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Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni

Medicina Veterinária - Turma: MED.VET2I

Disciplina: Bem-estar Animal – Professora: Joana Marchesini Palma

Resenha crítica – Três artigos relacionados ao bem-estar equino


Luciano Dupin Correa Reuter – DOCTUM - aluno.luciano.reuter@doctum.edu.br

ARTIGO 1: Importância das práticas de bem-estar na performance equina


https://doi.org/10.31533/pubvet.v16Sup1.a1313.1-4
PUBVET v.16, Supl. 1, a1313, p.1-4, 2022

O artigo aborda a interligação entre o bem-estar animal e o desempenho de cavalos atletas,


enfatizando a importância de garantir que os princípios do bem-estar sejam observados ao longo de
todo o processo de criação, treinamento e competição. O autor inicia ressaltando a relevância de
seguir os princípios das "cinco liberdades", que asseguram que os animais não passem por fome,
sede, dor, lesões, medo, estresse, desconforto e tenham a capacidade de expressar
comportamentos naturais.

A revisão do artigo destaca a diferença entre a vida natural dos equinos, que envolve pastagens
abertas e interações sociais, e o manejo dos cavalos atletas, que frequentemente são mantidos em
confinamento. Isso pode resultar em alterações no comportamento, dieta e torná-los mais propensos
a doenças. O autor enfatiza a importância de reconhecer os comportamentos anormais e
estereotipias como indicativos de práticas de manejo inadequadas.

A discussão aborda o estresse e seus impactos nos cavalos atletas, incluindo o desenvolvimento de
comportamentos anormais devido à frustração e estresse, o que pode prejudicar o desempenho. O
artigo também destaca a importância da avaliação metabólica e fisiológica para evitar fadiga e
treinamento excessivo, bem como a nutrição adequada e o manejo sanitário para manter a saúde
dos cavalos atletas.

O autor ressalta a relevância do casqueamento e ferrageamento adequados para prevenir lesões


nos membros dos cavalos atletas. Nas considerações finais, o artigo conclui que práticas de bem-
estar ao longo de toda a vida e treinamento dos equinos resultam em um melhor desempenho
atlético. Além disso, enfatiza que a responsabilidade de garantir o bem-estar não deve se limitar
apenas aos competidores e tratadores, mas também deve se estender a todos os envolvidos,
incluindo médicos veterinários e proprietários.

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Artigo 2: Bem-estar durante o transporte de equinos para competição


https://doi.org/10.31533/pubvet.v16Sup1.a1315.1-5
PUBVET v.16, Supl. 1, a1315, p.1-5, 2022

O artigo discute a evolução do entendimento sobre o bem-estar dos cavalos e sua aplicação no
transporte de cavalos atletas, com foco na minimização dos fatores estressantes durante o
transporte. O autor começa por definir o bem-estar animal (BEA) com base nas definições de Broom
& Johnson (1993) e Mellor et al. (2009), destacando a importância desse conceito, que considera o
estado físico e psicológico dos animais em relação ao ambiente em que vivem.

Além disso, o autor aborda as "Cinco Liberdades" do bem-estar animal, conforme definidas pelo
Comitê Brambell (1965). Essas liberdades incluem a ausência de fome e sede, medo e ansiedade,
desconforto, ferimentos, dor e doenças, bem como a liberdade para expressar comportamento
natural. No entanto, o autor argumenta que essas liberdades podem não ser completamente
aplicáveis a animais domésticos devido a diferenças fisiológicas, o que levou ao desenvolvimento
dos "cinco domínios do BEA" por Mellor & Reid (1994). Esses domínios englobam nutrição e
hidratação, ambiência, saúde e status funcional, comportamento e estado mental.

O foco principal do artigo recai sobre o transporte de cavalos atletas, no qual se destaca que o
transporte pode ser uma fonte de estresse para esses animais devido a diversos estressores
potenciais, como isolamento, contato com animais desconhecidos, exposição a patógenos, privação
de atividades normais, entre outros. O autor destaca a necessidade de estratégias que minimizem
o estresse durante o transporte e menciona a síndrome dos transportes, que pode resultar em
problemas de saúde como cólica, diarreia, pleuropneumonia e laminite.

O autor ressalta que a prevenção de situações negativas de BEA durante o transporte não deve se
limitar apenas ao embarque e desembarque, mas deve considerar uma variedade de agentes
estressores, como condições climáticas extremas, distância e duração da viagem, privação de
alimentos e água, entre outros. Além disso, enfatiza a importância da qualificação da mão-de-obra
envolvida no transporte, incluindo motoristas e tratadores, e destaca a necessidade de adotar
condutas baseadas em evidências científicas em vez de tradições.

O artigo conclui que, apesar da divulgação generalizada das boas práticas de transporte de cavalos,
ainda existem situações em que essas práticas não são adequadamente seguidas. O autor enfatiza
a importância de conhecimentos sobre fisiologia, ambiência, sanidade e agentes estressores no

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transporte de cavalos e ressalta que a aplicação dos princípios de BEA deve envolver todas as
pessoas envolvidas no processo, desde proprietários até motoristas e tratadores. Além disso, a
fiscalização por parte das autoridades pode desempenhar um papel crucial na melhoria do bem-
estar durante o transporte, evitando o uso de veículos inadequados. A maximização do bem-estar
durante o transporte, segundo o autor, pode resultar em uma experiência mais positiva para os
cavalos atletas e melhorar seu desempenho em competições.

Artigo 3: Bem-estar em equinos hospitalizados


https://doi.org/10.31533/pubvet.v16nsup1.a1312.1-5
PUBVET v.16, Supl. 1, a1312, p.1-5, 2022

O artigo "Bem-Estar em Equinos Hospitalizados" aborda de maneira abrangente e informativa a


importância do bem-estar animal em contextos hospitalares, focando especificamente nos equinos.
O texto inicia destacando a definição de bem-estar animal, ressaltando a necessidade de considerar
tanto as necessidades fisiológicas quanto as necessidades comportamentais dos animais,
reconhecendo que os equinos têm diferentes respostas aos estímulos externos devido às suas
personalidades distintas.

Uma abordagem relevante do artigo é a introdução do modelo das "cinco liberdades" ou "cinco
domínios" como uma estrutura para avaliar o bem-estar animal de maneira sistemática. O modelo
enfatiza a importância de maximizar o bem-estar positivo e minimizar os estados negativos, além de
proteger contra o sofrimento. Isso é considerado fundamental para melhorar os resultados das
intervenções clínicas e cirúrgicas e, consequentemente, a relação entre os médicos veterinários, os
pacientes equinos e os proprietários.

O texto discute questões práticas e importantes para a promoção do bem-estar dos equinos
hospitalizados, como a influência do ambiente físico, instalações e piquetes na redução do estresse.
Também destaca a necessidade de alimentação individualizada, particularmente relevante para a
privacidade dos cavalos durante a alimentação. Além disso, enfatiza a importância de avaliações
regulares do estado dos animais e a manutenção de instalações seguras.

O artigo também aborda a questão da restrição alimentar, necessária em algumas condições de


saúde, mas ressalta a importância de considerar o padrão de ingestão alimentar natural dos equinos

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e implementar protocolos nutricionais específicos de suporte. Além disso, aborda a dor e seu
controle, destacando a necessidade de reconhecimento e tratamento apropriados.

Um ponto crítico no artigo é a divergência na prescrição de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)


por diferentes médicos veterinários, o que destaca a necessidade de uma compreensão
aprofundada da farmacodinâmica e farmacocinética desses medicamentos para evitar possíveis
efeitos adversos.

A consideração final do artigo enfatiza a importância da implementação de medidas de bem-estar


animal em protocolos de atendimento e hospitalização de equinos. Clínicas e hospitais veterinários
são incentivados a desenvolver programas específicos para garantir o bem-estar de seus pacientes,
levando em consideração como as abordagens terapêuticas adotadas afetam o bem-estar dos
animais.

Contudo, o artigo oferece uma análise abrangente e informativa sobre o bem-estar de equinos
hospitalizados, destacando aspectos críticos e práticos que os profissionais da medicina veterinária
devem considerar para garantir o tratamento ético e compassivo de seus pacientes equinos. A
estrutura do artigo e a apresentação de informações são claras e bem organizadas, tornando-o uma
valiosa contribuição para a comunidade veterinária que lida com equinos.

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