade à linha
defensiva, recuando relativamente a esta um ou dois metros. No momento da perca da
posse sobre um corredor, o corredor oposto é de imediato abandonado, deslocando-se
os atletas até então aí situados, para o corredor central (lateral e avançado lateral).
Se a perca da posse ocorre devido a um passe transviado, realizado na direção da
baliza adversária ou, no momento da perca da posse o adversário que a conquista fica
momentaneamente voltado de costas para a nossa baliza, a estrutura defensiva deve
bascular reduzindo o espaço útil de jogo ao adversário.

2.5. Método de jogo da seleção feminina S16……


i) ofensivos
a) Ataque organizado (posicional)
“Futebol: um jogo coletivo com uma lógica interna”

Sempre que após a recuperação da posse de bola, não for possível utilizar um eventual
desequilíbrio defensivo da equipa adversaria, devemos procurar um abrandamento
relativo das ações ofensivas construindo a fase do ataque através de um bloco
homogéneo e compacto optando pela alternância do centro do jogo aproveitando a
profundidade e a crise do raciocínio tático dos adversários e por soluções e decisões

15
táticas seguras cumprindo o princípio da cobertura ofensiva e procurando criar
superioridade numérica nos espaços do jogo “noção dos 9 espaços”.
b) Ataque rápido/Contra-Ataque
Sempre que após a recuperação da posse de bola o adversário está desequilibrado
devemos procurar uma circulação rápida da bola, em profundidade para zonas
predominantes de finalização, pela utilização mínima de passes e jogadores e pela
movimentação rápida dos jogadores criando situações de 2X1; 3X1; 3x2; e/ou 3x3.
ii) defensivos
a) Defesa à zona
“Fundamentalmente devemos procurar fechar os espaços, condicionando a ação e a progressão
dos adversários” (Vítor Frade)

Manifesta-se pela lei de todos contra todos, em que cada jogador é responsável por
uma certa zona do campo, formando-se uma primeira linha defensiva perto da bola,
forçando os adversários a ter que a circular e lateralizar e a jogar para trás o jogo e
simultaneamente organiza-se uma outra linha defensiva baseada em ações técnico-
táticas coletivas de entreajuda permanentes que assegure uma sincronização inter-
corredores e uma articulação inter e/ou intra setorial de modo a permitir uma
cobertura permanente à primeira linha defensiva.
b) Defesa pressionante
“Criar as condições mais favoráveis para a recuperação da posse da bola longe da nossa baliza
defensiva aproveitando o desequilíbrio defensivo do adversário com transições/contra-ataques”

Concretiza-se pela organização e reequilíbrio defensivo em bloco homogéneo,


compacto e agressivo, diminuindo o espaço de jogo, “ cortando” todas as possíveis
linhas de passe em direção à baliza “fechar o jogo interior” de modo a diminuir a
iniciativa e a rapidez do raciocínio/decisão técnico/tático do adversário obrigando a
jogar para o lado ou para trás.

2.6. Missões táticas de base da seleção feminina S16……

Posição (n.º 1)

16
Ofensivos: em processo ofensivo, o guarda-redes em posse de bola nunca recorre ao
drible/simulação, nem tão pouco solicita qualquer atleta da linha defensiva quando este se
encontra sobre pressão do adversário. Preferencialmente, solicita os atletas das posições 2 e 3,
promovendo a 1ª fase de construção. Sob pressão realiza sempre passe com trajetória aérea na
direção do meio campo adversário e preferencialmente sobre os corredores laterais. Caso a
pressão exercida sobre si não lhe permita realizar a ação acima descrita, envia a bola pela linha
lateral o mais rapidamente possível. Sempre que em processo ofensivo o guarda-redes não se
encontre em posse da bola, promove sempre a cobertura ofensiva.
Defensivos: em processo defensivo, o guarda-redes, deve obrigatoriamente e
permanentemente comandar a linha defensiva. Sempre que a bola se encontre sobre um
corredor lateral, o seu posicionamento é sempre realizado entre a marca de grande penalidade
e o poste mais próximo do centro do jogo.

Posição (n.º 2/3)


Ofensivos: quando em pose no terço defensivo, não devem recorrer ao drible e nem nunca
devem realizar ações que coloquem em risco a baliza por nós defendida. Ambos no processo
ofensivo posicionam-se recuados relativamente ao centro do jogo, conferindo-se sempre que
possível como uma linha de passe atrasada e, em posição de cobertura ofensiva. Quando em
posse e sob pressão, o atleta realiza passe longo na direção de um dos avançados que se
encontre posicionado sobre o corredor lateral, preferencialmente o situado mais distante do
centro do jogo. O atleta em posse, não solicita o atleta situado na linha intermédia (posição n.º
6) quando este se encontre pressionado pelo adversário. O atleta que se encontra em posse
“recebe” sempre por parte do seu colega de sector, uma linha de passe lateral e recuada,
relativamente ao portador. Em caso de passe ao guarda-redes, os atletas 2 e 3, realizam-no
sempre para zonas laterais relativamente à baliza. Os atletas 2 e 3 promovem a circulação da
bola de forma rápida e, com o recurso ao menor número de toques possíveis. É da
responsabilidade dos atletas 2 e 3, quando a equipa se encontra em processo ofensivo,
bascular verticalmente, tendo como referência o médio da posição n.º 6, aproximando a linha
defensiva à linha intermédia. Quando a estrutura se encontra em posse consolidada, e os
jogadores das posições 2 e 3 não estão a participar ativamente no processo ofensivo, devem
aproximar aos adversários mais adiantados (avançados), marcando-os individualmente para
deste modo garantirem desde logo que a transição defensiva é realizada, inviabilizando a
solicitação por parte do adversário às suas unidades mais adiantadas com êxito.
Defensivos: Sempre que o adversário em posse, encontre voltado de costas para a nossa
baliza, ou realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição

17
(n.º 2/3) em uníssono com os seus colegas de sector, “subir” rapidamente a linha defensiva,
em direção ao centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo adversário
ficar em posse. Nunca em momento algum, quando um opositor direto se encontrar em posse,
o atleta da posição (n.º2/n.º3) vira as costas à bola. Em processo defensivo, o atleta da
posição (n.º 2/3), sempre que intervém direta ou indiretamente no jogo, fá-lo de forma
agressiva e concentrada. Em processo defensivo sempre que possível e, no caso de não se
encontrar diretamente envolvido no processo em questão, o atleta da posição (n.º2/n.º3) tenta
permanentemente cortar linhas de passe, promover ações de dois contra um e, dificultar a
progressão do jogo adversário. Sempre que um colega de sector, dispute uma bola com
trajetória aérea, é dever do atleta da posição (n.º 2/3) e restantes colegas que formam a linha
defensiva, conferir profundidade (1/3 metros recuados) e, aproximar momentaneamente os
atletas em questão para o espaço onde se encontra o centro do jogo. Dentro da grande área, o
atleta da posição (n.º 2/3) somente realiza contenção ao portador em situações de um contra
um defensivo. Durante a ação defensiva, os atletas das posições (n.º 2/3), nunca se posicionam
a mais de (2/4 metros de distância entre si). Em processo defensivo, um dos defesas (n.º 2/3)
é responsável pela “marcação” zonal, ao atleta mais adiantado da estrutura adversária. Assim
sendo, a ação de marcação zonal, é realizada pelo defesa que momentaneamente “recebe” o
opositor, na sua zona de intervenção, ficando o seu colega de sector, posicionado ao lado
deste, mas ligeiramente recuado em ação de cobertura defensiva, equilíbrio ou concentração.
Sempre que o adversário dinamiza um corredor lateral, dinamização essa que pressupõe o
disposicionamento momentâneo do lateral. Então, é função do central mais próximo do centro
do jogo, bascular horizontalmente, conferindo cobertura defensiva ao atleta envolvido
diretamente no centro do jogo. Paralelamente, o central mais distante do centro do jogo,
bascúla também ele horizontalmente, ocupando momentaneamente o lugar do seu colega de
sector. Durante a ação defensiva e, sempre que possível, o ataque adversário é travado sempre
que possível, através de “cortes” de bola, realizados ou pela linha lateral ou para os corredores
laterais existentes no meio campo ofensivo. Em processo defensivo, os atletas das posições (n.º
2/3) definem o posicionamento da linha defensiva. Essa linha deve situar-se sempre próxima da
linha intermédia, sendo os atletas das posições (n.º2 e n.º3), os responsáveis por: após
observarem o posicionamento do atleta da posição n.º 6, “ordenarem” aos seus colegas de
sector a movimentação da linha, situando deste modo a mesma, a um máximo 3 metros de
distância de uma linha paralela e imaginária conferida pela posição n.º 6. No caso da estrutura
adversária, adotar um sistema tático em que posiciona duas unidades situadas no terço
ofensivo e no corredor central, os atletas das posições (n.º2 e n.º3), são responsáveis por
realizar marcação homem a homem aos referidos opositores. Sempre que o adversário,
consegue dinamizar o corredor lateral e tal pressupõe que o nosso lateral ficou “batido”, o
jogador da posição (n.º2/n.º3), somente pode deslocar-se da sua posição central para fazer
oposição ao portador, no momento em que o pivô defensivo (n.º6), se posicione como central.

18
Posição (n.º 4/5)
Ofensivos: em posse no terço ofensivo, nomeadamente no corredor central e, sem adversário
posicionado à sua frente, tem total liberdade para rematar à baliza adversária. Sempre que em
posse no terço ofensivo, o avançado lateral deve acelerar o jogo da sua equipa, quer através de
combinações simples, diretas e indiretas em progressão ou, recorrendo à condução da bola a
alta velocidade e em direção à baliza adversária ou à linha de fundo. Em processo ofensivo,
sempre que a dinamização de um flanco ocorra por parte do avançado lateral, dinamização
essa que pressuponha cruzamento, o mesmo deve ser dirigido à zona desprotegida (1ª e/ou 2
linha de finalização). Sempre que a posse se encontre num dos dois defesas (2 e 3), é função
dos atletas, manter-se bem encostado à linha lateral de modo a garantir o “campo largo”.
Sempre que o avançado lateral realize passe para o corredor lateral, passe esse que
pressuponha um cruzamento, é seu dever surgir na entrada da área, a fim de finalizar uma
possível 2ª bola ou, evitar a transição ofensiva adversária. Sempre que ocorra um cruzamento
proveniente do corredor lateral (oposto), o avançado lateral mais distante do centro do jogo,
posiciona-se dentro da área ocupando uma das três posições para finalização. Os atletas
quando em posse e voltado de costas para a baliza adversária, somente realiza passe atrasado
na direção dos colegas, quando estão reunidas todas as condições de êxito (bola bem
dominada; ausência de adversário entre passador e recetor, certeza no passe, etc. …). O atleta
da posição, sempre que um avançado (posição 7) realize uma desmarcação de aproximação ao
centro do jogo, desocupando momentaneamente a sua posição, pode aproveitar para através
de uma desmarcação de rutura, ocupar o espaço em questão. Os atletas deslocam-se
preferencialmente no corredor lateral. No entanto, por vezes, se o instabilizar da organização
defensiva adversária o justificar, pode deslocar-se ao corredor central a fim de criar
desequilíbrios (ataque organizado). Nas zonas de finalização, surgem sempre que possível três
jogadores que ocupam: um o primeiro poste, outro a marca do penalty e recuado relativamente
ao primeiro e, um terceiro elemento, atrás da zona do poste. Os três jogadores, adotam um
posicionamento em triângulo, dificultando desse modo a oposição dos adversários.
Defensivos: em processo defensivo, o atleta da posição (n.º 4/5) posiciona-se sempre,
relativamente ao adversário situado na sua zona, por dentro (espaço interior) e recuado
relativamente a este. Assim sendo, entre o adversário direto e a baliza, encontra-se sempre
“bem posicionado” o atleta da posição (n.º 4/5). Sempre que, a equipa adversária dinamiza o
corredor lateral oposto àquele onde se encontra o atleta da posição (n.º 4/5), então, o atleta
em questão, deve deslocar-se para o espaço interior próximo do central situado a seu lado e,
ocupar o espaço existente entre a marca de grande penalidade e o vértice da pequena área.

19
Sempre que o adversário em posse, se encontre voltado de costas para a nossa baliza, ou
realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição (n.º 4/5) em
uníssono com os seus colegas de sector, bascular verticalmente o mais rápido possível a linha
defensiva, em direção ao centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo
adversário ficar em posse. O atleta da posição (n.º 4/5) em processo defensivo, nunca se
posiciona a mais de 2 metros do defesa (2 e 3) mais próximo de si. Sempre que se encontre
junto ao centro do jogo, o atleta da posição (n.º 4/5), caso seja confrontado com um duelo
individual, promove permanentemente a contenção e tenta sempre que possível, “orientar” o
adversário em posse para a linha lateral. O recurso à falta sempre que a equipa se encontre
organizada durante o processo defensivo, não deve ocorrer. Mormente em situações onde o
opositor direto, em posse, se encontre voltado de costas para a nossa baliza. Sempre que
possível, o atleta da posição (n.º 4/5) pode promover ações de antecipação ao opositor. No
entanto, as mesmas são sempre realizadas, com o atleta em ação defensiva a antecipar-se
sempre, pelo lado do adversário que se encontre mais próximo da nossa baliza (lado interior).
Sempre que um colega de sector, dispute uma bola com trajetória aérea, é dever do atleta da
posição (n.º 4/5) e restantes colegas que formam a linha defensiva, conferir profundidade (2/3
metros recuados) e, aproximar momentaneamente os atletas em questão para o espaço onde
se encontra o centro do jogo.
Em processo defensivo sempre que possível e, no caso de não se encontrar diretamente
envolvido no processo em questão, o atleta da posição (n.º 4/5) tenta permanentemente cortar
linhas de passe, promover ações de dois contra um e, dificultar a progressão do jogo
adversário. Em processo defensivo, o atleta da posição (n.º 4/5), sempre que intervém direta
ou indiretamente no jogo, fá-lo de forma agressiva e concentrada. Nunca em momento algum,
quando um opositor direto se encontrar em posse, o atleta da posição (n.º 2/5) vira as costas à
bola. Nos duelos individuais, realizados sobre os corredores laterais, é da responsabilidade do
atleta (n.º 4/5) não permitir em momento algum, que o adversário em posse progrida na
direção do corredor central. Deste modo, caso a conquista da posse não suceda, o adversário
deve ser sempre orientado para a linha lateral. Em processo defensivo, sempre que o centro do
jogo se encontre no espaço de intervenção do atleta da posição (n.º 2/5), este, juntamente
com um médio defensivo e um central, formam um triângulo com os seus vértices distantes
entre si, não mais de 3 metros. É função do atleta da posição (n.º 4/5), sempre que durante
um confronto direto, o adversário em posse consiga ultrapassar a sua oposição e, a equipa se
encontre momentaneamente desorganizada, recorrer à falta para parar o processo ofensivo
adversário. Dentro da grande área, o atleta da posição (n.º 4/5) somente realiza contenção ao
portador em situações de um contra um defensivo.

20
Posição (n.º 6)
Ofensivos: em processo ofensivo, quando um dos defesas 2 e 3 progride com bola até à zona
intermédia, o atleta da posição n.º 6, báscula horizontalmente para o lado oposto àquele que
vai ser ocupado pelo portador. Deste modo, promove uma possível linha de passe e cobertura
ofensiva ao portador. Sempre que um corredor lateral é dinamizado obrigando ao seu
disposicionamento momentâneo, o atleta da posição n.º 6, bascúla para uma posição
intermédia situada entre a sua posição inicial e a posição inicial do lateral envolvido diretamente
na ação ofensiva. O atleta da posição n.º 6, sempre que a bola esteja a ser circulada pelas
defesas, realiza deslocamentos nas paralelas da área, com o intuito de conferir uma possível
linha de passe ao portador. No entanto, esses deslocamentos não pressupõem uma
aproximação efetiva ao atleta em posse. O atleta da posição n.º 6, sempre que a bola se
encontra em posse de um das alas, posiciona-se sempre próximo (máximo 3 metros) deste e,
numa posição recuada numa ação de cobertura ofensiva. É o responsável, através de feedbacks
constantes, pelo bascular vertical das linhas intermédia e defensiva, originando deste modo que
as mesmas se encontrem muito juntas. Quando a estrutura adversária, pressiona e
inviabiliza/condiciona a 1ª fase de construção, é função do atleta da posição n.º 6, recuar no
terreno, posicionando-se entre os atletas 2 e 3, permitindo que estes se posicionem
promovendo o campo largo e, paralelamente que ambos os alas se projetem em simultâneo.
Em posse, voltado de costas para a baliza adversária e sob pressão, realiza sempre que possível
passe na “figura” de uma das alas. Em posse e sob pressão, realiza de imediato um passe
longo, com trajetória aérea na direção do corredor lateral mais próximo do centro do jogo.
Serve como pivô de toda a manobra ofensiva, como tal, sempre que em posse circula a bola
com recurso ao mínimo de toques possíveis. Quando a bola se encontra em trajetória aérea na
direção de um dos defesas, é função do atleta da posição n.º 6, realizar rápida aproximação ao
centro do jogo.
Quando em posse, o atleta da posição n.º 6, não solicita um colega da linha intermédia,
quando este se encontra pressionado e voltado de costas para a baliza adversária. Quando em
posse, o atleta da posição n.º 6, nunca solicita através de um passe lateral um colega de
equipa, colega esse que se encontre numa posição paralela à sua. Em processo ofensivo, o
médio da posição n.º 6, nunca se posiciona à frente das alas. Assim sendo, é uma posição que
promove sempre e só, equilíbrios e linhas de passe na zona intermédia do campo.
Defensivos: Sempre que o adversário em posse, se encontre voltado de costas para a nossa
baliza, ou realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição
(n.º 6) em uníssono com os seus colegas de sector, “subir” rapidamente a linha intermédia, em

21
direção ao centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo adversário ficar
em posse. É função do atleta da posição (n.º 6), sempre que durante um confronto direto, o
adversário em posse consiga ultrapassar a sua oposição e, a equipa se encontre
momentaneamente instabilizada, recorrer à falta para parar o processo ofensivo adversário.
Nunca em momento algum, quando um opositor direto se encontrar em posse, o atleta da
posição (n.º 6) vira as costas à bola. Em processo defensivo, o atleta da posição (n.º 6),
sempre que intervém direta ou indiretamente no jogo, fá-lo de forma agressiva e concentrada.
Em processo defensivo sempre que possível e, no caso de não se encontrar diretamente
envolvido no processo em questão, o atleta da posição (n.º 6) tenta permanentemente cortar
linhas de passe, promover ações de dois contra um e, dificultar a progressão do jogo
adversário. O recurso à falta sempre que a equipa se encontre organizada durante o processo
defensivo, não deve ocorrer. Mormente em situações onde o opositor direto, em posse, se
encontre voltado de costas para a nossa baliza. O atleta da posição n.º 6, a partir do momento
em que o processo ofensivo adversário se desenvolve no seu meio campo ofensivo, posiciona-
se sempre próximo do centro do jogo. Em processo defensivo, o atleta da posição n.º 6,
preferencialmente posiciona-se no corredor central. Sempre que o adversário consegue
dinamizar um flanco, dinamização essa que pressupõe um cruzamento, o atleta da posição n.º
6 desloca-se para o interior da área, ocupando o espaço existente entre o central e o lateral
mais distante do centro do jogo. Em processo defensivo, o atleta da posição n.º 6 nunca
permite que uma defesa ou médio adversário se posicione atrás de si. Deste modo, o atleta da
posição n.º 6 consegue durante toda a ação defensiva, observar as movimentações de todos os
médios e defesas adversários.
O atleta da posição n.º 6, só pontualmente e quando um adversário se posicione no seu espaço
de intervenção é que realiza ações de “marcação”. De resto, o atleta da posição n.º 6 defende
sempre “livre” de forma a conferir superioridade numérica à defesa. O atleta da posição n.º 6,
quando em processo defensivo, visualiza o posicionamento dos atletas das posições (n.º 4, 5 e
n.º 7) e, mantém sempre uma distância relativamente à linha perpendicular a partir da posição
destes, a distância máxima de 3 metros.

Posição (n.º 7)
Ofensivos: O atleta que ocupa a posição (n.º 7) têm como zona de referência as diagonais da
área adversária (zona ótima de finalização). A partir daí, desenvolve as suas ações de carácter
ofensivo. O atleta da posição (n.º7), aquando do processo ofensivo (bola no meio campo
defensivo), somente báscula num espaço contíguo às diagonais da área, tentando desta forma,
criar uma linha de passe (o seu posicionamento é sempre do lado onde a bola se encontre). O

22
atleta da posição (n.º 7), aquando do processo ofensivo (bola no meio campo ofensivo),
báscula num espaço contíguo às diagonais da área, podendo amiúde realizar aproximação ao
centro do jogo tentando desta forma, criar uma linha de passe (o seu posicionamento é sempre
do lado onde a bola se encontre). Após ter realizado um deslocamento com aproximação ao
centro do jogo (situado no corredor lateral), deslocamento esse que, no entanto, não lhe
permitiu ser solicitado, o atleta em questão, deve alterar o sentido do seu deslocamento e,
através de uma desmarcação de rutura, desmarcar-se para o espaço oposto onde a bola se
encontra (centro do jogo no terço ofensivo). Após ter realizado um deslocamento com
aproximação ao centro do jogo (situado no corredor central) deslocamento esse que, no
entanto, não lhe permitiu ser solicitado, o atleta em questão, deve alterar o sentido do seu
deslocamento e, através de uma desmarcação de rutura, ocupar o seu espaço inicialmente
ocupado, tentando desta forma, “ganhar” o espaço situado nas costas do seu adversário direto.
Sempre que ocorre um cruzamento, é função do atleta da posição n.º 7, surgir em zona de
finalização (1ª ou 2ª linha). No terço ofensivo e sob o corredor central, o atleta da posição (n.º
7), caso se encontre enquadrado com a baliza e sem pressão adversária, têm total liberdade
para rematar. Quando em posse, pressionado por um ou mais opositores e, de costas para a
baliza adversária deve, caso vislumbre um canal de passe, solicitar o colega desmarcado. Caso
contrário, a posse deve ser conservada até que surja um companheiro em apoio ou, que o
portador sofra uma falta de um adversário. Os passes realizados para os apoios recuados, são
sempre que possível realizados com máxima certeza e, precedidos por uma desmarcação de
rutura nunca perdendo o contacto visual com a bola.
O atleta da posição n.º 7 constitui-se como a principal referência ofensiva da equipa (ocupa
espaço no corredor central). Durante o processo ofensivo, é função sempre que possível do
atleta (n.º 7), promover o jogo rápido, através de poucos contactos com a bola e, condução da
mesma a alta velocidade. Nas proximidades da área adversária e, sempre que em posse, o
atleta da posição (n.º 7), deve tentar “acelerar” o jogo, promovendo ações de um contra um
para o interior da área adversária. Nas zonas de finalização, surgem sempre que possível três
jogadores que ocupam: um o primeiro poste, outro a marca do penalty e recuado relativamente
ao primeiro e, um terceiro elemento, na zona do segundo poste. Os três jogadores, adotam um
posicionamento em triângulo, dificultando desse modo a oposição dos adversários.
Defensivos: Aquando da reposição de bola pelo adversário no seu terço defensivo, o avançado
adota sempre que a equipa se encontra organizada, uma posição na linha do médio mais
defensivo adversário e, posicionado sobre um dos centrais (não o deixando receber). Durante o
processo defensivo organizado tentam por um lado direcionar os adversários a desenvolver a
sua ação ofensiva pelos corredores laterais e, por outro, nunca permitem que as defesas
adversárias passem quando em posse, para espaços situados atrás de si (nas suas costas).
Sempre que um corredor lateral é dinamizado por um lateral opositor, é dever do avançado
central, realizar um deslocamento circular para junto do central adversário mais próximo do

23
centro do jogo, inviabilizando um passe atrasado para este. Quando o adversário se encontra
em posse no seu meio campo ofensivo, o atleta (n.º 7) dispõem-se da seguinte forma: bascúla,
ocupando o corredor onde a bola momentaneamente se encontre e, deste modo constitui-se
como uma linha de passe para a transição. Quando o adversário se encontra em posse no seu
terço ofensivo (último terço), o atleta da posição (n.º 7), posiciona-se junto à linha de meio
campo. Em virtude da dinâmica do jogo pressupor a mobilidade constante dos jogadores,
sempre que o atleta da posição (n.º 4/5), não se encontre momentaneamente posicionado no
terreno de jogo, por forma a poder desempenhar as suas missões defensivas, é da
responsabilidade do atleta da posição (n.º 7), realizar as funções deste, sendo substituído nas
suas pelos atletas das posições (n.º 4/5).

2.8. Esquemas táticos da seleção feminina S16……


“Forma mais evoluída e complexa das combinações, rígidos e estereotipados, em situações de
bola parada”.
i) ofensivos……
Entre 25 e os 50% das situações de finalização e da criação das situações de
finalização, têm por base as soluções táticas a partir da bola parada. Daí a importância
que é atribuída através do treino á maximização destas soluções.
a) Lançamentos da linha lateral…….
A execução dos lançamentos de linha lateral foram consubstanciados em seis aspectos:
executá-lo rapidamente; executá-lo para um companheiro sem marcação “não
devemos ter muitos atletas envolvidos na ação” ; executá-lo em direção à baliza
adversária “evitando a possibilidade de uma transição ofensiva da equipa adversária na
eventualidade da nossa equipa perder a posse de bola”; executá-lo de forma que o
companheiro possa recepcionar a bola facilmente; executá-lo criando um espaço
suficiente; executando o lançamento, o jogador deverá entrar rapidamente no jogo.

b) Livres diretos ou indiretos…….


Potencialmente são um fator muito importante para a obtenção de golos, em que
foram dividos por livres fora da zona ofensiva e livres dentro da zona ofensiva a partir
dos corredores laterais e central.
b 1) Livres diretos fora da zona ofensiva (3/3 da zona do campo)…….
Por norma existe uma possibilidade remota de conseguir golo através de uma
execução direta, assim, logo que o livre é apitado pelo árbitro, procuraramos em sair a

24
jogar com a envolvência de dois atletas e observando a posibilidade de mudar o
ângulo de ataque e o sentido de jogo.
b 2) Livres diretos dentro da zona ofensiva (1/3, 2/3 da zona do campo)…….
A marcação dos livres teve em consideração a zona do campo, em que se adoptou o
princípio de pé dominante e não dominante (fig. 12), às movimentações pre-
determinadas de modo a supreeendermos os nossos adversários e à forma como o
adversário defende, isto é, se opta por uma marcação à zona, individual ou mista. Por
conseguinte, o executante deverá observar corretamente, decidindo em conformidade
o tipo de trajetória aérea ou rasa, bola tensa ou não, para o interior da pequena ou
grande área. Normalmente dirigemos 4 jogadores para a área alvo, um deles será
responsável pelo bloqueio ao primeiro adversário defensivo dentro da área e os
restantes defininem entre eles a zona de ataque, que normalmente são quatro (1º e 2º
poste), zona central da pequena área e outro na zona do penalty. Estas
movimentações são procedidas de bloqueios confundido a ação defesiva do advesário.

3
Zona 1 e 2 - Pé não dominante
5 1

7
Zona 3 e 4 - Pé não / ou dominante

9 Zona 5 e 6 - Pé dominante
2
8 Zona 7 e 8 - Pé não dominante
6
4 2
Zona 9 - Pé não / ou dominante

Fig. 12 – Zonas do campo


c) Cantos curtos e longos…….
O pontapé de canto apesar não ser considerdo tão importante como os livres, não
podemos descurar esta possibilidade de concretização do golo.

c 1) Cantos curtos…….
Os cantos curtos foram utilizados quando o adversário optou por uma defesa zonal, em
que através das situações de 2X1, 3X2 pretendeu-se criar superioridade númerica
nessa aréa de terreno e simultâneamente desorganizar a defesa de modo a permitir a
penetração dos nossos jogadores em zonas perto da baliza.
c 2) Cantos longos…….

25
Na marcação destes cantos adoptamos o princípio de pé dominante e não dominante,
em que o executante observa as movimentações dos 3 jogadores que se encontram na
área alvo, em que um deles será responsável pelo bloqueio ao primeiro adversário
defensivo, os restantes defininem entre eles a zona de ataque, que normalmente são
quatro: 1º, 2º poste, zona central da pequena área e outro na zona do penalty. Se o
adversário defender através de uma marcação individual/mista procuraramos realizar
bloqueios ofensivos para permitir o cabeceamento dos nossos melhores atletas. Fora
da área posicionam-se 2 atletas em forma paralela (1:1), isto se o adversário defender
como todos os elementos dentro da área. Se o adversário “deixar” homens no ataque
o nosso poscionamneto será de 2x1 e/ou 2x2 conforme a situação.

i) defensivos……
A essencia fundamental das ações defensivas é evitar a elavada percentagem da
eficácia dos esquemas táticos através de uma exchelente organização, de forma a
colocar os atacantes adversários em condições desfavoráveis, de uma disciplina
individual e coletiva com o conhecimento exaustivo das missões específicas de cada
um e através de uma concentração psiquica dos jogadores, de forma a preparerem a
sua resolução (procurar o adversário para marcar, ler a situação e antecipar as
soluções que os atacantes procuram efetuar).
a) Lançamentos da linha lateral…….

Nos lançamentos devemos odotar uma


atitude e uma marcação agressiva aos atacantes evolvendo todos os nossos jogadores
de modo a obrigar o adversário a realizar o lançamento no sentido contrário da nossa
baliza e simultaneamente evitar que os atletas adversários mais próximas da nossa
baliza consigam rececionar a bola.
b) Livres diretos ou indiretos…….
Os princípios fundamentais para a concepção e organização dos livres defensivos, são
operacionalizados em função da zona do campo.

26
b 1) No meio-campo adversário…….
Como já referimos os atacantes procuraram repor rapidamente a bola em jogo, por
conseguinte devemos procurar bloquear a trajetória direta da bola em direção à nossa
baliza colocando imediatamente um jogador entre a bola e a baliza, obrigar o
adversário a executar uma ação tático/técnica mais complexa, de modo, a dificultar a
recepção da bola, e simultaneamente temporizar o ataque adversário, ganhando
tempo que deve ser utilizado na marcação dos atacantes posicionados em
profundidade e nos espaços vitais de jogo.
b 2) Na zona defensiva…….
Sempre que acontece um livre direto ou indireto nas proximidades da nossa baliza, os
nossos atletas deverão procurar serem rápidos na formação da barreira, coordenada
pelo Guarda Redes ao nível do posicionamento (distância da bola em relação à baliza;
ângulo) e altura e número de jogadores.

No livre direto, uma das preocupações é


proteger o guarda-redes de uma possível 2ª bola. Nos livres indiretos, o nosso
posicionamneto é muito semelhante ao poscionamento nos pontapés de canto.

c) Pontapés de canto…….

Estes obedeceram aos seguintes


pressupostos: i) posicionar um defesa à frente da trajetória da bola; ii) O guarda-redes
assume o meio da baliza e preferencialmente o 2º poste; iii) O primeiro poste requer
um atenção especial pela colocação de um atleta perto do poste e da linha do golo,

27
dois defesas em que um destes assume um posicionamento à frente do companheiro
e, o outro ao lado deste, reforçando a defesa deste espaço vital. iii) A defesa do resto
da área optamos por uma marcação zonal e/ou marcação individual.

2.9. Modelo de jogo: Personalidade da seleção masculina S14….


“Expressa-se pela constância de determinadas ações de jogo individuais e coletivas, que
caracterizam o perfil de jogo e a sua conceção”. (Rui Caires)

Em termos genéricos a composição multi-factorial do modelo de jogo que implantamos


nesta seleção, assentou numa dimensão de projeto coletivo potencializando o
compromisso entre o gabinete técnico e os jogadores através de uma filosofia
dinâmica e equilibrado entre as fases do jogo (ataque / defesa) e subfases (transições
ofensivas e defensivas), isto é, dirigido ao ataque, ao golo, mas seguro na defesa,
consubstanciado pelo paradigma (fig. 6) em que se privilegiou uma circulação da bola
contínua, fluente e eficaz, evitando ao máximo a sua interrupção (perda da posse de
bola) e pela criação de situações de finalização (golo), e por uma atitude pressionante
na recuperação da posse de bola e pela formação de um jogador mentalmente forte e
inteligente.

Perda da posse recuperação da posse


Posse de bola
de bola Curto de bola
Longo
Fig. 6 - Paradigma do nosso modelo

A organização do nosso jogo assentou em quatro momentos (figura 7) respeitando os


seguintes princípios nucleares: i) Organização ofensiva, através de uma posse e
circulação da bola em largura e profundidade “noção de campo grande” e
desmarcações de rutura “diagonais” de modo a criar losangos e triângulos; ii)
Organização defensiva pressionante e articulada sectorialmente “noção de campo
pequeno” com formação de linhas transversais e longitudinais; iii) Transições
defesa/ataque e ataque/defesa que aproveitem a desorganização da equipa
adversária.

28
Organização Transição
ofensiva ataque/defesa

Transição defesa Organização


/ ataque defensiva

Fig. 7 – Princípios nucleares

2.10. Comportamentos técnico-táticos da seleção masculina S14….


“Qualquer modelo de jogo adotado delimita um conjunto de sinergias comportamentais entre a
equipa e os jogadores que a compõem, estabelecendo princípios de ação para os processos
ofensivos e defensivos”

i) gerais
No seguimento desta linha de pensamento, os comportamentos gerais preconizados na
seleção “Sub 14” são concretizados pela utilização de todos os meios técnico/táticos de
modo a cooperar constantemente com os companheiros com e sem bola, evidenciando
atitudes que exprimam, que os interesses coletivos estão acima dos interesses
individuais, consubstanciada pela circulação da bola em função de um projeto coletivo
(macro e micro estrutura) em que as opções táticas ofensivas respeitam
continuamente os princípios estabelecidos pela equipa durante as fases ofensivas e
defensivas do jogo, de forma que haja uma linguagem comum de entendimento entre
os jogadores, predominando a comunicação motora em detrimento da comunicação
verbal. A nível individual (unidade), o portador da bola deverá jogar de cabeça
levantada para “ler” o jogo, concretizada por uma atividade cognitiva e intelectual, em
que a antecipação deverá presidir a todas as ações em que o mesmo deverá procurar
decidir rapidamente e executar corretamente (fig. 8) com motivação, determinação,
agressividade e sacrifício.

29
• Captação da
informação Atenção;
• Perceber- concentração
Percepção compreender

• tratamento da Inteligência de jogo;


informação conhecimento
Solução • seleccionar- tático/estratégico
mental decidir
Experiência competitiva

• Reacção
motora Reportório
Solução • responder- motor
motora executar

Fig. 8 – Meios comportamentais de base

ii) específicos do processo ofensivo


É feito através de circulações, combinações e ações táticas individuais e coletivas visando a
progressão da bola para zonas propícias à finalização

Ao nível dos comportamentos específicos do processo ofensivo procuramos que os


jogadores evidenciem uma gestão racional do espaço de jogo, uma mobilidade
constante na tentativa da desmarcação e procura incessante de espaços e aberturas
de linhas de passe em que a circulação da bola deverá ser feita em largura e
profundidade procurando imprimir o máximo de rapidez na troca de bola em todas as
zonas do campo jogando sempre com simplicidade e utilizando preferencialmente o
passe no sector defensivo, no sector médio defensivo e no sector médio ofensivo.
Devemos procurar explorar as transições/contra-ataque, tirando partido da
desorganização da defesa adversária, no entanto, uma vez verificada a impossibilidade
de fazer sair as transições/contra-ataque, será necessário manter a posse de bola
(segurança) utilizando para isso a organização previamente estabelecida. Devemos
utilizar criteriosamente e sistematicamente o conjunto de circulações táticas
concebidas, na organização do nosso jogo atacante com objetividade mas sem
precipitações de modo a não queimar etapas na organização pré-estabelecida.
A perda da posse de bola deverá acontecer predominantemente na zona defensiva
adversária, de preferência com conclusão do ataque. Apesar de se pretender uma
movimentação e mobilidade (troca de posições e funções no sistema tático)
constantes, é imperativo que quando a equipa perca a bola a estrutura desse sistema

30
esteja montada e por último conseguir gerir o ritmo de jogo em função da capacidade
da própria equipa, da capacidade da equipa adversária, da evolução do resultado e do
objetivo estratégico pré-definido.
iii) específicos do processo defensivo
“Nem o processo ofensivo é exclusivo dos avançados, nem recai sobre a defesa toda a
responsabilidade de defender”

No que concerne aos comportamentos específicos do processo defensivo, queremos


que todos os jogadores evidenciem uma reação imediata e pressionante após a perda
da posse de bola, defendendo em 2/3 do campo (a partir do meio-campo ofensivo),
através de rápidas movimentações posicionando-se em função da bola, baliza,
adversários e companheiros através de uma marcação agressiva ao adversário de
posse de bola e uma redução dos espaços vitais do jogo (marcação zonal), orientando
os comportamentos técnico/táticos do atacante para espaços de jogo onde o perigo
seja menor e a recuperação da bola seja mais eficiente (pressão lateral, intermédia e
alta). Em situação de inferioridade numérica o processo ofensivo da equipa adversária
deve ser retardado com uma temporização (contenção / cobertura defensiva) tentando
ganhar tempo suficiente para a recuperação e organização defensiva.
A nível individual (unidade), cada jogador tem a responsabilidade de comunicar com os
colegas e de marcar um adversário, principalmente dentro do seu meio campo
defensivo, assegurando uma permanente ocupação racional do espaço equilibrando a
organização da equipa através de dobras, permutas e compensações.

2.10. Sistema tático da seleção masculina S14……


As construções das equipas assentaram em seis fases do jogo sustentadas por um
conjunto de princípios e subprincípios, no qual o principal objetivo é ter uma filosofia
cooperativa entre todos os atletas, sem desvirtuar a identidade própria de cada um.
O 4.3.3 foi o nosso sistema genuíno, sendo o nosso sistema alternativo o 4:4:2
clássico. Estes foram construídos com base num jogo de posições, três linhas
transversais, duas linhas longitudinais e pela formação de triângulos, denominados de
“micro-equipas”, e através de uma visão de posse de bola, em que os jogadores
deverão estar sempre em posição para receber a bola através de desmarcações e
receções orientadas, e numa visão de pressão individual e coletiva, no momento da
perda da posse de bola (fig. 9).

31
4.3.3 4:4:2

5 7 7 2
8 6
4 10 3
1 6 9 1
3 9 4
10 8
2 11 11 5

Fig. 9 – Sistemas táticos

i) Princípios e subprincípios ofensivos e defensivos

“Para jogar corretamente é necessário compreender, para compreender é necessário saber,


para compreender e saber é necessário definir princípios de jogo” (Teissie)

a) ofensivos

Fase I – Construção das ações ofensiva


Sempre que a bola se encontre na posse do Guarda-redes, para ser reposta em jogo, a
estrutura promove o campo largo no espaço de jogo com ambos os laterais a integrar a ação
em simultâneo, promovendo deste modo a superioridade numérica nos corredores laterais, em
que o pivô defensivo, forma juntamente com os dois centrais um sector defensivo com três
unidades. Sempre que o processo ofensivo se desenvolve no corredor lateral, o lateral
correspondente deve integrar a ação em mobilidade constante, conferindo permanentemente
uma linha de passe no espaço exterior conferindo amplitude ao ataque da equipa. Sempre que
a estrutura se encontre em posse, o quarteto defensivo, “sobe” no terreno de jogo, tendo como
referência o atleta da posição n.º 6, estabelecendo-se entre eles e uma linha imaginária,
paralela ao atleta da posição n.º 6, um máximo de 10/12 metros. Sempre que um dos defesas
for realizar uma disputa de bola com trajetória aérea, os seus três colegas de sector, conferem
profundidade, recuando 2/3 metros relativamente ao local do confronto e em simultâneo
deslocam-se para zonas mais interiores. Paralelamente, o atleta da posição n.º 6 realiza
32
aproximação ao centro do jogo. O quarteto defensivo (atleta n.º 6 mais os três defesas que não
participam ativamente no processo ofensivo) encontram-se a um máximo de 10/12 metros de
distância entre si. Quando um lateral se integra no processo ofensivo, os restantes defesas e o
atleta da posição n.º 6, basculam horizontalmente para o corredor lateral que
momentaneamente ficou desocupado. Quando um dos defesas centrais (3/4) progride no
terreno em posse, os restantes defesas, deslocam-se em uníssono, ocupando o corredor central
e, numa posição que dista do colega do lado 10 metros no máximo. Paralelamente, atleta da
posição n.º 6 desloca-se horizontalmente no corredor central na direção oposta aquela que o
central portador irá ocupar. Sempre que um dos defesas se encontre em posse, o central mais
próximo do portador, confere profundidade (cobertura ofensiva), situando-se relativamente ao
portador, 2/3 metros recuado no terreno de jogo. Quando a equipa, se encontra em posse no
terço defensivo, a circulação da mesma, é feita de forma rápida e com recurso ao mínimo de
toques possíveis. Quando a bola se encontra na zona 5, os portadores não têm autorização
para recorrer ao drible devendo privilegiar o passe de imediato colocando preferencialmente a
bola nos colegas mais adiantados.
Sempre que os centrais sejam pressionados e essa ação os obrigue a jogar “direto”, os mesmos
devem fazê-lo com solicitação diagonal no extremo mais distante do centro do jogo ou na
direção do Ponta-lança. Quando um defesa se encontra em posse, atleta da posição n.º 6
realiza um deslocamento em diagonal de encontro ao portador. Em simultâneo, médio interior
mais próximo do centro do jogo realiza desmarcação de rutura para as entre linhas defensiva e
intermédia, desde o corredor central até ao corredor lateral. O médio interior mais distante do
centro do jogo realiza um deslocamento frontal, para uma posição intermédia entre a sua
posição inicial e a posição que foi deixada, entretanto vaga pelo médio interior. A solicitação de
um central ao pivô defensivo só poderá ocorrer caso o pivô não esteja sob pressão e, orientado
de lado ou de frente para a baliza adversária. Caso o adversário pressione os nossos centrais no
inicio da fase de construção, é função do pivô defensivo, baixar para junto dos centrais, estes
“abrirem” o espaço de jogo (à largura) e os laterais se projetarem à profundidade. Quando um
corredor lateral é dinamizado, o médio interior mais próximo do centro do jogo, integra sempre
o processo ofensivo. O atleta da posição n.º 6, nesse momento, bascúla para uma posição
intermédia entre a sua posição inicial e a posição inicial do médio interior que integrou o
processo ofensivo. O médio interior que não integra o processo ofensivo, bascúla também ele
na direção do atleta da posição n.º 6, ocupando uma posição no corredor central junto deste.

Fase II – Criações de Situações de Finalização

33
Durante o processo ofensivo, os laterais, os médios interiores e os avançados laterais, são
responsáveis pela dinamização dos corredores laterais. Quando a bola se encontra em posse
num dos três atletas da zona intermédia, os restantes colegas de sector, juntamente com os
avançados laterais e o avançado central, promovem 3 linhas de passe dispostas em triângulo,
existindo deste modo e, permanentemente, um triângulo de apoio. Os médios durante a ação
ofensiva mantêm concentração permanente ao jogo. Quando um médio (à exceção do n.º 6)
realiza uma desmarcação de aproximação ao portador e, não recebe a bola, então, deve
inverter “aclarar” o sentido da sua desmarcação e prosseguir a mesma, através de uma
diagonal na direção das “costas” da linha média contrária. No momento em que um médio fica
em posse, os restantes colegas numa primeira fase, realizam aproximação ao portador e,
posteriormente, assim que o centro do jogo seja variado, movimentam-se para as suas zonas
de intervenção. No caso de a dinamização do corredor lateral ser realizada aquando de uma
transição rápida, o avançado lateral é sempre o jogador solicitado (encontra-se mais próximo
do espaço ofensivo). Quando a dinamização de um corredor lateral pressuponha a integração
do lateral e avançado lateral em simultâneo (ataque organizado), o responsável pelo
cruzamento será aquele que tenha sido solicitado previamente há mais tempo. Sempre que, um
atleta consiga após a dinamização de um flanco conquistar espaço para realizar um
cruzamento, deve decidir em função do posicionamento da equipa adversária, optando pela 1ª
e/ou 2ª linha de finalização. Sempre que o avançado central realiza um movimento de
aproximação ao portador a fim de receber a bola, o seu companheiro de sector (avançado
lateral mais próximo do centro do jogo), realiza uma desmarcação diagonal para o espaço entre
o lateral e o central adversário. Caso não seja solicitado, o avançado central, realiza
desmarcação circular em rutura, ocupando a posição deixada vaga pelo colega ou, o espaço
livre existente entre o seu marcador direto e o lateral adversário mais próximo. Os atletas no
último terço promovem mobilidade constante, afim de criar linhas de passe, canais de passe e
espaços livres. Em processo ofensivo, recorrendo aos métodos de jogo contra-ataque e ataque
rápido, os avançados laterais promovem sempre o campo largo (bem abertos, junto às linhas
laterais). Em processo ofensivo, recorrendo ao método de jogo ataque organizado, os
avançados laterais, realizam movimentos interiores em diagonal em direção à baliza do
adversário, a fim de libertar o seu espaço inicial para a ocupação dos mesmos pelos laterais
projetados. Atletas das posições n.º 8 e n.º 10, sempre que realizam um passe, passe esse que
origina um cruzamento, ocupa uma posição dentro da área adversária formando com os
avançados, o denominado “triângulo Ofensivo” um ao primeiro poste outro ao segundo poste e
um na zona do penalty. Caso o cruzamento tenha sido efetuado por um lateral, o avançado
lateral mais próximo do centro do jogo, surge na entrada da área, com a missão de finalizar
após ocorrer um ressalto ou, evitar o ataque adversário. Sempre que ocorre um cruzamento o
qual não é antecedido por um passe do atleta da posição n.º 8/n.º 10, o mais próximo do
centro do jogo, desloca-se para a entrada da área, enquanto o seu colega de sector, ocupa a

34
zona do meio-campo garantindo o equilíbrio defensivo. Quando em posse, a equipa desloca-se
no espaço de jogo sempre junta, sensivelmente em 40 metros do campo, de modo a garantir a
articulação inter/intra setorial. Sempre que um dos avançados, receba um passe longo de um
defesa ou atleta da posição n.º 6, deve conservar a posse durante o tempo necessário para
que, a equipa avance no terreno de jogo e desenvolva a sua ação ofensiva de modo
organizado. Sempre que no terço ofensivo, um atleta se encontre em posse e numa situação de
(1x1), deve arriscar o drible em progressão. O atleta quando em posse no terço ofensivo do
campo, deve receber um “overlap” promovido por um colega inicialmente recuado e, dessa
forma poder tomar a decisão de arriscar um drible ou um passe ao colega. Os avançados,
sempre que não se encontram a participar de forma ativa no processo ofensivo da equipa,
posicionam-se no corredor central (conferindo sempre profundidade à ação da sua equipa). O
avançado central, preferencialmente desenvolve as suas ações ofensivas no corredor central,
mais propriamente na zona ótima de finalização. Atleta da posição n.º 10/n.º 8, durante a ação
ofensiva, tem liberdade para ocupar momentaneamente através de desmarcações de rutura os
espaços livres criados pela movimentação dos avançados laterais.
Aquando da dinamização dos corredores laterais, caso o avançado lateral se encontre numa
situação de inferioridade numérica, a solicitação deverá ser feita à profundidade (espaço entre
central e lateral).

Fase III – Finalização


Qualquer atleta que se encontre em posse, no terço ofensivo e sem adversário a estorvar a sua
ação, tem liberdade para rematar. Sempre que ocorre a dinamização de um flanco seguida de
cruzamento, dentro da área devem surgir sempre três atletas. Assim sendo, as zonas de
finalização a serem preenchidas são: primeiro poste (um atleta), marca de grande penalidade
(um atleta) e segundo poste (um atleta). Sempre que ocorre uma ação de finalização, é da
responsabilidade do atleta mais próximo da baliza adversária, deslocar-se rapidamente para a
zona do guarda-redes, na eventualidade de aí, surgir a possibilidade de uma nova finalização.
Avançados nº 7, nº 9 e nº 11, quando solicitados no espaço após uma desmarcação de rutura,
devem finalizar com um remate cruzado na direção do poste mais distante. Os médios
interiores nº 8 e nº 10, quando após realizarem uma desmarcação de aproximação ao
avançado em posse devem, caso estes os solicitem e existam condições para tal, finalizar se
possível de primeira aproveitando o possível “ecrã” realizado pelos atletas ao guarda-redes.
Durante a ação ofensiva, a finalização constitui-se como um fim em si mesma. Deste modo, a
finalização ao acontecer, pode eventualmente levar-nos ao êxito por um lado e, por outro,
evitar que o adversário caso conquiste a posse desenvolva a sua ação, beneficiando de uma
35
possível instabilidade defensiva da nossa equipa. No momento em que ocorre finalização por
parte de um dos avançados, os seus colegas de sector devem sempre que possível estar
situado em posição de ocorrer a algum ressalto que possa surgir. No momento em que a
finalização ocorre, é da responsabilidade do atleta mais próximo do guarda-redes, deslocar-se
na direção da bola para caso ocorra um ressalto poder finalizar com êxito.

b) defensivos

Fase I – Impedir a construção das ações ofensivas


Sempre que a estrutura se encontra em processo defensivo organizado, é fundamental que o
maior número possível de atletas, se encontrem atrás da linha da bola, evitando o “fora-de-jogo
defensivo”.
Em processo defensivo, caso a dinâmica individual/coletiva da equipa adversária promova a
instabilidade momentânea na nossa estrutura defensiva, é dever de um atleta situado próximo
do centro do jogo, fazer parar o processo ofensivo adversário, inclusive, através do recurso à
falta. Em processo defensivo, o objetivo primeiro da estrutura é a conquista da posse ao
adversário. Caso esse desiderato não possa ser alcançado, é premissa fundamental que a
manutenção da posse adversária seja feita, promovendo o afastamento da nossa baliza (jogar
para o lado e para trás). De forma a evitar a construção de ações ofensivas, por parte da
equipa adversária, a nossa estrutura, em processo defensivo, organiza-se com o sector ofensivo
(posições n.º 7, n.º 9 e n.º 11) junto ao sector defensivo adversário e restantes atletas
promovendo o “campo curto” num espaço total de 40 metros (entrada do nosso meio campo
defensivo). No posicionamento supracitado, o nosso avançado lateral mais distante do centro
do jogo, adota uma posição intermédia entre o central e o lateral adversário, situados mais
distantes do centro do jogo. Por forma a evitar a criação de situações de finalização por parte
da equipa adversária, a nossa estrutura, em processo defensivo, organiza-se com a linha
ofensiva (posição nº. 9) à saída do nosso meio campo defensivo e, restantes atletas (n.º 7 e
n.º 11) na linha dos médios interiores, promovendo o “campo curto” num espaço total de 40
metros juntamente com os restantes elementos da estrutura. Sempre que o adversário se
encontre em posse num dos corredores laterais, os atletas da nossa estrutura concentram-se
sobre o corredor lateral onde se situa o centro do jogo e, o corredor central. Deixando-se deste
modo vago, o corredor lateral oposto ao centro do jogo. No caso do adversário se encontrar em
posse, no corredor central, a nossa organização estrutural defensiva, ocupa de forma massiva o
corredor central, libertando ambos os corredores laterais. Sempre que sem posse, a nossa
estrutura se encontre organizada, é dever de todos os atletas que se encontrem atrás da linha

36
da bola, bascularem verticalmente e em uníssono, sempre que o adversário realiza um passe
atrasado ou lateralizado. As ações de basculação ocorrem a partir do momento em que o passe
é realizado, até ao momento que este antecede o contacto de um novo adversário com a bola.
As basculações são sempre realizadas na direção do centro do jogo. O recurso à falta no nosso
terço defensivo deve ser evitado através de ações de contenção e coberturas defensivas
permanentes. Nesta perspetiva, o roubo de bola deve ser realizado não pelo atleta que realiza a
contenção (e que obriga o adversário a inverter o sentido do deslocamento, “protegendo” a
bola do opositor direto), mais sim por um segundo atleta que promove o “roubo” da bola pela
frente (através de um confronto direto). Sempre que um dos laterais adversários se encontre
em posse, o avançado mais próximo do centro do jogo, “pressiona-o” (através de um
deslocamento agressivo) obrigando-o a realizar um passe longo. Simultaneamente, o avançado
central “fecha” a linha de passe que o central mais próximo do centro do jogo confere ao
portador. Em processo defensivo os atletas da linha intermédia (n.º 6, n.º 7, n.º 8, n.º 10 e
n.º11), nunca se dispõem no terreno de jogo com mais de dez metros de distância entre si.
Sempre que o adversário consiga dinamizar um corredor lateral, dinamização essa que
pressuponha um cruzamento e exija que o defesa central mais próximo do centro do jogo
realize cobertura defensiva ao lateral diretamente envolvido na ação, é dever por um lado, que
o outro defesa central, ocupe a posição do seu colega de sector e, por outro, que o atleta da
posição n.º 6, ocupe o lugar do central que inicialmente ocupava uma posição mais distante do
centro do jogo. Sempre que o adversário consiga dinamizar um corredor lateral, dinamização
essa que pressuponha um cruzamento, é função dos médios interiores, adotarem o seguinte
posicionamento: interior mais próximo do centro do jogo, posicionado dentro da grande área,
na direção do vértice da mesma, evitando qualquer tentativa de passe atrasado. Interior mais
distante do centro do jogo, junto à marca de grande penalidade em marcação. Sempre que o
adversário consiga dinamizar um corredor lateral, dinamização essa que pressuponha um
cruzamento, é função dos avançados laterais, adotarem o seguinte posicionamento: avançado
mais próximo do centro do jogo promove uma situação de dois contra 1 com o lateral.
Avançado mais distante do centro do jogo, posicionar-se na entrada da área, inviabilizando um
remate de ressalto ou uma segunda bola. Sempre que o adversário se encontre em posse sobre
um corredor lateral, no terço intermédio do campo, o médio interior da nossa equipa bem como
o avançado lateral, pressionam o portador. Em simultâneo, o médio da posição n.º 6, oscila
para próximo do centro do jogo, a fim de promover o equilíbrio, enquanto o médio interior mais
distante do centro do jogo desloca-se para o corredor central, com o objetivo de ocupar a
posição inicial do atleta da posição n.º 6, conferindo à linha intermédia concentração. Sempre
que um atleta em posse progrida em direção à nossa baliza, no corredor central, é dever do
atleta mais próximo do centro do jogo, deslocar-se rapidamente para a sua frente e aí, realizar-
lhe contenção. A posição n.º 6 serve de referência posicional à linha defensiva. Deste modo, os
atletas das posições número (n.º 3 e n.º 4), em processo defensivo formam juntamente com o

37
seu colega da posição n.º 6 um triângulo com um máximo de 10 metros de distância entre os
seus vértices. Paralelamente, os defesas dos corredores laterais sempre que não estejam
diretamente envolvidos na ação defensiva, posicionam-se numa mesma linha que os defesas
centrais (n.º 3 e n.º 4), distando destes um máximo de 10 metros. Quando um corredor é
dinamizado por um adversário, dinamização essa que pressupõe um confronto direto entre esse
adversário e o nosso lateral, então, os colegas da linha defensiva (posições n.º 3, n.º 4 e lateral
oposto), promovem uma defesa em “L” ou seja, com o defesa central mais próximo do centro
do jogo a conferir uma cobertura defensiva recuada e, ocupando um espaço interior com dois
metros de distância relativamente ao centro do jogo. Paralelamente os dois restantes defesas,
posicionam-se na linha do defesa que se encontra em cobertura, ocupando posições interiores
no corredor central. Em processo defensivo, sempre que o nosso avançado central não se
encontre diretamente envolvido no processo defensivo e, simultaneamente se situe à frente da
linha da bola, é seu dever posicionar-se sensivelmente à entrada do nosso meio campo
defensivo, no corredor central ou ligeiramente sobre os corredores laterais (em função do
posicionamento da bola), conferindo uma linha de passe no respetivo corredor, caso ocorra a
conquista da posse. A linha defensiva composta pelos quatro defesas, durante o processo
defensivo, nunca se dispõe com mais de dez metros de distância entre si. Assim sendo, a linha
defensiva ocupa uma linha paralela com 40 metros de largura máxima. É da responsabilidade
dos atletas que se encontrem mais próximos do centro do jogo mas que no entanto não
intervenham diretamente na ação, promoverem permanentes ajudas defensivas no sentido de
criarem situações (2x1 e 3X1) defensivas constantes. O processo defensivo nos corredores
laterais tem sempre participação ativa de pelo menos três unidades: um dos avançados laterais
(n.º 7 e n.º 11); um médio interior (n.º 8 ou n.º 10) e um lateral (n.º 2 ou n.º 5). O processo
defensivo no corredor central tem sempre participação ativa de pelo menos cinco unidades: os
três médios (n.º 6, n.º 8 e n.º 10) e os dois defesas centrais (n.º 3 e n.º 4). No processo
defensivo caso o centro do jogo se encontre num corredor lateral, o médio interior oposto, o
defesa lateral oposto e o avançado mais distante do centro do jogo, devem posicionar-se em
espaços interiores, respetivamente nas posições iniciais do médio da posição n.º 6, do defesa
central mais distante do centro do jogo e, na posição inicial ocupada pelo médio interior mais
distante do centro do jogo. Em processo defensivo, o atleta da posição n.º 6, posiciona-se no
meio dos médios interiores numa posição ligeiramente recuada relativamente a estes. Quando
um médio adversário se desloca para dentro da grande área defendida pela nossa equipa, o
médio correspondente (nº 6; nº 10 ou nº 8), posicionam-se dentro da área junto ao seu
opositor. Em processo defensivo, quando um atleta se encontre em “marcação” dentro da área
junto a um opositor, deve faze-lo lado a lado e, colocado mais próximo relativamente ao seu
adversário da sua baliza.

38
Fase II – Evitar de Situações de Finalização
No momento em que ocorre finalização por parte de um adversário, o atleta da nossa equipa,
mais próximo do centro do jogo tenta estorvar a ação, colocando-se entre a bola e a baliza.
Nunca em momento algum, atleta que se encontra entre a bola e a sua baliza, no momento da
finalização (por parte do adversário), perde o contacto visual com a bola e/ou
simultaneamente, deixa de ter pelo menos um apoio em contacto com o solo. No momento em
que a finalização ocorre, é da responsabilidade do atleta mais próximo do guarda-redes,
deslocar-se na direção da bola para: por um lado, caso a bola fique nas proximidades do
guarda-redes, realizar-lhe cobertura. Por outro, caso a bola sofra um ressalto, o atleta possa
evitar nova ação de finalização por parte do adversário. É da responsabilidade do guarda-redes,
posicionar-se na baliza, junto ao poste mais próximo do local a partir do qual ocorre a
finalização.

Fase III – Impedir a Finalização


Quando a finalização ocorre fora da área, nomeadamente no corredor central. É da
responsabilidade, de pelo menos um dos médios (aquele que se encontrar mais próximo do
centro do jogo) dificultar a ação do adversário, através de um posicionamento agressivo entre a
bola e a baliza defendida pela sua equipa. Quando um atleta adversário em posse, sobre um
corredor lateral, consiga iludir o seu opositor direto (lateral), fletindo para o corredor central e
tente finalizar. É da responsabilidade do médio interior mais próximo do centro do jogo, evitar
essa finalização, através de um posicionamento em cobertura defensiva próximo e mais interior
relativamente ao seu colega de equipa. Quando o adversário se encontra em posse, dentro do
nosso terço defensivo, as marcações aos seus atletas que também aí se encontram, devem ser
de tal modo intensivas, que as possibilidades de ocorrer finalização por parte do adversário
sejam nulas. A concentração de todos os atletas durante o processo defensivo, nomeadamente
nos momentos que antecedem a finalização adversária, constitui-se como fator fundamental, no
“observar”, “identificar” e “anular” as ações de finalização.

2.11. Método de jogo da seleção masculina S14……

39
“Forma geral de organização das ações dos jogadores tanto no ataque como na defesa,
estabelecendo princípios de circulação e de colaboração no seio de uma estrutura de base
(sistema tático)”

i) Processo ofensivo
a) Ataque organizado (posicional)
“Saber atacar em espaços reduzidos”
Sempre que após a recuperação da posse de bola, não for possível utilizar um eventual
desequilíbrio defensivo da equipa adversaria, devemos procurar transitar da zona de
recuperação da posse de bola para zonas predominantes de finalização através de um
bloco homogéneo e compacto privilegiando a circulação da bola simples, eficaz e
segura em função dos princípios e subprincípios estabelecidos aproveitando a crise do
raciocínio tático do adversário. Relativamente as atitudes e aos comportamentos
individuais e coletivos é fundamental criar constantemente canais de comunicação
“linhas de passe”, alternar frequentemente o centro do jogo ofensivo aproveitando a
profundidade e a largura “ocupação racional do espaço de jogo”, de modo a separar as
linhas verticais e horizontais do bloco defensivo adversário e simultaneamente procurar
a superioridade em termos numéricos, espaciais ou temporais “noção dos 12 espaços
do jogo”, mantendo sempre o equilíbrio defensivo através de coberturas ofensivas,
compensações e permutas, evitando a possibilidade de ataques rápidos do adversário.

Organização
defensiva /
recuperação ataque
da posse de posicional
bola

Equilíbrio
defensivo

Fig. 10 – Subfases dos métodos ofensivos

b) Ataque rápido/Contra-Ataque
No momento da recuperação da posse, a equipa transita rapidamente de uma posição
estreitada, compacta e com todos os seus atletas muito próximos uns dos outros, para
uma posição alargada, horizontal e verticalmente no terreno de jogo. No momento da
recuperação da posse, o portador, tão rápido quanto possível varia o centro do jogo

40
“recebendo” sempre pelo menos 3 linhas de passe no imediato. Uma delas recuada,
outra adiantada e ainda, uma outra situada lateralmente, relativamente ao portador.
Sempre que a transição defesa/ataque ocorre no nosso terço ofensivo, a estrutura
deve procurar uma circulação rápida da bola, em profundidade para zonas
predominantes de finalização, pela utilização mínima de passes e jogadores e pela
movimentação rápida dos jogadores criando situações de 2X1 e/ou 3X1; 3x2; 3x3.

Ataque Organização
rápido”/Contra- defensiva /
Ataque
recuperação da
posse de bola

Aproveitamento
do dequilíbrio
defensivo

Fig. 11 – Subfases dos métodos ofensivos

ii) Processo Defensivo


a) Defesa à zona
“Começar a defender sobre a primeira fase de construção adversária à saída da sua grande-
área”
O processo defensivo começa ainda durante o desenrolar do processo ofensivo,
através de medidas preventivas asseguradas por jogadores que se colocam e agem na
retaguarda dos jogadores atacantes permitindo o equilíbrio defensivo da equipa. A
recuperação defensiva manifesta-se pela criação de um sentido e uma mentalidade
coletiva, partindo da premissa “o problema de um é o de problema de todos”, por uma
ocupação dinâmica, coerente, racional e equilibrada protegendo e vigiando os espaços
vitais de jogo, nomeadamente as zonas predominantes de finalização, através da
formação de uma primeira linha defensiva perto da bola, forçando os adversários a ter
que a circular e lateralizar e a jogar para trás atrasando o seu processo ofensivo e pela
organização de uma outra linha defensiva baseada em ações técnico-táticas coletivas
de entreajuda permanentes que assegure uma sincronização inter-corredores e uma
articulação inter e/ou intra setorial de modo a permitir uma cobertura permanente à
primeira linha defensiva.

41
b) Defesa pressionante
“Criar as condições mais favoráveis para a recuperação da posse da bola longe da nossa baliza
defensiva aproveitando o desequilíbrio defensivo do adversário com transições/contra-ataques”

No momento em que a perda da posse ocorre, a equipa transita de uma posição


alargada, ampla (campo grande), para uma recuperação intensiva, estreitada, com
todos os seus atletas a recuperar para as suas posições dentro do sistema defensivo
pré-estabelecido permitindo o reequilíbrio defensivo através de um bloco homogéneo,
compacto e agressivo, cumprindo o princípio da concentração defensiva em que os
jogadores devem estar muito próximos diminuindo o espaço de jogo, de modo a
diminuir a iniciativa e o raciocínio/decisão técnico/tático do adversário obrigando a
jogar para os corredores laterais ou em direção da baliza da sua própria baliza, de
modo a favorecer a “recuperação em pressing” ao portador da bola e a eliminação dos
canais de comunicação “cortando” todas as possíveis linhas de passe em largura e em
profundidade de modo a proteger as zonas vitais de jogo.

2.12. Missões táticas de base da seleção masculino S14……

Posição (n.º 1)
Ofensivos: em processo ofensivo, o guarda-redes em posse de bola nunca recorre ao
drible/simulação, nem tão pouco solicita qualquer atleta da linha defensiva quando este se
encontra sobre pressão do adversário. Preferencialmente, solicita os atletas das posições 3 e 4,
promovendo a 1ª fase de construção. Sob pressão realiza sempre passe com trajetória aérea na
direção do meio campo adversário e preferencialmente sobre os corredores laterais. Caso a
pressão exercida sobre si não lhe permita realizar a ação acima descrita, envia a bola pela linha
lateral o mais rapidamente possível. Sempre que em processo ofensivo o guarda-redes não se
encontre em posse da bola, promove sempre a cobertura ofensiva.
Defensivos: em processo defensivo, o guarda-redes, deve obrigatoriamente e
permanentemente comandar a linha defensiva. Sempre que a bola se encontre sobre um
corredor lateral, o seu posicionamento é sempre realizado entre a marca de grande penalidade
e o poste mais próximo do centro do jogo.

42
Posição (n.º 3/4)
Ofensivos: quando em pose no terço defensivo, não devem recorrer ao drible e nem nunca
devem realizar ações que coloquem em risco a baliza por nós defendida. Ambos no processo
ofensivo posicionam-se recuados relativamente ao centro do jogo, conferindo-se sempre que
possível como uma linha de passe atrasada e, em posição de cobertura ofensiva. Quando em
posse e sob pressão, o atleta realiza passe longo na direção de um dos avançados que se
encontre posicionado sobre o corredor lateral, preferencialmente o situado mais distante do
centro do jogo. O atleta em posse, não solicita o atleta situado na linha intermédia (posição n.º
6) quando este se encontre de costas para a baliza adversária. O atleta que se encontra em
posse “recebe” sempre por parte do seu colega de sector, uma linha de passe lateral e recuada,
relativamente ao portador. Em caso de passe ao guarda-redes, os atletas 3 e 4, realizam-no
sempre para zonas laterais relativamente à baliza. Os atletas 3 e 4 promovem a circulação da
bola de forma rápida e, com o recurso ao menor número de toques possíveis. É da
responsabilidade dos atletas 3 e 4, quando a equipa se encontra em processo ofensivo,
bascular verticalmente, tendo como referência o médio da posição n.º 6, aproximando a linha
defensiva à linha intermédia. Quando a estrutura se encontra em posse consolidada, e os
jogadores das posições 3 e 4 não estão a participar ativamente no processo ofensivo, devem
aproximar aos adversários mais adiantados (avançados), marcando-os individualmente para
deste modo garantirem desde logo que a transição defensiva é realizada, inviabilizando a
solicitação por parte do adversário às suas unidades mais adiantadas com êxito.
Defensivos: Sempre que o adversário em posse, se encontre voltado de costas para a nossa
baliza, ou realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição
(n.º 3 e 4) em uníssono com os seus colegas de sector, “subir” rapidamente a linha defensiva,
em direção ao centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo adversário
ficar em posse. Nunca em momento algum, quando um opositor direto se encontrar em posse,
o atleta da posição (3 e 4) vira as costas à bola. Em processo defensivo, o atleta da posição (3
e 4), sempre que intervém direta ou indiretamente no jogo, fá-lo de forma agressiva e
concentrada. Em processo defensivo sempre que possível e, no caso de não se encontrar
diretamente envolvido no processo em questão, o atleta da posição (3 e 4) tenta
permanentemente cortar linhas de passe, promover ações de dois contra um e, dificultar a
progressão do jogo adversário. Sempre que um colega de sector, dispute uma bola com
trajetória aérea, é dever do atleta da posição (3 e 4) e restantes colegas que formam a linha
defensiva, conferir profundidade (3/5 metros recuados) e, aproximar momentaneamente os
atletas em questão para o espaço onde se encontra o centro do jogo. Dentro da grande área, o

43
atleta da posição (n.º 3/4) somente realiza contenção ao portador em situações de um contra
um defensivo. Durante a ação defensiva, os atletas das posições (n.º 3/4), nunca se posicionam
a mais de (3/6 metros de distância entre si). Em processo defensivo, um dos defesas (n.º 3/4)
é responsável pela “marcação” zonal, ao atleta mais adiantado da estrutura adversária. Assim
sendo, a ação de marcação zonal, é realizada pelo defesa que momentaneamente “recebe” o
opositor, na sua zona de intervenção, ficando o seu colega de sector, posicionado ao lado deste
mas ligeiramente recuado em ação de cobertura defensiva, equilíbrio ou concentração.
Sempre que o adversário dinamiza um corredor lateral, dinamização essa que pressupõe o
disposicionamento momentâneo do lateral. Então, é função do central mais próximo do centro
do jogo, bascular horizontalmente, conferindo cobertura defensiva ao atleta envolvido
diretamente no centro do jogo. Paralelamente, o central mais distante do centro do jogo,
bascúla também ele horizontalmente, ocupando momentaneamente o lugar do seu colega de
sector. Durante a ação defensiva e, sempre que possível, o ataque adversário é travado sempre
que possível, através de “cortes” de bola, realizados ou pela linha lateral ou para os corredores
laterais existentes no meio campo ofensivo. Em processo defensivo, os atletas das posições (n.º
3/4) definem o posicionamento da linha defensiva. Essa linha deve situar-se sempre próxima da
linha intermédia, sendo os atletas das posições (n.º 3 e n.º 4), os responsáveis por: após
observarem o posicionamento do atleta da posição n.º6, “ordenarem” aos seus colegas de
sector a movimentação da linha, situando deste modo a mesma, a um máximo 3 metros de
distância de uma linha paralela e imaginária conferida pela posição n.º 6. No caso da estrutura
adversária, adotar um sistema tático em que posiciona duas unidades situadas no terço
ofensivo e no corredor central, os atletas das posições (n.º 3 e n.º 4), são responsáveis por
realizar marcação homem a homem aos referidos opositores. Sempre que o adversário,
consegue dinamizar o corredor lateral e tal pressupõe que o nosso lateral ficou “batido”, o
jogador da posição (n.º 3/n.º 4), somente pode deslocar-se da sua posição central para fazer
oposição ao portador, no momento em que o pivô defensivo (n.º 6), se posicione como central.

Posição (n.º 2/5)


Ofensivos: Em processo ofensivo, o lateral mais próximo do centro do jogo, integra ação
ofensiva, posicionando-se bem próximo da linha lateral, promovendo deste modo o “campo
grande”. Em processo ofensivo, o lateral mais próximo do centro do jogo, integra a ação
ofensiva posicionando-se ainda assim, atrás da linha da bola, conferindo sempre que possível
um canal de passe ao portador. Quando em posse e com espaço livre, o lateral progride
preferencialmente no corredor lateral, evitando os deslocamentos para o corredor central. Caso
a posse se encontre no corredor central, os dois laterais projetam-se em simultâneo, tentando

44
conferir superioridade numérica nos corredores laterais. Sob pressão, o lateral em posse, realiza
passe longo na “figura” do avançado que se constitui como referência no corredor central ou, o
passe é realizado no espaço e direcionado para os avançados que, promovem linhas de passe
nos corredores laterais. Sob pressão, o passe atrasado na direção do central mais próximo do
centro do jogo, somente sucede, caso o canal de passe seja uma realidade totalmente segura.
O passe médio e curto para o corredor central, só é permitido quando o mesmo seja totalmente
seguro e não encontre o destinatário sob pressão. Quando um flanco é dinamizado e essa
dinamização culmina num cruzamento realizado pelo lateral, sempre que o mesmo ocorra a
partir de fora da área, então este é direcionado à 1ª linha ou 2ª linha de finalização. Quando
em processo ofensivo, o lateral não integra momentaneamente o processo, posiciona-se junto
aos centrais, basculando assim, horizontalmente para o corredor central. Quando em posse, o
lateral, nunca em momento algum realiza passe curto para um colega que se encontre de
costas para a baliza adversária (à exceção dos avançados). Em processo ofensivo, caso o lateral
se encontre em posse no terço defensivo e sob pressão, deve de imediato “jogar” longo numa
das três referências conferidas pelos avançados, um no corredor central, os outros nos
corredores laterais e, ainda, na linha de passe que o médio interior mais próximo do lateral em
posse, confere com a sua desmarcação sobre o corredor lateral. Em virtude de, devido ao seu
posicionamento se encontrar condicionado pela linha de fundo, o lateral tenta sempre que
possível “jogar” quando em posse, rápido e recorrendo a poucos toques na bola. Quando em
posse no terço defensivo, o lateral não recorre ao drible nem nunca realiza ação que coloquem
em riscos a baliza por nós defendida. Os laterais, devidamente articulados com os centrais,
devem quando o processo ofensivo ocorre a partir do corredor oposto, bascular verticalmente,
tendo como referencia o médio da posição n.º 6, aproximando-se deste modo a linha defensiva
à linha intermédia. Quando ocorre solicitação ao avançado lateral e este de seguida joga em
apoio, a projeção à profundidade é sempre garantida pelo lateral, desde que o médio interior
mais próximo do centro do jogo tenha participado de forma ativa na ação. Quando a estrutura
se encontra em posse consolidada, e os jogadores das posições n.2 e n.5 não estão a participar
ativamente no processo ofensivo, devem aproximar aos adversários mais adiantados
(avançados), marcando-os individualmente para deste modo garantirem desde logo que a
transição defensiva é realizada, inviabilizando a solicitação por parte do adversário às suas
unidades mais adiantadas com êxito. Em processo ofensivo organizado, aquando dos
movimentos interiores dos avançados laterais, os defesas laterais conferem profundidade nos
corredores laterais, enquanto os médios interiores conferem a profundidade no corredor
central.
Defensivos: em processo defensivo, o atleta da posição (n.º 2/5) posiciona-se sempre,
relativamente ao adversário situado na sua zona, por dentro (espaço interior) e recuado
relativamente a este. Assim sendo, entre o adversário direto e a baliza, encontra-se sempre
“bem posicionado” o atleta da posição (n.º 2/5). Sempre que, a equipa adversária dinamiza o
corredor lateral oposto àquele onde se encontra o atleta da posição (n.º 2/5), então, o atleta

45
em questão, deve deslocar-se para o espaço interior próximo do central situado a seu lado e,
ocupar o espaço existente entre a marca de grande penalidade e o vértice da pequena área.
Sempre que o adversário em posse, se encontre voltado de costas para a nossa baliza, ou
realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição (n.º 2/5) em
uníssono com os seus colegas de sector, bascular verticalmente o mais rápido possível a linha
defensiva, em direção ao centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo
adversário ficar em posse. O atleta da posição (n.º 2/5) em processo defensivo, nunca se
posiciona a mais de 5 metros do defesa (3 e 4) mais próximo de si. Sempre que se encontre
junto ao centro do jogo, o atleta da posição (n.º 2/5), caso seja confrontado com um duelo
individual, promove permanentemente a contenção e tenta sempre que possível, “orientar” o
adversário em posse para a linha lateral. O recurso à falta sempre que a equipa se encontre
organizada durante o processo defensivo, não deve ocorrer. Mormente em situações onde o
opositor direto, em posse, se encontre voltado de costas para a nossa baliza. Sempre que
possível, o atleta da posição (n.º 2/5) pode promover ações de antecipação ao opositor. No
entanto, as mesmas são sempre realizadas, com o atleta em ação defensiva a antecipar-se
sempre, pelo lado do adversário que se encontre mais próximo da nossa baliza (lado interior).
Sempre que um colega de sector, dispute uma bola com trajetória aérea, é dever do atleta da
posição (n.º 2/5) e restantes colegas que formam a linha defensiva, conferir profundidade (2/3
metros recuados) e, aproximar momentaneamente os atletas em questão para o espaço onde
se encontra o centro do jogo. Em processo defensivo sempre que possível e, no caso de não se
encontrar diretamente envolvido no processo em questão, o atleta da posição (n.º 2/5) tenta
permanentemente cortar linhas de passe, promover ações de dois contra um e, dificultar a
progressão do jogo adversário. Em processo defensivo, o atleta da posição (n.º 4/5), sempre
que intervém direta ou indiretamente no jogo, fá-lo de forma agressiva e concentrada. Nunca
em momento algum, quando um opositor direto se encontrar em posse, o atleta da posição
(n.º 2/5) vira as costas à bola. Nos duelos individuais, realizados sobre os corredores laterais, é
da responsabilidade do atleta (n.º 2/5) não permitir em momento algum, que o adversário em
posse progrida na direção do corredor central. Deste modo, caso a conquista da posse não
suceda, o adversário deve ser sempre orientado para a linha lateral. Em processo defensivo,
sempre que o centro do jogo se encontre no espaço de intervenção do atleta da posição (n.º
2/5), este, juntamente com um médio defensivo e um central, formam um triângulo com os
seus vértices distantes entre si, não mais de 3 metros. É função do atleta da posição (n.º 2/5),
sempre que durante um confronto direto, o adversário em posse consiga ultrapassar a sua
oposição e, a equipa se encontre momentaneamente desorganizada, recorrer à falta para parar
o processo ofensivo adversário. Dentro da grande área, o atleta da posição (n.º 2/5) somente
realiza contenção ao portador em situações de um contra um defensivo.

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Posição (n.º 6)
Ofensivos: em processo ofensivo, quando uma das defesas 3 e 4 progride com bola até à zona
intermédia, o atleta da posição n.º 6, bascúla horizontalmente para o lado oposto àquele que
vai ser ocupado pelo portador. Deste modo, promove uma possível linha de passe e cobertura
ofensiva ao portador. Sempre que um corredor lateral é dinamizado obrigando ao seu
disposicionamento momentâneo, o atleta da posição n.º 6, bascúla para uma posição
intermédia situada entre a sua posição inicial e a posição inicial do lateral envolvido diretamente
na ação ofensiva. O atleta da posição n.º 6, sempre que a bola esteja a ser circulada pelas
defesas, realiza deslocamentos nas paralelas da área, com o intuito de conferir uma possível
linha de passe ao portador. No entanto, esses deslocamentos não pressupõem uma
aproximação efetiva ao atleta em posse. O atleta da posição n.º 6, sempre que a bola se
encontra em posse de um dos laterias, posiciona-se sempre próximo (máximo 5 metros) deste
e, numa posição recuada numa ação de cobertura ofensiva. É o responsável, através de
feedbacks constantes, pelo bascular vertical das linhas intermédia e defensiva, originando deste
modo que as mesmas se encontrem muito juntas. Quando a estrutura adversária, pressiona e
inviabiliza/condiciona a 1ª fase de construção, é função do atleta da posição n.º6, recuar no
terreno, posicionando-se entre os atletas 3 e 4, permitindo que estes se posicionem
promovendo o campo largo e, paralelamente que ambos os alas se projetem em simultâneo.
Em posse, voltado de costas para a baliza adversária e sob pressão, realiza sempre que possível
passe na “figura” de um dos laterais. Em posse e sob pressão, realiza de imediato um passe
longo, com trajetória aérea na direção do corredor lateral mais próximo do centro do jogo.
Serve como pivô de toda a manobra ofensiva, como tal, sempre que em posse circula a bola
com recurso ao mínimo de toques possíveis. Quando a bola se encontra em trajetória aérea na
direção de uma das defesas, é função do atleta da posição n.º 6, realizar rápida aproximação
ao centro do jogo. Quando em posse, o atleta da posição n.º 6, não solicita um colega da linha
intermédia, quando este se encontra pressionado e voltado de costas para a baliza adversária.
Quando em posse, o atleta da posição n.º 6, nunca solicita através de um passe lateral um
colega de equipa, colega esse que se encontre numa posição paralela à sua. Em processo
ofensivo, o médio da posição n.º 6, nunca se posiciona à frente das alas. Assim sendo, é uma
posição que promove sempre e só, equilíbrios e linhas de passe na zona intermédia do campo.
Defensivos: Sempre que o adversário em posse, se encontre voltado de costas para a nossa
baliza, ou realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição
(n.º 6) em uníssono com os seus colegas de sector, “subir” rapidamente a linha intermédia, em
direção ao centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo adversário ficar
em posse. É função do atleta da posição (n.º 6), sempre que durante um confronto direto, o
adversário em posse consiga ultrapassar a sua oposição e, a equipa se encontre
momentaneamente instabilizada, recorrer à falta para parar o processo ofensivo adversário.
Nunca em momento algum, quando um opositor direto se encontrar em posse, o atleta da
posição (n.º 6) vira as costas à bola. Em processo defensivo, o atleta da posição (n.º 6),
sempre que intervém direta ou indiretamente no jogo, fá-lo de forma agressiva e concentrada.
Em processo defensivo sempre que possível e, no caso de não se encontrar diretamente
envolvido no processo em questão, o atleta da posição (n.º 6) tenta permanentemente cortar
linhas de passe, promover ações de dois contra um e, dificultar a progressão do jogo
adversário. O recurso à falta sempre que a equipa se encontre organizada durante o processo
defensivo, não deve ocorrer. Mormente em situações onde o opositor direto, em posse, se
encontre voltado de costas para a nossa baliza. O atleta da posição n.º 6, a partir do momento
em que o processo ofensivo adversário se desenvolve no seu meio campo ofensivo, posiciona-
se sempre próximo do centro do jogo. Em processo defensivo, o atleta da posição n.º 6,
preferencialmente posiciona-se no corredor central. Sempre que o adversário consegue
dinamizar um flanco, dinamização essa que pressupõe um cruzamento, o atleta da posição n.º
6 desloca-se para o interior da área, ocupando o espaço existente entre o central e o lateral
mais distante do centro do jogo. Em processo defensivo, o atleta da posição n.º 6 nunca
permite que uma defesa ou médio adversário se posicione atrás de si. Deste modo, o atleta da
posição n.º 6 consegue durante toda a ação defensiva, observar as movimentações de todos os
médios e defesas adversários. O atleta da posição n.º 6, só pontualmente e quando um
adversário se posicione no seu espaço de intervenção é que realiza ações de “marcação”. De
resto, o atleta da posição n.º 6 defende sempre “livre” de forma a conferir superioridade
numérica à defesa. O atleta da posição n.º 6, quando em processo defensivo, visualiza o
posicionamento dos atletas das posições mais avançados e, mantém sempre uma distância
relativamente à linha perpendicular a partir da posição destes, a distância máxima de 6 metros.

Posição (n.º 8 e 10)


Ofensivos: Em processo ofensivo, sempre que um dos médios interiores (n.º 10 / n.º 8),
consiga dinamizar um flanco, dinamização essa que pressuponha um cruzamento a partir de
fora da área, o mesmo é dirigida à 1ª ou 2ª linha ofensiva. Sempre que em posse os nossos
quatro defesas circulem a bola entre si, o médio interior (mais próximo do centro do jogo)
deve, realizar uma desmarcação de rutura, para uma posição nas “costas” dos atletas que
formam a linha intermédia adversária. Essa desmarcação é realizada no corredor central. O
médio interior deve, caso se encontre mais distante do centro do jogo (a bola situa-se em

48
posse do lateral ou central mais distante de si), realizar uma desmarcação de aproximação,
deslocando-se para uma posição intermédia entre a sua posição inicial e a posição inicial do
atleta da posição n.º 6, formando juntamente com estes uma linha paralela na zona intermédia.
Em processo ofensivo, o médio interior, mais próximo do centro o jogo intervém diretamente na
ação ofensiva. Deste modo o atleta em questão movimenta-se conferindo dinâmica ao jogo
coletivo ofensivo, no corredor central e também no corredor lateral mais próximo da sua
posição inicial. Em processo ofensivo (bola situado no terço defensivo ou intermédio), o médio
interior que se encontra momentaneamente mais distante do centro do jogo, não intervindo
diretamente na ação ofensiva, bascúla de imediato para o corredor central, posicionando-se
paralelamente ao atleta da posição n.º 6, numa ação de cobertura ofensiva. Em processo
ofensivo (bola situado no terço ofensivo, pressupondo cruzamento para a área), o médio
interior que se encontra momentaneamente mais distante do centro do jogo, não intervindo,
portanto, diretamente na ação ofensiva, desloca-se para zonas de finalização. Em processo
ofensivo, caso se verifique uma possível ação de finalização após cruzamento, é função dos
médios interiores que integram a Acão, posicionarem-se do seguinte modo: médio mais
próximo do centro do jogo e que realiza passe para cruzamento, ocupa marca do penalty.
Médio mais distante do centro do jogo posiciona-se na entrada da área. Quando em posse e
sob pressão, o médio interior tenta se possível solicitar um dos três avançados, situados: um no
corredor central e os outros nos corredores laterais. Quando em posse sob pressão e, voltado
de costas para a baliza adversária, o médio interior preferencialmente solicita o lateral mais
próximo do centro do jogo na “figura”. Um passe para um atleta recuado no corredor central,
só sucede caso o mesmo se constitua como um canal de passe efetivamente seguro. Quando o
médio interior, se encontra próximo do centro do jogo, em virtude de a posse se encontrar no
lateral, então, ocorre aproximação ao portador para receber. No entanto, caso essa solicitação
não ocorra, a desmarcação para as “costas” do médio adversário situado na zona, tem de
ocorrer e no corredor central. O passe lateral entre os médios interiores, só sucede caso o canal
de passe seja uma realidade totalmente segura. O médio interior em posse, no terço ofensivo,
nomeadamente no corredor central e sem adversário posicionado à sua frente tem total
liberdade para rematar à baliza adversária. Sempre que em posse no terço ofensivo, o médio
interior deve tentar acelerar o jogo da sua equipa, quer através de combinações simples,
diretas e indiretas em progressão ou, recorrendo à condução da bola a alta velocidade e em
direção à baliza adversária se possível. Durante o desenvolvimento da ação ofensiva, ambos os
interiores em simultâneo, podem bascular verticalmente e surgir no terço ofensivo para
finalizarem. Quando em ataque posicional, a bola se encontre no meio campo ofensivo e sobre
o corredor central, é função do médio interior mais próximo do centro do jogo, após
desmarcação de aproximação do avançado, realizar desmarcação de rutura no corredor central,
aproveitando o espaço nas costas da defesa. Em processo ofensivo organizado, aquando dos
movimentos interiores dos avançados laterais, os defesas laterais conferem profundidade nos

49
corredores laterais, enquanto os médios interiores conferem a profundidade no corredor
central.
Defensivos: Sempre que o adversário em posse, se encontre voltado de costas para a nossa
baliza, ou realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição
(n.º 10/8) em uníssono com os seus colegas de sector, “subir” rapidamente a linha intermédia,
em direção ao centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo adversário
ficar em posse. Os atletas da posição (n.º 10 e n.º 8), em processo defensivo, deslocam-se
somente nos corredores: central e direito (atleta da posição n.º 8) e, nos corredores central e
esquerdo (atleta da posição n.º 10). Sempre que um lateral adversário progride em posse, o
médio interior mais próximo do centro do jogo, desloca-se para este e, realiza-lhe oposição pela
frente, tentando conquistar-lhe a posse ou simplesmente obrigá-lo a parar a sua progressão.
Durante a ação defensiva e caso a mesma se processe de modo organizado, os atletas das
posições (n.º 7 e n.º 8), posicionam-se numa linha paralela relativamente aos seus colegas
posicionados nos corredores laterais (atleta da posição n.º 7/11), mas nunca a mais de 15
metros entre ambos. Os atletas das posições (n.º 10/8) formam, juntamente com os seus
colegas de sector (n.º6), um triângulo equidistante com não mais de 15 metros de distância
entre si. Sempre que, durante o processo defensivo o centro do jogo se situe sobre um dos
corredores laterais e, o mesmo obrigue ao disposicionamento momentâneo do atleta da posição
n.º 6, é da responsabilidade do médio interior mais distante do centro do jogo, bascular
horizontalmente até à posição inicial ocupada pelo atleta da posição n.º 6. Sempre que durante
o processo defensivo, um médio interior que esteja diretamente envolvido num duelo, seja
ultrapassado pelo opositor em posse e, esse facto pressuponha a instabilidade defensiva da
equipa, é dever do atleta em questão fazer parar de qualquer forma (falta incluída) o ataque
adversário. No terço defensivo e, quando o adversário em posse se situa no corredor lateral, é
função do médio interior mais próximo do centro do jogo, posicionar-se nas proximidades do
lateral correspondente, com a finalidade de anular a ação adversária juntamente com o
avançado lateral mais próximo do centro do jogo (n.º 7/11). No momento da perca da posse e,
caso a estrutura não tenha possibilidade de a recuperar, recua de modo estratégico e dispõem-
se organizada. Nesta perspetiva, os atletas das posições (n.º 10 e n.º 8), situam-se
sensivelmente na linha de meio campo, um ocupando o “centro direita” (n.º 8) e o seu colega,
ocupando o “centro esquerda” (n.º 10). Em processo defensivo, caso um adversário situado na
zona de um dos atletas das posições (n.º 10 e n.º 8), avance no terreno de jogo, é função do
jogador em causa, não permitir ao seu adversário, posicionar-se entre si e a baliza que é
pertença da sua equipa. Em processo defensivo, caso um adversário situado na zona de um dos
atletas das posições (n.º10 e n.º8), progrida no terreno e se posicione dentro da área, é função
do atleta em causa, acompanhá-lo e mover-lhe uma marcação individual, nunca permitindo ao
opositor posicionar-se livre de marcação dentro da grande área, “pertença” da nossa estrutura.
Em processo defensivo, caso a nossa estrutura se encontre organizada, é obrigação do médio
interior realizar pressão ao lateral no momento em que este é solicitado, obrigando a que o

50
mesmo não consiga definir a sua ação seguinte com critério. Em processo defensivo, caso a
nossa estrutura se encontre organizada e ocorra solicitação ao extremo adversário no nosso
meio campo ofensivo, é função do médio interior mais próximo do adversário solicitado, mover-
lhe aproximação e consequente pressão, colocando-se sempre entre a nossa baliza e o
adversário em posse. Caso ocorra dinamização de um corredor lateral a qual pressuponha
cruzamento, é função do médio interior mais próximo do centro do jogo, posicionar-se dentro
da área (num espaço entre os vértices da área de baliza e da grande área), evitando deste
modo que o cruzamento atrasado possa chegar a um adversário, situado à entrada da área.
Aquando da realização da pressão “alta” (constringir a 1ª fase de construção adversária), o
médio interior do lado do avançado lateral que bloqueia o lateral opositor, elimina a linha de
passe conferida pelo pivô defensivo adversário. O seu colega de sector (médio do lado do
avançado lateral que divide o central e o lateral adversário), mantém posição junto ao seu
adversário, numa posição mais de contenção zonal.

Posição (n.º 7/11)


Ofensivos: em posse no terço ofensivo, nomeadamente no corredor central e, sem adversário
posicionado à sua frente, tem total liberdade para rematar à baliza adversária. Sempre que em
posse no terço ofensivo, o avançado lateral deve acelerar o jogo da sua equipa, quer através de
combinações simples, diretas e indiretas em progressão ou, recorrendo à condução da bola a
alta velocidade e em direção à baliza adversária ou à linha de fundo. Em processo ofensivo,
sempre que a dinamização de um flanco ocorra por parte do avançado lateral, dinamização
essa que pressuponha cruzamento, o mesmo deve ser dirigido à zona desprotegida (1ª e/ou 2
linha de finalização). Sempre que a posse se encontre num dos dois defesas (3 e 4), é função
dos atletas, manter-se bem encostado à linha lateral de modo a garantir o “campo largo”.
Sempre que o avançado lateral realize passe para o corredor lateral, passe esse que
pressuponha um cruzamento, é seu dever surgir na entrada da área, a fim de finalizar uma
possível 2ª bola ou, evitar a transição ofensiva adversária. Sempre que ocorra um cruzamento
proveniente do corredor lateral (oposto), o avançado lateral mais distante do centro do jogo,
posiciona-se dentro da área ocupando uma das três posições para finalização. Os atletas
quando em posse e voltado de costas para a baliza adversária, somente realiza passe atrasado
na direção dos colegas, quando estão reunidas todas as condições de êxito (bola bem
dominada; ausência de adversário entre passador e recetor, certeza no passe, etc. …). O atleta
da posição, sempre que um avançado (posição 9) realize uma desmarcação de aproximação ao
centro do jogo, desocupando momentaneamente a sua posição, pode aproveitar para através
de uma desmarcação de rutura, ocupar o espaço em questão. Os atletas deslocam-se

51
preferencialmente no corredor lateral. No entanto, por vezes, se o instabilizar da organização
defensiva adversária o justificar, pode deslocar-se ao corredor central a fim de criar
desequilíbrios (ataque organizado). Nas zonas de finalização, surgem sempre que possível três
jogadores que ocupam: um o primeiro poste, outro a marca do penalty e recuado relativamente
ao primeiro e, um terceiro elemento, atrás da zona do 2º poste. Os três jogadores, adotam um
posicionamento em triângulo, dificultando desse modo a oposição dos adversários.
Defensivos: sempre que se verifique uma organização defensiva consistente por parte da
equipa, é função do atleta da posição n.º 7/11, durante a primeira fase do processo de
construção do adversário posicionar-se recuando e próximo do médio interior, mas adotando
uma postura de preparação para caso o lateral adversário seja solicitado, pressioná-lo, não o
deixando tomar decisões após dominar a bola.
Sempre que, o processo ofensivo adversário chega e, se desenvolve no terço intermédio do
campo, o atleta da posição n.º 7/11, recua no terreno de jogo, posicionando-se lado a lado com
os atletas das posições (n.º 10 e n.º 8) distando destes sensivelmente 8 a 10 metros. No
momento em que o processo ofensivo adversário, é direcionado para um dos corredores
laterais, é função do atleta da posição n.º 10 deslocar-se para junto do centro do jogo, afim de:
promover superioridade numérica; “conquista” da posse e/ou iniciar o processo de transição
defesa/ataque. Em processo defensivo, o atleta da posição n.º 7/11, desloca-se
preferencialmente no corredor lateral, mas sempre que se justifique (centro do jogo estar
situado no corredor lateral oposto), bascúla até ao corredor central (linha do interior). Sempre
que em processo defensivo se encontre disposicionado, deve rapidamente ser “substituído” por
um dos avançados (centro ou lateral oposto) na sua ação defensiva e, momentaneamente,
desempenhar as funções defensivas que estavam destinadas ao avançado em questão. Em
processo defensivo, sempre que se encontre posicionado, nunca permite que os centrais e
laterais da equipa adversária, se desloquem para espaços situados atrás de si (nas suas
costas). Sempre que após a disputa de um duelo individual, o atleta da posição n.º 7/11, seja
superado e esse facto origine a instabilidade da organização defensiva, é dever do atleta da
posição em questão, parar o processo ofensivo do adversário, nem que para tal tenha que
recorrer à falta. Sempre que o processo ofensivo adversário, se encontra no último terço
(ataque), o atleta da posição n.º 7/11, situa-se dentro do meio campo defensivo da sua equipa,
no corredor lateral, formando uma linha de quatro unidades com os seus colegas das posições
n.º 8 e 10. Quando um corredor lateral é dinamizado, é função do atleta da posição 7/11,
adotar o seguinte posicionamento: A) caso esteja no corredor do centro do jogo, auxiliar o
lateral tentando promover uma situação de superioridade numérica; B) Caso esteja no corredor
oposto ao centro do jogo, posicionar-se na entrada da área, no corredor central, evitando deste
modo que o adversário possa beneficiar de um ressalto ou de uma segunda jogada. Sempre
que posicionado defensivamente, os atletas em questão, adotam posicionamento que obrigue o
adversário aquando da manutenção e circulação da posse, o façam sempre recorrendo a passes
laterais e/ou recuados.

52
Posição (n.º 9)
Ofensivos: o atleta que ocupa a posição (n.º 9) têm como zona de referência as diagonais da
área adversária (zona ótima de finalização). A partir daí, desenvolve as suas ações de carácter
ofensivo. O atleta da posição (n.º 9), aquando do processo ofensivo (bola no meio campo
defensivo), somente bascúla num espaço contíguo às diagonais da área, tentando desta forma,
criar uma linha de passe (o seu posicionamento é sempre do lado onde a bola se encontre). O
atleta da posição (n.º 9), aquando do processo ofensivo (bola no meio campo ofensivo),
bascúla num espaço contíguo às diagonais da área, podendo amiúde realizar aproximação ao
centro do jogo tentando desta forma, criar uma linha de passe (o seu posicionamento é sempre
do lado onde a bola se encontre). Após ter realizado um deslocamento com aproximação ao
centro do jogo (situado no corredor lateral), deslocamento esse que no entanto não lhe
permitiu ser solicitado, o atleta em questão, deve alterar o sentido do seu deslocamento e,
através de uma desmarcação de rutura, desmarcar-se para o espaço oposto onde a bola se
encontra (centro do jogo no terço ofensivo). Após ter realizado um deslocamento com
aproximação ao centro do jogo (situado no corredor central) deslocamento esse que no entanto
não lhe permitiu ser solicitado, o atleta em questão, deve alterar o sentido do seu
deslocamento e, através de uma desmarcação de rutura, ocupar o seu espaço inicialmente
ocupado, tentando desta forma, “ganhar” o espaço situado nas costas do seu adversário direto.
Sempre que ocorre um cruzamento, é função do atleta da posição n.º 9, surgir em zona de
finalização (1ª ou 2ª linha). No terço ofensivo e sob o corredor central, o atleta da posição (n.º
9), caso se encontre enquadrado com a baliza e sem pressão adversária, têm total liberdade
para rematar. Quando em posse, pressionado por um ou mais opositores e, de costas para a
baliza adversária deve, caso vislumbre um canal de passe, solicitar o colega desmarcado. Caso
contrário, a posse deve ser conservada até que surja um companheiro em apoio ou, que o
portador sofra uma falta de um adversário. Os passes realizados para os apoios recuados, são
sempre que possível realizados com máxima certeza e, precedidos por uma desmarcação de
rutura nunca perdendo o contacto visual com a bola. O atleta da posição n.º 9 constitui-se
como a principal referência ofensiva da equipa (ocupa espaço no corredor central). Durante o
processo ofensivo, é função sempre que possível do atleta (n.º 9), promover o jogo rápido,
através de poucos contactos com a bola e, condução da mesma a alta velocidade. Nas
proximidades da área adversária e, sempre que em posse, o atleta da posição (n.º 9), deve
tentar “acelerar” o jogo, promovendo ações de um contra um para o interior da área
adversária. Nas zonas de finalização, surgem sempre que possível três jogadores que ocupam:
um o primeiro poste, outro a marca do penalty e recuado relativamente ao primeiro e, um
terceiro elemento, na zona do segundo poste. Os três jogadores, adotam um posicionamento
em triângulo, dificultando desse modo a oposição dos adversários.
Defensivos: Aquando da reposição de bola pelo adversário no seu terço defensivo, o avançado
adota sempre que a equipa se encontra organizada, uma posição na linha do médio mais
defensivo adversário e, posicionado sobre um dos centrais (não o deixando receber). Durante o
processo defensivo organizado, tentam por um lado direcionar os adversários a desenvolver a
sua ação ofensiva pelos corredores laterais e, por outro, nunca permitem que as defesas
adversárias passem quando em posse, para espaços situados atrás de si (nas suas costas).
Sempre que um corredor lateral é dinamizado por um lateral opositor, é dever do avançado
central, realizar um deslocamento circular para junto do central adversário mais próximo do
centro do jogo, inviabilizando um passe atrasado para este. Quando o adversário se encontra
em posse no seu meio campo ofensivo, o atleta (n.º 9) dispõem-se da seguinte forma: bascúla,
ocupando o corredor onde a bola momentaneamente se encontre e, deste modo constitui-se
como uma linha de passe para a transição. Quando o adversário se encontra em posse no seu
terço ofensivo (último terço), o atleta da posição (n.º 9), posiciona-se junto à linha de meio
campo. Em virtude da dinâmica do jogo pressupor a mobilidade constante dos jogadores,
sempre que o atleta da posição (n.º 7/11), não se encontre momentaneamente posicionado no
terreno de jogo, por forma a poder desempenhar as suas missões defensivas, é da
responsabilidade do atleta da posição (n.º 9), realizar as funções deste, sendo substituído nas
suas pelos atletas das posições (n.º 7/11).

2.14. Esquemas táticos da seleção masculina S14……


“Mais de 40% das situações de finalização, e da criação das situações de finalização, têm por
base as soluções táticas a partir da bola parada”.
i) ofensivos……
No momento das atribuição das tarefas táticas específicas aos atacantes devemos
comtemplar o executante do esquema tático, os que partcipam na terminação do
esquema tático e os que participam nas medidas preventivas à realização dos
esquemas táticos.
Quanto aos princípios fundamentais de orientação para a concepção dos esquemas
táticos ofensivos estes devem assegurar os seguintes aspetos: criar um “cenário”
convincente; ocupar rapidamente o dispositivo fixo da equipa; Atender ao
poscionamnento dos atacantes e dos defesas; utilizar diferentes procedimentos
tático/técnicos; variar o esquema tático a partir de uma forma básica eficaz; simular
situações de “conflito”.
a) Lançamentos da linha lateral…….

54
A execução dos lançamentos de linha lateral foram consubstanciados em seis aspectos
importantes: executá-lo rapidamente; executá-lo para um companheiro sem marcação
“não devemos ter muitos atletas envolvidos na ação” ; executá-lo em direção à baliza
adversária “evitando a possibilidade de uma transição ofensiva da equipa adversária na
eventualidade da nossa equipa perder a posse de bola”; executá-lo de forma que o
companheiro possa recepcionar a bola facilmente; executá-lo criando um espaço
suficiente; executando o lançamento, o jogador deverá entrar rapidamente no jogo.

b) Livres diretos ou indiretos…….


Existem cinco fatores importantes na marcação dos livres: comprrender que ação
técnica é mais eficiiente; jogar a bola simples e direta; jogar a bola com precisão;
dterminação por parte dos atacantes em pressionar os defesas contrarios e observar
atentamente os jogadores adversários que não estão na barreira
b 1) Livres diretos fora da zona ofensiva (3/3 da zona do campo)…….
Por norma existe uma possibilidade remota de conseguir golo através de uma
execução direta, assim, logo que o livre é apitado pelo árbitro, procuraramos em sair a
jogar com a envolvência de dois atletas e observando a posibilidade de mudar o
ângulo de ataque e o sentido de jogo.
b 2) Livres diretos dentro da zona ofensiva (1/3, 2/3 da zona do campo)…….
A marcação dos livres teve em consideração a zona do campo, em que se adoptou o
princípio de pé dominante e não dominante (fig. 12), às movimentações pre-
determinadas de modo a supreeendermos os nossos adversários e à forma como o
adversário defende, isto é, se opta por uma marcação à zona, individual ou mista. Por
conseguinte, o executante deverá observar corretamente, decidindo em conformidade
o tipo de trajetória aérea ou rasa, bola tensa ou não, para o interior da pequena ou
grande área. Normalmente dirigemos 5 jogadores para a área alvo, um deles será
responsável pelo bloqueio ao primeiro adversário defensivo dentro da área e os
restantes defininem entre eles a zona de ataque, que normalmente são quatro (1º e 2º
poste), zona central da pequena área e outro na zona do penalty. Estas
movimentações são procedidas de bloqueios confundido a ação defesiva do advesário.

Zona 1 e 2 - Pé não dominante

Zona 3 e 4 - Pé não / ou dominante

Zona 5 e 6 - Pé dominante

Zona 7 e 8 - Pé não dominante 55

Zona 9 - Pé não / ou dominante


3
5 1

9
2
8

6
4 2

Fig. 12 – Zonas do campo

c) Cantos curtos e longos…….


O pontapé de canto apesar não ser considerdao tão importante como os livres, não
podemos descurar esta possibilidade de concretização do golo
c 1) Cantos curtos…….
Os cantos curtos foram utilizados quando o adversário optou por uma defesa zonal, em
que através das situações de 2X1, 3X2 pretendeu-se criar superioridade númerica
nessa aréa de terreno e simultâneamente desorganizar a defesa de modo a permitir a
penetração dos nossos jogadores em zonas perto da baliza.

c 2) Cantos longos…….
Na marcação destes cantos adptamos o princípio de pé dominante e não dominante,
em que o executante observa as movimentações dos 6 jogadores que se encontram na
área alvo, em que um deles será responsável pelo bloqueio ao primeiro adversário
defensivo, outro será responsável pela simulação da marcação de um canto curto e os
restantes defininem entre eles a zona de ataque, que normalmente são quatro: 1º, 2º
poste, zona central da pequena área e outro na zona do penalty. Se o adversário
defender através de uma marcação individual/mista procuraramos realizar bloqueios
ofensivos para permitir o cabeceamento dos nossos melhores atletas. Fora da área
posicionam-se 3 atletas em forma de triângulo invertido (1:2), isto se o adversário
defender como todos os elementos dentyro da área. Se o adversário “deixar” homens
no ataque o nosso poscionamneto será de 2:2 e/ou 3:1 conforme a situação.

i) defensivos……
“Evitar cometer infrações às leis do jogo, especialmente na zona defensiva”
a) Lançamentos da linha lateral…….

56
Nos lançamentos devemos odotar uma
atitude e uma marcação agressiva aos atacantes evolvendo todos os nossos jogadores
de modo a obrigar o adversário a realizar o lançamento no sentido contrário da nossa
baliza e simultaneamente evitar que os atletas adversários mais próximas da nossa
baliza consigam rececionar a bola.
b) Livres diretos ou indiretos…….
Os princípios fundamentais para a concepção e organização dos livres defensivos, são
operacionalizados em função da zona do campo.
b 1) No meio-campo adversário…….
Como já referimos os atacantes procuraram repor rapidamente a bola em jogo, por
conseguinte devemos procurar bloquear a trajetória direta da bola em direção à nossa
baliza colocando imediatamente um jogador entre a bola e a baliza, obrigar o
adversário a executar uma ação tático/técnica mais complexa, de modo, a dificultar a
recepção da bola, e simultaneamente temporizar o ataque adversário, ganhando
tempo que deve ser utilizado na marcação dos atacantes posicionados em
profundidade e nos espaços vitais de jogo.
b 2) Na zona defensiva…….
Sempre que acontece um livre direto ou indireto nas proximidades da nossa baliza, os
nossos atletas deverão procuarar serem rápidos na formação da barreira, coordenada
pelo Guarda Redes ao nível do posicionamento (distância da bola em relação à baliza;
ângulo) e altura e número de jogadores.

57
No livre direto, uma das preocupações é
proteger o guarda-redes de uma possível 2ª bola. Nos livres indiretos, o nosso
posicionamneto é muito semelhante ao poscionamento nos pontapés de canto.

c) Pontapés de canto…….

Estes obedecem aos seguintes


pressupostos: i) posicionar um defesa à frente da trajetória da bola; ii) O guarda-redes
assume preferencialmente o meio da baliza e o 2º poste; iii) O primeiro poste requer
um atenção especial pela colocação de um atleta perto do poste e da linha do golo,
dois defesas em que um destes assume um posicionamento à frente do companheiro
e, o outro ao lado deste, reforçando a defesa deste espaço vital. iii) A defesa do resto
da área optamos por uma marcação zonal e/ou marcação individual.

3. Processo de treino
O planeamento das seleções foi baseado na ideia de um futuro a atingir através de
uma sistematização dos conteúdos, de modo a garantir evoluções quantitativas e
qualitativas do perfil de rendimento dos jogadores e das respetivas seleções nos
torneios interassociações organizados pela Federação Portuguesa de Futebol.
3.1. Periodização do treino da seleção feminina S16….
O conceito de periodização está inerente à planificação anual, que consiste na
distribuição das componentes do treino em meses, semanas, dias e sessões de treino,

58
desejado a melhoria do rendimento “forma desportiva” em treino e na competição.
O desenvolvimento dos atletas em contexto de equipa a longo prazo obrigou-nos ao
desenvolvimento de um modelo de periodização adaptado à característica do
calendário competitivo e às exigências fisiológicas da competição.

i) Modelo de periodização……
Para esta seleção optamos por um modelo de periodização pendular (Arosiev, 1971),
em que divide o processo anual em dois ciclos trimestrais, e que consiste na
alternância sistemática entre as cargas de treino especiais e de competição, isto é, à
medida que nós aproximávamos dos torneios interassociações aumentamos os
estímulos “cargas” de competição e diminuímos os estímulos relacionados com as
“cargas” especiais (quadro 3).
Relação entre Volume de
Modelo de Dinâmica das cargas
Seleções Etapas de treino treinos e treino / Periodização
periodização (intensidade/volume)
competição horas

1 ou 2 x
Formação pré-
Sub 16 semana
especializada e 80:20 Arosiev Pendular 70:30
90’ e/ou
especializada
180’

Quadro 3 – Modelo de periodização


ii) Fases do planeamento do treino……
O carácter fásico da adaptação do organismo dos futebolistas ao processo de treino
desportivo e a sua relação com as fases de aquisição, estabilização e perda temporária
da forma desportiva, requer uma estruturação sistemática tendo em conta as
seguintes unidades lógicas de programação: i) período anual de treino “ macrociclo”;
período de treinos médios “mescociclos”; período de treinos pequenos “microciclos”;
sessões de treino; exercícios de treino (fig. 7)

59
Macrociclo

mesociclo

microciclo

sessões de
treino

exercício
de treino

Fig. 7 – Fases do planeamento do treino

a) Macrociclo……
A estruturação do macrociclo foi baseado nos objetivos específicos e no calendário
competitivo desportivo, tendo sido norteado por um princípio metodológico de
aumento progressivo da carga de treino desde a aquisição à manutenção da forma
desportiva de modo a atingir um perfil de rendimento (quadro 4) que permita alcançar
bons resultados.

a 1) Perfil de rendimento……
Perfil de rendimento

Máximo

Submáximo
Meses Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril
Macrociclo 1ª Ciclo trimestral 2ª Ciclo trimestral

Competição Torneio Torneio


interassociações interassociações
Quadro 4 – Perfil de rendimento

a 2) Dinâmica das cargas……


A orientação das cargas foi num sentido da especificidade do calendário competitivo,
que se caracterizou pelo aumento progressivo da intensidade e pela diminuição
progressiva do volume, através da redução do número de treinos do primeiro para o
segundo ciclo (quadro 5).

60
Dinâmica das cargas: Intensidade / Volume

Int. Máximo
Submá
Vol ximo

Meses Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Março Abril


Macrociclo 1ª Ciclo trimestral 2ª Ciclo trimestral
Torneio
Competição Torneio
interassociações
interassociações
Quadro 5 - Dinâmica das cargas: Intensidade / Volume

b) Mesociclo……
A orientação do processo de treino foi estruturada e organizada por mesociclos de
preparação e de competição (quadro 6). O mesociclo de preparação teve como
objetivo o aumento do potencial dos atletas/equipa, tendo sido dividido em: i)
mesociclo de base geral (MBG), em que se deu prioridade ao aperfeiçoamento e
desenvolvimento do trabalho tático/técnico e ao desenvolvimento integrado das
condicionantes físicas (resistência aeróbia); ii) mesociclo de base específico (MBE)
em que foi caracterizado por um processo de treino máximo de acumulação de fadiga,
predominando o desenvolvimento do trabalho tático/técnico e ao desenvolvimento
integrado da resistência anaeróbia e mista (aeróbio/anaeróbio), resistência da força e
da potência.
O mesociclo de competição (MC) teve como objetivo o aperfeiçoamento dos
procedimentos até ao mais alto nível de eficiência e eficácia do modelo de jogo, dos
comportamentos tático/técnicos gerais e específicos, dos sistemas de jogo, e dos
esquemas táticos e das qualidades físicas ao nível da velocidade de execução técnica e
de raciocínio tático aproximando as atletas ao enquadramento competitivo.

Perfil de rendimento

Máximo

Submáximo
Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril
Macrociclo 1ª Ciclo trimestral 2ª Ciclo trimestral

Mesociclo Preparação Preparação Competição Competição Preparação Competição

61
Características MBE MBE MBE
MC MC MC
do mesociclo MBG MBG MBG

Quadro 6 – Características dos mesociclos


c) Microciclo……
As orientações metodológicas dos microciclos foram num sentido de aperfeiçoamento e
desenvolvimento dos comportamentos tático/técnicos, físicos e psicológicos com base
na periodização adotada. Ao longo do macrociclo foram preconizados os microciclos: i)
Graduais “são caracterizados pelo seu fraco nível de exigência, tendo por objetivo a
preparação do organismo para um trabalho intenso; ii) Choque “São caracterizados
pela elevada carga (intensidade/volume), tendo como objetivo estimular e aprofundas
as adaptações específicas “comportamentos tático/técnicos”; iii) Aproximação “Estes
microciclos procuram reproduzir as situações específicas da competição ou a resolução
de um problema observado em situação competitiva “o jogo norteia os conteúdos de
treino”; iv) Recuperação “Estes microciclos são utilizados no final de uma série de
microciclos de choque ou no final de um período de competição. Pretendem assegurar
os processos de recuperação “regeneração ativa” diminuindo o volume e a intensidade
de treino. O quadro 7 apresenta-nos o que nós achamos ser recomendáveis para se
atingir níveis altos de rendimento.

Perfil de rendimento

Máxi
mo

Subm
áximo
Novembro

Dezembro

Fevereiro
Outubro

Janeiro
Meses

Março

Abril

Macro
1ª Ciclo semestral 2ª Ciclo semestral
ciclo
Mesoc
Preparação Preparação Competição Competição Preparação Competição
iclo
Caract
MBE MBE MBE
erístic MC MC MC
MBG MBG MBG
as do

62
mesoc
iclo
Classif

Recuperação

Recuperação
Aproximação
Aproximação
Aproximação
Recuperação

Recuperação
Aproximação
Aproximação
Aproximação
Recuperação
Recuperação
icaçõe
Graduais
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque

Choque
Choque
Choque

Choque
Choque
Choque
s do
micro
ciclo
Quadro 7 – Classificação dos microciclos

d) Sessões de treino……
“Imitar não é a forma eficaz para responder às situações de caracter complexo”
Esta foi composta por quatro partes fundamentais: i) parte introdutória, sendo a fase
dos cumprimentos e saudação aos praticantes, fortalecendo os laços afetivos entre a
equipa técnica, médica e atletas. De seguida, a equipa técnica explicava de forma
breve os objetivos da sessão de treino, os detalhes de como esses objetivos podem ser
atingidos, aproveitava-se para aumentar os níveis de motivação e vontade dos atletas
e por último organizar o grupo para iniciar a sessão de treino; ii) parte preparatória,
que representou entre 15 a 20 % da duração total do treino (entre 20 a 30 minutos), e
teve como objetivo preparar os sistemas funcionais dos atletas para a parte seguinte
do treino; iii) parte principal, que representou entre 60 a 80 minutos da duração do
treino (entre 50% a 70% da totalidade da sessão de treino); iv) parte final que
representou entre 10 a 20% da duração do treino, entre a 10 e 15 minutos, e teve
como objetivo a iniciação do processo de recuperação.
No que concerne às estratégias demos preferência aos exercícios que continham os
ingredientes fundamentais do jogo (a bola, a oposição, a cooperação, a escolha e a
finalização), de modo a não se desvirtuar a natureza fundamental do mesmo.
Relativamente aos métodos de treino incidimos no método específico de preparação
geral (MEPG), que se caracteriza pela utilização da bola sem finalização, centrando-se
na relação jogador/bola, através de exercícios de aperfeiçoamento técnico,
manutenção da posse de bola, organização em circuito e lúdico/recreativos e no
método específico de preparação (MEP), que visava a preparação dos jogadores,
através de exercícios finalização, meta especializados, exercícios padronizados sem
oposição, exercícios setoriais e intersectoriais, exercícios de desenvolvimento dos
esquemas táticos, e por último, exercícios competitivos (Quadro 8).

63
Sessões de treino
Orientação
Fator de Amplitude das
dos
treino componentes Temática
conteúdos Estrutura exercício
predominante estruturas fundamental
dos
no conteúdo (volume/intensidade)
exercícios
Método de
preparação
geral (MPG)
Método Forma fundamental
Conhecimento
Físicos específico de (fase I, II, III)
Desenvolvimento Aprendizagem
Técnico Complexas preparação Forma
Manutenção Repetição
Táticos geral complementar
Recuperação Controlo
Mistos (MEPG), (separado/integrad
Mistos
Método o)
específico de
preparação
(MEP)
Quadro 8 – Características das sessões de treino

Ao nível da manipulação da mente introduzimos noções de responsabilidade,


nomeadamente a nível da assiduidade e do cumprimento dos horários. À medida que
aproximaram as competições intensificamos a preparação psicológica, ao nível da
resiliência, motivação, coesão social e na tarefa, controlo emocional, ao nível da
ansiedade pré-competitiva e competitiva, melhoria dos níveis de concentração e foco
atencional e controlo dos níveis de frustração.
i) Frequência de treino
A frequência de treino semanal foi de 1e/ou 2 treinos totalizando uma frequência anual
de 25 treinos, subdivido em 10 treinos no primeiro ciclo trimestral e 15 treinos no
segundo ciclo trimestral. O quadro 9 apresenta-nos o que pensamos ser o
recomendado ao nível da frequência de treinos anual.

Frequência dos treinos


Meses Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril
4
4
Estágio
Microciclo 5 4 Estágio 4 3
Pascoa
Natal

64
Frequência 1 x por 2 x por 1 x por 1 x por 1 x por 1 x por 1 x por
dos treinos semana semana semana semana semana semana semana
Nº de
5 4 5 1 3 6 3
treinos
Torneio
Torneio
Competição interassociaç interassociaç
ões ões

Quadro 9 – Frequência dos treinos

Os exercícios de treino “núcleo do processo de formação desportiva” que foram


seleccionados para cada unidade de treino durante a época desportiva obedeceram ao
seguinte padrão.
Padrão 1
Dominante: Organização ofensiva/transição defensiva; Organização defensiva/transição
ofensiva; Princípios de jogo
Regime: Aeróbio / Anaeróbio aláctico / láctico
Métodos Objetivos: conteúdos
MEPG: Exercícios de Passe /receção, condução Técnico: Aperfeiçoamento técnico “relação com a
e drible. bola” Tático: Articulação inter/intra sectorial, missões
MEPG: Exercícios de coordenação geral e táticas e rotinas ofensivas.
específica, velocidade de reação e deslocamento Global: Organização ofensiva/transição defensiva;
com bola. Organização defensiva/transição ofensiva.
MEPG: Exercícios de posse de bola – Jogos Condicional: Força resistente; resistência intermitente
reduzidos de alta intensidade, velocidade de deslocamento e
MEP: Exercícios com GR – 3+(1)X(1)+3; execução; coordenação específica e /ou potência
4+(1)X(1)+4; 5X5; 4+(2)X(2)+4; Missões muscular; agilidade; velocidade resistente.
táticas (DL; DC; MD/MO; PL/Ext); e/ou Complementar: Reforço do sistema músculo-
GR+5X6+GR. esquelético; prevenção de lesões; reeducação postural;
MPG: Alongamentos / reforço muscular dos atividade propriocetiva.
membros superiores; Exercícios de coordenação
geral e específica, velocidade de reação e
deslocamento sem bola

Padrão 2
Dominante: Princípios de jogo; Modelo de jogo, sistemas de jogo
Regime: Aeróbio / Anaeróbio aláctico / láctico
Métodos Objetivos: conteúdos
MEPG: Exercícios de Passe /receção, condução Técnico: Aperfeiçoamento técnico “relação com a
e drible; bola”.
MEP: Jogos táticos (GR+0:3:1; GR+2:3:0; Tático: Princípios de jogo ofensivos e defensivos;
GR+1:3:1) e/ou Exercícios de GR+6X6+GR circulações táticas.
MPG: Alongamentos / reforço muscular dos Global: Modelo de jogo “Sistemas de jogo” – Métodos
membros superiores de jogo ofensivos e defensivos; treino competição
interna ou externa.
Condicional: Resistência intermitente
(aeróbia/anaeróbia).
Complementar: Reforço do sistema músculo-
esquelético.

65
Padrão 3
Dominante: Técnica individual; circulações táticas; Modelo de jogo, finalização, Esquemas
táticos
Regime: Aeróbio / Anaeróbio aláctico
Métodos Objetivos: conteúdos
MPG: Exercícios de coordenação, velocidade de Técnico: Aperfeiçoamento técnico “relação com a
reação e deslocamento sem bola; bola”.
MEPG: Exercícios de Passe /receção, condução Tático: Coordenação inter e intrassectorial “cultura
e drible; Meinhos 5X1; 8X2; Exercícios de tática”, circulações táticas “rotinas de jogo”, esquemas
coordenação, velocidade de reação e táticos.
deslocamento com bola; Condicional: velocidade reação, deslocamento e
MEP: Exercícios de finalização (1X0+GR; execução, agilidade e coordenação.
2X0+GR; 3X0+GR); e/ou Exercícios para o Complementar: retorno à calma
treino setorial (Ataque X defesa + GR) -
6X3+GR; 6X4+GR; 4X5+GR; 5X6+GR;
Esquemas táticos
MPG: Alongamentos / reforço muscular dos
membros superiores

3.2. Modelo de periodização da seleção masculina S14……


“Aspeto particular da programação em que se relaciona com uma distribuição no tempo, de
forma regular, dos comportamentos táticos de jogo, individuais e coletivos, assim como, a
subjacente e progressiva adaptação do jogador e da equipa a nível técnico, físico, cognitivo e
psicológico” (Mourinho, J.)

i) Modelo de periodização……
Atendendo aos constrangimentos estruturais e específicos das seleções,
nomeadamente ao nível da frequência de treino semanal, à especificidade do
calendário competitivo, e à necessidade de formar uma equipa com jogadores dotados
de dimensões de natureza tático/técnica, física e psicológica que apresentem um
excelente perfil de rendimento nas competições, e ao facto de termos que articular o
nosso processo de treino com a multidisciplinaridade de processos que são utilizados
nos clubes, dificultou-nos a constituição do macrociclo e a escolha do modelo de
periodização. Face a estas dificuldades a nossa opção foi ao encontro do modelo
proposto por Tschine, consubstanciado por uma periodização de “alta” intensidade
especifica, onde foram utilizados preponderantemente exercícios especiais e de
competição, durante todo o processo anual, em que a preparação da equipa foi
alicerçada numa periodização tática em que as componentes tático/técnicas
individuais e coletivas, psicocognitivas, físicas e coordenativas estiveram em correlação
permanentemente com o modelo de jogo, tendo como finalidade a concretização da
premissa “jogar cada vez melhor” (quadro 10).

66
Relação entre Volume de
Etapas de Modelo de Dinâmica das cargas
Seleções treinos e treino / Periodização
treino periodização (intensidade/volume)
competição horas
Formação 70:30 1 ou 2 x
Sub 14 pré- ou semana 80:20
Tschine Tática
especializada 80:20 90’/180’

Quadro 10 – Modelo de periodização


ii) Fases do planeamento do treino……
“A visão do treinador deverá ser simultaneamente global e integradora de todos os elementos
que influenciam de forma preponderante o seu rendimento, através de um planeamento
sistemático e dinâmico”

a) Macrociclo……
Como já referimos a estruturação do macrociclo foi suportada por uma periodização
tática tendo como objetivo estabelecer uma dialética entre o desenvolvimento,
evolução e manutenção da forma desportiva de modo a atingir um perfil de
rendimento tático-físico integrado no modelo de jogo adotado. A época não foi dividida
em períodos, consideramos um só período que foi desde o primeiro dia até ao último
dia de trabalho em que a preparação da equipa foi num sentido da melhoria do nível
do jogo, dos jogadores e da equipa, respeitando o princípio da “especificidade”, em
consonância com a estrutura tático-estratégica e com os sistemas táticos idealizados
pelo gabinete técnico.
a 1) Perfil de rendimento……
Perfil de rendimento

Máximo

Sub-
máximo
Meses Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Macrociclo Período competitivo
Competição Torneio Interassociações Lopes da Silva

Quadro 11 – Perfil de rendimento


a 2) Dinâmica das cargas……
A orientação das cargas foi num sentido de especialização da modalidade, que se
caracterizou pelo aumento progressivo da intensidade ao longo da época e pela
manutenção e pontualmente pelo “aumento relativo” do volume nos meses de
dezembro e abril, coincidentes com as paragens dos campeonatos de juniores “C”
(quadro 12).

67
Dinâmica das cargas: Intensidade / Volume

Int. Máximo
Submáximo
Vol
Meses Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Macrociclo Período competitivo
Competições Torneio Interassociações Lopes da Silva

Quadro 12 – Dinâmica das cargas: Intensidade / Volume

a) Mesociclo……
A orientação do processo de treino foi estruturada e organizada por mesociclos de
preparação e de competição. O mesociclo de preparação teve como objetivo o
aumento do potencial dos atletas/equipa, tendo sido dividido em: i) mesociclo de
base geral (MBG), em que se deu prioridade ao aperfeiçoamento e desenvolvimento
do trabalho tático/técnico e ao desenvolvimento integrado das condicionantes físicas
(resistência aeróbia); ii) mesociclo de base específico (MBE) em que foi
caracterizado por um processo de treino máximo de acumulação de fadiga,
predominando o desenvolvimento do trabalho tático/técnico e ao desenvolvimento
integrado da resistência anaeróbia e mista (aeróbio/anaeróbio), resistência da força e
da potência.
O mesociclo de competição (MC) teve como objetivo o aperfeiçoamento dos
procedimentos até ao mais alto nível de eficiência e eficácia do modelo de jogo, dos
comportamentos tático/técnicos gerais e específicos, dos sistemas de jogo, e dos
esquemas táticos e das qualidades físicas ao nível da velocidade de execução técnica e
de raciocínio tático aproximando as atletas ao enquadramento competitivo (quadro
13).
Perfil de rendimento

Máximo

Submáximo
Nov. Dez. Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Macrociclo Período competitivo

Prep. Prep. Prep. Comp. Comp. Comp.


Mesociclo Prep. Prep. /Comp. /Comp.
/Comp.

68
MBE MBE
MBE
Características MBE MBE MC MC MC
MC
do mesociclo MBG MBG MC MC

Quadro 13 – Características dos mesociclos

b) Microciclo……
As orientações metodológicas dos microciclos foram num sentido de aperfeiçoamento e
desenvolvimento dos comportamentos tático/técnicos, físicos e psicológicos com base
na periodização adotada. Ao longo do macrociclo foram preconizados os microciclos: i)
Graduais “são caracterizados pelo seu fraco nível de exigência, tendo por objetivo a
preparação do organismo para um trabalho intenso; ii) Choque “São caracterizados
pela elevada carga (intensidade/volume), tendo como objetivo estimular e aprofundas
as adaptações específicas “comportamentos tático/técnicos”; iii) Aproximação “Estes
microciclos procuram reproduzir as situações específicas da competição ou a resolução
de um problema observado em situação competitiva “o jogo norteia os conteúdos de
treino”; iv) Recuperação “Estes microciclos são utilizados no final de uma série de
microciclos de choque ou no final de um período de competição. Pretendem assegurar
os processos de recuperação “regeneração ativa” diminuindo o volume e a intensidade
de treino (quadro 14).
Perfil de rendimento

Máxi
mo

Sub
máxi
mo
Novembro

Dezembro

Fevereiro
Janeiro
Meses

Março

Junho
Maio
Abril
Macrociclo

Período competitivo
Mesociclo

Preparação Preparação / Competição

69
Cara
cterís
MBE MBE
ticas MC
do MBG MC
meso
ciclo
Class
ificaç

Recuperação

Recuperação

Recuperação

Recuperação
Aproximação
Aproximação
Aproximação
Recuperação
Aproximação
Aproximação
ões
Graduais
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque
Choque

Choque
Choque
Choque

Choque
Choque
Choque

Choque
Choque
Choque
do
micr
ocicl
o
Quadro 14 – Classificação dos microciclos

c) Sessões de treino……
“Insanidade: fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”
(Albert Einstein)
A estruturação e a organização da sessão de treino (quadro 12) obedeceu ao conceito
da racionalização “redução do número de exercícios a utilizar e aumento significativo
do número de repetições” e ao conceito “Raise your bar!” em que o futebol é um jogo
de ações em que as componentes de treino devem ser treinadas num contexto onde a
comunicação (estilo de jogo, táticas), a tomada de decisão (visão de jogo), a execução
técnica (técnica individual) e a preparação física específica “football fitness” devem ser
desenvolvidas e potencializadas integralmente.
Por conseguinte, e face a estes conceitos optamos por sessões de treino
complexas, por oferecerem a possibilidade de melhorar diferentes capacidades numa
mesma sessão de treino, mantendo a conexão com o modelo de periodização, com os
conteúdos tático / técnicos (organização ofensiva, defensiva, transições ofensivas e
defensivas), com o modelo de jogo, sistemas táticos e esquemas táticos (quadro 15).
Sessões de treino
Orientação
Fator de Amplitude das
dos
treino componentes Temática
conteúdos Estrutura exercício
predominante estruturas fundamental
dos
no conteúdo (volume/intensidade)
exercícios

70
Método de
preparação
geral (MPG)
Método Forma fundamental
Conhecimento
Físicos específico de (fase I, II, III)
Desenvolvimento Aprendizagem
Técnico Complexas preparação Forma
Manutenção Repetição
Táticos geral complementar
Recuperação Controlo
Mistos (MEPG), (separado/integrad
Mistos
Método o)
específico de
preparação
(MEP)
Quadro 15 – Características das sessões de treino
i) Frequência de treino……
A frequência de treino semanal foi de 1e/ou 2 treinos totalizando uma frequência anual
de 26 treinos. No quadro 16, apresentamos a frequência recomendável para que
possamos atingir níveis de rendimento superiores.
Frequência dos treinos
Meses Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Microciclo 4 4 4 4 4 4 4 4
1 x por 1 x por
semana semana
Frequência 1 x por Estágio 1 x por 1 x por 1 x por Estágio 1 x por 1 x por
dos treinos semana Natal semana semana semana Pascoa semana semana
4 x por 4 x por
semana semana
Nº de
4 7 4 4 4 7 4 4
treinos
Jogos treino 2 2 2 2
Competição 5 e/ou 6
Quadro 16 – Frequência dos treinos

Apresentamos o padrão e os exercícios de treino “mobilizador dos fenómenos de


adaptação” que foram selecionados durante a época desportiva.
Padrão 1
Dominante: Organização ofensiva/transição defensiva; Organização defensiva/transição
ofensiva; Princípios de jogo
Regime: Aeróbio / Anaeróbio aláctico / láctico
Métodos Objetivos: conteúdos
MEPG: Exercícios de Passe /receção, condução Técnico: Aperfeiçoamento técnico “relação com a
e drible. bola” Tático: Articulação inter/intra sectorial, missões

71
MEPG: Exercícios de coordenação geral e táticas e rotinas ofensivas.
específica, velocidade de reação e deslocamento Global: Organização ofensiva/transição defensiva;
com bola. Organização defensiva/transição ofensiva.
MEPG: Exercícios de posse de bola – Jogos Condicional: Força resistente; resistência intermitente
reduzidos de alta intensidade, velocidade de deslocamento e
MEP: Exercícios com GR – 3+(1)X(1)+3; execução; coordenação específica e /ou potência
4+(1)X(1)+4; 5X5; 4+(2)X(2)+4; Missões muscular; agilidade; velocidade resistente.
táticas (DL; DC; MD/MO; PL/Ext); e/ou Complementar: Reforço do sistema músculo-
GR+6X7+GR, GR+8X9+GR. esquelético; prevenção de lesões; reeducação postural;
MPG: Alongamentos / reforço muscular dos atividade propriocetiva.
membros superiores; Exercícios de coordenação
geral e específica, velocidade de reação e
deslocamento sem bola

Padrão 2
Dominante: Princípios de jogo; Modelo de jogo, sistemas de jogo
Regime: Aeróbio / Anaeróbio aláctico / láctico
Métodos Objetivos: conteúdos
MEPG: Exercícios de Passe /receção, condução Técnico: Aperfeiçoamento técnico “relação com a
e drible; bola”.
MEP: Jogos táticos (2:3:3; 4:3:1; 3:3:2) e/ou Tático: Princípios de jogo ofensivos e defensivos;
Exercícios de GR+10X10+GR circulações táticas.
MPG: Alongamentos / reforço muscular dos Global: Modelo de jogo “Sistemas de jogo” – Métodos
membros superiores de jogo ofensivos e defensivos; treino competição
interna ou externa.
Condicional: Resistência intermitente
(aeróbia/anaeróbia).
Complementar: Reforço do sistema músculo-
esquelético.

Padrão 3
Dominante: Técnica individual; circulações táticas; Modelo de jogo, finalização, Esquemas
táticos
Regime: Aeróbio / Anaeróbio aláctico
Métodos Objetivos: conteúdos
MPG: Exercícios de coordenação, velocidade de Técnico: Aperfeiçoamento técnico “relação com a
reação e deslocamento sem bola; bola”.
MEPG: Exercícios de Passe /receção, condução Tático: Coordenação inter e intrassectorial “cultura
e drible; Meinhos 5X1; 8X2; Exercícios de tática”, circulações táticas “rotinas de jogo”, esquemas
coordenação, velocidade de reação e táticos.
deslocamento com bola; Condicional: velocidade reação, deslocamento e
MEP: Exercícios de finalização (1X0+GR; execução, agilidade e coordenação.
2X0+GR; 3X0+GR); e/ou Exercícios para o Complementar: retorno à calma
treino setorial (Ataque X defesa + GR) -
10X7+GR; 10X8+GR; 8X9+GR; 6X7+GR;
Esquemas táticos
MPG: Alongamentos / reforço muscular dos
membros superiores

Padrão 4
Grupo A – Atletas com mais de 50 minutos de jogo;
Grupo B - Atletas com menos de 50 minutos de jogo;
Grupo A – Recuperação ativa
72
Dominante: Aperfeiçoamento técnico; Princípios de jogo; lúdico/recreativos
Regime: Aeróbio
Grupo B – Equilíbrio das cargas
Dominante: Técnica individual; Princípios de jogo; Métodos de jogo ofensivos e defensivos
Regime: Aeróbio / Anaeróbio aláctico e láctico
Métodos Objetivos: conteúdos
Grupo A Grupo A
MPG: Corrida lenta c/ e s/ bola; Alongamentos Técnico: Aperfeiçoamento técnico “relação com a
MEPG: Exercícios de Passe /receção, condução bola”
e drible; Meinhos 4X1; 5X1; 6X2. Complementar: Recuperação
MEP: Situação de jogo 5X5 com balizas Condicional: Resistência aeróbia
reduzidas e/ou Recuperação tática (10X0+GR) Tático: Princípios de jogo ofensivos e defensivos
Global: Métodos de jogo ofensivos
Grupo B
MEPG: Exercícios de Passe /receção, condução, Grupo B
drible e remate; e/ou Meinhos 6X2; 4X2. Técnico: Aperfeiçoamento técnico “relação com a
MEPG: Exercícios de coordenação específica, bola”, finalização.
velocidade de reação e deslocamento com bola; Tático: Princípios de jogo ofensivos e defensivos.
MEP: Exercícios de 1X0+GR; 1X1+GR; 2X1+Gr; Global: Métodos de jogo defensivos (Pressão
3X1+GR; e/ou Exercícios “jogos reduzidos” – individual e coletiva “pressing”) e ofensivos.
2+(1)X(1)+2; 3+(1)X(1)+3; 5X5; 4+(2)X(2)+4; Condicional: Força resistente; resistência intermitente
e/ou Situação de jogo 5X5 com GR de alta intensidade, velocidade de deslocamento e
MPG: Alongamentos / reforço muscular dos execução; coordenação específica e/ou potência
membros superiores muscular; agilidade; velocidade resistente.
Complementar: Reforço do sistema músculo-
esquelético; reeducação postural; atividade
propriocetiva.

ii) Controlo/Avaliação do treino……


A recolha e a seleção da informação da funcionalidade de rendimento individual
“jogador” e coletivo “equipa” de modo a fundamentar as decisões a tomar na
orientação do processo de treino deve assentar em três formas de controlo. I) Controlo
periódico do treino, esta forma é caracterizada por um controlo corrente, em que o
treinador aprecia os efeitos da fadiga resultante de uma sessão ou de um microciclo de
treino, visando otimizar o processo de treino para a sessão seguinte, avaliando a
performance física, através: da monitorização e análise da frequência cardíaca (Fc)
através de cárdio-frequencímentros (um para cada atleta); da monitorização dos
deslocamentos (distâncias, tipologia dos deslocamentos, número de impactos
“capacidade excêntrica”, Fc média) no treino e/ou no jogo, através do GPS; da recolha
no terreno de sangue no lóbulo da orelha e/ou na ponta dos dedos através do método
direto “Lactatemia”, de modo a podermos analisar as concentrações sanguíneas de
ácido láctico; da perceção do esforço realizado no treino e no jogo através da escala
de Borg, e/ou session-RPE e/ou escalas VAS; ii) Aplicação de testes, esta forma é

73
denominada de controlo por etapa, em que é realizada uma avaliação da
performance aeróbia e anaeróbia numa determinada fase da época desportiva,
através de testes físicos de velocidade (15 metros), resistência de velocidade, potência,
resistência da força, flexibilidade e pela monitorização do VO 2 máximo e dos percursos
percorridos através dos resultados obtidos no teste intermitente Teste “Yo-Yo
intermitente endurance test – level 1 ou 2”, em função do seu estatuto posicional e
sectorial. Como avaliação complementar devemos realizar exames bioquímicos ( Cálcio,
Ferro, Magnésio e Potássio), exames à urina (densidade, pH, glicose, proteínas,
leucócitos, cetonas, nitrito, cristais) como forma de deteção de pistas importantes
sobre a desidratação do organismo, possíveis doenças e a presença de drogas no
organismo, exames ao sangue nomeadamente à enzima creatinofosfoquinase - CPK
“valor normal é de 200 mmol/l”, permitindo uma melhor gestão do esforço do atleta e
como forma de prevenção de lesões (valor elevado pode originar lesões musculares). E
por último perceber os impactos do treino ao nível da fase catabólica “degeneração do
tecido muscular após o esforço” e da fase anabólica “recuperação do tecido muscular”.

iii) Diagnóstico do rendimento como elemento do controlo do treino


O diagnóstico do rendimento da equipa que treinamos é operacionalizada através de
duas formas de controlo. Um denominado controlo operacional “tecnologia &
software”, em que a avaliação qualitativa e quantitativa do rendimento tático e técnico
é feita através de um sistema de observação “ análise/report” visando a análise
comportamental e estatística dos nossos atletas/equipa numa perspetiva individual e
coletiva em situação de treino e de jogo. A outra forma de controlo esta relacionado
com o acompanhamento atento da forma e da dinâmica de realização de cada
exercício na própria sessão através do feedback, que além de constituir um fator
decisivo no controlo do treino é simultaneamente decisivo na relação do treinador com
os jogadores determinando uma tripla dimensão ao nível da preocupação do treinador
em direcionar o investimento e empenhamento dos jogadores no "caminho" correto,
ao nível da diminuição da possibilidade de haver grandes discrepâncias entre as
capacidades dos diferentes jogadores, pois o que executam mais corretamente têm
maiores possibilidades de evoluir mais rapidamente e, por último evita a ideia de haver
preferências e protecionismos por parte do treinador a certos jogadores, a qual destrói
por completo qualquer tipo de coesão de grupo ou da equipa.

74
4. Processo competitivo
A competição assume uma importância imprescindível no desporto do adulto, do jovem
e da criança. Diversos autores consideram que a competição desenvolve o jovem atleta
ao nível da sua personalidade, da sua socialização, e melhoria da sua prestação
desportiva. As experiências competitivas vividas pelo jovem atleta permitem melhorar
os aspetos psicológicos e sociais, privilegiando a formação integral do jovem atleta.
Nas etapas iniciais da formação desportiva, a competição não deve ser entendida como
o culminar de todo o processo de treino, mas como um instrumento e um
complemento da formação.

4.1. Calendário competitivo

“A competição e o calendário competitivo é o fator de maior preponderância na definição da


duração dos períodos de treino”
i) Seleção feminina S16….

O quadro competitivo da competição feminina teve início em janeiro com a


participação da nossa seleção no torneio interassociações Zona Norte, Grupo 2 que se
realizou em Vila Pouca de Aguiar entre os dias 6 e 8 de janeiro, em que o sistema e a
estrutura da competição foi por grupos e terminou em março com a participação no
torneio interassociações “fase apuramento do 9º ao 16º classificado” que se realizou
na Póvoa de Varzim entre os dias 17 e 19 de março em que a estrutura da competição
foi através do sistema por eliminatórias.
a) Grupos….
Torneio interassociações Torneio interassociações – Fase
Zona Norte apuramento do 9º ao 16º lugar
Grupo 2 Jogo 7: AF C. Branco X AF Aveiro

AF Vila Real Jogo 17: AF Aveiro X AF Bragança


AF Aveiro Jogo 21: AF Viana Castelo X AF Aveiro

AF Porto
Quadro 17 – Calendário competitivo

b) Calendário competitivo….
A longevidade entre o inicio e o fim dos treinos foi de 30 semanas, a duração das
competições foi de 4 dias (2 + 2) e a distância entre o início da primeira competição e
o términus da mesma foi de 10 semanas.
b 1) Torneio interassociações Zona Norte, Grupo 2….

75
Sábado, 7 janeiro de 2017
Horário Jogos Estádio Resultado
10.00H AF Vila Real X AF Aveiro Complexo desportivo 0-2
16.00H AF Porto X AF Vila Real Complexo desportivo 6-0
Domingo, 8 janeiro de 2017
10.30H AF Porto X AF Aveiro Complexo desportivo 3-0

b 2) Torneio interassociações – Apuramento do 9º ao 16º classificado…..


Sábado, 18 março de 2017
Horário Jogos Estádio Resultado
11.00H AF C. Branco X AF Aveiro Campo 3 1-1 (4-3 GP)
17.30H AF Aveiro X AF Bragança Campo 4 7-2
Domingo, 19 março de 2017
9.00H AF Viana Castelo X AF Aveiro Campo 2 0-1

ii) Seleção masculina S14….


O quadro competitivo da competição masculina teve início no dia 24 terminando no dia
29 de junho. O quadro abaixo apresenta-nos os adversários do torneio
interassociações Lopes da Silva
a) Adversários….
AF Coimbra
AF Setúbal
AF Castelo Branco
AF Viseu
AF Vila Real

b) Calendário competitivo….
A longevidade entre o inicio e o fim dos treinos foi de 32 semanas e a duração das
competições foi de 7 dias.
b 1) Torneio interassociações “Lopes da Silva”
Dia Hora Calendário Estádio Resultados

24 Junho 11.00H AF Coimbra X AF Aveiro Municipal de Elvas 0-1


25 Junho 11.00H AF Aveiro X AF Setúbal Municipal de Elvas 0-1
26 Junho 11.00H AF Castelo Branco X AF Aveiro Municipal de Elvas 0-4
27 Junho Folga
28 Junho 11.00H AF Aveiro X AF Viseu Municipal de Elvas 1-0

76
Municipal de Atletismo -
29 Junho 9.30H AF Vila Real X AF Aveiro 0-2
Elvas
Municipal de Atletismo -
30 Junho 11.00H Final
Elvas

4.2. Classificações….
i) Seleção feminina S16….
No torneio interassociações, fase de grupos, atingimos o 2º lugar, fruto de uma
vitória e uma derrota. Dos dois jogos disputados a seleção que nos apresentou as
maiores dificuldades foi a seleção da Associação de Futebol do Porto.
Classificações

Class. Equipa GM GS Pontos

1º AF Porto 10 0 6

2º AF Aveiro 2 3 3

3º AF Vila Real 0 9 0

No torneio interassociações, fase de apuramento do 9º ao 16º classificado, atingimos o


13º lugar, fruto de duas vitórias e um empate que originou numa derrota pelo
desempate através da marcação de penaltis. Dos três jogos disputados a seleção que
nos apresentou as maiores dificuldades foi a seleção da Associação de Futebol de
Viana do Castelo.
ii) Seleção masculina S14….

No torneio interassociações Lopes da Silva, atingimos o 2º lugar, fruto de três vitórias


e uma derrota. Dos dois jogos disputados a seleção que nos apresentou as maiores
dificuldades foi a seleção da Associação de Futebol de Setúbal.

Classificações
Class. Equipa J V E D GM GS P
1º AF Porto 5 5 0 0 12 0 15
2º AF Lisboa 5 4 1 0 9 2 13
3º AF Setúbal 5 4 1 0 6 0 13
4º AF Braga 5 4 0 1 17 3 12
5º AF Aveiro 5 4 0 1 8 1 12
6º AF Madeira 5 3 1 1 7 2 10
7º AF Coimbra 5 3 0 2 9 4 9

77
8º AF Guarda 5 3 0 2 7 5 9
9º AF Algarve 5 2 2 1 7 2 8
10º AF Viseu 5 2 1 2 12 4 7
11º AF Viana Castelo 5 2 1 2 4 5 7
12º AF Santarém 5 2 0 3 6 4 6
13º AF Ponta Delgada 5 1 3 1 1 2 6
14º AF Beja 5 2 0 3 3 8 6
15º AF Castelo Branco 5 1 2 2 9 8 5
16º AF Leiria 5 1 2 2 2 4 5
17º AF Bragança 5 1 1 3 1 8 4
18º AF Vila Real 5 1 0 4 4 9 3
19º AF Évora 5 0 3 2 2 8 3
20º AF A. Heroísmo 5 1 0 4 3 11 3
21º AF Portalegre 5 0 0 5 0 14 0
22º AF Horta 5 0 0 5 2 28 0

Final
AF Lisboa X AF Porto
0-1

4.3. Análise da competição….


A concetualização da análise da competição, passou pela análise de duas vertentes que
nós consideramos fundamentais: circunstâncias em que a competição se desenvolveu;
e terreno de jogo.

i) Seleção feminina S16….


a 1) Torneios interassociações - Zona Norte, Grupo 2….
a 1.1) Circunstâncias em que a competição se desenvolveu ….
O estudo da competição assentou numa análise SWOT, em que se procurou ter um
conhecimento exaustivo dos fatores internos identificando as potencialidades
“Strengths” (forças) e as vulnerabilidades “Weaknesses” (fraquezas) e dos fatores
externos referenciado as “Opportunities” (oportunidades) e as “Threats” (ameaças)
do enquadramento competitivo.
Assim, ao nível dos fatores internos, as forças da nossa seleção derivam de uma
evolução organizativa do enquadramento competitivo e do centro de treinos
supervisionado pelo gabinete técnico da associação de futebol de Aveiro, do
crescimento quantitativo e qualitativo permitindo uma base de recrutamento mais
78
alargada, da qualificação técnica dos treinadores que treinam o futebol feminino que
se traduz numa evolução das atletas ao nível das competências tático/técnicas, físicas
e psicológicas e por uma melhoria substancial ao nível relacional entre todos os
agentes desportivos, nomeadamente entre a associação, os clubes e os respetivos
encarregados de educação em que se verifica um excelente compromisso entre todos.
Relativamente às fraquezas, consideramos que o fato de não existir uma equipa
técnica multidisciplinar e instalações e material didático próprio para as seleções
condiciona o início e o tempo útil dos mesmos, hipotecado por vezes a qualidade do
trabalho e consequentemente o tempo potencial de aprendizagem das nossas atletas.
Por outro lado, consideramos que a realização de apenas de oito treinos
provavelmente foram insuficientes para o atingimento do rendimento desportivo
desejado pela equipa técnica.
No que concerne aos fatores externos, as oportunidades e as experiências
competitivas geradas pela participação nestes torneios contribuíram para o
enriquecimento formativo a nível desportivo e cultural das nossas atletas. Quanto às
ameaças consideramos que a seleção da AF do Porto por razões históricas e pela
qualidade das suas atletas seria a seleção favorita a vencer a fase de grupos.

a 1.2) Terreno de jogo….


O complexo desportivo onde se realizou o torneio apresentou excelentes condições ao
nível das infraestruturas (balneários), ao nível das dimensões do campo, quer em
largura quer em profundidade e ao nível das condições do relvado. No que concerne as
condições climatéricas encontramos temperaturas muito baixas com algum vento e
com a presença de sol.
ii) Seleção masculina S14….
b) Torneio interassociações Lopes da Silva….
b 1.1) Circunstâncias em que a competição se desenvolveu ….
Ao nível dos fatores internos, as forças “Strengths” da nossa seleção derivam de
uma evolução organizativa do enquadramento competitivo da associação de futebol de
Aveiro, do crescimento quantitativo e qualitativo permitindo uma base de recrutamento
mais alargada, da qualificação técnica dos treinadores que treinam o futebol masculino
que se traduz numa evolução das atletas ao nível das competências tático/técnicas,
físicas e psicológicas e por uma melhoria substancial ao nível relacional entre todos os
agentes desportivos, nomeadamente entre a associação, os clubes e os respetivos
encarregados de educação em que se verifica um excelente compromisso entre todos.

79
Relativamente às fraquezas, consideramos que o fato de não existir uma equipa
técnica multidisciplinar, um plano de ação para as seleções e instalações e material
didático próprio condiciona o início e o tempo útil dos mesmos, hipotecado por vezes a
qualidade do trabalho e consequentemente o tempo potencial de aprendizagem dos
nossos atletas. Por outro lado, consideramos que a realização de apenas de 17 treinos
foram insuficientes para o atingimento de um rendimento desportivo desejado num
torneio desta dimensão competitiva.
No que concerne aos fatores externos, as oportunidades e as experiências
competitivas geradas pela participação nestes torneios contribuíram para o
enriquecimento formativo a nível desportivo e cultural das nossas atletas. Quanto às
ameaças consideramos que a seleção da AF do Setúbal por razões históricas e pela
qualidade das suas atletas seria a seleção que nos iria proporcionar as maiores
dificuldades.
b 1.2) Terreno de jogo….
O complexo desportivo onde se realizou o torneio apresentou excelentes condições ao
nível das infraestruturas (balneários), ao nível das dimensões do campo, quer em
largura quer em profundidade e ao nível das condições do relvado. No que concerne as
condições climatéricas encontramos temperaturas muito altas com um índice de UV
alto, sem probabilidade de precipitação.

5. Processo de observação
A analise da competição insere-se numa planificação estratégica consubstancia-se pela
conceptualização de cenários de jogo e pela criação de condições favoráveis à
resolução das situações de jogo. Compete ao treinador analisar hipóteses alternativas
acerca de cenários que poderão suceder durante a competição, aceitando a incerteza e
a aleatoriedade do próprio jogo e alertar (individualmente e coletivamente) para as
condições objetivas da futura competição, especialmente, as particularidades deste ou
daquele adversário “condutor do jogo” e a “personalidade da equipa", referindo em
termos genéricos se a conceção de modelo de jogo da equipa adversária, assenta
numa filosofia dinâmica e equilibrado entre as fases do jogo (ataque / defesa) e
subfases (transições ofensivas e defensivas), e se privilegia uma atitude pressionante
na recuperação da posse de bola.
5.1) Seleção feminina S16….

i) Conhecimento das equipas adversárias “Associação de Futebol do Porto”

80
Devido a impossibilidade de observarmos os nossos adversários antes da competição
começar, e pelo facto de entrarmos em competição logo na primeira jornada, a nossa
avaliação incidiu sobre a seleção que iriamos disputar na ultima jornada que
coincidentemente iria ser o nosso adversário mais difícil. Genericamente a nossa
observação pretendeu identificar a organização de jogo, o modelo de jogo, o sistema
de jogo, e as normas ofensivas e defensivas (métodos de jogo ofensivos/defensivos), a
sua filosofia de jogo relativamente a agressividade, eficácia, entreajuda, ritmo, os
coordenadores do jogo, as situações de bola parada (esquemas táticos
ofensivos/defensivos), as atitudes e comportamento sociopsicológicos dos jogadores e
da equipa em situações de adversidade.
a.1) Dados do jogo….
A seleção da Associação de Futebol do Porto, foi observada no jogo AF Porto X AF Vila
Real, que se realizou pelas 16 horas, no dia sete de janeiro, referente à 2ª jornada do
torneio interassociações Zona Norte. A equipa visitada venceu por 6-0, tendo
conquistado os três pontos.
a.2) Contexto/Enquadramento……
Jogo extremamente fundamental para a seleção da Associação de Futebol do Porto,
pois jogava-se o acesso às finais, a competição mais importante de Portugal a nível de
seleções Sub 16. Esta foi apoiada por um número de significativo de encarregados de
educação e familiares que incentivaram ao esforço com modelos de comportamento
entusiastas estimulando à marcação de golos.

a.3) Organização estrutural / sistema tático….


A equipa organizou-se numa estrutura de 1:4:2 com e sem posse de bola, em forma
de losango e com duas avançadas em “cunha”. A equipa em situação de posse de bola
assume uma estrutura construída por quatro linhas transversais e duas linhas
longitudinais e pela formação de triângulos tendo como referência o portador da bola.
Sem posse de bola, a equipa reajusta posições e defende e através de uma estrutura
construído por três linhas transversais e duas linhas longitudinais e pela formação de
triângulos tendo como referência o portador da bola. Salienta-se que a equipa durante
o jogo alterou o sistema para uma estrutura de 1:2:3:1 com e sem bola.

81
Com bola Sem bola

2 8
7 11
1 3 10 10 3 1
11 7
8 2

a.4) Métodos de jogo ofensivo e defensivo: Identificação e descrição….


Após analisarmos os métodos de jogo ofensivos, observamos uma filosofia dinâmica
predominando o “ataque posicional”, em que a equipa procurou controlar o ritmo
específico do jogo, tentando impor o seu modelo de jogo, procurou privar a equipa
adversária da posse de bola, através de uma posse e circulação da bola em largura e
profundidade “noção de campo grande” e desmarcações de ruptura “diagonais” de
modo a criar losangos e triângulos. Relativamente ao metodo defensivo, a equipa
procurou anular as acções dos atacantes, através de uma agressividade e uma forte
atitude na conquista da bola, tentando retirar iniciativa ao ataque adversário, através
de um “metodo zona pressionante”. Apesar desta estratégia defensiva, verificamos
algumas dificulades ao nível da estababilidade defensiva, fundamentalmente no
corredores laterais, não ocupando convinientemente os espaços vitais, permitindo ao
adversário construir e criar situações de perigo nas zonas optimas de finalização.

a.5) Organização ofensiva……


As fases de construção, através da saída pelo GR, procuraram sair curto, pelos
corredores esquerdo e direito através das atletas nº 8 e 2, na eventualidade de não ser
possível optam pela saída longa procurando colocar a bola na atleta nº 11, em que o
suporte da 2ª bola é garantida pelas atletas nº 10 e nº 8. A ligação entre os setores
realiza-se normalmente através de passe curto pelo corredor esquerdo e direito e pelo
corredor central em procuram jogar na atleta nº 10.

a.6) Criação de situações de finalização (último terço) ….

82
Genericamente o jogo interior é assumido pelo jogador nº 10, através de combinações
simples complexas, em que os atacantes evidenciam uma mobilidade constante na
tentativa da desmarcação e pela procura incessante de espaços e aberturas de linhas
de passe, através de movimentos de apoio e de rutura.
A nível do jogo exterior, a bola circula em largura e profundidade, preferencialmente
pelo corredor direito em que o atleta nº 8 assume uma missão tática fundamental
como condutora do jogo pelos corredores. Quando não é possível concretizar esta
dinâmica, a equipa procura zonas intermédias, em que o remate é assumido
normalmente pela atleta nº 10.
a.7) Finalização….
O acesso à baliza é operacionalizado através de um projeto coletivo prevalecendo
interações táticas entre o setor médio e atacante, sendo o passe a ação técnica mais
utilizada com a penetração de dois a três jogadores em zonas ótimas de finalização,
havendo uma ocupação racional do espaço dentro da área ofensiva, formando pelo
menos duas opções de finalização.
a.8) Equilíbrio….
A atomização da equipa da fase de defesa “equilíbrio defensivo” (ainda na posse de
bola) é assegurada normalmente por três atletas. Face a este dispositivo tático, a
equipa cumpre dois princípios fundamentais do jogo “evita a inferioridade numérica e
recusa a igualdade numérica”.
a.9) Transição ofensiva….
Apesar de termos observado que o método mais utilizado foi o de ataque posicional,
verificou-se em alguns momentos rápidas transições defesa/ataque através de ataques
rápidos, caracterizado por uma simplicidade de processos ao nível da autonomia e
criatividade dos atacantes assumindo normalmente situações de 2X2+GR.

a.10) Esquemas táticos ofensivos….


Nos livres indiretos ofensivos adoptam o princípio de pé dominante com
movimentações pre-determinadas ao 1º poste (pentração de uma atleta) e ao 2º poste
(penetração de dois atletas). Normalmente a bola é dirigida ao 2º poste procurando a
penetração da atleta nº 3. Garantem o equilibrio defensivo com duas atletas fora da
área. Nos cantos ofensivos, adoptam o princípio de pé não dominante com
movimentações pre-determinadas ao 1º poste (pentração de um atleta) e na zona do
penalty e do 2º poste (penetração de duas atletas). Ficam dois atletas fora da área,
para garantirem o equilibrio defensivo. Nos lançamentos de linha lateral

83
ofensivos, procuram lançar para o Nº 10. A marcação de grande penalidade foi
assumida pela atleta nº 8, tendo finalizado para o lado direito do GR.

a.11) Jogadores chaves….


As jogadoras que assumem maior preponderância na equipa é a Nº 10, sendo a
“pensadora” e a “condutura” da organização ofensiva da equipa, em que se destaca
pela qualidade da sua decisão (sabe diferenciar quando tem que driblar, assistir ou
rematar) e pela sua excelente leitura de jogo (decide rápido em função do contexto do
jogo). É uma jogadora tecnicamente evoluída ao nível do drible (1X1), do passe
(distância, direção) e aparece em zonas ótimas de finalização (2ª linha ofensiva),
tendo facilidade no remate. A nível defensivo, fecha corretamente os espaços
interiores, sendo simultaneamente inteligente na pressão individual e coletiva. Outra
dos elementos que asume um papel relevante é a Nº 8, é uma jogadora que dá
largura e profundidade às ações ofensivas da equipa “desmarcações de rutura”, está
sempre em posição de receber a bola utilizando os espaços no corredor direito, é
portador de uma boa técnica de passe (distância, direção) e de um bom domínio e
controlo da bola, tendo uma boa potência aeróbia e anaeróbia. A nível defensivo sabe
encurtar os espaços “pressão individual e coletiva”. Por último, a jogadora Nº 11, é
também uma jogadora chave pela sua capacidade de passe “tabelas” e facilidade em
como protege com segurança a bola do adversário. A nível defensivo encurta os
espaços através de uma “pressão individual e coletiva”, permitindo uma articulação
intersectorial com as companheiras.

a.12) Caracterização individual das restantes jogadoras

Guarda-Redes (Jogador nº 1)
Não se coloca posicionalmente em função do centro do jogo (posição da bola), tem
dificuldades em receber o passe sempre que foi solicitada pelas colegas de equipa. Não
revelou qualidade no passe com os pés em distâncias longas. Revelou insegurança
com as mãos.

Defesa (Jogador nº 3)

84
Sabe diferenciar quando tem que jogar de primeira ou conservar a bola; sabe quando
mudar de direção do jogo e/ou jogar em profundidade; Realiza “campo grande” na 1ª
fase da construção ofensiva e “campo pequeno” na 2ª fase de construção ofensiva;
Sente dificuldades na orientação espacial e nos diferentes tipos de marcação
(individual e à zona) e nas noções de coberturas e dobras. Possuem uma boa técnica
de passe (distância, direção), bom jogo aéreo e domínio e controlo da bola e boa
receção.

Ala (Jogador nº 2 e nº 9)
Sabem decidir quando: manter a posse de bola; passar em profundidade no corredor,
em diagonal curta/média/longa; Domina a noção do primeiro passe sem risco; Ao nível
do jogo estão sempre em posição de receber a bola “receção orientada”; Sabem
“fechar” por dentro, evitando a perda posicional; Sabem encurtar os espaços, de modo
a evitar o cruzamento; Boa capacidade de desarme em situações de 1X1.

Médio Centro “Pivot” (Jogador nº 5)


Sempre em posição de receber a bola; primeiro passe sem riscos; Decidi bem e rápido
em função do contexto do jogo (Sabe diferenciar quando tem que jogar de primeira ou
conservar a bola; sabe quando tem que mudar o sentido do jogo e/ou jogar em
profundidade; Noção de cobertura ofensiva; Fecha os espaços e ajusta as distâncias –
Equilíbrio defensivo; Comunicadora.

Avançado (Jogador nº 7)
Dá profundidade às ações ofensivas da equipa “desmarcações de rutura”; Jogo de
posições: sempre em posição de receber a bola; Sabe pedir a bola no espaço e no pé;
Cria espaços para a penetração dos médios; Encurtam os espaços “pressão individual e
coletiva”; Técnica de passe “tabelas” e proteção da bola “escondem a bola do
adversário”; Técnica de remate com pés e com a cabeça “jogo aéreo”. Potência
muscular (impulsão e mudanças de direção).

a.13) Organização defensiva


Os pressupostos estratégico/táticos expressos no jogo são suportados por um sentido
e mentalidade coletiva e um elevado grau de espírito de equipa, partindo de uma

85
premissa que o problema de um é o problema de todos. O trabalho de equipa na fase
defensiva exprime-se pela continuidade nas ações agressivas na marcação,
caracterizada por uma forma de organização pressionante ao portador da bola, pela
redução efetiva do espaço de jogo tentando dificultar uma “ adequada capacidade de
decisão”.
a.14) 16.1. Equilíbrio defensivo
Apesar das características referenciadas no item anterior, a equipa nos corredores
laterais é vulnerável permitindo à equipa adversária a concretização de transições
ofensivas.
a.15) Reação à perda
A reação da equipa à perda da bola é assumida por uma marcação rigorosa sobre a
bola, o espaço e o adversário, tentando evitar o desenvolvimento das ações rápidas de
ataque do adversário.
a.16) Recuperação defensiva
A recuperação defensiva é rápida, no entanto não é contextualizada em função da bola
e da ocupação dos espaços vitais de jogo. A maioria dos atletas focam-se apenas na
referência do centro de jogo “bola”, permitindo linhas de progressão ao nível dos
corredores laterais “jogo exterior”, dando oportunidade ao adversário a construção de
ações ofensivas em espaços vitais de finalização.
a.17) Bloco defensivo
A última linha defensiva “linha de 3 jogadores” tem dificuldades na orientação espacial,
não consegue controlar e diferenciar quando é que deve marcar individualmente ou à
zona, jogam em linha, dificultando a realização das coberturas defensivas e respetivas
dobras. Estas ações tático-técnicas menos conseguidas fragilizam a solidez defensiva
da equipa ao nível do corredor central, permitindo criar situações de finalização.
Outra das limitações do bloco defensivo é o espaço permitindo entre as duas linhas
perpendiculares, favorecendo as penetrações em espaços vitais “zona ótima de
finalização”.
a.18) Transição defensiva
A transição defensiva da equipa é intensa, em que todas as jogadoras recuperam
rapidamente, no entanto, a generalidades das suas ações defensivas não tem uma
intencionalidade tática, não ocupam as posições vitais na proteção da sua baliza, não
formando um bloco compacto e homogéneo.

a.19) Esquemas táticos defensivos


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Nos lançamentos de linha lateral defensivos, posicionam muitos atletas
envolvidos na ação, procurando que o adversário não consigam rececionar a bola. Nos
livres indiretos defensivos colocam todos os elementos no processo, optando por
uma marcação à zona. Nos cantos defensivos, colocam um jogador na zona do 1º
poste e adoptam uma marcação à zona aos jogadores adversários que se encontra
dentro da área.
a.20) Missões táticas ofensivas

Posição (n.º 1)
Em processo ofensivo, o guarda-redes em posse de bola, preferencialmente, solicita os atletas
das posições 2 e 3, promovendo a 1ª fase de construção. Sob pressão realiza sempre passe
com trajetória aérea na direção do meio campo adversário e preferencialmente sobre os
corredores laterais.

Posição (n.º 2/3)


Quando em posse promovem a circulação da bola de forma rápida e, com o recurso ao menor
número de toques possíveis, tendo como referência o médio da posição n.º 6.

Posição (n.º 4/5)


Em posse aceleram o jogo da sua equipa, quer através de combinações simples, diretas e
indiretas em progressão ou, recorrendo à condução da bola a alta velocidade e em direção à
baliza adversária ou à linha de fundo. Sempre que a posse se encontre num dos dois defesas (2
e 3), elas mantêm-se bem encostados à linha lateral de modo a garantir o “campo largo”.
Sempre que ocorra um cruzamento proveniente do corredor lateral (oposto), a ala lateral mais
distante do centro do jogo, posiciona-se dentro da área ocupando uma das três posições para
finalização.

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Posição (n.º 6)
Em processo ofensivo, quando uma das defesas 2 e 3 progride com bola até à zona intermédia,
o atleta da posição n.º 6, báscula horizontalmente para o lado oposto àquele que vai ser
ocupado pelo portador. Deste modo, promove uma possível linha de passe e cobertura ofensiva
ao portador. Sempre que um corredor lateral é dinamizado obrigando ao seu disposicionamento
momentâneo, o atleta da posição n.º 6, bascúla para uma posição intermédia situada entre a
sua posição inicial e a posição inicial do lateral envolvido diretamente na ação ofensiva. O atleta
da posição n.º 6, sempre que a bola esteja a ser circulada pelas defesas, realiza deslocamentos
nas paralelas da área, com o intuito de conferir uma possível linha de passe ao portador.

Posição (n.º 7)
Os atletas que ocupam a posição (n.º 7) têm como zona de referência as diagonais da área
adversária (zona ótima de finalização). A partir daí, desenvolve as suas ações de carácter
ofensivo. Após ter realizado um deslocamento com aproximação ao centro do jogo (situado no
corredor lateral), deslocamento esse que no entanto não lhe permitiu ser solicitado, o atleta em
questão, altera o sentido do seu deslocamento e, através de uma desmarcação de rutura,
desmarcar-se para o espaço oposto onde a bola se encontra (centro do jogo no terço ofensivo).
Sempre que ocorre um cruzamento, o atleta da posição n.º 7, surge em zona de finalização (1ª
ou 2ª linha).
a.21) Missões táticas defensivas

Posição (n.º 1)
Sempre que a bola se encontre sobre um corredor lateral, o seu posicionamento é sempre
realizado entre a marca de grande penalidade e o poste mais próximo do centro do jogo.

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Posição (n.º 2/3)
Sempre que o adversário em posse, encontre voltado de costas para a nossa baliza, ou realize
passe na direção de um colega mais atrasado, as atletas da posição (n.º 2/3) em uníssono com
os seus colegas de sector, “sobem” rapidamente a linha defensiva, em direção ao centro do
jogo. Em processo defensivo, um dos defesas (n.º 2/3) é responsável pela “marcação” zonal,
ao atleta mais adiantado da estrutura adversária. Assim sendo, a ação de marcação zonal, é
realizada pelo defesa que momentaneamente “recebe” o opositor, na sua zona de intervenção.
Sempre que o adversário dinamiza um corredor lateral, dinamização essa que pressupõe o
disposicionamento momentâneo do lateral a central mais próximo do centro do jogo, bascula
horizontalmente, conferindo cobertura defensiva ao atleta envolvido diretamente no centro do
jogo. Paralelamente, o central mais distante do centro do jogo, bascúla também ele
horizontalmente, ocupando momentaneamente o lugar do seu colega de sector.

Posição (n.º 4/5)


Em processo defensivo, os atletas da posição (n.º 4/5) posiciona-se sempre, relativamente ao
adversário situado na sua zona, por dentro (espaço interior) e recuado relativamente a este.
Assim sendo, entre o adversário direto e a baliza, encontra-se sempre “bem posicionado” o
atleta da posição (n.º 4/5). Sempre que, a equipa adversária dinamiza o corredor lateral oposto
àquele onde se encontra o atleta da posição (n.º 4/5), então, o atleta em questão, desloca-se
para o espaço interior próximo do central situado a seu lado e, ocupar o espaço existente entre
a marca de grande penalidade e o vértice da pequena área.

Posição (n.º 6)
Sempre que o adversário em posse, se encontre voltado de costas para a nossa baliza, ou
realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição (n.º 6) em
uníssono com os seus colegas de sector, “sobe” rapidamente a linha intermédia, em direção ao
centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo adversário ficar em posse.

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A atleta da posição n.º 6, preferencialmente posiciona-se no corredor central. Sempre que o
adversário consegue dinamizar um flanco, dinamização essa que pressupõe um cruzamento, o
atleta da posição n.º 6 desloca-se para o interior da área, ocupando o espaço existente entre o
central e o lateral mais distante do centro do jogo. Em processo defensivo, o atleta da posição
n.º 6 nunca permite que uma defesa ou médio adversário se posicione atrás de si.

Posição (n.º 7)
Aquando da reposição de bola pelo adversário no seu terço defensivo, as avançadas adotam
sempre que a equipa se encontra organizada, uma posição na linha do médio mais defensivo
adversário e, posicionado sobre os centrais (não o deixando receber). Durante o processo
defensivo organizado tentam por um lado direcionar os adversários a desenvolver a sua ação
ofensiva pelos corredores laterais e, por outro, nunca permitem que as defesas adversárias
passem quando em posse, para espaços situados atrás de si (nas suas costas). Sempre que um
corredor lateral é dinamizado por um lateral opositor, é dever do avançado central, realizar um
deslocamento circular para junto do central adversário mais próximo do centro do jogo,
inviabilizando um passe atrasado para este.
5.2) Seleção masculina S14….

i) Conhecimento das equipas adversárias “Associação de Futebol de Setúbal”


Devido a impossibilidade de observarmos os nossos adversários antes da competição
começar, a nossa avaliação incidiu sobre a seleção que iriamos disputar na segunda
jornada que coincidentemente iria ser o nosso adversário mais difícil. Genericamente a
nossa observação pretendeu identificar a organização de jogo, o modelo de jogo, o
sistema de jogo, e as normas ofensivas e defensivas (métodos de jogo
ofensivos/defensivos), a sua filosofia de jogo relativamente a agressividade, eficácia,
entreajuda, ritmo, os coordenadores do jogo, as situações de bola parada (esquemas
táticos ofensivos/defensivos), as atitudes e comportamento sociopsicológicos dos
jogadores e da equipa em situações de adversidade.
a.1) Dados do jogo….
A seleção da Associação de Futebol do Setúbal, foi observada no jogo AF Setúbal X AF
Viana do Castelo, que se realizou pelas 11 horas, no dia vinte e quatro de junho,
referente à 1ª jornada do torneio interassociações Lopes da Silva. A equipa visitada
venceu por 1-0, tendo conquistado os três pontos.
a.2) Contexto/Enquadramento……

90
Jogo extremamente fundamental para a seleção da Associação de Futebol do Setúbal,
pois jogava-se a primeira jornada sendo extremamente importante começar a ganhar
para alimentar as possibilidades de atingir a final. Esta foi apoiada por um número de
significativo de encarregados de educação e familiares que incentivaram ao esforço
com modelos de comportamento entusiastas.

a.3) Organização estrutural / sistema tático….


A equipa organizou-se numa estrutura de 1:4:3:3 com e sem posse de bola. A equipa
em situação de posse de bola assume uma estrutura construída por quatro linhas
transversais e duas linhas longitudinais e pela formação de triângulos tendo como
referência o portador da bola. Sem posse de bola, a equipa reajusta posições e
defende e através de uma estrutura construído por três linhas transversais e duas
linhas longitudinais e pela formação de triângulos tendo como referência o portador da
bola.

Com bola Sem bola

5 7 2
9
4 10 6 3
1 6 11 11 10 1
3 8 4
8
7
2 9 8

a.4) Métodos de jogo ofensivo e defensivo: Identificação e descrição….


Após analisarmos os métodos de jogo ofensivos, observamos uma filosofia dinâmica
predominando o “ataque posicional”, em que a equipa procurou controlar o ritmo
específico do jogo, tentando impor o seu modelo de jogo, procurou privar a equipa
adversária da posse de bola, através de uma posse e circulação da bola em largura e
profundidade “noção de campo grande” e desmarcações de ruptura “diagonais” de
modo a criar losangos e triângulos. Relativamente ao metodo defensivo, a equipa
procurou anular as acções dos atacantes, através de uma agressividade e uma forte
atitude na conquista da bola, tentando retirar iniciativa ao ataque adversário, através
de um “metodo zona pressionante”. Apesar desta estratégia defensiva, verificamos
algumas dificulades ao nível da estababilidade defensiva, fundamentalmente no setor

91
médio, não ocupando convinientemente os espaços vitais, permitindo ao adversário
construir e criar situações de perigo nas zonas optimas de finalização.

a.5) Organização ofensiva……


As fases de construção, através da saída pelo GR, procuraram sair curto, pelos
corredores esquerdo e direito através das atletas nº 5 e 2, na eventualidade de não ser
possível optam pela saída longa procurando colocar a bola na atleta nº 11, em que o
suporte da 2ª bola é garantida pelas atletas nº 10 e nº 8. A ligação entre os setores
realiza-se normalmente através de passe curto pelo corredor esquerdo e direito e pelo
corredor central em procuram jogar na atleta nº 10.

a.6) Criação de situações de finalização (último terço) ….


Genericamente o jogo interior é assumido pelo jogador nº 10, através de combinações
simples complexas, em que os atacantes evidenciam uma mobilidade constante na
tentativa da desmarcação e pela procura incessante de espaços e aberturas de linhas
de passe, através de movimentos de apoio e de rutura.
A nível do jogo exterior, a bola circula em largura e profundidade, pelo corredor direito
e esquerdo em que os atletas nº 7 e 9 assumem uma missão tática fundamental como
condutor do jogo pelos corredores. Quando não é possível concretizar esta dinâmica, a
equipa procura zonas intermédias, em que o remate é assumido normalmente pelo
atleta nº 10 e 11.
a.7) Finalização….
O acesso à baliza é operacionalizado através de um projeto coletivo prevalecendo
interações táticas entre o setor médio e atacante, sendo o passe a ação técnica mais
utilizada com a penetração de dois a três jogadores em zonas ótimas de finalização,
havendo uma ocupação racional do espaço dentro da área ofensiva, formando pelo
menos duas opções de finalização.
a.8) Equilíbrio….
A atomização da equipa da fase de defesa “equilíbrio defensivo” (ainda na posse de
bola) é assegurada normalmente por cinco atletas. Face a este dispositivo tático, a
equipa cumpre dois princípios fundamentais do jogo “evita a inferioridade numérica e
recusa a igualdade numérica”.
a.9) Transição ofensiva….
Apesar de termos observados que o método mais utilizado foi o de ataque posicional,
verificou-se em alguns momentos rápidas transições defesa/ataque através de ataques

92
rápidos pelos corredores esquerdo e direito, caracterizado por uma simplicidade de
processos ao nível da autonomia e criatividade dos atacantes assumindo normalmente
situações de 1X1.

a.10) Esquemas táticos ofensivos….


Nos livres indiretos ofensivos adoptam o princípio de pé dominante com
movimentações pre-determinadas ao 1º poste (pentração de uma atleta) e ao 2º poste
(penetração de dois atletas). Normalmente a bola é dirigida ao 2º poste procurando a
penetração da atleta nº 3. Garantem o equilibrio defensivo com duas atletas fora da
área. Nos cantos ofensivos, adoptam o princípio de pé não dominante com
movimentações pre-determinadas ao 1º poste (pentração de um atleta) e na zona do
penalty e do 2º poste (penetração de duas atletas). Ficam dois atletas fora da área,
para garantirem o equilibrio defensivo. Nos lançamentos de linha lateral
ofensivos, procuram lançar para o Nº 10.
a.11) Jogadores chaves….
Os jogadores que assumem maior preponderância na equipa é a Nº 10, sendo o
“pensador” e a “condutor” da organização ofensiva da equipa, em que se destaca pela
qualidade da sua decisão (sabe diferenciar quando tem que driblar, assistir ou
rematar) e pela sua excelente leitura de jogo (decide rápido em função do contexto do
jogo). É um jogador tecnicamente evoluído ao nível do drible (1X1), do passe
(distância, direção) e aparece em zonas ótimas de finalização (2ª linha ofensiva),
tendo facilidade no remate. A nível defensivo, fecha corretamente os espaços
interiores, sendo simultaneamente inteligente na pressão individual e coletiva. Outros
dos elementos que asumem um papel relevante é Nº 7 e Nº 9 , são jogadores que
dão largura e profundidade às ações ofensivas da equipa “desmarcações de rutura”,
estão sempre em posição de receber a bola utilizando os espaços no seu corredor, são
portadores de uma boa técnica de drible e de um bom domínio e controlo da bola,
tendo uma boa potência aeróbia e anaeróbia. A nível defensivo sabem encurtar os
espaços “pressão individual e coletiva”. Por último, o jogador Nº 2, é também um
jogador chave pela sua capacidade de passe e pela sua capacidade defensiva ao nível
do encurtamento dos espaços através de tática defensiva individual “desarme,
interceção e colocação dos apoios”.
a.12) Caracterização individual das restantes jogadoras

Guarda-Redes (Jogador nº 1)
93
Coloca-se posicionalmente em função do centro do jogo (posição da bola), não tem
dificuldades em receber o passe sempre que foi solicitado pelas colegas de equipa.
Revelou qualidade no passe com os pés em distâncias longas e revelou segurança com
as mãos. Excelente na comunicação.

Defesa (Jogador nº 3 e 4)
Não sabem diferenciar quando tem que jogar de primeira ou conservar a bola; sabem
quando mudar de direção do jogo e/ou jogar em profundidade; Realizam “campo
grande” na 1ª fase da construção ofensiva e “campo pequeno” na 2ª fase de
construção ofensiva; Sentem dificuldades na orientação espacial e nos diferentes tipos
de marcação (individual e à zona) e nas noções de coberturas e dobras. Possuem uma
boa técnica de passe (distância, direção), bom jogo aéreo e domínio e controlo da bola
e boa receção.

Defesa (Jogador nº 5)
Não sabe decidir quando: manter a posse de bola; passar em profundidade no
corredor, em diagonal curta/média/longa; Domina a noção do primeiro passe sem
risco; Ao nível do jogo está sempre em posição de receber a bola “receção orientada”;
Sabe “fechar” por dentro, evitando a perda posicional; Sabem encurtar os espaços, de
modo a evitar o cruzamento; Dificuldades na capacidade de desarme em situações de
1X1.

Médio Centro “Pivot” (Jogador nº 6)


Sempre em posição de receber a bola; primeiro passe sem riscos; Decide bem e rápido
em função do contexto do jogo (Sabe diferenciar quando tem que jogar de primeira ou
conservar a bola; sabe quando tem que mudar o sentido do jogo e/ou jogar em
profundidade; Noção de cobertura ofensiva; Fecha os espaços e ajusta as distâncias –
Equilíbrio defensivo; Comunicador.

Avançado (Jogador nº 11)


Dá profundidade às ações ofensivas da equipa “desmarcações de rutura”; Jogo de
posições: sempre em posição de receber a bola; Sabe pedir a bola no espaço e no pé;
cria espaços para a penetração dos médios; encurta os espaços “pressão individual e

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coletiva”; técnica de passe “tabelas” e proteção da bola “escondem a bola do
adversário”; técnica de remate com pés e com a cabeça “jogo aéreo”. Potência
muscular (impulsão e mudanças de direção).

a.13) Organização defensiva


Os pressupostos estratégico/táticos expressos no jogo são suportados por um sentido
e mentalidade coletiva e um elevado grau de espírito de equipa, partindo de uma
premissa que o problema de um é o problema de todos. O trabalho de equipa na fase
defensiva exprime-se pela continuidade nas ações agressivas na marcação,
caracterizada por uma forma de organização pressionante ao portador da bola, pela
redução efetiva do espaço de jogo tentando dificultar uma “ adequada capacidade de
decisão”.
a.14) 16.1. Equilíbrio defensivo
Apesar das características referenciadas no item anterior, a equipa no corredor lateral
esquerdo é vulnerável permitindo à equipa adversária a concretização de transições
ofensivas e é permissiva ao nível do setor médio
a.15) Reação à perda
A reação da equipa à perda da bola é assumida por uma marcação rigorosa sobre a
bola, o espaço e o adversário, tentando evitar o desenvolvimento das ações rápidas de
ataque do adversário.
a.16) Recuperação defensiva
A recuperação defensiva é rápida, no entanto não é contextualizada em função da bola
e da ocupação dos espaços vitais de jogo. A maioria dos atletas focam-se apenas na
referência do centro de jogo “bola”, permitindo linhas de progressão ao nível dos
corredores laterais “jogo exterior”, dando oportunidade ao adversário a construção de
ações ofensivas em espaços vitais de finalização.
a.17) Bloco defensivo
A última linha defensiva “linha de 4 jogadores” os jogadores 3 e 4 tem dificuldades na
orientação espacial, não consegue controlar e diferenciar quando é que deve marcar
individualmente ou à zona, jogam em linha, dificultando a realização das coberturas
defensivas e respetivas dobras. Estas ações tático-técnicas menos conseguidas
fragilizam a solidez defensiva da equipa ao nível do corredor central, permitindo criar
situações de finalização.

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Outra das limitações do bloco defensivo é o espaço permitindo entre as duas linhas
perpendiculares, favorecendo as penetrações em espaços vitais “zona ótima de
finalização” fundamentalmente no corredor esquerdo
a.18) Transição defensiva
A transição defensiva da equipa é intensa, em que todas as jogadoras recuperam
rapidamente, no entanto, a generalidades das suas ações defensivas não tem uma
intencionalidade tática, não ocupam as posições vitais na proteção da sua baliza, não
formando um bloco compacto e homogéneo.

a.19) Esquemas táticos defensivos


Nos lançamentos de linha lateral defensivos, posicionam muitos atletas
envolvidos na ação, procurando que o adversário não consigam rececionar a bola. Nos
livres indiretos defensivos colocam todos os elementos no processo, optando por
uma marcação à zona. Nos cantos defensivos, colocam um jogador na zona do 1º
poste e adoptam uma marcação à zona aos jogadores adversários que se encontra
dentro da área.
a.20) Missões táticas ofensivas

Posição (n.º 1)
Em processo ofensivo, o guarda-redes em posse de bola, preferencialmente, solicita os atletas
das posições 2 e 3, promovendo a 1ª fase de construção. Sob pressão realiza sempre passe
com trajetória aérea na direção do meio campo adversário e preferencialmente sobre os
corredores laterais.

Posição (n.º 3/4)


Quando em posse promovem a circulação da bola de forma rápida e, com o recurso ao menor
número de toques possíveis, tendo como referência o médio da posição n.º 6.

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Posição (n.º 2/5)
Em posse aceleram o jogo da sua equipa, quer através de combinações simples, diretas e
indiretas em progressão ou, recorrendo à condução da bola a alta velocidade e em direção à
baliza adversária ou à linha de fundo. Sempre que a posse se encontre num dos dois defesas (2
e 3), elas mantêm-se bem encostados à linha lateral de modo a garantir o “campo largo”.
Sempre que ocorra um cruzamento proveniente do corredor lateral (oposto), a ala lateral mais
distante do centro do jogo, posiciona-se dentro da área ocupando uma das três posições para
finalização.

Posição (n.º 6)
Em processo ofensivo, quando um das defesas 3 e 4 progride com bola até à zona intermédia,
o atleta da posição n.º 6, báscula horizontalmente para o lado oposto àquele que vai ser
ocupado pelo portador. Deste modo, promove uma possível linha de passe e cobertura ofensiva
ao portador. Sempre que um corredor lateral é dinamizado obrigando ao seu disposicionamento
momentâneo, o atleta da posição n.º 6, bascúla para uma posição intermédia situada entre a
sua posição inicial e a posição inicial do lateral envolvido diretamente na ação ofensiva. O atleta
da posição n.º 6, sempre que a bola esteja a ser circulada pelas defesas, realiza deslocamentos
nas paralelas da área, com o intuito de conferir uma possível linha de passe ao portador.

Posição (n.º 7 e 9)
Os atletas têm como zona de referência as diagonais da área adversária (zona ótima de
finalização). A partir daí, desenvolve as suas ações de carácter ofensivo. Após ter realizado um
deslocamento com aproximação ao centro do jogo (situado no corredor lateral), deslocamento
esse que no entanto não lhe permitiu ser solicitado, o atleta em questão, altera o sentido do
seu deslocamento e, através de uma desmarcação de rutura, desmarcar-se para o espaço
oposto onde a bola se encontra (centro do jogo no terço ofensivo). Sempre que ocorre um
cruzamento, o atleta da posição n.º 7 ou 9, surge em zona de finalização (1ª ou 2ª linha).

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a.21) Missões táticas defensivas

Posição (n.º 1)
Sempre que a bola se encontre sobre um corredor lateral, o seu posicionamento é sempre
realizado entre a marca de grande penalidade e o poste mais próximo do centro do jogo.

Posição (n.º 3/4)


Sempre que o adversário em posse, encontre voltado de costas para a nossa baliza, ou realize
passe na direção de um colega mais atrasado, as atletas da posição (n.º 3/4) em uníssono com
os seus colegas de sector, “sobem” rapidamente a linha defensiva, em direção ao centro do
jogo. Em processo defensivo, um dos defesas (n.º 3/4) é responsável pela “marcação” zonal,
ao atleta mais adiantado da estrutura adversária. Assim sendo, a ação de marcação zonal, é
realizada pelo defesa que momentaneamente “recebe” o opositor, na sua zona de intervenção.
Sempre que o adversário dinamiza um corredor lateral, dinamização essa que pressupõe o
disposicionamento momentâneo do lateral a central mais próximo do centro do jogo, bascula
horizontalmente, conferindo cobertura defensiva ao atleta envolvido diretamente no centro do
jogo. Paralelamente, o central mais distante do centro do jogo, bascúla também ele
horizontalmente, ocupando momentaneamente o lugar do seu colega de sector.

Posição (n.º 2/5)


Em processo defensivo, os atletas da posição (n.º 2/5) posiciona-se sempre, relativamente ao
adversário situado na sua zona, por dentro (espaço interior) e recuado relativamente a este.
Assim sendo, entre o adversário direto e a baliza, encontra-se sempre “bem posicionado” o
atleta da posição (n.º 2/5). Sempre que, a equipa adversária dinamiza o corredor lateral oposto
àquele onde se encontra o atleta da posição (n.º 2/5), então, o atleta em questão, desloca-se
para o espaço interior próximo do central situado a seu lado e, ocupar o espaço existente entre
a marca de grande penalidade e o vértice da pequena área.

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Posição (n.º 6)
Sempre que o adversário em posse, se encontre voltado de costas para a nossa baliza, ou
realize passe na direção de um colega mais atrasado, é dever do atleta da posição (n.º 6) em
uníssono com os seus colegas de sector, “sobe” rapidamente a linha intermédia, em direção ao
centro do jogo e, até ao momento imediatamente antes a um novo adversário ficar em posse.
A atleta da posição n.º 6, preferencialmente posiciona-se no corredor central. Sempre que o
adversário consegue dinamizar um flanco, dinamização essa que pressupõe um cruzamento, o
atleta da posição n.º 6 desloca-se para o interior da área, ocupando o espaço existente entre o
central e o lateral mais distante do centro do jogo. Em processo defensivo, o atleta da posição
n.º 6 nunca permite que uma defesa ou médio adversário se posicione atrás de si.

Posição (n.º 11)


Aquando da reposição de bola pelo adversário no seu terço defensivo, os avançados adotam
sempre que a equipa se encontra organizada, uma posição na linha do médio mais defensivo
adversário e, posicionado sobre os centrais (não o deixando receber). Durante o processo
defensivo organizado tentam por um lado direcionar os adversários a desenvolver a sua ação
ofensiva pelos corredores laterais e, por outro, nunca permitem que as defesas adversárias
passem quando em posse, para espaços situados atrás de si (nas suas costas). Sempre que um
corredor lateral é dinamizado por um lateral opositor, é dever do avançado central, realizar um
deslocamento circular para junto do central adversário mais próximo do centro do jogo,
inviabilizando um passe atrasado para este.
Julho, 2017
Carlos Manuel Pessoa Miragaia, treinador estagiário
Fernando Oliveira Santos, diretor técnico - Tutor

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