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São Paulo
2022
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Palavras-chave: Registros Vocais. Pedagogia Vocal. Somatic Voicework. Speech Level Singing.
International Teachers of Mix. Belting Contemporâneo.
discutido na história da pedagogia vocal, ainda gera muitas divergências entre os professores
de canto e cientistas da voz. De modo geral, por ele compreendem-se diferentes grupos de
frequências com qualidades vocais similares entre si e que diferem de outros grupos de
frequências também com qualidades similares. As referências pelas quais se fazem esses
agrupamentos, por sua vez, partem de variadas perspectivas e levam em conta um ou mais
Segundo Stark (2008), as compreensões dos primeiros tratadistas sobre a voz cantada
apontavam para o reconhecimento de dois registros, definidos a partir das sensações vibratórias
mencionados os termos voce di petto (M1) e voce di testa (M2). Embora não necessariamente
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com a mesma nomenclatura, essa visão binária consolidada a partir do século XVII também
esteve presente nos escritos de Caccini (1602), Tosi (1723) e Mancini (1774).
concepções de registros vocais, abarcando interpretações com três, quatro ou mais registros
principais e auxiliares. Nesse sentido, destacam-se as traduções de Tosi para o alemão e inglês,
as quais foram acrescidas dos escritos de Galliard e Agricola, respectivamente, e que trouxeram
para a descrição da voz cantada. Ele realizou observações com o laringoscópio e a partir delas
centrou sua concepção dos registros sobre o nível laríngeo, descrevendo dois princípios
binário de voz de peito (M1) e falsete-voz de cabeça (M2). Seus escritos influenciaram outros
profissionais, que passaram a abordar o canto com o uso de figuras de anatomia, as quais, muitas
vezes, eram marcadas por impressões particulares (MARIZ, 2013).
o nível da fonação, passaram a ser somadas de interpretações que consideravam outros níveis
da produção vocal. Desse modo, muitas vezes não havia uma clara distinção nas concepções
estabelecidas entre elementos da ressonância, da dinâmica, das sensações vibratórias, da
novos recursos e instrumentos disponíveis. Hollien (1974), ao propor a divisão em basal, modal
e elevado, reafirma seu entendimento de que os registros vocais são eventos exclusivamente
laríngeos, e que sua definição deve ter por base evidências perceptivas, acústicas, fisiológicas
e aerodinâmicas. Titze (1994), por sua vez, investigou o tema e apontou que “registros vocais
são regiões perceptualmente distintas de qualidade de voz, nas quais a mesma pode ser mantida
em faixas específicas de pitch e loudness”, trazendo novamente à discussão a relevância do
aspecto perceptivo.
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constituem um fator importante na interpretação dos registros. Hirano, Vennard e Ohala (1970,
p. 19) destacam que ao feixe interno dos TA caberia uma ação significativa na definição de um
ou outro registro. Nesse sentido, uma das causas das quebras abruptas seria justamente um
Castellengo (2009), originou-se a partir de uma pesquisa que visava observar os padrões
vibratórios das pregas vocais e relacioná-los com as diferentes terminologias sobre os registros.
apontaram para quatro regiões distintas, denominadas mecanismos laríngeos M0, M1, M2 e
M3. Se por um lado essa nomenclatura tem sido amplamente divulgada na literatura, observa-
se que sua aceitação não é unívoca e ainda há discussões a respeito de temas como, por exemplo,
Os quatro mecanismos podem ser produzidos por homens e mulheres e abarcam toda a
extensão vocal. Quanto mais em direção ao M0, maior será a massa vibrante, o quociente de
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fechamento e o contato glótico . As transições entre os mecanismos foram percebidas a partir
utilizadas na voz falada e cantada. Termos geralmente associados ao M1 são voz de peito,
modal ou mecanismo pesado; enquanto para M2 estão registro de cabeça, falsete, mecanismo
leve, entre outros. Segundo Roubeau, Castellengo e Henrich (2009), a mudança de M1 para M2
seria acompanhada de um desacoplamento entre as camadas das pregas vocais, de modo que,
superficial. Do ponto de vista acústico, M2 tende a apresentar uma maior amplitude da fO, já
O mecanismo 0 se relaciona com a região mais grave da extensão vocal. Termos como
fry, basal ou pulsátil são associados a M0. Nele, a forma de um ciclo glótico não
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Como aponta Sundberg (2015), a massa vibrante corresponde à porção das pregas vocais que entra em
vibração durante a fonação, a qual é modificada pelos músculos intrínsecos da laringe. O quociente de
fechamento diz respeito à proporção em que as pregas vocais encontram-se fechadas durante o ciclo glótico. O
contato glótico, por fim, diz respeito ao contato entre as pregas vocais.
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muito baixa, múltiplos (duplos ou triplos) ou aperiódicos, o que implicaria na não percepção de
mais aguda da extensão vocal. Whistle, assobio ou apito são alguns dos termos relacionados
com M3. Ele é caracterizado por pregas vocais muito finas e esticadas, com uma pequena parte
algumas notas podem ser produzidas tanto em um mecanismo, quanto em outro. Contudo, isso
não implica em uma produção mesclada entre os dois ou na noção de uma voz mista, a qual
possivelmente seria resultante da interação com outros elementos como os modos de fonação,
Para além das compreensões associadas aos registros laríngeos, Bozeman (2014, 2021)
propõe a noção dos registros acústicos. Esse conceito, edificado sobre a teoria não-linear 2 ,
nomeadas pelo autor como open timbre, close timbre, whoop e whistle.
O open timbre ou timbre aberto caracteriza-se pela presença de dois ou mais harmônicos
abaixo da primeira ressonância do trato vocal. Quanto maior a quantidade de harmônicos abaixo
de fR1 3 , mais aberto é o timbre. Conforme os harmônicos vão cruzando fR1, há mudanças
progressivamente ficando menos aberto. Uma variação desse registro se dá quando ocorre a
sintonia fR1:2fO. Uma das características do belting, segundo o autor, estaria justamente na
estratégia de levar este segundo harmônico a perseguir a primeira ressonância por meio de
manobras articulatórias.
O close timbre ou timbre fechado, por sua vez, caracteriza-se pela presença de apenas
um harmônico abaixo de fR1. Ele apresenta uma sonoridade adjetivada como menos brilhante
em comparação com o registro anterior (BOZEMAN, 2014, p. 36). O turn over, ou passagem,
corresponde justamente ao momento em que 2fO cruza o fR1, momento em que o som vocal sai
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Como aponta Titze (2008), a teoria linear propõe que a produção vocal ocorre a partir de uma fonte sonora, o
som produzido pela vibração das pregas vocais, que é moldada por um filtro, o trato vocal. A teoria não-linear
entende que nesse processo os níveis da produção vocal não são completamente independentes, de modo que
um influencia o outro.
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As frequências ressonantes do trato vocal são respostas potenciais do ressonador. Elas são estabelecidas a partir da conformação do trato vocal pelos articuladores
(lábios, mandíbula, língua, palato mole, faringe e laringe) e são expressas do seguinte modo: fR1, fR2, fR3, fR4, e assim sucessivamente. Os harmônicos, por sua vez,
correspondem às frequências componentes de um sinal periódico e são produzidos no nível da fonte glótica. Eles são expressos do seguinte modo: fO, 2fO, 3fO, 4fO e assim
sucessivamente.
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manutenção dessa estratégia ou da sintonia fR1:2fO, de modo que o primeiro harmônico não
atingem o limite de sua migração passiva4 e a partir dali o cantor passa a fazer mudanças
articulatórias ativas, a fim de manipular o valor de fR1. A manutenção dessa estratégia acima da
região habitual de fR1, bem como de fR1:2fO, dependerá, portanto, da elevação da frequência
dessa primeira ressonância, a qual pode ocorrer pela abertura da mandíbula, constrição faríngea
ou elevação da laringe.
O whistle, por fim, é o registro cujas informações são menos detalhadas. Ele encontra-
se nas regiões do extremo agudo da extensão vocal, geralmente acima das frequências de fR1.
Nesse sentido, a fO poderia ser ressoada entre fR1 e fR2, pela própria fR1 ou ainda por ressonâncias
mais altas.
Ainda segundo Bozeman (2021, p. 71), visto que não há estratégias que possam alterar
quais podem ser mais associadas ao registro laríngeo de peito, quando reforçam os harmônicos
agudos, ou à voz de cabeça, quando reforçam a fO. Nesse sentido, as mudanças abruptas no
declínio espectral5 seriam as responsáveis pela nossa percepção das chamadas quebras vocais.
destaca que não é possível identificar uma regra única de uso dos registros vocais pelos cantores
no desenrolar da história. O padrão dos primeiros tratados, que tinham preferência pela voz de
peito, progressivamente alterou-se de modo a adotar também a voz de cabeça, inclusive entre
as vozes masculinas. A partir do século XIX, firmou-se a tendência que se mantem até hoje do
uso predominante da voz de cabeça para as mulheres e da voz de peito para os homens. Também
relacionadas com o ensino do canto popular, novos prismas sobre os registros vocais foram
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A migração passiva corresponde a mudanças na qualidade da vogal que ocorrem sem que haja alterações na forma do trato vocal. Elas se dão a partir de modificações da
nota que está sendo cantada e são mais fortemente observadas quando um harmônico cruza a fR1.
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O declínio espectral corresponde à tendência de perda de amplitude dos harmônicos conforme mais agudos.
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conceitos e de uma terminologia cada vez mais profusos para os registros vocais. Igualmente
amplas são as referências pelas quais eles são interpretados. A exemplo do breve histórico
exposto até aqui, em alguns casos são considerados apenas o nível laríngeo, em outros são
considerados outros níveis da produção vocal ou mesmo a percepção da qualidade vocal geral.
investigação das bases e referências pelas quais são orientadas as abordagens pedagógicas do
ensino de canto, assim como as diferentes estratégias empregadas na formação dos cantores.
2. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
Com base na exposição do tópico anterior, pode-se perceber que os registros vocais são
um tema de grande interesse e relevância por toda a história do canto e da pedagogia vocal.
Houve significativos avanços nas pesquisas e literatura sobre o tema, mas persistem dúvidas e
são encontradas quando se trata da aplicação pedagógica deste aspecto da voz cantada. As
os seguintes objetivos:
Objetivo principal:
Objetivos secundários:
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3. MÉTODOS
Na segunda etapa, foi realizada a gravação de vocalizações com cinco cantores. Eles
profissional variados. A gravação foi realizada em sala com isolamento acústico, com
microfone e os participantes.
Foi feita captação de dois exercícios vocais com cada cantor. Primeiramente, eles
qual foi sendo modulado em semitons de acordo com a extensão vocal dos participantes. Em
seguida, eles realizaram o mesmo procedimento, mas desta vez com a vogal [a].
indicaram a transição entre os mecanismos laríngeos foi a ocorrência de um salto abruto na fÿ.
Desse modo, a escolha do uso dos glissandi se deu em vista da possível explicitação dessa
passagem nas gravações, bem como a possível evidenciação de como as passagens diretamente
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Uma quinta justa (5J) corresponde ao intervalo de três tons e um semitom, que corresponde, por exemplo, à
distância entre as notas Dó e Sol.
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associadas ao nível laríngeo constituiriam ou não um fator relevante nas indicações dos
O uso das duas vogais, por sua vez, empregou-se de modo a levar em conta as
registros vocais. Como aponta Sundberg (2015), as frequências dos formantes variam
apresentar um fR1mais agudo. Bozeman (2013) também destaca que especialmente as interações
entre fR1 e Fÿ constituem fatores relevantes para o estabelecimento de qualidades vocais que são
estratégias no decorrer da tessitura para se lidar com a permanência ou passagem dos registros.
Desse modo, a escolha das vogais [i] e [a] possibilitaria perceber tanto a variação das manobras
empregadas pelos cantores nas mesmas regiões de frequência em cada exercício, quanto a
canto, cada um representando uma abordagem. Como critérios de inclusão estavam a posse de
formação ou capacitação na abordagem pedagógica escolhida, bem como uma sólida atuação
em sua categoria, e o aceite na participação (critério de inclusão: amostra dos melhores casos).
As abordagens investigadas foram: Somatic Voiceworktm - The LoVetri Method, Speech Level
associados, os docentes avaliaram o emprego dos registros vocais nas gravações das
vocalizações dos cinco cantores. A segunda atividade, por sua vez, consistiu em uma entrevista
abordagem de ensino a respeito dos registros vocais, as referências pelas quais elas se
estabeleciam e o seu emprego no treinamento vocal. As questões utilizadas como fio condutor
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Descreva o passo a passo básico de manejo dos registros vocais na sua abordagem
considerando o trabalho com um cantor iniciante e com um cantor iniciado
Há estratégias pré-definidas em relação ao acesso, permanência ou transição desses
registros? Se sim, quais são?
Há variação no manejo dos registros em relação ao sexo do aluno?
Há variação no manejo dos registros em relação ao gênero musical praticado pelo aluno?
Uma vez feitos todos os procedimentos de levantamento e coleta, parte-se para a quarta
e última etapa, correspondente ao tratamento dos dados. Para tanto, foi tomada por base a
análise de conteúdo (BARDIN, 2016), a qual subdivide-se em três partes: (1) Pré-análise, (2)
Exploração do material, e (3) Tratamento dos resultados, inferência e interpretação.
4. RESULTADOS
precisam realizar algum tipo de curso ou itinerário formativo pago para poderem ser associados
ou se configurarem como professores autorizados. Além disso, elas possuem uma ênfase sobre
os estilos de canto popular, ainda que não sejam limitadas a ele. Como aponta Fraga (2018):
produzido tão facilmente quanto é a fala (RIGGS, 1985). O método foi cunhado a partir do
trabalho e experiências de Seth Riggs e sistematizado por um grupo de professores associados,
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nomeados Master Teachers. Nele, visa-se identificar qual é a tendência presente no cantor e, a
partir dela, propor exercícios e estratégias para que o cantor possa transitar de modo eficiente
professores de canto que se formou a partir de uma dissidência do Speech Level Singing. Nele,
Araújo voltada para a formação dos cantores para o mercado do teatro musical e pop. Nele,
da laringe, opondo-se ao chamado belting antigo, o qual ocorreria com muito esforço e tensão.
No SVW reconhecem-se dois registros principais: peito e cabeça. Embora não seja
associação com M1 e M2, o que atribui uma interpretação bastante laríngea ao entendimento
dos registros. Das coordenações entre eles, emergem as chamadas vozes mistas. No método, a
voz mista é comumente referenciada dentro das categorias de um dos dois registros maiores:
comumente praticada pelo cantor. Assim, segue-se para a criação de estímulos que promovam
o isolamento dos registros de peito e cabeça. Segue-se com o cruzamento dos registros, de modo
a gerar uma zona de sobreposição na qual emergirão as diferentes qualidades de voz mista. A
depender do nível do aluno, vão sendo propostas variações de timbre, de volume e outros
No SLS parte-se da ideia de que há múltiplas transições vocais, que tendem a ocorrer,
genericamente, a cada Lá e cada Mi, nas diversas oitavas da extensão vocal. Empregam-se os
termos chest, mix e head, sendo que há a possibilidade de que o mix seja mais associado a um
ou outro dos dois registros. Em meio a essas múltiplas transições, o método apresenta cinco
tendências principais a serem verificadas nos cantores: pull chest, que ocorre quando o cantor
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força a voz de peito e não transita para um mix; no chest, quando o cantor não apresenta o
registro de peito; flip-falsetto, quando o cantor transita de modo brusco e com quebras entre os
registros; mix, quando a transição entre os registros ocorre adequadamente; e manipulated
larynx, quando são empregadas demasiadas manobras e alterações de posicionamento laríngeo
para estabilização da qualidade vocal. O mix, nesse sentido, parte da ideia da coordenação e
modo geral, é pensado de maneira mais ampla, não sendo segmentado em subcategorias mais
associadas a um ou outro registro – no lugar de se associar o mix ao peito ou à cabeça, há
referência a padrões de mix mais fortes ou mais leves (heavy mix ou light mix). Destaca-se
também que o mix é compreendido como uma técnica em si, em que a coordenação dos registros
médio tênue e tênue. O registro médio parte da ideia de ação equilibrada entre os níveis de
contração de TA e CT. Nesta abordagem, há ainda a compreensão de subregistros, os quais,
para além do nível laríngeo, acabam comportando em si sonoridades que abarcam disposições
do aparelho vocal como um todo. Dentro do registro médio encontram-se o belting e o speaking,
sendo os subregistros organizados entre aqueles que acontecem antes da passagem (Modal
médio denso: Pure belting, Soul Belting, Covered Belting, Voce Piena) e aqueles que
acontecem depois da passagem (Modal médio tênue: Health Belting).
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O treinamento vocal, por sua vez, parte da demanda apresentada pelo aluno. O
do trato vocal que é favorecida por determinada manobra articulatória. Os callings são
ferramentas que visam a facilitar o acesso e memorização, agilizando o processo formativo.
As análises dos professores de canto sobre as vozes dos cantores participantes foram
organizadas em cinco figuras. Em cada uma delas está disposta a extensão vocal abrangida por
um cantor ou cantora. Abaixo dela estão as informações relacionadas com a vocalização na
vogal [i], e acima na vogal [a]. As interpretações dos docentes são dispostas em barras que
abarcam grupos de vocalizações realizadas com um mesmo registro. Os dados foram dispostos
em vista de poder facilitar a comparação entre as categorizações dos registros vocais, conforme
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5. ANÁLISES E DISCUSSÃO
BCo, por sua vez, observam-se os conceitos mesclados de Hirano (basal, modal e elevado) e
Silvia Pinho (denso, médio e tênue). Os subregistros do Bco e as tendências de comportamento
do SLS e IVTOM estão relacionados aos registros vocais, embora não se limitem a eles e
englobem outros aspectos da produção vocal como mencionado anteriormente.
Todos os registros estão presentes tanto nas vozes masculinas, quanto femininas nas
quatro abordagens. Ainda assim, o nível do treinamento e as tendências de cada cantor podem
influenciar no acesso ou não de alguns registros. Faz-se importante destacar que as diferentes
categorias de registros apontam para preferências estéticas, as quais, a depender do fazer
musical de cada cantor, podem lhe ser mais ou menos interessantes ou apropriadas.
(ascendente ou descendente) para que haja algum tipo de coincidência entre as indicações de
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registro entre as abordagens. Verifica-se, ainda, que as categorias dos registros estão
uma mudança de registro foi na vocalização com a vogal [a] da cantora cinco após Eb4-Bb4.
Por outros seis momentos houve uma indicação alinhada de três docentes com um quarto
professor próximo em um intervalo de semitom: Cantor 1: após A3-E4 e após D4-A4, com
três professores alinhados e outro um semitom acima. Cantora 3: após Db3-Ab3, após Ab3-
Eb4, e após Db4-Ab4, com três professores alinhados e outro um semitom acima. Cantora 5:
após Db3-Ab3, com dois professores apontando neste momento, e dois um semitom acima. A
avaliação com menos pontos de encontro entre as transições indicadas pelos docentes é a do
Cantor 2.
mecanismos laríngeos e as categorias de registros de cada método. SVW: peito e misto peito
(M1), misto cabeça e cabeça (M2). SLS: chest (M1), mix (M1 ou M2) head (M2). IVTOM:
peito (M1), mix (M1 ou M2), cabeça (M2). BCo: basal (M0), denso e médio denso (M1), médio
qualidade geral dos registros, como também para a própria interpretação dos mecanismos
coincidem entre as análises dos docentes. Deste modo, embora teoricamente seja possível
acontecer mais fortemente entre as qualidades mistas, ou seja, para além da transição laríngea.
(2014) sobre os registros acústicos, essas mudanças possivelmente não seriam fruto de novos
ajustes fisiológicos, mas de fenômenos acústicos naturais. Nessa interface entre fisiologia e
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vocais. Estes aspectos apontam para dois pontos: primeiramente, que, tal qual explicitado por
ao M2. Uma delas, a do professor associado ao IVTOM, empregou o termo ‘falsete’ em regiões
que outros docentes avaliaram com registros associados a M3.
As vogais, por sua vez, impactaram na antecipação ou atraso das passagens de registro.
Isso aponta para a influência dos aspectos articulatórios e acústicos sobre o estabelecimento e
percepção dos registros vocais e sua não dependência exclusiva do nível laríngeo, o que convida
os pressupostos da teoria não-linear para a discussão (TITZE, 2008). Autores como Doscher
passagens. Verificou-se, também neste estudo, que elas impactaram, segundo a percepção dos
docentes, no estabelecimento e nas estratégias empregadas pelos cantores para lidar com os
registros, sua manutenção, limites e transições.
vogal. O fato possivelmente associa-se à frequência mais grave da primeira ressonância (fR1)
do trato vocal nas vogais fechadas, tendendo a promover mais cedo (ou em região mais grave)
uma sintonização de fr1 com a frequência fundamental. Observa-se, por fim, que, de modo
geral, a mudança das vogais não implicou em alterações significativas na extensão vocal total
entre um exercício e outro.
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sentido, abordagens como Estill Voice Training® e Complete Vocal Techniquetm lhe são
aproximadas por conta de categorizações que englobam qualidades vocais específicas.
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6. CONSIDERAÇÕES
processos de formação dos cantores, quanto das análises realizadas pelos docentes. Espera-se
que o conhecimento das perspectivas de cada método favoreça a reflexão e estudo dos processos
Como desdobramentos desse estudo dois pontos podem ser elencados. Primeiramente,
compreendem e categorizam os registros vocais, além de lançar pequenas luzes sobre seu
Em segundo lugar, também a realização de um grupo focal para discussão dos resultados
das análises das vocalizações faz-se pertinente. Por ele, poderiam ser comparadas e dialogadas
profundamente como elas se dão e como o exercício conjunto dos docentes impactaria na
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REFERÊNCIAS
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