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Artigo 231 da Constituição:
“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.”
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
Vale lembrar que os recursos hídricos e riquezas minerais do solo pertencem à União
(Art.176). Mas aos índios é assegurada participação na exploração. Especificamente em
relação ao garimpo, a Constituição prevê que os dispositivos em seu texto não se
aplicam às terras indígenas (Art. 231, § 7°), proibindo, sob qualquer hipótese, que a
atividade seja realizada por não-índios nessas terras.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/04/18/Como-a-pandemia-agrava-o-risco-de-invas%C3%
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
A falta de demarcação de terras é a principal
responsável pelos ataques aos indígenas?
Na opinião do secretário executivo do Cimi,
Cleber Buzatto, as comunidades indígenas
sofrem com a falta de demarcação de terras e
com a morosidade que vem acompanhando
esses processos. “Isto não acontece à toa. Por
trás disso, estão presentes os interesses de
uma bancada ruralista, comprometida com a
posse do maior número de terras, com a
exploração dessas terras e com a defesa dos
interesses de grandes fazendeiros do
agronegócio”.
Segundo Buzatto, isso vem contribuindo para o
enfraquecimento das políticas indigenistas. “A
FUNAI, por exemplo, vem sendo desmantelada
através da redução de orçamento e quadro
pessoal”, afirma.
FONTE: cartacapital.com.br/carta-explica/entenda-o-conflito-indigena-no-brasil/
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
FONTE: cartacapital.com.br/carta-explica/entenda-o-conflito-indigena-no-brasil/
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
Com isso, a cultura, a tradição e a língua indígena podem acabar se perdendo, como
já aconteceu com diversas tribos no decorrer da história brasileira. E é exatamente
por isso que é tão importante existir espaços de preservação onde os índios podem
ser eles mesmos, sem a influência da sociedade externa. Afinal de contas, eles são
uma parte da história do Brasil e também uma fonte inesgotável de sabedoria.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
A MATANÇA PERPETUA
O antropólogo Sílvio Coelho dos Santos relata alguns
destes fatos, como a construção da estrada de ferro
noroeste do Brasil, em São Paulo, em que a
população indígena da etnia Kaingang foi
praticamente dizimada. Nesse local, os trabalhadores
“brincavam de passarinhar” índios, ou seja,
matavam os índios da mesma forma em que se
caçavam pássaros.
Ao todo, 113 indígenas foram assassinados no ano passado (2019), de acordo com dados oficiais
da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), obtidos pelo Cimi. Apesar de ser um pouco
menor do que os homicídios de indígenas praticados no ano anterior (135), o registro de
outros tipos de violências somou 276 casos em 2019, contra 110 em 2018.
Foram notificadas 33 ameaças de morte, 34 ameaças várias, além de 20 homicídios culposos -
quando não há intenção de matar - , 24 tentativas de assassinato, 10 casos de violência sexual,
13 casos de lesão corporal dolosa e 16 situações de racismo e discriminação étnico cultural.
FONTE: www.mundovestibular.com.br/estudos/historia/comunidades-indigenas-e-os-problemas-atuais
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
Nações em desaparecimento
Genocídio e etnocídio
A aplicação do termo genocídio depende das
circunstâncias históricas em que um povo
desaparece. No entanto, no caso dos povos
indígenas brasileiros, segundo Lucia Helena
Rangel, antropóloga, professora da PUC e
assessora do Cimi, o termo sempre foi
adequado quando se analisa os muitos motivos
que levaram a sua extinção. Ela lembra das
“guerras justas” da época colonial, autorizadas
pela Coroa Portuguesa sob a alegação de
legítima defesa contra os povos indígenas.
Genocídio e etnocídio
Segundo dados da Apib atualizados em 19 de
fevereiro de 2021, o total de indígenas mortos por
covid-19 era de 969, com 48.958 casos de
infecção.
Para piorar o quadro, em fevereiro agentes da
campanha de vacinação contra a covid-19
afirmaram terem sido hostilizados em
comunidades indígenas que haviam sido
influenciadas por negacionistas que estão indo
até as aldeias, pregar ou levar cestas básicas.
Segundo Dinamam Tuxá, da Apib, ao UOL,
“existem grupos que através de suas pregações
estão colocando os indígenas contra a vacina".
Etnocídio:
“O etnocídio é a destruição sistemática de
modos de vida e de pensamento diferentes
daqueles que conduzem a empresa da
destruição”, escreveu o antropólogo francês
Pierre Clastres, em “Arqueologia da
violência”, de 1980, considerado um
trabalho clássico sobre o tema.
“A perda das diversidades culturais e dos
conhecimentos que esses povos elaboraram ao longo
de séculos ou milênios são incalculáveis. Para além da
perda de conhecimentos botânicos, medicinais,
técnicos em geral, extingue-se a oportunidade de
diálogo entre diferentes concepções de mundo”, disse
Lênin, da OPI.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
Genocídio e etnocídio
PROBLEMAS envolvendo o INDÍGENA brasileiro e seu direito à TERRA.
Suicídio indígena bate recordes.
Mais do que opção, morte voluntária é consequência de uma existência em conflito, uma vida de quase-nada
Tinham uma casa na beira do rio. A família toda assistiu ao dia em que o pai saiu de casa sem motivo
aparente e entrou na canoa. Não cruzou rio, não voltou. Deixou sua canoa ali, nem numa margem,
nem na outra. Flutuava pelo meio. Nunca mais falou palavra nenhuma. Seu corpo no meio do rio vira
uma terceira margem.
A estranha história do homem que abandona sua família para viver em uma canoa é o enredo de um
dos escritos mais misteriosos do mineiro Guimarães Rosa. Batizado de “A terceira margem do rio”, o
conto revela uma vida feita nem do lado de lá, tampouco do lado de cá. Se faz na via do meio num
processo de dor, frustração e morte.
"Acredito que o motivo foi falta de perspectiva de vida. Não tem terra, não tem espaço para plantar,
nem emprego. Isso é causa de sofrimento. É muito duro saber que um jovem se mata por falta de
justiça social para os indígenas", reflete Ara, que é uma das lideranças da Aldeia Jaraguá que abriga
indígenas guaranis na zona norte de São Paulo.
A morte voluntária que surge como uma alternativa para essa vida do meio
não é novidade entre os povos indígenas. Porém, os números crescem
velozmente.
FONTE: revistatrip.uol.com.br/trip/suicidio-indigena-bate-recordes-morte-
voluntaria-e-consequencia-de-uma-existencia-em-conflito
3 vezes MAIS do que a TAXA NACIONAL
A taxa de mortalidade por suicídio entre indígenas é
quase o triplo da média nacional, segundo o Ministério da
Saúde. Enquanto o Brasil registra 5,7 óbitos a cada 100
mil habitantes, o índice é de 15,2 na população indígena.
A maioria das mortes (44,8%) ocorrem na faixa etária de
10 a 19 anos, ao contrário do panorama geral, em que os
adultos de 20 a 39 anos respondem pela maior proporção
dos registros. “O suicídio dos povos indígenas pode se
tornar um fenômeno epidêmico, que vai se alastrando”,
avalia Lucia Helena Rangel, antropóloga e professora da
Pontifícia Unidade Católica.
No ranking fúnebre dos suicídios indígenas, o estado do Mato Grosso do Sul ocupa o primeiro lugar. De
acordo com o CIMI, dos anos 2000 até 2016, 782 indígenas tiraram suas vidas apenas no Mato Grosso do Sul,
lugar conhecido pelo poder do agronegócio que seria fator primordial para o extermínio silencioso dos povos
indígenas da região.
Teoká é a palavra usada para denominar o local em que vivem os kaiowás. Muito mais do que moradia, a
palavra diz respeito ao território relacionado a aspectos culturais, religiosos e de subsistência.
Para pesquisadores, a questão fundiária no Brasil e a falta de demarcação de terras para os povos originários
também seria fatores determinantes para esse espantoso número de suicídios entre os indígenas por falta de
perspectivas melhores.
FONTE: revistatrip.uol.com.br/trip/suicidio-indigena-bate-recordes-morte-voluntaria-e-consequencia-de-uma-existencia-em-conflito
PROBLEMAS envolvendo o INDÍGENA brasileiro e seu direito à TERRA.
AGRONEGÓCIO
O conflito no estado tem ficado mais intenso por causa da
valorização das terras, da frente de expansão e do
crescimento populacional indígena.
"É grave porque os conflitos fundiários estão chegando ao
limite, ao clímax. De todos os momentos, nós estamos
chegando no de maior gravidade por causa do número de
conflitos que estão ligados diretamente à disputa e
valorização da terra. A diferença econômica nesse
momento, por causa do investimento no agronegócio, deixa
as disputas mais agudas”, detalhou o pesquisador. (G1)
Um dos maiores problemas enfrentados pela população indígena brasileira é em relação à ocupação
de terras. Hoje existem mais de 420 terras indígenas de ocupação tradicional que são regularizadas,
além de 36 reservas especiais.
O problema é que mesmo em terras de ocupação indígena legal e regularizada há disputas frequentes
pelos territórios, principalmente por parte de madeireiros ou indústrias que buscam explorar os
recursos da região e tentam expulsar os indígenas a qualquer custo.
PROBLEMAS envolvendo o INDÍGENA brasileiro e seu direito à TERRA.
No último domingo, 30 de abril de 2017, indígenas da etnia gamela sofreram ataques de
homens munidos de armas de fogo e facões no município de Viana, no Maranhão. O
episódio deixou cerca de 13 indígenas feridos. Dois chegaram a ter as mãos as mãos
decepadas e cinco foram baleados, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). No
mesmo dia do ataque, em entrevista à rádio Maracu, o deputado federal Aluísio Guimarães
Mendes Filho (PTN-MA) intitulou o povo gamela de “pseudoindígenas”. O governo do
Maranhão afirma que apenas cinco ficaram feridos e que irá investigar o caso de
envolvimento de políticos no crime. (G1)
O relatório Violência contra os Povos Indígenas do Brasil de
2011, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi),
aponta que cinco índios foram assassinados na Bahia naquele
ano, dos 51 mortos em todo o Brasil. As vítimas eram todas
Pataxós e, conforme o levantamento, em três casos o crime
está aparentemente relacionado com as disputas territoriais.
"Enquanto não houver vontade política, a situação vai
permanecer porque os índios não vão recuar", garante
Sampaio.
Aumentou em 20% o número de
assassinatos de indígenas no Brasil em
comparação com o último levantamento do
Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Os
dados mais recentes são de 2018, quando
foram registradas 135 mortes, e foram
publicados nesta terça-feira (24). No ano
anterior, foram 110 casos de assassinato.
Segundo o relatório "Violência contra os Povos Indígenas no Brasil", em três décadas foram 1.119 casos de
assassinatos de indígenas no país. Em 2018, o estado com maior número deste tipo de morte foi Roraima
(RR), com 62 casos, seguido de Mato Grosso do Sul (MS) com 38.
Este levantamento também registrou 110 casos de "violência contra a pessoa" que podem ser abuso de poder,
racismo, violência sexual e ameaças de morte. O relatório destacou que, apenas no ano passado, 53
indígenas foram vítimas de tentativas de assassinato.
O relatório destaca para o número de atropelamentos que vitimam indígenas e a omissão de motoristas que
fogem sem prestar socorro. No ano passado, 18 casos de atropelamentos fatais mataram indígenas que
caminhavam ou se locomoviam de bicicleta na beira das estradas.
De acordo com a instituição, a disputa pelas áreas indígenas atingiu "um nível preocupante" e isso põe
em risco a sobrevivência de comunidades indígenas no Brasil. Em 2018, a comissão registrou no país 11
ocorrências de conflitos territoriais. Fonte: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/24
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
Indígena protesta contra assassinato de Paulo Paulino Guajajara na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão.
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
O Romance Indianista marca a busca na literatura por um herói nacional. O índio foi eleito
como a figura de maior representatividade, considerando que o branco era tido como o
colonizador europeu, e o negro, como escravo africano.
Assim, o índio foi considerado como único e legítimo representante da América. Dessa maneira,
o romance brasileiro encontrou no índio a expressão da nacionalidade autêntica, de amor
exacerbado à terra e defesa do território.
Em sua singularidade, o índio foi usado como símbolo de bravura e honra. Incorporar a tradição
indígena à ficção era a autêntica expressão de nacionalidade, impulsionando contribuições na
prosa e na poesia. https://www.todamateria.com.br/romance-indianista/
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?
GONÇALVES DIAS
A permanente ameaça aos povos indígenas no Brasil contemporâneo: responsabilidade de quem?