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ELIEZER LIMA SILVA

RESUMO

A FORMAÇÃO DO PRIMEIRO TESTAMENTO:


OBSERVAÇÕES LITERÁRIAS. JOÃO BATISTA RIBEIRO
SANTOS, ANUÁRIO LITÚRGICO, EDITEO, ANO 2022, P.24-
26.

Trabalho Acadêmico apresentado ao Prof. Pós- doutor


João Batista Ribeiro Santos, referente à disciplina
Introdução Ao Antigo Testamento E Antropologia
Teológica, 1º Ano, Período Matutino, do Curso de
Bacharel em Teologia da Faculdade de Teologia da Igreja
Metodista — Universidade Metodista de São Paulo.

São Bernardo do Campo – Abril de 2022.


REFERÊNCIA: A FORMAÇÃO DO PRIMEIRO TESTAMENTO: OBSERVAÇÕES
LITERÁRIAS. JOÃO BATISTA RIBEIRO SANTOS, ANUÁRIO LITÚRGICO,
EDITEO, ANO 2022, P.24-26.

RESUMO
O Primeiro Testamento, cujo em sua formação literária encontramos um
misto de linguagens, é uma biblioteca de manuscritos do Antigo Oriente,
transformados em livros. É importante ressaltar que para compreendê-lo,
primeiramente temos que entender que tudo que aconteceu, ou está registrado
ali, são eventos e histórias de muito tempo atrás, e há essa necessidade de
pesquisa e aprofundamento do contexto político, cultural, social da época em
que o texto está referindo-se, interpretação intrabíblica, assim como também um
certo domínio da escrita e linguagem de origem do texto, lembrando que o
Primeiro Testamento em maior parte foi escrito em hebraico e uma pequena
parte em aramaico, duas línguas semíticas do nordeste de Levante. Quanto
menor a tradução, maior o nível de fidelidade literária, isto é essencial para um
entendimento sucinto.
Em grande maioria os livros foram escritos por escribas que atuavam em
Jerusalém, apenas 2 foram escritos ou iniciados em Israel do Norte, inclusive as
coletâneas que formam a Torah, também foram escrituradas pelos escribas de
Jerusalém. Algo muito interessante nesse contexto histórico é a questão do exilio
babilônico, pois, junto com este processo, deixou um legado de tradições e
histórias além de muitas memórias fundantes do povo israelita. O Antigo Israel
descobre a teologia da criação de forma totalmente diferente neste período de
retorno pós-exílio, a partir de C.535 é descrito como nova criação.
Em relação a questões de intepretação intrabíblica, dentro da própria
Bíblia encontramos versões diferentes dos ocorridos, ou narrativas. No livro de
Sirácida, escrito por volta do ano 180 a.C, fala-se de uma Bíblia em três partes,
mas ainda não se pode falar de um verdadeiro cânone estabelecido e fechado.
Os livros são considerados autorizados, revestidos de uma autoridade divina,
mas o cânone fechado. Após a destruição de Jerusalém pelo exército Romano
em 70 d.C., quando Israel perdeu pela segunda vez o templo, os judeus
decidiram que a única maneira de sobreviver as cruéis necessidades da história
era a fidelidade a Torah, uma vez que, nessa época havia a necessidade de se
ter uma “pátria” para se sustentar, nesse caso se apoiaram então a Torah. A
Torah ou Pentateuco, composto por 5 livros ou cinco “estojos” é o equivalente
de uma constituição de diretrizes fundamentais que contém todos os princípios
essenciais da vida pública de uma nação. Em um contexto cultural helenístico
que avançou a época dos Macabeus sob a perseguição do rei Sírio Antíoco
Epífanes IV, aparecem diversos rolos como: a obra filosófica de Eclesiastes, o
apocalipse de Daniel, as novelas de Ruth e Ester. Isso em síntese junto ao
processo de transformação do judaísmo em uma religião do livro, pode indicar
que o Pentateuco foi a seção a ser aceita como a escritura sagrada no Antigo
Israel.
Possivelmente no século III a.C, período no qual é iniciado o processo de
sacralização, onde se tem uma divisão em três grandes obras, reconhecidas e
adotadas pelo acrônimo TANAK (letras iniciais de Torah, Nebi`im e Ketubim), ou
Torah, profetas e escritos. No segundo livro de Macabeus 2.13 lê-se “estas
mesmas coisas se encontravam escritas nas atas e nas memórias de Neemias.
Também ali se conta que Neemias fundou uma biblioteca, onde reuniu os livros
referentes aos reis e profetas, bem como os escritos de Davi e as cartas dos reis
a respeito das oferendas”. Nesse mesmo livro em 2 Mc 15.9, lemos: “Em
seguida, animou-se com textos da lei e dos profetas, e, recordando também as
lutas pelas quais já tinha passado, os tornou ainda mais entusiasmados”.
Por fim os contextos nos permitem chegar à textualização do Primeiro
Testamento, compreendendo a preservação das literaturas identitárias do antigo
Israel e do novo Israel.

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