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Plano Estadual de Recursos Hídricos
3 Diretrizes,
Programas e Projetos
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Crédito: Edson Rodrigues/Secom-MT
Descrição: Rio das mortes em Nova Xavantina
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Plano Estadual de Recursos Hídricos
3. DIRETRIZES, PROGRAMAS
E PROJETOS
Os programas e projetos foram definidos em Projeto: Implementação da outorga conside-
função do diagnóstico apresentado no capítulo 1, que rando os usos consuntivos e não con-
abordou diversas questões vinculadas à disponibilida- suntivos.
de dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Programa: Fiscalização do uso do RH.
Também foram considerados os estudos reali- Projeto: Estruturação de sistema de fiscalização
zados no prognóstico elaborado, constituído por três para recursos hídricos.
cenários distintos, considerando o crescimento da
economia mundial, nacional e estadual, que refletem Programa: Estudo e enquadramento dos RH.
sobre a disponibilidade e qualidade da água em sete Projeto: Elaborar o estudo de Enquadramento
regiões de cenarização, para o horizonte de 20 anos dos Cursos d’água no âmbito dos pla-
(tendo como base o ano de 2007), conforme apresen- nos de bacias.
tado no capítulo 2 deste documento.
Programa: Aplicação de instrumentos econômi-
Os programas e projetos considerados mais im- cos alternativos à gestão de RH.
portantes, segundo as diretrizes estabelecidas, estão
listados a seguir. Projeto: Estudo de instrumentos econômicos al-
ternativos para apoio à gestão de recur-
Diretriz I: Desenvolvimento e Implementação sos hídricos.
de Instrumentos de Gestão de Recursos Hídricos.
Programa: Estruturação e implementação do
Programa: Cadastro de uso e usuários de Re- acompanhamento e monitoramento do PERH.
cursos Hídricos
Projeto: Implementar núcleo de estudos estraté-
Projeto: Atualização e integração de cadastro de gicos de acompanhamento e avaliação
fonte pontuais potencialmente poluido- da implementação do PERH.
ras. Projeto: Desenvolver e implantar um sistema de
Projeto: Produção do inventário dos usuários de gerenciamento da implementação do
águas superficiais. plano estadual.
Projeto: Produção do inventário de poços tubu- Projeto: Definição da matriz institucional de im-
lares do estado de Mato Grosso. plantação do PERH.
Programa: Rede de monitoramento Quali- Projeto: Criação de um sistema de gerenciamen-
Quantitativa. to da implementação do PERH.
Projeto: Revisão do programa de monitoramento Diretriz II - Desenvolvimento Legal e Institu-
da qualidade das águas superficiais. cional da Gestão Integrada de RH.
Projeto: Revisão do programa de monitoramento Programa: Reestruturação e Fortalecimento do
da balneabilidade das praias. Sistema de Gerenciamento de RH.
Projeto: Implantação do programa de monitora- Projeto: Fomentar e apoiar a instalação e funcio-
mento da qualidade das águas subter- namento de comitês de bacia.
râneas.
Projeto: Fortalecimento do CEHIDRO.
Projeto: Adequação do laboratório de análises da
Projeto: Capacitação continuada dos técnicos do
SEMA e descentralização das atividades
órgão gestor dos RH.
em unidades regionais.
Programa: Revisão e atualização do marco legal
Projeto: Ampliação da rede hidrológica de moni-
e institucional.
toramento das águas superficiais.
Projeto: Implantação do programa de monitora- Projeto: Revisão e implementação da Lei da Polí-
mento hidrossedimentológico. tica dos Recursos Hídricos.
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Projeto: Intervenções integradas de saneamen- Projeto: Capacitação dos produtores rurais no
to ambiental e gestão dos RH no meio manejo sustentado dos solos, aplicação
urbano. de fertilizantes e agrotóxicos e recupe-
Diretriz III: Desenvolvimento Tecnológico e ração de matas ciliares.
Capacitação. Em cada um destes projetos foi utilizada a se-
guinte estrutura:
Programa: Divulgação, capacitação e educação
ambiental para gestão integrada dos RH. a) Executor;
Projeto: Campanhas de adequação técnica das b) Localização;
obras de captação de águas subterrâne- c) Prioridade;
as (poços tubulares).
d) Data de início e de término;
Projeto: Educação ambiental e difusão sobre o
conhecimento dos recursos hídricos. d) Objetivos;
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Plano Estadual de Recursos Hídricos
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Crédito: Marcos Vergueiro/Secom-MT
Descrição: Cachoeira da Fumaça Rio Das Mortes Novo
São Joaquim.
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Plano Estadual de Recursos Hídricos
4 Detalhamento
dos Projetos Segundo
Diretrizes e Programas
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Crédito: José Medeiros/Agência Phocus
Descrição: Cachoeiran da Salgadeira em Cuiabá - MT
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Plano Estadual de Recursos Hídricos
4. DETALHAMENTO DOS
PROJETOS SEGUNDO
DIRETRIZES E
PROGRAMAS
Os projetos foram concebidos a partir dos es- diárias, serviços de consultorias e capacitação. Os va-
tudos e das discussões realizadas entre os diversos lores empregados pelos diversos consultores que tra-
consultores contratados para a elaboração do PERH, balharam na estimativa dos custos dos projetos estão
e com técnicos da Secretaria de Estado do Meio Am- apresentados no quadro 18.
biente – SEMA-MT, do Ministério do Meio Ambiente -
A seguir estão demonstrados os programas/
MMA e da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente
projetos agrupados segundo as diretrizes gerais do
Urbano - SRHU.
PERH-MT e a estrutura básica definida e apresentada
A estimativa dos custos do Plano Estadual de no capítulo anterior. O cronograma e os custos estão
Recursos Hídricos - PERH/MT, para o período de 2009 apresentados de forma resumida por se tratar de do-
a 2012, obedeceu a classificação orçamentária adota- cumento síntese, sendo que os detalhes e memória de
da pelo Estado, considerando os elementos de des- cálculo estão disponíveis no relatório denominado Pla-
pesas do código orçamentário. Adotaram-se também no de Investimento, Monitoramento e Avaliação dos
os valores já utilizados pelo Estado, no pagamento de Recursos Hídricos no Estado de Mato Grosso.
Quadro 18. Valores ulizados nas esmavas dos custos dos projetos, por po de despesa, segundo códigos orçamentários .
Código
Tipo de despesa Valores utilizados Descrição do item de despesa
Orçamentário
Equipamentos de laboratório, computador,
4.4.90.52 Equipamento e Material permanente Orçamento
impressora, GPS, etc
3.3.90.14 Diária 110,00 Diária TNS (Téc. Nível Superior) no Estado
150,00 Diária TNS (Téc. Nível Superior) fora do estado
90,00 Diária TNM (Técnico Nível Médio)
3.3.90.30 Material de consumo 2,50 Combustível
350,00 Placas Sinalização (3 unidades)
Orçamento Material de consumo
3.3.90.33 Passagens aéreas 1.000,00 Passagens aéreas
3.3.90.35 Serviços de Consultoria 80,00 Consultoria pessoa física - Senior/hora
Pessoa física 60,00 Consultoria pessoa física - Médio/hora
60,00 Capacitação/hora
30,00 Técnico de apoio
3.3.90.39 Serviços de Terceiros Orçamento Serviços de consultoria P J
Pessoa Jurídica 3.000,00 Homem/mês
150,00 Aluguel de veículo
Orçamento Arte e Gráfica
Orçamento Divulgação em meios de comunicação
2.500,00 Análise de água doce (por amostra)
500,00 Análise de água marinha (por amostra)
1.000,00 Análise de sedimento
2.500,00 Análise de comunidades aquáticas
700,00 Teste de ecotoxicidade
3.000,00 Medições Monit. Hidrossedimentológico
20.000,00 Desenvolvimento e manutenção de software
25.000,00 Desenvolvimento e manutenção de software
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banco deverão ser identificadas, por UPG, as fontes
4.1. Desenvolvimento e poluidoras de origem industrial e a quantificação des-
sas cargas pontuais em termos potenciais (sem trata-
Implementação de mento) e remanescentes (após tratamento).
Instrumentos de Gestão de RH Esses levantamentos deverão complementar
o estudo efetuado na etapa de Diagnóstico do Estu-
do de Recursos Hídricos de Mato Grosso (Produto 1,
4.1.1. Cadastro de uso e usuários de maio/2007, op.citado), pois as estimativas anterior-
Recursos Hídricos mente realizadas sobre cargas pontuais compreendem
apenas a população urbana. Dessa forma, o banco de
dados permitirá totalizar o potencial poluidor gerado
4.1.1.1. Projeto: Atualização e integração nas distintas UPGs (cargas pontuais e difusas), subsi-
de cadastro de fontes diando estudos associados à assimilação de poluentes
pontuais potencialmente pelos corpos hídricos receptores e a definição de di-
poluidoras. retrizes para licenciamento de empreendimentos nas
respectivas unidades hidrográficas.
Executor: SEMA
Estratégia de Ação:
Localização:
A concepção e o desenvolvimento desse pro-
P4- Alto Rio Cuiabá, P5-São Lourenço, onde re- grama compreende a participação integrada dos téc-
sidem os maiores polos industriais do estado. nicos responsáveis pelo licenciamento e fiscalização
das atividades potencialmente poluidoras da SEMA
Prioridade: Alta
com a equipe de gestão de recursos hídricos.
Data de início e de término: etapa de elabora-
O presente projeto deverá ser coordenado pela
ção ( janeiro a dezembro de 2009); etapa de implanta-
SEMA, compreendendo duas etapas distintas: (I) ela-
ção (2010 a 2012).
boração e (II) implantação.
Objetivos:
Na fase de elaboração do programa (I) sugere-
• Avaliar o processo de atualização do cadastro se a contratação de técnico especializado em controle
de indústrias potencialmente poluidoras e de poluição e em sistema de informações georreferen-
do sistema de auto-monitoramento do es- ciadas durante o prazo estimado de um ano, em 2009,
tado de Mato Grosso. levando em conta as seguintes diretrizes:
• Introduzir no auto-monitoramento da quali- - Quanto aos levantamentos básicos: deverão ser
dade dos efluentes e do corpo receptor os consultados todos os cadastros de indústrias existen-
parâmetros de DBO e fósforo. tes na SEMA, nos departamentos responsáveis, visan-
• Integrar as informações desse cadastro em um do avaliar por UPG qual o universo de estabelecimen-
banco de dados georreferenciado, visando tos potencialmente poluidores; quais as indústrias que
identificar e quantificar as cargas poluido- realizam o auto-monitoramento; como é conduzido e
ras potenciais e remanescentes em cada com que frequência é realizado esse monitoramento;
UPG; aplicar os resultados em estudos de quais os parâmetros de controle adotados. Deverão
geração de cargas poluidoras e autodepu- ser identificados os aspectos positivos que devem ser
ração dos corpos hídricos receptores. valorizados no trabalho bem como as deficiências a
serem corrigidas.
Justificativa:
- Quanto ao monitoramento dos efluentes e
Encontra-se em processo de atualização pela do corpo receptor: deverá ser elaborada uma estra-
SEMA o cadastro de indústrias potencialmente polui- tégia visando incorporar, no auto-monitoramento das
doras do Estado de Mato Grosso. Deverá ser inicial- indústrias, os parâmetros de controle DBO e fósforo,
mente avaliado o universo de indústrias cadastradas provendo-se o estabelecimento de dispositivos legais
por UPG, tendo em vista abranger, em um horizonte para o atendimento dessa exigência.
de médio prazo (2012), a totalidade do parque indus-
trial do estado. - Quanto à unificação dos cadastros: deverão
ser feitas reuniões entre as equipes responsáveis pelos
Como procedimento adotado atualmente está usuários desse cadastro visando alimentar um banco
previsto o auto-monitoramento dos padrões de lança- de dados georreferenciado integrado que dê supor-
mento dos efluentes e do corpo receptor pelo empreen- te à definição de diretrizes com vistas ao controle de
dedor tendo como parâmetros de controle o artigo 34 geração de cargas poluidoras nas bacias hidrográficas
da Resolução CONAMA 357/05. Em função do poten- estaduais.
cial poluidor gerado pelos nutrientes, DBO e fósforo
nas águas, esses parâmetros deverão ser também in- - Quanto ao banco de dados: todas as infor-
cluídos nas análises. mações deverão estar disponíveis em um banco de
dados georreferenciado compatível para o uso na
Verificou-se ainda a necessidade de compatibi- gestão dos recursos hídricos, disponibilizando, em
lizar as fichas de cadastro atualmente utilizadas para cada UPG, o total de cargas geradas pelas indústrias
suprir automaticamente o banco de dados que aten- em termos de lançamento de efluentes e condições
derá ao sistema de gestão de recursos hídricos. Neste do corpo receptor.
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Plano Estadual de Recursos Hídricos
- Quanto à definição de metas: esse programa Localização: UPGs P-5 São Lourenço, P-1 Jauru,
deverá prever a inclusão da totalidade das indústrias P-3 Alto Paraguai Superior, P-4 Alto Rio Cuiabá, TA-5 Baixo
do estado até o ano de 2012, estabelecendo metas de Rio das Mortes, A-4 Baixo Teles Pires e Médio Teles Pires.
inclusão das indústrias em cada UPG por ano.
Prioridade: Alta
A etapa seguinte consiste na implantação des-
se programa (II), priorizando-se em 2010 as UPGs P4- Datas de início e de término: Uma primeira eta-
Alto Rio Cuiabá e P5-São Lourenço, que atuarão como pa de preparação e compilação dos dados já disponíveis,
unidade piloto. Após a implantação e ajustes neces- com duração de seis meses (janeiro a junho de 2009) e
sários, esse programa será aplicado às demais UPGs outra etapa destinada às atividades de campo com dura-
estaduais que compreendam parque industrial signifi- ção de 12 meses (julho de 2009 a junho de 2010).
cativo. Nesta etapa, os trabalhos também deverão ser Objetivos:
coordenados pela SEMA e conduzidos com assessoria
técnica especializada. O objetivo geral constitui-se em inventariar, por
UPG, todos os usos consuntivos ou não consuntivos
Atividades: que estão sendo feitos com o recurso hídrico superficial,
Etapa de Elaboração de forma a chegar ao específico e determinar as bacias,
sub-bacias ou trechos de cursos d’água nos quais a pos-
a) Proceder o levantamento do cadastro de in- sibilidade de escassez é maior, ocasionando conflito.
dústrias existente na SEMA e avaliar o uni-
verso de estabelecimentos cadastrados na Justificativa:
UPG P4-Alto Rio Cuiabá. A falta de cadastro de todos os usuários leva
b) Analisar os procedimentos utilizados para à impossibilidade, nas atuais condições, de verificar
computar as fontes de poluição e as cargas quais bacias, sub-bacias ou trechos de cursos d’água
potenciais e remanescentes geradas pelas já apresentam problemas relativos aos aspectos quan-
indústrias locais. titativos do recurso hídrico.
c) Viabilizar a introdução de novos parâmetros Estratégia de Ação:
de avaliação e controle dos efluentes e do
corpo receptor no processo de auto-moni- Cooperação entre órgãos governamentais esta-
toramento. duais como a SEMA e Secretaria da Desenvolvimento
Rural SEDER-MT e federais, como ANA, ANEEL e Mi-
d) Compatibilizar os dados cadastrais com as
nistério das Minas e Energia, bem como outros atores
demandas do sistema de gestão de recur-
da sociedade civil, como os representantes de classe,
sos hídricos da SEMA.
pecuaristas, procurando obter informações sobre os
e) Definir sistema informatizado visando inte- usuários dos recursos hídricos.
grar o potencial poluidor gerado por fontes
pontuais e difusas em cada UPG. Atividades:
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informações de 2005 do Estado. As indústrias foram O uso é de particular interesse para o estado de
divididas em dois grupos: agroindústrias e demais Mato Grosso, pois não existem praias oceânicas próxi-
tipos. As primeiras, por sua vez, sub-divididas em mas. Assim, a oferta deste tipo de lazer seria encarada
abatedouros e sucro-alcooleiras. O critério de corte pelo poder público como a possibilidade de atender
corresponderia a 1 l/s, desprezando-as para valores à demanda existente principalmente por parte da po-
inferiores. pulação de menor poder aquisitivo. Seriam localizadas
nos lugares onde já ocorrem, mesmo que sazolmente,
- Abastecimento Rural
ou em outros pontos com potencial, tendo em vista a
A demanda é pouco expressiva, desprezando-a importância econômica do turismo.
para valores inferiores a 1 l/s.
C. Especiais.
- Irrigação
Correspondem àqueles que não se enquadram
As demandas seriam por cultura agrícola irri- na classificação pelo critério da não derivação e nem
gada, conforme UPG e respectiva bacia, determinan- pela consuntividade considerada somente pelo aspec-
do principalmente a variação sazonal, desprezando-a to quantitativo.
para valores inferiores a 1 l/s.
- Diluição de Esgotos e de Efluentes
- Dessedentação.
O objetivo é fazer um levantamento em campo
O uso acontece marcadamente de uma forma dos pontos de lançamento e as cargas potenciais e re-
dispersa com a finalidade de suprir animais quanto às manescentes dos despejos sanitários e industriais, lem-
suas necessidades fisiológicas. A demanda se com- brando que, segundo o levantamento da SEPLAN com
poria pelo total de animais supridos e a localização dados de 2.006, somente 15 cidades possuem estação
por meio de estruturas hidráulicas que geralmente se de tratamento de esgotos e que ainda atendem parcial-
constrói, como barramentos de regularização, prática mente a população. Portanto, há lançamento de esgo-
hoje já disseminada pelo estado do Mato Grosso. tos “in natura” pelo território do Estado. Os impactos aos
corpos receptores dependem da vazão de diluição e da
- Aquicultura.
capacidade de mistura. Seria necessário ter informações
Os poucos dados disponíveis na época do diag- sobre os pontos de lançamento para verificar o alcande
nóstico mostram que a aquicultura era ainda pouco dos impactos.
marcante no Estado de forma que sua demanda era
- Preservação e manutenção dos ecossistemas
inexpressiva para a escala deste trabalho na etapa do
aquáticos
diagnóstico. No entanto, esse quadro pode ter mudado,
de forma que merecerá atenção durante o inventário. A preservação do ecossistema aquático não se
trata propriamente de um uso, mas sim da manuten-
B. Sem Derivação das Águas.
ção do ecossistema, pois é assim que se perpetuaria,
Esta categoria de uso é aquela em que os re- possuindo capacidade de tratar despejos e, conse-
cursos hídricos são energia ou potencial de geração quentemente, valor.
de energia, suporte e via de transporte, meio de lazer
Não constitui um uso em si, mas sim uma desti-
ou capacidade de diluição. Logo, são não consuntivos,
nação dada pela sociedade, cujo objetivo primeiro é a
pois não ocasionam perdas de volume aos corpos de
preservação dos ecossistemas aquáticos importantes
água, embora possam afetar a sua disponibilidade
e suas comunidades de espécies pertinentes. Visa a
hídrica por alterações na qualidade das águas, quan-
manutenção do ecossistema e, por isso, não pressu-
do eventualmente passariam a ser classificados como
põe demanda e mesmo consuntividade, logo não alte-
consuntivos.
ra os atributos do recurso hídrico. É um uso que seria
- Geração de Energia Elétrica prejudicado por outros e não os prejudica.
Foram utilizados os planos e levantamentos Portanto, é muito mais paciente do que agente
disponíveis na CEMAT, no DNAEE e na ELETROBRÁS. nas alterações das propriedades do recurso hídrico. O
Destas fontes vieram a estimativa do potencial hidre- objetivo estaria em levantar os corpos d’água de espe-
létrico do Estado do Mato Grosso. Foram consideradas cial interesse, além daqueles já previstos na legislação
as referências da ANEEL (2006 e 2007) que deveriam em vigor.
ser atualizadas.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
- Navegação
A efetivação do inventário seria medida pelo
A de maior porte baseou-se em dados forneci- número de usuários e posteriormente pela quantidade
dos pela Agência da Capitania dos Portos dos Estados dos que receberiam atualização de informações ao lon-
de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, do Ministério go do tempo. As outorgas possuem período de vigên-
da Marinha e do Ministério dos Transportes. As infor- cia que ainda não foi estabelecido para o estado, o qual
mações sobre a navegação de menor porte, ou seja, serviria de parâmetro para verificar a renovação das in-
as pequenas embarcações, foram obtidas por relatos. formações sobre os usuários dos recursos hídricos.
Particular interesse há na Hidrovia Paraguai por causa
da sua influência regional e impactos no ambiente. Se- 4.1.1.3. Projeto: Inventário de poços
ria localizada por meio dos cursos d’água onde ocorre
de forma permanente.
tubulares do Estado de MT
- Recreação e Lazer Executor: SEMA em parceria com a CPRM
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Plano Estadual de Recursos Hídricos
Envolver a CPRM como entidade executora em reservas subterrâneas do estado, otimizando recur-
parceria com o Estado, lembrando sempre que este sos, evitando insucessos e alavancando o desenvol-
tipo de atividade já vem sendo desenvolvida pela re- vimento ordenado.
ferida empresa em outros Estados (avaliar e usar como
Estratégia de Ação:
exemplos o caso de Santa Catarina no projeto denomi-
nado PROESC, ou mesmo o convênio entre SEMA-DRH O inventário de poços deve ser entendido
e CPRM no RS). como uma espécie de varredura que identifica e avalia
as características dos poços e da água extraída, bem
Localização:
como os aspectos relacionados ao regime de extra-
Fase Piloto: P-1 Jauru, P-2 Alto Paraguai Médio, ção dos mesmos. Os registros efetuados deverão ser
P-3 Alto Paraguai Superior, P-4 Alto Rio Cuiabá, P-7 compatíveis com os protocolos do SIAGAS (Sistema
Paraguai - Pantanal, P-5 São Lourenço, P-6 Correntes de Informação de Águas Subterrâneas) e deverá fazer
- Taquari, TA-1 Baixo Araguaia, TA-2 Médio Araguaia, parte do banco de dados do respectivo órgão gestor,
TA-5 Baixo Rio das Mortes, seguidas de todas as de- gerado a partir dos processos de licenciamento de
mais UPGs do Estado. novos poços.
Prioridade: Alta. O cadastro SIAGAS, mantido e operado pela
CPRM, está se convertendo na referência nacional
Datas de início e de término: Projeto desenhado
e vem sendo utilizado como cadastro oficial de al-
para ter duração de três anos, com início em janeiro de
guns estados. Poços executados por outras agências
2009, sendo metade do período destinado à fase piloto e
estaduais ou federais (INCRA, FUNASA, etc) estarão
a outra metade para as demais regiões do Estado.
sujeitas aos mesmos processos de licenciamento ali-
Objetivos: mentando de forma automática este banco de dados,
o que aumenta sua robustez. É muito importante que
O objetivo geral deste projeto é o de realizar
este cadastro possua campos que definam se o re-
o inventário de poços em todas as UPGs do Estado
ferido poço está outorgado ou não, bem como pos-
de Mato Grosso. Os objetivos específicos surgem da
sua capacidade de armazenar informações históricas
própria dinâmica da atividade e em função de sua co-
qualitativas e quantitativas. Este programa depende
nexão com outros programas em desenvolvimento.
de algumas tarefas indispensáveis, entre elas:
À medida que o inventário inicia-se pelas UPGs
• O desenho de um banco de dados capaz de
de maior conflito, portanto de maior prioridade, um
conter todas as informações necessárias e
destes objetivos específicos seria o de não somen-
sua implementação dentro dos sistemas
te validar as metodologias de campo utilizadas, mas
utilizados pela SEMA;
também validar as metodologias relacionadas a con-
fecção de banco de dados. Além disto, contar com o • A transformação do passivo de processos (em
resultado em cada UPG pode e deve ser considerado formato físico) de licenciamento em infor-
como um objetivo específico. Considerando que esta mações digitais, já compondo o referido
atividade representa um primeiro e importante passo banco de dados.
na confecção do Mapa Hidrogeológico do Estado, a Estas informações são indispensáveis para a
correta manipulação dos dados levantados a campo confecção do Mapa Hidrogeológico do Estado e para
representa outro importante objetivo específico. o estabelecimento de uma rede de monitoramento
Justificativa: mínima de águas subterrâneas, na qual, alguns destes
poços, dependendo de suas características, posição
O principal problema a ser resolvido através geográfica e aquifero explorado, poderão ser incorpo-
deste programa é o desconhecimento por parte do rados ao mesmo.
poder público do número e qualidade dos poços per-
furados no Estado. Os registros existentes fornecem Para dar conta desta tarefa, é necessário contar
apenas uma parte deste universo, visto que a maioria com equipes de campo devidamente treinadas e ca-
deles, estima-se, tenha sido construída de forma clan- pacitadas. Recomenda-se começar em um programa
destina não gerando qualquer tipo de informação hi- piloto, justamente para testar as metodologias de tra-
drogeológica ou não alimentando os bancos de dados balho e contar com o envolvimento dos órgãos esta-
(em processo de construção) junto ao órgão gestor. duais e demais atores envolvidos.
O diagnóstico aponta para esta situação, bem Neste sentido recomenda-se adotar as UPGs,
como para o aumento da procura por poços tubulares com maior número de poços tubulares e demanda
como alternativa de abastecimento. A clandestinidade atual de água subterrânea (P-1 Jauru, P-2 Alto Para-
aumenta conforme a demanda e com a facilidade de guai Médio, P-3 Alto Paraguai Superior, P-4 Alto Rio
se obter água subterrânea. Significa que em UPGs com Cuiabá, P-7 Paraguai - Pantanal, P-5 São Lourenço, P-6
fortes demandas atuais e futuras, que contam com ra- Correntes - Taquari, TA-1 Baixo Araguaia, TA-2 Médio
zoável potencial hidrogeológico, a falta de registros é Araguaia, TA-5 Baixo Rio das Mortes), como alvo da
mais pronunciada. fase piloto, estendendo as atividades de forma gradual
nas demais regiões do Estado.
Se não se consegue boas e oportunas infor-
mações em campo, torna-se dispendioso o proces- Em função de sua ampla experiência implemen-
so de se obtê-las posteriormente. O procedimento tando este tipo de projeto e da possibilidade de mobi-
correto em relação ao registro individual de poços lização, instrumentação e treinamento das respectivas
resultaria no aumento do conhecimento sobre as equipes de campo, a CPRM, naturalmente gabarita-se
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como ator executor de forma conveniada com o Go- dados de poços no Estado; (b) servir de base para a
verno do Estado. confecção do Mapa Hidrogeológico de Mato Grosso
e; (c) servir como base para o estabelecimento da rede
Atividades:
de monitoramento de poços para o Estado.
O levantamento realizado no decorrer do PERH-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação
MT identificou não somente os principais aquíferos do
(Quantitativo e qualitativo):
Estado, como também as UPGs com maiores deman-
das atuais de uso de água subterrânea. Para avaliar a execução do projeto em seus as-
pectos qualitativos e quantitativos, sugere-se utilizar
Com base nestas informações deverá ser es-
os indicadores apresentados no quadro 19 a seguir.
tabelecido um convênio entre a CPRM e o Governo
do Estado, tendo como escopo principal a garantia Quadro 19. Indicadores de monitoramento e avaliação do pro-
das condições básicas para implementação do pro- jeto de inventário de poços
jeto. Para tanto existem modelos de referência no Período
Etapa Indicador
Brasil, como por exemplo, os convênios assinados Considerado
entre a CPRM e os Estados do Rio Grande do Sul e Avaliação do PERH-MT realizada
Santa Catarina. Trimestre 01
no primeiro trimestre
Etapa 1 Convênio assinado e Verba de
As principais atividades a serem implementadas
estão assim organizadas: Implementação repassada no Trimestre 01
primeiro trimestre
Etapa 1 - Organização técnica e administrativa Número de Capacitações reali-
do projeto. zadas/ Número de técnicos (em- Trimestre 02
presas) capacitados
a) Apropriação e análise das informações exis-
tentes e disponíveis no PERH-MT (técnicos Etapa 2 Existência de sistema de armaze-
Trimestre 02
namento de dados de poços
do órgão gestor e técnicos da CPRM) bus-
cando os elementos estratégicos para im- Número de registros digitaliza-
Trimestre 02
plementação; dos e consistidos
Produtividade-número de poços Trimestre 02-
b) Assinatura de convênio entre as partes e es- cadastrados / mês 06
tabelecimento de unidade de coordenação Etapa 3
única e integrada. Relatório Final e número final de
Trimestre 06
poços inventariados
Etapa 2 – Atividades iniciais do projeto Produtividade-número de poços
Trimestre 07-12
c) Formação, treinamento e instrumentação cadastrados / mês
Etapa 4
das equipes de campo. Recomenda-se que Relatório Final e número final de
Trimestre 12
o treinamento seja estendido aos técnicos poços inventariados
do órgão gestor e que estes venham, pelo
menos temporariamente, acompanhar os 4.1.2. Rede de Monitoramento
trabalhos de campo; Quali-Quantitativa
d) Preparação dos modelos e protocolos dos
bancos de dados receptores do conjunto
de informações prestes a ser gerado (esta
4.1.2.1. Projeto: Revisão do programa de
atividade subentende que o Estado invista monitoramento da qualidade
na conformação de um banco de dados das águas superficiais
único compatível com o SIAGAS).
Executor: SEMA
Etapa 3 – Implementação da Fase Piloto
Localização:
e) Mobilização das equipes nas regiões na fase
piloto e início da coleta de dados em campo; UPGs Prioritárias: O projeto terá início a partir
das UPGs já contempladas pela rede de monitoramen-
f) Avaliação bimensal das atividades e reade-
to, devendo também ser incluídas as UPGs P1 - Jauru,
quação das estratégias e procedimentos de
P3 - Alto Paraguai Superior, A4 - Alto Rio das Mortes,
campo;
P6-Correntes Itiquira, consideradas as mais deficientes
g) Avaliação final da etapa piloto e confecção em termos de rede amostral.
de relatório final.
Prioridade: Alta
Etapa 4 – Implementação da Fase Final (nas
demais regiões do MT) Data de início e de término: A elaboração do
projeto (I) deverá ocorrer de 2009 a 2010, e sua im-
h) Início da execução do inventário nas demais plantação (II) entre 2011 e 2012.
regiões do Estado;
Objetivos:
i) Análise final dos resultados, quantificação
dos dados de acordo com a lógica das • Ampliar a rede de monitoramento atual e o
UPGs e redação de relatório final. escopo de análises da qualidade da água,
segundo os parâmetros da Resolução CO-
Importante ressaltar que esta atividade é fun-
NAMA 357/2005 e da Portaria 518/2004 do
damental para: (a) aumentar a robustez do banco de
Ministério da Saúde.
110
Plano Estadual de Recursos Hídricos
• Realizar análises de sedimentos em pontos tema de informações da ANA pela internet (Hidroweb)
considerados estratégicos segundo parâ- que deverá ser mantido, introduzindo-se os novos pa-
metros definidos pela Resolução 344/04. râmetros de controle.
• Avaliar a evolução da qualidade das águas e Para avaliação da rede atual de monitoramen-
dos sedimentos em todas as bacias hidro- to, dos parâmetros adotados e dos resultados obti-
gráficas estaduais. dos, sugere-se consulta ao relatório de Diagnóstico
• Realizar levantamento das áreas prioritárias da Qualidade da Água, que tráz uma consolidação
para o controle da poluição dos recursos das informações disponíveis à época de elaboração
hídricos. do estudo.
• Integrar resultados com programas que envol- O presente projeto deverá ser coordenado pela
vam conservação de solo e das águas para SEMA, compreendendo duas etapas distintas: (I) ela-
que sejam avaliadas metas de desempenho boração do programa entre 2009 a 2010 e (II) sua im-
ambiental. plantação entre 2011 a 2012.
• Manter a divulgação dos resultados de moni- Para desenvolvimento deste trabalho deverá ser
toramento no atual sistema de informação contratada consultoria técnica, sendo que o Termo de
da rede de qualidade das águas da ANA Referência para a etapa de elaboração (I) deverá levar
(Hidroweb). em conta, no mínimo, os seguintes aspectos:
• Dar subsídio técnico para outros programas - Quanto à rede de monitoramento: sugere-se a
previstos neste estudo, inclusive a reformu- inclusão de pontos de coleta nas UPGs P1 - Jauru, P3
lação do laboratório da SEMA. - Alto Paraguai Superior, A4 - Alto Rio das Mortes, P6-
• Dar subsídio técnico para a elaboração/refor- Correntes Itiquira, em função da deficiência atualmen-
mulação dos planos de bacias. te detectada nessas unidades hidrográficas. Porém, a
ampliação deverá ser consolidada após ser avaliada a
Justificativa: integração de dados gerados por empreendimentos
Em função da dimensão territorial do Esta- particulares e órgãos governamentais nessas UPGs.
do de Mato Grosso, a rede de monitoramento das - Quanto às análises realizadas: introduzir variá-
águas superficiais adotada pela SEMA abrange pre- veis de qualidade das águas superficiais estabelecidas
ferêncialmente as sub-bacias hidrográficas mais ur- na Resolução CONAMA 357/2005 segundo padrão
banizadas e cuja logística possibilita a execução das de uso e ocupação do solo das UPGs monitoradas;
campanhas dentro dos padrões de qualidade e se- incluir, quando pertinente, análise de sedimentos de
gurança desejáveis. acordo com a Resolução 344/2004 que, embora seja
Tendo em vista as novas demandas detectadas direcionada a sistemas de dragagem, é a única que
no presente estudo, é necessário estabelecer a amplia- tráz referências à qualidade de sedimentos; realizar
ção e ajuste do atual sistema de monitoramento, con- análise das comunidades aquáticas (fitoplâncton,
templando rios e reservatórios em UPGs consideradas zooplâncton e macroinvertebrados bentônicos), so-
prioritárias; está prevista também a revisão da frequên- bretudo com relação a cianobactérias (fitoplâncton),
cia das análises, com inclusão de novos parâmetros para além de testes de ecotoxicidade na água e no sedi-
avaliação de comunidades aquáticas e realização de mento (ABNT) com aplicação de índices descritores
testes ecotoxicológicos, além da análise de sedimentos. da qualidade das águas.
Estratégia de Ação: - Quanto à frequência de coleta de amostras:
nos rios, procurar viabilizar coletas bimestrais, contem-
Na elaboração e implantação deste projeto e plando as variações sazonais; nos reservatórios reco-
de outros relacionados aos instrumentos de gestão, menda-se a análise mensal dos principais parâmetros,
deve-se considerar a articulação com o estado de incluindo o controle das cianobactérias, especialmente
Mato Grosso do Sul, tanto relativamente às ativida- aquelas consideradas potencialmente tóxicas. Impor-
des a serem desenvolvidas, quanto à padronização tante destacar que a portaria 518/2004, do Ministério
de normas laboratoriais de quantidade e qualidade da Saúde, exige, em seu artigo 19, que os mananciais
- seleção de parâmetros e indicadores comuns, tra- superficiais de abastecimento público devam conter
tamento das informações; interação (planejamento um plano de monitoramento compatível com a legis-
e troca de dados) entre as redes de monitoramento lação vigente.
de quantidade, qualidade, regimes de vazão e se-
dimentológico; quanto ao adensamento da rede e - Quanto às metodologias: os procedimentos
critérios de medição harmonizados entre os dois es- de coleta, preservação, acondicionamento e análise
tados e a União. de amostras devem ser padronizados de acordo com
“Standard Methods for the Examination of Water and
A execução desse programa compreende a Wastewater (APHA/AWWA/WPCF)”, no “Guia Técnico
participação dos técnicos responsáveis pelas coletas e de Coleta de Amostras de Água (CETESB)” e nas nor-
análises da atual rede de monitoramento e a equipe mas de análise da ABNT e INMETRO ou com outro pa-
de gestão de recursos hídricos da SEMA-MT, compati- drão de referência nacional/internacional; recomenda-
bilizando ainda objetivos e ações dos departamentos se que sejam realizadas experiências inter-laboratóriais
de licenciamento e fiscalização deste órgão. Merece com instituições reconhecidas como a Companhia de
destaque os trabalhos atualmente efetuado como a Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de
divulgação dos resultados de monitoramento no sis- São Paulo - CETESB e Universidades Públicas.
111
- Quanto à logística utilizada: recomenda-se b) Consolidar os aspectos relevantes identifica-
que sejam estabelecidas, quando pertinentes, par- dos no programa atual que devem ser man-
cerias regionais com órgãos públicos e entidades tidos e detectar as principais fragilidades do
privadas para viabilização logística na execução do sistema de monitoramento para adequação
projeto de monitoramento; devem ser utilizados do programa.
equipamentos para medições em campo visando c) Definir critérios para: ampliação da rede de
agilizar as coletas, além de disponibilizar barcos e amostragem, levando-se em conta, entre
veículos adequados para o transporte das amostras outros, as fontes de poluição de origem
em tempo hábil para o laboratório da SEMA ou uni- pontual e difusa, os usos predominantes
dades regionais de laboratórios de análises previstas das águas atuais e futuros, o grau de in-
em projeto. fluência do curso d’água em unidades de
- Quanto à qualificação e número de profissio- conservação e terras indígenas, inclusive a
nais envolvidos: para que o monitoramento ocorra jusante do Estado de Mato Grosso, a dis-
de uma maneira eficaz é importante contar com um ponibilidade de dados advindos de outros
corpo técnico qualificado, com um número mínimo programas de monitoramento.
de profissionais necessários para que a demanda seja d) Definir critérios para análise e frequência
atendida; nesse sentido, deve ser prevista eventual dos parâmetros a serem monitorados, para
ampliação do corpo técnico e recursos para sua capa- apresentação de resultados, incluindo ava-
citação e requalificação permanente. liação dos atuais indicadores da qualidade
- Quanto à emissão de laudos e relatórios: a da água e introdução de descritores de co-
emissão dos laudos e dos relatórios deve obedecer a munidades aquáticas.
prazos compatíveis para o estabelecimento de ações e) Estabelecer metas de curto, médio e longo pra-
de controle da poluição, do aprimoramento das políti- zos para configuração da nova rede de moni-
cas públicas, assim como para o cumprimento institu- toramento em consonância com propostas
cional em disponibilizar os dados de monitoramento de adequação do laboratório existente, de
à sociedade, utilizando as ferramentas hoje adotadas procedimentos analíticos, da disponibilidade
pela SEMA (hidroweb). e do aperfeiçoamento da equipe técnica.
- Quanto ao banco de dados georreferencia- Etapa de Implantação
do: todas as informações deverão estar disponíveis
f) Implantação do programa nas UPGs que já
em um banco de dados georreferenciado compatível
são monitoradas, adequando o processo
com o uso na gestão dos recursos hídricos. Esse sis-
em termos de pontos de amostragem, rea-
tema deverá agregar o maior número de informações
lização das coletas, inserção de novos pa-
possíveis advindas de outros programas de monito-
râmetros de controle, emissão de laudos e
ramento ambiental, como de centrais hidrelétricas e
relatórios, publicação dos dados e inclusão
empreendimentos diversos, além dos dados obtidos
das informações no banco de dados geor-
nos processos de licenciamento, auto-monitoramento
referenciados.
e fiscalização da SEMA.
g) Inclusão no programa das UPGs P1 - Jauru,
A fase seguinte consiste na implantação e ajus- P3 - Alto Paraguai Superior, A4 - Alto Rio
tes necessários (II), priorizando-se em 2010 as UPGs das Mortes, P6-Correntes Itiquira.
que já compreendam atualmente rede de monitora-
mento; a partir de 2011 até 2012, deverão ser incluídas Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
no programa as UPGs P1 - Jauru, P3 - Alto Paraguai Su- • Readequação da rede de monitoramento atual
perior, A4 - Alto Rio das Mortes, P6-Correntes Itiquira, concluída até o final de 2010.
consideradas as mais deficientes em termos de rede
amostral. Essa etapa dos trabalhos também será coor- • Inclusão das UPGs P1 - Jauru, P3 - Alto Para-
denada pela SEMA com assessoria técnica especializa- guai Superior, A4 - Alto Rio das Mortes, P6-
da. Esse programa tem caráter permanente, devendo Correntes Itiquira realizado até 2012.
ser previstos recursos para sua continuidade.
4.1.2.2. Projeto: Revisão do programa
Ressalta-se que o programa será operacionali-
zado juntamente com a adequação do laboratório de
de monitoramento da
análises da SEMA e descentralização das atividades balneabilidade das praias
em unidades regionais.
Executor: SEMA.
Atividades:
Localização:
Etapa de Elaboração
UPGs Prioritárias: P4 - Alto Rio Cuiabá e TA3 -
a) Realizar o levantamento da rede de amos- Alto Araguaia.
tragem atual, das análises e metodologias
Prioridade: Alta.
utilizadas, da frequência de coleta de amos-
tras, da logística adotada, da emissão de Datas de início e de término: A elaboração
laudos e relatórios, dos resultados obtidos, do projeto de monitoramento da balneabilidade das
da qualificação e quantidade de profissio- praias (I) deverá ocorrer a partir de 2009 e sua implan-
nais envolvidos. tação (II) entre 2011 e 2012.
112
Plano Estadual de Recursos Hídricos
113
c) Definir critérios para ampliação da rede de a evolução quali-quantitativa (espacial e temporal) das
amostragem, levando-se em conta, entre águas subterrâneas extraindo subsídios para a gestão
outros, a relevância do centro turístico e a sustentável do recurso.
previsão de abertura de novos polos turís-
Os objetivos específicos neste caso seriam os
ticos no Estado.
seguintes:
d) Inspecionar os principais pontos de monito-
ramento existentes e previstos, registrando • Melhorar a base do conhecimento do funcio-
as características locais e os esquemas lo- namento dos principais aquíferos do Estado,
gísticos de apoio. com ênfase às regiões de maior demanda
atual e futura.
e) Estabelecer metas de curto, médio e lon-
go prazos para configuração da nova rede • Desenvolver metodologias e arranjos opera-
de monitoramento em consonância com tivos para garantir suficiente qualidade e
propostas de adequação do laboratório confiabilidade dos resultados.
existente, de procedimentos analíticos, da • Determinar a qualidade regional das águas sub-
disponibilidade e do aperfeiçoamento da terrâneas e seus níveis atuais de explotação.
equipe técnica. • Possuir registros históricos confiáveis que possam
f) Viabilizar a divulgação das condições de bal- ser utilizados como argumentos frente a dis-
neabilidade por meio de boletins semanais cussões relacionadas com possíveis mudanças
e de sinalização local. nos padrões de uso e ocupação do solo;
Etapa de Implantação • Capacitação e envolvimento dos diversos atores.
g) Implantação e ajustes do programa nas Uma rede em operação pode ser considerada
UPGs P4- Alto Rio Cuiabá e TA3-Alto Ara- como uma ferramenta de capacitação e envolvimento
guaia.UPGs que já são monitoradas em responsável dos mais distintos atores relacionados aos
termos de pontos de amostragem, realiza- recursos hídricos, a começar pelos grandes usuários.
ção das coletas, inserção de novos parâ- Com esta participação, a rede, como materializa-
metros de controle, emissão de laudos e ção deste compromisso, estimula o envolvimento cida-
relatórios, publicação dos dados e inclusão dão em relação aos recursos hídricos, um dos grandes
das informações no banco de dados geor- objetivos de qualquer política pública.
referenciados.
Justificativa:
h) Inclusão no programa de outras UPGs que
compreendam centros turísticos relevantes. Diferentemente dos recursos superficiais os
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: fluxos de água subterrânea são bastante lentos sendo
suas velocidades de percolação expressas em metros /
• Readequação do programa por meio da intro- ano. Este fato traz uma série de implicâncias, principal-
dução de novos pontos na rede de monito- mente no que se refere ao potencial de contaminação
ramento, principalmente nas UPGs P4- Alto e requerimentos de monitoramento.
Rio Cuiabá e TA3-Alto Araguaia;
As mudanças, tanto em termos de disponibili-
• Demais centros balneários do Estado incluídos dade quanto de qualidade, são processos que reque-
na rede de monitoramento até 2012. rem períodos de tempo mais largos (em comparação
• Monitoramento das condições de balneabili- com os recursos superficiais), porém muitas vezes re-
dade realizado em todo o Estado. sultam em situações irreversíveis de relevância geográ-
fica considerável.
4.1.2.3. Projeto: Monitoramento A definição de uma adequada e factível rede
da qualidade de águas de monitoramento, ajustada aos usos potenciais dos
subterrâneas diferentes aquíferos e as ferramentas de controle
existentes é fundamental para a gestão dos aquífe-
Executor: SEMA em parceria com usuários de ros. A rede de monitoramento deve ser entendida
água subterrânea e universidades. como uma ação de caráter preventivo que aponta à
conservação dos recursos subterrâneos. A estratégia
Localização: Todos os aquíferos do Estado.
espacial de localização dos poços de monitoramento
Prioridade: Alta é tão relevante como a definição dos parâmetros de
medição, as variáveis e frequências do referido mo-
Datas de início e de término: Janeiro a de-
zembro de 2009 fase de implantação e de 2010 a nitoramento.
2011 execução do projeto, com duração total estima- Estratégia de Ação:
da em três anos.
Do ponto de vista estratégico é preciso con-
Objetivos: ceber a rede de monitoramento como uma iniciativa,
O objetivo geral do programa é selecionar um que, a medida em que o próprio sistema de recursos
conjunto mínimo de poços tubulares para amostragens hídricos do Estado vai alcançando sua maturidade,
periódicas de maneira a organizar um banco de dados também irá desenvolver-se em termos de magnitude
de qualidade e quantidade com o qual se possa avaliar e representatividade.
114
Plano Estadual de Recursos Hídricos
A exemplo dos demais projetos relacionados Destaca-se que a SEMA já conta com um acer-
aos instrumentos de gestão deve-se procurar articu- vo de análises químicas de um conjunto razoável de
lação com os estados vizinhos na montagem de um poços, distribuídos no estado. O desenvolvimento de
sistema integrado, em particular com Mato Grosso do uma rede de monitoramento para o estado, por defini-
Sul, que também desenvolve o seu plano de recursos ção, tem que partir destes arranjos e resultados.
hídricos, pois as águas subterrâneas não obedecem os
Atividades:
limites da divisão político-administrativa.
As principais atividades a serem implementadas
Um dos aspectos fundamentais de toda e
estão assim organizadas:
qualquer rede em operação, além dos seus protoco-
los técnicos, diz respeito às condições existentes para Atividade 1 – Levantamento e análise das infor-
que a mesma faça parte do sistema de fato, receben- mações existentes
do os respectivos recursos financeiros indispensáveis
a) Apropriação e análise das informações exis-
para sua sustentabilidade. A sua continuidade e seu
tentes e disponíveis no PERH-MT (técnicos
entendimento como prioridade no campo das ações
do órgão gestor e técnicos da CPRM) bus-
públicas constitui a parte mais complicada. A nego-
cando os elementos estratégicos para im-
ciação de seus arranjos operacionais é fundamental,
plementação.
sempre tendo em vista que a melhor rede é justa-
mente aquela considerada possível, factível, simples Atividade 2 – Atividades iniciais do projeto
do ponto de vista metodológico e, principalmente, b) Identificação dos poços existentes con-
de baixo custo. É justamente no compartilhamento siderados estratégicos para serem incor-
das responsabilidades junto aos mais diversos atores porados a uma rede de monitoramento e
em torno da operação da rede que pode residir sua definição dos protocolos específicos para
grande fortaleza. O próprio sistema de licenciamento os mesmos.
e outorga poderia ser aproveitado como um dos pi-
lares para a rede. c) Identificação de regiões estratégicas ou por-
ções de aquíferos consideradas estratégicas
O órgão gestor poderia solicitar aos grandes nas quais novos poços deveriam ser incor-
empreendimentos de caráter privado (com demandas porados à rede de monitoramento.
de água subterrânea consideradas de grande magni-
tude para um determinado aquífero) a gerar monitora- d) Negociação dos arranjos operacionais e de-
mentos sistemáticos (qualidade e quantidade). finição das responsabilidades das distintas
etapas do monitoramento.
Sendo a água subterrânea um insumo/recurso
e) Preparação da geometria dos bancos de da-
fundamental para os processos produtivos, o moni-
dos da rede de monitoramento.
toramento por parte do usuário (mediante protoco-
los acordados) forneceria insumos à gestão local (ao f) Desenho final da rede.
próprio empreendimento), como também apoiaria a Atividade 3 – Implementação da Rede
gestão regional e estratégica do Estado.
g) Implementação do monitoramento nas
Supõe-se que as captações destinadas ao regiões onde as atividades anteriores já
abastecimento público, independentemente de foram desenvolvidas.
quem as operem, estejam sendo monitoradas atual-
mente (exigência da portaria do Ministério da Saú- h) Avaliação parcial dos resultados e geração
de). Neste caso os esforços estariam concentrados de relatórios de andamento e avaliação.
na adequação aos protocolos e em fazer com estas i) Difusão na rede e incorporação de novos poços.
informações sejam consistidas e fluam para os ban- Importante ressaltar que esta atividade está
cos de dados da rede. intimamente relacionada com os programas de in-
Contando com ambos os fluxos de informação, ventário de poços, com o desenvolvimento do Mapa
já é possível conceber uma rede de monitoramento Hidrogeológico de Mato Grosso e com o programa
piloto, a qual poderia ser complementada em regiões de adequação das perfurações. É fundamental que as
ou aquíferos considerados estratégicos, através de novas perfurações sejam feitas dentro das normas, das
convênios com grupos de pesquisa, universidades ou quais se possua pleno conhecimento estratigráfico e
mesmo municípios. Pode-se escolher uma área especí- hidráulico, condição fundamental para que um poço
fica para monitoramento, por exemplo, uma sub-bacia seja incorporado à rede de monitoramento.
hidrográfica, desde que localizada em área de alto ris- Em síntese, o delineamento deste programa e a
co e intenso uso agrícola. elaboração de Termos de Referência para desenvolvi-
Outro aspecto a ser destacado é o estabeleci- mento dos trabalhos devem levar em conta no mínimo
mento dos já mencionados protocolos de: (I) escolha os seguintes aspectos:
dos poços, (II) técnicas de amostragem, (III) técnicas Critérios para a escolha de poços: (I) somen-
analíticas aceitáveis e conjuntos de parâmetros sob te poderão ser incorporados à rede poços dos quais
análise, (IV) frequência de amostragem e análise e, (V) se possua registro técnico induvidável e que estejam
formatos para incorporação nos bancos de dados. A dentro das normas; (II) deve ser buscada uma distri-
definição específica de cada um destes protocolos é buição geográfica coerente com a dinâmica de uso e
considerada como a primeira tarefa técnica no contex- ocupação do solo, o que significa que regiões com
to da implementação da rede. maiores demandas deveriam, por definição, contar
115
com um maior número de poços pertencentes a rede; tectam perdas de eficiência devido a problemas cons-
(III) distribuição hidrogeológica com identificação trutivos ainda em estágios possíveis de saneamento.
de bons poços em todas as unidades aquíferas com
Parâmetros de análise:
ênfase naquelas com maior tendência de uso e con-
taminação; (IV) distribuição de poços nos principais A qualidade da água subterrânea é resultado
aquíferos de forma a atender suas distintas zonas de interações entre a água, a fase sólida e gasosa e
– recarga, trânsito e descarga; (V) cobrir setores hi- depende fundamentalmente das suas condições de
droquímicos particulares e áreas com características fluxo (velocidade, tempo de residência na matriz ro-
geológicas / hidrogeológicas anômalas ou de impor- chosa, ciclos e variações naturais – pressão atmosférica,
tância regional; (VI) levar em conta aspectos logísti- por exemplo, nível hidráulico e condições de recarga).
cos relacionadas a facilidade e custo da extração da Além destas modificações naturais, a qualidade da
amostra. água pode ser afetada por efeitos de contaminantes
externos e antrópicos. Em toda e qualquer região as
Protocolos de amostragem /transporte / con-
águas subterrâneas de um determinado aquífero ou
servação:
porção dele variam conforme certos limites configu-
Foi observado que grande parte das variações rando uma identidade química.
determinadas na qualidade da água de uma fonte
Dada a ausência de informações históricas, tan-
obedecem a diferenças metodológicas nos instantes
to de qualidade como de níveis, com as informações
de amostragem, transporte e conservação assim como
disponíveis atualmente, há uma grande dificuldade
na própria análise posterior. Este fato leva à necessida-
de realizar esta caracterização. Este é mais um dos ar-
de de existência de regras claras e rígidas para conferir
gumentos que demonstra a importância de se iniciar
credibilidade a cada etapa relacionada à implementa-
um processo de coleta de dados e poder ao longo
ção da rede.
do tempo contar com conhecimento para diferenciar
A amostragem deve ser feita sempre depois de e detectar atividades contaminantes e alteração das
esgotado o poço, ou no mínimo após longo período condições naturais de fluxo.
de bombeamento mediante recuperação dos níveis
Para manter a coerência com os objetivos da
estáticos, minimizando a turbulência no ingresso da
rede (incluindo a questão dos custos) sugerem-se pa-
água no recipiente (independentemente do volume
râmetros de maior relevância e que sejam indicadores
requerido, seja o preenchimento completo ou parcial).
de problemas de contaminação (exemplo – nitrogênio
Tanto as características do recipiente (volume e mate-
e carbono orgânico total). Em casos em que sejam de-
rial) como as condições de conservação e transporte
tectados problemas específicos e, a depender do uso
deverão ser definidas para cada parâmetro.
dado a água extraída, a lista pode ser ampliada.
Como referência podem ser adotados os mes-
A análise para detecção de contaminantes or-
mos procedimentos citados no programa de monito-
gânicos (gerados por pesticidas) é complexa, dispen-
ramento de qualidade da água superficial. Durante o
diosa e muitas vezes leva a indeterminações. Nestes
processo de amostragem se recomenda contar com
casos, se sugere que a avaliação seja concentrada em
sondas de campo para avaliação de parâmetros físico-
alguns grupos de contaminantes orgânicos, principal-
químicos, como por exemplo: pH, temperatura, turbi-
mente em áreas de alta vulnerabilidade, intenso uso
dez, oxigênio dissolvido e condutividade e elétrica.
de insumos agrícolas e poços de profundidades infe-
Medições de caráter microbiológico: riores a 100m.
A amostragem microbiológica deverá incluir Frequência de amostragem e análise:
minimamente os seguintes elementos: Organismos
A periodicidade da amostragem e análise de-
heterotróficos - (a 35 ºC) em todas as campanhas; Co-
corre de um equilíbrio entre a geração de informação
liformes Totais – em todas as campanhas; Pseudomo-
de qualidade e os custos respectivos. O monitoramen-
nas Aeruginosa – em todas as campanhas; Enteroco-
to deve ser capaz de determinar variações normais e
cos – em todas as campanhas. A inclusão de análises
naturais dos aquíferos, bem como apoiar a detecção
de algas e protozoários somente se faz necessária em
de anomalias. Entretanto, deve ser flexível ao ponto de
casos particulares.
não repetir análises quando os parâmetros demons-
Medições de caráter hidráulico: tram regularidade temporal e espacial.
Importante contar com dados como níveis, vo- Destaca-se que a rede de monitoramento tem
lumes extraídos e vazões de cada um dos poços da objetivos amplos, como por exemplo, o de caracteri-
rede e efetuar estas medições em todos os instantes zar os aquíferos (para cujo objetivo a frequência não
de amostragem. Em caso de amostragens em poços necessita ser intensa) assim como para detectar pos-
“parados”, ou seja, em estado de não bombeamento, síveis alterações em sua potabilidade (implicando em
os níveis estáticos estabilizados são fundamentais para frequências maiores).
serem anotados.
Em áreas de aquíferos superficiais ou zonas
No caso de poços em operação, sob bombea- de recarga, espera-se que ocorram variações maio-
mento, é necessário associar à análise química, os ní- res enquanto que em regiões de aquíferos profun-
veis dinâmicos, bem como as vazões de operação. Nos dos, as variações tendem a ser mínimas. Portanto a
poços considerados estratégicos do ponto de vista e frequência também é condicionada pela localização
abastecimento, é fundamental que sejam realizados dos poços, tipo de uso e a caracterização dinâmica
ensaios de eficiência a cada ano, com os quais se de- dos aquíferos nos respectivos locais. No Quadro 20
116
Plano Estadual de Recursos Hídricos
são apresentadas algumas indicações de frequência compreender as UPGs mais distantes da capital, prefe-
segundo os condicionantes recém discutidos. rêncialmente no centro-norte do Estado.
Quadro 20. Sugestão de periodicidade da frequência de amos- Prioridade: Alta
tragem
Datas de início e de término: A implantação
Setores de
Setores
trânsito,
da adequação do laboratório deverá iniciar-se em ja-
aflorantes, de alta neiro de 2009, com término previsto para dois anos.
descarga ou
Variável vulnerabilidade
perfurações Nesse período, deverão estar concluídos todos os as-
ou recarga
com prof. > pectos de adequação previstos e ministrado ao menos
(prof. < 100m)
100m um curso de capacitação técnica da equipe. A descen-
Microbiologia Mensal Trimestral tralização das atividades só deverá ocorrer a partir do
início do ano de 2012.
Hidráulica e
Mensal Trimestral
Operação dos poços Objetivos:
Parâmetros in-situ Mensal Trimestral • Reestruturar o atual laboratório de análises
Tr i m e s t r a l / s e - físico-químicas e bacteriológicas da SEMA.
Elementos maiores mensal/ trimestral
mestral
• Adequar as instalações existentes às deman-
Elementos menores
ou tóxicos
mensal/ trimestral Semestral/anual das atuais e futuras previstas pela amplia-
Contaminantes
ção da rede de monitoramento da qualida-
orgânicos - Anual Anual de da água e de sedimentos, bem como da
pesticidas balneabilidade das praias.
Observa-se que nos primeiros anos, dada à au- • Viabilizar o atendimento da demanda dos se-
sência de dados, a frequência deveria ser a maior pos- tores de licenciamento e fiscalização e mo-
sível, o mesmo ocorrendo para casos de poços com nitoramento da SEMA através da implanta-
fins de abastecimento público. ção de unidades de laboratório regionais
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: descentralizadas.
• Tornar o laboratório da SEMA um centro na-
Para avaliar a execução do projeto em seus as-
cional de referência de análises, consideran-
pectos qualitativos e quantitativos, sugere-se utilizar
do sua inserção nos procedimentos da ISO/
os indicadores do quadro 21.
IEC 17025.
Quadro 21. Indicadores de monitoramento da qualidade das
águas subterrâneas
Justificativa:
As instalações atuais do laboratório de análises
Período
Atividades Indicador da SEMA são consideradas insuficientes para compor-
Considerado
tar o volume de análises gerado pelas demandas dos
PERH-MT avaliado e revisão de setores de licenciamento, fiscalização e monitoramen-
todos os bancos de dados exis- to ambiental em todo o Estado. Esse problema tenderá
Atividade 1 Trimestre 02
tentes; confecção de um banco
de dados único
a agravar-se frente à ampliação da rede de monito-
Número de poços identificados
ramento da qualidade das águas superficiais, de se-
dimentos e de balneabilidade das praias prevista nos
Identificação de regiões estra- Trimestre 03 programas anteriores.
tégicas
Negociações de implementação Portanto, será necessário promover adequa-
Atividade 2 Trimestre 04
em curso ções no atual laboratório visando atender o aumento
Geometria da rede pronta Trimestre 03 esperado na quantidade de amostras, na introdução
de novos parâmetros analíticos a serem avaliados em
Desenho da rede definido e atendimento à Resolução CONAMA 357/2005, da Por-
Trimestre 04
aprovado
taria 518/04 do Ministério da Saúde e da Resolução
Número de poços em monito- Trimestres 04
ramento sistemático a 12
CONAMA 344/04.
Atividade 3 Incremento de novos poços e As dimensões territoriais do Estado e a dificul-
Trimestres 04
abrangência estadual por UPG dade de acesso, especialmente no período chuvoso,
a 12
e aquíferos
restringem o deslocamento das equipes de coleta para
área mais distantes da capital, comprometendo o mo-
4.1.2.4. Projeto: Adequação do nitoramento dos cursos d’água de UPGs situadas, prin-
laboratório de análises da cipalmente, nas regiões onde deverão ser intensifica-
SEMA e descentralização dos os esforços de amostragem. Nesse caso, deve ser
das atividades em unidades avaliada a descentralização do laboratório em unida-
des regionais visando garantir a acessibilidade à rede
regionais de amostragem e os prazos de validade das amostras.
Executor: SEMA Estratégia de Ação:
Localização: Neste projeto também deve ocorrer a articu-
O laboratório da SEMA está inserido na UPG P4 lação com Mato Grosso do Sul, na padronização de
- Alto Cuiabá. A descentralização, em princípio, deverá normas laboratoriais de quantidade e qualidade, bem
117
como na seleção de parâmetros e indicadores comuns pela SEMA (hidroweb). Todas as informações deverão
no tratamento das informações. estar disponíveis em um banco de dados georrefe-
renciado compatível com o uso na gestão dos recur-
A execução deste programa compreende o
sos hídricos.
diagnóstico das instalações do laboratório da SEMA,
abrangendo dimensões, equipamentos e materiais - Quanto à descentralização dos serviços: nesse
disponíveis, análises realizadas, procedimentos me- estudo, deverão ser priorizadas as sedes urbanas de
todológicos, profissionais envolvidos e instalação de maior porte que já disponham de infra-estrutura mí-
unidades regionais visando, a médio prazo, inserir essa nima de apoio logístico da SEMA e, preferêncialmente,
unidade como referência nacional. que contenham equipamentos e materiais para análi-
ses. Também deve ser avaliada a pertinência de serem
O presente projeto deverá ser coordenado pela
estabelecidas parcerias com entidades que realizam
SEMA, compreendendo duas etapas distintas: (I) elabo-
coleta e análises de água, como a FUNASA, e/ou ór-
ração do programa (2009) e (II) sua implantação (2010).
gãos de saneamento municipal. Tais parcerias podem
Para elaboração deste programa (I) deverá ser envolver também empreendedores que já executam
contratada consultoria técnica, sendo que o Termo de programas de monitoramento da qualidade da água.
Referência para desenvolvimento dos trabalhos com-
A etapa seguinte consiste na operacionalização
preenderá no mínimo, os seguintes aspectos:
do laboratório (II), prevendo-se um período de um ano
- Quanto às instalações locais: deverão ser ana- (2010) para adequação segundo as novas demandas
lisadas as condições atuais, prevendo adequações na dos programas de monitoramento. Essa etapa dos tra-
forma de layout, observando-se normas de seguran- balhos será coordenada e executada pela equipe téc-
ça, saúde ocupacional e meio ambiente. Sempre que nica da SEMA.
possível, estabelecer convênios e experiência inter-
Atividades:
laboratórios.
Etapa de Elaboração
- Quanto aos equipamentos e materiais: avaliar
estado de manutenção dos aparelhos disponíveis, vi- a) Realizar o levantamento das condições atu-
drarias, materiais de consumo e aquisição necessá- ais do laboratório da SEMA, abrangendo di-
ria para realizar as análises previstas em quantidade mensões, equipamentos e materiais dispo-
e qualidade. Sugere-se fazer um levantamento dos níveis, análises realizadas, procedimentos
aparelhos adquiridos em projetos de pesquisa ou por metodológicos e profissionais envolvidos.
meio de outras fontes de recursos, visando otimizar a b) Verificar as demandas atuais e futuras pre-
aquisição de equipamentos e de outros materiais. vistas pela ampliação da rede de monitora-
- Quanto às análises realizadas: introduzir, através mento da qualidade da água e de sedimen-
de processo de melhoria contínua, variáveis de quali- tos, bem como da balneabilidade das praias,
dade das águas superficiais estabelecidas na Resolu- além dos serviços executados pelos setores
ção CONAMA 357/2005, Portaria 518/04 do Ministério de licenciamento e fiscalização da SEMA.
da Saúde e Resolução 344/04; de comunidades aquá- c) Prever todas as adequações necessárias, es-
ticas (fitoplâncton, zooplâncton e macroinvertebrados tabelecendo metas de curto, médio e longo
bentônicos), sobretudo contagem de cianobactérias, e prazos para atendimento dos quesitos ne-
testes de ecotoxicidade na água e no sedimento. cessários à consolidação desse laboratório
- Quanto às metodologias: os procedimentos de como um centro de referência nacional.
análise de amostras devem ser padronizados de acordo d) Elaborar estudo sobre a descentralização
com “Standard Methods for the Examination of Water dos serviços em unidades regionais, com-
and Wastewater (APHA/AWWA/WPCF)”, e nas normas preendendo visitas técnicas “in loco”.
de análise da ABNT e INMETRO ou com outro padrão
e) Ministrar cursos de capacitação técnica,
de referência nacional/internacional; recomenda-se
priorizando experiências inter-laboratoriais.
que sejam realizadas experiências inter-laboratórios
com instituições reconhecidas como a Companhia de Etapa de Implantação
Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de f) Implementar as ações previstas na etapa
São Paulo - CETESB e Universidades Públicas. de elaboração do programa, abrangendo
- Quanto à qualificação e número de profissio- adequação do layout, aquisição de equipa-
nais envolvidos: para que o monitoramento ocorra mentos e de materiais de consumo; incor-
de uma maneira eficaz é importante contar com um porar novas análises em água e sedimento;
corpo técnico qualificado, prevendo-se eventual am- divulgar os relatórios técnicos e incluir as
pliação da equipe e recursos para sua capacitação e informações no banco de dados georrefe-
requalificação permanente. renciados.
- Quanto à emissão de laudos e relatórios: a g) Introduzir, para o laboratório central o pro-
emissão dos laudos pelo laboratório deve obedecer a cesso de certificação pela ISO/IEC 17025.
prazos compatíveis para o estabelecimento de ações Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
de controle da poluição, do aprimoramento das políti-
cas públicas, assim como para o cumprimento institu- • Diagnóstico com levantamento das condições
cional em disponibilizar os dados de monitoramento atuais do laboratório e das necessidades de
à sociedade, utilizando as ferramentas hoje adotadas equipamentos realizado.
118
Plano Estadual de Recursos Hídricos
119
• Fazer levantamentos de estudos e projetos des- Termo de Referência deverá levar em conta, no mínimo,
sa natureza realizados em órgãos públicos e os seguintes aspectos:
privados, incluindo instituições de pesquisas.
- Quanto à rede de monitoramento: selecionar os
• Avaliar a evolução da produção de sedimento pontos de monitoramento em regiões de maior criticidade,
nas UPGs com maior nível de criticidade e priorizando as UPGs P5 – São Lourenço e P6 – Correntes-
suas consequências para o sistema hídrico. Taquari, coincidindo preferêncialmente com o programa
• Integrar as informações ao banco de dados para de monitoramento de qualidade das águas superficiais
compor o sistema de gestão de recursos hídri- em termos de localização e frequência de medições.
cos. Divulgar os resultados em laudos técnicos - Quanto às medições: a metodologia de campo
periódicos e dar subsídio técnico para a elabo- empregada na escolha dos perfis transversais, seções de
ração/reformulação dos planos de bacias. medições deve seguir as recomendações estabelecidas
• Subsidiar propostas conservacionistas de uso pelas normas técnicas do DNAEE (BRASIL, 1977), atual
do solo nas bacias hidrográficas. ANEEL, que estabelece programas de amostragem de
campo conjugadas com a caracterização e avaliação dos
• Compatibilizar os resultados com estudos de-
parâmetros geométricos, hidráulicos, hidrológicos, sedi-
senvolvidos em outros estados e regiões re-
mentológicos, morfométricos e fluviomorfológicos.
ceptoras potenciais de sedimentos, a exem-
plo de Mato do Grosso do Sul, na bacia de - Quanto à emissão de laudos e relatórios: os
drenagem do Alto Paraguai. laudos e relatórios deverão ser encaminhados à SEMA
Justificativa: para aprovação e divulgação dos resultados.
120
Plano Estadual de Recursos Hídricos
121
Localização: SEMA - Cuiabá e polos regionais a) Visualização e análise básicas de séries tem-
porais
Prioridade: Alta
b) Visualização espacializada de recursos na-
Datas de início e de término: Abril de 2009 a
turais (uso e ocupação de solo, geologia
março de 2010
etc.) e características socioeconômicas ge-
Objetivos: rais (atividade produtiva, unidades de zo-
O desenvolvimento do Sistema de Informações neamento etc.) das bacias hidrográficas do
Geográficas de Recursos Hídricos (SIGRH) proposto deve estado em diferentes escalas.
conter e subsidiar o gerenciamento e a análise de da- c) Interface de modelos hidrológicos (alimen-
dos hidro-meteorológicos básicos (precipitação, vazão tação, calibração, visualização espacializada
etc.) e de dados de qualidade de água, provenientes dos das saídas dos modelos, ferramentas para
programas de monitoramento da SEMA-MT, de outras simulação de cenários).
instituições (principalmente de qualidade de água) e dos
auto-monitoramentos de empresas licenciados. Deve in- d) Interface do Sistema de Suporte à Decisão
cluir também dados sobre as características (vazões cap- para Outorga de Recursos Hídricos.
tadas, efluentes lançados etc.), e distribuição dos usuá- Justificativa:
rios de RH no seu contexto espacial (localização referente
Atualmente existe grande disponibilidade de in-
à divisão de bacias, municípios, mananciais etc.).
formações em diversas áreas temáticas e espaços geo-
O SIGRH deve permitir avaliações da disponi- gráficos, entretanto apenas partes destes dados estão
bilidade hídrica para usos consuntivos e não-consun- sistematizados e disponibilizados em meio digital.
tivos nos mananciais e desta forma subsidiar a con-
Outro aspecto a considerar refere-se a dificul-
cessão de outorga de RH (e futuramente a cobrança).
dade de acesso e cruzamento dos dados, decorrente
Também deve possuir ferramentas para simulação de
de sistemas desenvolvidos em diferentes arquiteturas
vazão e de qualidade de água.
e sem estruturas simples de consulta, seleção e expor-
Desta forma, os termos de referência para de- tação de dados.
senvolvimento e integração dos modelos no ambiente
Muitos processos encaminhados à SEMA dispo-
SIMLAM devem incluir exigências que garantam o ma-
nibilizam dados e informações sobre usuários, consu-
nuseio facilitado (pré-processadores para preparação
mos de água (superficiais e subterrâneas), geração de
e alimentação etc.) dos mesmos. Deve ser garantido
cargas poluidoras, etc, mas parte destes dados presen-
que o SIGRH funcione de forma integrada ao Siste-
tes nos processos, não são armazenados em bases de
ma Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos
dados que permitam gerar informações para apoiar a
- SNIRH (ANA) (Relatório com detalhamento consta no
elaboração de estudos, planejamento de ações, identi-
Produto 1 do consultor Emerson Soares dos Santos).
ficação de situações críticas e tomada de decisão.
A implantação bem sucedida de um Sistema de
Estratégia de Ação:
Informações Geográficas de Recursos Hídricos é um pro-
cesso interativo entre desenvolvedores e usuários. O ter- Formação de um grupo composto por técni-
mo de referência para contratação de uma empresa para cos das diversas superintendências da SEMA-MT e do
desenvolvimento e implementação do Sistema deve CEHIDRO que, após receberem capacitação no uso
do SIGRH, possam extrair, comparar, cruzar e analisar
ser elaborado por um grupo composto por técnicos da
dados, gerando informações sobre os usuários, usos,
SEMA (Superintendência de Recursos Hídricos, Setor de disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos. As
Computação) e um consultor com conhecimentos apro- informações geradas e indicadores construídos irão
fundados em Recursos Hídricos e Computação Aplicada. contribuir para melhorar o processo de gestão dos re-
Os trabalhos da empresa devem ser dirigidos, cursos hídricos.
acompanhados e validados constantemente por este Os dados e indicadores devem ser compartilha-
grupo. Para assimilação da tecnologia na SEMA, de- dos e discutidos com os técnicos dos órgãos ambien-
vem ser designados, no mínimo, dois técnicos que tais dos estados vizinhos, visando estabelecer instru-
não somente dominem a utilização do sistema, mas mentos integrados de gestão.
que possuêm entendimento detalhado das estruturas
computacionais do mesmo. Atividades:
Para identificação dos pontos de monitoramen- a) Formação de um Grupo composto por téc-
to deve ser utilizada a codificação única sistematizada nicos da SEMA-MT e um consultor técnico
pela ANA. Isso facilitará a migração e atualização de especializado em SIG de Recursos Hídricos.
dados de monitoramento do e para o sistema Hidro- b) Elaboração, por parte do grupo acima cita-
web da ANA. As tabelas das séries temporais devem do, de um Termo de Referência para con-
ser relacionadas a partir deste código com tabelas dos tratação de uma empresa que trabalhará na
pontos de coleta - monitoramento. elaboração e manutenção do SIGRH.
A interface gráfica, que controla todos os ou- c) Escolha de 2 técnicos da SEMA-MT que acom-
tros componentes do SIGRH deve estar implementada panharão todo o desenvolvimento do SIGRH,
como cliente SIG em ambiente WWW (denominado com o objetivo de conhecer de forma deta-
Web-SIG), incluindo ferramentas para: lhada a estrutura computacional do Sistema.
122
Plano Estadual de Recursos Hídricos
123
de água, derivando-a para os animais, sejam quais Objetivos:
forem, mas principalmente os bovinos. No entanto, é
O objetivo geral constitui-se em fiscalizar, por
hábito dos pecuaristas construírem barramentos de
UPG, os usos consuntivos ou não que foram inventa-
cursos d’água, com a finalidade de regularização, vi-
riados sobre o recurso hídrico superficial. Deve-se ve-
sando contar com o recurso na época de estiagem
rificar se houve qualquer alteração em termos de valor
bem definida.
ou carga poluidora cadastrada no inventário e a real,
Normalmente, essas estruturas hidráulicas care- observada na visita efetuada aos usuários.
cem de condições técnicas adequadas, já que faltam
Justificativa:
vertedouros dimensionados para descarga de vazão
de cheia com período de retorno conveniente – 100 A falta de fiscalização de usuários leva a deriva-
anos tem sido o mais praticado – e ainda descarga de ções em quantidades não permitidas, aumentando po-
fundo ou outro tipo de estrutura que garanta ao longo tencialmente a situação de conflito. Além de fiscalizar
de ano o fluxo de água de montante a jusante. O uso o que foi inventariado e também o que tem outorga,
dessedentação animal, principalmente para bovinos atenção especial seria dada a novos usuários não reco-
poderia ser outorgado indiretamente ao autorizar os nhecidos no sistema ou aqueles que eram insignifican-
barramentos de regularização. tes e passaram a ser importantes pela vazão derivada,
por exemplo. Sem essa ação complementar, fica deno-
As travessias de rodovias, estradas, linhas de
tada para os usuários uma falta de controle dos usos do
transmissão, pontes e dutos de água e esgotos, se-
recurso hídrico superficial, comprometendo a política
jam aéreos ou subterrâneos, entre outros, também
de gestão da água.
precisam ter outorga, já que causam interferência
nos cursos d’água. Especial atenção dar-se-ia ao cál- Estratégia de Ação:
culo da vazão máxima e respectiva cota de inunda-
Cooperação entre órgãos governamentais
ção, relativa a um período de retorno de 100 anos,
estaduais como a SEMA e Secretaria de Desenvolvi-
por exemplo.
mento Rural - SEDER e federais, como ANA, ANEEL
A validade da outorga está diretamente rela- e Ministério das Minas e Energia, entre outros, bem
cionada à sua importância perante a disponibilida- como outros atores da sociedade civil, como os re-
de. Uso que demanda a maior quantidade de recur- presentantes de classe e pecuaristas, por exemplo,
so hídrico em relação à quantidade de água deveria procurando obter informações sobre os usuários do
ter menor prazo de vencimento, porém nunca infe- recurso hídrico.
rior a 5 anos.
Atividades:
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
São relativas à implantação de estrutura res-
A efetivação da outorga seria medida pelo nú- ponsável pela fiscalização dos usos outorgados ou
mero de usuários regularizados e posteriormente pela não do Recurso Hídrico Superficial. As demandas a
quantidade destes que receberiam atualização de in- levantar são as consuntivas e não consuntivas. A se-
formações ao longo do tempo. quência é:
As outorgas devem possuir período de vi- a) Com base na lista de outorga por UPG, co-
gência que ainda será estabelecido para o Estado, meçando pelas mais críticas mencionadas,
o qual servirá de parâmetro para verificar a renova- identificar, por amostragem, as maiores de-
ção das informações sobre os usuários dos recur- mandas por curso d’água.
sos hídricos. b) A partir dessa lista com localização dos usu-
ários, estabelecer a equipe mínima e res-
4.1.6. Fiscalização do uso do RH pectiva estrutura para apoiá-la nas visitas
a campo. Além da estrutura administrativa
formada por técnicos e outros profissionais,
4.1.6.1. Projeto: Estruturação de são necessários meios para a realização da
sistema de fiscalização fiscalização como veículos e computado-
para recursos hídricos res. Trata-se de montar a primeira estru-
tura, para que consiga realizar a atividade,
Executor: servirá como base para que no futuro seja
Superintendência de Recursos Hídricos da Se- ampliado o setor da Secretaria de Recursos
cretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA-MT. Hídricos para que passe, paulatinamente, a
cobrir todo o estado.
Localização:
c) Utilizar os mesmos instrumento de coleta de
Iniciar pelas UPGs P-5 São Lourenço, P-1 Jauru, dados das outorgas selecionando, por cur-
P-4 Alto Rio Cuiabá, TA-5 Baixo Rio das Mortes, A-4 so d’água e por amostragem, os usuários
Baixo Teles Pires, A-5 Médio Teles Pires e A-15 Gua- que serão fiscalizados e efetivamente visitá-
poré. los in loco.
Prioridade: Média d) A partir da experiência adquirida na fis-
calização por amostragem, montar uma
Datas de início e de término: Janeiro de 2011
estrutura administrativa e de suporte de-
a junho de 2012.
finitiva.
124
Plano Estadual de Recursos Hídricos
125
é decorrente dos passos necessários para que o ins-
4.1.8. Aplicação de instrumentos trumento possa demonstrar a sua exequibilidade no
econômicos à gestão de RH estado de Mato Grosso.
Atividades:
4.1.8.1. Projeto: Estudo de Os estudos realizados no PERH-MT em seus
instrumentos econômicos vários segmentos contêm as informações e atividades
alternativos para apoio a necessárias para o desenho da melhor estratégia de
execução do programa.
gestão de recursos hídricos
A situação e/ou os avanços da legislação no
Executor: campo da política de recursos hídricos é peça funda-
Secretaria de Estado da Fazenda em conjunto mental para o andamento e perspectivas do programa;
com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, ambas em seguida, vem o conhecimento sobre os processos
auxiliadas pelo Ministério do Meio Ambiente. de formação dos comitês de bacia, no que se refere
à avaliação das bacias que possuem maior potencial
Localização: Estado de Mato Grosso, iniciando para esse avanço institucional, condição que também
pelas UPGs onde o uso da água é mais intenso e onde se associa a quantidade de agentes econômicos usuá-
ocorre concentração dos projetos de irrigação, TA-5 rios das águas em seus processos produtivos e inten-
Baixo Rio das Mortes, A-11 Alto Teles Pires, A-12 Ari- sidade dessa utilização, o grau de organização política
nos e A-14 Alto Juruena. prevalecente, e, em certa medida, os problemas que
Prioridade: Alta as águas já apresentam associados e/ou decorrentes
dessa ocupação e uso do recurso.
Datas de início e de término: Julho de 2010 a
junho de 2012. A seguir, são listadas as atividades do projeto,
por etapas:
Objetivos:
Etapa 1 - Organização técnica e administrativa
Apesar do quanto se avançou na regulamen- do projeto.
tação da Lei das Águas no estado de Mato Grosso,
verificar o que é necessário para finalização desse a) Apropriação e análise das informações existen-
processo e, com base nesse conhecimento, estimu- tes e disponíveis no PERH-MT buscando os
lar os entes públicos vinculados a fazerem os enca- elementos estratégicos para implementação.
minhamentos necessários como objetivo específico Etapa 2 – Atividades iniciais do projeto
existe a necessidade de se prover as bases práticas
b) Levantamento da situação e/ou os avan-
para uma aplicação concreta deste instrumento eco-
ços da legislação no campo da política de
nômico. Para tanto, há que se eleger uma bacia do
recursos hídricos com foco na questão do
Estado que evidencie notórios problemas quanto ao
instrumento alternativo à cobrança pelo
uso das águas e/ou que potencialmente apresente
uso da água e, atuação do grupo gestor no
sinais de evolução adversa, além da existência do co-
sentido de estimular a formação do arca-
mitê de bacia e/ou a presença de um potencial para
bouço jurídico necessário.
sua formação num futuro próximo, o que se associa
também a existência de usuários que fazem uso eco- c) Levantamento do conhecimento sobre os
nômico intensivo das águas em seus processos pro- processos de formação dos comitês de
dutivos. bacia, no que se refere à avaliação das
bacias que possuem maior potencial para
Justificativa: esse avanço institucional; acompanha-
O problema geral a ser resolvido por meio des- mento das movimentações dos agentes
te programa é o do uso irracional dos recursos hídri- em cada bacia.
cos nas bacias hidrográficas do estado de Mato Grosso, d) Levantamento da quantidade de agentes
provocando a degradação da qualidade de suas águas, econômicos usuários das águas em seus
processo que está em curso com maior ou menor in- processos produtivos e intensidade dessa
tensidade nas sub-bacias do Estado, conforme analisa- utilização, grau de organização política pre-
do no diagnóstico realizado. valecente, problemas que as águas já apre-
Ou seja, acredita-se que existam instrumentos al- sentem associados e/ou decorrentes dessa
ternativos que estimulem o uso da água de forma racio- ocupação e uso.
nal, e estes possam ser úteis na composição da política e) Elegibilidade da(s) bacia(s) ou sub-bacia(s)
de recursos hídricos do estado de Mato Grosso junto mais promissora a se tornar pioneira na uti-
àqueles mais tradicionais, de comando e controle. lização de instrumentos alternativos à co-
Estratégia de Ação: brança pelo uso das águas.
Etapa 3 – Implementação da Fase Piloto
A estratégia de ação é determinada pelo con-
junto dos encaminhamentos necessários para tor- f) Estímulo e formação da base técnica neces-
nar realidade a adoção de medidas alternativas de sária à implementação prática do instru-
modo a tornar esta experiência piloto o mais bem mento, cálculos, modelagem, etc. na bacia
sucedida possível. Ou seja, a estratégia desenhada escolhida.
126
Plano Estadual de Recursos Hídricos
Etapa 4 – Estímulo à difusão nas demais bacias Para que a atuação deste grupo aconteça
e sub-bacias do estado de Mato Grosso. de forma constante e eficiente é necessário, além
da capacitação, que exista uma estrutura física de
g) Realizar as atividades voltadas à difusão dos
apoio à execução das atividades de monitoramento
instrumentos econômicos.
e articulação.
Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
Atividades:
Projeto piloto implantado e instrumentos eco-
nômicos alternativos à cobrança definidos. Número de a) Definição de corpo técnico, com a par-
bacias que fazem uso dos instrumentos alternativos à co- ticipação do CEHIDRO, SEMA e outros
brança analisados e definidos na etapa piloto do projeto. representantes de usuários ou não, que
tenham interesse e disponham de tempo
para executar as atividades estratégicas
4.1.9. Estruturação e implementação de implantação, acompanhamento e ava-
do acompanhamento e liação do plano;
monitoramento do PERH b) Definir os procedimentos de funcionamento
do núcleo, as atribuições e a estrutura física
4.1.9.1. Projeto: Implementar núcleo e operacional necessárias à execução das
suas atividades;
de estudos estratégicos de
c) Viabilizar a estrutura física e logística de
acompanhamento e avaliação
apoio às atividades, tanto na sede quanto
da implementação do PERH no interior do estado, para apoiar as ações
Executor: CEHIDRO, SEMA e Secretarias de Es- necessárias à execução de suas atribuições;
tado. d) Realizar discussões no âmbito do grupo que
compõe o núcleo estratégico para inter-
Localização: Cuiabá e unidades regionais
nalizar as informações referentes ao plano
Prioridade: Média estadual (diagnóstico e prognóstico) e os
Datas de início e de término: Janeiro de 2009 diversos projetos previstos;
a dezembro de 2009 e) Realizar reuniões periódicas com participa-
ção dos elementos do grupo, e também
Objetivos:
junto aos diversos seguimentos relaciona-
Realizar o acompanhamento da implantação dos aos recursos hídricos do Estado, para
dos projetos e das ações voltadas ao uso sustentado informar o andamento do plano, coletar
dos recursos hídricos no Estado. novas informações, encaminhar a solução
Permitir antecipar possíveis desvios em relação à de problemas, planejar novas atividades
visão de futuro estabelecida por ocasião do prognóstico. que venham a ser necessárias à execução
do plano etc;
Justificativa:
f) Elaborar relatórios periódicos relativos ao
A construção de cenários é baseada em futuros andamento das atividades previstas e apre-
possíveis e prováveis, os quais estão condicionados ou sentar sugestões visando aperfeiçoar sua
dependem de comportamentos e tendências macroe- execução;
conômicas e das ações dos diversos atores que são os
responsáveis direta ou indiretamente pelo uso e quali- g) Atuar junto às diversas Secretarias de Esta-
dade dos recursos hídricos. do, Governo Federal, Municípios e organi-
zações não governamentais para viabilizar
Apesar das projeções elaboradas durante a a participação ativa na implementação do
fase de prognóstico, considerando um período de PERH-MT;
vinte anos, face às características e dinâmica da eco-
nomia matogrossense neste período, muitas das va- h) Propor novos encaminhamentos, apoiar
riáveis consideradas poderão ter comportamentos a articulação institucional e auxiliar na
diferentes dos previstos, sendo, portanto, necessário viabilização de recursos para que as ati-
acompanhamento e antecipações dos desvios que vidades previstas nos projetos executivos
possam ocorrer para que sejam tomadas decisões sejam realizadas segundo cronogramas
voltadas à visão de futuro estabelecida na etapa de estabelecidos.
prognóstico. Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
Estratégia de Ação: • Núcleo de estudos estratégicos implantado.
O acompanhamento da implantação dos PERH- • Acompanhamento e avaliação da implemen-
MT depende da existência de um núcleo de profissio- tação sendo realizado conforme planeja-
nais com condições de apoiar a implementação do mento das ações dos diversos projetos.
plano, bem como, tomar atitudes e efetuar a mobili- • Revisões nos projetos e prognósticos realiza-
zação de seguimentos de usuários ou não de recursos das periodicamente.
hídricos visando à articulação interinstitucional nas
correções de rumos que possam ocorrer. • Relatórios de execução e gerenciais realizados.
127
4.1.9.2. Definição da matriz institucional • Em seguida, vem o conhecimento sobre os
processos de criação dos entes institucionais
da implementação do PERH
propostos para a gestão dos recursos hídri-
Executor: No plano estadual: Secretaria de cos do estado de Mato Grosso, que atuarão
Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do nos futuros comitês de bacia do Estado, ou
Mato Grosso e no plano federal a SRHU – Secretaria seja, é necessário conhecer o processo em
de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministé- que se encontra esse avanço institucional e
rio do Meio Ambiente. quais são seus próximos passos, inclusive na
esfera privadas.
Localização: Estado de Mato Grosso.
A seguir, as etapas ou necessidades do projeto
Prioridade: Alta.
são listadas:
Datas de início e de término: Janeiro a junho
Etapa 1 - Organização técnica e administrativa
de 2009.
do projeto.
Objetivos:
a) Apropriação e análise das informações exis-
Verificar o que é necessário para finalizar o pro- tentes e disponíveis no PERH-MT e na esfera
cesso de constituição de uma matriz institucional esta- jurídica e do legislativo, buscando uma com-
dual capaz de conceber e executar uma efetiva gestão preensão do processo institucional em curso
dos recursos hídricos de suas águas. Com base nessa no estado de Mato Grosso.
demanda, é necessário estimular os entes públicos
criados no Estado, ou a serem ainda constituídos para Etapa 2 – Atividades iniciais do projeto
que façam os encaminhamentos necessários. b) Levantamento da situação e/ou os avanços
Prover o conhecimento sobre os entes institu- da legislação no campo da política de re-
cionais do estado de Mato Grosso e seus respectivos cursos hídricos;
poderes decisórios, a denominada Matriz Institucio- c) Levantamento do conhecimento sobre os
nal. Esse conhecimento é fundamental para que o processos de formação dos comitês de bacia,
estado avance no sentido de uma crescente articula- no que se refere à avaliação das bacias que
ção entre as instituições, importante para a eficácia possuem maior potencial para esse avanço
da gestão dos recursos hídricos. institucional; acompanhamento das movi-
Justificativa: mentações dos agentes em cada bacia.
O problema geral a ser resolvido por meio des- d) Na esfera privada, levantamento da quanti-
te programa é o da criação da base institucional ade- dade de agentes econômicos usuários das
quada para a gestão dos recursos hídricos estaduais e, águas em seus processos produtivos e in-
do mesmo modo, garantir uma participação que de- tensidade dessa utilização, grau de organi-
fenda os interesses do estado nos fóruns concernentes zação política prevalecente, problemas que
às decisões relativas às águas federais, considerando as águas já apresentem associados e/ou de-
que as principais nascem no estado de Mato Grosso e correntes dessa ocupação e uso.
se estendem para os demais estados. Etapa 3 – Construção de uma Matriz institucional
Estratégia de Ação: e) Elabora a matriz que representa a situação atu-
A estratégia de ação é determinada pelo con- al em que encontra o estado e a situação fu-
junto dos encaminhamentos nas esferas jurídica e exe- tura que a implementação do PERH desenhe
cutiva para tornar realidade a implantação dos entes como necessária para a melhor gestão dos
públicos necessários ao desenvolvimento institucional recursos hídricos do estado de Mato Grosso.
do Estado no campo da gestão dos recursos hídricos, Etapa 4 – Realização de Seminários Técnicos
bem como estimular a criação e emergência daqueles
entes próprios da esfera privada. f) Realizar seminários com representantes das
entidades visando à identificação das prin-
A expectativa de tais processos é que se tenha cipais questões/problemas que envolvem a
a médio prazo a constituição de Comitês de Bacias gestão dos recursos hídricos e os encami-
atuantes e com capacidade de tratamento das ques- nhamentos necessários no campo do de-
tões envolvendo a gestão dos recursos hídricos, que senvolvimento institucional
se tornarão crescentemente complexas, exigindo real
capacidade técnica e política para que se encontrem Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
as melhores soluções. Matriz institucional definida com identificação
Atividades: das instituições e suas respectivas competências, nas
diversas esferas de atuação.
Os estudos realizados no PERH-MT em seus vá-
rios segmentos contêm informações e conhecimentos
para o desenho da melhor estratégia de execução do
4.1.9.3. Projeto: Sistema de gerenciamento
programa, em decorrência, das atividades necessárias. da implantação do PERH-MT
• A situação e/ou os avanços da legislação no Executor: SEMA e CEHIDRO
campo da política de recursos hídricos é
peça fundamental ao andamento e pers- Localização: Todo o Estado, com apoio dos es-
pectivas do programa. critórios regionais da SEMA
128
Plano Estadual de Recursos Hídricos
129
• Promover ações de entendimento, coopera- de usuários que têm como meta discutir a gestão dos
ção, fiscalização e eventual conciliação en- recursos hídricos para otimizar a sua utilização e tam-
tre usuários das águas. bém evitar o surgimento de conflitos.
• Propor à SEMA ações imediatas quando ocorrer Participam dos comitês os representantes dos
situações críticas. usuários de água (industriais, agropecuaristas, em-
• Articular-se, com comitês de bacias próximas, presas de abastecimento de água, pescadores etc.),
para a solução de problemas relativos a águas associações, sindicatos, a sociedade civil organizada
subterrâneas de formações hidrogeológicas (entidades civis de proteção do meio ambiente e dos
comum a essas bacias. recursos hídricos), representantes do poder público
(União, Estado e Municípios que compõem determina-
• Sugerir critérios de utilização da água e contribuir da bacia) e das comunidades indígenas com interesse
na definição dos objetivos de qualidade para na bacia.
os corpos de água da região hidrográfica.
A gestão das águas em Mato Grosso, no que
• Examinar o relatório técnico anual sobre a si-
se refere especificamente ao fomento da criação dos
tuação dos recursos hídricos na região hi-
comitês de bacia hidrográfica, iniciou-se no ano de
drográfica.
1997, com a definição das Políticas Nacional e Estadual
Justificativa: de Recursos Hídricos e integração com o componente
A formação dos comitês possibilita reafirmar os Educação Ambiental.
compromissos de gestão em parceria, indispensável Diversas ações já foram realizadas pela Dire-
ao desenvolvimento sustentável que se deseja alcan- toria de Recursos Hídricos e Assessoria de Educação
çar para a bacia hidrográfica. Ambiental da FEMA, inclusive dentro do Programa
Muitos dos problemas de gestão que surgem Estadual de Educação Ambiental, com o objetivo de
no âmbito da bacia podem ser resolvidos de forma rá- sensibilizar a sociedade através de reuniões e palestras
pida, decorrente de acordos firmados entre os usuários com a participação dos Grupos de Trabalho de Edu-
de águas da bacia, evitando demandas e interferência cação Ambiental (GTs) criados pela FEMA, nos polos
externas. Além disto, a existência de um fórum de dis- Cuiabá, Rondonópolis, Cáceres e Barra do Garças. Os
cussões sobre o uso das águas no próprio local de sua grupos de trabalho são formados por representantes
disponibilidade, permite que sejam tomadas decisões de instituições governamentais, não governamentais e
democráticas e rápidas evitando prejuízos aos recur- sociedade civil organizada, com a finalidade de pro-
sos hídricos. mover a discussão, elaboração, planejamento, gestão,
coordenação, acompanhamento, avaliação, implemen-
A formação e funcionamento dos comitês de tação de atividades, e construção conjunta da Educa-
bacias hidrográficas decorre de normativas que visam ção Ambiental dos municípios, inclusive propor nor-
implantar os sistemas nacional e estadual de recursos mas observadas as disposições legais existentes.
hídricos e segue diretrizes estabelecidas na seguinte
legislação: Também ocorreram visitas com a realização de
palestras sobre a gestão das águas e participação so-
a) Lei nº 9.433/97, que institui a política nacio- cial para os usuários de água em vários municípios da
nal de recursos hídricos; Bacia do rio Cuiabá.
b) Lei nº 6.945/97, que institui a política esta- Para a continuidade desse processo cabe à
dual de recursos hídricos; SEMA realizar as etapas fundamentais, que objetivam
c) Resolução nº 05/2000, que cria o Conselho sensibilizar a população em geral, bem como os usuá-
Nacional de Recursos Hídricos - CNRH; rios das águas, comunidades indígenas, visando à sua
participação e envolvimento na formação dos comitês
d) Resolução nº004, de 31 de maio de 2006
no Estado.
do Conselho Estadual de Recursos Hídricos -
CEHIDRO, que define os critérios para a for- Sem dúvida, o Comitê de Bacia Hidrográfi-
mação de comitês de bacias hidrográficas ca - CBH é o foro legal para a implantação da gestão
no Estado. participativa, bem como estratégia de sustentabilidade
Entre as atribuições da Secretaria de Estado do de gerenciamento das bacias hidrográficas, compatível
Meio Ambiente – SEMA, está a gestão dos recursos com as diretrizes estabelecidas na Política Nacional e
hídricos no Estado de Mato Grosso. Uma das diretrizes Estadual de Recursos Hídricos, e também constitui-se
básicas da Política Estadual de Recursos Hídricos é a num veículo de integração dos diversos setores que
gestão compartilhada, descentralizada e participativa, envolvem representantes de órgãos governamentais,
sendo que as bacias hidrográficas mato-grossenses setores usuários e sociedade civil. Portanto, a formação
apresentam as mais variadas formas de degradação, dos comitês possibilita reafirmar os compromissos de
tais como a ambiental (recursos hídricos), social, cul- gestão de recursos hídricos em parceria com a socieda-
tural e econômica. No intento de sanar estas degrada- de em geral.
ções é que o Comitê deve ser fomentado. A estratégia ora apresentada encontra respal-
Estratégia de Ação: do em atividades anteriormente iniciadas pela SEMA,
denominadas “Uma Experiência de Mobilização Social
O comitê é um órgão colegiado, integrante do em Juína - Mato Grosso”, que na verdade inspirou todo
Sistema Estadual de Recursos Hídricos, que reúne ór- o processo de criação dos comitês que se pretende
gãos governamentais e organizações civis na forma implementar.
130
Plano Estadual de Recursos Hídricos
131
engloba membros de diversos setores, entre eles o po- atualização dos membros do conselho, com
der público, usuários e sociedade civil organizada, e relação a aspectos técnicos, legais, políticos
atua de forma a integrar as ações nas esferas locais e administrativos;
bem como a definir a direção a ser tomada na gestão g) Acompanhar a implantação dos projetos
dos recursos hídricos no Estado. previstos no plano estadual de RH.
Existe a necessidade do fortalecimento deste Indicadores de Monitoramento e Avaliação:
conselho, para que possa realmente cumprir as suas
atribuições previstas na legislação. Para isso, deve obter Equipamentos adquiridos, estrutura física e
maior autonomia de atuação, o que somente será pos- operacional viabilizada, cursos realizados e número de
sível com a sua estruturação e a da Secretaria Executiva participantes e reuniões realizadas.
e a capacitação dos conselheiros.
Estratégia de Ação:
4.2.1.3. Projeto: Capacitação continuada
dos técnicos do órgão gestor
• Alteração do decreto que regulamenta o CEHI- dos RH
DRO para mudança na forma de eleição dos
representantes dos usuários de água e or- Executor: SEMA/MT
ganizações não governamentais.
Localização: SEMA/MT – Superintendência de
• Possibilitar aos Conselheiros representantes Recursos Hídricos, podendo ocorrer a participação de
dos usuários de água e organizações não técnicos de outras Superintendências
governamentais o recebimento de diária
em reuniões e eventos de interesse do Prioridade: Alta
programa. Datas de início e de término: Janeiro 2009 e
• Possibilitar o pagamento de ajuda de custo terá um caráter continuado
aos conselheiros que residam no interior do Objetivos
estado quando da realização das reuniões,
tanto ordinárias quando extraordinárias, de Capacitar o corpo técnico, gerencial e adminis-
forma a possibilitar a atuação mais ampla trativo da Superintendência de Recursos Hídricos da
da sociedade no CEHIDRO. SEMA suprindo as necessidades atuais e futuras para
dar atendimento às atribuições do órgão gestor de
• Estruturar a Secretaria Executiva do CEHIDRO, recursos hídricos do Estado. Serão envolvidos neste
com aquisição de equipamentos (data show, programa os técnicos que fazem parte da estrutura
notebook, pendrive, máquina fotográfica) e gerencial e técnica da Superintendência, a saber:
ampliação de estrutura física (sala própria
para o conselho e sala de reuniões para a • Coordenadoria de Gerenciamento Hídrico -
realização das câmaras técnicas). CGH;
• Dar maior apoio jurídico para o Conselho, • Coordenadoria de Outorga e Licenciamento
inclusive durante a redação de resoluções - COL;
e minutas. • Gerência de Qualidade da Água - GQA;
• Realizar reuniões ordinárias no conselho no • Gerência de Outorga - GO;
interior do estado, de forma a aumentar a
participação de organizações locais. • Gerência de Licenciamento - GL.
Atividades: Justificativa
132
Plano Estadual de Recursos Hídricos
133
Atividades: Justificativa:
As principais atividades desenvolvidas podem A Superintendência de Recursos Hídricos da
ser sintetizadas nas seguintes etapas de trabalho: SEMA, está estruturada em duas coordenadorias e con-
ta com o total de quinze técnicos de nível superior e
a) Definir termo de referência e contratar servi-
um de nível médio (neste total está incluido o superin-
ços de consultoria na área jurídica.
tendente e os coordenadores). Os profissionais de nível
b) Analisar a legislação vigente e sua compati- superior são: seis geólogos, três engenheiros sanitaris-
bilidade com a legislação federal. tas, dois químicos, um biólogo, um engenheiro civil, um
c) Elaborar os normativos legais necessários, historiador e um profissional de estudos sociais.
visando harmonizar a legislação estadual Esta estrutura é insuficiente para coordenar,
com a federal, promovendo os ajustes ne- acompanhar e avaliar as ações/atividades a serem re-
cessários na base legal que rege a gestão alizadas no conjunto de projetos identificados como
dos recursos hídricos, tanto no que tange necessários à execução do plano estadual de recursos
aos instrumentos da política estadual, quan- hídricos, mesmo contando com o apoio das demais
to ao que diz respeito a aspectos relaciona- superintendências da SEMA e que parte das ativida-
dos ao modelo institucional de execução do des sejam terceirizadas ou realizadas com o apoio de
plano estadual de recursos hídricos. instituições públicas e privadas, face a diversidade de
d) Encaminhar as propostas elaboradas, aos atividades e a extensão territorial do Estado.
poderes competentes para análise, discus- Torna-se, portanto, imprescindível a reestrutu-
sões, complementações e deliberação, en- ração e ampliação do quadro de técnicos da Superin-
volvendo no processo os usuários e a so- tendência de Recursos Hídricos.
ciedade organizada, tendo como referência
o CEHIDRO. Estratégia de Ação:
e) Acompanhar a aprovação das normas legais. Para realizar as atividades previstas no plano
f) Iniciar a implementação dos ajustes neces- estadual, é necessário estabelecer parcerias dentro do
sários para a operacionalização das normas setor público estadual, municipal e federal, além de
legais e institucionais necessárias a execu- envolver as empresas (usuárias ou não dos recursos
ção do plano (a legislação deverá ser atuali- hídricos), produtores rurais, associações de classe, or-
zada quando surgir alguma necessidade de ganizações não governamentais, universidades, etc.
adequação à legislação federal). Outro aspecto importante consiste na integra-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: ção das atividades do plano estadual com os planos
elaborados pelos estados vizinhos, como é o caso do
• Consultoria jurídica contratada. Mato Grosso do Sul, principalmente nas ações rela-
• Lei da política de recursos hídricos revisada. tivas aos projetos de monitoramento da qualidade
da água, enquadramento dos rios comuns aos dois
• Projeto de lei encaminhado ao poder executi-
estados (de domínio da União), cadastro de usuários,
vo e legislativo.
sistema de informações, estudos especiais que pro-
• Debate e ajustes na lei com a participação da duzam informações aplicáveis à mesma bacia, outor-
sociedade. ga, dentre outras.
• Lei revisada e aprovada. Atividades:
• Instrumentos legais implementados.
a) Definir um responsável para realizar os estu-
dos referentes ao ajuste da estrutura técnica
4.2.2.2. Projeto: Estudo de reestruturação
e administrativa da Superintendência de RH.
organizacional para gestão
b) Realizar diagnóstico e definir as necessida-
dos recursos hídricos. des relativas ao quadro de técnicos e da
Executor: SEMA, com o apoio de consultoria infra-estrutura física (espaço físico, equi-
específica na área organizacional e de gestão. pamentos, etc), para a execução e acompa-
nhamento das atividades dos projetos do
Localização: SEMA/Estado plano estadual de RH.
Prioridade: Média c) Obter a aprovação da SEMA, definir as prio-
ridades e viabilizar os recursos financeiros
Datas de início e de término: Janeiro a dezem-
necessários à reestruturação da superin-
bro de 2009
tendência.
Objetivos: d) Elaborar edital de contratação, publicar e
Reestruturação organizacional da SEMA - Supe- realizar as contratações e aquisições defi-
rintendência de Recursos Hídricos, para adequar sua nidas no diagnóstico.
estrutura física e técnica visando a execução e acom- e) Capacitar novos técnicos para a execução do
panhamento das atividades previstas nos diversos plano estadual de recursos hídricos.
projetos detalhados no Plano Estadual de Recursos
Hídricos. f) Executar e acompanhar as atividades do pla-
no de RH.
134
Plano Estadual de Recursos Hídricos
135
internacionais; bancos e empresas que desenvolvem
ações relacionadas ao meio ambiente; secretarias de 4.2.4. Apoio aos Municípios para
estado e municípios, bem como os poderes legisla- sua integração ao Sistema
tivos, e o poder judiciário do Estado; Federações e
associações das indústrias, comércio e agricultura; de gerenciamento RH
produtores e suas organizações; usuários de recursos
hídricos (demanda consuntiva ou não consuntiva); 4.2.4.1 Projeto de Intervenções integradas
setor de geração de energia e de ecoturismo. de saneamento ambiental e
Atividades: gestão dos Recursos Hídricos
a) Levantar a disponibilidade de recursos jun- no meio urbano
to aos órgãos públicos federais e elaborar
propostas de convênios. Executor:
136
Plano Estadual de Recursos Hídricos
137
zonas de alterações das rochas ou imper- senvolvido pelo projeto do Aquífero Guarani. Neste
meabilizar alguma camada rica em maté- mesmo momento, o órgão gestor deverá discutir o
ria orgânica. processo de instrução do licenciamento apresentan-
d) Não observar, quando for locar o poço, a do claramente quais as metodologias adequadas e
existência de possíveis focos de poluição, a aceitáveis.
exemplo de fossas sépticas, depósitos de Difusão:
lixo, rios ou lagos contaminados, postos de
gasolina, depósitos de efluentes industriais, O termo difusão é utilizado neste projeto para
poços abertos e abandonados, além de ou- designar o conjunto de esforços necessários para levar
tros focos de contaminação. à sociedade a idéia da importância das águas subter-
râneas como elemento de desenvolvimento econômi-
e) Não desenvolver a desinfecção satisfatoria- co para o Estado e recurso capaz de garantir qualidade
mente durante a construção e nem desinfe- de vida às populações tanto urbanas como rurais. Para
tar os poços depois de construídos. alcançar este objetivo pretende-se realizar campanhas
f) Locação inadequada de filtros e tubos lisos. dirigidas aos grandes usuários do setor industrial e
É comum encontrar poços com filtro loca- agrícola, bem como realizar um intenso programa de
lizado em pequena profundidade impossi- difusão técnica junto às prefeituras de forma comple-
bilitando uma boa filtração das águas sub- mentar às atividades de capacitação.
terrâneas pela formação geológica assim A falta de uma concessionária estadual leva a
como poços com problemas de infiltração que as prefeituras tomem a iniciativa da contratação
de água superficial contaminada pelo espa- de serviços de perfuração, muitas vezes, sem o míni-
ço anelar entre o tubo de revestimento e mo de elementos técnicos. A estratégia é fornecer às
o buraco cavado, além de poços com es- prefeituras orientação e material (kit) composto mini-
pessura de revestimento insuficientes e até mamente por: normas técnicas vigentes, manuais de
desprovidos destes. perfuração e operação, modelos de contratos e de
g) Não observar, durante a cimentação, que o termos de referência para serviços, cartilhas sintéticas
espaço anelar entre o tubo de revestimento e do PERH-MT.
a formação geológica é muito estreito, o que
Será realizada campanha específica para instru-
pode provocar a presença de bolhas de ar.
ção mínima de educadores públicos buscando a in-
h) Também é comum não observar se a calda corporação das noções de recursos hídricos (incluindo
de cimento e areia alcança a profundidade águas subterrâneas) nos conteúdos de ciências, bio-
desejada. logia e / ou geografia, quanto da confecção de mate-
i) Poços abandonados e abertos que provocam rial de apoio para consulta em sala de aula (Atlas das
contaminação direta do aquífero. águas de Mato Grosso).
j) Poços construídos inadequadamente pro- Fiscalização:
vocam presença de sólidos (areias, siltes e
argilas), os quais podem penetrar pelo re- Paralelamente aos múltiplos esforços de difu-
vestimento ou pelo filtro. são e capacitação é importante que o órgão gestor te-
nha capacidade mínima para fiscalizar os empreendi-
mentos (poços de grande vazão ou regiões com muito
Estratégia de Ação:
aproveitamento de água subterrânea). Para atender as
Em termos estratégicos, este amplo programa demandas desta tarefa faz-se necessário contar com
subdivide-se em algumas atividades fundamentais, o apoio dos técnicos das prefeituras e fiscais do CREA.
quais sejam: (I) capacitação; (II) difusão; (III) fiscalização Isto implica em capacitação específica, bem como no
e (IV) melhoramento do arcabouço legal e da gestão. estabelecimento de convênios com divisão de respon-
sabilidades, os quais podem ser realizados de forma
Capacitação: piloto em algumas regiões ou municípios.
A capacitação aqui neste projeto reveste-se Melhoramento da gestão:
de grande importância e pretende justamente ser o
elo que aproxima instituições e as empresas perfu- Todas as ações anteriores somente terão sentido
radoras (pequenas a grandes) do sistema de gestão se o estado, através do seu órgão gestor, organizar-se
de águas subterrâneas. Trata-se de um momento de estrategicamente para conduzir a gestão. É fundamen-
intercambio de informações e dificuldades, onde o tal que exista uma aproximação de toda a cadeia dos
órgão gestor fornece e discute com os prestadores atores intervenientes no tema águas subterrâneas, onde
de serviço os temas relacionados às perfurações e todos possuam uma função. O Estado não pode ser vis-
operações de poços, bem como a importância da to como agente primitivo, mas como um parceiro.
realização da outorga e licenciamento dos mesmos. Os usuários, através de suas demandas movem
É necessário contar com material de apoio, o qual a engrenagem e acionam os prestadores de serviço,
em parte pode ser extraído dos conteúdos desen- cujas ações deveriam levar ao aumento do conheci-
volvidos no PERH-MT, bem como deve basear-se mento dos recursos subterrâneos. A geração contínua
nas normas técnicas de perfuração de poços da destas informações e seu retrabalho estratégico por
ABNT, manuais de perfuração e operação de poços parte do Estado conduz ao equilíbrio e a gestão sus-
do DAEE, assim como no manual de perfuração de- tentável dos recursos.
138
Plano Estadual de Recursos Hídricos
139
c) Apoio às tarefas de desenvolvimento de ferra- Estratégia de Ação:
mentas de gestão (inventário, banco de da-
Envolvimento dos diversos usuários nas ativida-
dos, rede de monitoramento, mapas e etc).
des de educação ambiental e divulgação de conheci-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: mentos relativos a recursos hídricos, desde a fase de
Quadro 22. Indicadores de Monitoramento e Avaliação - Poços organização e selecão do material a ser utilizado até a
Tubulares sua efetivação junto aos diversos tipos de públicos.
Período Atividades:
Etapa Indicador
Considerado
Publicação do material de Etapa de Elaboração
Capacitação / número e Semestre 02
a) Organização e seleção de material a ser utili-
alcance
Capacitação zado na capacitação dos multiplicadores.
Realização dos eventos de
Semestre 03 e
Capacitação / número e
04 b) Multiplicação do material a ser utilizado na
alcance capacitação dos multiplicadores e aquisição
Impressão e distribuição dos de equipamentos de apoio ao trabalho de
Semestre 02 e
Kits Informativos / número e
03 educação ambiental.
alcance
Confecção do Atlas das c) Elaboração de material de divulgação dos
Difusão Águas do MT / número e Semestre 04 projetos do plano estadual de recursos hí-
alcance dricos e contratação de serviços de produ-
Realização dos eventos de ção de propagandas para veiculação, em
Semestre 04 e
formação de educadores /
05 âmbito estadual, de temas relacionados ao
número e alcance
uso e conservação dos recursos hídricos.
Equipes de Fiscalização
com capacidade de campo / Contínuo d) Formação de multiplicadores e elaboração
Fiscalização número e poços vistoriados do planejamento das atividades de educa-
Número de prefeituras Semestre 02 e ção ambiental segundo tipos de públicos a
conveniadas / número 03
serem trabalhados.
Existência de Câmara Técnica
efetiva / sessões realizadas e Contínuo e) Estabelecimento de parcerias de apoio às
participação atividades de educação ambiental.
Gestão
Realização dos eventos de
Etapa de Implantação
gestão e água subterrânea / 1 evento/ano
número e alcance f) Realização de atividades de educação am-
biental junto ao público usuário do setor
4.3.1.2. Projeto: Educação ambiental industrial.
e difusão sobre o conhecimento g) Realização de atividades de educação am-
do recurso hídrico. biental junto aos usuários de irrigação.
Executor: SEMA, com apoio das Secretarias h) Realização de atividades de educação am-
de Estado, Municípios, Sociedade Civil Organizada e biental junto ao público que faz usos múl-
usuários da água. tiplos da água.
140
Plano Estadual de Recursos Hídricos
141
Estratégia de Ação: demandas, potencial de conflito de uso, grande poten-
cial hidrogeológico). Além dos mapas hidrogeológi-
Cooperação entre órgãos governamentais esta-
cos clássicos, o projeto busca contar com mapas ditos
duais como a SEMA, Secretaria da Agricultura, etc. e
temáticos gerais ou por aquífero, como por exemplo,
federais, como ANA, bem como entre outros atores da
mapas potenciométricos, mapa de isópacas, mapas de
sociedade civil, como os representantes de classe, pe-
potencial hidrogeológico, mapas hidroquímicos. Como
cuaristas, irrigantes e profissionais da indústria sucro-
objetivo específico adicional figura o levantamento hi-
alcooleira.
droquímico dos aquíferos do Estado.
Atividades:
Justificativa:
Estabelecer critérios consistentes de aplicação
O estado de Mato Grosso não conta com um
de efluentes tratados no solo, a partir do seu conhe-
Mapa Hidrogeológico com capacidade para transfor-
cimento e das suas propriedades, pois a fertiirrigação
mar-se em ferramenta de gestão. Contar com ade-
depende das variáveis ligadas ao efluente e ao solo.
quado mapa hidrogeológico é um passo inicial e im-
Devem ser definidas inicialmente diretrizes ge- portante na gestão pública das águas subterrâneas.
rais de aplicação por tipo de efluente, mas a fertiirriga- Trata-se de uma ferramenta de gestão indispensável
ção só se torna viável tecnicamente a partir do conhe- que apóia sobremaneira os processos decisórios em
cimento do tipo de solo. Portanto, além das diretrizes relação a usos de água e usos do solo em geral.
gerais, um estudo de caso será necessário em função
A confecção destes mapas depende muito das
do tipo de solo, da forma de irrigação (quantidade, pe-
informações já existente mas, principalmente, das in-
riodicidade, etc) e de cada tipo de efluente.
formações levantadas pelo projeto de inventário. O
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: vínculo com o referido projeto deve ser estreito e, de
preferência, ter uma única coordenação técnica. Con-
• Número de diretrizes definidas conforme tipo
forme apresentado no PERH-MT, o Estado vive perío-
de efluente gerado pelas agroindústrias.
dos de efervescência econômica com aumentos repre-
• Verificação das condições do solo e do recur- sentativos nas demandas de água, especialmente de
so hídrico em função da fertiirrigação. água subterrânea.
• Percentual de efluentes com destinação sus- Existem regiões nas quais a alternativa de extra-
tentável. ção de água subterrânea será muito procurada, ainda
mais, considerando a produtividade dos aquíferos sub-
4.3.2.3. Projeto: Desenvolvimento jacentes. Os mapas de escala sub-regional buscam pre-
de mapa hidrogeológico do encher esta lacuna. O PERH-MT também aponta para
Estado o tímido conhecimento da química das águas subter-
râneas do Estado, justificativa válida para, acoplado ao
Executor: projeto de confecção dos mapas, serem realizadas cam-
panhas de amostragem e análise de água subterrânea.
CPRM em convênio com o Governo do Estado
com recursos do Programa de Reforço Institucional da Estratégia de Ação:
ANA e SRHU. Importante participação na concepção e Conforme os objetivos a escala dos mapas deve
seguimento técnico do projeto por parte da SEMA e permitir a individualização das manchas dos principais
dos atores de água subterrânea do Estado, participan- aquíferos, e, já no âmbito de cada um permitir o zone-
tes da Câmara Técnica de águas subterrâneas. amento de suas áreas de recarga mais proeminentes. A
Localização: Estadual escala mínima deveria ser 1:500.000, com detalhamen-
tos em 1:250.000.
Prioridade: Alta
Neste projeto deveriam ser envolvidos to-
Datas de início e de término: Julho de 2009 a dos os atores de hidrogeologia no Estado, tanto
junho de 2012 os técnicos da SEMA, como docentes e pesquisa-
O período de implementação deste programa dores da área. O processo deveria ser capitaneado
é de aproximadamente três anos, sendo muito conve- pela CPRM, contando com parcerias da Agência
niente que seja desenvolvido paralelamente ao projeto Nacional de Águas. As discussões estratégicas de
de inventário de poços. concepção do projeto deveriam ser realizadas no
âmbito da câmara técnica de águas subterrâneas
Objetivo: sob a coordenação da SEMA.
O objetivo principal do projeto é o de desen- O mesmo grupo faria o seguimento técnico da
volver um conjunto de mapas hidrogeológicos para o implementação do projeto, avaliando os sucessivos re-
Estado, os quais, juntamente com as informações de sultados e buscando soluções para obstáculos e desa-
poços levantadas pelo projeto de inventário, venham fios. Este projeto, por definição, deve ser desenvolvido
a sustentar as ações de gestão e planejamento estraté- paralelamente ao inventário de poços. Seus resultados
gico das águas subterrâneas em Mato Grosso. deverão ser incorporados imediatamente ao sistema
De forma concreta se objetiva confeccionar de gestão subsidiando processos de licenciamento,
mapa hidrogeológico na escala 1:500.000 cobrindo outorga, planejamento estratégico e melhoramento
todo o Estado, complementados por mapas na escala do arcabouço institucional, tendo sempre o fortaleci-
1:250.000 em regiões consideradas estratégicas (grandes mento institucional como meta.
142
Plano Estadual de Recursos Hídricos
143
4.3.2.4. Projeto: Fomento acadêmico ensino do Mato Grosso é fundamental neste programa, a
partir da qual se poderia estimular a fixação de recursos
sobre o conhecimento
humanos (doutores) nas instituições estaduais, desenvol-
hidrogeológico do Estado vimento de novos grupos de pesquisa ou a capacitação
dos já existentes.
Executor: Governo do Estado, Universidades
com apoio da FAPEMAT, CAPES e CNPq. Atividades:
Localização: Estadual, porém concentrado nas A seguir realiza-se uma breve descrição das ati-
instituições de ensino de terceiro grau. vidades deste projeto.
Prioridade: Média a Alta
a) Avaliação institucional e acadêmica das
Datas de início e de término: Julho de 2009 a principais instituições de ensino e pesquisa
dezembro de 2012 do Estado – Representa um estudo inicial
Duração de três anos e meio culminando com diagnosticando as condições atuais de for-
avaliação final de alcance de indicadores e sugestões mação hidrogeológica do ponto de vista
de seguimento. de currículos, capacidades instaladas em
termos de laboratório, grupos de pesquisa,
Objetivo: publicações, etc. A sua apresentação terá
O objetivo principal deste projeto é o de trei- de ser em caráter formal perante os atores
nar e fixar recursos humanos no Estado tornando-os de água subterrânea do Estado.
aptos a enfrentar os novos desafios relacionados a b) Desenvolvimento e lançamento de editais
gestão de águas e de difundir os conceitos forman- específicos – Com base no diagnóstico da
do massa crítica. Neste sentido, o projeto busca criar situação e conhecendo os imensos de-
alianças estratégias com órgãos nacionais de fomen- safios futuros com base no PERH-MT, se
to acadêmico desenvolvendo linhas específicas no pode desenhar editais específicos para fo-
tema de águas subterrâneas com foco nos problemas mento e formação acadêmica no tema de
do estado de Mato Grosso. hidrogeologia. Nestes editais deverão estar
Justificativa: explícitas linhas de custeio para bolsas de
iniciação científica, mestrado e doutorado,
Tanto o aumento do conhecimento hidrogeo- financiamento de projetos de pesquisa e
lógico como a própria gestão de águas subterrâne- programas de fixação de doutores a médio
as no Estado depende da existência de massa críti- e longo prazo. Como ponto de partida se
ca com capacidade de interlocução e pró-atividade. sugere a fixação de dois doutores e o apoio
Diagnostica-se que se trata de um assunto restrito a três projetos da ordem de R$40.000,00
a um grupo limitado de atores, representando este (Quarenta mil reais) cada.
fato uma contradição em relação à importância que c) Inclusão do tema de hidrogeologia e con-
as águas subterrâneas assumem no Estado. taminação de água subterrânea nos currí-
Quando não existe massa crítica, não se gera culos dos cursos de engenharia em todo o
discussão e, consequentemente, impera o conformis- Estado – A partir do diagnóstico inicial, sa-
mo em relação aos novos desafios. Uma das formas de be-se onde existe espaço e condições para
abordar este problema é estimular a formação técnica incluir disciplinas específicas relacionadas
de jovens profissionais egressos dos cursos acadêmi- ao tema das águas subterrâneas. Para tan-
cos, imaginando que boa parte deles necessariamen- to seria conveniente contar com o apoio
te irá deparar-se com desafios de águas subterrâneas. político e financeiro da Secretaria Estadual
Quanto mais preparados estiverem, tanto mais ade- de Ciência e Tecnologia.
quada será a sua inserção profissional e as soluções d) Lançamento de concursos abertos a estu-
desenvolvidas ante os respectivos desafios. dantes do Estado – Como uma forma de
Estratégia de Ação: estimular o desenvolvimento de trabalhos
acadêmicos poderia ser lançado concurso
O Estado poderia, através da criação e/ou des- tendo como ênfase esta temática e pre-
tinação de fundos específicos para pesquisa, fomen- miando trabalhos de destaque. O prêmio
tar e estimular a pesquisa acadêmica lançando editais
poderia ser financeiro ou mesmo na forma
em hidrogeologia. Seria bastante salutar que as insti-
de bolsa de estudos ou oportunidade de
tuições de pesquisa do MT buscassem parcerias com
estágio. Como sugestão, realizar concurso
centro de excelência de outros Estados.
durante três anos, sempre ao final de cada
Além do mais o Estado deveria tomar as rédeas ano, deixando um período de um ano para
do processo de negociação junto às entidades nacionais o desenvolvimento das propostas, para
de fomento acadêmico (CNPq e Capes) no sentido de posterior análise e premiação.
(ambos) lançarem editais específicos para esta região; e) Avaliação final da iniciativa – Uma vez con-
lembrando a transcendência e importância nacional de cluídos os esforços, voltar a realizar diag-
Mato Grosso com áreas de recarga e nascentes de im- nóstico similar ao início do projeto, porém
portantes bacias hidrográficas transfronteiriças e inte- desta vez, avaliando os indicadores alcança-
restaduais. A participação das instituições de pesquisa e dos e sugerindo novo programa.
144
Plano Estadual de Recursos Hídricos
145
e Mato Grosso do Sul, deve-se uma estratégia de articu-
4.4. Articulação institucional lação com Mato Grosso do Sul, prioritariamente, pois os
outros estados vizinhos estão em um estágio anterior
de interesse à gestão em seu processo de gestão de recursos hídricos.
de recursos hídricos Ações preliminares de articulação já foram ini-
ciadas pelos dois estados. Sendo a Bacia do Alto Pa-
raguai comum entre os dois Estados, um primeiro en-
4.4.1. Mecanismos de gestão integrada contro de integração, onde foram discutidas as etapas
de bacias interestaduais propositivas dos dois Planos, resultou em uma lista-
gem de programas que são de interesse comum e que
devem ser desenvolvidos sob a formalização de um
4.4.1.1. Projeto: Proposição de mecanismos aparato institucional suficientemente forte que permi-
de gestão integrada de ta a conjugação e continuidade de esforços orçamen-
bacias interestaduais tário e técnico-operacional.
Os programas prioritários que foram prelimi-
Executor: Secretaria de Estado do Meio Am-
narmente consensuados entre Mato Grosso e Mato
biente – Superintendência de Recursos Hídricos.
Grosso do Sul e que são pontos de partida para o de-
Localização: Estados vizinhos, bacias dos rios senvolvimento deste programa na Região Hidrográfica
interestaduais dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraguai, comum aos dois estados, estão apresenta-
Amazonas, Rondônia, Pará, Goiás e Tocantins. dos no quadro 25 a seguir.
Prioridade: Alta – A exemplo do estado de Quadro 25. Temas de interesse comum entre os estados de
Mato Grosso os estados de Mato Grosso do Sul, To- Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
cantins e Pará estão iniciando seus processos de pla- Temas de interesse
Programas com interface
nejamento de recursos hídricos. Mato Grosso e Mato comum
Grosso do Sul devem, portanto, finalizar seus planos Instrumentos legais har- Definição de áreas de proteção de
estaduais concomitantemente para que, já em 2009, mônicos de proteção e interesse comum com papel de ma-
inicie-se um processo de articulação integrada entre ações de recuperação nutenção de nascentes e áreas de
das nascentes, vincula- recarga.
ambos os estados. dos ao ZSEE
Datas de início e de término: Estudos especiais Vazão ambiental e ecorregiões aquá-
ticas – pulsos de inundação, regime
O início deverá ser no primeiro semestre de hidrológico.
2009 e trata-se de um processo de integração cons- Revisão da base físico-territorial visan-
tante e permanente devendo estar inserido no Sistema do harmonizar as UPGs interestaduais
de Gerenciamento de Recursos Hídricos como um pro- Cadastros de usuários Cadastros integrados com articula-
grama de cunho continuado. ção com a ANA
Sistema de informação Banco de dados compartilhados
Objetivos: (outorga, cadastro, licenciamento)
com articulação com a ANA
O objetivo deste programa é estruturar e imple-
Sistema de outorga Outorga de captação e lançamento –
mentar um mecanismo continuado de articulação com subterrânea e superficial - critérios
os estados vizinhos visando o gerenciamento integra- harmonizados para as bacias e aquí-
do dos recursos hídricos, desenvolvendo a implanta- feros compartilhados. No caso de
ção dos instrumentos do sistema de forma harmônica, águas subterrâneas articular com o
otimizando esforços e unindo os seus recursos. Programa VIII do PNRH.
Enquadramento Nos rios de domínio da união deve-
Justificativa: dos rios rá haver articulação dos dois esta-
dos e com a União para a definição
O estado de Mato Grosso como parte importan- do enquadramento.
te das cabeceiras das bacias hídricas nacionais: Bacia Monitoramento Padronização de normas laboratoriais
Amazônica, Bacia Platina e do Tocantins-Araguaia, pos- de quantidade e qualidade. Seleção
sue um grau de responsabilidade especial, na medida de parâmetros e indicadores comuns
em que exporta suas águas para as porções de jusan- Interação (planejamento e troca de da-
te destas bacias, obrigando-se a manter a qualidade e dos) entre as redes de monitoramento
de quantidade, qualidade, regimes de
quantidade destas águas.
vazão e dados sedimentológicos.
A gestão dos recursos hídricos estadual assume Adensamento e critérios de medi-
um papel adicional tendo em vista a responsabilidade ção harmonizados entre os estados
e a União
de Mato Grosso perante os outros Estados. Portanto há
um esforço adicional em criar e participar de mecanis- Arranjo organizacional Desenvolver modelos institucionais
de articulação através da articulados de gestão ao modelo do
mos de gestão com os Estados vizinhos, harmonizan- criação de consórcio en- Programa XI do PNRH (integrado
do esforços técnicos na implantação dos instrumentos tre os Estados, comitês aos programas de articulação insti-
do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos. de bacia, acordo de co- tucional dos PERHs).
operação com a criação
Estratégia de Ação: de grupo operacional. Aprofundar a determinação dos pro-
gramas comuns, e fixar um marco
Tendo em vista a concomitância da execução dos institucional que assegure a conti-
Planos Estaduais de Recursos Hídricos de Mato Grosso nuidade de sua execução
146
Plano Estadual de Recursos Hídricos
Atividades: Objetivos:
a) Definição de um modelo de articulação insti- Articular a gestão dos recursos hídricos com o
tucional para a gestão integrada das bacias setor elétrico objetivando assegurar que os estudos de
interestaduais. Avaliação da lei de consór- alternativas de divisão de queda e os projetos das uni-
cios (Lei nº. 11.107, de 6 de abril de 2005) e dades geradoras (UHE, PCH) sejam programados, im-
sua aplicação para o caso específico. plantados e operados considerando os usos múltiplos
b) Desenvolver tratativas com todos os estados e assegurando a vazão ambiental de jusante.
vizinhos dando prioridade para aqueles que Justificativa:
já iniciaram a implementação do sistema de
gerenciamento dos recursos hídricos. O expressivo potencial hidroelétrico existente
no estado seja nos rios da união ou do estado exi-
c) Aprofundar entendimentos com o estado de ge que, pelo poder público estadual, no âmbito da
Mato Grosso do Sul para o estabelecimento política de recursos hídricos, seja estabelecido um
de modelo institucional e organizacional de processo de articulação com os diferentes entes que
gestão integrada da BAP. Aprofundar a op- compõem o setor elétrico nacional e estadual e tenha
ção para estabelecimento de um consórcio participação nos processos de planejamento, conces-
entre os dois Estados e o Governo Federal- são e licenciamento de empreendimentos hidroelé-
MMA/SRHU, com o envolvimento da ANA. tricos no estado.
d) Estabelecer um plano de trabalho conjunto Estratégia de Ação:
com Mato Grosso do Sul, a partir de uma
agenda mínima pactuada, com determi- O setor elétrico caracteriza-se por sua impor-
nação de atividades e responsabilidades tância estratégica para o país com a responsabilida-
mútuas, cronograma, orçamento, fontes de de de gerar, transmitir e distribuir energia elétrica
recurso e determinação dos indicadores de viabilizando o desenvolvimento econômico e social
monitoramento e avaliação. das diferentes regiões brasileiras. Assim, o setor ao
longo de décadas acumulou importante posição e
e) Execução continuada da gestão das bacias
expressiva independência no processo decisório de
interestaduais.
investimentos públicos e, depois da lei de conces-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: são, atraindo investimentos privados, viabilizando a
• Estabelecimento com todos os Estados vizi- ampliação do parque gerador do país, incorporando
nhos de mecanismo e modelo institucional novos atores no sistema.
e organizacional para a gestão integrada Cabe a política dos recursos hídricos, assegurar
das bacias interestaduais. os usos múltiplos, a disponibilidade hídrica e a quali-
• Construir, até o final de 2009, um plano de traba- dade das águas. Portanto, a ampliação do parque ge-
lho e iniciar processo de gestão integrada da rador, seja a partir de grandes e médias centrais ou
BAP, com implementação de ações conjuntas. de pequenas centrais geradoras, deve considerar estas
metas no conjunto do seu processo decisório.
• A partir de 2010 efetuar compromissos com
outros estados vizinhos que estejam imple- Os instrumentos que a política de recursos
mentando planos de recursos hídricos. hídricos detém permitem articular com o setor elé-
trico formas de avaliação que estão baseadas nos
4.4.2. Articulação com o setor instrumentos do sistema de gerenciamento dos re-
cursos hídricos, quais sejam: plano de recursos hí-
de geração hidroelétrica dricos estadual, plano de bacias, sistema de outorga
visando à preservação dos e de enquadramento, marco legal e gestão compar-
tilhada dos recursos hídricos através do CEHIDRO e
usos múltiplos dos recursos dos Comitês.
hídricos
Outro conjunto de instrumentos aliados à
política de recursos hídricos é aquele vinculado à
4.4.2.1. Projeto: Articulação com o política de meio ambiente nacional e estadual, es-
setor de geração hidrelétrica pecialmente referente ao processo e normativas de
visando o uso múltiplo licenciamento ambiental de empreendimentos do
setor elétrico.
dos recursos hídricos e da
aplicação das compensações A estratégia a ser desenvolvida por este pro-
grama deve se basear no fato que o Estado detém
Executor: Secretaria de Meio Ambiente, em ar- em seu território um importante potencial hidroe-
ticulação com a Secretaria de Planejamento. létrico e que é fundamental o respeito às metas da
política dos recursos hídricos, o que torna necessá-
Localização: Estado de Mato Grosso rio implementar um processo de articulação institu-
Prioridade: Média – Contínuo processo de arti- cional entre os agentes da política de recursos hí-
culação com o setor elétrico. dricos estadual e federal com os principais agentes
do setor elétrico: CEMAT, EPE, ANEEL, Ministério de
Datas de início e de término: 2009, com ação Minas e Energia.
permanente.
147
Atividades:
4.4.3. Articulação institucional e
a) Mapeamento do parque gerador instalado e
do potencial hidroelétrico por bacia hidro-
intersetorial na gestão dos
gráfica, integrando o planejamento estraté- recursos hídricos
gico do setor elétrico. Considerar o potencial
de instalação das pequenas centrais elétricas
4.4.3.1. Projeto: Articulação dos
que não estão presentes nos planos dece-
nais estabelecidos pelo governo federal. instrumentos de gestão
b) Definir capacidade de suporte por bacia ambiental e de gestão dos
para instalação de centrais de geração con- recursos hídricos
siderando as necessidades impostas para
assegurar os usos múltiplos e vazões am- Executor: Secretaria de Estado do Meio Ambiente
bientais de jusante. Localização: Estado de Mato Grosso
c) Definir um modelo de articulação institu- Prioridade: Alta
cional com o setor elétrico considerando a Datas de início e de término: início em
participação do órgão gestor, do CEHIDRO 2009 e ação continuada de integração do sistema
e dos comitês de bacias. de gestão de recursos hídricos e do sistema de ges-
d) Definir e realizar uma pauta de discussão e tão ambiental.
negociação com os diferentes agentes do Objetivos:
setor elétrico para estabelecer um proto-
Estabelecer a integração entre os instrumen-
colo institucional e técnico que defina um
tos do sistema de gerenciamento de recursos hídri-
conjunto de condicionantes por bacia e
cos com os instrumentos de gestão ambiental de
para os projetos futuros, assegurando as
forma a ampliar a capacidade de gestão dos recur-
metas da política de recursos hídricos es-
sos hídricos, o que permitirá condicionar o licencia-
tadual: limites de outorga que assegure os
mento ambiental de empreendimentos à avaliação
usos múltiplos a montante e jusante, vazões
da capacidade de suporte dos corpos hídricos em
de jusante que permitam a sustentabilidade
assimilar novas captações, lançamentos de efluen-
de ecossistemas, qualidade das águas nos
tes e sedimentos e a pressão da relação uso do solo
reservatórios e de jusante. e condicionantes naturais no interior das bacias hi-
e) Estabelecer um protocolo técnico para defini- drográficas.
ção de outorga e licenciamento ambiental de Justificativa:
empreendimentos hidroelétricos no Estado.
A gestão de recursos hídricos definida pela
f) Implementar o protocolo técnico nos siste- política de recursos hídricos está restrita à imple-
mas de recursos hídrico e ambiental. mentação dos instrumentos do seu sistema de ge-
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: renciamento. Estes instrumentos atendem mais de-
talhadamente à gestão dos aspectos relacionados à
• Plano de trabalho interno na Superintendência
disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas e os
de Recursos Hídricos estabelecido; equipe
aspectos sobre a qualidade das águas ficam restritos
mínima, escopo das atividades e metas para
ao controle promovido pelo sistema de enquadra-
desenvolvimento do programa definidas.
mento dos rios.
• Modelo de articulação institucional com setor
elétrico definido. Estes instrumentos não são suficientes para
atender às necessidades de preservação e controle
• Produção de relatório técnico de demonstre a das condições ambientais das bacias hidrográficas,
capacidade de suporte por bacia para insta- beneficiando a manutenção da quantidade e quali-
lação de centrais de geração considerando as dade das águas superficiais e subterrâneas. Como o
necessidades impostas para assegurar os usos estado de Mato Grosso tem sua economia baseada
múltiplos e vazões ambientais de jusante. no setor primário, com extenso e intenso processo
• Cronograma estabelecendo ações de articulação de apropriação e exploração do território, estabe-
com o setor elétrico implementado; relatórios cendo uma relação de uso e conservação do solo,
mensais de resultados obtidos produzidos. água e vegetação em padrões de sustentabilidade
• Documento com um protocolo técnico para questionáveis, é muito importante que o sistema de
definição de outorga e licenciamento am- gerenciamento de recursos hídricos possa aliar-se
biental de empreendimentos hidroelétricos ao sistema de gestão ambiental do Estado, com-
no Estado produzido. portando o sistema de licenciamento ambiental de
empreendimentos, criação de unidades de conser-
• Protocolo técnico no âmbito do governo esta- vação e controle e fiscalização de processos de uso
dual e no âmbito da ANEEL, EPE, aprovado. e ocupação do solo.
• Relatórios técnicos que comprovem que as
Estratégia de Ação:
autorizações e outorgas para a instalação
de novos empreendimentos de geração de A estratégia a ser desenvolvida para se alcan-
energia emitidos obedecem aos requisitos çar os objetivos deste projeto encaminha-se para
estabelecidos pelo protocolo técnico. a criação de um balcão único de licenciamento de
148
Plano Estadual de Recursos Hídricos
149
• Estratégia de articulação institucional pública e) estabelecer critérios de monitoramento,
e privada implementada; número e nível de além de realizar o acompanhamento e a
participação nos processos de tomada de avaliação dos resultados obtidos;
decisão na estrutura de governo.
f) possibilitar a realização dos projetos de pes-
quisas previstos no plano estadual, com
4.4.4. Conservação do solo e da água relação a interação solo, água e vegetação,
e recomposição das matas bem como das demais pesquisas previstas
ciliares em microbacias no no PERH-MT;
meio rural g) garantir o escoamento da produção localiza-
da nas microbacias hidrográficas trabalha-
das, evitando a erosão hídrica nas estradas
4.4.4.1. Projeto: Conservação do solo rurais, causada pela utilização de práticas
e da água e recomposição incorretas de manejo do solo e construções
das matas ciliares em de estradas sem observância das práticas
microbacias no meio rural conservacionistas.
Os objetivos relacionados à conservação e re-
Executor: EMPAER, SEPLAN, Prefeituras e pro-
cuperação da vegetação ciliar e de áreas de várzeas
dutores rurais
visando à conservação do ecossistema aquático são
Localização: UPGs de maior criticidade, inician- os seguintes:
do-se pelas UPGs P5 - São Lourenço, P1 - Jaurú, P2
a) Promover a conservação e a recuperação
- Alto Paraguai Médio, TA-3 Alto Araguaia, P4 - Alto Rio
de matas ciliares incentivando e conscien-
Cuiabá, A4 - Baixo Teles Pires, A11 - Alto Teles Pires e
tizando os proprietários rurais ao uso sus-
A15 - Guaporé.
tentável dos recursos naturais nas Áreas de
Prioridade: Alta Preservação Permanente (APA).
Datas de início e de término: b) Evitar o desmatamento e as grandes quei-
madas; reduzir os processos erosivos nas
Início em abril de 2009 e término em 2012 (Pri-
margens de rios e o assoreamento de cor-
meira Etapa)
pos d’água.
Objetivos: c) Promover a contenção de nitrogênio e fós-
Promover a preservação do potencial produ- foro provenientes da agricultura, evitando a
tivo da agropecuária do Estado, através da prote- eutrofização dos corpos d’água.
ção e uso racional dos recursos naturais, preser- d) Garantir: a preservação das espécies de flora
vando os solos e garantindo a qualidade da água, e e fauna ameaçadas de extinção; a conserva-
consequentemente, a qualidade de vida rural e dos ção dos corredores ecológicos e; a integra-
núcleos urbanos. ção de Unidades de Conservação.
A proposta está baseada na conservação do Justificativa:
solo, da água e cobertura vegetal, nas microbacias hi-
drográficas, e tem como objetivos específicos: As atividades extrativistas (vegetal e mineral)
em grande escala, a atividade agropecuária exten-
a) estabelecer as condições de viabilizar a im- siva, a colonização inadequada, os assentamentos
plementação do Plano Estadual de Recur- sem infra-estrutura e o inchamento das áreas urba-
sos Hídricos de Mato Grosso junto aos pro- nas foram, até a década de noventa, os principais
dutores rurais; responsáveis pelas grandes perdas dos recursos na-
b) capacitar técnicos e produtores rurais turais deste Estado.
no planejamento e execução de práticas Com a rápida expansão da agricultura in-
conservacionistas em microbacias hidro- tensiva nos últimos anos pautada no uso de gran-
gráficas, em sintonia com os projetos de des quantidades de produtos químicos (adubos e
capacitação; agrotóxicos), com o crescimento desordenado das
c) elaborar de forma participativa, o diagnósti- cidades e do parque industrial, os problemas pas-
co dos principais problemas no uso do solo, sam a ter nova dimensão. Hoje destacam-se como
estabelecer o planejamento das ações a principais problemas ambientais a erosão dos solos,
serem realizadas visando à conservação do o assoreamento de rios e lagos, a poluição dos re-
solo, da água e da cobertura vegetal, bem cursos hídricos com cargas difusas (DBO, N e P), a
como à redução da poluição ambiental; contaminação das águas por agrotóxicos, resíduos
d) apoiar, promo,ver e orientar a implanta- urbanos e industriais, além da retirada e queima da
ção das atividades programadas voltadas cobertura vegetal natural.
à conservação do solo, da água, da co- O crescimento da atividade agropecuária levou
bertura vegetal e da redução da poluição o estado de Mato Grosso a assumir uma posição de
ambiental;
150
Plano Estadual de Recursos Hídricos
destaque no cenário nacional como o maior produ- e no uso sustentável dos recursos naturais. Subsidiar
tor brasileiro de soja, algodão e carnes (com des- a construção de viveiros florestais e oferecer apoio
taque para a bovina), alem da importância no for- técnico-científico na busca pela variabilidade genética
necimento de milho e arroz. Para isso novas áreas constitui-se em ação indispensável para a obtenção de
foram incorporadas ao processo produtivo e gran- êxito nessa atividade.
des quantidades de insumos modernos passaram a O apoio à organização dos produtores rurais
ser utilizados. nos municípios, visando à criação de comitês de ba-
A vegetação ciliar é considerada de suma im- cias5 que auxiliem na execução das diversas atividades
portância para a manutenção das comunidades aquá- voltadas à implementação dos projetos aqui descritos,
ticas e da qualidade das águas, pois dentre outros que fazem parte do PERH-MT, consistirá na principal
aspectos, atua como uma barreira física reduzindo a estratégia para a sua implantação e execução de forma
possibilidade de contaminação dos cursos d’água por participativa, envolvendo o Estado, os municípios e os
solos, resíduos de adubos e defensivos agrícolas, que produtores rurais.
são conduzidos pelo escoamento superficial da água Atividades:
no terreno. Dessa forma, a recuperação dessa mata,
associada à manutenção das áreas de várzea, devem a) identificação, caracterização e seleção das
ter carácter prioritário nas ações de conservação das microbacias nas UPGs prioritárias a serem
bacias hidrográficas. trabalhadas em função dos critérios esta-
belecidos e problemas ambientais exis-
As variações nas áreas ocupadas com as prin- tentes, que foram detectados nos estudos
cipais atividades agropecuárias e seus respectivos elaborados;
impactos sobre os recursos hídricos nos últimos anos,
b) mobilização das lideranças comunitárias
bem como as projeções para o futuro segundo cená-
municipais e dentro das microbacias a se-
rios estudados, estão apresentadas nos documentos
rem trabalhadas e apoio à montagem dos
de diagnóstico e prognóstico já elaborados.
conselhos municipais e dos comitês de ge-
Estratégia de Ação: renciamento das microbacias;
Como estratégia operacional pretende-se c) cadastramento dos produtores rurais, das
utilizar a microbacia4 hidrográfica como unidade microbacias selecionadas (onde ocorreu
geográfica de planejamento na identificação e exe- o apoio do município e receptividade dos
cução dos diversos projetos a serem desenvolvidos. produtores rurais à proposta de trabalho) e
Seu uso como unidade de planejamento se justifica identificação dos principais problemas rela-
plenamente por estar fisicamente bem caracteriza- cionados a degradação do solo e contami-
da, por englobar todas as modificações que venham nação da água;
a sofrer os recursos naturais e porque não há área d) delimitação e plotagem, na base cartográ-
qualquer da terra, por menor que seja, que não se fica das áreas de preservação permanente,
integre a uma microbacia. Ela constitui um zonea- reserva legal e PRAD (com base nos proces-
mento natural, onde há processos de convivência sos já protocolados junto à SEMA visando o
entre o homem, a sociedade e os recursos naturais, licenciamento ambiental);
por isso representa área ideal para unidade de pla-
nejamento sustentável. e) elaboração do projeto de forma partici-
pativa, definindo ações a serem realiza-
Este projeto visa integrar diversos segmentos das, nível de participação dos produtores,
para a implantação de ações identificadas e localiza- recursos financeiros necessários, deman-
das. Pretende contar com o envolvimento dos muni- da de treinamento, cronograma de tra-
cípios, da extensão rural e das organizações dos pro- balho, etc;
dutores rurais na solução de problemas específicos,
f) montagem e elaboração de convênios visan-
visando potencializar as ações e envolver o público
do a execução dos projetos;
diretamente atingido, criando assim condições técni-
cas, econômicas e sociais para alcançar os resultados g) Atendimento aos programas dessa nature-
pretendidos. za, incluindo a construção de viveiros de
espécies nativas e, recomposição de áreas
A preservação da mata ciliar, uma das diversas
degradadas, com plantio de mudas e se-
atividades, para a contenção de erosão, do assorea-
mentes de espécies nativas;
mento de rios e da contaminação das águas, utilizará
como ferramenta de trabalho a conscientização am- h) orientação, acompanhamento e avalia-
biental dos proprietários rurais e das comunidades ção da implantação dos diversos serviços
ribeirinhas sobre a importância de sua participação (práticas de conservação de solos, recom-
ativa na conservação e recuperação de matas ciliares, posição de matas ciliares, recuperação de
4 Microbacia hidrográfica é uma área geográfica delimitada por divi-
sores de água (espigões), drenada por um rio ou córrego, para onde 5 A criação dos Comitês de Bacia é determinação da Lei Federal 9.493,
escorre a água da chuva. Na prática, as microbacias se iniciam na que trata da gestão dos recursos hídricos. Os Comitês serão órgãos
nascente dos pequenos cursos d’água, unindo-se as outras até se deliberativos, compostos por igual número de representantes do
constituírem na bacia hidrográfica de um rio de grande porte. poder público, usuários e da sociedade civil.
151
áreas degradadas, construção de abas- 4.4.4.2. Projeto: Proteção de áreas
tecedouros comunitários, depósitos de de recarga de aquíferos,
embalagens de agrotóxicos, alteração do
traçado de estradas etc) segundo crono-
através de recuperação e/ou
grama de atividades estabelecido no pro- conservação de drenagens
jeto conveniado. e cabeceiras - ZSEE
i) Desenvolvimento de políticas públicas Executor: SEPLAN, EMPAER e Prefeituras.
para a contenção dos desmatamentos e
queimadas. Localização: Áreas definidas pelo Zoneamen-
to Socioeconômico Ecológico - ZSEE como categoria
A elaboração dos projetos nas microbacias,
2.3 - Áreas que requerem readequação dos sistemas
bem como a realização das diversas atividades pre-
de manejo para a conservação e/ou recuperação de
vistas nesse Projeto só serão devidamente executa-
recursos hídricos, com prioridade para as áreas de re-
das se os técnicos e beneficiários forem capacitados.
carga de aquífero.
Estão previstos inúmeros treinamentos em diversas
áreas temáticas, com o apoio de consultorias espe- Prioridade: Média.
cializadas.
Datas de início e de término: Julho de 2010 a
Como meta deste componente está programa-
dezembro 2012
da a elaboração de projetos e a capacitação tanto de
técnicos quanto de produtores rurais: Objetivos:
• Elaboração, implantação, acompanhamento Proteger as áreas de recarga dos aquíferos,
e avaliação de 500 projetos, iniciando-se garantindo a disponibilidade de água para o futuro.
com 50 projetos no primeiro ano, 100 no Estas áreas apresentam significado estratégico, pelo
segundo, 150 no terceiro e 200 projetos de fato de abrigarem as nascentes e a zona de recarga
microbacia hidrográfica no quarto ano de do alto curso dos rios formadores das grandes bacias
execução; hidrográficas.
• Capacitação de 300 técnicos na área de con- Justificativa:
servação dos recursos naturais das prefei-
Como muitos rios do Estado têm suas águas re-
turas, da extensão rural, de empresas de
gularizadas por contribuições subterrâneas, e o ZSEE
planejamento, da organização dos municí-
corretamente faz menção a isto indicando zonas de
pios, universidades, etc, em elaboração, im-
manejo específico nas áreas de recarga, pode-se en-
plantação e acompanhamento de projetos
fatizar estas inter-relações invocando o Art. 3º (Lei
de conservação do solo e da água (nos dois
9.433/1997) que constitue diretrizes gerais de ação
primeiros anos);
para implementação no seu inciso V - a articulação da
• Capacitação de 7.500 produtores rurais na gestão de recursos hídricos com a do uso do solo.
execução de práticas conservacionistas;
Neste contexto pode-se dar ênfase para a quan-
• Capacitação de 200 operadores de máquinas tificação da inter-relação rios-aquífero (em especial as
de prefeituras para construção e manuten- contribuições da Chapada dos Parecis para rios das ba-
ção de estradas rurais. cias Amazônica e do Pantanal) do lado da disponibili-
A meta final deste componente é propiciar a dade, bem como do lado das demandas inventariadas
implantação dos serviços de conservação do solo e da da enorme quantidade de poços tubulares profundos
água em 500 microbacias hidrográficas localizadas nas que fazem uso destes aquíferos.
áreas de uso agrícola e pecuário intensivo, bem como Sendo águas subterrâneas, um importante fator
naquelas responsáveis pelo abastecimento de água de regularização dos rios principais, (Amazônia, Ara-
dos núcleos urbanos. guaia e Pantanal) inclusive através da manutenção do
Indicadores de Monitoramento e Avaliação: regime de vazões, tem grande influência na manuten-
ção de ecossistemas aquáticos, através do pulso de
• Número de microbacias trabalhadas; e, no
inundação (mais uma razão da importância das áreas
âmbito dessas microbacias, área com a im-
de recarga dos aquíferos).
plantação dos serviços de conservação do
solo e da água. Estratégia de Ação:
• Área de matas ciliares recuperadas. Nas áreas da categoria 2.3 do ZSEE, pode ser ad-
• Áreas degradadas de lavouras e pastagens re- mitido os usos para agropecuária apenas nos interflú-
cuperadas. vios, em condições morfopedológicas adequadas, com
aplicação de técnicas de manejo não sendo admitido o
• Quilometragem de estradas readequadas. fomento e incentivo às práticas agropecuárias em am-
• Número de produtores, técnicos e operadores bientes sem condições de relevo e solos, especialmen-
de máquinas capacitados. te em solos arenosos e hidromórficos, por serem estes
fundamentais à estabilidade da dinâmica hídrica.
152
Plano Estadual de Recursos Hídricos
153
detalhamento por elemento de despesas está apre- d) Passagens - 4,2%
sentado no quatro 26. e) Serviço de terceiros pessoa física - 22,3%
Os custos referentes aos diversos projetos ela-
f) Serviço de terceiros pessoa jurídica 57,0%
borados e sua representação percentual sobre o total
considerando as quatro diretrizes do Plano Estadual, A fase inicial abrange os primeiros quatro
são os seguintes: anos do Plano Estadual, quando os projetos serão
elaborados e iniciarão suas execuções a campo. Os
a) Diretriz I: Desenvolvimento e Implementa-
recursos necessários deverão ser negociados nas
ção de Instrumentos de Gestão de Recursos
várias instâncias da administração pública (Governo
Hídricos - R$ 6.812.910,00 (55,67%);
Federal, Estadual e Municipal), bem como junto a so-
b) Diretriz II: Desenvolvimento Legal e Institu- ciedade organizada, empresas e usuários, procuran-
cional da Gestão Integrada de Recursos Hí- do estabelecer parcerias para facilitar a execução e
dricos - R$ 1.622.080,00 (13,26%); obtenção do aporte financeiro necessário.
c) Diretriz III: Desenvolvimento Tecnológico e Caso a Secretaria Estadual de Meio Ambiente
Capacitação- R$ 3.151.985,00 (25,76%); não amplie a sua estrutura operacional na área de
d) Diretriz IV: Articulação Institucional de In- recursos hídricos, será necessário contratar empresas
teresse a Gestão de Recursos Hídricos - para executar a maior parte dos projetos aqui propos-
R$ 650.510,00 (5,31%). tos, aumentando significativamente os custos apre-
sentados (quadro 26).
Considerando a participação segundo tipos de
despesas a participação percentual em relação ao total Para desenvolver as diversas atividades pre-
é a seguinte: vistas nos projetos apresentados e considerados
prioritários para o Estado de Mato Grosso, implica
a) Máquinas e equipamentos - 4,8%
que SEMA deve contar com a estrutura necessária
b) Diárias - 8,4% ao planejamento, execução, acompanhamento e
c) Material de consumo - 3,3% avaliação dos diversos projetos previstos no plano
estadual de recursos hídricos.
Quadro 26. Síntese dos custos dos Projetos, segundo diretrizes e programas, por pos de despesas.
Mat.
Diretriz / Programas / Projetos Equip. Diária Passag Serv.Cons.PF Serv. Cons.PJ TOTAL
Cons.
4.4.90.52 3.3.90.14 3.3.90.30 3.3.90.33 3.3.90.35 3.3.90.33
4.1. Desenvolvimento e Implemen- 382.050,00
tação de Instrumentos de Gestão 583.080,00 159.900,00 321.000,00 1.545.220,00 3.821.660,00 6.812.910,00
de RH
154
Plano Estadual de Recursos Hídricos
Mat.
Diretriz / Programas / Projetos Equip. Diária Passag Serv.Cons.PF Serv. Cons.PJ TOTAL
Cons.
4.4.90.52 3.3.90.14 3.3.90.30 3.3.90.33 3.3.90.35 3.3.90.33
4.1.7. Fiscalização do uso do RH 8.000,00 10.180,00 6.500,00 8.000,00 21.280,00 279.900,00 333.860,00
4.1.8. Estudo e Enquadramento dos RH - 29.040,00 750,00 48.000,00 144.960,00 20.000,00 242.750,00
155
Mat.
Diretriz / Programas / Projetos Equip. Diária Passag Serv.Cons.PF Serv. Cons.PJ TOTAL
Cons.
4.4.90.52 3.3.90.14 3.3.90.30 3.3.90.33 3.3.90.35 3.3.90.33
4.2.1.1. Projeto: Fomentar e apoiar a
instalação e funcionamento de co- - 83.600,00 17.500,00 - 60.800,00 42.000,00 203.900,00
mitês de bacia
156
Plano Estadual de Recursos Hídricos
Mat.
Diretriz / Programas / Projetos Equip. Diária Passag Serv.Cons.PF Serv. Cons.PJ TOTAL
Cons.
4.4.90.52 3.3.90.14 3.3.90.30 3.3.90.33 3.3.90.35 3.3.90.33
4.4.1.1. Projeto: Proposição de me-
canismos de gestão integrada de - 7.980,00 - 12.000,00 33.280,00 - 53.260,00
bacias interestaduais
4.4.2. Articulação com o setor de
geração hidrelétrica visando à pre- - - - - - 330.000,00 330.000,00
servação dos RH
4.4.2.1. Projeto: Articulação com o
setor de geração hidrelétrica visan-
- - - - - 330.000,00 330.000,00
do uso múltiplo dos RH e compen-
sações
4.4.3. Articulação institucional e in-
tersetorial na gestão dos recursos - 6.930,00 5.000,00 5.000,00 40.320,00 210.000,00 267.250,00
hídricos
4.4.3.1. Projeto: Articulação dos ins-
trumentos de gestão ambiental e - - - - - 210.000,00 210.000,00
gestão dos recursos hídricos
4.4.3.2. Projeto: Articulação interse-
torial no planejamento e execução
- 6.930,00 5.000,00 5.000,00 40.320,00 - 57.250,00
de atividades relacionadas a Rec.
Hídricos
CUSTO TOTAL DO PLANO ESTADU-
592.700,00 1.023.270,00 406.945,00 515.000,00 2.724.540,00 6.975.030,00 12.237.485,00
AL DE RH
Participação percentual no custo
4,8 8,4 3,3 4,2 22,3 57,0 100,0
total
157
Diretriz / Programas / Projetos Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
4.1.2.4. Projeto: Adequação do la-
boratório de análises da SEMA e
descentralização das atividades em
unidades regionais
4.1.2.5. Projeto: Ampliação na rede
hidrológica de monitoramento das
águas superficiais.
4.1.2.6. Projeto: Implantação do
programa de monitoramento
hidrossedimentológico.
4.1.3. Elaboração de planos de
bacias hidrográficas
4.1.3.1. Projeto: Elaboração de pla-
nos de bacias hidrográficas
4.1.4. Sistema de informações sobre
RH.
4.1.4.1. Projeto: Complementação
e integração do sistema de infor-
mação do Estado com o sistema
nacional.
4.1.5. Sistema de Outorga de di-
reitos de uso dos RH
4.1.5.1. Projeto: Implementação da
outorga considerando os usos con-
suntivos e não consuntivos.
4.1.6. Fiscalização do uso do RH
4.1.6.1. Projeto: Estruturação de sis-
tema de fiscalização para recursos
hídricos.
4.1.7. Estudo e Enquadramento
dos RH
4.1.7.1. Projeto: Elaborar o estu-
do de Enquadramento dos Cursos
d’água no âmbito dos planos de
bacias
4.1.8. Aplicação de instrumentos
econômicos alternativos à gestão
de RH
4.1.8.1. Projeto: Estudo de instru-
mentos econômicos alternativos
para apoio à gestão de recursos
hídricos
4.1.9. Estruturação e implemen-
tação do acompanhamento e
monitoramento do PERH
4.1.9.1. Projeto: Implementar nú-
cleo de estudos estratégicos de
acompanhamento e avaliação da
implementação do PERH
4.1.9.2. Projeto: definição da matriz
institucional da implementação do
PERH
4.1.9.3. Projeto: Desenvolver e im-
plantar um sistema de gerencia-
mento da implementação do plano
estadual
4.2. Desenvolvimento Legal e Ins-
titucional da Gestão Integrada de
Recursos Hídricos
4.2.1. Reestruturação e Fortale-
cimento do Sistema de Gerencia-
mento RH
4.2.1.1. Projeto: Fomentar e apoiar a
instalação e funcionamento de co-
mitês de bacia
4.2.1.2. Projeto: Fortalecimento do
CEHIDRO.
4.2.1.3. Projeto Capacitação conti-
nuada dos técnicos do órgão gestor
dos RH.
158
Plano Estadual de Recursos Hídricos
Diretriz / Programas / Projetos Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
4.2.2. Revisão e atualização do
marco legal e institucional
4.2.2.1. Projeto: Revisão e imple-
mentação da Lei da Política dos re-
cursos hídricos
4.2.2.2. Projeto: Estudo de reestru-
turação organizacional para gestão
dos recursos hídricos.
4.2.3. Sustentabilidade econômi-
ca - financeira de gestão dos RH
4.2.3.1. Projeto: Recriação do fundo
estadual de recursos hídricos
4.2.3.2. Projeto: Identificação de
fontes de financiamento para o sis-
tema de gerenciamento do RH.
4.2.4. Apoio aos Municípios para
sua integração ao Sistema geren-
ciamento RH
4.2.4.1. Projeto: Intervenções inte-
gradas de saneamento ambiental e
gestão RH no meio urbano.
4.3. Desenvolvimento Tecnológi-
co e Capacitação
4.3.1. Divulgação, capacitação e
educação ambiental para gestão
integrada RH
4.3.1.1. Projeto: Campanhas de ade-
quação técnica das obras de cap-
tação de água subterrânea (poços
tubulares)
4.3.1.2. Projeto: Educação ambien-
tal e difusão sobre o conhecimento
do recurso hídrico
4.3.2. Desenvolvimento de inves-
tigação científica e tecnológica
e consolidação de conhecimento
em gestão RH
4.3.2.1. Projeto: Estudos sobre o po-
tencial de geração e transporte de
cargas poluidoras de origem difusa
4.3.2.2. Projeto: Pesquisas visando o
manejo e a disposição de efluentes
por fertiirrigação
4.3.2.3. Projeto: Desenvolvimento
de mapa hidrogeológico do Estado
4.3.2.4. Projeto: Fomento
acadêmico sobre o conhecimento
hidrogeológico do Estado
4.3.2.5. Projeto: Desenvolvimento
de estudos para conhecer a inter-
relação entre solo, vegetação e
água, e suas implicações para o
ciclo hidrológico
4.4. Articulação institucional de
interesse a gestão de recursos
hídricos
4.4.1. Mecanismos de gestão in-
tegrada de bacias interestaduais
4.4.1.1. Projeto: Proposição de me-
canismos de gestão integrada de
bacias interestaduais
4.4.2. Articulação com o setor de
geração hidrelétrica visando à
preservação dos usos múltiplos
dos recursos hídricos
4.4.2.1. Projeto: Articulação com o
setor de geração hidrelétrica visan-
do uso múltiplo dos RH e da aplica-
ção das compensações
159
Diretriz / Programas / Projetos Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012
4.4.3. Articulação institucional e
intersetorial na gestão dos recur-
sos hídricos
4.4.3.1. Projeto: Articulação dos ins-
trumentos de gestão ambiental e
gestão dos recursos hídricos
4.4.3.2. Projeto: Articulação interse-
torial no planejamento e execução
de atividades relacionadas a recur-
sos hídricos
4.4.4. Conservação do Solo e
Água em Microbacias no Meio
Rural
4.4.4.1. Projeto: Conservação do
solo e da água e recomposição das
matas ciliares em microbacias no
meio rural
4.4.4.2. Projeto: Proteção de áreas
de recarga de aquíferos, através de
recuperação e/ou conservação de
drenagens e cabeceiras
4.4.4.3. Projeto: Capacitação dos
produtores rurais no manejo sus-
tentado dos solos, aplicação de fer-
tilizantes e agrotóxicos
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161
Crédito: Marcos Vergueiro/Secom-MT
Plano Estadual de Recursos Hídricos