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192/2021
Texto originalmente escrito para a Folha da Mantiqueira, em maio de 2022, em parceria com Thamiris
Dias, e atualizado para o Jusbrasil (setembro/2022).
● da vereadora de Niterói/RJ Benny Briolli, que sofreu ameaça de morte por duas
vezes e já teve que deixar o Brasil [3];
● da escritora, filósofa e ex-candidata a governadora do Rio, Márcia Tiburi, que
também sofreu diversas ameaças, foi vítima de “fake news” e campanhas de
desinformação, teve a casa invadida e também deixou o Brasil [4];
● da primeira vereadora negra eleita em Joinville/SC, Ana Lúcia Martins, que
sofreu ameaça de morte e injúria racial [5],
● o feminicídio político de Marielle Franco [6];
● da senadora Simone Tebet, chamada de descontrolada na CPI da Covid [7];
● da deputada estadual (SP) Isa Penna, que sofreu importunação sexual no
plenário da Assembleia, no exercício de sua função, por um deputado estadual
e ainda foi ameaçada de estupro e morte [8]
● e o caso da deputada federal (RS) Maria do Rosário [9], em que o atual
presidente da república foi condenado à indenização por danos morais e à
retratação, ao dizer que a deputada não merecia ser estuprada por ser feia,
quando era deputado federal.
Pela lei, considera-se violência política contra a mulher toda ação, conduta ou
omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da
mulher. [12]
O Código Eleitoral (Lei 4737/65) trouxe um novo crime em seu artigo 326 – B:
Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata
a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou
discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de
impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato
eletivo. A pena para este crime é de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Aumentam-se, ainda, de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é
cometido: com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça
ou etnia; por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.
A mulher transgênero poderá ser vítima deste crime, da mesma forma como
acontece com a aplicação da Lei Maria da Penha para mulheres trans [13]. Inclusive
o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ) recebeu denúncia do
Ministério Público Eleitoral, por meio da Procuradoria Regional Eleitoral no RJ, contra
o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB), pelo crime de violência política de gênero
(Código Eleitoral, art. 326-B, c/c 327, II, III e V). Na sessão desta terça-feira (23), o
TRE/RJ acolheu por unanimidade a acusação formulada em função de ofensa,
constrangimento e humilhação da vereadora de Niterói Benny Briolly, que foi
menosprezada e discriminada como mulher trans, pelo deputado acusado. [14]
[1] https://bityli.com/KqYaZ
[2] https://bityli.com/sInCT
[3] https://bityli.com/qxCVx
[4] https://bityli.com/okAVs
[5] https://bityli.com/Azxux
[6] https://bityli.com/LafZL
[7] https://bityli.com/bxGpA
[8] https://bityli.com/LKeho
[9] https://bityli.com/hsTnm
[10] https://bityli.com/GBLmQ
[11] https://bityli.com/GbJaY
[12] https://bit.ly/3i7Qauv
[13] https://bityli.com/wMjWq
[14] http://www.mpf.mp.br/regiao2/sala-de-imprensa/noticias-r2/mp-eleitoral-
denuncia-deputado-da-alerj-por-violencia-politica-de-genero