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Mulher
A Convençã o Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também
conhecida como Convençã o do Belém do Pará , foi adotada pela Assembleia Geral da Organizaçã o
dos Estados Americanos (OEA) em 1994 e compõ e o Sistema Interamericano de Proteçã o aos
Direitos Humanos. É o primeiro tratado internacional legalmente vinculante que criminaliza todas
as formas de violência contra a mulher, com destaque para a violência sexual, e, por isso, é um
marco histó rico internacional. (NIDH, 2021).
O Brasil ratificou a Convençã o de Belém do Pará em 1995, pela qual se obrigou a incluir na sua
legislaçã o normas específicas relativas ao tema. (NIDH, 2021)
Convencidos de que a adoçã o de uma convençã o para prevenir, punir e erradicar todas as formas
de violência contra a mulher, no â mbito da Organizaçã o dos Estados Americanos, constitui positiva
contribuiçã o no sentido de proteger os direitos da mulher e eliminar as situaçõ es de violência
contra ela, convieram no seguinte:
Artigo l
Para os efeitos desta Convençã o, entender-se-á por violência contra a mulher qualquer ato ou
conduta baseada no género, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicoló gico à
mulher, tanto na esfera pú blica como na esfera crivada.
Artigo 2
Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual e psicoló gica:
b) ocorrida na comunidade e cometida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras formas, o
estupro, abuso sexual, tortura, trá fico de mulheres, prostituiçã o forçada, sequestro e assédio sexual
no local de trabalho, bem como em instituiçõ es educacionais, serviços de saú de ou qualquer outro
local; e
c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.
Artigo 3
Toda mulher tem direito a ser livre de violência, tanto na esfera pú blica como na esfera privada.
Artigo 4
Toda mulher tem direito ao reconhecimento, desfrute, exercício e proteçã o de todos os direitos
humanos e liberdades consagrados em todos os instrumentos regionais e internacionais relativos
aos direitos humanos. Estes direitos abrangem, entre outros:
e) direito a que se respeite a dignidade inerente à sua pessoa e a que se proteja sua família;
g) direito a recurso simples e rá pido perante tribunal competente que a proteja contra atos que
violem seus direitos;
i) direito à liberdade de professar a pró pria religiã o e as pró prias crenças, de acordo com a lei; e
j) direito a ter igualdade de acesso à s funçõ es pú blicas de seu país e a participar nos assuntos
pú blicos, inclusive na tomada de decisõ es.
Artigo 5
Toda mulher poderá exercer livre e plenamente seus direitos civis, políticos, econó micos, sociais e
culturais e contará com a total proteçã o desses direitos consagrados nos instrumentos regionais e
internacionais sobre direitos humanos. Os Estados Partes reconhecem que a violência contra a
mulher impede e anula o exercício desses direitos.
Artigo 6
Artigo 7
Os Estados Partes condenam todas as formas de violência contra a mulher e convém em adotar, por
todos os meios apropriados e sem demora, políticas destinadas a prevenir, punir e erradicar tal
violência e a empenhar-se em:
a) abster-se de qualquer ato ou prá tica de violência contra a mulher e velar por que as autoridades,
seus funcioná rios e pessoal, bem como agentes e instituiçõ es pú blicos ajam de conformidade com
essa obrigaçã o;
b) agir com o devido zelo para prevenir, investigar e punir a violência contra a mulher;
c) incorporar na sua legislaçã o interna normas penais, civis, administrativas e de outra natureza,
que sejam necessá rias para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, bem como
adotar as medidas administrativas adequadas que forem aplicá veis;
d) adotar medidas jurídicas que exijam do agressor que se abstenha de perseguir, intimidar e
ameaçar a mulher ou de fazer uso de qualquer método que danifique ou ponha em perigo sua vida
ou integridade ou danifique sua propriedade;
e) tomar todas as medidas adequadas, inclusive legislativas, para modificar ou abolir leis e
regulamentos vigentes ou modificar prá ticas jurídicas ou consuetudiná rias que respaldem a
persistência e a tolerâ ncia da violência contra a mulher;
g) estabelecer mecanismos judiciais e administrativos necessá rios para assegurar que a mulher
sujeitada a violência tenha efetivo acesso a restituiçã o, reparaçã o do dano e outros meios de
compensaçã o justos e eficazes;
h) adotar as medidas legislativas ou de outra natureza necessá rias à vigência desta Convençã o.
Artigo 8
a) promover o conhecimento e a observâ ncia do direito da mulher a uma vida livre de violência e o
direito da mulher a que se respeitem e protejam seus direitos humanos;
c) promover a educaçã o e treinamento de todo o pessoal judiciá rio e policial e demais funcioná rios
responsá veis pela aplicaçã o da lei, bem como do pessoal encarregado da implementaçã o de
políticas de prevençã o, puniçã o e erradicaçã o da violência contra a mulher;
i) promover a cooperaçã o internacional para o intercâ mbio de ideias e experiências, bem como a
execuçã o de programas destinados à proteçã o da mulher sujeitada a violência.
Artigo 9
Para a adoçã o das medidas a que se refere este capítulo, os Estados Partes levarã o especialmente
em conta a situaçã o de vulnerabilidade à violência a que a mulher possa estar submetida em razã o,
entre outras, de sua condiçã o étnica, de migrante, de refugiada ou de deslocada. Para tais fins
também será considerada a mulher que é objeto de violência quando está grá vida, quando é
deficiente, menor de idade, anciã , ou quando se encontra em situaçã o socioeconó mica desfavorá vel
ou afetada por situaçõ es de conflitos armados ou de privaçã o de liberdade.