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Crédito: Elaine Perassoli/Sedtur

Descrição: Rio Tenente Coronel Amaral, em Jaciara

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Plano Estadual de Recursos Hídricos

3 Diretrizes,
Programas e Projetos
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Crédito: Edson Rodrigues/Secom-MT
Descrição: Rio das mortes em Nova Xavantina

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Plano Estadual de Recursos Hídricos

3. DIRETRIZES, PROGRAMAS
E PROJETOS
Os programas e projetos foram definidos em Projeto: Implementação da outorga conside-
função do diagnóstico apresentado no capítulo 1, que rando os usos consuntivos e não con-
abordou diversas questões vinculadas à disponibilida- suntivos.
de dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Programa: Fiscalização do uso do RH.
Também foram considerados os estudos reali- Projeto: Estruturação de sistema de fiscalização
zados no prognóstico elaborado, constituído por três para recursos hídricos.
cenários distintos, considerando o crescimento da
economia mundial, nacional e estadual, que refletem Programa: Estudo e enquadramento dos RH.
sobre a disponibilidade e qualidade da água em sete Projeto: Elaborar o estudo de Enquadramento
regiões de cenarização, para o horizonte de 20 anos dos Cursos d’água no âmbito dos pla-
(tendo como base o ano de 2007), conforme apresen- nos de bacias.
tado no capítulo 2 deste documento.
Programa: Aplicação de instrumentos econômi-
Os programas e projetos considerados mais im- cos alternativos à gestão de RH.
portantes, segundo as diretrizes estabelecidas, estão
listados a seguir. Projeto: Estudo de instrumentos econômicos al-
ternativos para apoio à gestão de recur-
Diretriz I: Desenvolvimento e Implementação sos hídricos.
de Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.
Programa: Estruturação e implementação do
Programa: Cadastro de uso e usuários de Re- acompanhamento e monitoramento do PERH.
cursos Hídricos
Projeto: Implementar núcleo de estudos estraté-
Projeto: Atualização e integração de cadastro de gicos de acompanhamento e avaliação
fonte pontuais potencialmente poluido- da implementação do PERH.
ras. Projeto: Desenvolver e implantar um sistema de
Projeto: Produção do inventário dos usuários de gerenciamento da implementação do
águas superficiais. plano estadual.
Projeto: Produção do inventário de poços tubu- Projeto: Definição da matriz institucional de im-
lares do estado de Mato Grosso. plantação do PERH.
Programa: Rede de monitoramento Quali- Projeto: Criação de um sistema de gerenciamen-
Quantitativa. to da implementação do PERH.
Projeto: Revisão do programa de monitoramento Diretriz II - Desenvolvimento Legal e Institu-
da qualidade das águas superficiais. cional da Gestão Integrada de RH.
Projeto: Revisão do programa de monitoramento Programa: Reestruturação e Fortalecimento do
da balneabilidade das praias. Sistema de Gerenciamento de RH.
Projeto: Implantação do programa de monitora- Projeto: Fomentar e apoiar a instalação e funcio-
mento da qualidade das águas subter- namento de comitês de bacia.
râneas.
Projeto: Fortalecimento do CEHIDRO.
Projeto: Adequação do laboratório de análises da
Projeto: Capacitação continuada dos técnicos do
SEMA e descentralização das atividades
órgão gestor dos RH.
em unidades regionais.
Programa: Revisão e atualização do marco legal
Projeto: Ampliação da rede hidrológica de moni-
e institucional.
toramento das águas superficiais.
Projeto: Implantação do programa de monitora- Projeto: Revisão e implementação da Lei da Polí-
mento hidrossedimentológico. tica dos Recursos Hídricos.

Programa: Elaboração de planos de bacias hi- Projeto: Estudo de reestruturação organizacional


drográficas. para gestão dos recursos hídricos.
Programa: Sustentabilidade econômica - finan-
Projeto: Elaboração de planos de bacias hidro-
ceira de gestão dos RH.
gráficas.
Programa: Sistema de informações sobre RH. Projeto: Recriação do Fundo Estadual de Recur-
sos Hídricos.
Projeto: Complementação e integração do siste-
Projeto: Identificação de fontes de financiamen-
ma de informação do estado com o sis-
to para o sistema de gerenciamento do
tema nacional.
RH.
Programa: Sistema de Outorga de direitos de
Programa: Apoio aos Municípios para sua inte-
uso dos RH.
gração ao Sistema de Gerenciamento de RH

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Projeto: Intervenções integradas de saneamen- Projeto: Capacitação dos produtores rurais no
to ambiental e gestão dos RH no meio manejo sustentado dos solos, aplicação
urbano. de fertilizantes e agrotóxicos e recupe-
Diretriz III: Desenvolvimento Tecnológico e ração de matas ciliares.
Capacitação. Em cada um destes projetos foi utilizada a se-
guinte estrutura:
Programa: Divulgação, capacitação e educação
ambiental para gestão integrada dos RH. a) Executor;
Projeto: Campanhas de adequação técnica das b) Localização;
obras de captação de águas subterrâne- c) Prioridade;
as (poços tubulares).
d) Data de início e de término;
Projeto: Educação ambiental e difusão sobre o
conhecimento dos recursos hídricos. d) Objetivos;

Programa: Desenvolvimento de investigação e) Justificativa (problema a ser resolvido);


científica e tecnológica e consolidação de conheci- f) Estratégia de Ação;
mento em gestão de RH. g) Atividades;
Projeto: Estudos sobre o potencial de geração e h) Cronograma de execução;
transporte de cargas poluidoras de ori-
gem difusa. i) Custos;

Projeto: Pesquisas visando o manejo e a disposi- j) Indicadores de Monitoramento e Avaliação.


ção de efluentes por fertiirrigação. A perspectiva em relação à implementação dos
Projeto: Desenvolvimento de mapa hidrogeoló- programas/projetos ora apresentados é garantir um
gico do estado. desenvolvimento econômico equilibrado, que consi-
dere os condicionantes ambientais do recurso hídrico,
Projeto: Fomento acadêmico sobre o conheci- notadamente a relação água – solo – vegetação, a par-
mento hidrogeológico do estado. tir de atividades sustentáveis. Portanto, os programas
Projeto: Desenvolvimento de estudos para co- visam um desenvolvimento que se baseie em princí-
nhecer a inter-relação entre solo, vege- pios e ações que garantam sempre o bom uso dos re-
tação e água, e suas implicações no ciclo cursos naturais, principalmente da água.
hidrológico. Os projetos elaborados seguiram as diretivas
Diretriz IV: Articulação institucional de inte- estabelecidas, baseadas nas diretrizes do PNRH, e pro-
resse a gestão de recursos hídricos. curaram considerar os aspectos relacionados à gestão
dos recursos visando preservar tanto a quantidade
Programa: Mecanismos de gestão integrada de
quanto a qualidade das águas superficiais e subterrâ-
bacias interestaduais.
neas, com base no diagnóstico e nas projeções desen-
Projeto: Proposição de mecanismos de gestão volvidas na etapa de prognóstico.
integrada de bacias interestaduais.
Os dados referentes à grande disponibilidade
Programa: Articulação com o setor de geração de água no estado de Mato Grosso não devem ser mo-
hidrelétrica visando à preservação dos usos múltiplos tivo de despreocupação com sua proteção e preser-
dos recursos hídricos. vação, pela importância que a água representa para o
Projeto: Articulação com o setor de geração hi- meio ambiente e também para a economia do estado.
drelétrica visando uso múltiplo dos re- Torna-se imprescindível o envolvimento dos diversos
cursos hídricos e da aplicação das com- seguimentos da sociedade na execução dos diversos
pensações. projetos propostos, principalmente pelo fato do Mato
Grosso ser um grande produtor de águas e exercer
Programa: Articulação institucional e interseto- papel estratégico na manutenção da quantidade e da
rial na gestão dos recursos hídricos. qualidade das águas das Regiões Hidrográficas Ama-
Projeto: Articulação dos instrumentos de gestão zônica, do Tocantins-Araguaia e do Paraguai, a jusante
ambiental e gestão dos recursos hídricos. de seu território.
Projeto: Articulação intersetorial no planejamen- Muitos dos projetos aqui detalhados possuem
to e execução de atividades relacionadas forte inter-relação entre si e com projetos de estados
a recursos hídricos. vizinhos, e devem ser implantados com esta visão,
apesar de sua apresentação obedecer a uma estrutura
Programa: Conservação do solo e água e re-
segmentada segundo quatro grandes diretrizes.
composição das matas ciliares em microbacias.
Durante o planejamento e execução das ativi-
Projeto: Conservação do solo e água e recompo-
dades dos projetos previstos na Região Hidrográfica
sição das matas ciliares em microbacias.
do Paraguai será necessário manter constante arti-
Projeto: Proteção de áreas de recarga de aquí- culação com a equipe responsável pela execução do
feros, através de recuperação e/ou con- plano de recursos hídricos do estado de Mato Grosso
servação de drenagens e cabeceiras, do Sul, para harmonizar e integrar as ações relacio-
conforme definido no ZSEE. nadas: rede de monitoramento da qualidade da água,

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Plano Estadual de Recursos Hídricos

regimes de vazão e sedimentológico; a padronização


das normas laboratoriais de qualidade e quantidade
(seleção de parâmetros e indicadores); o cadastro in-
tegrado de usuários bem como a integração e com-
partilhamento das bases de dados dos Estados e da
ANA; a outorga de captação e lançamento para as
bacias e aquíferos compartilhados; o enquadramento
dos cursos d’água; a elaboração de estudos especiais
que envolvem a Região Hidrográfica Paraguai; os de-
mais instrumentos de gestão.
Outra questão é o estabelecimento de instru-
mentos legais de apoio à gestão, para que os usuários,
após a sua identificação e organização em comitês de
bacias, possam contar com informações, geração de
tecnologia e capacitação voltada ao uso sustentável
dos recursos.
A presença do corpo técnico da Superintendên-
cia de Recursos Hídricos é fundamental para as articula-
ções necessárias, para a implantação dos comitês, para
o acompanhamento da execução das diversas ativida-
des programadas, etc. Isto implica em dotar a SEMA de
uma estrutura necessária ao planejamento, execução,
acompanhamento e avaliação dos diversos projetos
previstos no plano estadual de recursos hídricos.

Descrição: Sistema de irrigação - Pivo Central


Crédito: Leonice de Souza Lotufo

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Crédito: Marcos Vergueiro/Secom-MT
Descrição: Cachoeira da Fumaça Rio Das Mortes Novo
São Joaquim.

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Plano Estadual de Recursos Hídricos

4 Detalhamento
dos Projetos Segundo
Diretrizes e Programas
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Crédito: José Medeiros/Agência Phocus
Descrição: Cachoeiran da Salgadeira em Cuiabá - MT

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Plano Estadual de Recursos Hídricos

4. DETALHAMENTO DOS
PROJETOS SEGUNDO
DIRETRIZES E
PROGRAMAS
Os projetos foram concebidos a partir dos es- diárias, serviços de consultorias e capacitação. Os va-
tudos e das discussões realizadas entre os diversos lores empregados pelos diversos consultores que tra-
consultores contratados para a elaboração do PERH, balharam na estimativa dos custos dos projetos estão
e com técnicos da Secretaria de Estado do Meio Am- apresentados no quadro 18.
biente – SEMA-MT, do Ministério do Meio Ambiente -
A seguir estão demonstrados os programas/
MMA e da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente
projetos agrupados segundo as diretrizes gerais do
Urbano - SRHU.
PERH-MT e a estrutura básica definida e apresentada
A estimativa dos custos do Plano Estadual de no capítulo anterior. O cronograma e os custos estão
Recursos Hídricos - PERH/MT, para o período de 2009 apresentados de forma resumida por se tratar de do-
a 2012, obedeceu a classificação orçamentária adota- cumento síntese, sendo que os detalhes e memória de
da pelo Estado, considerando os elementos de des- cálculo estão disponíveis no relatório denominado Pla-
pesas do código orçamentário. Adotaram-se também no de Investimento, Monitoramento e Avaliação dos
os valores já utilizados pelo Estado, no pagamento de Recursos Hídricos no Estado de Mato Grosso.

Quadro 18. Valores ulizados nas esmavas dos custos dos projetos, por po de despesa, segundo códigos orçamentários .
Código
Tipo de despesa Valores utilizados Descrição do item de despesa
Orçamentário
Equipamentos de laboratório, computador,
4.4.90.52 Equipamento e Material permanente Orçamento
impressora, GPS, etc
3.3.90.14 Diária 110,00 Diária TNS (Téc. Nível Superior) no Estado
150,00 Diária TNS (Téc. Nível Superior) fora do estado
90,00 Diária TNM (Técnico Nível Médio)
3.3.90.30 Material de consumo 2,50 Combustível
350,00 Placas Sinalização (3 unidades)
Orçamento Material de consumo
3.3.90.33 Passagens aéreas 1.000,00 Passagens aéreas
3.3.90.35 Serviços de Consultoria 80,00 Consultoria pessoa física - Senior/hora
Pessoa física 60,00 Consultoria pessoa física - Médio/hora
60,00 Capacitação/hora
30,00 Técnico de apoio
3.3.90.39 Serviços de Terceiros Orçamento Serviços de consultoria P J
Pessoa Jurídica 3.000,00 Homem/mês
150,00 Aluguel de veículo
Orçamento Arte e Gráfica
Orçamento Divulgação em meios de comunicação
2.500,00 Análise de água doce (por amostra)
500,00 Análise de água marinha (por amostra)
1.000,00 Análise de sedimento
2.500,00 Análise de comunidades aquáticas
700,00 Teste de ecotoxicidade
3.000,00 Medições Monit. Hidrossedimentológico
20.000,00 Desenvolvimento e manutenção de software
25.000,00 Desenvolvimento e manutenção de software

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banco deverão ser identificadas, por UPG, as fontes
4.1. Desenvolvimento e poluidoras de origem industrial e a quantificação des-
sas cargas pontuais em termos potenciais (sem trata-
Implementação de mento) e remanescentes (após tratamento).
Instrumentos de Gestão de RH Esses levantamentos deverão complementar
o estudo efetuado na etapa de Diagnóstico do Estu-
do de Recursos Hídricos de Mato Grosso (Produto 1,
4.1.1. Cadastro de uso e usuários de maio/2007, op.citado), pois as estimativas anterior-
Recursos Hídricos mente realizadas sobre cargas pontuais compreendem
apenas a população urbana. Dessa forma, o banco de
dados permitirá totalizar o potencial poluidor gerado
4.1.1.1. Projeto: Atualização e integração nas distintas UPGs (cargas pontuais e difusas), subsi-
de cadastro de fontes diando estudos associados à assimilação de poluentes
pontuais potencialmente pelos corpos hídricos receptores e a definição de di-
poluidoras. retrizes para licenciamento de empreendimentos nas
respectivas unidades hidrográficas.
Executor: SEMA
Estratégia de Ação:
Localização:
A concepção e o desenvolvimento desse pro-
P4- Alto Rio Cuiabá, P5-São Lourenço, onde re- grama compreende a participação integrada dos téc-
sidem os maiores polos industriais do estado. nicos responsáveis pelo licenciamento e fiscalização
das atividades potencialmente poluidoras da SEMA
Prioridade: Alta
com a equipe de gestão de recursos hídricos.
Data de início e de término: etapa de elabora-
O presente projeto deverá ser coordenado pela
ção ( janeiro a dezembro de 2009); etapa de implanta-
SEMA, compreendendo duas etapas distintas: (I) ela-
ção (2010 a 2012).
boração e (II) implantação.
Objetivos:
Na fase de elaboração do programa (I) sugere-
• Avaliar o processo de atualização do cadastro se a contratação de técnico especializado em controle
de indústrias potencialmente poluidoras e de poluição e em sistema de informações georreferen-
do sistema de auto-monitoramento do es- ciadas durante o prazo estimado de um ano, em 2009,
tado de Mato Grosso. levando em conta as seguintes diretrizes:
• Introduzir no auto-monitoramento da quali- - Quanto aos levantamentos básicos: deverão ser
dade dos efluentes e do corpo receptor os consultados todos os cadastros de indústrias existen-
parâmetros de DBO e fósforo. tes na SEMA, nos departamentos responsáveis, visan-
• Integrar as informações desse cadastro em um do avaliar por UPG qual o universo de estabelecimen-
banco de dados georreferenciado, visando tos potencialmente poluidores; quais as indústrias que
identificar e quantificar as cargas poluido- realizam o auto-monitoramento; como é conduzido e
ras potenciais e remanescentes em cada com que frequência é realizado esse monitoramento;
UPG; aplicar os resultados em estudos de quais os parâmetros de controle adotados. Deverão
geração de cargas poluidoras e autodepu- ser identificados os aspectos positivos que devem ser
ração dos corpos hídricos receptores. valorizados no trabalho bem como as deficiências a
serem corrigidas.
Justificativa:
- Quanto ao monitoramento dos efluentes e
Encontra-se em processo de atualização pela do corpo receptor: deverá ser elaborada uma estra-
SEMA o cadastro de indústrias potencialmente polui- tégia visando incorporar, no auto-monitoramento das
doras do Estado de Mato Grosso. Deverá ser inicial- indústrias, os parâmetros de controle DBO e fósforo,
mente avaliado o universo de indústrias cadastradas provendo-se o estabelecimento de dispositivos legais
por UPG, tendo em vista abranger, em um horizonte para o atendimento dessa exigência.
de médio prazo (2012), a totalidade do parque indus-
trial do estado. - Quanto à unificação dos cadastros: deverão
ser feitas reuniões entre as equipes responsáveis pelos
Como procedimento adotado atualmente está usuários desse cadastro visando alimentar um banco
previsto o auto-monitoramento dos padrões de lança- de dados georreferenciado integrado que dê supor-
mento dos efluentes e do corpo receptor pelo empreen- te à definição de diretrizes com vistas ao controle de
dedor tendo como parâmetros de controle o artigo 34 geração de cargas poluidoras nas bacias hidrográficas
da Resolução CONAMA 357/05. Em função do poten- estaduais.
cial poluidor gerado pelos nutrientes, DBO e fósforo
nas águas, esses parâmetros deverão ser também in- - Quanto ao banco de dados: todas as infor-
cluídos nas análises. mações deverão estar disponíveis em um banco de
dados georreferenciado compatível para o uso na
Verificou-se ainda a necessidade de compatibi- gestão dos recursos hídricos, disponibilizando, em
lizar as fichas de cadastro atualmente utilizadas para cada UPG, o total de cargas geradas pelas indústrias
suprir automaticamente o banco de dados que aten- em termos de lançamento de efluentes e condições
derá ao sistema de gestão de recursos hídricos. Neste do corpo receptor.

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Plano Estadual de Recursos Hídricos

- Quanto à definição de metas: esse programa Localização: UPGs P-5 São Lourenço, P-1 Jauru,
deverá prever a inclusão da totalidade das indústrias P-3 Alto Paraguai Superior, P-4 Alto Rio Cuiabá, TA-5 Baixo
do estado até o ano de 2012, estabelecendo metas de Rio das Mortes, A-4 Baixo Teles Pires e Médio Teles Pires.
inclusão das indústrias em cada UPG por ano.
Prioridade: Alta
A etapa seguinte consiste na implantação des-
se programa (II), priorizando-se em 2010 as UPGs P4- Datas de início e de término: Uma primeira eta-
Alto Rio Cuiabá e P5-São Lourenço, que atuarão como pa de preparação e compilação dos dados já disponíveis,
unidade piloto. Após a implantação e ajustes neces- com duração de seis meses (janeiro a junho de 2009) e
sários, esse programa será aplicado às demais UPGs outra etapa destinada às atividades de campo com dura-
estaduais que compreendam parque industrial signifi- ção de 12 meses (julho de 2009 a junho de 2010).
cativo. Nesta etapa, os trabalhos também deverão ser Objetivos:
coordenados pela SEMA e conduzidos com assessoria
técnica especializada. O objetivo geral constitui-se em inventariar, por
UPG, todos os usos consuntivos ou não consuntivos
Atividades: que estão sendo feitos com o recurso hídrico superficial,
Etapa de Elaboração de forma a chegar ao específico e determinar as bacias,
sub-bacias ou trechos de cursos d’água nos quais a pos-
a) Proceder o levantamento do cadastro de in- sibilidade de escassez é maior, ocasionando conflito.
dústrias existente na SEMA e avaliar o uni-
verso de estabelecimentos cadastrados na Justificativa:
UPG P4-Alto Rio Cuiabá. A falta de cadastro de todos os usuários leva
b) Analisar os procedimentos utilizados para à impossibilidade, nas atuais condições, de verificar
computar as fontes de poluição e as cargas quais bacias, sub-bacias ou trechos de cursos d’água
potenciais e remanescentes geradas pelas já apresentam problemas relativos aos aspectos quan-
indústrias locais. titativos do recurso hídrico.
c) Viabilizar a introdução de novos parâmetros Estratégia de Ação:
de avaliação e controle dos efluentes e do
corpo receptor no processo de auto-moni- Cooperação entre órgãos governamentais esta-
toramento. duais como a SEMA e Secretaria da Desenvolvimento
Rural SEDER-MT e federais, como ANA, ANEEL e Mi-
d) Compatibilizar os dados cadastrais com as
nistério das Minas e Energia, bem como outros atores
demandas do sistema de gestão de recur-
da sociedade civil, como os representantes de classe,
sos hídricos da SEMA.
pecuaristas, procurando obter informações sobre os
e) Definir sistema informatizado visando inte- usuários dos recursos hídricos.
grar o potencial poluidor gerado por fontes
pontuais e difusas em cada UPG. Atividades:

Etapa de Implantação As atividades são relativas às Demandas do Re-


curso Hídrico Superficial que são citadas a seguir, com
f) Implantar o programa nas UPGs prioritárias
as fontes consultadas durante o diagnóstico, as quais
P4- Alto Rio Cuiabá, P5-São Lourenço
seriam atualizadas, bem como seria feito o levanta-
g) Testar o sistema e promover ajustes neces- mento de campo, o qual é imprescindível. A participa-
sários, incluindo as informações no banco ção dos atores mencionados contribuiria para a conse-
de dados georreferenciados. cução do trabalho.
h) Implementar o programa nas demais UPGs que
As demandas são:
contenham parque industrial significativo.
A. Com Derivação das Águas.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
Abastecimento urbano, industrial, irrigação e
• Levantamento e avaliação de todos os cadas-
rural, incluindo a dessedentação animal. A localização
tros industriais e incorporação dos novos
ocorreria no ponto onde há estrutura hidráulica de
parâmetros de controle (DBO e fósforo)
captação das águas superficiais.
para todas as indústrias cadastradas, reali-
zado até 2012 - Abastecimento Urbano
• Banco de dados georreferenciados e inclusão As fontes de informação foram SEPLAN (2.007)
de todas as indústrias das UPGs P4 - Alto Rio com dados parciais de 2006, coletados nos municípios;
Cuiabá, P5 - São Lourenço, realizado até 2010 Diagnóstico de Saneamento (SNIS, 2005); “Diagnósti-
• Incorporação das outras UPGs até 2012. co das condições de Saneamento nas Sedes dos Mu-
nicípios do Estado de Mato Grosso Inseridos na Bacia
4.1.1.2. Projeto: Inventário dos usuários Hidrográfica do Rio Xingu - Relatório Síntese” (PMSS,
2005) e a Pesquisa Nacional sobre Saneamento Básico
de águas superficiais (IBGE, 2000).
Executor: - Abastecimento Industrial
Superintendência de Recursos Hídricos da Se- A fonte dos dados foi o estudo econômico rea-
cretaria de Estado de Meio Ambiente por meio da con- lizado para este trabalho, o qual utilizou a publica-
tratação de serviços de terceiros. ção “Mato Grosso em Números – 2006”, referente às

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informações de 2005 do Estado. As indústrias foram O uso é de particular interesse para o estado de
divididas em dois grupos: agroindústrias e demais Mato Grosso, pois não existem praias oceânicas próxi-
tipos. As primeiras, por sua vez, sub-divididas em mas. Assim, a oferta deste tipo de lazer seria encarada
abatedouros e sucro-alcooleiras. O critério de corte pelo poder público como a possibilidade de atender
corresponderia a 1 l/s, desprezando-as para valores à demanda existente principalmente por parte da po-
inferiores. pulação de menor poder aquisitivo. Seriam localizadas
nos lugares onde já ocorrem, mesmo que sazolmente,
- Abastecimento Rural
ou em outros pontos com potencial, tendo em vista a
A demanda é pouco expressiva, desprezando-a importância econômica do turismo.
para valores inferiores a 1 l/s.
C. Especiais.
- Irrigação
Correspondem àqueles que não se enquadram
As demandas seriam por cultura agrícola irri- na classificação pelo critério da não derivação e nem
gada, conforme UPG e respectiva bacia, determinan- pela consuntividade considerada somente pelo aspec-
do principalmente a variação sazonal, desprezando-a to quantitativo.
para valores inferiores a 1 l/s.
- Diluição de Esgotos e de Efluentes
- Dessedentação.
O objetivo é fazer um levantamento em campo
O uso acontece marcadamente de uma forma dos pontos de lançamento e as cargas potenciais e re-
dispersa com a finalidade de suprir animais quanto às manescentes dos despejos sanitários e industriais, lem-
suas necessidades fisiológicas. A demanda se com- brando que, segundo o levantamento da SEPLAN com
poria pelo total de animais supridos e a localização dados de 2.006, somente 15 cidades possuem estação
por meio de estruturas hidráulicas que geralmente se de tratamento de esgotos e que ainda atendem parcial-
constrói, como barramentos de regularização, prática mente a população. Portanto, há lançamento de esgo-
hoje já disseminada pelo estado do Mato Grosso. tos “in natura” pelo território do Estado. Os impactos aos
corpos receptores dependem da vazão de diluição e da
- Aquicultura.
capacidade de mistura. Seria necessário ter informações
Os poucos dados disponíveis na época do diag- sobre os pontos de lançamento para verificar o alcande
nóstico mostram que a aquicultura era ainda pouco dos impactos.
marcante no Estado de forma que sua demanda era
- Preservação e manutenção dos ecossistemas
inexpressiva para a escala deste trabalho na etapa do
aquáticos
diagnóstico. No entanto, esse quadro pode ter mudado,
de forma que merecerá atenção durante o inventário. A preservação do ecossistema aquático não se
trata propriamente de um uso, mas sim da manuten-
B. Sem Derivação das Águas.
ção do ecossistema, pois é assim que se perpetuaria,
Esta categoria de uso é aquela em que os re- possuindo capacidade de tratar despejos e, conse-
cursos hídricos são energia ou potencial de geração quentemente, valor.
de energia, suporte e via de transporte, meio de lazer
Não constitui um uso em si, mas sim uma desti-
ou capacidade de diluição. Logo, são não consuntivos,
nação dada pela sociedade, cujo objetivo primeiro é a
pois não ocasionam perdas de volume aos corpos de
preservação dos ecossistemas aquáticos importantes
água, embora possam afetar a sua disponibilidade
e suas comunidades de espécies pertinentes. Visa a
hídrica por alterações na qualidade das águas, quan-
manutenção do ecossistema e, por isso, não pressu-
do eventualmente passariam a ser classificados como
põe demanda e mesmo consuntividade, logo não alte-
consuntivos.
ra os atributos do recurso hídrico. É um uso que seria
- Geração de Energia Elétrica prejudicado por outros e não os prejudica.
Foram utilizados os planos e levantamentos Portanto, é muito mais paciente do que agente
disponíveis na CEMAT, no DNAEE e na ELETROBRÁS. nas alterações das propriedades do recurso hídrico. O
Destas fontes vieram a estimativa do potencial hidre- objetivo estaria em levantar os corpos d’água de espe-
létrico do Estado do Mato Grosso. Foram consideradas cial interesse, além daqueles já previstos na legislação
as referências da ANEEL (2006 e 2007) que deveriam em vigor.
ser atualizadas.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
- Navegação
A efetivação do inventário seria medida pelo
A de maior porte baseou-se em dados forneci- número de usuários e posteriormente pela quantidade
dos pela Agência da Capitania dos Portos dos Estados dos que receberiam atualização de informações ao lon-
de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, do Ministério go do tempo. As outorgas possuem período de vigên-
da Marinha e do Ministério dos Transportes. As infor- cia que ainda não foi estabelecido para o estado, o qual
mações sobre a navegação de menor porte, ou seja, serviria de parâmetro para verificar a renovação das in-
as pequenas embarcações, foram obtidas por relatos. formações sobre os usuários dos recursos hídricos.
Particular interesse há na Hidrovia Paraguai por causa
da sua influência regional e impactos no ambiente. Se- 4.1.1.3. Projeto: Inventário de poços
ria localizada por meio dos cursos d’água onde ocorre
de forma permanente.
tubulares do Estado de MT
- Recreação e Lazer Executor: SEMA em parceria com a CPRM

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Plano Estadual de Recursos Hídricos

Envolver a CPRM como entidade executora em reservas subterrâneas do estado, otimizando recur-
parceria com o Estado, lembrando sempre que este sos, evitando insucessos e alavancando o desenvol-
tipo de atividade já vem sendo desenvolvida pela re- vimento ordenado.
ferida empresa em outros Estados (avaliar e usar como
Estratégia de Ação:
exemplos o caso de Santa Catarina no projeto denomi-
nado PROESC, ou mesmo o convênio entre SEMA-DRH O inventário de poços deve ser entendido
e CPRM no RS). como uma espécie de varredura que identifica e avalia
as características dos poços e da água extraída, bem
Localização:
como os aspectos relacionados ao regime de extra-
Fase Piloto: P-1 Jauru, P-2 Alto Paraguai Médio, ção dos mesmos. Os registros efetuados deverão ser
P-3 Alto Paraguai Superior, P-4 Alto Rio Cuiabá, P-7 compatíveis com os protocolos do SIAGAS (Sistema
Paraguai - Pantanal, P-5 São Lourenço, P-6 Correntes de Informação de Águas Subterrâneas) e deverá fazer
- Taquari, TA-1 Baixo Araguaia, TA-2 Médio Araguaia, parte do banco de dados do respectivo órgão gestor,
TA-5 Baixo Rio das Mortes, seguidas de todas as de- gerado a partir dos processos de licenciamento de
mais UPGs do Estado. novos poços.
Prioridade: Alta. O cadastro SIAGAS, mantido e operado pela
CPRM, está se convertendo na referência nacional
Datas de início e de término: Projeto desenhado
e vem sendo utilizado como cadastro oficial de al-
para ter duração de três anos, com início em janeiro de
guns estados. Poços executados por outras agências
2009, sendo metade do período destinado à fase piloto e
estaduais ou federais (INCRA, FUNASA, etc) estarão
a outra metade para as demais regiões do Estado.
sujeitas aos mesmos processos de licenciamento ali-
Objetivos: mentando de forma automática este banco de dados,
o que aumenta sua robustez. É muito importante que
O objetivo geral deste projeto é o de realizar
este cadastro possua campos que definam se o re-
o inventário de poços em todas as UPGs do Estado
ferido poço está outorgado ou não, bem como pos-
de Mato Grosso. Os objetivos específicos surgem da
sua capacidade de armazenar informações históricas
própria dinâmica da atividade e em função de sua co-
qualitativas e quantitativas. Este programa depende
nexão com outros programas em desenvolvimento.
de algumas tarefas indispensáveis, entre elas:
À medida que o inventário inicia-se pelas UPGs
• O desenho de um banco de dados capaz de
de maior conflito, portanto de maior prioridade, um
conter todas as informações necessárias e
destes objetivos específicos seria o de não somen-
sua implementação dentro dos sistemas
te validar as metodologias de campo utilizadas, mas
utilizados pela SEMA;
também validar as metodologias relacionadas a con-
fecção de banco de dados. Além disto, contar com o • A transformação do passivo de processos (em
resultado em cada UPG pode e deve ser considerado formato físico) de licenciamento em infor-
como um objetivo específico. Considerando que esta mações digitais, já compondo o referido
atividade representa um primeiro e importante passo banco de dados.
na confecção do Mapa Hidrogeológico do Estado, a Estas informações são indispensáveis para a
correta manipulação dos dados levantados a campo confecção do Mapa Hidrogeológico do Estado e para
representa outro importante objetivo específico. o estabelecimento de uma rede de monitoramento
Justificativa: mínima de águas subterrâneas, na qual, alguns destes
poços, dependendo de suas características, posição
O principal problema a ser resolvido através geográfica e aquifero explorado, poderão ser incorpo-
deste programa é o desconhecimento por parte do rados ao mesmo.
poder público do número e qualidade dos poços per-
furados no Estado. Os registros existentes fornecem Para dar conta desta tarefa, é necessário contar
apenas uma parte deste universo, visto que a maioria com equipes de campo devidamente treinadas e ca-
deles, estima-se, tenha sido construída de forma clan- pacitadas. Recomenda-se começar em um programa
destina não gerando qualquer tipo de informação hi- piloto, justamente para testar as metodologias de tra-
drogeológica ou não alimentando os bancos de dados balho e contar com o envolvimento dos órgãos esta-
(em processo de construção) junto ao órgão gestor. duais e demais atores envolvidos.

O diagnóstico aponta para esta situação, bem Neste sentido recomenda-se adotar as UPGs,
como para o aumento da procura por poços tubulares com maior número de poços tubulares e demanda
como alternativa de abastecimento. A clandestinidade atual de água subterrânea (P-1 Jauru, P-2 Alto Para-
aumenta conforme a demanda e com a facilidade de guai Médio, P-3 Alto Paraguai Superior, P-4 Alto Rio
se obter água subterrânea. Significa que em UPGs com Cuiabá, P-7 Paraguai - Pantanal, P-5 São Lourenço, P-6
fortes demandas atuais e futuras, que contam com ra- Correntes - Taquari, TA-1 Baixo Araguaia, TA-2 Médio
zoável potencial hidrogeológico, a falta de registros é Araguaia, TA-5 Baixo Rio das Mortes), como alvo da
mais pronunciada. fase piloto, estendendo as atividades de forma gradual
nas demais regiões do Estado.
Se não se consegue boas e oportunas infor-
mações em campo, torna-se dispendioso o proces- Em função de sua ampla experiência implemen-
so de se obtê-las posteriormente. O procedimento tando este tipo de projeto e da possibilidade de mobi-
correto em relação ao registro individual de poços lização, instrumentação e treinamento das respectivas
resultaria no aumento do conhecimento sobre as equipes de campo, a CPRM, naturalmente gabarita-se

109
como ator executor de forma conveniada com o Go- dados de poços no Estado; (b) servir de base para a
verno do Estado. confecção do Mapa Hidrogeológico de Mato Grosso
e; (c) servir como base para o estabelecimento da rede
Atividades:
de monitoramento de poços para o Estado.
O levantamento realizado no decorrer do PERH-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação
MT identificou não somente os principais aquíferos do
(Quantitativo e qualitativo):
Estado, como também as UPGs com maiores deman-
das atuais de uso de água subterrânea. Para avaliar a execução do projeto em seus as-
pectos qualitativos e quantitativos, sugere-se utilizar
Com base nestas informações deverá ser es-
os indicadores apresentados no quadro 19 a seguir.
tabelecido um convênio entre a CPRM e o Governo
do Estado, tendo como escopo principal a garantia Quadro 19. Indicadores de monitoramento e avaliação do pro-
das condições básicas para implementação do pro- jeto de inventário de poços
jeto. Para tanto existem modelos de referência no Período
Etapa Indicador
Brasil, como por exemplo, os convênios assinados Considerado
entre a CPRM e os Estados do Rio Grande do Sul e Avaliação do PERH-MT realizada
Santa Catarina. Trimestre 01
no primeiro trimestre
Etapa 1 Convênio assinado e Verba de
As principais atividades a serem implementadas
estão assim organizadas: Implementação repassada no Trimestre 01
primeiro trimestre
Etapa 1 - Organização técnica e administrativa Número de Capacitações reali-
do projeto. zadas/ Número de técnicos (em- Trimestre 02
presas) capacitados
a) Apropriação e análise das informações exis-
tentes e disponíveis no PERH-MT (técnicos Etapa 2 Existência de sistema de armaze-
Trimestre 02
namento de dados de poços
do órgão gestor e técnicos da CPRM) bus-
cando os elementos estratégicos para im- Número de registros digitaliza-
Trimestre 02
plementação; dos e consistidos
Produtividade-número de poços Trimestre 02-
b) Assinatura de convênio entre as partes e es- cadastrados / mês 06
tabelecimento de unidade de coordenação Etapa 3
única e integrada. Relatório Final e número final de
Trimestre 06
poços inventariados
Etapa 2 – Atividades iniciais do projeto Produtividade-número de poços
Trimestre 07-12
c) Formação, treinamento e instrumentação cadastrados / mês
Etapa 4
das equipes de campo. Recomenda-se que Relatório Final e número final de
Trimestre 12
o treinamento seja estendido aos técnicos poços inventariados
do órgão gestor e que estes venham, pelo
menos temporariamente, acompanhar os 4.1.2. Rede de Monitoramento
trabalhos de campo; Quali-Quantitativa
d) Preparação dos modelos e protocolos dos
bancos de dados receptores do conjunto
de informações prestes a ser gerado (esta
4.1.2.1. Projeto: Revisão do programa de
atividade subentende que o Estado invista monitoramento da qualidade
na conformação de um banco de dados das águas superficiais
único compatível com o SIAGAS).
Executor: SEMA
Etapa 3 – Implementação da Fase Piloto
Localização:
e) Mobilização das equipes nas regiões na fase
piloto e início da coleta de dados em campo; UPGs Prioritárias: O projeto terá início a partir
das UPGs já contempladas pela rede de monitoramen-
f) Avaliação bimensal das atividades e reade-
to, devendo também ser incluídas as UPGs P1 - Jauru,
quação das estratégias e procedimentos de
P3 - Alto Paraguai Superior, A4 - Alto Rio das Mortes,
campo;
P6-Correntes Itiquira, consideradas as mais deficientes
g) Avaliação final da etapa piloto e confecção em termos de rede amostral.
de relatório final.
Prioridade: Alta
Etapa 4 – Implementação da Fase Final (nas
demais regiões do MT) Data de início e de término: A elaboração do
projeto (I) deverá ocorrer de 2009 a 2010, e sua im-
h) Início da execução do inventário nas demais plantação (II) entre 2011 e 2012.
regiões do Estado;
Objetivos:
i) Análise final dos resultados, quantificação
dos dados de acordo com a lógica das • Ampliar a rede de monitoramento atual e o
UPGs e redação de relatório final. escopo de análises da qualidade da água,
segundo os parâmetros da Resolução CO-
Importante ressaltar que esta atividade é fun-
NAMA 357/2005 e da Portaria 518/2004 do
damental para: (a) aumentar a robustez do banco de
Ministério da Saúde.

110
Plano Estadual de Recursos Hídricos

• Realizar análises de sedimentos em pontos tema de informações da ANA pela internet (Hidroweb)
considerados estratégicos segundo parâ- que deverá ser mantido, introduzindo-se os novos pa-
metros definidos pela Resolução 344/04. râmetros de controle.
• Avaliar a evolução da qualidade das águas e Para avaliação da rede atual de monitoramen-
dos sedimentos em todas as bacias hidro- to, dos parâmetros adotados e dos resultados obti-
gráficas estaduais. dos, sugere-se consulta ao relatório de Diagnóstico
• Realizar levantamento das áreas prioritárias da Qualidade da Água, que tráz uma consolidação
para o controle da poluição dos recursos das informações disponíveis à época de elaboração
hídricos. do estudo.
• Integrar resultados com programas que envol- O presente projeto deverá ser coordenado pela
vam conservação de solo e das águas para SEMA, compreendendo duas etapas distintas: (I) ela-
que sejam avaliadas metas de desempenho boração do programa entre 2009 a 2010 e (II) sua im-
ambiental. plantação entre 2011 a 2012.
• Manter a divulgação dos resultados de moni- Para desenvolvimento deste trabalho deverá ser
toramento no atual sistema de informação contratada consultoria técnica, sendo que o Termo de
da rede de qualidade das águas da ANA Referência para a etapa de elaboração (I) deverá levar
(Hidroweb). em conta, no mínimo, os seguintes aspectos:
• Dar subsídio técnico para outros programas - Quanto à rede de monitoramento: sugere-se a
previstos neste estudo, inclusive a reformu- inclusão de pontos de coleta nas UPGs P1 - Jauru, P3
lação do laboratório da SEMA. - Alto Paraguai Superior, A4 - Alto Rio das Mortes, P6-
• Dar subsídio técnico para a elaboração/refor- Correntes Itiquira, em função da deficiência atualmen-
mulação dos planos de bacias. te detectada nessas unidades hidrográficas. Porém, a
ampliação deverá ser consolidada após ser avaliada a
Justificativa: integração de dados gerados por empreendimentos
Em função da dimensão territorial do Esta- particulares e órgãos governamentais nessas UPGs.
do de Mato Grosso, a rede de monitoramento das - Quanto às análises realizadas: introduzir variá-
águas superficiais adotada pela SEMA abrange pre- veis de qualidade das águas superficiais estabelecidas
ferêncialmente as sub-bacias hidrográficas mais ur- na Resolução CONAMA 357/2005 segundo padrão
banizadas e cuja logística possibilita a execução das de uso e ocupação do solo das UPGs monitoradas;
campanhas dentro dos padrões de qualidade e se- incluir, quando pertinente, análise de sedimentos de
gurança desejáveis. acordo com a Resolução 344/2004 que, embora seja
Tendo em vista as novas demandas detectadas direcionada a sistemas de dragagem, é a única que
no presente estudo, é necessário estabelecer a amplia- tráz referências à qualidade de sedimentos; realizar
ção e ajuste do atual sistema de monitoramento, con- análise das comunidades aquáticas (fitoplâncton,
templando rios e reservatórios em UPGs consideradas zooplâncton e macroinvertebrados bentônicos), so-
prioritárias; está prevista também a revisão da frequên- bretudo com relação a cianobactérias (fitoplâncton),
cia das análises, com inclusão de novos parâmetros para além de testes de ecotoxicidade na água e no sedi-
avaliação de comunidades aquáticas e realização de mento (ABNT) com aplicação de índices descritores
testes ecotoxicológicos, além da análise de sedimentos. da qualidade das águas.
Estratégia de Ação: - Quanto à frequência de coleta de amostras:
nos rios, procurar viabilizar coletas bimestrais, contem-
Na elaboração e implantação deste projeto e plando as variações sazonais; nos reservatórios reco-
de outros relacionados aos instrumentos de gestão, menda-se a análise mensal dos principais parâmetros,
deve-se considerar a articulação com o estado de incluindo o controle das cianobactérias, especialmente
Mato Grosso do Sul, tanto relativamente às ativida- aquelas consideradas potencialmente tóxicas. Impor-
des a serem desenvolvidas, quanto à padronização tante destacar que a portaria 518/2004, do Ministério
de normas laboratoriais de quantidade e qualidade da Saúde, exige, em seu artigo 19, que os mananciais
- seleção de parâmetros e indicadores comuns, tra- superficiais de abastecimento público devam conter
tamento das informações; interação (planejamento um plano de monitoramento compatível com a legis-
e troca de dados) entre as redes de monitoramento lação vigente.
de quantidade, qualidade, regimes de vazão e se-
dimentológico; quanto ao adensamento da rede e - Quanto às metodologias: os procedimentos
critérios de medição harmonizados entre os dois es- de coleta, preservação, acondicionamento e análise
tados e a União. de amostras devem ser padronizados de acordo com
“Standard Methods for the Examination of Water and
A execução desse programa compreende a Wastewater (APHA/AWWA/WPCF)”, no “Guia Técnico
participação dos técnicos responsáveis pelas coletas e de Coleta de Amostras de Água (CETESB)” e nas nor-
análises da atual rede de monitoramento e a equipe mas de análise da ABNT e INMETRO ou com outro pa-
de gestão de recursos hídricos da SEMA-MT, compati- drão de referência nacional/internacional; recomenda-
bilizando ainda objetivos e ações dos departamentos se que sejam realizadas experiências inter-laboratóriais
de licenciamento e fiscalização deste órgão. Merece com instituições reconhecidas como a Companhia de
destaque os trabalhos atualmente efetuado como a Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de
divulgação dos resultados de monitoramento no sis- São Paulo - CETESB e Universidades Públicas.

111
- Quanto à logística utilizada: recomenda-se b) Consolidar os aspectos relevantes identifica-
que sejam estabelecidas, quando pertinentes, par- dos no programa atual que devem ser man-
cerias regionais com órgãos públicos e entidades tidos e detectar as principais fragilidades do
privadas para viabilização logística na execução do sistema de monitoramento para adequação
projeto de monitoramento; devem ser utilizados do programa.
equipamentos para medições em campo visando c) Definir critérios para: ampliação da rede de
agilizar as coletas, além de disponibilizar barcos e amostragem, levando-se em conta, entre
veículos adequados para o transporte das amostras outros, as fontes de poluição de origem
em tempo hábil para o laboratório da SEMA ou uni- pontual e difusa, os usos predominantes
dades regionais de laboratórios de análises previstas das águas atuais e futuros, o grau de in-
em projeto. fluência do curso d’água em unidades de
- Quanto à qualificação e número de profissio- conservação e terras indígenas, inclusive a
nais envolvidos: para que o monitoramento ocorra jusante do Estado de Mato Grosso, a dis-
de uma maneira eficaz é importante contar com um ponibilidade de dados advindos de outros
corpo técnico qualificado, com um número mínimo programas de monitoramento.
de profissionais necessários para que a demanda seja d) Definir critérios para análise e frequência
atendida; nesse sentido, deve ser prevista eventual dos parâmetros a serem monitorados, para
ampliação do corpo técnico e recursos para sua capa- apresentação de resultados, incluindo ava-
citação e requalificação permanente. liação dos atuais indicadores da qualidade
- Quanto à emissão de laudos e relatórios: a da água e introdução de descritores de co-
emissão dos laudos e dos relatórios deve obedecer a munidades aquáticas.
prazos compatíveis para o estabelecimento de ações e) Estabelecer metas de curto, médio e longo pra-
de controle da poluição, do aprimoramento das políti- zos para configuração da nova rede de moni-
cas públicas, assim como para o cumprimento institu- toramento em consonância com propostas
cional em disponibilizar os dados de monitoramento de adequação do laboratório existente, de
à sociedade, utilizando as ferramentas hoje adotadas procedimentos analíticos, da disponibilidade
pela SEMA (hidroweb). e do aperfeiçoamento da equipe técnica.
- Quanto ao banco de dados georreferencia- Etapa de Implantação
do: todas as informações deverão estar disponíveis
f) Implantação do programa nas UPGs que já
em um banco de dados georreferenciado compatível
são monitoradas, adequando o processo
com o uso na gestão dos recursos hídricos. Esse sis-
em termos de pontos de amostragem, rea-
tema deverá agregar o maior número de informações
lização das coletas, inserção de novos pa-
possíveis advindas de outros programas de monito-
râmetros de controle, emissão de laudos e
ramento ambiental, como de centrais hidrelétricas e
relatórios, publicação dos dados e inclusão
empreendimentos diversos, além dos dados obtidos
das informações no banco de dados geor-
nos processos de licenciamento, auto-monitoramento
referenciados.
e fiscalização da SEMA.
g) Inclusão no programa das UPGs P1 - Jauru,
A fase seguinte consiste na implantação e ajus- P3 - Alto Paraguai Superior, A4 - Alto Rio
tes necessários (II), priorizando-se em 2010 as UPGs das Mortes, P6-Correntes Itiquira.
que já compreendam atualmente rede de monitora-
mento; a partir de 2011 até 2012, deverão ser incluídas Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
no programa as UPGs P1 - Jauru, P3 - Alto Paraguai Su- • Readequação da rede de monitoramento atual
perior, A4 - Alto Rio das Mortes, P6-Correntes Itiquira, concluída até o final de 2010.
consideradas as mais deficientes em termos de rede
amostral. Essa etapa dos trabalhos também será coor- • Inclusão das UPGs P1 - Jauru, P3 - Alto Para-
denada pela SEMA com assessoria técnica especializa- guai Superior, A4 - Alto Rio das Mortes, P6-
da. Esse programa tem caráter permanente, devendo Correntes Itiquira realizado até 2012.
ser previstos recursos para sua continuidade.
4.1.2.2. Projeto: Revisão do programa
Ressalta-se que o programa será operacionali-
zado juntamente com a adequação do laboratório de
de monitoramento da
análises da SEMA e descentralização das atividades balneabilidade das praias
em unidades regionais.
Executor: SEMA.
Atividades:
Localização:
Etapa de Elaboração
UPGs Prioritárias: P4 - Alto Rio Cuiabá e TA3 -
a) Realizar o levantamento da rede de amos- Alto Araguaia.
tragem atual, das análises e metodologias
Prioridade: Alta.
utilizadas, da frequência de coleta de amos-
tras, da logística adotada, da emissão de Datas de início e de término: A elaboração
laudos e relatórios, dos resultados obtidos, do projeto de monitoramento da balneabilidade das
da qualificação e quantidade de profissio- praias (I) deverá ocorrer a partir de 2009 e sua implan-
nais envolvidos. tação (II) entre 2011 e 2012.

112
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Objetivos: nitoramento; devem ser utilizados todos os recursos


disponíveis visando agilizar as coletas, pois o prazo de
Ampliar a rede de monitoramento de balnea-
validade das amostras não pode ultrapassar 24 horas.
bilidade das praias, abrangendo localidades de maior
dinamismo da atividade turística. - Quanto à qualificação e número de profissio-
nais envolvidos: para que o monitoramento ocorra
Justificativa:
de uma maneira eficaz é importante contar com um
Os corpos d’água contaminados por esgotos do- corpo técnico qualificado, com um número mínimo
mésticos podem expor os banhistas a doenças de veicu- de profissionais necessários para que a demanda seja
lação hídrica (gastroententerite, hepatite A, cólera, febre atendida; nesse sentido, deve ser prevista eventual
tifóide), entre outras infecções como dermatoses, con- ampliação do corpo técnico e recursos para sua capa-
juntivites, otites e doenças das vias respiratórias. Nesse citação e requalificação permanente.
sentido, a realização de análises e a divulgação de índi-
- Quanto à emissão de laudos e relatórios: a
ces de balneabilidade contribuem para a saúde pública
emissão dos laudos e dos relatórios deve obedecer
e incentivam os centros turísticos a tomarem medidas
a prazos compatíveis para informação e estabeleci-
de controle de poluição desses balneários.
mento de ações de alerta à população sobre a bal-
A SEMA já realiza o programa de balneabilida- neabilidade das praias. Nesse sentido, devem ser di-
de das praias, porém, devido à dimensão territorial do vulgadas as condições de balneabilidade por meio de
Estado de Mato Grosso, a rede amostral é restrita às boletins semanais para prefeituras, órgãos de saúde
localidades mais próximas à capital, devendo abranger e meio ambiente, serviços de turismo e imprensa em
novos centros de turismo estaduais. geral. As informações também devem estar disponí-
veis na Internet.
Estratégia de Ação:
Em termos de comunicação à população, deverá
Basicamente, deverá ser adotada a mesma li-
ser viabilizada a sinalização local através de bandeiras
nha estratégica do programa de qualidade das águas
ou outro dispositivo instalado nas praias que indiquem
superficiais, destinando-se investimentos para im-
a qualidade da água para o banho, sendo Própria ou
plantação/ampliação da atual rede de monitoramen-
Imprópria, de acordo com os padrões estabelecidos
to, abrangendo balneários mais distantes da capital e
pela legislação em vigor. A sinalização deve ser atualiza-
com relevante interesse turístico.
da no dia seguinte à emissão do boletim analítico.
O presente projeto deverá ser coordenado pela
- Quanto ao banco de dados georreferenciado:
SEMA, compreendendo duas etapas distintas: (I) ela-
todas as informações deverão compor um banco de
boração do programa (2009 e 2010) e (II) sua implan-
dados georreferenciado compatível com o uso na ges-
tação (2011 e 2012).
tão dos recursos hídricos.
Para desenvolvimento deste programa deverá
A etapa seguinte consiste na implantação e
ser contratada consultoria técnica, sendo que o Ter-
ajustes desse programa (II), priorizando-se em 2011 as
mo de Referência para desenvolvimento dos trabalhos
UPGs P4- Alto Rio Cuiabá e TA3-Alto Araguaia que já
compreenderá no mínimo os seguintes aspectos:
compreendem a rede de monitoramento; a partir de
- Quanto à rede de monitoramento: incluir pon- 2012, deverá ser incluída no programa no mínimo uma
tos nas UPGs prioritárias P4 - Alto Rio Cuiabá e TA3 UPG por ano, segundo prioridades a serem definidas
- Alto Araguaia. nesse período, abrangendo centros de turismos rele-
vantes. Esse trabalho de monitoramento assume cará-
- Quanto às análises realizadas: utilizar critérios
ter permanente, devendo ser previstos recursos para
estabelecidos na Resolução CONAMA 274/2000;
sua continuidade.
- Quanto à frequência de coleta de amostras: o
Ressalta-se que esse programa deverá ser ope-
monitoramento deverá obedecer a frequência sema-
racionalizado juntamente com a adequação do labo-
nal, permitindo compor indicadores que atestem o
ratório de análises da SEMA e descentralização das
grau de balneabilidade das praias.
atividades em unidades regionais.
- Quanto às metodologias: os procedimentos
Atividades:
de coleta, preservação, acondicionamento e análise
de amostras devem ser padronizados de acordo com Etapa de Elaboração
“Standard Methods for the Examination of Water and
a) Realizar o levantamento da rede de amostra-
Wastewater (APHA/AWWA/WPCF)”, no “Guia Técnico
gem atual, das análises e metodologias uti-
de Coleta de Amostras de Água (CETESB)” e nas nor-
lizadas, da frequência de coleta de amostras,
mas de análise da ABNT e INMETRO ou com outro pa-
da logística adotada, da emissão de laudos
drão de referência nacional/internacional; recomenda-
e relatórios, da sinalização das praias, da
se que sejam realizadas experiências inter-laboratórios
qualificação e quantidade de profissionais
com instituições reconhecidas como a Companhia de
envolvidos.
Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de
São Paulo - CETESB e Universidades Públicas. b) Consolidar os aspectos relevantes identifi-
cados no programa atual que devem ser
- Quanto à logística: recomenda-se que sejam mantidos e detectar as principais fragili-
estabelecidas, quando pertinentes, parcerias regio- dades do sistema de monitoramento para
nais com órgãos públicos e entidades privadas para adequação do programa.
viabilização logística na execução do projeto de mo-

113
c) Definir critérios para ampliação da rede de a evolução quali-quantitativa (espacial e temporal) das
amostragem, levando-se em conta, entre águas subterrâneas extraindo subsídios para a gestão
outros, a relevância do centro turístico e a sustentável do recurso.
previsão de abertura de novos polos turís-
Os objetivos específicos neste caso seriam os
ticos no Estado.
seguintes:
d) Inspecionar os principais pontos de monito-
ramento existentes e previstos, registrando • Melhorar a base do conhecimento do funcio-
as características locais e os esquemas lo- namento dos principais aquíferos do Estado,
gísticos de apoio. com ênfase às regiões de maior demanda
atual e futura.
e) Estabelecer metas de curto, médio e lon-
go prazos para configuração da nova rede • Desenvolver metodologias e arranjos opera-
de monitoramento em consonância com tivos para garantir suficiente qualidade e
propostas de adequação do laboratório confiabilidade dos resultados.
existente, de procedimentos analíticos, da • Determinar a qualidade regional das águas sub-
disponibilidade e do aperfeiçoamento da terrâneas e seus níveis atuais de explotação.
equipe técnica. • Possuir registros históricos confiáveis que possam
f) Viabilizar a divulgação das condições de bal- ser utilizados como argumentos frente a dis-
neabilidade por meio de boletins semanais cussões relacionadas com possíveis mudanças
e de sinalização local. nos padrões de uso e ocupação do solo;
Etapa de Implantação • Capacitação e envolvimento dos diversos atores.
g) Implantação e ajustes do programa nas Uma rede em operação pode ser considerada
UPGs P4- Alto Rio Cuiabá e TA3-Alto Ara- como uma ferramenta de capacitação e envolvimento
guaia.UPGs que já são monitoradas em responsável dos mais distintos atores relacionados aos
termos de pontos de amostragem, realiza- recursos hídricos, a começar pelos grandes usuários.
ção das coletas, inserção de novos parâ- Com esta participação, a rede, como materializa-
metros de controle, emissão de laudos e ção deste compromisso, estimula o envolvimento cida-
relatórios, publicação dos dados e inclusão dão em relação aos recursos hídricos, um dos grandes
das informações no banco de dados geor- objetivos de qualquer política pública.
referenciados.
Justificativa:
h) Inclusão no programa de outras UPGs que
compreendam centros turísticos relevantes. Diferentemente dos recursos superficiais os
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: fluxos de água subterrânea são bastante lentos sendo
suas velocidades de percolação expressas em metros /
• Readequação do programa por meio da intro- ano. Este fato traz uma série de implicâncias, principal-
dução de novos pontos na rede de monito- mente no que se refere ao potencial de contaminação
ramento, principalmente nas UPGs P4- Alto e requerimentos de monitoramento.
Rio Cuiabá e TA3-Alto Araguaia;
As mudanças, tanto em termos de disponibili-
• Demais centros balneários do Estado incluídos dade quanto de qualidade, são processos que reque-
na rede de monitoramento até 2012. rem períodos de tempo mais largos (em comparação
• Monitoramento das condições de balneabili- com os recursos superficiais), porém muitas vezes re-
dade realizado em todo o Estado. sultam em situações irreversíveis de relevância geográ-
fica considerável.
4.1.2.3. Projeto: Monitoramento A definição de uma adequada e factível rede
da qualidade de águas de monitoramento, ajustada aos usos potenciais dos
subterrâneas diferentes aquíferos e as ferramentas de controle
existentes é fundamental para a gestão dos aquífe-
Executor: SEMA em parceria com usuários de ros. A rede de monitoramento deve ser entendida
água subterrânea e universidades. como uma ação de caráter preventivo que aponta à
conservação dos recursos subterrâneos. A estratégia
Localização: Todos os aquíferos do Estado.
espacial de localização dos poços de monitoramento
Prioridade: Alta é tão relevante como a definição dos parâmetros de
medição, as variáveis e frequências do referido mo-
Datas de início e de término: Janeiro a de-
zembro de 2009 fase de implantação e de 2010 a nitoramento.
2011 execução do projeto, com duração total estima- Estratégia de Ação:
da em três anos.
Do ponto de vista estratégico é preciso con-
Objetivos: ceber a rede de monitoramento como uma iniciativa,
O objetivo geral do programa é selecionar um que, a medida em que o próprio sistema de recursos
conjunto mínimo de poços tubulares para amostragens hídricos do Estado vai alcançando sua maturidade,
periódicas de maneira a organizar um banco de dados também irá desenvolver-se em termos de magnitude
de qualidade e quantidade com o qual se possa avaliar e representatividade.

114
Plano Estadual de Recursos Hídricos

A exemplo dos demais projetos relacionados Destaca-se que a SEMA já conta com um acer-
aos instrumentos de gestão deve-se procurar articu- vo de análises químicas de um conjunto razoável de
lação com os estados vizinhos na montagem de um poços, distribuídos no estado. O desenvolvimento de
sistema integrado, em particular com Mato Grosso do uma rede de monitoramento para o estado, por defini-
Sul, que também desenvolve o seu plano de recursos ção, tem que partir destes arranjos e resultados.
hídricos, pois as águas subterrâneas não obedecem os
Atividades:
limites da divisão político-administrativa.
As principais atividades a serem implementadas
Um dos aspectos fundamentais de toda e
estão assim organizadas:
qualquer rede em operação, além dos seus protoco-
los técnicos, diz respeito às condições existentes para Atividade 1 – Levantamento e análise das infor-
que a mesma faça parte do sistema de fato, receben- mações existentes
do os respectivos recursos financeiros indispensáveis
a) Apropriação e análise das informações exis-
para sua sustentabilidade. A sua continuidade e seu
tentes e disponíveis no PERH-MT (técnicos
entendimento como prioridade no campo das ações
do órgão gestor e técnicos da CPRM) bus-
públicas constitui a parte mais complicada. A nego-
cando os elementos estratégicos para im-
ciação de seus arranjos operacionais é fundamental,
plementação.
sempre tendo em vista que a melhor rede é justa-
mente aquela considerada possível, factível, simples Atividade 2 – Atividades iniciais do projeto
do ponto de vista metodológico e, principalmente, b) Identificação dos poços existentes con-
de baixo custo. É justamente no compartilhamento siderados estratégicos para serem incor-
das responsabilidades junto aos mais diversos atores porados a uma rede de monitoramento e
em torno da operação da rede que pode residir sua definição dos protocolos específicos para
grande fortaleza. O próprio sistema de licenciamento os mesmos.
e outorga poderia ser aproveitado como um dos pi-
lares para a rede. c) Identificação de regiões estratégicas ou por-
ções de aquíferos consideradas estratégicas
O órgão gestor poderia solicitar aos grandes nas quais novos poços deveriam ser incor-
empreendimentos de caráter privado (com demandas porados à rede de monitoramento.
de água subterrânea consideradas de grande magni-
tude para um determinado aquífero) a gerar monitora- d) Negociação dos arranjos operacionais e de-
mentos sistemáticos (qualidade e quantidade). finição das responsabilidades das distintas
etapas do monitoramento.
Sendo a água subterrânea um insumo/recurso
e) Preparação da geometria dos bancos de da-
fundamental para os processos produtivos, o moni-
dos da rede de monitoramento.
toramento por parte do usuário (mediante protoco-
los acordados) forneceria insumos à gestão local (ao f) Desenho final da rede.
próprio empreendimento), como também apoiaria a Atividade 3 – Implementação da Rede
gestão regional e estratégica do Estado.
g) Implementação do monitoramento nas
Supõe-se que as captações destinadas ao regiões onde as atividades anteriores já
abastecimento público, independentemente de foram desenvolvidas.
quem as operem, estejam sendo monitoradas atual-
mente (exigência da portaria do Ministério da Saú- h) Avaliação parcial dos resultados e geração
de). Neste caso os esforços estariam concentrados de relatórios de andamento e avaliação.
na adequação aos protocolos e em fazer com estas i) Difusão na rede e incorporação de novos poços.
informações sejam consistidas e fluam para os ban- Importante ressaltar que esta atividade está
cos de dados da rede. intimamente relacionada com os programas de in-
Contando com ambos os fluxos de informação, ventário de poços, com o desenvolvimento do Mapa
já é possível conceber uma rede de monitoramento Hidrogeológico de Mato Grosso e com o programa
piloto, a qual poderia ser complementada em regiões de adequação das perfurações. É fundamental que as
ou aquíferos considerados estratégicos, através de novas perfurações sejam feitas dentro das normas, das
convênios com grupos de pesquisa, universidades ou quais se possua pleno conhecimento estratigráfico e
mesmo municípios. Pode-se escolher uma área especí- hidráulico, condição fundamental para que um poço
fica para monitoramento, por exemplo, uma sub-bacia seja incorporado à rede de monitoramento.
hidrográfica, desde que localizada em área de alto ris- Em síntese, o delineamento deste programa e a
co e intenso uso agrícola. elaboração de Termos de Referência para desenvolvi-
Outro aspecto a ser destacado é o estabeleci- mento dos trabalhos devem levar em conta no mínimo
mento dos já mencionados protocolos de: (I) escolha os seguintes aspectos:
dos poços, (II) técnicas de amostragem, (III) técnicas Critérios para a escolha de poços: (I) somen-
analíticas aceitáveis e conjuntos de parâmetros sob te poderão ser incorporados à rede poços dos quais
análise, (IV) frequência de amostragem e análise e, (V) se possua registro técnico induvidável e que estejam
formatos para incorporação nos bancos de dados. A dentro das normas; (II) deve ser buscada uma distri-
definição específica de cada um destes protocolos é buição geográfica coerente com a dinâmica de uso e
considerada como a primeira tarefa técnica no contex- ocupação do solo, o que significa que regiões com
to da implementação da rede. maiores demandas deveriam, por definição, contar

115
com um maior número de poços pertencentes a rede; tectam perdas de eficiência devido a problemas cons-
(III) distribuição hidrogeológica com identificação trutivos ainda em estágios possíveis de saneamento.
de bons poços em todas as unidades aquíferas com
Parâmetros de análise:
ênfase naquelas com maior tendência de uso e con-
taminação; (IV) distribuição de poços nos principais A qualidade da água subterrânea é resultado
aquíferos de forma a atender suas distintas zonas de interações entre a água, a fase sólida e gasosa e
– recarga, trânsito e descarga; (V) cobrir setores hi- depende fundamentalmente das suas condições de
droquímicos particulares e áreas com características fluxo (velocidade, tempo de residência na matriz ro-
geológicas / hidrogeológicas anômalas ou de impor- chosa, ciclos e variações naturais – pressão atmosférica,
tância regional; (VI) levar em conta aspectos logísti- por exemplo, nível hidráulico e condições de recarga).
cos relacionadas a facilidade e custo da extração da Além destas modificações naturais, a qualidade da
amostra. água pode ser afetada por efeitos de contaminantes
externos e antrópicos. Em toda e qualquer região as
Protocolos de amostragem /transporte / con-
águas subterrâneas de um determinado aquífero ou
servação:
porção dele variam conforme certos limites configu-
Foi observado que grande parte das variações rando uma identidade química.
determinadas na qualidade da água de uma fonte
Dada a ausência de informações históricas, tan-
obedecem a diferenças metodológicas nos instantes
to de qualidade como de níveis, com as informações
de amostragem, transporte e conservação assim como
disponíveis atualmente, há uma grande dificuldade
na própria análise posterior. Este fato leva à necessida-
de realizar esta caracterização. Este é mais um dos ar-
de de existência de regras claras e rígidas para conferir
gumentos que demonstra a importância de se iniciar
credibilidade a cada etapa relacionada à implementa-
um processo de coleta de dados e poder ao longo
ção da rede.
do tempo contar com conhecimento para diferenciar
A amostragem deve ser feita sempre depois de e detectar atividades contaminantes e alteração das
esgotado o poço, ou no mínimo após longo período condições naturais de fluxo.
de bombeamento mediante recuperação dos níveis
Para manter a coerência com os objetivos da
estáticos, minimizando a turbulência no ingresso da
rede (incluindo a questão dos custos) sugerem-se pa-
água no recipiente (independentemente do volume
râmetros de maior relevância e que sejam indicadores
requerido, seja o preenchimento completo ou parcial).
de problemas de contaminação (exemplo – nitrogênio
Tanto as características do recipiente (volume e mate-
e carbono orgânico total). Em casos em que sejam de-
rial) como as condições de conservação e transporte
tectados problemas específicos e, a depender do uso
deverão ser definidas para cada parâmetro.
dado a água extraída, a lista pode ser ampliada.
Como referência podem ser adotados os mes-
A análise para detecção de contaminantes or-
mos procedimentos citados no programa de monito-
gânicos (gerados por pesticidas) é complexa, dispen-
ramento de qualidade da água superficial. Durante o
diosa e muitas vezes leva a indeterminações. Nestes
processo de amostragem se recomenda contar com
casos, se sugere que a avaliação seja concentrada em
sondas de campo para avaliação de parâmetros físico-
alguns grupos de contaminantes orgânicos, principal-
químicos, como por exemplo: pH, temperatura, turbi-
mente em áreas de alta vulnerabilidade, intenso uso
dez, oxigênio dissolvido e condutividade e elétrica.
de insumos agrícolas e poços de profundidades infe-
Medições de caráter microbiológico: riores a 100m.
A amostragem microbiológica deverá incluir Frequência de amostragem e análise:
minimamente os seguintes elementos: Organismos
A periodicidade da amostragem e análise de-
heterotróficos - (a 35 ºC) em todas as campanhas; Co-
corre de um equilíbrio entre a geração de informação
liformes Totais – em todas as campanhas; Pseudomo-
de qualidade e os custos respectivos. O monitoramen-
nas Aeruginosa – em todas as campanhas; Enteroco-
to deve ser capaz de determinar variações normais e
cos – em todas as campanhas. A inclusão de análises
naturais dos aquíferos, bem como apoiar a detecção
de algas e protozoários somente se faz necessária em
de anomalias. Entretanto, deve ser flexível ao ponto de
casos particulares.
não repetir análises quando os parâmetros demons-
Medições de caráter hidráulico: tram regularidade temporal e espacial.
Importante contar com dados como níveis, vo- Destaca-se que a rede de monitoramento tem
lumes extraídos e vazões de cada um dos poços da objetivos amplos, como por exemplo, o de caracteri-
rede e efetuar estas medições em todos os instantes zar os aquíferos (para cujo objetivo a frequência não
de amostragem. Em caso de amostragens em poços necessita ser intensa) assim como para detectar pos-
“parados”, ou seja, em estado de não bombeamento, síveis alterações em sua potabilidade (implicando em
os níveis estáticos estabilizados são fundamentais para frequências maiores).
serem anotados.
Em áreas de aquíferos superficiais ou zonas
No caso de poços em operação, sob bombea- de recarga, espera-se que ocorram variações maio-
mento, é necessário associar à análise química, os ní- res enquanto que em regiões de aquíferos profun-
veis dinâmicos, bem como as vazões de operação. Nos dos, as variações tendem a ser mínimas. Portanto a
poços considerados estratégicos do ponto de vista e frequência também é condicionada pela localização
abastecimento, é fundamental que sejam realizados dos poços, tipo de uso e a caracterização dinâmica
ensaios de eficiência a cada ano, com os quais se de- dos aquíferos nos respectivos locais. No Quadro 20

116
Plano Estadual de Recursos Hídricos

são apresentadas algumas indicações de frequência compreender as UPGs mais distantes da capital, prefe-
segundo os condicionantes recém discutidos. rêncialmente no centro-norte do Estado.
Quadro 20. Sugestão de periodicidade da frequência de amos- Prioridade: Alta
tragem
Datas de início e de término: A implantação
Setores de
Setores
trânsito,
da adequação do laboratório deverá iniciar-se em ja-
aflorantes, de alta neiro de 2009, com término previsto para dois anos.
descarga ou
Variável vulnerabilidade
perfurações Nesse período, deverão estar concluídos todos os as-
ou recarga
com prof. > pectos de adequação previstos e ministrado ao menos
(prof. < 100m)
100m um curso de capacitação técnica da equipe. A descen-
Microbiologia Mensal Trimestral tralização das atividades só deverá ocorrer a partir do
início do ano de 2012.
Hidráulica e
Mensal Trimestral
Operação dos poços Objetivos:
Parâmetros in-situ Mensal Trimestral • Reestruturar o atual laboratório de análises
Tr i m e s t r a l / s e - físico-químicas e bacteriológicas da SEMA.
Elementos maiores mensal/ trimestral
mestral
• Adequar as instalações existentes às deman-
Elementos menores
ou tóxicos
mensal/ trimestral Semestral/anual das atuais e futuras previstas pela amplia-
Contaminantes
ção da rede de monitoramento da qualida-
orgânicos - Anual Anual de da água e de sedimentos, bem como da
pesticidas balneabilidade das praias.
Observa-se que nos primeiros anos, dada à au- • Viabilizar o atendimento da demanda dos se-
sência de dados, a frequência deveria ser a maior pos- tores de licenciamento e fiscalização e mo-
sível, o mesmo ocorrendo para casos de poços com nitoramento da SEMA através da implanta-
fins de abastecimento público. ção de unidades de laboratório regionais
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: descentralizadas.
• Tornar o laboratório da SEMA um centro na-
Para avaliar a execução do projeto em seus as-
cional de referência de análises, consideran-
pectos qualitativos e quantitativos, sugere-se utilizar
do sua inserção nos procedimentos da ISO/
os indicadores do quadro 21.
IEC 17025.
Quadro 21. Indicadores de monitoramento da qualidade das
águas subterrâneas
Justificativa:
As instalações atuais do laboratório de análises
Período
Atividades Indicador da SEMA são consideradas insuficientes para compor-
Considerado
tar o volume de análises gerado pelas demandas dos
PERH-MT avaliado e revisão de setores de licenciamento, fiscalização e monitoramen-
todos os bancos de dados exis- to ambiental em todo o Estado. Esse problema tenderá
Atividade 1 Trimestre 02
tentes; confecção de um banco
de dados único
a agravar-se frente à ampliação da rede de monito-
Número de poços identificados
ramento da qualidade das águas superficiais, de se-
dimentos e de balneabilidade das praias prevista nos
Identificação de regiões estra- Trimestre 03 programas anteriores.
tégicas
Negociações de implementação Portanto, será necessário promover adequa-
Atividade 2 Trimestre 04
em curso ções no atual laboratório visando atender o aumento
Geometria da rede pronta Trimestre 03 esperado na quantidade de amostras, na introdução
de novos parâmetros analíticos a serem avaliados em
Desenho da rede definido e atendimento à Resolução CONAMA 357/2005, da Por-
Trimestre 04
aprovado
taria 518/04 do Ministério da Saúde e da Resolução
Número de poços em monito- Trimestres 04
ramento sistemático a 12
CONAMA 344/04.
Atividade 3 Incremento de novos poços e As dimensões territoriais do Estado e a dificul-
Trimestres 04
abrangência estadual por UPG dade de acesso, especialmente no período chuvoso,
a 12
e aquíferos
restringem o deslocamento das equipes de coleta para
área mais distantes da capital, comprometendo o mo-
4.1.2.4. Projeto: Adequação do nitoramento dos cursos d’água de UPGs situadas, prin-
laboratório de análises da cipalmente, nas regiões onde deverão ser intensifica-
SEMA e descentralização dos os esforços de amostragem. Nesse caso, deve ser
das atividades em unidades avaliada a descentralização do laboratório em unida-
des regionais visando garantir a acessibilidade à rede
regionais de amostragem e os prazos de validade das amostras.
Executor: SEMA Estratégia de Ação:
Localização: Neste projeto também deve ocorrer a articu-
O laboratório da SEMA está inserido na UPG P4 lação com Mato Grosso do Sul, na padronização de
- Alto Cuiabá. A descentralização, em princípio, deverá normas laboratoriais de quantidade e qualidade, bem

117
como na seleção de parâmetros e indicadores comuns pela SEMA (hidroweb). Todas as informações deverão
no tratamento das informações. estar disponíveis em um banco de dados georrefe-
renciado compatível com o uso na gestão dos recur-
A execução deste programa compreende o
sos hídricos.
diagnóstico das instalações do laboratório da SEMA,
abrangendo dimensões, equipamentos e materiais - Quanto à descentralização dos serviços: nesse
disponíveis, análises realizadas, procedimentos me- estudo, deverão ser priorizadas as sedes urbanas de
todológicos, profissionais envolvidos e instalação de maior porte que já disponham de infra-estrutura mí-
unidades regionais visando, a médio prazo, inserir essa nima de apoio logístico da SEMA e, preferêncialmente,
unidade como referência nacional. que contenham equipamentos e materiais para análi-
ses. Também deve ser avaliada a pertinência de serem
O presente projeto deverá ser coordenado pela
estabelecidas parcerias com entidades que realizam
SEMA, compreendendo duas etapas distintas: (I) elabo-
coleta e análises de água, como a FUNASA, e/ou ór-
ração do programa (2009) e (II) sua implantação (2010).
gãos de saneamento municipal. Tais parcerias podem
Para elaboração deste programa (I) deverá ser envolver também empreendedores que já executam
contratada consultoria técnica, sendo que o Termo de programas de monitoramento da qualidade da água.
Referência para desenvolvimento dos trabalhos com-
A etapa seguinte consiste na operacionalização
preenderá no mínimo, os seguintes aspectos:
do laboratório (II), prevendo-se um período de um ano
- Quanto às instalações locais: deverão ser ana- (2010) para adequação segundo as novas demandas
lisadas as condições atuais, prevendo adequações na dos programas de monitoramento. Essa etapa dos tra-
forma de layout, observando-se normas de seguran- balhos será coordenada e executada pela equipe téc-
ça, saúde ocupacional e meio ambiente. Sempre que nica da SEMA.
possível, estabelecer convênios e experiência inter-
Atividades:
laboratórios.
Etapa de Elaboração
- Quanto aos equipamentos e materiais: avaliar
estado de manutenção dos aparelhos disponíveis, vi- a) Realizar o levantamento das condições atu-
drarias, materiais de consumo e aquisição necessá- ais do laboratório da SEMA, abrangendo di-
ria para realizar as análises previstas em quantidade mensões, equipamentos e materiais dispo-
e qualidade. Sugere-se fazer um levantamento dos níveis, análises realizadas, procedimentos
aparelhos adquiridos em projetos de pesquisa ou por metodológicos e profissionais envolvidos.
meio de outras fontes de recursos, visando otimizar a b) Verificar as demandas atuais e futuras pre-
aquisição de equipamentos e de outros materiais. vistas pela ampliação da rede de monitora-
- Quanto às análises realizadas: introduzir, através mento da qualidade da água e de sedimen-
de processo de melhoria contínua, variáveis de quali- tos, bem como da balneabilidade das praias,
dade das águas superficiais estabelecidas na Resolu- além dos serviços executados pelos setores
ção CONAMA 357/2005, Portaria 518/04 do Ministério de licenciamento e fiscalização da SEMA.
da Saúde e Resolução 344/04; de comunidades aquá- c) Prever todas as adequações necessárias, es-
ticas (fitoplâncton, zooplâncton e macroinvertebrados tabelecendo metas de curto, médio e longo
bentônicos), sobretudo contagem de cianobactérias, e prazos para atendimento dos quesitos ne-
testes de ecotoxicidade na água e no sedimento. cessários à consolidação desse laboratório
- Quanto às metodologias: os procedimentos de como um centro de referência nacional.
análise de amostras devem ser padronizados de acordo d) Elaborar estudo sobre a descentralização
com “Standard Methods for the Examination of Water dos serviços em unidades regionais, com-
and Wastewater (APHA/AWWA/WPCF)”, e nas normas preendendo visitas técnicas “in loco”.
de análise da ABNT e INMETRO ou com outro padrão
e) Ministrar cursos de capacitação técnica,
de referência nacional/internacional; recomenda-se
priorizando experiências inter-laboratoriais.
que sejam realizadas experiências inter-laboratórios
com instituições reconhecidas como a Companhia de Etapa de Implantação
Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de f) Implementar as ações previstas na etapa
São Paulo - CETESB e Universidades Públicas. de elaboração do programa, abrangendo
- Quanto à qualificação e número de profissio- adequação do layout, aquisição de equipa-
nais envolvidos: para que o monitoramento ocorra mentos e de materiais de consumo; incor-
de uma maneira eficaz é importante contar com um porar novas análises em água e sedimento;
corpo técnico qualificado, prevendo-se eventual am- divulgar os relatórios técnicos e incluir as
pliação da equipe e recursos para sua capacitação e informações no banco de dados georrefe-
requalificação permanente. renciados.
- Quanto à emissão de laudos e relatórios: a g) Introduzir, para o laboratório central o pro-
emissão dos laudos pelo laboratório deve obedecer a cesso de certificação pela ISO/IEC 17025.
prazos compatíveis para o estabelecimento de ações Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
de controle da poluição, do aprimoramento das políti-
cas públicas, assim como para o cumprimento institu- • Diagnóstico com levantamento das condições
cional em disponibilizar os dados de monitoramento atuais do laboratório e das necessidades de
à sociedade, utilizando as ferramentas hoje adotadas equipamentos realizado.

118
Plano Estadual de Recursos Hídricos

• Materiais e equipamentos adquiridos e insta- Atividades:


lados.
São relativas à reabilitação e a implantação de
• Dois cursos de capacitação técnica dos funcio- postos pluviométricos e fluviométricos. A participação
nários realizado. dos atores mencionados apoiaria a consecução do tra-
• Número de funcionários capacitados. balho. A sequência de atividades seria:
• Introdução da certificação ISO/IEC 17025 a) Determinar por UPG a existência de postos
realizada. pluviométricos e fluviométricos e sua distri-
buição espacial.
4.1.2.5. Projeto: Ampliação na rede b) Verificar as condições operacionais dos apa-
hidrológica de monitoramento relhos responsáveis pelas medições, incluin-
das águas superficiais. do a validade da curva-chave.
c) Analisar a consistência das séries históricas, a
Executor: Superintendência de Recursos Hí- existência de falhas e outros vícios de medição.
dricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente por
meio da contratação de serviços de terceiros. d) Corrigir e melhorar as condições operacio-
nais dos postos pluviométricos e fluviomé-
Localização: UPGs do Estado, iniciando pelas tricos que apresentam problemas detecta-
UPGs P-5 São Lourenço, P-1 Jauru, P-4 Alto Rio Cuia- dos nas atividades anteriores.
bá, TA-5 Baixo Rio das Mortes, A-4 Baixo Teles Pires e
e) Implantar novos postos visando atingir, de
Médio Teles Pires.
maneira adequada, o território do estado e
Prioridade: Alta seus recursos hídricos.
Datas de início e de término: Abril de 2009 a f) Estabelecer um programa de revisão e ma-
setembro de 2010. nutenção periódica dos postos, seus equi-
pamentos e curva chave.
Objetivos:
g) Efetuar o estudo de regionalização hidroló-
O objetivo geral constitui-se em fazer um le- gica ao determinar por UPG a disponibilida-
vantamento, por UPG, dos aspectos quantitativos do de hídrica superf icial por meio de vazão es-
recurso hídrico superficial, visando obter a disponi- pecífica média de longo termo e a mínima,
bilidade hídrica de forma cada vez mais consistente. 95% de permanência, para que seja possível
Determinar bacias, sub-bacias ou trechos de cursos calcular por seção de uso pretendido auto-
d’água necessários ao estabelecimento de novos pos- maticamente ou por outro meio a vazão
tos fluviométricos ou reativação dos existentes, inclu- média e a mínima pontual.
sive ao verificar e propor periodicamente a curva cha-
ve. O foco principal estaria nos corpos d’água, onde a Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
possibilidade de escassez é maior, ocasionando con- A efetivação do programa seria medida pelo
flito. Também “os vazios” hidrológicos como os do rio número de postos levantados, analisados, corrigidos
Xingu mereceriam atenção. e reabilitados. Posteriormente, a avaliação seria pela
Justificativa: quantidade dos que receberiam atualização de infor-
mações ao longo do tempo, em função da necessida-
A falta de conhecimento mais aprofundado da de de manutenção ou troca de equipamentos, bem
disponibilidade hídrica leva à impossibilidade de nas como de atualização da curva-chave.
atuais condições, determinar em quais bacias, sub-ba-
cias ou trechos de cursos d’água já se apresentam pro- 4.1.2.6. Projeto: Implantação do
blemas relativos aos aspectos quantitativos do recurso
hídrico. programa de monitoramento
hidrossedimentológico
Estratégia de Ação:
Como estratégia de atuação, é necessária a ar- Executor: SEMA e Universidades.
ticulação com Mato Grosso do Sul, tanto no planeja- Localização:
mento e instalação da rede de monitoramento, quanto
na troca de dados entre as redes de monitoramento UPGs Prioritárias: P5 – São Lourenço e P6 – Cor-
de quantidade, qualidade, regimes de vazão e sedi- rentes - Taquari – considerando a criticidade de ambas
mentológico. em termos de fragilidade dos terrenos e dos baixos
índices de cobertura vegetal.
È fundamental a cooperação entre órgãos go-
vernamentais estaduais e federais como a SEMA-MT, Prioridade: Alta.
Secretaria de Desenvolvimento Rural - SEDER-MT, Datas de início e de término: A elaboração do
ANA, ANEEL e o Ministério das Minas e Energia, bem programa de monitoramento hidrossedimentológico (I)
como outros atores da sociedade civil, como os re- deverá ocorrer de 2011 e a operação (II) a partir de 2012.
presentantes de classe, que necessitam da água, pe-
cuaristas e irrigantes. Estes contribuiriam com a im- Objetivos:
plantação e a manutenção de postos pluviométricos • Introduzir uma rede de monitoramento hidros-
e fluviométricos. sedimentógico no estado de Mato Grosso.

119
• Fazer levantamentos de estudos e projetos des- Termo de Referência deverá levar em conta, no mínimo,
sa natureza realizados em órgãos públicos e os seguintes aspectos:
privados, incluindo instituições de pesquisas.
- Quanto à rede de monitoramento: selecionar os
• Avaliar a evolução da produção de sedimento pontos de monitoramento em regiões de maior criticidade,
nas UPGs com maior nível de criticidade e priorizando as UPGs P5 – São Lourenço e P6 – Correntes-
suas consequências para o sistema hídrico. Taquari, coincidindo preferêncialmente com o programa
• Integrar as informações ao banco de dados para de monitoramento de qualidade das águas superficiais
compor o sistema de gestão de recursos hídri- em termos de localização e frequência de medições.
cos. Divulgar os resultados em laudos técnicos - Quanto às medições: a metodologia de campo
periódicos e dar subsídio técnico para a elabo- empregada na escolha dos perfis transversais, seções de
ração/reformulação dos planos de bacias. medições deve seguir as recomendações estabelecidas
• Subsidiar propostas conservacionistas de uso pelas normas técnicas do DNAEE (BRASIL, 1977), atual
do solo nas bacias hidrográficas. ANEEL, que estabelece programas de amostragem de
campo conjugadas com a caracterização e avaliação dos
• Compatibilizar os resultados com estudos de-
parâmetros geométricos, hidráulicos, hidrológicos, sedi-
senvolvidos em outros estados e regiões re-
mentológicos, morfométricos e fluviomorfológicos.
ceptoras potenciais de sedimentos, a exem-
plo de Mato do Grosso do Sul, na bacia de - Quanto à emissão de laudos e relatórios: os
drenagem do Alto Paraguai. laudos e relatórios deverão ser encaminhados à SEMA
Justificativa: para aprovação e divulgação dos resultados.

No Estado há inúmeros programas de le- - Quanto ao banco de dados georreferenciados:


vantamento hidrossedimentométrico desenvolvi- todas as informações deverão integrar um banco de
dos especialmente na bacia do rio São Lourenço, dados georreferenciados compatível com o uso na ges-
compreendendo seções de medições de descarga tão dos recursos hídricos. Esse sistema deverá agregar
líquida e sólida, conjugada com a caracterização e o maior número de informações possíveis advindas de
avaliação dos parâmetros geométricos, hidráulicos, outros programas de monitoramento ambiental, como
hidrológicos, sedimentológicos, morfométricos e de hidrelétricas e empreendimentos diversos.
fluviomorfológicos. A etapa seguinte consiste na implantação e
Apesar da grande relevância de programas des- ajustes desse programa (II), priorizando-se em 2011 as
sa natureza no estado, em geral estes são conduzidos UPGs P5 – São Lourenço e P6 – Correntes-Taquari; a
pontualmente por instituições de pesquisas e universi- partir de 2012, deverão ser incluídas as bacias dos rios
dades, não mantendo a continuidade necessária para Teles Pires e Juruena, entre outras unidades hidrográfi-
uma adequada gestão dos recursos hídricos. Os dados cas consideradas críticas na continuidade do estudo.
gerados por esses estudos apresentam divulgação res- A SEMA deverá atuar nesta etapa do trabalho
trita, em geral nos meios acadêmicos. como coordenadora das atividades, centralizando as
Dada à estreita relação entre as principais fon- informações e divulgação dos dados. Contudo, suge-
tes geradoras de poluição em Mato Grosso com a pro- re-se a terceirização das atividades de campo e de la-
dução de sólidos nas bacias hidrográficas, sugere-se a boratório, privilegiando as instituições que já estejam
implantação de um projeto de monitoramento hidros- equipadas com infra-estrutura e com equipe técnica
sedimentológico sistemático, propiciando mecanismos capacitada para desenvolvimento desses trabalhos.
efetivos para manutenção adequada dos ecossistemas Atividades:
aquáticos e dos usos múltiplos das águas. Este siste-
ma, no caso da região Hidrográfica Paraguai, deve ser Etapa de Elaboração
montado em conjunto com Mato Grosso do Sul, tanto a) Fazer o levantamento de estudos já reali-
no planejamento e instalação da rede, quanto na tro- zados e em andamento das universidades
ca de dados entre estas redes de monitoramento de locais e instituições de pesquisa.
quantidade, qualidade, regimes de vazão e sedimento-
b) Delinear uma rede básica de amostragem
lógico, pois parte dos sedimentos gerados no estado
atual, determinando pontos de coleta, fre-
de Mato Grosso podem atingir Mato Grosso do Sul.
quência de medições, metodologia para
Estratégia de Ação: realização de análises, emissão de laudos e
relatórios e divulgação dos resultados.
A execução desse programa prevê inicialmente
a integração dos resultados dos trabalhos desenvolvi- c) Selecionar e contratar instituições qualifica-
dos sobre produção de sedimentos nas bacias hidro- das para desenvolvimento desse programa
gráficas visando delinear uma rede básica de monito- na sua etapa de execução.
ramento e sua implementação nas UPGs prioritárias. Etapa de Implantação
O presente projeto deverá ser coordenado pela d) Implantação e ajustes do programa nas
SEMA compreendendo duas etapas distintas: (I) ela- UPGs prioritárias, incluindo as informações
boração do programa (2011) e (II) sua implantação a no banco de dados georreferenciados.
partir de 2012.
e) Inclusão de outras UPGs das bacias do rio
Para a etapa de elaboração deste programa (I) Teles Pires e Juruena no programa.
deverá ser contratada consultoria técnica, sendo que o

120
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Indicadores de Monitoramento e Avaliação: chegar a formas mais complexas de organização como


as agências de água. Esse apoio será mais efetivo nas
• Rede de monitoramento básica definida.
bacias ou sub-bacias em que a percepção dos conflitos
• Instituição (ões) para execução dos trabalhos é maior para os usuários e a sociedade. Uma forma de
contratada (s). garantir a sustentabilidade desses comitês ou mesmo
• Programa definido e implantado. consórcio de municípios pertencentes a uma bacia seria
contar com o apoio financeiro das prefeituras por meio
• Informações incluídas no banco de dados. de lei aprovada nas respectivas câmaras.
• Relatórios hidrossedimentológicos elaborados.
Atividades:

4.1.3. Elaboração de planos de São relativas à projeção das Demandas do Re-


curso Hídrico Superficial e respectivas evoluções no
bacias hidrográficas tempo, determinando as ações e empreendimentos
que seriam necessários, antecipando a situação de
4.1.3.1. Projeto: Elaboração de planos conflito por meio de planejamento ou uso que pre-
judicasse a manutenção do ecossistema aquático em
de bacias hidrográficas trechos ou mesmo bacias mais críticas. A participação
Executor: Superintendência de Recursos Hí- dos atores mencionados apoiaria a consecução do tra-
dricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente por balho. As etapas para a sua elaboração seriam:
meio da contratação de serviços de terceiros. a) Planejamento das atividades.
Localização: b) Diagnóstico no meio físico, biótico e socio-
econômico.
Iniciar pelas UPGs P-5 São Lourenço, P-1 Jau-
ru, P-4 Alto Rio Cuiabá, P-6 Correntes - Taquari, TA-5 c) Aprofundamento do conhecimento da dis-
Baixo Rio das Mortes, A-4 Baixo Teles Pires, A-5 Médio ponibilidade hídrica, por meio da conside-
Teles Pires e A-15 Guaporé. ração de dados mais atuais provenientes
dos postos fluviométricos.
Prioridade: Média
d) Atualização do cadastro dos usuários do re-
Datas de início e de término: Julho de 2009 a curso hídrico.
dezembro de 2012. e) Definição de cenários que possibilitem ante-
Objetivos: ver conflitos ou outros problemas que afe-
tariam o recurso hídrico de forma a evitá-
Planejar, considerando o conteúdo mínimo que los por meio de medidas de gestão.
os planos de recursos hídricos devem possuir conforme
f) Definição de programas e ações necessárias.
artigo 7º da lei nº 9.433/97, por bacia hidrográfica ou por
UPG todos os usos consuntivos ou não consuntivos que g) Estabelecimento de indicadores que permi-
serão feitos do recurso hídrico superficial, determinando tissem acompanhar a aplicação prática do
ações e empreendimentos em bacias, sub-bacias ou tre- plano e verificar sua eficácia.
chos de cursos d’água nos quais a possibilidade de escas- h) Elaboração planos de bacias.
sez é maior, ocasionando conflito. Os planos seriam revis- Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
tos a cada quatro anos. Para tanto, o conhecimento das
disponibilidades hídricas superficiais por meio dos pos- • Diagnóstico elaborado.
tos fluviométricos e o cadastro dos usuários dos recursos • Projeções estabelecidas ao longo do período
hídricos devem estar em andamento principalmente nas para as demandas e comparações com as
UPGs definidas anteriormente como prioritárias que efetivamente ocorreriam, e potenciais
Justificativa: conflitos identificados.

Acompanhar a evolução dos usos do recurso • Programas/ações e indicadores definidos.


hídrico em função da dinâmica econômica. A partir do • Número de planos de bacias elaborados, con-
quadro atual, utilizar metodologias que levem a esta- siderando as bacias das UPGs com maior
belecer cenários futuros e potenciais de conflito. criticidade.
Estratégia de Ação: • Número de ações implementadas a partir das
propostas concebidas pelo plano de bacia.
Cooperação entre órgãos governamentais esta-
duais como a SEMA e Secretaria de Desenvolvimento
Rural - SEDER. e federais, como ANA, ANEEL e Minis- 4.1.4. Sistema de informações sobre RH
tério das Minas e Energia, entre outros, bem como ou-
tros atores da sociedade civil, como os representantes 4.1.4.1. Projeto: Complementação e
de classe e pecuaristas, por exemplo, procurando obter integração do sistema de
informações sobre os usuários do recurso hídrico.
informação do Estado com
Além dessa articulação institucional e com os ato-
o sistema nacional
res da sociedade civil, também será necessário o apoio
para que todos os envolvidos também se organizem Executor: SEMA e empresa prestadora de
em comitês de bacia inicialmente, para posteriormente serviço.

121
Localização: SEMA - Cuiabá e polos regionais a) Visualização e análise básicas de séries tem-
porais
Prioridade: Alta
b) Visualização espacializada de recursos na-
Datas de início e de término: Abril de 2009 a
turais (uso e ocupação de solo, geologia
março de 2010
etc.) e características socioeconômicas ge-
Objetivos: rais (atividade produtiva, unidades de zo-
O desenvolvimento do Sistema de Informações neamento etc.) das bacias hidrográficas do
Geográficas de Recursos Hídricos (SIGRH) proposto deve estado em diferentes escalas.
conter e subsidiar o gerenciamento e a análise de da- c) Interface de modelos hidrológicos (alimen-
dos hidro-meteorológicos básicos (precipitação, vazão tação, calibração, visualização espacializada
etc.) e de dados de qualidade de água, provenientes dos das saídas dos modelos, ferramentas para
programas de monitoramento da SEMA-MT, de outras simulação de cenários).
instituições (principalmente de qualidade de água) e dos
auto-monitoramentos de empresas licenciados. Deve in- d) Interface do Sistema de Suporte à Decisão
cluir também dados sobre as características (vazões cap- para Outorga de Recursos Hídricos.
tadas, efluentes lançados etc.), e distribuição dos usuá- Justificativa:
rios de RH no seu contexto espacial (localização referente
Atualmente existe grande disponibilidade de in-
à divisão de bacias, municípios, mananciais etc.).
formações em diversas áreas temáticas e espaços geo-
O SIGRH deve permitir avaliações da disponi- gráficos, entretanto apenas partes destes dados estão
bilidade hídrica para usos consuntivos e não-consun- sistematizados e disponibilizados em meio digital.
tivos nos mananciais e desta forma subsidiar a con-
Outro aspecto a considerar refere-se a dificul-
cessão de outorga de RH (e futuramente a cobrança).
dade de acesso e cruzamento dos dados, decorrente
Também deve possuir ferramentas para simulação de
de sistemas desenvolvidos em diferentes arquiteturas
vazão e de qualidade de água.
e sem estruturas simples de consulta, seleção e expor-
Desta forma, os termos de referência para de- tação de dados.
senvolvimento e integração dos modelos no ambiente
Muitos processos encaminhados à SEMA dispo-
SIMLAM devem incluir exigências que garantam o ma-
nibilizam dados e informações sobre usuários, consu-
nuseio facilitado (pré-processadores para preparação
mos de água (superficiais e subterrâneas), geração de
e alimentação etc.) dos mesmos. Deve ser garantido
cargas poluidoras, etc, mas parte destes dados presen-
que o SIGRH funcione de forma integrada ao Siste-
tes nos processos, não são armazenados em bases de
ma Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos
dados que permitam gerar informações para apoiar a
- SNIRH (ANA) (Relatório com detalhamento consta no
elaboração de estudos, planejamento de ações, identi-
Produto 1 do consultor Emerson Soares dos Santos).
ficação de situações críticas e tomada de decisão.
A implantação bem sucedida de um Sistema de
Estratégia de Ação:
Informações Geográficas de Recursos Hídricos é um pro-
cesso interativo entre desenvolvedores e usuários. O ter- Formação de um grupo composto por técni-
mo de referência para contratação de uma empresa para cos das diversas superintendências da SEMA-MT e do
desenvolvimento e implementação do Sistema deve CEHIDRO que, após receberem capacitação no uso
do SIGRH, possam extrair, comparar, cruzar e analisar
ser elaborado por um grupo composto por técnicos da
dados, gerando informações sobre os usuários, usos,
SEMA (Superintendência de Recursos Hídricos, Setor de disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos. As
Computação) e um consultor com conhecimentos apro- informações geradas e indicadores construídos irão
fundados em Recursos Hídricos e Computação Aplicada. contribuir para melhorar o processo de gestão dos re-
Os trabalhos da empresa devem ser dirigidos, cursos hídricos.
acompanhados e validados constantemente por este Os dados e indicadores devem ser compartilha-
grupo. Para assimilação da tecnologia na SEMA, de- dos e discutidos com os técnicos dos órgãos ambien-
vem ser designados, no mínimo, dois técnicos que tais dos estados vizinhos, visando estabelecer instru-
não somente dominem a utilização do sistema, mas mentos integrados de gestão.
que possuêm entendimento detalhado das estruturas
computacionais do mesmo. Atividades:

Para identificação dos pontos de monitoramen- a) Formação de um Grupo composto por téc-
to deve ser utilizada a codificação única sistematizada nicos da SEMA-MT e um consultor técnico
pela ANA. Isso facilitará a migração e atualização de especializado em SIG de Recursos Hídricos.
dados de monitoramento do e para o sistema Hidro- b) Elaboração, por parte do grupo acima cita-
web da ANA. As tabelas das séries temporais devem do, de um Termo de Referência para con-
ser relacionadas a partir deste código com tabelas dos tratação de uma empresa que trabalhará na
pontos de coleta - monitoramento. elaboração e manutenção do SIGRH.
A interface gráfica, que controla todos os ou- c) Escolha de 2 técnicos da SEMA-MT que acom-
tros componentes do SIGRH deve estar implementada panharão todo o desenvolvimento do SIGRH,
como cliente SIG em ambiente WWW (denominado com o objetivo de conhecer de forma deta-
Web-SIG), incluindo ferramentas para: lhada a estrutura computacional do Sistema.

122
Plano Estadual de Recursos Hídricos

d) Contratação da Empresa que construirá o da água, e ao usuário a necessária autorização para


SIGRH. implementação de seus empreendimentos produti-
e) Construção do SIGRH. vos, assegurando que poderá contar com tais recur-
sos para sua atividade. É um instrumento importante
f) Treinamento dos técnicos da SEMA-MT que para minimizar os conflitos entre os diversos setores
utilizarão o SIGRH. usuários e evitar impactos ambientais negativos aos
g) Implantação do Sistema na SEMA-MT. corpos hídricos.
h) Disponibilização para ambiente WEB. Estratégia de Ação:
i) Acompanhamento por parte do grupo de Buscar sustentação política interna na adminis-
técnicos da SEMA-MT e consultor técnico tração pública do estado, bem como na sociedade civil
especializado na manutenção e melhoria em função da importância de regularizar e organizar
do Sistema. os usos atuais e potenciais dos recursos hídricos su-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: perficiais.
Realizar a articulação com Mato Grosso do Sul
• Empresa que construirá o SIGRH, contratada.
visando definir critérios harmonizados para as bacias e
• Sistema elaborado e implantado. aquíferos compartilhados, quanto a outorga de capta-
• Desempenho do sistema implantado avaliado. ção e lançamento – subterrânea e superficial. No caso
de águas subterrâneas estabelecer articulação com o
• Técnicos da SEMA-MT treinados que utilizarão Programa do PNRH.
o SIGRH.
Atividades:
• Dados disponibilizados para ambiente WEB.
São relativas à consecução da implantação do
4.1.5. Sistema de Outorga de sistema de outorga. A sequência de atividades seria:
direitos de uso dos RH a) Dispor do estudo de regionalização hidro-
lógica para ter conhecimento, em cada, seção de uso
atual ou pretendido a vazão média e a mínima, de for-
4.1.5.1. Projeto: Implementação da ma a verificar a viabilidade do mesmo.
outorga considerando os usos
b) Estabelecer método automatizado (digital)
consuntivos e não consuntivos ou outro qualquer onde estaria perfeitamente coloca-
Executor: do todo o procedimento de cálculo da vazão média e
mínima, a disponibilidade hídrica.
Superintendência de Recursos Hídricos da Se-
cretaria de Estado do Meio Ambiente por meio da con- c) Definir meios de obter as informações rele-
tratação de serviços de terceiros. vantes quanto ao uso, como: tipo (por derivação ou
consuntividade); vazão pretendida; sazonalidade da
Localização: Iniciar pelas UPGs P-5 São Louren- demanda; estudo de caracterização do empreendi-
ço, P-1 Jauru, P-4 Alto Rio Cuiabá, TA-5 Baixo Rio das mento que propõe a outorga, sobretudo quanto à for-
Mortes, A-4 Baixo Teles Pires, A-5 Médio Teles Pires e ma de utilização interna da água, visando determinar
A-15 Guaporé. a eficiência do mesmo; e determinar as condições de
Prioridade: Alta lançamento ou não do recurso hídrico captado.

Datas de início e de término: Janeiro de 2009 d) Estabelecer critérios de hierarquização dos


a junho de 2010. usos dos recursos hídricos à luz da legislação em vi-
gor. A prioridade é o abastecimento público, voltado a
Os seis primeiros meses para estudos, defini- atender as populações humanas, conforme preconiza
ção de métodos e meios para a operacionalização. Os o “Código das Águas”.
meses seguintes para a operacionalização. A execução
das atividades depois deste período será permanente. Os conflitos de interesse por usos no ambiente
de escassez também devem ser solucionados utilizan-
Objetivos: do-se a legislação em vigor. Caso não seja suficiente,
Tornar legal e monitorar os usos dos recursos critérios como os relativos aos usos mais significativos
hídricos superficiais, bem como de outras estruturas em termos de atender necessidades humanas e am-
como travessias que potencialmente interfeririam no bientais seriam estabelecidos. Por exemplo, a irrigação
escoamento dos cursos d’água. com a finalidade de produzir alimentos prevalece em
relação ao uso industrial. A preservação do ecossistema
Justificativa: aquático é um uso de valor intrínseco, predominante,
Para que os diversos usos, consuntivos e não após a derivação com a finalidade de abastecimento
consuntivos da água, sejam realizados de forma or- público. Para dois usos de igual categoria prevalece o
ganizada, é necessário que o Estado, por meio da ou- que utilizar mais eficientemente a água. O critério de
torga realize sua distribuição observando a quantida- agregação de valor econômico viria logo a seguir no
de e a qualidade adequadas aos atuais e futuros usos. caso de igualdade.
Assim, o instrumento de outorga é necessário para A dessedentação animal, devido a sua rele-
o gerenciamento dos recursos hídricos, pois permite vância para o estado, não possui comumente pontos
ao outorgante realizar o controle quali-quantitativo definidos, caracterizando uma captação superficial

123
de água, derivando-a para os animais, sejam quais Objetivos:
forem, mas principalmente os bovinos. No entanto, é
O objetivo geral constitui-se em fiscalizar, por
hábito dos pecuaristas construírem barramentos de
UPG, os usos consuntivos ou não que foram inventa-
cursos d’água, com a finalidade de regularização, vi-
riados sobre o recurso hídrico superficial. Deve-se ve-
sando contar com o recurso na época de estiagem
rificar se houve qualquer alteração em termos de valor
bem definida.
ou carga poluidora cadastrada no inventário e a real,
Normalmente, essas estruturas hidráulicas care- observada na visita efetuada aos usuários.
cem de condições técnicas adequadas, já que faltam
Justificativa:
vertedouros dimensionados para descarga de vazão
de cheia com período de retorno conveniente – 100 A falta de fiscalização de usuários leva a deriva-
anos tem sido o mais praticado – e ainda descarga de ções em quantidades não permitidas, aumentando po-
fundo ou outro tipo de estrutura que garanta ao longo tencialmente a situação de conflito. Além de fiscalizar
de ano o fluxo de água de montante a jusante. O uso o que foi inventariado e também o que tem outorga,
dessedentação animal, principalmente para bovinos atenção especial seria dada a novos usuários não reco-
poderia ser outorgado indiretamente ao autorizar os nhecidos no sistema ou aqueles que eram insignifican-
barramentos de regularização. tes e passaram a ser importantes pela vazão derivada,
por exemplo. Sem essa ação complementar, fica deno-
As travessias de rodovias, estradas, linhas de
tada para os usuários uma falta de controle dos usos do
transmissão, pontes e dutos de água e esgotos, se-
recurso hídrico superficial, comprometendo a política
jam aéreos ou subterrâneos, entre outros, também
de gestão da água.
precisam ter outorga, já que causam interferência
nos cursos d’água. Especial atenção dar-se-ia ao cál- Estratégia de Ação:
culo da vazão máxima e respectiva cota de inunda-
Cooperação entre órgãos governamentais
ção, relativa a um período de retorno de 100 anos,
estaduais como a SEMA e Secretaria de Desenvolvi-
por exemplo.
mento Rural - SEDER e federais, como ANA, ANEEL
A validade da outorga está diretamente rela- e Ministério das Minas e Energia, entre outros, bem
cionada à sua importância perante a disponibilida- como outros atores da sociedade civil, como os re-
de. Uso que demanda a maior quantidade de recur- presentantes de classe e pecuaristas, por exemplo,
so hídrico em relação à quantidade de água deveria procurando obter informações sobre os usuários do
ter menor prazo de vencimento, porém nunca infe- recurso hídrico.
rior a 5 anos.
Atividades:
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
São relativas à implantação de estrutura res-
A efetivação da outorga seria medida pelo nú- ponsável pela fiscalização dos usos outorgados ou
mero de usuários regularizados e posteriormente pela não do Recurso Hídrico Superficial. As demandas a
quantidade destes que receberiam atualização de in- levantar são as consuntivas e não consuntivas. A se-
formações ao longo do tempo. quência é:
As outorgas devem possuir período de vi- a) Com base na lista de outorga por UPG, co-
gência que ainda será estabelecido para o Estado, meçando pelas mais críticas mencionadas,
o qual servirá de parâmetro para verificar a renova- identificar, por amostragem, as maiores de-
ção das informações sobre os usuários dos recur- mandas por curso d’água.
sos hídricos. b) A partir dessa lista com localização dos usu-
ários, estabelecer a equipe mínima e res-
4.1.6. Fiscalização do uso do RH pectiva estrutura para apoiá-la nas visitas
a campo. Além da estrutura administrativa
formada por técnicos e outros profissionais,
4.1.6.1. Projeto: Estruturação de são necessários meios para a realização da
sistema de fiscalização fiscalização como veículos e computado-
para recursos hídricos res. Trata-se de montar a primeira estru-
tura, para que consiga realizar a atividade,
Executor: servirá como base para que no futuro seja
Superintendência de Recursos Hídricos da Se- ampliado o setor da Secretaria de Recursos
cretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA-MT. Hídricos para que passe, paulatinamente, a
cobrir todo o estado.
Localização:
c) Utilizar os mesmos instrumento de coleta de
Iniciar pelas UPGs P-5 São Lourenço, P-1 Jauru, dados das outorgas selecionando, por cur-
P-4 Alto Rio Cuiabá, TA-5 Baixo Rio das Mortes, A-4 so d’água e por amostragem, os usuários
Baixo Teles Pires, A-5 Médio Teles Pires e A-15 Gua- que serão fiscalizados e efetivamente visitá-
poré. los in loco.
Prioridade: Média d) A partir da experiência adquirida na fis-
calização por amostragem, montar uma
Datas de início e de término: Janeiro de 2011
estrutura administrativa e de suporte de-
a junho de 2012.
finitiva.

124
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Indicadores de Monitoramento e Avaliação: Esse programa prevê também o estabelecimen-


to de mecanismos de gestão da qualidade das águas.
A efetivação da fiscalização seria medida pelo
número de usuários regularizados visitados e poste- Caso o corpo d’água enquadrado já apresente as con-
riormente pela quantidade dos que receberam atuali- dições de qualidade mínimas exigidas para a sua clas-
zação das informações. se, as ações de gestão deverão respeitar e garantir a
manutenção desse padrão. Se estiver aquém do limi-
tes estabelecidos para a classe em que o corpo hídrico
4.1.7. Estudo e Enquadramento dos RH foi enquadrado, deverão ser buscados investimentos e
ações de natureza regulatória, necessários ao alcance
4.1.7.1. Projeto: Elaborar o estudo de da obtenção de qualidade da água desejada. Poderão
Enquadramento dos Cursos também ser estipuladas metas intermediárias pro-
d’água gressivas, de caráter obrigatório, atreladas a prazos e
adequação de instrumentos de gestão ambiental e de
Executor: SEMA, através de consultoria técnica recursos hídricos.
especializada.
O presente projeto deverá ser coordenado
Localização: Todo o Estado, iniciando pelas pela SEMA, compreendendo duas etapas distintas:
UPGs prioritárias, P4 - Alto Cuiabá, P1 - Jauru e A15- (I) elaboração do programa (2010) e (II) sua implan-
Guaporé. tação (2011 a 2012). A primeira etapa deverá contar
Prioridade: Alta com contratação de consultoria técnica especializa-
da e a segunda deverá ser desenvolvida pela SEMA.
Datas de início e de término: Julho de 2009 a
dezembro de 2010. Atividades:

A elaboração do programa para as UPGs priori- Etapa de Elaboração


tárias P4-Alto Cuiabá, P1-Jauru e A15-Guaporé deverá a) Levantamento dos aspectos jurídicos e ins-
ser concluído em 2009 e prosseguirá por um ano até titucionais de enquadramento dos corpos
a definição da proposta de enquadramento e a defini- d’água, e criação de Comitês de Bacias Hi-
ção dos mecanismos necessários à gestão da qualida-
drográficas.
de (2010). A SEMA deverá encaminhar todo o processo
de aprovação do enquadramento até 2012. b) Diagnóstico dos usos preponderantes e
da qualidade das águas na sub-bacia, pre-
Objetivos:
vendo-se um minucioso levantamento das
• Estabelecer o enquadramento dos cursos fontes pontuais e difusas de poluição, das
d’água, segundo os usos preponderantes. cargas potenciais e remanescentes que
• Assegurar a qualidade requerida dentro dos atingem os corpos d’água.
padrões definidos pela Resolução CONA- c) Proposta de enquadramento dos corpos
MA 357/05. d’água segundo as especificidades da
• Desenvolver políticas públicas estaduais de sub-bacia.
controle da poluição. d) Definição de mecanismos de gestão da qua-
• Consolidar a Visão de Futuro proposta no Ce- lidade.
nário de Referência. Etapa de Implantação
Justificativa:
e) Aprovação do enquadramento: de acordo
O enquadramento dos cursos d’água represen- com a Lei nº 9.433/97, o Comitê de Bacia
ta importante instrumento para o planejamento dos Hidrográfica é o responsável pela aprova-
recursos hídricos nos aspectos quantitativos e quali- ção da proposta de enquadramento dos
tativos. O estado de Mato Grosso até o momento não corpos de água em classes de uso, elabo-
promoveu o enquadramento dos corpos hídricos nas rada pela Agência de Bacia, para posterior
UPGs, o que torna necessária a adoção desse processo encaminhamento ao respectivo Conselho
como um instrumento de controle da poluição e de Nacional ou Estadual de Recursos Hídri-
manutenção da qualidade das águas em consonância cos, de acordo com o domínio dos corpos
com a respectiva classe. de água. Nas situações em que o Comitê
Estratégia de Ação: de Bacia ainda não estiver constituído, a
aprovação fica sob a responsabilidade do
Esse programa deverá ser conduzido à luz da CEHIDRO.
Resolução CONAMA 357/2005, que estabelece as clas-
ses de qualidade das águas doces, salobras e salinas Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
do Território Nacional. No caso dos rios de domínio Proposta de enquadramento aprovada.
da União, a Agência Nacional de Águas - ANA deverá
ser envolvida. Enquadramento das UPG prioritárias (P4-Alto
Cuiabá, P1-Jauru e A15-Guaporé) realizado até 2012,
A aprovação da proposta passa pela discussão
devendo, a médio e longo prazos (2018), abranger
de fóruns específicos conforme apresentado no esco-
todo o estado de Mato Grosso.
po das atividades.

125
é decorrente dos passos necessários para que o ins-
4.1.8. Aplicação de instrumentos trumento possa demonstrar a sua exequibilidade no
econômicos à gestão de RH estado de Mato Grosso.
Atividades:
4.1.8.1. Projeto: Estudo de Os estudos realizados no PERH-MT em seus
instrumentos econômicos vários segmentos contêm as informações e atividades
alternativos para apoio a necessárias para o desenho da melhor estratégia de
execução do programa.
gestão de recursos hídricos
A situação e/ou os avanços da legislação no
Executor: campo da política de recursos hídricos é peça funda-
Secretaria de Estado da Fazenda em conjunto mental para o andamento e perspectivas do programa;
com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, ambas em seguida, vem o conhecimento sobre os processos
auxiliadas pelo Ministério do Meio Ambiente. de formação dos comitês de bacia, no que se refere
à avaliação das bacias que possuem maior potencial
Localização: Estado de Mato Grosso, iniciando para esse avanço institucional, condição que também
pelas UPGs onde o uso da água é mais intenso e onde se associa a quantidade de agentes econômicos usuá-
ocorre concentração dos projetos de irrigação, TA-5 rios das águas em seus processos produtivos e inten-
Baixo Rio das Mortes, A-11 Alto Teles Pires, A-12 Ari- sidade dessa utilização, o grau de organização política
nos e A-14 Alto Juruena. prevalecente, e, em certa medida, os problemas que
Prioridade: Alta as águas já apresentam associados e/ou decorrentes
dessa ocupação e uso do recurso.
Datas de início e de término: Julho de 2010 a
junho de 2012. A seguir, são listadas as atividades do projeto,
por etapas:
Objetivos:
Etapa 1 - Organização técnica e administrativa
Apesar do quanto se avançou na regulamen- do projeto.
tação da Lei das Águas no estado de Mato Grosso,
verificar o que é necessário para finalização desse a) Apropriação e análise das informações existen-
processo e, com base nesse conhecimento, estimu- tes e disponíveis no PERH-MT buscando os
lar os entes públicos vinculados a fazerem os enca- elementos estratégicos para implementação.
minhamentos necessários como objetivo específico Etapa 2 – Atividades iniciais do projeto
existe a necessidade de se prover as bases práticas
b) Levantamento da situação e/ou os avan-
para uma aplicação concreta deste instrumento eco-
ços da legislação no campo da política de
nômico. Para tanto, há que se eleger uma bacia do
recursos hídricos com foco na questão do
Estado que evidencie notórios problemas quanto ao
instrumento alternativo à cobrança pelo
uso das águas e/ou que potencialmente apresente
uso da água e, atuação do grupo gestor no
sinais de evolução adversa, além da existência do co-
sentido de estimular a formação do arca-
mitê de bacia e/ou a presença de um potencial para
bouço jurídico necessário.
sua formação num futuro próximo, o que se associa
também a existência de usuários que fazem uso eco- c) Levantamento do conhecimento sobre os
nômico intensivo das águas em seus processos pro- processos de formação dos comitês de
dutivos. bacia, no que se refere à avaliação das
bacias que possuem maior potencial para
Justificativa: esse avanço institucional; acompanha-
O problema geral a ser resolvido por meio des- mento das movimentações dos agentes
te programa é o do uso irracional dos recursos hídri- em cada bacia.
cos nas bacias hidrográficas do estado de Mato Grosso, d) Levantamento da quantidade de agentes
provocando a degradação da qualidade de suas águas, econômicos usuários das águas em seus
processo que está em curso com maior ou menor in- processos produtivos e intensidade dessa
tensidade nas sub-bacias do Estado, conforme analisa- utilização, grau de organização política pre-
do no diagnóstico realizado. valecente, problemas que as águas já apre-
Ou seja, acredita-se que existam instrumentos al- sentem associados e/ou decorrentes dessa
ternativos que estimulem o uso da água de forma racio- ocupação e uso.
nal, e estes possam ser úteis na composição da política e) Elegibilidade da(s) bacia(s) ou sub-bacia(s)
de recursos hídricos do estado de Mato Grosso junto mais promissora a se tornar pioneira na uti-
àqueles mais tradicionais, de comando e controle. lização de instrumentos alternativos à co-
Estratégia de Ação: brança pelo uso das águas.
Etapa 3 – Implementação da Fase Piloto
A estratégia de ação é determinada pelo con-
junto dos encaminhamentos necessários para tor- f) Estímulo e formação da base técnica neces-
nar realidade a adoção de medidas alternativas de sária à implementação prática do instru-
modo a tornar esta experiência piloto o mais bem mento, cálculos, modelagem, etc. na bacia
sucedida possível. Ou seja, a estratégia desenhada escolhida.

126
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Etapa 4 – Estímulo à difusão nas demais bacias Para que a atuação deste grupo aconteça
e sub-bacias do estado de Mato Grosso. de forma constante e eficiente é necessário, além
da capacitação, que exista uma estrutura física de
g) Realizar as atividades voltadas à difusão dos
apoio à execução das atividades de monitoramento
instrumentos econômicos.
e articulação.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
Atividades:
Projeto piloto implantado e instrumentos eco-
nômicos alternativos à cobrança definidos. Número de a) Definição de corpo técnico, com a par-
bacias que fazem uso dos instrumentos alternativos à co- ticipação do CEHIDRO, SEMA e outros
brança analisados e definidos na etapa piloto do projeto. representantes de usuários ou não, que
tenham interesse e disponham de tempo
para executar as atividades estratégicas
4.1.9. Estruturação e implementação de implantação, acompanhamento e ava-
do acompanhamento e liação do plano;
monitoramento do PERH b) Definir os procedimentos de funcionamento
do núcleo, as atribuições e a estrutura física
4.1.9.1. Projeto: Implementar núcleo e operacional necessárias à execução das
suas atividades;
de estudos estratégicos de
c) Viabilizar a estrutura física e logística de
acompanhamento e avaliação
apoio às atividades, tanto na sede quanto
da implementação do PERH no interior do estado, para apoiar as ações
Executor: CEHIDRO, SEMA e Secretarias de Es- necessárias à execução de suas atribuições;
tado. d) Realizar discussões no âmbito do grupo que
compõe o núcleo estratégico para inter-
Localização: Cuiabá e unidades regionais
nalizar as informações referentes ao plano
Prioridade: Média estadual (diagnóstico e prognóstico) e os
Datas de início e de término: Janeiro de 2009 diversos projetos previstos;
a dezembro de 2009 e) Realizar reuniões periódicas com participa-
ção dos elementos do grupo, e também
Objetivos:
junto aos diversos seguimentos relaciona-
Realizar o acompanhamento da implantação dos aos recursos hídricos do Estado, para
dos projetos e das ações voltadas ao uso sustentado informar o andamento do plano, coletar
dos recursos hídricos no Estado. novas informações, encaminhar a solução
Permitir antecipar possíveis desvios em relação à de problemas, planejar novas atividades
visão de futuro estabelecida por ocasião do prognóstico. que venham a ser necessárias à execução
do plano etc;
Justificativa:
f) Elaborar relatórios periódicos relativos ao
A construção de cenários é baseada em futuros andamento das atividades previstas e apre-
possíveis e prováveis, os quais estão condicionados ou sentar sugestões visando aperfeiçoar sua
dependem de comportamentos e tendências macroe- execução;
conômicas e das ações dos diversos atores que são os
responsáveis direta ou indiretamente pelo uso e quali- g) Atuar junto às diversas Secretarias de Esta-
dade dos recursos hídricos. do, Governo Federal, Municípios e organi-
zações não governamentais para viabilizar
Apesar das projeções elaboradas durante a a participação ativa na implementação do
fase de prognóstico, considerando um período de PERH-MT;
vinte anos, face às características e dinâmica da eco-
nomia matogrossense neste período, muitas das va- h) Propor novos encaminhamentos, apoiar
riáveis consideradas poderão ter comportamentos a articulação institucional e auxiliar na
diferentes dos previstos, sendo, portanto, necessário viabilização de recursos para que as ati-
acompanhamento e antecipações dos desvios que vidades previstas nos projetos executivos
possam ocorrer para que sejam tomadas decisões sejam realizadas segundo cronogramas
voltadas à visão de futuro estabelecida na etapa de estabelecidos.
prognóstico. Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
Estratégia de Ação: • Núcleo de estudos estratégicos implantado.
O acompanhamento da implantação dos PERH- • Acompanhamento e avaliação da implemen-
MT depende da existência de um núcleo de profissio- tação sendo realizado conforme planeja-
nais com condições de apoiar a implementação do mento das ações dos diversos projetos.
plano, bem como, tomar atitudes e efetuar a mobili- • Revisões nos projetos e prognósticos realiza-
zação de seguimentos de usuários ou não de recursos das periodicamente.
hídricos visando à articulação interinstitucional nas
correções de rumos que possam ocorrer. • Relatórios de execução e gerenciais realizados.

127
4.1.9.2. Definição da matriz institucional • Em seguida, vem o conhecimento sobre os
processos de criação dos entes institucionais
da implementação do PERH
propostos para a gestão dos recursos hídri-
Executor: No plano estadual: Secretaria de cos do estado de Mato Grosso, que atuarão
Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do nos futuros comitês de bacia do Estado, ou
Mato Grosso e no plano federal a SRHU – Secretaria seja, é necessário conhecer o processo em
de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministé- que se encontra esse avanço institucional e
rio do Meio Ambiente. quais são seus próximos passos, inclusive na
esfera privadas.
Localização: Estado de Mato Grosso.
A seguir, as etapas ou necessidades do projeto
Prioridade: Alta.
são listadas:
Datas de início e de término: Janeiro a junho
Etapa 1 - Organização técnica e administrativa
de 2009.
do projeto.
Objetivos:
a) Apropriação e análise das informações exis-
Verificar o que é necessário para finalizar o pro- tentes e disponíveis no PERH-MT e na esfera
cesso de constituição de uma matriz institucional esta- jurídica e do legislativo, buscando uma com-
dual capaz de conceber e executar uma efetiva gestão preensão do processo institucional em curso
dos recursos hídricos de suas águas. Com base nessa no estado de Mato Grosso.
demanda, é necessário estimular os entes públicos
criados no Estado, ou a serem ainda constituídos para Etapa 2 – Atividades iniciais do projeto
que façam os encaminhamentos necessários. b) Levantamento da situação e/ou os avanços
Prover o conhecimento sobre os entes institu- da legislação no campo da política de re-
cionais do estado de Mato Grosso e seus respectivos cursos hídricos;
poderes decisórios, a denominada Matriz Institucio- c) Levantamento do conhecimento sobre os
nal. Esse conhecimento é fundamental para que o processos de formação dos comitês de bacia,
estado avance no sentido de uma crescente articula- no que se refere à avaliação das bacias que
ção entre as instituições, importante para a eficácia possuem maior potencial para esse avanço
da gestão dos recursos hídricos. institucional; acompanhamento das movi-
Justificativa: mentações dos agentes em cada bacia.

O problema geral a ser resolvido por meio des- d) Na esfera privada, levantamento da quanti-
te programa é o da criação da base institucional ade- dade de agentes econômicos usuários das
quada para a gestão dos recursos hídricos estaduais e, águas em seus processos produtivos e in-
do mesmo modo, garantir uma participação que de- tensidade dessa utilização, grau de organi-
fenda os interesses do estado nos fóruns concernentes zação política prevalecente, problemas que
às decisões relativas às águas federais, considerando as águas já apresentem associados e/ou de-
que as principais nascem no estado de Mato Grosso e correntes dessa ocupação e uso.
se estendem para os demais estados. Etapa 3 – Construção de uma Matriz institucional
Estratégia de Ação: e) Elabora a matriz que representa a situação atu-
A estratégia de ação é determinada pelo con- al em que encontra o estado e a situação fu-
junto dos encaminhamentos nas esferas jurídica e exe- tura que a implementação do PERH desenhe
cutiva para tornar realidade a implantação dos entes como necessária para a melhor gestão dos
públicos necessários ao desenvolvimento institucional recursos hídricos do estado de Mato Grosso.
do Estado no campo da gestão dos recursos hídricos, Etapa 4 – Realização de Seminários Técnicos
bem como estimular a criação e emergência daqueles
entes próprios da esfera privada. f) Realizar seminários com representantes das
entidades visando à identificação das prin-
A expectativa de tais processos é que se tenha cipais questões/problemas que envolvem a
a médio prazo a constituição de Comitês de Bacias gestão dos recursos hídricos e os encami-
atuantes e com capacidade de tratamento das ques- nhamentos necessários no campo do de-
tões envolvendo a gestão dos recursos hídricos, que senvolvimento institucional
se tornarão crescentemente complexas, exigindo real
capacidade técnica e política para que se encontrem Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
as melhores soluções. Matriz institucional definida com identificação
Atividades: das instituições e suas respectivas competências, nas
diversas esferas de atuação.
Os estudos realizados no PERH-MT em seus vá-
rios segmentos contêm informações e conhecimentos
para o desenho da melhor estratégia de execução do
4.1.9.3. Projeto: Sistema de gerenciamento
programa, em decorrência, das atividades necessárias. da implantação do PERH-MT
• A situação e/ou os avanços da legislação no Executor: SEMA e CEHIDRO
campo da política de recursos hídricos é
peça fundamental ao andamento e pers- Localização: Todo o Estado, com apoio dos es-
pectivas do programa. critórios regionais da SEMA

128
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Prioridade: Alta e) Gerar o cronograma de atividades, com base


no planejamento, para que seja possível rea-
Datas de início e de término:
lizar o acompanhamento físico e financeiro
Janeiro de 2009 a junho de 2009, a etapa de im- dos diversos projetos.
plantação, e 2010 a 2012, primeira etapa da execução f) Definir a forma de alimentar periodicamente o
do plano. sistema com base nos dados relativos à exe-
Objetivos: cução das atividades dos projetos, permitin-
do os ajustes e alterações que venham a ser
Desenvolver e implantar um sistema informati- necessárias durante a execução do plano.
zado que permita a implantação do acompanhamen-
to e gestão do plano e de seus diversos projetos de g) Definir modelos de relatórios a serem emitidos
forma eficiente e eficaz. O sistema deve possibilitar a pelo sistema durante a execução do plano.
tomada de decisões de forma rápida, com base em h) Gerar relatório inicial do plano, para servir
relatórios gerencias, com o intuito de corrigir possíveis de referência aos relatórios periódicos (fí-
desvios na execução do PERH-MT. sicos, financeiros e gerenciais). referente à
Justificativa: execução dos diversos projetos que com-
põem o plano estadual.
O plano estadual de recursos hídricos engloba
i) Execução do plano acompanhado pelo siste-
um conjunto bastante amplo de ações que fazem par-
ma de gerenciamento.
te de diversos projetos previstos para serem executa-
dos nas mais diversas áreas do Estado e envolvendo Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
diferentes atores em períodos distintos e com inter- • Sistema definido, dados organizados para se-
relações de dependência diferentes. rem inseridos no sistema.
Face à natureza do plano é imprescindível rea- • Dados incluídos no sistema, inter-relações e
lizar a sua implantação, execução e acompanhamento, procedências definidas, cronograma inicial
com o apoio de ferramentas de gestão que facilitem a de atividades por projeto elaborado
tomada de decisões, com base em informações atua-
• Modelos de relatórios criados e relatório da
lizadas e confiáveis.
situação inicial elaborado.
Estratégia de Ação: • Sistema alimentado periodicamente com os
A identificação dos desvios da execução do pla- dados das atividades realizadas e relatórios
no, em relação a programação estabelecida, só será executivos produzidos.
possível se existir um sistema eficiente de controle que
permita verifica-se as atividades não foram realizadas
segundo o planejamento elaborado. A rápida identifi-
4.2. Desenvolvimento Legal e
cação destes desvios irá permitir adotar medidas que Institucional da Gestão
corrijam o rumo do programa, voltando à rota estabe-
lecida, para atingir a visão de futuro pretendida. Integrada de RH
Será adotado como estratégia o controle das
atividades por projeto, dando ênfase àquelas que 4.2.1. Reestruturação e Fortalecimento
são críticas, isto é, que podem provocar o atraso do Sistema de Gerenciamento
em todo o projeto e consequentemente no plano de
uma forma geral. de RH
O sistema de gerenciamento será realizado con-
siderado também os dados e informações disponibili- 4.2.1.1. Projeto: Fomentar e apoiar a
zadas pelo núcleo de estudos estratégicos de acompa- instalação e funcionamento
nhamento e avaliação da implementação do PERH. de comitês de bacia
Atividades:
Executor: SEMA
a) Definir a ferramenta de gestão a ser utilizada
Localização: Estado todo, com ênfase nas
na implantação e execução do plano.
UPGs com maior criticidade (P-1 Jauru, P-3 Alto Para-
b) Inserir os dados necessários à gestão física guai Superior, P-5 São Lourenço, A-4 Baixo Teles Pires,
e financeira dos diversos projetos que com- A-5 Médio Teles Pires, A-15 Guaporé, A-7 Médio Xingu,
põem o PERH-MT, de forma organizada. TA-5 Baixo Rio das Mortes), e onde exista disposição,
c) Alimentar o sistema com dados relativos ao conflito ou demanda dos usuários da água.
planejamento das atividades, por projeto, Prioridade: Alta
considerando os seus cronogramas de ati-
vidades e custos. Datas de início e de término: Janeiro de 2009
a dezembro de 2012.
d) Definir as inter-relações entre as diversas
atividades previstas no plano e estabelecer Objetivos:
as relação de dependência e precedência • Promover os estudos e discussão dos planos
entre elas. de bacias.

129
• Promover ações de entendimento, coopera- de usuários que têm como meta discutir a gestão dos
ção, fiscalização e eventual conciliação en- recursos hídricos para otimizar a sua utilização e tam-
tre usuários das águas. bém evitar o surgimento de conflitos.
• Propor à SEMA ações imediatas quando ocorrer Participam dos comitês os representantes dos
situações críticas. usuários de água (industriais, agropecuaristas, em-
• Articular-se, com comitês de bacias próximas, presas de abastecimento de água, pescadores etc.),
para a solução de problemas relativos a águas associações, sindicatos, a sociedade civil organizada
subterrâneas de formações hidrogeológicas (entidades civis de proteção do meio ambiente e dos
comum a essas bacias. recursos hídricos), representantes do poder público
(União, Estado e Municípios que compõem determina-
• Sugerir critérios de utilização da água e contribuir da bacia) e das comunidades indígenas com interesse
na definição dos objetivos de qualidade para na bacia.
os corpos de água da região hidrográfica.
A gestão das águas em Mato Grosso, no que
• Examinar o relatório técnico anual sobre a si-
se refere especificamente ao fomento da criação dos
tuação dos recursos hídricos na região hi-
comitês de bacia hidrográfica, iniciou-se no ano de
drográfica.
1997, com a definição das Políticas Nacional e Estadual
Justificativa: de Recursos Hídricos e integração com o componente
A formação dos comitês possibilita reafirmar os Educação Ambiental.
compromissos de gestão em parceria, indispensável Diversas ações já foram realizadas pela Dire-
ao desenvolvimento sustentável que se deseja alcan- toria de Recursos Hídricos e Assessoria de Educação
çar para a bacia hidrográfica. Ambiental da FEMA, inclusive dentro do Programa
Muitos dos problemas de gestão que surgem Estadual de Educação Ambiental, com o objetivo de
no âmbito da bacia podem ser resolvidos de forma rá- sensibilizar a sociedade através de reuniões e palestras
pida, decorrente de acordos firmados entre os usuários com a participação dos Grupos de Trabalho de Edu-
de águas da bacia, evitando demandas e interferência cação Ambiental (GTs) criados pela FEMA, nos polos
externas. Além disto, a existência de um fórum de dis- Cuiabá, Rondonópolis, Cáceres e Barra do Garças. Os
cussões sobre o uso das águas no próprio local de sua grupos de trabalho são formados por representantes
disponibilidade, permite que sejam tomadas decisões de instituições governamentais, não governamentais e
democráticas e rápidas evitando prejuízos aos recur- sociedade civil organizada, com a finalidade de pro-
sos hídricos. mover a discussão, elaboração, planejamento, gestão,
coordenação, acompanhamento, avaliação, implemen-
A formação e funcionamento dos comitês de tação de atividades, e construção conjunta da Educa-
bacias hidrográficas decorre de normativas que visam ção Ambiental dos municípios, inclusive propor nor-
implantar os sistemas nacional e estadual de recursos mas observadas as disposições legais existentes.
hídricos e segue diretrizes estabelecidas na seguinte
legislação: Também ocorreram visitas com a realização de
palestras sobre a gestão das águas e participação so-
a) Lei nº 9.433/97, que institui a política nacio- cial para os usuários de água em vários municípios da
nal de recursos hídricos; Bacia do rio Cuiabá.
b) Lei nº 6.945/97, que institui a política esta- Para a continuidade desse processo cabe à
dual de recursos hídricos; SEMA realizar as etapas fundamentais, que objetivam
c) Resolução nº 05/2000, que cria o Conselho sensibilizar a população em geral, bem como os usuá-
Nacional de Recursos Hídricos - CNRH; rios das águas, comunidades indígenas, visando à sua
participação e envolvimento na formação dos comitês
d) Resolução nº004, de 31 de maio de 2006
no Estado.
do Conselho Estadual de Recursos Hídricos -
CEHIDRO, que define os critérios para a for- Sem dúvida, o Comitê de Bacia Hidrográfi-
mação de comitês de bacias hidrográficas ca - CBH é o foro legal para a implantação da gestão
no Estado. participativa, bem como estratégia de sustentabilidade
Entre as atribuições da Secretaria de Estado do de gerenciamento das bacias hidrográficas, compatível
Meio Ambiente – SEMA, está a gestão dos recursos com as diretrizes estabelecidas na Política Nacional e
hídricos no Estado de Mato Grosso. Uma das diretrizes Estadual de Recursos Hídricos, e também constitui-se
básicas da Política Estadual de Recursos Hídricos é a num veículo de integração dos diversos setores que
gestão compartilhada, descentralizada e participativa, envolvem representantes de órgãos governamentais,
sendo que as bacias hidrográficas mato-grossenses setores usuários e sociedade civil. Portanto, a formação
apresentam as mais variadas formas de degradação, dos comitês possibilita reafirmar os compromissos de
tais como a ambiental (recursos hídricos), social, cul- gestão de recursos hídricos em parceria com a socieda-
tural e econômica. No intento de sanar estas degrada- de em geral.
ções é que o Comitê deve ser fomentado. A estratégia ora apresentada encontra respal-
Estratégia de Ação: do em atividades anteriormente iniciadas pela SEMA,
denominadas “Uma Experiência de Mobilização Social
O comitê é um órgão colegiado, integrante do em Juína - Mato Grosso”, que na verdade inspirou todo
Sistema Estadual de Recursos Hídricos, que reúne ór- o processo de criação dos comitês que se pretende
gãos governamentais e organizações civis na forma implementar.

130
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Atividades: - Envolvimento das organizações de usuá-


rios de recursos hídricos através de reu-
As atividades necessárias ao fomento e implan-
niões técnicas e oficinas, de construção
tação dos comitês de bacias podem ser organizadas
participativa e descentralizada de pla-
em quatro etapas, conforme apresentado a seguir:
nos e projetos a serem implementados
a) Etapa de Sensibilização: objetiva despertar o na bacia;
interesse da sociedade e aglutinar entida- - Realização de visitas técnicas aos muni-
des e instituições ligadas aos recursos hídri- cípios;
cos, visando à criação do Comitê da Bacia
Hidrográfica em Mato Grosso. - Realização de reuniões temáticas com os
usuários da água;
- Levantamento de dados secundários so-
bre a bacia; - Realização de Workshop sobre Recursos
Hídricos com os segmentos de usuá-
- Contatos e visitas aos Municípios das bacias; rios;
- Realização de reuniões preparatórias; - Promover cursos de capacitação para a
- Sensibilização dos poderes legislativos sociedade, usuários e poder público da
locais, quanto à lei orgânica municipal bacia;
e políticas para a água e sua integração - Acompanhamento do funcionamento do
de uso e ocupação do solo; Comitê;
- Realização de outros Workshops voltados - Apoiar a realização de simpósios inter-
ao fomento da criação do comitê de municipais nas bacias;
bacia hidrográfica de Mato Grosso.
- Apoiar a participação em eventos nacio-
b) Etapa de Organização: voltada à articulação nais e internacionais relacionados à ges-
e identificação dos usuários e a formatação tão participativa da água, como o En-
do comitê, quanto ao seu tamanho e as ca- contro Nacional de Comitês de Bacia.
tegorias de cada grupo (usuários e repre-
sentantes da população). Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
- Apoiar encontros por segmentos de usuá- Número de comitês de bacias implantados.
rios, órgãos públicos e sociedade civil vi-
sando à organização do comitê; 4.2.1.2. Projeto: Fortalecimento do
- Auxiliar na mobilização dos usuários e CEHIDRO.
fornecer material de apoio;
Executor: Secretaria Executiva do CEHIDRO e
- Disponibilização às informações necessá- SEMA
rias a para a constituição do comitê;
Localização: Cuiabá
- Acompanhar e orientar a organização
dos usuários visando à organização do Prioridade: Alta
comitê.
Datas de início e de término: Janeiro de 2009
c) Etapa de Institucionalização: contempla-se até dezembro de 2010
nessa fase a formalização do comitê, atra-
vés da escolha das entidades por categoria Objetivos:
(representantes da União, Estado, Municí- • Dotar o CEHIDRO da estrutura necessária para
pios, usuários de água e entidades civis) e o seu funcionamento visando cumprir com
elaboração do Regimento Interno. suas responsabilidades, conforme estabele-
- Realizar encontros com todos os seg- ce a lei de sua criação.
mentos para composição do comitê • Viabilizar a movimentação dos seus repre-
provisório; sentantes, com o pagamento das despesas
- Coordenar a realização de processo eleti- de transporte, hospedagem e alimentação
vo e posse do comitê instituído; (pagamento de diárias), permitindo assim a
participação de seus membros nas reuniões
- Fornecer modelo de regimento interno fora de seus domicílios e em encontros téc-
para servir de referência a constituição nicos sobre recursos hídricos.
do novo comitê;
• Propiciar a participação de seus membros em
- Promover capacitação dos representan- cursos e capacitações necessários ao exercí-
tes eleitos. cios de suas funções junto ao CEHIDRO.
d) Etapa de Instalação e Funcionamento: nessa Justificativa:
fase se prevê a instalação e funcionamento
do Comitê, com a realização de reunião e Para que o Sistema Estadual de Recursos Hí-
sessão de posse das entidades e eleição da dricos funcione corretamente é necessário que todos
diretoria, bem como a realização de semi- os seus integrantes atuem de forma adequada e em
nários de acompanhamento e capacitação sintonia. Como integrante deste Sistema, o CEHIDRO
dos representantes do Comitê. é fundamental por ser uma instância de decisão que

131
engloba membros de diversos setores, entre eles o po- atualização dos membros do conselho, com
der público, usuários e sociedade civil organizada, e relação a aspectos técnicos, legais, políticos
atua de forma a integrar as ações nas esferas locais e administrativos;
bem como a definir a direção a ser tomada na gestão g) Acompanhar a implantação dos projetos
dos recursos hídricos no Estado. previstos no plano estadual de RH.
Existe a necessidade do fortalecimento deste Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
conselho, para que possa realmente cumprir as suas
atribuições previstas na legislação. Para isso, deve obter Equipamentos adquiridos, estrutura física e
maior autonomia de atuação, o que somente será pos- operacional viabilizada, cursos realizados e número de
sível com a sua estruturação e a da Secretaria Executiva participantes e reuniões realizadas.
e a capacitação dos conselheiros.
Estratégia de Ação:
4.2.1.3. Projeto: Capacitação continuada
dos técnicos do órgão gestor
• Alteração do decreto que regulamenta o CEHI- dos RH
DRO para mudança na forma de eleição dos
representantes dos usuários de água e or- Executor: SEMA/MT
ganizações não governamentais.
Localização: SEMA/MT – Superintendência de
• Possibilitar aos Conselheiros representantes Recursos Hídricos, podendo ocorrer a participação de
dos usuários de água e organizações não técnicos de outras Superintendências
governamentais o recebimento de diária
em reuniões e eventos de interesse do Prioridade: Alta
programa. Datas de início e de término: Janeiro 2009 e
• Possibilitar o pagamento de ajuda de custo terá um caráter continuado
aos conselheiros que residam no interior do Objetivos
estado quando da realização das reuniões,
tanto ordinárias quando extraordinárias, de Capacitar o corpo técnico, gerencial e adminis-
forma a possibilitar a atuação mais ampla trativo da Superintendência de Recursos Hídricos da
da sociedade no CEHIDRO. SEMA suprindo as necessidades atuais e futuras para
dar atendimento às atribuições do órgão gestor de
• Estruturar a Secretaria Executiva do CEHIDRO, recursos hídricos do Estado. Serão envolvidos neste
com aquisição de equipamentos (data show, programa os técnicos que fazem parte da estrutura
notebook, pendrive, máquina fotográfica) e gerencial e técnica da Superintendência, a saber:
ampliação de estrutura física (sala própria
para o conselho e sala de reuniões para a • Coordenadoria de Gerenciamento Hídrico -
realização das câmaras técnicas). CGH;
• Dar maior apoio jurídico para o Conselho, • Coordenadoria de Outorga e Licenciamento
inclusive durante a redação de resoluções - COL;
e minutas. • Gerência de Qualidade da Água - GQA;
• Realizar reuniões ordinárias no conselho no • Gerência de Outorga - GO;
interior do estado, de forma a aumentar a
participação de organizações locais. • Gerência de Licenciamento - GL.

Atividades: Justificativa

a) Definir os tipos e características dos equipa- Os resultados obtidos na oficina de avaliação


mentos necessários a serem adquiridos; institucional da Superintendência de Recursos Hídricos
realizada em março de 2007, apontaram necessidade
b) Definir a forma como será realizada a am- de aperfeiçoamento técnico do corpo de funcionários
pliação da estrutura física, e tomar as provi- existentes, bem como a necessidade de ampliação do
dências cabíveis; contingente incorporando novos profissionais de ou-
c) Elaborar os editais, publicar, e realizar a aqui- tras especialidades.
sição dos equipamentos necessários; Considerando as atribuições da Superintendên-
d) Providenciar as alterações legais necessá- cia, as demandas para implementação do Sistema de
rias ao pagamento de ajuda de custo aos Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado e os
conselheiros que residam no interior do programas estruturados pelo Plano Estadual de Recur-
estado quando da realização das reuniões, sos Hídricos que terão que ser implementados, é urgen-
eventos e capacitação dos membros do te que seja iniciado um programa continuado de capa-
CEHIDRO; citação e de ampliação do quadro técnico, sob pena de
e) Participar das reuniões ordinárias no conse- frustrar a execução dos programas e a implantação dos
lho, em Cuiabá e no interior do estado, de instrumentos de gestão de recursos hídricos no Estado.
forma a aumentar a participação de organi- Observou-se, durante a oficina realizada que exis-
zações locais; te real desejo e empenho por parte do corpo técnico e
f) Participar em cursos de capacitação visando gerencial da Superintendência de Recursos Hídricos de
o aperfeiçoamento profissional e manter a alterar a situação atual e trabalhar no sentido de produzir

132
Plano Estadual de Recursos Hídricos

formas de atender à todas as atribuições do Governo do • Melhoria do desempenho técnico da equipe


Estado, no que diz respeito à implementação da Política da Superintendência; instalar programa
de Recursos Hídricos do Estado. avaliação e certificação ISO 9.000.
Estratégia de Ação • Ao longo dos quatro anos todo o corpo de
funcionários da Superintendência deverá
O Plano Estadual de Recursos Hídricos, o apoio estar capacitado.
do MMA/SRHU, da ANA e outras cooperações, represen-
tam oportunidades que poderão viabilizar a alteração do
quadro atual, podendo produzir efeitos substanciais no 4.2.2. Revisão e atualização do marco
desenvolvimento institucional e técnico da SEMA/MT. legal e institucional
O número reduzido de técnicos existentes na Su-
perintendência é ocupado pela demanda existente, não 4.2.2.1. Projeto: Revisão e implementação
permitindo que haja participação simultânea de muitos da Lei da Política dos Recursos
nos cursos e treinamentos. Cada curso tem duração de
cerca de 40 horas durante, duas semanas, e são ministra-
Hídricos
dos em meio período. Executor: SEMA com o apoio de consultoria na
Os cursos e treinamentos aqui propostos bus- área jurídica.
cam abranger um espectro de demandas que foram Localização: Estado
manifestadas pelos funcionários, devendo ser aplicado
um conjunto inicial de temas, mas sempre, buscando- Prioridade: Alta
se a atualização do programa. Datas de início e de término: Janeiro a dezem-
Atividades bro de 2009

As atividades do Programa de Ação Continuada Objetivos:


são destinadas aos cursos e treinamentos a serem mi- Analisar a legislação estadual sobre recursos
nistrados e que devem convergir para os temas rela- hídricos e verificar a sua compatibilidade com a po-
cionados. Os temas foram eleitos durante a oficina de lítica nacional de recursos hídricos, com o objetivo de
trabalho com a equipe da SEMA. Este Programa tem realizar ajustes e preenchimento de lacunas existentes,
como meta capacitar a totalidade dos técnicos da Su- considerando as características específicas do Estado.
perintendência no prazo de quatro anos.
Justificativa:
Os temas escolhidos são:
A legislação nacional de recursos hídricos trou-
• Administração e gestão pública xe um arcabouço bastante inovador à gestão de polí-
• Instrumentos técnicos de gestão em recursos ticas públicas no Brasil, notadamente quanto às dire-
hídricos; trizes de atuação descentralizada, à participação social
no processo deliberativo da gestão e à implementação
• Processos de monitoramento dos recursos hí-
de mecanismos reguladores. Analisando a emenda
dricos;
constitucional nº19, de 4 de junho de 1998, é possível
• Sistema de informação aplicado à gestão de observar as dificuldades de sua aplicação diante da es-
recursos hídricos; trutura jurídica e administrativa vigente no país.
• Comunicação social; Esta situação reflete-se em todas as unidades da
• Limnologia; federação que possuem legislações específicas quanto
aos recursos hídricos e, às vezes, não estão alinhadas
• Hidrologia; com a legislação nacional.
• Hidrogeologia;
A despeito da necessária convergência com a
• Hidrosedimentologia; Política Nacional, é importante realizar reflexões acerca
• Impacto ambiental em recursos hídricos; da necessidade de adequação do modelo preconizado
para a gestão de recursos hídricos às especificidades
• Toxologia aquática; regionais, dada a dimensão, a diversidade socioam-
• Qualidade laboratorial - aperfeiçoamento biental e econômica das regiões brasileiras, o que in-
continuado nas técnicas e tecnologia de duz a uma leitura própria dos instrumentos técnicos e
análises laboratoriais – Certificação do La- institucionais trazidos pela lei nº 9.433/97.
boratório – ISO 17025;
Estratégia de Ação:
• Novas metodologias de análise de qualidade
de água. No modelo de gestão proposto, cabe ao setor
público o importante papel de atuar como articulador
Para cada tema serão propostos cursos de 20 e e integrador, funcionando, inclusive, como facilitador
40 horas a serem ministrados durante um semestre. das dinâmicas próprias do sistema descentralizador
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: e participativo, sem, contudo, deixar suas atribuições
constitucionais e seus instrumentos de controle e su-
• Número de temas de cursos e horas ministra- pervisão, incluindo a competência exclusiva de emis-
das em cada trimestre conforme cronogra- são de outorga de direito de uso dos recursos hídricos
ma do programa. e da fiscalização dos diversos usos.

133
Atividades: Justificativa:
As principais atividades desenvolvidas podem A Superintendência de Recursos Hídricos da
ser sintetizadas nas seguintes etapas de trabalho: SEMA, está estruturada em duas coordenadorias e con-
ta com o total de quinze técnicos de nível superior e
a) Definir termo de referência e contratar servi-
um de nível médio (neste total está incluido o superin-
ços de consultoria na área jurídica.
tendente e os coordenadores). Os profissionais de nível
b) Analisar a legislação vigente e sua compati- superior são: seis geólogos, três engenheiros sanitaris-
bilidade com a legislação federal. tas, dois químicos, um biólogo, um engenheiro civil, um
c) Elaborar os normativos legais necessários, historiador e um profissional de estudos sociais.
visando harmonizar a legislação estadual Esta estrutura é insuficiente para coordenar,
com a federal, promovendo os ajustes ne- acompanhar e avaliar as ações/atividades a serem re-
cessários na base legal que rege a gestão alizadas no conjunto de projetos identificados como
dos recursos hídricos, tanto no que tange necessários à execução do plano estadual de recursos
aos instrumentos da política estadual, quan- hídricos, mesmo contando com o apoio das demais
to ao que diz respeito a aspectos relaciona- superintendências da SEMA e que parte das ativida-
dos ao modelo institucional de execução do des sejam terceirizadas ou realizadas com o apoio de
plano estadual de recursos hídricos. instituições públicas e privadas, face a diversidade de
d) Encaminhar as propostas elaboradas, aos atividades e a extensão territorial do Estado.
poderes competentes para análise, discus- Torna-se, portanto, imprescindível a reestrutu-
sões, complementações e deliberação, en- ração e ampliação do quadro de técnicos da Superin-
volvendo no processo os usuários e a so- tendência de Recursos Hídricos.
ciedade organizada, tendo como referência
o CEHIDRO. Estratégia de Ação:
e) Acompanhar a aprovação das normas legais. Para realizar as atividades previstas no plano
f) Iniciar a implementação dos ajustes neces- estadual, é necessário estabelecer parcerias dentro do
sários para a operacionalização das normas setor público estadual, municipal e federal, além de
legais e institucionais necessárias a execu- envolver as empresas (usuárias ou não dos recursos
ção do plano (a legislação deverá ser atuali- hídricos), produtores rurais, associações de classe, or-
zada quando surgir alguma necessidade de ganizações não governamentais, universidades, etc.
adequação à legislação federal). Outro aspecto importante consiste na integra-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: ção das atividades do plano estadual com os planos
elaborados pelos estados vizinhos, como é o caso do
• Consultoria jurídica contratada. Mato Grosso do Sul, principalmente nas ações rela-
• Lei da política de recursos hídricos revisada. tivas aos projetos de monitoramento da qualidade
da água, enquadramento dos rios comuns aos dois
• Projeto de lei encaminhado ao poder executi-
estados (de domínio da União), cadastro de usuários,
vo e legislativo.
sistema de informações, estudos especiais que pro-
• Debate e ajustes na lei com a participação da duzam informações aplicáveis à mesma bacia, outor-
sociedade. ga, dentre outras.
• Lei revisada e aprovada. Atividades:
• Instrumentos legais implementados.
a) Definir um responsável para realizar os estu-
dos referentes ao ajuste da estrutura técnica
4.2.2.2. Projeto: Estudo de reestruturação
e administrativa da Superintendência de RH.
organizacional para gestão
b) Realizar diagnóstico e definir as necessida-
dos recursos hídricos. des relativas ao quadro de técnicos e da
Executor: SEMA, com o apoio de consultoria infra-estrutura física (espaço físico, equi-
específica na área organizacional e de gestão. pamentos, etc), para a execução e acompa-
nhamento das atividades dos projetos do
Localização: SEMA/Estado plano estadual de RH.
Prioridade: Média c) Obter a aprovação da SEMA, definir as prio-
ridades e viabilizar os recursos financeiros
Datas de início e de término: Janeiro a dezem-
necessários à reestruturação da superin-
bro de 2009
tendência.
Objetivos: d) Elaborar edital de contratação, publicar e
Reestruturação organizacional da SEMA - Supe- realizar as contratações e aquisições defi-
rintendência de Recursos Hídricos, para adequar sua nidas no diagnóstico.
estrutura física e técnica visando a execução e acom- e) Capacitar novos técnicos para a execução do
panhamento das atividades previstas nos diversos plano estadual de recursos hídricos.
projetos detalhados no Plano Estadual de Recursos
Hídricos. f) Executar e acompanhar as atividades do pla-
no de RH.

134
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Indicadores de Monitoramento e Avaliação: Encaminhamento do projeto de lei para as ins-


tâncias de decisão.
• Diagnóstico realizado e aprovado pela SEMA.
• Procedimentos de contratação realizados. Lei sancionada e implementada.

• Estrutura implantada e técnicos capacitados. Indicadores de Monitoramento e Avaliação:


Instrumento legal elaborado e discutido no âm-
4.2.3. Sustentabilidade econômica - bito da SEMA e CEHIDRO.
financeira de gestão dos RH Fundo Estadual de Recursos Hídricos -FEHIDRO
criado legalmente.
4.2.3.1. Projeto: Recriação do fundo FEHIDRO implantado e em operação.
estadual de recursos hídricos
4.2.3.2. Projeto: Identificação de
Executor: SEMA
fontes de financiamento para
Localização: Cuiabá o sistema de gerenciamento
Prioridade: Alta do RH.
Datas de início e de término: Janeiro de 2009
Executor: SEMA e SEPLAN, com o apoio da Se-
a junho de 2009
cretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do
Objetivos: MMA.
Recriar o Fundo Estadual de Recursos Hídricos Localização: Estado
-FEHIDRO com o objetivo de proteção dos recursos hí-
Prioridade: Alta
dricos no Estado e suporte financeiro da política de
recursos hídricos e ações correspondentes. Datas de início e de término: Abril de 2009 a
março de 2010.
Constituem objetivos do FEHIDRO:
Objetivos:
Financiar a implementação da Política Estadual
de Recursos Hídricos, em especial a implantação e ma- Identificar as fontes de financiamento que per-
nutenção dos seus instrumentos; mitam a implementação no sistema de gerenciamento
dos recursos hídricos no Estado, pois o conjunto de
Apoiar e financiar a realização de pesquisas,
atividades programadas nos diversos projetos só po-
serviços e obras hidráulicas relacionadas à preserva-
derá ser realizado se existir a soma de esforços dos
ção dos recursos hídricos;
diversos seguimentos da sociedade local e de outros
Apoiar e financiar projetos de recuperação de organismos da esfera federal e até internacional.
Área de Preservação Permanente.
Justificativa:
Justificativa:
Os projetos previstos no plano irão demandar
A execução das ações previstas no plano es- grande aporte de recursos financeiros, não disponível
tadual de recursos hídricos demanda recursos finan- no orçamento do Estado, o que implica na busca de
ceiros, os quais podem ser viabilizados através de outras fontes, nas esferas pública e privada.
diversas fontes necessitando, portando, estabelecer
Estratégia de Ação:
mecanismos institucionais regulamentados em lei, que
permitam estabelecer o seu fluxo com administração A execução das atividades dos projetos de-
simples, transparente e vinculada a ações específicas pende de parcerias que podem ser obtidas junto aos
previstas no PERH. municípios, produtores rurais, instituições de pesquisa,
universidades, empresas privadas ou públicas e or-
Estratégia de Ação:
ganizações não governamentais. Parcerias estas que,
O produto da cobrança pela utilização dos muitas vezes, se traduzem em serviços, insumos, mão-
recursos hídricos será aplicado em serviços, obras de-obra, equipamentos, etc.
hidráulicas e recuperação de APP previstas no Plano
Durante a etapa de planejamento das atividades
Estadual de Recursos Hídricos, nas respectivas bacias
é necessário identificar as possíveis fontes de recursos
hidrográficas em que foram arrecadados os recursos.
e traçar estratégias para viabilizar estes recursos, sem
O FEHIDRO será administrado financeiramente os quais, não será possível implementar os projetos.
pela SEMA, com observância do Plano de Aplicação Estas fontes de financiamento irão garantir a sustenta-
previamente aprovado pelo Conselho Estadual de Re- bilidade econômico-financeira do programa.
cursos Hídricos
Como fontes financiadoras podem ser preli-
Atividades: minarmente identificadas o Governo Federal, envol-
vendo o poder executivo (orçamento dos diversos
Montagem da minuta de lei do Fundo Estadual
ministérios, que de forma direta ou indireta, estão
de Recursos Hídricos -FEHIDRO.
relacionados às questões hídricas), legislativo e judi-
Discussão e aperfeiçoamento do instrumento ciário; grandes empresas que possuam participação
legal, com a participação da SEMA e CEHIDRO. do governo; programas financiados por instituições

135
internacionais; bancos e empresas que desenvolvem
ações relacionadas ao meio ambiente; secretarias de 4.2.4. Apoio aos Municípios para
estado e municípios, bem como os poderes legisla- sua integração ao Sistema
tivos, e o poder judiciário do Estado; Federações e
associações das indústrias, comércio e agricultura; de gerenciamento RH
produtores e suas organizações; usuários de recursos
hídricos (demanda consuntiva ou não consuntiva); 4.2.4.1 Projeto de Intervenções integradas
setor de geração de energia e de ecoturismo. de saneamento ambiental e
Atividades: gestão dos Recursos Hídricos
a) Levantar a disponibilidade de recursos jun- no meio urbano
to aos órgãos públicos federais e elaborar
propostas de convênios. Executor:

b) Análisar e identificaçar possíveis recursos Superintendência de Recursos Hídricos da Se-


disponíveis no plano plurianual do Estado. cretaria de Estado do Meio Ambiente em parceria com
c) Verificar junto às prefeituras dos municípios outros órgãos estaduais, em especial com a SEPLAN,
onde deverão ser realizados os projetos, órgãos federais e Associação dos Municípios de Mato
para estudar a possibilidade de cooperação Grosso, visando acompanhar a situação da oferta de
na execução das atividades de campo (área serviços de saneamento ambiental. O saneamento
rural) e na área de saneamento básico. ambiental nas bacias hidrográficas e UPGs seria cons-
d) Estabelecer contato com empresas priva- tituído por abastecimento de água, esgotamento sani-
das para verificar a possibilidade de formar tário, gestão de resíduos sólidos, drenagem de águas
parcerias para a execução de projetos es- pluviais e monitoramento de doenças de veiculação
pecíficos. hídrica. A contratação de serviços de terceiros apoiaria
e) Manter contato com as federações da in- a elaboração do diagnóstico.
dústria, comércio e agricultura, para estu- Localização: UPGs do Estado, iniciando por
dar formas de cooperação, na implantação aquelas de maior criticidade onde ainda há grande dé-
do plano estadual. ficit de atendimento à população residente. UPGs P-4
f) Negociar junto ao Governo do Estado e Alto Rio Cuiabá, P-5 São Lourenço, P-1 Jaurú, A-4 Baixo
Fundação de Apoio à Pesquisa do Esta- Teles Pires, A-5 Médio Teles Pires, A-11 AltoTeles Pires,
do de Mato Grosso - FAPEMAT, recursos TA-4 Alto Rio das Mortes e TA-5 Baixo Rio das Mortes.
financeiros para o desenvolvimento das Prioridade: Alta
pesquisas e estudos previstos no plano
de recursos hídricos. Datas de início e de término: Janeiro de 2009
a dezembro de 2009, etapa de elaboração.
h) Discutir com associação de produtores ru-
rais, assistência técnica pública e privada e Objetivos:
prefeituras o projeto de microbacias hidro-
Levantar e planejar por UPG todos os serviços
gráficas. Elaborar o plano e cronograma de
de saneamento ambiental, os déficits e a relação com
execução das atividades e formalizar convê-
os recursos hídricos, poluição por falta de coleta e tra-
nios de parceria.
tamento de esgotos sanitários, determinando ações e
i) Detalhar o programa de educação ambien- empreendimentos em bacias e UPGs, visando aumen-
tal e buscar patrocínio junto às empresas tar o índice de atendimento.
do Estado para a elaboração dos mate-
Justificativa:
riais de apoio, produção das propagandas,
das campanhas junto às escolas munici- No estado falta um órgão estadual de regula-
pais, bem como a capacitação de multi- ção do serviço de saneamento ambiental, o qual fisca-
plicadores. lizaria os prestadores de serviços de saneamento, bem
j) Definir mecanismos e formas de aplicação como a aplicação dos recursos conforme os empreen-
dos recursos de compensação do setor de dimentos e ações estabelecidas no sentido de atender
geração de hidroeletricidade. a população urbana.

Indicadores de Monitoramento e Avaliação: Estratégia de Ação:

• Recursos identificados e convênios firmados Cooperação entre órgãos governamentais es-


com o governo federal taduais como a SEMA e Secretaria de Planejamento
e federais, como ANA, Ministério das Cidades e ope-
• Número de parcerias efetivadas com os muni-
radoras, entre outros, procurando obter informações
cípios, empresas privadas e associações.
sobre a situação do saneamento ambiental.
• Número de projetos de pesquisa aprovados e
Deve ser focada a relação com os municípios,
convênios elaborados junto a FAPEMAT.
definindo uma política do Estado para apoiá-los na
• Mecanismos de compensação com o setor de efetivação de investimentos públicos em saneamento
hidroeletricidade em apoio ao plano de re- ambiental, possibilitar a aplicação da lei de consórcios,
cursos hídricos definidos. para os projetos de aterro sanitário.

136
Plano Estadual de Recursos Hídricos

O programa deve ter como referência a lei fe-


deral nº. 11.445/2007, sobre os Planos Diretores de 4.3. Desenvolvimento Tecnológico
Saneamento Básico, a qual visa apontar o caminho
para que seja aumentado o nível de atendimento e Capacitação
da população brasileira, no caso, a do estado de
Mato Grosso.
4.3.1. Divulgação, capacitação e
Atividades:
educação ambiental para
São relativas ao diagnóstico do saneamento am-
gestão integrada de RH
biental no estado o planejamento de ações e empre-
endimentos, visando reduzir o déficit de atendimen-
to. A participação dos atores mencionados apoiaria a 4.3.1.1. Projeto: Campanhas de adequação
consecução do trabalho. Seriam seguidas as diretrizes técnica das obras de captação
estabelecidas pela Lei Federal 11.445/2007, sobre os
de água subterrânea
Planos Diretores de Saneamento Básico.
(poços tubulares)
O escopo do serviço de um Plano Diretor é o
seguinte: Executor:
a. Diagnóstico: dos sistemas atuais em ope- Coordenação da SEMA e apoio do CREA, ABAS,
ração que corresponde ao levantamento das uni- universidades, prefeituras e principalmente. empresas
dades que compõem os sistemas de saneamento a prestadoras de serviço de perfuração.
partir das informações existentes e visitas técnicas
Localização: Estadual
de campo. Projetos, estudos e planos diretores ante-
riores também constituem uma fonte de informação Prioridade: Alta
importante.
Datas de início e de término: Janeiro de 2009
b. Estudo de demandas: determinação das a dezembro de 2012, sendo 2,5 anos para capacitação
vazões de água e esgotos e carga orgânica em fun- e difusão. As atividades de Fiscalização e Gestão serão
ção da população urbana atual e da projetada para contínuas.
mais 20 anos. O uso de dados da operadora local
Objetivos:
de saneamento é melhor, desde que informações
como os volumes atualmente produzidos, trata- O projeto tem como objetivo principal realizar
dos e medidos sejam suficientemente consistentes, campanha em conjunto com os principais atores sobre
além de outras sobre o sistema de esgoto local, in- o tema água subterrânea no Estado alertando para a
cluindo tratamento. necessidade e importância da adequação técnica das
obras de perfuração de poços para extração de água
c. Análise dos sistemas os quais foram levan-
subterrânea. De forma secundária, a proposta visa dar
tadas as condições atuais de operação para determi-
maior visibilidade aos desafios das águas subterrâneas
nação dos problemas e apontar soluções. Constitui
nas agendas políticas dos tomadores de decisão e ór-
basicamente a verificação da eficiência da unidade em
gãos executivos de Mato Grosso, assim como de toda a
face das demandas, da capacidade de atendimento
sociedade em geral. Por ser uma campanha voltada às
conforme projeto e operação e determinação do pra-
questões técnicas, há um componente de informação
zo do projeto.
pública e de aumento da conscientização ambiental,
d. Proposição de alternativas: empreendimen- destacando o tema dos recursos hídricos integrados.
tos previstos para até 20 anos, para os sistemas de
Justificativa:
saneamento. Devem-se estabelecer alternativas para
cada um dos sistemas, quando são verificadas as via- Tendo em vista a grande quantidade de poços
bilidades técnica, econômica e ambiental. existentes e a grande quantidade de poços que serão
construídos nos próximos 20 anos (variando de 4601
e. Cronograma: definição da execução de em-
no cenário I, 6891 no cenário II e 4656 no cenário III),
preendimentos, focando os custos de investimentos
é fundamental garantir que estas perfurações ocorram
necessários dentro do projeto de 20 anos para atender
dentro das normas e gerem informações hidrogeoló-
as demandas previstas ou outras necessidades dos sis-
gicas consistentes. São inúmeros os benefícios resul-
temas municipais.
tantes da correta construção de poços tubulares, além
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: da devida geração de informações estratigráficas e da
qualidade da água do local da intervenção.
• Número de diagnóstico e estudos realizados.
• Número de sistemas analisados e propostas Os principais erros construtivos são:
elaboradas. a) Uso de água não tratada durante a perfu-
• Número de projetos elaborados e custos de- ração, isto é, usar água de lagoas ou rios
finidos. contaminados durante a perfuração.
• Melhoria nos índices de atendimento defi- b) Não execução da desinfecção dos equipa-
nidos nacionalmente pelo Programa de mentos antes do início da perfuração.
Modernização do Serviço de Saneamento c) Não isolar as camadas indesejáveis duran-
– PMSS do Ministério das Cidades. te a perfuração, isto é, não cimentar as

137
zonas de alterações das rochas ou imper- senvolvido pelo projeto do Aquífero Guarani. Neste
meabilizar alguma camada rica em maté- mesmo momento, o órgão gestor deverá discutir o
ria orgânica. processo de instrução do licenciamento apresentan-
d) Não observar, quando for locar o poço, a do claramente quais as metodologias adequadas e
existência de possíveis focos de poluição, a aceitáveis.
exemplo de fossas sépticas, depósitos de Difusão:
lixo, rios ou lagos contaminados, postos de
gasolina, depósitos de efluentes industriais, O termo difusão é utilizado neste projeto para
poços abertos e abandonados, além de ou- designar o conjunto de esforços necessários para levar
tros focos de contaminação. à sociedade a idéia da importância das águas subter-
râneas como elemento de desenvolvimento econômi-
e) Não desenvolver a desinfecção satisfatoria- co para o Estado e recurso capaz de garantir qualidade
mente durante a construção e nem desinfe- de vida às populações tanto urbanas como rurais. Para
tar os poços depois de construídos. alcançar este objetivo pretende-se realizar campanhas
f) Locação inadequada de filtros e tubos lisos. dirigidas aos grandes usuários do setor industrial e
É comum encontrar poços com filtro loca- agrícola, bem como realizar um intenso programa de
lizado em pequena profundidade impossi- difusão técnica junto às prefeituras de forma comple-
bilitando uma boa filtração das águas sub- mentar às atividades de capacitação.
terrâneas pela formação geológica assim A falta de uma concessionária estadual leva a
como poços com problemas de infiltração que as prefeituras tomem a iniciativa da contratação
de água superficial contaminada pelo espa- de serviços de perfuração, muitas vezes, sem o míni-
ço anelar entre o tubo de revestimento e mo de elementos técnicos. A estratégia é fornecer às
o buraco cavado, além de poços com es- prefeituras orientação e material (kit) composto mini-
pessura de revestimento insuficientes e até mamente por: normas técnicas vigentes, manuais de
desprovidos destes. perfuração e operação, modelos de contratos e de
g) Não observar, durante a cimentação, que o termos de referência para serviços, cartilhas sintéticas
espaço anelar entre o tubo de revestimento e do PERH-MT.
a formação geológica é muito estreito, o que
Será realizada campanha específica para instru-
pode provocar a presença de bolhas de ar.
ção mínima de educadores públicos buscando a in-
h) Também é comum não observar se a calda corporação das noções de recursos hídricos (incluindo
de cimento e areia alcança a profundidade águas subterrâneas) nos conteúdos de ciências, bio-
desejada. logia e / ou geografia, quanto da confecção de mate-
i) Poços abandonados e abertos que provocam rial de apoio para consulta em sala de aula (Atlas das
contaminação direta do aquífero. águas de Mato Grosso).
j) Poços construídos inadequadamente pro- Fiscalização:
vocam presença de sólidos (areias, siltes e
argilas), os quais podem penetrar pelo re- Paralelamente aos múltiplos esforços de difu-
vestimento ou pelo filtro. são e capacitação é importante que o órgão gestor te-
nha capacidade mínima para fiscalizar os empreendi-
mentos (poços de grande vazão ou regiões com muito
Estratégia de Ação:
aproveitamento de água subterrânea). Para atender as
Em termos estratégicos, este amplo programa demandas desta tarefa faz-se necessário contar com
subdivide-se em algumas atividades fundamentais, o apoio dos técnicos das prefeituras e fiscais do CREA.
quais sejam: (I) capacitação; (II) difusão; (III) fiscalização Isto implica em capacitação específica, bem como no
e (IV) melhoramento do arcabouço legal e da gestão. estabelecimento de convênios com divisão de respon-
sabilidades, os quais podem ser realizados de forma
Capacitação: piloto em algumas regiões ou municípios.
A capacitação aqui neste projeto reveste-se Melhoramento da gestão:
de grande importância e pretende justamente ser o
elo que aproxima instituições e as empresas perfu- Todas as ações anteriores somente terão sentido
radoras (pequenas a grandes) do sistema de gestão se o estado, através do seu órgão gestor, organizar-se
de águas subterrâneas. Trata-se de um momento de estrategicamente para conduzir a gestão. É fundamen-
intercambio de informações e dificuldades, onde o tal que exista uma aproximação de toda a cadeia dos
órgão gestor fornece e discute com os prestadores atores intervenientes no tema águas subterrâneas, onde
de serviço os temas relacionados às perfurações e todos possuam uma função. O Estado não pode ser vis-
operações de poços, bem como a importância da to como agente primitivo, mas como um parceiro.
realização da outorga e licenciamento dos mesmos. Os usuários, através de suas demandas movem
É necessário contar com material de apoio, o qual a engrenagem e acionam os prestadores de serviço,
em parte pode ser extraído dos conteúdos desen- cujas ações deveriam levar ao aumento do conheci-
volvidos no PERH-MT, bem como deve basear-se mento dos recursos subterrâneos. A geração contínua
nas normas técnicas de perfuração de poços da destas informações e seu retrabalho estratégico por
ABNT, manuais de perfuração e operação de poços parte do Estado conduz ao equilíbrio e a gestão sus-
do DAEE, assim como no manual de perfuração de- tentável dos recursos.

138
Plano Estadual de Recursos Hídricos

É função do Estado colocar esta engrenagem Difusão


em funcionamento, desenvolvendo os elementos in-
a) Elaboração de kits ou cartilhas sintéticas,
dispensáveis, tais como: realizar o projeto de inventá-
adaptadas a cada tipo de usuário. No caso
rio de poços, possuir Mapa Hidrogeológico adequa-
das prefeituras, desenvolvimento de CD com
do à gestão, revisar e melhorar o arcabouço legal da
pacotes de informações como modelos de
gestão de águas subterrâneas, implementar rede de
contratos, termos de referência, arcabouço
monitoramento mínima utilizando como base poços
legal sobre recursos hídricos, formulários
de grandes usuários privados (repassando a eles a res-
de licenciamento e outorga (com exemplos
ponsabilidade de avaliar níveis e qualidade de forma
de processos bem instruídos), entre outros.
mensal/bimensal/trimestral).
Pode ser realizado junto à atividade b) da
Atividades: ação anterior.
Cada uma das atividades descritas acima será b) Distribuição do material junto aos usuários;
pormenorizada descrevendo-se as ações específicas Pode ser realizado junto à atividade d) da
que as compõem. ação anterior.
Capacitação c) Publicação do material. Refere-se aos mate-
riais impressos e compilados em CDs. Tira-
a) Organização, discussão e aprovação de gem: 1000 unidades.
um plano de capacitação onde serão defi-
d) Articulação com a secretaria estadual de
nidas as bases operativas, as responsabili-
educação e proposta de programa conjun-
dades dos atores envolvidos e os respec-
to para elaboração de material específico de
tivos custos;
apoio na formação de educadores e de uso
b) Etapa de elaboração do material de apoio em sala de aula (Atlas das águas de Mato
a ser utilizado nos distintos momentos de Grosso baseado no PERH-MT);
capacitação. Salienta-se que para cada se- e) Publicação do Atlas. Tiragem: 2000 unida-
tor (industrial, agricultura, prefeituras) se des.
deve desenvolver material específico com
ênfase na relação entre as águas subterrâ- f) Treinamento de educadores no uso do Atlas
com ênfase na replicação junto a outras tur-
neas e o respectivo setor. Na elaboração
mas de educadores (treinamento de líderes
deste material sugere-se contar com o
com capacidade difusora); um encontro por
apoio de pessoal técnico das instituições
Região Hidrográfica.
de ensino e da ABAS (Associação Brasilei-
ra de Águas Subterrâneas) sob a forma de Fiscalização
contratos ou convênios. a) Formação específica de equipes, devida-
c) Publicação do material. Refere-se aos mate- mente treinadas e equipadas, com capaci-
riais impressos e compilados em CDs. Tira- dade para realizar fiscalização em campo;
gem: 300 unidades. Reserva de recursos para financiar viagens a
campo (dois técnicos a campo durante uma
d) Etapa de articulação e convocação dos se- semana /mês).
tores organizando os momentos de capaci-
tação. Importante estabelecer contato com b) Articulação com prefeituras para treina-
as representações dos setores, como Fede- mento de equipe para fiscalização regio-
ração das Indústrias, organização de agri- nal (nos limites do município). Trata-se de
cultores, cooperativas, grêmios dos municí- uma forma de descentralizar os esforços
capacitando técnicos locais. Relacionado
pios do Estado, etc. Esta articulação pode
com os esforços empreendidos em ações
ser realizada em nível de bacia hidrográfica,
anteriores.
envolvendo os participantes dos respecti-
vos comitês. c) Compra de equipamentos para realizar a
fiscalização (GPS e sonda de nível).Dois
e) Etapa de implementação na qual são reali- conjuntos para cada Região Hidrográfica –
zados os eventos de capacitação junto aos supondo-se a extensão ao programa para
principais setores. Propõem-se dois even- dois municípios por Região Hidrográfica.
tos de capacitação, com duração de dois
dias, durante um ano, para cada grupo de Melhoramento da gestão
usuário (indústrias, agrícola e prefeituras). a) Formação de uma câmara técnica de águas
No caso dos prestadores de serviço a ca- subterrâneas junto ao Conselho Estadual de
pacitação será de três dias, ocorrendo duas Recursos Hídricos, composta por represen-
vezes ao ano, nos quais espera-se contar tantes dos usuários, prestadores de serviço,
com o apoio de hidrogeólogos da CPRM acadêmicos e sociedade civil organizada
(envolvidos na tarefa de inventário de po- Reuniões periódicas.
ços em Mato Grosso). Este apoio da CPRM é b) Organização de seminário sobre adequação
importante, pois traz exemplos de sucessos do arcabouço legal, outorga de uso e co-
e falências em casos do próprio Estado, en- brança por água subterrânea.
riquecendo as discussões.

139
c) Apoio às tarefas de desenvolvimento de ferra- Estratégia de Ação:
mentas de gestão (inventário, banco de da-
Envolvimento dos diversos usuários nas ativida-
dos, rede de monitoramento, mapas e etc).
des de educação ambiental e divulgação de conheci-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: mentos relativos a recursos hídricos, desde a fase de
Quadro 22. Indicadores de Monitoramento e Avaliação - Poços organização e selecão do material a ser utilizado até a
Tubulares sua efetivação junto aos diversos tipos de públicos.
Período Atividades:
Etapa Indicador
Considerado
Publicação do material de Etapa de Elaboração
Capacitação / número e Semestre 02
a) Organização e seleção de material a ser utili-
alcance
Capacitação zado na capacitação dos multiplicadores.
Realização dos eventos de
Semestre 03 e
Capacitação / número e
04 b) Multiplicação do material a ser utilizado na
alcance capacitação dos multiplicadores e aquisição
Impressão e distribuição dos de equipamentos de apoio ao trabalho de
Semestre 02 e
Kits Informativos / número e
03 educação ambiental.
alcance
Confecção do Atlas das c) Elaboração de material de divulgação dos
Difusão Águas do MT / número e Semestre 04 projetos do plano estadual de recursos hí-
alcance dricos e contratação de serviços de produ-
Realização dos eventos de ção de propagandas para veiculação, em
Semestre 04 e
formação de educadores /
05 âmbito estadual, de temas relacionados ao
número e alcance
uso e conservação dos recursos hídricos.
Equipes de Fiscalização
com capacidade de campo / Contínuo d) Formação de multiplicadores e elaboração
Fiscalização número e poços vistoriados do planejamento das atividades de educa-
Número de prefeituras Semestre 02 e ção ambiental segundo tipos de públicos a
conveniadas / número 03
serem trabalhados.
Existência de Câmara Técnica
efetiva / sessões realizadas e Contínuo e) Estabelecimento de parcerias de apoio às
participação atividades de educação ambiental.
Gestão
Realização dos eventos de
Etapa de Implantação
gestão e água subterrânea / 1 evento/ano
número e alcance f) Realização de atividades de educação am-
biental junto ao público usuário do setor
4.3.1.2. Projeto: Educação ambiental industrial.
e difusão sobre o conhecimento g) Realização de atividades de educação am-
do recurso hídrico. biental junto aos usuários de irrigação.
Executor: SEMA, com apoio das Secretarias h) Realização de atividades de educação am-
de Estado, Municípios, Sociedade Civil Organizada e biental junto ao público que faz usos múl-
usuários da água. tiplos da água.

Localização: Todo o estado de Mato Grosso, i) Realização de atividades de educação am-


iniciando-se pelas UPGs que apresentam maior critici- biental junto a escolas de primeiro e segun-
dade em relação aos recursos hídricos do graus.
j) Ajuste e revisão nas atividades de EA e incor-
Prioridade: Média
poração de novos materiais de divulgação
Datas de início e de término: Abril de 2009 até e apoio.
dezembro de 2012. k) Campanhas publicitárias e eventos regio-
Objetivos: nais.
Desenvolver ações de educação ambiental vol- l) Avaliações periódicas sobre os resultados
tadas tanto à formação de multiplicadores quanto ao dos trabalhos junto aos diversos públicos.
público em geral, considerando as particularidades de Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
cada tipo de público ( jovens ou adultos, usuários ou
não, urbano ou rural, etc) focado no uso dos recursos Os principais indicadores de monitoramento e
hídricos de forma sustentável. avaliação das ações de Educação Ambiental são os se-
guintes:
Justificativa:
• Número de multiplicadores capacitados.
A adoção de nova atitude relacionada a recur-
• Material de divulgação produzido e distribuído.
sos hídricos, por parcela significativa da sociedade,
reduzindo o desperdício e evitando a poluição dos • Campanhas publicitárias realizadas.
recursos hídricos, contribuirá para o uso sustentável • Número de pessoas envolvidas nas diversas
da água, garantindo que este recurso estará dispo- atividades de Educação Ambiental realiza-
nível em quantidade e qualidade para as próximas das junto aos principais usuários, bem como
gerações. estudantes de primeiro e segundo graus.

140
Plano Estadual de Recursos Hídricos

• Número de participantes em eventos de di- agrícolas, avaliando-se as inter-relações entre quali-


vulgação de trabalhos e novas tecnologias dade das águas e dos sedimentos.
através de seminários, simpósios, encontros
Estratégia de Ação:
técnicos, demonstrações de novas tecnolo-
gias, jornadas etc. Realizar levantamentos de dados secundários
da bacia do rio Teles Pires, integrando análise da qua-
4.3.2. Desenvolvimento de investigação lidade da água e dos sedimentos, buscando corre-
lacionar causa e efeito das cargas poluidoras. Deve-
científica e tecnológica e se levar em conta os níveis de desmatamento nas
consolidação de conhecimento sub-bacias, a aplicação de fertilizantes nas lavouras,
em gestão RH os processos de fertiirrigação, entre outras especifi-
cidades. A partir desse programa, considerado piloto,
esse trabalho poderá se estender às demais bacias
4.3.2.1. Projeto: Estudos sobre hidrográficas estaduais.
o potencial de geração Atividades:
e transporte de cargas
a) Delimitação da área de estudo abrangendo
poluidoras de origem difusa. sub-bacias do Alto e Baixo Teles Pires.
Executor: EMPAER em parceria com Universi- b) Compilação das informações já existentes
dades. nos estudos efetuados nessa região sobre
uso do solo, vegetação, tipo de solo.
Localização: UPGs Prioritárias: todas as da ba-
cia do Teles Pires. c) Aplicação da modelagem matemática.
Prioridade: Alta d) Verificar o potencial de poluição gerado por
cargas pontuais e difusas. Avaliar o trans-
Datas de início e de término: Julho de 2010 a porte de sedimentos à luz do ciclo hidroló-
junho de 2012. gico regional.
Objetivos: e) Prever efeitos cumulativos nas águas, nos
• Avaliar a geração de cargas difusas na bacia sedimentos e na biota aquática.
do rio Teles Pires. f) Dar diretrizes sobre uso e ocupação do solo.
• Aplicar modelagem matemática tendo em vis- Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
ta a quantificação do aporte de nutrientes e
Diagnóstico do potencial de poluição gerado por
de contaminantes aos cursos d’água, levan-
cargas pontuais e difusas; diretrizes sobre uso e ocupa-
do-se em conta as especificidades locais.
ção do solo; aplicação da modelagem matemática.
• Verificar o efeito do transporte de nutrientes
e de contaminantes na qualidade das águas 4.3.2.2. Projeto: Pesquisas visando
e dos sedimentos.
o manejo e a disposição de
• Avaliar a qualidade da água e dos sedimentos
relacionada aos padrões de geração de car-
efluentes por fertiirrigação
gas de origem difusa. Executor: Setor de Recursos Hídricos da Secre-
• Avaliar efeitos potenciais sobre o acúmulo taria do Estado de Meio Ambiente por meio da contra-
dessas cargas nos sedimentos no baixo cur- tação de serviços de terceiros.
so do rio, especialmente nas planícies alu- Localização: bacias de UPGs do Estado, inician-
vionares. do-se por aquelas com maior produção de efluente
Justificativa: industrial.
Várias sub-bacias do estado de Mato Grosso Prioridade: Baixa
são receptoras das águas e de produtos poluentes e
Datas de início e de término: Janeiro de 2010
contaminantes (fertilizantes e agrotóxicos) aplicados
a dezembro de 2012.
nos altos cursos dos rios, os quais são transportados
principalmente por sólidos gerados nessas localida- Objetivos:
des, tendendo a se depositar nos sedimentos em zo-
Buscar um destino mais sustentável, para
nas de planícies. A região do Baixo Juruena já sinaliza
efluentes de processos, incluindo os da agroindustriais,
atualmente, acúmulo de nutrientes nos sedimentos,
que contenham nutrientes como nitratos e fosfatos os
provavelmente responsáveis pelo desenvolvimento
quais seriam lançados controladamente sobre o solo,
de macrófitas aquáticas que se proliferam em gran-
possibilitando o aproveitamento destes e sua incorpo-
des extensões nesse trecho, inclusive em áreas legal-
ração aos tecidos celulares da vegetação.
mente protegidas.
Justificativa:
Portanto, é necessário desenvolver estudos
locais considerando o potencial de transporte de Utilizar tecnologia mais sustentável e que
cargas difusas nas bacias hidrográficas estaduais e o cause menos impacto ambiental, nos recursos hídri-
efeito do acúmulo de produtos aplicados em áreas cos superficiais.

141
Estratégia de Ação: demandas, potencial de conflito de uso, grande poten-
cial hidrogeológico). Além dos mapas hidrogeológi-
Cooperação entre órgãos governamentais esta-
cos clássicos, o projeto busca contar com mapas ditos
duais como a SEMA, Secretaria da Agricultura, etc. e
temáticos gerais ou por aquífero, como por exemplo,
federais, como ANA, bem como entre outros atores da
mapas potenciométricos, mapa de isópacas, mapas de
sociedade civil, como os representantes de classe, pe-
potencial hidrogeológico, mapas hidroquímicos. Como
cuaristas, irrigantes e profissionais da indústria sucro-
objetivo específico adicional figura o levantamento hi-
alcooleira.
droquímico dos aquíferos do Estado.
Atividades:
Justificativa:
Estabelecer critérios consistentes de aplicação
O estado de Mato Grosso não conta com um
de efluentes tratados no solo, a partir do seu conhe-
Mapa Hidrogeológico com capacidade para transfor-
cimento e das suas propriedades, pois a fertiirrigação
mar-se em ferramenta de gestão. Contar com ade-
depende das variáveis ligadas ao efluente e ao solo.
quado mapa hidrogeológico é um passo inicial e im-
Devem ser definidas inicialmente diretrizes ge- portante na gestão pública das águas subterrâneas.
rais de aplicação por tipo de efluente, mas a fertiirriga- Trata-se de uma ferramenta de gestão indispensável
ção só se torna viável tecnicamente a partir do conhe- que apóia sobremaneira os processos decisórios em
cimento do tipo de solo. Portanto, além das diretrizes relação a usos de água e usos do solo em geral.
gerais, um estudo de caso será necessário em função
A confecção destes mapas depende muito das
do tipo de solo, da forma de irrigação (quantidade, pe-
informações já existente mas, principalmente, das in-
riodicidade, etc) e de cada tipo de efluente.
formações levantadas pelo projeto de inventário. O
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: vínculo com o referido projeto deve ser estreito e, de
preferência, ter uma única coordenação técnica. Con-
• Número de diretrizes definidas conforme tipo
forme apresentado no PERH-MT, o Estado vive perío-
de efluente gerado pelas agroindústrias.
dos de efervescência econômica com aumentos repre-
• Verificação das condições do solo e do recur- sentativos nas demandas de água, especialmente de
so hídrico em função da fertiirrigação. água subterrânea.
• Percentual de efluentes com destinação sus- Existem regiões nas quais a alternativa de extra-
tentável. ção de água subterrânea será muito procurada, ainda
mais, considerando a produtividade dos aquíferos sub-
4.3.2.3. Projeto: Desenvolvimento jacentes. Os mapas de escala sub-regional buscam pre-
de mapa hidrogeológico do encher esta lacuna. O PERH-MT também aponta para
Estado o tímido conhecimento da química das águas subter-
râneas do Estado, justificativa válida para, acoplado ao
Executor: projeto de confecção dos mapas, serem realizadas cam-
panhas de amostragem e análise de água subterrânea.
CPRM em convênio com o Governo do Estado
com recursos do Programa de Reforço Institucional da Estratégia de Ação:
ANA e SRHU. Importante participação na concepção e Conforme os objetivos a escala dos mapas deve
seguimento técnico do projeto por parte da SEMA e permitir a individualização das manchas dos principais
dos atores de água subterrânea do Estado, participan- aquíferos, e, já no âmbito de cada um permitir o zone-
tes da Câmara Técnica de águas subterrâneas. amento de suas áreas de recarga mais proeminentes. A
Localização: Estadual escala mínima deveria ser 1:500.000, com detalhamen-
tos em 1:250.000.
Prioridade: Alta
Neste projeto deveriam ser envolvidos to-
Datas de início e de término: Julho de 2009 a dos os atores de hidrogeologia no Estado, tanto
junho de 2012 os técnicos da SEMA, como docentes e pesquisa-
O período de implementação deste programa dores da área. O processo deveria ser capitaneado
é de aproximadamente três anos, sendo muito conve- pela CPRM, contando com parcerias da Agência
niente que seja desenvolvido paralelamente ao projeto Nacional de Águas. As discussões estratégicas de
de inventário de poços. concepção do projeto deveriam ser realizadas no
âmbito da câmara técnica de águas subterrâneas
Objetivo: sob a coordenação da SEMA.
O objetivo principal do projeto é o de desen- O mesmo grupo faria o seguimento técnico da
volver um conjunto de mapas hidrogeológicos para o implementação do projeto, avaliando os sucessivos re-
Estado, os quais, juntamente com as informações de sultados e buscando soluções para obstáculos e desa-
poços levantadas pelo projeto de inventário, venham fios. Este projeto, por definição, deve ser desenvolvido
a sustentar as ações de gestão e planejamento estraté- paralelamente ao inventário de poços. Seus resultados
gico das águas subterrâneas em Mato Grosso. deverão ser incorporados imediatamente ao sistema
De forma concreta se objetiva confeccionar de gestão subsidiando processos de licenciamento,
mapa hidrogeológico na escala 1:500.000 cobrindo outorga, planejamento estratégico e melhoramento
todo o Estado, complementados por mapas na escala do arcabouço institucional, tendo sempre o fortaleci-
1:250.000 em regiões consideradas estratégicas (grandes mento institucional como meta.

142
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Atividades: e inventário. Salienta-se que no inventário,


quando possível somente se gera informa-
A seguir se realiza uma breve descrição das ati-
ção físico-química in-situ. Do conjunto de
vidades deste projeto, em ordem cronológica de im-
poços inventariados e da visão regional ob-
plementação.
tida nos mapeamentos, surge a definição
a) Compilação da informação existente – Tra- de onde realizar as amostragens. Estima-se
ta-se da etapa onde todas as informações uma campanha de aproximadamente 500
disponíveis serão avaliadas, a começar amostras.
pelo próprio PERH-MT. Importante ter f) Conclusão e relatório final – Todas as infor-
em conta a base geológica desenvolvida mações levantadas deverão ser compiladas
pela CPRM para todo o Brasil na escala e analisadas sob a forma de um relatório
de 1:1.000.000, a qual conta com arquivos final o qual terá que ser apresentado aos
organizados em SIG, podendo converter- atores estaduais. Todos os mapas deverão
se no mapa base inicial. Com base na qua- estar em formatos que permitam sua di-
lidade destas informações serão traçadas reta aplicação em operações em ambiente
as estratégias de campo, organizadas as SIG, com plena facilidade para combiná-
equipes e adequados os cronogramas de los com os bancos de dados gerados pelos
execução. Todas as etapas deverão pos- demais projetos.
suir o consenso do órgão contratante,
além de contar com o aval dos integran- g) Implementação dos mapas como ferramenta
tes da Câmara Técnica de Águas Subterrâ- de gestão – Todo este esforço somente terão
neas, que poderiam exercer o seguimento sentido se os seus resultados forem incorpo-
técnico das atividades. rados ao sistema de gestão e aproveitados
pelas várias secretarias de Estado. Os mapas
b) Confecção do Mapa Hidrogeológico devem estar relacionados aos sistemas de
1:500.000 – Esta etapa consiste em ativi- análise e tomada de decisão de licenciamen-
dades de campo e laboratório buscando tos e outorgas, bem como devem subsidiar
preencher as lacunas de informação para a criação de resoluções específicas para lidar
poder gerar o mapa na escala desejada. com situações de conflito (uma vez definidas
Muito importante e decisivo neste caso áreas críticas do ponto de vista de recarga e/
será a coordenação com as atividades re- ou pelo intenso desmatamento e preparo do
alizadas no projeto de inventário de po- solo para a cultura de soja, milho, algodão,
ços. A informação dos poços é básica para entre outros - buscar alternativas normativas
a empreitada do mapa, sendo que a retro- para sua proteção).
alimentação de informações entre ambos
os projetos deverá ser uma constante. Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
c) Definição de áreas para detalhamento – Quadro 23. Indicadores de Monitoramento e Avaliação - Mapa
Uma vez concluído o mapa regional, deve Hidrogeológico
existir um espaço para avaliação e discus- Período
Etapa Indicador
são da necessidade de realizar mapas mais Considerado
detalhados. Esta discussão pode ser tema a) Compilação
Final do
central de uma reunião da câmara técnica. da informação Compilação realizada
trimestre 02
Como critérios básicos para a escolha de existente
áreas a detalhar figuram: (I) potencial de Número de profissio-
conflito de uso qualitativo e quantitativo; b) Confecção do
nais destacados para o
Trimestres
(II) grandes demandas em áreas de grande projeto e área em km2
Mapa 1:500.000 02-06
coberta pelo mapea-
potencial hidrogeológico; (III) grande po-
mento por trimestre
tencial hidrogeológico e insuficiente infor-
mação; (IV) anomalias naturais de qualida- Realização de seminá-
c) Definição para Final do
rio para definição de
de representando risco a saúde humana. detalhamento
áreas de detalhamento
trimestre 07

d) Confecção de mapas 1:250.000 – Uma Número de profissio-


vez escolhidas as áreas de detalhamen- nais destacados para o
to, parte-se para as respectivas etapas de d) Confecção de
projeto e área em km2
Trimestres
campo na busca pelas informações neces- coberta pelo mapea-
mapas 1:250.000 07-10
mento por trimestre;
sárias. O tipo de mapa irá variar conforme
quantidade de mapas
a motivação selecionada para justificar o confeccionados.
detalhamento, entretanto, seguramente
e) Campanha Número de amostras Final do
conterá mapas temáticos de aquíferos in- Hidroquímica finais analisadas trimestre 10
dividualizados (isópacas, potenciometria,
vulnerabilidade, mapa de vazões espera- f) Conclusão e Relatório entregue Final do
relatório final e aprovado trimestre 11
das, entre outros).
Utilização dos mapas
e) Campanha Hidroquímica Regional – A cam- g) Implementa- Trimestres
nos processos
panha de hidroquímica busca preencher os ção na gestão 07-12
de gestão
vazios de informação e depende do conheci-
mento adquirido na etapa de mapeamento

143
4.3.2.4. Projeto: Fomento acadêmico ensino do Mato Grosso é fundamental neste programa, a
partir da qual se poderia estimular a fixação de recursos
sobre o conhecimento
humanos (doutores) nas instituições estaduais, desenvol-
hidrogeológico do Estado vimento de novos grupos de pesquisa ou a capacitação
dos já existentes.
Executor: Governo do Estado, Universidades
com apoio da FAPEMAT, CAPES e CNPq. Atividades:
Localização: Estadual, porém concentrado nas A seguir realiza-se uma breve descrição das ati-
instituições de ensino de terceiro grau. vidades deste projeto.
Prioridade: Média a Alta
a) Avaliação institucional e acadêmica das
Datas de início e de término: Julho de 2009 a principais instituições de ensino e pesquisa
dezembro de 2012 do Estado – Representa um estudo inicial
Duração de três anos e meio culminando com diagnosticando as condições atuais de for-
avaliação final de alcance de indicadores e sugestões mação hidrogeológica do ponto de vista
de seguimento. de currículos, capacidades instaladas em
termos de laboratório, grupos de pesquisa,
Objetivo: publicações, etc. A sua apresentação terá
O objetivo principal deste projeto é o de trei- de ser em caráter formal perante os atores
nar e fixar recursos humanos no Estado tornando-os de água subterrânea do Estado.
aptos a enfrentar os novos desafios relacionados a b) Desenvolvimento e lançamento de editais
gestão de águas e de difundir os conceitos forman- específicos – Com base no diagnóstico da
do massa crítica. Neste sentido, o projeto busca criar situação e conhecendo os imensos de-
alianças estratégias com órgãos nacionais de fomen- safios futuros com base no PERH-MT, se
to acadêmico desenvolvendo linhas específicas no pode desenhar editais específicos para fo-
tema de águas subterrâneas com foco nos problemas mento e formação acadêmica no tema de
do estado de Mato Grosso. hidrogeologia. Nestes editais deverão estar
Justificativa: explícitas linhas de custeio para bolsas de
iniciação científica, mestrado e doutorado,
Tanto o aumento do conhecimento hidrogeo- financiamento de projetos de pesquisa e
lógico como a própria gestão de águas subterrâne- programas de fixação de doutores a médio
as no Estado depende da existência de massa críti- e longo prazo. Como ponto de partida se
ca com capacidade de interlocução e pró-atividade. sugere a fixação de dois doutores e o apoio
Diagnostica-se que se trata de um assunto restrito a três projetos da ordem de R$40.000,00
a um grupo limitado de atores, representando este (Quarenta mil reais) cada.
fato uma contradição em relação à importância que c) Inclusão do tema de hidrogeologia e con-
as águas subterrâneas assumem no Estado. taminação de água subterrânea nos currí-
Quando não existe massa crítica, não se gera culos dos cursos de engenharia em todo o
discussão e, consequentemente, impera o conformis- Estado – A partir do diagnóstico inicial, sa-
mo em relação aos novos desafios. Uma das formas de be-se onde existe espaço e condições para
abordar este problema é estimular a formação técnica incluir disciplinas específicas relacionadas
de jovens profissionais egressos dos cursos acadêmi- ao tema das águas subterrâneas. Para tan-
cos, imaginando que boa parte deles necessariamen- to seria conveniente contar com o apoio
te irá deparar-se com desafios de águas subterrâneas. político e financeiro da Secretaria Estadual
Quanto mais preparados estiverem, tanto mais ade- de Ciência e Tecnologia.
quada será a sua inserção profissional e as soluções d) Lançamento de concursos abertos a estu-
desenvolvidas ante os respectivos desafios. dantes do Estado – Como uma forma de
Estratégia de Ação: estimular o desenvolvimento de trabalhos
acadêmicos poderia ser lançado concurso
O Estado poderia, através da criação e/ou des- tendo como ênfase esta temática e pre-
tinação de fundos específicos para pesquisa, fomen- miando trabalhos de destaque. O prêmio
tar e estimular a pesquisa acadêmica lançando editais
poderia ser financeiro ou mesmo na forma
em hidrogeologia. Seria bastante salutar que as insti-
de bolsa de estudos ou oportunidade de
tuições de pesquisa do MT buscassem parcerias com
estágio. Como sugestão, realizar concurso
centro de excelência de outros Estados.
durante três anos, sempre ao final de cada
Além do mais o Estado deveria tomar as rédeas ano, deixando um período de um ano para
do processo de negociação junto às entidades nacionais o desenvolvimento das propostas, para
de fomento acadêmico (CNPq e Capes) no sentido de posterior análise e premiação.
(ambos) lançarem editais específicos para esta região; e) Avaliação final da iniciativa – Uma vez con-
lembrando a transcendência e importância nacional de cluídos os esforços, voltar a realizar diag-
Mato Grosso com áreas de recarga e nascentes de im- nóstico similar ao início do projeto, porém
portantes bacias hidrográficas transfronteiriças e inte- desta vez, avaliando os indicadores alcança-
restaduais. A participação das instituições de pesquisa e dos e sugerindo novo programa.

144
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Indicadores de Monitoramento e Avaliação: por bioma, quanto à alteração da vegetação natural


Quadro 24. Indicadores de Monitoramento e Avaliação - Fo- afeta a disponibilidade hídrica.
mento Acadêmico Estratégia de Ação:
Período
Etapa Indicador Cooperação entre órgãos governamentais esta-
Considerado
a) Avaliação duais como a SEMA e Secretaria de Desenvolvimento
Diagnóstico reali- Final do 4º trimestre
institucional
zado e aprovado de 2009
Rural - SEDER-MT, e federais, como ANA, ANEEL e Mi-
e acadêmica nistério das Minas e Energia, universidades e órgãos de
Lançamento de edi- pesquisa como a EMBRAPA, entre outros, bem como
tal e disponibilidade
de recursos finan- outros atores da sociedade civil, como os representan-
b) Editais tes de classe e pecuaristas, procurando efetivamente
ceiros; número de 1º e 3º Trimestres
específicos
doutores beneficia- estabelecer essa correlação entre água, solo e vegeta-
dos; número de pro- ção conforme o bioma do estado.
jetos beneficiados
Instituições / Atividades:
carreiras de ensino
c) Inclusão São relativas à definição das bacias-piloto, equi-
que incorporaram Trimestres 04-07
curricular
água subterrânea pamentos de monitoramento e análise. A participação
em seus currículos dos atores mencionados apoiaria a consecução do tra-
Número de balho. As etapas seriam:
concursos reali-
d) Concursos 2º e 4º Trimestres
zados; número a) Definir as zonas prioritárias para as bacias-
de participantes
piloto por região de Mato Grosso, em fun-
e) Elaboração Número de estudos A partir do 3º Trim de
dos estudos elaborados 2010
ção das feições da vegetação, do tipo do
Avaliação reali- solo e das atividades econômicas predo-
1º e 2º Trimestre de minantes.
f) Avaliação final zada e proposta
2012
de seguimento
b) Localizar as bacias piloto em função da sua
viabilidade definida, por exemplo, pelo cus-
4.3.2.5. Projeto: Desenvolver estudos
to de implantação que compreende o do
para conhecer a inter-relação terreno, dos equipamentos de monitora-
entre solo, vegetação e mento, da equipe e os operacionais.
água, e suas implicações c) Monitorar as variáveis definidas por meio
para o ciclo hidrológico. de estudo hidrológico, de vegetação e
de solo, entre outros, visando estabelecer
Executor:
consistentemente a relação água, solo e
Superintendência de Recursos Hídricos da Se- vegetação.
cretaria do Estado de Meio Ambiente por meio da Cronograma de execução:
contratação de serviços de terceiros e em cooperação
com universidades ou outros órgãos de interesse da Estima-se em três anos o período de execução
sociedade civil. do trabalho, podendo sofrer um aditivo em função das
dificuldades de campo. Seria assim dividido:
Localização: bacias piloto por bioma relativo
às UPGs do Estado, iniciando-se por aquelas de maior Atividade (a): a partir do PERH e de outros es-
criticidade. Seria proposta ao menos uma bacia por tudos, definir a localização das bacias piloto. Estima-se
bioma: floresta amazônica (A-4 Baixo Teles Pires), cer- que será necessário um período de três meses.
rado (TA-5 Baixo Rio das Mortes e A-14 Alto Juruena), Atividade (b): a localização das bacias será em
zona de transição entre esses e pantanal (P-7 Paraguai campo por meio de viagens, verificando-se a viabili-
- Pantanal e P-5 São Lourenço). dapara colocar-se os equipamentos na área. Parale-
Prioridade: Alta lamente, seriam adquiridos os equipamentos. Prazo
estimado de 9 meses.
Datas de início e de término: Julho de 2009 a
dezembro de 2012. Atividade (c): implantação e monitoramento das
variáveis hidrológicas durante um período mínimo de
Objetivos: três anos para estabelecer de forma mais consistente a
Determinar, a partir de monitoramento contínuo, relação água, solo e vegetação.
suficientemente apoiado por equipamentos, a relação Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
entre vegetação, infiltração, armazenamento e percola-
ção da água para os biomas existentes no estado. • Localização das bacias-piloto definidas.

Justificativa: • Equipamentos comprados e instalados.


• Monitoramento implementado.
Há necessidade de garantir a perenidade da dis-
ponibilidade do recurso hídrico, verificando por meio • Relatório com informações sobre a relação
de dados levantados em bacias-piloto estabelecidas, água, solo e vegetação elaborado.

145
e Mato Grosso do Sul, deve-se uma estratégia de articu-
4.4. Articulação institucional lação com Mato Grosso do Sul, prioritariamente, pois os
outros estados vizinhos estão em um estágio anterior
de interesse à gestão em seu processo de gestão de recursos hídricos.
de recursos hídricos Ações preliminares de articulação já foram ini-
ciadas pelos dois estados. Sendo a Bacia do Alto Pa-
raguai comum entre os dois Estados, um primeiro en-
4.4.1. Mecanismos de gestão integrada contro de integração, onde foram discutidas as etapas
de bacias interestaduais propositivas dos dois Planos, resultou em uma lista-
gem de programas que são de interesse comum e que
devem ser desenvolvidos sob a formalização de um
4.4.1.1. Projeto: Proposição de mecanismos aparato institucional suficientemente forte que permi-
de gestão integrada de ta a conjugação e continuidade de esforços orçamen-
bacias interestaduais tário e técnico-operacional.
Os programas prioritários que foram prelimi-
Executor: Secretaria de Estado do Meio Am-
narmente consensuados entre Mato Grosso e Mato
biente – Superintendência de Recursos Hídricos.
Grosso do Sul e que são pontos de partida para o de-
Localização: Estados vizinhos, bacias dos rios senvolvimento deste programa na Região Hidrográfica
interestaduais dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraguai, comum aos dois estados, estão apresenta-
Amazonas, Rondônia, Pará, Goiás e Tocantins. dos no quadro 25 a seguir.
Prioridade: Alta – A exemplo do estado de Quadro 25. Temas de interesse comum entre os estados de
Mato Grosso os estados de Mato Grosso do Sul, To- Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
cantins e Pará estão iniciando seus processos de pla- Temas de interesse
Programas com interface
nejamento de recursos hídricos. Mato Grosso e Mato comum
Grosso do Sul devem, portanto, finalizar seus planos Instrumentos legais har- Definição de áreas de proteção de
estaduais concomitantemente para que, já em 2009, mônicos de proteção e interesse comum com papel de ma-
inicie-se um processo de articulação integrada entre ações de recuperação nutenção de nascentes e áreas de
das nascentes, vincula- recarga.
ambos os estados. dos ao ZSEE
Datas de início e de término: Estudos especiais Vazão ambiental e ecorregiões aquá-
ticas – pulsos de inundação, regime
O início deverá ser no primeiro semestre de hidrológico.
2009 e trata-se de um processo de integração cons- Revisão da base físico-territorial visan-
tante e permanente devendo estar inserido no Sistema do harmonizar as UPGs interestaduais
de Gerenciamento de Recursos Hídricos como um pro- Cadastros de usuários Cadastros integrados com articula-
grama de cunho continuado. ção com a ANA
Sistema de informação Banco de dados compartilhados
Objetivos: (outorga, cadastro, licenciamento)
com articulação com a ANA
O objetivo deste programa é estruturar e imple-
Sistema de outorga Outorga de captação e lançamento –
mentar um mecanismo continuado de articulação com subterrânea e superficial - critérios
os estados vizinhos visando o gerenciamento integra- harmonizados para as bacias e aquí-
do dos recursos hídricos, desenvolvendo a implanta- feros compartilhados. No caso de
ção dos instrumentos do sistema de forma harmônica, águas subterrâneas articular com o
otimizando esforços e unindo os seus recursos. Programa VIII do PNRH.
Enquadramento Nos rios de domínio da união deve-
Justificativa: dos rios rá haver articulação dos dois esta-
dos e com a União para a definição
O estado de Mato Grosso como parte importan- do enquadramento.
te das cabeceiras das bacias hídricas nacionais: Bacia Monitoramento Padronização de normas laboratoriais
Amazônica, Bacia Platina e do Tocantins-Araguaia, pos- de quantidade e qualidade. Seleção
sue um grau de responsabilidade especial, na medida de parâmetros e indicadores comuns
em que exporta suas águas para as porções de jusan- Interação (planejamento e troca de da-
te destas bacias, obrigando-se a manter a qualidade e dos) entre as redes de monitoramento
de quantidade, qualidade, regimes de
quantidade destas águas.
vazão e dados sedimentológicos.
A gestão dos recursos hídricos estadual assume Adensamento e critérios de medi-
um papel adicional tendo em vista a responsabilidade ção harmonizados entre os estados
e a União
de Mato Grosso perante os outros Estados. Portanto há
um esforço adicional em criar e participar de mecanis- Arranjo organizacional Desenvolver modelos institucionais
de articulação através da articulados de gestão ao modelo do
mos de gestão com os Estados vizinhos, harmonizan- criação de consórcio en- Programa XI do PNRH (integrado
do esforços técnicos na implantação dos instrumentos tre os Estados, comitês aos programas de articulação insti-
do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos. de bacia, acordo de co- tucional dos PERHs).
operação com a criação
Estratégia de Ação: de grupo operacional. Aprofundar a determinação dos pro-
gramas comuns, e fixar um marco
Tendo em vista a concomitância da execução dos institucional que assegure a conti-
Planos Estaduais de Recursos Hídricos de Mato Grosso nuidade de sua execução

146
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Atividades: Objetivos:
a) Definição de um modelo de articulação insti- Articular a gestão dos recursos hídricos com o
tucional para a gestão integrada das bacias setor elétrico objetivando assegurar que os estudos de
interestaduais. Avaliação da lei de consór- alternativas de divisão de queda e os projetos das uni-
cios (Lei nº. 11.107, de 6 de abril de 2005) e dades geradoras (UHE, PCH) sejam programados, im-
sua aplicação para o caso específico. plantados e operados considerando os usos múltiplos
b) Desenvolver tratativas com todos os estados e assegurando a vazão ambiental de jusante.
vizinhos dando prioridade para aqueles que Justificativa:
já iniciaram a implementação do sistema de
gerenciamento dos recursos hídricos. O expressivo potencial hidroelétrico existente
no estado seja nos rios da união ou do estado exi-
c) Aprofundar entendimentos com o estado de ge que, pelo poder público estadual, no âmbito da
Mato Grosso do Sul para o estabelecimento política de recursos hídricos, seja estabelecido um
de modelo institucional e organizacional de processo de articulação com os diferentes entes que
gestão integrada da BAP. Aprofundar a op- compõem o setor elétrico nacional e estadual e tenha
ção para estabelecimento de um consórcio participação nos processos de planejamento, conces-
entre os dois Estados e o Governo Federal- são e licenciamento de empreendimentos hidroelé-
MMA/SRHU, com o envolvimento da ANA. tricos no estado.
d) Estabelecer um plano de trabalho conjunto Estratégia de Ação:
com Mato Grosso do Sul, a partir de uma
agenda mínima pactuada, com determi- O setor elétrico caracteriza-se por sua impor-
nação de atividades e responsabilidades tância estratégica para o país com a responsabilida-
mútuas, cronograma, orçamento, fontes de de de gerar, transmitir e distribuir energia elétrica
recurso e determinação dos indicadores de viabilizando o desenvolvimento econômico e social
monitoramento e avaliação. das diferentes regiões brasileiras. Assim, o setor ao
longo de décadas acumulou importante posição e
e) Execução continuada da gestão das bacias
expressiva independência no processo decisório de
interestaduais.
investimentos públicos e, depois da lei de conces-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: são, atraindo investimentos privados, viabilizando a
• Estabelecimento com todos os Estados vizi- ampliação do parque gerador do país, incorporando
nhos de mecanismo e modelo institucional novos atores no sistema.
e organizacional para a gestão integrada Cabe a política dos recursos hídricos, assegurar
das bacias interestaduais. os usos múltiplos, a disponibilidade hídrica e a quali-
• Construir, até o final de 2009, um plano de traba- dade das águas. Portanto, a ampliação do parque ge-
lho e iniciar processo de gestão integrada da rador, seja a partir de grandes e médias centrais ou
BAP, com implementação de ações conjuntas. de pequenas centrais geradoras, deve considerar estas
metas no conjunto do seu processo decisório.
• A partir de 2010 efetuar compromissos com
outros estados vizinhos que estejam imple- Os instrumentos que a política de recursos
mentando planos de recursos hídricos. hídricos detém permitem articular com o setor elé-
trico formas de avaliação que estão baseadas nos
4.4.2. Articulação com o setor instrumentos do sistema de gerenciamento dos re-
cursos hídricos, quais sejam: plano de recursos hí-
de geração hidroelétrica dricos estadual, plano de bacias, sistema de outorga
visando à preservação dos e de enquadramento, marco legal e gestão compar-
tilhada dos recursos hídricos através do CEHIDRO e
usos múltiplos dos recursos dos Comitês.
hídricos
Outro conjunto de instrumentos aliados à
política de recursos hídricos é aquele vinculado à
4.4.2.1. Projeto: Articulação com o política de meio ambiente nacional e estadual, es-
setor de geração hidrelétrica pecialmente referente ao processo e normativas de
visando o uso múltiplo licenciamento ambiental de empreendimentos do
setor elétrico.
dos recursos hídricos e da
aplicação das compensações A estratégia a ser desenvolvida por este pro-
grama deve se basear no fato que o Estado detém
Executor: Secretaria de Meio Ambiente, em ar- em seu território um importante potencial hidroe-
ticulação com a Secretaria de Planejamento. létrico e que é fundamental o respeito às metas da
política dos recursos hídricos, o que torna necessá-
Localização: Estado de Mato Grosso rio implementar um processo de articulação institu-
Prioridade: Média – Contínuo processo de arti- cional entre os agentes da política de recursos hí-
culação com o setor elétrico. dricos estadual e federal com os principais agentes
do setor elétrico: CEMAT, EPE, ANEEL, Ministério de
Datas de início e de término: 2009, com ação Minas e Energia.
permanente.

147
Atividades:
4.4.3. Articulação institucional e
a) Mapeamento do parque gerador instalado e
do potencial hidroelétrico por bacia hidro-
intersetorial na gestão dos
gráfica, integrando o planejamento estraté- recursos hídricos
gico do setor elétrico. Considerar o potencial
de instalação das pequenas centrais elétricas
4.4.3.1. Projeto: Articulação dos
que não estão presentes nos planos dece-
nais estabelecidos pelo governo federal. instrumentos de gestão
b) Definir capacidade de suporte por bacia ambiental e de gestão dos
para instalação de centrais de geração con- recursos hídricos
siderando as necessidades impostas para
assegurar os usos múltiplos e vazões am- Executor: Secretaria de Estado do Meio Ambiente
bientais de jusante. Localização: Estado de Mato Grosso
c) Definir um modelo de articulação institu- Prioridade: Alta
cional com o setor elétrico considerando a Datas de início e de término: início em
participação do órgão gestor, do CEHIDRO 2009 e ação continuada de integração do sistema
e dos comitês de bacias. de gestão de recursos hídricos e do sistema de ges-
d) Definir e realizar uma pauta de discussão e tão ambiental.
negociação com os diferentes agentes do Objetivos:
setor elétrico para estabelecer um proto-
Estabelecer a integração entre os instrumen-
colo institucional e técnico que defina um
tos do sistema de gerenciamento de recursos hídri-
conjunto de condicionantes por bacia e
cos com os instrumentos de gestão ambiental de
para os projetos futuros, assegurando as
forma a ampliar a capacidade de gestão dos recur-
metas da política de recursos hídricos es-
sos hídricos, o que permitirá condicionar o licencia-
tadual: limites de outorga que assegure os
mento ambiental de empreendimentos à avaliação
usos múltiplos a montante e jusante, vazões
da capacidade de suporte dos corpos hídricos em
de jusante que permitam a sustentabilidade
assimilar novas captações, lançamentos de efluen-
de ecossistemas, qualidade das águas nos
tes e sedimentos e a pressão da relação uso do solo
reservatórios e de jusante. e condicionantes naturais no interior das bacias hi-
e) Estabelecer um protocolo técnico para defini- drográficas.
ção de outorga e licenciamento ambiental de Justificativa:
empreendimentos hidroelétricos no Estado.
A gestão de recursos hídricos definida pela
f) Implementar o protocolo técnico nos siste- política de recursos hídricos está restrita à imple-
mas de recursos hídrico e ambiental. mentação dos instrumentos do seu sistema de ge-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: renciamento. Estes instrumentos atendem mais de-
talhadamente à gestão dos aspectos relacionados à
• Plano de trabalho interno na Superintendência
disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas e os
de Recursos Hídricos estabelecido; equipe
aspectos sobre a qualidade das águas ficam restritos
mínima, escopo das atividades e metas para
ao controle promovido pelo sistema de enquadra-
desenvolvimento do programa definidas.
mento dos rios.
• Modelo de articulação institucional com setor
elétrico definido. Estes instrumentos não são suficientes para
atender às necessidades de preservação e controle
• Produção de relatório técnico de demonstre a das condições ambientais das bacias hidrográficas,
capacidade de suporte por bacia para insta- beneficiando a manutenção da quantidade e quali-
lação de centrais de geração considerando as dade das águas superficiais e subterrâneas. Como o
necessidades impostas para assegurar os usos estado de Mato Grosso tem sua economia baseada
múltiplos e vazões ambientais de jusante. no setor primário, com extenso e intenso processo
• Cronograma estabelecendo ações de articulação de apropriação e exploração do território, estabe-
com o setor elétrico implementado; relatórios cendo uma relação de uso e conservação do solo,
mensais de resultados obtidos produzidos. água e vegetação em padrões de sustentabilidade
• Documento com um protocolo técnico para questionáveis, é muito importante que o sistema de
definição de outorga e licenciamento am- gerenciamento de recursos hídricos possa aliar-se
biental de empreendimentos hidroelétricos ao sistema de gestão ambiental do Estado, com-
no Estado produzido. portando o sistema de licenciamento ambiental de
empreendimentos, criação de unidades de conser-
• Protocolo técnico no âmbito do governo esta- vação e controle e fiscalização de processos de uso
dual e no âmbito da ANEEL, EPE, aprovado. e ocupação do solo.
• Relatórios técnicos que comprovem que as
Estratégia de Ação:
autorizações e outorgas para a instalação
de novos empreendimentos de geração de A estratégia a ser desenvolvida para se alcan-
energia emitidos obedecem aos requisitos çar os objetivos deste projeto encaminha-se para
estabelecidos pelo protocolo técnico. a criação de um balcão único de licenciamento de

148
Plano Estadual de Recursos Hídricos

empreendimentos que emitirá um protocolo único Objetivos:


de entrada e criação de processo de avaliação e li-
No processo de tomada de decisão de políticas
cenciamento. Assim, determinado empreendimento
públicas e investimentos é objetivo deste projeto que
será avaliado de forma integrada em seus aspectos,
dentre eles os aspectos específicos voltados à avalia- a estrutura de governo deva atentar para as condicio-
ção da capacidade de suporte da bacia hidrográfica nantes ambientais e em especial as dos recursos hí-
em receber um novo empreendimento considerando dricos considerando as disponibilidades hídricas exis-
o conjunto global de empreendimentos já instalados. tentes, bem como a qualidade dos recursos hídricos
As avaliações considerarão também o sistema de ou- superficiais e subterrâneos.
torga existente. O recurso hídrico é um insumo fundamental
Busca-se com isso direcionar de forma mais ob- para o sucesso de um investimento público e/ ou
jetiva e completa o processo de licenciamento de em- privado e, sendo assim, assume um papel estraté-
preendimentos e facilitar ao órgão gestor de recursos gico. Portanto, a participação do órgão gestor de
hídricos avaliar objetivamente os impactos que um de- recursos hídricos no processo de tomada de decisão
terminado empreendimento poderá causar ao sistema na estrutura de governo no Estado é uma medida
hídrico superficial e subterrâneo. O sistema de outorga importante.
deve estar vinculado ao sistema de licenciamento am- Justificativa:
biental de tal maneira que se um determinado empre-
endimento não puder receber a outorga pelo uso do Via de regra as decisões de governo são toma-
recurso hídrico não poderá ser licenciado. das de forma setorial, considerando-se os componen-
tes infra-estruturais deixando de lado as variáveis am-
Atividades: bientais e de recursos hídricos.
a) Aperfeiçoamento do fluxograma do proces- A adoção da visão global e integrada destinada
so de licenciamento ambiental integrando ao planejamento e implantação de políticas públicas
a avaliação de impacto sobre os recursos é o grande objetivo a ser perseguido. O histórico de-
hídricos e o sistema de outorga.
monstra que existem erros fundamentais na escolha
b) Desenvolvimento e implantação dos crité- de lugar para se implantar um determinado projeto e/
rios e requisitos para avaliação de empre- ou incentivar o desenvolvimento de setores econômi-
endimentos considerando a sua tipologia cos em determinada região. Basicamente a adoção de
e porte. Definição de parâmetros a serem uma visão estratégica não pode prescindir de se con-
analisados no processo de avaliação de im- siderar os componentes ambientais, principalmente os
pacto sobre os recursos hídricos. recursos hídricos.
d) Finalização da implantação do sistema de Estratégia de Ação:
outorga e vinculação com o processo de li-
cenciamento ambiental. O Conselho de Desenvolvimento Econômico
do Estado e o CEHIDRO devem trabalhar unidos para
e) Execução continuada das atividades de arti- a realização de processos de articulação e promoção
culação e integração. da difusão dos recursos hídricos. Devem realizar ações
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: objetivando:

• Implantação do balcão único para licencia- • Promover eventos e seminários internos na


mento ambiental de empreendimentos. estrutura de governo para difundir o conhe-
cimento dos recursos hídricos e sua impor-
• Emissão de termos de referência para o licen- tância estratégica para as políticas públicas
ciamento ambiental considerando a tipolo- e o setor privado.
gia de empreendimentos e seu porte.
• Realizar proposta de articulação institucional
• Definição de procedimentos técnicos e ad- com os setores públicos e privados infra-
ministrativos para vincular a emissão das estruturais e econômicos: transporte, ener-
licenças ambientais ao sistema de outorga gia, agricultura, indústria, turismo, minera-
pelo uso dos recursos hídricos. ção, pecuária.
Atividades:
4.4.3.2. Projeto: Articulação intersetorial
no planejamento e execução a) Realizar seminários internos, nos órgãos do
governo, e externos, junto aos setores pro-
de atividades relacionadas a dutivos.
recursos hídricos
b) Elaborar estratégia e articulação institucio-
Executor: Secretaria de Estado do Meio Am- nal com setores públicos e privados.
biente c) Implementar estratégia e articulação institu-
Localização: Estado de Mato Grosso cional com setores públicos e privados.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
Prioridade: média
• Número de seminários e eventos realizados
Datas de início e de término: final de 2009 e
no ano e nível de participação medida.
ação permanente e continuada.

149
• Estratégia de articulação institucional pública e) estabelecer critérios de monitoramento,
e privada implementada; número e nível de além de realizar o acompanhamento e a
participação nos processos de tomada de avaliação dos resultados obtidos;
decisão na estrutura de governo.
f) possibilitar a realização dos projetos de pes-
quisas previstos no plano estadual, com
4.4.4. Conservação do solo e da água relação a interação solo, água e vegetação,
e recomposição das matas bem como das demais pesquisas previstas
ciliares em microbacias no no PERH-MT;
meio rural g) garantir o escoamento da produção localiza-
da nas microbacias hidrográficas trabalha-
das, evitando a erosão hídrica nas estradas
4.4.4.1. Projeto: Conservação do solo rurais, causada pela utilização de práticas
e da água e recomposição incorretas de manejo do solo e construções
das matas ciliares em de estradas sem observância das práticas
microbacias no meio rural conservacionistas.
Os objetivos relacionados à conservação e re-
Executor: EMPAER, SEPLAN, Prefeituras e pro-
cuperação da vegetação ciliar e de áreas de várzeas
dutores rurais
visando à conservação do ecossistema aquático são
Localização: UPGs de maior criticidade, inician- os seguintes:
do-se pelas UPGs P5 - São Lourenço, P1 - Jaurú, P2
a) Promover a conservação e a recuperação
- Alto Paraguai Médio, TA-3 Alto Araguaia, P4 - Alto Rio
de matas ciliares incentivando e conscien-
Cuiabá, A4 - Baixo Teles Pires, A11 - Alto Teles Pires e
tizando os proprietários rurais ao uso sus-
A15 - Guaporé.
tentável dos recursos naturais nas Áreas de
Prioridade: Alta Preservação Permanente (APA).
Datas de início e de término: b) Evitar o desmatamento e as grandes quei-
madas; reduzir os processos erosivos nas
Início em abril de 2009 e término em 2012 (Pri-
margens de rios e o assoreamento de cor-
meira Etapa)
pos d’água.
Objetivos: c) Promover a contenção de nitrogênio e fós-
Promover a preservação do potencial produ- foro provenientes da agricultura, evitando a
tivo da agropecuária do Estado, através da prote- eutrofização dos corpos d’água.
ção e uso racional dos recursos naturais, preser- d) Garantir: a preservação das espécies de flora
vando os solos e garantindo a qualidade da água, e e fauna ameaçadas de extinção; a conserva-
consequentemente, a qualidade de vida rural e dos ção dos corredores ecológicos e; a integra-
núcleos urbanos. ção de Unidades de Conservação.
A proposta está baseada na conservação do Justificativa:
solo, da água e cobertura vegetal, nas microbacias hi-
drográficas, e tem como objetivos específicos: As atividades extrativistas (vegetal e mineral)
em grande escala, a atividade agropecuária exten-
a) estabelecer as condições de viabilizar a im- siva, a colonização inadequada, os assentamentos
plementação do Plano Estadual de Recur- sem infra-estrutura e o inchamento das áreas urba-
sos Hídricos de Mato Grosso junto aos pro- nas foram, até a década de noventa, os principais
dutores rurais; responsáveis pelas grandes perdas dos recursos na-
b) capacitar técnicos e produtores rurais turais deste Estado.
no planejamento e execução de práticas Com a rápida expansão da agricultura in-
conservacionistas em microbacias hidro- tensiva nos últimos anos pautada no uso de gran-
gráficas, em sintonia com os projetos de des quantidades de produtos químicos (adubos e
capacitação; agrotóxicos), com o crescimento desordenado das
c) elaborar de forma participativa, o diagnósti- cidades e do parque industrial, os problemas pas-
co dos principais problemas no uso do solo, sam a ter nova dimensão. Hoje destacam-se como
estabelecer o planejamento das ações a principais problemas ambientais a erosão dos solos,
serem realizadas visando à conservação do o assoreamento de rios e lagos, a poluição dos re-
solo, da água e da cobertura vegetal, bem cursos hídricos com cargas difusas (DBO, N e P), a
como à redução da poluição ambiental; contaminação das águas por agrotóxicos, resíduos
d) apoiar, promo,ver e orientar a implanta- urbanos e industriais, além da retirada e queima da
ção das atividades programadas voltadas cobertura vegetal natural.
à conservação do solo, da água, da co- O crescimento da atividade agropecuária levou
bertura vegetal e da redução da poluição o estado de Mato Grosso a assumir uma posição de
ambiental;

150
Plano Estadual de Recursos Hídricos

destaque no cenário nacional como o maior produ- e no uso sustentável dos recursos naturais. Subsidiar
tor brasileiro de soja, algodão e carnes (com des- a construção de viveiros florestais e oferecer apoio
taque para a bovina), alem da importância no for- técnico-científico na busca pela variabilidade genética
necimento de milho e arroz. Para isso novas áreas constitui-se em ação indispensável para a obtenção de
foram incorporadas ao processo produtivo e gran- êxito nessa atividade.
des quantidades de insumos modernos passaram a O apoio à organização dos produtores rurais
ser utilizados. nos municípios, visando à criação de comitês de ba-
A vegetação ciliar é considerada de suma im- cias5 que auxiliem na execução das diversas atividades
portância para a manutenção das comunidades aquá- voltadas à implementação dos projetos aqui descritos,
ticas e da qualidade das águas, pois dentre outros que fazem parte do PERH-MT, consistirá na principal
aspectos, atua como uma barreira física reduzindo a estratégia para a sua implantação e execução de forma
possibilidade de contaminação dos cursos d’água por participativa, envolvendo o Estado, os municípios e os
solos, resíduos de adubos e defensivos agrícolas, que produtores rurais.
são conduzidos pelo escoamento superficial da água Atividades:
no terreno. Dessa forma, a recuperação dessa mata,
associada à manutenção das áreas de várzea, devem a) identificação, caracterização e seleção das
ter carácter prioritário nas ações de conservação das microbacias nas UPGs prioritárias a serem
bacias hidrográficas. trabalhadas em função dos critérios esta-
belecidos e problemas ambientais exis-
As variações nas áreas ocupadas com as prin- tentes, que foram detectados nos estudos
cipais atividades agropecuárias e seus respectivos elaborados;
impactos sobre os recursos hídricos nos últimos anos,
b) mobilização das lideranças comunitárias
bem como as projeções para o futuro segundo cená-
municipais e dentro das microbacias a se-
rios estudados, estão apresentadas nos documentos
rem trabalhadas e apoio à montagem dos
de diagnóstico e prognóstico já elaborados.
conselhos municipais e dos comitês de ge-
Estratégia de Ação: renciamento das microbacias;
Como estratégia operacional pretende-se c) cadastramento dos produtores rurais, das
utilizar a microbacia4 hidrográfica como unidade microbacias selecionadas (onde ocorreu
geográfica de planejamento na identificação e exe- o apoio do município e receptividade dos
cução dos diversos projetos a serem desenvolvidos. produtores rurais à proposta de trabalho) e
Seu uso como unidade de planejamento se justifica identificação dos principais problemas rela-
plenamente por estar fisicamente bem caracteriza- cionados a degradação do solo e contami-
da, por englobar todas as modificações que venham nação da água;
a sofrer os recursos naturais e porque não há área d) delimitação e plotagem, na base cartográ-
qualquer da terra, por menor que seja, que não se fica das áreas de preservação permanente,
integre a uma microbacia. Ela constitui um zonea- reserva legal e PRAD (com base nos proces-
mento natural, onde há processos de convivência sos já protocolados junto à SEMA visando o
entre o homem, a sociedade e os recursos naturais, licenciamento ambiental);
por isso representa área ideal para unidade de pla-
nejamento sustentável. e) elaboração do projeto de forma partici-
pativa, definindo ações a serem realiza-
Este projeto visa integrar diversos segmentos das, nível de participação dos produtores,
para a implantação de ações identificadas e localiza- recursos financeiros necessários, deman-
das. Pretende contar com o envolvimento dos muni- da de treinamento, cronograma de tra-
cípios, da extensão rural e das organizações dos pro- balho, etc;
dutores rurais na solução de problemas específicos,
f) montagem e elaboração de convênios visan-
visando potencializar as ações e envolver o público
do a execução dos projetos;
diretamente atingido, criando assim condições técni-
cas, econômicas e sociais para alcançar os resultados g) Atendimento aos programas dessa nature-
pretendidos. za, incluindo a construção de viveiros de
espécies nativas e, recomposição de áreas
A preservação da mata ciliar, uma das diversas
degradadas, com plantio de mudas e se-
atividades, para a contenção de erosão, do assorea-
mentes de espécies nativas;
mento de rios e da contaminação das águas, utilizará
como ferramenta de trabalho a conscientização am- h) orientação, acompanhamento e avalia-
biental dos proprietários rurais e das comunidades ção da implantação dos diversos serviços
ribeirinhas sobre a importância de sua participação (práticas de conservação de solos, recom-
ativa na conservação e recuperação de matas ciliares, posição de matas ciliares, recuperação de
4 Microbacia hidrográfica é uma área geográfica delimitada por divi-
sores de água (espigões), drenada por um rio ou córrego, para onde 5 A criação dos Comitês de Bacia é determinação da Lei Federal 9.493,
escorre a água da chuva. Na prática, as microbacias se iniciam na que trata da gestão dos recursos hídricos. Os Comitês serão órgãos
nascente dos pequenos cursos d’água, unindo-se as outras até se deliberativos, compostos por igual número de representantes do
constituírem na bacia hidrográfica de um rio de grande porte. poder público, usuários e da sociedade civil.

151
áreas degradadas, construção de abas- 4.4.4.2. Projeto: Proteção de áreas
tecedouros comunitários, depósitos de de recarga de aquíferos,
embalagens de agrotóxicos, alteração do
traçado de estradas etc) segundo crono-
através de recuperação e/ou
grama de atividades estabelecido no pro- conservação de drenagens
jeto conveniado. e cabeceiras - ZSEE
i) Desenvolvimento de políticas públicas Executor: SEPLAN, EMPAER e Prefeituras.
para a contenção dos desmatamentos e
queimadas. Localização: Áreas definidas pelo Zoneamen-
to Socioeconômico Ecológico - ZSEE como categoria
A elaboração dos projetos nas microbacias,
2.3 - Áreas que requerem readequação dos sistemas
bem como a realização das diversas atividades pre-
de manejo para a conservação e/ou recuperação de
vistas nesse Projeto só serão devidamente executa-
recursos hídricos, com prioridade para as áreas de re-
das se os técnicos e beneficiários forem capacitados.
carga de aquífero.
Estão previstos inúmeros treinamentos em diversas
áreas temáticas, com o apoio de consultorias espe- Prioridade: Média.
cializadas.
Datas de início e de término: Julho de 2010 a
Como meta deste componente está programa-
dezembro 2012
da a elaboração de projetos e a capacitação tanto de
técnicos quanto de produtores rurais: Objetivos:
• Elaboração, implantação, acompanhamento Proteger as áreas de recarga dos aquíferos,
e avaliação de 500 projetos, iniciando-se garantindo a disponibilidade de água para o futuro.
com 50 projetos no primeiro ano, 100 no Estas áreas apresentam significado estratégico, pelo
segundo, 150 no terceiro e 200 projetos de fato de abrigarem as nascentes e a zona de recarga
microbacia hidrográfica no quarto ano de do alto curso dos rios formadores das grandes bacias
execução; hidrográficas.
• Capacitação de 300 técnicos na área de con- Justificativa:
servação dos recursos naturais das prefei-
Como muitos rios do Estado têm suas águas re-
turas, da extensão rural, de empresas de
gularizadas por contribuições subterrâneas, e o ZSEE
planejamento, da organização dos municí-
corretamente faz menção a isto indicando zonas de
pios, universidades, etc, em elaboração, im-
manejo específico nas áreas de recarga, pode-se en-
plantação e acompanhamento de projetos
fatizar estas inter-relações invocando o Art. 3º (Lei
de conservação do solo e da água (nos dois
9.433/1997) que constitue diretrizes gerais de ação
primeiros anos);
para implementação no seu inciso V - a articulação da
• Capacitação de 7.500 produtores rurais na gestão de recursos hídricos com a do uso do solo.
execução de práticas conservacionistas;
Neste contexto pode-se dar ênfase para a quan-
• Capacitação de 200 operadores de máquinas tificação da inter-relação rios-aquífero (em especial as
de prefeituras para construção e manuten- contribuições da Chapada dos Parecis para rios das ba-
ção de estradas rurais. cias Amazônica e do Pantanal) do lado da disponibili-
A meta final deste componente é propiciar a dade, bem como do lado das demandas inventariadas
implantação dos serviços de conservação do solo e da da enorme quantidade de poços tubulares profundos
água em 500 microbacias hidrográficas localizadas nas que fazem uso destes aquíferos.
áreas de uso agrícola e pecuário intensivo, bem como Sendo águas subterrâneas, um importante fator
naquelas responsáveis pelo abastecimento de água de regularização dos rios principais, (Amazônia, Ara-
dos núcleos urbanos. guaia e Pantanal) inclusive através da manutenção do
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: regime de vazões, tem grande influência na manuten-
ção de ecossistemas aquáticos, através do pulso de
• Número de microbacias trabalhadas; e, no
inundação (mais uma razão da importância das áreas
âmbito dessas microbacias, área com a im-
de recarga dos aquíferos).
plantação dos serviços de conservação do
solo e da água. Estratégia de Ação:
• Área de matas ciliares recuperadas. Nas áreas da categoria 2.3 do ZSEE, pode ser ad-
• Áreas degradadas de lavouras e pastagens re- mitido os usos para agropecuária apenas nos interflú-
cuperadas. vios, em condições morfopedológicas adequadas, com
aplicação de técnicas de manejo não sendo admitido o
• Quilometragem de estradas readequadas. fomento e incentivo às práticas agropecuárias em am-
• Número de produtores, técnicos e operadores bientes sem condições de relevo e solos, especialmen-
de máquinas capacitados. te em solos arenosos e hidromórficos, por serem estes
fundamentais à estabilidade da dinâmica hídrica.

152
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Atividades: • Promover articulação entre empreendedores


e proprietários com vistas à adoção de me-
a) Elaborar campanhas de esclarecimento so-
didas que visem à conservação do solo e à
bre a fragilidade e importâncias destas áre-
qualidade das águas.
as para a dinâmica hidrológica.
Justificativa:
b) Apresentar as diversas alternativas de ma-
nejo e uso preconizado no ZSEE do Estado O desmatamento generalizado das matas ci-
para as áreas de categoria 2.3, bem como liares em todas as bacias hidrográficas, associado ao
limitar a realização de macrodrenagem em manejo agrícola inadequado, com uso intensivo de
solos hidromórficos. fertilizantes e de agrotóxicos, leva ao carreamento de
c) Incluir estas áreas na programação dos sólidos e de cargas poluidoras difusas aos recursos hí-
projetos de microbacias (projeto espe- dricos, o que constitui o principal fator de alteração da
cificado anteriormente), estabelecendo qualidade das águas superficiais, disseminado-se em
capacitações específicas no manejo sus- todo território estadual.
tentado do solo (projeto detalhado pos- Estratégia de Ação:
teriormente), bem como na conservação
Esse projeto é voltado à capacitação técnica.
de áreas frágeis.
Inicialmente está prevista a implantação de programa
d) Identificar as áreas mais críticas e incenti- piloto nas UPGs P11-Jauru e A11-Teles Pires. Nesses
var a aplicação das técnicas de conserva- locais deverão ser contatadas entidades que já ado-
ção do solo, vegetação e águas especifi- tam práticas conservacionistas, servindo de modelo a
cados no projeto de microbacias, pois os outras unidades hidrográficas. Deverão ser aplicados
processos erosivos a montante refletem- mecanismos de incentivo e viabilização de recursos à
se rio abaixo e podem impedir o correto adoção de práticas conservacionistas pelos agriculto-
funcionamento de outros usuários (para res, tais como premiação, divulgação na mídia, adoção
irrigação, hidroeletricidade, abastecimen- de selo verde/azul, etc.
to, hidroviário, etc.) além de destruir ecos-
sistemas aquáticos. Atividades:

Indicadores de Monitoramento e Avaliação: a) Fazer o levantamento de programas de ca-


Áreas de recargas protegidas conforme estabe- pacitação efetuados e em desenvolvimen-
lecido no ZSEE do estado de Mato Grosso. to nas UPGs prioritárias destinados aos
agricultores.
4.4.4.3. Projeto: Capacitação dos b) Elaborar módulos de capacitação segundo
produtores rurais no manejo demandas específicas da UPG. Desenvolver
conteúdo teórico e prático com material di-
sustentado dos solos, dático de apoio.
aplicação de fertilizantes e
c) Aplicar dois módulos de capacitação em
agrotóxicos e recuperação cada UPG envolvendo conceitos teóricos e
de matas ciliares práticos.
Executor: EMPAER em parceria com Prefeituras, d) Prever medidas de incentivo visando à dis-
cooperativas e associações de produtores rurais. seminação dessas práticas.
Localização: e) Fazer ajustes ao programa visando sua apli-
cação em outras UPGs.
UPGs Prioritárias: P1 - Jauru, A11 - Alto Teles
Pires, A12 - Arinos, A13 - Sangue, P5 - São Lourenço, Este projeto será realizado em conjunto com o
P6 - Itiquira, TA3 - Alto Araguaia, TA4 - Alto Rio das programa de microbacias.
Mortes, A9 - Alto Xingu.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
Prioridade: Alta
Número de cursos ministrados e pessoas capa-
Datas de início e de término: citadas.
Realizado segundo o cronograma das ativida-
des do programa de microbacias. 4.5. Síntese Custos da Fase
Objetivos: de Implementação
• Capacitar agricultores e disseminar práticas de dos Projetos
manejo adequado do solo, quanto ao uso
de defensivos agrícolas e proteção ou recu- Os custos da fase inicial, referente à elabo-
peração de matas ciliares. ração dos projetos visando as suas implementa-
• Proporcionar incentivos visando adoção de ções em todo o Estado de Mato Grosso, totalizam
práticas conservacionistas dentro do con- R$12.237.485,00 (doze milhões, duzentos e trinta e
ceito de micro-bacias. sete mil e quatrocentos e oitenta e cinco reais), cujo

153
detalhamento por elemento de despesas está apre- d) Passagens - 4,2%
sentado no quatro 26. e) Serviço de terceiros pessoa física - 22,3%
Os custos referentes aos diversos projetos ela-
f) Serviço de terceiros pessoa jurídica 57,0%
borados e sua representação percentual sobre o total
considerando as quatro diretrizes do Plano Estadual, A fase inicial abrange os primeiros quatro
são os seguintes: anos do Plano Estadual, quando os projetos serão
elaborados e iniciarão suas execuções a campo. Os
a) Diretriz I: Desenvolvimento e Implementa-
recursos necessários deverão ser negociados nas
ção de Instrumentos de Gestão de Recursos
várias instâncias da administração pública (Governo
Hídricos - R$ 6.812.910,00 (55,67%);
Federal, Estadual e Municipal), bem como junto a so-
b) Diretriz II: Desenvolvimento Legal e Institu- ciedade organizada, empresas e usuários, procuran-
cional da Gestão Integrada de Recursos Hí- do estabelecer parcerias para facilitar a execução e
dricos - R$ 1.622.080,00 (13,26%); obtenção do aporte financeiro necessário.
c) Diretriz III: Desenvolvimento Tecnológico e Caso a Secretaria Estadual de Meio Ambiente
Capacitação- R$ 3.151.985,00 (25,76%); não amplie a sua estrutura operacional na área de
d) Diretriz IV: Articulação Institucional de In- recursos hídricos, será necessário contratar empresas
teresse a Gestão de Recursos Hídricos - para executar a maior parte dos projetos aqui propos-
R$ 650.510,00 (5,31%). tos, aumentando significativamente os custos apre-
sentados (quadro 26).
Considerando a participação segundo tipos de
despesas a participação percentual em relação ao total Para desenvolver as diversas atividades pre-
é a seguinte: vistas nos projetos apresentados e considerados
prioritários para o Estado de Mato Grosso, implica
a) Máquinas e equipamentos - 4,8%
que SEMA deve contar com a estrutura necessária
b) Diárias - 8,4% ao planejamento, execução, acompanhamento e
c) Material de consumo - 3,3% avaliação dos diversos projetos previstos no plano
estadual de recursos hídricos.

Quadro 26. Síntese dos custos dos Projetos, segundo diretrizes e programas, por pos de despesas.
Mat.
Diretriz / Programas / Projetos Equip. Diária Passag Serv.Cons.PF Serv. Cons.PJ TOTAL
Cons.
4.4.90.52 3.3.90.14 3.3.90.30 3.3.90.33 3.3.90.35 3.3.90.33
4.1. Desenvolvimento e Implemen- 382.050,00
tação de Instrumentos de Gestão 583.080,00 159.900,00 321.000,00 1.545.220,00 3.821.660,00 6.812.910,00
de RH

4.1.1 Cadastro de uso e usuários de


4.000,00 131.760,00 38.050,00 47.000,00 371.140,00 689.660,00 1.281.610,00
Recursos Hídricos

4.1.1.1. Projeto: Atualização e inte-


gração de cadastro de fonte pontu- - 13.640,00 750,00 26.000,00 68.320,00 20.000,00 128.710,00
ais potencialmente poluidoras

4.1.1.2. Projeto: Inventário dos


4.000,00 22.420,00 3.500,00 11.000,00 46.100,00 540.660,00 627.680,00
usuários de águas superficiais

4.1.1.3. Projeto: Inventário de poços


- 95.700,00 33.800,00 10.000,00 256.720,00 129.000,00 525.220,00
tubulares do Estado de MT

4.1.2. Rede de monitoramento


350.000,00 306.300,00 7.000,00 122.000,00 336.160,00 1.058.700,00 2.180.160,00
Quali-Quantitativa

4.1.2.1. Projeto: Revisão do progra-


ma de monitoramento da qualidade - 29.700,00 - 48.000,00 151.680,00 - 229.380,00
das águas superficiais
4.1.2.2. Projeto: Revisão do progra-
ma de monitoramento da balneabi- - 11.880,00 3.750,00 24.000,00 58.880,00 25.000,00 123.510,00
lidade das praias
4.1.2.3. Projeto: Implantar programa
de monitoramento da qualidade de - 3.300,00 - 4.000,00 19.200,00 - 26.500,00
águas subterrâneas
4.1.2.4. Projeto: Adequação do la-
boratório de análises da SEMA e
- 5.940,00 - 10.000,00 30.560,00 - 46.500,00
descentralização das atividades em
unidades regionais
4.1.2.5. Projeto: Ampliação na rede
hidrológica de monitoramento das 350.000,00 243.600,00 3.000,00 12.000,00 17.280,00 1.013.700,00 1.639.580,00
águas superficiais.
4.1.2.6. Projeto: Implantação do
programa de monitoramento - 11.880,00 250,00 24.000,00 58.560,00 20.000,00 114.690,00
hidrossedimentológico.

154
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Mat.
Diretriz / Programas / Projetos Equip. Diária Passag Serv.Cons.PF Serv. Cons.PJ TOTAL
Cons.
4.4.90.52 3.3.90.14 3.3.90.30 3.3.90.33 3.3.90.35 3.3.90.33

4.1.3. Elaboração de planos de


2.000,00 12.100,00 2.000,00 16.000,00 28.800,00 672.750,00 733.650,00
bacias hidrográficas

4.1.3.1. Projeto: Elaboração de


2.000,00 12.100,00 2.000,00 16.000,00 28.800,00 672.750,00 733.650,00
planos de bacias hidrográficas

4.1.4. Conservação do Solo e Água


- 81.600,00 93.000,00 50.000,00 428.960,00 136.900,00 790.460,00
em Microbacias no Meio Rural

4.1.4.1. Projeto: Conservação do


solo e da água e recomposição das
- 55.860,00 13.950,00 14.000,00 243.680,00 77.100,00 404.590,00
matas ciliares em microbacias no
meio rural
4.1.4.2. Projeto: Proteção de áreas de
recarga de aquíferos, recuperação
- 1.320,00 70.050,00 - 62.400,00 41.800,00 175.570,00
e/ou conservação de drenagens e
cabeceiras
4.1.4.3. Projeto: Capacitação dos
produtores rurais no manejo sus-
- 24.420,00 9.000,00 36.000,00 122.880,00 18.000,00 210.300,00
tentado dos solos, aplicação de fer-
tilizantes e agrotóxicos

4.1.5. Sistema de informações sobre RH. - - - - 33.280,00 212.400,00 245.680,00

4.1.5.1. Projeto: Complementação e


integração do sistema de informação - - - - 33.280,00 212.400,00 245.680,00
do Estado com o sistema nacional.

4.1.6. Sistema de Outorga de direi-


6.000,00 5.060,00 8.000,00 12.000,00 25.760,00 448.220,00 505.040,00
tos de uso dos RH

4.1.6.1. Projeto: Implementação da


outorga considerando os usos con- 6.000,00 5.060,00 8.000,00 12.000,00 25.760,00 448.220,00 505.040,00
suntivos e não consuntivos.

4.1.7. Fiscalização do uso do RH 8.000,00 10.180,00 6.500,00 8.000,00 21.280,00 279.900,00 333.860,00

4.1.7.1. Projeto: Estruturação de sis-


tema de fiscalização para recursos 8.000,00 10.180,00 6.500,00 8.000,00 21.280,00 279.900,00 333.860,00
hídricos.

4.1.8. Estudo e Enquadramento dos RH - 29.040,00 750,00 48.000,00 144.960,00 20.000,00 242.750,00

4.1.8.1. Projeto: Elaborar o estudo de


Enquadramento dos Cursos d’água - 29.040,00 750,00 48.000,00 144.960,00 20.000,00 242.750,00
no âmbito dos planos de bacias

4.1.9. Aplicação de instrumentos eco-


- 990,00 600,00 9.000,00 5.760,00 152.630,00 168.980,00
nômicos alternativos à gestão de RH

4.1.9.1. Projeto: Estudo de instru-


mentos econômicos alternativos
- 990,00 600,00 9.000,00 5.760,00 152.630,00 168.980,00
para apoio à gestão de recursos
hídricos
4.1.10. Estruturação e implementa-
ção do acompanhamento e monito- 12.050,00 6.050,00 4.000,00 9.000,00 149.120,00 150.500,00 330.720,00
ramento do PERH
4.1.10.1. Projeto: Implementar nú-
cleo de estudos estratégicos de
12.050,00 6.050,00 - 9.000,00 104.320,00 - 131.420,00
acompanhamento e avaliação da
implementação do PERH
4.1.10.2. Projeto: definição da ma-
triz institucional da implementação - - - - - 144.000,00 144.000,00
do PERH
4.1.10.3. Projeto: Desenvolver e im-
plantar um sistema de gerenciamento - - 4.000,00 - 44.800,00 6.500,00 55.300,00
da implementação do plano estadual
4.2. Desenvolvimento Legal e Ins-
titucional da Gestão Integrada de 41.900,00 252.390,00 145.700,00 79.000,00 356.320,00 746.770,00 1.622.080,00
Recursos Hídricos

4.2.1. Reestruturação e Fortalecimen-


37.900,00 221.290,00 80.200,00 63.000,00 155.200,00 87.000,00 644.590,00
to do Sistema de Gerenciamento RH

155
Mat.
Diretriz / Programas / Projetos Equip. Diária Passag Serv.Cons.PF Serv. Cons.PJ TOTAL
Cons.
4.4.90.52 3.3.90.14 3.3.90.30 3.3.90.33 3.3.90.35 3.3.90.33
4.2.1.1. Projeto: Fomentar e apoiar a
instalação e funcionamento de co- - 83.600,00 17.500,00 - 60.800,00 42.000,00 203.900,00
mitês de bacia

4.2.1.2. Projeto: Fortalecimento do


23.200,00 125.590,00 27.000,00 41.000,00 3.200,00 36.000,00 255.990,00
CEHIDRO.

4.2.1.3. Projeto Capacitação conti-


nuada dos técnicos do órgão gestor 14.700,00 12.100,00 35.700,00 22.000,00 91.200,00 9.000,00 184.700,00
dos RH.

4.2.2. Revisão e atualização do mar-


- 4.400,00 1.500,00 3.000,00 61.440,00 - 70.340,00
co legal e institucional

4.2.2.1. Projeto: Revisão e imple-


mentação da Lei da Política dos re- - - - - 24.960,00 - 24.960,00
cursos hídricos
4.2.2.2. Projeto: Estudo de reestru-
turação organizacional para gestão - 4.400,00 1.500,00 3.000,00 36.480,00 - 45.380,00
dos recursos hídricos.

4.2.3. Sustentabilidade econômica -


- 15.030,00 54.000,00 5.000,00 112.800,00 27.000,00 213.830,00
financeira de gestão dos RH

4.2.3.1. Projeto: Recriação do fundo


- 1.650,00 - - 7.680,00 - 9.330,00
estadual de recursos hídricos

4.2.3.2. Projeto: Identificação de


fontes de financiamento para o sis- - 13.380,00 54.000,00 5.000,00 105.120,00 27.000,00 204.500,00
tema de gerenciamento RH.
4.2.4. Apoio aos Municípios para
sua integração ao Sistema geren- 4.000,00 11.670,00 10.000,00 8.000,00 26.880,00 632.770,00 693.320,00
ciamento RH
4.2.4.1. Projeto: Intervenções inte-
gradas de saneamento ambiental e 4.000,00 11.670,00 10.000,00 8.000,00 26.880,00 632.770,00 693.320,00
gestão RH no meio urbano.

4.3. Desenvolvimento Tecnológico e


168.750,00 172.890,00 96.345,00 98.000,00 749.400,00 1.866.600,00 3.151.985,00
Capacitação

4.3.1. Divulgação, capacitação e


educação ambiental para gestão 44.750,00 80.410,00 34.845,00 24.000,00 145.280,00 362.800,00 692.085,00
integrada RH
4.3.1.1. Projeto: Campanhas de ade-
quação técnica das obras de cap-
14.000,00 64.790,00 28.470,00 8.000,00 28.000,00 192.500,00 335.760,00
tação de água subterrânea (poços
tubulares)
4.3.1.2. Projeto: Educação ambiental
e difusão sobre o conhecimento do 30.750,00 15.620,00 6.375,00 16.000,00 117.280,00 170.300,00 356.325,00
recurso hídrico
4.3.2. Desenvolvimento de inves-
tigação científica e tecnológica e
124.000,00 92.480,00 61.500,00 74.000,00 604.120,00 1.503.800,00 2.459.900,00
consolidação de conhecimento em
gestão RH
4.3.2.1. Projeto: Estudos sobre o po-
tencial de geração e transporte de - 13.530,00 500,00 24.000,00 66.720,00 25.000,00 129.750,00
cargas poluidoras de origem difusa
4.3.2.2. Projeto: Pesquisas visando o
manejo e a disposição de efluentes 62.000,00 9.400,00 4.000,00 20.000,00 9.600,00 414.400,00 519.400,00
por fertiirrigação

4.3.2.3. Projeto: Desenvolvimento


- 50.810,00 13.000,00 6.000,00 179.800,00 188.000,00 437.610,00
de mapa hidrogeológico do Estado

4.3.2.4. Projeto: Fomento


acadêmico sobre o conhecimento - 6.600,00 30.000,00 6.000,00 332.000,00 45.000,00 419.600,00
hidrogeológico do Estado
4.3.2.5. Projeto: Desenvenvolvimento
de estudos para conhecer a inter-
62.000,00 12.140,00 14.000,00 18.000,00 16.000,00 831.400,00 953.540,00
relação entre solo, vegetação e
água, e suas implicações

4.4. Articulação institucional de inte-


- 14.910,00 5.000,00 17.000,00 73.600,00 540.000,00 650.510,00
resse a gestão de recursos hídricos

4.4.1. Mecanismos de gestão inte-


- 7.980,00 - 12.000,00 33.280,00 - 53.260,00
grada de bacias interestaduais

156
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Mat.
Diretriz / Programas / Projetos Equip. Diária Passag Serv.Cons.PF Serv. Cons.PJ TOTAL
Cons.
4.4.90.52 3.3.90.14 3.3.90.30 3.3.90.33 3.3.90.35 3.3.90.33
4.4.1.1. Projeto: Proposição de me-
canismos de gestão integrada de - 7.980,00 - 12.000,00 33.280,00 - 53.260,00
bacias interestaduais
4.4.2. Articulação com o setor de
geração hidrelétrica visando à pre- - - - - - 330.000,00 330.000,00
servação dos RH
4.4.2.1. Projeto: Articulação com o
setor de geração hidrelétrica visan-
- - - - - 330.000,00 330.000,00
do uso múltiplo dos RH e compen-
sações
4.4.3. Articulação institucional e in-
tersetorial na gestão dos recursos - 6.930,00 5.000,00 5.000,00 40.320,00 210.000,00 267.250,00
hídricos
4.4.3.1. Projeto: Articulação dos ins-
trumentos de gestão ambiental e - - - - - 210.000,00 210.000,00
gestão dos recursos hídricos
4.4.3.2. Projeto: Articulação interse-
torial no planejamento e execução
- 6.930,00 5.000,00 5.000,00 40.320,00 - 57.250,00
de atividades relacionadas a Rec.
Hídricos
CUSTO TOTAL DO PLANO ESTADU-
592.700,00 1.023.270,00 406.945,00 515.000,00 2.724.540,00 6.975.030,00 12.237.485,00
AL DE RH
Participação percentual no custo
4,8 8,4 3,3 4,2 22,3 57,0 100,0
total

Os projetos elencados neste documento só 4.6. Cronograma de Implantação


apresentarão os resultados previstos se contar com a
atuação integrada entre os setores públicos (federal, dos Projetos
estadual e municipal) e privado, com o acompanha-
mento do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, ga- O cronograma geral de implantação dos pro-
rantindo a presença dos diversos seguimentos da so- jetos, na sua fase inicial (primeiros quatro anos), se-
gundo as diretrizes estabelecidas, está apresentado no
ciedade e, principalmente com a decisão do Governo
quadro a seguir. A cor laranja representa as atividades
do Estado em dar a prioridade que o assunto requer.
do período de implantação e a cor verde as do período
de execução (Quadro 27).

Quadro 27. Cronograma Geral de Implantação dos Projetos


Diretriz / Programas / Projetos Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
4.1. Desenvolvimento e Imple-
mentação de Instrumentos de
Gestão de RH
4.1.1 Cadastro de uso e usuários
de Recursos Hídricos
4.1.1.1. Projeto: Atualização e inte-
gração de cadastro de fontes pon-
tuais potencialmente poluidoras
4.1.1.2. Projeto: Inventário dos
usuários de águas superficiais
4.1.1.3. Projeto: Inventário de poços
tubulares do estado de Mato Grosso
4.1.2. Rede de monitoramento
Quali-Quantitativa
4.1.2.1. Projeto: Revisão do progra-
ma de monitoramento da qualida-
de das águas superficiais
4.1.2.2. Projeto: Revisão do progra-
ma de monitoramento da balneabi-
lidade das praias
4.1.2.3. Projeto: Implantar programa
de monitoramento da qualidade de
águas subterrâneas

157
Diretriz / Programas / Projetos Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
4.1.2.4. Projeto: Adequação do la-
boratório de análises da SEMA e
descentralização das atividades em
unidades regionais
4.1.2.5. Projeto: Ampliação na rede
hidrológica de monitoramento das
águas superficiais.
4.1.2.6. Projeto: Implantação do
programa de monitoramento
hidrossedimentológico.
4.1.3. Elaboração de planos de
bacias hidrográficas
4.1.3.1. Projeto: Elaboração de pla-
nos de bacias hidrográficas
4.1.4. Sistema de informações sobre
RH.
4.1.4.1. Projeto: Complementação
e integração do sistema de infor-
mação do Estado com o sistema
nacional.
4.1.5. Sistema de Outorga de di-
reitos de uso dos RH
4.1.5.1. Projeto: Implementação da
outorga considerando os usos con-
suntivos e não consuntivos.
4.1.6. Fiscalização do uso do RH
4.1.6.1. Projeto: Estruturação de sis-
tema de fiscalização para recursos
hídricos.
4.1.7. Estudo e Enquadramento
dos RH
4.1.7.1. Projeto: Elaborar o estu-
do de Enquadramento dos Cursos
d’água no âmbito dos planos de
bacias
4.1.8. Aplicação de instrumentos
econômicos alternativos à gestão
de RH
4.1.8.1. Projeto: Estudo de instru-
mentos econômicos alternativos
para apoio à gestão de recursos
hídricos
4.1.9. Estruturação e implemen-
tação do acompanhamento e
monitoramento do PERH
4.1.9.1. Projeto: Implementar nú-
cleo de estudos estratégicos de
acompanhamento e avaliação da
implementação do PERH
4.1.9.2. Projeto: definição da matriz
institucional da implementação do
PERH
4.1.9.3. Projeto: Desenvolver e im-
plantar um sistema de gerencia-
mento da implementação do plano
estadual
4.2. Desenvolvimento Legal e Ins-
titucional da Gestão Integrada de
Recursos Hídricos
4.2.1. Reestruturação e Fortale-
cimento do Sistema de Gerencia-
mento RH
4.2.1.1. Projeto: Fomentar e apoiar a
instalação e funcionamento de co-
mitês de bacia
4.2.1.2. Projeto: Fortalecimento do
CEHIDRO.
4.2.1.3. Projeto Capacitação conti-
nuada dos técnicos do órgão gestor
dos RH.

158
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Diretriz / Programas / Projetos Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
4.2.2. Revisão e atualização do
marco legal e institucional
4.2.2.1. Projeto: Revisão e imple-
mentação da Lei da Política dos re-
cursos hídricos
4.2.2.2. Projeto: Estudo de reestru-
turação organizacional para gestão
dos recursos hídricos.
4.2.3. Sustentabilidade econômi-
ca - financeira de gestão dos RH
4.2.3.1. Projeto: Recriação do fundo
estadual de recursos hídricos
4.2.3.2. Projeto: Identificação de
fontes de financiamento para o sis-
tema de gerenciamento do RH.
4.2.4. Apoio aos Municípios para
sua integração ao Sistema geren-
ciamento RH
4.2.4.1. Projeto: Intervenções inte-
gradas de saneamento ambiental e
gestão RH no meio urbano.
4.3. Desenvolvimento Tecnológi-
co e Capacitação
4.3.1. Divulgação, capacitação e
educação ambiental para gestão
integrada RH
4.3.1.1. Projeto: Campanhas de ade-
quação técnica das obras de cap-
tação de água subterrânea (poços
tubulares)
4.3.1.2. Projeto: Educação ambien-
tal e difusão sobre o conhecimento
do recurso hídrico
4.3.2. Desenvolvimento de inves-
tigação científica e tecnológica
e consolidação de conhecimento
em gestão RH
4.3.2.1. Projeto: Estudos sobre o po-
tencial de geração e transporte de
cargas poluidoras de origem difusa
4.3.2.2. Projeto: Pesquisas visando o
manejo e a disposição de efluentes
por fertiirrigação
4.3.2.3. Projeto: Desenvolvimento
de mapa hidrogeológico do Estado
4.3.2.4. Projeto: Fomento
acadêmico sobre o conhecimento
hidrogeológico do Estado
4.3.2.5. Projeto: Desenvolvimento
de estudos para conhecer a inter-
relação entre solo, vegetação e
água, e suas implicações para o
ciclo hidrológico
4.4. Articulação institucional de
interesse a gestão de recursos
hídricos
4.4.1. Mecanismos de gestão in-
tegrada de bacias interestaduais
4.4.1.1. Projeto: Proposição de me-
canismos de gestão integrada de
bacias interestaduais
4.4.2. Articulação com o setor de
geração hidrelétrica visando à
preservação dos usos múltiplos
dos recursos hídricos
4.4.2.1. Projeto: Articulação com o
setor de geração hidrelétrica visan-
do uso múltiplo dos RH e da aplica-
ção das compensações

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Diretriz / Programas / Projetos Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
4.4.3. Articulação institucional e
intersetorial na gestão dos recur-
sos hídricos
4.4.3.1. Projeto: Articulação dos ins-
trumentos de gestão ambiental e
gestão dos recursos hídricos
4.4.3.2. Projeto: Articulação interse-
torial no planejamento e execução
de atividades relacionadas a recur-
sos hídricos
4.4.4. Conservação do Solo e
Água em Microbacias no Meio
Rural
4.4.4.1. Projeto: Conservação do
solo e da água e recomposição das
matas ciliares em microbacias no
meio rural
4.4.4.2. Projeto: Proteção de áreas
de recarga de aquíferos, através de
recuperação e/ou conservação de
drenagens e cabeceiras
4.4.4.3. Projeto: Capacitação dos
produtores rurais no manejo sus-
tentado dos solos, aplicação de fer-
tilizantes e agrotóxicos

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Crédito: Marcos Vergueiro/Secom-MT
Plano Estadual de Recursos Hídricos

Descrição: Cachoeira Pé da Serra - Barra do Garças.

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