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A artista Tarsila do Amaral ganhou notoriedade, no século XX, por exaltar a pluralidade da cultura
brasileira. Em seus quadros "Abaporu" e "O Mamoeiro", por exemplo, a pintora Modernista presta uma
homenagem aos povos indígenas e aos pescadores artesanais, respectivamente, ao promover um
sentimento nacionalista e crítico. Todavia, na realidade contemporânea, a valorização de comunidades
e de povos tradicionais restringe-se ao cenário artístico, já que, no Brasil, os direitos desses grupos são
negligenciados devido a raízes históricas e à ausência de políticas públicas. Assim, medidas são
necessárias para reverter esse cenário desafiador.
Sob esse viés, a desvalorização das populações tradicionais é histórica. No século XVI, os
colonizadores portugueses invadiram o território brasileiro e catequizaram, além de violentarem,
diversos indígenas. Essas ações agressivas ocorreram por meio da imposição da fé cristã e da língua
portuguesa, com o fito de apagar as crenças e os valores dos povos originários, como os Pataxós e os
Guaranis. Hoje, infelizmente, os reflexos daquele período persistem: muitos grupos perderam o contato
com a língua materna e são marginalizados pela sociedade, seja pela perseguição à cultura, seja pela
perda de território. Consequentemente, os nativos são vistos de forma estigmatizada, desde a época
da colonização, pois parte da sociedade os enxerga de forma "primitiva" e inferiorizada, fruto de uma
visão eurocêntrica. Desse modo, as comunidades tradicionais sofrem com a falta de reconhecimento
cultural, e o acesso à informação é essencial para combater esse desafio histórico.
Além disso, a ausência de intervenção governamental prejudica a proteção das comunidades e
dos povos tradicionais da nação. Segundo o conceito de "Cidadanias Mutiladas", do geógrafo Milton
Santos, a democracia deve atingir todo o corpo social, no entanto, a máxima do autor parece não ter
sido cumprida, já que o Estado não fornece políticas públicas que garantam a dignidade da população.
De acordo com o jornal virtual "Nexo", no Amazonas, a comunidade ribeirinha vive sob condições de
insalubridade, haja vista a falta de saneamento básico na região, e é vulnerável a enfermidades, devido
à carência de postos médicos. Com efeito, observa-se que a cidadania de grupos tradicionais está em
risco, já que os direitos constitucionais, como o acesso à saúde, não são respeitados. Logo, o
reconhecimento da existência desses povos e a valorização de suas vidas são imprescindíveis para a
preservação do bem-estar social e ambiental, uma vez que comunidades ribeirinhas têm uma relação
direta com a natureza, ao cuidar da flora e da fauna, usando da pesca e da produção de produtos
naturais para o seu sustento.