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Formação em Teologia

Volume 02

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Introdução ao antigo testamento

I Noção Geral
Para estudar a Bíblia, é necessário uma noção geral do que está nela, para
melhor entender o que Deus quer nos dizer em Sua Palavra. Ao longo do curso
teremos a oportunidade de mergulhar nos ensinos e buscar essa noção. Sendo
assim, o que faremos aqui é traçar um mapa para ter uma dimensão do Antigo
Testamento, que é o primeiro tomo da Bíblia, possuindo trinta e nove (39) livros, os
quais foram escritos em hebraico (com alguns fragmentos em aramaico) e divididos
nestas categorias:

CATEGORIA NÚMERO DE LIVROS

Livros da Lei- Pentateuco Cinco (5) livros

Livros Históricos Doze (12) livros

Livros Poéticos Cinco (5) livros

Livros Proféticos Dezessete (17) livros

Cada uma dessas categorias requer um olhar específico e é de suma


importância lembrar das diferenças. Tenhamos em mente que as categorias se
evidenciam com base na intenção dos escritores e nas características (estilo) de
seus livros. Por exemplo, nos livros históricos é notável a intenção de narrar uma
história enfatizando a teologia, isto é, contar um fato enriquecendo-o com a
presença de Deus (o Antigo Testamento é marcado pelos relatos da aliança entre
Deus e Seu povo), logo, cada categoria terá atributos próprios.

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II Pentateuco
É o grupo dos cinco primeiros livros da Bíblia, chamado Livros da Lei,
respectivamente: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Foram
escritos por Moisés e são conhecidos na bíblia judaica como ‘’Torá’’. A lei ensina os
princípios de Deus e coloca luz sobre o povo para viver em sociedade; de imensa
importância, concedia ordem e sentido às relações humanas, com seu próximo e
com seu Deus.

III Livros Poéticos


Também chamados Livros de Sabedoria, demandam mais cuidado na
análise e interpretação por conta da linguagem metafórica e subjetividade.
Marcado por textos mais artísticos e afetivos, encontramos músicas, poesias,
ditados e orações, muitos deles pautados na conhecida poética hebraica dos
paralelismos. Contam os sentimentos, os acontecimentos e a liturgia do povo de
Israel. Dentro desse grupo, um dos mais conhecidos é o Livro de Jó, que
cronologicamente, foi o primeiro livro a ser escrito, e sua autoria é atribuída a
Moisés ou Salomão. Já o Livro dos Salmos é uma coletânea de canções e possui
vários autores, incluindo o rei Davi.

IV Livros Históricos
Relatam os eventos na história do povo hebreu, destacando suas conquistas,
fracassos e o início da monarquia. Nesse livro, podemos perceber a ação de Deus
junto ao povo judeu. A narrativa histórica hebraica é marcadamente diferente de
outros povos, a preocupação dos hebreus era sempre falar da aliança com Deus,
destacando-a por meio de linguagem concreta e do uso de imagens específicas à
sua cultura.

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V Livros Proféticos
Com o foco nas mensagens, estão divididos em duas partes: Profetas
Maiores e Profetas Menores, esse nome se deve ao volume, e não a importância,
dos profetas em si. Pensar nos livros proféticos é como pensar em uma coletânea
de sermões. Mesmo havendo cinco livros na categoria dos profetas maiores, esses
foram escritos por apenas quatro autores. Jeremias escreveu dois livros, um
homônimo e o chamado “Lamentações de Jeremias”.

Dica: Em sua Bíblia de estudo, observe que, normalmente na primeira página de cada livro,
consta uma série de informações, como contexto e intenção do autor, que podem auxiliar
no entendimento do Livro Sagrado. Enriqueça o seu conhecimento com essa prática.

VI Datação
Saber que as datas são aproximadas e não exatas, ajuda-nos a compreender
melhor esses livros. Há discordância entre os estudiosos e suas linhas teológicas,
mas verificamos dois padrões de datação distintos:

Lunissolar
Era o sistema de datação mais antigo, no qual a lua e o sol definem o calendário,
sendo que os doze ciclos lunares somam 354 dias. Nesse sistema era estabelecida uma
relação entre um acontecimento e outro, como, por exemplo, uma guerra, uma enchente,
ou um determinado rei. Tal método é chamado de cronologia relativa. A datação da
cronologia Assíria é usada como referência para entendermos, aproximarmos ou
traduzirmos as datas para o padrão da datação atual. Um dos exemplos desse padrão de
cronologia relativa se encontra no livro de Reis.

“Quatrocentos e oitenta anos depois que os israelitas saíram do Egito, no quarto ano do
reinado de Salomão em Israel, no mês de zive, o segundo mês, ele começou a construir o
templo do Senhor.” (1 Reis 6: 1)

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Juliano
É o segundo sistema de datação, criado por Júlio César, baseia-se num ano de 365
dias divididos em 12 meses de 28 a 31 dias.

Lembre-se: a datação ortodoxa cristã tem o nascimento de Cristo como referência, sendo
assim, as datas das escrituras antes do nascimento de Cristo aparecerão de forma
decrescente. Veja o exemplo nas tabelas abaixo:

Não existe um método para datar com precisão. Quando falamos sobre a
queda, dilúvio e Babel, trata-se de eventos muito antigos que estão fora do
calendário-padrão atual. O Pentateuco é o local, na Bíblia, onde encontramos essas
narrativas.

Após essas datas aproximadas, vemos os patriarcas.

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Quando chegamos por volta do ano de 1600, estudamos sobre a escravidão no


Egito:

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Depois do ano de 1300, segue-se a saída do povo (êxodo), o deserto e a chegada à


Canaã. Deste ponto até o final, já acontece a produção dos livros poéticos.

Lembre-se de sempre conferir as diferenças entre os sistemas de datação.

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Logo após, o reino se divide. É a ruptura entre os reinos de Israel e Judá.

Observação: O povo hebreu recebe pela primeira vez o Pentateuco somente na chegada à
Canaã. Embora os textos de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, se refiram
a um período anterior, são lidos no momento histórico posterior. Atenção para este detalhe:
Uma coisa é entender que a lei foi dada ao povo no deserto, como vemos em Êxodo 20,
outra coisa é o Pentateuco, isto é, a compilação dos livros. Só foram recebidos em formato
escrito quando o povo voltou do exílio. Em suma, eles conheciam a lei, conheciam a própria
história, mas não tinham um “livro”. No tempo em que a lei foi dada aos hebreus, o
Pentateuco, como nós o conhecemos, ainda não existia.

Observe na página a seguir o anexo com a figura que ilustra os livros do Antigo
Testamento:

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Bibliografia sugerida:
DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova (Editor Geral: David S. Dockery. Tradução:
Lucy Yamakami)
FUCHS, Hans Udo. ROBINSON, Malkomes. (São Paulo: Edições Vida Nova, 2001)

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