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Florianópolis
2018
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Inclui referências.
1. Neurociências. 2. TDAH. 3. Cafeína. 4.
Exercício Físico. 5. SHR. I. Prediger, Rui Daniel.
II. Universidade Federal de Santa Catarina.
Programa de Pós-Graduação em Neurociências. III.
Título.
Este trabalho é dedicado aos meus pais
Bernadete e Sebastião e ao meu noivo
Davi pelo incentivo e amor
incondicional.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ................................................................... 31
1.1 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE ............................................................................. 31
1.2 EPIDEMIOLOGIA ............................................................... 34
1.3 ETIOLOGIA ......................................................................... 35
1.4 NEUROBIOLOGIA.............................................................. 37
1.5 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO ............................... 39
1.6 MODELOS ANIMAIS PARA O ESTUDO DO TDAH ...... 41
1.7 CAFEÍNA ............................................................................. 42
1.7.1 Os efeitos da cafeína no TDAH .......................................... 44
1.8 O EXERCÍCIO FÍSICO ........................................................ 48
1.9 JUSTIFICATIVA E HIPÓTESE .......................................... 49
2 OBJETIVOS ........................................................................ 51
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................. 51
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................ 51
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................ 53
3.1 ANIMAIS.............................................................................. 53
3.1.1 Exercício físico ..................................................................... 53
3.1.2 Solução de cafeína ............................................................... 54
3.2 PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS .................................... 54
3.2.1 Delineamento do bloco experimental I .............................. 54
3.2.2 Delineamento do bloco experimental II ............................ 55
3.2.3 Delineamento do bloco experimental III ........................... 57
3.2.4 Avaliação da massa corporal.............................................. 57
3.2.5 Avaliação do consumo de líquidos e ração ........................ 57
3.2.6 Teste de ergométrico ........................................................... 58
3.2.7 Pressão arterial sistólica ..................................................... 58
3.3 TESTES COMPORTAMENTAIS ....................................... 59
3.3.1 Teste de discriminação olfatória ........................................ 59
3.3.2 Teste do campo aberto ........................................................ 60
3.3.3 Teste do reconhecimento de objeto ................................... 60
3.3.4 Teste do labirinto em “Y” modificado .............................. 61
3.3.5 Teste do labirinto aquático................................................. 61
3.3.6 Teste do labirinto em cruz elevado .................................... 62
3.3.7 Teste do nado forçado......................................................... 63
3.3.8 Teste da borrifada com sacarose ....................................... 63
3.3.9 Teste da preferência pela sacarose .................................... 64
3.4 ENSAIOS EX VIVO.............................................................. 64
3.4.1 Coleta de estruturas encefálicas, adrenais, coração e
gastrocnêmio........................................................................................ 64
3.4.2 Coleta de sangue.................................................................. 65
3.4.3 Preparo da fração total....................................................... 65
3.4.4 Preparo de sinaptossomas .................................................. 66
3.4.5 Imunodetecção de proteínas - Western blotting ................ 66
3.4.6 Quantificação dos níveis cafeína no soro e tecido cerebral .
. ............................................................................................. 68
3.4.7 Quantificação de dopamina, DOPAC, 5-HT e 5-HIAA ... 68
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................... 68
4 RESULTADOS ................................................................... 71
4.1 BLOCO EXPERIMENTAL I ............................................... 71
4.1.1 Teste da discriminação olfatória........................................ 71
4.1.2 Teste do campo aberto ........................................................ 72
4.1.3 Teste do reconhecimento de objeto ................................... 73
4.1.4 Teste do labirinto em “Y” modificado .............................. 75
4.1.5 Teste do labirinto aquático ................................................. 76
4.1.6 Teste do labirinto em cruz elevado .................................... 77
4.1.7 Teste do nado forçado ......................................................... 78
4.1.8 Teste da borrifada com sacarose........................................ 81
4.1.9 Teste da preferência pela sacarose .................................... 82
4.1.10 Imunodetecção de proteínas - Western Blotting ................ 83
4.1.10.1 Imunoconteúdo de SNAP-25 ................................................ 83
4.1.10.2 Imunoconteúdo de sinaptofisina ........................................... 85
4.1.10.3 Imunoconteúdo de sintaxina ................................................. 87
4.2 BLOCO EXPERIMENTAL II .............................................. 89
4.2.1 Avaliação do consumo total de líquidos e consumo de
cafeína ............................................................................................... 89
4.2.2 Avaliação do consumo de ração e massa corporal ........... 91
4.2.3 Avaliação da distância total percorrida na roda de correr e
desempenho no teste ergométrico ...................................................... 93
4.2.4 Pressão arterial sistólica (PAS) .......................................... 94
4.2.5 Teste da discriminação olfatória ........................................ 95
4.2.6 Teste do campo aberto ........................................................ 96
4.2.7 Teste do reconhecimento de objeto .................................... 97
4.2.8 Teste do labirinto aquático ................................................. 98
4.2.9 Teste do nado forçado ....................................................... 100
4.2.10 Teste da borrifada com sacarose...................................... 102
4.2.11 Quantificação dos níveis de dopamina, serotonina e
metabólitos por HPLC ...................................................................... 103
4.2.11.1 Quantificação dos níveis de dopamina e DOPAC............... 103
4.2.11.2 Quantificação dos níveis de 5-HT e 5-HIAA ...................... 106
4.2.12 Imunodetecção de proteínas – Western Blotting ............. 110
4.2.12.1 Imunoconteúdo de SNAP-25 .............................................. 110
4.2.12.2 Imunoconteúdo de sintaxina ............................................... 112
4.2.12.3 Imunoconteúdo de sinaptofisina ......................................... 114
4.2.12.4 Imunoconteúdo de VGLUT1 .............................................. 116
4.2.12.5 Imunoconteúdo de BDNF ................................................... 117
4.2.12.6 Imunoconteúdo de BDNF truncado .................................... 118
4.2.12.7 Imunoconteúdo de TrkB fosforilado ................................... 120
4.2.12.8 Imunoconteúdo de CREB ................................................... 122
4.2.13 Quantificação dos níveis de cafeína no soro e tecidos
cerebrais . ........................................................................................... 123
4.2.14 Avaliação da massa das adrenais, coração e gastrocnêmio .
. ........................................................................................... 124
4.3 BLOCO EXPERIMENTAL III .......................................... 125
4.3.1 Avaliação do consumo total de líquidos e consumo de
cafeína . ........................................................................................... 125
4.3.2 Avaliação do consumo de ração e massa corporal ......... 127
4.3.3 Avaliação da distância total percorrida na roda de correr e
desempenho no teste ergométrico .................................................... 128
4.3.4 Pressão arterial sistólica (PAS) ........................................ 130
4.3.5 Teste da discriminação olfatória...................................... 131
4.3.6 Teste do campo aberto ...................................................... 131
4.3.7 Teste do reconhecimento de objeto ................................. 132
4.3.8 Teste do nado forçado....................................................... 133
4.3.9 Teste da borrifada com sacarose ..................................... 135
4.3.10 Imunodetecção de proteínas – Western Blotting ............. 136
4.3.10.1 Imunoconteúdo de SNAP-25 .............................................. 136
4.3.10.2 Imunoconteúdo de sintaxina ............................................... 138
4.3.10.3 Imunoconteúdo de sinaptofisina ......................................... 140
5 DISCUSSÃO ..................................................................... 143
5.1 INFLUÊNCIA DA IDADE SOBRE OS PREJUÍZOS
COGNITIVOS, EMOCIONAIS E ALTERAÇÕES NEUROQUÍMICAS
OBSERVADOS EM SHRs ................................................................. 143
5.2 EFEITOS DA INGESTÃO CRÔNICA DE CAFEÍNA
ASSOCIADA AO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE OS PARÂMETROS
COMPORTAMENTAIS E NEUROQUÍMICOS ............................... 148
6 CONCLUSÃO ................................................................... 159
REFERÊNCIAS ................................................................ 161
31
1 INTRODUÇÃO
1.1 TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um
transtorno crônico do neurodesenvolvimento que tem normalmente início
na infância, e caracteriza-se por um padrão persistente de desatenção,
hiperatividade e impulsividade (BIEDERMAN e FARAONE, 2005;
FARAONE et al., 2015).
Os primeiros relatos acerca do TDAH na literatura médica datam
de 1775, e foram realizados pelo médico alemão Melchior Adam
Weikard, que discorreu sobre os distúrbios da atenção (BARKLEY e
PETERS, 2012; FARAONE et al., 2015). No entanto, o reconhecimento
e o tratamento farmacológico desse transtorno datam da segunda metade
do século XX (POLANCZYK et al., 2014).
A terminologia do TDAH sofreu alterações significativas ao
longo do tempo (POLANCZYK et al., 2007). Somente na década de
1940, a sintomatologia do TDAH foi associada às modificações no
sistema nervoso central (SNC), sendo descritas na época como danos
cerebrais mínimos. Com o advento da terceira edição do Manual
Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais (DSM-III) na década de
1980, criou-se o primeiro critério de diagnóstico operacional para o
TDAH (ASSOCIATION., 1980; FARAONE et al., 2015).
Até o momento não existem marcadores biológicos,
eletrofisiológicos ou por neuroimagem para o diagnóstico do TDAH
(POLANCZYK et al., 2012). O diagnóstico é estabelecido a partir do
histórico clínico do paciente (TRIPP e WICKENS, 2009), o que muitas
vezes é alvo de críticas, visto como subjetivo e com menor credibilidade
quando comparado a testes laboratoriais utilizados em outras
especialidades médicas (BIEDERMAN e FARAONE, 2005).
As diretrizes para a análise clínica são determinadas pelo DSM-
V. Dentre as especificações estabelecidas, pelo menos seis sinais de
desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, com duração mínima de
seis meses, devem estar presentes. Além disso, o DSM-V preconiza que
esses sintomas devem se manifestar antes dos 12 anos de idade, em mais
de um ambiente (escola, trabalho, casa), de uma maneira que resulte em
prejuízos ao indivíduo (ASSOCIATION., 2013).
Atualmente o TDAH é classificado em três subtipos, baseado na
presença e predomínio dos sintomas de desatenção e hiperatividade-
impulsividade:
32
8 meninos (6-10
Placebo (200 mg), (GARFI
anos)
cafeína (160 mg) ou MFD apresentou efeitos NKEL,
diagnosticados com
MFD (20 mg) 1x ao dia superiores à cafeína. WEBSTER e
disfunção mínima
durante 2 semanas. SLOMAN, 1975a)
cerebral
Cafeína (6 mg/kg) ou
5 meninos e 1 (REICH
placebo foram A cafeína melhorou a atenção
menina (média: 9,3 ARD e ELDER,
administrados antes do dos indivíduos hipercinéticos.
anos) hipercinéticos 1977)
teste.
Comparada ao placebo a
10 meninos (9-11 cafeína reduziu os erros de
(KUPIE
anos) com Cafeína (300 mg) 1 h esquecimento nas crianças
TZ e WINSBERG,
dificuldades em antes do teste. hipercinéticas;
1977)
leitura A cafeína não melhorou os
déficits de atenção.
12 crianças (8
meninos, 4 meninas, Café (~175-200 mg de
média: 7,26 anos) cafeína por dia) e café Os efeitos da cafeína foram (HARV
com sintomas descafeinado 2 x ao dia superiores ao placebo e ao café EY e MARSH,
hipercinéticos e durante 3 semanas. descafeinado. 1978)
transtorno de
impulsividade
(FIREST
20 meninos Cafeína (150 mg) 2 x
A cafeína melhorou os ONE, POITRAS-
hiperativos (5-12 ao dia durante duas
sintomas de impulsividade. WRIGHT e
anos) semanas.
DOUGLAS, 1978)
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Investigar os efeitos da ingestão crônica de cafeína associada ao
exercício físico sobre os prejuízos comportamentais e neuroquímicos
observados em animais adolescentes e adultos da linhagem SHR.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Investigar as possíveis diferenças entre os animais adolescentes e
adultos das linhagens WIS e SHR sobre parâmetros relativos à
locomoção, capacidade olfatória, memória, ansiedade, anedonia,
depressão e imunoconteúdo de proteínas sinápticas no SNC (hipocampo,
CPF e estriado).
Investigar os efeitos da ingestão crônica de cafeína (0,3 mg/mL)
associada ao exercício físico (implementados na adolescência até a idade
adulta) sobre a locomoção e sobre os prejuízos na capacidade olfatória,
memória de curto prazo, comportamentos tipo-anedônico e depressivo
observados em animais SHR durante a adolescência.
Avaliar os efeitos da ingestão crônica de cafeína (0,3 mg/mL)
associada ao exercício físico (implementados na adolescência até a idade
adulta) sobre os níveis de dopamina, serotonina e metabólitos, proteínas
associadas à plasticidade sináptica e via de sinalização mediada pelo
BDNF no SNC de animais SHR.
Investigar os efeitos da ingestão crônica de cafeína (0,3 mg/mL)
associada ao exercício físico (implementados na idade adulta, 4-5 meses
de idade) sobre a locomoção e sobre os prejuízos na capacidade olfatória,
memória de curto prazo e comportamentos tipo-anedônico e depressivo
observados em animais SHR durante a idade adulta.
Avaliar os efeitos da ingestão crônica de cafeína (0,3 mg/mL)
associada ao exercício físico (implementados na idade adulta, 4-5 meses
de idade) sobre os níveis de proteínas associadas à plasticidade sináptica
no SNC de animais SHR.
52
53
MATERIAL E MÉTODOS
2.3 ANIMAIS
Para a realização desse trabalho foram utilizados ratos machos
adolescentes (28-30 dias) e adultos (4-5 meses) das linhagens
heterogênica Wistar e isogênica SHR. A adolescência foi definida pelo
período que compreende os dias 28 (idade de desmame dos animais
isogênicos) a 60 pós-natal (PN), período no qual os roedores exibem
características típicas associadas ao período da adolescência (SPEAR,
2000; SCHNEIDER, 2013).
A colônia de ratos SHR/Anra utilizada neste estudo é mantida no
laboratório de Genética do Comportamento da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC, Florianópolis, SC, Brasil) sob um sistema de
acasalamento irmão/irmã como recomendado para todas as linhagens
consanguíneas. A linhagem SHR é considerada como isogênica uma vez
que os animais apresentam uma alta homologia de DNA entre seus
indivíduos (RAMOS et al., 1997). A colônia de ratos Wistar provém do
Biotério Central da UFSC. Durante a realização dos protocolos
experimentais os animais foram mantidos no biotério do Laboratório
Experimental de Doenças Neurodegenerativas (LEXDON).
Os animais foram mantidos em ambiente com temperatura
controlada (22 ± 2 °C) e ciclo claro-escuro de 12 horas (fase clara das
7:00 as 19:00 h). Os animais tiveram livre acesso à água filtrada ou
solução de cafeína (no protocolo utilizando o consumo espontâneo,
blocos II e III) e ração apropriada para roedores. Todos os procedimentos
experimentais foram realizados de acordo com as normas de conduta com
animais experimentais e aprovados sob o protocolo de número
CEUA/UFSC 2635190418.
2.3.1 Exercício físico
Para a realização dos blocos experimentais II e III, nos quais foi
utilizado o protocolo de exercício físico voluntário em roda de corrida, os
animais permaneceram em duplas nas gaiolas. Os animais dos grupos
submetidos ao exercício físico tiveram livre acesso a uma roda de corrida
(30 cm de diâmetro, acoplada a um ciclo computador digital da marca
Assize, modelo AS520) em suas gaiolas (51 x 34 x 45 cm). Para os
animais dos grupos sedentários, que também permaneceram em duplas
durante o protocolo experimental II e III, as gaiolas plásticas (42 x 34 x
17 cm) eram desprovidas de roda de correr. O protocolo consistiu de seis
54
Fonte: a autora.
Após a realização dos testes comportamentais os animais foram
eutanasiados e foi realizada a dissecação dos encéfalos para a coleta do
bulbo olfatório (BO), CPF, hipocampo e estriado utilizados em análises
bioquímicas posteriores.
2.4.2 Delineamento do bloco experimental II
Considerando o intenso desenvolvimento que ocorre nos sistemas
neurais durante a adolescência e suas implicações no TDAH, o segundo
bloco experimental teve como objetivo avaliar os efeitos da ingestão
crônica de cafeína associada ao exercício físico, implementados desde a
adolescência até a idade adulta, sobre os prejuízos cognitivos, emocionais
e alterações neuroquímicas observados em animais SHR.
Para a realização desse bloco experimental foram utilizados ratos
adolescentes (30 dias de idade) da linhagem SHR. Os animais foram
submetidos a um protocolo de ingestão crônica de cafeína (0,3 mg/mL
diluída na água de beber) associada ao exercício físico voluntário em roda
de corrida durante seis semanas (Figura 3).
56
Fonte: a autora.
Com exceção do teste ergométrico e da medida da pressão arterial
sistólica (PAS), os demais testes comportamentais foram conduzidos ao
final das seis semanas, conforme esquema representativo apresentado na
Figura 2. O desempenho dos animais no teste ergométrico (basal, dias 14,
28 e 42) e a medida da PAS (medidas: basal, dias 15, 29 e 43) foram
acompanhados ao longo do tratamento nos protocolos B e C. Além disso,
foi realizada a coleta de sangue dos animais (protocolo C), antes do teste
de ergométrico para a quantificação de cafeína. Um dia após o último
teste comportamental os animais foram eutanasiados e o BO, CPF,
hipocampo e estriado foram coletados para subsequentes análises
bioquímicas.
Os grupos experimentais foram divididos da seguinte maneira:
✓ Veículo (veículo + sedentário)
✓ Cafeína (cafeína + sedentário)
✓ Exercício (veículo + exercício)
✓ Cafeína/Exercício (cafeína + exercício)
57
Fonte: a autora.
2.4.4 Avaliação da massa corporal
A massa corporal dos animais submetidos ao protocolo de ingestão
crônica de cafeína associada ao exercício físico foi avaliada através da
utilização de uma balança digital. As medidas foram feitas semanalmente.
2.4.5 Avaliação do consumo de líquidos e ração
Para a avaliação do consumo líquido (água ou cafeína) e ração, as
garrafas e a ração foram retiradas da gaiola-moradia e foram pesadas, e
58
seu peso foi subtraído do peso encontrado no dia anterior. Esta verificação
levou a uma medida aproximada do consumo, uma vez que os animais
permaneceram em duplas nas gaiolas-moradia. O peso das garrafas foi
convertido em volume seguindo uma relação 1 g : 1 ml. Assim, tomando-
se o volume ingerido, e conhecendo a concentração de cafeína na solução,
calculou-se a quantidade média de cafeína ingerida pelos animais a cada
dia.
2.4.6 Teste de ergométrico
Os animais foram submetidos ao teste ergométrico com o objetivo
de avaliar a sua resistência frente a um protocolo de exercício
incremental, adaptado do protocolo descrito previamente por AGUIAR et
al., 2018. O teste foi realizado utilizando-se uma esteira ergométrica da
marca Ferrari Fitness com uma inclinação constante de 2°. Sobre a esteira
foi colocado um aparato de acrílico (81 x 32 cm) contendo doze
compartimentos (27 x 8 cm) nos quais os animais foram acomodados
individualmente durante o teste. O teste iniciou-se em 27,7 cm/s com um
aumento de 5,55 cm/s a cada 3 min. O teste durou até a exaustão dos
animais, definida pelo momento em que os animais permaneciam mais de
10 s apoiados na baia de proteção. Os resultados estão representados em
joules, e foram calculados com base no peso corporal, velocidade de
corrida em cada etapa do protocolo e tempo total percorrido.
2.4.7 Pressão arterial sistólica
A PAS dos animais foi mensurada através do método de medida
indireta na cauda, a pletismometria, também conhecido como tail-cuff. Os
animais foram acondicionados na sala de experimentação com
temperatura controlada (30 ºC) por 30 minutos antes do início dos
procedimentos. A manutenção do ambiente aquecido é fundamental para
permitir a detecção do fluxo sanguíneo na cauda dos animais pelo
pletismógrafo. Após esse período os animais foram colocados em tubo
cilíndrico de acrílico para contenção, e acomodados sobre uma placa
aquecida. Após a adaptação do animal à imobilização, o transdutor
(modelo LE5160R, Panlab, Espanha), previamente calibrado, foi
colocado na cauda do animal. Esse transdutor é conectado a um
esfigmomanômetro dotado de sistema de insuflação automatizado, o qual
é acoplado a um sistema de captação (modelo ML125 NIBP) e de
conversão dos dados (PowerLab 8/35), conectado a um computador e
software específico de aquisição de dados (LabChart v.7.1; todos da AD
Instruments, Austrália). Este sistema permite o registro da PAS e da
frequência cardíaca dos animais.
59
pesados e indexados como peso do órgão absoluto (no caso das adrenais,
equivalente ao peso das adrenais direita e esquerda) em gramas e peso
relativo usando a fórmula [(peso do órgão / peso do animal) * 100]. Para
a coleta do músculo gastrocnêmio, foi realizado corte na pele na região
do tendão calcâneo e a mesma foi removida do membro, separando-a do
músculo e fáscias. O tendão foi seccionado e manteve-se ele seguro por
uma pinça, afastando vagarosamente a pinça da parte óssea (puxando para
cima). O músculo gastrocnêmio (foi coletado apenas o gastrocnêmio
direito de cada animal) foi removido após a secção do tendão. O
gastrocnêmio foi divulsionado do músculo sóleo e em seguida pesado. Os
resultados foram expressos usando a fórmula: [(peso do órgão / peso do
animal) * 100].
2.6.2 Coleta de sangue
Para a coleta das amostras de soro utilizadas na quantificação de
cafeína, os animais foram rapidamente anestesiados com isoflurano 0,96
% e em seguida foi realizada a punção da veia gengival (RODRIGUES et
al., 2017), coletando-se de 100 a 200 μL de sangue. Posteriormente as
amostras foram centrifugadas a 10.000 rpm durante 7 minutos para a
separação do soro. As amostras de soro foram armazenadas a -80 ºC até
a realização dos ensaios.
Esses procedimentos foram realizados nos dias 0 (basal), 14, 28 e
42 após o início do tratamento com cafeína e exercício conforme descrito
no bloco experimental II, protocolo C Figura 3. Os animais submetidos a
esse set de experimentos (n=4 por grupo), com coletas subsequentes de
sangue, não foram avaliados em nenhum teste comportamental devido ao
estresse ao qual foram expostos.
2.6.3 Preparo da fração total
As estruturas encefálicas (BO, CPF, hipocampo e estriado) foram
homogeneizadas em 5% solução de dodecil sulfato de sódio (SDS – Bio-
Rad, Portugal) contendo coquetel inibidor de proteases (Sigma 1:100),
fenilmetilsulfonilflúor 200 mM (PMSF 1:200) e ditiotreitol 100 mM
(DTT 1:100). A determinação de proteínas foi realizada usando o ensaio
do ácido bicinconínico (BCA) (Pierce, Dagma, Portugal). As amostras
foram diluídas (1/6 volume de tampão) em tampão 6 x (500 mM de Tris,
600 mM de DTT, 10,3 % de SDS, 30 % de glicerol e 0,012 % bromofenol)
para uma concentração de 2 μg / uL de proteínas e aquecidas a 70 ºC
durante 20 min. Após o preparo as amostras foram mantidas a - 20 ºC até
a realização dos ensaios de Western Blotting.
66
3 RESULTADOS
3.1 BLOCO EXPERIMENTAL I
O bloco experimental I apresenta os resultados obtidos a partir da
comparação de animais naive adolescentes (30 dias) e adultos (4-5 meses)
das linhagens Wistar e SHR. Todos os experimentos foram realizados nas
dependências do Laboratório Experimental de Doenças
Neurodegenerativas (LEXDON) da UFSC.
3.1.1 Teste da discriminação olfatória
A Figura 5 apresenta os resultados relativos ao teste da
discriminação olfatória ao qual foram submetidos os animais
adolescentes e adultos das linhagens WIS e SHR. Com relação à
capacidade olfatória, foi observado que tanto os animais adolescentes
(t=2,607; p<0,05) quanto os adultos (t=10,04; p<0,05) da linhagem WIS
apresentaram uma preferência pelo compartimento familiar. Entretanto,
foi observado que os animais da linhagem SHR apresentaram um prejuízo
na capacidade olfatória, uma vez que os animais, adolescentes (t=0,017;
p=0,986) e adultos (t=0,224; 0,827), permaneceram tempo similar entre
os dois compartimentos (Figura 5 A).
Em relação ao parâmetro locomotor do teste, o número de
cruzamentos, a ANOVA de duas vias (linhagem x idade) indicou um
efeito significativo dos fatores linhagem [F (1, 36)=6,45, p<0,05], idade
[F (1, 36)=14,84, p<=0,05] e sua interação [F (1, 36)=25,47, p<0,05]
(Figura 5 A). A análise de múltiplas comparações mostrou que os animais
SHR adolescentes apresentaram um maior número de cruzamentos
quando comparados ao grupo WIS da mesma idade. Além disso, foi
observada uma redução desse perfil locomotor nos SHR adultos (Figura
5B).
72
Legenda: A) Entradas (%) realizadas nos braços de início (barras brancas) e outro
(barras cinza) durante a sessão de treino. B) Tempo de investigação (%) em
ambos os braços durante a sessão de treino. C) Número total de entradas
realizadas nos três braços durante a sessão de teste. D) Tempo (%) que os animais
permaneceram investigando o braço novo durante a sessão de teste. Os dados
representam a média ± EPM (n=9-11). As análises estatísticas foram realizadas
utilizando-se o teste t de Student (A, B e D) e a ANOVA de duas vias seguida do
teste post-hoc de Newman-Keuls (C). *p<0,05 quando comparado ao grupo
Wistar da mesma idade. #p<0,05 quando comparado ao grupo jovem da mesma
linhagem (C). *p<0,05 quando comparado ao valor teórico de 33% (D).
3.1.5 Teste do labirinto aquático
Os resultados obtidos no teste do labirinto aquático estão
representados na Figura 9. Em relação ao tempo de latência (s) para o
animal encontrar a plataforma ao longo dos treinos, na versão utilizada
para avaliar a memória de trabalho (Figura 9 A), a ANOVA de duas vias
(linhagem x idade) com medidas repetidas indicou um efeito significativo
para o fator repetição [F(3,108)=109,31; p<0,05], sem efeito para os
77
Legenda: Níveis de 5-HT no (A) hipocampo (B) córtex pré-frontal e (C) estriado.
Os dados representam a média ± EPM (n=4). As análises estatísticas foram
realizadas utilizando-se a ANOVA de duas vias seguida do teste post-hoc de
Dunnett. *p<0,05 quando comparado ao grupo controle (veículo/sedentário).
108
Adrenal 0,018 ± 0,0005 0,019 ± 0,001 0,017 ± 0,001 0,019 ± 0,0007 N.S.
Coração 0,467 ± 0,009 0,469 ± 0,023 0,462 ± 0,022 0,459 ± 0,010 N.S.
Gastrocnêmio 0,391 ± 0,038 0,403 ± 0,045 0,364 ± 0,042 0,409 ± 0,037 N.S.
Legenda: Os resultados foram expressos em g/100g de peso vivo de cada animal.
Os dados representam a média ± EPM (n=6-10). As análises estatísticas foram
125
Legenda: Pressão arterial sistólica (mm Hg) (A) basal e (B) pós-tratamento.
Batimento cardíaco (C) basal e (D) pós-tratamento. Os dados representam a
média ± EPM (n=10). As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se a
ANOVA de duas vias. Não foram observadas diferenças significativas entre os
grupos analisados.
131
4 DISCUSSÃO
4.1 INFLUÊNCIA DA IDADE SOBRE OS PREJUÍZOS
COGNITIVOS, EMOCIONAIS E ALTERAÇÕES NEUROQUÍMICAS
OBSERVADOS EM SHRs
Com relação à sintomatologia em pacientes com TDAH, os
estudos clínicos têm demonstrado que a hiperatividade e a impulsividade
diminuem ao longo dos anos, com predomínio dos sintomas de
desatenção. Entretanto, mesmo com essas modificações, os indivíduos
com TDAH apresentam um comprometimento funcional persistente.
Além da desatenção, a presença de comorbidades com outros transtornos
psiquiátricos, como a depressão e a ansiedade, contribui
significativamente para a persistência dos prejuízos funcionais.
Em estudos pré-clínicos, muitos trabalhos descritos na literatura
investigaram os prejuízos de atenção, hiperatividade e impulsividade em
animais SHR – modelo validado e amplamente usado para o estudo do
TDAH –, contudo, poucos estudos têm sido conduzidos com o objetivo
de investigar as modificações inerentes à idade sobre os parâmetros
cognitivos e emocionais. Nessa linha, o presente trabalho de pesquisa teve
como objetivo avaliar, sob aspectos cognitivos, emocionais e
neuroquímicos, o desempenho dos animais adolescentes e adultos da
linhagem SHR. Além disso, investigamos os efeitos da ingestão crônica
de cafeína associada ao exercício físico sobre os prejuízos observados
durante a adolescência e idade adulta.
O conjunto de resultados obtidos nesse trabalho demonstrou que
os animais SHR apresentam déficits em várias tarefas comportamentais,
corroborando os achados descritos previamente na literatura
(PREDIGER, FERNANDES e TAKAHASHI, 2005; PIRES et al., 2009;
PIRES et al., 2010; PANDOLFO et al., 2013). Além dos déficits
cognitivos, foram observados prejuízos emocionais, especialmente
relacionados ao comportamento tipo-depressivo e anedônico, todavia não
foram constatadas alterações nos parâmetros relacionados à ansiedade.
De maneira semelhante à observada em estudos clínicos, averiguou-se
que a maioria dos prejuízos comportamentais observados durante a
adolescência persiste na idade adulta.
Confirmando os achados clínicos descritos na literatura
(GHANIZADEH et al., 2012), observamos de forma inédita a presença
de um comprometimento olfatório na linhagem SHR. Geralmente, os
roedores preferem o ambiente impregnado com o seu próprio odor
144
Córtex pré-
Sem efeito Sem efeito Sem efeito
frontal
Estriado Sem efeito Sem efeito < DOPAC*
> >
Serotonina Hipocampo > Serotonina
Serotonina Serotonina*
Córtex pré- >
Sem efeito Sem efeito
frontal Serotonina*
Estriado Sem efeito Sem efeito Sem efeito
5HIAA Hipocampo Sem efeito Sem efeito < 5HIAA*
Córtex pré-
Sem efeito Sem efeito Sem efeito
frontal
Estriado Sem efeito < 5HIAA < 5HIAA*
* Efeito independente promovido pela cafeína e/ou exercício.
Em estudos mais recentes, a cafeína tem sido usada para aumentar
o efeito de antidepressivos monoaminérgicos (especialmente os
inibidores de captação de 5-HT/NA). A cafeína, nas doses de 10, 20 e 50
mg/kg, exibe efeitos antidepressivos sem alterar os parâmetros
locomotores (SZOPA et al., 2016). Além disso, a administração aguda e
crônica de cafeína potencializa os efeitos antidepressivos da imipramina,
desipramina, fluoxetina, paroxetina, escitalopram e reboxetina, em
camundongos submetidos ao teste do nado forçado e suspensão pela
cauda (SZOPA et al., 2016; SZOPA et al., 2017). O efeito antidepressivo
da cafeína é provavelmente mediado por um aumento na transmissão
dopaminérgica no córtex frontal (EL YACOUBI et al., 2001). Ademais,
já foi demonstrado na literatura que administração prolongada de cafeína
normaliza a transmissão dopaminérgica em circuitos corticoestriatais,
através da diminuição dos níveis de DAT em terminais nervosos no
estriado e CPF (PANDOLFO et al., 2013).
Dentre os mecanismos associados à melhora cognitiva e emocional
promovidos pela cafeína e pelo exercício estão as modificações em vias
de sinalização mediadas pelo BDNF – que tem um papel importante no
crescimento neural, diferenciação e na sobrevivência celular incluindo a
formação e plasticidade de sinapses –, como a indução de fatores de
transcrição (CREB), e a ativação dos receptores TrkB (COTMAN e
BERCHTOLD, 2002; SEBASTIAO e RIBEIRO, 2009) (VAYNMAN,
YING e GOMEZ-PINILLA, 2004). Os nossos resultados, entretanto, não
mostraram modificações significativas nas proteínas relacionadas ao
BDNF. De fato, poucos estudos têm investigado as proteínas relacionadas
à via do BDNF em modelos animais do TDAH, e os resultados
apresentados na literatura são divergentes. Alguns estudos apontam
153
Córtex pré-
Sem efeito Sem efeito Sem efeito
frontal
Bloco experimental III: efeitos da cafeína associada ao exercício em
SHRs adultos (implementados a partir dos 4-5 meses de idade)
Hipocampo Sem efeito Sem efeito Sem efeito
Córtex pré-
SNAP-25 Sem efeito Sem efeito > SNAP-25*
frontal
Estriado Sem efeito Sem efeito Sem efeito
Hipocampo Sem efeito Sem efeito Sem efeito
Córtex pré-
Sintaxina Sem efeito Sem efeito Sem efeito
frontal
Estriado Sem efeito Sem efeito Sem efeito
Hipocampo Sem efeito Sem efeito Sem efeito
Sinaptofisin Córtex pré-
Sem efeito Sem efeito Sem efeito
a frontal
Estriado Sem efeito Sem efeito Sem efeito
* Efeito independente promovido pela cafeína e/ou exercício.
Outro fator determinante na liberação de neurotransmissores nas
sinapses excitatórias, são os níveis de expressão dos transportadores
vesiculares de glutamato (VGLUTs, do inglês: vesicular glutamate
transportes), responsáveis pela importação de glutamato nas vesículas
sinápticas. A expressão de VGLUT1 e VGLUT2 é acentuada no cérebro
adulto, sendo o VGLUT1 expresso especialmente nas regiões corticais e
hipocampo (WOJCIK et al., 2004; EL MESTIKAWY et al., 2011). O
aumento na expressão de VGLUT1 determina a quantidade de glutamato
que é armazenado nas vesículas e posteriormente liberada, regulando,
assim, a eficácia da neurotransmissão. Um aumento consistente na
expressão de VGLUT1 foi capaz de restabelecer a transmissão
glutamatérgica deficiente em camundongos com a deleção gênica desse
transportador (VGLUT1 -/-) (WOJCIK et al., 2004).
De fato, tanto o consumo crônico de cafeína (COGNATO et al.,
2010), quanto o exercício físico (COTMAN e BERCHTOLD, 2002) são
particularmente efetivos na manutenção da integridade sináptica e na
prevenção da sinaptotoxicidade causada por diferentes agentes. Em um
modelo induzido pela estreptozotocina, o consumo de cafeína preveniu a
degeneração sináptica e astrogliose no hipocampo (DUARTE et al.,
2009). Cognato e colaboradores demonstraram que o consumo crônico de
cafeína (1g/L) ou de um antagonista seletivo dos receptores A2A
(KW6002) foi capaz de prevenir os déficits de memória e
sinaptotoxicidade em um modelo de epilepsia. Nomeadamente, o uso
155
5 CONCLUSÃO
De maneira semelhante à observada em estudos clínicos com
indivíduos com TDAH, os dados obtidos nesse trabalho mostraram que
os animais da linhagem SHRs, além dos déficits cognitivos, apresentam
prejuízos emocionais, especialmente relacionados ao comportamento
tipo-depressivo e anedônico quando comparados à linhagem controle
(Wistar). A maior parte dos prejuízos comportamentais observados
durante a adolescência persiste na idade adulta. A ingestão crônica de
cafeína e o exercício físico voluntário, de maneira independente, foram
capazes de melhorar o desempenho cognitivo, caracterizado pela melhora
na memória de reconhecimento de curto prazo, e diminuir os
comportamentos do tipo-depressivo em animais tratados durante a
adolescência e idade adulta. A cafeína e o exercício, quando aplicados a
partir da adolescência, promoveram um aumento da neurotransmissão
dopaminérgica e serotoninérgica no SNC dos SHRs. Além disso, a
associação de cafeína e exercício foi capaz de recuperar a função olfatória
dos animais, tanto jovens quanto adultos. De maneira inédita, a ingestão
crônica de cafeína associada ao exercício físico promoveu mudanças
significativas relacionadas a uma maior eficiência na transmissão
sináptica.
160
161
REFERÊNCIAS
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cycle on exercise performance in mice. Sci Rep, v. 8, n. 1, p. 10742, 2018.
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