Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARIQUEMES - RO
2017
Krislen Mendonça Piola
Ariquemes-RO
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca Júlio Bordignon – FAEMA
P6621l PIOLA, Krislen Mendonça.
42 p.; il.
CDD: 150.
Bibliotecário Responsável
EDSON RODRIGUES CAVALCANTE
CRB 677/11
Krislen Mendonça Piola
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________
Orientadora Profª. Ms. Carla Patrícia Rambo Matheus.
FAEMA – Faculdade de Educação e Meio Ambiente
__________________________________________
Profª. Ms. Eliane Alves Almeida Azevedo.
FAEMA – Faculdade de Educação e Meio Ambiente
__________________________________________
Esp. Kize de Oliveira Silva
FAEMA – Faculdade de Educação e Meio Ambiente
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 14
4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 15
4.1 ENTENDENDO A HIPERATIVIDADE ................................................................ 15
4.1.1 Sintomas da Hiperatividade .......................................................................... 16
4.2 ALGUMAS MANEIRAS DE DIAGNOSTICAR A HIPERATIVIDADE ................. 18
4.3 PSICOLOGIA E A LUDOTERAPIA .................................................................... 21
4.4 PSICOTERAPIA E AS CONTRIBUIÇÕES DA LUDOTERAPIA NO
TRATAMENTO DO TDAH ........................................................................................ 23
4.5 LUDOTERAPIA E AS INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS DA TEORIA
HUMANISTA ............................................................................................................. 26
4.5.1 Princípios da Ludoterapia Centrada na Criança .......................................... 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 34
REFERENCIAS ......................................................................................................... 36
ANEXOS ................................................................................................................... 41
11
INTRODUÇÃO
O interesse pelo tema surgiu no ano de dois mil e quinze (2015), através da
disciplina de Estágio Básico Institucional, com ênfase em Psicologia Social. Durante
a disciplina, foi realizado um período de estágio em uma escola do município de
Ariquemes. O projeto inicial dessa prática realizada, era o de solicitar à escola que
selecionasse um grupo de crianças que apresentassem características semelhantes
ou condizentes ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), tendo
essas crianças um laudo comprovado ou não.
A coordenação da escola selecionou um grupo de oito crianças que ao longo
da prática, foi-se percebendo, analisando que nem todas essas apresentavam de
fato características do TDAH, e apesar da escola ter previamente essa visão sem
uma análise mais aprofundada do perfil de cada aluno, com os encontros semanais
realizados com as crianças nesse estágio, ficou claro que o que faltava para
algumas crianças era um ensino e uma atenção diferenciada, pois algumas
apresentavam sim certas dificuldades ou limitações, mas não necessariamente
havia a presença do TDAH. A partir de então, verifica-se a urgência de pesquisas
mais aprofundadas a propósito do que verdadeiramente consiste o TDAH e uma de
suas vias de tratamento: a ludoterapia.
O TDAH é, basicamente, de cunho neurológico, em que suas características
são a desatenção/falta de concentração, agitação (hiperatividade) e impulsividade.
Estas características tendem a levar o indivíduo a ter dificuldades emocionais, de
relacionamento, transcorrendo daí baixos níveis de autoestima, além da dificuldade
de relacionamento, face às reais dificuldades no meio social. (BARKLEY, 2002).
Destacando que enfatizado em comportamentos negativos, em detrimento
de uma investigação equilibrada, acentua o risco de um conhecimento prejudicial
desconsiderando a consequência ou a ausência, bem como as diferenças
socioculturais. Neste contexto, ter um diagnóstico, que feito precocemente facilita o
trato e o convívio, agindo assim em favor da criança e em benefício do seu
desenvolvimento. (BARROS, 2002).
É ao psicólogo que cabe uma intervenção ampla e consistente no processo
de desenvolvimento dos seus pacientes, quer seja uma criança ou adulto, em suas
distintas grandezas, incluindo-se as afetivas, cognitivas, orgânica e psicossocial. Em
12
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
4 REVISÃO DE LITERATURA
HIPERATIVIDADE IMPULSIVIDADE
professores, sendo que essa questão não está diretamente ligada às efetivas
capacidades da criança. (MARZOCHI, 2004).
“Ou melhor, é necessário precisar que as crianças com Hiperatividade são
tão inteligentes como as outras, nem mais nem menos. Não são superdotadas
intelectualmente como já se acreditou, erroneamente [...]”. Logo, o diagnóstico
precoce e a correta intervenção irão favorecer tanto no tratamento quanto na
compreensão das atitudes comportamentais da criança estabelecendo uma relação
de cumplicidade e entendimento entre pais, filhos e professores. (MARZOCCHI,
2004, p. 27).
Se a escola da criança, por ventura acreditar que a criança apresenta
alguma dificuldade ou problema, a família pode precisar consultar um especialista de
uma clínica privada observando o que diz Andrade (2000, p. 30) “[...] o diagnostico
clinico deve ser feito com base no histórico da criança [...]. É preciso que a escola e
os pais tenham uma noção de que tipos de especialistas devem recorrer [...]”. E
pensando nesta dificuldade encontrada pelos pais e professores, o Quadro 2 a
seguir apresenta os profissionais que podem diagnosticar o transtorno.
amenizar o trauma psicológico que por ventura esteja enraizado na criança. (MELO;
VALLE, 2008).
Logo, a ludoterapia mostra-se como um mecanismo ideal para a criança dar
vazão aos sentimentos mobilizados pela forma que é tratada, além de ajudá-la em
seu processo de desenvolvimento. Os jogos e brincadeiras e as atividades lúdicas
como terapia, igualmente admite que a humanização sempre esteja presente,
embora seja direcionada para adultos ou crianças, constitui tudo àquilo que é
imprescindível para tornar o profissional da psicologia adequado à pessoa humana e
aos seus direitos. (AXLINE, 1982).
Na medida em que se adiciona a brincadeira ou jogos é importante deixar a
criança iniciar o jogo, mas, quando possível fazer incursões na confiança e permitir
que a criança com TDAH sinta altos e baixos de emoção, o psicólogo deve participar
do jogo e aceitar que ele tenha um alto nível de atividade. Não raro, alguns
profissionais começaram a ver o TDAH como um transtorno social. Assim, um jogo
ativo permite que as crianças criem competição e se revezem, fotografem e
trabalhem seu déficit social em um ambiente seguro e confiante. Isso significa que a
ludoterapia tem que ser centrada na criança. (AXLINE, 1998).
A maioria das crianças com idade inferior a dez anos, ao utilizarem
atividades lúdicas, sobretudo por meio de jogos e brincadeiras se comunica
naturalmente através do mesmo. As crianças geralmente não respondem às
interações verbais e não verbais com os adultos, mas, na ludoterapia centrada na
criança, os adultos respondem à escolha de jogo delas para ajudar que seja
compreendida a comunicação, buscando sensibilizá-las para o comportamento e as
emoções, trazendo um significado maior para o jogo. (SMENYAK, 2013).
As crianças com esse acometimento geralmente apresentam uma baixa
autoestima, sentem-se desmoralizadas, assim o psicólogo a partir de uma visão
sistêmica pode orientar a criança, seu professor e, sobretudo a família para obter um
melhor resultado reabilitador; o psicoterapeuta possui conhecimentos imperativos a
uma verdadeira reabilitação e, por isso se faz qualificado para o desenvolvimento de
um programa eficaz de reabilitação e minimização dos piores efeitos que a
hiperatividade pode causar. A psicoterapia se apresenta como um método bastante
eficaz na reversão dos sintomas do TDAH. (ROCHA, 2013).
Um aspecto de fundamental importância do processo psicoterapêutico é o
acompanhamento da criança, de sua família e de seus professores. A psicoterapia é
23
que acredita que o psicoterapeuta atue da mesma maneira que os demais adultos. É
por isso que os psicoterapeutas antes de iniciar os jogos ou brincadeiras devem
lançar mão de um rapport3, ou seja, de uma forma transparente e a criança entenda
que ela pode usufruir dos brinquedos e materiais disponíveis de maneira livre,
através da observação é possível conhecer melhor a criança e, assim entender as
suas principais dificuldades para uma ajuda mais especifica posteriormente, tudo
isso no espaço de tempo determinado e no local, quer seja no consultório ou uma
sala preparada para tal. (SCHMIDT; NUNES, 2014).
Neste contexto, o psicólogo deve desempenhar um papel de ser o mais
passivo4 possível, pois ele deve funcionar a princípio como um mero observador, e
ser ativo no momento em que sua atitude de atenção e abertura permite-lhe ter uma
compreensão mais apurada do cliente. Essa passividade em um primeiro momento
é essencial, pois de acordo com o entendimento de vários autores, as crianças,
especialmente as que possuem TDAH, convivem com um mundo de fantasias, os
adultos, mormente não a compreendem e não raro, elas ficam mais distantes e
alheias ao que acontece à sua volta. (EFRON et al., 2001; LIMA, 2006).
Em virtude disso as crianças estabelecem com os adultos uma relação de
intimidade, porém delicado, sendo indispensável compreender o que se passa em
seu interior. “Muitas pessoas tentam explorar a sua personalidade e, assim ela
defende a sua identidade. Mantém-se de lado, divertindo-se com coisas que para ela
são muito mais interessantes e importantes”. (AXLINE, 1988, p. 35).
Contudo, para vencer essa barreira criada, apenas terá possibilidade na
medida em que a criança tiver liberdade para brincar, tendo em vista que é através
da brincadeira que ela será ingressada ao mundo real, e assim, pode conhecê-lo.
Logo, é desse modo, através do “faz de conta”, ela pode vivenciar o afeto, a
interatividade com as pessoas, os seus conflitos, entender as regras e decidir como
vai brincar. (BENCZIK, 2000).
Sendo assim, a Ludoterapia constitui um ambiente onde a criança sinta-se
motivada “a ser criativa mantendo seu próprio jogo mesmo com um mínimo de
verbalização ou interpretação do terapeuta. Brincar facilita o desenvolvimento”
(GRUNSPUN, 1997, p. 21). A livre expressão possibilita instrumentos para que a
3 Rapport: se resume em um conceito decorrente da psicologia que diz respeito a uma técnica de
criar um elo de empatia com outra pessoa.
4 Passivo no texto significa que o psicoterapeuta deve ser um observador para ganhar a confiança da
criança sinta-se desvencilhada daquilo que lhe causa dor e sofrimento, ao mesmo
tempo em que constitui, pelo meio da ação, descarregar a tensão.
Logo, o brinquedo ou o brincar traz em seu cerne possibilidades de implantar
múltiplos aspectos terapêuticos ao tratamento da criança com TDAH, dentre eles é
possível demonstrar: “a descarga de energia, a preparação para a vida, a realização
pelo prazer, a atividade criadora, a estabilidade emocional, a repetição de situações
agradáveis e também a elaboração de traumas”. (CASTRO, 2009, p. 82).
Por reconhecer que a criança utiliza aspectos do seu dia-a-dia para se
comunicar, a ludoterapia criou maneiras de aproveitar os momentos prazerosos e
fundamentais deste jogo no universo infantil. Supõe-se que o infante é compelido a
colocar para fora os seus medos, aflições e problemas, desde que lhes seja
oferecida uma oportunidade para que isso aconteça. (GRUNSPUN, 1997). Neste
quesito, ocupam o lugar das associações verbais, visto que, “as crianças
representam e elaboram normalmente seus conflitos nos jogos de eleição e
invenção próprias” (CASTRO, 2009, p. 97).
É possível dizer que, o processo terapêutico é a intenção dinâmica de todos
os aspectos fenomenológicos envolvendo os procedimentos da psicoterapia, dos
quais abrangem todas as demonstrações explícitas ou implícitas dos sentimentos,
pensamentos e ações sobrevindas durante um período. O intercâmbio pode
acontecer, “antes da terapia atual se iniciar (o diagnóstico que precede a terapia já
é interação, (grifo nosso)) e finalidade do tratamento é de que o processo
terapêutico continue, mesmo após a última sessão de terapia se realizar”.
(GRUNSPUN, 1997, p. 3).
A questão precedente ao diagnóstico como mencionado já existe a
interação, isso contribui para o desenvolvimento do processo terapêutico, pois
existem pelo menos três importantes conquistas na primeira fase da psicoterapia,
são elas: 1) A criança atinge um estágio de bem-estar que a permite ser produtiva
nas sessões; 2) A criança e o psicoterapeuta alcançam um elo no trabalho ou
aliança terapêutica; 3) O infante e o terapeuta passam a compartilhar formas de
conceber seus estados interiores com palavras, representações e símbolos.
(DUARTE, 2009).
Se na primeira fase já acontece à interação, se faz importante que seja
proporcionado às crianças com TDAH diferentes situações de aprendizagem,
26
5 Psicologia Positiva: é um termo abrangente englobando o estudo dos aspectos saudáveis do viver.
Ela não trabalha em cima dos problemas das pessoas e como remediá-los, ao contrário busca
compreender a ciência e a anatomia da felicidade, das experiências positivas, do otimismo e do
altruísmo, em que em sua visão a saúde psicológica é muito mais do que a ausência de sintomas.
Uma peculiaridade central dessa Psicologia está no fato de que todas suas aplicações são testadas e
informadas empiricamente. (SELIGMAM, 2016).
29
6 Rapport: Originada da terminologia francesa rapporter que significa "trazer de volta". Bastante
utilizada na Psicologia constitui de um método usado para criar um elo de harmonia, sintonia e
empatia com outra pessoa.
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AVIZ, Adilson J. de [et al]. Relatório de Clínica Infantil: discussão teórica do caso
Nicolas On. Joinville, 2008. Dispo nível em: <http://newpsi.bvs-
psi.org.br/tcc/AdilsonAviz.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2017.
CASTRO, Maria G. K. Psicoterapia de grupo com crianças mediadas por contos. In:
CASTRO, Maria G., STURMER, Anie. Crianças e adolescentes em psicoterapia.
Porto Alegre: Artmed, 2009.
Du PAUL, George J; STONER, Gary. TDAH nas Escolas. São Paulo: M. Books do
Brasil, 2007.
EFRON, Ana. M. [et al]. A hora do jogo diagnóstica. In: OCAMPO, M. L. O processo
psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Editora Martins Fontes,
2001.
GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 8 ed. São Paulo: Atlas,
2010.
ROGERS, Carl R. Terapia Centrada no Cliente. Martins Fontes, São Paulo, 1992.
SAITO, Bruna Guesa. O TDAH no ambiente escolar. São Paulo, 2009. Disponível
em: <http://www.crda.com.br/tccdoc/78.pdf>. Acesso em: 28 out. 2015.
39
SCHMIDT, Marília B.; NUNES, Maria Lúcia T. O Brincar como Método Terapêutico
na Prática Psicanalítica: Uma Revisão Teórica. Revista de Psicologia da IMED,
Jan.-Jun, 2014, v. 6, n. 1, p. 18-24. Disponível em:
<https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5154961.pdf>. Acesso em: 25 nov.
2016.
ANEXOS
41