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Os impactos socioambientais

provocados pelo garimpo ilegal


no Brasil

EEEM Profº Renato José da Costa Pacheco


Turma 3M1 | 04/10
Profs: Gabriel e Iasmin | Professora Supervisora: Jessica
Problematização

O garimpo ilegal é praticado no Brasil muitas vezes por


trabalhadores em cenário de vulnerabilidade social,
além de provocar alteração das paisagens onde é feito,
podendo causar modificação do solo e da água,
remoção da vegetação nativa, poluição e contaminação
química, assoreamento e erosão.
O Brasil carrega uma bagagem histórico-cultural
acerca da prática do garimpo ilegal devido à imensa
quantidade de minas espalhadas por seu território.
Por isso, é considerado um dos grandes produtores
de minério do mundo.
Contudo, isso está fortemente ligado ao problema de
violência crescente no país relacionado não só às
invasões de terras indígenas e reservas naturais como
também às taxas de homicídios entre esses povos
27 de set. 2023 às 11h00
“Diamante de Sangue”

Quando a Guerra Civil se enfurece na


década de 1990 em Serra Leoa, dois
homens, um branco sul-africano mercenário
e um pescador negro, se juntam em uma
busca para recuperar uma joia rara que tem
o poder de transformar suas vidas. Com a
ajuda de uma jornalista norte-americana, os
homens embarcam em uma jornada
perigosa através do território rebelde para
conseguir seu objetivo.

Temas envolvidos:
Indústria
Contrabando
“Corpos Benzidos em Metal Pesado”

Nesse livro de contos escritos por Pedro


Augusto Baía, os protagonistas são uma vítima
do garimpo, um imigrante da região Norte que
é confundido com um boliviano na Europa, um
repórter que investiga uma vítima quilombola,
uma fotógrafa que sofre um ataque de pânico
em uma cidade alagada, um massacre numa
seção eleitoral dentro de uma aldeia indígena,
um homem contaminado por metal pesado,
fruto do garimpo, entre outros.
Danos irreparáveis à natureza
Em dezembro de 2021, por exemplo, levantamento do Greenpeace mostrou que o
garimpo ilegal dentro das Terras Indígenas Munduruku e Sai Cinza, no Pará, havia
destruído 632 quilômetros de rios em cinco anos.

No início de 2022, garimpeiros despejaram mais de 7 milhões de toneladas de


rejeitos no rio Tapajós – e isso fez com que as águas em frente a Alter do Chão,
um dos pontos turísticos mais famosos do Brasil, mudassem de cor.

Dados do projeto Mapbiomas mostram que 91% da área garimpada do Brasil


estão na Amazônia.
Povos indígenas afetados
Além de invadir os territórios habitados há muito tempo por populações
tradicionais, o garimpo ilegal destrói seu bem-estar, sua cultura e seus modos de
vida. Através de estudos e pesquisas, temos mostrado como as populações
indígenas são duramente afetadas pela contaminação da água e dos alimentos pelo
mercúrio utilizado no garimpo.

Os garimpeiros também levam, para aldeias e comunidades tradicionais, doenças


com as quais as pessoas não estavam acostumadas ou nem mesmo têm
imunidade, aumentando os índices de adoecimentos e mortes.
Com base na ciência, temos evidenciado a
gravidade dos impactos do mercúrio não só para a
saúde dos povos indígenas ou tradicionais, mas
também para qualquer cidadão da Amazônia. A
partir dessas informações, esperamos subsidiar
uma série de políticas públicas que auxiliem no
enfrentamento deste problema.

Em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo


Cruz), mostramos que seis em cada dez
participantes de uma pesquisa realizada nos
municípios de Itaituba e Trairão, no Pará, terra do
povo indígena Munduruku, apresentaram níveis de
mercúrio no corpo acima do limite máximo de
segurança estabelecido por agências de saúde.
Entre as crianças, cerca de 15,8% apresentaram
problemas em testes de neurodesenvolvimento.

Um estudo realizado pela WWF mostrou que


peixes de todos os seis estados da Amazônia estão
contaminados por mercúrio, representando uma
série de riscos à saúde de toda a população da
região.
Os Yanomami

A invasão de garimpeiros às terras onde vive o povo


yanomami, ou seja, o oeste de Roraima e o norte do
Amazonas, não é um fenômeno novo. Na década de 70,
iniciativas governamentais estimularam o garimpo na
região. Na década de 80, veio a “corrida do ouro”.

Mas foram nos últimos anos que o garimpo


ilegal atingiu outro nível, avançando por
territórios que, até então, ainda se
mantinham livres da atividade de exploração
do ouro, segundo Júnior Hekurari Yanomami,
líder indígena ouvido pela reportagem da
Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Os Yanomami
“Sabe-se que o problema do garimpo ilegal não é uma novidade na
TIY [Terra Indígena Yanomami]. Entretanto, sua escala e intensidade
cresceram de maneira impressionante nos últimos cinco anos. Dados
do Mapbiomas [ONG de mapeamento do uso do solo] indicam que a
partir de 2016, a curva de destruição do garimpo assumiu uma
trajetória ascendente e, desde então, tem acumulado taxas cada vez
maiores. Nos cálculos da plataforma, de 2016 a 2020 o garimpo na TIY
cresceu nada menos que 3.350%”, informa o relatório.
(Relatório divulgado em abril de 2022, pela Hutukara Associação
Yanomami, liderada por Davi Kopenawa Yanomami, e pelo Instituto
Socioambiental, organização não governamental (ONG) de defesa dos
direitos indígenas, com base em dados coletados no ano anterior)
Em 1980, de acordo com a Comissão Pro-
Yanomami, ouro é descoberto na região do
Ericó, atraindo mais de 5 mil homens apenas no
garimpo de Santa Rosa. O afluxo de garimpeiros
à terra yanomami continuou durante toda a
década de 80 e culminou no que o Instituto
Socioambiental, outra ONG de proteção dos
indígenas, chamou de “corrida do ouro”, entre
1987 e 1990.
Ligação com outros crimes

A Hutukara Associação Yanomami,


órgão que representa aquele povo,
lançou no ano passado o relatório
“Yanomami sob Ataque”, que foi muito
claro: o garimpo leva violência sexual,
estupro de crianças e adolescentes,
crime organizado, aliciamento de
jovens indígenas, assassinatos e graves
problemas de saúde, como malária e
desnutrição infantil, para dentro das
aldeias. De acordo com o relatório,
cerca de 273 comunidades são
afetadas e mais da metade dos 27 mil
habitantes do território sofrem com os
problemas causados pela atividade
econômica ilegal.
Estudo do Instituto Escolhas, por exemplo, mostrou que a
exploração de ouro não traz avanços sociais e econômicos
significativos para as populações da Amazônia. Os efeitos da
extração do minério nos indicadores de saúde, educação e o PIB
per capita, por exemplo, são breves – duram no máximo cinco anos
– e não são capazes de promover mudanças nas realidades locais
no longo prazo, mantendo as populações onde ele ocorre na
pobreza, na doença e sem educação.
O que diz a legislação?

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), estabelecido pela Lei 9.985


de 18 de julho de 2000, define da seguinte maneira as Reservas Extrativistas:

Art. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas
tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como
objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e
assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.

Dessa forma, o garimpo pode ser desenvolvido nas Reservas Extrativistas somente de
maneira sustentável e com as devidas autorizações. Quando não é realizado segundo
as normas estabelecidas, a prática pode causar diversas consequências.
O Projeto de Lei 2933/22 prevê punição para mineração ilegal realizada
em terras indígenas. Pelo texto, o crime será punido com prisão de um a
dois anos. O dobro da pena será aplicado para aquele que financiar a
prática desse crime.

A legislação atual determina pena que varia de seis meses a um ano de


prisão para toda a mineração feita sem autorização.

Fonte: Agência Câmara de Notícias


Impactos ambientais

Baixo desenvolvimento econômico: o garimpo ilegal pode desencorajar o


investimento e o desenvolvimento de indústrias legais e sustentáveis, prejudicando o
crescimento econômico a longo prazo.

Perda de arrecadação de impostos: a atividade não é regulamentada e nem tributada,


o que significa que o governo perde receita potencial através de impostos.

Desequilíbrio na competição: o garimpo ilegal pode dar vantagem aos mineradores


ilegais em relação aos mineradores legais, desequilibrando a competição e
prejudicando a economia.

Desestabilização da economia local: a atividade pode desestabilizar a economia local,


prejudicando os meios de subsistência das comunidades e aumentando a pobreza e a
desigualdade social.
Impactos para as
sociedades indígenas
Deslocamento forçado: as comunidades indígenas podem ser forçadas a deixar
suas terras devido à ameaça de violência e ao uso ilegal de suas terras por
mineradores ilegais.

Perda de meios de subsistência: o garimpo ilegal pode esgotar os recursos


naturais das comunidades indígenas, prejudicando sua capacidade de se
alimentar e se sustentar.
Contaminação do solo e da água: a contaminação desses recursos prejudica a
saúde de povos indígenas e sua capacidade de cultivar alimentos.

Violação de direitos humanos: as comunidades indígenas podem ser vítimas de


violências, discriminação e abuso de poder por parte dos mineradores ilegais e
das autoridades, violando seus direitos humanos.

Perda de cultura e tradição: também podem perder sua cultura e tradição devido
ao deslocamento forçado e à destruição do território onde vivem.
Impactos econômicos
Degradação de ecossistemas: a remoção excessiva de vegetação e a escavação de trilhas
e valas podem destruir habitats naturais e prejudicar a vida selvagem.

Contaminação do solo e da água: o uso de produtos químicos tóxicos no processo de


garimpo pode contaminar o solo e a água, prejudicando a saúde humana e animal.
Escassez de recursos naturais: o garimpo ilegal pode esgotar recursos naturais,
prejudicando a biodiversidade e a economia local.

Deslocamento de comunidades: a prática pode forçar comunidades locais a se mudarem


de suas terras, prejudicando sua qualidade de vida e seus meios de subsistência.

Corrupção e a violência: o garimpo ilegal também pode contribuir para a corrupção e


pode ser usado para financiar atividades criminosas e conflitos armados.
1. Mudar a lei para acabar com a ‘boa fé’ do
comprador, por meio de medida provisória
A lei 12.844/2013 “presume” a legalidade do ouro comercializado e a “boa-
fé” do comprador, mesmo sem a comprovação de origem do metal.
A única exigência é de que a procedência do ouro seja informada em uma
nota fiscal em papel.
Porém, investigações já identificaram que o ouro extraído ilegalmente de
terras indígenas é declarado como se tivesse sido minerado em uma lavra
regularizada. É neste momento, por meio de fraude, que acontece a
chamada “lavagem de ouro” (legalização do metal ilegal). Na prática, a lei
dificulta que vendedores e compradores sejam responsabilizados por seus
crimes.

“Temos hoje um sistema perfeito de impunidade. Quem compra e quem


vende está protegido por esse sistema da ‘boa fé’”, critica Sérgio Leitão,
diretor-executivo do Instituto Escolhas, organização que vem pesquisando
o setor.
2. Implementar nota fiscal eletrônica e
rastreabilidade do ouro
Digitalizar as transações comerciais de ouro, desde sua extração mineral até
o consumidor final, garantido o rastreamento da cadeia.
A primeira medida nesse sentido é criar um banco de dados digitalizado e
descentralizado, gerido pela Agência Nacional de Mineração (ANM), mas que
seja acessado por diferentes usuários, garantindo transparência.
A ideia é que esse banco de dados registre cada etapa do caminho do ouro
dentro de uma corrente de informações inquebrável, ou seja, as informações
não podem ser adulteradas e os registros ficam conectados uns aos outros.
O nome dado a essa tecnologia é “blockchain” (corrente de registros digitais).
Nessa corrente é possível inserir todo tipo de informação, como autorizações
para garimpar ou minerar uma área, licenças ambientais, capacidade da
lavra, relatórios anuais de produção, cadastro das pessoas envolvidas, dentre
outros.
O setor teria de adotar ainda documentos que não são usados hoje, como a
nota fiscal eletrônica em cada transação comercial e as guias de transporte
de ouro, semelhante ao que acontece para movimentar madeira e gado.
Também é possível fazer uma marcação molecular no minério de ouro, uma
espécie de código de barras, para saber de onde está sendo extraído. Esse
código se mantém mesmo se o minério for derretido ou passar por refino.
3. Cobrar Banco Central e CVM para fiscalizar
primeiras compradoras de ouro
Para as irregularidades cometidas nos últimos anos e para o contrabando,
Sérgio Leitão, do Escolhas, cobra ação da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) e do Banco Central. Essas duas instituições são responsáveis por
fiscalizar as DTVMs (Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários), empresas
do sistema financeiro autorizadas para fazer a primeira aquisição do metal
de garimpo no Brasil.
Pelo menos três dessas intermediárias enfrentam ações na Justiça Federal
por crimes ambientais ou de lavagem de dinheiro relacionados a garimpo
ilegal. O Ministério Público Federal (MPF) as acusa não apenas de comprarem
ouro ilegal de terra indígena, mas de participarem do esquema de lavagem
do metal.

Uma proposta prevista no projeto de lei de Wapichana para evitar esse jogo
de empurra é obrigar o Banco Central a elaborar um relatório anual sobre
fiscalização dessas distribuidoras autorizadas a comercializar ouro.
4. Envolver as compradoras finais no controle da
cadeia produtiva
Após a Repórter Brasil revelar que o ouro extraído ilegalmente das terras
indígenas Yanomami, Kayapó e Munduruku está presente nos produtos das
quatro empresas mais valiosas do mundo (Apple, Amazon, Google e
Microsoft), a organização Amazon Watch passou a questionar essas
companhias e a exigir que as compradoras finais comprovem aquisição do
metal regularizado.
Para a Amazon Watch, se essas empresas não forem capazes de demonstrar
que estão livres do ouro com sangue indígena, elas devem “cortar os laços
com todas as refinarias de ouro que não possam provar a origem do ouro”.
Uma outra tentativa de controlar a cadeia de produção por meio dos
compradores finais é proposta pelo Ibram, entidade que faz lobby em prol
de grandes mineradoras, como Vale, AngloAmerican e BHP. A entidade vem
dialogando com o setor joalheiro para que as empresas do setor comprem
apenas ouro produzido pelas grandes mineradoras – que, segundo o
instituto, passam por processos auditados. Além disso, o órgão vem abrindo
diálogo com compradores estrangeiros.
5. Fortalecer a Agência Nacional de Mineração
A Agência Nacional da Mineração é um órgão-chave quando falamos de
garimpo – seja ele legal ou não. É o órgão responsável por aprovar as
chamadas Permissões de Lavras Garimpeiras (PLGs), que são os garimpos
legalizados. O problema é que são as PLGs que vêm sendo usadas para
legalizar o ouro ilegal, a partir das notas fiscais fraudulentas abordadas
anteriormente. Estudo feito pela UFMG a partir de imagens de satélite
revelou que algumas dessas lavras declaradas nas notas fiscais eram
“fantasmas” – ou seja, não tinham nenhuma atividade econômica.
O primeiro passo é acabar com o aparelhamento do órgão e nomear
diretores e presidentes que tenham visão socioambiental.
A segunda medida é exigir que a ANM comece a fiscalizar a produção das
PLGs: anualmente, elas são obrigadas a enviar relatórios de produção. Esses
relatórios, porém, são auto-declaratórios e não são analisados pela agência.
Um episódio suspeito descoberto pela Polícia Federal durante a Operação
Terra Desolata revelou um garimpo com produção desproporcional para seu
porte: entre 2018 e 2021, teriam sido extraídas 3,2 toneladas de ouro, o que
o faz o mais produtivo do Brasil. Segundo a PF, isso evidencia que o local é
usado para lavar o ouro extraído ilegalmente de garimpos clandestinos.
6. Proibir por lei uso de maquinário pesado em
garimpos e controlar sua venda
Legislação da década de 1940 deixava claro o caráter rudimentar do garimpo,
afirmando que só poderiam ser usados “aparelhos ou máquinas simples e
portáteis”. No entanto, reformas legislativas posteriores foram numa
“crescente indeterminação terminológica”, deixando mais tênue a diferença
entre a mineração industrial e o garimpo, segundo manual do MPF.
Outra solução seria implantar o Código da Consciência, programa que, uma
vez inserido no computador de bordo de uma máquina, emite um alerta ou
mesmo desliga o motor do veículo quando ele se aproxima de uma área
protegida. Por estar gravado na memória da máquina, não é possível que o
operador desligue seu funcionamento.
O MPF sugere a criação de um cadastro técnico federal que credencie e
acompanhe individualmente o uso de equipamentos de mineração. A
medida, defendida no manual de combate ao garimpo ilegal da instituição,
permitiria avaliar o potencial de dano das máquinas a partir do porte e da
quantidade de equipamentos previstos para uso em cada lavra.
7. Tornar o crime hediondo e aumentar a pena
Atualmente, a extração ilegal de ouro em território não permitido pode
caracterizar dois crimes: dano ambiental e usurpação do patrimônio da
União, com previsão de detenção de até 5 anos, além de multa.

A presidente da Funai, Joenia Wapichana, defende aumentar a pena para


quem comete crimes ambientais – o que inclui extração ilegal de ouro por
meio de garimpos. “É crime hediondo, pois, além da questão ambiental,
[afeta] a questão da saúde, o social, a cultura e a vida [dos povos indígenas]”,
disse em entrevista à Repórter Brasil antes de ser nomeada para a fundação.
8. Criar políticas sociais para ex-garimpeiros
O membro da campanha da Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de
Aguiar, entende que o governo precisa ir além da retirada dos garimpeiros
das terras indígenas – caso contrário, os garimpeiros que estão saindo agora
da TI Yanomami migrarão para outras áreas protegidas ou voltarão em
alguns meses. “É preciso entrar com políticas sociais, pois enquanto existir a
opção do garimpo, a massa empobrecida vai ser atraída”, avalia Aguiar.
Para ele, o garimpo é a “mega sena” da população pobre da Amazônia. “As
pessoas estão desesperadas para sair da condição de pobreza extrema e
partem em busca de uma solução que o Estado não oferece. Se uma pessoa
bamburra (acha uma grande pepita), sai da condição que estava”, explica.
Uma fonte ligada às investigações, no entanto, pondera que os garimpeiros
costumam exigir do governo benefícios tão rentáveis quanto o garimpo – o
que, na sua avaliação, é praticamente impossível. “Nada é tão lucrativo
quanto roubar um bem da União, devastar o meio ambiente e não recuperá-
lo”, afirma. “Essas pessoas (garimpeiros) estão dentro de uma lógica de
exploração que não foi por elas criada, mas elas se servem disso e retiram
dali a sua possibilidade de subsistência”, disse o ministro dos Direitos
Humanos, Silvio Almeida, em entrevista à Folha de São Paulo.
9. Controlar o transporte aéreo na Amazônia
(Anac e FAB)
Para chegar a garimpos na Amazônia, a melhor opção é a aviação de
pequeno porte, mas o controle do governo sobre o tráfego aéreo na floresta
é considerado insuficiente.
Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),
obtidos via Lei de Acesso à Informação, revelam que as três principais
cidades garimpeiras da região do rio Tapajós (PA) – Itaituba, Jacareacanga e
Novo Progresso – consumiram três vezes mais gasolina de aviação em 2021
do que a cidade de São Paulo no mesmo período. Foram 2,3 milhões de
litros, o suficiente para um avião de garimpo dar 220 voltas ao mundo.
Esses números justificam a urgência de o governo controlar a venda da
gasolina de aviação. A ANP poderia cobrar dos revendedores dados sobre os
aviões que compram o produto. Dessa forma, órgãos de controle poderiam
saber se uma aeronave específica está consumindo muito combustível, o que
acenderia um alerta para fiscalizar a sua operação. Outro caminho é
desativar as pistas construídas irregularmente e melhorar o controle do
tráfego aéreo na região.
§ 1º INTRODUÇÃO: repertório, problematização, tese:

Nos últimos três anos a mineração ilegal no Brasil desencadeou um ataque


implacável ao meio ambiente e às populações indígenas, resultando em
profundas consequências socioambientais. Com os dados de associações
ambientais e demais fundações nacionais que destacam a extensão desta crise,
torna-se imperativo aprofundar a gravidade do problema e explorar potenciais
soluções que possam mitigar esses impactos devastadores.
§ 2º DESENVOLVIMENTO:

Uma das facetas mais alarmantes dentre os impactos socioambientais do


garimpo ilegal no Brasil são os graves danos que ela inflige às suas hidrovias. A
pesquisa do Greenpeace de dezembro de 2021 revelou que em Terras
Indígenas como Munduruku e Sai Cinza, no Pará, aproximadamente 632
quilômetros de rios foram destruídos em apenas cinco anos. Estes rios não são
apenas fontes de vida para diversos ecossistemas, mas também cruciais para a
subsistência das comunidades locais. Para contrariar esta situação, uma
resposta urgente reside na aplicação rigorosa da lei, juntamente com esforços
abrangentes de restauração para reabilitar as massas de água danificadas.
§ 3º DESENVOLVIMENTO:

A pegada devastadora da mineração ilegal vai além da degradação ambiental,


invadindo os tesouros culturais do Brasil. Segundo investigações conduzidas
pela Polícia Federal, no início de 2022, os garimpeiros despejaram
descuidadamente mais de 7 milhões de toneladas de resíduos no rio Tapajós,
fazendo com que as águas em frente ao renomado Alter do Chão mudassem de
cor. Isso não só prejudica as belezas naturais mas, ainda mais grave que isso,
perturba a economia e todo o ecossistema local. Para resolver esta questão, é
essencial um esforço colaborativo entre órgãos governamentais, empresas locais
e organizações ambientais que envolvesse regulamentações mais rigorosas.
§ 4º CONCLUSÃO:

Para combater a mineração ilegal no Brasil, um plano de ação deve ser


implementado pelo Ministério do Meio Ambiente junto a organizações
ambientais, Polícia Federal centrado na aplicação rigorosa da lei, a promoção de
práticas de mineração sustentáveis ​e a proteção dos direitos indígenas às terras.
Essas medidas devem ser executadas na forma de projetos de fiscalização
intensiva nas áreas mais exploradas e de prevenção nas demais áreas de entorno,
com o objetivo de preservar o patrimônio natural do Brasil e promover o bem-
estar social e das tribos indígenas como as mais afetadas nesse cenário.

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