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CAPÍTULO 4

ANÁLISES DE FALTAS ASSIMÉTRICAS

A maioria das faltas que ocorrem nos sistemas elétricos são assimétricas. Essas faltas
podem ser do tipo série ou do tipo shunt. As faltas série são aquelas em que um ou dois
condutores, de um circuito trifásico, se abrem, desequilibrando o sistema. Assim, quando um
disjuntor ou uma chave não fecha uma ou duas das três fases, diz-se que ocorreu uma falta
série. Essas faltas causam dois tipos de problemas: as diferenças de potencial entre os dois
lados do condutor que se abriu e indesejável falta de fase na carga (que pode danificar cargas
trifásicas, como motores). Por outro lado, as faltas shunt podem ser caracterizadas pela queda
de um ou dois condutores ao solo ou mesmo pelo curto entre duas fases de um sistema
elétrico. Os problemas causados pelas faltas shunt são maiores do que aqueles oriundos das
faltas série pois, em decorrência dessas, altos valores de correntes podem surgir no sistema. O
presente capítulo trata, prioritariamente, das faltas shunt.

4.1 - Falta Fase-Terra


Esses tipo de falta acontece em cêrca de 70% dos casos de curto-circuito. A figura 4.1
ilustra o circuito equivalente de um sistema elétrico que está submetido a uma falta fase-terra,
através de uma impedância genérica Zf, onde Z0, Z1, Z2 são as impedâncias do sistema, visto a
partir do ponto de defeito e Ea, Eb, Ec são tensões equilibradas, geradas pelo gerador
equivalente (Obs.: apenas f.e.m. de sequência positiva é gerada pelos geradores normais).

a
Gerador Sistema b
~ Z o, Z 1, Z 2
c
R Z f ( impedância de falta p/ terra )

Figura 4.1 -

99
a) Condições de contôrno no ponto de falta:
Va = Zf, Ia;
Desprezando-se as correntes de carga: Ib = 0 e Ic = 0
b) Correntes:
[Ic] = [A-1] [Ip]:
Expandindo essa equação:

I 0  1 1 1  I a 
 I  = 1 / 31 a a 2  .  0  Logo: I0 = I1 = I2 = 1/3 Ia
 1    
I 2  1 a 2 a   0 

c) Tensões:
[Vc] = [Ec] - [Zc] [Ic]
Expandindo:

 V0   0   Z0 0 0 I a  Va 0 = − Z 0 . 1 / 3I a
 V  = E  −  0 
Z1 0  . 1 / 3 I a  ⇒ Va1 = E a − Z1 . 1 / 3I a
 1  a    
 V2   0   0 0 Z2  I a  Va 2 = − Z 2 . 1 / 3I a

Retomando Va = Zf . Ia:e explicitando a corrente Ia que é a corrente de falta


procurada:
− Z o .I a Z .I − Z 2 .I a
+ Ea − 1 a +
V 3 3 3
Ia = a = =
Zf Zf

−I a Z 0 + 3E a − I a Z1 − I a Z 2
= . Tirando “Ia”:
3Z f
3E a
Ia = ⇒ corrente na fase “A”
Z 0 + Z1 + Z 2 + 3Z f

As correntes de componentes serão:


Ea
Ia/3 = Io = I1 = I2 =
Z1 + Z 2 + 3Z f + Z 0

Esta equação representa o seguinte diagrama de sequências:

100
Seq. ( + ) Seq. ( - ) Seq. ( 0 )
I a1 I a2
V a1 V a2 I ao I bo I co
V ao
Z1 L I a1 Zo
L
Z2 L I a2 I ao
3Zn L
E1 ~
N2 I c1 I b1 I b2 I c2
N1

Figura 4.2 -

4.1.1) Exemplo numérico:


1) Determine a corrente subtransitória no gerador e as tensões entre as linhas para
condições subtransitórias, no momento emque ocorre uma falta entre uma linha e terra,
nos terminais do gerador, quando ele estiver funcionando em vazio, com a tensão nominal.
São dados:
Pot. do gerador: 20 MVA; tensão: 13,8 KV
X”d = 0,25 pu, X2 = 0,35 pu; X0 = 0,10 pu
Neutro do gerador: solidamente aterrado.

Solução

Ea = 13,8 KV/ 3 = 1,0 pu; X1 = X”d = 0,25 pu.


OBS.: Como se sabe, a reatância de seq. (+) pode ser a reatância subtransitória, transitória ou síncrona,
dependendo das condições a serem estudadas.

Ea 1,0
Ia1 = = = − j1,43pu
Z1 + Z2 + Z 0 j0,25 + j0,35 + j0,10
I a = 3I a1 = − j1,43pu x 3 = 4,29 pu

 I = -j3,585 A
= 836A 
20MVA a
Corrente base =
3. 13,8KV 

Componentes simétricos da tensão:


1. Fase “A” (onde ocorreu o curto):
Va1 = Ea - Ia1Z1 = 1,0 - (-j1,430 (j0,25) = 0,643
Va2 = -Ia2 . Z2 = -(-j1,430 (j0,35) = -0,50
Va0 = -Ia0 . Z0 = -(-j1,43) (j0,10) = -0,143

101
Tensões de fase:
Para a fase “A”: Va(Van) = VA1 + Va2 + Va0 = 0,643 - 0,50 - 0,143 = zero
Para as fases “B” e “C”:
Vb = a2Va1 + aVa2 + Va0 = 1/240o . 0,643 + 1/120o (0,5) +
+ (-0,143) = 1,012/-102,12o
Vc = aVa1 + a2Va2 + Va0 = 1/120o x 0,643 + 1/240o) - 0,50) +
+ (-0,143) = 1,012/102,27o
O esquema a seguir mostra o significado dessas tensões:

Figura 4.3 -
Tensões entre linhas:
Vab = Va - Vb = 0 - 1,012/-102,27 = 1,012/77,73o
Vbc = Vb - Vc = 1,012/-102,27o - 1,012/102,27 = 1,978/-90o
Vca = Vc - Va = 1,012/102,27o
13,8
A tensão Ea = 1,0 pu corresponde a Ea = = 7,97 KV .
3
Vab = 8,05/77,7o KV; Vbc = 15,73/-90o; Vca = 8,05/102,3o

b
V ab
V ab

a V an n=a
V bc V bc

V ca
V ca
c

( a) antesdafalta ( b ) depois da falta

Figura 4.4 -

102
4.2 - Falta entre duas linhas:
A figura 4.5 ilustra esse tipo de falta, que ocorre em cerca de 15% dos casos de curtos.
a
b
~ Z o, Z 1, Z2
R Z f

Figura 4.5 -

a) Condições de contorno no ponto de falta:


Ia = 0; Ib = -Ic; Vb - Vc = Ib.Zf

b) Componentes simétricos da corrente:

I a 0  1 1 1  0 
 I  = 1 / 3 1 a I a 0 = 0(∴ I b 0 = I c0 = 0)
a 2  .  −I c  ⇒ 
 a1      I a 2 = − I a1
I a 2  1 a 2 a   I c 
OBS: Por se tratar de um circuito que não tem retôrno pelo solo, já se previa que não haveria
corrente de sequência zero.

c) Componentes simétricos das tensões:


[Vc] = [Ec] - [Zc] [Ic], ou seja:

 Va 0   0  Z 0 0 0 I a 0 
 V  = E  −  0 Z1 0 I 
 a1   a1     a1 
 Va 2   0   0 0 Z 2  I a 2 
Sendo Ia 1 = -Ia 2 e Iao = 0, tem-se, para a fase “A“:

Va 0 = − Z0 I a 0 = − Z 0 .0 = 0

Va1 = E a1 − Z1 . I a1
V = + Z I
 a2 2 a1

Analogamente, para as fases “B”e “C”:

103
V b0 = − Z 0 I b 0 = 0 Vc 0 = − Z 0 I c0 = 0
 
V b1 = E b1 − Z1 Ib1 : Vc1 = E c1 − Z1I c1
V = − Z I V = − Z . I
 b2 2 b2
 c2 2 c2

Vb = Vb 0 + Vb1 + Vb 2
Sabendo-se que: 
Vc = Vc0 + Vc1 + Vc2

Vb = 0 + ( E b1 − Z1I b1 ) − ( Z 2 I b 2 )
Então: 
Vc = 0 + ( E c1 − Z1I c1 ) − ( Z2 I c 2 )

Desenvolvendo-se a expressão Vb - Vc :
Vb - Vc = Eb1 - Ec1 - Z1Ib1 - Z2Ib2 + Z1Ic1 + Z2Ic2
= Eb1 - Ec1 + Z1(Ic1 - Ib1) + Z2(Ic2 - Ib2)
Vb - Vc = Eb1 - Ec1 + Z1(Ic1 - Ib1) + Z2(Ic2 - Ib2) = Ib . Zf

Explicitando-se Eb1 - Ec1 na equação acima:


Eb1 - Ec1 = Zf(Ib1 +I b2) + Z1(Ib1 -Ic1) + Z2(Ib2 - Ic2)

I b 2 = aI a 2
Substituindo-se:  :
I c2 = a I a 2
2

Eb1 - Ec1 = Zf(a2Ia1 + aIa2) + Z1(a2Ia1 - aIa1) + Z2(aIa2 - a2Ia2)

Sendo Ia2 = -Ia1:


Eb1 - Ec1 = Zf(a2 - a)Ia1 + Z1(a2 - a) Ia1 + Z2(a2 - a)Ia1

E b1 = a 2 . E a1

Por outro lado: E c1 = a. E a1

Com essas substituições:


Ea1(a2 - a) = Zf(a2 - a)Ia1 + Z1(a2 - a)Ia1 + Z2(a2 - a)Ia1

Explicitando-se “Ia1”:

104
E a1
Ia1 = ; Ia2 = -Ia1 ; Ia0 = 0
Z f + Z1 + Z2

Finalmente, a corrente de falta será:


If = Ib = Ib1 + Ib2 + Ib0 = a2 . Ia1 + aIa2 = a2Ia1 . -aIa1 =(a2 - a)Ia1

Substituindo se (a2 - a) = 1/240o - 1/120o = 3 / − 90o = − j 3 , a corrente de falta será:

− j 3 E a1
If = -j 3 I a1 =
Z + Z2 + Z f

Para Zf = 0:

− j 3 E a1
If =
Z1 + Z 2

NOTAS:
1) Nas equações de “If” nota-se a ausência de “Zo” → O circuito de sequência zero não é
utilizado nas faltas FASE-FASE.
2) Os circuitos de sequência (+) e (-) devem estar em paralelo, pois Va1 = Va2;

I a1 I a2

V a1
L Z1 Z2 L V a2

~ Ea

Figura 4.6 -
3) Não havendo ligação à terra na falta, não haverá circulação de corrente no neutro do
gerador, por ocasião deste tipo de curto, mesmo estando esse neutro aterrado.

4) Diagrama vetorial das correntes:

105
I b1 I c1 I a2

I ao = I bo = I co

I a1 I b2 I c2
(o)
( ) (-)

Figura 4.7 –

4.2.1) Exemplo numérico:


Determine as correntes subtransitórias, quando ocorre uma falta fase-fase nos terminais do
gerador do Exemplo numérico da falta fase-terra. Considerar o gerador em vazio e
funcionando com a tensão nominal nos seus terminais, quando da ocorrência das faltas.
Despreze a resistência.
Dados (do exercício anterior):
Xd = 0,25 pu; Z2 = 0,35 pu; Z0 = 0,10 pu
Ea = 1,0 pu; Mb = 20 MVA; Ub = 13,8 KV
Ibase = 836 A

Solução:
Cálculo das Correntes:

− j 3 Ea
If =
Z1 + Z 2

− j 3 . 1,0/0 o
If = = -2,887 pu
j0,25 + j0,35

 I b = − I c = +2.887 + j 0 pu
Assim: 
 I a = 0 ( desprezando a corrente de c arg a )

 I b = − I c = 2.413,53 A
em Ampéres: 
Ia = 0

106
Tensões:
- de componentes:

E a1 1/0o
Sendo Ia1 = = = − j1,667 pu
Z1 + Z2 j0,25 + j0,35
Tem-se que:
Va1 = Ea1 - Z1Ia1 = 1,0 - j0,25 . (j1,667) = 0,584 pu
Va2 = -Z2ia2 = Z2 . Ia1 = j0,35(-j1,667) = 0,584 pu
Va0 = -Z0.I0 = -Z0 . 0 = 0

Tensões de fase:
Va = Va1 + Va2 + Va0 = 0,584 + 0,584 + 0 = 1,168/0o
Vb = a2Va1 + aVa2 + Va0 = 1/240o . 0,584 + 1/120o . 0,584 = -0,584 pu
Vc = aVa1 + aVa2 + Va0 = Vb = -0,584 pu

Tensões de linhas:
Vab = Va - Vb = 1,168 - (-0,584) = 1,752/0o
Vbc = Vb - Vc = -0,584 - (-0,584) = 0 (fases em curto)
Vca = Vc - Va = -0,584 - 1,168 = 1,752/180o
- em Kvolts:
Vab = 13,95/0o ; Vbc = 0; Vca = 13,95/180o

b
V ab
13,8 13,95 13,95
V bc
a 13,8
V ca V ab
13,8 V bc = 0
V ca
c

Figura 4.8 -

107
4.3 - Falta entre duas linhas e a terra - incidência: 10%

Z o, Z 1, Z2 b
~
c

R Z f

Figura 4.9 -
a) Condições no ponto da falta:

I a = 0; Vb = Vc = If . Zf
(I) 
Ib + Ic = If

b) Componentes simétricos da tensão:


Vb - Vc = (Vb1 + Vb2 + Vb0) - (Vc1 + Vc2 + Vc0) =
= (Vb1 - Vc1) + (Vb2 - Vc2) + (Vb0 - Vc0)
a2Va1 aVa1 aVa2 a2Va2 = 0(Vb0 = Vc0)
(II) Vb - Vc = va1(a2 - a) + Va2(a - a2)

sendo Vb = Vc → Vb - Vc = 0
∴ 0 = Va1(a2 - a) - Va2(a2 - a) → Va1 = Va2 (III)

Das equações gerais de componentes simétricos:

Va 1 = Ea 1 − Ia 1 . Z1 (IV. a )

Va 2 = 0 − Ia 2 . Z 2 (IV. b)
Va = 0 − Ia . Z
 0 0 0 (IV.c)

c) Componentes Simétricos das Correntes


Vb = Vb1 + Vb2 + Vb0 = a2Va1 + aVa2 + Va0 = Va1(a2 + a) + Va0 (V)

das eqs. (I): Vb = If . Zf = (Ib + Ic) Zf

(Ib + Ic) é a corrente total para terra. Sabe-se, por outro lado, que In = 31ao também o é.

108
Igualando-os: Ib + Ic = 31a0

Assim: Vb = 3Iao . Zf (VI)

Igualando (V) com (VI): 3Ia0 . Zf = Va1(a2 + a) + Va0

Introduzindo (IV.c) na última expressão:

3Ia0 . Zf = Va1. ( a 2 + a ) − Ia 0 . Z 0 = −Va1 − Ia 0 Z 0

3Ia0Zf + Ia0Z0 = -Va1; Explicitando-se Ia0:

− Va 1
Iao = ( VII)
Z 0 + 3Zf

tomando-se (III) e nela substituindo-se (IV.a) e (IV.b): Ea − Ia1Z1 = − Ia 2 Z 2

− E a + I a 1 Z1
Explicitando-se Ia2 : Ia2 = ( VIII )
Z2

Levando as equações (VII) e (VIII):em:

− Va 1 − E a + I a 1 Z1
“Ia = Ia0 + Ia1 + Ia2 = 0”: + I a1 + =0
Z 0 + 3Z f Z2

I a1 Z1 − E a − E a + I a1 Z1
Introduzindo-se esta expressão em (IV.a): + + I a1 = 0
Z 0 + 3Z f Z2

( Z 0 + Z 2 + 3Z f )
Tirando “Ia1”: Ia1 = E a1 (IX)
Z1 Z 2 + ( Z 0 + 3Z f )( Z1 + Z 2 )

− ( Z 0 + 3Z f ) . E a 1 )
Levando (IX) em (VIII): Ia2 =
Z1 Z 2 + ( Z 0 + 3Z f ) ( Z1 + Z 2 )

− E a . Z2
(IX) em (VII) Ia0 =
Z1 Z 2 + ( Z1 + Z 2 ) ( Z 0 + 3Z f )

109
A corrente de falta será: 3Ia0 = In = Ib + Ic:

Logo, In = 3Ia0

Interligação dos circuitos de sequência:

Z1 I a1 I ao Zo
Z2
I a2
3Zf
Ea ~

Figura 4.10

4.3.1) Exemplo numérico:

Determine as correntes subtransitórias e as tensões de linha na falta, quando ocorre uma


falta entre duas linhas a terra nos terminais do gerador do ex. 4.1.

Dados: idênticos aos dos dois últimos exemplos.

Solução: para Zf = 0.

( Z0 + Z2 ) . E a ( j0,10 + j0,35)1,0
Ia1 = = =
Z1 Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 ) j0,25( j0,35) + j0,10( j0,25 + j0,35)

j0,45
= = − j3,05 pu
−0,148

− Z0 . E a − j0,10 . 1,0
Ia2 = = = j0,68
Z1 Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 ) j0,25. j0,35 + j0,10( j0,60)

− E a . Z2 − j0,35
Ia0 = = = j2,37 pu
Z1 Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 ) −0,148

110
I - Corrente de linha

Ia = Ia1 + Ia2 + Ia0 = -j3,05 + j0,68 + j2,37 = zero

Ib = a2Ia1 + aIa2 + Ia0 = 4,81 /132,5° pu

Ic = aIa1 + a2Ia2 + Iac = 4,81 /47,5° pu

I a = 0

em ampéres (correntes) I b = 4,025/132,5 A
o


I c = 4 ,025/47,5o A

II -Corrente de curto

In = 3Iao = 3 . j2,37 = j7,11 pu ou:

= Ib + Ic = 4,81 /132,5o + 4,81/47,5o = j7,11 pu

III - Tensões

- Tensões de componentes

Va1 = Ea - Ia1Z1 = 1,0 - (-j3,05 . j0,25) = 0,237 pu

Va2 = -Ia2Z2 = -j0,68 . j0,35 = 0,237 pu

Va0 = -Ia0Z0 = -j2,37 . j0,10 = 0,237 pu

-Tensões de fase

Va = Va1 + Va2 + Va0 = 0,237 . 3 = 0,711 pu

Vb = Vc = If . Zf = 0,0

111
-Tensões de linhas

Vab = Va - Vb = 0,711 - 0 = 0,711 pu

Vbc = 0

Vca = Vc - Va = 0 - 0,711 = -0,711 pu

Vab = 0,711 . 13,8 / 3 = 5,66/0 o KV


em KV: 
Vca = 5,66/180o KV; Vbc = 0

Diagramas fasoriais:

b
V ab b V ab
V bc
a c V ca a
V ca
c
antes depois

Figura 4.11 -

4.4 - Exercícios (primeira parte)

1. Uma máquina síncrona “A” com tensão de 1 pu, está interligada a outra “B”, com a
mesma tensão, conforme a figura. Pede-se a corrente de curto, para um defeito fase-fase-
terra, no ponto “P”.

LT1
A T1 T2 B
P
~ ~
LT2

FALTA

Figura 4.12-
112
São dados:

- Reatâncias (pu):

Máquina “A”: X1 = 0,3; X2 = 0,2; X0 = 0,05; Máquina “B”: X1 = 0,25; X2 = 0,15; X0 =


0,03

LT1 e LT2: X1 = X2 = 0,3; X0 = 0,7

T1: X1 = X2 = X0 = 0,12; T2: X1 = X2 = X0 = 0,1

N1
A B seq. ( + )
N1 N1
~ ~
j 0,50
L j 0,3 j 0,3 L L L L j 0,25 = Z 1
L j 0,25 j 0,42
L L
P1
j 0,12 P1 L j 0,1 P1
j 0,3

Figura 4.14 -Diagrama de seq. (+)

N2 N2 seq. ( - )

L 0,2 0,3 L L j 0,18


L 0,15
L L
0,12 P L 0,1 P2
2
0,3

Figura 4.15 -Diagrama de seq. (-)

N0
N0 N0 seq. ( 0 )

L 0,05
L 0,05 0,7 L L j 0,17
L 0,03
L L L 0,12
0,12 P L 0,1 P0
0
0,7
P0

Figura 4.16 - Diagrama de seq. (0)

Correntes de componentes, para Zf = 0:

113
( Z 0 + Z2 ) E a j0,17 + j0,18
Ia1 = = = − j3,18
Z1Z2 + ( Z1 + Z 2 ) Z 0 j0,23 . j0,18 + ( j0,23 + j0,18) j0,17

− Z0 . E a j0,17
Ia2 = = = + j1,55
Z1Z2 + ( Z1 + Z 2 ) Z 0 j0,23 . j0,18( j0,23 + j0,18) j0,17

− E a Z2 −( j0,18)
Ia0 = = = + j1,63
Z1Z2 + ( Z1 + Z 2 ) Z 0 − 0,11

Ia = Ia1 + Ia2 + Ia0 = zero

Ib = a2Ia1 + aIa2 + Ia = 4,77/140

Ic = aIa1 + a2Ia2 + Ia0 = 4,77/30,9o

Ifalta = Ib + Ic = 4,91/89,95o

2. Uma dupla falta à terra ocorre no ponto “B” do sistema:

X = 12 ( p.u. ) X = 10 ( p.u. )
X 1 = 0,20 X 1 = 0,30
G N
X 2 = 0,20 A l B C D X 2 = 0,40
X 0 = 0,08 X 0 = 0,10
X n = 0,30
X 1 = X 2 = 0,30
M X 0 = 1,40

Figura 4.17 -

Determinar:

1. o valor da corrente inicial simétrica de falta;

2. as tensões no ponto de falta;

3. e as correntes de falta resultantes em todas as fases do sistema.

114
Considerar a contribuição dos motores “M” e “N”.

Solução:
O exercício será apenas encaminhado, para que o aluno termine sozinho, como exercício..
1. Diagrama de sequência positiva:

N
EG EM EN
j 0,55
j 0,2 L L j 1,0 j 0,3 L j 0,3 L L L j 0,18845
L j 0,2867
L L
A B C j 0,1 D B
j 0,12 L B
j 0,3

Figura 4.17 -
2. Diagrama de sequência negativa:
N

j 0,65
j 0,2 L L j 1,0 j 0,3 L j 0,4 L L L j 0,19894
L j 0,2867
L L
A B C j 0,1 D B2
j 0,12 L B2
j 0,3

Figura 4.18 -
3. Diagrama de sequência nula:
N

j 0,80
j 0,9 L L j 0,10 L L L j 0,104
j 0,12
B C
L L L L B
j 0,08 A j 0,12 j 0,7 j 0,1 D B

Figura 4.19 -
4. Cálculo das correntes de sequência:
Ea ( j0,104 + j0,19894).1
Ia1 = = =
Z1. Z 2 + Z0 ( Z1 + Z2 ) j0,1885 − j0,1989 + j0,104( j0,1885 + j0,1989)

 j0,3029 
= -j3,895 pu  
 − 0,0777 

− Z0 . E a j0,104 − Z0 . E a
Ia2 = = = j1,344 ; Ia0 = = j2,56
− 0,077 0,0777 0,0777
115
5. Correntes de fase:

Ia = Ia1 + Ia2 + Ia0 = zero

Ib = α2Ia1 + αIa2 + Ia0 = 1/240o . 3,095/-90o + 1/120o x x 1,344/90o + 2,56/90o =


5,94/139,79o

Ic = αIa1 + α2Ia2 + Iao = 3,895/30o + 1,344/330o + 2,56/90o = 5,94/40,21o

6. Corrente de falta:
If = 3Ia0 = 3 x j2,56 = 7,68/90o

7. Tensões no ponto da falta:

Va1 = Ea - Ia1Z1 = 1,0(-j3,895 x j0,1885) = 1 - 0,734 = 0,266 pu

Va2 = -Ia2Z2 = -j1,344 . j0,1989 = 0,266 pu

Va0 = -Ia0Z0 = -j2,56 . j0,104 = 0,266 pu

Como se vê, Va1 = Va2 = Va0. Isto já era esperado, conforme a figura da “interligação
dos circuitos da sequência, para faltas fase-fase-terra.”

8. Cálculo das tensões fase-terra, na falta:


Va = Va1 + Va2 + Va0 = 0,798 pu
Vb = 0,266/240o + 0,266/120o + 0,266 = zero
Vc = 0,266/120o + 0,266/240o + 0,266 = zero

9. Cálculo das correntes de falta:


9.1 - Correntes de sequência positiva

116
E G E M E N
V a1

j 0,2 L L j 1,0 j 0,3 L j 0,3


L I a1 "
I a1G I a1M j 0,12
B
L L
A C j 0,1 D
I a1 ' L
F j 0,3

Figura 4.20 -

Tirando-se Ia1’ em: Va1 = Ea - Ia1’.Z’1:


E a − Va1 1 − 0,266 0,734
I’a1 = = = = j2,56
Z1,  j1 − j0,2  j0,287
j0,12 +  
 j1,2 

Montando o sistema de equações abaixo:

I a1g + I a1M = − j2,56



 j1,0 I a1M = j0,2. I a1g

Tira-se, assim, Ia1g e Ia1M


− j2,56
Ia1g = -j2,56 - (0,2Ia1g) → Ia1g = = − j2,13 pu
1,2
Ia1M = 0,2(-j2,13) = j0,426 pu

Da mesma forma, tirando-se Ia1’’ em: Va1 = Ea - Ia1’’.Z’1:


E a − Va1 1 − 0,266
I”a1 = = = − j1,335 pu
Z1,, j0,55

9.2 - Correntes de sequência negativa: prossiga o exercício daqui em diante.

117
4.5 - Defasamento angular em transformadores Y/DELTA:

Sob condições balanceadas, as tensões de LINHA e de FASE no primário de um


transformador Y-∆ (figura 4.21) estão defasadas de 30 gráus. Isso também ocorre com as
correntes de LINHA nos dois lados. Êsses defasamentos, no entanto, nos estudos de fluxo de
carga e de faltas simétricas, não precisam ser considerados nos cálculos. Isso ocorre porque,
os diagramas fasoriais das tensões e correntes obtidos não considerando o defasamento
angular, serão iguais àqueles calculados quando se considera o defasamento angular.
Por outro lado, quando se estiver trabalhando em condições desbalanceadas de
operação (como quando se necessita do uso das componentes simétricas), estas defasagens
deverão ser consideradas. Se isso não fôr feito, como no exercício anterior, os resultados
obtidos estarão incorretos. Isso mesmo: a resolução do exercício anterior, que NÃO incluiu o
defasamento angular de 30 gráus, está incorreta!
Como se viu no último exercício, os circuitos equivalentes monofásicos dos
transformadores, por sí só, não levam em conta essas defasagens. Logo, em condições
desbalanceadas, os circuitos equivalentes monofásicos precisarão ser cuidadosamente
manejados, para que o efeito do defasamento angular seja incluído.
Ia
a
H1 B
L I BC I AB X1
Ib L
b L
L n
H2
L L A
X3
Ic I CA
c C
H3 X2

Figura 4.21 -

118
4.5.1) Métodos normalizados de designação de terminais

F P F S
H1 X1
H1 X1

I p I s Ip Is
L L R

H2 X2
H2 X2

Figura 4.22 -
Terminal onde a corrente entra, na ALTA TENSÃO: H1
Terminal onde a corrente sai, na BAIXA TENSÃO: X1
Desta forma, “Ip” e “Is”estão em fase (os terminais H1 e X1 são, ao mesmo tempo,
positivos, com relação a H2 e X2. A isso denomina-se polaridade SUBTRATIVA.
Por outro lado, se o sentido de flecha referente a “Is” fosse oposto; “Ip” e “Is” estariam
defasadas de 180o (polaridade ADITIVA).

4.5.2) Construção do diagrama de tensões, para transformadores trifásicos:


Na figura 4.21, as bobinas dispostas paralelamente são acopladas magneticamente por
estarem enroladas sobre o mesmo núcleo:
Y ∆
an BC(CB)
bn CA(AC)
cn AB(BA)
a (H 1)

n
a (H 1 )
b (H 2)
c (H 3) 30 o B (X 1 )

B (X 1 )
V AB

V BC
A (X 3 )
V AC
C (X 2 )

Figura 4.23 -

119
Observa-se a seguir que as bobinas a-n e B-C estão acopladas magneticamente
(enroladas no mesmo NÚCLEO). Suas tensões induzidas, assim, estarão em fase, isto é: Van
em fase com VBC. Em vista disso, a queda de tensão de H1 para o neutro estará adiantada de
30o em relação à queda de X1 para o neutro (independentemente da alta ou baixa tensão ser Y
ou ∆). Analogamente, H2-N e H3-N estarão adiantados de 30o de X2 e X3, respectivamente. A
conclusão anterior também vale para as tensões de componentes simétricas de sequência
(+), onforme a figura seguinte mostra:

B 1 (X 1)
a1 ( H 1)
V AB1

V a1 V ab1 V A1 V B1
V ca1 V BC1
A 1 (X 3)
V b1 V C1
V c1 V CA1
c1 ( H 2) V bc1 b1 ( H 3)
C 1 (X 2)

( ) ( )
Figura 4.24 -
Nesta figura, Va1 está adiantada de 30o de VB1. Em decorrência, VA1 está adiantada de
90o de Va1 → VA1 ⇔ jVa1. As mesmas defasagens ocorrem para as fases “B” e “C” e
também para as correntes:
VA1 = jVa1; VB1 = jVb1; VC1 = jVc1; IA1 = jIa1;

O diagrama de sequência (-) mostra, por outro lado que VA2 está atrasada 90o de
Va2:

B2
a2

V AB 2
VB2
V ab 2 Va2 V ca 2 VA 2
V BC 2 A2
Vc2 VC2
Vb2
V CA 2
b2 c2
V bc2
C2
( ) ( )
Figura 4.25 -

120
VA2 = -jVa2; VB2 = -jVb2; VC2 = -jVc2; IA2 = -jIa2;
Por outro lado, trocando-se as fases a e c (no Y), teremos Va1 e VBC1 defasados de
180o. Isso denota um transformador de polaridade aditiva. Em decorrência, os diagramas
vetorias ficarão alterados, coms os defasamentos ficando agora:
VA1 = -jVa1; IA1 = -jIa1
VA2 = +jVa2; IA2 = +jIa2
As demais fases também sofreram modificações idênticas.
Os trafos YY e ∆∆ são ligados de maneira que a defasagem entre as tensões e correntes
seja de 0o ou 180o (juntamente com as defasagens entre H1 e o neutro com relação a X1 e o
neutro

4.5 - Exercícios (segunda parte)


3) Dado o sistema abaixo:

T
FALTA L

G
L

Figura 4.26 -
Onde:
Gerador G: 7500 KVA; 4,16 KV; X” = 10%, X2 = 10%; X0 = 5%
Transformador T: 3 trafos monofásicos de 2500 KVA, Polaridade subrtrativa;
2400/600 V - Xdisp = 10%
Motores: tensão nominal de 600 V - η = 89,5% (a plena carga, com Unom e fp = 1,0).
Potência total de saída dos motores: 6000 HP . X”= 20% - X2 = 20% - X0 = 4% .
Carga alimentada no momento de um curto fase-terra na baixa tensão do trafo: cada um
alimenta uma parte igual de uma carga total de 5000 HP, pf = 85% em atraso e η = 88%.
Considerar os motores como sendo um único.

121
Pede-se: Os circuitos de sequência, as correntes entre:
- trafo e a falta
- trafo e o gerador
- motor e a falta
OBS: Reatâncias dos reatores de aterramento dos motores = 2%

Solução:
Adotando UB = 4,16 KV e MB = 7500 KVA (gerador)
- os valores nominais trifásicos do transformador são:

UB = 3 x 2400 = 4,16 KV
MB = 3 x 2500 = 7500 KVA
- Motores:
UB = 600V; Mb = 7500 KVA
Potência nominal de entrada do motor equivalente:
600HP x 0,746KW
= 5000 KVA
0,895
7500 7500
X” = 0,2 . = 0,3pu; X 2 = 0,2 = 0,3pu
5000 5000
7500
X0 = 0,04 = 0,06pu
5000
Ligação dos circuitos de sequência:

E G
E M
L j 0,09
V a1 Va2
j 0,10 L j 0,10 L j 0,30 L j 0,05 V a0
L L j 0,3
I a1G L j 0,06
j 0,10 P2 j 0,10 P0
L I a1M L L
P1 I a2M I a0G = 0
j 0,10 I a2G I a0M
I a1
I a0

Figura 4.27 -
7500000
Ibase = = 7220 A
3 600
746W x 5000HP
Corrente no motor equivalente: = 4810 A
0,88. 3.600x0,85
em pu: 4810/7220 = 0,667/31,8o (pu)

122
Da figura 4.27:
( j0,1 + j0,1)( j0,3) ( j0,1 + j0,1)( j0,3)
Z1 = = j0,12 ; Z2 = = j0,12
j(0,1 + 0,1 + 0,3) j(0,1 + 0,1 + 0,3)
Z0 = j0,09 + j0,06 = j0,15

Correntes:
a) - Simétricas:
Ea 1
Ia1 = = I a 2 = I a0 = =-j2,56 = Ia2 = Ia0
Z1 + Z2 + Z 0 j(0,24 + 0,15)

b) - Corrente de falta:
b.1 - If = 3Ia0 = 3Ia1 = -j7,68 (corrente total)

b.2 - Correntes no motor, gerador e transformador:


Componente de Ia1 que vai do transformador (e gerador) ao ponto P: Ia1g
Ídem, ídem, do motor até P: Ia1M

No circuito de sequência positiva, essas duas correntes, somadas, serão a corrente de


curto total Ia1: Ia1M + Ia1g = Ia1
Por outro lado, de Va1 = Ea - Ia1Z1 otém-se:→ Va1 = 1 - (-j2,56 x j0,12) = 1 - 0,307
Levando o valor de Va1 acima calculado na expressão “Ia1M + Ia1g = Ia1 “, obter-se-á Ia1g:
E g − Va1 1 − (1 − 0,307)
Ia1g = = = − j1,536
Z1g j0,2
Logo, Ia1M = 1a1 - Ia1g = -j2,56 - (-j1,536) = -j1,024

Para facilitar os cálculos, excepcionalmente neste exercício, todas as reatâncias do diagrama de


seq.(+) foram consideradas iguais às suas correspondentes do diagrama de seq.(-). Nessas
condições, tem-se :
Ia2g = Ia1g = -j1,536 e
Ia2M = Ia1M = -j1,024

Por outro lado, conforme o diagrama de sequência zero indica, Ia0g = 0;

123
Assim, a corrente de sequência zero total é a mesma que passa pelo motor:
Ia0M = Ia0 = Ia1 = -j2,56

Agora já se pode obter as correntes nas linhas:


[IF] = [A] [Ic]:
a) Correntes que vêm do trafo para “P”:

 I ag  1 1 1  0  − j3,072 
  
I bg  = 1 a
2
a − j1,536 =  j1,536 
    
 I cg  1 a a 2  − j1,536  j1,536 
 

b) Correntes que vêm dos motores para “P”.

 I aM  1 1 1  − j2,56  − j4,608
I  = 1 a 2 a − j1,024  =  − j1,536 
 bM       
 I cM  1 a a 2  − j1,024   − j1,536 

Conforme mostrado anteriormente, os componentes de sequência (+) e (-) das


correntes de linha de um lado do transformador Y/∆ estão defasados de +90o (ou de 30o), em
relação ao outro lado. Assim, para calcular as correntes que vêm desde o gerador até a entrada
do primário do transformador, esses defasamentos deverão ser considerados, conforme a
seguir mostrado:
Fase A:

I a1G I A1G
P1
L
Gerador
TRAFO
I a2G I A2G
L P2
TRAFO

Figura 4.28 -
Ia1g = -jIA1g = -1,536 pu
Ia2g = +jIa2g = +1,536 pu
Ia0g = IA0g = zero ∴ Iag = Ia1g + Ia2g + Ia0g = zero

124
Fase B:
Ib1g = α2 . Ia1g = +0,768 + j1,33
Ib2g = α . ia2g = -0,768 + j1,33
Ib0g = Ia0g = 0
IbG = Ib1g + Ib2g + Ib0g = 0 + j2,660 pu

Fase C:
Ic1g = αIa1g = +0,768 - j1,33
Ic2g = α2 . Ia2g = -0,768 - j1,33
Ic0g = Ia0g = 0
IcG = 0 - j2,66 pu

4 - Para o sistema dado,


GA GB
X 1 = j 0,15 ~ X 1 = j 0,15
X 2 = j 0,10
~ X 2 = j 0,08 60 MVA, 22 KV
X 0 = j 0,05 X 0= j 0,03
60 MVA, 22 KV
TA=T B TB 60 MVA
X 1= X =2 j 0,05
33 KV
B
Linha : Z 1= Z = 2j 2
Z 0= j 6
33 KV
60 MVA
TC
X 1 = X =2 j 0,07

11 KV

F
Falta

Figura 4.29
Determinar:
a - a corrente de curto, para uma falta FASE-FASE, em F.
b - Correntes no lado de 33 KV
c - Correntes na fase e a tensão terminal no gerador “A”.

Deslocamento angular para sequência positiva:

125
a (H 1)
B (X 1 )
a (H 1 )
30 o B (X1 )
n
A (X 3 )

c (H 3) b (H 2)
C (X 2 )

Figura 4.30
Solução:
1 - Impedâncias em pu, para mesmas bases:

MB = 100 MVA e


adotando 
UB = 22 / 33 / 11 KV

1.1 - Gerador A:
2
 KV1  MVANOVO
XNOVO(pu) = XANT(pu) .   .
 KV 2  MVA ANT
2
 22  100
X1 = j0,15   . = j0,25 pu
 22  60
2
 22  100
X2 = j0,10   . = j0,1666 pu
 22  60

1.2 - Gerador B:
1 100
X1 = j0,15 . . = j0,25
1 60
100
X2 = j0,08 . 1 . = j0,13333 pu
60

1.3 - Trafos. TA e TB:


100
X1 = X2 = j0,05 . 1 . = j0,0833 pu
60

1.4 - Linha de Transmissão:


Zbase = (33 . 103)2/100 . 106 = 10,89 Ω
Z1 = Z2 = j2/10,89 = j0,1836 pu

126
Z0 = j6/10,89 = j0,5510 pu
1.5 - Trafo TC:
100
X1 = X2 = j0,07 . 12 . = j0,1166 pu
60

2 - Diagramas de Impedâncias:

A1 A 2

1,0 V A1B1 V R1b ~ 1,0 V R 2a


~ L j 0,1666 L j 0,1333 V R 2b

V R1a L L j 0,0833
L j 0,0833 L j 0,0833

I R1' L L I R1"
B 2

B 2 j 0,1836
L
L j 0,1836 I K2
I K1 L j 0,1166
L j 0,1166

Figura 4.31

A1 A2 A1 A2

1,0 VA2B2 1,0


VA1B1
L j 0,3002
L j 0,16665
B
B1 j 0,46685 j 0,411623
I K1 I K2
I K1 L j 0,3002 I K2 L j 0,3002

F1 F2 F1 F2

Figura 4.32

3 - Corrente de falta:
E 1
Ir1 = -Ir2 = = = -j1,1324 pu
Z1 + Z 2 j0,46685 + j0,41623

de If = -j 3 . Ia1 IF = -j 3 . Ir1 = +1,96137 pu

 I r = I r1 + I r 2 + I r 0 = 0

Alternativamente, calcula-se:  I s = α 2 . I r 1 + α . I r 2 + I r 0
 I = α .. I + α 2 . I + I
 t r1 r2 r0

127
Posteriormente, obtém-se a corrente de falta: IF = IS = -IT ou I F = IT = - I S

Corrente, em Ampéres:
100000
IB = = 5.248,64 A
3 .11
Logo: If = 1,96137 x 5.248,64 = 10294, 25 A

3.1 - Correntes de curto, no lado de 33 KV:

I A1 = jI a1

I R1 = jI r1 → I R1 = + 1,1324 pu
IA2 = -jIa2 → IR2 = -jIr2 = 1,1324 pu

H1 X1 r
S

X2 t
T
H2
H3
R s
X3

Figura 4.33
100000
Ibase(linha) = = 1750 A
3 . 33
Assim:
 I R = I R1 + I R 2 = (2,2648) x 1750 A = 3863,40 A

 I S = α . I R1 + αI R 2 = ( −111324 ) I B = −1981
2
, . ,70 A

 I T = αI R1 + α . I R 2 = 11324 x I B = −1981,70 A
2
,

3.2 - Cálculo das tensões nos terminais dos geradores:


A 1 A 1

L j 0,25 L j 0,25
I R1 L j 0,1665 V A1B1 I R1' I R1" V A1B1
L L j 0,0833
j 0,0833

B 1 B 1

Figura 4.34
Da figura 4.34 tem-se que:

128
VA1B1 = j1 – IR1 . j0,16665 = j1 - 1,1324 x 0,16665/90° = j1 - 0,1887/90°

Para o ramo da corrente IR’ 1

1 − V A1 B1
IR 1, = = 0,5662 = I R1 ,,
j 0,3333

V A2 B 2 I R 2. j 0,11603
Analogamente: IR ,2 = − = −( − )=
j 0,2499 j 0,2499

A 2

L j 0,1666 L j 0,1333
I R2' V A2B2
I R2"
L j 0,0833 L j 0,0833

B 2

Figura 4.35 -
11324
, . j 0,11603
∴ I Rr , = −( − ) = 0,5258
2 0,2499
1,1324. j 0,11603)
IR’’ 2 = − ( − = 0,606613
j 0,2166

para o Gerador “A”:


VR1a = 1/90° - Z1 . I ,R 1 = 1/90° - j0,25 . 0,5662 = 1/90° - j0,1416 = 0,858/90°

VR2a = -Z2.I ,R 2 = -j0,1666 . 0,5258 = -j0,0876

VRa = 0,858/90° + 0,0876/-90 = 0,77/90°


VTa = α . VR1a + α2 . VR2a = 0,858/210 + 0,0876/150° = 0,905/-154,81°
VSa = α2 . VR1a + α . VR2a = 0,858/330° + 0,0876/30 = 0905/-25,191°

para Gerador “B”: procedimento análogo

129
5- Na figura 4.36 tem-se um barramento infinito, cuja tensão é 220 KV, que alimenta uma
rede constituída pelas linhas 1-2 e 2-3 e pelo trafo I

p / UB = 220 KV
São dadas  :
e MB = 100 MVA
Linha Seq(+) Seq(0)
1-2 j0,2 j0,5
2-3 j0,3 j0,8

Transformador: banco constituído por 3 trafos monofásicos de 127 KV/88 KV,


20 MVA, zt = j0,09

Carga na barra 4: ligada em ∆. Absorve j82,6 MVAr, p/80 KV.

G 2
4

Figura 4.36
Determinar:
a - Os diagramas de sequência.
b - A tensão em todas as barras do sistema.
c - O gerador equivalente de Thenevin, visto pela barra 3, para as 3 sequências.
d - Determine as tensões e correntes em toda a rede para:
d.1 - uma carga monofásica de j0,715 pu (em 220 KV e 100 MVA)
conectada entre a barra 3 e a terra.
d.2 - uma impedância de j0,715 pu (nas mesmas bases de d.1) conectada entre as
fases B e C, no barramento 3.

Solução:
Por não se tratar de um caso de curto-circuito, serão consideradas as correntes de carga
1 - Valores de base: {No barramento ∞: UB = 220 KV, MB = 100 MVA
O trafo possuirá:
130
No lado em Y: (1ªrio) 127 3 KV = 220 KV
No lado em ∆: (2ªrio) 88 KV
Potência total: 3 x 20 MVA = 60 MVA

Logo, os valores de base no barramento 4 serão:


220 → 88 KV = UB’
100 MVA → 100 MVA = MB’

2. Diagrama sequencias: (ítem A)


• Linhas já estão referidas às bases adotadas
2
 220  100
• Trafo: z’t = j0,09   . = j0,15 pu
 220  60
Carga:

L
80 KV
L L

Figura 4.37 -

U2 80 2
Z& = * = = 77,44/90o Ω
N 82,6/ − 90
( UB) 2 882
Zbase = = = 77 ,44 Ω
N base 100
∴ Z(pu) = j1,0 pu

- Barramento Infinito
Admitir-se-á o sistema como sendo infinito, em Y e aterrado diretamente:

U2 U2
Zbarr = = =0
N Lim N
N →∞

131
j 0,3
31
L
j 0,2
11
L 21
v 3( 1 )
41
L
e b = 1 pu j 0,15
v 4( 1 )
v 2( 1 ) j 1,0 L

Figura 4.38 -

Seq. ( - ) j 0,3 32
L
j 0,2
12 L 22
42
L v 3( 2 )
j 0,15
L
v 2( 2 ) j 1,0

Figura 4.39 -

j 0,8 30
Seq. ( 0 )
L
j 0,5
10
L 20
40 v 3( 0 )
L
j 0,15

Figura 4.40 -
b - Tensões no sistema:
Não havendo desequilíbrio, somente haverá tensões de sequência (+):

1
i(1) = = -j0,741 pu
j(0,2 + 0,15 + 1,0)
∴ v4(1) = -j0,741 . (j1,0) = 0,741 pu
v2(1) = j0,15 . i(1) + v4(1) = 0,852/0o ; v3(1) = v2(1) = 0,852/0o
c - Gerador equivalente de Thevenin na barra 3:
c.1 - seq. (+)
e1TH = v3(1) = 0,852/0o
Z1TH = [j0,2//(j1 + j0,15)] + j0,3 = j0,47 pu

132
c.2 - seq. (-)
e2TH = 0
Z2TH = Z1TH

c.3 - seq. (0)


ZoTH = (j0,5//j-,15) + j0,8 = j0,915 pu

d - Tensões e Correntes
d.1 - “Falta” Fase-Terra:
Barra 3:
Correntes:
e1 0,852
i3(0) = i3(1) = i3(2) = = = − j 0,213 pu
Z1 + Z 2 + Z 0 + 3Z f j 4,00

Z 0 = j 1,175 i3(0)
L

v3(0)

Z 1 = j 0,47 i3(1)
L

e 1 = 0,852 p u v3(1) L 3 Zf = j 2,145

Z 1 = Z 2 =j 0,47 i3(2)
L

v3(2)

Figura 4.41 -
Tensões:
v3(0) = -i3(0) . Z0 = -(-j0,213)(j0,915) = -0,195 pu
v3(1) = e1 - e3(1) . Z1 = 0,852 - (-j0,213) . 0,47j =
v3(2) = -i3(2) . Z2 = -(-j0,2)(j0,47) =

As tensões fase-neutro, na barra “3” serão:

 v AN 3   v 3( 0 ) 
   
 v BN 3  = [ A]  v 3(1) 
 v CN 3  v 
 3( 2 ) 

133
As tensões de linha, em “3” serão:
V AB 3  V AN 3  V BN 3 
     
V BC 3  = { V BN 3  − VCN 3  } x127kV
VCA3  VCN 3  V AN 3 

As correntes de linha serão (na barra 3):


(Tomando a fase “A” como sendo a da falta):
iA3 = 3i3(0) = 3 x -j0,213 pu = -j0,639 pu
iB3 = ic3 = 0 . pu

Barra 2:
Tensões:
v2(0) = v3(0) + i3(0) . z23(0) = -0,195 + (-0,213j) 0,8j = -0,024495 pu
v2(1) = v3(1) + i3(1) . z23(1)
v2(2) = v392) + i3(2) . z23(2)

V AN 2  v 2 ( 0 ) 
  V  
V BN 2  =
b
[ A]  v 2(1)  [ KV ]
3 v 
VCN 2  =127 KV
 2( 2 ) 

V AB 2  V AN 2  V BN 2 
     
Tensões de linha: tal como em “3”: V BC 2  = V BN 2  − VCN 2 
VCA 2  VCN 2  V AN 2 

Correntes:
no primário do transformador:
v 2 ( 0) −0,024495
i2(0) = = = j 0,1633
Z T ( 0) j 0,15

v 2 (1)
i2(1) =
Z T (1) + j1,0

v2 ( 2 )
i2(2) =
Z T ( 2 ) + j1,0

134
Correntes de linha (primário)

i2 A  i 2( 0) 
i  = M B . [ A] i 
 2B  3V B  2 (1) 
i 2 C  i2 ( 2 ) 
 

no secundário do transformador:
I2(0) = 0 (ver o diagrama de seq. (0))

a H1 X A a H1 X A
1 1
b B b B
c
H2 X 2 ; c
H2 X 2
C C
H3 X 3 H3 X 3

Figura 4.42 -
Os dois esquemas acima podem ser assim representados, respectivamente:
Va1 = VB1 /30 o ; Va 2 = V B 2 / − 30 o Va1 = V A1 /30 o ; Va 2 = V A 2 / − 30 o
 
 
V = V / − 90 o ; V = V / + 90 o V = V / − 90 o ; V = V / + 90 o
 a1 A1 a2 A2  a1 C1 a2 C2

Considerando a notação do lado direito:


I2(1) = i2(1) /-30o
I2(2) = i2(2)/30o
Correntes de linha (secundário)

I2 A   I 2 ( 0) 
I  = M B,  
 2B  ,
. [ A]  I 2 (1) 
3 .UB
 I 2 C   I 2( 2 ) 
 

Barra 4:
Correntes: mesmas do transformador
Tensões:
fase-neutro:

 VAN 4  I 2 A  I 2( 0) 
V  = j1,0 I  ( pu) = [A ]  I  .j1
 BN 4   2B   2 (1) 
 VCN 4  I 2 C  I 2 ( 2 ) 
 

135
Tensões de linha:

V AB 4  V AN 4  VBN 4 
V  = V  − V 
 BC 4   BN 4   CN 4 
VCA4  VCN 4  V AN 4 

tensões e correntes no barramento (verificação)\


ig(0) = i3(0) + i2(0) = -j0,213+ j0,1633 = -j0,0497
ig(1) = i3(1) + i2(1)
ig(2) = i3(2) + i292)

eg(0) = v2(0) + z12(0) . ig(0) = -0,024495 + 0,5j . -j0,0497 = 0


eg(1) = v2(1) + z12(1) . ig(1) = 1,0 pu
eg(2) = v2(2) + z12(2) . ig(2) = 0

- j 52,63 ( A )
3A

3B
1A
3C
1B
e 11
1C

- j 166,05 ( A ) 464,91 -121,5 o


4A

197,36 148,6 o 464,9 121,5 o

4B
197,36 31,4 o 485,89 0 o

4C

Figura 4.43 -

136
d.2 - “Falta” fase-fase:
Barra 3
Os circuitos de sequência (+) e (-) serão ligados em paralelo:
j 0,3 31
i 3( 1 )
11 j 0,2

j 0,15
41 0,47 j 31
e 11
e 11
j 1,0 Z f = j 0,715 i 3( 1 )
V3 ( 1 )
j 0,715

j 0,3 32 i 3( 2 ) 0,47 j
i 3( 2 )
j 0,2
12 32
22
V3
j 0,15
42

j 1,0

Figura 4.44 -

i3(0) = 0
e1 0,852
i3(1) = -i3(2) = = = − j0,514
Z1 + Z2 + Z f j1,655

I A 3  i 3( 0)   0 
 I  = M B [A ]  i  = − 234,47  amp.
 B3  3U B  3(1)   
 I C3  i 3( 2 )   234,47 
 
Tensões de componentes:

 v 3( 0)   0  Z 0 0 0  i 3( 0)   0   j0,175 0 0 
      
 v 3(1)  = = e11  −  0 Z11 0  .  i 3(1)  = 0,852  −  0 j0,47 0 x
    
 v 3( 2 )   0   0 0 Z 22  i 3( 2 )   0   0 0 j0,47 
 

 0   0 
x − 0,514 j = 0,609
   
 0,514 j  0,242

137
Tensões fase-fase:

 VAB3   VAN − VBN   167,3/14 


o

 V  =  V − V  = 81,5/ − 90 o  [ KV]
 BC3   BN CN   
 o
 VCA 3   VCN − VAN  167,3/166 

2202
Nota: VBC3 = Zf.IB3 = (j0,715 . ) [Ω] . (-234,47 A) =
100
= -81,140V (erro de 0,44%)

Barras 2 e 4 e barramento ∞: procede-se como em “d.1”

6- Uma falta entre duas linhas e terra ocorre nas linhas b e c no ponto P do circuito cujo
diagrama unifilar é mostrado na figura 4.57. Determine a corrente subtransitória na fase
b da máquina 1. Despreze a corrente anterior à falta. Considere que a máquina 2 seja um
motor síncrono, funcionando com a tensão nominal. Ambas as máquinas têm valores de
1250 KVA, 600 V, com reatâncias X”1 = X2 = 10% e X0 = 4%. Cada transformador
trifásico tem valores nominais de 1250 KVA, 600∆ - 4160Y V, com reatância de dispersão
de 5%. As reatâncias da linha de transmissão são X1 = X2 = 15% e X0 = 50%, numa base
de 1250 KVA, 4,16 KV.

1 T1 T2
P 2

L L

Figura 4.46 - Diagrama unifilar do exemplo. 6


Solução:
Diagrama seq. (+):

G M
Va 1
j 0,1 L L j 0,1
P
L L L
j 0,05 j 0,15 j 0,05
Z1 = Z2 = j0,1

138
Figura 4.47 -
Diagrama seq. (0):

L 3 Zn L 3 Zn
I a0T
L j 0,04 P L j 0,04
L L L
I A0G j 0,05 j 0,05 j 0,05
Zo = j0,0458
Figura 4.48 -
Correntes de componentes simétricas, no ponto da falta:
E a1 ( Z 0 + Z 2 )
Ia1 = = − j 7,607 pu
Z1 . Z 2 + Z 0 ( Z1 + Z 2 )

Z 0 . E a1
Ia2 = - = j2,390
Z1Z2 + Z 0 ( Z1Z 0 )
− E a1Z2
Ia0 = = j5,217
Z1Z2 + ( Z1 + Z 2 )( Z0 )

Correntes de linha:
Ia = Ia1 + Ia2 + Ia0 = zero
Ib = a2Ia1 + aIa2 + Ia0 = 11,67/137,9o pu
Ic = aIa1 + a2Ia2 + ia0 = 11,67/42,11 pu
A corrente de falta será: If = Ib + Ic = eIa0 = j15,651 pu (em Amperes: 2.715/90o [A])

Cálculo das correntes de componentes, nos ramos:


.Sequência positiva:
Va1 = E - Ia1Z1 = 1 - (-j7,607 . j0,1) = 0,2393 pu
Reaplicando esta tensão (agora conhecida) para o ramo do gerador:
E a − Va1 1 − 0,2393
Va1 = Ea - ia1G(Z1G + ZT1) ⇒ Ia1G = = = − j5,0713
Z1G + Z1T1 j0,15
Analogamente, para o ramo do motor:
E a − Va1 1 − 0,2393
Ia1M = = = − j2,54
( Z L + Z1T2 + Z1M j0,3

139
Sequência negativa:
0,2393
Va 2 = − I a 2 Z 2 ⇒ I a 2 G = = j1,595 pu
= (Va 1 ) − j 0,15
Sequência zero:

 Va 0
I a 0G = =0
 ∞
Va0 = -Ia0.Z0 
 Va 0
I a 0T = = − j4,78
 j0,05

Admitindo que o transformador Y∆ tem a seguinte convenção:

a H 1 X1 A
b B
H 2 X2
c C
H 3 X3

Figura 4.49 -

As correntes no gerador (∆ do transformador) serão:


IA1G = Ia1G/-30o = -j5,0713/-30o = 5,0713/-120o
IA2G = Ia2G/30o = 1,595/120o
Ia0G = 0 (entretanto IA0T = IaoT)

As correntes de linha, no gerador, serão:


IAG = IA1G + IA2G = 6,03/-106,76o
IBG = a2IA1G + IA2G . a = 6,03/106,76o
ICG = a.IA1G + a2IA2G = 3,48/0o
1250 MVA
Sendo: IBASE = = 1202,85 A
3. 600 volts
IFASE”B” (em amperes) = 7253,18 /106,76o

140
7- Um gerador alimenta um motor através de um transformador Y-∆. O gerador está ligado
do lado Y do transformador. Uma falta ocorre entre os terminais do motor e o
transformador. Os componentes simétricos da corrente que circulam do motor para a
falta são Ia1 = -0,8 - j2,6 pu, Ia2 = -j2,0 pu e Ia0 = -j3,0 pu. Do transformador para a falta,
tem-se: Ia1 = 0,8 - j0,4 pu, Ia2G = -j1 pu e Ia0 = 0. Considere, tanto para o motor como
para o gerado,r X1 = X2. PEDE-SE:
a) Descreva o tipo de falta.
Determine:
(b) a corrente na falta em pu e,
(c ) a corrente em cada fase do gerador em pu.

Solução:
Diagramas de sequência:

(-) (0)
(+)
I a2M I ao =0 L ZM O
G
I a1G I a1M I a2G
F1 F2 Fo
L L L L L L L L
Z G1 ZT 1 ZM 1 ZG 2 ZT 2 ZM 2 ZG O ZT O
I doM

Figura 4.50 -
a) Tipo de falta:
Ia1 = Ia1M + Ia1G = -j3 pu
Ia2 = Ia2M + Ia2G = -j3 pu
Ia0 = Ia0M + Ia0G = -j3 pu
Sendo Ia1 = Ia2 = Ia0, a falta deverá ser FASE-TERRA.

b) A corrente de falta será:


If = Ia1 + Ia2 + ia0 = -j9 pu

c) Correntes no gerador:
Inicialmente vamos admitir as seguintes ligações:

141
a H1 X1 A
b B
H X
c C
H X

Figura 4.51 -
Va1 = VA1/30o ou: VC1 = jVa1
Va2 = VA2/-30o ou: VC2 = -jVa2

Assim:
Ia1G(y) = IA1G(∆)/30o = (0,8 - j0,4) /30o = 0,894/-26,565o + 30o = 0,894/3,435
Ia2G = IA2G(∆)/-30o = -j1/-30o = 1/-120o
Ia0G(y) = Ia0G(∆) = zero:

As correntes no gerador serão:


IAGy = Ia1G(y0 + Ia2G(y) = 0,9024/-64,20o
IBGy = α2.Ia1G(y) + αIa2G(y0 = 1,0/-53,12o
iCGy = αIa1G(y) + α2Ia2G(y) = 1,893/121,62o

IMPORTANTE
Caso fosse adotada a convenção abaixo:

a B
H 1 X1
b C
H 2 X 2
c A
H 3 X3

Figura 4.52 -
Va1 = VB1/30o ou VA1 = jVa1
Va2 = VB2/-30o ou VA2 = -jVa2
As correntes seriam:
Ia1G(y0 = -jIA1G(∆) = -j(0,8 - j0,4) = -j0,894/-26,565 = 0,894/-116,57o
Ia2G(y) = jIA2G(∆) = jIA2G(∆) = j(-j1) = 1

142
As correntes no gerador serão:
IAGy = 0,894/-116,57 + 1 = 0,9997/-53,11 ≅ 1/-53,12o = antigo IBG
IBGy = 1/240o . 0,894/-115,57o + 1/120o . 1/0o =1,8932/121,62o ← antigo ICG
ICGy = 0,9024/-64,20o ← antigo IAG

8. Para o sistema dado, determine:


a. Ocorrendo um curto F-T na barra “A”, determine:
a.1 - A corrente de curto total
a.2 - As contribuições dos geradores G1 e G2.
Adotar: UBASE = 138 KV e MBASE = 25 MVA, na linha de 60Ω. Para simplificar, admitir
X1 = X2 = X0 em todos os equipamentos.

10 MVA 15 MVA 15 MVA


G2 13,8 KV G4 6,9 KV ~ ~ G4 6,9 KV
~ X "=910 p.u. X "=0,10 X "=0,10

T5 13,8 / 138 KV TG 6,9 / 138 KV


10 MVA 25 MVA
X =15 p.u. X =10 p.u.
"B " "C "
j 60

T4 69 / 138 KV
25 MVA
X =15 p.u.
j 30 CARGAS = MOTORES SINCRONOS
EM PARALELO, QUE RESULTAM NA
CARGA EQUIVALENTE DE
T3 34,5 / 69 KV
25 MVA
X =5 p.u. 50 MVA
"A " X " = 5 p.u.
U = 130 KV

T2 T1 = T2 6,9 / 34,5 KV
10 MVA
X =0,10 Obs: apesar de haver um trafo.
Entre a barra "C " e os motores,
não o consideraremos: admitiremos
15 MVA os motores diretamente conectados
G1 6,9 KV à barra " C ".
X "=0,12 p.u.

Figura 4.53 -
Solução:
25 25
XG1 = 0,12 x = 0,20 pu; XG2 = 0,10 x = 0,25 pu;
15 10
25 25
XG3 = 0,07 x = 0,175 pu: XG4 = 0,10 x = 0,1667 pu.
10 15

143
25
XT1 = XT2 = 0,10 x = 0,25pu;
10
XT4 = XT3 = 0,05 pu; XT6 = 0,10 pu
25
XT5 = 0,15 x = 0,375 pu
10
138 2 60
ZB(L60Ω) = = 761,76Ω → Z( L60Ω ) = = 0,0788
25 761,76

69 2
ZB(L30Ω) = = 190,44Ω → Z ( L30Ω ) 0,1575 pu
25
2
25  130
Zcarga(pu) = 0,05 x x  = 0,0222 pu
50  138

G3 G4
G1 G2
L j 0,175 L j 0,1667
L j 0,2

L j 0,25 L j 0,0222

j 0,25 L L j 0,25
L j 0,10
A L j 0,375
L j 0,05
C

L j 0,1575 L j 0,0788

L j 0,05

Figura 4.54

OBS: Devido à consideração de que X1=X2=Xo em todos os equipamentos, etnão o diagrama


de seq.(-) é semelhante ao de sequência (+). entretanto, o mesmo não ocorre com o diagrama
de sequência (0).

144
N

G1 I a2G2 G2 G3,4

I a 1 G 1 L j 0,325 L j 0,625 L j 0,1855 L


@ L
j 0,0222 j 0,1669
I A'2
I A1'
A L L
B C A
j 0,2575 j 0,0788
I a1
I a2

Figura 4.55
As impedâncias equivalentes, de seq.(+) e (-), com relação ao ponto “A” são: Z1 = Z2 =
j0,1669 pu
Diagrama de seq. NULA:

j 0,25 L j 0,17 L j 0,1667


L j 0,25 L
j 0,25 I A0G2 =0
L
j 0,05 L j 0,45
L L L
@
L j 0,375
L j 0,05 j 0,1575
Ao L j 0,10
I A0G1 j 0,25
B
L j 0,0222 Ao
L

Figura 4.56
A impedância Z0 será:
Z0 = j0,45 pu
Ea 1
Ia1 = = = -j1,276
Z 0 + Z1 + Z 2 j0,45 + ( j0,1669) x2
∴ Ifalta = 3.Ia0 = 3 x -j1,276 = -j3,8275 pu

em amperes:

. 3
2510
IFALTA = x 3,8275 / − 90° [A]
3.34,5

a2 - Contribuições de G1 e G2:
Va1 = 1 - Ia1.Z1 = 1 - (-j1,276).(j0,1669) = 0,7871
Va2 = -Ia2Z2 = -0,2129

145
Va0 = -Ia0.Z0 = -0,57

Da Fig. 4.55:
1 − Va1 1 − 0,7871
Ia1G1 = = = -j0,6551
( Z G1 + Z T1 / / Z T2 j0,325

IA 1, = Ia1 - Ia1G1 = -j0,6207


I a1G1
P / G1
I A1' I a1 '
A
L L L B
LT

T3 T4

Figura 4.57
,
I
Tomando IA1 =jIa1 Ia 1, = A1 = − jI ,
j A 1

Ia 1, = -j(-j0,6207) = -0,6207 pu

G2
I A1G2
~
T5
I a1G2

B j 60
I a1 "
I a 1 ' = -0,6207

P/"A "

Figura 4.58
Ia1G2 + Ia 1 = -0,6207

1 - j0,625.Ia1G2 = 1 - j0,0986Ia 1 ”
∴Ia1G2 = - 0,0846
no lado em ∆: IA1G2 = jIa1G2 = -j0,0846
Retornando à Figura 4.55 e considerando-a agora como DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA
NEGATIVA, poderemos obter:

146
0 − Va 2 −( − 0,2129)
I a 2 G1 = = = j0,6551
Z 2 G1 j0,325
IA ,2 = Ia2 - Ia2G1 = - j0,6207

P / G1
T3 T4
A
L L L B
I A2 ' I a2 ' LT

Figura 4.59

I
A ,2
IA2 = -Jia2 Ia ,2 = = + jI , A 2
−j
Ia ,2 = j(-j0,6207) = + 0,6207
G2
I A2G2
~
T5 I a2 "
I a2G2
I a2G2 L j 0,625 L j 0,0986
B j 60
I a2 "
I a2 '
I a 2 '= 0,6207
P/"A "
P/"A "

Figura 4.60
Ia2G2.j0,625 = Ia ,,2 .j0,0986

Ia2G2 + Ia ,,2 = 0,6207

∴Ia2G2 = 0,0846

Sendo IA2G2 = -jIa2G2 = -j0,0846

Retornando ao diagrama de sequência ZERO, vê-se que apenas o gerador 1 contribui com
corrente de seq. 0:
0 − Va 0 −( − 0,57)
I a 0 G1 = = = − j1,2578
Z 0G1 j0,45
I a 0G 2 = 0

147
Finalmente, as correntes em G 1 e G 2 podem ser calculadas:

. 3
2510
IAG1 = Ia1G1 + Ia2G1 + Ia0G1 = -j0,6551 - j0,6551 - j1,2578 = -j2,586 x = 5.409,5/-90° [A]
3 . 6,9

IBG1 = a2Ia1G1 + a.Ia2G1 + Ia0G1 = -j0,6207 = 1.298,4/-90°


ICG1 = -j0,6207 = 1.298,4/-90° [A]

3
IAG2 = IA1G2 + IA2G2 + IA0G2 = -j0,0846 - j0,0846 + 0 = j0,1692 pu = -j0,1692 x 25 .10 =
3.13,8

176,97/-90° [A]
IBG2 = ICG2 = 88,48/90° [A]

148

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