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Esboçar um primeiro olhar para aquilo que é facto e depois para aquilo que é o ideal.

Na medida em
que a eficácia dos remédios administrados depende de um prévio e correto diagnóstico da doença.

O que os jovens pensam sobre a formação académica? Teologia, Política, Economia e


Empreendedorismo.

Depende!!

Creio não existir um pensamento único ou uma convergência estatisticamente significativa que nos
permite generalizar a opinião dos jovens, pois que tal depende de:
1. Do nível de consciência social e individual;
2. Da relevância do conhecimento académico para cada indivíduo;
3. Dos desafios e expectativas individuais dos jovens;
4. Visão holística que se tem da formação académica.

Ou seja, tal se resume na Epistemologia da Juventude (compreensão do modo como os jovens


constroem e adquirem conhecimento e interagem com o seu meio envolvente), a qual considera
os seguintes aspectos:
a. Contexto cultual e social (identidade, valores e crenças):
b. Experiências de vida (construção do conhecimento na interação social):
c. Perspectivas e narrativas (construidas para dar sentido mundo e a própria vida):
d. Participação e engajamento (que garante a produção e disseminação do
conhecimento).
Nisto, se reconhece, pelo menos, 4 perspectivas pelas quais pensam os jovens sobre formação
académica:
1. Ferramenta para o progresso social (redução da desigualdade, promoção da liberdade e
bem-estar social):
2. Meio de autopromoção e realização pessoal (desenvolvimento pessoal e construção de
identidade):
3. Meio de diferenciação e competitividade (vantagens competitivas para destaque da
concorrência):
4. Categoria dos Céticos Educacionais: questionam a relevância da educação formal por
razões de:
a. Experiências negativas: questionando a eficácia do sistema de ensino
b. Preferência por aprendizado pático
c. Desconfiança das instituições de ensino:
d. Perspectivas de carreira alternativas: que pouco exigem educação formal
(empreendedorismo, autodidatismo, trabalhos práticos).

Ou seja, em função da nossa dimensão cognitiva (a forma pela qual percebemos o mundo e a nós
mesmos), podemos olhar de forma diferente uma mesma realidade ou variável (formação
académica).

Esta diferenciação reside ou depende do estágio de maturidade ou crescimento pessoal. Com ela
podemos olhar para a academia como:
1. Meio de obtenção de títulos para satisfação do ego:
2. Meio de obtenção de conhecimento: sendo este o fim último da academia que é a produção
e aquisição de conhecimento para a resolução de problemas práticos da sociedade.
Dequalquer tipo:
a. Conhecimento empírico: baseado na experiência prática e observação do mundo ao
redor)
b. Conhecimento filosófico (reflexão crítica sobre as questões existenciais - ética,
metafísica, epistemologia, valores):
c. Conhecimento teológico (crenças e doutrinas baseadas na fé e revelação divina):
d. Conhecimento científico (métodos sistemáticos e verificáveis baseados na lógica da
investigação).

No final de tudo, a germinação deste conhecimento é que produz a sabedoria e descreve o


carácter do jovem, uma vez sobrevivendo ao texte do tempo e das experiências.

É-nos inútil o excesso de informação ou o seu entendimento por via da interpretação, se tal não for
aplicado de forma ética, prudente e responsável.

A construção do carácter do jovem depende tanto da sua busca por conhecimento como da sua
vivência de forma honesta, prudente e ética. Isto é sabedoria.

A construção deste carácter é um processo dinâmico que transcende as barras da academia.


Tal é uma responsabilidade tanto:
● Pessoal:
● Familiar:
● Social (responsabilidade das agências sociais): escola, agrupamentos políticos,
desportivos, religiosos, etc.

O jovem tem a responsabilidade de garantir a sustentabilidade social (princípio da intergeracionalidade


e a máxima de que todo discípulo deve superar o mestre).

Principais desafios da fase juvenil


1. Controlo dos efeitos da transição
a. Pressão social (pessoal, académica, familiar, profissional, etc.) - desencadeia doenças
mentais
b. Capacidade de adaptação (resiliência) - construção da maturidade
2. Autoconhecimento
a. Identidade (diagnóstico antropológico, ontológico, sociológico, teológico):
b. Propósito (missão, visão, objectivos e valores):
c. Compromisso (autodisciplina, perseverânça, adaptabilidade):
3. Resiliência na construção do caráter e identidade pessoal:
a. Perseverança
4. Gestão pessoal quanto a influências externas:
a. Distrações digitais (tecnologias e mídias sociais):
b. Crise de identidade
c. Gestão do tempo

Conselhos práticos
1. Desenvolver hábitos saudáveis (mudança de hábitos):
a. Hábito de leitura (promover o crescimento pessoal)
b. Prática regular de actividade física (melhora a condição motora e mental)
c. Evitar o consumo de substância nocivas (alccol, tabaco e outras drogas)
d. Alimentação equilibrada (dieta rica em frutas, vegetais e proteinas)
e. Hidratação adequada (ingerir bastante água para o bom funcionamento do organismo)
f. Sono de qualidade (rotina regular para garantir descanso e renovação)
g. Cuidado com a saúde mental (meditação, apoio emocional evitando disturbios)
h. Manter relacionamentos saudáveis (amizades que garantem suporte psicológico e
emocional)

Conclusão

A epistemologia da juventude proporciona uma lente analítica para examinar a formação


académica, cuja compreensão é influenciada pelo nível de maturidade e crescimento pessoal
do jovem. A definição de informação, conhecimento e sabedoria desempenha um papel
crucial nesse processo de maturidade. A juventude, considerada a força propulsora da
sociedade, possui um acesso sem precedentes à informação e conhecimento, mas enfrenta
diversos desafios que podem comprometer sua sabedoria e maturidade. Tais desafios
incluem doenças mentais, imediatismo social e crises de valores éticos.

No entanto, ancorados na sabedoria e resiliência, é fundamental que os níveis de informação


e conhecimento promovam o crescimento integral do indivíduo e uma mudança de caráter
que reflita a maturidade. Isso implica que as atividades cognitivas se manifestem em
comportamentos práticos e sábios em todas as esferas da sociedade, promovendo a justiça,
o bem-estar social e o progresso geral. Para isso, é necessário um enfoque holístico na
educação, que vá além do mero acúmulo de conhecimento, visando o desenvolvimento
integral do indivíduo e sua capacidade de contribuir positivamente para a sociedade. Este
entendimento, embasado em uma abordagem científica e académica, visa cultivar mentes
mais críticas e construtivas, capazes de enfrentar os desafios contemporâneos com
sabedoria e discernimento.

Resumo:

Perspectivas Diferentes na Formação Académica: A epistemologia da juventude reconhece


que a percepção da formação académica varia conforme o nível de maturidade e crescimento
pessoal do jovem.

Influência do Entendimento de Informação, Conhecimento e Sabedoria: O estágio de


maturidade do jovem é influenciado pelo entendimento desses conceitos, afetando sua visão
da formação académica e seu engajamento com o conhecimento.
Desafios da Juventude na Sociedade Atual: Apesar do acesso crescente à informação e
conhecimento, os jovens enfrentam desafios que podem prejudicar sua sabedoria e
maturidade, incluindo doenças mentais, imediatismo social e crises de valores e ética.

Promoção do Crescimento Integral e da Mudança de Caráter: É essencial que os níveis de


informação e conhecimento adquiridos durante a formação académica promovam não
apenas o desenvolvimento intelectual, mas também o crescimento pessoal e a transformação
de caráter, refletindo-se em comportamentos sábios e éticos em todas as esferas da
sociedade

O ser humano é um ser eminentemente social e socializável (vive na sociedade e em sociedade)


representando uma relação de interdependência quer funcional quer orgânica. Deste modo, almeja o
progresso social, enquanto um estágio mais avançado de mudança do tecido social em todos os
domínios. Na base disto há duas importantes analogias:
1. Sustentabilidade a qual encerra o princípio da intergeracionalidade;
2. A máxima de que Todo discípulo deve superar o seu mestre.
Todo e qualquer modelo de crescimento económico, que sustenta este desenvolvimento e progresso
social, tem na sua base três importantes variáveis: (i) capital humano, (ii) capital técnico e financeiro e
(iii) tecnologia, enquanto factor determinante e acelerador dos outros factores e, consequentemente,
do progresso.

O que está implicito nisto é o conhecimento, essencialmente, o conhecimento académico ou seja,


trago aqui o desafio de encararmos o progresso social como uma função do conhecimento científico.

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