Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

Leitura: Gênesis 20-21

Temática: Deus instrui e concede graça de livramento através da arca. Deus envia os
animais, mas é responsabilidade. de Noé juntar o alimento.

Essa responsabilidade de Noé exige trabalho, cálculo e conhecimento: plantar, colher,


calcular quantidades, e conhecer o tipo de alimentação dos diversos animais.
Caso errasse na medida, podia faltar alimento e todos padeceriam e poderiam morrer de
fome, mesmo estando protegidos dentro da arca.
Essa ideia faz paralelo à nossa realidade: a arca é a graça de Deus. Podemos dizer que a
igreja de Cristo é a arca onde estamos protegidos e salvos da destruição de todas as
coisas.
Deus é o provedor das pessoas que entram na arca. É Ele quem chama, é Ele quem
resgata, é Ele quem salva, não é a igreja, da mesma forma que a arca não tinha poder de
salvar por si só, a igreja tbm não tem o poder de salvar. Não fomos chamados para
salvar as pessoas, mas para pregar o evangelho. Assim, é certo que quem salva é tão
somente Deus. Porém, é nossa responsabilidade cuidar das pessoas que Ele traz para
nosso convívio.
Do mesmo modo que Noé tinha que juntar alimento para subsistência dos integrantes da
arca, nós também somos responsáveis por cuidar dos nossos semelhantes, tendo em
vista que o alimento para a cultura hebraica tem caráter estreitamente ligado à
espiritualidade, capazes de nutrir não só o corpo, mas também a alma. São muitos os
textos que fazem essa relação. No livro de levítico, vemos inúmeras orientações divinas
sobre o preparo dos alimentos e regras que deveriam ser seguidas, com o intuito de
preservar a saúde física e espiritual do povo escolhido, do qual viria o Messias.
Nós ocidentais, não temos esta percepção dos alimentos, para nós a questão é
fragmentada: alimento para o corpo e alimento para a alma. O que nos prejudica muito,
pois somos corpo e alma. É sabido que alimentos nocivos, porém gostosos, tem o poder
de mexer com a nossa disposição mental e causar transtornos emocionais.
Dentro deste princípio, passo a refletir sobre que tipo de alimento estamos nos
proporcionando e oferecendo as pessoas que Deus trouxe pra perto de nós? Agora quero
trazer a reflexão, de acordo com alguns dos principais alimentos citados na bíblia, que
são diretamente relacionados à nutrição da alma:
O primeiro e principal deles é o PÃO. Alimento comum e mais acessível a todas as
camadas sociais. Não é a toa que é comparado a Cristo; pois ele é eficiente em nutrir,
sustentar e satisfazer, assim como só Jesus tem o poder de satisfazer nossas
necessidades mais profundas. O pão também é usado como meio de comunhão. Jesus
partiu o pão, antes da sua morte. Do mesmo modo nós devemos estar em comunhão
com o nosso próximo, com aqueles a quem Deus trouxe para perto de nós, sejam
familiares ou pessoas que frequentam os mesmos lugares que nós (trabalho, escola,
igreja).
Será que temos partilhado o pão com essas pessoas? Temos oferecido alimento capaz de
nutrir as necessidades delas? Não só físicas, mas emocionais? Ou temos permitido que
padeçam de fome: fome de uma palavra amiga, fome de um sorriso, fome de
proximidade? Será que nosso estoque desse alimento tem sido suficiente tanto pra nós,
que estamos na arca, quanto aos outros que estão conosco? Tenho me nutrido do pão da
vida? Aqui destacamos a importância da fé e confiança em Deus pra satisfazer nossas
necessidades diárias: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje...”

AZEITE:
Na cultura hebraica, o azeite tem funções diversas e significativas no cotidiano das
pessoas: era usado para iluminar, para curar, para consagrar pessoas ou objetos como
santos e dedicados a Deus. Está relacionado também a Pessoa do Espirito Santo.
Portanto sua importância é fundamental para o dia a dia. Nossa reflexão deve ser: será
que temos oferecido palavras que curam em vez de machucar? Será que temos
iluminado o caminho para as pessoas que nos estão próximas? Temos sido usada para
consagrar as pessoas e firmá-las na fé? Será que temos nos colocado a disposição de
Deus para que nos encha e nos faça transbordar?

PEIXE
Alimento comum para a comunidades próximas ao mar da Galileia, meio de
subsistência dos discípulos de Jesus. Além de ser alimento extremamente rico em valor
nutricional. Comumente está relacionado na Bíblia aos milagres e ensinamentos de
Jesus.
Na mensagem cristã tem especial importância de significado: os pescadores
transformaram-se em pescadores de homens, ilustrando assim, nossa missão de atrair
pessoas para Cristo.
A figura do peixe era também o símbolo secreto utilizado pelos primeiros cristãos para
se identificarem uns aos outros durante o período de perseguição.
Portanto, vale refletir: temos atraído pessoas para Jesus com nosso jeito de ser? Somos
reconhecidos como seguidores de Cristo pelos nossos semelhantes?

MEL
Alimento agradável ao paladar, por sua doçura e ainda possui propriedades terapêuticas.
Na bíblia, o mel está diretamente relacionado a benção, prosperidade e a sabedoria.
Quando prefigura a ‘terra que mana leite e mel”, significando a fertilidade e a
abundância da terra.
Em provérbios, o mel é utilizado como figura de linguagem para representar a sabedoria
e à Palavra de Deus. O seu sabor agradável é comparado à doçura e gratificação de
quem busca aplicar a sabedoria divina em suas vidas.
Deste modo, temos nos alimentado da Palavra de Deus o suficiente para alimentarmos
os outros com palavras de bençãos, temos nos agradado em conhecer mais sobre o Deus
que servimos? Temos buscado aplicar a sabedoria da Palavra de Deus em nossas
escolhas diárias?
CORDEIRO
Não é uma carne comum entre nós ocidentais, principalmente nas classes mais próximas
a média. Porém, na tradição judaica faz parte dos cerimoniais e nos rituais religiosos,
como a festa da Páscoa, prefigurando o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
O cordeiro era oferecido em favor do perdão dos pecados e servia de alimento aos
sacerdotes também.
A carne de cordeiro é uma das mais saudáveis e rica em nutrientes que existem.
Percebemos que todas as ordenanças de Deus têm como fundamento beneficiar o seu
povo. não são meras orientações de um deus mandão e autoritário, mas são
fundamentadas na Sua infinita sabedoria de Criador. Ele sabe como funcionamos e o
que necessitamos. Quando Ele ordena o uso do Cordeiro como sacrifício e como
alimento é baseada na grandeza dos seus conhecimentos.
Assim, Jesus é personificado no cordeiro, como providência divina para resolver nossa
natureza caída e também alimentar nossa alma, saciar nossa necessidade de perdão e nos
dar energia para atravessar os desertos da vida.
Temos nos alimentado do cordeiro de Deus? Temos nos nutrido dele para aguentarmos
passar pelo deserto da vida até chegar na Terra Prometida?

Enfim, quando temos fome de pão, sabemos exatamente como providenciá-lo em nossa
alimentação; porém, quanto ao pão do Céu, como fazer para nos nutrirmos dele? E
quanto ao mel da sabedoria e benção? Onde encontramos? E o azeite do Espírito, como
nos encher dele?
Esses alimentos só podem ser consumidos através da meditação na Palavra, na oração e
na comunhão com Deus. Não há outra maneira de nos alimentarmos deles. Há, ainda
que se levar em conta, a forma de consumi-los. Os hábitos modernos de alimentação
trazem uma facilidade que tem se tornado hábitos de consumo nada benéficos à nossa
saúde, como o consumo excessivo de industrializados e embutidos. E isso também se
reflete na nossa alimentação espiritual, à medida que buscamos consumir a Palavra pré
preparada, como nos alimentos industrializados. Fazemos isso através do consumo de
pregações de grandes pregadores, de estudiosos da bíblia, a quem damos mérito. Esse
fato não é ruim, ouvir bons sermões e estudos nos trazem benefícios; porém precisamos
cuidar para que não seja hábito alimentar-nos apenas da Palavra trazida pelo outro.
Lembremos que, os alimentos sofrem transformações conforme são preparados. Uma
cenoura in natura é capaz de trazer nutrientes e vitaminas que não são disponibilizados
na forma cozida, por exemplo. Sabemos que os alimentos in natura são indicados como
alimentação saudável, por levarem mais nutrientes ao organismo.
Da mesma forma, se só nos alimentamos de Palavra processada por um pregador,
deixaremos de receber nutrientes importantes para o nosso relacionamento saudável
com o próprio autor da Palavra, que é Deus.
Portanto, é importante consumirmos o alimento direto da fonte: separar tempo para
meditar na Palavra e ouvir o que Deus tem pra nos ensinar. Pedir a Ele que nos faça
saltar aos olhos o ensinamento, que fale ao nosso coração. E isso demanda tempo. E
muitas vezes deixamos de fazê-lo, por conta da má administração do nosso tempo, e
assim, deixamos de receber nutrientes importantes para nossa alma.
Por fim, isso se torna uma questão importante para lembrarmos em nossas orações.
Muitas vezes oramos pelos outros e deixamos de orar por nós e nossas verdadeiras
necessidades. Porque se estivermos alimentadas e nutridas, tanto física quanto
espiritualmente, as demais coisas serão só acréscimos.

Você também pode gostar