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LAMINITE EM EQUINOS

EILEEN HONÓRIO, GABRIELLE BARBOSA, MIRELLA MARTINS

INTRODUÇÃO
O cavalo é um mamífero, pertencente ao gênero Equus e seus ancestrais datam de 55
milhões de anos atrás (LOBATO, 2013). São animais que possuem uma altura que varia
dependendo da raça. O cavalo foi um animal importante para o desenvolvimento humano, no
passado foi muito utilizado para o transporte e carregamento de cargas. Hoje em dia ainda são
muito utilizados para o transporte, principalmente para esportes. Os cavalos são utilizados
para a produção de soros, como os soros antiofídicos.
Os cavalos são herbívoros, se alimentam de plantas, principalmente de pastagem,
passam grande parte do seu dia se alimentando, podem ficar de 12 a 18 horas pastando. A
mandíbula destes animais é feita para mastigar ervas, flores e frutos. São animais
monogástricos, ou seja, apresentam somente um estômago. Apesar de grandes, possuem um
estômago pequeno e um sistema digestivo delicado, então não podem comer muita comida de
uma vez só. Os cavalos selvagens se alimentam principalmente das ervas que eles encontram
nos prados, já os mantidos em cativeiro possuem uma dieta mais variada, costumam comer
ração específica para a espécie e atividade praticada, e volumosos como alfafa, feno e capim. 
Quando ingerido alimentos em grãos, que são alimentos muito potentes como fontes
de energia, estão presentes neles uma quantidade de carboidratos solúveis em quantidade
superior à que o organismo do cavalo requer, por conseguinte, podemos apontar que alimentar
os cavalos com alimentos que tenham maior concentração quanto a capacidade de seu
organismo, pode ser danoso e prejudicial à saúde do cavalo. O aparelho locomotor dos
equinos é de suma importância para a sustentação e locomoção da espécie (THOMASSIAN,
2000).
O estudo apresentado tem como objetivo fazer um levantamento sobre a laminite
equina, suas principais causas, sinais clínicos e tratamento. Conscientizar os proprietários de
equinos a conhecer e saber como prevenir a laminite.

METODOLOGIA 
  Para realizar a pesquisa foi utilizado artigos científicos, tais como dois artigos
qualitativos bibliográficos e entrevista aberta com uma veterinária através do meio de
comunicação online Whatsapp.
RESULTADOS
   
Pododermatite asséptica difusa ou como é popularmente conhecida como laminite,
como o próprio nome já diz: Podo: Pé/ Casco, Dermatite: Infecção, Asséptica: Que está
isenta de germes patogênicos, Difusa: Que é propagado por todo o casco. Logo, ela é uma
infecção no casco que não tem bactérias e que ocorre no interior do casco com inflamação e a
dilatação dos vasos sanguíneos.
A laminite é uma das doenças locomotoras mais comuns em equinos. É caracterizada
pela inflamação das lâminas do casco, causando dor intensa e desconforto. Por conta de o
casco ser uma estrutura importante para a sustentação do peso do animal, a laminite pode
trazer muitos prejuízos aos criadores. É uma das principais causas de claudicação em equinos,
causa diversos prejuízos aos proprietários de cavalos, podendo levar os animais acometidos ao
afastamento de suas atividades ou até mesmo tendo que realizar a eutanásia (BAXTER,
1994).
Apesar de ser um distúrbio que atinge primariamente a região dos cascos, é uma
doença sistêmica que reflete em outros órgãos do animal e pode ser classificada em fases de
acordo com a gravidade das lesões, sendo elas a fase de desenvolvimento, a fase aguda e a
fase crônica. Cada período possui características, diagnóstico, formas de tratamento e
prognóstico diferentes (PARKS, 2009 e HINCHCLIFF, et al., 2014).
Distúrbios metabólicos no organismo é uma das causas da laminite, pois promove a
vasoconstrição periférica dos vasos sanguíneos do casco. Não há um motivo exclusivo
relacionado com a manifestação dos sintomas da inflamação. Uma das causas mais comuns da
laminite é a disfunção gastrintestinal, decorrente da ingestão de quantidades excessivas de
carboidratos ou por alterações inflamatórias decorrentes de colite, duodeno-jejunite proximal
e obstruções intestinais. Outros fatores também podem ocasionar a inflamação das lâminas,
como traumatismos locais, decorrentes a exercício intenso ou piso inadequado, e até mesmo a
retenção de placenta, abortamento, metrite e doenças metabólicas (ALLEN et al.,1990;
BAXTER, 1994). 

DISCUSSÃO
O principal sintoma de laminite é a dor intensa, causada pela inflamação (Figura 1)
que ocorre na lâmina do casco. Também é possível observar que há o aumento da temperatura
na superfície do casco, aumento do pulso nas artérias próximas ao casco, animal alterando
com frequência a distribuição de peso nos membros, claudicação, resistência à locomoção,
tremores musculares, mucosas hiperêmicas, falta de apetite e ansiedade.

Figura1: Comparação de um casco normal com um casco com laminite.

   Fonte: www.revistahorse.com.br
O tratamento da laminite tem o objetivo de reduzir a dor e a inflamação, bem como
evitar a rotação de falange. O tratamento pode ser dividido em terapia de suporte e
medicamentosa. A terapia de suporte é muito importante e envolve o uso de ferraduras e
palmilhas especializadas, camas macias, crioterapia etc; já a terapia medicamentosa, é aquela
baseada na administração de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos (KANEPS, 2014;
PARKS, 2003). 
A laminite causa danos graves aos animais e seus proprietários, por isso é importante o
conhecimento das causas da doença para saber como prevenir e evitar maiores problemas. Em
cavalos atletas os danos podem ser ainda maiores pois pode causar o afastamento do animal
das pistas por um longo tempo ou aposentamento do mesmo. 

CONCLUSÃO
A laminite é uma doença que causa grandes perdas econômicas e de desempenho,
além da interferência no bem-estar do animal. Mesmo que muito recorrente, ainda há dúvidas
sobre a doença, o que torna o tratamento um desafio aos médicos veterinários. O
desconhecimento do fator desencadeante da laminite faz com que o tratamento continue sendo
realizado pela experiência de cada profissional. Apesar das diferenças existentes em torno da
fisiopatologia e tratamento da laminite, os clínicos e cientistas estão de acordo em que a
prevenção é o mais importante. Conscientizar os proprietários para a necessidade de manter
os seus animais com uma condição corporal adequada, manter os cascos em boas condições e
dar exercício adequado são importantes para a prevenção da laminite. Quando a prevenção
falha é muito importante a urgência no tratamento, não só porque se trata de uma patologia
que causa grande dor aos animais, mas também para minimizar as lesões das lâminas e assim
tentar melhorar um prognóstico geralmente pouco favorável.

REFERÊNCIAS
BAXTER, G. M. Acute laminitis. Veterinary Clinics of North America, v.3, p.627-42,
1994.

KANEPS, A. J., 2014. Diseases of the foot. Em: K. W. Hinchcliff, A. J. Kaneps & R. J. Geor,
edits. Equine Sports Medicine and Surgery, basic and clinical sciences of the equine athlete.
St. Louis: Elsevier Saunders, pp. 262-265.

PARKS, A., 2009. Acute and Chronic Laminitis – An overview. Proceedings of the
American Association of Equine Practitioners – Focus Meeting on the Foot, p. 132.

REIS, F. B. Laminite em equinos. Porto Alegre, SP. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, 2014.

ROSA, S. C. L. O desenvolvimento do Equus caballus e sua influência nas civilizações


antigas. 2013. x, 50 f., il. Monografia (Bacharelado em Medicina Veterinária)—Universidade
de Brasília, Brasília, 2013.

THOMASSIAN, A. et al. Patofisiologia e tratamento da pododermatite asséptica difusa


nos eqüinos - (Laminite eqüina). Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e
Zootecnia do CRMV-SP, v. 3, n. 2, p. 16-29, 1 jul. 2000.

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