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POLÍCIA MILITAR DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CENTRO DE ATENDIMENTO MÉDICO BÁSICO

CEL QOS PM MÉDICO MARCOS NOLASCO – COORD. de SAÚDE PMBA


MAJ QOS PM MÉDICA SILENE Ma. F. B. DANTAS – COORD. CAMB PMBA
Departamento de Saúde - Setembro Amarelo
2018
PALAVRA DO COMANDANTE
Meus caros Policiais Militares,
Assim como nos preocupamos tanto em prevenir problemas de saúde física,
hipertensão, diabetes, obesidade, devemos ter os mesmos ou mais cuidados
quando falamos da nossa saúde mental. Diferente de décadas passadas, hoje as
causas (traumas emocionais, transtornos psicológicos, depressão
e esquizofrenia o consumo de álcool e de drogas, entre outros) que levam ao
suicídio são identificadas com maior precisão e os tratamentos e
acompanhamentos surtem efeito positivo em boa parte dos casos. Para tanto,
precisamos estar atentos para os sinais que podem desencadear tais transtornos
psicológicos e de imediato procurarmos a devida assistência.
Engajada neste processo, a PMBA, através do Departamento de Saúde,
implementou o Centro de Reabilitação, com o serviço de psicologia e 6 Unidades
Básicas de Saúde no interior do Estado, onde foram realizadas diversas ações de
promoção de saúde, voltadas a prevenção do suicídio como palestras, seminários
e outras ações. Agora contamos com esta cartilha que nos ajudará a identificar as
causas, os riscos, os fatores de proteção, alguns mitos relacionados ao
comportamento suicida e principalmente a quem recorrer nas horas escuras.

Sejam fortes! Não podemos perder essa batalha!

“PM e Comunidade na corrente do bem”

ANSELMO ALVES BRANDÃO – CEL PM


Comandante-Geral

PALAVRA DO DIRETOR DE SAÚDE


O Departamento de Saúde concretiza mais uma ação importante de promoção de
saúde. A média histórica de suicídio nos últimos 12 anos (2006 a 2017) na Polícia
Militar da Bahia é de 4,75 suicídios/ano e nos últimos três anos (2015 a 2017) a
média é de 4,0 suicídios/ano, o que representa uma redução significativa. Vamos
continuar trabalhando para uma saúde cada vez melhor.

Vamos a luta!!!

Clóvis Ribeiro Sobrinho - CEL QOS PM


Diretor do Departamento de Saúde 2
A PMBA NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO

Suicídio é uma palavra que assusta, mas que deve ser discutida. Infelizmente o
número de suicídios no mundo vem aumentando e é necessário conhece-lo
melhor.
“Quero sua risada mais gostosa. Esse seu jeito de achar que a vida pode ser
maravilhosa...” (Ivan Lins).
Vamos criar LAÇOS FORTES COM A VIDA!

COMO IDENTIFICAR PESSOAS EM RISCO?

PRINCIPAIS FATORES DE RISCO:


Transtornos mentais
Histórico de tentativa de suicídio

Outros fatores:

ü DEPRESSÃO é o mais comum dos fatores de risco, deve ser


tratada precocemente com antidepressivo para uma melhora mais
rápida e menor chance de recidiva.
ü DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL e DROGAS é alta em nossa
população e eleva a impulsividade e o risco de suicídio,
principalmente quando associada à depressão.
ü Transtorno bipolar.
ü Ansiedade.
ü Transtorno de personalidade.
ü Esquizofrenia.
ü Estresse pós-traumático.
ü Comportamento retraído, isolamento social.
ü Dificuldade nas relações familiares e de amizades.
ü Dificuldade financeira.
ü Baixa resiliência.
ü Personalidade impulsiva, agressiva ou humor instável.
ü Desesperança, impotência, desespero e desamparo.
ü Conflitos de identidade sexual.
ü Falar de morte ou suicídio.
ü Solteiros, separados ou viúvos. 3
ü Doenças orgânicas incapacitantes.
FATORES DE PROTEÇÃO

ü Autoestima elevada.
ü Bom suporte familiar.
ü Crenças religiosas, culturais ou étnicas.
ü Laços sociais estabelecidos.
ü Vida social e lazer.

ATENÇÃO AOS SENTIMENTOS (4D)!

D E P R E S SÃ O
DESESPERANÇA
DESAMPARO
DESESPERO

FRASES DE ALERTA

Ø “Eu preferia estar morto”.


Ø “Eu não posso fazer nada”.
Ø “Eu não aguento mais”.
Ø “Eu sou um perdedor e um peso pros outros”.
Ø “Os outros vão ser mais felizes sem mim”.

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MITOS RELACIONADOS AO COMPORTAMENTO SUICIDA
FALSO!
Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma
1. O suicídio é uma decisão
doença mental que altera, de forma radical, a sua
individual, já que cada um
percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O
tem pleno direito a exercitar o
tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais
seu livre arbítrio.
importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da
doença mental o desejo de se matar desaparece.
2. Quando uma pessoa pensa
FALSO!
em suicidar-se terá risco de
O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado.
suicídio para o resto da vida.
FALSO!
3. As pessoas que ameaçam
A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias
se matar não farão isso,
de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou
querem apenas chamar a
semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de
atenção.
saúde, seu desejo de se matar.
FALSO!
Um dos períodos mais perigosos é quando se está
melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a
4. Quando um indivíduo
pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma
mostra sinais de melhora ou
tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um
sobrevive à uma tentativa de
período durante o qual a pessoa está particularmente
suicídio, está fora de perigo.
fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o
comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes
continua em alto risco.
FALSO!
5. Não devemos falar sobre
Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo
suicídio, pois isso pode
contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a
aumentar o risco.
angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.

COMO AJUDAR O POLICIAL SOB O RISCO DE SUICÍDIO

Nossa atitude diante de uma pessoa que dá sinais de risco ao suicídio é de


valorizarmos seus sentimentos, ouvi-lo atentamente e demonstrar preocupação
com seu bem estar. Após esta conversa, o colega de trabalho ou o comandante
deve encaminhar o policial militar para atendimento profissional adequado no
Departamento de Saúde - Serviço de Reabilitação Profissional, Unidades Básicas
de Saúde, Formações Sanitárias, Departamento de Promoção Social, Serviço
Público Especializado, Serviço conveniado ao plano de saúde do policial,
Emergências, de acordo com a região que se encontra ou ligar para 188 (Centro
de Valorização da Vida). Essa atitude é essencial na prevenção do suicídio!
Evite perguntas ao policial. Deixe essa tarefa para o profissional de saúde, que já
está capacitado a abordar pessoas nesse estado crítico. Sensibilize o policial da
importância de ser avaliado por um profissional de saúde da PMBA pois, esses
profissionais, além de colegas, entendem melhor a sua profissiografia, cultura
organizacional e, fatores estressantes do ambiente de trabalho. 5
COMO NÃO SE COMUNICAR

ü Interromper com frequência.


ü Ficar chocado ou muito emocionado.
ü Dizer que você está ocupado.
ü Fazer o problema parecer trivial.
ü Tratar o policial militar de uma maneira que possa colocá-lo numa
posição de inferioridade.
ü Dizer simplesmente que tudo vai ficar bem.
ü Fazer perguntas indiscretas.
ü Emitir julgamentos (certo x errado), tentar doutrinar.

ATENÇÃO COMANDANTES!

O Comandante pode fazer toda a diferença na prevenção do suicídio. O policial


militar sob risco de suicídio necessita de cuidados, e o Comandante é a pessoa
que exerce a função de gerenciar o efetivo e de tomar algumas medidas
preventivas para evitar a exposição do militar a riscos desnecessários.

Sempre que um subordinado apresentar os fatores de risco, os sentimentos e as


frases de alerta, o Comandante deve tomar medidas de prevenção:

1. Conversar, respeitosamente, afetuosamente e reservadamente, com o


policial, sobre os fatores de risco que observou.
2. Informar que o encaminhará ao Serviço de Saúde e monitorar quando da
necessidade de afastamento.
3. Se existirem riscos graves e iminentes, tais como frase de alerta associada
a um dos quatro sentimentos, a um transtorno mental ou a um histórico de
tentativa de suicídio, o Comandante deve, de imediato, retirar o policial
militar de qualquer função atrelada ao contato com arma de fogo (serviço
operacional, reserva de arma etc.) e providenciar o recolhimento da arma
de fogo particular e/ou da Corporação.
4. O profissional de saúde da Corporação poderá produzir um relatório
indicando a adoção das ações descritas acima, porém, o Comandante
poderá tomar tais medidas antes mesmo do encaminhamento ao
profissional de saúde caso haja um risco de suicídio iminente.

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QUEM PODE IDENTIFICAR UM POLICIAL SOB RISCO DE
SUICÍDIO?

ü Colegas de Serviço;
ü Comandante;
ü Familiares;
ü Serviço de Psicologia;
ü Serviço Social;
ü Junta Médica da Corporação;
ü Unidades Básicas de Saúde;
ü Formações Sanitárias;
ü Serviço de Odontologia;
ü Profissionais de Saúde que não pertencem à corporação.

UNIDADES NA PMBA QUE PODEM AJUDAR

ü Departamento de Saúde – Centro de Reabilitação Profissional - VPMB


ü Unidade Básica de Saúde Feira de Santana – 1o. BEIC
ü Unidade Básica de Saúde Juazeiro – 3o. BEIC
ü Unidade Básica de Saúde Barreiras – 10o. BEIC
ü Unidade Básica de Saúde Camaçari – 12o. BPM
ü Unidade Básica de Saúde Itabuna – 15o. BPM
ü Unidade Básica de Saúde Jequié – 19o. BPM
ü Formação Sanitária CFAP – Ondina
ü Formação Sanitária GRAER - Salvador
ü Formação Sanitária Batalhão de Choque – Lauro de Freitas
ü Formação Sanitária Ilhéus – 2o. BEIC
ü Formação Sanitária Alagoinhas – 4o. BPM
ü Formação Sanitária Porto Seguro – 8o. BPM
ü Formação Sanitária Teixeira de Freitas – 13o. BEIC
ü Departamento de Promoção Social - Salvador

Referências:
ABP. Suicídio: Informando para Prevenir. Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Comissão de estudos e
Prevenção ao suicídio (CFM). Brasília: CFM/ABP, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção do suicídio: manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental.
Brasília: [s.n.], 2006.
MIRANDA, Dayse; GUIMARÃES, Tatiana. 8o Encontro da ABCP. O Suicídio Policial & as Políticas de Prevenção
no Brasil. Gramado: [s.n.], 2012.
OMS. Prevenção do suicídio: um recurso para conselheiros. Genebra: OMS, 2006.
PMSC. Manual de Prevenção do Suicídio: manual dirigido a policiais militares. Santa Catarina: PMSC/DSPS, 2015.
SBARDELLOTO, Gabriela et al . Transtorno de estresse pós-traumático: evolução dos critérios diagnósticos e
prevalência. Psico-USF (Impr.), Itatiba , v. 16, n. 1, Abr. 2011
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