Você está na página 1de 118

DINÂMICA DE ROTORES

Prof. Dr. Carlos Alberto Bavastri


Msc. Thiago da Silva
Lucas Bortolotto
Samuel Cavalli

Universidade Federal do Paraná


1. TEORIA BÁSICA DE VIBRAÇÕES
A) SINAIS DETERMINÍSTICOS

CLASSIFICAÇÃO DE SINAIS
Classificação de Sinais

Excitação /
Resposta

NÃO
Determinística
Determinística

NÃO
Periódica NÃO Periódica Estacionária
Estacionária

NÃO Transitória
Harmônica NÃO Harmônica Transitória (quase Ergódica NÃO Ergódica
periódica)
Sinais Determinísticos e Aleatórios

Um fenômeno ou uma função que


o represente se diz que é
determinístico quando suas
características são previsíveis.

f (t )  A cos(t  )

conhecidos
Sinais Determinísticos e Aleatórios

Se uma estrutura não é


especificamente conhecida, será,
de um ponto de vista dinâmico,
imprevisível, aleatória ou não
determinística.

Excitação
Sistema não Resposta
ALEATÓRIA
DETERMINÍSTICO ALEATÓRIA
DETERMINÍSTICA

• Para este tipo de estrutura qualquer que seja a entrada, a saída será aleatória
1. SINAIS DETERMINÍSTICOS

SINAIS HARMÔNICOS
Estrutura ou Sistemas Determinísticos
Estrutura ou Sistemas Determinísticos

f x (t )  mr 2e cos(t   )

f y (t )  mr 2e sin(t   )
Estrutura ou Sistemas Determinísticos
Funções Harmônicas
Funções Harmônicas

É um dos modelos de excitação e resposta mais importantes dos sistemas físicos


Modelos equivalentes

f (t )  A    cos t  B    sin t

f (t )  P() cos(t   ())

f (t )  P()sin(t  ())

Os parâmetros A(), B(), P(), () e  () são constantes em t e   0 :


Funções Harmônicas

Onde

A()  P() cos     B()  P() sen 

ou

A()  P()sin    B()  P() cos   

A amplitude

P()  A2 ()  B²()


A fase

tan  () tan ()  1


Funções Harmônicas – Propriedades

•Periódica
2
T

•Portanto a frequência é dada por:


f     2f [ s 1 ]
2

•Relação de unidades:

n[rpm] n
f  [ Hz]  ;   [ s 1 ]
60 30
Modelo de Exponenciais Complexas

f (t )  F ()eit  F * ()eit

Pelo Teorema de Euler

e it
 cos t  i sin t eit  cos t  i sin t

eit  e it eit  e it


cos t  sin t 
2 2i
Modelo de Exponenciais Complexas

Das equações anteriores, é possível achar a amplitude complexa do sinal

[ A()  iB ()]
F () 
2
Cujo módulo está relacionado com amplitude do sinal

A²()  B²() P()


| F () | 
2 2

Para achar a fase da amplitude complexa

F () | F () | eiF ()


Modelo de Exponenciais Complexas

Substituindo na equação de exponenciais complexas

 i   t  F     i  t  F   
f t   F   e e   2 F  cos  t   F 
 

f  t   P    cos   t      

Comparando as equações
Por tanto F(Ω) possui toda a
 F     informação do sinal:
- Amplitude
- Frequência
- Fase
Extensão domínio frequência

 É óbvio que , como grandeza física é >0.


 Matematicamente, é possível introduzir a variável   0.

Considerando que:

A    é uma função par de   A     A   


B    é uma funçãoimpar de   B      B   

Assumimos que B (0) = 0, para  < 0, tem-se:

f t   A  cos t   B  sen t   A cost   B sent 


Extensão domínio frequência

| F () || F () |

Assim, | F () | é uma função par.

Outras considerações

B    P sen  
B     P sen   
B   P sen   

Uma vez que P é uma função par por definição e B é


impar.
Extensão domínio frequência

Assim, chega-se à conclusão que


       () é uma função ímpar de 

F   F  eiF   F  é par


F  é impar

Assim, a função harmônica pode ser expressa por:

f t   F  ei t  F  e i t
com  

f t   F  e i t
 F   e i  t
0
Extensão domínio frequência

•Definindo:
j  
 j   
0  0
Representação de uma harmônica pura
somada a uma função (dc) constante

1
f t   
k  1
F   e i  k t

A resultante da soma de n funções n


harmônicas
f t   
k  n
F   e i  k t
Modelo de Exponenciais Complexas

F 
Espectro (Exercise1_signals.m)

• Modelo matemático preferível utilizado em análise de vibrações;

• Concentra a informação  Magnitude + Frequência;

• Obtido via, para o caso de funções harmônicas, modelo de exponenciais


complexas . E () | F () |
Exemplos de Modelos de 1GL

K
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL)

Modelo equivalente de 1GL Diagrama de Corpo Livre

mxt   cxt   kxt   f t 

• Sendo f(t) uma excitação harmônica, pode-se reescrever :


xt   X eit
f t   F eit xt   iX eit
x  t   2 X    eit
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL)

• Substituindo-as na equação de movimento:

  m  ic  k X   F 


2

X   F    Deslocamento

X 
   
1
FRF – Receptância
F    2 m  ic  k
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL)

• Definindo:

V   iX  A     2 X   

V  i
   
F    2 m  ic  k
FRF – Mobilidade

A 2
 S       FRF – Inertância
F    2 m  ic  k
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL)

• Existem também funções características do sistema obtidas através das relações


inversas, para um modelo de um grau de liberdade, da receptância, mobilidade e
eniertância:

F  
K  
X  
Rigidez dinâmica

F  
Z  
V  
Impedância mecânica

F  
M  
A 
Mass dinâmica
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL) – Diagrama de Bode

• Graficamente

Receptância

k
n  max  n 1  2 2
m
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL) – Diagrama de Bode

• Graficamente

Mobilidade

k
n  max  n
m
Sistemas de 1 Grau de Liberdade – Diagrama de Bode (dB)

Inertância

k n
n  max 
m 1  2 2
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL) – Diagrama de Nyquist

• Graficamente

Receptância
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL) – Diagrama de Nyquist

• Graficamente

Mobilidade
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (1GL) – Diagrama de Nyquist

• Graficamente

Inertância
Sistemas de 1 Grau de Liberdade (Exercise2_systems.m)

• Representação em 3D de uma FRF


Instabilidade (vibração livre)

• Pequenas perturbações  Grandes deslocamentos;

• Amplificação crescente da resposta do sistema

• Pode provocar graves danos a uma estrutura ou parte dela;

• Não há excitação forçada e sem perturbações, isto é, f(t)=0;


Instabilidade (vibração livre)

• Assim, dada a seguinte equação homogênea

mxt   cxt   kxt   0

• Considerando a resposta como: xt   C e s t

• Substituindo na equação diferencial, tem-se:

ms 2

 cs  k e s t  0

• Para se ter a solução da trivial:

ms2  cs  k  0 Eq. característica


Instabilidade (vibração livre)

• Solução:

2
c  c  4mk
2
c  c  k
s1, 2      
2m 2m  2m  m

• Tendo a resposta para o par de raízes da eq. anterior, com amortecimento


subcrítico (0 <  < 1) :

x t   C1 e s1t  C2 e s2t
Instabilidade (vibração livre)

• E sabendo que

c  2 n k   2n d  n 1   2
m m
• Tem-se
s1, 2   n  d

• Com isto temos a seguinte resposta do sistema:


x t   e nt C1eid t  C2 eid t  Resposta
vibratória
x t   e  nt  A cosd t  B sin d t 

Decremento Exponencial AiB


C1  C2 
*

2
Instabilidade (vibração livre)

s1, 2    i

• A instabilidade é dada pelo sinal da parte real () da raiz s. Se a mesma for positiva,
o sistema é instável, e vice-versa:

Instável Estável
Vibração forçada (Exercise3_harmonic_response.m)

• Sistemas sujeitos à excitação externa f(t);

• Ressonância: Ocorre quando uma força de excitação f(t) possui uma frequência
igual a frequência natural:

1
n
Ressonância
xt   xh t   x p t 
x(t) x(t)

Sistema amortecido Sistema não amortecido


1. TEORIA BÁSICA DE VIBRAÇÕES

B) SÉRIE, ESPECTRO E TRANSFORMADA DE FOURIER


Série de Fourier

• Seja f(t) uma função periódica com período Ω1=2/T

• Fourier afirmou que uma função periódica pode ser representada por uma
série de funções harmônicas:

f t     
i j t
F j e ,  j  j1 , j  0,1,2,
j  

• Para conhecer o valor de F(Ωj), multiplicamos a ambos lados da equação


por e-in t e integramos em um período T.



 F  j e
 
 f t e dt  
i nt i  j  n t
dt
T T
j  
Série de Fourier

• Como:
  T , se j  n
e
i  j  n t
dt  
T
 0, se j  n

• Onde:
n  n1 , n  0,1,2,

1  2
T

• Assim:

F  n    f t e int dt
1
T T
Série de Fourier

• Devemos ter cuidado com F(), este será nulo para  ≠ j = jj ;
• Se 0=0
F 0   f t  dt
1
T T
conhecido como valor médio de f(t).

NOTA:

• Salvo para algumas funções simples o cálculo dos coeficientes da Série de Fourier
é complicado se tentarmos realizar uma integração direta;

• Na prática, geralmente não se tem f(t) em forma analítica. O que se obtém ou se


dispõe são alguns valores de f(t) através de medições em campo  se deve
realizar uma integração numérica.
Série de Fourier

• A série de Fourier nos diz que a energia de um sinal periódico é transportada


em determinadas freqüências.

• Essas freqüências são: a fundamental e os múltiplos inteiros da fundamental


“1”.

• As freqüências múltiplas de 1 são conhecidas como harmônicas.


Espectro de Fourier

Por definição, o espectro de um sinal é dado por

E   F 

como F() é hermitiana  E() é simétrico

• O espectro de Fourier é discreto já que:  j  j1 , j  0,1,2,

2
e 1  , se    j  j j  E   0
T

• É comum unir o ponto E(j) ao eixo das freqüências  dando origem às LINHAS
ESPECTRAIS.
Espectro de Fourier

Espectro de um sinal periodico


Espectro de Fourier

Nota:
• Um gráfico de espectro de Fourier mostra em que frequência o sinal carrega
energia. Se o sinal é uma onda sonora, o espectro indicará em que frequências
(harmônicos) o som é mais forte.

• A maioria das funções periódicas de interesse em vibrações podem ser


representadas através da Série de Fourier, tanto para funções contínuas quanto p/
funções contínuas por partes.

• Toda função que cumpre com as condições de Dirichlet possui representação por
série de Fourier. Nas descontinuidades, a serie infinita converge em media para os
valores de x(t).
Espectro de Fourier – Exemplo

• Seja f(t) dada pela figura abaixo (de período T)

1, se t 
T0

f t    2
0, T0
se  t T
 2 2

T = m T0
Espectro de Fourier – Exemplo

• Os coeficientes de Fourier (amplitudes complexas harmônicas)

To
 i j t

F  j 
1 T A e 2

 f t  e
 i j t
 2
dt 
T T
2 T i j To
2

T0
sin 
F  j  
2A j 2
T j

2 j j 2
como: T  ; 1  T 
1 j j
Espectro de Fourier – Exemplo

• Pode-se provar que:

j
F  j  
sin
A m  como f(t) é par, F   é real
m j
m

• Os coeficientes ficam definidos por:

 j 
F 0  F  j  
A A
; j0 sin  j0
m j  m
Espectro de Fourier – Exemplo

• As figuras abaixo mostram o espectro de Fourier para os valores de m=2 e m=10,


como:

To = cte
T = variável

2
m1 
To

T = mTo
Transformada de Fourier

• No exemplo anterior vimos que a medida que m   E()  ;

• Também vimos que o número de linhas espectrais entre =0 e =2/T aumenta
proporcionalmente a T e as distancias entre estas (2/T) são reduzidas a zero.

• Se tomarmos o produto:

F  j  T   f t  e
T
2 i j t
dt
T
2

poderá ser finito quando T , isto é, o espectro poderá não desaparecer quando
T 
Transformada de Fourier

• Isto é, se T , 1=2/T0 tende a zero. Chamando j1= , já que j  :


lim F  j1  T  F    f t  e it TRANSFORMADA DE
dt FOURIER
T  

• Partindo da Série de Fourier é possível definir a Transformada Inversa de Fourier

 
f t   F  j1  e  
1

j  
i j1t

T
 F
j  
j 1 T e i j1t



1
 F  j  T e i j1t
1
2
1
j  
T  2
Pois:
1
Transformada de Fourier

• Fazendo 1= : 
f t    F  j  T e
1 i j t
1

2
1
j  


lim  f t   F  eit d
1
• Tomando: T  2 


j 1   TRANSFORMADA
INVERSA DE FOURIER

• Se esta integral existe, se diz que F() é a Transformada de Fourier de f(t) e


conhecendo esta, f(t) pode ser recuperado.

• Este par de equações é denominado de Par de Fourier.

F    f t  f t   1 F 


Existência da Transformada de Fourier

Existência de F():

A existência de F() é garantida se:


 f t  dt  


• Portanto, a função f(t) é absolutamente convergente.

• As funções periódicas não são absolutamente convergentes;

• Portanto, não são “Fourier Transformáveis”.


Transformada de Fourier – Exemplo 1

To
 it 2
e To
A To A
F   
2
eit dt  2

2 To
2 2 i

• A função anterior (função portão) tem conteúdo harmônico nulo em 2 /T0 não
conduz energia;
Transformada de Fourier – Exemplo 2

T
sin  0 
F  
AT0  2
2 T0
2

O maior conteúdo de harmônicos se encontra


no primeiro lóbulo.
Transformada de Fourier – Exemplo 2

• Se o impulso se mantém constante, enquanto To0 (A ) então no limite


tende a:
f t   ATo t 
sendo  (t) a “Função Impulso Unitária de Dirac”.

 t   

 se t 0
0 se t  0    t  dt  1,

 0

A função  (t) é representa na figura ao lado:

ATo t   é um impulso de intensidade ATo


 (t)  é um impulso unitário
Transformada de Fourier – Exemplo 2

Obs: obviamente os pontos 2 , 4 , tendem para infinito quando To0


To To

- Por outro lado, se To0 (x=0):


sin x
aplicando o teorema de L’Hôpital lim 1
x0 x

  f t   
ATo
2

 t  
1
por conseguinte;
2
Transformada de Fourier – Exemplo 2

• A função impulso tem conteúdo harmônico uniforme em toda a faixa de frequência


-, +;

• Também vimos que a medida que To0, o conteúdo harmônico de f(t) cresce nas
altas frequências

Observações:
 2 
• Este fato é fundamental nos “testes” de impacto.  T   
 o 
• Todas as frequências são excitadas com a mesma amplitude, o sistema responde

mostrando suas características dinâmicas, se mostra como ele é.


Propriedades da Transformada de Fourier

Linearidade:

F1    f1 t  e F2    f 2 t 
Se

com a1, a2 constantes reais.

1 
 a1 f1 t   a1 f1 t    a1 f1 t   a1 f1 t  e it dt
2 
a1  a2 
  f1 t e dt 
it
 f 2 t e it dt
2  2 
 a1  f1 t   a2   f 2 t 
 a1 F1   a2 F2 
Propriedades da Transformada de Fourier

Escala no tempo

1 
F    f t    f at  
Se:
F 
a a
• Esta propriedade diz que ampliando - (reduzindo) a escala de tempo se reduz
(amplia) a frequência.

 f  t   F  
Consequência:

• Propriedade de escala na frequência.

1 t
F    f t   1 F a  f 
a a
Propriedades da Transformada de Fourier

Teorema de Deslocamento no Tempo e na Frequência:

F     f t      f t  to    F eit0

• Teorema de Deslocamento na Frequência:

 
 f t eiot  F   o 

• Conseqüência:

  f t  cos ot   F   o   F    o 
1 1
2 2
Transformada de Fourier

Exemplo: consideremos, novamente, a função portão:

 A para t 
To

pTo  t    2
0 para To
t 
 2
• A função pTo  t  cos ct representa uma parte truncada da função cosseno ou
um impulso modulado.
• Considerando a transformada da função portão tem-se:

sin    o  o  sin    o  o 
T T
 2  ATo  2 
 
 pTo  t  cos ct 
ATo
4

4
   o  2
To
   o  To 2
Transformada de Fourier

T
 i o
Obs: no exemplo anterior poderíamos ter utilizado, e 2 neste caso,
deve utilizar a transformada na frequência apropriada.
Transformada de Fourier

Exemplo: na pratica quando adquirimos um sinal o que se faz é colocar janelas para
limitar o tempo de medição (existem vários tipos de janelas, sendo a mais comum a
janela “retangular” ou “portão”).
Transformada de Fourier

• Na prática todas as funções são medidas durante um intervalo de tempo finito;


• A função portão se comporta como uma janela, tomando apenas uma parte da
função harmônica, durante To segundos;
• Esta parte da função cosseno, não é exatamente uma função cosseno como
definida matematicamente não é periódica de - à +
• Seu espectro contém mais harmônico que “c” – quanto menor é To maior será o
conteúdo de harmônico de medição”.
• Se To o conteúdo de harmônico se restringe a c.
Transformada de Fourier

Propriedade de Simetria:

F     f t  
se:

F t   f   
2
demonstração:
 
f t    F  e dit
f  t    F    eit d 
 

• Fazendo uma troca de variáveis, trocando  por t e % por 2 tem-se:

f   1 
F t  e it dt  F t 

2 2 
Transformada de Fourier

Nota: conhecendo a transformada de f(t), consequentemente conhecendo f (t) 


podemos encontrar a transformada de F(t).
Transformada de Fourier

Função Impulso de Dirac:

• Seja  (t), uma função continua de t.

• A função impulso unitário de Dirac será definida como uma função simbólica
pela relação:


  t   t  t  dt   t 

o o

onde:  (t) é a função de prova.


Transformada de Fourier

Desta forma  (t), pode ser tratado como


uma função qualquer sempre que não se
pergunte o valor dela para t=to. Sua
representação é:

Algumas Propriedades Importantes:


  t   t  t  dt   t 

o o

Conclui-se que  (t) “amostra” a função no valor que o argumento de  se anula.


Transformada de Fourier


 t    t e it dt
1
Transformada da função impulso:
2 

por definição do Delta de
Dirac:
 t  
1 it 1
e 
2 t 0
2

 t   ;     , 
1
2
1
 1,   ,  2  t 

conclusão: 1    1.    t  

1,  t     


Transformada de Fourier

Identidade:


 
 t 
1
 eit d
2 

 

demonstração:

2 t   1 F   1,  1  1.e it dt


consequência 
1 
já que: (t) é par t  
2  cos t d
Transformada de Fourier

i o t
Transformada de e

 
 eiot     o 

- demonstrar usando o teorema

 
 f t eiot  F   o 

considerando a função f (t) = 1.


Transformada de Fourier

Transformada de cosseno e seno:

- A existência de uma Transformada de Fourier exige que a função seja


absolutamente integrável;

- A função (t) não é realmente uma função e sim uma distribuição.

1 
Em termos de função;
2 

e it d

não existe, não converge, entretanto é igual a  (t)


Transformada de Fourier

- Veremos como obter a transformada de uma função seno e cosseno, que


não são absolutamente integrável, através de uma distribuição.

- Vimos um teorema que diz:

 f t  cos ct   F   c   F   c 
1 1
2 2

onde:

F    f t 
Transformada de Fourier

Transformando:
f t   1  F    

Fc   F cos ct   1    c   1   c 


2 2

F  já que cos ct é par.


Transformada de Fourier

- De forma similar, a transformada do seno é:

F sin ct      c      c 


i i
2 2

que é uma função ímpar.


Transformada de Fourier

Transformada da Derivada:

Suponhamos que f(t) seja uma função derivável em todo o domínio;


 f t   
1
2 

f t  e it dt

- Integrando por partes;

ut   e it e dvt   f t dt

- Se f(t) é absolutamente convergente, o primeiro termo é nulo.


Transformada de Fourier

  i 
  f t  
1   it
f t   f t  e
i t
e  dt
2   2

 
 f t   i f t 

 
 ft   2  f t 
- De forma geral:

 
 f n  t   i n n  f t 
Transformada de Fourier

Convolução de Funções:

- Convolução de funções é um conceito importante em dinâmica de sistemas


lineares, como será visto mais adiante.

- Dados f1(t) e f2(t), a convolução de f1(t) com f2(t) é uma terceira função de t
definida por:

f t    f1 x  f 2 t  x  dx


- Frequentemente a notação simbólica é: f t   f1 t * f 2 t 


Transformada de Fourier

Algumas propriedades importantes:

COMUTAÇÃO:

f1 t * f 2 t   f 2 t * f1 t 

ASSOCIATIVA:

 f1 t * f 2 t * f3 t   f1 t *  f 2 t * f3 t 

Propriedade: a convolução de uma função f(t) com (t) = f(t).


Transformada de Fourier

Teorema da Convolução no Tempo:

 f1 t * f 2 t   2 F1 F2 

- demonstração:

    it
 f1 t * f 2 t  
1
2   f1  x  f 2 t  x  dx  e

dt

- trocando a ordem de integração;

 1 
  f1  t  * f 2  t    
 
f1  x    f 2  t  x e  it dt  dx

 2 

Transformada de Fourier

- se demonstra que;


 f 2 t  x e  it dt  F2  e  it
1
2 

  f1  t  * f 2  t    

f1  x  F2    e  ix dx  2 F1    F2   


Teorema da Convolução na Frequência:

F1 * F2   f1 t  f 2 t 



 f1 t  * f 2 t   F1 F2    F1  y F2   y dy

Transformada de Discreta de Fourier

CAD  converte um sinal analógico em digital


(em inglês ADC: Analog to Digital Convert);

FFT  Transformada Rápida de Fourier (Fast Fourier Transform)


Obs: (Cooley and TUKEY, 1965) 2N pontos reduzem os cálculos de N2
operações a N/2 log2N + N/2soma + N/2 log2N resta se N=1024200:1
Transformada de Discreta de Fourier

Observação:

• Na prática, os sinais de vibrações e som possuem formas complicadas.


Uma vez mais, não se conhecem suas expressões analíticas.

• Geralmente o que se tem é um sinal elétrico análogo a grandeza que se


deseja medir e analisar.

• Nestes casos, o que se faz é “amostrar” o sinal em vários instantes de


tempo e calcular a TDF de Fourier, uma aproximação da transformada
continua de Fourier (TCF).
Transformada de Discreta de Fourier

Seja f(t) um sinal que se deseja transformar para o domínio da frequência:

Transitório
SINAL
Permanente

• Em ambos os casos existem uma limitação fundamental: o sinal somente


pode ser medido durante um tempo finito “To”;

• Tanto no sinal permanente quanto no transitório (dependendo do


amortecimento) informações serão perdidas pela limitação temporal;

• Supõe-se que: a parte do sinal medido contêm as informações suficientes


para a análise que se deseja realizar.
Transformada de Discreta de Fourier

Hipóteses: a parte do sinal medido estará entre [0, To]. Este último
valor será tomado como o período de uma função periódica definida
por:

f o t   f t  se t  0, To 
f o t   0 se t  0, To 
Transformada de Discreta de Fourier

A partir deste período básico, se constrói uma função periódica:

fTo (t+nTo) = fo(t); 0  t To, n= 0, 1, 2, ....


Transformada de Discreta de Fourier

 ij 2 

 2 
fT0 (t )   FT0  j e T0 t

j    T0 

 ij 2 
 2  1
T0

FT0  j   f
T0 t
o (t )e dt
 T0  T0 0

 j  j 2 com    j  
To
Transformada de Discreta de Fourier

Como vimos, vale a seguinte relação:

 2   2 
2 Fo  j   To FTo  j 
 To   To 

onde: Fo() seria TCF de fo(t), simbolicamente; Fo ()   ( f 0 (t ))

Os coeficientes da Série de Fourier da função fTo(t) periódico;

 2  j ]  ,[
FT0  j 
 T 
Transformada de Discreta de Fourier

Supondo que To (intervalo de medição) tenha sido dividido em “N-1”


intervalos, ou seja entre 0 e To existem “N” pontos de divisões;

To=NT
Transformada de Discreta de Fourier

•O resultado desta amostragem, onde:


• To é o intervalo de medição e também o período básico;
• T é o intervalo entre as amostras de fo(t);
• Supondo que todos estes intervalos se mantêm constantes, o
resultado será uma sequência periódica das amostras da função fTo(t).

A sequência periódica é uma série periódica com período básico fN(t).


Esta última pode ser representada simbolicamente por:

N 1 N 1
f N t   T  f o t   t  kT    T f o kT   t  kT 
k 0 k 0
Transformada de Discreta de Fourier

NOTA: esta é uma função ideal de amostragem. Na prática o que se faz é:


N 1
f N t    f o kT   T t  kT T
k 0

onde:  1 0  t  T
T  t    T
0 para qualquer outro valor

T T tem amplitude
unitária e é
adimensional.
Transformada de Discreta de Fourier

Desta forma, fN(t) é uma sequência de impulsos do tipo Tfo(kT), como


mostrado na seguinte figura;
Transformada de Discreta de Fourier

Sendo: fN(T) o período básico de uma função periódica, é possível


desenvolver esta em Série de Fourier.

2

 2  ij NT
fT0 (t )   FT0  j
t
e
j    T0 
sendo:

2
 2 
T
1 0 N 1 ij
T  f 0 (t ) (t  kT )e
t
FN  j  
 NT  NT 0 k 0
NT
dt
Transformada de Discreta de Fourier

Trocando a ordem da somatória e da integral, fazendo uso


das propriedades do delta de Dirac, a expressão acima pode
ser escrita:
2
 2  N 1 i j
 f kT  e
1 kT
FN  j   o
NT
T
 NT  NT k 0

ou

N 1
 2  1
 f kT  e
i 2 jk
FN  j  o
N
 NT  N k 0

A expressão acima é conhecida como transformada discreta


de Fourier, TDF.
Transformada de Discreta de Fourier

Esta expressão é uma versão discreta de:

 2 
FTo  j 
 NT 

Desta forma a expressão anterior pode ser ampliada para:

 2   2   2 
2Fo  j 
 o To 
T F j   NTFN j 
 NT   NT   NT 

É evidente que a desigualdade acima jamais poderá ser uma


 2 
igualdade, já que N  j
F  é um conjunto de amostras de fo(t).
 NT 
Transformada de Discreta de Fourier
TRANSFORMADA INVERSA

Para que a TDF seja realmente uma transformada, deve ser possível definir

sua inversa.
 2 
Assim, conhecendo FN  j 
 NT 
tem que ser possível recuperar as amostras fo(kT) de fo(t).

Esta transformada existe e vale:

N 1
 2  i 2 jn N
f o nT    FN  j e
j 0  NT 
Transformada de Discreta de Fourier

Para demonstrar isto, partimos da TDF e substituímos fo(nT) pela


definição da TIDF  chega-se a igualdade:

 2  1  2   2 
FN  j   NFN  j   FN  j 
 NT  N  NT   NT 

N 1 i 2 r  j 
já que:
e N

k 0

 N se r  j



0 se r  j
Transformada de Discreta de Fourier
TEOREMA da PERIDICIDADE de TDF

 2 
Os coeficientes: FN  j  formam uma série periódica de período 2/T,
 NT 
sendo T é o intervalo de amostras.

Demonstração:
basta provar que =>  2 2   2 
FN  j n   FN  j 
 NT T   NT 

com “n” numero inteiro:

 2 2   2 2   2 
FN  j n   FN  j N n   FN   j  nN  
 NT T   NT NT   NT 
Transformada de Discreta de Fourier
TEOREMA da PERIDICIDADE de TDF
Por definição de TDF;
i 2  j  n N k
 2  1 N 1 
FN   j  nN    f k T  e
o
N

 NT  N k 0

Devemos considerar aqui que:

i 2  j  nN k i 2 jk i 2jk
  
e N
e N
e i 2nk  e N

O que prova que

i 2 j k
 2  1 N 1   2 
FN   j  n N    f o k T  e N
 FN  j 
 NT  N k 0  NT 
Transformada de Discreta de Fourier
TEOREMA da PERIDICIDADE de TDF

• Vejamos então as consequências destes teoremas.

• Em geral, os coeficientes de Fourier, mais acima de N-1, podem ser


calculados através da seguinte expressão:

 2   2 2   2 
FN  N  l    FN  l   FN  l 
 NT  T NT   NT 

Isto é devido a periodicidade do teorema anterior.


Transformada de Discreta de Fourier
Tomemos alguns valores positivos de “ l ”  utilizando a equação anterior

 Vimos que a cada


 2 
FN  N   FN 0
 NT   2 
j=N , FN  N 
2   NT 
  2 
FN  N  1   FN 1 
 NT   NT  se repete e não tem
sentido calcular mais
 2   2 
FN  N  2   FN  2  termos que j=N-1..
 NT   NT 

 2   2  A variação de j=0, N-1 é


FN  2 N  1   FN   N  1  suficiente para recuperar as
 NT   NT 
amostras fo(nT), com n=0, N-1

 2   2 
FN  2 N    FN  N    FN 0
 NT   NT 
Transformada de Discreta de Fourier
Tomando alguns valores negativos de “ l ”.

 2   2  *  2 
FN  N  1   FN     FN 1 
 NT   NT   NT 

 2   2  *  2 
FN  N  2   FN   2   FN  2 
 NT   NT   NT 

 N  2   N  2   N  2 
FN  N    1   FN     1   FN*    1 
 2  NT   2  NT   2  NT 

 N  2   N 2  *  N 2    N 2  
FN   N     FN     FN    FN    
 2  NT   2 NT   2 NT    2 NT  

 N  2   N  2  *  N  2 
FN  N    1   FN     1   FN    1 
 2  NT   2  NT   2  NT 
Transformada de Discreta de Fourier
TEOREMA da PERIDICIDADE de TDF

 N 2   N 2 
FN*    FN 
 2 NT   2 NT 

1. para j  N 2 os coeficientes de Fourier são reais;

N
2. os coeficientes de Fourier de j 1
2
até N-1 são conjugados daqueles que vão de j=1 até N
1
2
Por mais que todos os coeficientes de Fourier (j=0 até N-1) sejam
necessários para recuperar as amostras de fo(nT), desde o ponto de vista
prático, é suficiente calcular somente aqueles que correspondem a j entre
0 e N/2.
Transformada de Discreta de Fourier

 2 
Nota: F 0  FN  N  também são reais
 NT 
Transformada de Discreta de Fourier
FENÔMENO de ALIASING - (dobramento)

Vamos analisar estes fenômenos em duas óticas diferentes:

1 – Como consequência do fenômeno, periodicidade dos


coeficientes de Fourier,

• O fato que à partir de jN os coeficientes de Fourier não


2
oferecem informação adicional, a maioria das frequências que podem
 N  2 
ser discriminadas pela TDF é:   
 2  NT T

• se usarmos “frequência de amostragem”.


Transformada de Discreta de Fourier
FENÔMENO de ALIASING - (dobramento)

2 – Amostragem de um sinal continuo

Graficamente:
Transformada de Discreta de Fourier
FENÔMENO de ALIASING - (dobramento)
Transformada de Discreta de Fourier
FENÔMENO de ALIASING - (dobramento)
Transformada de Discreta de Fourier
FENÔMENO de ALIASING - (dobramento)

Algumas CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS

• Geralmente os equipamentos modernos de medição possuem um


filtro anti-aliasing;

• Ainda, poder-se-ia encontrar o valor resultante da frequência de um


sinal fs em presença de aliasing:
1
fd 
2T
• Para calcular a frequência que contamina o espectro discreto de
Fourier, que na realidade corresponde à:
fs  fd
Transformada de Discreta de Fourier
FENÔMENO de ALIASING - (dobramento)

Resolução de Frequências Próximas

• Distância mínima que pode existir em duas componentes harmônicas


em um sinal e que podem ser discriminadas.

• Suponhamos que estas harmônicas possuem a frequência f1 e f2:

• Se  f  f1  f 2 segundo RAYLEIGH

1
f  é a distância entre duas linhas espectrais.
NT
Transformada de Discreta de Fourier
Filtro Anti-Aliasing

Se T é o intervalo entre duas amostras


1 1
consecutivas de frequências máximas f o t ; fa  fd 
possíveis de detectar T 2T

Nota: Se os sinais possuem harmônicas com frequências maiores que fd 


estas se dobram ao redor de fd , contaminando o espectro.

Obs: Uma forma de


evitar este fenômeno é
filtrar o sinal através de
um filtro passa-baixo –
filtro anti-aliasing
Transformada de Discreta de Fourier
Filtro Anti-Aliasing
Na prática, se o sinal máximo que queremos que apareça no viso é fL:

• o filtro ideal : f L  fd  fc

• para filtro real, se adota: f d  1.28 f L


imperfeição do filtro

1
f a   2 f d  2  1.28 f L
T

f a  2,56 f L Na maioria dos dispositivos comerciais.


Transformada de Discreta de Fourier
Filtro Anti-Aliasing

Falta definir o número de amostras “N”. Sabendo que:

1
T  To  NT (tempo de medição)
2,56 f L

Por conveniência numérica (FFT) tomaremos com um inteiro:

m = 8, 9, 10, 11e 12
N = 256, 512, 1024, 2048 e 4026
Transformada de Discreta de Fourier

Outras relações:

f L  N L f L

f a  2 ,56 f L  2 ,56 N L f L  N f L

 N  2 ,56 N L

1 pontos no TEMPO
f a   N f L
T nº de linhas
1 1
f L  resolução  
NT To

Você também pode gostar