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HORA DA VERDADE

DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA
SOCIEDADE
DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE 4.1 Diversidade de
sexo, gênero e sexualidade; diversidade étnico-racial; diversidade
cultural. 4.2 Desafios sociopolíticos da inclusão de grupos
vulnerabilizados: crianças e adolescentes; idosos; LGBTQIA+; pessoas
com deficiências; pessoas em situação de rua, povos indígenas,
comunidades quilombolas e demais minorias sociais.
DIVERSIDADE DE SEXO, GÊNERO E
SEXUALIDADE
CEDAW
q documento que sofre críticas da comunidade internacional, por
prever a igualdade entre homem e mulheres em relação à família, por
impor imperialismo cultural e pela intolerância religiosa.
q foco: eliminar a discriminação contra a mulher:
"discriminação contra a mulher" significará toda a distinção,
exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou
resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício
pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na
igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural e civil ou em qualquer outro campo.
CONVENÇÃO BELÉM DO PARÁ
q foco: eliminar a violência doméstica:
"discriminação contra a mulher" significará toda a distinção,
exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou
resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício
pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na
igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural e civil ou em qualquer outro campo.
CONVENÇÃO BELÉM DO PARÁ
q a violência doméstica abrange a física, sexual e psicológica:
a) ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em
qualquer relação interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha
compartilhado ou não a sua residência, incluindo-se, entre outras
turmas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual;
b) ocorrida na comunidade e comedida por qualquer pessoa,
incluindo, entre outras formas, o estupro, abuso sexual, tortura,
tráfico de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual
no local de trabalho, bem como em instituições educacionais,
serviços de saúde ou qualquer outro local; e
c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer
que ocorra.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
q igualdade entre homens e mulheres (art. 5º, I, CF);
q proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei (art. 7º, XX, CF);
q tratamento diferenciado em termos de aposentadoria:
§ 62 anos, frente aos 65 para homens para servidores e
empregados privados, conforme art. 40, III, CF e art. 201, §7º, CF)
§ 55 anos, frente aos 60 para homens para aposentadoria por
idade para empregados privados
q dispensa do serviço militar obrigatório em tempos de paz (art. 142,
§2º, CF)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
q exercício em igualdade de condições dos deveres decorrentes da
sociedade conjugal entre homens e mulheres (art. 226, §, 5º, CF);
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
q participação política da mulher
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por
cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na manutenção
de programas de promoção e difusão da participação política das
mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
q participação política da mulher
§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas
eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na
televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas,
deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao
número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada
conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e
pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse
partidário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de
2022)
LEI MARIA DA PENHA
Finalidade da Norma
q coibir e prevenir a violência doméstica familiar;
q criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar;
q adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência
doméstica e familiar.
CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual.
CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Art. 40-A. Esta lei será aplicada a todas as situações previstas no art. 5º,
independentemente da causa ou motivação dos atos de violência, ou da
condição do ofensor ou da ofendida.
FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A


MULHER

física psicológica sexual patrimonial moral


LEI 13.104/2015
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
Feminicídio(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino
quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído
pela Lei nº 13.104, de 2015)
LEI 14.717/2023
q pensão especial aos filhos e dependentes crianças ou adolescentes,
órfãos em razão do crime de feminicídio;
q concedido a filhos e dependentes menores de 18, com renda igual
ou inferior a ¼ do salário mínimo;
q benefício equivalente a 1 salário-mínimo;
q marco inicial: óbito;
LEI 14.188/2021
q normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra
a mulher, nos espaços e atividades relacionados ao exercício de seus
direitos políticos e de suas funções públicas;
q normas para assegurar a participação de mulheres em debates
eleitorais;
q crime de divulgação de fato ou vídeo com conteúdo inverídico no
período de campanha eleitoral.
VIOLÊNCIA POLÍTICA

toda ação, conduta ou omissão com a finalidade


de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos
políticos da mulher OU

VIOLÊNCIA
POLÍTICA
qualquer distinção, exclusão ou restrição no
reconhecimento, gozo ou exercício de seus
direitos e de suas liberdades políticas
fundamentais, em virtude do sexo.
ALTERAÇÕES IMPORTANTES
q CE não permite propaganda eleitoral que discrimine em razão do
gênero, cor, raça ou etnia;
q CE torna crime divulgação de fatos inverídicos (durante a campanha
ou em período eleitoral) imputando aumento de pena se envolver
menosprezo ou discriminação à condição da mulher ou à sua cor,
raça ou etnia;
q CE torna crime assediar, constranger, humilhar, perseguir ou
ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora
de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à
condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de
impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho
de seu mandato eletivo;
ALTERAÇÕES IMPORTANTES
q CE torna crime calúnia, difamação e injúria eleitoral, imputando
aumento de pena se envolver menosprezo ou discriminação à
condição da mulher ou à sua cor, raça ou etnia;
q Lei dos Partidos Políticos exige que estatutos estabeleçam normas
sobre prevenção, repressão e combate à violência política contra a
mulher;
q Lei das Eleições passou a exigir exigir a observância da proporção
entre homens e mulheres previsto no §3º do art. 10 da mesma lei
(70% no máximo e 30% no mínimo) no âmbito dos debates sobre as
eleições proporcionais.
LEI 14.786/2023
Art. 2º O protocolo “Não é Não” será implementado no ambiente de
casas noturnas e de boates, em espetáculos musicais realizados em
locais fechados e em shows, com venda de bebida alcoólica, para
promover a proteção das mulheres e para prevenir e enfrentar o
constrangimento e a violência contra elas.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei não se aplica a cultos nem a
outros eventos realizados em locais de natureza religiosa.
Art. 4º Na aplicação do protocolo “Não é Não”, devem ser observados
os seguintes princípios:
I - respeito ao relato da vítima acerca do constrangimento ou da
violência sofrida;
II - preservação da dignidade, da honra, da intimidade e da integridade
física e psicológica da vítima;
III - celeridade no cumprimento do disposto nesta Lei;
IV - articulação de esforços públicos e privados para o enfrentamento do
constrangimento e da violência contra a mulher.
Art. 4º Na aplicação do protocolo “Não é Não”, devem ser observados
os seguintes princípios:
I - respeito ao relato da vítima acerca do constrangimento ou da
violência sofrida;
II - preservação da dignidade, da honra, da intimidade e da integridade
física e psicológica da vítima;
III - celeridade no cumprimento do disposto nesta Lei;
IV - articulação de esforços públicos e privados para o enfrentamento do
constrangimento e da violência contra a mulher.
DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL
CONVENÇÃO SOBRE ELIMINAÇÃO DE TODAS AS
FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL
• TIDH da ONU;
• internalizado, com status supralegal;
• objetivo central: eliminar a discriminação;
• adoção das vertentes repressivo-punitiva e
promocional;
• admite-se a diferenciação:
ü entre cidadãos e não-cidadãos;
ü disposições legais por conta de nacionalidade,
cidadania e naturalização; e
ü ações afirmativas.
CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO,
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E A INTOLERÂNCIA

Editada 2013

Aprovação no SF DL 1/2021

Depósito e
2021
Ratificação

Promulgação DE 10.932/2022
CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO,
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E A INTOLERÂNCIA
1. Discriminação racial é qualquer distinção, exclusão, restrição ou
preferência, em qualquer área da vida pública ou privada, cujo propósito
ou efeito seja anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em
condições de igualdade, de um ou mais direitos humanos e liberdades
fundamentais consagrados nos instrumentos internacionais aplicáveis aos
Estados Partes. A discriminação racial pode basear-se em raça, cor,
ascendência ou origem nacional ou étnica.
CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO,
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E A INTOLERÂNCIA
2. Discriminação racial indireta é aquela que ocorre, em qualquer esfera da
vida pública ou privada, quando um dispositivo, prática ou critério
aparentemente neutro tem a capacidade de acarretar uma desvantagem
particular para pessoas pertencentes a um grupo específico, com base nas
razões estabelecidas no Artigo 1.1, ou as coloca em desvantagem, a
menos que esse dispositivo, prática ou critério tenha um objetivo ou
justificativa razoável e legítima à luz do Direito Internacional dos Direitos
Humanos.
CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO,
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E A INTOLERÂNCIA
3. Discriminação múltipla ou agravada é qualquer preferência, distinção,
exclusão ou restrição baseada, de modo concomitante, em dois ou mais
critérios dispostos no Artigo 1.1, ou outros reconhecidos em instrumentos
internacionais, cujo objetivo ou resultado seja anular ou restringir o
reconhecimento, gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um ou
mais direitos humanos e liberdades fundamentais consagrados nos
instrumentos internacionais aplicáveis aos Estados Partes, em qualquer
área da vida pública ou privada.
CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO,
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E A INTOLERÂNCIA
4. Racismo consiste em qualquer teoria, doutrina, ideologia ou conjunto
de ideias que enunciam um vínculo causal entre as características
fenotípicas ou genotípicas de indivíduos ou grupos e seus traços
intelectuais, culturais e de personalidade, inclusive o falso conceito de
superioridade racial. O racismo ocasiona desigualdades raciais e a noção
de que as relações discriminatórias entre grupos são moral e
cientificamente justificadas. Toda teoria, doutrina, ideologia e conjunto de
ideias racistas descritas neste Artigo são cientificamente falsas,
moralmente censuráveis, socialmente injustas e contrárias aos princípios
fundamentais do Direito Internacional e, portanto, perturbam gravemente
a paz e a segurança internacional, sendo, dessa maneira, condenadas
pelos Estados Partes.
CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO,
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E A INTOLERÂNCIA
5. As medidas especiais ou de ação afirmativa adotadas com a finalidade
de assegurar o gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um ou
mais direitos humanos e liberdades fundamentais de grupos que
requeiram essa proteção não constituirão discriminação racial, desde que
essas medidas não levem à manutenção de direitos separados para
grupos diferentes e não se perpetuem uma vez alcançados seus objetivos.
CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO,
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E A INTOLERÂNCIA
6. Intolerância é um ato ou conjunto de atos ou manifestações que
denotam desrespeito, rejeição ou desprezo à dignidade, características,
convicções ou opiniões de pessoas por serem diferentes ou contrárias.
Pode manifestar-se como a marginalização e a exclusão de grupos em
condições de vulnerabilidade da participação em qualquer esfera da vida
pública ou privada ou como violência contra esses grupos.
CONVENÇÃO INTERAMERICANA CONTRA O RACISMO,
A DISCRIMINAÇÃO RACIAL E A INTOLERÂNCIA
Mecanismos de Fiscalização do TIDH:
ü denúncia à Comissão;
• titulares ativos: pessoa e organizações não-governamentais;
• é necessário ato específico de ratificação da competência da
Comissão para recebimento de denúncias;
ü competência da Corte para julgar questões referente à Convenção;
ü constituição do Comitê Interamericano.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• Art. 5º, XLI e XLII: mandado constitucional de criminalização do
racismo

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e
liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
A relação entre Direito Penal e Direitos Humanos
é vista pela faceta do conflito.
Os mandados de criminalização propugnam por
uma faceta amistosa entre esses ramos jurídicos.
Os mandatos constitucionais de criminalização atuam
como limitações à liberdade de configuração do
legislador penal e impõem a instituição de um sistema de
proteção por meio de normas penais (...) Outras vezes
cogita-se mesmo de mandatos de criminalização
implícitos, tendo em vista uma ordem de valores
estabelecida pela Constituição. Assim, levando-se em
conta o dever de proteção e a proibição de uma
proteção deficiente ou insuficiente (untermassverbot),
cumpriria ao legislador estatuir o sistema de proteção
constitucional penal adequado. (ADI nº 3112/DF).
Ao mesmo tempo em que o Estado não pode se exceder
no campo penal (proibição do excesso ou
Übermassverbot), também não pode se omitir ou agir de
modo insuficiente (proibição da insuficiência ou
Untermassverbot).
OBJETIVOS DO EIR

efetivação da igualdade de
oportunidades aos negros

OBJETIVOS DO EIR defesa de direito étnicos

combate à discriminação e
intolerância racial
CONCEITOS
# discriminação racional ou étnico racial: constitui toda forma de
distinção baseada em fatores étnicos ou de descendência que impliquem
na anulação ou restrição dos seus direitos humanos.
# desigualdade racial: diferenciação injustificada no acesso e fruição de
bens, serviços e oportunidade em razão de fatores étnicos ou de
descendência.
# desigualdade de gênero e raça: constatação do fosso entre as
mulheres negras e demais segmentos da sociedade.
# população negra: conjunto de pessoas que se declaram negas ou
pardas segundo o IBGE.
# políticas públicas: ações, iniciativas e programas adotados pelo Poder
Público voltado para a efetivação de direitos humanos, no âmbito de suas
prerrogativas institucionais.
RACISMO ESTRUTURAL
1) Racismo sob a concepção individualista: o racismo é compreendido
como um comportamento de indivíduos ou grupos que agem por
motivações psicológicas ou desvios éticos, consistindo em uma
"irracionalidade" ou "patologia" comportamental.
RACISMO ESTRUTURAL
2) Racismo sob a concepção institucional: o racismo constitui uma relação
de poder desigual entre grupos raciais.
RACISMO ESTRUTURAL
3) Racismo sob a concepção estrutural: o racismo é parte da estrutura
social. A ordem social tem o racismo como um de seus elementos
estruturantes. Em virtude disso, a atuação meramente inerte ou "normal"
das instituições resulta em práticas racistas, pois as instituições
reproduzem a ordem social racista.
CONSTITUCIONALIDADE DAS COTAS
q Estabelecer um ambiente acadêmico plural e diversificado, superando
a pouca diversidade racial do ensino superior público e, com isso,
eliminando distorções sociais historicamente consolidadas.
q Há dois critérios utilizados comumente: a autoidentificação e a
heteroidentificação (identificação feita por terceiros).
q Cota deve ser proporcional e razoável, reservando-se as vagas em
número adequado, apto a não excluir em demasia os demais membros
da comunidade não abrangidos no critério de seleção.
CAPOEIRA E ESTUDO DA HISTÓRIA
GERAL DA ÁFRICA E DA HISTÓRIA DA
POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL

História da África/Negro Capoeira


§ obrigatório; § esporte de criação nacional;
§ ensino fundamental e médio § facultativo, nas instituições
§ instituições públicas e públicas e privadas;
privadas § reconhecido como esporte,
luta, dança ou música.
NEGRO NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
q prática de conferir oportunidades de emprego para atores,
figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer
discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística
será adotada:
§ na produção de filmes e programas; e
§ peças publicitárias.
GRUPOS VULNERABILIZADOS:
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
CONCEITO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE
0 12 16 18 21

ECA
criança adolescente jovem

CC absolutamente incapaz relativamente plenamente


incapaz capaz

CP
inimputável imputável
PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA
FAMÍLIAS
1º. Família natural

2º. Família extensa

Ordem de
Excepcionalidade 3º. Família substituta
composta por
parentes Adoção nacional;

4º. Família substituta


Adoção internacional
composta por não
por brasileiros;
parentes

Adoção internacional
por estrangeiros.
DIREITO À EDUCAÇÃO
q direito fundamental (obrigatório e gratuito), ensino médio
(progressiva obrigatoriedade e gratuidade) no ECA;
q atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
q atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos
de idade;
q oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
adolescente trabalhador.
Ensino
Educação Infantil Ensino Médio
Fundamental
inicia-se aos 6
duração de três
0 a 5 anos duração de nove
anos
anos

obrigatórios e gratuitos
RESERVA DO POSSÍVEL NA EDUCAÇÃO
q limitação dos recursos disponíveis diante das necessidades infinitas a
serem supridas;

q impossibilitum nulla obligatio est (obrigação impossível não pode ser


exigida).
LEI DA ESCUTA ESPECIALIZADA
q Lei 13.431/2017
q Escuta procedimento de entrevista sobre uma situação de violência. Não
é um instrumento judicial, mas um primeiro contato feito, por exemplo pelo
Conselho Tutelar, pelas entidades de acolhimento institucional, por
intermédio do qual pretende-se que o menor revele de forma espontânea a
situação de violência.
q Depoimento pessoal: procedimento de oitiva de criança ou de
adolescente vítima ou testemunha de violência, perante o juízo ou perante
o delegado de polícia. Tal como vimos acima, evita-se o contato com o
suposto agressor e busca-se local apropriado e acolhedor.
LEI HENRY BOREL
q Lei 14.344/2022;
q prevenir e enfrentar a violência doméstica e familiar contra a criança e o
adolescente;
q o juiz aplicará medidas de proteção no prazo de 24 horas.
GRUPOS VULNERABILIZADOS: IDOSOS
ESTATUTO DA PESSOA IDOSA
q é idoso quem tiver 60 ou mais anos de idade;
q responsabilidade quadripartite:
§ família;
§ comunidade;
§ sociedade; e
§ Poder Público.
q direito ao envelhecimento é direito personalíssimo e social.
ALIMENTOS
q devidos na forma da legislação civil;
q obrigação é solidária entre os prestadores;
q admite-se transação envolvendo MP/DP (será título executivo
extrajudicial).
PLANOS DE SAÚDE
Art. 15, § 3º É vedada a discriminação da pessoa idosa nos planos de
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
COMPARECIMENTO
VEDA-SE A EXIGÊNCIA DE COMPARECIMENTO DA PESSOA
IDOSA ENFERMA PERANTE ÓRGÃOS PÚBLICOS PARA
POSTULAR DIREITOS PRÓPRIOS

Se o atendimento for de Se o atendimento for de


interesse público interesse da pessoa idosa

O Estado promoverá o O Estado aceitar a


atendimento domiciliar constituição de procurador
ACOMPANHANTE
q cabe ao órgão de saúde proporcionar condições adequada para
permanência em tempo integral;
q o profissional de saúde responsável irá fornecer autorização para o
acompanhamento;
q a operadora do plano de saúde tem o dever de custear as despesas
de acompanhante do paciente idoso no caso de internação
hospitalar.
DEFINIÇÃO DO TRATAMENTO
q regra: idoso;
q quando não tiver em condições de optar pelo tratamento:

quando a pessoa idosa for


curador
interditada

quando a pessoa idosa não


familiares tiver curador ou este não puder
ser contactado em tempo hábil

quando ocorrer iminente risco quando não houver curador


de vida e não houver tempo ou familiar conhecido, caso
médico
hábil para consulta a curador em que deverá comunicar o
ou familiar fato ao Ministério Público.
BPC
q a partir dos 65 anos, em caso de hipossuficiência;
q 1 salário mínimo;
q benefício já concedido a qualquer membro da família não será
computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que
se refere ao BPC-LOAS;
q o Conselho Municipal da Pessoa Idosa pode estabelecer participação
da pessoa idosa para oferta de casa lar (limite de 70% de qualquer
benefício previdenciário ou assistencial que receber).
BENEFÍCIO TARIFÁRIO
q gratuidade: a partir dos 65 anos (municípios podem aplicar
gratuidade a partir dos 60 anos);
q limite:
§ para coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto serviços
seletivos e especiais: reserva de 10% dos assentos, identificados;
§ para coletivos interestaduais:
• 2 assentos por ônibus; e
• 50% de desconto para os assentos excedentes, desde que
comprovem renda inferior ou igual a dois salários-mínimos.
GRUPOS VULNERABILIZADOS:
LGBTQIA+
LGBTQIA+
q LGBTQIA+ envolve:
• Lésbicas
• Gays
• Bissexuais
• Trans
• Queer
• Intersexo
• Assexual

q LGBTQIAPN
LGBTQIA+
L: Lésbicas - Mulheres que se sentem atraídas afetiva e sexualmente por
outras mulheres.
G: Gays - Homens que se sentem atraídos por outros homens.
B: Bissexuais - Pessoas que se relacionam afetiva e sexualmente tanto
com homens quanto com mulheres.
T: Transexuais ou Travestis - Pessoas que não se identificam com o gênero
atribuído no nascimento.
Q: Queer - Pessoas que não se encaixam nas normas tradicionais de
gênero e sexualidade.
LGBTQIA+
I: Intersexo - Pessoas cujas características sexuais não se enquadram nas
definições típicas de masculino ou feminino.
A: Assexuais - Pessoas que não sentem atração sexual, embora possam ter
relações românticas.
P: Pansexuais - Pessoas que sentem atração por outras
independentemente de seu gênero.
N: Não-Binário - Pessoas que não se identificam exclusivamente como
homem ou mulher.
APÓS YOGYAKARTA...
q Resolução do Conselho da ONU com questões sobre a
comunidade LGBTT (UHRC, human rigths, sexual orientation and
gender identity) (2006, 2014, 2016);
q Adoção por cortes, a exemplo do STF no RE 477.554
(reconhecimento da união homossexual como entidade familiar);
q Documento se diz vinculante, mas não é.

Direitos Humanos
Prof. Ricardo Torques
PRINCÍPIOS
(i) direito ao gozo (iii) direito ao
(ii) direito à igualdade e (v) direito à segurança (vi) direito à
universal dos direitos reconhecimento perante (iv) direito à vida;
a não-discriminação; pessoal; privacidade;
humanos; a lei;

(xi) direito à proteção


(x) direito a não sofrer
(vii) direito de não sofrer (ix) direito a tratamento contra todas as formas
(viii) direito a um tortura e tratamento u
privação arbitrária de humano durante a de exploração, venda ou (xii) direito ao trabalho;
julgamento justo; castigo cruel, desumano
liberdade; detenção; tráfico de seres
e degradante;
humanos;

(xiii) direito à seguridade (xvii) direito ao padrão


(xiv) direito a um padrão (xv) direito à habitação (xviii) proteção contra
social e outras medidas (xvi) direito à educação; mais alto alcançável de
de vida adequado; adequada; abusos médicos;
de proteção social; saúde;

(xx) direito à liberdade (xxi) direito à liberdade


(xix) direito à liberdade (xxii) direito à liberdade (xxiii) direito de buscar (xxiv) direito de constituir
de reunião e associação de pensamento,
de opinião e expressão; de ir e vir; asilo; família;
pacíficas; consciência e religião;

(xxvi) direito de (xxvii) direito de (xxviii) direito a recursos


(xxv) direito de participar (xxix) responsabilização
participar da vida promover direitos jurídicos e medidas
da vida pública; (“accountability”).
cultural; humanos; corretivas eficazes;
CONCEITO DE DISCRIMINAÇÃO COM BASE NA
ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO
“A discriminação com base na orientação sexual ou identidade de gênero
inclui qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na
orientação sexual ou identidade de gênero que tenha o objetivo ou efeito
de anular ou prejudicar a igualdade perante à lei ou proteção igual da lei,
ou o reconhecimento, gozo ou exercício, em base igualitária, de todos os
direitos humanos e das liberdades fundamentais. A discriminação baseada
na orientação sexual ou identidade de gênero pode ser, e comumente é,
agravada por discriminação decorrente de outras circunstâncias, inclusive
aquelas relacionadas ao gênero, raça, idade, religião, necessidades
especiais, situação de saúde e status econômico”.

Direitos Humanos
Prof. Ricardo Torques
DIREITO À IGUALDADE E À NÃO-DISCRIMINAÇÃO
Homofobia e transfobia inseridos no conceito de racismo da Lei
7.716/1989 (ADO 26):
“d) dar interpretação conforme à Constituição, em face dos mandados
constitucionais de incriminação inscritos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da
Carta Política, para enquadrar a homofobia e a transfobia, qualquer que
seja a forma de sua manifestação, nos diversos tipos penais definidos na
Lei nº 7.716/89, até que sobrevenha legislação autônoma, editada pelo
Congresso Nacional, seja por considerar-se, nos termos deste voto, que
as práticas homotransfóbicas qualificam-se como espécies do gênero
racismo, na dimensão de racismo social consagrada pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento plenário do HC 82.424/RS (caso
Ellwanger), ...
Direitos Humanos
Prof. Ricardo Torques
DIREITO À IGUALDADE E À NÃO-DISCRIMINAÇÃO
Homofobia e transfobia inseridos no conceito de racismo da Lei
7.716/1989 (ADO 26):
“na medida em que tais condutas importam em atos de segregação que
inferiorizam membros integrantes do grupo LGBT, em razão de sua
orientação sexual ou de sua identidade de gênero, seja, ainda, porque
tais comportamentos de homotransfobia ajustam-se ao conceito de atos
de discriminação e de ofensa a direitos e liberdades fundamentais
daqueles que compõem o grupo vulnerável em questão”.

Direitos Humanos
Prof. Ricardo Torques
RECONHECIMENTO PERANTE A LEI
Alteração do nome da pessoa transgênero (RE n. 670.422/RS):
I) O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu
prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, NÃO se
exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do
indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto pela via judicial como
diretamente pela via administrativa.
II) Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento,
vedada a inclusão do termo “transgênero”.
III) Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a
origem do ato, vedada a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a
requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial.
Direitos Humanos
Prof. Ricardo Torques
RECONHECIMENTO PERANTE A LEI
Alteração do nome a pessoa transgênero (RE n. 670.422/RS):
IV) Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado
determinar de ofício ou a requerimento do interessado a expedição de
mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos
públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo
sobre a origem dos atos (STF. Plenário. RE 670.422/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 15/8/2018)

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DIREITO A TRATAMENTO HUMANO DURANTE A PRISÃO
Alocação de presos: garantia a uma travesti presa em regime semiaberto o
direito de pernoitar na ala feminina (STJ).

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PROTEÇÃO CONTRA ABUSOS MÉDICOS
Pessoas intersexo.
Art.1º - São consideradas anomalias da diferenciação sexual as situações
clínicas conhecidas no meio médico como genitália ambígua,
ambigüidade genital, intersexo, hermafroditismo verdadeiro, pseudo-
hermafroditismo (masculino ou feminino), disgenesia gonadal , sexo
reverso, entre outras.
Art. 2º - Pacientes com anomalia de diferenciação sexual devem ter
assegurada uma conduta de investigação precoce com vistas a uma
definição adequada do gênero e tratamento em tempo hábil;
Art 6º - O tema “anomalia da diferenciação sexual” deve ser abordado
durante eventos médicos, congressos, simpósios e jornadas, visando sua
ampla difusão e atualização dos conhecimentos na área.
DIREITO DE CONSTITUIR FAMÍLIA
É possível a adoção de uma criança por casal homoafetivo. É possível
também a adoção unilateral do filho biológico da companheira
homoafetiva (STJ. 3ª Turma. REsp 1.281.093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 18/12/2012).

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RECONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA UNIÃO
HOMOAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR

q O art. 226 da CF é cláusula geral protetora da família e as espécies ali


relacionadas (família constituída pelo casamento, união estável e a
família monoparental).
q O STF conferiu interpretação conforme ao art. 1.723, CC para excluir
do dispositivo em causa qualquer significado que impeça o
reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre
pessoas do mesmo sexo como família.
TRANSGÊNERO E O DIREITO AO NOME

NOME designação pela qual a pessoa travesti ou transexual


SOCIAL se identifica e é socialmente reconhecida.

dimensão da identidade de uma pessoa que


diz respeito à forma como se relaciona com as
IDENTIDADE representações de masculinidade e
DE GÊNERO feminilidade e como isso se traduz em sua
prática social, sem guardar relação necessária
com o sexo atribuído no nascimento.
GRUPOS VULNERABILIZADOS: PESSOAS
COM DEFICIÊNCIAS
CARACTERIZAÇÃO DA DEFICIÊNCIA

limitações barreiras DEFICIÊNCIA


Art. 2º-A. É instituído o cordão de fita com desenhos de girassóis
como símbolo nacional de identificação de pessoas com
deficiências ocultas. (Incluído pela Lei nº 14.624, de 2023)
§ 1º O uso do símbolo de que trata o caput deste artigo é
opcional, e sua ausência não prejudica o exercício de direitos e
garantias previstos em lei. (Incluído pela Lei nº 14.624, de
2023)
§ 2º A utilização do símbolo de que trata o caput deste artigo não
dispensa a apresentação de documento comprobatório da
deficiência, caso seja solicitado pelo atendente ou pela
autoridade competente. (Incluído pela Lei nº 14.624, de 2023)
vias e espaços (públicos e privados abertos ao
Urbanísticas
público ou de uso coletivo)

Arquitetônicas edifícios públicos e privados

Nos transportes sistemas e meios de transportes

Nas comunicações e na obstáculo, atitude ou comportamento nos sistemas


informação de comunicação e de tecnologia da informação

Atitudinais atitudes ou comportamentos

dificuldades que tornem difícil ou impeçam o


Tecnológicas
acesso às tecnologias
A pessoa com deficiência reserva sua
Reconhecimento Igual
capacidade legal para a prática de atos
Perante a Lei
da vida civil.

tomada de decisão apoiada; e


instrumentos protetivos
curatela.

Não há restrição da capacidade


A curatela impõe restrição à
civil na tomada de decisão
capacidade civil.
apoiada.

Ambas têm finalidade protetiva.


Instrumento de proteção judicial, concedido à pessoa
Curatela com deficiência para auxiliá-la na prática de atos
patrimoniais.

há relativização da capacidade civil;

características: protetiva;

extraordinária;

proporcional às necessidades do caso concreto;

temporária.
abrangência:

abrange! não atinge!

atos patrimoniais; ato relacionado ao corpo;


atos negociais; ato relacionado à sexualidade;
ato relacionado ao matrimônio;
ato relacionado à privacidade
NÃO é possível exigir da pessoa
ato relacionado à educação;
com deficiência em regime de
curatela a presença do curador ato relacionado à saúde;
para emissão de documentos. ato relacionado ao trabalho;
o voto.
LEI 14.768/2023
Art. 1º Considera-se deficiência auditiva a limitação de longo
prazo da audição, unilateral total ou bilateral parcial ou total, a
qual, em interação com uma ou mais barreiras, obstrui a
participação plena e efetiva da pessoa na sociedade, em
igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1° Para o cumprimento do disposto no caput deste artigo,
adotar-se-á, como valor referencial da limitação auditiva, a média
aritmética de 41 dB (quarenta e um decibéis) ou mais aferida por
audiograma nas frequências de 500 Hz (quinhentos hertz), 1.000
Hz (mil hertz), 2.000 Hz (dois mil hertz) e 3.000 Hz (três mil hertz).
LEI 14.768/2023
§ 2º Além do disposto no § 1º deste artigo, outros instrumentos
constatarão a deficiência auditiva, em conformidade com a Lei n°
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com
Deficiência).
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e terá
vigência até que sejam criados e implementados os instrumentos
de avaliação previstos no § 2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de
julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Art. 4o É considerada pessoa portadora de deficiência a que se
enquadra nas seguintes categorias:
(...) II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas
freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;

Súmula 552 do STJ O portador de surdez unilateral não se


qualifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as
vagas reservadas em concursos públicos.
Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito de
concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos
deficientes.
GRUPOS VULNERABILIZADOS: PESSOAS
EM SITUAÇÃO DE RUA
CF
q direito à moradia como direito social (art. 6º, com redação pela EC
26/00);
q moradia como necessidade básica da família ao tratar do salário-
mínimo (art. 7º, IV);
q possibilidade de usucapião da propriedade utilizada como moradia
(arts. 183 e 191);
q diversas competências urbanísticas (arts. 24, I, II, 30, 25, §3º);
DECRETO 7.053/2009
q Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê
Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento;
q Caracterização da pessoa em situação de rua:
• Grupo populacional heterogêneo
• Pobreza extrema
• Vínculos familiares interrompidos ou fragilizados
• Inexistência de moradia convencional
• Uso dos logradouros públicos como espaço de moradia e sustento
• Uso de unidades de acolhimento para pernoite temporário ou
como moradia provisória.
DECRETO 7.053/2009
q Atuação descentralizada;
q Possibilidade de convênios com entidades públicas e privadas;
RES. 40/20 CON. NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
Art. 2º As ações de promoção, proteção e defesa dos direitos humanos
das pessoas em situação de rua devem se guiar pelos princípios da
Política Nacional para a População em situação de Rua, conforme o
Decreto nº 7.053/2009, quais sejam:
I - respeito à dignidade da pessoa humana;
II - direito à convivência familiar e comunitária;
III - valorização e respeito à vida e à cidadania;
IV - atendimento humanizado e universalizado; e
V - respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade,
nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial
às pessoas com deficiência.
DIREITO À MORADIA NO ÂMBITO DO SUAS
Art. 35 À população em situação de rua deve ser garantido o direito à
assistência social, através do amplo acesso aos serviços, programas,
benefícios e projetos socioassistenciais, do Sistema Único de Assistência
Social(SUAS), da rede pública estatal ou privada, nos níveis de Proteção
Social Básica e Especial de Média e Alta Complexidade, bem como ao
Cadastro Único para programas sociais do governo federal.
DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 59 O direito humano da população em situação de rua à segurança
pública consiste na garantia de convivência social pacífica nos espaços e
logradouros públicos em igualdade de condições com as/os demais
cidadãs/cidadãos, com preservação de sua incolumidade, de sua
privacidade e de seus pertences, assegurando atenção protetiva dos
órgãos e agentes públicos contra práticas arbitrárias ou condutas
vexatórias ou violentas.
Art. 60 Os/as agentes de segurança pública devem atuar para coibir atos
ilegais de retirada de documentos e pertences das pessoas em situação
de rua.
Art. 61 Os/as agentes de segurança pública devem preservar o domicílio
improvisado da pessoa em situação de rua, respeitando a sua
inviolabilidade e privacidade.
DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 62 Os/as agentes de segurança pública devem participar de
capacitações continuadas em direitos humanos para atuar como
orientadores/as e garantidores/as de direitos dessa população, de modo a
protegê-la de violações contra ela perpetradas, além de contribuir com
informações para que acesse os serviços a que têm direito.
Art. 63 Os/as agentes de segurança pública, no exercício de suas
atribuições junto às pessoas em situação de rua, devem primar suas
condutas pela urbanidade e pelo absoluto respeito à dignidade da pessoa
humana, sendo obrigatório que estejam identificados/as com o uso de
crachá ou de outra forma de identificação funcional, portando-o em local
visível durante o trabalho com esse grupo populacional.
DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 64 A situação de rua por si só não configura fundada suspeita para
justificar a abordagem e busca pessoal.
Art. 65 As revistas pessoais de pessoas em situação de rua, em
abordagens policiais, devem ser evitadas e, quando indispensáveis, deve
ser assegurado que estas sejam realizadas por agentes do mesmo gênero
da pessoa abordada. Art. 66 A prisão para averiguação é ilegal e a
situação de rua não pode ser utilizada como fundamento para sua
realização.
DIREITOS HUMANOS E SISTEMA DE JUSTIÇA
Art. 71 A população em situação de rua tem direito a amplo acesso aos
órgãos do sistema de Justiça e defesa dos direitos.
§1º O atendimento deve ser prioritário, desburocratizado e humanizado,
sem necessidade de agendamento.
§2º A equipe de atendimento deve ser multidisciplinar, adequada às
características dessa população, com capacitação sistemática para atuação
na garantia dos direitos humanos das pessoas em situação de rua.
§3º A falta de documento pessoal, ausência de comprovação de
residência ou o tipo de vestimenta não poderão ser utilizados para
vedação ao atendimento desta população.
DIREITOS HUMANOS E SISTEMA DE JUSTIÇA
Art. 72 Os órgãos de defesa dos direitos da população em situação de
rua, notadamente as Defensorias Públicas e o Ministério Público, devem
assegurar e priorizar o acesso das pessoas em situação de rua a seus
equipamentos, de forma desburocratizada e sem necessidade de
agendamento prévio, estabelecendo estratégias que facilitem sua escuta e
atendimento.
Parágrafo único. Além do atendimento nas sedes dos órgãos de defesa,
devem ser estabelecidos mecanismos de atendimento itinerante e/ou
plantões em equipamentos da assistência social, para aproximação dos
serviços às pessoas em situação de rua.
DIREITOS HUMANOS E SISTEMA DE JUSTIÇA
Art. 73 O Judiciário deve estabelecer estratégia para identificar os
processos judiciais relativos à garantia dos direitos de pessoas em situação
de rua, dada sua extrema vulnerabilidade, com o objetivo de que tais
processos tenham tramitação prioritária.
Art. 74 A ausência de moradia ou de comprovação de residência não
poderá ser utilizada como fundamentação para decretação de prisão e/ou
conversão em pena mais gravosa.
GRUPOS VULNERABILIZADOS: POVOS
INDÍGENAS, COMUNIDADES
QUILOMBOLAS E DEMAIS MINORIAS
SOCIAIS.
ACESSO À TERRA
Art. 31. Aos
remanescentes das
comunidades dos
quilombos que
estejam ocupando
suas terras é
reconhecida a
propriedade
definitiva, devendo o
Estado emitir-lhes os
títulos respectivos.
QUILOMBOLAS
"Os quilombolas são membros de comunidade tradicional, com
identidade, costumes e usos próprios, composta por descendentes de
escravos e que mantém a tradição de união gerada pela resistência à
sociedade envolvente, que, à época da constituição dos quilombos,
representava a opressão e a perda da liberdade." (André Carvalho Ramos).
STF X CONGRESSO NACIONAL X
PRESIDENTE
OBRIGADO
Prof. Ricardo Torques

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