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Guarulhos-SP
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E SAÚDE NA
INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA
Guarulhos-SP
2011
Shimizu, Vitoria Tiemi
______________________________________
Prof Dr
Instituição
______________________________________
Prof Dr
Instituição
______________________________________
Prof Dr
Instituição
DEDICATÓRIA
À Dra. Mônica Carolina Miranda pela confiança, investimento e cada desafio proposto. Por
sua importância em meu crescimento e por todo aprendizado deste convívio. Meu sincero
carinho e gratidão.
Ao Dr. Erasmo Barbante Casella e Dra. Carla Cilene Baptista da Silva, pelas contribuições e
sugestões durante o exame de qualificação.
Ao Gilson, por viver, dividir e significar comigo este e tantos outros momentos... Ainda, por
multiplicar seu pouco tempo para as minhas análises estatísticas.
Aos meus pais, Shigeru e Thereza, por semearem tanto em mim (nós)... inclusive o prazer
pelo aprender, não medindo esforços nesse sentido.
À Midori, irmã e companheira, por me conhecer tão bem e fazer parte do que eu sou. Aos
meus irmãos Tina e Julio, por todo apoio e serem exemplos de empenho e dedicação.
A todos os amigos e familiares, principalmente à Cris e Liriam, por serem mais do que
especiais...
À Martinha, pela amizade construída nesse mestrado. Pela profundidade e leveza das trocas e
dos encontros (alegria!)... À Zilma, Juliana e Elizane pelos momentos juntas...
A todos os pais, crianças e escolas que participaram deste trabalho, contribuindo para a
realização desta pesquisa.
Ao grupo Centro Paulista de Neuropsicologia (NANI – Núcleo de Atendimento
Neuropsicológico Interdisciplinar) e profissionais, por todo aprendizado, amizade e
contribuição neste processo.
Tabela 10. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores dos Fatores
do Perfil Sensorial .......................................................................................................... 48
Tabela 11. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores dos Padrões
do Perfil Sensorial .......................................................................................................... 49
PS – Processamento Sensorial
SP – Sensory Profile
TA – Transtorno de Ansiedade
TC – Transtorno de Conduta
TT – Transtorno de Tique
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1
1.1 Aspectos Preliminares ........................................................................................ 1
1.2 TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade ......................... 3
1.2.1 Definições e Critérios Diagnósticos .................................................................. 3
1.2.2 Histórico............................................................................................................. 5
1.2.3 Prevalência ......................................................................................................... 7
1.2.4 Etiologia ............................................................................................................. 8
1.2.5 Comorbidades no TDAH .................................................................................. 11
1.2.6 Diagnóstico do TDAH ...................................................................................... 13
1.3 Processamento Sensorial/Teoria de Integração Sensorial ............................. 16
1.3.1 Definição e Teoria ............................................................................................ 16
1.3.2 Bases Neurobiológicas do Processamento Sensorial e da Aprendizagem ........ 18
1.3.3 Sistemas Sensoriais e o Desenvolvimento do Processamento Sensorial .......... 20
1.4 Transtorno do Processamento Sensorial ................................................. 24
1.4.1 Definição e Nosologia ...................................................................................... 24
1.4.2 Sensory Profile (Perfil Sensorial) ..................................................................... 28
1.4.3 Transtorno do Processamento Sensorial e TDAH ............................................ 31
2. OBJETIVOS .......................................................................................... 35
2.1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 35
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 35
3. METODOLOGIA ................................................................................. 36
3.1 Casuística ............................................................................................................ 36
3.2 Instrumento ........................................................................................................ 39
3.3 Procedimentos .................................................................................................... 41
3.4 Análise dos Dados .............................................................................................. 42
4. RESULTADOS ...................................................................................... 44
4.1 Caracterização da Amostra .............................................................................. 44
4.2 Análise dos Dados do Sensory Profile .............................................................. 46
5. DISCUSSÃO .......................................................................................... 55
5.1 Limitações do Estudo ......................................................................................... 64
6. CONCLUSÃO ....................................................................................... 65
8. ANEXOS ................................................................................................ 78
1
1. INTRODUÇÃO
Com alta prevalência entre a população mundial e com um quadro clínico bastante
heterogêneo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) representa
elevado risco de comprometimentos comportamentais em diversas áreas do funcionamento
adaptativo, como dificuldades nos relacionamentos sociais e familiares, no ajustamento
motor, psicossocial, além de prejuízos no desempenho acadêmico e na aprendizagem
(ASSEF; CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007; RIZZUTTI et al., 2008).
A aprendizagem, compreendida como um processo complexo e dinâmico, é
estruturada a partir de um ato motor e perceptivo que, elaborado corticalmente, dá origem à
cognição (GUARDIOLA; FERREIRA; ROTTA, 1998). A informação inicialmente captada
do ambiente passa por um contínuo processamento, envolvendo sucessíveis níveis de
complexidade e elaboração, desde a captação das características sensoriais, a interpretação do
significado, à emissão da resposta (CIASCA, 2006).
Nesta perspectiva, a aprendizagem depende da integridade do Processamento
Sensorial (PS), ou seja, da habilidade do indivíduo em receber as informações sensoriais do
ambiente e dos movimentos do seu corpo, de processar e integrar as diferentes modalidades
sensoriais no Sistema Nervoso Central (SNC) e utilizá-las para planejar e organizar respostas
adaptativas adequadas. Na presença de um Transtorno do Processamento Sensorial (TPS),
ocorre um déficit no planejamento e produção do comportamento ou movimento, podendo
desencadear comprometimentos no desempenho motor e nas habilidades funcionais, bem
como dificuldades da criança em se organizar, manter a atenção, além de dificuldades na
aprendizagem escolar (CEMARK, 1988; MILLER et al., 2007).
Alguns estudos internacionais evidenciam que crianças com TDAH podem apresentar
dificuldades gerais no Processamento Sensorial principalmente em relação à Modulação
Sensorial (MANGEOT et al., 2001; YOCHMAN; PARUSH; ORNOY, 2004; DUNN;
BENNETT, 2002), relacionada à capacidade de regular e organizar o grau, intensidade e a
natureza das respostas diante do estímulo sensorial (LANE; MILLER; HANFT, 2000),
apresentando comportamentos de hiperresponsividade ou hiporresponsividade.
Diante dos diversos sintomas associados ao TDAH, faz-se necessário um maior
conhecimento acerca de todas as áreas do desenvolvimento da criança, não apenas em relação
2
ao desenvolvimento de habilidades como atenção e função executiva, como tem sido o foco
das pesquisas em neuropsicologia atuais, mas também uma maior consideração sobre a
importância do desenvolvimento sensório-motor sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo,
assim como a recíproca interação entre essas dimensões. Dessa forma, são poucos os estudos
que abordam o desenvolvimento sensório-motor e o TDAH, sendo ainda mais escassos os
estudos específicos sobre o Processamento Sensorial e sua possível relação com os sintomas
comportamentais desse transtorno.
Assim, o presente estudo tem como objetivo principal analisar o perfil das habilidades
do Processamento Sensorial em crianças com TDAH em fase escolar. O tema escolhido
justifica-se pela necessidade de mais estudos acerca da relação entre o TDAH e o
Processamento Sensorial, além da necessidade de maior conhecimento e repertório sobre o
assunto, de maneira a contribuir para melhorias na qualidade de vida e na implantação de
medidas, sejam elas de natureza preventiva, curativa ou de suporte.
3
1.2.2 Histórico
posteriormente para “Disfunção Cerebral Mínima” nas décadas de 1950 e 1960 (BARKLEY,
2008).
Por ser considerado abrangente demais, de pouco ou nenhum valor prescritivo e sem
evidências neurológicas, o termo “Disfunção Cerebral Mínima” passou a não ser mais aceito,
sendo introduzida a denominação “Síndrome da Criança Hiperativa”, expressando a mudança
de ênfase para a hiperatividade, sintoma comportamental considerado mais característico do
transtorno (BARKLEY, 2008; SPENCER; BIEDERMAN; MICK, 2007).
Em 1968, o transtorno passou a ser chamado de “Reação Hipercinética da Infância”,
conforme a segunda edição do o Diagnóstic and Statistical Manual of Mental Disorders -
DSM-II, sendo designada como “Síndrome Hipercinética” pela Classificação Internacional de
Doenças - Nona Edição - CID-9 (SPENCER; BIEDERMAN; MICK, 2007).
Com o DSM-III (APA-1980) mudanças significativas em relação ao transtorno
passaram a ser consideradas. O termo é modificado para “Transtorno de Déficit de Atenção”
com ou sem hiperatividade, expressando maior ênfase em torno da desatenção e
impulsividade como aspectos definidores do transtorno. Destacam-se ainda, a criação de listas
de sintomas muito mais específicas, pontos de corte, diretrizes para início e duração de
sintomas e a exclusão de outras condições psiquiátricas da infância como explicação para o
transtorno (BARKLEY, 2008).
Na edição do DSM-III-R de 1987, o termo foi alterado para “Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade”, no qual dentre as alterações apresentadas, o TDA sem
hiperatividade deixa de ser considerado como um subtipo, passando para uma categoria vaga,
o TDA indiferenciado (BARKLEY, 2008).
Com o DSM-IV (APA, 1994), o termo passa a ser “Transtorno do Déficit de Atenção/
Hiperatividade”, havendo a introdução dos subtipos, inclusive a forma puramente desatenta
do TDAH; critérios diagnósticos passam a exigir uma maior evidência da globalidade dos
sintomas entre os ambientes, além da presença de comprometimento em um importante
domínio do funcionamento da vida (casa, escola, trabalho). Conforme a atual edição revisada
DSM-IV-TR (APA, 2002), a denominação do transtorno se mantém em “Transtorno do
Déficit de Atenção/ Hiperatividade”
7
1.2.3 Prevalência
1.2.4 Etiologia
regiões cerebrais como o córtex pré-frontal inferior, ventromedial e dorsolateral, giro anterior
do cíngulo, gânglios da base, córtex temporoparietal e cerebelo (BUSH et al., 2008; RUBIA,
2010). Outros autores ainda relatam associações entre o TDAH e outras regiões cerebrais
como amígdala, hipotálamo e hipocampo (KONESKI; CASELLA, 2010; RUBIA, 2010).
Nesse sentido, os estudos propõem que os distúrbios em regiões pré-frontais
expliquem as alterações nas funções executivas como planejamento, organização e memória
operacional, além dos sintomas de desatenção (DIAMOND, 2005; SPENCER;
BIEDERMAN; MICK, 2007). Já os sintomas de impulsividade e hiperatividade poderiam ser
explicados pelo comprometimento de estruturas dos circuitos subcorticais como o núcleo
estriado (núcleo caudado e putâmen) e globus palidus, responsáveis pelo controle motor,
funções executivas, comportamento inibitório e modulação do circuito das respostas que
permitem a regulação do comportamento pelo córtex (SPENCER; BIEDERMAN; MICK,
2007).
Segundo Diamond (2005) há evidências de que o TDAH do subtipo
hiperativo/impulsivo apresente um comprometimento primário no núcleo estriado, assim
como alterações no circuito fronto-estriatal, explicando a hiperatividade através do déficit do
controle inibitório, principalmente em relação à inibição motora. Por outro lado, os indivíduos
do subtipo desatento apresentariam um comprometimento primário em regiões do córtex pré-
frontal, no circuito fronto-parietal, relacionado às funções executivas e à memória
operacional.
O papel do giro anterior do cíngulo estaria relacionado fundamentalmente à cognição,
atenção, detecção de alvos, controle motor (seleção da resposta e inibição) e detecção de erros
(MAKRIS et al., 2010), além da regulação emocional e motivacional, funções também
associadas às regiões do córtex frontal, amígdala, hipocampo e ao hipotálamo (RUBIA,
2010).
Já o envolvimento do cerebelo na fisiopatologia do TDAH seria explicado pela sua
significativa contribuição nas funções cognitivas e funções afetivas, incluindo o
processamento temporal das informações, sustentação da atenção, memória operacional
verbal, aprendizagem, função executiva e regulação emocional (MACKIE et al., 2007).
Existem ainda teorias sobre o desenvolvimento cortical em crianças com TDAH que
demonstram um atraso maturacional no desenvolvimento do cérebro, verificado com mais
proeminência em região pré-frontal, áreas importantes para o controle dos processos
cognitivos que incluem a atenção e planejamento motor (MACKIE et al., 2007;
STEINHAUSEN, 2009).
11
Vários fatores biológicos e ambientais têm sido propostos como fatores de risco para o
TDAH, incluindo a exposição fetal ao álcool, tabagismo materno durante a gestação, baixo
peso do recém nascido, bem como a contaminação com chumbo (CURATOLO et al., 2009).
A exposição pré-natal ao álcool além de ser fator predisponente de anormalidades
estruturais no cerebelo, atua também no desencadeamento da hiperatividade, do
comportamento disruptivo e impulsivo. Estudos recentes demonstram os efeitos dos vários
genes (DRD4 e DAT1) quando expostos às substâncias no período pré-natal nos subtipos de
TDAH, como o tabagismo durante a gestação pode estar associado ao TDAH tipo combinado
em crianças geneticamente suscetíveis (NEUMAN et al., 2009). Além disso, autores
verificaram que receptores de nicotina modulam a atividade dopaminérgica, e esta interrupção
dopaminérgica pode estar envolvida com a fisiopatologia do TDAH (CURATOLO et al.,
2009).
Pesquisas verificaram que o baixo peso foi considerado três vezes mais comuns em
crianças com TDAH do que nos grupos controle (MICK et al., 2002), e ainda, que a carga
corporal elevada de chumbo nos 2 a 3 primeiros anos de vida pode estar associada ao TDAH
(BARKLEY, 2008).
A informação prossegue das áreas terciárias para o córtex pré-frontal, sendo então
elaborado um movimento ou um comportamento. O movimento ocorre a partir de uma
intenção, um planejamento elucidado no córtex pré-frontal, passando para a área pré-motora,
responsável por organizar a sequência motora. Posteriormente é projetada até a área motora
primária, que enviará impulsos via medula até os músculos responsáveis pela execução do
movimento (ROMANELLI, 2003).
Dessa forma, a partir do Processamento Sensorial as informações recebidas dos
sistemas sensoriais são registradas, moduladas e discriminadas, produzindo comportamentos
adaptativos em resposta ao ambiente (AYRES, 1972).
Anterior à construção de conceitos, aos pensamentos e às idéias sobre o mundo, o
interesse da criança está em senti-lo, manipulá-lo e mover-se nele, indicando que ao invés de
conceituais, suas respostas são inicialmente motoras. Neste processo contínuo de
desenvolvimento as respostas adaptativas emocionais, cognitivas e sociais tendem a se
sobrepor às motoras, sendo as funções sensório-motoras denominadas como bases do
desenvolvimento cognitivo (FONSECA, 2008 a).
Em seus estudos sobre o desenvolvimento infantil, Ayres (1972) deu maior ênfase aos
sistemas tátil, proprioceptivo e vestibular, por serem considerados sistemas sensoriais mais
primitivos e primários, dominantes nas interações iniciais da vida da criança, além de serem
dimensões ignoradas pelas áreas clínica e escolar interessadas pelo desenvolvimento infantil
(PARHAM; MAILLOUX, 2005).
AYRES (1972) enfatizou o papel dos estímulos vestibular, tátil e proprioceptivo,
considerando sua importância para o desenvolvimento do controle postural, esquema
corporal, relacionamento social, coordenação, estabilidade emocional, linguagem, dentre
outros. Como produtos finais desse processamento destacam-se: a atenção, o pensamento, a
memória, a especialização dos hemisférios e outros aspectos que favorecem a aprendizagem.
O sistema vestibular apresenta seus receptores localizados no labirinto, órgão da
orelha interna que são estimulados de acordo com a posição da cabeça em relação à gravidade
e ao espaço (PARHAM; MAILLOUX, 2005). Este sistema influencia: o movimento da
criança; o equilíbrio; o tônus muscular; o sistema ativador reticular, alterando os estados de
21
Aprendizagem
Cognição
Percepção
Mecanismos posturais
Informações sensório-motoras
Figura 1. Modelo de Desenvolvimento do Processamento Sensorial (AYRES, 1972; modificado de MOMO; SILVESTRE;
GRACIANI, 2008)
24
- Hiperresponsiva
-Hiporresponsiva - Diversos sistemas sensoriais - Distúrbio Postural
- Busca Sensorial -Dispraxias
Magalhães (2007) refere que muitos dos sinais motores descritos por Ayres (1972)
apresentados em crianças com TPS, enquadram-se dentro dos critérios do Transtorno no
Desenvolvimento da Coordenação e por sua vez, crianças com TDC podem apresentar
disfunções sensoriais, como, por exemplo, o medo excessivo do movimento. Porém, embora
os transtornos motores descritos por Ayres (1972) caracterizem subtipos de TDC, não há
consenso sobre a relação entre TPS e o TDC, verificado nas publicações recentes a respeito da
teoria de Integração Sensorial, que evitam usar o termo TDC (MAGALHÃES, 2007).
Como componentes de execução do Processamento Sensorial, a Modulação é
essencial para a manutenção do nível adequado de alerta, de atenção e de atividade do
indivíduo às demandas do ambiente, evitando que o mesmo se distraia com os inputs
irrelevantes; a Discriminação é essencial para o desenvolvimento das habilidades funcionais,
incluindo os ajustes posturais e de tônus, planejamento sequencial das ações e habilidades nas
funções motoras; e a Práxis é fundamental para a interação do indivíduo com o meio e com os
pares, uma vez que está relacionada à capacidade de organizar, planejar e executar as ações
(SPITZER; ROLEY, 2001).
A avaliação do TPS pode ser realizada por meio de questionários para crianças e seus
cuidadores, através dos testes normatizados das habilidades do Processamento Sensorial,
assim como pelas observações clínicas (COSBEY; JOHNSTON; DUNN, 2010).
Dentre os testes normatizados mais utilizados para a identificação de TPS em crianças
em idade escolar encontram-se:
27
Tabela 1. Padrões de Resposta resultantes da relação entre Limiar Neurológico e Respostas Comportamentais
Segundo DUNN (2007) cada pessoa apresenta um limiar individual para perceber e
responder aos eventos sensoriais do dia-a-dia, no qual para cada tipo de modalidade sensorial
os limiares neurológicos podem ser diferentes. Da mesma forma, ao considerar as diversas
modalidades sensoriais, deve-se compreender que nenhum indivíduo apresenta apenas um
padrão de Processamento Sensorial para todos os sistemas, implicando dizer que uma pessoa
pode ser ao mesmo tempo, hiperresponsiva para uma modalidade sensorial e hiporresponsiva
para outra.
Dessa forma, o Perfil Sensorial é um questionário aplicado aos pais/cuidadores
contendo 125 itens, divididas nas seguintes categorias com as respectivas Seções: a)
Processamento Sensorial: auditivo, visual, vestibular, tátil, multissensorial, sensorial oral; b)
Modulação Sensorial: relacionado à tolerância e tônus, relacionado à posição do corpo e
movimento, modulação do movimento afetando nível de alerta, modulação sensorial afetando
respostas emocionais, modulação do estímulo visual afetando resposta emocional e nível de
atividade; c) Respostas Emocionais e Comportamentais: respostas comportamentais e
emocionais, resultados comportamentais do processamento sensorial, itens indicando limiares
de respostas.
Pela combinação de determinados itens de diferentes Seções são estabelecidos 9
Fatores : 1) Procura Sensorial, 2) Reatividade Emocional, 3) Baixa Resistência/Tônus, 4)
Sensibilidade Sensorial Oral, 5) Inatenção/ Distrabilidade, 6) Mau Registro, 7) Sensibilidade
Sensorial, 8) Sedentário, 9) Percepção/ Motor Fino.
Além disso, outra classificação possível refere-se aos 4 Padrões de Resposta descritos
acima (Tabela1), na qual serão identificados como: Pobre Registro; Procura Sensorial;
Sensibilidade ao Estímulo; e Evita Sensação.
Estudos têm utilizado o Perfil Sensorial para verificar: as relações entre desempenho
motor e as habilidades do PS (WHITE et al., 2007); assim como os efeitos do tratamento
31
Estudos e a experiência clínica têm constatado que crianças com TDAH podem ser
acometidas por alterações gerais no Processamento Sensorial, principalmente em relação ao
Transtorno de Modulação Sensorial (YOCHMAN; PARUSH; ORNOY, 2004). Segundo
Dunn e Bennett (2002), crianças com TDAH podem não receber e nem processar
adequadamente as informações sensoriais, apresentando, consequentemente, dificuldades em
gerar respostas apropriadas em casa, na escola e na comunidade.
Além dos problemas de atenção, impulsividade e hiperatividade, as crianças com
TDAH podem ainda apresentar dificuldades relacionadas aos aspectos motores como uma
pobre coordenação motora e de equilíbrio, pobre habilidade visuo-motora, dificuldades no
planejamento motor (MULLIGAN et al., 1996), assim como maior nível de atividade, menor
adaptabilidade, e menor limiar para os estímulos sensoriais na infância (CHEUNG; SIU,
2009). Tais condições, embora pouco investigadas na literatura científica, podem estar
relacionadas ao Transtorno do Processamento Sensorial, uma vez que este pode afetar o
desempenho motor, funcional, bem como comportamental da criança, incluindo sua
32
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
3.1 Casuística
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
1. Nível Intelectual Weschsler Children Intelligence Scale abreviada - WISC-III (Wechsler, 2002)
2. Comportamento Escala de Avaliação do Comportamento Infantil para o Professor -EACI-P (Brito, 1999)
4. Funções Visuo- construtivas Cópia da Figura Complexa de Rey (Meyers & Meyers, 1995)
6. Funções Executivas AWMA reduzida-Digit Recall, Listening Recall, Block Recall, Spatial Recall, Couting Span (Alloway, 2007)
Teste de Classificação de Cartões Wisconsin - (Heaton, 2005)
BRIEF-Behavior Rating Inventory of Executive Functions (Gioia et al., 2000)
sintomas de TDAH para pesquisas experimentais (anexo III). Foram excluídas as crianças que
apresentaram escores acima do ponto de corte para gênero e idade.
b) Questionário de Saúde (anexo IV) respondido por pais, o qual investiga condições
de saúde da criança (convulsões, internações, uso de medicamento, entre outros), assim como
problemas de aprendizagem. Também foram excluídas as crianças que apresentaram possíveis
problemas de desenvolvimento e/ou doenças.
c) Escala de classificação econômica da ABEP (2009) - Associação Brasileira de
Empresas de Pesquisas (www.abep.org) utilizada para avaliar a classificação socioeconômica
dos entrevistados através da soma da pontuação referente à instrução do chefe da família e aos
bens de consumo presentes no respectivo lar. Conforme os escores são obtidos as
classificações: 0-7 (classe E); 0-13 (classe D); 14-17 (classe C2); 18/22 (classe C1); 23-28
(classe B2); 29-34 (classe B1); 35-41 (classe A2) e 42-46 (classe A1).
3.2 Instrumento
Dessa forma, a soma das pontuações atribuídas para cada item que compõem cada
Seção determina os escores brutos das Seções. Já os escores dos Fatores são obtidos pela
soma das pontuações dos itens de diferentes Seções que compõe cada Fator.
III) Padrões de Respostas
Além das Seções e Fatores, outra classificação possível refere-se aos 4 Padrões de
Resposta estabelecidos pela relação entre Limiar Neurológico e Respostas Comportamentais,
classificados e identificados como:
- Pobre Registro (Fatores 3, 6 e Seção G);
- Procura Sensorial (Fatores 1 e Seção H);
- Sensibilidade ao Estímulo (Fatores 4, 5, 7 e Seções A e F);
- Evita Sensação (Fatores 2, 8 e Seção M).
3.3 Procedimentos
meio do teste não paramétrico Kruskall-Wallis, utilizado para mais de dois grupos
independentes.
Além disso, calculou-se o efeito de magnitude (Cohen d) entre os grupos clínicos e
controle, para determinar a força das diferenças observadas entre as variáveis estudadas
(Cohen 1988). A partir deste cálculo, os valores de Cohen d indicam pequeno efeito de
magnitude (d= 0,2 - 0,5), médio efeito de magnitude (d= 0,5 – 0,8) e largo efeito de
magnitude (d= 0,8 – 2,0).
Ainda para o grupo de TDAH e para o grupo controle, realizou-se a análise de
correlação de Pearson entre a idade e os escores do Perfil Sensorial, analisando as correlações
existentes e comparando-as entre as amostras. Os valores de Pearson indicam a presença de
pequena correlação (r = < 0,3 positivo ou negativo), moderada correlação (r= 0,3 – 0,7
positivo ou negativo) e grande correlação (r= > 0,7 positivo ou negativo).
Por fim, para a amostra de TDAH foram também realizadas as análises de correlação
de Pearson para verificar a correlação entre os escores do Perfil Sensorial e os escores da
escala CBCL, assim como a correlação dos escores do EACI-P e do Perfil Sensorial.
A análise dos dados foi realizada através do pacote estatístico Statistical Package for
the Social Sciences – SPSS para Windows – (Versão 17.0, SPSS Inc.©, Chicago, Illinois),
sendo adotado o índice de significância de 5% (p < 0,05).
44
4. RESULTADOS
A amostra total deste estudo foi composta por 74 crianças, das quais 37 tinham o
diagnóstico de TDAH pareadas a 37 crianças do grupo controle em relação ao gênero, idade e
tipo de escola/condição socioeconômica. Nesta amostra 81,1 % (n=60) dos indivíduos eram
do gênero masculino e 18,9% (n=14) dos indivíduos eram do gênero feminino. A idade variou
entre 6 a 11 anos, sendo a média de 8,9 anos (DP±1,49). Quanto ao tipo de escola, 64,8%
(n=48) das crianças frequentavam o ensino público e 35,2% (n=26) o ensino particular, sendo
a distribuição quanto à classe social de 2,7 % (n=2) para o extrato A2, de 10,8% (n=8) para o
extrato B1, de 35,1% (n=26) para o extrato B2, de 27% (n=20) para o extrato C1, de 21%
(n=16) para o extrato C2 e de 2,7% (n=2) para o extrato D, conforme Tabela 3.
5
X 3
X 3
X X 8
X 1
X X X 1
X 1
X X 1
X X X X 1
X X X 2
X X X 2
X X 3
X X X X 3
X X X 1
X X X X X 2
Total 37
*Opositor-Desafiante
três comorbidades. Para o subtipo TDAH-C (n=22) foi observado que 2 sujeitos não
apresentaram nenhuma comorbidade, 6 sujeitos uma comorbidade, 7 sujeitos duas e 7 sujeitos
mais do que três comorbidades associadas. Já no subtipo TDAH-H/I 2 sujeitos não
apresentaram nenhuma comorbidade, 2 sujeitos apenas uma comorbidade, 2 sujeitos duas e 2
sujeitos quatro comorbidades associadas ao TDAH.
A partir da análise descritiva das médias e dos desvios padrões dos escores obtidos nas
Seções, Fatores e Padrões do Perfil Sensorial, foram observadas diferenças nas pontuações
entre o grupo de TDAH e o grupo controle (Tabela 6). No que se refere às Seções do Perfil
Sensorial, verificou-se diferenças significativas (p ≤ 0,001) e de moderado a largo efeito de
magnitude (d= 0,74 a 2,08) entre os grupos TDA/H e controle em todas as Seções, exceto
para a modulação do estímulo visual afetando o nível de atividade (Seção K), sendo que para
o processamento sensorial oral (Seção F) e para a modulação do movimento afetando o nível
de alerta (Seção I), houve tendência de significância.
47
Tabela 6. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores das Seções do Perfil Sensorial
Controle TDAH
Seções M DP M DP U p-valor Cohen d
Processamento Sensorial
A. Processamento Auditivo 31,70 6,11 21,59 5,66 177,00 0,000 1,71
B. Processamento Visual 39,78 4,08 33,14 7,59 304,00 0,000 1,08
C. Processamento Vestibular 45,95 4,98 37,27 3,85 124,00 0,000 1,95
D. Processamento Tátil 78,16 7,11 67,43 11,55 302,50 0,000 1,11
E. Processamento Multisensorial 31,54 8,73 20,30 4,36 49,00 0,000 1,62
F. Processamento Sensorial Oral 47,86 7,95 43,05 10,10 511,50 0,061 0,52
Modulação Sensorial
G.Processamento Relacionado à Tolerância e Tônus 43,24 2,78 39,08 5,30 329,00 0,000 0,98
H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento 40,70 5,01 34,46 5,48 270,00 0,000 1,18
I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta 21,70 3,23 19,41 4,51 507,00 0,054 0,58
J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais 15,16 3,57 12,84 2,58 388,50 0,001 0,74
K. Mod. Est.Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 10,32 2,29 9,54 2,36 550,50 0,135 0,33
Tabela 7. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores dos Fatores do Perfil Sensorial
Controle TDAH
Fatores M DP M DP U p-valor Cohen d
1. Procura Sensorial 55,24 11,82 36,92 9,78 171,00 0,000 1,68
2. Reatividade Emocional 62,24 7,63 43,11 9,61 68,50 0,000 2,2
3. Baixa Resistência/Tônus 43,24 2,78 39,08 5,30 329,00 0,000 0,98
4. Sensibilidade Sens. Oral 35,51 6,95 34,11 8,20 624,00 0,512 0,18
5. Inatenção Distrabilidade 27,24 5,61 14,68 4,52 76,00 0,000 2,46
6. Mau Registro 33,49 2,99 31,59 3,47 460,00 0,014 0,58
7. Sensibilidade Sensorial 18,16 2,70 17,49 3,00 603,00 0,355 0,23
8. Sedentário 12,30 3,46 14,14 5,60 500,00 0,045 0,38
9.Percepção/ Motor Fino 13,95 1,75 9,95 3,32 220,50 0,000 1,5
48
Tabela 8. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores dos Padrões do Perfil Sensorial
Controle TDAH
Padrões M DP M DP U p-valor Cohen d
Pobre Registro 119,97 6,78 109,76 11,61 294,00 0,000 1,07
Procura Sensorial 95,95 15,81 71,35 14,56 184,50 0,000 1,61
Sensibilidade ao Estímulo 160,49 19,89 130,92 21,68 213,00 0,000 1,42
Evita Sensação 98,81 9,83 74,59 13,87 98,00 0,000 2,01
Em relação à comparação das médias dos escores obtidos no Perfil Sensorial entre os
subtipos TDAH-D, TDAH-C e TDAH-H/I, não foram observadas diferenças significativas
entre os grupos nos escores das Seções, Fatores e Padrões, exceto em relação ao
processamento multissensorial (Seção E), verificada nas Tabelas 9, 10 e 11.
Tabela 9. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores das Seções do Perfil Sensorial
TDAH-D TDAH-C TDAH-H/I
Seções M DP M DP M DP Chi-Square p-valor Cohen d
Processamento Sensorial
A. Processamento Auditivo 24,38 4,53 20,64 6,03 21,43 5,22 2,16 0,339 0,666
B. Processamento Visual 34,38 5,34 32,77 8,16 32,86 8,78 0,20 0,907 0,206
C. Processamento Vestibular 38,50 4,11 36,68 3,78 37,71 3,95 0,87 0,648 0,468
D. Processamento Tátil 71,00 8,83 66,77 12,17 65,43 12,92 0,97 0,615 0,476
E. Processamento Multisensorial 22,88 2,59 18,45 4,25 23,14 3,48 9,56 0,008 1,224
F. Processamento Sensorial Oral 46,63 9,26 41,77 10,32 43,00 10,80 0,90 0,638 0,476
Modulação Sensorial
G.Processamento Relacionado à Tolerância e Tônus 37,38 6,48 38,86 5,19 41,71 3,59 2,38 0,304 0,826
H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento 36,25 5,52 34,14 5,24 33,43 6,53 1,59 0,452 0,509
I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta 19,38 4,17 19,41 4,68 19,43 5,03 0,04 0,980 0,012
J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais 12,00 2,00 12,82 2,65 13,86 2,91 2,01 0,367 0,720
K. Mod. Est. Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 9,88 2,03 9,36 2,22 9,71 3,35 0,27 0,874 0,211
Tabela 10. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores dos Fatores do Perfil Sensorial
TDAH-D TDAH-C TDAH-H/I
Fatores M DP M DP M DP Chi-Square p-valor Cohen d
1. Procura Sensorial 42,00 8,59 35,27 9,35 36,29 11,71 2,76 0,251 0,696
2. Reatividade Emocional 45,50 4,87 42,32 11,03 42,86 9,55 0,27 0,875 0,325
3. Baixa Resistência/Tônus 37,38 6,48 38,86 5,19 41,71 3,59 2,38 0,304 0,826
4. Sensibilidade Sens. Oral 35,25 7,44 33,77 8,77 33,86 8,21 0,15 0,929 0,176
5. Inatenção Distrabilidade 15,25 4,23 14,32 4,70 15,14 4,78 0,50 0,780 0,201
6. Mau Registro 30,38 3,11 32,27 3,33 30,86 4,22 2,42 0,298 0,548
7. Sensibilidade Sensorial 18,00 1,41 17,14 3,20 18,00 3,83 1,19 0,552 0,283
8. Sedentário 13,25 4,86 14,68 5,83 13,43 6,27 0,61 0,737 0,250
9.Percepção/ Motor Fino 9,38 4,21 9,68 3,23 11,43 2,44 2,04 0,361 0,616
49
Tabela 11. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores dos Padrões do Perfil Sensorial
TDAH-D TDAH-C TDAH-H/I
Padrões M DP M DP M DP Chi-Square p-valor Cohen d
Pobre Registro 105,13 12,71 110,00 12,00 114,29 7,95 2,12 0,347 0,793
Procura Sensorial 78,25 13,79 69,41 13,64 69,57 17,82 2,07 0,356 0,610
Sensibilidade ao Estímulo 139,50 20,99 127,64 23,82 131,43 13,50 2,96 0,227 0,545
Evita Sensação 77,50 7,09 73,09 15,14 76,00 16,47 0,31 0,855 0,312
Tabela 12. Correlação entre idade e as Seções do Perfil Sensorial para a amostra TDAH e controle
Modulação Sensorial
G.Proc. Relacionado à Tolerância e Tônus 0,01 0,970 0,03 0,863
H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento 0,00 0,998 0,11 0,501
I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta -0,06 0,712 0,03 0,852
J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais -0,31 0,062 0,19 0,268
K. Mod. Est.Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 0,12 0,486 0,12 0,464
Tabela 13. Correlação entre idade e os Fatores do Perfil Sensorial para a amostra TDAH e controle
Tabela 14. Correlação entre idade e os Fatores do Perfil Sensorial para a amostra TDAH e controle
Idade TDAH Idade Controle
Padrões Pearson p- valor Pearson p-valor
Pobre Registro -0,07 0,687 0,09 0,586
Procura Sensorial 0,12 0,467 0,30 0,072
Sensibilidade ao Estímulo 0,37 0,024 0,38 0,020
Evita Sensação 0,21 0,213 0,07 0,671
Tabela 15. Correlação entre os Transtornos do CBCL e das Seções do Perfil Sensorial para a amostra TDAH
Afetivo Ansiedade Somático Atenção Op. Desafiante* Conduta
Pearson p-valor Pearsonp-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor
Processamento Sensorial
A. Processamento Auditivo -0,35 0,031 -0,21 0,213 -0,10 0,569 -0,32 0,057 -0,29 0,084 -0,40 0,014
B. Processamento Visual -0,36 0,029 -0,32 0,051 -0,02 0,887 -0,04 0,825 -0,02 0,928 -0,04 0,803
C. Processamento Vestibular -0,24 0,159 -0,12 0,497 -0,08 0,646 -0,44 0,007 -0,31 0,066 -0,24 0,158
D. Processamento Tátil -0,32 0,051 -0,33 0,049 -0,02 0,888 -0,08 0,644 -0,20 0,247 -0,30 0,068
E. Processamento Multisensorial -0,16 0,333 -0,19 0,250 -0,17 0,308 -0,24 0,158 -0,31 0,064 -0,36 0,028
F. Processamento Sensorial Oral 0,00 0,990 -0,17 0,328 0,07 0,690 -0,13 0,444 -0,13 0,452 -0,06 0,726
Modulação Sensorial
G.Proc. Relacionado à Tolerância e Tônus -0,27 0,105 -0,10 0,565 -0,20 0,244 -0,25 0,133 -0,10 0,559 -0,17 0,319
H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento -0,31 0,060 -0,10 0,545 -0,02 0,909 -0,31 0,058 -0,07 0,668 -0,28 0,099
I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta 0,06 0,721 -0,02 0,926 -0,07 0,699 0,08 0,640 0,12 0,481 -0,07 0,699
J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais 0,03 0,861 -0,04 0,820 0,21 0,212 0,22 0,184 0,12 0,480 0,15 0,381
K. Mod. Est.Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 0,11 0,505 0,13 0,431 -0,05 0,774 0,11 0,529 0,01 0,951 -0,12 0,476
*Opositor-Desafiante
Tabela 16. Correlação entre os Transtornos do CBCL e os Fatores do Perfil Sensorial para a amostra TDAH
Afetivo Ansiedade Somático Atenção Op. Desafiante* Conduta
Fatores Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor
1. Procura Sensorial -0,06 0,706 0,09 0,594 -0,03 0,876 -0,15 0,389 -0,05 0,747 -0,30 0,069
2. Reatividade Emocional -0,41 0,012 -0,28 0,088 -0,14 0,399 -0,29 0,079 -0,35 0,032 -0,24 0,153
3. Baixa Resistência/Tônus -0,27 0,105 -0,10 0,565 -0,20 0,244 -0,25 0,133 -0,10 0,559 -0,17 0,319
4. Sensibilidade Sens. Oral -0,01 0,945 -0,26 0,128 0,12 0,468 -0,12 0,486 -0,12 0,483 -0,02 0,902
5. Inatenção Distrabilidade -0,29 0,083 -0,18 0,299 0,07 0,696 -0,25 0,135 -0,17 0,315 -0,34 0,042
6. Mau Registro -0,29 0,077 -0,05 0,778 -0,06 0,741 0,02 0,886 0,12 0,482 -0,05 0,781
7. Sensibilidade Sensorial -0,20 0,243 -0,37 0,026 0,07 0,702 -0,31 0,065 -0,19 0,269 0,05 0,765
8. Sedentário 0,08 0,645 -0,01 0,966 -0,14 0,425 0,10 0,545 0,21 0,212 0,05 0,753
9.Percepção/ Motor Fino -0,21 0,208 -0,04 0,812 0,11 0,529 -0,02 0,895 -0,03 0,837 -0,26 0,127
*Opositor-Desafiante
52
Tabela 17. Correlação entre os Transtornos do CBCL e os Padrões do Perfil Sensorial para a amostra TDAH
Afetivo Ansiedade Somático Atenção Op. Desafiante* Conduta
Padrões Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor
Pobre Registro -0,34 0,043 -0,10 0,542 -0,20 0,245 -0,22 0,186 -0,06 0,746 -0,17 0,320
Procura Sensorial -0,16 0,336 0,02 0,909 -0,02 0,890 -0,22 0,195 -0,07 0,695 -0,31 0,064
Sensibilidade ao Estímulo -0,19 0,272 -0,32 0,057 0,08 0,656 -0,28 0,091 -0,24 0,151 -0,20 0,228
Evita Sensação -0,27 0,112 -0,20 0,241 -0,12 0,477 -0,21 0,215 -0,19 0,260 -0,23 0,168
*Opositor- Desafiante
Tabela 18. Correlação entre os escores do EACI-P e das Seções do Perfil Sensorial para a amostra TDAH
EACIP-I EACIP-II EACIPIII EACIP-IV EACIP-V
Seções Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor
Processamento Sensorial
A. Processamento Auditivo -0,17 0,320 0,19 0,271 -0,38 0,023 -0,20 0,260 -0,33 0,052
B. Processamento Visual -0,17 0,330 0,25 0,150 -0,21 0,237 -0,11 0,532 -0,23 0,186
C. Processamento Vestibular 0,03 0,887 0,00 0,984 0,00 0,999 0,33 0,049 0,01 0,966
D. Processamento Tátil -0,34 0,046 0,29 0,093 -0,27 0,113 -0,07 0,691 -0,26 0,136
E. Processamento Multisensorial -0,31 0,068 0,23 0,179 -0,10 0,550 0,05 0,785 -0,13 0,445
F. Processamento Sensorial Oral 0,01 0,942 -0,05 0,788 0,19 0,269 0,08 0,649 -0,08 0,644
Modulação Sensorial
G.Proc. Relacionado à Tolerância e Tônus -0,07 0,673 0,16 0,370 -0,09 0,623 -0,19 0,275 -0,27 0,119
H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento -0,29 0,088 0,19 0,285 -0,30 0,078 0,04 0,828 -0,18 0,312
I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta -0,22 0,204 -0,12 0,480 -0,23 0,185 -0,04 0,819 -0,46 0,006
J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais 0,08 0,653 0,00 0,989 0,24 0,171 -0,06 0,724 0,07 0,685
K. Mod. Est. Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 0,23 0,178 -0,04 0,822 0,23 0,183 0,22 0,210 0,13 0,443
EACIP-I - hiperatividade / problema de conduta; EACIP-II - funcionamento independente / socialização positiva; EACIP- III - inatenção;
EACIP- IV - neuroticismo / ansiedade e EACIP-V - socialização negativa
Para os Fatores (Tabela 19), a correlação foi negativa (r=-0,39 a -0,46) entre item
inatenção (EACI-P III) e Fator Inatenção/Distrabilidade (Fator 5) e Percepção/Motor Fino
(Fator 9); entre socialização negativa (EACI-P V) e Reatividade Emocional (Fator 2) e
Sedentarismo (Fator 8). Houve correlação positiva (r=0,56) para o funcionamento
independente/socialização positiva (EACI-P II) e Percepção/Motor Fino (Fator 9).
Em relação aos Padrões (Tabela 20) houve moderada correlação negativa (r=-0,34 a -
0,61) entre o Padrão de Evita Sensação e os Fatores do EACI-P: hiperatividade/problema de
conduta (EACI-P I), a inatenção (EACI-P III) e a socialização negativa (EACIP-V).
Tabela 19. Correlação entre os escores do EACI-P e dos Fatores do Perfil Sensorial para a amostra TDAH
EACIP-I EACIP-II EACIPIII EACIP-IV EACIP-V
Fatores Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor
1. Procura Sensorial -0,29 0,092 0,21 0,218 -0,27 0,115 0,11 0,543 -0,12 0,491
2. Reatividade Emocional -0,26 0,136 0,04 0,808 -0,27 0,117 -0,25 0,148 -0,46 0,006
3. Baixa Resistência/Tônus -0,07 0,673 0,16 0,370 -0,09 0,623 -0,19 0,275 -0,27 0,119
4. Sensibilidade Sens. Oral 0,04 0,831 -0,08 0,645 0,23 0,182 0,04 0,799 -0,04 0,832
5. Inatenção Distrabilidade -0,14 0,410 0,17 0,330 -0,39 0,022 -0,06 0,743 -0,23 0,189
6. Mau Registro -0,01 0,934 0,01 0,975 -0,02 0,927 -0,11 0,538 -0,11 0,545
7. Sensibilidade Sensorial 0,02 0,925 0,00 0,999 0,06 0,745 0,21 0,233 0,03 0,875
8. Sedentário -0,20 0,261 -0,16 0,369 -0,22 0,204 -0,10 0,581 -0,50 0,002
9.Percepção/ Motor Fino -0,09 0,620 0,56 0,000 -0,42 0,011 -0,14 0,422 -0,10 0,555
EACIP-I - hiperatividade / problema de conduta; EACIP-II - funcionamento independente / socialização positiva; EACIP- III - inatenção;
EACIP- IV - neuroticismo / ansiedade e EACIP-V - socialização negativa
54
Tabela 20. Correlação entre os escores do EACI-P e dos Padrões do Perfil Sensorial para a amostra TDAH
EACIP-I EACIP-II EACIPIII EACIP-IV EACIP-V
Padrões Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor
Pobre Registro -0,07 0,689 0,14 0,422 -0,08 0,642 -0,20 0,244 -0,27 0,115
Procura Sensorial -0,31 0,073 0,22 0,213 -0,30 0,082 0,09 0,611 -0,15 0,401
Sensibilidade ao Estímulo -0,05 0,760 0,03 0,849 0,00 0,985 0,02 0,910 -0,18 0,290
Evita Sensação -0,34 0,047 0,12 0,484 -0,45 0,007 -0,24 0,168 -0,61 0,000
EACIP-I - hiperatividade / problema de conduta; EACIP-II - funcionamento independente / socialização positiva; EACIP- III - inatenção;
EACIP- IV - neuroticismo / ansiedade e EACIP-V - socialização negativa
55
5. DISCUSSÃO
costumam apresentar maior busca pelas informações vestibulares. Nesse sentido, segundo os
nossos resultados sobre a análise de correlação das habilidades do Processamento Sensorial e
a idade, foi verificado que no grupo controle o processamento vestibular melhorou com o
passar dos anos, não sendo verificado melhora e nem piora para o grupo de TDAH.
A pior pontuação para processamento auditivo (Seção A) pode estar relacionada ao
grau de influência deste sistema sobre a atenção, dimensão comprometida entre as crianças
com TDAH. Com itens que refletem comportamentos de hiperresponsividade (ex. distrai-se
ou tem dificuldade de funcionar se há muito barulho ao redor) como também de
hiporresponsividade (ex. não responde quando é chamado pelo nome, embora a audição da
criança esteja boa), sugere que algumas crianças com TDAH podem apresentar a distração
pelo seu baixo limiar e outras crianças podem ser desatentas pelo seu alto limiar aos estímulos
sensoriais.
Em relação aos escores dos Fatores do Perfil Sensorial, nossos resultados indicaram
diferenças significativas entre os grupos em 7 dos 9 Fatores da escala, exceto em relação à
Sensibilidade Oral (Fator 4) e à Sensibilidade Sensorial (Fator 7). Os resultados encontrados
por Yochman, Parush e Ornoy (2004) demonstraram diferença significativa em 6 dos 9
Fatores da escala, exceto quanto à baixa Resistência/Tônus (Fator 3), quanto ao Pobre
Registro (Fator 6) e, semelhante ao nosso estudo, quanto a Sensibilidade Sensorial (Fator 7).
Dunn e Bennett (2002) focaram suas análises apenas em relação às Seções, não sendo
possível realizar a comparação quanto aos resultados obtidos nos Fatores.
O estudo realizado por Cheung e Siu (2009) entre as crianças chinesas, analisou
especificamente os escores de cada item do Perfil Sensorial, não se voltando para a análise
dos escores obtidos nos Setores e nos Fatores. Dessa forma, também não foi possível realizar
a comparação destes componentes em relação ao nosso estudo.
Assim, os nossos resultados indicaram que as crianças com TDAH apresentaram
maiores prejuízos no PS em relação às crianças do grupo controle nos Fatores: Inatenção-
Distração (Fator 5); Reatividade Emocional (Fator 2); Procura Sensorial (Fator 1) e
Percepção- Motor Fino (Fator 9), verificados pela diferença significativa e larga magnitude
entre os escores.
Segundo modelo de Dunn (1999) respostas comportamentais são geradas de acordo
com o limiar neurológico do indivíduo. Dessa forma, a desatenção pode ser característica de
indivíduos hiporresponsivos (alto limiar), que necessitam de oferta de estímulos mais
intensos. Já a distração poderia estar presente tanto em indivíduos hiporresponsivos, mas que
59
Por sua vez, o cálculo do coeficiente de Pearson entre os escores do Perfil Sensorial e
os escores do EACI-P indicaram moderada correlação negativa significativa entre as
associações: a) hiperatividade/problema de conduta (EACI-P I) e a Seção processamento tátil,
além do Padrão de resposta Evita Sensação; b) inatenção (EACI-P III) e as Seções
processamento auditivo, resultados comportamentais do processamento sensorial, itens
indicando limiares de resposta, além dos Fatores Inatenção/Distrabilidade, Percepção/Motor
fino e o Padrão de resposta Evita Sensação; c) neuroticismo/ansiedade (EACI-P IV) e a Seção
itens indicando limiares de resposta; d) socialização negativa (EACI-P V) e as Seções
modulação do movimento afetando nível de alerta, respostas comportamentais e emocionais,
itens indicando limiares de resposta, além dos Fatores Reatividade Emocional, Sedentarismo e
o Padrão de resposta Evita Sensação. Moderada correlação positiva significativa foi
encontrada entre: a) funcionamento independente/socialização positiva (EACI-P II) e a Seção
resultados comportamentais do processamento sensorial e o Fator Percepção/Motor Fino; b)
neuroticismo/ansiedade (EACI-P IV) e a Seção processamento vestibular.
Crianças com alterações na modulação das informações sensoriais podem apresentar
tanto problemas atencionais referentes à distração, impulsividade, desorganização,
hiperatividade, como também, problemas emocionais como ansiedade, estresse, agressividade
(MILLER; SUMMERS, 2001). Em relação à ansiedade, essa associação foi verificada em
crianças com TDAH que apresentavam uma hiperresponsividade sensorial, respondendo de
forma exagerada aos estímulos (REYNOLDS; LANE, 2009).
Por se tratarem de questionários comportamentais, o CBCL e o EACI-P foram
estabelecidos a partir dos relatos dos pais e professores quanto aos sintomas apresentados no
dia-a-dia pelas crianças com TDAH. Dessa forma, a moderada correlação negativa encontrada
entre os escores do Perfil Sensorial e os escores do CBCL e do EACI-P, evidenciam que
crianças com TDAH apresentam prejuízos no Processamento Sensorial e nos sintomas
comportamentais identificadas em seu dia-a-dia, sugerindo, ainda, a possibilidade destes
fazerem parte de dimensões correlacionadas.
O conhecimento e a discussão sobre o Processamento Sensorial, assim como sobre a
Modulação Sensorial têm sua importância, na medida em que possibilita reconhecer e analisar
os comportamentos apresentados pelas crianças também pela perspectiva sensório-motora. Ao
compreender essa relação, confere aos pais e profissionais a possibilidade de considerar
outros elementos e recursos para a intervenção nos sintomas das crianças com TDAH.
Nesta perspectiva, baseada na teoria de Integração Sensorial, a abordagem da Terapia
de Integração Sensorial tem como princípio fornecer à criança estratégias sensoriais de auto-
63
modulação de suas próprias reações, primeiramente nas terapias, como também nas situações
diárias de vida (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002). Na intervenção terapêutica, busca-se
promover experiências sensoriais a partir de interações adaptativas, contextos significativos e
atividades auto direcionadas pelas crianças, ou seja, a criança direciona suas próprias ações
enquanto o terapeuta sutilmente conduz o ambiente, favorecendo os estímulos adequados.
Não se trata de uma estimulação sensorial (vestibular, tátil, proprioceptiva, visual, auditiva)
passiva, mas tem como proposta a participação ativa do indivíduo, a partir do princípio de que
a integração da informação no SNC ocorre quando a criança deseja a experiência sensorial e
inicia a atividade em busca da mesma. Tem como ênfase, principalmente, a integração das
sensações vestibulares, proprioceptivas e táteis, e não somente as respostas motoras,
utilizando, para isso, materiais e recursos sensoriais, além dos equipamentos suspensos
próprios da Terapia de Integração Sensorial (AYRES, 2005; BUNDY; LANE; MURRAY,
2002).
As situações diárias também são consideradas, o que inclui o ambiente em que este
indivíduo está inserido e suas demandas. Neste sentido, propõe intervenções nas rotinas do
dia-a-dia tanto domiciliares quanto escolares por meio de estratégias sensoriais e ambientais
que favoreçam uma melhor organização em suas respostas atencionais, comportamentais,
assim como na aprendizagem (AYRES, 2005; BUNDY; LANE; MURRAY, 2002; MOMO;
SILVESTRE; GRACIANI, 2008).
Para os indivíduos com o alerta aumentado e com facilidade para se dispersar (hiper
ou hiporresponsivos), um dos aspectos a ser considerado é a organização espaço-temporal das
atividades como: selecionar previamente o material a ser utilizado, eliminando os demais
estímulos desnecessários; proporcionar ambientes mais silenciosos para a realização das
atividades; ou ainda posicionar as crianças com maior dificuldade de concentração longe de
janelas, portas e locais de grande circulação durante atividades que exijam maior atenção.
Estratégias sensoriais também podem ser utilizadas como: toques com pressão para diminuir
os estados de alerta, favorecendo a manutenção da atenção da criança; e possibilitar
movimentos antes de uma atividade que exija a concentração (recursos proprioceptivos);
evitar que crianças que se desorganizam e não suportam o toque permaneçam em contato
muito próximo dos outros alunos (recursos táteis) (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002;
MOMO; SILVESTRE; GRACIANI, 2008).
Nos casos dos indivíduos com alerta diminuído (hiporresponsividade), algumas
estratégias propostas buscam aumentar a intensidade dos estímulos como: usar o tom de voz
para aumentar a sua atenção (recursos auditivos); possibilitar que a criança manipule ou
64
esfregue seus braços, pernas e objetos de diferentes texturas no decorrer das atividades
(recursos táteis); segurá-lo pelos ombros com uma leve pressão para chamar a sua atenção
para uma solicitação; ou oferecer assentos texturizados, almofadas ou bolas para que se
sentem durante atividades que exijam muita concentração (recursos proprioceptivos).
(BUNDY; LANE; MURRAY, 2002; MOMO; SILVESTRE; GRACIANI, 2008)
Segundo Dove e Dunn (2008) a pressão tátil (toque firme na superfície da pele) e a
propriocepção (estímulos referentes à posição das articulações e músculos no espaço) são
estímulos que melhoram a organização e adeéquam os inputs no SNC. Embora escassos,
alguns estudos baseados nos princípios da teoria da Integração Sensorial, verificaram que
algumas intervenções em salas de aula através de estratégias sensoriais proprioceptivas como
o uso de roupas mais pesadas (FERTEL DALY; BEDELL; HINOJOSA, 2001;
VANDENBERG, 2001) ou a utilização de bolas para as crianças se sentarem (SCHILLING et
al. 2001), demonstraram benefícios quanto às respostas atencionais e o rendimento escolar
em crianças com TDAH.
Assim, diante de toda a discussão realizada, os resultados gerais deste estudo sugerem
que o Processamento Sensorial pode ser um aspecto comprometido entre os indivíduos com
TDAH, sugerindo se tratar de uma dimensão a ser estudada e considerada como
sintomatologia presente neste transtorno, apontando, ainda, para a necessidade de estudos que
verifiquem a eficácia do tratamento das alterações do Processamento Sensorial como mais um
recurso possível a ser considerado para o tratamento dos sintomas presentes no TDAH.
Uma das limitações encontradas em nosso estudo foi o pequeno número de sujeitos
entre os subtipos de TDAH, não permitindo uma comparação efetiva entre os mesmos.
Além disso, a amostra clínica foi inteiramente selecionada de um único centro público
de saúde, cuja procura pelo serviço é realizada principalmente por classes socioeconômicas
baixas. Embora a nossa amostra tenha sido composta em sua maioria tanto pelas classes C2,
C1, como também pela classe B2, seria importante que futuros estudos sobre o perfil do
Processamento Sensorial em crianças com TDAH fossem realizados com uma maior
representatividade entre as classes socioeconômicas.
65
6. CONCLUSÂO
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78
Prezado(a) Diretor(a),
Meu nome é Vitoria Tiemi Shimizu, fisioterapeuta e pesquisadora. Venho por meio desta,
solicitar sua colaboração com o meu trabalho de mestrado, cujo objetivo é avaliar o perfil das
habilidades do processamento sensorial em crianças com Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDA/H), através do questionário Perfil Sensorial aplicado aos pais ou
cuidadores. Trata-se de um estudo que poderá beneficiar crianças com TDA/H, visando auxiliar no
processo de identificação e intervenção precoce dos distúrbios relacionados à dificuldade do sistema
nervoso em receber e filtrar as informações sensoriais (visuais, olfatórios, táteis, auditivos, de posição
e movimento do corpo), e dar respostas motoras e comportamentais adequadas.
Como citado anteriormente, o objetivo do nosso estudo é avaliar crianças que tiveram
diagnóstico de TDA/H através do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil (NANI); e
compará-las com crianças que não tem distúrbio e estudam na mesma escola. Dessa forma, o motivo
de meu contato ocorre pelo fato da criança que foi diagnosticada com TDA/H, participante do estudo,
ser aluno de sua escola. Para compararmos seu perfil ao do grupo sem distúrbio, será necessário
selecionar aleatoriamente 1 criança, com a mesma idade, mesmo sexo e pertencente à mesma classe
escolar, que não tenha problemas de aprendizado e/ou problemas de desenvolvimento. Esta criança
levará carta aos pais convidando um deles a comparecer à escola para ser entrevistado e dar o
consentimento para a participação da criança neste estudo. Necessitamos, na medida do possível, de
sala silenciosa para a entrevista. Serão realizada 1 sessão por criança. Cada sessão terá a duração de
cerca de 60 minutos.
Esta avaliação não utilizará nenhum tipo de medicação ou quaisquer outros procedimentos que
impliquem algum risco à saúde ou bem-estar da criança. Este estudo foi aprovado pelo Conselho de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Antecipadamente agradecemos,
Prezados pais,
Meu nome é Vitoria Tiemi Shimizu, fisioterapeuta e pesquisadora. Venho por meio desta,
solicitar gentilmente sua colaboração com o meu trabalho de mestrado, cujo objetivo é avaliar o perfil
das habilidades do processamento sensorial em crianças com Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDA/H), através do questionário Perfil Sensorial aplicado aos pais ou
cuidadores. Trata-se de um estudo que poderá beneficiar crianças com TDA/H, visando auxiliar no
processo de identificação e intervenção precoce dos distúrbios relacionados à dificuldade do sistema
nervoso em receber e filtrar as informações sensoriais (visuais, olfatórios, táteis, auditivos, de posição
e movimento do corpo), e dar respostas motoras e comportamentais adequadas.
Como citado anteriormente o objetivo do nosso estudo é avaliar crianças que tiveram
diagnóstico de TDA/H através do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil (NANI),
comparar com crianças que não tem distúrbio e que estudam na mesma escola. Dessa forma o motivo
de meu contato ocorre pelo fato da criança que foi diagnosticada com TDA/H, participante do estudo,
ser aluno da mesma escola e classe de seu(ua) filho(a).
Assim, seu(sua) filho(a) foi selecionado(a) para participar do grupo de crianças sem distúrbio
para que possa ser aplicado este instrumento. A entrevista com os pais ou cuidadores será realizada na
própria escola, em horário que não atrapalhe as atividades acadêmicas, previamente acordadas com a
diretoria da escola, em 1 sessão de 60 minutos.
Convidamos, dessa forma, o(a) senhor(a) a acompanhar seu filho na escola amanhã, para que
eu possa entrevistá-lo(a) e esclarecer dúvidas e benefícios da participação no estudo. Todas as
informações fornecidas ficarão em sigilo, inclusive o nome ou qualquer outra identificação da criança
ou da família.
Antecipadamente agradecemos,
Pesquisadora Orientadora
Departamento de Psicobiologia - UNIFESP
80
Nome da criança:.............................................................................................
Sexo:............................................................................................................
Data de nascimento: ................................................................................. I.C.: ...........................
Data de preenchimento:....................................................................................
Preenchido por: ..............................................................................................
Grau de atividade
Observação
Nenhum Pouco Razoável Muito
1. Irrequieto, superativo
2. Excitado, impulsivo
Outras observações:
DESEMPENHO ACADÊMICO
Comparada com as turmas da mesma série, esta turma (a turma da criança) é:
Muito rápida Média Mais lenta
Há algum outro aspecto relevante no comportamento desta criança que você gostaria de acrescentar?
A criança está com algum tipo de atendimento terapêutico? (exemplos: neurológico; psicológico;
fonoaudiológico etc). Caso afirmativo, assinale:
Caso esta criança não esteja com algum tipo de atendimento terapêutico, em sua opinião, há necessidade de
encaminhamento ou mesmo de um atendimento especializado? Caso afirmativo, especifique:
A criança demonstra interesse por atividades de “estudo” ou livres? Voltado para que disciplina? Em sua
opinião, qual o por quê deste interesse?
DADOS FAMILIARES
Existem outras crianças da mesma família, freqüentando esta escola, que apresentem algum tipo de problemas?
Caso afirmativo, esclareça:
82
2. Nome do pai:
3. Nome da mãe:
4.
Quais e quantos desses itens sua família possui?
TV em cores________ Vídeos-cassetes/DVD________
Favor marcar o que descreve a frequência com que a criança apresenta os comportamentos que se seguem. Caso não se
observe o comportamento ou acredite que não se aplique à sua criança, favor marcar um "X" na linha toda.
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
PROCESSAMENTO SENSORIAL
Item A. Processamento Auditivo
Responde com irritação ou fica incomodado com sons inesperados ou altos (ex: enceradeira,
B 1 1 2 3 4 5
latido de cachorro, secador de cabelo)
B 2 Cobre os ouvidos com as mãos para se proteger dos sons 1 2 3 4 5
A 6 Parece não ouvir o que você diz (ex. não liga para o que você diz, parece ignorar você) 1 2 3 4 5
Não responde quando é chamado pelo nome, embora você saiba que a audição da criança
A 7 1 2 3 4 5
está boa
A 8 Gosta de barulhos estranhos; procura fazer sons por prazer 1 2 3 4 5
Escore Bruto Total da Seção
Comentários:
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
B 12 Frustra-se ao tentar encontrar objetos em fundos confusos (ex. uma gaveta desorganizada) 1 2 3 4 5
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
Item C. Processamento Vestibular
B 18 Fica ansioso ou nervoso quando os pés deixam o chão 1 2 3 4 5
B 19 Não gosta de atividades que fique de cabeça para baixo (ex:cambalhotas, lutas) 1 2 3 4 5
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
Item D. Processamento Tátil
B 29 Evita sujar-se (ex:cola, areia, pintura a dedo, durex) 1 2 3 4 5
Irrita-se durante tarefas de higiene (ex:luta ou chora para cortar o cabelo, lavar o rosto, cortar
B 30 1 2 3 4 5
as unhas)0
B 31 Prefere roupas de manga comprida quando está calor ou de manga curta quando está frio 1 2 3 4 5
A 43 Não parece notar quando alguém toca seu braço ou costas (ex: não reage) 1 2 3 4 5
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
Item E. Processamento Multisensorial
47 Perde-se facilmente (mesmo em ambientes familiares) 1 2 3 4 5
B 49 Desvia atenção das tarefas para prestar atenção a tudo o que ocorre na sala 1 2 3 4 5
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
Item F. Processamento Sensorial Oral
B 54 Tem ânsia de vômito com comida ou utensílios na boca 1 2 3 4 5
B 55 Evita certos sabores ou cheiros de comida que são típicos da dieta infantil 1 2 3 4 5
Nunca
MODULAÇÃO
Item G. Processamento Relacionado à Tolerância e Tônus
66 Rígido ao mover-se 1 2 3 4 5
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
Item H. Modulação Relacionada á Posição do Corpo e Movimento
75 Tem tendência a acidentes 1 2 3 4 5
76 Hesita subir ou descer da calçada ou degrau (ex: é cuidadoso, pára antes de se mover) 1 2 3 4 5
A 83 Procura oportunidades para cair sem se preocupar com sua segurança pessoal 1 2 3 4 5
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
Item I. Modulação do Movimento Afetando o Nível de Atividade
B 85 Passa a maior parte do tempo em brincadeiras sedentárias 1 2 3 4 5
A 90 Sempre em movimento 1 2 3 4 5
Nunca
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
Item K. Modulação do Estímulo Visual Afetando Resposta Emocional e Nível de Atividade
B 96 Evita contato olho a olho 1 2 3 4 5
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
COMPORTAMENTO E RESPOSTAS EMOCIONAIS
Item L. Respostas Comportamentais e Emocionais
100 Parece ter dificuldade em gostar de si mesmo (ex: baixa auto-estima) 1 2 3 4 5
112 Tem dificuldade em fazer amizades (ex:não interage ou participa de brincadeiras em grupo) 1 2 3 4 5
Nunca
Frequentemente
Ocasionalmente
Raramente
Sempre
Nunca
Item N. Itens Indicando Limiares de Respostas
123 Pula de uma atividade para outra de modo que interfere no brincar 1 2 3 4 5
Grade de Fator
Instruções: Transfira do questionário o escore do item que corresponde a cada item listado.
Some a coluna dos escores para identificar a o escore total de cada fator
24 100 67 56 4 42 19 86 118
25 101 68 57 5 43 77 87 119
26 102 69 58 6 95 78 88 Escore
Total
44 103 70 59 7 99 Escore Escore
Total Total
45 104 71 60 48 115
46 105 72 61 49 116
A aluna de mestrado Vitoria Tiemi Shimizu da Universidade Federal de São Paulo - Escola
Paulista de Medicina, está realizando uma pesquisa cujo título é "Perfil das habilidades do
processamento sensorial em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA/H)
”.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que
foram lidas para mim, descrevendo o estudo PERFIL DAS HABILIDADES DO
PROCESSAMENTO SENSORIAL EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
Foi discutido com a pesquisadora Vitoria Tiemi Shimizu, sobre a minha decisão de
permitir que meu(minha) filho(a) participe desse estudo. Ficaram claros para mim quais são os
propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as
garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a
participação do meu(minha) filho(a) é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em
participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou
durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter
adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.
Data___/____/_____ Data____/_____/_____
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Data_____/______/______