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GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS

POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS


DIRETORIA DE SAÚDE
CENTRO DE PSICOLOGIA

Todos pela vida

LINHA DE CUIDADOS
EM SAÚDE MENTAL
PARA O POLICIAL MILITAR

MANAUS
2022
11. REFERÊNCIAS

ABP. Associação Brasileira de Psiquiatria. Suicídio: informando para prevenir/ Associação Brasileira de
Psiquiatria, Comissão de Estudos e Prevenção de Suicídio. – Brasília: CFM/ABP, 2014.

BOTEGA, N. J. Crise Suicida. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.

BRASIL. Lei nº 13.819, de 26 de abril de 2019. Institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação
POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS e do Suicídio, a ser implementada pela União, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
e altera a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998. Vigência. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 26 abr. 2019. Seção
COMANDANTE-GERAL CEL PM MARCUS VINÍCIUS OLIVEIRA DE ALMEIDA
SUBCOMANDANTE-GERAL CEL PM ALGENOR MARIA DA COSTA TEIXEIRA FILHO 1, p. 1. BRASIL, 2019.
CHEFE DO ESTADO-MAIOR GERAL CEL PM EYDERSON PRADO DA FONSECA,
SUBDIRETOR DA DS Ten CEL PM ALUYISIO DE ALBUQUERQUE SILVA JÚNIOR
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2022, SÃO PAULO. Anuário Brasileiro de
Segurança Pública. São Paulo: [S. L.], 2022.

MIRANDA, D. (org.). Por que policiais se matam? diagnóstico e prevenção do comportamento suicida na
polícia militar do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2016.

MURTA, S. G; FRANÇA, C. L; SANTOS, K. B; POLEJACK, L. (org). Prevenção e promoção em saúde


mental: fundamentos, planejamento e estratégias de intervenção. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2015.

Ouvidoria da Polícia do estado de São Paulo. Uma análise crítica sobre suicídio policial. São Paulo, 2019.

EQUIPE TÉCNICA/ ELABORAÇÃO RODRIGUES, C. B. R. Suicídio Policial: compreender para prevenir. Curitiba: Editora CRV, 2020.
MAJ. QOSPM PSIC FLÁVIA DÍAS
MAJ. QOSPM PSIC RENATA GUEDES
SHNEIDMAN, E. S. The Suicidal Mind. Oxford University Press: Oxford, 1996.
CAP. QOSPM PSIC MÁRCIO SANTOS
CAP. QOSPM PSIC ALEXANDRE PICANÇO
CAP. QOSPM PSIC MARÍLIA MACIEL SILVA, A. V. V. da, SILVA, R. C. da, SOUZA, C. M. F. dos S. ., SILVA, R. P. da, & ABECASSIS, R. (2022).
TEN. QOSPM PSIC FABÍOLA VASQUES
Prevenção e manejo do comportamento suicida na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Revista Científica
Da Escola Superior De Polícia Militar, 1(3), 200–234. Recuperado de: https://revistacientifica.pmerj.rj.gov.br/
index.php/espm/article/view/45.

EQUIPE DESIGN - DCS WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. World Health Statistics 2017: Monitoring health for the
AL.OF. MARCOS GOMES SDGs. 2017. Disponível em: h4p://www.who.int/mental_health/prevenjon/suicide/suicideprevent/en/.
SGT. QPPM WILLIAM RIBEIRO
ESTAGIÁRIA JAMILY GABRIELE
SUMÁRIO
Com quem posso entrar em contato neste momento?

1. Apresentação 01

Na PMAM, a Diretoria de Promoção Social – DPS tem como 2. Introdução 03


missão a assistência e a promoção social ao pessoal da Corporação. A
unidade órgão dispõe de profissionais, assistentes sociais e psicólogos
que realizam apoio emergencial às pessoas enlutadas. Para acioná-los, 3. Compreendendo o comportamento suicida 04
basta entrar em contato com o telefone funcional: (92) 98842-2968.

4. Fatores de risco para o suicídio 05


O CPSI dispõe de psicólogos capacitados para oferecer suporte
e apoio emocional aos policiais militares e dependentes para
5. Fatores de proteção 07
enfrentamento a esse difícil momento. Para tanto, entre em contato
com o nosso número funcional: (92) 98842-1975.
6. Mitos relacionados ao suicídio 09

7. Identificando sinais verbais e comportamentais 11

8. Como posso abordar um Policial Militar? 13

9. Como lidar com a emergência? 15

10. Após o suicídio de um Policial Militar 17

11. Referências 18
1. APRESENTAÇÃO 10. APÓS O SUICÍDIO DE UM POLICIAL
MILITAR
O policial militar, como operador da segurança pública, atua
A morte por suicídio pode desencadear sentimentos de raiva,
em constante interação com pessoas, com conflitos e, muitas vezes, com
rejeição, culpa, desespero e desamparo aos enlutados, assim como
riscos, inclusive o da própria vida. Diante dessa realidade, a profissão
sentimentos de identificação com o ato que necessitam ser acompanhados
policial militar apresenta uma série de desafios que tornam sua atuação
(SHNEIDMAN, 1996).
complexa.
Um suicídio afeta profundamente a família, amigos e colegas
Em comparação com os demais orgãos de segurança pública, a
de trabalho. Esses grupos podem precisar de ajuda para lidar com o
polícia militar é uma instituição que reúne inúmeros fatores
sofrimento por que passam. Cada um terá que se defrontar com o luto de
estressantes e de risco. Segundo dados organizados pelos Fórum
sua maneira particular e a seu tempo. O que funciona para um pode não
Brasileiro de Segurança Pública, a alta exposição de policiais militares à
funcionar para outro (BOTEGA, 2015).
letalidade policial pode torná-los mais suscetíveis à vitimização letal
(MIRANDA, 2016).
A literatura na área prevenção e promoção em saúde mental
alerta que a qualidade da rede de suporte pode ser considerada um dos
A vitimização policial indica que o suicídio é um fenômeno
mais potentes entre os fatores de proteção ambientais (MURTA e
grave nas instituições policiais. No Brasil, a taxa média de suicídio é de 5.8
FRANÇA, 2015). Desta forma, para os que vivenciaram este evento são
para cada 100 mil habitantes. A taxa de suicídio na Polícia Militar de São
importantes o acolhimento e/ou acompanhamento.
Paulo é, em média, 21.7, o que representa uma taxa 6 vezes maior que a
taxa de homicídio em serviço. Tais dados são uma demonstração
indiscutível de que o suicídio policial merece atenção permanente das
autoridades públicas (Ouvidoria da Polícia de São Paulo, 2019).

01 18
Em recente publicação do Anuário Brasileiro de Segurança
Pública (2022), ganhou destaque o aumento de 55,4% no número de
suicídios dos integrantes das forças de segurança pública. Frente a esse
Converse com o policial militar sobre a possibilidade de
cenário alarmante, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) vem se
mobilizar e contatar quem possa ajudá-lo (familiares, mobilizando para pensar uma agenda de prevenção na área de saúde
amigos, policiais militares mais próximos). É muito mental do policial militar.
importante que este passo seja realizado, pois a
Nesta esteira, o Centro de Psicologia (CPSI), órgão de apoio
vigilância desta pessoa é fundamental. subordinado à Diretoria de Saúde (DS), elaborou este material, o qual tem
como objetivo a conscientização e a sensibilização da PMAM quanto ao
O psicólogo realizará o atendimento clínico e poderá tema da violência autoprovocada e a sua prevenção.
emitir até 03 (três) dias de atestado psicológico. Diante
da necessidade de um período mais extenso, o policial
militar será encaminhado para avaliação médica. Além
disso, cabem outros procedimentos técnicos atinentes
(acionamento da rede familiar de apoio,
Esta cartilha traz procedimentos
encaminhamento para outras modalidades de
específicos, sobre o que fazer caso
tratamento). você identifique potencial risco de
Mantenha a discrição e sigilo em todas as ações, fazendo
violência autoprovocada em outro
integrante da Corporação.
com que apenas os elementos essencialmente
necessários tenham conhecimento da situação.

Em situações de grande descontrole emocional, o


único manejo clínico possível é através da contenção
clínica imediata. Nesses casos, o paciente encontra-se
incapacitado para um processo de comunicação, tor-
nando inviável uma intervenção psicológica. Portanto,
É dever de todo policial militar, de seus
sugere-se o acionamento do SAMU ou do transporte pares, de seus subordinados, de seus
sanitário em situações de urgência e emergência. superiores e de seus Comandantes,
Chefes e Diretores zelarem pelo
bem-estar psicossocial de todo
integrante da Corporação.
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2. INTRODUÇÃO 9. COMO LIDAR COM A EMERGÊNCIA

Segundo a Lei Federal nº 13.819, a qual institui a Política Nacio- O policial militar com risco de suicídio necessita de cuidados e a
nal de Prevenção à Automutilação e do Suicídio, a violência autoprovocada organização policial militar (ou qualquer policial que identifique estes
é entendida como: o suicídio consumado, a tentativa de suicídio e o ato de riscos) deve tomar as seguintes medidas de prevenção:
automutilação, com ou sem ideação suicida (BRASIL, 2019).

O suicídio é um fenômeno multifatorial, de grande complexidade Em um ambiente reservado, comunicar ao policial militar,
e que podemos definir como um comportamento ativo ou passivo, em que o com muito respeito e afeição, sobre os fatores de risco
indivíduo usa de violência com a intenção de causar a própria morte
observados.
(BOTEGA, 2015).
Mantenha a vigilância: após o controle e escuta da
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde - OMS
(2017), a taxa de suicídio mundial foi de 800 mil mortes, ou seja, a cada 40 situação, afaste o policial militar de qualquer meio que
segundos, alguém comete suicídio; diariamente 2 mil pessoas põem fim a possa oferecer risco à integridade dele e mantenha-o
própria vida. Corresponde, portanto, a 1,4% do total de mortes do planeta: sempre próximo a outras pessoas, referencialmente
supera a soma de todos os óbitos causados por homicídios, acidentes de
aquelas com quem ele já possua algum vínculo.
transporte, guerras e conflitos civis (BOTEGA, 2015).

Entretanto, múltiplos fatores podem impedir a detecção precoce Informá-lo de que ele será encaminhado para
e a prevenção do suicídio, entre eles, o estigma e o tabu. Aspectos religiosos, atendimento no Centro de Psicologia da PMAM, em Centro
morais e questões socioculturais por vezes obscurecem o comportamento de Atenção Psicossocial – CAPS ou outra unidade de
suicida, impedindo as pessoas de procurarem ajuda nos serviços de saúde.
saúde que disponha de profissional de saúde mental no
primeiro dia útil ou em até 72h. Por meio deste
atendimento, o psicólogo poderá avaliar o risco para
É possível prevenir o suicídio! orientar quanto ao encaminhamento adequado
(atendimento médico emergencial, por exemplo).

Se existirem riscos graves e iminentes, o seu


Comandante, Chefe ou Diretor deve retirar o policial
A prevenção é uma tarefa que
militar de qualquer função atrelada ao contato com
envolve esforços coordenados,
arma de fogo e providenciar o recolhimento de sua arma
de todos os níveis. Todo policial
militar tem uma função na particular e/ou sob cautela. Tal ato pode ocorrer antes
estratégia de prevenção! mesmo do encaminhamento ao profissional de saúde.
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3. COMPREEDENDO O COMPORTAMENTO
Uma abordagem calma, aberta, dotada de empatia e de não SUICIDA
julgamento e baseada no respeito pelas opiniões e valores pessoais do
policial é fundamental.
O comportamento suicida é todo ato pelo qual um indivíduo
causa lesão a si mesmo, independente do grau letal e do verdadeiro motivo
desse ato. Uma definição tão abrangente possibilita conceber o
Como se comunicar: Como NÃO se comunicar:
comportamento suicida ao longo de um continuum: a partir de
pensamentos de autodestruição, por meio de ameaças, gestos, tentativa de
- Ouvir atentamente, com - Interromper com suicídio e, por fim, suicídio (BOTEGA, 2015).
calma; frequência;
A pessoa que manifesta comportamentos suicidas,
- Entender os sentimentos da - Ficar chocado ou muito
pessoa (empatia); emocionado; frequentemente, se vê diante do enfrentamento de inúmeras dificuldades,
havendo um prejuízo na adequada percepção da realidade e racionalização
- Dar mensagens não - Dizer que você está das ações. Esse intenso e insuportável sofrimento emocional faz com que a
verbais de aceitação e ocupado; pessoa procure a interrupção dessa consciência, de maneira ajustadora,
respeito;
- Fazer o problema parecer mas não adaptativa, através do suicídio (SHNEIDMAN, 1996).
- Expressar respeito pelas trivial;
opiniões e pelos valores da
pessoa; - Tratar o policial militar de
uma maneira que possa
- Conversar honestamente e colocá-lo numa posição de
com autenticidade; inferioridade;

- Mostrar sua preocupação, - Dizer simplesmente que


seu cuidado e sua afeição; tudo vai ficar bem;

- Falar sobre a importância - Fazer perguntas


de conversar com um indiscretas;
profissional da saúde da
Corporação. - Emitir julgamentos “certo x
errado”, tentar doutrinar.

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria (2014).

Busque sensibilizar o policial militar sobre a importância de


ser avaliado por um psicólogo ou outros agentes de saúde da Corporação.
Atuar como policial militar durante uma crise emocional pode agravar o
quadro e deixar o profissional mais exposto aos riscos.

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4. FATORES DE RISCO PARA O SUICÍDIO
Primeiros passos para viabilizar contato com policial militar em crise suicida

- O primeiro passo é achar um local adequado, onde uma conversa


tranquila possa ser mantida com privacidade razoável;
Fatores sociodemográficos - O próximo passo é reservar o tempo necessário. Pessoas com
ideação suicida usualmente necessitam de mais tempo para
deixarem de se achar um fardo. É preciso, também, estar disponível
emocionalmente para lhes dar atenção;
- Sexo masculino; -A tarefa mais importante é ouvi-las efetivamente. Conseguir esse
contato e ouvir é por si só o maior passo para reduzir o nível de
desespero do suicida;
- Adultos jovens (19 a 49 anos) e idosos; - Trate com respeito;
- Seja empático às emoções do outro;
- Estados civis viúvo, divorciado e solteiro; - Cuidado com o sigilo.

- Orientação homossexual ou bissexual. Fonte: RODRIGUES (2020).

Transtornos Mentais

- Depressão, bipolaridade, abuso/dependência de


álcool e outras drogas, esquizofrenia;
- Falta de tratamento ativo e continuado em
saúde mental;
- Tentativa de suicídio pregressa;
- História familiar de doença mental/suicídio.

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8. COMO POSSO ABORDAR UM POLICIAL
MILITAR?
A melhor maneira de descobrir se um policial tem Fatores psicossociais
pensamentos de suicídio é perguntar para ele. Ao contrário da crença
popular, falar a respeito de suicídio não coloca a ideia na cabeça das
pessoas. Caso não se sinta momentaneamente capaz: deve pedir ajuda - Abuso físico ou sexual; - Perda afetiva recente ou

para um psicólogo, psiquiatra ou outros profissionais de saúde - Perda ou separação dos pais na outro acontecimento
(RODRIGUES, 2020). infância; estressante;

- Ausência de apoio social; - Desesperança, desamparo;


Pode acontecer das formas mais inusitadas: em uma consulta,
uma instrução, uma avaliação regular, na mesa do rancho, ao adentrar - Isolamento social; - Traços de personalidade:
uma seção administrativa, em uma conversa informal e, muitas vezes, - Pouca flexibilidade para enfrentar impulsividade,
onde pode ser difícil ter uma conversa particular (RODRIGUES, 2020).
adversidades; agressividade, labilidade do

humor.

Qualquer integrante da corporação


pode identificar um policial militar sob risco de
suicídio.

É necessário que o ouvinte não subestime a situação e se Outros


disponibilize a ouvir esta pessoa, dispensando a ela o tempo necessário,
encontrando um local adequado. A privacidade do policial militar deve
ser preservada (RODRIGUES, 2020). - Acesso a meios letais (arma de fogo, venenos);
- Doenças físicas incapacitantes,
estigmatizantes, dolorosas e terminais;
- Relação terapêutica frágil ou instável.

Fonte: Adaptado de Botega (2015).

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5. FATORES DE PROTEÇÃO

Os fatores protetivos garantem diminuir ou


eliminar a exposição a fatores de risco.
Regra dos 4Ds: são quatro sentimentos principais de quem pensa
em se matar.
Personalidade e estilo cognitivo

- Flexibilidade cognitiva;
1 Depressão

- Disposição a aconselhar-se em decisões


importantes, para buscar ajuda;
2 Desamparo
- Habilidade para se comunicar;
- Capacidade de fazer boa avaliação da 4Ds
realidade. 3 Desesperança

Estrutura familiar
4 Desespero

- Bom relacionamento interpessoal;


- Senso de responsabilidade em relação à
família;
- Pais atenciosos e consistentes;
- Apoio em situações de necessidade. É necessário, portanto, que todos os
membros da corporação estejam
vigilantes aos sinais, que se forem
identificados a tempo, podem salvar
uma vida.

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7. IDENTIFICANDO SINAIS VERBAIS E
COMPORTAMENTAIS Fatores socioculturais
Os sinais verbais são frases ou palavras, faladas ou redigidas
pelo próprio individuo, que direta ou indiretamente, inferem a sua morte.
- Integração e bons relacionamentos em grupos
Já os sinais comportamentais, representam ações ou atos que, sem
motivação aparente, necessitam ser realizados ou finalizados sociais (colegas, amigos, etc.);
(SHNEIDMAN, 1996). - Adesão a valores e normas socialmente
compartilhados;
Alguns sinais podem ser notados ou até interpretados como um
pedido de ajuda, portanto, a literatura indica que ao deparar-se com - Práticas religiosas e outras práticas coletivas;
alguém que possa estar emitindo sinais verbais ou comportamentais, o - Rede social que propicia apoio prático e
mais adequado é a abordagem de forma clara e objetiva, perguntando se emocional;
o indivíduo está fazendo qualquer menção a uma intenção suicida
- Disponibilidade de serviços de saúde mental.
(RODRIGUES, 2020).

Fique atento às frases de alerta. Por trás delas estão sentimentos de


pessoas que podem estar pensando em suicídio. Exemplos:

“Eu não aguento mais” “Eu sou um perdedor e um peso pros outros”
Outros
“Eu já sei o que vou fazer” “Os outros vão ser mais felizes sem mim”

“Eu preferia estar morto” - Boa qualidade de vida;


- Regularidade no sono;
- Boa relação terapêutica.
Fique atento aos comportamentos, através de indicação de alguma
forma de despedida ou mudança radical de rotina:
Fonte: Adaptado de Botega (2015).

Organização financeira: colocam sua contabilidade em dia, pagam dívidas e


contas.
Despedidas: a pessoa procura aqueles que são importantes para se despedir.
Desapego: se desfazem de suas posses, inclusive objetos de valor afetivo.
Fortalecer os fatores de proteção e gerenciar o
Nostalgia e falta de planos: só falam do passado, relembram momentos
risco dos variados fatores precipitantes que
felizes.
atravessam o cotidiano dos policiais militares
Melhora aparente: é comum ouvir depoimentos do tipo “mas ela estava bem
são aspectos fundamentais na construção de
melhor”, em particular, nos casos ligados à depressão. O que ocorre é que de
uma agenda voltada para a saúde mental.
fato, quando a decisão já está tomada, o conflito se dilui e a pessoa parece
estar bem.
11 08
6. MITOS RELACIONADOS AO SUICÍDIO FALSO. A mídia tem obrigação social de tratar
É proibido que a mídia desse importante assunto de saúde pública e
aborde o tema suicídio. abordar esse tema de forma adequada. É
Um dos primeiros passos para a prevenção é eliminar alguns fundamental dar informações à população.
mitos e crenças errôneas ainda presentes entre os policiais:

O suicídio é uma decisão FALSO. Os suicidas estão passando quase


individual, já que cada um invariavelmente por uma doença mental que Quem se mata é diferente FALSO. Todas as ameaças e tentativas de suicídio
altera, de forma radical, a sua percepção da de quem apenas tenta. devem ser levadas a sério.
tem pleno direito a exercitar
realidade e interfere em seu livre arbítrio.
o seu livre arbítrio.

Só as pessoas com distúr- FALSO. Diante de uma crise emocional, com a qual
a pessoa momentaneamente não perceba meios
bios mentais cometem
Quando uma pessoa pensa FALSO. O risco de suicídio pode ser eficazmente de enfrentamento ela pode sim vir a cometer
suicídio. suicídio.
em se suicidar terá risco de tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em
suicídio para o resto da vida. risco.

FALSO. O comportamento suicida, com todas as


O suicídio é um ato de suas variações, bem como o suicídio, referem-se a
As pessoas que ameaçam uma pessoa adoecida. O indivíduo não deseja
FALSO. A maioria dos suicidas fala ou dá sinais covardia (ou de coragem).
se matar não farão isso, sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas morrer, mas apenas lidar com uma dor, com um
querem apenas chamar a expressou seu desejo em dias ou semanas sofrimento.

atenção. anteriores.

Quem quer se matar está FALSO. Comportamento suicida e depressão não


Se uma pessoa que se deprimido e não posta fotos necessariamente são sinônimos de aparência
em redes sociais. triste e pesarosa.
sentia deprimida e pensava FALSO. Um dos períodos mais perigosos é quando
em suicidar-se, em um se está melhorando da crise que motivou a
Fonte: Adaptado de Silva et al (2022)
tentativa, ou quando a pessoa ainda está no
momento seguinte passa a
hospital, na sequência de uma tentativa.
se sentir melhor, significa
que o problema já passou.
sim

não

Não devemos falar sobre o FALSO. Falar sobre suicídio não aumenta o risco.
suicídio, pois isso pode Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o
assunto pode aliviar a angústia e a tensão que
aumentar o risco.
esses pensamentos trazem.

09 10

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