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TEMA DA SEMANA

A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

Artigo 231 da Constituição:
“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.”
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

Vale lembrar que os recursos hídricos e riquezas minerais do solo pertencem à União
(Art.176). Mas aos índios é assegurada participação na exploração. Especificamente em
relação ao garimpo, a Constituição prevê que os dispositivos em seu texto não se
aplicam às terras indígenas (Art. 231, § 7°), proibindo, sob qualquer hipótese, que a
atividade seja realizada por não-índios nessas terras.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

Como o coronavírus afeta populações indígenas no Brasil


Após pandemia, governo suspendeu o trânsito nas terras tradicionais. Lideranças
reclamam de falta de acesso a serviços de saúde
Após o agravamento da situação do coronavírus no Brasil,
grupos indígenas têm agido, no interior de suas
comunidades, para se prevenir da contaminação. A Apib
(Associação dos Povos Indígenas do Brasil) anunciou, no
dia 12 de março, que adiou o Acampamento Terra Livre,
evento anual que iria reunir milhares de indígenas em abril
em Brasília.
O que torna os indígenas mais vulneráveis?
A principal vulnerabilidade das populações indígenas diante do novo coronavírus é a falta de acesso à
saúde. A saúde indígena, sistema criado dentro do SUS (Sistema Único de Saúde) para atender a
esses povos, tem poucos recursos e infraestrutura para tratar casos graves, como pode ser
necessário no caso de propagação do novo vírus.
A falta de acesso à saúde também tem relação com a geografia. A maior parte das populações
indígenas vive em aldeias distantes e de difícil acesso, em lugares como a floresta amazônica.
FONTE: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/03/23/Como-o-coronav%C3%ADrus-afeta-popula
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

O que são terras indígenas?


As terras indígenas são uma porção do território nacional,
de propriedade da União, habitadas por um ou mais
povos indígenas e por eles utilizadas para suas
atividades produtivas, bem como para a preservação de
recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e à
reprodução de seus costumes e tradições. A posse dos
índios sobre as terras indígenas é de caráter originário,
ou seja, ela não depende do procedimento administrativo
de demarcação de terras que é meramente declaratório.
Esse direito é reconhecido, por exemplo, pela
Constituição Federal, parágrafo 1º do artigo 231.
Por que é importante demarcar as terras indígenas?
De acordo com informações da Funai, a demarcação de terras
contribui para o ordenamento fundiário do Governo Federal e
dos entes federados, diminuindo a possibilidade de conflitos e
também possibilitando melhor atendimento às especificidades
dos povos indígenas. 
FONTE: cartacapital.com.br/carta-explica/entenda-o-conflito-indigena-no-brasil/
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

Como a pandemia agrava o risco de invasões em terras indígenas


Crise de saúde pública virou oportunidade para grileiros, garimpeiros e madeireiros avançarem
sobre áreas protegidas. Ações representam perigo à saúde dos povos tradicionais, que são mais
vulneráveis à covid-19

Por causa da pandemia, órgãos ambientais, indigenistas e o


Exército estão funcionando de modo mais precário, segundo
contam lideranças nas aldeias. Agentes do governo se
afastaram do trabalho ou reduziram o ritmo das atividades
para evitar o contágio do vírus. Nessa situação, invasores
viram brechas para agir.

Após a pandemia, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostrou que o


desmatamento na Amazônia, onde fica a maior parte das terras indígenas do país, foi de
357,9 km² em março, área pouco maior que a de Belo Horizonte. A alta foi de 23% em
relação a março de 2019. A área derrubada agora em março também foi maior que a de
fevereiro de 2020.
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/04/18/Como-a-pandemia-agrava-o-risco-de-invas%C3%
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

Como a pandemia agrava o risco de invasões em terras indígenas


O que torna as invasões mais graves agora?
A invasão de terras indígenas não é um problema que começou
na pandemia. Invasores, muitas vezes motivados por negócios
ilegais de grilagem, mineração e do setor madeireiro, se instalam
há décadas em áreas de terra indígena. Ali criam conflitos e
degradam o meio ambiente, impunes por causa da ausência de
fiscalização em muitos territórios.

A diferença é que, agora, a invasão a terras protegidas virou um


problema não só social, mas de saúde. As populações indígenas
estão entre as mais vulneráveis à pandemia no país. Invasores
infectados com o vírus podem contagiar quem vive nas áreas
invadidas, em uma situação capaz de produzir grande número de
doentes e mortos.

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/04/18/Como-a-pandemia-agrava-o-risco-de-invas%C3%
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
A falta de demarcação de terras é a principal
responsável pelos ataques aos indígenas?
Na opinião do secretário executivo do Cimi,
Cleber Buzatto, as comunidades indígenas
sofrem com a falta de demarcação de terras e
com a morosidade que vem acompanhando
esses processos. “Isto não acontece à toa. Por
trás disso, estão presentes os interesses de
uma bancada ruralista, comprometida com a
posse do maior número de terras, com a
exploração dessas terras e com a defesa dos
interesses de grandes fazendeiros do
agronegócio”.
Segundo Buzatto, isso vem contribuindo para o
enfraquecimento das políticas indigenistas. “A
FUNAI, por exemplo, vem sendo desmantelada
através da redução de orçamento e quadro
pessoal”, afirma.
FONTE: cartacapital.com.br/carta-explica/entenda-o-conflito-indigena-no-brasil/
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Quais são os desafios na política de


demarcação de terras indígenas?
Para Cleber Buzatto, com o controle do
setor do agronegócio nos poderes, as
complexidades para as minorias
indígenas tornam-se crescentes. O
especialista comenta sobre um conjunto
de projetos que tramitam no Congresso e
buscam dificultar a demarcação de
terras. (PEC 215)

FONTE: cartacapital.com.br/carta-explica/entenda-o-conflito-indigena-no-brasil/
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DEMARCAÇÃO DE TERRA TEM A VER COM TRADIÇÃO?


Dificuldade em manter sua cultura e tradição
Outra grande dificuldade enfrentada pela
população indígena é relativa as suas tradições.
Isso porque o contato com populações
externas acabam influenciando os costumes
da tribo, principalmente dentro de
comunidades mais fracas, onde a liderança
dos mais velhos não é tão forte assim.

Com isso, a cultura, a tradição e a língua indígena podem acabar se perdendo, como
já aconteceu com diversas tribos no decorrer da história brasileira. E é exatamente
por isso que é tão importante existir espaços de preservação onde os índios podem
ser eles mesmos, sem a influência da sociedade externa. Afinal de contas, eles são
uma parte da história do Brasil e também uma fonte inesgotável de sabedoria.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

Quais o tipos de terras indígenas?

•Terras Indígenas Tradicionalmente


Ocupadas: São as terras indígenas
de que trata o art. 231 da Constituição
Federal de 1988, direito originário dos
povos indígenas, cujo processo de
demarcação é disciplinado pelo
Decreto n.º 1775/96.

•Reservas Indígenas: São terras doadas por terceiros, adquiridas ou desapropriadas pela


União, que se destinam à posse permanente dos povos indígenas. São terras que também
pertencem ao patrimônio da União, mas não se confundem com as terras de ocupação
tradicional. Existem terras indígenas, no entanto, que foram reservadas pelos estados-
membros, principalmente durante a primeira metade do século XX, que são reconhecidas
como de ocupação tradicional. 
FONTE: cartacapital.com.br/carta-explica/entenda-o-conflito-indigena-no-brasil/
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Quais o tipos de terras indígenas?

Terras Dominiais: São as terras de propriedade


das comunidades indígenas, havidas, por
qualquer das formas de aquisição do domínio,
nos termos da legislação civil.

- Interditadas: São áreas interditadas pela Funai


para proteção dos povos e grupos indígenas
isolados, com o estabelecimento de restrição de
ingresso e trânsito de terceiros na área. A
interdição da área pode ser realizada
concomitantemente ou não com o processo de
demarcação, disciplinado pelo Decreto n.º
1775/96.
FONTE: cartacapital.com.br/carta-explica/entenda-o-conflito-indigena-no-brasil/
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A MATANÇA PERPETUA
O antropólogo Sílvio Coelho dos Santos relata alguns
destes fatos, como a construção da estrada de ferro
noroeste do Brasil, em São Paulo, em que a
população indígena da etnia Kaingang foi
praticamente dizimada. Nesse local, os trabalhadores
“brincavam de passarinhar” índios, ou seja,
matavam os índios da mesma forma em que se
caçavam pássaros.
Ao todo, 113 indígenas foram assassinados no ano passado (2019), de acordo com dados oficiais
da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), obtidos pelo Cimi. Apesar de ser um pouco
menor do que os homicídios de indígenas praticados no ano anterior (135), o registro de
outros tipos de violências somou 276 casos em 2019, contra 110 em 2018.
Foram notificadas 33 ameaças de morte, 34 ameaças várias, além de 20 homicídios culposos -
quando não há intenção de matar - , 24 tentativas de assassinato, 10 casos de violência sexual,
13 casos de lesão corporal dolosa e 16 situações de racismo e discriminação étnico cultural.  
FONTE: www.mundovestibular.com.br/estudos/historia/comunidades-indigenas-e-os-problemas-atuais
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Quais as nações indígenas sob risco de extermínio no Brasil

Aruka Juma, o último homem guerreiro do povo


Juma, morreu na quarta-feira (19) de covid-19. O
indígena tinha idade estimada entre 86 e 90 anos e
estava internado na UTI do hospital de campanha de
Porto Velho (RO) desde 2 de fevereiro.

A eliminação dos Juma


No início do século 20, o povo Juma contava com uma
população de cerca de 15 mil pessoas. Atingido por
doenças e sucessivos massacres, a nação foi sendo
dizimada. Segundo o OPI, o último massacre
aconteceu em 1964, quando 60 indígenas foram
assassinados a mando de comerciantes do município
de Tapauá (AM), interessados na sorva e castanha
disponível em seu território.
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Nações em desaparecimento

Há exemplos de povos indígenas que


estão reduzidos a poucos indivíduos pelo
país. Os dados são da Coordenação-Geral
de Índios Isolados e de Recente Contato
da Funai (Fundação Nacional do Índio).

Povos isolados são especialmente


vulneráveis a ações predatórias. “Qualquer
contato com pessoas de fora poderia varrê-
los do mapa, seja por meio de doenças
contra as quais eles não têm imunidade ou
em ataques violentos, como aconteceu
muitas vezes no passado”, disse Watson, da
Survival.
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Genocídio e etnocídio
A aplicação do termo genocídio depende das
circunstâncias históricas em que um povo
desaparece. No entanto, no caso dos povos
indígenas brasileiros, segundo Lucia Helena
Rangel, antropóloga, professora da PUC e
assessora do Cimi, o termo sempre foi
adequado quando se analisa os muitos motivos
que levaram a sua extinção. Ela lembra das
“guerras justas” da época colonial, autorizadas
pela Coroa Portuguesa sob a alegação de
legítima defesa contra os povos indígenas.

A aniquilação por doenças, inicialmente acidental, se tornaria depois método consciente de


se livrar de indígenas. “O colonizador percebeu que a população indígena era muito frágil,
então houveram muitas epidemias provocadas. Mesmo no século 20, houve episódios em
que roupas contaminadas por tuberculose eram deixadas pela mata. Os indígenas não
tinham remédio contra isso”.
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Genocídio e etnocídio
Segundo dados da Apib atualizados em 19 de
fevereiro de 2021, o total de indígenas mortos por
covid-19 era de 969, com 48.958 casos de
infecção.
Para piorar o quadro, em fevereiro agentes da
campanha de vacinação contra a covid-19
afirmaram terem sido hostilizados em
comunidades indígenas que haviam sido
influenciadas por negacionistas que estão indo
até as aldeias, pregar ou levar cestas básicas.
Segundo Dinamam Tuxá, da Apib, ao UOL,
“existem grupos que através de suas pregações
estão colocando os indígenas contra a vacina".

É importante entender que existem dois tipos de extinção: o genocídio, que é o


aniquilamento físico, e o etnocídio, também chamado de genocídio cultural, onde se
eliminam aspectos como língua, símbolos e obras materiais de um grupo étnico.
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Etnocídio:
“O etnocídio é a destruição sistemática de
modos de vida e de pensamento diferentes
daqueles que conduzem a empresa da
destruição”, escreveu o antropólogo francês
Pierre Clastres, em “Arqueologia da
violência”, de 1980, considerado um
trabalho clássico sobre o tema.
“A perda das diversidades culturais e dos
conhecimentos que esses povos elaboraram ao longo
de séculos ou milênios são incalculáveis. Para além da
perda de conhecimentos botânicos, medicinais,
técnicos em geral, extingue-se a oportunidade de
diálogo entre diferentes concepções de mundo”, disse
Lênin, da OPI.
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Genocídio e etnocídio
PROBLEMAS envolvendo o INDÍGENA brasileiro e seu direito à TERRA.
Suicídio indígena bate recordes.
Mais do que opção, morte voluntária é consequência de uma existência em conflito, uma vida de quase-nada
Tinham uma casa na beira do rio. A família toda assistiu ao dia em que o pai saiu de casa sem motivo
aparente e entrou na canoa. Não cruzou rio, não voltou. Deixou sua canoa ali, nem numa margem,
nem na outra. Flutuava pelo meio. Nunca mais falou palavra nenhuma. Seu corpo no meio do rio vira
uma terceira margem.
A estranha história do homem que abandona sua família para viver em uma canoa é o enredo de um
dos escritos mais misteriosos do mineiro Guimarães Rosa. Batizado de “A terceira margem do rio”, o
conto revela uma vida feita nem do lado de lá, tampouco do lado de cá. Se faz na via do meio num
processo de dor, frustração e morte.
"Acredito que o motivo foi falta de perspectiva de vida. Não tem terra, não tem espaço para plantar,
nem emprego. Isso é causa de sofrimento. É muito duro saber que um jovem se mata por falta de
justiça social para os indígenas", reflete Ara, que é uma das lideranças da Aldeia Jaraguá que abriga
indígenas guaranis na zona norte de São Paulo.
A morte voluntária que surge como uma alternativa para essa vida do meio
não é novidade entre os povos indígenas. Porém, os números crescem
velozmente.
FONTE: revistatrip.uol.com.br/trip/suicidio-indigena-bate-recordes-morte-
voluntaria-e-consequencia-de-uma-existencia-em-conflito
3 vezes MAIS do que a TAXA NACIONAL
A taxa de mortalidade por suicídio entre indígenas é
quase o triplo da média nacional, segundo o Ministério da
Saúde. Enquanto o Brasil registra 5,7 óbitos a cada 100
mil habitantes, o índice é de 15,2 na população indígena.
A maioria das mortes (44,8%) ocorrem na faixa etária de
10 a 19 anos, ao contrário do panorama geral, em que os
adultos de 20 a 39 anos respondem pela maior proporção
dos registros. “O suicídio dos povos indígenas pode se
tornar um fenômeno epidêmico, que vai se alastrando”,
avalia Lucia Helena Rangel, antropóloga e professora da
Pontifícia Unidade Católica.

No ranking fúnebre dos suicídios indígenas, o estado do Mato Grosso do Sul ocupa o primeiro lugar. De
acordo com o CIMI, dos anos 2000 até 2016, 782 indígenas tiraram suas vidas apenas no Mato Grosso do Sul,
lugar conhecido pelo poder do agronegócio que seria fator primordial para o extermínio silencioso dos povos
indígenas da região.
Teoká é a palavra usada para denominar o local em que vivem os kaiowás. Muito mais do que moradia, a
palavra diz respeito ao território relacionado a aspectos culturais, religiosos e de subsistência.
Para pesquisadores, a questão fundiária no Brasil e a falta de demarcação de terras para os povos originários
também seria fatores determinantes para esse espantoso número de suicídios entre os indígenas por falta de
perspectivas melhores.

FONTE: revistatrip.uol.com.br/trip/suicidio-indigena-bate-recordes-morte-voluntaria-e-consequencia-de-uma-existencia-em-conflito
PROBLEMAS envolvendo o INDÍGENA brasileiro e seu direito à TERRA.
AGRONEGÓCIO
O conflito no estado tem ficado mais intenso por causa da
valorização das terras, da frente de expansão e do
crescimento populacional indígena.
"É grave porque os conflitos fundiários estão chegando ao
limite, ao clímax. De todos os momentos, nós estamos
chegando no de maior gravidade por causa do número de
conflitos que estão ligados diretamente à disputa e
valorização da terra. A diferença econômica nesse
momento, por causa do investimento no agronegócio, deixa
as disputas mais agudas”, detalhou o pesquisador. (G1)

Um dos maiores problemas enfrentados pela população indígena brasileira é em relação à ocupação
de terras. Hoje existem mais de 420 terras indígenas de ocupação tradicional que são regularizadas,
além de 36 reservas especiais.
O problema é que mesmo em terras de ocupação indígena legal e regularizada há disputas frequentes
pelos territórios, principalmente por parte de madeireiros ou indústrias que buscam explorar os
recursos da região e tentam expulsar os indígenas a qualquer custo.
PROBLEMAS envolvendo o INDÍGENA brasileiro e seu direito à TERRA.
No último domingo, 30 de abril de 2017, indígenas da etnia gamela sofreram ataques de
homens munidos de armas de fogo e facões no município de Viana, no Maranhão. O
episódio deixou cerca de 13 indígenas feridos. Dois chegaram a ter as mãos as mãos
decepadas e cinco foram baleados, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). No
mesmo dia do ataque, em entrevista à rádio Maracu, o deputado federal Aluísio Guimarães
Mendes Filho (PTN-MA) intitulou o povo gamela de “pseudoindígenas”. O governo do
Maranhão afirma que apenas cinco ficaram feridos e que irá investigar o caso de
envolvimento de políticos no crime. (G1)
 O relatório Violência contra os Povos Indígenas do Brasil de
2011, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi),
aponta que cinco índios foram assassinados na Bahia naquele
ano, dos 51 mortos em todo o Brasil. As vítimas eram todas
Pataxós e, conforme o levantamento, em três casos o crime
está aparentemente relacionado com as disputas territoriais.
"Enquanto não houver vontade política, a situação vai
permanecer porque os índios não vão recuar", garante
Sampaio.
Aumentou em 20% o número de
assassinatos de indígenas no Brasil em
comparação com o último levantamento do
Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Os
dados mais recentes são de 2018, quando
foram registradas 135 mortes, e foram
publicados nesta terça-feira (24). No ano
anterior, foram 110 casos de assassinato.

Segundo o relatório "Violência contra os Povos Indígenas no Brasil", em três décadas foram 1.119 casos de
assassinatos de indígenas no país. Em 2018, o estado com maior número deste tipo de morte foi Roraima
(RR), com 62 casos, seguido de Mato Grosso do Sul (MS) com 38.
Este levantamento também registrou 110 casos de "violência contra a pessoa" que podem ser abuso de poder,
racismo, violência sexual e ameaças de morte. O relatório destacou que, apenas no ano passado, 53
indígenas foram vítimas de tentativas de assassinato.
O relatório destaca para o número de atropelamentos que vitimam indígenas e a omissão de motoristas que
fogem sem prestar socorro. No ano passado, 18 casos de atropelamentos fatais mataram indígenas que
caminhavam ou se locomoviam de bicicleta na beira das estradas.
De acordo com a instituição, a disputa pelas áreas indígenas atingiu "um nível preocupante" e isso põe
em risco a sobrevivência de comunidades indígenas no Brasil. Em 2018, a comissão registrou no país 11
ocorrências de conflitos territoriais. Fonte: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/24
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

Sob ameaça de morte, lideranças indígenas lutam para proteger


floresta no Maranhão
Mineração, agronegócio e extração de madeira são os setores
que mais geram conflitos no campo, aponta a Global Witness

Os Ka’a Usak Ha ta, na língua Ka’apor, são os guardiões da


floresta, um grupo de agentes ambientais formado pelos
próprios indígenas para autodefesa dos territórios das etnias
Guajajara, Ka’apor e Awa-Guajá, no Maranhão. Eles
identificam e vigiam trilhas abertas ilegalmente por invasores
e as denunciam às autoridades, mas também atuam O guardião da floresta Paulo Paulino
fortemente no combate à queimadas e outras ações de Guajajara foi assassinado a tiros em
defesa. Além da sabedoria milenar dos povos, alguns deles novembro de 2019, dentro da TI
usam inclusive recursos de monitoramento como câmeras e Araribóia (MA)
GPS, que colhem rotas e provas que servirão para as
investigações dos órgãos de justiça.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

Sob ameaça de morte, lideranças indígenas lutam para proteger


floresta no Maranhão
“Nosso Tuxa Ta Pa Me existe para apontar o caminho da
autonomia e da autodefesa contra esses tipos de violências e
assim esperamos que nosso povo viva uma unidade em defesa
do nosso território por um Bem Viver na floresta”, encerra a nota
do Conselho de Gestão Ka’apor.
Análises de satélite e monitoramento feitas pelo Instituto
Socioambiental (ISA) em 2019 revelam mais de mil quilômetros
de estradas clandestinas e quase 5.000 alertas de
desmatamento na maior Terra Indígena (TI) do Maranhão, e uma
das maiores do Brasil, a TI Araribóia, onde foi assassinado o
guardião Paulo Paulino Guajajara. Para se ter uma dimensão, a
TI corresponde a quase seiscentos campos de futebol em
diversidade de flora e fauna, além de morada sagrada de 5.300
indígenas, inclusive grupos isolados da etnia Awá Guajá.

Indígena protesta contra assassinato de Paulo Paulino Guajajara na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão.
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Durante o desordenado processo de colonização do noroeste do


Paraná, nos anos 40 e 50, foi avistada uma população indígena que
até então havia tido pouquíssimo contato com o homem branco.
Logo o povo Xetá foi expulso de suas terras, vitimado por ações de
extermínio e, os poucos sobreviventes, dispersos para outros locais.
A quase extinção dos Xetá acabou contribuindo para provocar um
desastre ecológico irreversível na região.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

O tema central do trabalho é o filme “Xingu”. O foco antropológico deste


trabalho são as populações indígenas, posteriormente moradoras do Parque
Nacional do Xingu, que sofreram um grande impacto de vida graças à opção
política do Estado brasileiro de como conduzir o processo de
desenvolvimento nacional, por um lado, mas graças também à influência dos
irmãos Villas Bôas, por outro.
O filme "Xingu" mostra, inicialmente, a inserção dos irmãos Villas Bôas em
tribos da região do rio Xingu. No que inicialmente foi um choque cultural, foi
possível – e o filme retrata isso mais pela ótica dos Villas Bôas – que eles
passassem por uma experiência que desafiou a tendência natural de se julgar
outras culturas a partir de seus próprios valores.
(...) Os Villas Bôas puderam enxergar a situação totalizada e se propuseram a
defender essa cultura completamente injustiçada desde o início da
colonização.
As consequências para os índios foram longe de ideais, mas dentro das
possibilidades situacionais, houve a salvação de uma parte de sua sociedade.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

A pluralidade do povo indígena que deu origem ao Brasil e a


sua luta pelo direito de existirem, serem ouvidos e terem sua
história e cultura valorizados vão conduzir a narrativa de Falas
da Terra, especial que a Globo exibe no dia 19/4, Dia do Índio.
Com depoimentos me primeira pessoa, o programa mostra a
riqueza cultural dos mais de 300 povos indígenas existentes no
país, que falam aproximadamente 200 línguas diferentes.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

O Romance Indianista marca a busca na literatura por um herói nacional. O índio foi eleito
como a figura de maior representatividade, considerando que o branco era tido como o
colonizador europeu, e o negro, como escravo africano.
Assim, o índio foi considerado como único e legítimo representante da América. Dessa maneira,
o romance brasileiro encontrou no índio a expressão da nacionalidade autêntica, de amor
exacerbado à terra e defesa do território.
Em sua singularidade, o índio foi usado como símbolo de bravura e honra. Incorporar a tradição
indígena à ficção era a autêntica expressão de nacionalidade, impulsionando contribuições na
prosa e na poesia. https://www.todamateria.com.br/romance-indianista/
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GONÇALVES DIAS
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?

FRASES DE PESO PARA REDAÇÃO


 “Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. A higiene do corpo. O
milho. O caju. O mingau. O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente e espelhinho no
bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotas avós.”
GILBERTO FREYRE
 “O Brasil é o museu do índio" —  Millôr Fernandes
“Os frutos e a caça, que servem de nutrientes ao índio selvagem - que não conhece limites nem
áreas cercadas, mas que é um habitante familiar à área - devem ser de seus e de seus filhos, pois
são parte dele.” —  John Locke Filósofo e médico inglês. pai do liberalismo clássico. 1632 - 1704
 “Se achamos que nosso objetivo aqui, na nossa rápida passagem pela Terra, é acumular riquezas,
então não temos nada a aprender com os índios. Mas se acreditamos que o ideal é o equilíbrio do
homem dentro de sua família e dentro de sua comunidade, então os índios têm lições
extraordinárias para nos dar.” —  Cláudio Villas-Bôas 1916 - 1998 citado O Xingu dos Villas Bôas
 “Os seringueiros, os índios, os ribeirinhos há mais de 100 anos ocupam a floresta. Nunca a
ameaçaram. Quem a ameaça são os projetos agropecuários, os grandes madeireiros e as
hidrelétricas com suas inundações criminosas.” Chico Mendes (ativista ambiental morto por
fazendeiros locais)
Alguns AGENTES para a sua redação:
Ministério do Meio Ambiente – Ministro Ricardo de Aquino Salles

FUNAI - A Fundação Nacional do Índio – FUNAI é o órgão indigenista oficial do Estado


brasileiro. Criada por meio da Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967, vinculada ao Ministério
da Justiça, é a coordenadora e principal executora da política indigenista do Governo Federal.
Sua missão institucional é proteger e promover os direitos dos povos indígenas no Brasil.

Greenpeace - O Greenpeace é "uma organização global cuja missão é proteger o meio


ambiente, promover a paz e inspirar mudanças de atitudes que garantam um futuro mais
verde e limpo para esta e para as futuras gerações.“

Instituto Socioambiental (ISA) - Fundado em 22 de abril de 1994, o ISA incorporou o


patrimônio material e imaterial de 15 anos de experiência do Programa Povos Indígenas no
Brasil do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (PIB/CEDI) e o Núcleo de
Direitos Indígenas (NDI) de Brasília. Ambas organizações de atuação reconhecida nas
questões dos direitos indígenas no Brasil. 

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