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Resenha: VASCONCELLOS, C.M.; ALONSO, A.C.; LUSTOSA, P.R.

A abordagem do
período pré-colonial brasileiro nos livros didáticos do ensino fundamental. Revista do
Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 10: 231-238, 2000.
Erick Charlles Oliveira Silva

A falta de divulgação acerca da importância da arqueologia brasileira, contribui para a


construção de pensamentos fantasiosos sobre esta ciência. Como uma das consequências
disso, a dificuldade na abordagem sobre assuntos presente nos livros didáticos relacionados ao
período pré-colonial no Brasil é cercada de conceitos equivocados, distorcidos ou até mesmo
preconceituosos (Vasconcellos et. al., 2000).
Para entendermos um dos pontos centrais que auxilia na precarização da abordagem
do período pré-colonial na escola basta imaginar a sala de aula como um barco em meio ao
mar aberto e o livro didático é a bússola do professor: se alguém a tira da mão dele, não
saberá para onde ir e a embarcação se perderá. Nesse sentido, o professor vira um refém do
livro didático, este que muitas vezes está contaminado de conceitos e até mesmo positivistas.
(Idem, 2000).
Além disso, é comum vermos nos livros didáticos, ao tratarem dos povos indígenas no
brasil em geral, o uso de fotografias ou imagens etnográficas. Esse uso da imagética pode
influenciar os alunos na construção de um indígena-museu, um indígena estático, cristalizado,
sendo sempre lembrado por algo que, supostamente, um dia foram. Podendo acarretar numa
visão distorcida e até mesmo preconceituosa sobre os povos originários (Vasconcellos, 2000).
Cabendo ao bom professor desconstruir e problematizar esse tipo de representação presente
no livro didático.
Indo por esse sentido, podemos concluir que o bom professor deve saber construir o
pensamento crítico para assim ensinar os alunos a refletirem nessa perspectiva da criticidade,
aliando a essa ideia, a valorização da ciência da arqueologia, trazendo para os alunos a
materialidade do que está sendo estudado, apostando em aulas de campo em museus, por
exemplo, ampliando o campo de visão do conhecimento e cultural do aluno.

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