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Queridos Parceiros Expediente:

DIRETORIA EDITORIAL
CAMILA CURY
Sabemos que o bullying tem Desta forma, trazemos o conceito
acometido muitas crianças e jovens, “Antibullying 360°”, trabalhando o DIRETORIA EXECUTIVA
no Brasil e no mundo, sobretudo combate ao bullying do ponto de BRUNO OLIVEIRA
no ambiente escolar. A Escola da vista do comportamento do agressor,
Inteligência, atenta a esse fenômeno da proteção emocional da vítima, da GERÊNCIA DE PRODUÇÃO DE
social e empática com toda equipe atitude dos observadores que podem CONTEÚDO
escolar, já atua na prevenção tanto apoiar o agressor como se omitir ANA PAULA GUIROTO DE CASTRO
deste fenômeno e traz, nessa em relação à vítima, sendo, neste
COORDENADORIA DE
revista, atividades do programa caso, meros espectadores. Trazemos DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO
que trabalham essa vertente, também o papel dos mediadores, LILIAN VARGAS CHEDE ELIAS DA SILVA
promovendo as habilidades que são os que atuam na erradicação
socioemocionais nos alunos. Vale do bullying nas escolas. PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
ressaltar que também atuamos na CONTEÚDO
Acreditamos que a
prevenção junto com as famílias, PROFª MESTRE FERNANDA ALEIXO CHUFFI
parceria entre escola, família,
pois nos cursos desenvolvidos
sociedade e Escola da Inteligência CONSULTORIA EDUCACIONAL
especialmente para elas, abordamos
poderá promover conscientização FABÍOLA FALH
esse tema envolvendo-as no
e gerenciamento emocional em LILIAN VARGAS
processo de conscientização,
nossas crianças e jovens, pois o MARIA SÂMARA AZEVEDO
prevenção e intervenção.
bullying não é uma brincadeira, é PRISCILA LEHN
Com o intuito de auxiliar coisa séria, que deve ser discutida,
a equipe escolar ainda mais neste debatida e prevenida. Estamos CONCEPÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO
desafio, reunimos aqui informações juntos neste desafio de transformar HEMÍLIO CASALETTI
importantes sobre o bullying para relações doentias em saudáveis e
que se possa trabalhar com todos os promover gerações mais felizes! IMAGENS
agentes envolvidos nessa situação SHUTTERSTOCK
de violência no contexto escolar.
Um forte abraço, EDIÇÃO DE CONTEÚDO E REVISÃO
Camila Cury ALINE TAMARA DE OLIVEIRA SILVONI

Edição: 1ª edição/MAIO2019
Todos os direitos desta edição estão reservados
à ESCOLA DA INTELIGÊNCIA. Nenhuma
parte deste material pode ser utilizada ou
reproduzida sob quaisquer meios existentes
sem autorização por escrito da empresa.

CAMILA CURY
DIRETORIA EDITORIAL
Escola da Inteligência.

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Índice
AS FORMAS, PERCEPÇÕES E
INDÍCIOS DO BULLYING
Alguns atos podem se configurar em
formas diretas ou indiretas de praticar esse
fenômeno, há uma versatilidade de atitudes
que pode ser expressa de maneiras diversas.

Pág.7

O Bullying A ESCOLA, A FAMÍLIA E A


SOCIEDADE
Parafraseando Schopenhauer, vivemos
em espaços múltiplos e diversos, onde
há diferenças, ao mesmo tempo em que Constatamos que as ações educativas
ocorrem as repetições de sentidos e padrões são complexas, pois envolvem influências e
que se homogeneízam socialmente. comportamentos que se iniciam em casa,
estendem-se pela escola e sociedade.
Pág.4
Pág.9

RTE
PA

OS ENVOLVIDOS: VÍTIMAS, 1
AGRESSORES, oBSERVADORES
E MEDIADOREs
Assim como na história da humanidade, mas
precisamente entre os gregos com suas tragédias,
bullying é constituído por personagens e
enredos, ofertadas por mecanismos que operam
nas violências provocadas pelo preconceito, não
aceitação, falta de respeito e empatia às diferenças. TA
MEN L 1

ÍNDICES ESTaTístiCOS NO Atividades contempladas


DA

5
SINO FUN

Pág.14 ano
EN

BRASIL E NO MUNDO no Programa EI


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MATERIAL DO PROFESSOR

16/10/2018 13:12:53

As Nações Unidas realizaram no ano Com base no Protocolo de intervenção


passado uma pesquisa em 18 países (com após casos de violência em contextos
100 mil crianças e jovens) e metade deles escolares, o Programa Escola da Inteligência
afirmaram ter sofrido algum tipo de bullying. trabalha tanto na prevenção contra o bullying,
por meio do desenvolvimento de habilidades
Pág.11 socioemocionais nos alunos, como na
intervenção socioemocional após episódios
de violência em contextos escolares.
Pág.16

3
AntiBullying 360
ISSO É COISA SÉRIA!
º

“Com todas as suas variantes e diferenças, com toda a sua multiplicidade, durante o seu desenvolvimento, a realidade íntima do
mundo e do homem é sempre a mesma vontade onipotente; a própria história é sempre a repetição do mesmo acontecimento
sob aparências diversas.”
Arthur Schopenhauer

Parafraseando Schopenhauer, vivemos em espaços buscando iniciativas complementares que devem ser
múltiplos e diversos, onde há diferenças, ao mesmo implementadas, a Escola da Inteligência (EI) oferece um
tempo em que ocorrem as repetições de sentidos e programa de prevenção do bullying por meio da Teoria
padrões que se homogeneízam socialmente. O bullying da Inteligência Multifocal, que, de forma eficaz e lúdica,
é um fenômeno histórico-social e sinaliza uma sociedade ensina a desenvolver o autoconhecimento e a controlar
que pouco contribui para a erradicação de tal síndrome suas emoções por meio da paciência, resiliência, foco,
psicossocial, tornando-se cada vez mais polêmico e respeito ao próximo, empatia, do cultivo de relações
atual, reforçando sintomas e efeitos contemporâneos. saudáveis, dentre outras habilidades emocionais.
Esse fenômeno existe desde o início da história da Nosso intuito é ampliar o conhecimento da família e da
humanidade. A violência entre as pessoas está presente equipe escolar, capacitando-os, apresentando conceitos,
na competição e no conflito, afirmando-se nos processos ideias com métodos de sensibilização adequados que
dissociativos manifestados de formas diversas conforme promovam a resolução de problemáticas emergentes
o mundo se (trans)forma. Por compreendermos que a relacionadas a atos agressivos e discriminatórios,
sociedade é complexa e heterogênea, ou trabalhamos possibilidades de reflexão sobre a formação humana,
essas discrepâncias, ou estaremos fadados à falta de de cidadão plenos, éticos e críticos.
afetividade, de respeito, diálogo e tolerância.
Com o fomento das ideias citadas acima, e

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1. O BULLYING

“...Se tem bigodes de foca. Nariz de tamanduá. Parece meio estranho, heim!-Rum! Também um bico de pato. E um jeitão de sabiá...”
(Roberto Carlos e Balão Mágico – É tão lindo)

Infelizmente, dados nos mostram que a violência de violência, configurada em atos e comportamentos
aumenta a cada dia em nossa sociedade tornando-se agressivos, cruéis, intencionais, repetitivos e com assimetria
geradora de uma série de consequências na vida das de poder entre os pares.
pessoas e seus familiares. Tal situação afeta diretamente o Como ainda não existe termo equivalente de bullying
seio familiar influenciando as questões educacionais dos na língua portuguesa, alguns psicólogos estudiosos deste
filhos, que refletem as posturas e condutas dentro dos assunto, o denominaram de “violência moral”, “vitimização”
espaços escolares. As fronteiras da violência, no tempo ou “maltrato entre pares”, já que se trata de agressão
e no espaço, se tornam difíceis de serem definidas. É por baseada na relação de poder, geralmente, sem motivação
isso que, muitas vezes, a violência pode ser confundida evidente, mas inerente às relações interpessoais.
com agressão e indisciplina, quando manifestada na
Enquanto fenômeno social e mundial o bullying é
esfera escolar, dessa maneira a violência no ambiente
fruto de uma sociedade cada vez mais individualizada
institucional pode ser identificada como bullying.
e competitiva, com poucos estímulos para a empatia e
O termo bullying é derivada do verbo inglês “bully” que cooperação. Segundo Adorno (1996) a sociedade leva
significa usar a superioridade física para intimidar alguém, os homens às regressões psíquicas que necessitam, a
trazendo sentidos adjetivados como “valentão”, “brigão” cada momento, de se incorporarem à cultura em que
e “tirano”. Essa terminologia tem sido adotada em vários estão submetidas, dessa maneira, é nessa estrutura
países como designação para explicar uma subcategoria

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social que a constituição do indivíduo não se reduz, tratos como físico, verbal, moral, psicológico, material
mas é determinada por fatores sociais e culturais. e virtual, e ocorrem quase sempre quando um ou mais
Observando então o meio social e os indivíduos, o integrantes de um grupo escolhem um indivíduo para
psicólogo norueguês Dan Olweus (1978), foi o pioneiro ser espiado sem que este consiga se defender.
a relacionar a palavra bullying ao fenômeno da ameaça Voltando a epígrafe, então se é diferente do
ou humilhação, em um estudo que o pesquisador que propõe o padrão imposto pelo meio social, os
constatou que um a cada sete alunos estava envolvido agressores se apoiam nas marcas sociais convencionais
em casos de bullying. Dessa forma, para esse cientista e induzem a opinião dos demais colegas por meio de
há três termos essenciais: boatos que difamam, ou apelidos que intensificam
• Comportamento agressivo e negativo; as características tanto físicas quanto psicológicas de
sua vítima, taxando-o como diferente, esquisito ou
• Comportamento executado repetidamente;
negativo. Sendo assim, quando uns se divertem à custa
• Comportamento que ocorre num relacionamento de outros que sofrem, ocorre a inibição da “vítima” que
em que há um desequilíbrio de poder entre as se reprime e pode apresentar caraterísticas mais sérias,
partes envolvidas. tais como desordens emocionais e comportamentais.
O bullying se caracteriza por alguns tipos de maus-

1.1 - O Cyberbullying
Uma outra variante do bullying, se deu junto aos das telas produzem, propagam e disseminam conteúdos
avanços tecnológicos dentro da modalidade chamada de insulto, humilhação e violência psicológica provocando
cyberbullying, palavra associada ao uso das mídias intimidação e constrangimento aos envolvidos.
digitais para intimidar e humilhar uma pessoa.

Os principais aspectos que podem revelar que a criança


ou adolescente está sendo vítima de cyberbullying são:
• mudanças repentinas no uso da Internet;
• medo de compartilhar o que faz na Internet;
O cyberbullying é considerado um assédio e essa • medo de ir para a escola e encontrar amigos;
modalidade possui características próprias, além de ter um • receio de participar de atividades coletivas;
efeito multiplicador e de grandes proporções, uma vez que • sinais incomuns de tristeza, irritabilidade, dor de
o espaço virtual possibilita a propagação da difamação e cabeça...;
da agressão, de maneira rápida por meio das mídias sociais
• isolamento no intervalo da escola.
on-line ou até mesmo por vídeos.
Os praticantes do ciberbullying realizam agressões,
Como “anônimos” os envolvidos no cyberbullying
deixando sua (des)ordem, sua opinião inconveniente,
sentem-se “blindados” e se valem de apelidos, contas falsas
semeando brigas e discórdias por meio de mensagens
e máscaras, então o cyberbullying “protegido” por de trás

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depreciativas, esses atos podem ainda vir acompanhados de dentro do contexto familiar. Sendo assim, esse
de montagens fotográficas alteradas e distorcidas, vídeos estudante necessita de apoio, entendimento de regras, de
de animações, notícias falsas, informações inventadas que compreensão do convívio social e de autoconhecimento,
geralmente são compartilhadas. um trabalho que envolverá escola, família, o aluno
e profissionais que o apoiarão na compreensão da
diversidade humana, na destituição de preconceitos
enraizados e afirmados na sociedade, demonstrando a
possibilidade do entendimento sobre o respeito e da
partilha da solidariedade.
Contudo observa-se que a vida conectada reatualiza
a violência para um novo formato e quando este
acontece na escola, o sofrimento não é interrompido,
pois, o cyberbullying não tem intervalos ou paradas,
permanecendo fora da escola, ou seja, mesmo quando
o jovem chega em casa ou nos finais de semana, esse
tormento continuará sendo praticado em tempo real
e para uma audiência muito maior do que a da sala de
aula. Conseguinte, esse fenômeno extrapola os muros da
escola e se dá em território de vivências sociais tais como
shopping, cinema, ruas, lanchonete, baladas etc.
Detectar o cyberbullying está longe de ser uma tarefa
Para o cyberbullying não existe um perfil específico meramente acadêmica, então peguemos como exemplo
de vítima, geralmente é escolhida entre os pares e as mídias sociais e uma pesquisa realizada em 2017 que
sem motivos reais, então conforme apontado acima os descobriu que 42% dos adolescentes sofrem bullying
estudantes são expostos nas redes sociais, e tais situações nessas mídias, e os alvos não são só adolescentes, um
podem gerar um transtorno de tamanho inimaginável exemplo é o guitarrista Brian May – Queen está entre
e danos que afetam a autoestima da vítima, causando aqueles que sofreram ataques em plataformas sociais. Por
insegurança, medo e vergonha dada à proporção do essas razões existem plataformas de inteligência artificial,
alcance que o conteúdo possa atingir nas mídias digitais. ou seja, “filtro de bullying” que oculta ataques verbais
A vítima pode ter seu e-mail, seu perfil invadido ou aos usuários e rastreia ameaças contra indivíduos em
clonado pelos bullies, que passam a enviar mensagens comentários e fotos.
desagradáveis, caluniadoras, difamatórias a outras Alguns membros da rede social afirmaram que
pessoas, culpabilizando e responsabilizando a princípio identificar e remover ativamente esse material é uma
a própria vítima. medida crucial, já que muitas vítimas não prestam queixa.
Compreendemos também que o cyberbullying é uma Ainda nessa perspectiva trazemos Einstein,
extensão do bullying, e é reflexo dos processos sócio- demonstrando que a preocupação com o próprio
histórico-ideológico-cultural, pois está embasado na homem e seu destino sempre deve ser o principal
interpessoalidade, na total ausência de responsabilidade e interesse de todos os empreendimentos tecnológicos
solidariedade coletiva. (...) para que as criações de nossas mentes sejam uma
Assim, enquanto prática violenta prejudica todos os benção e não uma maldição para a humanidade, logo
envolvidos com ênfase no agressor e na vítima, levando, compreendemos que as mentes humanas são capazes
muitas vezes, os estudantes ao isolamento, ou seja, de criar diferentes e poderosas ferramentas, mas precisam
ao afastamento dos convívios sociais, aumentando na ter os compromissos éticos sobre elas.
escola o número de faltas e, dependendo do cenário, Para evitar que os estudantes adotem essa prática
promovendo a evasão escolar. entre si, é preciso educar para uma convivência respeitosa
Dessa forma, concebemos que o estudante que e esclarecer sobre a seriedade desse assunto, pois,
pratica cyberbullying, em muitos casos, também mascara crianças e adolescentes não enxergam as proporções de
necessidades emocionais que são frequentementetrazidas seus atos com a mesma consciência que os adultos.

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2. AS FORMAS, PERCEPÇÕES
E INDÍCIOS DO BULLYING
Alguns atos podem se configurar em formas diretas ou O tipo mais comum entre os agressores do gênero
indiretas de praticar esse fenômeno, há uma versatilidade masculino é o bullying direto e a agressão social. O
de atitudes que pode ser expressa de maneiras diversas, bullying indireto é mais comum no gênero feminino
então o bullying divide-se em duas categorias: e nas crianças pequenas, esse tipo de bullying é
caracterizado por induzir a vítima ao isolamento social
• Bullying direto – caracterizado por meio de
o qual é conquistado por meio de uma diversidade de
agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences)
técnicas que, entre outras, incluem:
e verbais (apelidar de maneira pejorativa e
discriminatória, insultar, constranger); • espalhar comentários em fofocas sobre a vítima;
• Bullying indireto – também conhecido como • recusar a socialização com a vítima e intimidar
agressão social - caracterizado pela disseminação também as outras pessoas que desejam se socializar
de rumores desagradáveis e desqualificastes, com a vítima;
visando à discriminação e exclusão da vítima de
• criticar o modo como a vítima se veste e ou outros
seu grupo social.

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aspectos socialmente significativos (incluindo a Então se refletirmos a respeito, de uma maneira ou de
etnia da vítima, religião, incapacidades etc.). outra, todos nós já fomos submetidos a algum tipo de bullying
em algum momento da nossa vida. Os bullies estão em todos
Segundo Fante (2005), os atos de bullying entre alunos
os lugares da nossa sociedade, são tiranos, mascarados e
apresentam determinadas características comuns:
impiedosos, apresentam comportamentos agressivos, cruéis,
• Comportamentos deliberados e danosos, produzidos sistemáticos e inerentes às relações interpessoais, que podem
de forma repetitiva num período prolongado de levar a quadros clínicos que exigem cuidados médicos e
tempo contra uma mesma vítima; psicológicos para que sejam superados.
• Apresentam uma relação de desequilíbrio de poder, A prática dessa violência agrava problemas
o que dificulta a defesa da vítima; preexistentes psíquicos e comportamentais tais como:
• Não há motivos evidentes; sintomas psicossomáticos, transtornos: ansiedade
generalizada (TAG), pânico, obsessivo-compulsivo (TOC),
• Seguem algumas formas e palavras que podem estresse pós-traumático (TEPT), fobias: social e escolar,
apresentar ações de bullying: anorexia e bulimia, depressão, esquizofrenia, em casos
• Formas verbais: colocar apelidos, insultar, ofender, mais graves o suicídio e o homicídio.
xingar, fazer gozações, fazer piadas e zoar; Mesmo com índices crescentes desse fenômeno,
• Formas físicas e materiais: bater, chutar, espancar, alguns adultos, julgam o bullying como brincadeiras
empurrar, ferir, beliscar, roubar ou destruir pertences históricas infantis, pois desde sempre é “natural” colocar
da vítima e atirar objetos contra a vítima; apelidos uns nos outros, tirar “sarro”, dar risadas esdruxulas,
assim, essas atitudes são consideradas em sua maioria
• Formas psicológicas e morais: irritar, humilhar,
como situações espontâneas e até sadias entre os alunos.
ridicularizar, excluir, isolar, ignorar, desprezar ou
fazer pouco caso, discriminar, aterrorizar, ameaçar, Se faz necessário perceber o bullying para além de
assediar, chantagear, intimidar, tiranizar, dominar, fatores sociais-históricos-culturais, e também observá-lo
perseguir, difamar, passar bilhetinhos e desenho como um fenômeno relacional, influenciado por vários
de caráter ofensivo entre os demais, fazer intrigas, indivíduos e sistemas, não sendo possível reduzi-lo à
fofocas ou mexericos; dualidade agressor/vítima. Nesse sentido, as decorrências
desse fenômeno atingem também as testemunhas, a
• Formas virtuais: os agressores se utilizam dos avanços
escola e a comunidade como um todo, perpetuando a
tecnológicos para propagar avassaladoramente as
violência nos diferentes contextos sociais.
difamações, as injúrias, as ameaças, constrangimentos
ilegais, falsa identidade e calúnias.

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3. A ESCOLA, A FAMÍLIA E A
SOCIEDADE COMO FICA A ESCOLA NESSE CONTEXTO?
“...Você me diz que seus pais não lhe A escola é o primeiro espaço de convivência das
entendem, mas você não entende seus crianças, sendo assim precisa ter claro suas regras e
pais, você culpa seus pais por tudo, isso condutas, na formação de cidadãos conscientes, críticos
é absurdo, são crianças como você, o que e atuantes, pois sabemos que é na escola que os padrões
você vai ser, quando você crescer...” de comportamento são reestruturados em parceria com
(Renato Russo – Pais e Filhos)
a família, com o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e
Constatamos que as ações educativas são complexas, suas possibilidades dentro da Educação Básica, com os
pois envolvem influências e comportamentos que se Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) cujo o tema
iniciam em casa, estendem-se pela escola e sociedade, ética se faz presente.
sendo os aspectos culturais atuais influenciadores Consequentemente alunos, diretores, coordenadores,
contemporâneos de “tempos líquidos”, dessa maneira professores e funcionários devem construir, alinhar e
Bauman (1998) afirma que os fatos e ideias estão se sintonizar as regras e condutas de convivência.
processando de forma tão veloz que tudo parece escorrer A escola, muitas vezes, não está preparada para
por entre os dedos. Nessa fluidez, muitas vezes, nem a lidar com cenários inesperados de violência, mas é um
família e nem a escola conseguem refazer suas próprias espaço privilegiado que pode promover o aprendizado
referências de estereótipos socioculturais mais rígidos, para muito além do conteúdo acadêmico, devendo,
autoritários e permeados de pouco diálogo. sobretudo, criar ambientes de acolhimento, escuta e
respeito, sendo necessário repensar ações e projetos que
cuidem do bem-estar dos alunos e de seus funcionários
de maneira contínua.
A escola deve realizar junto aos órgãos públicos de
ministérios programas antibullying, conscientizando,
fortalecendo e ensinando as crianças e os jovens a lidar com
seus sentimentos, emoções e ansiedades, promovendo
espaços e ambientes pautados no diálogo, nas trocas e
nas diversidades, com informações sobre saúde mental,
prevenção de saúde, demonstrando de maneira prática e
eficaz a cultura da paz.
Os professores são potenciais transformadores na
busca de uma sociedade mais humanitária e ética. O papel
dos professores está associado ao ato de ensinar e trocar
Não há uma fórmula para lidar com o experiências, ou seja, ajudar os estudantes a se preparem
cyberbullying e bullying, mas é certo que três esferas para a vida, orientando os alunos em vários aspectos:
são fundamentais na erradicação desse fenômeno: a cognitivos, históricos, sociais, culturais, de convivência,
família, a escola com a garantia dos direitos e deveres das suscitando responsabilidade, solidariedade e ética para
crianças e adolescentes, juntamente com a sociedade, formação de cidadãos reflexivos e atuantes.
mais especificamente o Ministério Público. Refletindo sobre intervenções propostas por
As consequências dessas mudanças e fenômenos Dan Olweus, buscando a cultura da paz, o respeito à
de violência unem escolas, professores e pais a agirem diversidade, a Escola da Inteligência propõe um trabalho
juntos em prol de princípios melhores de convivência, com as habilidades socioemocionais, agregando a escola
respeito e tolerância. (capacitação de professores), as interações familiares, os

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alunos e as leis que norteiam o trabalho. Entendemos • Estabelecer a parceria com a família e criar um plano de
que algumas ações são fundamentais dentro do contexto ação com os pais, mantendo-os informados por meio de
escolar, então, nesse sentido, seguem algumas sugestões, reuniões individuais, também com palestras de atuação e
inclusive muitas já praticadas no Programa EI: prevenção de como atuar no século XXI;
• Planejar junto aos pais dinâmicas de sensibilização, deixando-
Sala de Aula
os motivados a apoiar a escola, incentivando valores éticos
• Estabelecer regras e condutas de convivência pautadas e de cidadania;
em atitudes de respeito, por meio da observação e
• Colocar “guardiões” no lanche, pátio, quadra... pessoas que
diálogo sobre as dificuldades do grupo;
possam interagir com os alunos, criando estratégias de
• Trazer os debates atuais para dentro da sala, buscar
confiança, superação, fortalecimento emocional;
soluções em grupo, ouvir e dar sugestões;
• Estimular debates dentro da sala, um grupo • Providenciar um canal de apoio e proteção às vítimas,
defendendo e outro contra a questão levantada; ouvindo-as, dialogando, e ajudando na superação/
• Sancionar prêmios de boas ideias, condutas e práticas; enfretamento das questões trazidas pela efetivação do
• Sancionar ações em relação aos agressores, levando-o cyberbulling e o bullying;
a se responsabilizar, refletir e reparar sobre as atitudes • Nas conversas individuais, o professor/mediador
efetivadas; poderá buscar entender com a vítima o que
• Promover grupos com assembleias e (re)avaliações aconteceu por meio das seguintes questões: O
constantes verificando as condutas, as relações, as que houve? Como você se sente? O que podemos
regras e as convivências dentro do cotidiano escolar; fazer para ajudar? Como você gostaria que essa
• Fazer uso das metodologias ativas, para que os alunos situação fosse resolvida?;
possam aprender a trabalhar em grupo, ter relações de • Já com o agressor, o mediador poderá perguntar: Por
respeito com os pares e a conviver com o diferente; que você teve essa ação? Como você se sentiu após o
• Usar redes sociais, desenho, música, filmes, poesia e ocorrido? O que fez com que você tivesse essa atitude?
a arte para anunciar ou denunciar comportamentos, Foi planejado ou impulsivo? O que você pode mudar
sentimentos e ideias. para que isso não ocorra mais? Como você poderá
reparar essa ação?;
• O mediador ainda deverá dialogar com o grupo de alunos
e envolvidos buscando prevenções, trazer estratégias de
atuação para o corpo docente, propor junto à direção
outras medidas éticas;
• A direção deverá reunir-se com a família dos
envolvidos e também buscar soluções e ideias de
fortalecimento para todos.
Em relação ao ciberbullying, a função da escola é orientar
os alunos a se posicionarem frente às situações que os
incomodam, contar com o apoio de adultos envolvido no
contexto escolar, orientá-los para não fornecerem senhas
(contas bancárias, cartões) e nem darem dados pessoais
aos colegas. Os alunos precisam ser alertados sobre os
Escola tipos de crimes e consequências que se dão em torno
• Capacitar professores e funcionários para a desse fenômeno.
convivência no ambiente escolar; Ao ser verificado os traços e mudanças no
• Fazer reuniões e estudos de temas sociais-históricos- comportamento dos estudantes é fundamental dialogar,
culturais; para que a vítima saiba que ela não é culpada e possa
• Desenvolver palestras com profissionais diversos receber o apoio emocional dos familiares, educadores e
trazendo temas atuais relacionados à saúde e amigos. Muitos têm dificuldade para sinalizar que não estão
convivência de maneira geral, prevenindo e formando bem e não conseguem fazer frente às agressões sofridas,
um ambiente em que todos possam se responsabilizar por isso é tão importante o apoio, sem julgamentos, da
por suas escolhas e ações; escola, família e dos amigos.

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4. ÍNDICES ESTaTístiCOS
NO BRASIL E NO MUNDO
“Será só imaginação? Será que nada vai acontecer? Será que é tudo isso em vão? Será que
vamos conseguir vencer? ...Nos perderemos entre monstros Da nossa própria criação...
Ficaremos acordados, imaginando alguma solução, pra que esse nosso egoísmo, não
destrua nosso coração”
(Renato Russo – Será)

As Nações Unidas realizaram no ano passado uma Em nosso país, o esse fenômeno é observado,
pesquisa em 18 países (com 100 mil crianças e jovens) e principalmente, em relação aos atos agressivos entre
metade deles afirmaram ter sofrido algum tipo de bullying, alunos nas escolas, este pode ser motivado também
por razões associadas à aparência física, gênero, orientação por racismo, homofobia, xenofobia e outros tipos de
sexual, etnia ou país de origem. Os números constam no discriminação, tornando-se um ato criminoso. Um
relatório “Pondo fim à tormenta: combatendo o bullying diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas
do jardim de infância ao cyberespaço”, realizado pelo em 2016, afirmou que 70% dos jovens, alegaram ter
representante do secretário-geral da ONU para o combate visto algum tipo de agressão na escola. O IBGE de 2015,
à violência contra a criança e pelo Fundo das Nações confirmou que 21% dos estudantes já praticaram algum
Unidas para a Infância (UNICEF). tipo de bullying.
Segundo os dados da UNICEF (2016), no Brasil 43%, A violência é um dos problemas sócio-histórico-ideológico-
das crianças ou adolescentes já sofreram algum tipo cultural, associado também às questões relacionais humanas,
de bullying, já em outros países as taxas são: Argentina e se observarmos a história do mundo, veremos que ela
(47,8%), Chile (33,2%), Colômbia (43,5%) e Uruguai (36,7%). está presente na sociedade em várias instâncias e por vários
Em países desenvolvidos, a taxa também gira em torno de motivos comedidos pela falta de respeito e tolerância à
40% a 50%, como é o caso de Alemanha (35,7%), Noruega diversidade, ao diferente.
(40,4%) e Espanha (39,8%).
O fenômeno da violência sendo intenso e duradouro se faz
47,8%
43% 43,5% presente, e os estudos mais específicos sobre a violência que
40,4%
39,8% o bullying suscita iniciaram aqui, no final da década de 1990 e
36,7% 35,7% início do ano 2000, demonstrando a incipiência da produção
33,2%
científica brasileira. Observa-se que no Brasil, houveram
alguns casos com consequências mais graves com atos de
homicídio e suicídio.
Em 2017 o Ministério da Saúde afirmou que desde de 2002,
a taxa de suicídio teve um aumento de dez pontos percentuais
entre os jovens de 15 a 29 anos. Ancorados nos índices, nas
pesquisas e nas notícias divulgadas pela mídia, relembramos
abaixo os casos mais marcantes em nosso país:

12
Porto Alegre
Guarulhos (2009), uma menina vítima (2010), um jovem
constante de bullying foi espancada foi vítima de
na rua por outra adolescente até homicídio por
perder a consciência, enquanto arma de fogo, num
outros adolescentes filmavam e riam. suposto caso de
bullying.

Massacre de Realengo (2011), ao João Pessoa, Paraíba (2012),


qual foi atribuído uma vingança por um adolescente de 16 anos
bullying, um ex-estudante matou 12 atirou em três alunos de uma
crianças de uma escola com tiros Escola Estadual, elas estavam
de REVÓLVER suicidando-se depois. próximas ao alvo, um outro
aluno de 15 anos com quem o
atirador havia discutido dias
antes. As vítimas atingidas
sobreviveram aos ferimentos.

Goiânia, Goiás (2017), um estudante de 14


anos disparou contra colegas dentro do
colégio particular de ensino fundamental e
médio. Dois estudantes morreram e quatro
ficaram feridos. O adolescente, filho de
policiais militares, usou uma arma da mãe para
assassinar os colegas. Ele relatou à polícia
que o motivo do crime foi o bullying de outros
estudantes.

Suzano, São Paulo (2019), dois ex-alunos, de


Medianeira, Paraná (2018), 17 e 25 anos, entraram encapuzados na Escola
um adolescente de 15 anos Estadual e efetuaram diversos disparos, matando
atirou em seus colegas de oito funcionários e alunos, deixando diversos
classe do Colégio Estadual, outros feridos. A mãe de um dos atiradores de
dois alunos ficaram Suzano, disse que o adolescente havia deixado a
feridos. O adolescente escola por ser alvo de bullying. Após o ato de
afirmou à polícia que sofria ataque os atiradores cometeram suicídio.
bullying na escola e tinha
objetivo de atirar em pelo
menos nove colegas.

13
Tragédias como essas citadas alteram, comprometem e Programa Nacional de Combate à Intimidação Sistemática
interferem no desenvolvimento humano, podendo afetar (Bullying) no Brasil (lei que foi instituida em 2015 e entrou
crenças pessoais, perspectivas futuras de vida e a saúde de em vigor em 2016) é de extrema importância, uma vez
diferentes formas. que todos os seres humanos devem ser respeitados em
O bullying aparece como um fator comum em 87% suas diferenças.
dos casos de atiradores que dispararam contra alunos nas
escolas, e que se enquadra nas categorias de rejeição, faz
com que a pessoa que sofre tal tipo de violência não se
sinta aceita, valorizada e apreciada, além de comumente
envolver a humilhação pública. Além de sofrer bullying,
dados indicam que tais indivíduos responsáveis pelos
ataques podem ser simplesmente tímidos ou excêntricos,
com características pessoais não valorizadas pelos outros.
Mesmo com os índices citados anteriormente, os
Estados Unidos lideram o ranking desse tipo de violência,
com 288 ataques às escolas nos últimos dez anos e
com ocorrências até 57 vezes mais frequentes que em
outros países, nos quais também houveram episódios
similares. Nessa perspectiva, o filósofo psicólogo norte-
-americano William James, afirma que “se ninguém se
vira quando entramos, responde quando falamos, ou se
importa com o que fizemos, e se todas as pessoas que
encontramos nos ignoram completamente e agem como
se fôssemos coisas não existentes, uma espécie de raiva Sendo assim, por desrespeitarem os princípios
e sentimento de abandono nos acomete, da qual a mais constituintes, a conduta de que a prática bullying configura
cruel dor corporal seria um alívio”. Essa afirmação nos leva ato ilícito traz o Código Civil que determina, que todo ato
a entender que embora a rejeição social seja um fator de ilícito que cause dano a outrem gere o dever de indenização.
maior prevalência, estudos indicam que atiradores que Então, esse ato também pode se enquadrar no Código de
cometeram crimes em escolas apresentavam 3 principais Defesa do Consumidor, visto que as escolas são prestadoras
fatores de risco: de serviço aos consumidores e, portanto, responsáveis por
atos de bullying que ocorram em seu contexto.
1 - problemas psicológicos, como depressão,
hiperagressividade ou tendências sádicas; Também temos o contexto do cyberbullying, que
quando praticados pelos estudantes menores de 18 anos,
2 - interesse extremo em armas e explosivos; caberá ao Ministério Público (com atribuição na Vara da
3 - fascínio com a morte e outros temas mórbidos. Infância e da Juventude) pleitear ao juiz competente a
apuração do ato infracional. Esse órgão contará ainda com
O bullying e suas tragédias, além de causarem dor,
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) na aplicação
perda, trazem à população uma sensação de insegurança
de medidas socioeducativas.
social educacional, o que demonstra que estamos vivendo
tempos sombrios de desajustes sociais de intolerância. Devido os índices crescentes de violência e agressões,
seja em espaços reais ou virtuais, o Congresso Nacional
No Brasil cabe ao Ministério Público (MP) garantir o
sancionou a Lei 13.819 (de 26 de abril de 2019), que institui
cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, com
a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do
o objetivo de impedir e também sancionar qualquer infração
Suicídio. Essa lei vem como mais uma estratégia permanente
que coloque em risco a integridade de crianças e adolescentes.
do poder público para a prevenção e para o tratamento dos
Os atos de bullying praticados por crianças e adolescentes,
condicionantes em relação à violência autoprovocada.
quase sempre são atos infracionais. Acompanhar as escolas e
apoiar os envolvidos no processo escolar para pensarem em Como pudemos observar ao longo da revista, o
soluções preventivas, também é tarefa do MP. bullying afeta milhões de jovens em todos os contextos
mundiais educativos, caracterizando-se como o mais
É importante, ainda, estimular o debate sobre esse tema
comum e relevante conflito em espaço escolar, afetando
com toda comunidade escolar e a realização de atividades
a autoestima dos envolvidos.
preventivas, como previsto na Lei 13.185 que instituiu o

14
5. OS ENVOLVIDOS: VÍTIMAS, AGRESSORES,
oBSERVADORES E MEDIADOREs
“Quem me dera ao menos uma vez, acreditar por um instante em tudo que existe, e acreditar
que o mundo é perfeito, e que todas as pessoas são felizes... Quem me dera ao menos uma
vez, que o mais simples fosse visto como o mais importante, mas nos deram espelhos e vimos
um mundo doente.”
(Renato Russo – Será)

Assim como na história da humanidade, mas


precisamente entre os gregos com suas tragédias, bullying
é constituído por personagens e enredos, ofertadas por
mecanismos que operam nas violências provocadas pelo
preconceito, não aceitação, falta de respeito e empatia às
diferenças, portanto, é nessa dramática realidade, em que a
vítima fica infeliz e os espelhos refletem um mundo doente.
A vítima pode ser classificada, segundo pesquisadores,
em três tipos:
• Vítimas típicas: são pessoas que apresentam pouca
habilidade de socialização, geralmente demonstram
timidez, passividade, submissão, insegurança, falta
de coordenação motora, baixa autoestima, além Alguns comportamentos:
de alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade • Baixo rendimento escolar;
e aspectos depressivos. Também trazem traços • Doenças inventadas (dor de cabeça, náuseas...);
característicos físicos que não se enquadram nos
• “Perda” de objetos com frequência dentro da sala de
padrões impostos por determinados grupos, tais
aula;
como estatura, peso, cor, etnia, orientação sexual
diferente, credo, condições socioeconômicas. Devido • Mudanças repentinas de humor;
à dificuldade de se impor ao grupo, tanto física quanto • Hematomas e ferimentos ao longo dos períodos
verbal, por não disporem de recursos ou habilidade escolares;
para reagir assertivamente às agressões dirigidas a • O uso, porte ou manuseio inadequado de objetos
ela, tornam-se alvos “fáceis” para os agressores. que não fazem parte do contexto escolar (objetos
• Vítimas provocadoras: são pessoas capazes de provocar pontiagudos etc);
reações agressivas em seus colegas. Geralmente briga ou • Isolamento social ou predileção por adultos;
responde quando se sente atacada ou insultada, mas não • Perda de autoconfiança;
obtém bons resultados. Traz características de imaturidade, • Desmotivação e insegurança na efetivação de tarefas
impulsividade e hiperatividade, estando sempre inquieta, e condutas escolares;
dispersa e ofensora. É, de modo geral, imatura, de costumes
irritantes e quase sempre é responsável por causar tensões • Falas com conceito de si mesmo “distorcido” em
no ambiente em que se encontra. relação à competência acadêmica, conduta e
aparência;
• Vítimas agressoras: são pessoas que reproduzem os • Linguagem corporal com ombros curvados, cabeça
maus-tratos sofridos como forma de compensação, baixa, sem manter olhos nos olhos nos diálogos
buscando vítimas mais frágeis e vulneráveis, cometendo
contra elas todas as agressões sofridas na escola, ou em O agressor pode ser de ambos os gêneros, possui
casa, transformando o bullying em um ciclo vicioso. características de desrespeito e maldade, tem caráter violento

15
e perverso, com poder de liderança, obtido por meio da força • Legitimam a violência como forma de obter uma
física ou da agressividade psicológica. Age sozinho ou em boa imagem de si;
grupo, e quando acompanhado de seus “seguidores” ganha
• Permanecem egocêntricos e querem sempre levar
força e reforço exponencial, ampliando seu território de ação
vantagens;
e sua capacidade de produzir outras vítimas.
• Demonstram insensibilidade moral com a dor dos
Outra característica do agressor, são aversões às regras e
outros.
às normas impostas – apresentadas desde pequenos, pois,
não gostam de ser contrariados, não aceitam ser frustrados • Sentem-se superiores quando conseguem humilhar
e se envolvem em pequenos delitos tais como: furto, e magoar seus alvos.
roubo, depreciação de patrimônio público ou privado Os observadores são pessoas passivas e adotam a
e vandalismo. Essas pessoas apresentam afetividade “lei do silêncio”. Testemunham a tudo, mas não tomam
deficitária em relação aos outros, possuem ausência de partido, nem saem em defesa do agredido por medo de
remorso ou culpa, maltratam animais, colegas, irmãos, serem a próxima vítima. Muitas vezes recebem “ameaças”
funcionários da casa, da escola ou da sociedade. dos agressores. Há dois tipos de influenciadores:
Geralmente é oriundo de uma família desestruturada, • Ativos - são as pessoas que não participam ativamente
em que há parcial ou total ausência de afetividade. Seu da agressão ou ataques, mas manifestam apoio “moral”
desempenho escolar é deficitário, mas isso não configura ao agressor, dando risadas, palavras de incentivo,
uma dificuldade de aprendizagem, já que muitos filmando, divulgando a situação, isto é, não se
apresentam nas séries iniciais rendimento normal ou envolvem diretamente, mas se divertem e vibram com
acima da média. o que estão vendo. Ressaltamos que eles se “camuflam”
de boas pessoas, mas, muitas vezes, ajudam nas
articulações.
• Neutros – são pessoas que não concordam com o
agressor e até repelem as atitudes dos bullies, mas
não se manifestam, pois parecem estar acometidos
por uma “anestesia emocional”, sentem-se de mãos
atadas, em função do contexto social em que se
encontram, sendo assim, se omitem aos ataques
de bullying, porém essa omissão contribui para o
crescimento da violência, alimenta a impunidade
e ajuda na discriminação do ciclo desse fenômeno
violento. Aqui ainda temos além da postura a passiva,
repelida por medo de se tornarem futuras vítimas.
Alguns comportamentos:
• Mantem o silêncio em relação ao que presenciam,
ouvem ou observam;
Alguns comportamentos:
• Não demonstram um comportamento marcante;
• Apresentam postura ereta, arrogante, com ar de
• Quando é uma pessoa ansiosa, tende a contar
superioridade e cheia de conflitos;
reproduzindo histórias de bullying, mas afirmam
• Demonstram atitudes hostis e desafiantes em serem fatos que souberam, mas jamais presenciaram;
relação aos professores e familiares;
• Citam e indicam músicas, filmes e séries contra
• Usam olhares de raiva e força física para amedrontar; violência, como se tivessem a favor da cultura da
São convincentes em sair de situações difíceis; paz, negando suas atitudes.
• Buscam exteriorizar sua autoridade em todas as Os mediadores são pessoas atentas às variações
situações e com as pessoas; comportamentais dos grupos escolares, consideram-
• Portam objetos e dinheiros, e, muitas vezes, “não” se partícipes atuantes para a erradicação do fenômeno
explicam ao certo de onde vieram; bullying, reconhecem que o fenômeno existe e atinge as

16
pessoas dentro dos espaços escolares. Compreendem que ainda está desenvolvendo o corpo e a identidade, e é
que o bullying é fruto da intolerância, de não reconhecer no corpo diferente que surge a centelha para uma piada
o outro e querer que ele seja igual a você, não respeitando de mau gosto que pode repercutir na autoestima da
as diferenças, mas eles acreditam que os comportamentos criança ou jovem.
são mutáveis e moldados. Então, é necessário abrir a escola e conversar sobre o tema,
com especialistas convidados, por meio de rodas de debates
e de compartilhamentos sobre sentimentos. Também pode-
se levantar discussões em sala de aula relacionadas ou não
ao conteúdo didático, criando oportunidades de ampliar
o diálogo sobre a elaboração dos sofrimentos (coletivos e
individuais) gerados por esse fenômeno construindo outros
e novos significados para além da violência.
“Nos deram espelhos e vimos um mundo doente”
diz a epígrafe, mas estamos unindo possibilidades e
buscamos a erradicação desse assunto tão polêmico,
atual e triste que é o bullying e o cyberbullying, sabemos
que a mudança deve começar em cada um de nós,
pois como afirmou Khalil Gibran “as grandes dores são
mudas”, e com essa proposta queremos dar voz a esses
Na escola os mediadores observam as características sentimentos que causam medo, dor e receio.
de todos envolvidos, que já foram citados anteriormente.
Dentro da sala de aula, na maioria das vezes, os agressores
maltratam suas vítimas tirando sarrinhos, zombando,
sacaneando ou fazendo gestos inconvenientes, dando
risadinhas, ameaçando com olhares e expressões faciais.
A vítima, por sua vez, fica cada vez mais isolada, excluída,
rejeitada pelos grupos que não a querem por perto por
medo de se tornarem as próximas vítimas.
Por essas razões, os mediadores mantêm contato com
a família, trazem assuntos sociais para debates em sala
de aula, fazem reflexão sobre polêmicas, estão atentos às
mudanças de maneira geral: comportamentos atitudinais,
corporais e visuais. Compreendem também que é na
aparência que reside boa parte da insegurança do jovem,

6. Atividades contempladas
no Programa EI
Com base no Protocolo de intervenção após casos episódios de violência em contextos escolares. Ressalta-
de violência em contextos escolares, desenvolvido se que no material destinado às famílias neste ano de
pelos membros do Grupo de Estudos e Pesquisas 2019, cujo título é “Juntos em família: o desafio de
em Educação Moral (Gepem), da UNESP e UNICAMP, educar filhos emocionalmente saudáveis”, no Capítulo
os passos a seguir trazem sugestões de atividades 3 - Família e Escola, trouxemos essa temática, com o
trabalhadas pelo Programa Escola da Inteligência intuito de envolver também a família no processo de
tanto na prevenção contra o bullying, por meio do conscientização, prevenção e possíveis intervenções no
desenvolvimento de habilidades socioemocionais nos combate ao bullying. A seguir, apresentamos algumas
alunos, como na intervenção socioemocional após atividades contempladas nas aulas do Programa EI:

17
1º PASSO – EXPRESSÃO DOS SENTIMENTOS
A Escola da Inteligência trabalha em seus conteúdos está sentindo naquele dia. Essas informações serão
a importância da Gestão da Emoção, essa competência essenciais para que família e a equipe escolar possam
contempla habilidades desde a capacidade de acompanhar o processo de adaptação da criança
reconhecer as emoções em si e no outro, aprender a na escola e o seu estado emocional, transmitindo
nomeá-las para então conseguir de maneira assertiva às famílias como a criança tem se sentido ao longo
comunicar o que está sentindo. Como também a das aulas. Visto também que, a partir disso, irão
capacidade de autogestão, proteção da emoção compreender melhor o que estão sentindo e o
entre outros. Portanto aprender a reconhecer as porquê, adquirindo confiança para expor a um adulto
emoções em nós e no outro, nomear o que sentimos responsável quando se sentir triste, por exemplo, em
e, principalmente, geri-las é fundamental para que casos de bullying.
possamos ser mais abertos às diferenças e que a
convivência saudável seja garantida.
Desde os anos iniciais da criança na escola, é
COMO ESTOU ME SENTINDO HOJE?
importante que ela entenda o que está sentindo CADA UM DE NÓS TEM UM JEITINHO ESPECIAL DE SER E DE SENTIR, POR ISSO SOMOS TODOS
ÚNICOS E ESPECIAIS! MARQUE NA CARINHA DO DIGALÁ COMO VOCÊ ESTÁ SE SENTINDO HOJE.

e consiga expressar esses sentimentos. Para isso, o


material O brilho da inteligência, da Educação Infantil,
em todas as lições, traz uma atividade de autoavaliação POR QUE VOCÊ ESTÁ SE SENTINDO ASSIM?

da criança: como estou me sentindo hoje? Nessa ALEGRE TRISTE MUITO TRISTE
E CHORANDO

atividade, os alunos irão se olhar no espelho e, a partir


da sua expressão facial, identificar qual expressão
do personagem retratado corresponde ao que ela COM MEDO BRAVO DOENTE/”DODÓI”

NOME: DATA:

Essa temática também é contemplada no Ensino Médio:


Material: Identidade a liderança do Eu - Parte 2.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 8 – Gerenciando as emoções.
Material: O Eu em cena - Parte 2.
Série: 2ª.
Conteúdo: Aula 7 – Gênero Drama.
Material: ENEM, Vestibular e Profissão – Gestão da PARTE 2

Emoção - Parte 1.
MATERIAL DO PROFESSOR

Série: 3ª.
MATERIAL DO PROFESSOR

IALE PROFESSOR PARTE 2.indd 1 18/04/2019 09:30:21 EEC_P2_CAPA_PROFESSOR_205x275mm.indd 1 12/04/2019 11:03:17

Conteúdo: Aula 1 – Como será o amanhã?


A seguir conteúdos disponíveis no Portal Inteligência Jovem:
Vídeo: Como reconhecer suas emoções.
Aula: Reconhecer as emoções.
PARTE 1
Vídeo: Proteger a emoção.
Aula: Proteger a emoção.
Vídeo: Administrar a emoção.
Aula: Administrar a emoção. M
ÉD
IO

3
O

a
ENSIN

Série

Capa_VPGE_41,6x27,6cm_PROFESSOR.indd 1 22/10/2018 12:25:21

18
LICAO_02_ALUNO_RelacoesSaudaveis_LICAO_02_ALUNO_RelacoesSaudaveis 20/12/2012 20:07 Page 26

2º PASSO – ASSERTIVIDADE NA COMUNICAÇÃO DOS SENTIMENTOS LIÇÃO 02

A comunicação é determinante para a convivência


podendo ser fonte de problemas ou de soluções a partir de SITUAÇÃO-PROBLEMA 1

como se dá essa comunicação. Sendo assim trabalhamos em UM MENINO ESTÁ JOGANDO FUTEBOL COM OS AMIGOS; ELE CHUTA A BOLA E ERRA O GOL.
DOIS MENINOS DO TIME ADVERSÁRIO COMEÇAM A RIR E A FAZER PROVOCAÇÕES, COLOCAN-
nossos conteúdos da Escola da Inteligência a Comunicação DO APELIDOS NELE E O DIMINUINDO.

Multifocal como a competência que promove relações GRUPO 1


VAMOS PENSAR?
GRUPO 2
VAMOS PENSAR?
GRUPO 3
VAMOS PENSAR?

saudáveis por meio do desenvolvimento das habilidades de 1) Por que os meni-


nos do time adversário
1) Vocês concordam
com o Grupo 1? Por
1) Ao receber as pro-
vocações, o menino

argumentação, comunicação assertiva, comunicação não- sentiram necessidade


de provocar o colega?
quê?
2) Imagine que o me-
pode escolher ter uma
atitude saudável para

violenta, percepção do outro, arte de ouvir, entre outras.


nino aceita as provoca- si mesmo e para os ou-
2) A atitude deles é
ções e também provoca tros?
uma atitude saudável
os colegas. Por que ele 2) Qual atitude ele
Dando continuidade, no material As relações saudáveis, Parte ou não saudável? Por
quê?
teria essa atitude?
3) Esta atitude SERIA
pode ter para proteger
a sua emoção?
1, Lição 02, há a atividade assembleia da proteção emocional. SAUDÁVEL PARA ELE?
Por quê?

A atividade, baseada no diálogo, permite aos alunos que


aprendam a ouvir e falar, incorporando esse exercício e
tranformando-o em um hábito. Nessa atividade, eles receberão
situações-problema, como por exemplo uma criança que
provoca e humilha a outra criança. A proposta é que eles leiam
essas situações e debatam se essa atitude é saudável ou não
saudável e qual atitude poderiam ter para proteger a emoção,
respeitando o ritmo e a opinião de cada colega.

A Comunicação Multifocal também é desenvolvida no


88

Ensino Médio: 2_RS_As_Relações_Saudaveis_P1_2017_ALUNO.indd 88 08/01/2019 09:27:12

Material: Identidade: a liderança do Eu - Parte 1.


Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 6 - Comunicação Multifocal.
Material: ENEM, Vestibular e Profissão – Gestão da Emoção
- Parte 2.
Série: 3ª.
Conteúdo: Aula 8 – Modo On-line Consciente.
PARTE 1

A seguir conteúdos disponíveis no Portal Inteligência Jovem: M


ÉD
IO PARTE 2
1
O
ENSIN

Vídeo: Saber ouvir. Série

Aula: A arte de ouvir. Capa_Iale.indd 1 23/10/2018 10:59:07

Vídeo: Comunicação assertiva.


Aula: Comunicação assertiva.
Vídeo: Comunicação não violenta.
Aula: Comunicação não violenta.
Capa_EVPGE_P2_20x27cm_PROFESSOR_impressao.indd 1 18/04/2019 17:03:41

3º PASSO – ESCUTA EMPÁTICA (FALAR SOBRE O QUE ACONTECEU)

O Programa da Escola da Inteligência configura-se em letivo, constam nos materiais duas aulas iniciais que visam
um espaço para os alunos serem ouvidos, para o diálogo, trabalhar com os alunos o reconhecimento desse espaço
exercício da empatia, ou seja, uma aula destinada para e os combinados de convivência que garantam a boa
acolhimento das emoções e desenvolvimento das convivência e a escuta empática. Além desse trabalho
competências socioemocionais como recurso para que inicial, a escuta empática e a empatia são amplamente
os alunos possam lidar com os desafios da vida. trabalhadas com os alunos, ao longo do ano.
Na aplicação do programa, em todo início de ano No material A olimpíada da inteligência, Parte 1, Lição 4,

19
é trabalhada a história em que o grilo Digalá é ameaçado
DIGALÁ APRENDENDO SOBRE CONFIANÇA
pelo gavião Gino. Digalá é incentivado pelo professor
Corujão a contar sobre o que está acontecendo com ele, EM UM DIA ENSOLARADO, UM CASAL DE VAGA-LUMES PASSEAVA TRANQUILAMENTE PELA FLORESTA,
Parte 1
aprendendo sobre o significado de confiança. Durante QUANDO AVISTOU UM BEBEZINHO GRILO TODO ENROLADINHO, SOZINHO EM UMA FOLHA.

PUXA, COMO

toda a lição, há dinâmicas e atividades que envolvem os


PUDERAM FAZER
ISSO? UM BEBÊ
PRECISA DE

alunos e os incentivam a pensar sobre o que são segredos


CUIDADOS.
VEJA SÓ,
QUERIdO, UM
bEbê GRILO

saudáveis e segredos não saudáveis e sobre confiar em AbANdONAdO!

alguém para contar seus segredos. Dessa forma, quando


as crianças se depararem com alguma situação difícil,
saberão identificar qual emoções estão sentindo, se essa
emoção pode ser um segredo saudável ou não saudável,
e se não for saudável, contar a um adulto responsável e 235
de confiança para que ele possa ajudá-las.
No livro do aluNo pág. 174. No livro do alu No pág. 175.
MATERIAL DO ALUNO • 203

EI_OI_P1_2017_PROFESSOR.indd 235 07/01/2019 15:46:19

LIMPIADA_PROFESSO_PARTE 1.indb 190 27/12/12 12:11 OLIMPIADA_PROFESSO_PARTE 1.indb 191 27/12/12 12:11

Essa temática também é contemplada no Ensino Médio:


Material: Identidade: a liderança do Eu - Parte 1.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 1 – Quem eu sou no mundo?
Material: Identidade: a liderança do Eu - Parte 1.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 2 – Ética e Sociedade.
Material: O Eu em cena - Parte 1.
Série: 2ª.
Conteúdo: Aula 1– Qual personagem sou eu?
PARTE 1
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ÉD IO
M ÉD


M
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Material: O Eu em cena - Parte 1.

ENSIN
Série
Série

Série: 2ª. Capa_Iale.indd 1 23/10/2018 10:59:07


EEC_CAPA_ALUNO_205x275mm.indd 1 07/11/2018 08:51:02

Conteúdo: Aula 2– Boa convivência nos bastidores.


Material: O Eu em cena - Parte 2.
Série: 2ª.
Conteúdo: Aula 9 – Gênero Comédia.
Material: ENEM, Vestibular e Profissão - Parte 1.
PARTE 1
Série: 3ª.
Conteúdo: Aula 2 – Combinados de Convivência.
A seguir conteúdos disponíveis no Portal Inteligência
Jovem:
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Vídeo: Empatia.
M

3
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ENSIN

Vídeo: Altruísmo.
Série

MATERIAL DO PROFESSOR

EEC_P2_CAPA_PROFESSOR_205x275mm.indd 1 12/04/2019 11:03:17

Capa_VPGE_41,6x27,6cm_PROFESSOR.indd 1 22/10/2018 12:25:21

4º PASSO – REFLEXÃO SOBRE AÇÕES QUE PODERIAM PREVENIR O FATO


No programa EI abordamos temáticas tais conscientizar os alunos sobre os desdobramentos
como respeito a diversidade, senso de coletivo, de seus atos considerando o impacto social, ainda
cooperação, pensar como espécie, entre outras incentiva-os a serem protagonistas de mudanças
competências que tem por objetivo trabalhar a sociais, adotarem posturas, criarem ações e
intolerância, discriminação, desrespeito, egoísmo, campanhas de conscientização que contribuam
individualismo etc. Esses conteúdos além de para a promoção da convivência saudável não

20
Mentes Brilhantes - PARTE 01

o 01
Liçã

Querido professor, auxilie nossos alunos a desenvolver a consciência de um Eu que aprende a duvidar de seus

só no ambiente escolar como também em nossa pensamentos negativos e seus sentimentos ruins, que o aprisionam, e a criticá-los; um Eu que determina desenvolver
sua mente brilhante. Assim, contribuiremos para que não se tornem vítimas de sua história, mas, sim, autores principais
desse grande espetáculo: a mente humana.

sociedade. Usaremos da analogia de uma audiência jurídica para representarmos de maneira lúdica a ferramenta D.C.D. (Duvidar,
Criticar, Determinar).

OBJETIVO

É muito importante que os alunos consigam Levar nossos alunos a


entender e a praticar o
D.C.D.

compreender o que aconteceu e como lidar com


LIÇÃO 01

PROCEDIMENTO

essa situação, para isso a Teoria da Inteligência


Antes de tudo, retome
as sugestões, que foram
anotadas no quadro, dadas
C) DINÂMICA: TRIBUNAL DO EU pelos alunos na seção
Multifocal ( TIM), nos apresenta a técnica do D.C.D. “Quebra-gelo” e explique
ra p i d a m e n te q u e a s
principais ferramentas para

(Duvidar, Criticar e Determinar). Dentre vários a limpeza da mente são a“arte


da crítica”, a “arte da dúvida”
e a “arte da determinação”.

materiais que apresentam essa técnica, o livro Mentes Após essa breve explanação,
divida a sala em dois grupos.

brilhantes, emoções saudáveis, Parte 1, Lição 1, nos  O grupo1 incorporará


os pensamentos negativos
e os sentimentos de

traz a dinâmica tribunal do Eu, na qual os alunos


inferioridade. Esse grupo
terá 5 minutos para criar
u m a a rg u m e nt a ç ã o
negativa que será “lançada”
aprenderão a desenvolver a consciência de que um sobre o outro grupo.

 O grupo 2 estará

Eu que aprende a duvidar de seus pensamentos representando um “EU


ATIVO”, que irá DUVIDAR
da argumentação que

negativos, como, por exemplo, de um sentimento O que fazer quando aqueles pensamentos ruins invadem nossa mente e
tentam nos roubar a vontade de continuar? São acusações e sentenças de todos
tenta diminuí-lo e
aprisioná-lo e CRITICÁ-LA,
determinando que aquilo

de culpa; criticar, a partir desses sentimento, o que


os lados, tornando-nos réus num tribunal... O tribunal do EU! que foi lançado pelo
E você deve estar aí se perguntando: tribunal do EU? Como assim? Nossa grupo 1 não irá acontecer.
mente é um universo repleto de pensamentos, emoções, ideias, imagens,
lembranças. Diante de tudo que se passa em nossa mente, em determinados
poderiam ou não ter feito para que aquela situação momentos precisamos fazer um julgamento: duvidando, criticando e, então,
determinando o que fazer.
Se liga na dinâmica!
não ocorresse e determinar que podem falar sobre
o que acreditam que pode ser uma situação de risco 29

daqui para frente.


40
8_MB_P1_professor.indd 40 08/01/2019 10:56:09

Os seguintes conteúdos são contemplados no


Ensino Médio:
Material: Identidade: a liderança do Eu- Parte 1.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 4 – Identidade.
Material: Identidade: a liderança do Eu - Parte 2.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 7 – Corpo e Sexualidade à luz de um
Eu autêntico.
PARTE 1

Material: O Eu em cena - Parte 1. M


ÉD
IO PARTE 2

1
O
ENSIN

ª
Série: 1ª. Série

Conteúdo: Aula 6, Parte E – Projeto Luz, Câmera, Ação! Capa_Iale.indd 1 23/10/2018 10:59:07 IALE PROFESSOR PARTE 2.indd 1
MATERIAL DO PROFESSOR

18/04/2019 09:30:21

Material: O Eu em ccena - Parte 2.


Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 11, Parte E – Projeto Luz, Câmera,
Ação!
A seguir conteúdos disponíveis no Portal Inteligência
Jovem:
Vídeo: Miss Bélgica e um caso de racismo.
Vídeo: Raciocínio Multifocal. ÉD
IO

Aula: Raciocínio Multifocal para resolução de problemas.


M


O
ENSIN

Série

Vídeo: Autocrítica. EEC_CAPA_ALUNO_205x275mm.indd 1 07/11/2018 08:51:02 EEC_P2_CAPA_PROFESSOR_205x275mm.indd 1


MATERIAL DO PROFESSOR

12/04/2019 11:03:17

Vídeo: Competência Social

21
LICAO_06_aluno_Layout 1 21/09/2011 20:39 Page 2

5º PASSO – AUTOCONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DE SI

O Programa EI contempla a promoção da competência


Autoconhecimento, dessa maneira criam-se oportunidades AULA 1
dos alunos reconhecerem suas características, o que sentem, A) TRABALHANDO A HISTÓRIA: “CANTOR, UM CANÁRIO
QUE ENFRENTOU UMA PERDA”

pensam, apreciam, bem como o que almejam, quais são seus


desafios, necessidades e assim possam aprender a ter um olhar
de compaixão para si mesmo e terão melhores recursos para
nutrir a sua autoestima. COMPARTILHANDO COM A MINHA FAMÍLIA O QUE A ESCOLA DA
INTELIGÊNCIA TEM ME ENSINADO
1) Todo ser humano se decepciona e passa por perdas e frustrações, o
Por sua vez, trabalhar a autoestima contribui para o aumento grande diferencial está na capacidade do Eu em reconstruir a sua história.
2) É necessário aprender desde cedo que o medo pode transformar

do limiar de resiliência e autodesenvolvimento. O aluno pequenas dificuldades em monstros aos nossos olhos.
3) Se não trabalharmos nossos medos, perdas e frustrações, podere-

consegue com mais êxito proteger sua emoção, visando mos ser prisioneiros em uma sociedade livre, presos dentro de nós mes-
mos.

diminuir os impactos das comparações, fracassos, ofensas e


conflitos em sua psique, como também melhorar a qualidade
dos seus relacionamentos interpessoais.
Na história presente no material A inteligência saudável, Parte
2, Lição 6, o canário Cantor perde seu pai e é incentivado a falar
sobre o trauma e a superá-lo.
A lição e as atividades, por tratarem de um assunto delicado,
trazem reflexões para que os alunos possam entender o que
estão sentindo e a necessidade de falar sobre esses sentimentos,
a fim de que possam superar o acontecimento. 58

Os seguintes conteúdos são contemplados no Ensino Médio:


Material: Identidade: a liderança do Eu - Parte 2.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 9 – Ter um Eu Líder ou um Eu Frágil: Quem decide?
Material: O Eu em cena - Parte 1.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 3 – Gênero aventura!
Material: O Eu em cena - Parte 1. PARTE 2
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Série: 2ª.
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Série

Conteúdo: Aula 5 – Gênero Romance.


MATERIAL DO PROFESSOR

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EEC_CAPA_ALUNO_205x275mm.indd 1 07/11/2018 08:51:02

Material: ENEM, Vestibular e Profissão – Gestão da Emoção - Parte 1.


Série: 3ª.
Conteúdo: Aula 5 – O Código da Autocrítica e da Autoestima
A seguir conteúdos disponíveis no Portal Inteligência Jovem: PARTE 1
Vídeo: Autoestima.
Aula: Promover a autoestima.
Vídeo: Autoestima e a ditatura da beleza.
Vídeo: Macaulay Culkin: críticas e autoestima.
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Série

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6º PASSO – REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA AJUDA

As aulas da EI desenvolvem o valor da amizade só de pedir e oferecer ajudas às pessoas próximas


por meio das competências empatia, solidariedade, como também a promover a qualidade de seus
altruísmo, assim damos aos alunos o repertório não relacionamentos interpessoais e o exercício da

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cidadania. Assim, os alunos poderão reconhecer
a importância de construir uma rede de apoio DA 7
A LIÇÃ
O

LIVRO

(relacionamentos) que possa sustentá-los em


situações difíceis e supri-los em momentos de
sofrimento e fracassos.
A Lição 7 do material A ciranda da inteligência
traz o personagem Pepê, um javali que adora
ajudar. Nas atividades, o personagem se mostra
paciente e aberto a ajudar sua família e amigos, e
fala sobre como essa atitude é importante.

CIRANDA ALUNO LICAO 7.indb 1 27/05/14 16:07

Esse tema também é trabalhado de várias formas no Ensino


Médio:
Material: ENEM, Vestibular e Profissão - Gestão da Emoção - Parte 2.
Série: 3ª. PARTE 2
Conteúdo: Aula 7 – Gestão dos relacionamentos.
Material: ENEM, Vestibular e Profissão - Gestão da Emoção - Parte 1.
Série: 3ª.
Conteúdo: Aula 6 – O Código do Empreendedorismo.
A seguir conteúdos disponíveis no Portal Inteligência Jovem: PARTE 1

Vídeo: Amizades. Capa_EVPGE_P2_20x27cm_PROFESSOR_impressao.indd 1 18/04/2019 17:03:41

Aula: Como fazer e manter amigos.


Vídeo: Brumadinho – 3 Ações para ajudar. M
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Vídeo: Desafio da Gratidão.


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ENSIN

Série

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7º PASSO – DE VOLTA A ROTINA

A aplicação do programa EI promove o medos e traz uma reflexão sobre eles, demonstrando
desenvolvimento da competência Resiliência, sem seus significados e como enfrentá-los para resolver as
a qual não conseguiremos lidar com as situações de dificuldades. Ou seja, há atividades e discussões que
vulnerabilidade que todos nós estamos suscetíveis a ajudam os alunos a falar sobre os medos, encará-los e
enfrentar ao longo da vida. Ser resiliente é ser capaz seguir em frente.
de compreender que é possível seguir em frente após Complementando o assunto, o material As
perdas, frustrações, críticas, ofensas e, em especial, armadilhas da mente e os códigos da inteligência
se tratando da situação de bullying, ser resiliente fala sobre as armadilhas que a nossa mente possui;
é imprescindível para prevenção, enfrentamento e armadilhas que nos aprisionam e nos impedem de
superação desse fenômeno. conquistar nossos objetivos e os códigos que quebram
A Lição 5 do material O Eu como autor da história: essas armadilhas, possibilitando uma vida saudável.
a cidade da memória, fala sobre a escravidão dos

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LICAO_05_ALUNO_Layout 1 21/09/2011 19:12 Page 15

LIÇÃO
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ENFRENTANDO NOSSOS
MEDOS COM SABEDORIA:
1
A ESCRAVIDÃO DOS MEDOS

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MATERIAL DO PROFESSOR
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Trabalha-se de forma específica o tema resiliência no


Ensino Médio:
Material: Identidade: a liderança do Eu - Parte 1.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 3 – O sentido da vida.
Material: Identidade: a liderança Eu - Parte 2.
Série: 1ª.
Conteúdo: Aula 9 – O sentido da vida. PARTE 1
ÉD
IO PARTE 2

Material: O Eu em cena - Parte 2.


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ENSIN

ª
Série

Série: 2ª. MATERIAL DO PROFESSOR

Conteúdo: Aula 8 – Gênero Suspense.


Capa_Iale.indd 1 23/10/2018 10:59:07 IALE PROFESSOR PARTE 2.indd 1 18/04/2019 09:30:21

A seguir conteúdos disponíveis no Portal Inteligência Jovem:


Vídeo: Perdas e frustrações.
Aula: Como lidar com as perdas e frustrações?
Vídeo: Inteligência Existencial.
Vídeo: Kaká: Gestão da emoção para virar o jogo - Parte 1.
Vídeo: De pior aluno a escritor.

MATERIAL DO PROFESSOR

EEC_P2_CAPA_PROFESSOR_205x275mm.indd 1 12/04/2019 11:03:17

Referências Bibliográficas
ADORNO, Theodor W. Teoria da semicultura. Educação & Sociedade, Campinas – SP, ano 17, n. 56, p. 388-411, dez 1996.
BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
FANTE, C. Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. ed. Campinas: Versus Editora, 2005.
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice. O social e o político na transição pós-moderna. São Paulo: Cortez, 1997.
SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. Trad. De M. F. Sá Correia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001.
SILVA, Ana Beatriz B. Bullying: Mentes perigosas na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

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SESSÃO PIPOCA SUGESTÕES DE FILMES PARA
SEREM DEBATIDOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
1. A Classe (2007) – 16 anos 11. Extraordinário (2017) – 10 anos
2. Carrie - A Estranha (2013) – 16 anos 12. Te pego lá fora (1987) – 12 anos
3. Evil - Raízes do Mal ( 2003) – 16 anos 13. Meninas Malvadas (2004) – 12 anos
4. Ben X, A Fase Final (2007) - livre 14. Ponte para Terabitia (2007) - livre
5. Bullying - Provocações Sem Limites ( 2009) – 16 anos 15. As vantagens de ser invisível (2012) – 14 anos
6. Cyberbully (2011) – 12 anos 16. Sete minutos depois da meia noite (2017) – 12 anos
7. Meu Melhor Inimigo ( 2010) – 14 anos 17. Forrest Gump (1994) – 14 anos
8. Quase um segredo ( 2004) – 16 anos 18. A separação (2012) – 16 anos
9. Elefante ( 2003) – 16 anos 19. Filme Blade Runner 2049 (2017) – 18 anos
10. Bang bang – Você morreu ( 2004) – 12 anos 20. Nossas Noites (2017) – 12 anos

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