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Código: 22238

REDAÇÃO
TEXTO I
POVOS INDÍGENAS DO BRASIL
Há cerca de 305 povos indígenas no Brasil, totalizando aproximadamente 900.000 pessoas – 0,4% da
população do país.
O governo reconhece 690 territórios indígenas, que abrangem mais de 13% do território brasileiro. Quase
todas estas terras se encontram na Amazônia. Mas, apesar de grande parte dos indígenas brasileiros viver
fora da Amazônia, eles ocupam somente 1,5% da área total do restante do país.
Os primeiros povos a serem contatados pelos colonizadores europeus quando desembarcaram no
Brasil em 1500 foram os que vivem na região sul da Mata Atlântica, como os Guarani e os Kaingang, e no
interior e litoral do Nordeste, como os Pataxó Ha Ha Hãe e os Tupinambá.
Apesar de centenas de anos de contato com a sociedade não indígena e enfrentando o roubo e a invasão
de suas terras, a maioria dos povos indígenas lutaram e têm lutado para manter sua língua e seus costumes.
O povo mais numeroso hoje é o Guarani, com uma população de 85.000 pessoas, mas hoje eles têm
pouquíssima terra. Durante os últimos 100 anos, uma enorme parte de suas terras foi roubada e
transformada em vastas áreas de pasto e de plantação de soja e cana-de-açúcar. Muitas comunidades estão
morando em reservas superlotadas e outras vivem sob lonas na beira das estradas.
O povo indígena com o maior território é o Yanomami, que vive relativamente isolado com uma
população de quase 27.000 no Brasil e ocupa 9,4 milhões de hectares no norte da Amazônia. O maior povo
amazônico no Brasil é o Tikuna, que soma 53.000 pessoas. O menor é composto por apenas um homem,
que vive em um pequeno pedaço de floresta cercado por fazendas de gado e plantações de soja na
Amazônia ocidental, e recusa todas as tentativas de contato.
Muitos povos amazônicos somam menos de 1.000 indígenas. O povo Akuntsu, por exemplo, agora é
composto por apenas três pessoas, e os Awá por 450.

Povos Indígenas Isolados


O Brasil é o lar de mais povos indígenas isolados do que qualquer outro lugar do planeta. Estima-se que
mais de 100 povos isolados vivam na Amazônia brasileira. Alguns possuem centenas de pessoas e vivem
em áreas remotas do estado do Acre e em territórios protegidos, como o Vale do Javari, na fronteira com o
Peru. Outros são grupos menores e dispersos, sobreviventes de povos quase inteiramente dizimados pelos
impactos causados pela expansão da agricultura e pela extração da borracha em décadas anteriores.
Muitos, como os nômades Kawahiva, que são algumas dezenas, estão fugindo de madeireiros e fazendeiros
que invadem suas terras.
Fonte: https://www.survivalbrasil.org/povos/indios-brasileiros/Adaptado

TEXTO II
Taxa de assassinatos de indígenas aumenta 21,6% em dez anos enquanto de homicídios em geral cai, diz
Atlas da Violência
Mais de 2 mil indígenas foram assassinados entre 2009 e 2019. Em cinco estados, taxa de mortes violentas
de indígenas é maior do que a taxa do estado.

Mais de 2 mil indígenas foram assassinados entre 2009 e 2019 no Brasil, segundo dados inéditos
divulgados nesta terça-feira (31) pelo Atlas da Violência 2021. Nessa década, a taxa de mortes violentas de
indígenas aumentou 21,6%, saindo de 15 por 100 mil indígenas, em 2009, para 18,3, em 2019, movimento
oposto ao que ocorreu com a taxa de assassinatos em geral no país, que foi de 27,2 para 21,7 por 100 mil
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habitantes.
É a primeira vez que o Atlas da Violência, elaborado a partir de uma parceria entre o Fórum Brasileiro
de Segurança Pública (FBSP), o Instituto de Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Jones dos Santos Neves
(IJSN), e tem como base os números apresentados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade, do
Ministério da Saúde, divulga dados sobre violência letal contra indígenas.
Só em 2019, foram registrados 113 assassinatos e 20 homicídios culposos que, somados a outros
casos de violências praticadas contra a pessoa indígena, totalizavam 277 casos em 2019 – o dobro do
registrado em 2018.
O número de assassinatos em 2019 pode ser ainda maior porque, como o Atlas explica, houve 35%
de aumento de mortes violentas por causa indeterminada naquele ano.

Taxa maior onde há terra indígena

A taxa também é maior em municípios com terras indígenas, 20,4 por 100 mil habitantes, do que em
cidades sem terras indígenas, com 7,7.
“Os dados mostram um agravamento da violência letal contra povos indígenas e, principalmente, em
terras indígenas", diz Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e
coordenadora do Atlas.
"Os municípios que têm terras indígenas são aqueles que apresentaram um crescimento mais
acentuado na última década, o que é fruto, em alguma medida, de invasões, do garimpo ilegal, de uma série
de ilícitos que vêm ocorrendo, de exploração ilegal de terras que são territórios tradicionais", completa
Samira Bueno.
Como explicam os especialistas do Ipea e do Fórum, a dificuldade e a falta de interesse na fiscalização
e na proteção dos territórios indígenas abrem possibilidades de invasões para produção agropecuária e
exploração ilegal de madeiras e minerais, entre outras atividades, o que contribui para o aumento da
violência.
"Em contexto de baixos investimentos públicos destinados à proteção territorial, social e ambiental,
poucos são os territórios que se encontram juridicamente resguardados exclusivamente aos povos
indígenas ou mesmo que apresentam infraestrutura e serviços públicos adequados à proteção das pessoas
e da sobrevivência coletiva", diz o estudo.
Em cinco estados, a taxa de homicídios de indígenas supera a de assassinatos da população como
um todo em 2019:
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Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/08/31/taxa-de-assassinatos-de-indigenas-aumenta-216percent-em-dez-anos-diz-atlas-da-violencia.ghtml

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o
tema “O apagamento da identidade indígena do Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.

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