Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Francisco Beltrão - PR
2024
DANIELA ELIANA BOHN IBER
Francisco Beltrão – PR
2024
DANIELA ELIANA BOHN IBER
Aprovada em:
_______________________________________________
Dra. Melissa Barbieri de Oliveira (Orientadora)
Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
_______________________________________________
NOME
Professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
_______________________________________________
NOME
Professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Dedico este trabalho aos meus pais, cujo
apoio se reflete em cada página dele.
AGRADECIMENTOS
The present research aims to analyze the changes resulting from the implementation
of Law No. 14,382 of 2022, which amended the Public Records legislation, especially
regarding the modification of the civil name. Additionally, it intends to explore the
existence of grounds for the application of the immutability principle currently, since
historically this has been the cornerstone of the name institute, but is now challenged
with the possibility of extrajudicialization of the process. Through a hypothetical-
deductive approach and an extensive bibliographic, legislative, and doctrinal review,
this research aims to contribute to a deeper understanding of this topic, especially
considering the recent promulgation of the legislation in question. The results obtained
so far suggest that, despite the significant innovations brought by the law, legal
certainty and other fundamental principles of the civil name remain safeguarded.
However, the principle of immutability, although not abolished, no longer finds a basis
for its application, as there are currently more effective ways to identify individuals.
Art. Artigo
ARPEN Associação dos Registradores de Pessoas Naturais
CC Código Civil
CF Constituição Federal
CNJ Conselho Nacional de Justiça
CPF Certidão de Pessoa Física
LRP Lei de Registros Públicos
MP Medida Provisória
RCPN Registro Civil de Pessoas Naturais
RG Registro Geral
SERP Sistema Eletrônico dos Registros Públicos
SIRC Sistema Nacional de Informações do Registro Civil
STJ Superior Tribunal de Justiça
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O DIREITO AO NOME CIVIL .................... 14
2.1 Dos direitos da personalidade ........................................................................ 14
2.2 Conceito e evolução histórica do nome civil ................................................. 17
2.3 Natureza jurídica e proteção jurídica do nome civil ...................................... 20
2.4 Características do nome civil .......................................................................... 22
2.5 Formas de aquisição e elementos formadores do nome civil ..................... 25
2.6 Princípios norteadores do nome civil ............................................................ 28
2.6.1 Princípio da dignidade da pessoa humana e do nome ..................................... 28
2.6.2 Princípio da publicidade .................................................................................... 30
2.6.3 Princípio da imutabilidade do nome .................................................................. 30
2.7 Possibilidades de alteração do nome anteriores à Lei no 14.382/2022 ....... 32
3 O REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS.................................................... 34
3.1 Aspectos históricos do registro civil ............................................................. 34
3.2 Noções gerais sobre a pessoa natural ........................................................... 36
3.3 Conceito do Registro Civil das Pessoas Naturais ........................................ 38
3.4 Competência atribuições e funcionamento ................................................... 39
3.3.1 A relação do registro civil e o nome da pessoa natural: importância e
procedimento............................................................................................................. 44
3.5 Princípios do registro civil .............................................................................. 47
3.4.1 Princípios finalísticos ........................................................................................ 47
3.4.1.1 Princípio da autenticidade ............................................................................. 47
3.4.1.2 Princípio da publicidade ................................................................................ 48
3.4.1.3 Princípio da segurança jurídica ..................................................................... 48
3.4.2 Princípios regentes das funções do registro civil das pessoas naturais ........... 49
3.4.2.1 Princípio da legalidade .................................................................................. 49
3.4.2.2 Princípio da independência ........................................................................... 49
3.4.2.3 Princípio da imparcialidade ........................................................................... 50
3.4.2.4 Princípio da instância .................................................................................... 50
3.4.2.5 Princípio da conservação .............................................................................. 51
3.4.2.6 Princípio da continuidade .............................................................................. 51
4 A EXTRAJUDICIALIZAÇÃO DA ALTERAÇÃO DO NOME CIVIL E O PRINCÍPIO
DA IMUTABILIDADE ................................................................................................ 52
4.1 O fenômeno da extrajudicialização .................................................................. 53
4.2 Principais aspectos da Lei no 14.382/2022 no tocando à alteração do nome
civil.............................................................................................................................56
4.3 Princípio da imutabilidade do nome frente à nova legislação: há razão de
persistir?...................................................................................................................60
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 64
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 67
12
INTRODUÇÃO
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio
corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou
contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita
do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a
qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica (Brasil, 2002).
Convém mencionar o direito à imagem que tem previsão legal nos artigos 20
e 21 do referido Código.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e
o sobrenome (Brasil, 2002).
17
Posteriormente, expõe
Art. 50. Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser dado a
registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos
pais, dentro do prazo de quinze dias, que será ampliado em até três meses
para os lugares distantes mais de trinta quilômetros da sede do cartório
(Brasil, 1973).
Na mesma ótica aduz Gagliano (2014, p.160) “em relação ao nome civil,
porém, é inaceitável tal afirmação, uma vez que o direito ao nome tem natureza
evidentemente extrapatrimonial, haja vista que ninguém pode dispor do próprio nome,
alienando-o ou abandonando à mercê de terceiros” (apud Costa; Pissanti, 2015).
Rizzardo (2015, p. 240) aduz
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda
quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda
comercial (Brasil, 2002).
22
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que
se dá ao nome (Brasil, 2002).
Assim, exposta a natureza jurídica acerca do nome, bem como sua proteção,
passasse ao estudo de suas características.
Além disso, Brandelli (2012) assevera que o direito ao nome possui algumas
características, quais sejam, a obrigatoriedade, inalienabilidade, incessibilidade,
intransmissibilidade a herdeiros, inexpropriabilidade, inestimabilidade pecuniária,
irrenunciabilidade e imutabilidade.
A obrigatoriedade, para Pliner (1989) “tem dois sentidos: a obrigatoriedade de
ter um nome e a obrigatoriedade de usar o nome que se tem” (apud Brandelli, 2012,
p.64).
Tal característica resta evidente através da lei no 6.015 de 1973. É o que
infere-se do artigo 50, caput cumulado com o artigo 54, 4o.
Art. 50. Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser dado a
registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da residência dos
pais, dentro do prazo de quinze dias, que será ampliado em até três meses
para os lugares distantes mais de trinta quilômetros da sede do cartório.
[...]
Art. 54. O assento do nascimento deverá conter:
[...]
4º) o nome e o prenome, que forem postos à criança; (Brasil, 1973).
aquisitiva, por ser este ser considerado um direito da personalidade. Assim, o nome é
considerado imprescritível, uma vez que existe um interesse público em assegurar
que os nomes não se percam ao longo do tempo, garantindo assim sua capacidade
de identificação individual. É somente por meio do nome correto que a plenitude da
personalidade pode ser alcançada (Brandelli, 2012).
Ainda há que se falar do caráter exclusivo do nome civil. Brandelli (2012, p.
81) preleciona
Preceitua o artigo 16 do Código Civil que “toda pessoa tem direito ao nome,
nele compreendidos o prenome e o sobrenome” (Brasil, 2002), na mesma toada o
artigo 55, caput, da Lei no 6.015 de 1973 elenca o direito ao nome, constituído pelo
prenome e sobrenome.
Art. 55. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e
o sobrenome, observado que ao prenome serão acrescidos os sobrenomes
dos genitores ou de seus ascendentes, em qualquer ordem e, na hipótese de
acréscimo de sobrenome de ascendente que não conste das certidões
apresentadas, deverão ser apresentadas as certidões necessárias para
comprovar a linha ascendente (Brasil, 1973).
neto, sobrinho) para diferenciar parentes que tenham o mesmo nome, não
sendo usual, no Brasil, a utilização de ordinais para distinguir membros da
mesma família, p. ex.: Marcos Ribeiro Segundo, embora haja alguns
exemplos desse uso entre nós.
Temos que o prenome refere-se àquele que é escolhido para a pessoa – seja
pelos genitores, no momento do nascimento, ou posteriormente, através da alteração
– lhe servindo como forma de individualização.
Veja-se que o prenome pode ser escolhido livremente pelos genitores, desde
que este não seja capaz de expor a criança ao ridículo. Referida vedação é dada pelo
artigo 55, §1o da LRP ao dispor
formal”.
Já o pseudônimo é um nome fictício utilizado para designar um sujeito em um
determinado ramo, como por exemplo, na literatura.
Brandelli (2012, p. 100) expõe
Etimologicamente significa falso nome, todavia, falso nome não é, uma vez
que este tem por finalidade esconder a verdadeira identidade de seu usuá-
rio, normalmente para fins ilícitos, e muitas vezes em atuação que abrange a
generalidade das relações sociais, ao passo que, no pseudônimo, o indivíduo
não pretende ocultar-se, muito menos praticar algum ato ilícito.
Busca-se com o pseudônimo manter a sua verdadeira personalidade, mas
mantendo a salvo a sua verdadeira identidade, tão somente em relação a
algu- ma fatia específica das relações sociais (com fins sempre lícitos) de seu
titular (como a literatura, por exemplo), consistindo em verdadeira proteção
parcial e especial da personalidade.
De mais a mais, como expresso por Venosa (2023) ao lado dos elementos
essenciais, encontram-se aqueles considerados como secundários. Estes, embora
não ocupem espaço na legislação, estão presente no nome de incontáveis indivíduos.
Para o referido autor, são considerados secundários os títulos honoríficos ou
nobiliárquicos, que são aqueles apostos antes do prenome, como por exemplo
“conde” e “comendador”; os títulos eclesiásticos como “padre” e “bispo”, que não
interessam ao meio jurídico; os títulos qualitativos de identidade oficial como
“senador”, “juiz” e “prefeito”; e títulos acadêmicos como “mestre” e “doutor”.
Art. 56. A pessoa registrada poderá, após ter atingido a maioridade civil,
requerer pessoalmente e imotivadamente a alteração de seu prenome,
independentemente de decisão judicial, e a alteração será averbada e
publicada em meio eletrônico.
[...]
§ 2º A averbação de alteração de prenome conterá, obrigatoriamente, o
prenome anterior, os números de documento de identidade, de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) da Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil, de passaporte e de título de eleitor do registrado, dados
esses que deverão constar expressamente de todas as certidões solicitadas
(Brasil, 1973).
[...] já que o nome serviria para identificar a pessoa, ele deveria ser sempre o
mesmo, a fim de que não se fizesse confusão e nem houvesse dúvida a
respeito de seu portador. Portanto, em princípio, o nome era imutável,
imutabilidade relativa que fosse, pois a mutabilidade era restrita a poucos
casos. (Faraj e Júnior, 2022)
sofrido diversas alterações, segue sendo a principal fonte de normas jurídicas que
regem os serviços notariais e registrais no país.
Atualmente, o seu artigo 1o determina “Os serviços concernentes aos
Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para autenticidade, segurança
e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei” (Brasil,
1973).
De mais a mais, importa destacar o artigo 236 da Constituição Federal que
dispõe
Código Civil, é o local onde ela fixa sua residência de maneira permanente. E, através
do artigo 76, parágrafo único, se estabelece que o domicílio do incapaz será o de seu
assistente ou representante. Assim, tendo como exemplo de relação do elemento com
o RCPN, é a certidão expedida por este que identifica o representante do incapaz,
tanto nos casos de incapacidade absoluta devido à menoridade quanto nos casos de
incapacidade relativa, referentes às pessoas sujeitas à curatela (Gagliardi; Salaroli;
Neto, 2017).
Por último, a condição de uma pessoa natural é manifestada através dos
seguintes aspectos: o estado político, relacionado à cidadania e nacionalidade; o
estado individual, abrangendo a idade, sexo e capacidade; e o estado familiar,
concernente ao parentesco e à situação conjugal.
Dada a sua relevância nas interações privadas e sociais, é fundamental que
o estado da pessoa natural seja conhecido por todos, com a devida publicidade, a fim
de garantir segurança e eficácia. Este conhecimento é facilitado pelo Registro Civil
das Pessoas Naturais e suas certidões (Gagliardi; Salaroli; Neto, 2017).
Exposta as considerações acerca da pessoa natural, passa-se ao estudo do
RCPN.
À priori, importa destacar que o Registro Civil, no âmbito geral, encontra seu
conceito legal através da lei no 8.935 de 1994, também conhecida como Lei dos
Cartórios, que em seu artigo 1o preceitua que “serviços notariais e de registro são os
de organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade,
autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos” (Brasil, 1994).
Nas palavras de Gagliardi, Salaroli e Neto (2022, p. 90) “o serviço público
notarial e de registro se destina à segurança jurídica, especialmente dos direitos
individuais, das relações privadas e a das relações sociais.”
Na mesma toada, Loureiro (2017, p. 48) afirma
Naturais, que encontra respaldo no artigo 1o, § 1º, I, da Lei no 6.015 de 1973 que
determina
§ 1º Serão averbados:
a) as sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento, o
desquite e o restabelecimento da sociedade conjugal;
b) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância
do casamento e as que declararem a filiação legítima;
c) os casamentos de que resultar a legitimação de filhos havidos ou
concebidos anteriormente;
d) os atos judiciais ou extrajudiciais de reconhecimento de filhos ilegítimos;
e) as escrituras de adoção e os atos que a dissolverem;
f) as alterações ou abreviaturas de nomes (Brasil, 1973).
Com efeito, no Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais são realizados
quatro tipos de assentos: a) registro; b) transcrição; c) averbação e; c)
anotação. "Registro" e "transcrição'' são os assentos que se referem aos
principais fatos ou atos inerentes à existência da pessoa hunana. A diferença
é que o registro é um extrato das declarações ou títulos a serem inscritos, ou
seja, um assento qne faz menção aos principais dados constantes destas
fontes e que devem ser levados à publicidade. A transcrição nada mais é do
que a reprodução literal da declaração ou do título. No Registro Civil das
Pessoas Naturais apenas são objeto de transcrição os assentos de
nascimento, casamento e óbito realizados no exterior, para que produzam
efeitos no Brasil. Por sua vez, são registrados, além dos nascimentos,
casamentos e óbitos ocorridos no Brasil, também as conversões das uniões
estáveis em casamento, as emancipações, as interdições, as sentenças
declaratórias de ausência e morte presumida, as opções de nacionalidade; e
as sentenças que constituírem vínculo de adoção de menores de 18 anos (as
sentenças de adoção de pessoas maiores são objeto de averbação, de
acordo com o item 122, da Seção IX, Cap. XVII, letra h, das NGCGJ/SP, que
permanece em vígor não obstante a revogação do inciso Ili, do art. 10, do
Código Civil) [...]. As averbações são assentos acessórios, que se referem a
modificações no teor do registro [...].A anotação é a referência feita em
determinadó registro, a um ato posterior da vida civil registrado em outro livro.
Em outras palavras, a anotação é um assento-remissão, isto é, tem a
finalidade de interligar os registros, garantindo uma informação mais atual e
segura sobre o estado da pessoa natural.
Assim, somente com a publicidade conferida pelo registro do nome é que este
disporá de suas características jurídicas e do efeito erga omnes, ou seja, é válido
perante todas as pessoas. Entretanto, há exceção à essa regra nos casos em que a
pessoa, não tendo sido registrada, adota um nome e por ele passa a ser conhecida e
identificada no meio social, fato que lhe conferirá o direito àquele nome. Embora a
regra seja de que o registro do nome terá efeito constitutivo, nesta hipótese, possuirá
efeito declaratório (Brandelli, 2012).
46
§ 1º Serão averbados:
[...]
f) as alterações ou abreviaturas de nomes (Brasil, 1973).
47
são apresentados, mas este exame é sumário, não se confundindo com uma
perícia.
3.4.2 Princípios regentes das funções do registro civil das pessoas naturais
Contudo, há exceções à essa norma que estão previstas no art. 110 da mesma
legislação que dispõe sobre a possibilidade de o oficial de registro proceder, de ofício,
a averbação ou anotação em casos específicos.
“— Quem olha de fora pode achar que essa mudança é uma besteira, um
detalhe ou um capricho, mas, para mim, não é — afirma Ficho. — O nome é
a sua identidade e diz quem você é e a qual família você pertence. Esse
nunca foi o meu caso. Eu não me reconhecia naquele nome e naquele
sobrenome. Isso me atormentava.
— É também uma forma de demonstrar agradecimento à minha mãe por todo
o sacrifício que ela fez para me criar. Agora com o sobrenome materno, tenho
a sensação de que faço mais parte da vida dela — continua Ficho, que acaba
de se casar. — E fico feliz por saber que os filhos que espero em breve ter
poderão ganhar o sobrenome dela.”
Este é apenas um dos relatos dentre milhares de pessoas que alteraram seus
nomes, seja por simplesmente não se identificar com eles, seja por eles carregarem
uma história dolorosa.
Desde que a lei federal facilitou a alteração do nome, mais de dez mil
brasileiros ganharam uma nova identidade, o que enfatiza a relevância da nova
legislação, conforme notícia veiculada pelo G1, em 2023.
Portanto, dado o impacto trazido pela nova legislação, é de suma importância
o seu estudo. Deste modo, este capítulo busca promover a compreensão do
fenômeno da extrajudicialização, bem como as principais mudanças trazidas pela Lei
no 14.382/2022.
Por fim, a discussão a respeito da vigência do princípio da imutabilidade –
discutido anteriormente.
Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil,
poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que
não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será
publicada pela imprensa (Brasil, 1973).
Art. 56. A pessoa registrada poderá, após ter atingido a maioridade civil,
requerer pessoalmente e imotivadamente a alteração de seu prenome,
independentemente de decisão judicial, e a alteração será averbada e
publicada em meio eletrônico (Brasil, 2022).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Após 1 ano da lei, mais de 10 mil brasileiros mudaram de nome no cartório. Portal
G1, 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2023/08/16/mais-
de-10-mil-brasileiros-mudaram-de-nome-no-cartorio-apos-1-ano-de-vigencia-da-lei-
que-facilita-processo.ghtml. Acesso em: 23 jan. 2024.
BRADELLI, Leonardo. Nome civil da pessoa natural. [s.l.]: Saraiva, 2012. 229 p.
Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788502173286/pageid/9. Acesso
em: 26 out. 2023.
BRASIL. Senado Federal. Nova lei libera troca de nome direto no cartório e sem
ação judicial. Brasília, DF: Senado Federal, 2022. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2022/12/nova-lei-permite-troca-de-
nome-direto-no-cartorio-sem-acao-judicial. Acesso em: 23 jan. 2024.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil.
40. ed. s. l: Saraiva Jur, 2023. 1 v. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786553628045/epubcfi/6/2%5B%3
Bvnd.vst.idref%3Dcover.xhtml%5D!/4/2%5Bcover%5D/2%4050:77. Acesso em: 4
out. 2023.
FARAJ, Lenise F.; JÚNIOR, Izaias G. F. O fim da imutabilidade do nome civil das
pessoas naturais. Migalhas, 2022. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-notariais-e-registrais/369545/o-fimda-
imutabilidade-do-nome-civil-das-pessoas-naturais.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro 1: parte geral. [s.l.]: Saraiva
69
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 39. ed. Rio de Janeiro: Grupo
Gen, 2023. 1 v. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786559774944/epubcfi/6/10%5B%
3Bvnd.vst.idref%3Dcopyright%5D!/4/10/3:301%5Btid%2Ca.%5D. Acesso em: 15 fev.
2024.
RIZZARDO, Arnaldo. Introdução ao direito e parte geral do código civil. 8. ed. s.l:
Editora Forense, 2015. 935 p. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978-85-309-6832-
8/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%4051:26. Acesso em: 21
out. 2023.
https://app.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786556901060/pageid/0. Acesso
em: 10 nov. 2023.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 23. ed. s.l: Grupo Gen, 2023. 1
v. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786559774678/epubcfi/6/2%5B%3
Bvnd.vst.idref%3Dhtml1%5D!/4/2/2%4051:2. Acesso em: 22 out. 2023.