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Temas envolvidos:
Indústria
Contrabando
“Corpos Benzidos em Metal Pesado”
Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas
tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como
objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e
assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
Dessa forma, o garimpo pode ser desenvolvido nas Reservas Extrativistas somente de
maneira sustentável e com as devidas autorizações. Quando não é realizado segundo
as normas estabelecidas, a prática pode causar diversas consequências.
O Projeto de Lei 2933/22 prevê punição para mineração ilegal realizada
em terras indígenas. Pelo texto, o crime será punido com prisão de um a
dois anos. O dobro da pena será aplicado para aquele que financiar a
prática desse crime.
Perda de cultura e tradição: também podem perder sua cultura e tradição devido
ao deslocamento forçado e à destruição do território onde vivem.
Impactos econômicos
Degradação de ecossistemas: a remoção excessiva de vegetação e a escavação de trilhas
e valas podem destruir habitats naturais e prejudicar a vida selvagem.
Uma proposta prevista no projeto de lei de Wapichana para evitar esse jogo
de empurra é obrigar o Banco Central a elaborar um relatório anual sobre
fiscalização dessas distribuidoras autorizadas a comercializar ouro.
4. Envolver as compradoras finais no controle da
cadeia produtiva
Após a Repórter Brasil revelar que o ouro extraído ilegalmente das terras
indígenas Yanomami, Kayapó e Munduruku está presente nos produtos das
quatro empresas mais valiosas do mundo (Apple, Amazon, Google e
Microsoft), a organização Amazon Watch passou a questionar essas
companhias e a exigir que as compradoras finais comprovem aquisição do
metal regularizado.
Para a Amazon Watch, se essas empresas não forem capazes de demonstrar
que estão livres do ouro com sangue indígena, elas devem “cortar os laços
com todas as refinarias de ouro que não possam provar a origem do ouro”.
Uma outra tentativa de controlar a cadeia de produção por meio dos
compradores finais é proposta pelo Ibram, entidade que faz lobby em prol
de grandes mineradoras, como Vale, AngloAmerican e BHP. A entidade vem
dialogando com o setor joalheiro para que as empresas do setor comprem
apenas ouro produzido pelas grandes mineradoras – que, segundo o
instituto, passam por processos auditados. Além disso, o órgão vem abrindo
diálogo com compradores estrangeiros.
5. Fortalecer a Agência Nacional de Mineração
A Agência Nacional da Mineração é um órgão-chave quando falamos de
garimpo – seja ele legal ou não. É o órgão responsável por aprovar as
chamadas Permissões de Lavras Garimpeiras (PLGs), que são os garimpos
legalizados. O problema é que são as PLGs que vêm sendo usadas para
legalizar o ouro ilegal, a partir das notas fiscais fraudulentas abordadas
anteriormente. Estudo feito pela UFMG a partir de imagens de satélite
revelou que algumas dessas lavras declaradas nas notas fiscais eram
“fantasmas” – ou seja, não tinham nenhuma atividade econômica.
O primeiro passo é acabar com o aparelhamento do órgão e nomear
diretores e presidentes que tenham visão socioambiental.
A segunda medida é exigir que a ANM comece a fiscalizar a produção das
PLGs: anualmente, elas são obrigadas a enviar relatórios de produção. Esses
relatórios, porém, são auto-declaratórios e não são analisados pela agência.
Um episódio suspeito descoberto pela Polícia Federal durante a Operação
Terra Desolata revelou um garimpo com produção desproporcional para seu
porte: entre 2018 e 2021, teriam sido extraídas 3,2 toneladas de ouro, o que
o faz o mais produtivo do Brasil. Segundo a PF, isso evidencia que o local é
usado para lavar o ouro extraído ilegalmente de garimpos clandestinos.
6. Proibir por lei uso de maquinário pesado em
garimpos e controlar sua venda
Legislação da década de 1940 deixava claro o caráter rudimentar do garimpo,
afirmando que só poderiam ser usados “aparelhos ou máquinas simples e
portáteis”. No entanto, reformas legislativas posteriores foram numa
“crescente indeterminação terminológica”, deixando mais tênue a diferença
entre a mineração industrial e o garimpo, segundo manual do MPF.
Outra solução seria implantar o Código da Consciência, programa que, uma
vez inserido no computador de bordo de uma máquina, emite um alerta ou
mesmo desliga o motor do veículo quando ele se aproxima de uma área
protegida. Por estar gravado na memória da máquina, não é possível que o
operador desligue seu funcionamento.
O MPF sugere a criação de um cadastro técnico federal que credencie e
acompanhe individualmente o uso de equipamentos de mineração. A
medida, defendida no manual de combate ao garimpo ilegal da instituição,
permitiria avaliar o potencial de dano das máquinas a partir do porte e da
quantidade de equipamentos previstos para uso em cada lavra.
7. Tornar o crime hediondo e aumentar a pena
Atualmente, a extração ilegal de ouro em território não permitido pode
caracterizar dois crimes: dano ambiental e usurpação do patrimônio da
União, com previsão de detenção de até 5 anos, além de multa.