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Bound Together
Christine Feehan
Sea Haven/Sister of Heart 6

Viktor Prakenskii sempre teve a intenção de


voltar para Blythe depois que exterminasse o

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'cabeça' do tráfico humano. Mas com um inimigo
tão perigoso indo em direção a Sea Haven, ele
sabe que não pode esperar mais, ou ele vai
comprometer a mulher que ele ama.

Sua chegada desencadeia uma cadeia explosiva


de eventos, e todos na pequena comunidade de
Sea Haven, incluindo a família Drake, nunca
mais será a mesma.

Mais um Projeto das ‘Divas’


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Sarah Drake casada com Damon Wilder


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Kate Drake casada com Matt Granite
Abigail Drake casado com Aleksander Volstov
Libby Drake casado com Tyson Derrick
Hannah Drake casada com Jonas Harrington
Joley Drake casado com Ilya Prakenskii
Elle Drake casada com Jackson Deveau

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Rikki Sitmore casado com Lev Prakenskii
Judith Henderson casada com Stefan Prakenskii
Airiana Ridell casada com Maxim Prakenskii
Lexi Thompson casada com Gavriil Prakenskii
Lissa Piner casada com Casimir Prakenskii
Blythe Daniels casada com Viktor Prakenskii

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Viktor Prakenskii ‘Czar’ - Presidente


Lyov Russak ‘Steele’ - Vice-Presidente

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Savva Pajari ‘Reaper’ - Sargento de Armas
Savin Pajari ‘Savage’ - Sargento de Armas
Isaak Koval ‘Ice’ - Secretário
Dmitry Koval ‘Storm’
Alena Koval ‘Torch’
Luca Litvin ‘Code’ - Tesoureiro
Maksimos Korsak ‘Ink’
Kashmir Popov ‘Preacher’
Lana Popov ‘Widow’
Nikolaos Bolotan ‘Mechanic’
Pytor Bolotan ‘Transporter’
Andrii Federoff ‘Maestro’
Gedeon Lazaroff ‘Player’
Kir Vasiliev ‘Master’
Lazar Alexeev ‘Keys’
Aleksei Solokov ‘Absinthe’

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Se eles fossem sair desta vida, teriam que ser fantasmas. Viktor
"Czar1" Prakenskii enfrentou seus homens e a desaprovação em seus rostos.
Ele detestava discussões, especialmente, como agora, quando eles tinham tão
pouco tempo.
— Deixe-me limpar o caminho, —Savva "Reaper" Pajari disse. Seus
olhos estavam fixos e frios. Gelados. Não havia emoção alguma em sua voz.
Viktor sabia que ele era a causa daquela voz sem emoção. Ele tinha isso
em sua alma para sempre. Não havia como recuperar a infância ou as coisas
que tiveram que fazer para sobreviver—coisas que Viktor tinha aceitado—

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exatamente como esse trabalho. Esse trabalho era por causa dele, e ele não
ia permitir que eles o rodeassem como todos preferiam, mantendo-o seguro.
Esta era a sua confusão. Ele nunca tinha sido capaz de colocar freios, para
dizer o suficiente. Para ele, nunca era suficiente, e onde ele ia, os outros o
seguiam.
— Não vai acontecer, —ele disse com a voz baixa, concisa. Ele estava
com raiva, mas não de nenhum de seus irmãos. De si mesmo. Ele escolheu
um caminho e, um a um, eles o seguiram. Seu caminho tinha os levado direto
ao inferno.
— Nós não temos tempo para discutir. Sabíamos que entrar nisso era
uma armadilha. Nada mudou.

1 Czar (tsar em russo) significa "imperador". Foi o título utilizado pelos soberanos russos, no período de duração
do Império Russo, entre 1547 e 1917.

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Dmitry "Storm" Koval suspirou pesadamente. — Todos votamos, Czar,


como sempre. Pare de tentar nos carregar em seus ombros. Escolhemos esta
vida. Todos nós.
Viktor cerrou os dentes. Era uma mentira flagrante. Nenhum deles
escolhera essa vida. Nenhum deles. Todos eles compartilhavam um começo
comum. Cada um deles tinha tido os pais assassinados por um homem
chamado Kostya Sorbacov, porque seus pais não tinham concordado com a
política de Sorbacov. Ele levara as crianças para o ‘orfanato’ a escola mais
brutal jamais concebida na esperança de transformá-los em bens para o seu
país—pelo menos foi o que todos pensaram a princípio.
— Isso é besteira mas não temos tempo para debater agora. Quanto mais
esperarmos, mais homens estarão guardando este lugar.
A idéia do que ele ia encontrar virou seu estômago, mas, sempre o fazia
e ele continuava fazendo a mesma coisa uma e outra vez. Cinco anos de sua
vida foram dados a esta missão. Evan Shackler-Gratsos era o traficante humano
número um no mundo. Viktor sabia que não podia deter a todos, mas estava
determinado a derrubá-lo. Essa decisão lhe custara cinco anos de vida,

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possivelmente seu casamento e o conhecimento de que os homens a quem
ele chamava de irmãos haviam feito a escolha de segui-lo ao inferno, como
sempre fizeram.
Ele se recusou a discutir com eles por mais tempo. Ele simplesmente
deu-lhes uma pequena saudação e escorregou colado a parede para encontrar
seu ponto de entrada. O armazém onde um braço do infame clube de
motociclistas Sword2 tinha montado uma loja, e já estavam alugando jovens
que tinham comprado a duas ou três semanas atrás, ficava no distrito
industrial. Eles mudavam as garotas muitas vezes para ficar um passo à frente
dos policiais.
Desta vez, eles pegaram meninas mais novas, a maioria com idades entre
onze e dezesseis anos, a idade que Evan preferia adicionar ao seu estábulo.
Elas duravam mais tempo. Agora, estavam "treinando" as novas garotas, o

2 Sword – significa espada ‘clube de motociclistas ‘os Espadas’, então deixei Sword mesmo.

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que significava espancamentos e estupros para levá-las ao ponto em que se


sentiam sem esperança e com tanto medo que fariam tudo o que lhes fosse
dito.
Viktor sabia como era. Todos sabiam, e contudo, durante cinco longos
anos, haviam vivido com a escória, usaram suas cores e os defendiam quando
iam para a guerra. Para isto. Por esses momentos. Para pegar alguns deles, e
tentar puxar Evan para fora onde poderiam chegar a ele. Assim, Viktor
poderia chegar até ele. Evan Shackler-Gratsos representava cada um desses
pedófilos e monstros sádicos que haviam dirigido a escola. A raiva que
queimava tão quente na barriga de Viktor noite e dia exigia a morte do
traficante de humanos.
Eles haviam causado estragos suficientes ao longo dos anos para manter
cada braço dos Swords em alerta, especialmente quando traziam novas
garotas. Viktor tinha duas equipes, e muitas vezes derrubavam dois braços
simultaneamente, mas ultimamente estava mais difícil. Evan exigia que as
meninas trouxessem dinheiro dia e noite, sete dias por semana, de modo que,
mesmo quando estavam montando armadilhas, mantinham as mulheres

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trabalhando e a segurança alerta. Isso não era diferente, apesar da
tempestade.
Havia guardas escondidos no mato em torno do armazém por todos os
lados. O telhado se conectava com um segundo armazém que abrigava
equipamentos principalmente pesados para um empreiteiro local. Viktor
escolheu a construção para invadir o bordel improvisado dos Swords. Havia
pelo menos dois guardas entre ele e o edifício.
Os homens estavam espalhados por perto tentando cercar o edifício, bem
como manter o trabalho em curso. Eles tinham de ter guardas dentro para se
certificar que as mulheres estavam fazendo do jeito que foram mandadas e
que os clientes não abusavam de seus privilégios sem pagar. Eles precisavam
de homens que guardassem a linha externa para mantê-la corretamente em
movimento. Sempre temendo a equipe misteriosa que libertava suas escravas
e matava os membros de seu clube.

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Viktor e seus homens haviam espalhado medo por todo o clube Swords
e havia alguma satisfação nisso, mas Evan, embora seriamente irritado, não
tinha aparecido pessoalmente. O homem estava escondido, e muito
paranóico. Ele herdara bilhões de seu irmão, um magnata grego, e tinha
dinheiro para ficar oculto o tempo que quisesse.
Viktor tinha sido paciente, subindo as fileiras do Swords. Ele era um
grande trunfo, com sua formação. Não havia uma arma que ele não soubesse
usar. O clube o achou muito útil. Ele não se importava de cumprir tarefas
como executor porque qualquer um que fizesse negócios com eles estava tão
coberto de lixo tanto quanto eles. Um por um, seus homens se juntaram a
ele, durante um período de dois anos até que todos eles estavam no Swords
com ele. Todos saíram das sombras para tomar suas costas.
Ele esperou na escuridão até que um dos guardas ficou inquieto o
suficiente para se afastar de sua posição. Muito lentamente, ele começou a se
mover de sombra em sombra, sempre ciente do fato de que os Swords
gostavam de montar armadilhas elaboradas e sempre usavam óculos de visão
noturna. Ele foi por trás do homem e matou-o rapidamente, uma faca

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empurrada duramente na base do crânio, cortando a medula espinhal. Foi
uma morte com a assinatura de sua equipe.
À sua esquerda, um rádio estalou. O barulho estava abafado. Uma voz
falou. O guarda respondeu com sua voz entediada. No momento em que
parou de falar, um baque surdo se seguiu. Viktor se aproximou do som. Um
corpo estava deitado no chão, alguém puxava as botas para levá-lo mais para
dentro das sombras, contra a parede do armazém. Ele reconheceu Reaper3.
Balançando a cabeça, Viktor observou enquanto Reaper tirava o rádio
da orelha do guarda morto e o colocava no seu. Ele deveria ter sabido. Reaper
tinha tido suas costas em cada situação por mais tempo do que qualquer um
se importava de lembrar.

3 Reaper – O Ceifador vindo do Inferno em busca de almas.

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— Você não segue ordens.


Reaper endireitou-se. — Você não deu qualquer uma que valesse
escutar.
Viktor estreitou os olhos para o seu executor. O homem era uma lei para
si mesmo quando se tratava de proteger Viktor. Ele era cruel, implacável e
uma dor na bunda de Viktor. — Porra, você corre muitos riscos. Você deveria
ter ficado fora enquanto teve a chance. Todos vocês. Em vez disso, você me
segue para essa confusão. Cinco anos de nossas vidas foram dados a esta
escória. Esta missão. Quem sabe se nós realmente vamos ter nossa chance de
matar o fodido?
Reaper olhou para o telhado e depois suspirou. — Você não tem a menor
idéia do por que todos nós seguimos você, não é?
Viktor olhou para o amigo. Não havia nenhuma evidência do menino
que ele conheceu, a jovem criança trazida para escola um ano depois que
Viktor tinha sido arrancado de sua família. O que tinha feito a Savva Pajari?
Lá não restava nada dele. Ele era Reaper em todos os sentidos. Lentamente

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ele balançou a cabeça, seus olhos no homem que sempre tinha as costas, a
quem amava como família. — Você estava livre. Tão livre como poderia ser
com Sorbacov vivo. Você saiu e deveria ter ficado fora.
Reaper sacudiu a cabeça. — Nós nunca seremos livres. Vivo ou morto,
esse homem nos marcou, nos transformou em assassinos. Você mudou isso
e nos deu um propósito.
— Nós fizemos juntos.
— Nós éramos animais lá, Viktor, e cada um de nós estaria morto, assim
como os outros, mas você nos tornou humanos de novo. Você nos deu uma
saída.
Tinha havido um custo. Um custo enorme. A evidência estava diante
dele na forma de um homem, mas o que restava de Reaper, ele não tinha
mais certeza. Ele balançou sua cabeça. — Você estava fora. Sorbacov poderia
ter enviado um exército atrás de todos vocês, mas ele nunca teria encontrado

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você. Ele não encontrou mesmo depois que você saiu das sombras para andar
comigo. Nenhum de vocês deveria ter feito isso.
— Você nos deu vida. Você nos fez acreditar. Olhe ao seu redor, Czar. É
aqui que nós pertencemos, a onde sempre vamos pertencer. Nós não somos
como o resto do povo. Nós nunca seremos. O que eles nos fizeram ... —Ele
parou, balançando a cabeça novamente.
Viktor desejou poder ver uma pequena sugestão de emoção, ouvir uma
pequena inflexão na voz de Reaper, mas não havia nada. Apenas uma
máscara gelada e inexpressiva que ficava mais fria a cada morte. Viktor
detestava isso por ele. Detestava o fato de que ele tinha colocado o
assassinato em movimento. Podia ter conservado suas vidas, mas não fez
nada de bom para Reaper.
— Nós podemos sair desta vida.
— Não se engane. Você sabe mais que isso. Você quer que sejamos
diferentes, porque você encontrou uma mulher para amar. Você a quer em
sua vida, e você acha que ela não vai aceitá-lo como você é. Só para você

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saber, isso não é amor, meu amigo. Ou ela aceita você como você é, com a
gente, com o que nós temos que fazer, ou ela não vale a pena.
Reaper raramente falava, e nunca dava conselho a alguém. Viktor queria
dizer-lhe para ir para o inferno. Ele não queria pensar que sua mulher não
estava esperando por ele. Não aceitaria. Pior, ele sabia que Reaper estava
certo. Eles tinham sido treinados como assassinos e trabalhavam para o seu
governo desde a adolescência, enviados para os casos mais perigosos e mais
feios, mais vis. Eles eram bens descartáveis, nada mais, nem mesmo
considerados seres humanos. Não conheciam outra vida.
A vida tinha que ter um propósito. Ele tinha sido um participante
involuntário durante tantos anos, chantageado emocionalmente para fazer o
trabalho para Sorbacov. O negócio era bastante simples. Ele tinha seis irmãos
de sangue mais jovens, todos em escolas diferentes e, na época, trabalhando
para Sorbacov também. Se Viktor não cooperasse, um de seus irmãos seria
torturado e morto.

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Viktor tinha assumido os empregos mais sujos, sobreviveu a eles e


continuou trabalhando até o momento em que soube que era seguro
desaparecer. Como os outros tinham escondido muito dinheiro e tinha
múltiplas identidades. Ele conheceu a mulher de seus sonhos e planejou
passar o resto de sua vida com ela. Mas Sorbacov havia exigido que ele
pegasse o trabalho de matar Evan Shackler-Gratsos, ou seu irmão mais novo,
que trabalhava para a Interpol, seria morto, e ele não conseguiu se conter.
Reaper ergueu a mão e depois respondeu ao rádio, sua voz um copia
perfeita do guarda, — Tudo claro aqui. Muito quieto. Sim, o vento está pegando.
Viktor lhe lançou um sorriso apreciativo. Ele admirava os vários dons
que seus irmãos tinham, talentos que Sorbacov nunca conheceu.
Combinados, eram imparáveis. Eles tinham sobrevivido se unindo e usando
esses dons.
Ele olhou para o lado do prédio. O vento estava vindo do oeste, rajadas
poderosas, mas até agora, a chuva não estava caindo. Ele podia sentir as
gotas no ar, e as nuvens giravam em fios escuros acima, mas escalar não ia

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ser muito difícil.
— Sua mulher sabe o que você faz? —Reaper perguntou.
Ele assentiu, ainda olhando para o lado do prédio, determinando o
melhor caminho para cima. — Eu contei tudo a ela. Eu precisei. Ela era
minha entrada para me aproximar de seu padrasto. Era um pedófilo notório.
Ele viajou por todo o mundo, e montou uma rede para outros como ele.
Compravam e vendiam rapazes. Eu me apaixonei por ela, soube
imediatamente que ela era única. Doeu estar disfarçado, mas eu me casei
com ela legitimamente. Então eu tive que contar tudo a ela. Eu tive que ir
embora, mas eu disse a ela que iria voltar para ela.
— O que ela disse depois que você matou seu padrasto?
— Eu expliquei quem ele era e por que ele não podia ser processado. —
Viktor já tinha descoberto a rota que ele usaria escalando a parede para o
telhado.

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— O que ela disse? —Reaper repetiu.


— Eu escrevi tudo para ela e deixei a carta na nossa cama. Eu não
conversei com ela desde então. Eu não ousei entrar em contato com ela, teria
colocado-a em perigo demais, mas eu lhe enviei centenas de mensagens
assegurando-lhe que eu iria voltar para casa. Ela mora em Sea Haven, a
pequena aldeia onde o Prez4 nos mandou preparar as coisas para sua chegada.
Reaper sacudiu a cabeça. — Czar, você é o homem mais esperto que eu
conheço, e eu respeito você em todos os sentidos, mas essa é a coisa mais
estúpida que já ouvi. Você deixa a sua menina uma carta presa à cama, e se
foi por cinco anos.
Viktor franziu o cenho para ele. — Não é uma menina. Ela é minha Old
lady5. Isso faz a diferença.
— Você está tão fodido. Suba essa parede e nos dê as ordens para que
possamos terminar isso e cair de cabeça em Sea Haven. Eu não posso esperar
para encontrar esta mulher que ficou na sua bunda por cinco longos anos sem
uma palavra real sua.

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Reaper estava apenas dizendo o que Viktor já sabia. Ele estava fodido.
Ele tinha encontrado a irmã de Blythe algumas semanas antes e ela tinha
quase afirmado que Blythe estava seguindo com sua vida.
— Com Evan finalmente saindo de seu esconderijo para andar com os
Swords para Sea Haven, isto vai acabar e logo eu posso endireitar tudo com
ela. —Mas ele estava com medo de que não fosse ser tão fácil. — Ela mora
lá com os outros.
É claro que Reaper tinha essa informação. Os dezessete sócios do clube
sabiam exatamente onde Blythe Daniels vivia. Eles juraram cuidar dela se

4 Prez – abreviatura para presidente. Particularmente usado para o presidente que não merece respeito por causa
da política que ele conduz.

5Old lady – Apesar da tradução ser estranha (Velha Senhora), significa o título de esposa usado pelas mulheres de
um club MC.

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ele morresse. Ela morava em uma fazenda em Sea Haven com cinco outras
mulheres.
O sinal "tudo claro" que ele estava esperando veio e ele estendeu a mão
para usar a ponta dos dedos para puxar seu corpo até que ele pudesse
encontrar uma brecha para os dedos dos pés. Ele subiu rapidamente. Ele era
um homem grande, incrivelmente forte, e tinha boas habilidades de escalada.
Como todos os outros, ele permanecia na melhor forma possível e treinava
continuamente.
Uma vez no telhado, ele correu através da superfície plana, certificando-
se de permanecer agachado. Chegou ao enorme armazém industrial agitado
no calor da noite e se aproximou, ele desapareceu nas sombras da noite.
Esperou um ou dois batimentos cardíacos e depois moveu a cabeça
cautelosamente para identificar a localização exata dos três homens sentados
no terraço adjacente, com armas e óculos automáticos.
Três homens no telhado. Eles estão nos esperando, ele disse à sua equipe,
falando telepaticamente. Visão noturna. Eles têm o prédio cercado. Reaper, você

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fica alerta. Ice, você e Storm levam os dois para o oeste. Precisamos de um caminho
claro se vamos fazer isso. De seu ponto de vantagem no telhado, Viktor dirigiu
a ação.
O vento havia aumentado, rasgando suas roupas, chicoteando-o com
escombros. As nuvens ficaram escuras e pesadas, rodopiando acima deles
com raiva, ameaçando que o inferno se rompesse em breve, e ia.
Abaixo dele, Isaak "Ice" Koval escorregou pela escuridão para subir por
trás de um dos dois guardas na borda externa do edifício. Reaper teria de
subir ao lado do outro edifício, assim como Viktor, antes que pudesse
dispensar os três guardas no telhado. Não realmente guardas, eles estavam lá
especificamente para matar a equipe de Viktor. Ambos tiveram de lidar com
os Swords em torno do edifício para o oeste.
Um para baixo, relatou Ice.
Dois para baixo, Dmitry "Storm" Koval acrescentou.

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Transporter, você vai para o leste, para frente do edifício com Alena. Fique em
posição. Não queremos que ninguém saiba que algo está acontecendo até que seja tarde
demais. Alena Koval era a irmãzinha de Isaak e Dmitry, uma das duas únicas
sobreviventes da escola. Desnecessário dizer que os homens eram
extremamente protetores com as duas mulheres e, embora fossem parte da
equipe e dotadas de seus próprios talentos raros, ambas as mulheres eram
guardadas o mais cuidadosamente possível em cada situação. Pytor
"Transporter" Bolotan sabia que seu trabalho era um dos mais importantes
para todos eles.
Movendo-se em posição, Czar, Transporter respondeu.
Viktor tinha feito isso tantas vezes no passado, orquestrando e
realizando missões perigosas, colocando seus irmãos na linha de fogo
repetidamente. O que tornava tudo tão ruim toda vez era o conhecimento de
que cada um dos outros podiam ter sido livres e claro eles iriam juntar-se aos
Swords para guardar suas costas. Reaper poderia tentar explicar, e em algum
nível ele entendia, mas não tirava a culpa ou o conhecimento de que se algum
deles fosse morto esta noite, que a morte estava diretamente sobre seus

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ombros.
Seus irmãos estavam batendo dois braços do clube ao mesmo tempo.
Seu vice-presidente, Lyov "Steele" Russak, estava dirigindo sua própria
equipe de oito homens e uma mulher, tentando fazer exatamente o que
Viktor estava fazendo aqui. Eles estavam batendo outro braço dos Swords a
322 quilômetros de distância como estavam fazendo nos últimos três anos.
Viver em uma espada de dois gumes, disfarçados, sempre um passo à frente
da morte, era um lugar comum para eles, mas o seu preço era alto.
Storm e Ice, sigam Reaper e esperem por sua aprovação. Ele provava algo
próximo do medo, por seus irmãos.
Os três homens tiraram os guardas da parte traseira do armazém, onde
o braço dos Swords segurava as meninas. Reaper iria primeiro e mataria os
três homens sentados com óculos de visão noturna e, em seguida, chamaria
o resto da equipe. Mais uma vez, Reaper estaria na posição mais perigosa.
Ele assumia essa posição desde que tinha cinco anos.

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Savage e Absinthe, vocês tomam a parede ao norte. Um homem está no banco do


motorista de uma van estacionada na rua, fingindo estar dormindo, e há mais dois
escondidos na longa cerca a seis metros do prédio. Savin "Savage" Pajari era irmão
mais novo de Reaper. Como Reaper, ele era um homem muito assustador.
Ele raspou a cabeça, tinha mais tatuagens do que a maioria deles, o que dizia
muito, e às vezes, a maneira com que olhava para Viktor com aqueles olhos
vazios o sacudia, e era muito difícil sacudir o Czar.
Absinthe era o mais descontraído, mas não menos letal. Aleksei
"Absinthe" Solokov poderia ter sido um grande estadista, um homem que
poderia ter feito muito por seu país. Sorbacov nem sequer se preocupou em
descobrir quais eram os filhos e filhas de seus inimigos políticos; Ele
simplesmente determinou quais deles ele iria usar como bens e os que ele iria
experimentar e torturar apenas porque desprezava seus pais. Absinthe não
tinha nada a ver com o ofício de matar, mas ele tinha aprendido, e porque
ele era extraordinário em tudo o que ele fazia, ele era bom nisso.
Você terá que pegar os dois na cerca para pegar o da van antes que ele possa dar
um alarme. Viktor continuou a procurar a área ao norte. Ele sabia por

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experiência que cada braço tinha apenas alguns membros. Desse jeito, ele e
sua equipe tinham sido implacáveis em matar os membros do clube Swords
sempre que eles resgatavam as meninas. Cada vez que ouvia falar de uma
nova expedição, ele e Steele estudavam uma maneira de libertar as meninas
e se livrar de tantos membros quanto fosse possível com o menor risco para
eles mesmo. Com o passar dos anos e a força com que o clube era atingido,
a segurança apertou e os riscos se tornaram maiores.
Ele manteve seu olhar ao longo do norte, enquanto Savage e, Absinthe
cada um matou um dos dois Swords na cerca e os colocaram suavemente nos
arbustos. Foi Savage que entrou em posição, esperando o sinal de
autorização de Viktor para atravessar a área aberta até a van. É claro que ele
tomaria a posição mais perigosa.
Viktor tinha que garantir que os três atiradores no telhado do edifício
adjacente não estavam olhando para o norte e o inimigo escondido no carro
não estava prestando atenção ao que estava na frente dele. O motorista

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parecia nervoso, continuamente olhando para trás e em torno da van, em vez


de para a frente. Viktor quase deu o sinal de claro e então algo na forma como
o homem inclinou a cabeça para o assento traseiro fez todos os cabelos em
seu corpo se levantar.
É uma armadilha, Savage, eles têm mais do que o motorista na van.
Entendido.
Instantaneamente houve um movimento, uma figura sombria
deslizando da cerca para os arbustos, Reaper vinha para apoiar seu irmão e
Absinthe. Naturalmente, seria Reaper. Viktor hesitou desta vez em trazer
tanto Reaper como Savage. Nos últimos meses, ele estava preocupado com
os dois homens com os quais cresceu. Reaper e Savage sempre foram
diferentes, mesmo quando crianças, mas eles estavam se distanciando da
Irmandade. Eles eram mais calmos, mais frios, olhos como gelo. Não sorriam.
Nunca. Nem mesmo para Lana ou Alena, mulheres que consideravam irmãs
mais novas. Lana fazia todos sorrirem com sua voz suave e convincente
quando começava a cantar nas horas mais tensas.

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Isso era culpa dele. Se algo acontecesse com Reaper ou Savage, a culpa
estaria em seus ombros. A irmandade tinha feito o pacto de desaparecer, e
um por um os outros tinham. Eles mudaram de nome, tornaram-se
camaleões, misturando-se com o mundo como tinham sido ensinados
praticamente desde o nascimento. Não Viktor. Ele tinha pegado um último
trabalho porque Evan Shackler-Gratsos o deixava doente e ele precisava
proteger seus irmãos de sangue. Monstros como Evan não deviam ser
autorizados a viver. Viktor não conseguiu pegar Sorbacov, o homem que
tinha assassinado seus pais e tirado seus irmãos dele, mas tinha uma chance
de derrubar Evan.
A lealdade era uma emoção estranha, uma característica que ele
procurava nos outros, e ele a encontrara na escola onde Sorbacov o colocara.
Duzentos e oitenta e sete alunos haviam freqüentado a escola. Apenas
dezoito sobreviveram ao treinamento lá, por lealdade. Os dezoito se uniram
a Viktor e trabalhavam como um todo para sobreviver. Eles se tornaram
irmãos e irmãs, não de sangue, mas através da sobrevivência. Tortura.

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Treinamento. Matar ou morrer. E tinham sido Reaper e Savage quem tinha


feito a maior parte da matança para que os outros pudessem viver.
Apesar de todos os outros terem estado ao vento, impossíveis de
encontrar por Sorbacov, um por um, eles tinham seguido-o em sua missão
para livrar o mundo de Evan Shackler-Gratsos, o presidente internacional do
clube de motociclistas mais temido do mundo, o Swords. Evan havia
acumulado um negócio de bilhões de dólares em tráfico de seres humanos.
Jovens mulheres, meninas, meninos. As vidas não significavam nada para
ele, apenas sinais de poder e de dólar.
Viktor tinha guardado as cores do Torpedo Ink—de sua Irmandade—e
usado as cores odiadas dos Swords, feito o que foi necessário para entrar no
clube e subir rapidamente. O que precisou fazer virou seu estômago, e
demorou muito para fazer isso, mas ele mantinha o olho no prêmio,
interrompendo tantos braços do tráfico quanto possíveis sem prejudicar sua
própria missão.
Qual é o plano, Czar? Reaper perguntou.

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Tem um silenciador nessas armas? Viktor sabia a resposta. Claro que sim.
Quase todos os mortos que os dois irmãos fizeram eram feitos em silêncio.
O silêncio os rodeava.
Afirmativo.
Quando Absinthe matar o motorista, vocês dois peguem os da parte de trás da
van. Tem que ser rápido e completo. Nem um som. Simultâneo com Absinthe.
Nenhum problema, Savage afirmou.
Viktor observou de seu ponto de visão, com o coração acelerado, apesar
de sua capacidade de controlar todos os órgãos. O melhor que podia lhes dar
era cobrir do telhado, e ele tinha a certeza fazer isso, embora ele tivesse que
manter os olhos nos guardas, para garantir que não eram vistos.
Precisamos de um pouco de comoção, Transporter, você e Alena precisam
providenciar isso, mas certifiquem-se de não atrair nenhuma atenção para si mesmos.

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Transporter era um computador humano. Sua coordenação mão-olho era


surpreendente, mas mais, ele poderia ler um livro e absorver a coisa inteira
em questão de minutos. Era o mesmo com línguas. Ele era figura
proeminente em todos os seus planos uma vez que isso acabasse. Ele faria o
trabalho personalizado de seus carros e motocicletas, junto com um par de
outros.
Nenhum problema, Czar. Uma distração chegando.
Dois minutos depois, uma luta começou no final da linha de espera. Os
três guardas se apressaram para ver melhor, com os rifles prontos.
Isso deve nos comprar algum tempo, disse Transporter.
Agora. Agora. Viktor deu o sinal verde.
Ele colocou o rifle no ombro. Este era um momento perigoso. Se os
guardas do telhado voltassem para seus postos antes que Absinthe, Reaper e
Savage acabassem com o inimigo escondido na van, enquanto Viktor estava
de costas para eles, tudo estaria perdido e haveria um inferno de um tiroteio.

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Seus irmãos se moveram para a posição. Ele ouviu o sussurro enquanto
Reaper dava a ordem. Reaper e Savage se aproximaram das portas da van e
abriram-na, disparando rapidamente. Viktor sabia por longa experiência, que
cada bala disparada atingiu um alvo. Absinthe simultaneamente subiu na
janela do motorista e atirou na cabeça do homem. Reaper e Savage fecharam
as portas da van silenciosamente e voltaram para a cerca ao lado do
armazém. Absinthe juntou-se a eles, e então Reaper os levou de volta ao seu
ponto de entrada.
Viktor moveu-se para sua posição original para poder observar os
guardas. Vá, Reaper, ele ordenou.
Reaper subiu pelo lado da parede como uma aranha. Ele era forte.
Incrivelmente forte. Ele se movia rápido, mas quando ele ficava quieto, como
Viktor, ele desaparecia. Era muito mais difícil desaparecer quando o inimigo
usava óculos de visão noturna.
Visão noturna lembrou Viktor, desejando que Reaper tomasse cuidado.

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No telhado, relatou Reaper.


Era impossível vê-lo, mas as mortes tinham que ser em silêncio, ou eles
iriam fazer com que os que estavam lá dentro sumissem com a última safra
de jovens para serem violentamente treinadas para suas novas vidas. Reaper
podia se mover em absoluto silêncio. Se ele disse que estava no telhado, ele
estava.
Ice, Storm, façam a subida, mas esperem até eu dar o sinal.
Os dois irmãos do Torpedo Ink começaram a laboriosa subida do prédio
para seguir Reaper. Ice e seu irmão gêmeo Storm, se movia rapidamente para
entrar em posição. Uma vez que Reaper acabasse com os guardas, eles
usariam o telhado para ganhar entrada nos quartos abaixo.
Ice tinha tatuagens de três lágrimas em seu rosto. Ele não tinha chorado
desde os três anos de idade e os horríveis instrutores o haviam levado,
chutando e gritando, de Viktor. Ele voltou silencioso e sangrento, seus olhos
arregalados de choque e sua mente traumatizada. Ele poderia baixar a
temperatura de um quarto rápido, ou aquecê-lo à mesma velocidade. Viktor

22
suspeitava que algo selvagem e descontrolado tivesse sido solto em Storm,
quando os instrutores o haviam levado, e agora, quando ele estava furioso e
com necessidade de vingança, isso se soltava e alimentava as tempestades
externas.
Reaper era um fantasma subindo atrás do primeiro guarda. O inimigo
realmente virou a cabeça e olhou diretamente para Reaper com seus óculos
de visão noturna. Viktor tinha a arma pronta e apontada, apenas para parar
de puxar o gatilho quando o guarda desviou o olhar. Como o Reaper fazia
isso? Ele não falava muito, por isso era impossível entender como ele poderia
fazer as coisas que fazia.
Viktor amaldiçoou silenciosamente em sua língua nativa, desejando
poder recolher as ordens que tinha dado naquela manhã. Todos votaram
como sempre faziam, mas ele deveria ter abortado quando souberam que era
uma armadilha. Não era que ele achasse que Reaper seria descuidado, ele
nunca era. Ele estava mais atento e mais consciente do que nunca. Ele ficou

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cada vez mais distante e frio. Reaper não podia se dar ao luxo de ficar mais
frio.
Reaper se aproximou do guarda à vista dos outros dois, se apenas
voltassem a cabeça. Um som, um deslize e seria só. Viktor sabia que Reaper
nunca cometeria um erro. Ele sempre teve as costas de Viktor. Sempre parou
por seus irmãos e irmãs. Ele era quieto sobre isso, mas tinha feito sua
primeira morte para proteger um garoto mais novo que mais tarde o traiu.
Esse foi o início da retirada lenta de Reaper.
Agora havia dezoito deles. Reaper e Savage ainda os protegiam. Ainda
morreriam por eles, mas o faziam ligeiramente distanciados dos outros.
Viktor entendia por que tinha que ser assim, ele simplesmente não precisava
gostar. Reaper e Savage sempre entenderam que se qualquer outra traição
acontecesse, teriam que ser os únicos a fazer a matança. Não podiam hesitar
não se quisessem manter os outros a salvo.
Reaper matou simplesmente empurrando sua faca na base do crânio do
inimigo, cortando a medula espinhal. Ele pegou a arma e o corpo e

23
lentamente baixou ambos ao chão do telhado do edifício. Viktor não podia
deixar de pensar que era uma coisa bela. Reaper matava com a máxima
eficiência e o mínimo barulho. Ele não ameaçava. Ele não forçava. Os
homens tinham medo dele porque ele emitia uma vibração perigosa, de “não
me foda”. Na maioria das vezes ele não era visto até que quisesse ser visto.
Ele ficava no fundo, nas costas de Viktor, até que, como agora, ele ia
trabalhar.
Viktor observou cuidadosamente os outros dois guardas. Ice e Storm
permaneceram na parede, apenas no alto, fora da vista, esperando que
Reaper estivesse com tudo limpo. Mechanic, uma vez que você lide com o
ventilador, você toma a posição de guarda. Precisamos de um caminho claro de saída.
Nikolaos "Mechanic" Bolotan era o irmão mais velho do Transporter.
Afirmativo.
Absinthe, Savage e Mechanic, comecem sua escalada.

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Os três chegaram rapidamente e se juntaram a ele no telhado, ficando


abaixados para impedir que os dois guardas restantes os vissem.
Reaper estava no segundo guarda, lentamente baixando-o. Ainda assim
o último guarda não virou a cabeça. Será que Reaper conseguia fazer o
guarda olhar para o outro lado? Se pudesse, nunca contara a nenhum deles
essa sua habilidade. Movia-se como o fantasma que era um espectro de
morte, subindo atrás do terceiro guarda e executando o mesmo ritual,
enfiando a faca profundamente na base do crânio e cortando a medula
espinhal.
Viktor amaldiçoou novamente quando Reaper olhou para o telhado e
deu um grito perfeito imitando uma coruja perdendo sua presa. Era um som
ouvido à noite, não frequentemente, mas ocasionalmente. O som era
arrepiante. Ameaçador. Uma réplica perfeita, e ainda assim para Viktor
representava a morte. Reaper chamou a equipe depois que ele fez suas
matanças. Ele podia imitar qualquer coisa ou qualquer pessoa, assim como
seu irmão, Savage, também podia.

24
No momento em que a última nota morreu, os dois irmãos Ice e Storm,
estavam sobre a grossa parede e sobre o telhado com Reaper. Viktor já estava
em movimento, movendo-se rapidamente, correndo de um telhado para o
outro, Mechanic, Savage e Absinthe bem atrás dele. Eles ganharam o outro
teto, mantendo-se abaixados para evitar serem vistos pelos homens
escondidos no chão, esperando tal ação contra o carregamento de jovens
meninas que estavam sendo trazidas de todo o país. Ohio. Arizona.
Califórnia.
Ice e Storm, agacharam-se, e uniram-se a eles perto do ponto de entrada.
O grande ventilador de lâminas pesadas rodava em ciclos rápidos atrás da
tela. Do outro lado do ventilador estava a mesma tela de metal que tinham
que descer antes que os homens pudessem entrar no edifício.
Mechanic já estava lá, agachado ao lado do ventilador industrial,
trabalhando no problema. Havia uma razão pela qual ele ganhou o nome de
Mechanic, e não eram as motos e carros personalizados que ele criava e
construía. Era sua capacidade de controlar qualquer tipo de metal ou

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eletrônico. Essa tinha sido uma grande parte de sua sobrevivência na escola
e ainda mais uma ajuda quando ele tinha aprendido a controlar e fortalecer
seu talento.
Storm tinha uma mão nas costas de seu irmão enquanto esperava que o
enorme ventilador desacelerasse e depois parasse de girar. Eles tinham que
ser rápidos para evitar que os que estavam embaixo soubessem o que estava
acontecendo. Para fazer isso, o som do ventilador tinha que continuar. Como
um refrigerador funcionando ao fundo, ninguém notaria o barulho até parar.
Enquanto Mechanic trabalhava para retardar e eventualmente parar o
ventilador, Storm reproduziu o som e projetou-o por todo o edifício abaixo
deles.
Viktor os observava trabalhando juntos perfeitamente, algo que seus
irmãos tinham feito desde que a maioria deles era jovem. Essa capacidade de
misturar perfeitamente seus talentos lhes permitiu sobreviver à insanidade
em que haviam crescido. Os dons que cada um deles sempre o surpreendia.
O ventilador diminuiu e finalmente parou completamente. Nesse

25
instante, Ice já tinha a tela solta e Storm estava passando, Ice logo atrás dele.
Ele teve que passar a tela o mais rápido possível, enquanto Mechanic
mantinha o ventilador parado. Não era fácil e a tensão se mostrou. Pequenas
gotas de suor escorriam por seu rosto, mas ele ficou travado no lugar
enquanto Ice e Storm dispensavam a segunda tela.
Os outros homens passaram rápido, Viktor fazendo a retaguarda,
esperando garantir que Reaper, o último homem, conseguisse atravessar com
segurança também. Mechanic ficaria atrás e vigiaria o telhado, certificando-
se de que tinham uma maneira de recuar se necessário. No momento em que
Viktor entrou no sótão, atrás de Reaper, o ventilador começou a girar
novamente.

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2
Máscaras. Certifique-se que as mangas estão abaixadas para cobrir
todas as marcas de identificação. Mantenham as luvas, nem um pedaço de pele.
Viktor deu a ordem. Eles não se preocupavam em deslizar os dedos em
trabalhos como estas luvas eram suficientes. A idéia era entrar e sair rápido.
Um relâmpago e então eles se tornavam fantasmas.
Ele esperou enquanto os outros se moviam como fantasmas silenciosos
ao longo das vigas acima dos quartos sujos que abrigavam as mulheres. Eles
tinham feito isso com freqüência suficiente para que fosse um padrão que eles

26
conheciam bem e que funcionasse de forma eficiente. Eles sempre tomavam
os cubículos individuais em primeiro lugar. Eles tinham que ficar calados e
confiar que as meninas permaneceriam em silêncio. Então eles limpavam os
monitores do corredor. A sala de treinamento era a próxima e depois disso,
eles matavam muitos dos homens que esperavam na fila antes que eles
sumissem.
Ele usou sinais de mão e seus homens se espalharam. Cada um tomou
um dos pequenos quartos. Eles não eram realmente quartos, apenas
cubículos improvisados com quatro paredes e um teto aberto. O clube
Swords carregava as paredes dos cubículos em um grande caminhão que ia
de um lugar para outro. Eles poderiam colocar e derrubar as paredes frágeis
em questão de uma hora. Sua operação era movida todas as noites, o
endereço era dado na Internet, ou se os clientes eram regulares, através de
mensagens, apenas o endereço.
Ele deu o sinal, e cada homem desapareceu em uma das salas pequenas,
retangulares. Ele caiu atrás de seu alvo, batendo a faca profundamente na

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base do crânio dele e puxando o corpo da menina quase simultaneamente.


Seus olhos e sua boca se abriram. Ele pôs a mão sobre ela e balançou a
cabeça. — Nós vamos tirá-la daqui.
Ele esperou até que isso penetrasse. Por um momento a esperança
surgiu, e então ela balançou a cabeça. — Eles têm homens esperando você
aparecer. Eles falam sobre isso o tempo todo. —Ela manteve a voz baixa. —
Nós nunca pensamos que você viria.
Então a notícia se espalhou até as mulheres. Isso facilitava o trabalho
dele. Às vezes era difícil persuadir as meninas de que estavam livres. Claro,
ele sempre chamava a polícia anonimamente, mas isso sempre era um tiro
no escuro. O Swords tinha dinheiro, mais dinheiro do que qualquer clube lá
fora, inclusive o dele, embora seu gênio tesoureiro estivesse enviando
dinheiro para as contas da Torpedo Ink nos últimos quatro anos e no momento
em que isso estivesse acabado, eles teriam o dinheiro de Evan.
— Fique quieta. Eu venho buscá-la quando acabar. —Ele esperou por
seu aceno antes de saltar e agarrar a borda das tábuas finas que formavam a

27
parede para que ele pudesse se puxar para cima nas vigas.
Caminhando ao longo da viga, viu que sua equipe estava ocupada. Ele
caiu uma segunda vez e depois uma terceira, antes de ter conseguido libertar
as mulheres nos cubículos. O corredor era sempre o ponto mais perigoso.
Eles tinham acabado com o inimigo em dois minutos dentro dos cubículos,
mas a qualquer momento, um dos homens que guardavam os salões poderia
verificar as mulheres. Eles tinham que trabalhar ainda mais rápido.
Cada membro da equipe indicou quais dos guardas iriam tomar nos
corredores. Sobravam dois homens, com Transporter guardando a entrada
da frente e Mechanic a saída. Dois homens sobravam. Reaper e Savage
indicaram que pegariam os homens extras. Viktor não se surpreendeu. Eles
eram relâmpagos. Ele também não ficou nem um pouco chocado que os
homens que eles escolheram estivessem próximos do alvo que ele escolheu.
Reaper sempre estava nas suas costas.

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Viktor correu levemente ao longo da viga, esperou pronto sobre seu alvo.
Ele deu o sinal quando todos estavam no lugar e, como uma única unidade,
eles caíram atrás do inimigo, com facas cortando colunas vertebrais bem na
base do pescoço. Viktor girou em direção aos dois homens extras que Reaper
e Savage tinham escolhido, mas ambos já estavam caindo, quase em câmera
lenta.
Agachado, Viktor saltou para a borda da parede, puxou-se para cima e
correu ao longo do feixe de volta para o quarto de treinamento, seu estômago
em nós apertados, duros. A raiva queimando lentamente em sua barriga
começou a se agitar e irritar. Ele detestava ver as moças tão abaladas que não
se moviam quando homens após homens eram trazidos para dentro, o
treinamento, as violações e os espancamentos, sempre o levavam de volta à
sua infância. Se ele pudesse, ele teria matado cada membro do Swords da
face da terra.
Viktor. Absinthe tocou seu braço, parando-o. Nós vamos desta vez. Você
sempre pega a sala de treinamento.

28
Viktor não respondeu. Ele não podia. Não havia nenhuma maneira dele
ficar para trás enquanto os outros arriscavam suas vidas para fazer o que ele
tinha jurado fazer, parar Evan Shackler-Gratsos, evitar que ele vendesse
mulheres e crianças. Reaper e Savage assumiram posições a cada lado dele.
Viktor olhou para a cena que se desenrolava embaixo. Apesar dos
Swords estarem esperando problemas, eles ainda estavam treinando as novas
garotas. O treinamento equivalia a espancá-las, estuprá-las e intimidá-las
mais e mais. Ele tinha visto esse cenário se repetir uma e outra vez, ele achava
que já deveria estar imune a todas as emoções, ou pelo menos entorpecido,
mas não estava. A visão não só o deixava doente do estômago, mas fazia
com que a raiva lenta e ardente em seu ventre florescesse em uma tempestade
agitada.
Viktor não podia ver os rostos machucados e inchados das moças, ou o
olhar desesperado e vago nos olhos delas enquanto esperavam que o próximo
homem sem rosto as usasse e depois as deixassem para o destino delas. Por
um momento, ele fechou os olhos contra a visão, e imediatamente ele foi

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inundado com imagens de sua infância, esse mesmo olhar desesperado em


tantos rostos. A raiva passou de um inferno impetuoso para uma fúria
vulcânica.
Ele não olhou para os homens com ele. Ele não podia. Como ele, eles
teriam pesadelos. Como ele, eles sabiam que em algum lugar dentro deles
estava a mesma fúria em relação ao tipo de seres humanos que poderiam
cometer este tipo de atos violentos contra crianças e jovens homens e
mulheres.
Sete jovens, entre as idades de onze e quinze anos, jaziam em colchões
sujos no canto, chorando suavemente, tentando abafar os sons enquanto uma
equipe de quatro homens atacava uma oitava moça. Aquela garota parecia
um bebê para ele, uma menina de não mais de onze anos talvez menos. Ela
lutou, mas já não havia luta nela. Nenhuma. Ainda assim, isso não a salvou,
os homens que a cercavam não desistiam.
Todas as meninas mostravam sinais de espancamento e estupro. Havia
choque em seus olhos, em seus rostos, e a maioria já parecia desesperada.

29
Três eram lutadores, e um em particular parecia ter tentado várias vezes parar
o ataque da menina que eles estavam "treinando". Enquanto ele observava,
ela tentou de novo e foi espancada com os punhos. Quando ela caiu, um
homem a chutou com força no estômago e Viktor estremeceu por ela, seu
olhar se estreitando no homem, enquanto ele voltava a se juntar aos outros
violando a menina mais nova.
Viktor, Reaper, Savage e Absinthe caíram rapidamente, diretamente
atrás do inimigo, enquanto Ice e Storm os cobriam de cima. O homem que
Viktor havia selecionado como seu alvo deve ter visto o brilho de esperança
ou choque nos olhos de sua vítima, porque começou a se virar. Suas calças
estavam em torno dos tornozelos e ele tropeçou, caindo em cima do homem
ao lado dele. Antes que ele pudesse fazer um som, Viktor enfiou a faca
diretamente na garganta do homem e então retirou a lâmina e cortou a
jugular dos dois lados. Savage colocou o dedo nos lábios, de frente para as
meninas. Ainda assim, duas das mais jovens gritaram. Uma menina, a

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lutadora, apressadamente rastejou para elas e colocou uma mão sobre suas
bocas.
— Nós vamos tirar você daqui. —Viktor assegurou. — Temos de nos
livrar dos que guardam o lugar. Mantenha-as quietas e espere que alguém lhe
dê o aviso que tudo está limpo. Você entendeu? —Suas mãos foram gentis
quando puxou a moça debaixo dos quatro homens mortos e a carregava para
a garota que tinha lutado por ela.
— Zoe. —a lutadora sussurrou lágrimas em seus olhos. Ela embalou a
jovem para ela, balançando-a suavemente para frente e para trás. Zoe não
respondeu. Claramente, ela se retirara com sua mente para outro lugar.
Viktor tinha visto isso acontecer muitas vezes.
— Cuide dela. Todos vocês fiquem quietas e tentem não olhar para os
mortos.
A pequena lutadora assentiu. Viktor fez uma nota mental para checá-la
mais tarde, apenas para ter certeza de que ela tinha feito isso. — Qual é o seu
nome?

30
Ela levantou o queixo, sabendo o que ele viu, sabendo que ele sabia o
que esses homens tinham feito a todas elas. — Darby. Darby Henessy.
— Aguente, nós vamos tirar você daqui. —Ele odiava deixá-las, ele
sempre o fazia. Mas ele não poderia salvar o mundo, ele só poderia fazer o
seu melhor. Ele as havia liberado e eram elas que deviam juntar suas vidas.
Não seria fácil. Ele sabia disso melhor do que a maioria.
Mais uma vez foi para as vigas, correndo facilmente ao longo delas de
volta ao ponto de entrada. Está feito, informou a Mechanic e Transporter.
Mechanic imediatamente abrandou até que o ventilador parou desta vez
não se incomodando em imitar o ruído. Qualquer um lá dentro que fosse um
problema já estava morto. Tinham realizado toda a operação em menos de
cinco minutos. Mechanic tinha os rifles e jogou-os para cada membro da
equipe quando eles atravessavam. Eles correram ao longo do telhado,

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posicionando-se para uma melhor cobertura, arrancando suas máscaras para


ter uma melhor visão quando fizessem isso.
Eles abriram fogo, cada um selecionando um alvo, indo para os
membros do Swords restantes primeiro e, em seguida, qualquer um dos
homens na fila que foi estúpido o suficiente para ficar. Cada tiro era uma
morte. Eles não desperdiçavam balas. Para Viktor e os outros, os homens que
compravam as moças eram tão culpados quanto os que vendiam. Eles viam
a condição das meninas, suas idades, as contusões e lacerações, e ainda não
faziam nada para ajudá-las.
Agora eles tinham apenas alguns minutos para libertar as meninas.
Apesar dos cadáveres, ou talvez por causa deles, qualquer sobrevivente que
conseguisse fugir nunca chamaria a polícia, mas Viktor não se arriscava ou
aos seus homens.
Alena é com você. Use uma máscara e certifique-se de que você está completamente
coberta.
Viu Alena caminhar rapidamente em direção às portas do armazém,

31
pisando sobre cadáveres enquanto ia. Ela era alta e curvilínea, e, em regra,
seu cabelo era uma confusão lustrosa de grossas ondas de platina, selvagem
como os de seus irmãos. Alena era um de seus maiores trunfos e entrou para
o Sword Club como sua Old lady. Ice e Storm a vigiavam como falcões,
embora os outros membros do Torpedo Ink, incluindo Viktor, fossem quase
iguais. Ela encolheu os ombros para o aviso de sua proteção, mas mostrou
seu respeito e admiração como devia.
No momento em que Alena entrou em campo aberto, todos ficaram
hiper alertas, examinando todos os possíveis esconderijos para um membro
do Swords vadio que poderia pensar em atirar nela. Transporter a seguiu, de
costas para dela, em perfeita sincronia com ela, apesar de caminhar para trás.
Uma automática estava aninhada em seus braços. Seu corpo era mais largo
e mais alto do que Alena, bloqueando-a de qualquer ataque pelas costas.
Ela empurrou um corpo de lado com a ponta da bota e entrou. Só levaria
minutos para ela acalmar as garotas e levá-las para fora. Ela as advertiria para

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que não falassem sobre quem as salvou e insistissem que não os viram. Elas
poderiam dizer que usavam capuzes, mas não havia mais nada a ser dito.
Quando as meninas saíram, passando pelos cadáveres, Darby estava
ajudando a liderá-las e acalmá-las. Ela fez isso carregando a menina mais
nova, Zoe. Viktor fez o chamado para a polícia e eles desapareceram
rapidamente, deixando a área rápidamente antes que qualquer membro do
Swords ou a polícia pudessem chegar lá.
Eles estavam jogando pôquer no quarto do motel onde Viktor estava
hospedado quando o presidente do seu braço explodiu lá com dois outros
membros do Swords. Eles usavam suas jaquetas, a espada pingando no
centro das costas e o nome do seu clube no balancim superior. O canto
inferior dizia que eles eram de um braço em Nova Orleans, Louisiana. Viktor
tinha tido certeza de se juntar ao braço que Evan originalmente tinha feito
parte.
— Já ouviu Czar? —perguntou Habit.
Viktor virou a cabeça lentamente. Ele havia construído sua reputação,

32
um homem que não se abalava por nada. Ele era casual até que ele não era,
e então ninguém o queria em seu caminho. — Ouviu o quê?
— Dois outros de nossos braços foram atingidos e metade dos homens
está morta.
Viktor se recostou na cadeira. — Tem que ser outro clube, Habit.
Alguém quer assumir o negócio do tráfico. Quem entraria nos sapatos do
Swords se estivéssemos enfraquecidos?
Habit virou uma cadeira e montou sobre ela. — Eu odeio estar longe do
nosso clube e do nosso próprio território. Eu não sei por que Evan não pode
pedir a um dos outros braços de mais perto para fazer seu trabalho para ele.
Viktor deu de ombros, mantendo-o muito casual, como se toda a
conversa o aborrecesse e ele não tivesse preferência por um jeito ou por outro.
— Acho que eu posso entendê-lo. Ele começou no braço da Louisiana, e foi

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aí que começou a briga com Jackson Deveau. Ele quer acabar com ele com
esse, não com outro braço.
Habit acenou com a cabeça várias vezes, olhou para os outros na sala, e
Viktor imediatamente empurrou a cabeça em direção à porta. Os outros,
sentados ao redor da mesa, puseram as cartas para baixo sem uma palavra e
saíram do quarto, fechando a porta atrás deles.
Habit sorriu e sacudiu a cabeça. — Você faz isso tão facilmente, como
se tivesse nascido para tomar o comando. Eu deveria me sentir ameaçado
por você, mas não. Você nunca parece querer se mover de onde você está
agora.
Viktor tinha tido o cuidado de estudar Evan e, ao fazê-lo, percebeu que
o homem queria vingança contra Jackson Deveau, não porque o homem
tivesse feito alguma coisa para ele, mas porque Evan, quando adolescente,
tinha feito do jovem Deveau e de sua mãe os monstros do armário. Na mente
de Evan, os dois tinham impedido Jackson Deveau ‘pai’, de amar a ele e a
sua mãe. De escolhê-los.

33
Jackson Deveau ‘pai’ andou com os Swords. Ele tinha uma esposa e um
filho que ele amava, mas então sua esposa ficou doente, com câncer. Ele não
podia ficar assistindo-a desaparecer, então ele viajou com seu clube e
eventualmente a mãe de Evan e eles viajaram com ele como se fossem dele.
Era simples assim. Nada enorme. Nenhum grande evento tinha dado a Evan
tanto ódio que ele apodreceu de dentro para fora com ele. Deveau pai
continuou a visitar sua esposa e filho no bayou6, e nunca se divorciou dela,
nunca se comprometeu com Evan e sua mãe. Evan acreditava que o Deveau
‘pai’ tinha escolhido os outros dois a ele.
— Nunca quis ser o presidente. —disse Viktor. — Não é a minha. —Ele
tinha sido o "Czar", o presidente de seu clube, Torpedo Ink, quase desde os
dez anos. Naquela época, eles nem sabiam que iriam montar em motocicletas
para sentir o vento em seus rostos, apenas para se sentirem vivos—para se

6 Bayou – Cidade dos EUA no Mississipi e também significa curso d'água pantanoso comum no sul dos EUA

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sentirem livres por um pequeno momento no tempo. Ele sempre seria o


presidente de seus homens, o homem que eles seguiram, quer ele quisesse ou
não.
Evan sentiria concorrência de qualquer presidente de braço e acharia que
tinha que provar que estava no comando. Viktor era um executor, alto o
suficiente para que Evan o notasse, mas não em posição de ameaçá-lo. Ele
tinha trabalhado através das fileiras para reforçar em tempo recorde o clube
Swords, tornando-se indispensável para Habit sem ameaçar sua posição
também. Tinha trazido quinze outros membros, bons homens que ajudavam
o braço em tudo, desde a execução de armas até a realização de assassinatos,
mas todos se recusaram firmemente a participar do tráfico de seres humanos.
Eles eram muito valiosos em outras coisas, de modo que Habit deixou isso
passar.
Habit esfregou a mandíbula. — Evan é paranóico. Duro, delirantemente
louco. —Ele olhou ao redor como se alguém pudesse ouvi-lo. — Ele detesta
as mulheres, e ele sempre quer que todos ao seu redor concordem com ele.
Eu o vi tirar uma arma e atirar em um tenente de confiança porque o homem

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não disse sim rápido o suficiente. Estou falando de alguém que ele conhecia
há anos. Quanto mais dinheiro e poder ele recebe, pior ele fica. Quando ele
subiu a presidente internacional, algo nele quebrou. Ele ficou paranóico, ele
se livrou de seus homens mais confiáveis, e com isso quero dizer que ele os
derrubou porque eles sabiam seus segredos. Ele disse a todos que descobriu
uma conspiração contra ele, mas todos nós sabíamos que ele estava cheio de
merda.
Viktor não disse uma palavra. Ele sabia tudo isso. Ele tinha estudado
tudo o que havia para saber sobre Evan antes de se juntar ao braço da
Louisiana.
— Eu estou dizendo isso porque você é o tipo de homem que vai chamar
sua atenção, e, Czar, você não quer sua atenção. Você tem uma coisa sobre
sua Old lady. Alena é linda, e ele vai querê-la. Se ele quer uma mulher do
clube, ela é dele. Ele não se importa se ela é uma old lady ou uma das putas
do clube. Ele vai tê-la, e ele é áspero. Significa que as mulheres não voltam

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as mesmas. Às vezes não voltam. Ele esteve na Europa, então nós não
tivemos problemas por aqui, mas se ele estiver vindo de verdade, e parece
que ele está, Alena entrará em seu radar.
Viktor olhou para Habit sem piscar. — O homem que tentar levar minha
mulher, está morto, Habit. Você sabe disso. Eu deixei isso perfeitamente
claro. O mesmo vale para Lana. Não que qualquer uma delas precise de
proteção. Você não as viu em ação, mas elas são boas senhoras. Elas não
falam sobre negócios do clube, e elas podem e vão nos defender.
— Isso não vai importar para Evan. —Habit parecia agitado, passando
uma mão em seus cabelos grisalhos. — Eu estou dizendo, você não pode
argumentar com ele. Ele usa as mulheres para passar drogas e sexo. É isso aí.
Um tempo. Para ele, elas não têm muitos outros usos. Como seu amigo,
estou dizendo para você esconder as duas mulheres em algum lugar, até que
ele tenha ido embora. Ele não vai ficar muito tempo. Ele já pediu para o
nosso clube descobrir Deveau, não tocá-lo, mas encontrar seu buraco até
Evan aparecer. Ele quer matar o filho da puta, e então desaparecerá

35
novamente. Ele nunca ficou por mais de um dia ou dois.
Viktor quase sentiu pena do homem. Quase. Habit regia o braço pelas
regras que Evan estabelecia, e isso significava que escravizavam meninas e
até mesmo alguns meninos. Viktor tinha atingido seu próprio braço uma vez,
mas não podia fazer mais do que isso ou isso chamaria a suspeita sobre sua
equipe. Ele esperou até que foi enviado em uma missão particularmente
perigosa e tinha levado vários de sua equipe com ele. Eles haviam levado a
cabo os assassinatos em tempo recorde e atingido o bordel móvel duro,
matando muitos dos homens como puderam e libertando as mulheres.
Habit tinha ficado louco, rugindo de raiva pela perda de seus homens e
exigindo que Viktor e os outros o ajudassem a construir os estábulos
rapidamente para que Evan não voltasse os olhos para eles. Viktor tinha
apenas olhado para ele com olhos frios e abanou lentamente a cabeça. Ele
faria qualquer outro tipo de trabalho para Habit, mas não isso. Habit tinha
saído, mas deixou Viktor e os outros porque eram muito valiosos para ele,
especialmente quando um bom número de seus membros havia morrido.

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— Por que você não o mata? —Perguntou Viktor, como se fosse normal
matar alguém que você não gostava, e para ele, era. Matar tinha se tornado
muito fácil. Muito rotineiro. Isso deveria incomodá-lo. Mas não.
— Ele tem algum tipo estranho ... —Habit parou e olhou ao redor
novamente como se Evan pudesse ter olhos e ouvidos ali no quarto do motel.
Viktor não mudou de expressão, mas sentiu que a adrenalina tentava
atravessar suas veias. Finalmente. A única coisa que ele não pôde descobrir
sobre ele. Evan Shackler-Gratsos tinha algum tipo de talento psíquico. Seu
irmão, Stavros Gratsos, o falecido magnata do transporte, certamente tinha
um forte talento psíquico. Viktor acreditava que a maioria das pessoas o
fazia, eles simplesmente não estavam cientes disso ou não acreditavam nisso.
Eles não prestavam atenção ao fato de que estavam conscientes de que o
telefone ia tocar, ou tinham um mau pressentimento se uma criança estava
em apuros.
As pessoas não acreditavam no talento psíquico, então ele não existia.
Ele sabia que sim. Cada um de seus colegas na escola que ele tinha

36
frequentado na Rússia possuía um talento de alguma forma, grande ou
pequeno. Eles trabalharam esses talentos noite e dia para fortalecê-los, não
onde os instrutores viciosos da escola pudessem ver, mas quando estavam
trancados no porão escuro e ficariam loucos se não mantivessem suas mentes
ocupadas e fortes.
Viktor esperou pacientemente, não inclinando a mão ou parecendo
ansioso. Habit queria compartilhar. Ele tinha medo de Evan, e ainda mais
medo que pudesse perder Viktor para Evan. Viktor tinha se tornado
importante para ele.
— Ele é assustador com as coisas que pode fazer. Eu o vi fazer as pessoas
fazerem coisas que nunca fariam, apenas olhando para elas. Ele pode fazer
coisas às pessoas, fazê-las acreditar nas coisas. Um dos homens o deixou
zangado e logo, o pobre filho da puta rasgava sua própria pele pensando que
aranhas estavam rastejando por cima dele. Elas não estavam, mas ele não
acreditava. No final, Evan acabou atirando nele, rindo o tempo todo.

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— O que ele tem contra Deveau? Por que vir para os Estados Unidos
por um delegado do xerife? Bastava contratar o serviço. Inferno. Eu poderia
fazê-lo sozinho.
— Ele tem ódio de Deveau por anos. Ficou bêbado uma vez e queixou-
se sobre ele e seu pai. Como o velho não queria Evan e a puta de sua mãe.
Juro que ele a chamou assim. De prostituta. Disse que ela era inútil, só queria
Deveau e nem sequer ficou limpa por seu filho, quando Deveau não quis
mantê-la. Ele a odiava. Eu não ficaria surpreso se alguém me dissesse que ele
a matou. Acho que ela se afogou. Talvez ela se jogasse no lago para se afastar
dele. Pelo que eu sei, ele estava prostituindo-a para o clube e depois a culpou.
Eu não iria enfrentá-lo. Ele está doente, Czar, sério, certificadamente louco.
Seu meio-irmão morreu e deixou uma merda de dinheiro, mais do que tem a
maioria dos países, então ele é intocável.
Viktor deu de ombros casualmente. — Ninguém é intocável. Ainda
assim, se você diz para esconder minha mulher, eu vou, e eu vou dar a Ice o
recado também. Ele não apreciaria alguém tocando sua old lady mais do que

37
eu.
— Eu tenho que admitir, quando temos uma farra, aquelas duas sabem
cozinhar.
As duas mulheres poderiam fazer muito mais do que cozinhar, mas
Viktor não estava disposto a dar uma pista a Habit. Se Evan conseguisse
colocar as mãos em qualquer uma delas, ele teria o choque de sua vida.
— Evan me pediu para pegar sete dos meus melhores homens, explorar
Sea Haven e encontrar um lugar para ficar. Ele quer todos os detalhes sobre
Deveau e a esposa dele, Elle.
Viktor seguiu olhar entediado porque ele era. — Já fizemos isso. Eu
escolhi sete homens para ir comigo. Eu tive o cuidado de não levar ninguém
envolvido em nosso negócio principal. Eu sei que você precisa deles. —
Tráfico humano. Às vezes a raiva brotava tão forte que queria queimar o clube.
O problema era, ele era tão grande, que cortar a cabeça só significava que iria
crescer outra. Isso não significava que ele não era suficientemente ambicioso

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para tentar acabar com todas. Ele estava fazendo isso, usando apenas outro
meio.
Ele cometeu alguns erros no começo, pensando em se aproximar de
Evan, matá-lo e voltar para sua esposa. Não tinha sido tão fácil assim. Evan
era tão paranóico que era impossível rastreá-lo. Investigando descobriu que
nenhuma agência da lei tinha escapado dele. Ele possuía muitos policiais,
todos da Interpol e oficiais em vários países. Evan Shackler-Gratsos o
magnata do transporte não, Evan Shackler-Gratsos o presidente
internacional do notório e temido clube de motociclistas Swords.
Ele não conseguiu derrubar o magnata do transporte, mas havia uma
possibilidade muito boa de poder derrubar o presidente internacional do
clube. Os braços, em todo o mundo, traziam enormes quantias de dinheiro.
Cada um mantinha seus próprios livros, mas eles respondiam a Evan. Isso
significava que ele tinha os livros.
Evan tinha dinheiro suficiente para ter o melhor em softwares para
impedir os hackers, mas a maioria dos hackers não eram Luca "Code" Litvin,

38
outro de seus colegas de escola, um irmão cujas habilidades eram
extremamente importantes. Ele tinha uma pequena habilidade psíquica. Os
dados fluíam das máquinas para sua mente. Code era sempre discreto e ficava
fora do radar, mas ele era o tesoureiro do Torpedo Ink por uma razão.
Durante os últimos quatro anos ele estivera no rastro do dinheiro do Swords,
indo de computador para computador. Eles precisavam de provas
irrefutáveis, tantas que nenhuma agência policial poderia ignorá-las. Viktor
mataria Evan, e Code derrubaria seu exército particular, o Swords.
Code estava próximo. Ele estava se movendo pelo clube Swords, braço
por braço, tirando informações dos livros reais, e não dos dados aos federais
toda vez que tentavam investigar o clube. Ele havia compilado uma grande
quantidade de informações, concentrando-se nos componentes de tráfico
humano, mas abrangendo todas as suas atividades.
— Obrigado, Czar. —disse Habit. — Estamos longe de trazer o que Evan
insiste. O clube está dando o sangue apenas para satisfazê-lo. Ele não se
preocupa com os problemas contanto que o dinheiro continue fluindo. Eu

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intensifiquei o tráfico de drogas para nos financiar novamente. Ele nos tirou
da Louisiana, como diabos ele acha que eu posso construir o negócio outra
vez? Eu tenho homens lá, vigiando coisas, mas eles não podem exatamente
recrutar.
Recrutar era uma piada. Eles usavam todos os meios possíveis para
pegar meninas. Atraindo-as na internet, em estações de ônibus e aeroportos,
seqüestrando-as de shoppings, usando drogas e qualquer outro esquema que
pudessem pensar. Não era tão difícil. Se algum membro tinha filhas
adolescentes, eles criavam as amigas para serem trazidas, e algumas das
filhas foram usadas.
— As coisas vão voltar ao normal rápido quando acabarmos com isso.
—assegurou Viktor. — Você mesmo disse que ele nunca fica em um lugar
mais do que dois dias. Vou escanear as coisas, fazer o meu relatório, voltar
quando ele matar o policial, e vamos estar livres para ir para casa.
Ele seria livre para ir para casa. Sua esposa estava em casa. Blythe
Daniels Prakenskii. Ele sentia falta dela com cada respiração que dava. Ela

39
tinha sido tão inesperada. Não conseguia pensar em uma palavra melhor. Ele
estava rastreando um pedófilo notório, um homem que criou uma
organização internacional para outros pedófilos postarem fotos,
compartilhar crianças, comprar e vender. O homem usava as mulheres como
disfarce, era encantador, rico e se movia nos círculos sociais. Ele tinha
alvejado a mãe de Blythe para seu disfarce nos Estados Unidos. Ele tinha
casado com ela, como costumava fazer. Ele era viúvo por uma razão.
Blythe era de Viktor. Ele tinha arranjado uma reunião casual e a tirou
de seus pés. Ele era bom com as mulheres. Ele sabia exatamente como lê-las
e o que elas queriam e precisavam. Ele era bom em fornecer. Blythe virou o
jogo para ele. Ela era genuína. Doce. Protetora. Alimento. Tudo que ele
nunca teve e não sabia que precisava ou queria. Era impossível não amá-la.
Ele não sabia que esse tipo de amor existia. Não essa necessidade feroz
e motriz que era tão profunda, tão intensa, que o sacudia toda vez que a
olhava. Não havia como sair de seu papel, ele tinha um trabalho a fazer e era

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importante, então ele deu a ela tanto do homem real como poderia. Cada
segundo em sua companhia era paraíso puro.
Ele a levara uma noite a uma igreja ortodoxa russa onde um amigo seu
estava de visita. Ele se casou com ela, usando seu nome verdadeiro, Viktor
Prakenskii, não aquele que ela conhecia. Ele tinha deliberadamente dado a
ela um vislumbre da papelada, embora estivesse em russo, seu nome estava
lá. Ele havia posto sua marca nela, aquela com que os homens Prakenskii
haviam marcado suas mulheres durante séculos.
Seu nome estava marcado nele. Em seu peito, bem acima de seu
coração. Ele insistiu em que ambos fizessem tatuagens. Ela tinha ficado
relutante. Sua pequena inocente. Ele tinha amado corrompê-la, ensinando
suas coisas perversas e pecaminosas, observando seus olhos se arregalarem
com o choque enquanto seu corpo se abria para ele. Pensou nela noite e dia.
Sonhava com ela quando não estava tendo pesadelos. Ela lhe deu descanso
dos horrores de suas memórias. Ele tocou seu peito, o ponto sobre o seu
coração onde ele tinha tatuado uma fechadura. Ela tinha a chave, e ela

40
sempre teria.
— Quando nos juntarmos a você em poucos dias Czar, mantenha um
perfil baixo. Você sempre faz, mas eu não quero que ele perceba você. Agora
ele acha que é engraçado enviar meu executor em um trabalho de merda.
Encontrar-nos um acampamento? Seguir Jackson por alguns dias para
conhecer sua rotina? Poderíamos enviar qualquer um para isso.
Viktor deu de ombros. — Não importa.
— Ele está mostrando que não tem respeito por mim ou por você.
— Você não pode levar as coisas para o pessoal, Habit. Se ele é tão louco
como você diz que ele é, você apenas passa por isso, espera que ele volte para
o buraco do qual ele rastejou e volta ao negócio.
Sorrindo, Habit bateu-lhe nas costas. — Você sempre coloca as coisas
em perspectiva. Eu nunca vi você abalado. Nunca. Temos alguns negócios
que temos que fazer agora. Bem aqui. O braço que acabou de ser atingido
tem produto chegando e ninguém para recebê-lo, guardá-lo ou movê-lo ao

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longo do trajeto. Eles pediram nossa ajuda. Essa é a sua especialidade, então
você escolhe seus irmãos e faça isso. Você terá que obter os detalhes da
Speed.
Viktor balançou a cabeça. — O que você está fazendo cara? Nós não
podemos passar o produto aqui. Este território é de outro clube. Estamos
andando nus, sem nossas cores, para chegar a Sea Haven sem guerra com
eles. E nós não ganharemos. Eles são fortes aqui, nós não somos. Mesmo
com dois braços em movimento, não temos mão-de-obra suficiente para
vencer numa luta.
Habit assentiu. — Eu sei disso. Seu clube é quase tão forte quanto o
nosso.
— Ou mais forte. Eles foram o primeiro clube internacional. Você não
quer foder com eles ou desrespeitá-los. A guerra não é divertida. Nós já
estamos perdendo muitos membros para quem quer que queira acabar com
nosso negócio.
— Não é meu pedido. O presidente do braço tinha algum produto vindo

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através desta rota e seus homens iam ter certeza de que ele chegaria ao leste.
Eu não sei por que eles estão usando esta rota ou quantas vezes eles fizeram
isso, mas eles perderam homens e pediram ajuda.
Viktor conhecia aquele tom. Habit vivia por suas leis. Você ajudava seus
irmãos. Você não virava as costas para eles, não importa quão desagradável
ou perigoso fosse o trabalho. Viktor respeitava isso. Ele vivia pelo mesmo
código, mas sua lealdade e seus irmãos eram os membros de Torpedo Ink,
não os Swords.
Ele amaldiçoou silenciosamente mesmo enquanto mantinha suas feições
sem expressão. Ele não tinha escolha. Se ele fosse cortar a cabeça da cobra,
derrubar o homem responsável pelo maior anel de tráfico humano do
mundo, então ele teria que passar por isso, e seus homens também.
Detestavam as drogas quase tanto quanto os pedófilos e com boas
razões. Ele não poderia salvar o mundo e não poderia evitar a raiva
queimando dentro de seus irmãos mais do que ele poderia pará-la em seu

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próprio ventre. Estava sempre lá, colorindo suas vidas, mantendo-os


separados de qualquer outro ser humano.
Reaper estava certo. Viktor odiava que ele estivesse certo. Ele queria se
encaixar no normal como seus irmãos de nascimento tinham. Eles moravam
com suas mulheres em uma enorme fazenda em Sea Haven. Ele supôs que
era tudo relativo. Seu normal provavelmente não era exatamente o normal
que os outros viviam em suas casas. Atrás de suas cercas. Confortáveis em
seus trabalhos e com seus vizinhos
— Czar?
— Vou pegar seu produto, Habit.
Habit sorriu para ele novamente, mas desta vez estava tenso. Ele não
queria perder seu número um. Viktor tinha trazido muito para a mesa. Ele
era eficiente em matar. Quando ele pegava um trabalho, era feito, e rápido.
Mais e mais nos últimos cinco anos, Habit tinha confiado pesadamente nele.
Além disso, Viktor tinha trazido os outros, homens que ele chamava de
amigos. Ele tinha garantido por eles e eles se mostraram igualmente letais e

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tão implacáveis e confiáveis quanto o homem que Habit conhecia como Czar.
Se sua lealdade se inclinava um pouco em direção a Viktor, Habit ignorava,
ou não via. Viktor descobriu que Habit via o que queria ver.
Habit, agora que achava que estavam em sincronia, pegou um punhado
de amendoins da lata sobre a mesa. — Você vai de manhã para o litoral?
— Sim. Acho que vai demorar alguns dias para encontrar um bom
acampamento e vigiar Deveau. Se Evan realmente vai fazer uma aparição,
eu vou querer ser capaz de garantir a sua segurança. Temos de entrar e sair
antes que o outro clube saiba que estamos na área.
Habit assentiu. — Isso faz sentido. E Evan não vai viajar conosco. —
Havia desdém em sua voz. — Ele é bom demais para isso agora. Ele virá em
um helicóptero ou avião particular.
Isso é bom. Ele teria que usar o Little River Airport se não quisesse uma
viagem de três horas de carro de um dos principais aeroportos, San Francisco

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ou Oakland. Pode não ser um mau lugar para acertá-lo. Viktor guardou esse
pensamento. Por enquanto, ele tinha que encontrar quem estava trazendo o
produto para o território de outro clube. Produto ou não, era tão
malditamente desrespeitoso que mal podia tolerar o pensamento. Se um
homem vivia livre por um código, ele mantinha o código o máximo possível.
Mesmo disfarçado, ele era parte de uma irmandade, e você simplesmente não
enganava com isso.
Viktor deu seu famoso encolhimento de ombros. — Não importa muito.
Ele vai usar as cores quando matar e vamos ter suas costas. Ele vai embora e
podemos ir para casa. Só mais duas semanas, Habit, e você verá sua Old lady.
Agora ele sabia por que Habit não tinha trazido sua mulher com ele.
Claro, ele não tinha dito nada a Viktor sobre Alena, ou a Ice sobre Lana.
Agora eles teriam que se preocuparem também com as duas mulheres. Lana
poderia ficar com o resto dos meninos. Ela era um pouco irascível. Eles a
chamavam afetuosamente de "Widow" ‘viúva’, não porque ela fosse uma, mas
porque ela as fazia muito freqüentemente.

43
Ele debateu sobre levar Alena ou deixá-la para trás. Ela tinha certas
habilidades que poderiam ser úteis, e se todos eles ficassem vivos, podiam
precisar deles.
— Sério, Czar, eu sinto muito pelo produto. Eu não tinha idéia de que o
outro braço poderia encaminhar algo através deste território. Nós não
teríamos sabido, provavelmente nunca, mas eles foram atingidos com força
e perderam muitos homens.
— Eles não deveriam ter tentado trazer as mulheres com eles.
Era um negócio como de costume. Evan deixou isso muito claro. Ele
trouxe todo o seu braço. Só trouxemos cerca de metade.
E a maioria deles eram os irmãos de Viktor do Torpedo Ink. Isso
funcionou muito bem. Habit tinha deixado os homens dirigindo seu negócio
de tráfico em casa. Isso se adequava a Viktor muito bem, na verdade, ele
tinha contado com isso. O braço de Habit tinha sido atingido apenas uma
vez, e eles não tinham perdido muitos membros. Isso tinha sido um

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movimento calculado da parte de Viktor. Eles tinham que ser atingidos, ou


seria suspeito, mas eles não poderiam perder muitos homens ou Habit iria
insistir que Viktor e os outros ajudassem com o negócio das prostitutas. Isso
nunca ia acontecer. Ele podia não ter estômago para esse trabalho.
Viktor olhou para o relógio. — Vou pegar os detalhes da Speed e cuidar
disso para que possamos nos mover. Minha equipe estará montando amanhã
cedo.

44
Não havia nada no mundo que Viktor amasse mais do que
montar sua Harley durante horas em uma estrada aberta. Era a única vez que
ele se sentia verdadeiramente livre. Para um homem como ele, enjaulado e
algemado a maior parte de sua vida, liberdade era tudo. O vento em seu
rosto, o rugido de sua motocicleta, seus irmãos nas costas, tudo isso fazia a
vida ser boa. Valia a pena viver.
Ele tinha assumido uma tarefa e, de certa forma, resultou ser uma das
melhores e ainda a pior que ele já tinha tomado. Ele tinha passado cinco anos
com homens que eram principalmente escória. Em seu mundo, ele teria
cortado, um por um, e na verdade, ele estava realmente fazendo exatamente
isso. Havia poucos homens que ele conheceu no clube Swords que valiam a
pena. Drogas, armas correndo, usando suas próprias mulheres como
prostitutas e traficantes de drogas. O pior era o tráfico de seres humanos. Era
o maior produtor de dinheiro do clube, e ninguém parecia objetar.

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Não que ele não tivesse feito sua porção de coisas ilegais, mas um
homem precisava ter um código para viver. O único código do Swords era
causar o maior estrago possível no mundo. Às vezes, quando vestia suas
cores, ele se sentia sujo. Coberto de merda. Ele queria isso terminado para
que ele pudesse usar suas próprias cores com orgulho. Ele ficaria
verdadeiramente livre quando isso acontecesse. Pelo menos, depois de cinco
longos anos, podia ver o fim chegando.
Ele ergueu o rosto para sentir o ataque completo do vento. A sensação o
fez sentir-se limpo quando não estava. Ele não tinha o direito de julgar, não
quando tinha matado mais pessoas do que provavelmente todo o clube
Swords junto. Não ele sozinho, é claro. Ele olhou para sua esquerda, e
Reaper estava lá. À sua direita estava Savage. Ice, Storm, Mechanic,
Transporter e Absinthe montavam a suas costas. Alena tinha os braços
envoltos em torno dele. Duas vezes ela jogou seus braços no ar por pura
alegria. A ação o fez sorrir.
Pela primeira vez em anos, eles estavam perto de terminar sua tarefa.
Eles seriam capazes de tirar o fedor do Swords e usar suas próprias cores.

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Uma vez que estivessem de volta nelas, nenhum de seus irmãos jamais as
tiraria novamente. Eles foram feitos como fantoches de alguém. Tinha
chegado a eles a noticia que seu maior inimigo estava morto, derrubado pelo
irmão de Viktor, Casimir e sua mulher.
Viktor honestamente não sabia o que pensar sobre a morte de Uri
Sorbacov e seu pai, Kostya. Os homens mereciam a morte dez vezes mais,
mas ele estava dançando sua melodia por tanto tempo, que quase não sabia
como existir sem eles ameaçando sua família para forçá-lo a realizar os mais
sujos, os mais perigosos trabalhos que tinham. Como este. Ele poderia ir
embora, agora mesmo, se quisesse. Começar sua vida livre com seus irmãos,
usar suas próprias cores, ir para sua esposa sem medo que ela fosse morta,
mas se ele fizesse isso, ele estaria deixando a mais baixa camada de lixo da
terra livre também. Isso era contra o seu código.
Por enquanto, andar durante horas ao sol com o vento no rosto e os
irmãos as costas, sentia-se vivo novamente. Ele sabia que os outros estavam

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sentindo isso também. Talvez não estivessem usando suas cores, mas tinham
a tinta em suas costas, e sentiam como se estivessem vivendo livres, mesmo
que por um curto período de tempo.
Eles estavam viajando pela Highway 17 há algumas horas. O oceano era
suave, parecendo um vidro azul-verde que brilhava na superfície. Quanto
mais para o norte eles iam, mais escura era água, como se algo estivesse
escondido sob a superfície, pronto para entrar em erupção a qualquer
momento. Ele gostava disso. Isso o fazia se sentir em casa. O ar era perfeito.
Até agora, não tinham encontrado um único policial, pelo menos não um
que prestasse atenção neles.
Ele estava ansioso para ver seus irmãos de nascimento, para conhecer
suas mulheres, ver suas casas. Tinha passado muito tempo, uma longa e dura
estrada, mas agora que estava chegando ao fim, tudo tinha valido a pena,
sabendo que estavam vivos e seguros. Eles saíram vivos, intactos, capazes de
ter relacionamentos normais. Seus irmãos do Torpedo Ink sabiam tudo sobre
seus irmãos mais novos. Ele sabia que eles iriam protegê-los e a suas famílias
como ele faria.

46
E havia Blythe. Deixou sua mente virar para sua mulher. Cinco anos era
muito tempo para qualquer mulher ficar sozinha, quanto mais uma como
Blythe. Ela era linda e estimulante, o tipo de mulher que daria uma boa mãe,
ou uma esposa dinamite. Ela cuidaria dos membros de seu clube, os levaria
sob sua asa e os ajudaria a encontrar uma maneira de viver.
Ele sabia que seu clube continuaria fazendo o que melhor sabiam, e não
era legal. Nunca seria legal. Outros diriam que ele pegava a lei em suas
próprias mãos. Antes, elas haviam sido dadas pelo seu governo, armas soltas
em inimigos do estado, ou criminosos impossíveis de levar à justiça de
qualquer outra forma. Agora, eles continuavam por conta própria. Eles eram

7 A Pacific Coast Highway é o nome dado ao trecho da auto-estrada State Route 1 ou Highway 1, a maior estrada
costeira da Califórnia, Estados Unidos, que liga as localidades de Dana Point e Oxnard na linha costeira do sul do
estado americano, famosa por cortar deslumbrantes paisagens praianas em sua extensão. Em seu percurso cruza
desde grandes e médias cidades como Los Angeles e Long Beach a pequenos balneários como Santa Mônica e
Malibu.

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bons em caçar criminosos, do tipo que a lei não conseguia. Eles usavam o
tipo de força que a lei não podia usar. Estava em seu sangue. Ele pensou
longamente sobre o "ele". Matar. Combater. Vida e morte. Era como viviam
e não conheciam outra maneira.
Blythe tinha que entender o quanto este serviço era importante. Ela não
podia achar que não era importante para ele—ela era mais. Ele só tinha que
fazê-la entender que ela era sua vida. Sua esperança. Sua razão para se
levantar de manhã. Isso ... Isso era algo que ele fazia porque tinha que fazer.
Ele não tinha escolha. Havia algo nele que simplesmente não podia permitir
que Evan e seu clube arruinassem a vida de tantos rapazes e meninas.
Meninas como Darby Henessy. Mais uma vez ele fez uma anotação mental
para verificá-la, para ter certeza de que ela tinha um lar e uma família
cuidando dela.
As mãos de Alena agarraram sua camisa e a torceram. Era o sinal dela
de que precisavam parar. Ela nunca admitia que tivesse que fazer xixi. Ela
não pedia. Eles tinham desenvolvido esse sistema depois que ele a encontrou

47
em lágrimas. A raiva ardia em sua barriga, sempre tão perto, queimando em
uma bola brilhante de nós. Ela não era a única. Eles tinham conseguido
sobreviver ao seu passado, mas ganharam muitas cicatrizes, algumas delas
mais feias do que outras.
Ele levantou a mão, fechou o punho, dando o sinal de que iriam parar
no primeiro lugar disponível. Com certeza, não havia muitos nesta estrada,
pelo menos não juntos. O que havia eram parques, vários deles. Todos eles
tinham banheiros, a maioria nada mais do que casas de banho atualizadas,
mas elas serviriam. Além de que, as casas de banho estavam na moda.
Alena acariciou suas costas, e ele bateu a mão dela. Ela era linda. Doce.
Estranhamente vulnerável e ainda letal como o inferno. Ele pensava nela
como "Torch8", em vez de Alena. Todos o faziam. Antes, eles tinham se dado
apelidos. Ele tinha dez anos e tinha a idéia de dar às outras coisas para
pensar. Que tipos de talentos eles poderiam ter, o que cada um pensava do

8 Torch – significa tocha

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outro. Era uma maneira de passar o tempo e amarrar-se estreitamente um


com o outro quando estavam fechados na obscura "masmorra."
A escola tinha um calabouço, um real, onde eram colocados
frequentemente para serem torturados por alguma infração inventada, a área
de confinamento era sem janelas e sempre era mantida escura.
Principalmente, quando eles eram mantidos lá em baixo sem roupa, tratados
como animais. Ele reunia os mais novos e contava histórias e inventava
jogos. Eventualmente, os meninos menores o ajudaram a distrair os mais
novos. Ao longo dos anos, quando as crianças morriam, os instrutores
traziam crianças mais jovens. Serem crianças não impediu os instrutores de
usá-los para seus próprios propósitos.
Ele viu um sinal à frente. Outro parque, este maior que alguns que
passaram. Ele sinalizou e todos se viraram para a entrada sinuosa. Uma
pequena cabana de madeira separava os que entravam daqueles que saiam.
Um guardião do parque enfiou a cabeça para fora do estande, olhando-os
cautelosamente. Viktor não se incomodou em sorrir. Nunca ajudava.

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— Ficaremos aqui apenas por uma ou duas horas. —Ele puxou dinheiro
para pagar pelos oito, mesmo que ele considerasse fazê-la pegar o dinheiro
de todos os outros. Se ela achava que ele parecia intimidador, ela deveria dar
uma boa olhada em Reaper e Savage.
Ela entregou-lhe um mapa e disse-lhe onde os banheiros estavam antes
acenar com os adesivos para colocar em suas motocicletas. Era sempre assim.
Enfiou-os no casaco e olhou para trás. A ranger havia saído de sua cabine e
estava olhando para eles como se a tivessem revoltado.
— Eu odeio isso. —Alena disse enquanto saiu da moto para que ele
pudesse estacionar bem na frente dos banheiros.
— O quê? —Mas ele sabia.
— O jeito que ela olhou para mim. Para nós.
— Foda-se, Alena. —ele estalou. Ele agarrou seu queixo. — Ela não é
melhor do que nós.

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Mas ele sabia que não era verdade. A mulher olhou por que eles
montavam motos, por suas tatuagens, adivinhando seu estilo de vida, eram
assassinos. Cada um deles. Aprender a matar tinha moldado suas vidas desde
as idades jovens. Não havia como contornar isso e talvez, porque estava
estampado em seus ossos, estava em seus rostos para que todos pudessem
ver. Trazer todos para casa de Blythe talvez não fosse uma boa idéia, afinal.
Se ela os olhasse da mesma maneira, com tal aversão e desdém, ele não sabia
o que faria. Então, novamente, sua mulher nunca faria isso. Nunca. Isso não
aconteceria. Blythe era o melhor que o mundo tinha para oferecer. Ele não
entendia por que o destino a tinha dado a ele, mas ele absolutamente sabia
que ela era a única, e nada poderia abalar sua fé nela.
— Alena está tendo muitos pesadelos novamente. —disse Ice, cuidando
de sua irmã enquanto ela se dirigia ao banheiro. — Eu não gosto.
— Nenhum de nós. —reconheceu Viktor. — Ela estava dormindo na
cama comigo, e isso ajudou algumas vezes. Ela estava com Lana, quando
Lana e os outros entraram no acampamento ontem à noite.

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Storm estava do outro lado de Viktor, franzindo o cenho para sua irmã.
— Assustou-nos um inferno. Você esteve fora a maior parte da noite com
Reaper e Savage, então você não ouviu. Foi aquele som horrível que ela faz
quando está dormindo e você sabe que se tocá-la, você só será parte de seu
pesadelo. Eu pensei que saber que Sorbacov estava morto iria detê-los, ou
retardá-los, mas eles estão ficando piores.
Viktor sabia exatamente do que estavam falando. Os pesadelos de Alena
estavam piorando. Todos sabiam disso, mas ninguém sabia o que fazer. Ele
esfregou a ponta do nariz, embora bater em algo o teria feito se sentir muito
melhor. Ainda assim, havia Blythe. Ele estava contando com Blythe. Ela
vivia em um mundo distante deles, e ela era esperta. Ela sabia coisas sobre
aquele outro mundo que estava fechado para eles.
— Minha mulher vai descobrir como resolver isso.
Ice e Storm trocaram um olhar longo que irritou Viktor. — O que diabos
isso quer dizer?

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Ice tentou parecer inocente, mas Storm balançou a cabeça como se


Viktor fosse digno de pena. — Eu não acho que essa mulher exista, Czar. Se
o fizesse, ela teria que ser uma santa, e já que ela se casou com você, isso não
pode ser.
"Ou" Ice entrou na conversa, cutucando seu gêmeo, — Czar a inventou
para que ele pudesse se aliviar de noite. Ele tem um problema muito grande
com as prostitutas do clube Swords todo o tempo.
Storm assentiu. — Pode ser isso, ele tem um complexo de Madonna.
— Um quê? —Ice exigiu.
— Você sabe, a mãe de seu filho tem que ser uma santa.
— Isso não é um complexo de Madonna, seu idiota. —Viktor estalou.
— Isso significa que eu não posso manter a excitação sexual estando
comprometido. Acredite em mim, eu não tenho nenhum problema, e pensar
nela me deixa duro como uma pedra, então fechem as matracas.
Os homens estouraram em gargalhadas e caminharam em direção ao

50
caminho que levava até o oceano. Viktor olhou atrás deles.
— Problemas, Czar? —Perguntou Absinthe enquanto tirava as luvas.
Viktor não pôde deixar de olhar para as tatuagens em seus dedos, as das
mangas de seus braços, subindo pelo pescoço e desaparecendo em sua
camisa. Todos tinham tatuagens. Que contavam histórias se você sabia como
lê-las. Cada um deles usava a tatuagem Torpedo Ink em suas costas, e eles
usavam com orgulho.
O cipreste espalhava-se com dezessete ramos. Raízes emaranhadas no
fundo com pilhas de crânios entre elas. Corvos voando longe da árvore ou
que estavam entre os crânios nas raízes. Cada crânio representava uma
morte. A tatuagem de Reaper estava assustadoramente cheia. Os outros
estavam rapidamente alcançando-o nesta última tarefa. Ele esperava
abrandar tudo. Encontrar razões para não fazer o que eles faziam, mas
Reaper tinha razão quando disse que nunca seria capaz de parar. Ele nunca
seria capaz de parar.

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O que Blythe pensaria sobre sua incapacidade de parar o que eles faziam
de melhor? Ele poderia ficar sem contar a ela? As mulheres, em regra, não
sabiam dos negócios do clube. Era assim. Elas não se sentavam nas reuniões,
e era esperado que fizessem o que seus homens lhes dissessem para fazer.
Blythe não ia gostar disso. Ela era toda sobre os direitos das mulheres e
as mulheres sendo fortes. Ele gostava de mulheres fortes, especialmente ela,
mas queria que ela confiasse nele o suficiente para seguir sua liderança. Ele
era um líder. Ele tinha sido colocado nessa posição aos dez anos e ainda
estava nessa posição. Ele não podia ser outra coisa. Ele olhou para Reaper,
que ainda estava sentado em sua motocicleta, olhando com cuidado. O
homem estava certo. Ou ela o amava pelo que ele realmente era, ou não o
amava.
— Sua mulher sabe como lidar com o trauma? —Perguntou Absinthe.
Sua mulher andava sobre as águas. — Ela pode fazer qualquer coisa. Ela
vai adorar Alena e Lana, e elas precisam de um pouco de amor.
— Elas nos têm. —Absinthe lembrou calmamente. — Nós as amamos,

51
e elas ainda não estão melhores.
Viktor ergueu a cabeça e olhou para seu irmão nos olhos. — Você está?
Porque nenhum deles estava. Nem um único, especialmente ele. Viktor
estava tão estragado quanto o resto deles. Ele sofria os mesmos pesadelos e
tinha todos os tipos de questões que ele não queria falar, especialmente com
alguém tão doce e inocente como Blythe. Ele suspirou e passou a mão pelo
cabelo. — Você está certo, Absinthe, elas não estão melhores.
Alena saiu do banheiro das mulheres caminhando em direção a eles com
seus passos longos e confiantes, seus brilhantes cabelos platinados fluindo ao
seu redor. Ela sempre enrolava o cabelo em algum tipo de nó complicado
quando estava montando, mas soltava-o no momento em que estava fora da
moto. Ele sabia que era uma sobra de quando um dos instrutores tinha batido
sem sentido e lhe raspou a cabeça. Ela tinha seis anos e tinha precisado de
todos eles para consolá-la. Mas, ela nunca tinha realmente superado isso.
— O que foi? —Reaper perguntou.

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O homem era assustador, mesmo nas botas de motocicleta. Viktor ouvia


tudo, mas nunca ouvia Reaper ou Savage. Os dois eram uma força a ser
contada. Ele não sabia qual era o pior: Reaper, o irmão mais velho, ou
Savage, o mais novo. Provavelmente Reaper. Se algum dos irmãos de
nascimento de Viktor estivesse naquele lugar de horror, teria perdido a
cabeça.
— Estamos todos bem fodidos, não estamos, Reaper? —E se Blythe não
o tivesse trazido de volta? Essa pergunta o perseguia havia muito tempo. Ele
acordava no meio da noite várias vezes, suor escorrendo dele, seu coração
acelerado com a possibilidade. Ele nunca havia considerado que ela não iria
querê-lo, não no primeiro ou no segundo ano, mas o tempo se estendeu e ele
não pôde vê-la ou ouvi-la, e o medo tinha começado a tomar posse.
— Alguns de nós mais do que outros. Você, nem tanto. Você era mais
velho do que o resto de nós e descobriu uma maneira de lutar. Você nos
manteve humanos quando todos teríamos sido animais. —Reaper olhou para
a água cintilante. — Você nos deu uma vida, Czar. Pare de se debater. Eu

52
nunca vi você assim. Ela é ou não é.
Viktor pressionou seu polegar no centro de sua palma esquerda e
segurou lá. Prakenskiis não cometiam erros quando se tratava de escolher
suas mulheres. Blythe era única. Ela era sua esposa. Sua parceira. Sua única.
Ele tocou seu peito, a fechadura tatuada em seu coração. Ela tinha a chave
tatuada em seu corpo. — Ela é a única. —Ele se virou para o oceano, e se
afastou de Reaper. O homem via demais.
Alena esperava por ele na pequena trilha batida que levava à praia. —
Quem você deixou com as motocicletas?
Ele agitou os brilhantes cabelos. Seus irmãos tinham a mesma cor, um
retorno a algum antepassado nórdico. — Eu não tive que deixar ninguém.
Savage está sentado lá, assustando as pessoas.
Alena riu. — Ele gosta de fazer isso.
Isso não era verdade. Savage não se importava com o que as pessoas
pensavam. Queria que o deixassem em paz. Viktor se preocupava com ele

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quase mais do que com Reaper. Savage era um ano mais novo que Reaper.
Ele tinha apenas três anos quando foi levado para a escola. Ele raramente
demonstrava sentimentos, mesmo com Alena e Lana.
Viktor baixou o ombro e colocou a barriga de Alena nele, levantando-a
e correndo em direção à água fria. Ela gritou e bateu em suas costas, rindo
enquanto fazia isso. Ice e Storm se moveram para interceptá-lo, correndo
para cortá-lo antes que ele jogasse sua irmã mais nova no mar. Ele não iria,
mas acreditava em viver em cada momento. Era um presente de Blythe.
Queria que os outros aprendessem a rir. Era tão raro neles, e eles precisavam
disso.
Blythe lhe ensinara a brincar. Ela tinha sido seu ponto de entrada. Ele a
estudou e se tornou tudo o que ela precisava, inserindo-se em sua vida até
que ela estava perdida nele. Só que ... Ele se achava perdido nela. Ele
demorou a matar o padrasto para passar mais tempo com ela. Ele encontrou
risos, algo que ele nunca tinha conhecido, e ele queria dar isso para seus
irmãos e irmãs.

53
Ice veio para ele em uma corrida morta, inclinando-se baixo para pegá-
lo pela cintura. Storm pegou sua irmã como se ela fosse um saco de batatas
em vez de um ser humano. Ice atacou Viktor, levando-o ao chão. Rolavam
na areia, como duas criancinhas, mas não havia risadas, nem mesmo um
brilho no rosto de Ice. O coração de Viktor afundou. Onde estava o
sentimento de que todos precisavam para permanecerem humanos? Ele não
conseguia encontrá-lo, e ele tinha depositado todas as suas esperanças em
Blythe, não apenas para salvá-lo, mas para salvá-los.
Antes que Ice pudesse se levantar, Transporter estava sobre ele, um
mergulho que o levou vários metros pela praia, aterrissando com força. Os
dois rolaram várias vezes e pararam aos pés de Alena. Ela pegou ambos por
um braço. — Levantem-se, vocês dois, palhaços.
Transporter pôs-se de pé. — Você tem medo de palhaços.
— Não tenho medo de palhaços, droga. —protestou Alena. — Mas você
é um.

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Transporter a pegou em volta do pescoço em um mata-leão e esfregou a


parte superior de sua cabeça com os nós dos dedos. Alena cavou seus dedos
nos pontos de pressão no cotovelo e na parte de trás do joelho. O joelho dele
desmoronou e ele cambaleou. Ela o derrubou, plantando seu ombro na
barriga dele.
Mechanic a segurou pela cintura e a levantou de Transporter. — Eu não
posso deixar você bater em meu irmão mais novo, Alena.
Absinthe mergulhou em cima de Transporter no momento que Alena
estava livre. — Eu estive esperando por este momento. Você me deve setenta
e dois centavos. Eu estou tirando isso de seu bolso furado.
Todos eles sabiam que Transporter tinha reflexos rápidos. Uma coisa era
que Alena o atacasse, qualquer outra pessoa só teria uma chance. Ele rolou
para debaixo de Absinthe antes que seus corpos se tocassem. De alguma
forma ele conseguiu virar o jogo em Absinthe. Ice e Storm imediatamente
foram em ajuda de Absinthe, correndo para entrar na briga. Mechanic soltou
um rugido e mergulhou para ajudar seu irmão mais novo.

54
Alena riu o som parecendo música, chamando a atenção de Viktor. Ela
estava linda com o sol brilhando sobre seus cabelos lustrosos. Ela era bonita,
Ela simplesmente não acreditava nisso. Viktor estava sentado na areia,
observando seus irmãos brincarem. Ice e Storm lutavam com Transporter,
Mechanic e Absinthe, mas ele não ouvia o som de seus risos. Havia um
sorriso ocasional, mas nenhum riso real. Como Blythe conseguiu ensiná-lo?
Não se lembrava da primeira vez que sorriu com ela, e isso o incomodava.
Ele esfregou o queixo nos joelhos. Ele estava colocando muito sobre ela.
Ele sabia disso. Ele não conseguia deter a insidiosa necessidade de violência
de seus irmãos e irmãs. Como ele poderia esperar que ela salvasse todos eles?
Ele incluído? Mas ele o fazia. Ela precisava. Se não o fizesse, se não pudesse,
todos iriam se perder.
Ele estava certo de que eles sabiam disso. Precisavam de violência.
Desejavam. Se eles ficassem muito tempo sem ação, ficaram inquietos e
temperamentais. Alguns eram piores do que outros, mas todos eles tinham

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esses sintomas, juntamente com um milhão de outras várias questões. Eles


eram um clube fodido, mas que diabos, eles estavam vivos e em seu caminho
para sua nova casa.
Reaper sentou-se no ponto mais alto, não prestando atenção às
travessuras de Transporter, Mechanic, Absinthe, Ice e Storm. Seu olhar se
movia inquieto ao redor, examinando as poucas pessoas na praia e olhando
suas costas. Savage não tinha se movido das motocicletas.
Não demorou muito antes de um assobio baixo o advertir. Um carro
percorria seu caminho lentamente pelo estacionamento, do Departamento de
Parques e Recreação da Califórnia. Os homens continuavam lutando, mas
todos estavam muito conscientes do veículo oficial que vinha verificá-los. O
apito baixo os avisara. Não importava o que eles estavam fazendo, quando
o alerta soava, todos prestavam atenção. Estava arraigado neles. Era também
uma coisa muito ruim ter Savage mais perto do veículo. Não havia nenhuma
dúvida na mente de Viktor que os rangers também tinham chamado o xerife

55
para apoio. Ele não se enganava sobre a aparência deles. Eles pareciam
exatamente o que eram—Assassinos.
Ele se aproximou, interceptando o ranger enquanto ele saía de sua SUV.
Reaper estava de pé, parecendo qualquer coisa menos casual. Savage
também estava fora da moto. Eles estavam a uma certa distância, mas eles
definitivamente eram intimidadores, dois homens altos com músculos duros,
cicatrizes e cobertos de tatuagens.
— Tarde. —Viktor cumprimentou. — Você precisa ver nossas entradas?
—Ele não fingiu sorrir. Francamente, ele estava cansado dessa merda,
sempre ficando incomodado só por causa da maneira como eles olhavam.
Na parte traseira de sua mente a bandeira vermelha não parava de
acenar. Eles sempre seriam diferentes. Eles eram diferentes. Ele era. Blythe
iria aceitá-lo como ele era, ou ele estava realmente ferrado. Ele estava
contando com ela nos últimos cinco anos. A cada minuto de cada dia ela
estava com ele. Ele fechou seus dedos apertados em torno do centro de sua
palma, segurando-a com ele, segurando aquela marca que tinha desbotado

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diretamente através de sua pele até seus próprios ossos, marcando-lhe como
dela.
O guardião assentiu secamente e parecia expectante. Seu olhar por trás
de seus óculos continuava voltando para a estrada principal. Claramente ele
estava esperando companhia. Ele tinha chamado o xerife para reforço. A
raiva, sempre tão profunda no intestino de Viktor, começou a borbulhar em
direção à superfície. A necessidade de sentir seus punhos batendo alguma
coisa. A necessidade, da violência física, de se livrar da raiva que estava
sempre presente, marcada cada vez mais profundamente em seus ossos como
sua conexão com Blythe, levantou-se como uma onda.
— Baby? —Alena deslizou a mão em seu braço e sorriu para o ranger
toda cheia de charme, quando ele podia sentir a mesma raiva fervendo dentro
dela. Ela jogou toda a beleza de seu sorriso no ranger. — Alguma coisa
errada? —Sua voz cantou com inocência. A voz de um anjo. Ela sempre teve
isso.
O ranger não pôde deixar de responder. Viktor nunca vira ninguém

56
resistir a Alena. O homem sorriu para ela. Ela aproximou-se do ombro do
guarda-florestal, com todas as curvas e grandes olhos azuis. Ele realmente
tirou seus óculos para obter uma visão melhor.
— Nós esquecemos alguma das motocicletas quando estávamos
pagando? —Isso era dirigido a Viktor, mas ela continuou sorrindo para o
ranger. — Está um dia tão bonito. Eu amo o oceano. E a areia. Você deve
adorar trabalhar aqui. —Ela fez soar como se admirasse o homem e achasse
que seu trabalho era o melhor do mundo. Esse era outro dos presentes de
Alena. Ela se concentrava completamente na pessoa e eles se concentravam
completamente nela.
Viktor sabia que naquele momento, cada um de seus irmãos podia cercar
o guarda-florestal e ele não veria ninguém além de Alena. Ela tinha sido
muito útil quando criança crescendo em um ambiente onde era importante
desaparecer à vista.

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Viktor tirou os passes do bolso e os entregou a Alena. Ela nem sequer


olhou para ele, mantendo toda a sua atenção no homem que já comia em sua
mão. — Aqui estão eles. Espero que tudo esteja em ordem. Eu simplesmente
não consegui resistir a parar e absorver o sol. —Ela estendeu os braços para
o céu como se estivesse se oferecendo para o universo.
Viktor não podia deixar de admirá-la. Ele deslocou o olhar para captar
os outros. Ice e Storm estavam próximos. Alena era sua irmãzinha e eles a
vigiavam como dois gaviões predadores. Eles haviam visto crianças após
crianças mortas naquela escola de horrores, e tinham determinado que isso
não aconteceria com Alena—e não tinha. Eles não estavam sozinhos naquela
feroz determinação: Os outros estavam vigilantes sobre ela e o outro.
Transporter e Mechanic flanqueavam o guarda-florestal, dois homens
com a morte nos olhos e sorrisos enganosos em seus rostos. Absinthe estava
à sua direita e Reaper à sua esquerda. Savage permanecia nas motos, mas era
com ele que Viktor mais se preocupava. Era impossível prever suas ações.
Reaper e Savage perderam duas irmãs naquele calabouço de horrores e

57
vigiavam Alena e Lana para ter certeza de que não as perderiam.
Se por alguma razão o ranger ameaçasse Alena, ele estaria morto, e eles
iriam embora antes que seu corpo atingisse o asfalto, e seria Viktor quem
faria o assassinato. Ele estava perto o suficiente, embora Alena o estivesse
atrapalhando. Ele teria que repreendê-la mais tarde. Ela sabia, mas estava
fazendo isso deliberadamente.
— Tudo parece em ordem. Paula deve ter contado as motocicletas
erradas quando chegaram, senhora. —disse o guarda florestal. — Você ficará
muito tempo?
Alena abanou a cabeça com pesar. — Nós estamos nos dirigindo acima
da costa.
O carro do xerife fez sua entrada lentamente acima da movimentação
do estacionamento. Ele estacionou seu veículo em ângulo, não em um
espaço, cortando parcialmente as motocicletas. Viktor observou o motorista
sair do carro e caminhar em direção a eles. Não houve demonstração de

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força, nem arrogância. Este era um homem com confiança em suas


habilidades. Ele parecia de descendência cajun, braços grossos, um peito
poderoso e robusto, olhos astutos e frios que pareciam um pouco como
obsidiana preta. Ele tinha cicatrizes fracas em seu rosto que só o faziam
parecer mais robusto. Era impossível ler sua expressão, mas seu olhar pegou
a todos, suas posições e o fato de que o ranger estava cercado e nem sabia
disso.
Viktor reconhecia um trauma quando o via, não apenas trauma, este era
um homem muito perigoso. Ele também reconheceu Jackson Deveau.
Deveau não deu uma demonstração de olhar para Savage, mas certamente o
marcou e o notou como um problema potencial. O mesmo com Reaper. A
voz de Alena não iria encantar esse homem, nada iria. O olhar de Deveau
passou por cada homem e depois parou nele. Mais uma evidência de que ele
era um homem com quem ter cuidado. Ele reconheceu Viktor como o líder.
Eles não estavam usando cores, não havia marcadores de identificação, mas
em dois segundos, Deveau tinha lido tudo o que precisava saber.

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— Bronson. —Jackson cumprimentou o guarda florestal. — Tudo bem
aqui?
— Por que não estaria? —Viktor desafiou. Ele sabia que era um
movimento estúpido, mas eles estavam tendo um bom dia. Um grande dia.
Este era o homem que lhe custou cinco anos de sua vida, provavelmente seu
casamento e pior, seus irmãos de nascimento possivelmente suas casas.
Agora seu bom dia? Era o suficiente.
Os olhos de Jackson pousaram sobre ele. Planos. Frios. Olhos como os
de Reaper. Talvez não tão intensos, ou mortos, mas definitivamente perto
disso. — Só estou checando, senhor.
— Suas passagens estão em ordem, Jackson, —disse Bronson
apressadamente. — Você conhece Paula, ela é dramática. Desculpe ligar para
você por nada.
Viktor queria sorrir enquanto o homem protegia parcialmente Alena do
recém-chegado. Claramente ele estava um pouco desconfortável na presença

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do delegado. Jackson percebeu tudo, mesmo o modo como o ranger protegia


Alena. Sua expressão não mudou.
— Belas motos. Onde vocês estão indo?
O diabo em Viktor não deixaria os cães adormecerem. — Ouvi falar de
algumas propriedades perfeitas ao norte de Sea Haven, em Caspar.
Decidimos dar uma olhada. Quero fazer alguns negócios e procuro o lugar
certo para fazê-los.
Ele manteve seu tom suave, sem desafio, mas ele queria que ficasse claro
que ele não iria ser empurrado para fora.
— Bela área. Há uma grande parte da área de Caspar a venda agora,
incluindo o bar de estrada, a pousada e algumas casas. A maioria das
residências com vista para o oceano estão ocupadas ou são casas de férias,
mas há uma boa quantidade de imóveis a venda nessa área.
Informativo. Sem julgamento. Nenhuma sugestão de querer que eles se fossem.
Ainda assim, o homem estava olhando para ele. Estudando-o. Vendo

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demais. Vendo o que Viktor precisava que ele visse mesmo que fosse muito
cedo. Ele soube o momento exato em que o reconhecimento o atingiu. Eram
seus olhos. Viktor tinha os olhos de um Prakenskii. Ele era o mais velho,
mais duro, cicatrizado e tatuado, mas não havia dúvida em seus olhos. Seus
seis irmãos de nascimento residiam em Sea Haven com suas mulheres.
Deveau conhecia Ilya, o mais jovem Prakenskii, e não havia dúvida de que
logo estaria visitando os outros.
— Bom saber. Obrigado pela informação.
Viktor manteve-se curto. Não havia nenhum ponto em um novo
compromisso, ele tinha visto tudo o que ele precisava. O breve encontro
reforçou a informação que ele tinha sobre o alvo. Esse era o homem que Evan
Shackler-Gratsos queria matar mais do que qualquer outro. Queria tanto que
estava disposto a sair do esconderijo para matá-lo pessoalmente.
Viktor tinha estudado Deveau. Ele recentemente tinha se casado com
Elle Drake, e tinha voltado de sua lua de mel. O homem era quieto, mas bem-
visto. Ele estivera no Exército dos Rangers, fez um breve período com a CIA,

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e tinha sido capturado e mantido no Congo por várias semanas, onde se dizia
ter sido torturado. Ao vê-lo pessoalmente, Viktor sabia que essas
especulações eram verdadeiras.
Deveau inclinou a cabeça e tocou Bronson no braço. — Nós dois temos
coisas para fazer. É melhor corrermos e deixarmos essas pessoas ter seu dia.
Uma sugestão nada sutil para ir embora. Ele não iria deixar Bronson para
trás, embora não desse nenhuma indicação que ele achava que Viktor ou os
outros fizessem ameaças. Ele os vira ao redor do ranger, lobos rodeando o
cordeiro. Viktor se forçou a recuar, levando Alena com ele.
Bronson a seguiu, relutando em desistir dela. — Caspar está bem acima
da estrada de onde eu vivo. Você vai gostar da área.
Deliberadamente, Viktor pôs o braço em volta de Alena e a puxou
possessivamente para ele. — Se ela gostar, ela vai gostar comigo, —disse ele,
olhando para o homem.
Bronson se ruborizou e deixou Jackson puxá-lo para longe.

60
Alena sorriu mansamente e acenou com os dedos. — Vejo você mais
tarde. —Ela até injetou uma nota esperançosa em sua voz. Aquela era Alena,
querendo a mesma coisa que ele, um pouco de violência para acalmar o fogo
que queimava por dentro. Eles não a chamavam de Torch ‘tocha’ por nada.
Ela acendia fogos tanto fisicamente como emocionalmente. Ela poderia
conseguir que homens lutassem só batendo seus cílios.
— Eu sei o que você está fazendo, —disse Viktor, apenas deixando-a
saber. Ele manteve os olhos no delegado. O homem era uma ameaça
definitiva. Ele nem sequer tinha posto a mão perto de uma arma, mas Viktor
tinha a sensação de que não teria importado.
Alena encolheu os ombros. — Por que você acha que eu vim aqui? Eu
evitei que aquele pobre ranger tomasse uma surra e nós de tivéssemos que
lutar o nosso caminho para fora daqui.
Isso pode ter sido verdade. Viktor queria esmagar o rosto dela em seu
peito quando o homem fez o seu jogo de poder. E Paula, a ranger do sexo

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feminino, ele poderia ter que fazer-lhe uma visita no meio da noite e mexer
com sua cabeça apenas para dar o troco. Ele odiava que não pudessem andar
por um único dia sem ser incomodados.
— Vamos sair daqui, —disse ele.
Alena lançou-lhe um olhar carregado de emoção. — Depois que você
me disser obrigado.
— Obrigado, Alena. Eu aprecio o fato de que você me impediu de fazer
algo estúpido.
Ela inclinou a cabeça regiamente. — Você é muito bem-vindo. Fico feliz
em ajudar. E apenas para sua informação, aquele delegado era bonito. Você
notou que ele realmente não olhou para mim? Ele é o verdadeiro negócio.
Duro.
Viktor assentiu. — Sim ele é. Ele não teria sido fácil de matar. Ele teria
levado vários de nós com ele.
— Eu o tinha na minha mira. —Reaper disse por trás dele.

61
Viktor sentiu um arrepio subir por sua espinha até seu pescoço. Só
Reaper poderia fazer isso com ele. Ele nunca o ouvia. Nem mesmo aqui onde
havia areia e rocha e o homem estava usando botas de motocicleta.
— Ele sabia disso também. —acrescentou Savage. — Ele estava ciente
de nós dois, e ele ficou bem no meio da armadilha para tirar seu amigo.
— Eu não tive a sensação de que eles eram tão bons de amigos, —disse
Ice. — Mais como conhecidos. Mas Alena está certa, ele nem sequer olhou
para ela.
— Esse, irmãos, era Jackson Deveau. —Viktor deixou cair a bomba.
Reaper e Savage ficavam olhando para ele. Nem piscaram. Alena
ofegou. Ice e Storm trocaram um longo olhar um com o outro, assim como
Mechanic e Transporter. Absinthe simplesmente encolheu os ombros. Eles
sabiam que estavam entre uma rocha e um lugar duro quando concordaram
em aceitar o emprego.

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Deveau era a isca, simples assim. O maior problema que Viktor via era
que ele realmente respeitava o homem. Ele sabia que Jackson tinha crescido
no mundo dos motociclistas. Como ele entrou na lei ninguém acreditou, mas
ao mesmo tempo, seu pai estava na posição exata de Viktor—um executor
do mesmo braço dos Swords. Em outro mundo, Viktor poderia ter gostado
de Jackson, talvez até mesmo fossem amigos, mas esse mundo estava longe
e esta era sua realidade.
Viktor queria uma casa, uma esposa e uma família. Ele queria o mesmo
para seus irmãos de nascimento e para seus irmãos e irmãs do Torpedo Ink.
Eles escolheram o nome quando eram crianças, adolescentes, porque em
russo, torpedo era assassino, homem-bomba, e eles acharam engraçado usar o
termo em referência a si mesmo. Naquela época, Sorbacov já os estava
enviando-os em trabalhos.
Originalmente Inc9 foi usado, mas porque a tinta era tão boa para
tatuagens, eles pensaram que seria uma ótima idéia usar Ink10 em vez de
outro, por que, se eles tivessem uma loja de tatuagens poderiam chamá-la de

62
Torpedo Ink. Ao longo dos anos, depois que aprenderam a montar, eles
formaram seu próprio clube com suas próprias cores. Eles mantiveram os
nomes com que chamavam um ao outro quando adolescentes e usaram
Torpedo Ink para o nome de seu clube.
— Temos que fazer isso. —disse Viktor. — Se pudermos manter o
homem vivo, nós vamos. O objetivo principal é matar Evan. Não podemos
perder isso de vista. Nós cortamos essa cabeça, e Code chega aos livros reais
do Swords, destruímos o império. Esse é o nosso objetivo, e continuamos no
caminho, não importa o quê.
Os outros assentiram, e com o braço ao redor de Alena, Viktor voltou
para as motocicletas.

9 Inc – Inc ou INC é uma abreviatura que pode se referir a:


Incorporation
Instituto Nacional de Cinema
Instituto Nacional de Criminalística
10 Ink – significa tinta, um líquido utilizado para a impressão, escrever, desenhar ou preencher.

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4
Viktor não reconhecia o medo. Quando você tinha vivido e
respirado medo a cada minuto de sua existência em criança, você aprendia a
aceitar o destino. O que você não podia controlar você só tinha que aceitar.
Ele sabia disso, então por que seu coração estava batendo fora de controle?
Por que ele não podia manter seus dedos relaxados em vez de agarrar a
motocicleta tão duro que achava que iria deixar marcas?
Ia ver sua mulher pela primeira vez em cinco anos. Eles estavam a
minutos de Sea Haven, e a primeira coisa que ele pretendia fazer era se

63
separar dos outros—ele os deixaria em um dos bares—e ele iria encontrar sua
casa. O gosto dela nunca tinha desaparecido. Não diminuiu. No momento
em que pensava nela, ela estava lá em sua pele.
Não era justo colocar tanto sobre ela, mas nos últimos cinco anos, vendo
as coisas que ele tinha visto, fazendo as coisas que ele teve que fazer, ele
estava lentamente se perdendo. Ele não podia se dar ao luxo de fazer isso.
Ele tinha que ser forte pelos outros. Ele era o único que mantinha todos
juntos. Sem ele, ele sabia que tanto Reaper como Savage estariam perdidos,
e provavelmente vários se não todos dos outros.
Ele estava trazendo todos eles para casa de Blythe, certo de que ela
poderia trabalhar sua magia sobre eles como ela fazia. Ela tinha que fazer. A
carga estava se tornando demais. Não o fardo de seus irmãos e irmãs, mas o
fardo de ser Viktor Prakenskii. Como os outros, ele tinha problemas, traumas
na infância, e eles o estavam alcançando. Estar no clube Swords e levar a
cabo a insanidade de seu braço, as ordens do presidente dia após dia, observar

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a vil maneira como os homens tratavam as mulheres, o passado rugia,


ameaçando consumi-lo.
Ele já estava endurecido em algo que não era adequado para a sociedade,
acreditando que estava perdido até que a conheceu. Blythe. Sua esposa. Seu
riso e sua pele macia o salvaram num momento em que não tinha certeza de
que algo poderia. Ele teria isso de volta. Mais alguns minutos, só isso.
Eles desviaram da rodovia, tomando a saída para Sea Haven. Era uma
cidade muito pequena, com vista para o mar, única em sua beleza histórica.
Eles tomaram a estrada principal que levava direto para o centro, o oceano
em frente a pequenas lojas encantando os turistas. O bar onde ele estava
esperando deixar os outros estava localizado na rua principal entre duas
lojas. Eles pararam as motos no meio-fio.
Viktor olhou em volta, inalando o ar do mar. Uma brisa vinha do
oceano, mas era gostosa em sua pele. O som de uma risada chamou sua
atenção. Ele conhecia esse riso. Esse som musical. Alerta, ele balançou a
perna sobre a moto e virou-se para o som. Um homem alto com uma barba

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curta estava parado em frente a uma loja, inclinando uma mão contra o lado
do edifício, à direita da cabeça de uma mulher loira.
Blythe. Ela olhava para o homem, rindo suavemente. Sua respiração
ficou presa em sua garganta. Ela estava mais linda do que ele se lembrava. O
som de sua voz o atingiu como uma flecha perfurando seu peito. Por um
momento terrível sua visão nublou até que o homem não era nada mais que
um alvo, e uma dúzia de maneiras de matá-lo passaram pela mente de Viktor.
Amaldiçoou-a demais por traí-lo. Ele estava se movendo antes que
pudesse pensar. Ele não queria pensar.
A mente dele se recusou a fazer qualquer outra coisa, que não insistir em
afastar o inimigo de sua mulher. Ele poderia lidar com a traição dela mais
tarde. Ele trataria com ela mais tarde. Seus passos pela calçada o levaram
praticamente para cima deles antes que sua esposa—sua esposa—percebesse
que foi pega.

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O sorriso desapareceu de seus lábios curvos. Ele amava seus lábios.


Adorava-os. Lembrava-se deles sob seus suaves e convidativos. Ele lembrou-
se deles envolvendo seu pau, sexy como o inferno. Ele definitivamente
mataria o fodido se ela tivesse chupado seu pau. Ele ia matá-lo de qualquer
maneira, mas isso selaria seu destino.
Blythe pôs a mão no peito do homem assim que Viktor chegou a eles. O
macho virou-se para ele, mas já era tarde demais. Viktor pegou o braço de
Blythe e a puxou com força para ele. — Afaste-se da minha esposa. —Ele
perdeu a cabeça.
O homem empalideceu. — Sua esposa?
— Sim. Minha maldita esposa. Você chega perto dela novamente e você
é um homem morto. —Isso foi estúpido. Quando o homem aparecesse morto
ele seria o primeiro suspeito. Ele teria que ter certeza de que ninguém jamais
acharia o corpo.
— Viktor.

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— Sim. Viktor. Que bom que você se lembra com quem você é casada.
—Ele começou a andar de volta para a moto, levando-a com ele. Ele queria
sacudi-la, e ao mesmo tempo, ele queria beijá-la até perderem os sentidos,
lembrá-la a quem ela pertencia. O cheiro dela encheu seus pulmões, um
cheiro que ele lembrava muito bem. Às vezes, enquanto dormiam, ele tinha
inalado-a, colocando a cabeça ao lado da dela no travesseiro para que
pudesse respira-la.
Ela plantou seus pés obstinadamente como se pudesse usar sua força
contra a ele. — Solte-me. —ela sibilou. — Quero dizer. Solte agora.
Ele não o fez, em vez disso, seus dedos apertaram até que era um grilhão
em torno de seu braço. — Não vai acontecer, querida. Você fudeu com ele?
Sua boca abriu e fechou duas vezes. Havia uma espécie de horror em
seus olhos como se olhasse para um monstro, ou ela talvez tivesse ficada
chocada por ter sido pega. — Depois de cinco anos de nada, essa é a primeira
coisa que sai de sua boca? —Ela manteve a voz baixa.

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— Você deve ter esquecido. Eu vou para as coisas importantes e


mantenho as besteiras a um mínimo. —Ela se esforçou mais, e ele apertou
em advertência.
— Eu estou te dando besteira?
Seus olhos se estreitaram, e o chocolate escuro passou por ele como uma
onda de calor. Seu sangue virou lava derretida. Tinha esquecido aquela
reação a seus pequenos flashs de raiva. Sempre que ela ficava irritada com
ele e lhe dava esse olhar, seu pau reagia, ficando duro com a demanda
urgente. Precisou de controle para não deixar cair sua mão e sentir essa
reação honesta, algo que não acontecia, como uma regra, outra coisa que
fugiu dele em sua infância.
Ele a arrastou para perto, apertada contra ele, seu quadril contra os dele,
para que ela pudesse sentir aquele comprimento duro impresso em sua pele
macia. — Sim, você está me dando besteira.
— Não fui eu quem assassinou meu padrasto e depois desapareceu sem
uma palavra. Uma única palavra. Apenas deixou o cadáver e minha mãe

66
bêbada de luto.
Ele notou que ela não disse que sofreu. Por mais que seu padrasto tivesse
tentado, ela nunca tinha gostado dele. — Deixei uma carta longa e detalhada.
Monte na traseira da minha motocicleta. Eu não vou discutir isso com você
na rua, especialmente depois de esperar por cinco malditos anos e encontrar
minha esposa com outro homem.
Ela colocou ambas as mãos contra seu peito e tentou empurrá-lo. — Pare
de dizer que sou sua esposa. Não sou e a menos que você queira todos os
xerifes de uma faixa de cem quilômetros chegando rápido, solte-me agora.
— Você é minha esposa, legalmente e de qualquer outra forma, de modo
que tenho o direito de saber se você está ou não fodendo aquele covarde.
Ela olhou de volta para o homem que se afastava. Ele estava em seu
celular, de modo que iriam receber uma visita da polícia em breve. — Não.

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Não que você mereça uma resposta. E pare de dizer foda. Eu odeio isso e você
sabe.
Ela sempre odiou aquela palavra. Ele ia ter que limpar a língua, e
aguentaria o inferno dos outros por deixar uma mulher mandar nele, mas a
única coisa sobre Blythe que ele não poderia imaginar mudando era o fato
de que ela não mentia. Ele podia ver em seus olhos. Não, ela estava dizendo
a verdade, ela não tinha dormido com o covarde, seu corpo queria Viktor e
estava contente de vê-lo, mesmo que seu cérebro e coração não. Isso dizia
algo.
— Claramente você é um Prakenskii, e pelo que eu entendo isso significa
que você estava trabalhando para seu governo. Quando descobrimos quem
era meu padrasto, um notório pedófilo percebi, muito recentemente, que
você tinha sido designado para matá-lo. Você fez seu trabalho e me usou para
fazer isso. Eu entendo isso, então eu não vou chamar a polícia e te acusar de
assassinato, mas pare de dizer que eu sou sua esposa, porque eu não sou e
você não tem direito de agir com se eu fosse.

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— Você é minha esposa. No caso de você não se lembrar, nós nos
casamos. Na Igreja. Eu lembro. Muito mal que você pudesse esquecer tão
facilmente. —Ele não pôde evitar o rosnado em sua voz. Ela podia irritá-lo
como ninguém mais. Ele gostava de ser seu marido. Ele queria que ela
gostasse também, mas por enquanto ele só queria que ela admitisse que eles
estavam casados.
Um assobio baixo o advertiu que o xerife devia ter aparecido. Ele olhou
por cima do ombro. Reaper e Savage o flanquearam, os outros sentaram em
suas motos, observando.
— Suba na motocicleta, Blythe. —Ele ouviu uma porta do carro fechar.
Dois homens estavam andando em sua direção. Ele reconheceu Jackson
Deveau imediatamente e adivinhou que o homem com ele era Jonas
Harrington, o xerife local. Ele tinha ouvido falar de sua reputação. — Eles
não têm uma chance contra meus irmãos e eu, então não seja estúpida de
fazer uma cena.

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Ela endureceu com a ameaça não tão velada. — São policiais, —


sussurrou ela. — Viktor, não seja louco.
— Você sabe o que vai acontecer se não subir na moto. Não vou deixar
você de novo.
Blythe olhou para trás, para os dois homens subindo a calçada em
direção a eles. — Tudo bem. —Ela concordou com os dentes cerrados,
afastou-se dele e foi em direção às motocicletas estacionadas na frente do bar.
Viktor tomou tempo para admirar o balanço de sua bunda. Ele sempre
gostou do modo como sua mulher andava. Ele não olhou para o xerife,
seguiu atrás de Blythe, pronta para pegá-la se ela tentasse mudar de idéia.
Reaper e Savage tinham suas costas.
Blythe parou tão abruptamente que quase o derrubou. Ele a agarrou
pelos ombros, seu corpo empurrando para forçá-la a avançar, mas ela só deu
dois pequenos passos e depois parou novamente.
— Qual é a sua motocicleta? —Perguntou ela, olhando para frente.

68
Ele seguiu seu olhar para a motocicleta. Alena sentava-se na garupa,
parecendo relaxada, como se pertencesse aquele lugar. Não iria haver
nenhuma explicação sobre Alena, na rua, com os policiais chegando até eles
e um pequeno pássaro observando o drama.
— Você é um bastardo. —A voz de Blythe era baixa, um sussurro, mas
ele percebeu a nota de dor. — Nada que sai de sua boca é verdade. Você não
a conheceria se lhe batesse na cara. Eu vou ter o meu advogado checando
esse casamento. Se for legal, você vai ouvir falar dele. Eu não vou ficar casada
com você. —Ela se afastou dele, sua traseira rígida.
Viktor amaldiçoou e pegou seu braço. — Não haverá um divórcio.
— Há um problema aqui, Blythe?
Era o mais alto dos dois homens que falava. Jonas Harrington. Ele e
Jackson haviam se espalhado um pouco, dando espaço caso precisassem.
Reaper tinha se posicionado do lado mais próximo de Jackson, percebendo-
o como a maior das duas ameaças. Savage flanqueou Harrington. Os outros

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integrantes do Torpedo Ink levantaram-se lentamente, prontos para mover


ao sinal.
— Não, Jonas. —disse Blythe, disse. — Estávamos apenas conversando,
mas agora terminamos. —Ela enviou Viktor olhar glacial. — Completamente
terminado.
Deveau não pareceu ficar perturbado por estar rodeado pelos
motociclistas. Aproximou-se de Viktor e estendeu a mão. — Prazer em ver
você de novo. Eu não tinha idéia de que você conhecia Blythe.
Era um tiro no escuro. Ele e Blythe haviam falado baixinho um com o
outro. Tudo o que Deveau tinha que seguir era o jeito que eles pareciam
juntos.
— Ela é minha esposa. —disse ele e fez um sinal para que os outros
subissem em suas motocicletas. Estavam saindo. Ele não ia arriscar que ela
ou Alena se machucassem.
Blythe se aproximou de Deveau, e isso o irritou. Ela não precisava da

69
proteção do homem. Não dele. Então, novamente, talvez ela precisasse. Se
ele fizesse o que queria, a levaria para algum lugar privado e estaria
trabalhando rápido.
— É verdade, Blythe? —perguntou Jonas.
Viktor ficou imóvel. Uma coisa era que sua mulher duvidasse dele, mas
outro homem? De jeito nenhum. Ele estava louco por uma briga e pensar em
bater alguém realmente duro era mais do que tentador. — Você me chamou
de mentiroso? —Ele falou baixinho, mas suas palavras soaram, e não havia
dúvida sobre a ameaça nelas.
Blythe virou-se imediatamente e colocou uma mão em seu braço,
pisando diretamente entre ele e o xerife. — Claro que não o chamou de
mentiroso, Viktor. Ele só está chocado porque me conhece praticamente
desde o nascimento, e eu não estou usando um anel. —Ela ergueu a mão
com o dedo nu. — Vê?
Ele pegou seu pulso. — Onde diabo está seu anel?

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Seus olhos brilharam de novo, aquele marrom surpreendente, uma


chama pura de chocolate escuro. Seu corpo, tão perverso como era, reagiu
uma segunda vez, seu pênis cheio e dolorido, sem meias medidas. Ela
colocou ambas as mãos sobre seus ombros e se inclinou sobre ele, sua boca
contra orelha dele. — Sua namorada está usando-o. Eu disse a ela que ela
podia.
Seus lábios roçaram o lóbulo da orelha, suaves e convidativos, enviando
o calor em espiral através dele. Ela se afastou, mas ele a pegou pelo rabo-de-
cavalo. Todo aquele cabelo grosso e sedoso que ela tinha amarrado na parte
de trás da cabeça. Usando o cabelo dela, ele inclinou a cabeça e colocou sua
boca sobre a dela. Ela ofegou e sua língua varreu para dentro.
Seu gosto. Lembrou-se desse gosto. Mel cru. A luxúria subiu afiada e
terrível, uma necessidade que quase o dominou. Ele a beijou como quis nos
últimos cinco anos. Todos aqueles dias solitários e noites do inferno,
desaparecendo, varridos por sua magia. Ela sempre foi capaz de fazer isso.
Levá-lo a algum lugar que ele nunca tinha ido ou sequer imaginado. Não

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importava que ele estivesse zangado com ela ou ela com ele. No momento
em que sua boca estava sobre a dela, seu passado sumia como se nunca
tivesse existido. Ela limpava tudo com seu gosto e com a maneira como sua
boca se movia debaixo dele. O curso de sua língua. O calor e o fogo.
Deveau limpou a garganta. Seus dedos se fecharam em punhos em sua
camisa e ela se afastou. Ele deixou, só porque se ele não o fizesse haveria um
tipo completamente diferente de cena ali mesmo na rua. E Blythe não era
exibicionista. Ele não se importaria, a mulher era dele e, tanto quanto ele
estava preocupado, o mundo inteiro precisava sabê-lo.
Ela pressionou os dedos trêmulos em seus lábios, seu olhar evitando o
dele. Ela o beijou de volta, e não negava esse fato. Ela não tinha sido passiva,
mas, ela nunca tinha sido. Blythe era uma mulher que sabia o que queria, e
combinava seu fogo com o dele. Ela o rodeou para colocar Jackson entre
eles.
— Seu anel de casamento, Blythe. Coloque-o. —Por alguma razão, ele
não podia deixar isso passar. Doeu não vê-lo em seu dedo.

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Ela ergueu o queixo. — Eu perdi.


Ela estava mentindo para ele. Totalmente.
— Coloque-o. —ele repetiu e andou para sua motocicleta. — Vá com
Absinthe. —ele disse a Alena.
Ela assentiu com a cabeça e caminhou até a motocicleta de Absinthe,
balançando a perna delgada para se encaixar facilmente atrás das costas de
Absinthe.
Blythe fez um som que o fez girar. Ela estava chorando? Ele não podia ver.
Ela estava se afastando, de costas para ele. Ela era tão malditamente bela que
ele queria correr atrás dela, jogá-la sobre seu ombro e levá-la para longe. Eles
poderiam resolver quaisquer problemas que tivessem se estivessem sozinhos.
Na cama. Em qualquer lugar, sozinhos. Em vez de fazer o que cada célula
em seu corpo exigia, ele jogou sua perna sobre a sua moto e a ligou. Todo o
tempo, seu olhar estava em sua esposa. Ela não se virou, não olhou para trás.
Ela pensou que tinha acabado. Ela não sabia, mas ele estava de volta para
ficar e ele ficaria em sua vida permanentemente.

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Blythe ouviu o rugido quando as oito motocicletas aceleraram. Ela
queria desesperadamente olhar para ele por mais tempo. Viktor. Ela pensou
que nunca mais o veria. Nunca. Ela era tão apaixonada por ele. Ela sentia
como se nascido, realmente começou a viver, quando o conheceu.
Ela tocou seus lábios, ainda formigando de seu beijo. Seu corpo inteiro
estava em chamas. Desde o momento em que o conheceu, ele tinha sido
capaz de fazer isso quando ninguém mais tinha. Lágrimas queimavam atrás
de seus olhos, mas ela se recusou a chorar. Não na frente de todos. Enquanto

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crescia, sempre tinha sido reservada, muito particular, e ficou ainda mais
quando adulta.
Seu pai morrera de câncer quando tinha apenas cinco anos. Sua mãe
tinha se tornado uma bêbada. Blythe tinha aprendido a cuidar dela, a fazer
listas de supermercado e até mesmo a cozinhar em uma idade precoce. Ela
não confiava em ninguém, nem mesmo em seus amigos ou primos. Parecia
uma traição. O álcool tinha mudado sua mãe, de doce e engraçada para
amarga e violenta. E então ela conheceu Ray Langton.
Jackson apareceu de um lado dela, Jonas do outro. Eles ficaram em
silêncio enquanto andavam com ela. Caminhou rapidamente, sem ousar
olhar para nenhum deles, especialmente para Jonas. Ele era casado com sua
prima-irmã, Hannah Drake, e ela realmente o conhecia desde criança. Ela
não havia vivido em Sea Haven, mas a visitavam freqüentemente se sua mãe
não bebia. Ela podia sentir a preocupação despejando de Jonas, mas para seu
crédito, ele esperou para ela falar.
Ela fez o esforço. — Ele é um Prakenskii.

72
— Eu o conheci no início do dia no Parque Estadual. —disse Jackson.
— Parece bom o suficiente. Resistente, mais que Ilya. É duro.
Ela se forçou a olhar para o delegado. Ele era casado com outra prima,
Elle, a mais jovem das irmãs Drake. — Ouvi dizer que você tinha chegado
em casa. Espero que sua lua-de-mel tenha sido maravilhosa. —Ela ainda
sonhava com a dela. Dias e noites de paraíso com Viktor. Ela não sabia que
a vida poderia ser tão boa. Ele a fez se sentir bonita, inteligente e ousada.
Muitas vezes ela se perguntou, nos últimos anos, se alguma das coisas que
ele fez e disse eram verdadeiras.
— Nós a diminuímos. Elle precisava voltar para Sea Haven. Chegamos
em casa no fim de semana, e eu tive que voltar ao trabalho. Você deve parar
e vê-la.
Ela continuou andando. Ela não tinha idéia de onde estava indo, só que
ela tinha que se manter em movimento ou se sentiria tão ferida que podia
cair na calçada na frente de todos.

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— Eu farei isso. Você já teve tempo para conhecer ... Os outros? —Como
alguém delicadamente diria a Jackson que todos os irmãos Prakenskii
estavam vivendo na fazenda? Todos eles, incluindo Lev. Ele estava
disfarçado quando Elle Drake tinha sido levada por um anel de tráfico
humano. Ele não a salvara.
— Não.
Só uma palavra, mas Jackson Deveau era um homem de poucas
palavras.
— Querida, você vai ter que falar comigo sobre esse homem que você
alega ser seu marido. Prakenskii ou não, ele é um homem perigoso. Ele não
está usando cores, mas aposto o meu último dólar que está em um clube de
motoqueiros. —Jonas disse, fazendo uma meia pergunta metade da
declaração.
Ela balançou a cabeça. Ela não ia chorar na frente de nenhum dos
homens, nem trairia Viktor, como ela gostaria. Ninguém a tinha machucado
do jeito que ele tinha. Ninguém. Ela praticamente o adorou. Ainda assim,

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ela não conseguia dizer uma palavra contra ele, não para Jonas ou Jackson.
— Não há nada a dizer.
Os dois homens trocaram um olhar sobre sua cabeça. Ela não era
pequena e viu. A especulação. O interesse. Em Jonas ela viu preocupação e
simpatia. Era impossível ler Jackson. Ela parou. Eles tinham andado até a
loja de presentes de sua irmã Judith. Ela vendia seus caleidoscópios, bem
como os pequenos objetos de vidro soprado que Lissa, outra irmã, fazia.
Lissa estava rapidamente se tornando famosa por seus Lustres,
particularmente na Europa, onde eram procurados. Judith era famosa por
suas pinturas e seus caleidoscópios. Por que ela era famosa? Ela engasgou
um soluço. Estragar. Ela era mundialmente famosa por estragar tudo.
— Obrigado por me acompanhar até aqui. —ela conseguiu sussurrar, e
abriu a porta da loja da irmã. De repente, o aroma suavizante de laranja e
baunilha a cumprimentou. Ela correu para a loja, esperando que os dois

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homens tomassem a dica e fossem embora. Ela precisava ficar sozinha. Ela
precisava de suas irmãs. Ela precisava chorar e reconstruir suas defesas.
Ela ainda podia sentir sua boca sobre a dela. Cheirá-lo. Ela praticamente
correu pelo corredor, se enfiou entre os turistas examinando vários itens e se
empurrou para o quarto dos fundos. Alguém estava trabalhando atrás do
balcão, mas não era Judith. Judith tinha que estar na parte de trás, e ela
precisava dela desesperadamente.
— Blythe? —Judith endireitou-se de onde estava puxando um rolo de
plástico bolha para prendê-lo em um carretel. Mesmo o seu quarto dos fundos
era imaculado.
Judith era alta como Blythe, mas era aí que a semelhança terminava. Seu
cabelo era comprido e reto, preto como a asa de corvo e extremamente
brilhante. Seus olhos eram escuros e misteriosos, muito exóticos. Ela herdara
o cabelo e a cor da mãe japonesa. Sua personalidade espumante sempre
atraía pessoas para ela. Blythe a tinha encontrado em grupo de
aconselhamento, um grupo fechado para as mulheres que tinham perdido

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um ente querido para um crime violento e por qualquer motivo que se sentia
culpada.
Judith franziu o cenho e se aproximou. — Querida, o que há de errado?
—Havia preocupação genuína e talvez uma ponta de alarme. Blythe não
podia culpá-la. Blythe tinha a reputação de ser sempre calma muito serena.
Blythe se jogou nos braços de Judith e se deu permissão para chorar.
Uma vez que começou, não podia parar. Não foram algumas lágrimas, foi
uma tempestade. Ela não se permitia chorar assim desde que sua mãe
morreu. Ela até culpou Viktor pela morte de sua mãe, embora soubesse que
ele não era responsável por qualquer das coisas que tinham acontecido depois
que ele tinha ido. Ela só queria culpá-lo por tudo.
Judith ficou em silêncio. Ela apenas a abraçou, deixando-a chorar.
Blythe teve medo de nunca parar. Porque Viktor tem que parecer tão bom?
Por que seu coração o escolheu? Ele a tinha deixado. Usou-a e a deixou. Sem
uma única palavra. Sem uma ligação telefônica. Nada. Ela não se importava

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se ele era um Prakenskii e ela amava cada um de seus irmãos. Ela não ia
amá-lo nem perdoá-lo. E aquela mulher. Quem era aquela mulher?
— Ela era tão linda. —Ela conseguiu soltar as palavras, tornando-as
semi-inteligíveis, mas então a tempestade ficou pior do que nunca.
Judith lhe entregou vários lenços. — Tudo bem, querida, você vai ficar
doente. Eu vou avisar que tenho que sair, e então eu vou levar você para casa.
Vamos fazer uma xícara de chá e conversar.
Blythe assentiu com a cabeça e se afastou dela, cobrindo o rosto com as
mãos e agachando-se no chão. Ela ficou lá até que Judith veio e puxou seu
braço. Ela a seguiu pelos fundos e escorregou no lado do passageiro do
conversível de Judith. Felizmente, ela tinha a capota levantada.
— Então me diga, querida. —Judith convidou enquanto dirigia pela vila
para a Highway 1.
— Olhe para mim. Olhe para mim, Judith. Eu estou uma bagunça. —
Blythe lamentou, sabendo que estava à beira de histeria. Ela nunca ficou

75
histérica. Podiam perguntar a qualquer um. Ela era o epítome da calma e do
gelo. — Estou usando uma camiseta de alças e calças de brim rasgadas. Um
suéter. Eu pareço terrível. Eu nem estou usando maquiagem. —Ela limpou
as lágrimas e apertou o lenço no meio de seus punhos. — Quero derrubá-lo.
Judith olhou para ela, mas Blythe virou o rosto para longe,
envergonhada de estar fora de controle. Ela não perdia ao controle. Sua mãe
fazia isso. Ela prometeu a si mesma que nunca seria uma megera histérica, e
agora ela era. Viktor era o responsável por isso também. Sua palma esquerda
coçava, mas ela se recusava a arranhá-la. Ela iria a uma loja de tatuagens
para ver se eles poderiam arrancar aquela marca dela a laser.
— Quando uma mulher se senta na traseira da moto de um homem, você
sabe o que ela é, se eles são membros de um Clube de motocicleta, Old lady,
é isso. Especialmente uma mulher linda. Ela deveria estar toda empoeirada,
seu cabelo emaranhado, a maquiagem pesada, algo terrível. Com alguma
coisa feia sobre ela, mas não, ela tinha a aparência de um milhão de dólares,
Judith.

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Judith saiu da rodovia para a estrada privada que levava à sua fazenda.
Eram várias centenas de acres, agora, já que os irmãos Prakenskii tinham
comprado a terra em torno da fazenda original. Cada uma das mulheres que
Blythe chamava de irmã do coração tinha seus próprios cinco hectares onde
elas construíram suas casas. Tudo mais era terra compartilhada. Todas elas
contribuíam de alguma forma, quer se tratasse da agricultura ou através de
suas pequenas empresas.
— Todas vocês são casadas ou comprometidas com exceção de mim.
Com um Prakenskii. —Saiu uma acusação. — Como isso aconteceu?
Judith não disse uma palavra, o que foi muito bom. Blythe sabia que ela
não estava fazendo nenhum sentido, lançando comentários aparentemente
aleatórios, mas tudo fazia sentido para ela. Os irmãos de Viktor
provavelmente estavam na conspiração. Judith estacionou na frente da casa
de Blythe e ficaram em silêncio olhando para a casa de dois andares.
A casa combinava com Blythe. Era muito grande para uma pessoa, mas
ela não se importava. Era completamente diferente de todas as outras e ela

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gostava dessa maneira. Ela era toda de frescos azulejos mediterrâneos,
paredes espessas e bancos convidativos nas janelas com vista para a floresta.
As vistas eram incríveis. A casa tinha forma de "U", dando-lhe o pátio que
ela sempre sonhou ter. Ela queria uma casa cheia de crianças e um marido
que ela adorasse. Ela pensou que tinha encontrado isso em Viktor.
Um dilúvio de lágrimas veio e ela saiu do carro, e subiu as escadas largas
da envolvente varanda. O andar de cima tinha uma varanda ao redor para
coincidir com o deck no andar de baixo. Judith a seguiu e foi direto para a
cozinha. Blythe adorava a cozinha.
— Sabe por que amo a cozinha, Judith? —perguntou ela. — Porque ele
nunca esteve nela, é por isso. Eu amo cada quarto nesta casa porque ele nunca
esteve neles. E nem sua Old lady. Ela também não está em minha casa.
— Tudo bem, Blythe. —disse Judith enquanto enchia a chaleira com
água. — Você não está fazendo nenhum sentido, e honestamente, eu não

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acho que você quer, mas vai ter que me dizer o que está acontecendo com
você. Quem você encontrou hoje?
Blythe apertou ambas as mãos contra seu estômago. Ela queria tanto
uma criança. Seu filho. De Viktor. Agora era tarde demais. Ela não era mais
uma jovem de vinte anos de idade. Ela não ia ter um bebê com ninguém,
muito menos com Viktor. Ele tinha uma jovem de vinte anos montada na
parte traseira de sua moto. Ela lhe daria bebês. Aquela linda mulher. Seriam
lindos juntos. Viktor e sua Old lady. Blythe seria uma solteirona.
— Você pode ser uma solteirona se você é casada?
— Blythe. Diga-me o que aconteceu.
Blythe respirou fundo. Doeu. Seu corpo inteiro doía, como se tivesse
sido espancado com um bastão de beisebol. Só respirar doía. — Eu o vi hoje.
Ele montava uma moto com outra mulher nela.
Judith olhou de onde ela estava colocando folhas soltas em uma cesta
de arame. — Ele? Um nome seria bom.

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— Viktor. Viktor Prakenskii. Isso é quem. —Ela deixou cair a bomba,
sabendo que ia ser explosiva.
Judith ofegou e girou ao redor. — De jeito nenhum. Você tem certeza?
Muita, muita certeza de que era Viktor?
— Tenho certeza.
— Temos que contar aos outros. Stefan vai perder a cabeça. Ele não viu
seu irmão por anos. Não desde que eram crianças. Como ele estava? Você
falou com ele?
Blythe assentiu lentamente. — Nós conversamos. Não foi agradável. Ele
afirma que estamos casados. —Essa foi a segunda bomba.
Judith girou completamente e se apoiou contra a pia, olhando para ela.
— Oh. Meu. Deus. Você está? Estamos ... Você casou com ele?
Blythe esfregou a palma da mão ao longo de sua coxa para tentar aliviar
a terrível coceira. Às vezes à noite ... Ela corou e sacudiu a cabeça. Ele estava

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brincando com ela. Agora, ele estava fazendo sua palma coçar. — Eu não
sei. Nós nos casamos em segredo, fugimos juntos para Vegas, mas algumas
semanas mais tarde, ele insistiu que nós casássemos novamente em uma
igreja.
A chaleira assobiou e Judith despejou água no bule antes de voltar-se
para ela. — Uma igreja? —Ela perguntou.
O olhar de Blythe encontrou o de Judith. — Em São Francisco. A
mesma igreja em que todas vocês se casaram. O mesmo padre. Eu reconheci
o padre. Foi há cinco anos, mas você não se esquece desse tipo de coisa. Tudo
estava em russo. Eu não conseguia entender uma única palavra. Ele me fez
assinar um pedaço de papel escrito em russo. Na época, eu estava tão
apaixonada por ele que não pensava em questionar nada. Era uma igreja, e
eu pensei que talvez sua família fosse religiosa.
— Por que você achava que não era casada se você se casou com ele em
duas cerimônias?
— Ele assassinou Ray. Meu padrasto. É tão feia, a coisa toda. Ele se foi

78
sem uma palavra e então mamãe ... Ficou pior. —Blythe abaixou a cabeça
novamente. — Realmente, Judith, se eu vou falar sobre o meu passado,
devemos chamar as outras. Elas precisam saber que Viktor está na cidade.
Todo mundo está casada ou vivendo com um de seus irmãos. Eles vão querer
saber.
Judith assentiu com a cabeça. — Concordo. Você vai para sala grande e
eu faço as chamadas. Stefan realmente vai perder a cabeça quando descobrir
que seu irmão está aqui. Eles falam sobre Viktor o tempo todo, com um tipo
de admiração, tipo de ... —Ela parou, com a perda de palavras.
— Temeroso. —respondeu Blythe. — Como fazem com Gavriil. —Lexi,
a mais nova de suas "irmãs do Coração", estava vivendo com Gavriil
Prakenskii, um homem muito assustador. Ele era dedicado a Lexi, mas
qualquer outra pessoa não tinha tanta sorte. Gavriil deixava poucas pessoas
entrarem em seu mundo. Ela gostava de pensar que ele estava se
apaixonando por viver na fazenda.

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Cada um tinha sua própria casa e cinco acres, o que lhes dava
privacidade e vidas separadas, mas elas estavam juntas e trabalhavam juntas
para tornar a fazenda um sucesso.
— Viktor é tão assustador como Gavriil? —Judith perguntou.
Blythe assentiu lentamente. — De uma maneira diferente. Viktor está
coberto de tatuagens. Ele parece com o epítome de um motociclista muito
assustador. O tipo ruim. —Seu queixo levantou-se. — Ele age pior.
Ela se afastou de Judith, sentindo as lágrimas queimando atrás de seus
olhos. Ela não ia chorar de novo. Ela tinha dado lágrimas suficientes a Viktor
Prakenskii. Ela não conseguia tirar a mulher na parte de trás de sua moto de
sua cabeça. — Sabe o que ele é, Judith? Um bígamo, é isso. Eu sei o que
significa, quando um homem tem uma mulher na garupa de sua moto assim.
Sua Old lady. Sua esposa em termos de motoqueiro. Oh. Meu. Deus. Ele
cometeu bigamia. Por que não? Ele é um maldito criminoso de qualquer
maneira. A bigamia seria fácil para ele. Até a cara dele. Ele é bom em seduzir
mulheres. Eu deveria saber. Eu deveria ter avisado aquela pobre menina.

79
Judith pegou o telefone. — Querida, você pode estar saindo de foco, só
um pouco. Essa não é você. Você nunca julga as pessoas antes de saber os
fatos. Ela poderia ter apenas precisado de uma carona para algum lugar e ele
estava sendo gentil.
Blythe deu uma pequena fungada de desdém e foi para a grande sala.
Ela era enorme. Ela gostava disso. Ela gostava de espaço, muito. Tetos altos,
muito espaço. A casa era muito aconchegante, muito convidativo. Suas
irmãs freqüentemente se reuniam em sua casa para se visitar. Ela nunca iria
ter seus próprios filhos, então ela gostava de cuidar de todas as mulheres que
tinha amado.
Recentemente, uma delas, Airiana, iniciou o processo de adoção de
quatro filhos que ela ajudou a resgatar de um anel de tráfico humano, o
mesmo anel que tinha levado Elle Drake. Blythe passava tanto tempo como
possível com eles, desfrutando apenas de estar ao seu redor. Ela gostava de
crianças e sempre tinha imaginado ter vários próprios.

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Ela apertou uma mão em seu estômago, ouvindo Judith chamando cada
uma de suas irmãs, dizendo-lhes para vir imediatamente sem seus homens.
Gavriil e Lev não gostariam, mas não protestariam. Eles nunca faziam. Não
era que não quisessem que suas mulheres se divertissem sem eles, era que
eles eram insanamente protetores, pelo menos Gavriil era. Com Lev, Blythe
às vezes achava que sua esposa, Rikki, de alguma forma o mantinha, o que
era estranho já que Rikki era autista.
A vista era linda, ela podia ver o pôr-do-sol e a floresta tão perto, todas
as árvores balançando ao vento. Isso lhe dava a sensação de liberdade. Ela
podia ver qualquer coisa vindo a ela, e ela precisava disso. Ela precisava ser
capaz de saber o que enfrentava todos os dias, bom ou ruim. Dentro de casa
ou fora dela.
Ela não tinha visto Viktor chegar. Ela nem sequer tinha uma noção do
perigo. Envolvendo seus braços ao seu redor, ela vagou mais perto da janela.
Ela era tão apaixonada por ele. Ela nunca pensou que encontraria um
homem com quem quisesse estar. Ela o provou na boca. Algumas noites ela

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não podia ficar na cama sem ele e saía correndo, uma prática que as outras
mulheres não gostavam, mas ela não podia parar. Ela nunca tinha sido capaz
de parar de pensar nele, mesmo depois da terrível cadeia de eventos que ele
tinha posto em movimento.
Viktor. Ela sussurrou seu nome e pressionou seu polegar no centro de sua
palma. Ela o amou com tudo nela, e ele a usara e a deixara sem uma palavra.
Sem uma palavra. Ele nunca olhou para trás. Ela nunca tinha sido capaz de
seguir em frente. Talvez sua volta fosse uma coisa boa. Talvez agora ela fosse
capaz de finalmente fechar a porta. Ela esperava que sim.

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5
Lexi entregou a Blythe uma xícara de chá da bandeja de
bolinhas douradas. Ela sorriu aquele doce sorriso de Lexi que sempre os
faziam amá-la ainda mais. Lexi tinha olhos verdes e um pequeno rosto de
duende rodeado de massas de cabelo castanho avermelhado. Ela não tinha
apenas um polegar verde, seu elemento era terra e falava com ela. Ela poderia
fazer crescer qualquer coisa, e a fazenda prosperou por causa dela.
— Você deve provar os biscoitos de limão, Blythe. —ela encorajou. —
Lúcia os fez. Ela está se tornando uma padeira.

81
Blythe pegou o biscoito e o colocou em um guardanapo. — Lúcia já é
uma chef maravilhosa.
— Ela rivaliza com Lev. —disse Rikki, segurando um biscoito. — E isso
quer dizer alguma coisa.
Blythe levantou uma sobrancelha, chocada que Rikki estivesse comendo
algo diferente de sua amada manteiga de amendoim. — Quando você
começou a comer biscoitos? Além de biscoitos com manteiga de amendoim?
—Ela tentara por anos que sua "irmã" comesse outros alimentos.
Rikki tinha olhos escuros, quase negros e cabelos escuros beijados pelo
sol que ela usava em um corte curto que se adequava a ela. Uma
mergulhadora do mar, ela era ligada à água. Ela não gostava de outro lugar
além de seu barco, e da casa das irmãs. Ela teve um tempo difícil com texturas
e alimentos, portanto Blythe ficou muito feliz em vê-la comer algo diferente,
mesmo que fosse um cookie.

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Rikki encolheu os ombros. — Lev e Lúcia cozinham juntos, e


ultimamente eles têm assado. Lúcia me dá aquele seu olhar e eu não resisto
e Lev ... —Ela corou, a cor subindo por seu pescoço até seu rosto. — Ele
gosta de jogos.
As mulheres começaram a rir. Blythe tomou um gole de chá e se viu
relaxando pela primeira vez desde que vira Viktor Prakenskii. Era bom estar
com as irmãs em seu círculo. Elas estavam lá para dela. Elas vieram
imediatamente à chamada de Judith, deixando o que quer que estejam
fazendo para ficar com ela.
— Isso soa intrigante. —disse Airiana. Um elemento do ar, era pequena
e frágil, jovem para ser mãe da adolescente Lúcia e seus três irmãos. Ainda
assim, ela parecia prosperar no papel. — Você quer dizer o que isso significa,
querida?
Rikki fez uma careta para ela e mordeu o cookie de limão. — Eu
adicionei limão à minha lista de coisas boas, especialmente se estiver na
forma deste cookie.

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Blythe riu suavemente. — Eu acho que qualquer coisa adicionada é uma
melhoria.
— Lev está sempre cozinhando agora que Lúcia vem. —Rikki
confidenciou com zombaria e nojo. — Eu acho que ele quer que ela entre em
uma conspiração com ele para me fazer comer, embora ele não o admita.
Blythe era razoavelmente certa que era não somente possível, mas
provável. Como Blythe, Lev e os outros sempre se preocupavam com os
hábitos alimentares de Rikki. Ela trabalhava duro debaixo d'água, coletando
ouriços-do-mar para vender. Era difícil trabalhar com as ondas
constantemente batendo nela. Antes de conhecer Lev, ela mergulhava
sozinha, coisa aterrorizante para Blythe e as outras suportarem,
preocupando-se cada vez que ela descia. Agora, Lev ia com ela. Ele era um
mergulhador experiente e tinha aprendido a colher os ouriços do mar quase
tão rápido como Rikki.

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— Eu o conheci, Blythe, antes, na Itália. Ele veio ao casamento. —Lissa


confessou. Um elemento do fogo, Lissa era toda chama. Cabelo vermelho,
pequeno e curvilíneo, ela ajudava a sustentar a fazenda com seu negócio de
vidro soprado.
Blythe balançou seu olhar para Lissa, sentindo um soco duro em seu
estômago. — Você conheceu Viktor e não me contou? —Lissa não tinha
como saber que Blythe talvez estivesse casada com ele, mas ainda assim, não
deveria ter dito a elas?
— Ele estava em uma tarefa muito secreta, e ele deixou claro para nós
que não poderíamos explodir seu disfarse. Qualquer vazamento, não importa
quão pequeno, poderia fazê-lo morrer.
Intelectualmente, Blythe entendia, mas ainda doía. Tudo a ver com
Viktor feria. Ele estava invadindo seu mundo novamente. Da última vez a
tinha destruído. Desta vez, ela não podia deixar que isso acontecesse.
— Blythe, querida, eu não queria te machucar. —Lissa sussurrou seus
olhos azuis arregalados de compaixão. — Por favor, não fique chateada.

83
É claro que ela estava chateada. Elas eram leais umas as outras, era
assim que funcionava. Agora, Viktor tinha conseguido abrir uma fenda entre
elas.
Ela sentiu os olhos nela, as outras a observando de perto. Ela tomou um
gole de chá, concentrando-se em manter a mão firme. Ela não ia permitir que
ninguém visse o quanto a traição de Lissa estava doendo.
— Estou chateada por ele estar aqui. Ele diz que estamos casados. —Ela
disse isso em voz alta, olhando diretamente para Lissa, observando seu rosto.
Não houve choque. Nenhuma surpresa. Lissa sabia por que Viktor tinha que
ter dito a ela. — Que estranho que você nem me tenha dito isso. Você não
acha que eu deveria ter sabido que eu era casada? E se eu tivesse decidido
namorar com alguém?
Pela primeira vez Lissa parecia desconfortável. — Eu queria contar a
você. Eu lutava com isso. Casimir disse que não poderíamos contar a seus

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irmãos, muito menos a todos vocês. Viktor deixou muito claro que era vida
ou morte. Ele ainda está disfarçado?
Era uma boa pergunta, mas ... — Sabe de uma coisa, Lissa? Eu não me
importo se ele está ou não. De manhã eu estou chamando um advogado e
imediatamente pedindo o divórcio. Viktor pode continuar com sua vida,
disfarçado ou não, e não terá nada a ver comigo. Eu não quero vê-lo
novamente. Não. Nunca. —Havia uma parte dela que sabia que fazia de
Lissa um alvo conveniente, mas no momento não se importava. Ela sentia-
se ferida e traída, todas as coisas que sentiu quando ela percebeu que Viktor
tinha ido e Ray Langton estava morto.
Os nós em seu estômago lhe disseram que ela era uma mentirosa, mas
ninguém mais, nem mesmo Viktor, tinha que saber disso. Ela tomou outro
gole de chá para tentar permanecer serena. Em face de uma crise, Blythe era
sempre calma. Agora não podia ser diferente.
Judith inclinou-se para frente. — Diga-nos o que aconteceu, Blythe.
Tudo.

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Ela apertou sua mão mais profundamente em seu estômago. Seu ventre.
Seu ventre vazio. — Eu o conheci em um domingo. Eu estava correndo no
parque, e ele estava correndo também. Ele quase me derrubou, e a próxima
coisa que eu soube é que estávamos correndo juntos, depois almoçamos e
depois ficamos inseparáveis. Ele era ... É.
— Extraordinário. Alto, e eu sou alta, então isso diz algo. Boa aparência.
Suas cicatrizes só o tornam duro. Mais homem. Ele tinha tatuagens em todos
os lugares. —Ela corou pensando em todas as vezes que tinha rastreado essas
tatuagens com sua língua, ela praticamente o devorou. Na época, nada do
que eles faziam parecia errado.
Houve silêncio, suas irmãs esperando com atenção. Ela tomou outro
gole de chá e deu uma mordida no biscoito. Tinha gosto de poeira em sua
boca e empurrou o guardanapo para longe dela. Ela se sentia tão vazia. Meio
viva. Apenas o suficiente para fazer os movimentos. Ela estava ficando
melhor lentamente saindo daquele lugar escuro onde Viktor a tinha deixado.

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— Eu pensei que nós éramos felizes, feitos um para o outro. Ele parecia
feliz comigo. —Ela não podia evitar a dor em sua voz. — Ele é um grande
ator, e leva seus papéis secretos muito a sério. Eu certamente acreditei nele.
Nós nos casamos muito rapidamente, depois de apenas quatro semanas. Eu
deveria ter entendido porque ele estava forçando para se casar. Minha mãe e
Ray viviam a uma boa distância de mim, mas Viktor os queria conhecer. Eu
estava ... relutante.
— Por quê? —perguntou Judith. — Você nos disse que Ray era um
pedófilo, mas você não sabia disso até que ele foi assassinado.
— Minha mãe bebia muito, eu disse a todas vocês já, mas eu não disse
o quão ruim era. Quando digo muito, quero dizer ela exagerava. Às vezes ela
estava sóbria, mas quando ela bebia era feio. Pensei que depois de conhecer
Ray ela pararia, mas em vez disso, eles bebiam juntos. Eu não gostava dele,
e meu relacionamento com minha mãe se deteriorou ainda mais do que já
tinha. Eu tentei uma vez ir até suas irmãs para falar com elas sobre isso. Elas
não a virão bebendo, não desde o colégio e a faculdade. Ela tinha um grande

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cuidado para sempre parecer perfeita ao redor delas.
Blythe tentou afastar a amargura de sua voz. — Eu era filha única, e
crescer com um alcoólatra não era um piquenique. Minha mãe não pensava
para jogar coisas ou bater e até me golpear quando estava bêbada. Quando
estava sóbria, "não conseguia se lembrar" de nada. Ela chorava às vezes e
pedia perdão, outras vezes me chamava de mentirosa.
Ela não olhou para as irmãs. Ela não podia. Ela não queria ver simpatia,
ela não estava contando a elas por essa razão. Elas tinham que entender por
que Viktor se tornara seu mundo. — Eu não namorei, porque se eu fizesse,
teria que trazer o meu encontro para casa e mamãe seria horrível. Mais tarde,
eu não podia confiar em ninguém o suficiente para trazê-lo para minha vida.
Eu tentei cuidar da mamãe, eu até a coloquei em uma clinica de reabilitação.
Ela fugiu de ambas e se recusou a falar comigo por meses porque eu a chamei
de alcoólatra.
Ela bebeu o último de seu chá e colocou o copo cuidadosamente de volta
na bandeja. Era impossível não olhar para a sala. Cada uma delas tinha uma

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história terrível, mas esta era a sua. Ela tinha conseguido passar por ela, e
tinha pensado que a tinha feito mais forte. E então conheceu Viktor.
— Eu pensei que estava completa novamente quando eu conheci Viktor.
Não foi de admirar que me apaixonasse por um homem como ele. —Não
importava que não fosse de admirar, ela ainda se sentia culpada por cair
como uma tonelada de tijolos, por trazê-lo para a vida de sua mãe. — Ele era
atento, sempre cuidadoso com meu conforto, e agia como se me protegesse
de qualquer coisa ou de qualquer um, e ele fazia. Quando finalmente
conheceu minha mãe e Ray, as coisas não correram bem. Ambos beberam
no jantar, e depois do jantar. Mamãe tornou-se beligerante comigo do jeito
que sempre fazia, e Ray seguiu seu exemplo. Viktor disse a ambos para ir
para o inferno e me levou para fora da casa. Nós não voltamos.
Ela se encontrou friccionando o polegar no meio de sua palma. Quando
estava ansiosa, costumava fazer isso, um mau hábito que desejava poder
quebrar. Era um sinal revelador na frente de suas irmãs. Todas elas usavam
a marca de um Prakenskii, dois círculos entrelaçados que desapareciam sob
a pele e só vinham à superfície quando um ou outro o trouxesse para a frente.

86
Ela esfregou a palma da mão em sua coxa, forçando-se a parar de tocar
aquele centro exato onde sentia como se estivesse tocando Viktor.
— Continue Blythe. —Lexi encorajou.
Apenas Lexi poderia soar tão perto das lágrimas, tão completamente
compassiva, sem perturbar. Ela tomou o copo de água que Judith lhe
entregou, bebeu a maior parte e forçou um sorriso para sua irmã mais nova.
— Viktor e eu passamos várias semanas juntos. Foi quando ele insistiu
que nos casássemos em sua igreja. Foi no meio da noite que fugimos foi
emocionante. Logo depois disso, porém, ele começou a ficar inquieto e
nervoso. Não comigo, ele sempre foi doce, mas ele parou de falar tanto
comigo. Mamãe e Ray decidiram vir para uma visita. Eu não sabia, mas mais
tarde, mamãe me disse que Viktor os convidou. Eles precisavam de um
empréstimo, e ele concordou em dar-lhes dinheiro.

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Bile levantou-se e ela pressionou sua mão sobre seu estômago


novamente. Ela se sentia vazia e perdida, muito sozinha no meio das
mulheres que amava o suficiente para chamar irmãs. — Nós estávamos no
jantar, e naturalmente eles bebiam. Ray era desagradável, e mamãe acabou
jogando um prato em mim porque eu disse a ele que não queria que ele
falasse com minha mãe daquele jeito na mesa. Ele era nojento e ela apenas o
deixava continuar. Eu sabia que ele estava fazendo isso de propósito.
— Viktor de repente se levantou e disse que tinha o suficiente. Ele olhou
diretamente para Ray, mas estava falando com a mamãe e comigo. Ele nos
disse que Ray era um pedófilo notório e que a justiça o alcançara. Muito,
muito rápido, ele puxou uma arma, uma que eu nem sabia que ele possuía,
e atirou em Ray quatro vezes. Em ambos os olhos, no meio de sua testa e em
sua garganta. Ele atirou fotos na mesa e então agarrou meu cabelo, puxou
minha cabeça para trás e me beijou. Beijou-me com o sangue do meu
padrasto em todas as paredes e minha mãe gritando. Então ele estava ... indo
embora. Ele se foi.

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A queimadura das lágrimas estava de volta. Era tão difícil evitar sentir o
choque e horror de novo. — Eu peguei as fotos, e elas me fizeram vomitar.
Não o sangue. Não a morte. As fotos de Ray com garotinhos. Eu soube
imediatamente por que ele manteve mamãe bebendo. Ele não precisava tocá-
la. Mamãe ficou louca, tentando puxar as fotos de mim, batendo, chutando
e jogando coisas em mim. Viktor já chamara a polícia, e quando eles
chegaram lá, eles tiveram que refreá-la. Eles ligaram para os médicos, que
lhe deram um sedativo, e então a levaram para o nosso quarto, deixando-me
para lidar com as perguntas.
Ela olhou ao redor dela um pouco impotente. — Eu não tinha nenhuma
resposta. Eu fiquei esperando que ele voltasse, para dizer que era tudo um
erro. Alguma coisa. Qualquer coisa.
— Oh, Blythe. —sussurrou Airiana.
Blythe respirou fundo. Desejou que a história terminasse lá, mas não.
— Descobriu-se que Ray era um pedófilo horrível procurado pela Interpol
em praticamente todos os países do mundo. Ele tinha montado um site na

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Internet onde as crianças eram compradas e vendidas. Ele era o mais baixo
dos baixos e minha mãe tinha casado com ele. Ela foi humilhada, e de
alguma forma eu fui a culpada. Se eu não tivesse trazido Viktor para suas
vidas, Ray teria dado uma nova chance a ela.
— O quê? —Rikki ficou horrorizada. — Blythe, você sabe que ele não
teria. Mesmo se ele pudesse, e sobre todas as crianças que ele machucou
durante a sua vida? Você sabe que foi uma boa coisa que ele se foi.
Ela se forçou a assentir. — Mamãe se fechou na casa e eu estava mais
uma vez cuidando dela. Um par de semanas depois ficou muito aparente que
eu estava grávida. —Apenas falar nisso doía. Doía tanto que ela não podia
respirar profundamente e teve que parar para forçar o ar através de seus
pulmões.
Houve um suspiro coletivo ao redor, e Airiana cobriu o montículo
pequeno de seu bebê com ambas as mãos protetoramente. — Blythe. —
Apenas o nome dela. A angústia era pelas duas.
Blythe levantou-se e acenou para que as outras a seguissem. Ela tinha

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mantido este quarto sagrado. Ninguém nunca esteve nele. No início, elas
haviam perguntado por que ela trancou, mas quando ela não respondeu, elas
a deixaram por respeito. Ela destrancou o quarto, grata por não ter que
esconder mais. Ainda assim, a agonia queimou por ela até que ela mal
conseguia respirar.
— Eu estava de pouco mais de seis meses, quando mamãe enlouqueceu
de novo. Ela tinha estado bebendo o dia todo quando eu voltei do trabalho.
Eu subi para me trocar e ela me seguiu, gritando como eu tinha arruinado a
vida dela. Como eu era tão presunçosa, mas nenhum homem me queria e
nenhum homem iria ficar comigo. Eu a ignorei. Eu não deveria ter feito isso.
Eu sabia melhor. Só a deixava mais irritada se eu não respondesse, mas eu
estava tão cansada e eu simplesmente não conseguia lidar com ela.
Eles a seguiram até o quarto, seu santuário para seu filho. Para Viktor.
Ela chorou pelos dois. O quarto era o menor da casa, e ela cobriu as paredes
com belas pinturas de mães e crianças. Havia uma foto em tela de Blythe

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deitada em uma cama com uma pequena criança no peito. A cabeça do bebê
estava virada para um lado e seus olhos estavam fechados. Ela tinha
bastantes cabelos escuros.
Blythe teve que se açoitar para contar o resto. — A voz da mamãe
continuou soando fora de controle e ela disse as coisas mais cruéis. Ela me
odiava, ela sempre tinha me odiado. Ela nunca me quis. Ninguém o fazia.
Esse tipo de coisa. A voz dela era enrugada e eu me virei para sair do quarto.
Ela deve ter pegado um taco de beisebol, porque ela bateu em mim. Duro. O
primeiro golpe me derrubou. Então ela continuou batendo. —Bile levantou-
se. Ela apertou a mão no estômago como se pudesse proteger seu filho por
nascer. — Ela me bateu várias vezes direto no estômago. Ela continuou me
chutando e batendo em mim até que eu desmaiei.
A voz dela quebrou em um soluço e ela pressionou dedos trêmulos para
sua boca. Ela fechou os olhos. — Eu acho que os vizinhos chamaram a
polícia, ou talvez ela tenha feito quando ela viu o que fez. Eles me levaram
para o hospital, mas era tarde demais.

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Ela tocou a tela com dedos suaves. — Ela viveu dois dias e eles me
deixaram segurá-la assim. Não havia maneira de salvá-la. Então ela estava
morta. —Sua filha. — Tudo o que eu tinha dele. Do nosso sonho. Meu
sonho. Tudo o que ele tinha deixado. —Ela ergueu o olhar para as irmãs. —
Eu a queria tanto.
Houve silêncio, com exceção do suave choro de Airiana. Lexi tinha
lágrimas escorrendo pelo rosto, mas estava em silêncio. Ela tinha aprendido
a ficar em silêncio, não importava o que e, embora ela estivesse livre de seu
passado agora, aquelas duras lições que aprendeu quando era uma criança
estavam presas a ela.
Blythe suspirou. — Posso também lhe contar o resto. É feio, mas
qualquer coisa a ver com a minha mãe é feia. Ela alegou no tribunal que tinha
apagado e não sabia o que estava fazendo. Suas irmãs contrataram o melhor
advogado de defesa e ele pediu ao tribunal para lhe dar reabilitação.
Sinceramente, não sei se foi normal, ou se elas usaram seus dons para

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persuadi-lo. Eu estava tão insensível que não podia sentir a energia de


ninguém.
— Elas não iriam, —Judith disse ofegante. — Isso seria tão errado.
— O juiz deu a ela cinco anos porque, afinal o bebê ainda não tinha
nascido e eu não tinha dano permanente. Ela estava com remorso, e se
concordasse em ir para a reabilitação, esse tempo contaria para sua sentença.
Se ela ficasse bem lá, eles a colocariam em liberdade condicional. Claro que
ela chorou pela reabilitação, implorando meu perdão na frente de todo o
tribunal, muito dramaticamente. Levantei-me e saí. Eu não podia perdoá-la
nem às minhas tias. Eu simplesmente não podia. Eu ainda não posso. Ela
cometeu suicídio há três anos, mas todas vocês sabem disso. Agora vocês
sabem por que eu não chorei quando soube e me recusei a ir ao funeral dela.
Houve mais silêncio. Blythe não podia olhar para nenhuma delas. Ela
não queria que Airiana e Judith achassem que ela estava chateada por elas
estarem grávidas, e ambas estavam. Nem estavam de muito tempo, mas o
suficiente para mostrar. Com o novo bebê, Airiana teria cinco filhos. Judith

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ainda temia ter um filho, mas estava animada, e Blythe sabia que ela daria
uma mãe maravilhosa.
Ela acenou para que saíssem do quarto. No último momento, estendeu
a mão e pegou uma fotografia que ela mantinha na mesa ao lado de sua
cadeira de leitura. Agora que suas irmãs sabiam a verdade, ela iria colocá-la
na grande sala com suas outras fotos de família, as de suas irmãs—as pessoas
que ela amava.
— Estou fazendo mais chá, —Judith disse, quase correndo para fora do
quarto.
Blythe esperou até que todas tivessem encontrado um assento
novamente. — Eu sei que seus maridos vão querer ver o irmão. Eu não sei
se ele ainda está em missão ou não, —ela continuou obstinadamente. Ela iria
deixar em aberto. — Desejo-lhe o bem. Eu quero que ele tenha sucesso em
tudo o que está fazendo, e eu não quero nenhum mal a ele. Ray Langton era
um pedófilo. Ele era tudo e mais do que Viktor disse naquela noite. Não sinto

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por ele estar morto. Nunca senti culpa por Ray. Eu sei que todas assumiram
isso, e eu deixei vocês ...
— É o bebê. —Airiana disse suavemente. — Você não é de forma
alguma responsável, mas olha para trás e há tantas coisas que você diz a si
mesmo que poderia ter feito de forma diferente.
Blythe assentiu com a cabeça. — Intelectualmente eu sei que não foi
minha culpa, mas noite e dia, isso me assombra. Se eu tivesse dado à minha
mãe a atenção que ela desejava. Deixar que ela pensasse que ela me
repreender estava me aborrecendo como ela precisava fazer. Em vez disso,
eu fiquei em silêncio, sabendo que a deixava louca. Querendo deixá-la louca.
Foi a minha pequena vingança.
Ela sufocou o soluço que lhe caiu na garganta. Ela já tinha chorado um
milhão de lágrimas por sua perda. O bebê não tinha sido real para o juiz, mas
ela estava viva e real para Blythe.
— Sua volta trouxe tudo isso de volta novamente. —disse Lissa.
Blythe balançou a cabeça. — Gostaria de poder dizer isso, mas nunca

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foi embora. Eu penso nela todos os dias. Sinto falta dela todos os dias. Quero-
a de volta. Eu queria vê-la nascer. —Ela olhou direto para Lissa, ainda ferida
por ela não ter dado notícias de Viktor. — Ele só me faz sentir do jeito que
minha mãe fazia como eu não fosse nada. Ele nem mesmo se incomodou em
me ligar ou me dizer que estava vivo e bem. Não posso me sentir assim. Em
alguns dias tenho dificuldades para encontrar uma razão para me levantar e
continuar.
Lexi ofegou. — Blythe. Não.
— Eu não faria. —Pelo menos ela dizia a si mesma que nunca ficaria
tão deprimida. Ela lutava com frequência, e correr era sua maneira de se
perder. Quando ela corria, ela não pensava no passado. Ela não pensava em
sua filha, ou Viktor, ou como ela nunca perdoou sua mãe e sua mãe morreu
sozinha. Ela devia se importar, mas não o fez. Ela não podia. E ela também
se sentia culpada por isso. Ela simplesmente não ia contar a ninguém.

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— Você está conosco. —disse Rikki com ferocidade. — Você nos salvou.
A todas nós. Sem você, eu não tenho idéia de onde eu estaria. Lev vai querer
ver seu irmão, mas ele não tem que fazer isso aqui, na fazenda. Ele pode
encontrá-lo em outro lugar.
— Esta é a casa de Lev. —Blythe lembrou gentilmente. — Ele deve ser
capaz de ver seu irmão sempre que quiser e convidá-lo para sua casa. Eu só
apreciaria um aviso de todas vocês para que eu não tropeçar nele. Vou sair
da fazenda até me enviarem um SMS, ou trancarei minha casa e ficarei lá
dentro. Acho que é justo. Amanhã vou chamar um advogado para iniciar o
processo de divórcio. Por favor, falem com seus homens e os façam entender.
As mulheres assentiram.
— Ele me viu na rua em seu caminho para a cidade, e ele parou. Ele
estava com um grupo de motociclistas. Eles não usavam cores, mas
definitivamente eram motociclistas. Ele tinha uma mulher na parte de trás de
sua moto, e ainda ficou zangado porque eu estava conversando com Derak
Metzer. Ele me disse que estávamos casados e exigiu que eu o acompanhasse.

92
Judith voltou, inclinando um quadril magro contra o arco que conduzia
à cozinha. — Blythe acha que é bígamo.
A respiração de Lissa sibilou, mas quando Blythe olhou para ela, ela
apenas balançou a cabeça e olhou para as mãos.
— Derak deve ter chamado 911. Jonas e Jackson apareceram. Viktor
disse-lhes que eu era sua esposa. Ele até os desafiou. Eu tive que admitir que
estávamos casados ou Viktor poderia ter feito algo terrível, e seus homens
tinham as melhores posições.
Blythe estava certa de que Jonas e Jackson seriam mortos se houvesse
uma briga. Viktor poderia ter ficado bem, mas de nenhuma maneira os dois
homens de lei teriam escapado ilesos. Os amigos motociclistas de Viktor
eram ameaçadores. Não havia dúvida de que estavam armados.
— Ele sabe sobre o bebê? —Judith perguntou.

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Blythe sacudiu a cabeça. — Quando eu tive certeza, ele tinha ido embora
e eu não tinha idéia de onde ele estava. Ele disse chamar-se Viktor Regent,
não Prakenskii. Eu verifiquei para ver se o casamento era legal sob o nome
de Regent, e não era. Não havia tal pessoa. Sua identidade, que tinha estado
toda na Internet, tinha desaparecido. Eu não conhecia o nome Prakenskii
então e tudo estava em russo, inclusive o padre quando falava.
— Sabia quando fomos à igreja para nos casarmos? —Perguntou Judith.
— Eu suspeitei. Minha palma sempre coçava e às vezes à noite ... —Ela
parou não querendo pensar muito sobre aquelas noites em que seu corpo doía
e ela precisara de Viktor para apagar o fogo.
— A marca Prakenskii. —disse Lissa. — Casimir definitivamente a
colocou na minha palma.
Lexi levantou a palma da mão. — Gavriil. Ali.
Judith levantou a palma da mão esquerda. — Stefan fez o mesmo.
— Maxim me atingiu com isso. —acrescentou Airiana.

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Rikki acenou com a cabeça. — Lev me pegou totalmente. —Ela esfregou
a palma da mão como se coçasse. — Ele está me chamando agora.
— Isso não é surpresa, querida. —disse Blythe. — Estou chocada por ele
não estar sentado aqui conosco. Eu não iria duvidar que ele pegasse uma
peruca e usasse-a na esperança de que não percebemos que ele é um cara em
vez de uma menina.
O riso irrompeu, varrendo parte da tensão do quarto. Elas precisavam
desse pequeno adiamento. Lev tinha chegado a elas primeiro. Rikki
literalmente o tirou do mar, salvando sua vida. Ele tinha mais de 1,85m,
ombros largos, um peito espesso, todo músculos e coberto de cicatrizes.
Levaria muito tempo para ele se passar por uma mulher. Blythe tinha
chegado a amá-lo. Ele protegia todas as mulheres, não apenas Rikki, mas o
sol se levantava e se punha com sua esposa. Blythe adorava isso por ela. Rikki
era estranha, mas ela era uma boa pessoa e trabalhadora. Lev tinha

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conseguido trazê-la um pouco mais para fora da sua zona de conforto e


ultimamente, a pequena Lucia o estava ajudando a fazer exatamente isso.
Rikki levantou-se e passeou de uma janela para a outra, olhando para
fora. — Seria exatamente como ele, e é melhor ele estar em casa,
comportando-se. Nós temos o filhote de cachorro novo. Decidimos que ele
vai ser um cão do mar. Black Russian Terriers gostam de água, e eles têm
coletes salva-vidas grande o suficiente para eles. Eu não o quero em casa
sozinho. Gavriil nos disse que preferem a companhia dos humanos o tempo
todo.
— É verdade. —disse Blythe, agradecida de que o foco estivesse fora
dela por alguns minutos. Ela precisava do adiamento. — Mas, querida, você
sabe que ele não precisa estar com você a cada minuto. Você precisa o deixar
saber que está tudo bem se ele ficar um pouco sozinho.
Rikki fez uma careta e olhou ao redor da casa. — Onde está seu filhote?
Blythe abriu a boca e fechou-a. Ela foi pega e não havia como evitar. —
Lúcia está olhando para mim. Tinha umas coisas que eu precisava fazer na

94
cidade, e ela é um pouco jovem demais ainda. Ela ainda precisa de outra
vacina e ainda não é tempo.
A sala explodiu em outra risada, desta vez à sua custa. Ela descobriu que
poderia sorrir e dizer isso. Sua filhote, Maya, era um pequeno milagre para
ela, se aconchegando e fazendo-a sentir menos solitária. Ela não ia admitir
isso para suas irmãs risonhas. Infelizmente, ela achava que nada, nem
mesmo um milagre, poderia tirar a dor que ela sentiu depois de ver Viktor.
Por que ela não conseguia superá-lo? Era bobagem. Ela disse a si mesma
que ele era um assassino, e ainda assim, nunca realmente acreditou nisso.
Ela disse a si mesma que ele a abandonara, o que ele tinha, mas tinha certeza
de que foi sua culpa. Ele não poderia amar uma mulher como ela. As
palavras de sua mãe ecoavam em sua mente, rasgando sua auto-estima, e
Viktor tinha acabado por alimentar isso. Hoje, vê-lo com uma bela mulher
na traseira de sua moto apenas cimentou a crença de que ele nunca tinha

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realmente amado-a, ele tinha usado-a. Isso por si só deveria fazer com que
ela parasse de sonhar acordada com ele.
— Blythe. —A voz de Lissa a fez sair de seu devaneio para realmente
olhar para sua irmã. — Se você quiser que Viktor se vá daqui, de Sea Haven,
nós faremos isso acontecer.
— Como? —Porque vê-lo a despedaçou e a fez voltar a ser aquela criança
vulnerável que não tinha autoestima, quando ela tinha trabalhado duro para
ser uma mulher de auto-empoderamento.
— Jackson e Jonas podem pedir que ele saia. —sugeriu Judith.
Por um momento Blythe quis aceitar. Eles fariam isso. Eles não
gostariam, se ele não tivesse realmente feito algo errado e eles não tivessem
causa, mas por sua família, eles iriam fazê-lo. Ela sacudiu cabeça. O Viktor
que ela conhecia, doce e carinhoso para ela, ainda era um homem que não
seria empurrado, se tornaria teimoso. O Viktor que ele era agora,
provavelmente seu verdadeiro eu, tomaria como um desafio e nunca iria
embora.

95
— Isso não vai funcionar. Eu acho que é melhor deixá-lo cuidar de
qualquer negócio que ele esteja resolvendo aqui e evitá-lo tanto quanto
possível. Se parecer que ele vai ficar aqui por algum tempo, eu vou pegar um
pequeno período de férias. Eu não tenho ficado sozinha há muito tempo. —
Ela não tinha tido necessidade, mas não conseguia ver Viktor. De novo não.
E não com aquela mulher. Isso a tinha atingido com força. Ela mal dormia
agora, como ia dormir com ele na cidade?
Judith trouxe chá, e Blythe aceitou com gratidão outra xícara. — Você
não deveria ter que nos deixar.
— Eu não me importo, Judith, —Blythe disse rapidamente. Ela não
queria que todos protestassem ou ela começaria a chorar de novo. Supunha
que iria. Ela não tinha chorado desde que enterrara sua filha. Agora, parecia
que não podia parar.

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— Nós nos importamos, —disse Lissa, inclinando-se para frente. —


Podemos ter uma reunião com nossos homens daqui e lhes dizer que Viktor
tem que ir.
— Não. Não, vocês não podem fazer isso. Ele é irmão deles. Eu não
gostaria que eles viessem a mim dizendo que uma de vocês não poderia estar
na propriedade, muito menos na cidade de Sea Haven. Ele não vai ficar
muito tempo. Ele tem uma agenda.
— E se não, Blythe? —Lexi aventurou. — E se ele veio aqui por você?
Por um momento seu coração saltou, mas imediatamente ela soube que
não era possível. Mesmo que fosse, ela nunca o aceitaria de volta. Ele a tinha
esmagado. Ele a deixou sozinha para lidar com sua mãe e com a morte de
Ray. Isso já foi ruim o bastante, e depois as explosões bêbadas de sua mãe.
Descobrir que o homem com quem ela se casou nem sequer era real foi um
golpe. E depois o bebê. Como ela poderia se esquecer disso? Se Viktor
estivesse lá, nunca teria acontecido.
Ela parou com essa maneira de pensar. Ele não era responsável. Sua mãe

96
era. Ela tinha que dar a responsabilidade a quem a tinha, não em Viktor e
não nela. Ela tomou um gole de chá fortificante e empurrou os fios do cabelo
loiro pálido escapando de seu rabo de cavalo.
— Ele teve cinco anos para vir por mim, querida, e ele não veio então as
chances de que a sua razão seja essa é nenhuma. Ele provavelmente veio ver
seus irmãos. Estão todos aqui eles não os vê há anos, então seria natural que
quisesse vê-los.
— Sinto muito por sua filha, Blythe. —disse Airiana. — Por que você
não nos contou?
A dor era muito grande. — Só de pensar em minha filha, e muito menos
falar sobre ela, dói demais. —Ela engoliu o nódulo ameaçando sufocá-la. —
Eu a nomeei de Viktoria, depois, enterrei-os, pai e filha.
Houve um pequeno silêncio. Blythe podia ouvir seu coração batendo,
dizendo que ela ainda estava viva, quando por tanto tempo, ela não quis

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estar. Foram essas cinco mulheres que a havia tornado forte novamente, que
a fizeram querer viver novamente. Ela as amava ferozmente. Estava
orgulhoso delas e suas realizações.
A pequena Lexi, raptada em tenra idade, sua família morta em retaliação
a sua fuga. Às vezes, era mais filha, do que a irmã, embora ela nunca diria
isso. Airiana, uma mulher brilhante e doce, sua mãe tinha sido alcoólatra,
mas tentara cuidar de sua filha e fora assassinada por um projeto em que
Airiana estava trabalhando.
Havia Lissa, cuja família inteira havia sido massacrada por um tio
impiedoso. Seu mundo tinha virado de cabeça para baixo recentemente,
quando ela descobriu que o tio que a criou tinha estado por trás dos
assassinatos de sua família. Rikki tinha sido perseguida por um incendiário
mentalmente desequilibrado, que matou seus pais e, em seguida, queimou as
casas dos Fosters. E Judith, doce, maravilhosa, talentosa Judith, cujo irmão
foi assassinado por um homem que ela pensou que poderia amar. Todas
compreenderam a perda e a culpa, mesmo que não fossem culpadas.

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Todas concordaram com a cabeça, compreendendo o que ela não
conseguia articular muito bem, e ela estava grata. Só olhar para Viktor tinha
sido um golpe, agora falar sobre as coisas que haviam acontecido no rescaldo
de sua saída a deixaram doente. Ela de repente queria ficar sozinha, e, no
entanto, ao mesmo tempo, ela estava um pouco assustada. Ela ficou
assustadoramente deprimida depois que sua filha morreu. Aqueles dias
tinham sido tão escuros, que ela temia o que poderia fazer de uma hora para
a outra.
— Jonas e Jackson virão aqui para me questionar, —disse ela. — Não
há como detê-los. —Ela olhou para Rikki. Não era segredo que seu marido,
Lev Prakenskii, não tinha salvado a Elle Drake quando ele estava disfarçado,
tentando parar o mesmo anel de tráfico humano que ela tinha buscado. A
captura e o sofrimento de Elle nas mãos de Stavros Gratsos foram terríveis.
Jackson ficou furioso quando soube que Lev não tinha explodido seu disfarce
para salvar Elle.

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Blythe se inclinou em direção a sua irmã autista. Rikki tinha estabelecido


uma boa vida para si mesma. Ela adorava o que fazia e se sentia capaz de
lidar. Se Jackson e as Drakes tornassem difícil para Lev, isso significaria que
todos se mudariam. Lexi seria arrancada de sua fazenda e Rikki de onde ela
finalmente se sentia confortável. Elas fariam isso, é claro, todas
concordaram, mas ninguém queria ir.
— Eu falarei com Jackson sobre Lev, direi-lhe o bom homem que ele é.
Ilya conversará com ele também se lhe pedirmos. Eu não acho que haverá
um problema. —Ela esperava que não houvesse um problema, mas nunca
conhecera Jackson. Era muito quieto, mas podia ser extremamente violento.
Ela não tinha nenhum problema em imaginá-lo em um clube de motoqueiros
em vez de fazer cumprir a lei.
Rikki sacudiu a cabeça. — Você tem o suficiente em seu prato com seu
marido voltando para a cidade.
Blythe estremeceu. Marido. Ela não queria que ninguém se referisse a
Viktor Prakenskii como seu marido, nem Rikki. Ela abriu a boca para

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protestar, mas Rikki enquadrou os ombros e fez o anúncio.
— Eu vou falar com Jackson e Elle. Eu já liguei para Elle e pedi para vê-
los. Ela disse que eu poderia ir hoje à noite. Lev não sabe, ou ele nunca me
deixaria ir em seu nome. Claro que vou dizer-lhe depois, ela explicou
apressadamente.
Blythe observou Rikki girar os dedos nervosamente, um hábito que ela
não conseguia romper. Ela podia ver medo no rosto de Rikki, mas também
determinação. Rikki tinha dificuldade em conversar com pessoas que não
conhecia bem e qualquer coisa fora de sua zona de conforto poderia jogá-la
em um lugar ruim. Ela poderia desaparecer dentro de sua própria cabeça por
horas se ela ficasse chateada.
— Acho maravilhoso que tenha tomado essa iniciativa, querida. —disse
Blythe rapidamente. — Talvez eu vá com você. Isso iria tirar minha mente
de tudo isso. Claro, se você preferir ir sozinha, eu vou compreender.

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Rikki pareceu aliviada. — Eu gostaria disso. —Ela olhou para o relógio.


— Eu devo estar lá em uma hora. O tempo correu. Lev não ficou feliz comigo
vindo aqui, então teria sido realmente difícil sair esta noite. Posso ir direto
daqui com você.
Blythe sabia que Jackson nunca lhe faria perguntas pessoais enquanto
Rikki ou qualquer outra pessoa estivesse por perto, ele era um muito bom
policial. Ela estaria segura pelo menos até de manhã, e talvez ela acordasse
cedo, arrumasse um saco e saísse da cidade por um tempo. Ela possuía o
ginásio local, era personal trainer, bem como fisioterapeuta. Não seria fácil
reagendar seus clientes, mas era possível e, em sua opinião, necessário.
Sentia-se melhor com um plano.
Suas irmãs mantinham conversas pequenas, principalmente sobre os
filhotes. Lexi e Gavriil tinham o par reprodutor. Gavriil os trouxera com ele
da Rússia. Cada família tinha um filhote. Eles tinham treinos agendados, e
as crianças iam de casa em casa passar um tempo com os filhotes para que
eles defendessem as crianças. Gavriil iria ajudar a treiná-los, e ele já tinha
dado a eles conselhos valiosos. Sua pequena Maya já ficava sentada diante

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de suas refeições e estava se familiarizando com a rotina de Blythe. Ela levou
o filhote para trabalhar com ela, e ela era muito boa lá também.
Blythe sentou-se na cadeira, permitindo que a conversa girasse em torno
dela enquanto olhava pela janela e perguntou-se se Maya era um milagre
suficiente para fazê-la passar pelas próximas semanas.

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6
Viktor ficou muito, muito quieto, com medo de que se ele se
movesse, ele pudesse quebrar. Ele tinha visto crianças morrerem. Ele as viu
morrerem. Crianças por quem ele se sentia responsável, mas nada o afetou
da forma como isto. A voz de Blythe quando ela contou a suas irmãs sobre
seu abandono. Sobre seu filho. Uma filha. Ele tinha tido uma filha e ela estava
morta. Assassinada por uma louca bêbada.
Bile se levantou em seu estômago. Suas pernas viraram borracha. Ele

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caiu de joelhos no alto da escada. Tudo dito depois disso foi apenas um
zumbido em sua cabeça. Dentro de seu peito, seu coração se despedaçou. A
revelação dela o tinha destruído. O esvicerando. Sua mente passou do caos ao
vermelho. A raiva subiu rápido e terrível, uma erupção vulcânica iminente.
A raiva estava lá para protegê-lo, para impedi-lo de se fechar
completamente. Ele sabia disso, mas não ajudava. Nada ajudava. Por um
momento, o mundo estreitou-se para um lugar de dor e sofrimento, onde a
tortura era física, emocional e até mesmo sexual. Onde ele era impotente,
uma mera criança tentando sobreviver, tentando encontrar um caminho para
os meninos e meninas mais jovens sobreviverem. Ele tinha feito isso com um
grande custo para todos eles, mas ele não tinha encontrado uma maneira de
salvar sua própria filha.
Uma menina. Uma filha. Viktoria. Ele desmoronou completamente,
sentando-se com força, mas mesmo isso não o trouxe de volta. Ele estava
com medo de vomitar, e a dor em sua garganta, em seu peito, atrás de seus
olhos era tão ruim que não conseguia respirar. Não havia ar. Não havia

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maneira de encontrar ar. — Isso não pode estar acontecendo. —Ele


sussurrou a súplica a Reaper.
A mão de Reaper apertou seu ombro com força, firmando-o, ou ele
poderia ter caído. — Temos de ir.
Ele olhou para seu melhor amigo sem compreender. Reaper pôs um
braço em volta dele e insistiu que ele levantasse. Uma vez que suas pernas
estavam sob ele, foi com Reaper pelo corredor de volta para o quarto
principal. Ele não tinha certeza de que conseguiria atravessar a janela, então
ele simplesmente desabou na cama.
Reaper se agachou na frente do homem que tinha sido uma pedra
absoluta por toda a sua vida. O homem que sozinho salvou dezessete
crianças de uma morte certa. Ele tinha ajudado, mas tudo que tinha feito foi
seguir o cérebro de Czar, seus planos, sua liderança calma e constante. Por
um momento o pânico se acumulou. Ele não tinha sentido pânico desde que
era uma criança de quatro anos contando com o garoto de dez anos para
salvá-lo.

101
Czar era a pedra. A pedra absoluta com que todos eles contavam. Eles
foram treinados para mentir com convicção. Para enganar com facilidade.
Para seduzir como uma arte. Para perseguir e matar sem sentimento. Czar
ensinou-lhes como não fazer essas coisas. Como canalizar a raiva e
ressentimento, ódio e amargura em outra coisa. Algo bom.
Reaper respirou fundo e deixou escapar. Seu trabalho era sempre vigiar
o Czar gostasse o homem ou não. Ele não gostava na maioria das vezes, e no
começo haviam se chocado muito, mas com o tempo, Czar percebeu que não
havia como parar Reaper. Ele faria o que achasse melhor. O que ele achava
melhor era manter Czar vivo.
— Vamos tirá-lo daqui, —ele disse suavemente, com medo de que Czar
estivesse em estado de choque. Sua pele estava quase cinza sob o bronzeado
escuro de tantos anos ao sol.
Viktor sacudiu a cabeça. — Não posso deixá-la novamente, Reaper. Se
eu for agora, não voltarei, e eu não vou vencer sem ela.

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— Você pode voltar. —Reaper tentou ser razoável. Ele queria jogar
Viktor sobre seu ombro e levá-lo para fora de lá. Czar estava abalado demais
para pensar razoavelmente. A qualquer momento, uma das mulheres iria
subir. Elas gritariam e ligariam para a polícia. Ele não tinha gostado do olhar
daquele xerife. Eles não haviam se posicionado ou zombado, e embora
estivessem cientes de que estavam em desvantagem e rodeados, eles não
tinham nem sequer se encolhido. Homens assim não eram fáceis de matar.
Viktor sacudiu a cabeça. Doía até mesmo se mover muito. Ele teve que
lutar para não vomitar. — Se eu partir agora, eu não sei como me aproximar
dela, como pedir a ela para me aceitar de volta. Como ela pode me perdoar
depois da perda da nossa filha? Ela passou por tantas coisas. Eu tinha todos
vocês, ela não tinha ninguém.
Reaper balançou a cabeça. — Ela não pode culpá-lo pelo que a cadela
de sua mãe fez.
— Eu não estava lá. Eu nem sabia que ela estava grávida. —Viktor

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passou uma mão pelo cabelo. — Não me avisou. Ela deveria ter me mandado
uma mensagem. Eu teria vindo. Eu teria me afastado da missão. —Em um
piscar de olhos, ele teria corrido para seu lado. Se ela tivesse lhe dito, ele teria
deixado tudo e ido para ela, arriscando sua vida, arriscando a vida de cada
um dos que ele cuidava. Por ela. Ele teria feito isso sem pesar as
conseqüências, porque ela era Blythe, seu tudo. Onde diabos estavam seus
irmãos de nascimento? Por que não lhe disseram?
— Ela nem sabia quem você era, Czar, —Reaper apontou.
Viktor levantou a cabeça e olhou para o homem que ele chamava de
irmão nos olhos. — Por ela eu arrisquei tudo, até mesmo a vida de meus
irmãos mais novos. Por ela. Tínhamos um sistema para entrar em contato
uns com os outros em uma emergência. Sorbacov teria matado por essa
informação. Se ele a conseguisse, teria caçado cada um deles e os matado.
Você sabe que ele teria. Ainda assim, deixei-lhes um código. Eu precisava
saber que ela estava segura. Dei-lhe o código do padre no caso dela precisar
me encontrar também. Eu arrisquei a ele, meus irmãos, todos vocês, apenas
para ter certeza de que ela estava segura, e ela não o usou.

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Reaper franziu a testa e acariciou o queixo com seus dedos longos. —


Sabe, Czar, está cada vez mais parecendo que ela não recebeu essa carta. Ela
ficou genuinamente chocada ao vê-lo, e ela não tinha idéia de que estava
casada. Eu estava observando seu rosto, observando-a atentamente, ela não
sabia.
Viktor aspirou ar para fazer a sala parar de girar. Quando ele inalou, o
cheiro dela, o creme de pêssegos, deslizou para dentro, profundamente em
seus pulmões. Ela estava em toda parte neste quarto. A merda feminina que
ela gostava estava em todos os lugares. Ele sempre adorara vê-la quando ela
se preparava para sair. Seu favorito tinha sido deitar na cama e apenas bebê-
la. Era prática, mas cercava-se com coisas que as mulheres consideravam
necessárias em suas vidas. Sua escova de cabelo era ornamentada, uma bela
peça de madeira esculpida, as cerdas embutidas em um retângulo espesso.
Ele a perseguira pelo quarto, ameaçando espancá-la com ela, quando ela o
provocara sem piedade sobre a barba que ele usava naquela época.
Sua vida estava tão fodida. Como ele podia ter feito tal bagunça da única

103
coisa que o mantinha vivo? Isso importava para ele? Ele estava se afogando,
e foi Blythe quem pôde dar-lhe o ar necessário.
— Eu deixei a carta bem no meio de nossa cama. —Viktor alisou o
edredom rendado como se pudesse trazer a carta de volta. Mesmo que não
tivesse recebido a carta, por que nenhum de seus irmãos lhe dissera o que
estava acontecendo? Isso não fazia sentido. Nada disso fazia sentido.
— Você ouviu o que ela disse a essas mulheres. Depois que você matou
seu padrasto, sua mãe ficou louca.
— Sharon estava bebendo. Ela estava sempre bêbada. Ray apenas fingia
beber, mas ele manteve seu copo cheio todo o tempo.
— Deram um sedativo a sua mãe e a levaram para o quarto principal. O
quarto onde você deixou a carta no meio da cama. Não pareceu que Blythe
subisse com os médicos. Ela ficou lá embaixo com a polícia.
Viktor fechou os olhos brevemente. Claro que Sharon teria pegado a
carta. Ela teria lido e a destruído por maldade. A mulher tinha tanto ciúme

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de sua filha, que a detestava. Ela nunca quis que Blythe soubesse que um
homem a queria, que a amava além de qualquer coisa. Ela tinha passado uma
vida com ciúmes de suas irmãs e depois com ciúmes de sua filha. Mas isso
não lhe dizia por que um de seus irmãos não tinha chegado até ele. Eles
deviam tê-la verificado em seu lugar.
No andar térreo havia muito movimento. Reaper foi para a porta do
quarto para ouvir. — Elas estão saindo, —ele relatou. — Blythe está saindo
com o que elas chamam de Rikki.
Isso era tão parecido com ela. Ela iria com Rikki apesar do fato de que
ela estava sofrendo, e ele sabia que ela estava. Apenas essa pequena coisa lhe
dizia que ela era tudo o que ele lembrava. Ela era sua família. Ela era o que
ele precisava.
— Você não precisa ficar, Reaper. Eu vou esperar até ela voltar, e então
vou falar com ela. Se ela precisar gritar comigo, ou me bater, ninguém estará
por perto e ela vai sentir que pode.

104
— E se ela quiser atirar em você? As mulheres são imprevisíveis. E letais.
Você deveria saber disso. Alena e Lana matariam você em um segundo. —
Reaper fez seu caminho de volta para ficar na frente de Viktor.
Viktor permitiu que um pequeno sorriso sem humor escapasse. — Elas
iriam tentar. Blythe pode tentar me bater, mas eu duvido. Ela não é propensa
a violência como nós. Vamos, Reaper, eu vou ficar bem. Não é como se eu
fosse morrer. —Se ela quisesse atirar nele, ele deixaria. Não iria acontecer,
mas se ela precisasse disso, ele iria aceitar. Reaper não poderia estar lá para
isso. Ele retaliaria.
— Não seja idiota. Não vou embora. Ela voltando, vou sentar no telhado
e esperar por você. —Ele olhou ao redor do quarto. — Isso é legal. Amplo,
aberto. Eu gosto disso.
— Minha mulher sempre gostou de espaço. —O que era uma coisa boa.
Viktor ainda não gostava de paredes que o cercassem. Quanto mais espaço,
melhor.

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Eles têm um belo pedaço de terra aqui. Nunca pensei que estaria
pensando em comprar terras para mim ou para nós. Nós somos nômades.
Sem raízes.
— Vou ficar. —disse Viktor decididamente. — Não tenho intenção de
deixá-la de novo.
— Ela poderia vir conosco.
Viktor sacudiu a cabeça. — Quero uma casa. Precisamos de uma,
Reaper. Todos nós. Vamos montar quando quisermos uma estrada aberta,
mas precisamos de uma base. Nós conversamos sobre isso. —Ele tinha
resolvido, disse aos outros e deixou-os resolver se queriam ou não vir com
ele. A votação foi unânime. Eles queriam comprar terra, construir um clube
e montar negócios legítimos. Sorbacov tinha morrido e eles iriam viver
abertamente, não mais se escondendo nas sombras.
— Então vamos ficar aqui. Nada mudou Czar. Eu tenho suas costas,
como sempre. Sua mulher nos aceite ou não.

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O tom de Reaper disse que não havia uma chance no inferno que Blythe
aceitasse seu clube, mas Viktor sabia que ele estava errado. Blythe não era do
jeito que Reaper pensava. Tinha muita compaixão nela. Ela conhecia
diversão e riso, e espalhava essa magia para todos ao seu redor. Como, com
uma megera como mãe, ele não sabia, mas realmente havia algo mágico em
Blythe. Ela brilhava de dentro para fora.
Sharon tinha se comido de ciúmes por sua irmã mais nova ter herdado
a propriedade Drake e por suas filhas haverem recebido o legado da família
Drake. Ele não sabia muito, só que todas tinham dons psíquicos muito fortes.
Ele acreditava que todas o tinham na certa medida, embora o dom de Sharon
parecesse o de fazer todos em torno dela se sentirem miseráveis.
Ray a tinha pesquisado cuidadosamente. Ela tinha sido o disfarce
perfeito, uma mulher que apresentava um rosto para o mundo, e tinha outro
atrás de portas fechadas. Os registros de Blythe no hospital deixaram muito
claro que os ossos quebrados que ela sofrera não tinham sido de ser
desajeitada. Viktor conhecia o abuso infantil em primeira mão. Ele tinha

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vivido em uma escola secreta sem ninguém para ajudá-lo a não ser ele
mesmo. Blythe vivia ao ar livre. Ela tinha uma família extensa, médicos,
professores, vizinhos, e ainda assim ela ainda estava sujeita a abusos. Isso
não fazia sentido para ele.
De repente, a mão de Reaper foi para dentro de sua jaqueta, seu corpo
já começando a virar para a janela. Viktor saltou para ele, cobrindo a mão
com a sua própria, impedindo-o de puxar a faca que ele mantinha. Ele podia
puxar e jogar em um movimento suave, e ele era absolutamente preciso.
— Mantenha as mãos onde eu possa vê-las.
— Largue a arma. —disse Viktor. — Sério abaixe. Eu sou seu irmão.
Você não vai atirar e eu posso te garantir que há outro irmão aí fora em algum
lugar naquele telhado e ele te pegou em sua mira. Estou certo, Reaper?
Savage nos seguiu?
— Você está certo, Czar, e você conhece meu irmão. Ele é imprevisível.
Reaper parecia relaxado sob a mão de Viktor, sem um músculo tenso,

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mas isso não importava. Todo seu ser mente e corpo, era uma arma. Ele era
rápido e mortal e nunca hesitava. Savage era possivelmente pior. Reaper
estava correto, ele era imprevisível e tão malvado quanto uma cobra.
— Qual deles é você? —Viktor manteve seu tom casual. Ele não podia
ver o intruso, mas não tinha dúvidas que Savage podia vê-lo.
— Lev.
— Você era apenas uma criança pequena. Você não se lembra de mim.
— Não muito.
— Você vai ter que confiar que eu nunca iria prejudicar você ou a sua
mulher. Guarde sua arma e entre no quarto. Afaste-se da janela. —Ele não
era um homem de preces, mas, no entanto, enviou uma pequena oração para
que o garoto acreditasse nele. Ele levantou a voz apenas para ficar seguro. —
Fique de pé, Savage. Ele é meu irmão. —Só por segurança, ele manteve sua
mão sobre a de Reaper. O punho de Reaper estava ao redor do cabo da faca
mas Viktor o impediu de puxá-la. Eles ficaram desse jeito, esperando.

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Lev entrou no quarto, enfiando a arma dentro da jaqueta. Viktor soltou


Reaper, mas não tentou contorná-lo. Não faria nada de bom. Ele sabia por
experiência que não importava o que ele dissesse ou fizesse, Reaper manteria
seu corpo entre Viktor e uma ameaça percebida até que ficasse claro que não
havia ameaça. Ainda assim, ele festejou seus olhos em seu irmão mais novo.
Ele parecia bem. Um homem. Alto. De ombros largos. Confiante. Ele
não estava com medo de saber que eram três contra ele. Viktor se viu um
pouco abalado. Ele realmente nunca acreditou que esse dia chegaria.
— Viktor. Todos me chamam de Czar.
— Nunca pensei em vê-lo. —disse Lev.
Era impossível dizer o que ele estava pensando, não havia expressão em
seu rosto ou em seus olhos.
— Você parece um pouco com o nosso pai, —disse Viktor. O que ele
podia lembrar. Ele tentou o seu melhor para segurar aquelas memórias. Seu
pai tinha sido um homem bom, e não teria gostado do que Viktor tinha sido

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forçado a se tornar. Às vezes, Viktor se perguntava se teria sido melhor deixar
os bastardos da escola matá-lo. Poderia haver mais honra nisso. Viver ou
morrer. Mesmo essa escolha tinha sido tomada dele.
— Não me lembro dele.
— Você era muito pequeno.
Lev levantou as mãos para mostrar a Reaper que ele não era uma
ameaça enquanto caminhava para uma das cadeiras que Blythe tinha na
pequena área de estar. Ele afundou nela. — O que você está fazendo aqui?
—Não havia boas vindas, mas nenhuma cobrança.
— Estou trabalhando.
Houve silêncio enquanto Lev o estudava. Ele suspirou. — Você pode
me dizer no quê?
— Eu estou atrás de Evan Shackler-Gratsos.

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Lev piscou. Sentou-se mais reto. — Você está brincando. Eu estive atrás
de seu irmão. Passei vários anos sob disfarce, trabalhando até chegar ao lado
dele. As Drakes e seus homens o mataram. Eu quase morri. Foi quando Rikki
me encontrou.
— Evan herdou o dinheiro e os navios, mas ele já tinha um importante
anel de tráfico humano. Agora ele tem o dinheiro que precisa para se
expandir e os navios para despejar os cadáveres quando os fodidos realmente
doentes pagam a ele o preço certo. —Viktor afundou na borda da cama
novamente.
Reaper se moveu para um lado, mas nunca tirou seu olhar de Lev.
— É o que você tem feito todos estes anos.
Viktor assentiu. — Ele é o presidente internacional do Sword MC. Tem
sido impossível chegar perto dele até agora. Ele sempre teve um ódio ardente
de Jackson Deveau. Começou na Louisiana com a mãe e o pai de Deveau.
Eu me juntei a esse braço a fim de descobrir mais detalhes. Eu sabia que mais

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cedo ou mais tarde ele iria atrás de Deveau. Ele é do tipo que cozinha as
coisas. Ele é paranóico como o inferno e odeia todo mundo. Eu também
imaginei quando ele fosse atrás de Deveau, ele usaria o braço de Nova
Orleans para fazê-lo. O pai de Deveau era o responsável por esse braço.
— Suponho que você acha que ele vai tentar matar Jackson agora.
— Eu sei que ele vai. Jackson Deveau casou-se. Mais, ele se casou com
a mulher que o irmão de Evan estava mantendo como sua própria escrava
sexual. Evan se gabou de mostrar ao irmão como treiná-la. Eu não sei o que
ele tem em mente para a mulher, mas ele quer Deveau morto. Antes de
morrer ele quer zombar dele com o fato de que a mulher está agora em sua
posse.
Lev ficou em silêncio novamente, digerindo a informação. Mais uma
vez, sua expressão não mostrou nada. Finalmente hesitou. — Você avisou
Deveau?

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— Ainda não. Eu tenho o trabalho de explorar uma área para onde


possamos trazer os membros de dois braços, alguns de cada vez para
acampar. Evan planeja aparecer uma vez que estejamos todos aqui e
conheçamos todos os movimentos de Deveau. Acabei de chegar aqui.
Quando encontrar o acampamento certo, mandarei chamar os outros.
— Você está aqui com pessoas em quem pode confiar?
Viktor assentiu. — Meus irmãos. —Isso disse tudo. Lev devia entender
melhor o que ele estava dizendo.
Reaper olhou para ele rapidamente e então seu olhar estava de volta em
Lev.
— Como é isso? —Lev perguntou seu tom suave.
— Nós sobrevivemos a escola porque nós tínhamos uns aos outros. —
Ele não ia mentir. Ele não tinha visto seus irmãos de nascimento em anos,
não desde que tinha dez anos de idade. Guardava-os em suas lembranças e
ficava na escola sob o polegar de Sorbacov para mantê-los seguros naquelas

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lembranças, mas os homens e mulheres com quem ele vivia que vira
torturados eram sua família também. Talvez mais. Ele morreria por eles.
Mais mataria por eles.
Lev assentiu como se entendesse. Ele tinha ido a uma das escolas de
Sorbacov, mas mesmo ele não podia entender o que era o inferno que Viktor
e os outros tinham estado.
— Nós lhe daremos qualquer ajuda que você precise. Apenas diga.
Viktor sabia que seus irmãos de sangue o apoiariam. Ainda assim,
ouvindo-o dizer isso sem hesitação o abriu um pouco.
— Eu vou apresentar os meninos em algum momento. Estamos
procurando por terra agora para nós mesmos. Eu já tenho um canto em um
lugar que pode servir para trazer os Swords para um acampamento, mas
preciso de alguns dias para acertar meus negócios aqui primeiro. Além disso,
muitos civis usam esses acampamentos. Eu quero ter certeza de que ninguém
será pego na mira.

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— Seu negócio inclui Blythe Daniels?


— Seu nome legal é Blythe Prakenskii. Ela tem sido minha esposa nos
últimos cinco anos e dois meses.
Lev se mexeu na cadeira, o cenho franzido em seu rosto. — Nossa
Blythe? Está certo, Viktor? Ela é tão discreta. Se ela fosse casada, nunca
esconderia.
— O que diabos isso significa? Ela está vendo alguém? —Se fosse aquele
covarde, que urinou em suas calças enquanto corria pela rua, deixando
Blythe sozinha com Viktor, ele estava fazer uma visita ao bastardo. Isto Não
seria agradável, pelo menos não para o covarde.
— Não, mas há muitos homens que deixaram claro que gostariam de
namorá-la. Ela tem estado inquieta ultimamente. Pensando em namorar. Eu
sei por que as mulheres falam umas com as outras. Se ela está perto de Rikki,
então estou perto.
— Muito ruim para os homens que querem sair com ela. Estou

110
terminando meu negócio com Evan, e depois ela vai morar com o marido.
Ele fez um decreto, ignorando a voz de advertência que lhe dizia que
havia muita água realmente ruim sob a ponte e talvez não fosse tão fácil
assim. Outra voz lhe disse que conhecia Blythe. Ele sabia dela. Ele acreditava
nela. Ele tinha caído como uma tonelada de tijolos porque ela era a única
mulher que ele já tinha encontrado em todas as suas viagens que era genuína.
Sem engano. Sem mentiras. Era uma mulher com quem um homem podia
contar. Ele a deixara entrar em seu mundo estreito e tentara dar a ela o
máximo do homem que pudesse. Ela teria aceitado aquele homem com todos
os seus problemas e falhas, e ele encontrou os Swords.
— Você teria sabido que Blythe era minha se tivesse se incomodado em
verificar qualquer uma das mensagens que eu deixei para você. Para todos
vocês. Eu queria que cuidassem dela. Mesmo antes de você assumir a
atribuição indo por Stavros Gratsos. Eu deixei mensagens para que todos
pudessem ficar de olho nela. Eu queria que cuidassem dela. —Havia
acusação em sua voz. Raiva. A raiva estava perto da superfície.

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Ele contou com seus irmãos de sangue. Ele tinha vivido e sobrevivido
naquela escola do inferno para salvá-los. Para mantê-los vivos. Ele tinha
caçado os homens que tinham assassinado seu pai. Ele tinha mantido um
olho sobre eles por anos, intervindo quando podia se sua segurança estivesse
em questão. — Foi tão errado pedir isso? Alguém para cuidar dela?
— Viktor, nunca recebemos nenhuma mensagem sua. Não em cinco
anos. Metade do tempo nós nos perguntamos se você estava vivo mesmo, —
disse Lev.
Isso o derrubou. Deixou dezenas de mensagens. Arriscando sua vida.
Precisando ouvir notícias dela. Qualquer notícia. Ele tinha designado um par
de "irmãos" da escola para cuidar dela quando eles estavam nos Estados
Unidos, mas a maior parte do trabalho era feito na Europa ou na Ásia.
Ele balançou sua cabeça. — Isso é impossível.
— Nunca houve uma única mensagem sua. Nós nos perguntamos como
você sabia sobre Casimir e Lissa se casando. Casimir nem mesmo postou o
aviso em nossa placa de emergência.

111
— O padre me disse. Claro que eu iria a um dos casamentos dos meus
irmãos se eu pudesse. —Ele manteve a expressão de sua voz. Lev se casara
sem ele. Assim como Stefan, Maxim e Ilya. Gavriil era o único irmão
solteiro, e ele morava com uma mulher. Ele nunca faria isso se a mulher que
era o seu sol, o centro de seu universo não o aceitasse. Viktor tinha perdido
tudo o que era significativo na vida de seus irmãos de nascimento.
Lev balançou a cabeça. — Eu estou lhe dizendo, Viktor ... —Ele parou
e balançou a cabeça novamente. — Não tivemos uma única comunicação
sua em cinco anos. Ninguém sabia onde você estava.
Viktor ergueu o olhar para Reaper. Ele tinha sido cortado
completamente de Blythe. Completamente. Mais pecados na alma dele. Ela
precisara dele e ele não souberam.

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— Você sabia sobre minha filha? —Ele nunca perdoaria seus irmãos de
nascimento se eles soubessem e não tivessem virado todas as rochas do
universo procurando por ele.
Lev franziu o cenho. — Filha? Você tem uma filha?
Sua respiração escapou em uma arremetida de alívio. — Blythe e eu
tivemos uma filha juntos. Ela morreu. Foi assassinada antes que tivesse a
chance de viver. —As palavras tinham gosto de cobre na boca. Como sangue
e morte. Dele. E ele soube que se ele se deixasse pensar sobre aquela criança
e sua mulher sozinha, suportando tal ataque brutal sem ele, ele não seria
capaz de funcionar. Ele tinha de funcionar. Era o que ele fazia sem importar
o quão ruim ele estivesse. E sua vida, ficou ruim. Feia. — É uma longa
história. Eu não sabia até agora. Só soube agora.
— Sinto muito, Viktor. —disse Lev. — Realmente, realmente sinto
muito. —Ele esfregou a ponta de seu nariz. — Eu só não entendo por que
Blythe não nos falou sobre casar com você. Ela sabe que somos todos
Prakenskiis. Por que não nos disse nada?

112
Viktor não podia culpar Lev por pressioná-lo. Em seu negócio, eles
mentiam o tempo todo. Blythe não o fazia. Era simples assim. Lev a conhecia
e sabia que ela não ocultaria a verdade. Ela teria dito a suas irmãs e seus
irmãos, se ela soubesse. Como ela podia esquecer o casamento deles, ele não
sabia. A lembrança daquele dia e da noite estava gravada em seus ossos.
— Tenho a impressão de que Blythe não acreditava que nenhuma parte
do nosso casamento fosse real. Eu a conheci quando eu estava caçando Ray
Langton, um de seus muitos nomes. Ele era um ...
— Infame pedófilo. —Lev terminou para ele. — Ele tinha um parceiro,
mas ninguém pôde descobrir quem era. Sorbacov queria que Ray fosse
derrubado. Ele sabia das escolas. Pelo menos era o boato.
Viktor assentiu. — Um dos instrutores da escola tornou-se mentor de
Ray. Não sei quantos anos tinha Ray quando soube, mas sabia de todos os
detalhes e estava tentando chantagear Sorbacov. Foi um movimento
particularmente estúpido de sua parte. Sorbacov me colocou em sua trilha.

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— Como Blythe foi envolvida?


— Ray usava as mulheres como um disfarce o tempo todo. Casou-se
com a mãe de Blythe. Eu organizei um encontro casual com Blythe. Ela ia
correr todos os dias e eu ‘acidentalmente’ tropeçei nela. Ela não morava com
a mãe, então eu tinha que estar em posição de conhecer seus pais, e isso
significava casamento.
— Você teria tido outro nome. —Lev apontou. — Não é um casamento
legal.
Viktor não gostou do fato de que seu irmão estava ansioso para manter
Blythe longe dele. Ele não conseguia enrolá-lo. Ele parecia duro. Ele era
duro. Ele gostava que Lev protegesse Blythe. Era bom saber que alguém tinha
cuidado dela, mas ele era seu marido e eles tinham que chegar a um acordo
com isso rápido. Ele não ia a lugar nenhum e nem seus irmãos e irmãs.
— Eu me casei com ela na igreja como Viktor Prakenskii. Os
documentos eram legais, assinados e documentados. Pode até pensar que

113
não era legal, mas asseguro-lhe que era. Temos muitas coisas para esclarecer,
mas isso é entre Blythe e eu. Nesse meio tempo, ninguém pode explodir meu
disfarce. Os Swords jogam para ganhar e eles não se importam de derramar
sangue. Eu tenho o suficiente de meus homens comigo para fazer a diferença,
mas não se engane Lev, o inferno está vindo.
— Ninguém vai colocar em risco sua cobertura, Viktor.
— Eu prefiro Czar. No Swords e fora dele. Estou acostumado com o
nome. Blythe é a única que me chama de Viktor.
— Como você vai protegê-la de Evan e do resto de seu clube?
— Eles não vão saber sobre ela. Uma vez que eles estejam aqui, ela não
estará na equação. O que estou fazendo não tem nada a ver com ela.
— Se essa era uma tarefa que você pegou quando Sorbacov estava vivo,
ele morreu. Você pode sair.
— Eu passei cinco anos da minha vida com essa escória. Esta é a minha
única chance de apanhar Evan e acabar com sua operação. Eu não vou sair

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agora. —Viktor foi decisivo. O preço que pagara era muito maior do que
jamais imaginara. Sua filha. Talvez Blythe. Cinco anos protegendo a
imundície total. Ele iria completar o que tinha começado.
Lev assentiu com a cabeça. — Passei bastante tempo com o irmão de
Evan, Stavros, e ambos têm fortes habilidades psíquicas. Stavros estava
apavorado com o talento de seu irmão, tanto que construiu uma grade para
impedir que alguém usasse talentos psíquicos. Era o único lugar onde ele se
encontrava com seu irmão. Evan era um filho-da-puta doente. Quero dizer
realmente doente. Ele odiava as mulheres e gostava de machucá-las.
Lev não precisava dizer isso a Viktor. Ele observou os métodos de
"treinamento" que Evan tinha dado as moças que ele raptou ou atraiu para o
seu anel de prostituição internacional. — Você conseguiu descobrir quais
dons Evan tem?
— Só que quaisquer dons que ele tenha, são fortes e ele os usa para
machucar as pessoas.

114
— Obrigado. Eu aprecio a advertência. —O fato de que Evan ter dons
psíquicos desconhecidos fazia sua tarefa mais difícil, mas também o fez mais
determinado. O homem era ainda mais perigoso do que pensara a principio.
Ele tinha a mão-de-obra e o dinheiro, e com fortes dons psíquicos também,
ele poderia ser imparável se lhe fosse permitido recuar de volta para qualquer
fortaleza secreta que estivesse rastejando. Esta era a sua ofensiva.
— Eu tenho que ir. Minha mulher é autista, e ela está tentando me
proteger de Deveau. Eles acham que as Drakes nos forçarão a ir. Rikki é uma
mergulhadora do mar e está confortável aqui. Nós não vamos sair não
importa o quanto elas queiram nos congelar.
Viktor se mexeu, quase fez a oferta e depois se deteve. Não seria tão
difícil fazer Deveau chegar a um fim inoportuno, mas ele tinha sido o único
a decretar aos seus irmãos da Torpedo Ink que eles iriam iniciar um novo
capítulo em suas vidas. Sua primeira inclinação seria sempre remover uma
ameaça para eles ou seus entes queridos permanentemente, mas as pessoas

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normais não faziam isso. Eles podiam nunca ser normais, mas iriam tentar
chegar perto.
— Eu reconheço que não sei muita coisa sobre relacionamentos, Lev,
então eu sou a última pessoa que você deve ouvir mais eu sei algo sobre
mulheres.
Lev olhou-o diretamente nos olhos, desafiando-o a dar conselhos.
Viktor não se importava se gostava ou não que seu irmão mais velho lhe
desse um conselho. — Se ela é autista, então ela está fazendo algo enorme,
indo até este homem e conversando com ele. Por você. Ela está fazendo isso
por você. É um presente.
— Difícil para um homem engolir, fazer com que sua mulher implore
por ele.
— Duvido que ela vá implorar. De qualquer forma, ela está fazendo algo
que eu respeito e admiro. Se Blythe fizesse isso por mim, eu poderia querer
jogá-la em meu joelho quando ela chegasse em casa, mas eu ficaria muito

115
feliz por ela me amar o suficiente para fazer isso.
Um sorriso lento deslizou sobre o rosto de seu irmão mais novo. — Rikki
iria tentar me afogar se eu alguma vez a virar em meu joelho. Você deve vê-
la na água. Ela ... —Ele olhou para Reaper, parou e depois se levantou. —
Vou deixar os outros saberem que você está aqui e que você vai entrar em
contato o mais rápido possível.
Viktor assentiu, mas não cometeu o erro de tentar levantar-se. Ele estava
absolutamente certo de que Savage estava lá fora e que tinha um rifle
apontado para o coração de Lev. Às vezes era uma dor na bunda ter os dois
dedicados a mantê-lo vivo. Se Blythe o recusasse, não haveria muito por que
viver. Não depois de derrubar Evan.
— Czar. —Lev experimentou o nome. — Blythe é uma boa mulher. A
melhor. Todos nós a amamos como uma irmã. Espero que as coisas
funcionem para você.

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— Fique do meu lado, Lev. Faça com que sua mulher fique do meu lado.
Eu vou descobrir o que aconteceu, por que vocês não receberam minhas
comunicações, porque ela não recebeu. Eu deixei tantas mensagens. Eu
fiquei obcecado em checar dia e noite por uma palavra. Ela nunca me deixou
uma única mensagem. Nenhum de vocês.
— Isso não é verdade. Pergunte aos outros.
Ele ..., não que ele não acreditasse em Lev, mas se todos dissessem a
mesma coisa, que eles verificaram as mensagens e não havia nada dele, que
tivessem lhe deixado mensagens, então ele tinha que descobrir o que
aconteceu e por que. Quem conseguira estragar a sua comunicação com
Blythe? Com seus irmãos?
Lev hesitou, então, ignorando Reaper, veio para o lado da cama e
agarrou seu irmão pelos ombros. — É bom que você esteja aqui. Todos
esperavam que viesse.
Inesperadamente, um nó formou-se na garganta de Viktor. Ele não
conhecia esse homem, mas conhecia a criança. O garotinho. Ele o carregara

116
e ensinara suas primeiras palavras. Ele estava tão orgulhoso dele. Ele se
lembrava de balançá-lo quando ele estava com febre e sua mãe estava
ocupada com Ilya. Lev havia crescido um bom homem. Um homem duro,
mas bom.
— Nosso pai teria ficado orgulhoso de você. —disse Viktor. Era verdade.
— Ele podia não ter dito isso em palavras, mas ele teria ficado orgulhoso e
ele teria mostrado. —Viktor não tinha tanta certeza que seu pai pensaria o
mesmo dele.
— Obrigado. Vejo você em breve? —Era uma pergunta. Uma afirmação.
Viktor notou que Lev não olhava para Reaper. — Sim. Vamos ficar Lev.
Espero que a minha família de nascimento se integre com a minha família
escolhida. Eles guardaram minhas costas, e eles me ajudaram a passar por
momentos difíceis. —Era um eufemismo. Eles salvaram sua vida inúmeras
vezes.

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Lev olhou para Reaper. Viktor sabia o que ele via. Todos pareciam
duros. Marcados. Perigosos. Lev era igual, mas de uma maneira diferente.
Ainda assim, Lev assentiu. — Espero também. Qualquer um que o ajude tem
amigos em nós.
Isso foi sincero, e mesmo Reaper tinha que perceber isso. Viktor assentiu
com a cabeça. — Ligue se você precisar, mas não chegue perto.
— Eu sei o que fazer.
Todos o faziam. Cada um de seus irmãos frequentou uma das escolas de
Sorbacov. Todas tinham sido brutais, especialmente a que Gavriil foi
enviado, mas pelo menos Sorbacov queria que vivessem. Aos meninos e
meninas enviados para a escola do inferno, e Viktor tinha sido um, tinha sido
esperado morrer. Sorbacov os queria mortos. Ele queria que os outros
soubessem que havia um lugar pior do que aquele em que estavam um deles
poderia ser enviado para lá, se eles não cooperassem.
Sorbacov tinha vídeos de crianças sendo "punidas". Era mais como

117
tortura. Havia mesmo alguns vídeos dos pedófilos que violavam as crianças,
embora não tivessem sidos autorizados e Sorbacov ou não sabia que existiam
ou pensou que poderia mantê-los escondidos. Ele não podia ter recursos para
evitar que qualquer desses vídeos viesse a superfície. Isso sempre fazia com
que todos da Torpedo Ink ficassem inquietos porque os vídeos existiam e
estavam flutuando no mundo dos pedófilos. Eles estavam velhos, então
esperavam que agora eles estivessem corrompidos e sumidos.
Reaper seguiu Lev até a janela e fez sinal para Savage deixá-lo passar
incólume.
Savage enfiou a cabeça no quarto depois que ele se foi. — É uma coisa
boa que ele se pareça com você. No início eu quase atirei nele achando que
ele era o namorado da sua mulher ou vinha por você. A luz o pegou bem e
eu soube que ele tinha que ser um de seus irmãos de nascimento.
Viktor observou que Savage tinha cravado a palavra nascimento. Todos
se referiam uns aos outros como irmãos e irmãs. Em seu mundo, era verdade.
Eles estavam mais perto do que a maioria das famílias de nascimento.

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— Eu aprecio isso. —Ele acenou para os dois. — Vou esperar que Blythe
volte. Vocês dois voem.
Reaper levantou uma sobrancelha. — Você está ficando velho, Czar. Eu
não gosto de me repetir, mas eu vou sentar no telhado com Savage para que
você possa descobrir em paz o que você vai dizer a sua Old lady. —Ele
hesitou. — Posso atualizá-lo.
Viktor não encontrou seus olhos. Ele acenou com a cabeça, dando
permissão a Reaper para compartilhar o que tinha ouvido. Somente pensar
em sua filha era um golpe em seu corpo. Ele queria ficar sozinho para dar-se
tempo para sofrer.
Ele necessitava disso. Ele tinha quase esquecido como sentir. Seu mundo
era sobre sobrevivência e sobrevivência significava sentir tão pouco como
possível, mas ele ia se permitir sentir tudo. Tudo isso. Só desta vez. Enquanto
ele estava sozinho e poderia deixar-se. Então ele tentaria descobrir o que
diabos tinha acontecido com suas mensagens. Depois disso ele tentaria
descobrir o que ia dizer à sua mulher.

7 118

— Eu sempre adorei a casa das Drakes, não importa que época do


ano seja, as rosas estão subindo pelas treliças. Tudo em flor, mirtilos e
azaléias estão selvagens. Você sempre encontra flores aqui, —Blythe disse,
tentando colocar Rikki à vontade.

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Rikki franziu o cenho. — Lexi sempre tem flores crescendo em todos os


lugares, não importa a época do ano. —Ela olhou ao redor como se
procurasse outras casas que pudessem ter flores crescendo em todos os
lugares. — Não tem em toda a costa?
Blythe balançou a cabeça, sorrindo para a observação de Rikki. Era
muito verdadeira. Lexi poderia fazer crescer qualquer coisa em qualquer
lugar e em qualquer época do ano.
— Blythe, olhe essas pedras. —Rikki agachou-se para passar a palma da
mão sobre um dos antigos símbolos esculpidos profundamente na pedra. —
Estes são legais. E muito velhos.
— Sim, eu não sei de onde vieram, mas sempre estiveram aqui. Eu
costumava vir visitá-las quando eu era uma menina.
Rikki endireitou-se. — Isso mesmo, as Drakes são suas primas.
Blythe assentiu. Um portão de ferro forjado intrincado de dois metros de
altura se erguia diante delas. Uma colagem de criaturas misturadas com

119
poder cru foi tecida no portão junto com os símbolos universais da terra.
Água, terra, ar, fogo e espírito. As inscrições no fundo do portão lidas tanto
em italiano quanto em latim.

‘As Sete Se Tornam Uma Quando Unidas.’

Rikki tocou o símbolo de água e sob seus dedos ele veio à vida, em
chamas douradas e verdes, ficando frescas ao toque. Imediatamente os
portões abriram-se como se a aceitassem. Ela olhou para Blythe com um leve
sorriso nervoso. — Isso é legal.
— O portão evita aqueles que são inimigos e dá boas-vindas a amigos.
—Blythe não sabia outra maneira de explicá-lo. Era uma explicação muito
simples, mas era o mais próximo que podia chegar do que era a verdade da
propriedade das Drake. Sempre parecia viva por conta própria.
As escadas eram sólidas como uma rocha e levavam até uma ampla
varanda que circundava a casa. O espaço era bonito e convidava a sentar-se
à sombra e apreciar a vista.

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Rikki estendeu a mão e agarrou o braço de Blythe enquanto subiam os


degraus da varanda da frente. — Estou fazendo a coisa certa, Blythe? Eu sei
Lev não vai gostar. Ele ficará bravo comigo por não ter discutido isso
primeiro. Ele sempre me diz tudo antes. Ele sabia quando eu saí para ir para
sua casa que algo não estava bem entre nós. Eu não podia olhar para ele. Ele
é muito bom em ler as pessoas, especialmente eu.
Rikki era surpreendentemente forte para ser tão delgada. Blythe sorriu
para ela. Às vezes Lissa, Airiana e Lexi a faziam sentir como se fosse uma
amazona, mas Rikki era de estatura média e resistia muito. Embora ela
tivesse dez centímetros a mais que ela, Blythe nunca sentia dessa maneira ao
seu redor. Era a maneira como se comportava.
— Só você pode dizer isso, Rikki. Todos nós temos que fazer nossas
escolhas com base no que achamos que é certo. Se você está preocupada que
Lev vá se ofender com Jackson e piorar as coisas entre Elle, Jackson e todos
nós, então este pode ser o melhor curso de ação. Mas você tem que estar
preparada para alguma reação. Você vai ter que deixá-lo zangado.

120
Rikki acenou com a cabeça várias vezes e soltou o braço de Blythe, a fim
de girar seus dedos em volta, sinal de profunda agitação. Blythe estendeu a
mão e gentilmente acalmou seus dedos giratórios. — Respire querida. Ainda
podemos ir embora se quisermos. —Mas ela sabia melhor. Elle Drake era sua
prima. Ela tinha herdado todos os dons dados às irmãs Drake e carregava o
legado. Ela daria à luz a sete filhas, e cada uma delas teria um dom. Estava
acontecendo há gerações.
A casa já tinha dito a Elle que ela tinha visitantes e elas estavam na
varanda da frente, e isso sem os cães de proteção que Jackson tinha, dois
grandes pastores alemães que iam a toda parte com Elle. Ainda assim, ela
ficaria conversando com Elle e Jackson se Rikki não conseguisse fazer isso.
Havia tanto em jogo.
Naturalmente tinham discutido ter que se mudar. Se as irmãs Drake e
seus maridos se opusessem a elas, Blythe sabia que sua fazenda não
sobreviveria, e isso quebraria o coração de Lexi. Ela não podia se dar ao luxo
de mais transtornos. Mesmo agora que ela tinha Gavriil, Lexi ainda era

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muito frágil. E havia Rikki. Ela criara uma vida para si mesma antes de Lev
ter entrado em cena. Ela era a capitã de seu próprio barco de ouriços-do-mar
e trabalhava duro para ganhar a vida. Ela acharia difícil estabelecer-se em
outro lugar. Blythe estava decidida a convencer Elle e Jackson a permitir-lhes
viver lá em paz.
— Eu tenho que fazer isso, —disse Rikki, com o queixo erguido, um
sinal de teimosia. — Se não for por mim, então certamente por Lexi. E os
filhos de Airiana. A fazenda é boa para eles. Eles estão se instalando. Eles
também precisam de estabilidade.
Blythe escondeu seu espanto. Não era que Rikki não fosse brilhante, ela
era. Era mais que ninguém esperava que ela se interessasse pelas crianças,
mas ela estava com Lucia o tempo todo. Lucia freqüentemente trazia as
irmãs e irmãos mais jovens com ela. Eles não gostavam de ficar longe um do
outro por muito tempo.
A porta se abriu, e Jackson estava lá. Ela não estava surpresa ao vê-lo
em vez de Elle. Não fazia muito tempo que Elle fora resgatada de seu captor,

121
apenas um par de meses, e nesse tempo, ela se casou e seu marido a levou
para a Europa em uma longa lua-de-mel, embora eles a diminuíssem para
voltar para casa.
Atrás de Jackson estavam os dois pastores alemães, olhando todos
sérios. Ela viu a mão de Jackson se mexer ao lado dele e ele sinalizou para
eles. Instantaneamente ambos os cães relaxaram e até abanaram a cauda.
Jackson viu a figura rígida de Rikki e forçou um sorriso. Blythe podia ver que
ele estava desconfiado, que seu sorriso não estava perto de seus olhos.
— Rikki. Que bom ver as duas. Entre. A Elle está esperando você. —Ele
deu um passo para trás e acenou para dentro.
Rikki cruzou o limiar, mas Blythe hesitou, apenas por um momento. A
casa era diferente. Sempre tinha sido. Reconheceria seu sangue e a julgaria.
Em todos os anos em que vivia em Sea Haven, conseguiu ficar fora daquela
casa. Quando se ofereceu para ir com Rikki, não estava pensando em entrar

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na residência Drake. Agora, ela não tinha escolha, Rikki não podia ir lá
sozinha.
Rikki estava tão agitada que não notou a hesitação de Blythe, mas
Jackson o fez. Ele viu tudo. Endireitando seus ombros, Blythe entrou. Houve
um pequeno exemplo de desorientação, e então ... Nada. Apenas a sensação
de voltar para casa. Ela reconheceu o sentimento, ela tinha tido isso antes,
quando era criança, tinha ido visitar as Drakes com sua mãe.
As visitas eram raras e ela esperava ansiosamente por elas. Sua mãe
nunca bebia quando estava com suas irmãs, e aqueles tempos tinham sido os
melhores. Ela sempre tinha ficado desconfiada, com medo de que Sharon
fizesse algo terrível, que o adiamento não durasse, mas ela se manteve unida,
até que elas saíam. Então ela sujeitava Blythe a horas de como suas tias
tentaram estragar e sustentavam suas filhas como se fossem maravilhosas. A
Blythe faltava tudo, da beleza aos modos. O beber começava, às vezes no
carro as vezes em casa, e então o bater.

122
A entrada era larga, projetada com um mosaico, abrindo a uma sala
enorme. — Blythe. —Elle veio através da sala para envolver seus braços em
torno da cintura de Blythe e abraçá-la. — Parece que faz um longo tempo
que eu vi você. —Ela beijou Blythe na bochecha, seu olhar se movendo
rapidamente sobre seu rosto para avaliar como ela estava.
Ao tocá-la, Elle podia lê-la, e Blythe teve que trabalhar para evitar se
afastar. Ela tinha muitos segredos, e suas dores estavam muito próximas. Elle
tinha muitos fardos para carregar. Jackson teria contado a ela sobre Viktor.
As Drakes não acreditavam em esconder muito de seus maridos.
— Eu estou bem, —disse Blythe. — E você? Como foi sua lua-de-mel?
— Espetacular, —Elle admitiu com um rubor fraco, seu olhar
chocalhando para Jackson. — Eu quis voltar para casa. Apesar disso. Eu não
gosto mais de ficar longe.
Blythe sentiu o tremor percorrendo sua prima, e ela automaticamente a
abraçou mais forte, inalando, tomando seus medos e trocando-os por
felicidade. Elle se afastou, com um olhar chocado em seu rosto. Antes que

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ela pudesse dizer qualquer coisa, Rikki avançou rapidamente, quase batendo
em Blythe.
— Eu sou Rikki. Rikki Prakenskii. —Ela anunciou firmemente, soando
quase beligerante, levantando o braço para apertar as mãos.
Rikki odiava ser tocada, especialmente por aqueles que não conheciam.
Blythe estava orgulhosa do que ela estava tentando fazer, seguir todas as
formalidades que mostravam respeito.
— Elle Drake. Eu sei já te vi algumas vezes, mas viajei tanto que nunca
tive a chance de conhecer você corretamente, —Elle disse, apertando sua
mão. — Por favor, entre e sente-se. Querem tomar chá? Ou talvez café?
Blythe queria abraçá-la novamente. Seu tom era acolhedor e muito
genuíno. Ela deu um passo para trás assim Rikki poderia precedê-la no calor
da sala de estar. Lembrava-se daquela sala, do mosaico de azulejos no chão,
o design e a madeira. A arte no chão era intrincada e parecia dar a sensação
de estar em outro reino. Havia um azul profundo que era oceano ou céu ou

123
talvez ambos. Estrelas flamejavam para a vida em torno de uma lua de prata.
Algumas coisas não mudavam, e por alguma razão elas a faziam se sentir
bem-vinda de novo, como se ela fosse uma parte do legado das Drake.
Blythe fez uma pausa, olhando para o mosaico. Parecia se mover,
nuvens mais escuras flutuando na direção daquela prateada lua, lançando
sombras avermelhadas até que vários anéis cercaram a lua, quase a
obscurecendo com vermelho. Dentro das nuvens ela podia ver mais
vermelho, ela piscou rapidamente para limpar sua visão, sentindo a cor fugir
de seu rosto. Sangue. Morte. Perigo. Viktor estava na cidade, e a última vez que
ele tinha vindo, tinha trazido morte com ele.
— Blythe? —Elle chamou sua voz uma brisa fresca, limpando o último
movimento sobre das nuvens. Ela acenou com a mão em direção às cadeiras.
Rikki pegou uma poltrona e Blythe sentou-se na que estava mais perto
dela. Jackson esperou até que Elle estivesse sentada e depois ergueu uma
sobrancelha. — Chá? Café?

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— Café, preto, —Rikki disse imediatamente.


— Chá para mim, Jackson. —disse Blythe. — Com leite.
— O mesmo para mim, querido. —disse Elle.
— Como se eu não soubesse o que você gosta, —ele respondeu, saindo
da sala.
Havia um arco aberto que conduzia a grande cozinha, por isso era fácil
ver as salas de qualquer direção. O chão da cozinha era também um mosaico
de azulejo, o mesmo azul meia-noite do céu do padrão no chão da grande
sala. Um longo banco na janela dava para um jardim de ervas e flores. Blythe
podia distinguir a fonte de três andares no meio do pátio que ela lembrava-se
de se jogar quando criança.
Ela notou o sinal de mão que Jackson deu aos pastores quando ele saiu
da sala. Os dois cães imediatamente se deitaram de ambos os lados do
assento que Elle escolhera.

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— Eu preciso falar com você, —Rikki exclamou. — Vocês dois.
— Posso ouvi-la. —disse Jackson.
— Sou casada com Lev Prakenskii. —continuou ela. — E ele não tem
nenhuma idéia de que eu vim para falar com você. Embora seja importante
e eu vá lhe dizer ... Depois. Ele vai ficar chateado comigo, mas eu só achei
que você precisava me ouvir.
Rikki começou a balançar para frente e para trás. Blythe estendeu a mão
para tocar seu braço quando Elle se inclinou para ela, empurrando ar para
frente dela.
— Não há necessidade de ficar chateada, —disse Elle. — Claro que
vamos ouvir o que você tem a dizer. Lev Prakenskii é o homem que se
chamava Sid e era guarda-costas de Stavros.
Elle disse o nome de seu captor, mas engoliu em seco enquanto dizia.
Blythe podia ver que suas mãos tremiam e ela dobrou-as perfeitamente no
colo, entrelaçando os dedos. Blythe tentou novamente acalmá-la, desta vez a

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distância, movendo o ar com os dedos apenas, fazendo-os dançar em um


padrão. Logo acima do braço da cadeira, como se estivesse tocando uma
música ao piano. Era uma espécie de música. Blythe tentou fazer aqueles em
torno dela se sentirem confortáveis. Ela não gostava que eles ficassem
chateados. Não quando não era por algo que tivessem feito e a aflição de Elle
não era por nada que ela tivesse feito.
Blythe tinha aprendido, quando criança, que podia amplificar qualquer
emoção ou energia em uma sala. Ela tinha praticado usando somente para
emoções positivas. As emoções de sua mãe tinham sido tão selvagens e fora
de controle. Blythe podia sutilmente aliviar a infelicidade, não tirá-la
exatamente, mas iluminá-la. Quando criança, ela queria tanto ser capaz de
fazer isso para sua mãe, mas nunca tinha trabalhado nela.
Jackson entrou e se sentou no braço da cadeira ao lado de Elle. Ele
enfiou os dedos em sua mão e pressionou-a na coxa. Era impossível ler seus
pensamentos e suas características, mas Blythe era adepta da leitura de
energia, e a sua não estava feliz. Elle estava tensa, mas ela tinha cuidado para

125
fazer um julgamento.
Rikki assentiu com a cabeça. — Ele estava trabalhando de forma secreta
para tentar chegar ao topo do anel de tráfico humano. Disseram-me que ele
tentou tirá-la do iate, mas não podia, não sem explodir seu disfarce. Ele
também disse que te advertiu repetidamente para ficar longe de Gratsos, uma
vez que percebeu que o homem estava obcecado por você.
Um músculo pulou na mandíbula de Jackson. Elle olhou para ele e então
começou a esfregar sua palma para cima e para baixo na coxa dele
calmamente. A tensão na sala elevou-se. Ambos os cães se alertaram, as
cabeças subindo. Blythe podia sentir a raiva vindo de Jackson em ondas, mas
sua expressão permaneceu a mesma.
Ela moveu ambas as mãos para seu colo e começou a usar seus dedos
como se estivesse tocando um teclado, esperando que ninguém percebesse.
Moldava o ar com o poder da própria casa, enviando calmantes ondas em
direção a Jackson e Elle, não na esperança de convencê-los de um jeito ou de

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outro, mas para aliviá-los em uma conversa tão difícil com uma mulher que
não conseguia ler a tensão do prédio ou no caso de Jackson, raiva.
O dom de Blythe podia ser usado somente se seu objetivo fosse altruísta.
Ela aprendeu isso quando criança, caso contrário, a sua canção poderia ser
torcida e voltar para assombrá-la. Agora, ela se sentia um pouco doente por
Rikki, Elle e Jackson. Muitas vezes isso acontecia, porque quando tentava
acalmar os outros, muitas vezes ela precisava tomar os seus fardos.
— Eu tenho uma irmã, Lexi. Ela está apenas começando a realmente
prosperar. Coisas terríveis aconteceram com ela e ela ama viver aqui. A
fazenda está realmente indo bem. —Rikki tropeçou nas palavras, e seu
balanço começou a aumentar de força.
Blythe colocou uma mão gentil e restritiva em seu braço, mas Rikki não
pareceu notar. Ela começou a girar seus dedos e, em seguida, levantou-os
para soprar sobre eles. Era uma ação obsessiva compulsiva que ela tinha
trabalhado duro para parar. Blythe fechou as mãos sobre as de Rikki, e Rikki
assustou-se e depois ficou vermelha.

126
— Desculpem-me. Não estou acostumada a falar sobre coisas realmente
importantes com pessoas que não conheço.
Elle sorriu para ela. — Você não precisa ficar nervosa. Quero ouvir o
que você tem a dizer. —Ela também olhou para o marido, o cabelo vermelho
balançando em volta do rosto, um traço de diversão ali, apesar do assunto.
Era uma mentira flagrante para ajudar Rikki a atravessar uma crise.
Jackson levantou-se abruptamente e correu para a cozinha quando a
chaleira começou a assobiar. Ele olhou para Elle, que sorriu para ele. Blythe
estava bastante certa de que ela tinha feito o apito da chaleira chamar apenas
para tirá-lo da sala por um momento.
— Nós queremos ficar aqui, —Rikki soltou. — Eu quero ficar. Todos
nós o fazemos, mas se você odeia Lev e quiser nos forçar, nós iremos.
Blythe não tinha certeza de que fosse verdade. Os irmãos Prakenskii não
eram o tipo de homem a ser empurrados. Especialmente Gavriil. Ele forçaria

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se achasse que alguém estava machucando sua amada Lexi. Lev era igual,
apenas mais sutil sobre isso.
— Nós não queremos nos mudar, —Rikki acrescentou com ênfase. —
Nenhum de nós quer, mas nós não queremos uma guerra com você.
Elle sentou em linha reta, olhando para Blythe. — Uma guerra? Por que
haveria algum tipo de guerra?
— Briga, então. —disse Rikki. — Estou nervosa e não estou explicando
isso muito bem.
— Rikki, eu sou prima de Blythe. —Ela se inclinou para elas novamente.
— Primas em primeiro grau. Eu a amo. Ilya Prakenskii é casado com minha
irmã Joley. Eu amo Ilya. Eu esperava, quando voltei, conhecer todos vocês
melhor. Eu sei, que no início, será um pouco estranho para nós com Si ...
Lev. —Ela olhou através do arco aberto para seu marido.
Blythe sentiu o choque entre eles. — Eu imagino, desde que você estava
disfarçada, você compreenda por que alguém não destrói seu disfarce, pode

127
ser mais fácil que você o perdoe do que será para Jackson. —Trazer o
problema real para a sala podia tornar mais fácil para todos eles.
O som de vidro quebrando deixou todos olhando para a cozinha. Blythe
estava bastante certa de que a xícara de chá tinha sido jogada, não caído. Elle
agitou a mão graciosamente e o vidro saltou para o ar, moldando-se junto
novamente. A xícara flutuou até a pia e se instalou suavemente no balcão.
Jackson olhou para ela. — Infiltrado ou não, um homem não deixa uma
mulher nessa situação. —Era uma declaração. Ele levou sua atenção para
Rikki. — Quando eu encontrar seu homem, eu vou bater o inferno fora dele.
—Seu tom permaneceu suave, como se ele pudesse estar discutindo o tempo.
Rikki assentiu. — Eu tenho que admitir que eu não entendo os homens
muito bem, mas Jonas bateu nele e Lev deixou. Ele disse que você tinha todo
o direito de se sentir assim porque ele faria se tivesse sido eu. Se você bater o
inferno fora dele, não que eu ache que você possa, mas se você o fizer,
poderemos ficar?

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— Vocês podem ficar de qualquer maneira, —Jackson disse, colocando


a bandeja com o bule, as xícaras, duas canecas de café e um pequeno jarro
de leite na pequena mesa entre as poltronas. — Nós não os expulsaríamos.
Preocupa-me que ver seu marido vai trazer tudo de volta para a minha
esposa, e ela não precisa ter isso em sua mente o tempo todo.
— Sua esposa, —disse Elle entre dentes, — nunca esqueceu um minuto
de meu tempo com Stavros, então ver Lev não fará muita diferença. —Ela
acenou com a mão e a jarra flutuou, derramou leite em uma xícara de chá e
se acomodou de volta na bandeja. — Rikki, você não tem motivo para se
preocupar que minha família se vingue de qualquer forma contra seu marido.
Eu me ofereci para ir disfarçada e eu sabia o que poderia acontecer. Aceitei
os riscos. Eu queria que o anel parasse. No final, conseguimos Stavros, mas
pelo que entendi, o anel está mais forte do que nunca.
Blythe assentiu. — Maxim e Airiana resgataram as crianças de um dos
navios que usavam para seus clientes especiais. O navio pertencia ao irmão
de Stavros, Evan. Ele é impossível de pegar por tudo o que Maxim me disse.

128
—Ela pegou a outra xícara de chá e derramou leite nela antes de tomar um
gole. O chá era perfeito, o que ela achou interessante já que Jackson tinha
sido quem o fez.
Elle estremeceu. — Ele é um homem horrível. Pior do que Stavros, se
isso é possível. Ele é quem, na minha opinião, estava gerenciando o anel.
Seqüestro e treinamento das vítimas. Stavros fornecia transporte dentro e fora
dos países, bem como navios para clientes que gostavam de usar e depois
matar suas vítimas. Pelo que eu colhi, os corpos eram despejados no mar.
Essa foi definitivamente uma idéia de Evan.
Jackson colocou uma mão em seu ombro. — Alguém mais vai pegá-lo,
querida. Você não precisa mais pensar nisso. Você está em casa. Você está
segura. Você está comigo.
Elle olhou para ele, sua mão imediatamente alcançando a dele. — Estou
em casa, a salvo e com você, —repetiu. — Quero que ele seja pego e
responsabilizado, Blythe, mas não posso ser ... —Ela parou.

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— Claro que não. —disse Blythe. — Nós não viemos aqui para trazer
tudo de volta.
Elle mordeu o lábio. — Algumas semanas não são o suficiente para me
recuperar do que aconteceu. Você não vai trazê-lo de volta, —ela reiterou.
— Nunca se desvaneceu. Então, Rikki, agora que passamos por isso, você
está se sentindo melhor? Somos uma família variada, e vamos resolver tudo.
Pode demorar um pouco, mas vamos fazê-lo.
— Depois de conversar um pouco, de homem para homem, com seu
marido, —acrescentou Jackson. Rikki soltou um suspiro de alívio. — Eu me
sinto melhor. Obrigado por conversarem comigo. —Ela ignorou a declaração
de Jackson. Ela tinha deixado claro que não entendia os homens, então não
ia discutir com ele. Ela não acreditava que alguém pudesse bater em Lev se
ele não quisesse então ela não estava preocupada.
— Blythe, —Jackson começou.
Ela ficou rígida. Agora viriam as perguntas para as quais ela não tinha

129
nenhuma resposta real. Ela não queria colocar Viktor em apuros, mas não
queria deixar que todos pensassem que ela iria ficar casada com ele.
— Sim, Jackson? —Ela o olhou diretamente nos olhos.
A mão de Elle se moveu, alisando a coxa de Jackson, um pequeno
carinho, muito suave. Houve uma explosão de poder na sala. Imediatamente
Blythe percebeu que estavam se comunicando telepaticamente. Certa vez,
quando ela estava com Viktor, sentiu uma agitação em sua mente quando
acariciou a pequena marca em sua palma, e por um momento ela pensou que
eles poderiam fazer isso, conversar mente a mente. Nunca tinha acontecido,
mas ela pensou que talvez com prática eles pudessem ter feito isso.
— Eu pensei que apenas as sete filhas da sétima filha tinham talentos
psíquicos, mas você parece ter um par de dons muito fortes.
Rikki se virou para ela, com o copo de café a meio caminho de sua boca.
— Nós todos pensamos no início, —Blythe disse, lutando para prestar
atenção a conversa. Ela nunca falou sobre seu talento. Sua mãe tinha muita

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inveja de suas irmãs porque seu talento não era tão bem desenvolvido e ao
longo do tempo tinha desbotado, provavelmente por causa de suas
bebedeiras. Blythe tentara mostrar à mãe uma vez o que poderia fazer e sua
mãe a tinha esbofeteado, dizendo-lhe que era blasfêmia mentir sobre algo tão
sagrado.
Blythe não tinha nada. Sharon não era a sétima filha, não a favorita, a
que todos amavam. Ela era uma criança descartada e sua filha era pior, inútil,
fingindo ter um talento que ela não possuía. Blythe nunca tinha mencionado,
nem mostrado a suas primas o que podia fazer. Ela praticava quando estava
sozinha e usava-o em conjunto com as irmãs do coração.
— Claramente seu talento é forte, —disse Elle.
Blythe sorriu e balançou a cabeça. — Na verdade não. Mais como um
pequeno truque de salão. Posso aumentar o poder, mas não muito mais.
Jackson franziu o cenho para ela. — É muito mais do que isso. Você
parece capaz de pegar qualquer energia ou poder em torno de você e tecê-lo

130
com as emoções ao seu redor, e então você deve adicionar outra coisa e o
fazer ainda mais poderoso. Nunca vi isso.
— Por que você não me disse? —Elle disse. — Quando éramos crianças?
Blythe encolheu os ombros, e imediatamente a compreensão estava no
rosto de Elle. — Tia Sharon. Ela não deixaria você dizer a qualquer um,
deixaria? —Havia compaixão em sua voz.
Nos velhos tempos, ela teria protegido sua mãe, não importava o quê.
Isso tinha sido perfurado nela. Mas ela tinha passado por muita terapia e,
depois do que sua mãe tinha feito, ela não queria mais protegê-la. Não
importava se outros acreditavam nela ou não.
— Minha mãe era uma mulher muito doente. Não só ela era alcoólatra,
mas ela era comida viva pelo ciúme. Ela acreditava que deveria ter herdado
todos os talentos assim como a sétima filha. Ela era paranóica e inventava
fantasias em sua cabeça que todas as suas irmãs e pais estavam contra ela.
Qualquer talento que eu tivesse simplesmente a deixaria louca, se ela
acreditasse nisso.

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— Sinto muito, Blythe.


Blythe tomou um gole de chá para manter a compostura. — Nós éramos
crianças, Elle. Você especialmente era muito jovem.
— Ela me assustava, —disse Elle. — O jeito que ela olhava para mim às
vezes. Eu pensei que ela poderia tentar me machucar.
— Se ela tivesse bebido, ela teria, —Blythe admitiu. — Mas ela era
inteligente o suficiente para nunca beber na frente de suas irmãs, e ela podia
evitar por curtos períodos de tempo.
— Você contou aos meus pais? —Elle perguntou. — Ou alguma das tias?
Blythe sacudiu a cabeça. — Eu acho que as crianças precisam proteger
seu mundo, mesmo que seja terrível. Eu não me atrevi, embora olhando para
trás eu não tenha idéia do por que. Lealdade equivocada. Acho que pensei
que poderia de alguma forma fazer tudo melhorar. Eu só precisava me
esforçar mais.
— Claro que não é assim, mas as crianças pensam assim, —disse

131
Jackson. — Minha mãe estava muito doente com câncer. Meu pai estava em
um clube de motos, o Swords. Eles são um notório clube especializado em
tudo que é ilegal e que tratavam suas mulheres e famílias como porcaria. —
Foi a primeira vez que Blythe ouviu uma borda de raiva em sua voz.
Elle continuou a acariciar sua coxa. Ele cobriu a mão dela e se inclinou
para escovar um beijo em cima da cabeça dela.
— Meu pai nos deixou para ir embora com o clube, —Jackson
continuou. — Ela apenas murchou. Às vezes, levava horas para que ela
tomasse seu remédio. Era como se ela só vivesse para vê-lo novamente.
Havia outra mulher, mas não lhe importava. Eu continuei pensando que
poderia fazer tudo melhorar, mas eu não podia. As crianças não podem.
— Eu tive uma infância realmente maravilhosa, —Elle disse
alegremente. — Uma infância de contos de fadas, como uma questão de fato.
E você, Rikki?

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Rikki franziu o cenho. — Quando meus pais estavam vivos, eu acho que
tive uma infância realmente boa. Minha mãe me ajudou muito. Ela colocou-
me em todos os tipos de programas e que me fez capaz de ser independente.
Papai era engraçado e doce. Ele tentou, e realmente amou minha mãe.
Sempre me beijavam e me davam boa noite.
— Isso é bonito, —Elle disse. — Meus pais sempre nos beijavam
também.
— Não tanto, —disse Jackson. — Mas eu recebo o benefício de seus pais
beijando você sempre, Elle. Agora você me beija antes de ir para a cama.
Ela começou a rir, suave e musical, uma lufada de ar fresco circulando
pelo quarto. Os cães de repente levantaram-se, olhando para a porta. Ela
abriu, e Jonas Harrington entrou. Ele parou abruptamente quando viu Rikki
e Blythe.
— Desculpem. Não tinha idéia que vocês tinham companhia. Preciso de
café agora.

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— Eu pensei que você não estava bebendo café, —Elle disse enquanto
Jackson se levantava para ir a cozinha por outra caneca.
Jonas fez uma careta. — Hannah está com uma nova mania. Nenhuma
cafeína para qualquer um de nós. Ela entrou nessas coisas saudáveis de dieta
de merda e eu sofro. Tem algo açucarado? Como seus biscoitos? —Ele
inalou. — Aquela minha mulher pode assar até uma tempestade, mas ela
está? Não, ela está lendo todos esses artigos sobre uma vida saudável, e de
repente não tem mais café ou biscoitos. —Ele acenou para Rikki e Blythe e
se jogou em uma cadeira na frente delas. — Salve-me, Elle. Fale com ela.
Um homem não pode viver assim.
— Não seja tão bebê, —disse Elle. — Ela vai sossegar em um ou dois
meses. Agora é tudo sobre o bebê. Está se certificando de que vocês dois estão
saudáveis para ele. Você tem um trabalho de alto risco e isso tem que estar
causando seu pânico.
— Ela se casou comigo sabendo que tenho um trabalho de alto risco. —
objetou Jonas.

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— Isso foi antes do bebê, bobo.


Jackson entregou-lhe uma caneca de café e colocou um prato com
cookies ao lado dele. Ele indicou para Blythe e Rikki pegarem alguns
também.
— Você não deveria estar ajudando-o, —Elle repreendeu Jackson.
— Ele deveria, —disse Jonas, pegando um punhado. — Eu sabia que
você viria, Jackson. Bom ver você, Rikki. Faz algum tempo.
Ela estreitou os olhos para ele. — Você me parou na estrada.
— Mas não lhe dei uma multa, —Jonas apressadamente apontou. —
Você não conhece Hannah muito bem, não é?
— Eu conheço, —Blythe disse. — Ela é minha prima.
— Ela é legal comigo, —disse Rikki, ainda gelada.
— Eu sou bom para você, —Jonas disse, comendo metade de um
biscoito em uma mordida. — Sheesh, mulher, tenha um bom coração. Não é

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bom guardar rancor.
Rikki soltou uma gargalhada, surpreendendo todos eles. Ela pegou um
biscoito e deu uma mordida. — Lev cozinha cookies bons, mas tenho de
admitir, estes são muito bons. Lúcia está aprendendo a cozinhar.
— Ah, sim, Lúcia. —disse Jonas. — As crianças misteriosas que estão
relacionadas aos Prakenskiis de uma maneira abstrata que ninguém pode
explicar.
— As crianças que Airiana e Maxim estão adotando. —disse Blythe
firmemente.
Ela desejou não ter dito nada quando Jonas voltou sua atenção total para
ela. — Você tem alguma coisa a dizer sobre o que estava acontecendo esta
tarde?
Blythe bebeu o último gole de seu chá e colocou o copo de lado. — Não
realmente.

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— Isso não é uma resposta, Blythe. —disse Jonas. — Eles poderiam ter
nos matado. Você sabe disso, não é? Seu homem nos cercou. Eles não são o
tipo de homens com quem você brinca.
— Obrigado por ter vindo em meu socorro, mas eu realmente estaria
bem.
— Desde quando você é casada? —perguntou Jonas.
— O quê? —Elle olhou para Jackson. — Você sabia sobre isso e não me
disse?
— Baby, eu não tive chance. Acabei de chegar em casa, e você me disse
que íamos ter companhia, —disse Jackson.
Ela voltou a olhar para sua prima. — Blythe? Isso é verdade? Você é
casada?
A primeira inclinação de Blythe era negar tudo, ou então apenas
encolher os ombros e dizer que estava pedindo o divórcio, mas por algum

134
motivo inexplicável, sentia que isso era trair Viktor. Ela suspirou em vez
disso. — Sim. Parece que sou.
— Diga-me tudo. —Ela exigiu.
Blythe se afundou na cadeira, evitando os olhos de Jackson e de Jonas.
Concentrou-se em sua prima. — Eu o conheci há alguns anos. Nós
literalmente trombamos um no outro enquanto nós dois corríamos. Eu teria
caído, mas ele me pegou antes de ir ao chão. Nós acabamos rindo e depois
correndo juntos.
Jackson fez um barulho na parte de trás de sua garganta e olhou para
Jonas.
— O quê? —Ela perguntou, olhando para ambos.
— Golpe clássico. —Jonas disse.
— Absolutamente, —Jackson concordou.
— Então você usou isso muitas vezes? —Elle perguntou a Jackson, a
geada em sua voz advertindo-o que a resposta tinha que ser boa.

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Blythe notou Jonas sorrindo atrás de sua mão, enquanto puxava mais
biscoitos e tomava um gole de café preto.
— Claro que não, Elle, —disse Jackson. — Só sei que alguns homens
usam esse tipo de coisa.
— Está insinuando que o marido de minha prima não estava realmente
interessado nela?
— Claro que não. Qualquer homem estaria interessado em Blythe. Bem,
com exceção de mim. Só porque eu estou interessado em você.
— Desista, —Jonas disse, balançando a cabeça, ainda sorrindo. — Você
não vai ganhar, não importa o que. As Drakes têm uma ciência.
— O que temos como ciência, Jonas Harrington? —Elle mudou seu
olhar de Jackson para Jonas.
— A loucura, isso é o que, —Jonas disse. — Eu não deixo que isso
aconteça comigo, —ele informou Jackson. — Eu cresci com elas, e não há

135
nada a ser feito senão ignorá-las quando elas ficam assim.
Elle acenou com a mão em direção ao telefone, e Jonas gemeu.
— Sua pequena pirralha. Eu não posso acreditar que você me delataria
para sua irmã.
— Você merece isso. —disse Elle.
O telefone tocou e Jonas se levantou imediatamente, pegando dois
punhados de biscoitos, engolindo o resto de seu café e indo para a porta. —
Eu não estou aqui. Você nunca me viu.
Rikki quase caiu no chão rindo. Blythe não pôde deixar de sorrir, embora
soubesse muito bem que Elle tinha evitado deliberadamente que respondesse
a mais perguntas sobre Viktor. Elle era extremamente talentosa, e não havia
nenhuma maneira de Blythe poder esconder que ela não queria ser
questionada sobre ele. Elle tinha habilmente a salvado, chamando a atenção
dos homens.

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Blythe levantou-se. — É melhor irmos. Já tomamos o suficiente da sua


noite. Obrigado por nos deixar vir hoje a noite.
Rikki também ficou de pé, reta como uma flecha, estendendo a mão para
Jackson e depois para Elle. — Eu aprecio que você alivie minha mente. Vou
dizer a Lexi que estamos todos seguros.
— Você não vai ficar zangada comigo quando eu der um soco no seu
homem? —Perguntou Jackson.
Rikki encolheu os ombros. — Você pode tentar, mas não será justo se
você estiver vestindo seu uniforme.
— Eu prometo que não vou estar, —ele assegurou solenemente.
Ela assentiu com a cabeça. — Eu vou deixá-lo saber o que esperar.
Elle os seguiu até a porta, abraçando Blythe com força. — Venha me ver
assim que você tiver tempo, —ela convidou.
Blythe assentiu. Era uma promessa que ela não tinha certeza de poder

136
cumprir. Elle via demais.

8
Blythe destrancou a porta da frente e entrou, sem se
preocupar com as luzes. Ela tinha dado quatro passos quando sentiu. Duro.
Significativo. Um golpe que a jogou de joelhos bem ali na entrada. Lá estava
um sofrimento que estava além de todas as descrições, cortando tão

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profundamente que a ferida nunca curaria. O tempo poderia aliviar a dor,


mas ela sempre estaria lá, sempre assombrando. Ela surgiria
inesperadamente as vezes.
Esse primeiro golpe foi o pior. Estava em sua casa. Dor além da
imaginação. Uma dor tão grande que rasgava seu interior. Era física.
Visceral. Ela encontrou-se em suas mãos e joelhos, lutando por ar, em
silêncio. Gritos ecoando por sua cabeça. Houve apenas uma vez em sua vida
que ela sentiu tanta dor.
Ela forçou a cabeça para cima e olhou para as escadas. Desde o primeiro
momento em que viu Viktor na rua de Sea Haven, ela sabia que tinha que
contar a ele. Viktoria também era sua filha. Ela simplesmente não sabia
como. Ele tinha ouvido. Essa era a única explicação possível. Ele tinha a
ouvido contar a suas irmãs sobre a criança.
Ela se empurrou para trás com as mãos para que pudesse afundar em
seus calcanhares, respirando grandes goles de ar, tentando se orientar. Esta

137
era a sua dor. Viktor. Ele estava sofrendo, vivendo aquela primeira vez
quando soube que sua filha estava morta. Não havia jeito de salvá-la.
Ela fechou os olhos e tentou absorver parte da dor selvagem que enchia
sua casa. Era uma casa grande, dois prédios com áreas abertas, e o sofrimento
se espalhava por todos os recantos, todos os espaços possíveis, até que o ar
era suficientemente grosso para sufocá-la.
Forçando-se a levantar, Blythe tropeçou em direção às escadas. Ele
estava lá em cima. A dor era muito crua, muito real, uma queimadura
terrível, queimando-a de dentro para fora. Ela sempre foi empata, assumindo
as emoções daqueles ao seu redor. Ela tinha que acalmar as pessoas. O
impulso era especialmente forte com os que ela amava, e ela amava Viktor
Prakenskii—pelo menos o homem que ela pensava que ele era. Esse homem
era o pai de sua filha e ela tinha que chegar até ele.
Suas pernas estavam rígidas, ainda que elásticas, e a garganta áspera. Ela
sabia que eram os músculos de suas pernas, protestando. Sua garganta doía
com os gritos silenciosos de protesto. Agarrando a sólida grade de carvalho,

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ela se arrastou até o topo da escada. Não havia nenhum som. Nenhum. No
entanto, ela sentiu lágrimas em seu rosto e soube que eram as dele.
Viktor era um dos homens mais duros que conhecia. Vendo-o em Sea
Haven, ela soube que ele também era um perigoso homem, áspero, mas
perder sua filha tinha derrubado-o. Sua dor era genuína, terrível e interna.
Instintivamente ela sabia que ele estava em seu quarto. Ela fez o seu caminho
pelo corredor largo para ficar na porta aberta.
Viktor estava sentado em sua cama, cabeça baixa, seu cabelo longo
caindo em torno de seu rosto. Seu cabelo bonito e grosso estava desgrenhado,
como se ele passasse as mãos por cima varias vezes, ou apertava-os com os
punhos. As linhas de sofrimento estavam gravadas profundamente. Ele
chorava, mas tão silenciosamente que, se não estivessem conectados, ela não
teria percebido. A dor era tão profunda que ele não conseguia chorar apesar
das lágrimas rastreando seu rosto. Os soluços estavam presos em seu peito.
Em seu coração. Profundo. Profundamente em seus ossos. Profundamente
em sua alma. Ela sabia, porque tinha sido dessa maneira com ela.

138
Ela foi até ele porque não havia outra escolha. Ele estava sofrendo, e
naquele momento, ele era seu Viktor. O homem que ela amava acima de
todas as coisas. Ela envolveu seus braços em torno da cabeça dele e puxou-o
para ela. Ele envolveu seus braços em torno da cintura dela e quase a
esmagou com sua força. Com sua dor. Ela não disse nada porque não havia
nada que pudesse ser dito para aliviar sua dor. Ela sabia disso por
experiência.
Era real. Sólido. Dela. Ela deixou-se chorar porque sua tristeza era
grande demais para suportar sem parar. A morte de sua filha era nova de
novo. Para ela, fazia cinco anos, mas para ele tinha acabado de acontecer.
Tremores percorreram-no. Seus músculos estavam apertados e tensos. Ela
sabia que a violência se afundava nele e que a necessidade estava ali, ela
podia senti-lo queimando logo abaixo da superfície. Agora, ele mal conseguia
se mover, a dor tão esmagadora.
Blythe não tinha idéia do passar do tempo, mas, eventualmente, seu
domínio sobre ela se soltou um pouco. Ela deu um passo para trás, ainda no

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círculo dos braços em torno de sua cintura, suas mãos emoldurando seu
rosto. — Viktor. —Ela deu um nome. — Querido, sinto muito. Eu não sabia
como encontrar você.
Ela deu beijos suaves em sua cabeça, incapaz de se conter. Ele se
machucou. Seriamente. Tudo o que fosse necessário para curá-lo. O que
tinha acontecido antes não importava naquele momento. Ele precisava, e ela
tinha que ajudá-lo. Nesse momento, ele era o homem que ela amava e eles
eram pais que choravam juntos pela perda de uma criança.
Ele ergueu os olhos para ela, e ela podia ver que ele tinha tirado as lentes
de contato coloridas que normalmente usava. Ele a olhou totalmente
devastado. Eviscerado. — Deixei o código, Blythe. Deixei-te centenas de
mensagens. Você nunca me procurou. Pensei ... —Ele fechou os olhos.
Seu coração apertou forte no peito. Ele não estava mentindo para ela.
Naquele momento seria impossível para ele mentir e ela não perceber,
Prakenskii ou não. Treinado ou não. Ninguém era tão bom ator. Algo tinha
dado terrivelmente errado.

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Seu coração saltou. Cantou. Ela parou rapidamente. Ela não precisava
nem queria esperança, mas a idéia de que ele simplesmente não a abandonara
estava lá, quer ela quisesse ou não.
— Eu vou fazer uma xícara de chá. —O antídoto universal para tudo
com suas irmãs. Isso lhe daria um tempo para pensar, e ela precisava. Ela
precisava encontrar o equilíbrio para resolver as coisas. Ela não podia estar
tão perto dele.
— Blythe, não vá ainda. —Ele se recusou a deixá-la ir mesmo quando
ela deu um passo para trás novamente, colocando pressão em seus braços.
Ele apenas apertou sua cintura. — Eu preciso de você agora.
Ela precisou dele tantas vezes ao longo dos anos, mas especialmente
quando ela perdeu sua filha. Por um instante, a amargura surgiu e ela quis
bater nele, machucá-lo, mas não podia lhe dar mais que ele já estava
sentindo. Ela respirou a emoção e ficou imóvel em seus braços, deixando-o
inclinar-se nela.

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Christine Feehan
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— Sinto muito por não estar com você. —Sua voz estava abafada contra
seu peito.
Ela sentiu o calor de sua respiração através de sua camiseta. Seu coração
reagiu ao tê-lo perto de si. Lembrando o que era sentir-se seguro com ele.
Não sozinha.
— Eu teria vindo. Eu teria vindo até você se soubesse que você estava
grávida.
Sua voz de repente tinha ido de triturada tristeza a borda da raiva.
Abruptamente, ele soltou a mulher e se levantou. Ela era alta, mas ele se
erguia sobre ela, um carvalho gigante, um homem de ombros largos e
músculoso. Ele parecia intimidador e definitivamente com raiva. Ela
também conhecia esse sentimento. A horrível e brilhante necessidade de
golpear algo.
Ele se afastou dela, andando através do quarto, suas mãos em dois
punhos apertados. — Eu estava tentando salvar os filhos de outras pessoas.

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Todos esses malditos anos, Blythe. Arriscando nosso casamento, arriscando-
nos. Para quê? Que diabos eu fiz? No final, eu perdi minha filha. Tudo foi
tirado de mim. Tudo.
Ele bateu a parede com o punho fechado. — Todas essas crianças. Eles
as mataram, uma por uma. Tão malditos. Meninas. Meninos. Mas primeiro
eles deixaram os pedófilos soltos sobre eles. Deus, querida, eles são piolhos.
Eu também não pude salvá-los. —Ele pontuou cada frase com outro golpe
sólido na parede. A voz dele estava estrangulada, raiva e tristeza se
misturando até que sua garganta dela queimava de novo porque a sua era
igual.
Ela não sabia se ele estava ciente de que tinha mudado do presente para
o passado, falava sobre coisas que ela não sabia. Ela não se importava com a
parede e o fato de que ele a estava destruindo. Ela se preocupava com o fato
de que seus dedos estavam rasgados, sangrando e ele não mostrava sinais de
parar. Ela estava com um pouco de medo dele, não que ela pensasse que ele

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poderia bater nela, ou fazer qualquer coisa para machucá-la, mas este homem
não era o que ela conhecia.
— Pare. —Ela manteve sua voz suave. Calmante. Ela não sabia de quem
ele estava falando ou o que ele tinha visto, mas tinha sido ruim. Realmente,
muito ruim. Ela sabia porque sentia isso também.
— Não. Só porra não me alivie assim. —Ele mordiscou o comando, a
raiva apunhalando-o.
— Não estou aliviando você, Viktor. —ela negou.
Ele se virou o sangue escorrendo de suas mãos para o chão de madeira.
Seu rosto era uma máscara de dor, não dos golpes na parede, ela podia
apostar qualquer coisa que ele não tinha sentido mas pela terrível angústia
em coração. Ela sabia o que se sentia quando o coração e a alma eram
arrancados.
— Você está. Como faz com suas irmãs. Do jeito que você sempre fez
com a cadela da sua mãe. Mantendo sua voz baixa, assumindo a dor,

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trabalhando para que todos permanecessem calmos e felizes. Sendo perfeita
para ninguém ficar com raiva. Estou com raiva, querida, fodidamente puto.
Se Sharon estivesse na minha frente agora, eu a mataria. Bateria até a morte.
A estrangularia. Se eu pudesse revivê-la, eu faria, e depois faria tudo de novo.
Sua respiração veio em explosões de raiva. Seus olhos se estreitaram
sobre ela, a cor um brilho estranho quase prata. Seus punhos fechados e
tensos. Ele caminhou em direção a ela e ela se forçou a ficar parada, não se
virar e correr como seu corpo tremulo queria que ela fizesse. Ela conhecia
aquela raiva, ela mesma a sentira. Ela poderia não ter essas exatas tendências
violentas, mas quando acordou no hospital e descobriu que não havia
esperança para a filha, ela quis matar Sharon também.
— Isso assusta você?
— Sim. —Ela sussurrou a admissão. Assustava-a, porque, por mais que
quisesse matar Sharon, ela nunca teria feito isso. Ela sabia que Viktor teria.
— Eu te assusto?

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Ela assentiu lentamente, sem tirar os olhos dos dele. Infelizmente para
ela, ela ainda queria abraçá-lo. Confortá-lo. Ele tinha deixado isso impossível
com seus olhos ardentes, agora de mercúrio derretido, e suas palavras baixas
e sussurradas que a assustaram demais.
— Sim. —Ela se recusou a dar um passo atrás. — Este é o seu verdadeiro
eu, não é? Você não é o homem que você fingiu ser.
— Nem sequer comece essa besteira. Você sabe o que eu lhe dei era
genuíno. Tudo o que eu podia, de qualquer jeito que eu pude, eu te dei o
verdadeiro eu. Isso também é real. Ninguém é perfeito o tempo todo, Blythe.
Ninguém.
Apesar de sua determinação de ser compreensiva, a raiva estava
começando a subir, não uma coisa boa quando ela tinha tanta coisa
armazenada. — Você está insinuando que eu acho que sou perfeita?
— Estou dizendo que você precisa se acostumar com este meu lado. Eu
não vou embora. Você não vai procurar um advogado para um divórcio. Nós

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vamos resolver isso, e isso significa que você verá tudo de mim, não apenas
as partes que você quer ver.
— Isso não é justo, Viktor. Você nunca me mostrou esse seu lado.
— Besteira. Você o sentiu cada vez que o nome de Ray foi mencionado
ou depois que sua mãe ligava e fazia você chorar.
Ela tinha. Tinha ignorado a raiva que via dentro dele, profunda, de onde
nunca iria embora. Tinha ignorado porque a assustava. Ela tinha vivido com
a violência enquanto criança, e não queria pensar que tinha se casado com
um homem capaz de agressão física. Ela fingiu para si mesma que ele estava
sempre calmo e sereno não importava o que acontecesse.
Ela engoliu o desapontamento consigo mesma e assentiu. — Você está
certo. Eu fiz. Eu não queria ver, mas eu vi. —Ela esfregou a mão em seu
rosto, de repente exausta. — Eu tenho que ir lá embaixo. Você precisa se
lavar antes de você pegue uma infecção.

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Ele estendeu a mão e pegou seu pulso, puxando-a até que ela se
aproximou de seu corpo. — Você não vai fugir de mim. Eu não vou te perder
de novo. Eu vivi no inferno por cinco anos, certo de que você não se
importava o suficiente para entrar em contato comigo nem mesmo para me
dizer para ir para o inferno. Você viveu em um inferno pior pensando que eu
não me importava. Não vou deixá-la ganhar.
— Ela? —Mas ela sabia. Sharon de alguma forma tinha conseguido
separá-los. Tinha que ser isso. Viktor estava inflexível que ela poderia ter
entrado em contato com ele. Ele não podia fingir sua dor ou a ferocidade de
sua raiva.
— Sharon. —Ele cuspiu o nome. Puxando seu pulso, ele a levou com
ele para o banheiro. — Você sabe que ela fez isso conosco.
Ela estava muito grata por gostar de grandes espaços porque Viktor
pegou muito. Ele parecia aspirar o ar em torno deles enquanto ele ia para a
pia. — Você tem um kit de primeiros socorros?

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Ela assentiu com a cabeça e passou em torno dele para abrir o armário e
puxar o pequeno kit que ela mantinha no andar de cima. O grande estava lá
embaixo onde ela poderia chegar a ele rápido se algo acontecesse a uma das
crianças ou suas irmãs. — Sente-se. —Ela indicou o banco na frente da muito
grande banheira.
Viktor fez o que ela pediu, e isso tornou mais fácil para ela respirar. A
raiva estava diminuindo e com isso o sofrimento que tinha estado reprimindo
correu para frente novamente. Era impossível ficar zangada com ele quando
sentia isso.
— Você sabe, Viktor, —ela disse suavemente enquanto espalhava o
creme antibiótico triplo sobre seus nós esmagados, — eu não posso evitar
quem eu sou mais do que você pode evitar quem você é. Sinto as emoções
das outras pessoas. Isso não é algo que eu possa desligar. Não acontece
quando toco pessoas, acontece quando me aproximo delas. Você está em um
quarto e eu sei como você está se sentindo. Minha natureza, a empata em

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mim, exige que eu faça algo sobre isso. Eu não estou tentando ser perfeita.
Acredite em mim, eu sei que estou longe de ser perfeita.
Ela manteve a cabeça inclinada sobre as mãos dele, espalhando mais do
que o necessário para que não tivesse que olhar para ele. Ela sabia que ele
sentia o leve tremor que percorria seu corpo e o ligeiro tremor em sua voz.
Ele não podia saber o quanto ela se sentia horrível por não ter acalmado
Sharon naquele dia, por ter virado as costas, mesmo sabendo o quanto sua
mãe podia ser perversa. Ela estava definitivamente longe de ser perfeita. Se
ela tivesse feito a coisa certa sua filha ainda poderia estar viva.
— Baby, olhe para mim.
Ela não podia. Ele veria lágrimas queimando atrás de seus olhos. Ela
não queria que ele pensasse que ele as colocou lá. — Ainda não posso. Não
diga nada por um minuto ou dois.
— Eu não pensei nem por um minuto que você acha que é perfeita. Eu
estava sendo um idiota. Posso ser assim. Eu vou deixar você saber logo, eu

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posso ser feio quando meu temperamento fica solto. —Ele ficou em silêncio
por um breve momento enquanto ela embrulhava os nós dos dedos com gaze.
— Eu não sou bom quando me sinto impotente. Eu conserto as coisas.
Problemas. Bagunças. Eu cuido dos negócios. Foi para isso que fui treinado,
de uma forma muito feia, mas o treinamento é tudo que eu tenho. Saber que
você precisava de mim, a pessoa mais importante na minha vida, e eu te
decepcionei, é ruim o suficiente, mas que nossa filha precisou de mim ... —
Ele se interrompeu abruptamente.
Ela se moveu para trás para ver a angústia crua em seus olhos. Não podia
lhe dizer para sair. Ir embora. Falar de divórcio. Isso estava além de sua
capacidade. A única coisa que ela podia fazer era consolá-lo. Sua palma
envolveu o rosto dele e ela se inclinou para esfregar sua bochecha em cima
de sua cabeça. Ele tinha cabelos grossos, uma juba selvagem, preta com
listras prata. Ela sempre gostou da prata em seu cabelo e quando perguntou
sobre isso, ele deu de ombros e disse que tinha estado lá desde sua
adolescência.

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Seu Viktor. Tão rasgado. Ela via cansaço em seu rosto. Linhas de
sofrimento. Ela não sabia o que tinha acontecido com ele, mas se as histórias
que seus irmãos contaram eram qualquer coisa parecida, tinha sido horrível.
Isso estava tudo lá para ela ver. Ele estava muito triste para esconder isso
dela.
— Querido, todos podem olhar para trás e dizer o que deveriam ter feito,
mas isso é depois, com pleno conhecimento do que ocorreu. —Direto de suas
muitas sessões de aconselhamento. Ela desejou poder acreditar que não havia
culpa de nenhum deles.
— Eu estava voltando. Eu estava Blythe. Eu nunca teria deixado você.
— Mas você fez. —Escorregou antes que ela pudesse parar e com isto a
dor. A traição. Cinco longos anos de noites sem respostas e uma criança
perdida. Como alguém se recupera disso? — Você não voltou, Viktor.
Ele esfregou a ponta do nariz, um traço de família que muitos de seus
irmãos tinham. Ela se perguntou se a filha teria tido. — Eu deixei uma longa

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carta para você. Muito detalhada. Como entrar em contato comigo, a
explicação para o que eu fiz. Minha história inteira. Tudo. Coloquei meus
irmãos de nascimento em risco, assim como meus irmãos e irmãs da escola.
Eu dei tudo por você. Eu sabia que ia ser duro lidar com Sharon, então eu
planejei voltar em um par de dias, quando o calor da polícia tivesse morrido.
Ela manteve-se muito quieta para que não quebrar. Uma carta. Ele não
tinha ido sem uma explicação. Deixou pelo menos uma carta para ela. Isso
significava algo, apesar de sua determinação de não deixá-lo voltar a entrar
sob sua pele. Ela o adorara. Ela sentia falta dele todos os dias. Ela tentou tirá-
lo da cabeça. Ela tentou enterrá-lo com sua filha, mas não funcionou. Nada
funcionou. Ela tinha namorado, de vez em quando, mas ninguém a
interessava remotamente.
Ela molhou os lábios repentinamente secos com a ponta da língua,
tentando não esperar que existisse uma explicação para uma ausência de
cinco anos. Ela não podia imaginar o que poderia ser, e ela viu a mulher
sentada na traseira de sua motocicleta. Ela tinha que manter a perspectiva.

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As emoções eram cruas, e ela ficou muito sozinha o tempo todo. Viktor
sempre foi seu único. Se as pessoas tinham almas gêmeas, ele tinha sido a
dela.
— Você não veio, —ela murmurou. — Fosse qual fosse sua intenção,
você não veio.
— Eu liguei para você dois dias depois. Deixei quatro mensagens em sua
casa. Um de meus irmãos estava em apuros. Ele tinha tomado um golpe e
era ruim. Precisava de cuidados médicos e de alguém para protegê-lo
enquanto se curava.
Ela levantou o queixo e olhou-o diretamente nos olhos. — Que irmão?
Nem um dos homens que ela chegou a considerar a família tinha dito uma
palavra sobre Viktor ir ajudá-lo. Nem mesmo Gavriil.
— O chamamos de Absinthe. Ele está aqui comigo se quiser falar com
ele. Ele sobreviveu, mas demorou um pouco. Não havia mais ninguém,
Blythe. Ele teria morrido. Ele estava sendo caçado. Nós tivemos que nos

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esconder porque Sorbacov teria nos matado. Ele acertou em Absinthe. Foi
uma luta tirá-lo do país e encontrar um lugar seguro para ele se recuperar.
Ela não tinha dúvidas de que Absinthe ou qualquer de seus outros
‘irmãos’ mentiria por ele e pareceria perfeitamente sincero. Ainda assim, ela
acreditava naquele olhar devastado em seu rosto. O choque e a raiva
aflorando, o sofrimento como um gêiser, prontos para consumir os dois. Ela
tinha perdido sua filha e o tinha perdido. Ainda assim, não havia volta de
cinco longos anos de vazio e dor para qualquer um deles.
— O que aconteceu com ele? —Ela não tinha idéia de por que
perguntou. Só a levava mais perto do abismo. Ela sabia que ele era o tipo de
homem que sacrificava tudo para ajudar alguém com quem ele se importava,
amava. Ela também poderia admitir que amava os homens de quem se
cercava.
Não podia deixar Viktor voltar para sua vida. Ela manteve-se inteira por
estar sozinha, confiando apenas nas mulheres que compartilhavam um
passado violento e tinham mostrado que ela poderia viver no rescaldo. Ela

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não queria saber sobre seus irmãos ou a mulher da traseira de sua moto,
especialmente se eles estavam machucados de alguma forma. Ela tinha uma
empatia muito forte. Seu dom exigia que ela ajudasse os outros e ela não
conseguia se conter.
— Ele foi baleado cinco vezes e deixado para morrer por um bando de
homens que seqüestravam, estupravam e resgatavam em base regular. Eles
sequestraram a filha de um dos amigos de Sorbacov enquanto ela estava de
férias na América do Sul. Absinthe conseguiu salvá-la, mas depois se arrastou
para um porão e me chamou. Eles estavam caçando-o e ele estava ficando
sem munição. Eu tive que chegar a ele o mais rápido possível.
Ela odiava poder ver tão facilmente o homem em sua mente, sangrando
e machucado, esperando morrer sozinho no escuro. Poderia ela culpar Viktor
por se apressar para salvar seu amigo? Ela teria ido a um piscar de olhos por
alguém que ela amasse.
— Como ele pôde ficar vivo? —Ela não conseguia imaginar.

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— Quando você odeia o suficiente, querida, você pode fazer qualquer
coisa.
Ela franziu o cenho. — Quem você odeia tanto?
Viktor se levantou e ela teve que recuar. Estava muito perto. Apesar do
quarto espaçoso, ele pegava muito ar. O calor irradiava de seu corpo,
aquecendo-a quando sentia frio dentro de si.
— Homens e mulheres que pensam que têm o direito de ferrar a vida de
todos.
Foi a raiva em sua voz que enviou dedos gelados rastejando por sua
espinha. Ela olhou para seu rosto. Estava familiarizada com seus olhos, tão
incomuns, ardendo quentes ou frios. A linha de sua mandíbula e seu nariz
que tinham sido claramente quebrados mais de uma vez. Cada cicatriz no
corpo dele e ele tinham muitas delas.
— Eu realmente não conheço você, não é?

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— Você me conhece. Pelo menos uma parte de mim, Blythe, a parte que
mais ninguém jamais teve. Se tivesse lido a carta você me entenderia.
— Bem, eu não o fiz. E você não deveria ter me escrito uma carta, você
deveria ter falado comigo. Cara a cara. Depois que você salvou seu amigo.
Por que você não veio, então?
Ele suspirou e passou a mão pelo cabelo, de modo que a massa espessa
estava mais desgrenhada do que nunca. — Eu recebi a tarefa de caçar Evan
Shackler-Gratsos. Ele é o presidente internacional do Swords e é o maior anel
de tráfico humano do mundo. Eu tive que ir fundo disfarçado por esse
trabalho, e realmente, quando Sorbacov lhe dá uma missão, você não tem
escolha a menos que você queira ser morto. Mesmo assim, eu poderia ter
desaparecido. Eu desprezo homens como Shackler. Eles gostam de machucar
pessoas. Crianças. Falando de crianças ... —Ele puxou um pedaço de papel
desgastado do bolso e entregou a ela. — Eu quero que você procure esta
garota e se certifique que ela está indo bem. Se não ... —Ele acenou com a
mão.

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Blythe franziu a testa e abriu o papel enquanto o rodeava. Ela precisava
sair do banheiro e voltar para seu enorme quarto principal. Sentia-se
desconfortável por estar em qualquer cômodo com ele, mas era melhor do
que inalá-lo a cada respiração que levava.
Olhou para o papel. Havia um único nome. Darby Henessy. — Quem é
esta?
— Os Swords tiveram-na e a algumas outras meninas em um
acampamento de treinamento. Nós as tiramos. Chamamos a polícia local, e
eles levaram as meninas. A maioria tem lares, algumas são fugitivas e outras
simplesmente não têm ninguém. Elas são sequestradas ou atraídas por outras
crianças que os Swords usam ou prometem emprego. Ela foi uma lutadora.
Eles seqüestram essas crianças, batem a merda fora deles e os assustam tanto
que elas vão fazer qualquer coisa para evitar ser machucadas de novo. Esta
se levantou contra eles. Meu palpite é que eles a teriam mandado para um de
seus navios de combate.

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Seu estômago revirou-se. — Você quer que eu a encontre e me certifique


de que ela está bem? O que você quer que eu faça se ela não estiver? Ela pode
estar no sistema já. Para adoção, ou em um orfanato do estado.
— Então a pegue. Traga-a aqui. Trabalhe sua mágica. Ela merece ter um
lar com pessoas que se preocupem com ela.
Blythe sentou-se em uma das poltronas colocadas na frente da lareira a
gás, porque se ela não se sentasse, ela poderia cair. Ela se sentia um pouco
fraca. Viktor saiu do nada, dizendo que estavam casados e que ele não iria a
lugar nenhum, ouviu falar da filha, destruiu a parede e agora estava pedindo
que ela trouxesse uma estranha para sua casa e cuidasse dela.
— Quantos anos tem essa garota?
Ele encolheu os ombros. — Eu não sei. Ela parecia muito jovem, mas
agia como mais velha. Seus olhos eram velhos. Em qualquer lugar de treze a
dezessete. Ela não seria maior de idade ou o braço não a teria levado. As
meninas são mais valiosas.

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Ela se encolheu. Ela não pôde evitar. Não que ela não estivesse ciente
do que se passava no mundo, eles tinham provas disso na fazenda. — Maxim
e Airiana estiveram em um dos navios de Shackler-Gratsos. Resgataram
quatro crianças e trouxeram-nas para cá. Eles estão adotando-os. Uma de
suas irmãs pequenas foi morta naquele navio. Eles são todos muito jovens.
A mais velha, Lúcia, tem quatorze anos. Um é um menino.
— Pedófilos gostam de ambos os sexos, Blythe. —Viktor tomou a
cadeira em frente a ela, esparramando-se para fora, suas longas pernas
cruzando-se nos tornozelos.
— Você realmente quer que eu traga esta criança para cá se ela não tiver
família?
Seus olhos prateados se derreteram e ela soube que estava vendo o limite
de seu temperamento.
— Ela não é sua filha ou algo assim? —Ela perguntou, suspeitando de
repente. Por que ele pensaria que depois de cinco anos, ele podia voltar a sua

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vida e exigir que ela trouxesse uma criança para sua casa? Não fazia sentido.
A ponta de seu dedo rastreava o nome repetidamente.
Ele ficou em silêncio. Estendeu-se tanto tempo que levantou a cabeça e
olhou para ele. Sua respiração ficou presa nos pulmões. Seus olhos estavam
vivos com temperamento.
— Que. Porra. É. Essa. Por que você me perguntou isso?
Ela abriu a boca para dizer-lhe para ir para o inferno quando percebeu
suas emoções. Sim, ele estava zangado, mas mais, a dor da perda estava lá.
Era tão crua e nova para ele. Cinco anos tinham ajudado a desvanecer a
tristeza para que ela pudesse respirar novamente, mas para ele, a perda de
sua filha foi naquele momento. Naquela hora. Naquele dia. Sua dor era
esmagadora.
— Não diga porra, Viktor. Não é preciso xingar para mim. Só estou
tentando descobrir as coisas. Claro que vou verificar esta criança. Não é
como eu possa apenas agarrá-la se o estado estiver ela ou se ela está em um

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lar adotivo. Eu sou solteira ... —Ela parou quando seus olhos derreteram
novamente.
Viktor inclinou-se para ela. — Você é casada. Casada. Comigo. Você é
minha esposa. Legalmente e em todos os sentidos. Ele agarrou sua mão e
virou-a, com a palma para cima. No momento em que ele apertou o polegar
no centro, os dois anéis arderam para a vida, vindo à superfície, parecendo
uma tatuagem. — Você é minha. Isso dizia tudo”. —Ele levantou a palma da
mão e fez a mesma coisa, de modo que os dois círculos entrelaçados
brilharam como ouro. — Eu pertenço a você. Isso não vai embora. Nunca
Blythe, então vamos resolver isso.
Ela não disse nada. O que ela poderia dizer? Ela não pensava assim, não
depois de cinco anos de silêncio. Ela sabia que havia perguntas sem resposta
e ela queria essas respostas, mas ela não estava certa de que queria confiar
mais uma vez. Ele tinha arrancado seu coração. Sua alma. Ela tinha sido
uma concha ambulante até que encontrou as outras cinco mulheres que se
juntaram a ela, a fim de tentar viver novamente.

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Ela tinha construído uma vida para si mesma aqui em Sea Haven, na
fazenda. Ela gostava de sua vida. Viktor era um homem exigente,
acostumado a mandar, e claramente aqueles ao seu redor saltavam para
cumprir suas ordens. Antes quando tinha se casado com ele, tinha gostado
daquele traço nele, a fazia se sentir segura. Ela tinha trabalhado duro por sua
independência, e não sabia se era possível, mesmo que quisesse, viver com
um homem tão intenso e ditador.
— Existem algumas coisas que não se pode esquecer, Viktor. Você sabe
disso. —Ela alisou o papel. — Eu vou procurar esta menina para você, e se
ela precisar de um lugar, eu vou ver se Lev ou um dos outros pode produzir
alguns dos seus papéis impecáveis. Airiana é boa com crianças. Lexi
também.
— Você. Tem que ser você.
Ela umedeceu os lábios. — Eu não acho ...
— Você. —Ele a cortou. — Ela precisa de você. No momento em que a

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vi, eu sabia que ela era importante e que ela precisava de nós.
— Nós? —Ela ecoou fracamente. De repente, ficou quente no quarto e
ela mal podia respirar. Ela estava realmente com medo que pudesse
desmaiar. — Pelo amor de Deus, Viktor, não estamos juntos. Não mais. —
Sua mão subiu para parar o protesto que ela podia ver se formando. —
Mesmo se conseguíssemos resolver as coisas entre nós, levaria tempo e muito
esforço. Nós não poderíamos criar uma criança enquanto estivéssemos
tentando fazer isso.
— Você decidiu que não vai funcionar antes de ter a chance de me ouvir.
— Você acha? —Ela dobrou o papel com cuidado e enfiou-o em um
bolso de sua calça jeans. — Eu posso ouvir tudo o que você diz e até mesmo
entender por que você fez as coisas que você fez, mas eu ainda passei por
uma feia tragédia sozinha. Você não pode mudar isso, e, francamente, nem
eu. Então há a pequena questão da mulher na traseira de sua moto. Você
acha que eu não sei o que significa uma mulher andando na traseira da moto
de um motociclista?

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— Ela não é minha Old lady. Você é. Ela é minha irmã.


— Você não tem irmãs.
— Eu tenho duas, e Alena está me ajudando, fingindo ser minha Old
lady. Nos clubes, sempre há mulheres que se penduram em torno para
transar. Os outros membros do braço esperariam que eu dormisse com elas.
Eu peguei esse trabalho, juntei-me ao Swords e dei um jeito de subir, porque
eu sabia que mais cedo ou mais tarde Evan teria que se mostrar. O único
homem que ele odeia acima de todos os outros sobre a terra é Jackson Deveau.
Depois de estudar Evan, eu sabia que ele iria querer matá-lo.
Algo dentro de Blythe ficou muito quieto. — Evan Shackler está
planejando matar Jackson?
Ele assentiu. — Ele me enviou e aos meninos para preparar o caminho
para os Swords vir em massa, a fim de fornecer distrações para que ele possa
entrar e matar Deveau.
Ela respirou fundo, soltou, ouvindo um estranho rugido em sua cabeça.

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— Então você está realmente aqui disfarçado.
— Exatamente. Eu vim na frente, e meus irmãos estão comigo, então
não há perigo no momento. Você terá que ter muito cuidado e ficar longe de
mim assim que alguns dos outros comecem a aparecer. Eu não posso deixá-
los encontrar qualquer trilha que possa levar a você. Eu não teria deixado
você me ver, mas a primeira visão que eu tive de você foi com aquela porra
em cima de você.
Blythe abriu e fechou a boca várias vezes. — Ele não estava em cima de
mim, —foi o que finalmente conseguiu sair quando não era o que ela queria
dizer. Ela ainda estava processando.
— Ele estava em cima de você. O homem teria beijado você em um
minuto.
— Esse não é o ponto. —Ela lutou para envolver a cabeça no que ele
estava dizendo a ela. — Você está realmente aqui em Sea Haven, disfarçado,
nesta missão. A mesma tarefa que te manteve longe de mim por cinco anos.

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Ele acenou com a cabeça. — Foi uma coincidência que meu alvo
acabasse de chegar a Sea Haven.
Sua respiração ficou presa na garganta. O golpe foi duro, um soco
perverso em seu estômago quando tudo finalmente fez sentido. Ela estava
tão perto de acreditar em cada palavra que saia de sua boca. Ele estava
brincando com ela.
Novamente. Usando ela. Novamente.
— Espere um minuto. —Blythe olhou para ele, uma raiva subindo lenta
e ardente, uma raiva desconhecida, espalhando-se por ela, cobrindo a dor
para que ela não tivesse que sentir tudo de novo. — Você está me dizendo
que você não veio aqui por mim? Você está aqui por causa de um trabalho?
Depois de todo esse tempo, você ainda não veio por mim?
Houve silêncio. Ele lentamente se endireitou e piscou. Aquele pequeno
movimento lhe disse tudo o que precisava saber. Ela apontou para as escadas.
— Saia.

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— Blythe, seja razoável, querida. Eu não iria arriscar você assim. Eu
planejei vir até você depois que o trabalho estivesse feito.
— Fora. Eu não me importo se você precisa de um disfarce, um lugar
para ficar, ou só queria uma pequena mudança de sua companheirinha, mas
posso garantir-lhe, você não irá receber nada disso de mim. Saia da minha
casa. Neste instante.
— Eu não vou a lugar nenhum. Nós não podemos passar por tudo isso
se você nem mesmo falar comigo. Eu sei que não é fácil para você. Eu tenho
perguntas também. Estou tentando explicar.
— Sim, explicações como a coisa da irmã.
— É verdade. Contanto que eu tivesse uma Old lady, ninguém
questionaria o fato que eu não estava dormindo com mais ninguém, e
acredite, eles teriam notado.
— Então agora eu deveria acreditar que você não esteve com outra
mulher por cinco anos. Saia. Fora.

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Seus olhos se estreitaram e o azul acinzentado foi para o prata


devastador que sempre me tirava o fôlego. — Com quantos homens você
esteve em cinco anos?
— Isso não é da sua conta, —ela retrucou. Ele não precisava saber que
não houve outro homem. Nunca haveria outro homem. Ela corria em vez de
fazer sexo. Às vezes, ela corria a metade da noite.
— Estou fazendo isso da minha conta.
— Faça o negócio que quiser, mas faça isso fora da minha casa. —Ela
sibilou para ele, furiosa. Que ele não ouvisse. Como se ela fosse acreditar em
uma única palavra que ele dissesse. — E não se preocupe, eu não tenho
intenção de reconhecer a sua existência enquanto você está fazendo o seu
trabalho aqui em Sea Haven. Jackson e Jonas podem te apresentar os papéis
do divórcio, porque estamos nos divorciando.
— Sobre o meu cadáver, e talvez o deles, —ele retrucou tão furioso
quanto ela. Ele levantou-se. Ele era tão alto, os ombros tão largos, ocupando

154
uma boa quantidade de espaço, espaço que ela precisava para respirar
quando mais uma vez seu mundo estava caindo aos pedaços.
Estúpida. Como ela ousara esperar? O que havia de errado com ela que
depois de tudo o que aconteceu, ela estava tão disposta a se deixar cair direto
no colo dele? E ela tinha estado. Ela não ia se enganar sobre isso. Ela tinha
comprado em tudo o que ele disse e tudo o que ela queria fazer era se atirar
nos braços dele. Que idiota.
Ele começou a andar em direção a ela, e ela entrou em pânico
completamente. Ele não podia tocá-la. Ela estaria perdida se ele tocasse, e
ela se desprezaria. Ela pegou o objeto mais próximo e atirou-o para ele. —
Saia. Fora.
Ele se esquivou e continuou vindo. Atrás dele, sua caixa de música bateu
contra a parede com uma terrível batida. Blythe fez a única coisa possível que
pôde para auto-preservação. Ela correu para a parede ao lado da cama e
apertou o botão de pânico. Haveria perguntas que ela não poderia responder,
mas isso não importava. Tudo que importava agora era mantê-lo longe dela.

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9
— Que diabos você acabou de fazer? —Viktor exigiu.
Blythe se manteve de costas para a parede, cobrindo o botão de pânico
que parecia um simples interruptor de luz. Seu coração trovejou em seus
ouvidos. O que ela tinha feito? Viktor parecia invencível. Mais, ele era, pelo
que diziam seus irmãos de nascimento, extremamente perigoso, mais ainda
do que todos eles. Ele certamente tinha um pessoal perigoso com ele. Ela
estava muito agradecida por não estarem presentes. E se eles estivessem ela

155
poderia ter começado a Terceira Guerra Mundial.
— É melhor você ir embora enquanto pode, Viktor, —ela disse, fazendo
um esforço para parecer razoável. Só para evitar que ele se machucasse.
— Diga-me o que você fez Blythe.
Seu tom era tão assustador que ela sentiu a cor fugir de seu rosto. Ele se
aproximou e pegou seu pulso, puxando-a até que ela foi impulsionada para
frente e para perto dele. Um braço se trancou ao redor das costas dela
enquanto examinava o interruptor. Ele xingou, palavras realmente imundas,
tinha certeza, em sua língua nativa.
— Diga-me agora. —Sua voz era baixa. — Não estou sozinho, Blythe.
Reaper e Savage estão no telhado e os outros estão próximos. Se os meus
irmãos de nascimento vão aparecer, alguém vai se machucar. Eu não quero
ninguém prejudicado, mas os que eu trouxe comigo jogam para ganhar. Eles
não sabem outra maneira. —Ele pegou seus braços e segurou-a no
comprimento do braço dele. — Eu tenho que saber agora.

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Ela soube imediatamente que ele estava genuinamente preocupado o


que a acalmou instantaneamente. Ela tinha que proteger a família, tal como
ele. Ela não duvidou por um minuto que haveria derramamento de sangue
se as coisas não fossem feitas direito.
— Eles vêm. Todos eles. Lissa provavelmente também, embora ela possa
ir com os outros para Airiana. Para ajudar a proteger as crianças. —Ela não
iria lhe dizer como a casa de Airiana era defensável. Ela talvez precisasse
recuar para lá.
Ele assobiou uma nota baixa de um segundo que soava mais como um
pássaro de caça do que para um homem. Imediatamente um homem enfiou
a cabeça pela janela aberta. Ela o reconheceu das ruas mais cedo.
— Nós vamos ter companhia muito em breve, e eles estarão querendo
sangue. Fique fora e deixe-me lidar isto. Mantenha Savage sob controle. Eles
são meus irmãos também, e eu não quero machucá-los. O único para ter
cuidado é Gavriil. Ele é parecido com Savage, por isso não queremos os dois
em qualquer lugar perto um do outro.

156
— Que porra é essa?
— Não diga porra na frente da minha mulher. Blythe entrou em pânico
e os chamou. Ela vai falar com eles comigo e vamos resolver isso.
— Não vou deixar ninguém me procurar ou remover armas, —Reaper
avisou. — E eu estou chamando os outros.
— Você deixa claro que esses homens são família. Ninguém os toca.
— Contanto que eles não coloquem a mão em você, Czar, nós vamos
nos dar bem.
Blythe fechou os olhos de cansaço. Ela realmente entrou em pânico. O que
a tinha possuído para deixar as coisas saírem de mão. Ela não podia estar
perto de Viktor sem sentir uma emoção intensa. Sua raiva já estava
desaparecendo, substituído por uma dor mais familiar. — Você não pode
simplesmente sair? Estou exausta, Viktor, e eu quero ir para a cama. Sozinha.
—Ela tinha que deixar isso bem claro. — Já conversamos bastante. Você

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disse o que tinha a dizer e eu entendi por que você está realmente aqui, o que
não tem nada a ver comigo. Por favor, volte para seus amigos, irmãos, e sua
mulher e vamos deixar isso assim.
A sobrancelha de Reaper subiu. Ele balançou a cabeça e se afastou.
— Vamos descer querida. Temos que mostrar uma frente unida. Eles
vão tentar te encontrar sozinha para ter certeza de que não te ameacei.
Reaper, Savage e os outros não vão parar para me proteger.
— Então saia agora.
— Não, droga. Por que você está sendo tão fodidamente irracional?
Ela decidiu que ela estava além do ponto de cansaço, em pura exaustão,
porque isso fez com que ela quisesse sorrir. Ele podia usar linguagem suja na
frente dela, mas seu amigo não podia. — Por que você persiste em pensar
que eu sou irracional? Você me deixou por cinco anos. Isso sozinha, sem
todas as coisas que aconteceram ...

157
— Coisas fora do meu controle, e eu teria dado qualquer coisa para estar
com você. Eu teria vindo se eu tivesse sabido.
Ele a puxou pelo corredor e ela foi com ele porque estava claro que ele
não ia sair e ela não queria que ninguém fosse ferido, especialmente os
homens que ela tinha chamado para ajudá-la. Ela tinha vindo a considerá-
los como família.
— Você não sabia, mas elas aconteceram. Então há o fato que você tem
outra mulher independentemente de você me dar ou não uma história idiota
sobre ela proteger você de outras mulheres. Como se você ficasse cinco anos
sem sexo. Eu te conheço, você era insaciável. Acho que fizemos sexo por três
vezes ao dia pelo menos.
— Quatro, mas quem está contando, —ele disse, apertando os dentes
como se pudesse mordê-la.
— Quatro, e eu queria mais. Lembro-me de cada minuto do meu tempo
com você. À noite, quando estou sozinho, eu coloco o meu punho em torno
do meu pau e penso em você, da maneira como você parecia toda

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esparramada na cama para mim. No banho. Seu corpo sobre a parte de trás
do sofá. Uma vez no gramado no quintal porque eu não podia esperar mais
um minuto. A noite no carro quando você ...
— Pare. Pare com isso. —disse ela desesperadamente, fincando as
pernas para que ele não pudesse arrastá-la.
Ele envolveu um braço em torno de sua cintura e a ergueu facilmente,
levando-a escada abaixo rapidamente. — Eu lembro de tudo, Blythe. Você
acha que um homem não pode ser fiel a sua mulher? Ou sou só eu? Você têm
uma opinião tão baixa de mim?
Ela começou a lutar, e no final da escada ele colocou-a em pé e pegou
seu rosto entre as mãos, curvando-se para colocar seu rosto a polegadas do
dela. — Olhe para mim, Blythe. Olhe para mim.
Com a urgência de sua voz, ela parou de lutar e levantou o olhar para
encontrar o dele.
— Você acha que viu o pior vendo meus irmãos de nascimento, em

158
Jackson e Jonas, especialmente em Gavriil. Você viu o inferno em seus olhos,
mas, baby, eles viveram um piquenique em comparação a nós. Meus irmãos
não conhecem outro caminho senão matar. Eu também não. Isso é quem
somos. É o que somos. Eles não podem ser ameaçados, especialmente não
por meus irmãos de nascimento, que são todos capazes também. Você
entende o que estou dizendo? Você tem que ficar comigo. Você tem que fazer
meus irmãos acreditarem que você não tem medo de mim. —Ele alisou para
trás o cabelo de seu rosto. — Eu nunca sob qualquer circunstância a
machucaria. Se você tirasse uma arma agora e ameaçasse puxar o gatilho, eu
deixaria.
— E os outros, seus irmãos, viriam atrás de mim.
Ele ficou em silêncio, e ela teve sua resposta. A ansiedade nele era clara
e muito real. Blythe inspirou profundamente e forçou a calma. Não havia
expressão em seu rosto, mas não havia maneira de ele esconder as emoções
dela. As sentia derramando dele, enchendo o quarto até que ela se sentisse
ansiosa também.

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Toda luta acabou e uma calma resolução veio sobre ela. Ela sabia, no
fundo, que Viktor não iria machucá-la, ela estava sendo ridícula lutando
contra ele como uma criança. Ela também sabia que cada um de seus irmãos
de nascimento a protegeria, e isso seria uma tragédia. Viktor também sabia,
e temia por eles. Ele tinha que saber do que eles eram capazes e, no entanto,
temia por eles, o que isso dizia sobre os homens com quem viajava? O que
isso dizia a respeito dele?
— Blythe? Você está comigo?
Ela assentiu, porque sabia que a situação era terrível e poderia
rapidamente sair de controle. Sentia-se enrolada. Machucada. A dor da perda
bateu nele. Ele estava chateado por não conseguir fazê-la entender. Tudo
estava ali na sala com eles, contudo ele deu um suspiro de alívio e endireitou-
se.
— Obrigado.
Isso a envergonhou um pouco. Ela tinha todo o direito de estar zangada

159
com ele, mas ela sabia que não poderia colocar os outros em perigo. Não
havia desculpa para isso. — Eu sinto muito. Eu fiquei em pânico, e nem sei
por quê.
— Eu te assustei, Blythe, —afirmou. — Você estava comigo a cada dia
que fiquei separado então não me ocorreu que você não estivesse acostumada
com a maneira que eu me mexo, ou olho.
Isso a incomodou, porque a sinceridade não só estava em sua voz, mas
encheu o quarto junto com as outras emoções que batiam nela. A porta da
frente se abriu sem preâmbulo, sem bater, apenas se abriu, e Gavriil entrou.
Encheu a moldura da porta, alto e de ombros largos, vestindo seu casaco
preto longo que rodava ao redor de seus tornozelos. Ela sabia que o casaco
tinha armas escondidas nele. O rosto dele estava sombrio, frio e duro,
absorvendo os dois.
Além disso, não havia expressão no rosto de nenhum dos homens, mas
ela sentiu aquela repentina quietude enquanto olhavam para o outro. Dois
irmãos que haviam sido separados quando eram crianças. Agora em

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desacordo por causa dela. Houve um ligeiro engasgo, e tal emoção


rapidamente sumiu, como se ambos os homens tivessem de evitá-la para
sobreviver.
— Blythe venha aqui. —Gavriil acenou para ela com a mão. Ele ficou
do outro lado da sala, mas tinha dado um passo para a esquerda para que a
porta aberta não estivesse mais nas suas costas.
— Gavriil. —cumprimentou Viktor.
— Viktor. —Gavriil manteve seu olhar no rosto de seu irmão mais velho,
mas acenou para Blythe uma segunda vez.
Ela cruzou a sala até ele. Ele pegou seu pulso e muito, muito
suavemente, guiou-a ao redor dele até que ela ficou atrás dele.
— Você está bem?
— Sim, —ela disse imediatamente. — Eu sinto muito por ter apertado o
botão de pânico. Viktor apenas me surpreendeu. Ele é intimidante, e eu não

160
estava esperando-o. Apertei antes de pensar.
— Ele não te machucou. —Era uma declaração, mas todos sabiam que
era uma pergunta.
— Claro que não. Ele não faria isso. Nunca. —Ela disse isso com
convicção porque eles estavam falando sobre o físico, e jamais Viktor
colocaria as mãos sobre uma mulher dessa maneira. Mesmo este homem,
que ela não tinha certeza de conhecer, esse lado que ele estava mostrando
agora, ela sabia que nunca machucaria uma mulher, a menos que fosse auto-
defesa ou ela fosse responsável por machucar os outros.
— Não estou sozinho. —disse Viktor. — Gavriil, os outros comigo, eles
são como eu.
Sentiu a tensão subir imediatamente. — Eu estou bem, Gavriil. Por
favor, diga aos outros que é seguro entrar.
Gavriil ainda não olhava para ela. — Cinco anos. Nenhuma mensagem.

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— Deixei uma mensagem para todos vocês. Centenas de mensagens. Eu


queria que Blythe fosse cuidada. Ninguém nunca me respondeu.
Desta vez, a fúria brilhou no quarto. Blythe percebeu que a raiva fazia
parte da personalidade de Viktor. Como ele a tinha escondido dela nos meses
em que estiveram juntos, ela provavelmente nunca saberia, mas estava
estampado em seus ossos e impresso em cada célula. Essa fúria era dirigida
a Gavriil. Ele realmente enviou mensagens, e ninguém lhe respondeu.
— Não houve mensagens, Viktor. Não nos últimos cinco anos.
Nenhuma.
Blythe agarrou as costas do casaco de Gavriil e prendeu a respiração.
Parecia que alguma coisa tinha entrado no quarto e, de repente, chupou todo
o ar para fora, por isso era impossível respirar.
— Eu posso sentir que vocês dois estão dizendo a verdade, então como
isso aconteceria? —Se Viktor tivesse tentado entrar em contato com ela e
pedido aos outros para cuidar dela, então pelo menos ela podia achar que se
ele tivesse se importado. Talvez não tivesse sido tudo uma farsa completa de

161
sua parte.
— Essa é a pergunta. —disse Viktor. — Se você não recebeu minha carta
e não tinha os códigos e eles não receberam minhas mensagens, então alguém
tem os códigos e deliberadamente apagou-as. Não há outra explicação.
— Quantos homens você tem lá fora? —Perguntou Gavriil.
— Quantos você percebeu? —Viktor respondeu.
— Seis.
— Você perdeu dois. Provavelmente, alguém está deliberadamente em
um angulo sobre quem quer que esteja sentado com um rifle sniper em mim.
A outra é uma mulher, e ela é letal. Ela já avaliou o mais vulnerável e o
marcou, alguém que pode hesitar porque ela é mulher. Cada um deles tem
uma espécie de dom psíquico, então você não pode depender de seus dons e
até mesmo das probabilidades. Ligue para eles.
— Blythe? Você está bem? —Gavriil perguntou.

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— Perfeitamente. Eu me sinto um pouco boba por causar tamanha


confusão.
Gavriil caminhou até a porta e levantou a mão, sinalizando para seus
irmãos. Mais uma vez, Blythe sentiu uma emoção cintilante enchendo o
quarto, desta vez vindo unicamente de Viktor em antecipação a ver seus
irmãos de nascimento. Ela não podia evitar ir até ele. Ele precisava de alguém
soubesse ou não disso.
Ele imediatamente rodeou sua cintura com seu braço, prendendo-a a seu
lado. Ela sentiu o pequeno tremor correr pelo corpo dele quando Lev entrou,
e então Stefan. Ela olhou para o rosto de Viktor. Ele estava completamente
imóvel. Seus traços poderiam ter sido esculpidos em pedra.
A emoção na sala era tão forte que ameaçava derrubá-la de joelhos. Ela
não teve escolha a não ser agarrar Viktor para a força. Ela reconheceu que
ambos estavam fazendo a mesma coisa. Segurando-se um no outro. Ela não
tinha tido ninguém. Ela achou que ele também não tinha, mas agora ela
percebia que ele tinha uma vida inteira que ela não conhecia. Irmãos e talvez

162
irmãs. E irmãos de nascimento. Homens que ela tinha aprendido a amar. Ela
não estava mais sozinha. Ela tinha suas irmãs, as cinco mulheres que
estavam com ela. Ela as conhecia bem. Elas não estavam escondidas em suas
casas, encolhendo-se, elas estavam em algum lugar aí fora, esperando para
ver se eram necessárias. A nova família de Viktor poderia ser de assassinos
letais e eles claramente tinham habilidades psíquicas, ele tinha dito isso, mas
ela não estava desamparada e nem suas irmãs.
Ela começou a se afastar de Viktor e seu outro braço se apertou em torno
dela, impedindo o movimento. Ela olhou para ele de novo. Ele não estava
olhando para ela, ele estava olhando para os outros dois homens que
entravam na casa. Maxim e Casimir. Outro tremor percorreu seu corpo. As
emoções na sala aumentaram mais uma vez. Ela enrolou seus dedos em sua
camisa quando Ilya Prakenskii entrou em sua casa.
Houve uma agitação em sua mente. Uma escova ao longo das paredes
como uma carícia. Blythe. Seu nome era um sussurro em sua mente. Uma
angústia compartilhada.

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Viktor não conseguia mostrar suas emoções, talvez ele nem as sentisse,
mas elas eram fortes o suficiente para quase a jogar de joelhos. A respiração
dela engatou em sua garganta. Ela não esperava ver Ilya lá. Evidentemente
Viktor também não.
Valeu a pena. Eu não sabia se valeria, mas eles estão todos seguros.
Seus olhos ardiam, e então ela não pôde ver mais nada, porque as
lágrimas nadavam e derramavam. Eram as lágrimas dele, lágrimas que ele
não podia derramar. Era demais para qualquer ser humano. Saber como sua
filha morreu e então ver seis irmãos que não tinha visto em trinta anos além
de um olhar a distância quando tentou ajudá-los em alguma tarefa
impossível.
Blythe esfregou a bochecha molhada em sua camisa. Ela não poderia ter
se movido, mesmo que quisesse, ele estava segurando-a muito apertado. —
Querido, você precisa dizer aos outros irmãos que todos estão seguros e eles
podem ir para casa. Eu sei que as mulheres estão lá fora, cobrindo seus
homens. Esperando para ver se estou bem. Vou aparecer na porta e deixá-las

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saber que está tudo bem.
Ninguém mais tinha falado. Os sete homens se enfrentavam, irmãos de
nascimento, homens que se sacrificaram muito um pelo outro, contudo não
se conheciam muito bem e não conheciam Viktor.
Viktor engoliu visivelmente e então acenou com a cabeça e foi com ela,
mantendo o perto que tinha sobre ela. Ela sabia por quê. Ele precisava dela.
Ela era o que o estava fazendo passar por esse momento. Havia tanta
emoção, ele não podia se deixar sentir. Ele separava. Instintivamente, ela
sabia que era a única maneira dele poder sobreviver. Algo nele estava muito,
muito quebrado. Muito errado.
Mais uma vez, por puro instinto ela o agarrou duro e andou em perfeita
sincronia com ele. Os irmãos se separaram para deixá-los passar, embora Lev
se arrastasse atrás deles. Ela podia sentir a feroz proteção saindo dele em
ondas. Os outros irmãos eram quase tão ferozes, embora fosse difícil ler
Gavriil. Ele não desviou o olhar de Viktor, nem mesmo quando Maxim se

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moveu pelo quarto, escurecendo as luzes e arrastando móveis para tirar as


cadeiras da linha das janelas.
Viktor fez outro chamado, o chamado distinto de uma coruja-águia, três
piados, significando que tudo estava bem. Ele levantou a mão e fez um
círculo, indicando que seus irmãos e irmãs poderiam ir para casa para a noite.
Blythe levantou a mão para as irmãs. Ela podia senti-las lá fora. Elas
poderiam ir para casa sabendo que ela estava segura.
— Eles foram uma surpresa, —disse Viktor. — Eu não sei por que, mas
pensei em meus irmãos guardados em algum lugar seguro e eles estão
mesmo.
Divertimento passou por ela, quebrando o terrível peso das emoções
esmagadoras. — É claro que você pensou.
Suas sobrancelhas se ergueram e seu foco inteiro estava sobre ela. Seus
longos dedos capturaram seu queixo e inclinaram-na de frente para o dele.
— Por que você acharia isso, baby? —Sua voz era baixa, apenas entre os dois,

164
era uma carícia de advertência que deslizou por sua espinha como dedos. Ela
estremeceu em reação, seu sexo se apertando.
— Porque você pertence a uma caverna metade do tempo.
— Apenas metade? —Agora a breve diversão cortava todas as emoções
terríveis, e ele tomou uma respiração profunda quando ela girou de volta para
dentro da casa.
Ela teve que assentir. — Apenas metade. Às vezes você pode ser
razoável.
— Eu vou ter que trabalhar nisso.
Ela não estava certa do que ele iria trabalhar ser um homem das cavernas
o tempo todo, ou tentar não ser um na maioria das vezes. Ela fechou a porta
enquanto ele ficava de pé, com um braço ainda prendendo-a ao seu lado.
Blythe não tentou se afastar dele porque podia sentir sua luta. Ele queria sair
pela porta, não permitir que ela a fechasse.

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Foi ela quem deu o primeiro passo de volta para a sala cheia de seus
irmãos. Ela era muito, muito grata por desejar uma casa construída com
espaços abertos. Os irmãos Prakenskii eram todos altos, com ombros largos
e uma presença que ocupava todos os espaços disponíveis.
— Blythe. —Ilya a chocou colocando uma mão em seu pulso como se
ele fosse puxá-la fisicamente de seu irmão. — Você está bem?
— Sim. Claro. Eu sinto muito ter tirado todos vocês de suas casas. Eu
apenas entrei em pânico por um momento enquanto eu Viktor conversamos
e eu pressionei o botão. Como você pode ver, eu estou bem, —ela tentou
tranquilizar a todos. A testosterona era pesada. Nenhum deles iria relaxar ou
voltar até que eles acreditassem em cada palavra que ela dissesse. Ela se
sentia um pouco desesperada. Qualquer um desses homens poderia aceitar a
menor provocação, e ela não queria que nenhum deles se machucasse.
— Solte-a. —Viktor quase grunhiu a ordem. — Você não coloca as mãos
na minha esposa.

165
— Viktor. —protestou Blythe. — Ilya está apenas tentando ter certeza
de que eu estou bem.
— Você não precisa dar explicações, Blythe. —Ilya não recuou um
minuto. — Ele não esteve aqui por trinta malditos anos, ele não pode
simplesmente entrar e decidir que você pertence a ele.
— Trinta anos? —Viktor ecoou. — Você quer me contar como sua vida
foi difícil, irmãozinho? Daquela fácil escola de passeio-pela-vida diretamente
para a Interpol? Sim, foi uma vida difícil, não foi? Você sabe quem ganhou
essa vida pra você? Fui eu. Trinta anos do pior tipo de merda que você não
pode nem mesmo imaginar. Você se incomodou em descobrir o que foi para
mim ganhar aquela escola e aquela vida fácil?
— Viktor. —Gavriil indicou uma cadeira. — Ninguém teve uma vida
fácil. Nenhum de nós, e todos nós podemos reconhecer que você foi colocado
na pior das piores. Nós sabemos o que você fez por nós. O que Ilya está
dizendo é sobre Blythe, não sobre nós. Ela é inocente aqui, e sim, ela é sua
esposa.

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— Minha marca está nela. —Viktor pegou seu pulso e levantou a palma.
Seu polegar deslizou sobre o centro e os anéis duplos explodiram para a vida,
gravados em sua pele como uma tatuagem permanente. — Esta marca diz
que ela é minha e ninguém tem o direito de interferir conosco.
Gavriil acenou com a mão em direção às cadeiras na grande sala de
Blythe. Relutantemente, os outros irmãos afundaram nas grandes poltronas.
Viktor levou Blythe para a direita, passando por Ilya até a cadeira e puxou-a
com ele. Ela deixou porque não iria ser o fósforo que acenderia a dinamite.
Ilya sentou-se diante deles, no braço de uma cadeira.
Ninguém parecia confortável. Blythe lutou por uma maneira de quebrar
o gelo. Todos eles queriam, embora sentisse principalmente a preocupação
de seus irmãos por ela o que por alguma razão a fazia querer chorar. Ela não
tinha percebido que eles sentiam essa genuína afeição por ela, embora agora
se tratasse de uma forma concentrada.
— Eu poderia fazer chá ou café, —ela ofereceu.

166
A mão de Viktor apertou involuntariamente a dela, mas então ele forçou
seus dedos a deixá-la ir, um depois outro. — Isso pode ser uma boa idéia,
querida, —disse ele.
Era sua voz mais carinhosa, como veludo esfregando sobre sua pele, o
tom que sempre a tinha desarmado. Não era diferente agora. Cada célula do
seu corpo respondia a ele. Ela levantou rapidamente, olhando ao redor, grata
pelo adiamento. — Chá? Café? Digam o que preferem.
— Café. —Foi decisivo. Sem suas mulheres, a bebida escolhida seria
sempre essa.
— Moscou prefere o chá. —disse Viktor. — Vocês não passaram algum
tempo lá? E você sabe como eu gosto do meu café, Blythe.
— Passei um pouco de tempo em Moscou. —admitiu Ilya. — Mas eu
nunca peguei o hábito do chá até chegar aqui e casei com minha esposa. O
chá é um ritual com as Drakes.

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— Soube que sua esposa está grávida. Quando é que ela vai ter? —Viktor
disse deliberadamente para que seus irmãos soubessem que ele fez sua lição
de casa. Mais, que ele se manteve atualizado sobre eles.
— Ela está de cinco meses e uma semana. Ela está com a irmã Libby
agora. Eu estava visitando Lev quando a chamada entrou.
— Por que você não entrou em contato com nenhum de nós nesses
últimos anos? —Perguntou Maxim. — Eu entendo uma cobertura profunda,
mas ninguém poderia ter penetrado nosso código.
— Alguém fez. —Viktor deixou cair a bomba no súbito silêncio que
tinha seguido a brusca acusação de Maxim. — Não há outra explicação.
Deixei centenas de mensagens. Deixei mensagens para Blythe. Ninguém as
recebeu. Alguém tem que ter pego as mensagens e depois apagado-as. —Ele
olhou ao redor da sala para seus irmãos, seu olhar tocando cada um de seus
rostos.
— Você não está acusando um de nós. —Stefan fez uma declaração.

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— Eu não conheço nenhum de vocês. —Viktor manteve sua voz
estritamente neutra. Alguém tinha cortado todos os seus laços com Blythe.
Ele tinha pensado que Sharon era capaz disso, mas tinha enviado mensagens
depois da morte dela. Naquela época, seus irmãos do Torpedo Ink podiam
ocasionalmente vir aos Estados Unidos e eles relataram que Sharon tinha
morrido e que Blythe estava feliz e vivendo na fazenda com cinco outras
mulheres em Sea Haven.
— Você nos conhece. —disse Gavriil. — Nós vivemos pelo juramento
de nosso pai, mesmo Ilya, embora um bebê e sem qualquer conhecimento
real de nossos pais. Nós mantivemos o código. Se alguém destruiu suas
mensagens, não foi um de nós.
Os irmãos trocaram olhares desconfortáveis. O silêncio era interrompido
pelos sons de Blythe tirando as coisas do armário.
— Você acredita que alguém realmente leu todas as nossas mensagens
privadas? —perguntou Lev.

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— É isso ou eu perdi a cabeça e não passei quase todos os minutos


tentando falar sobre Blythe. Eu praticamente implorei a vocês seis para
chegarem a ela e terem certeza de que ela estava bem.
Novamente, apesar de tentar, Viktor não conseguiu manter a mordida
de acusação fora de seu tom. Ele não tinha entendido até que os viu todos
juntos o quanto ele ficaria emocional, ou como estava zangado com eles.
Blythe estava sozinha. Ele não podia chegar até ela, mas pelo menos um deles
deveria ter sido capaz. Pelo menos Ilya. Ele estava atento em não olhar para
seu irmão mais novo.
— Você desapareceu.
Viktor não ficou surpreso que Ilya fosse o único a expressar isso. Ele
decidiu que o garoto era um cabeça quente. Ele estava procurando uma
desculpa para se atirar contra Viktor.
— Você tem um problema comigo, garoto?
— Eu não sou um garoto, —disse Ilya. — E sim, eu tenho um problema

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com você. Trinta anos e você nunca uma vez subiu e se apresentou.
— Eu salvei sua bunda sem valor em pelo menos sete ocasiões.
— E daí? Você nem disse oi.
Ele não tinha. Isso era verdade. Ele tinha conseguido ver Gavriil uma
vez ou duas, e Stefan uma vez, mas Ilya ele tinha vigiado o melhor que pôde,
e tinha interferido quando Sorbacov tinha colocado seu irmãozinho em
situações em que não havia volta. Ele tinha um de seus irmãos do Torpedo
Ink o verificando constantemente. Tinha sido um deles equilibrando a
balança, em duas ocasiões. Não era como se ele pudesse deixar o que estava
fazendo e chegar a Ilya rápido o suficiente. Não com centenas de milhas entre
eles a maior parte do tempo.
Ele encolheu os ombros. Ele não iria se explicar. A nenhum deles. Ele
não podia deixar de estar em conflito. Ele sofreu uma tortura infinita por
esses seis homens. Eles não tinham lhe pedido para fazer isso, seu pai fez.

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Ele cumpriu essa promessa e eles tinham crescido, serviram seu país e agora
tinham famílias.
Ele olhou para a cozinha. Para Blythe. Ela o salvou. Não somente o
tinha salvado, mas salvado outros dezessete também. Seu anjo. Ele não tinha
acreditado em anjos, mas então ele tinha marcado-a como uma presa e ela
tinha virado seu mundo de cabeça para baixo.
Querida, eu não sei como fazer isso. Ele estendeu a mão para ela antes que
pudesse parar. Ele percebeu que estava acariciando seu polegar para frente e
para trás no centro de sua palma. Era um mau hábito que ele havia
desenvolvido desde que a conheceu.
— Quem são essas pessoas com quem você está viajando? —Perguntou
Ilya.
— Eu estou aqui em um trabalho. —Viktor observou seus rostos de
perto. Eles não diziam nada, e ele não tinha esperava isso deles. Eles eram
agentes treinados.

169
— Diga-nos. — instruiu Gavriil.
— Viktor. —Blythe chegou à entrada arqueada que era a única quebra
entre a grande sala, sala de jantar e cozinha. — Eu poderia usar sua ajuda
para carregar todas essas canecas. Posso pegar você emprestado, só por um
momento?
Ele ficou em pé imediatamente, atravessando a sala, seu braço varrendo
ao redor dela enquanto se movia com ela para a cozinha. Ele observou que
os arcos acomodavam ambos. No momento em que entrou na cozinha, ele
afastou-se do aberto pegando-a em seus braços, enterrando seu rosto entre
seus ombros e pescoço. Inalando-a. Levando-a ao seu interior.
Ela era seu refúgio seguro. O único refúgio seguro que ele já conheceu.
Ela não entendia isso, não sabia o que ela era para ele, mas ele fez um voto
silencioso de que ela o faria.
Me diga o que fazer.

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Ela se afastou dele, no início, um pouco rígida, mas à pergunta que ele
tinha empurrado em sua mente a derreteu, seu corpo ficou suave e flexível.
Dele. Toda dele. Fazia muito tempo que ele não abraçava uma mulher, mas
especialmente sua mulher. Seu corpo a reconheceu imediatamente e fez
exigências próprias. Ele era um homem com controle de ferro e lembrou-se
daquela sensação de completa e absoluta exaltação, sabendo que havia uma
mulher que poderia excitá-lo naturalmente.
Apenas fale com eles. Faça-lhes perguntas sobre suas vidas. Assim como você
começou a fazer com Ilya. Conte a eles por que você está aqui. Fale com eles sobre seus
outros irmãos e irmãs e por que eles são importantes para você.
Ele podia fazer isso. Não parecia tão difícil. Ele podia falar com qualquer
pessoa em qualquer situação, ele foi treinado e tinha habilidades, então não
fazia sentido que ele estivesse todo enrolado porque eram seus irmãos de
nascimento. Não, ele decidiu que qualquer um deles estava fazendo muito
melhor.

170
— Obrigado, querida, —ele disse suavemente, significando isso.
Ele enrolou o rabo de cavalo em seu punho e puxou sua cabeça para trás,
inclinando-se para pegar sua boca. Seus lábios estavam suaves e com sabor
de tangerina. Sua língua se entrelaçou com a dele. Dançou. Brincou. Foi
provocante. Ele adorava isso nela. Ela não podia resistir a ele mais do que
ele poderia resistir a ela.
Quando soube que deveria parar ou não poderia, levantou a cabeça e
descansou a testa contra a dela. — Dê-me uma chance, Blythe. Isso é tudo
que estou pedindo. Só me de uma chance.
Ela umedeceu seus lábios e as longas pestanas velaram seus olhos. Antes
que ela pudesse negar, ele se afastou dela para pegar a bandeja com as
canecas de café. Ela pegou um prato de biscoitos e o seguiu para a grande
sala.
— Você ia nos contar sobre esse seu trabalho. —Gavriil encorajou.

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Viktor balançou a cabeça, pegou Blythe e puxou-a para o lado dele antes
que ela pudesse escapar. — Sim. Eu tenho andado com os Swords nos últimos
cinco anos, trabalhando meu caminho até as fileiras de executor para o
Presidente do braço de Nova Orleans. Esse é o braço original de Evan
Shackler-Gratsos. Também era o braço do pai de Jackson Deveau. Se há um
homem na terra que Evan odeia mais do que qualquer outra pessoa, é
Jackson. Ele o quer morto. Ele poderia não ter feito nada sobre isso, mas
Jackson teve a péssima idéia de se casar Elle Drake e realmente ser feliz.
Ele manteve seu olho em Ilya. O homem era conhecido por ser muito
amigo de Jackson Deveau, e Elle Drake era sua cunhada. Viktor esticou um
braço ao longo da parte de trás da poltrona para colocá-lo ao redor de Blythe.
Ele gostava dela perto dele. Com a outra mão levantou a caneca de café até
os lábios.
— E? —Perguntou Maxim.
— Shackler herdou bilhões de seu irmão, e também uma enorme
companhia de navegação internacional. Como Presidente Internacional do

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Swords, já havia construído seu próprio império com o tráfico de seres
humanos. Está superando as drogas e ele pegou isso muito cedo. Com os
navios, ele pode cobrar uma quantia escandalosa para clientes especiais com
necessidades especiais. Eles gostam de matar suas vítimas depois ou durante
o tempo em que os usam.
Maxim assentiu com a cabeça. — Eu estive em um deles há algumas
semanas atrás. Quatro das crianças estão comigo agora. Eu não pude salvar
a irmã deles. —Havia arrependimento, até tristeza em sua voz.
— Evan é extremamente paranóico. Ele se move constantemente e não
é facilmente rastreado. Quando chego a um esconderijo, ele já se foi. Deveau
casar com Elle Drake mudou tudo isso. Como membro do Swords eu sabia
que mais cedo ou mais tarde eu teria uma chance de chegar até ele, agora
tenho certeza disso. Ele me enviou aqui, sem vestir as cores, para montar um
acampamento para mais Swords entrarem. Supõe-se que eu vá descobrir tudo
o que haja para saber sobre a segurança em torno de Jackson e sua esposa.
Para mim, ele planeja matar Deveau e tomar a esposa.

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Houve silêncio. Ilya o encarava com os mesmos olhos prateados. Os


olhos do pai. — Quais são seus planos?
— Vou falar com Deveau e Elle Drake. Eu tenho que fazer isso com
cuidado. Acabamos de chegar, então eu preciso escutar ao redor e me
certificar que Evan não enviou nenhum espião. É como ele faria para colocar
algo em jogo. Meus irmãos estão nessa agora.
— Que irmãos? —Perguntou Maxim. Foi uma pergunta um pouco
beligerante.
Aí estava. A pergunta que ele sabia que viria. A única pessoa para quem
ele contaria sua história era Blythe. Ninguém mais. No relato ele estaria
revelando coisas sobre os outros, coisas que eram só deles. Ainda assim, era
importantes para ele integrar suas duas famílias. Por outro lado, ele não iria
pedir desculpas a nenhum deles, não depois do que ele havia feito por eles.
— Houve apenas dezoito sobreviventes da minha escola. Nós formamos
uma família ‘especial’. Uma muito letal. Nós guardamos as costas um do

172
outro. Quando me foi dada a tarefa de ir atrás Evan, eles já estavam
desaparecendo porque Sorbacov tinha colocado um alvo em cada um deles
depois da falsificação de ofensas. Sabíamos que era uma questão de tempo
ele ir atrás de todos nós. Desenvolvemos um plano para fugir, mas quando
eu realmente olhei para Evan, sabia que ele tinha que ser derrubado. —Viktor
não iria dizer a eles a verdadeira razão pela qual ele assumiu a tarefa, não
com Ilya na sala.
— Um a um, eles saíram do esconderijo e se juntaram aos Swords para
me apoiarem. Quando isso acabar, eu pretendo viver aqui. É o lar de Blythe
e ela precisa estar aqui com suas irmãs e com todos vocês. O que significa
que eu farei desta minha casa. E eles estarão conosco.
Não ousou olhar o rosto de Blythe. Felizmente, ele tinha escolhido bem,
e ela não o contradisse na frente dos outros. Ele teria que agradecer por isso
mais tarde. Ele massageou a tensão que se aglomerava nas costas e em seu
pescoço.

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— Você planeja se estabelecer aqui com outros dezessete homens? —


Stefan perguntou.
— Duas delas são mulheres.
Blythe se moveu um retiro sutil, mas ele colocou seus dedos em torno da
nuca e manteve-a próxima.
— Nós planejamos comprar algumas terras e casas. Montar negócios.
Ser legítimos. Ou tão legítimos quanto somos capazes de ser. Nós temos
nosso próprio clube com nossas próprias cores.
— Motoqueiros. —disse Ilya. — Foras da lei.
— Do tipo. —Mais como assassinos e cada um de seus irmãos sabia disso.
Eles não estavam todos limpos, com a exceção—talvez—de seu irmãozinho
caçula.

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10
Houve um longo silêncio enquanto seus irmãos faziam
exatamente o que Viktor estava fazendo, bebendo café para se dar um pouco
de tempo para descobrir como responder a isso. Blythe mordeu o lábio para
não quebrar o silêncio. Outros dezessete? Bom Deus. Ele estava louco? Se
todos fossem tão assustadores quanto seu amigo Reaper, então ela estava
saindo e deixando a casa para todos eles. Seus irmãos de nascimento
poderiam lidar com eles.

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— Então você pretende trazer um clube de motociclistas fora da lei com


você para se estabelecer aqui. Blythe? —Ilya olhou diretamente para a esposa
de Viktor. — Como você se sente sobre isso?
Os dedos de Viktor apertaram-lhe involuntariamente a nuca, em
advertência. Ela umedeceu de repente os lábios secos, sentindo como se ela
estivesse caminhando através de um campo de minas com todos os
Prakenskiis.
— Quero que Viktor tenha uma casa perto de seus irmãos—sua família.
—acrescentou apressadamente. — Se esses outros homens e mulheres
significam isso para ele—que eles são família também—então é claro que eles
devem estar perto dele. —Isso foi tão diplomático quanto ela poderia fazê-lo.
Ela tropeçou um pouco sob cada um dos olhos dos irmãos Prakenskii. Eles
pesavam suas palavras, observando para ver se ela estava sob coação de
qualquer tipo.
Claro que ela estava sob coação, com Viktor de volta e todos eles

174
observando-a como falcões. Ela pegou outra respiração profunda. — E todos
vocês deviam aceitá-los na família.
— Todos nós, Blythe? —Gavriil disse muito gentilmente. Ele raramente
falava acima de um tom baixo, mas por alguma razão, sempre se podia ouvi-
lo e compreendê-lo.
Um fraco tremor desceu por suas costas. Ela cometeu um erro e podia
sentir. Embora não tenha mostrado em seus rostos, eles sabiam.
— Blythe, por que não vamos buscar um pouco de cerveja para todos,
em vez de este café. —sugeriu Ilya.
— Por que você não deixa minha mulher em paz? —Viktor estalou,
sentando-se em linha reta. A ameaça derramou-se dele em ondas.
Imediatamente, a tensão aumentou em mais um nível. Blythe desprezou
ser o osso da disputa, mas realmente? Dezessete membros de um clube de
motociclistas fora da lei em sua casa? Na fazenda? Como?

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— Isso ainda está sendo decidido, —disse Lev. — Eu acho que eu


gostaria de ir com Blythe e Ilya para o outro quarto e falar sobre isso.
— Talvez vocês dois possam sair comigo e eu vou ensinar boas
maneiras. Se vocês gostam ou não, eu ainda sou o cabeça desta família, e
Blythe é definitivamente minha esposa.
— Foda-se isso, —Ilya disse grosseiramente. — Você não aparece depois
de trinta anos de silêncio e decide que vamos seguir sua liderança. Não
funciona dessa maneira, e apenas para sua informação, Blythe é nossa família.
Viktor estava fora de sua cadeira tão rápido que Blythe não teve tempo
de pegar o braço dele. Ilya e Lev saltaram também.
— Sério? —A voz de Gavriil estava calma. Ele não se moveu da cadeira.
— É assim que vocês planejam lidar com esta situação? Sentem-se, vocês
dois, a menos que vocês queiram que ele transforme vocês em uma polpa
sangrenta.
— Ele não poderia. —disse Ilya.

175
— Ele poderia. —disse Gavriil. — E mais, ele faria. Ele é o chefe da
família, quer aceite isso ou não e Blythe é sua esposa. Você não permitiria
que alguém interferisse em seu relacionamento com Joley, mais do que eu
permitiria no meu com Lexi.
Ilya sacudiu a cabeça. — Ele partiu a trinta anos. Ele não fez nada por
mim, por nenhum de nós. Ele tem sua própria família e escolheu se tornar
um motociclista fora da lei.
Blythe inalou bruscamente. Isso não era verdade. Todos haviam feito
negócios com o diabo para manter seu irmão mais novo tão limpo quanto
possível. Ele foi para a escola menos brutal. Trabalhou para a Interpol num
negócio legítimo. Ela sabia que todos cuidavam dele. Suas irmãs haviam lhe
dito o quanto manter o bebê da família tão limpo quanto possível significava
para todos eles.
Ela esperava que Viktor retrucasse, mas em vez disso, ele ficou
absolutamente quieto e então como gelo. Pelo menos seu exterior era como

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gelo. Debaixo dessa geleira havia uma massa vulcânica encarnada que
poderia explodir a qualquer momento.
— Já chega, Ilya. —disse Gavriil em voz baixa. — Você não tem idéia
do que está falando.
Viktor andou de um lado para o outro da grande lareira de pedra, de
costas para os irmãos. Ele ficou olhando as fotos no balcão, e Blythe se
encontrou de pé também, de repente aterrorizada por ele. Não havia nada
que ela pudesse dizer ou fazer, já era tarde demais. Ela soube o momento
exato em que ele a viu. A mão dele se estendeu e seu corpo se sacudiu como
se alguém o tivesse golpeado com força no intestino.
Ela a tinha emoldurado em filigrana de ouro. A mensagem dizia:
“Realizada com amor, cercada por dois corações amorosos.” Sua filha, Viktoria.
Ela tinha vivido dois dias, e uma enfermeira tinha tirado uma foto da criança
pequena deitada no estômago de Blythe. Era a única foto que ela tinha de
sua filha e ela tinha colocado a única foto que tinha de Viktor do outro lado,

176
de modo que sua filha tinha sua mãe e pai com ela naquele momento. Ela
tinha a mesma foto em um quadro na parede de sua sala de estar, mas ele ver
isso agora ...
O dedo de Viktor fez uma carícia suave sobre a criança como se ele
pudesse de algum modo tocá-la através do vidro. Blythe tinha feito
exatamente a mesma coisa tantas vezes que se preocupou em desgastar o
vidro. Tristeza encheu a sala, tão forte, tão intensa que ela não conseguiu
parar de ir para ele. Para ela teve cinco anos. Para ele, sua filha acabara de
morrer. Quanto mais ele poderia aguentar?
Ela envolveu seus braços ao redor dele e apenas o segurou, sentindo os
tremores atravessarem seu corpo quando ele tentou permanecer firme diante
da realidade da morte de sua filha. Houve silêncio na sala. Ela sabia que os
Prakenski eram dotados, ela simplesmente não sabia de que maneira. Ela não
tinha como saber se sentiam sua dor. Ele não gostaria disso. Ele não gostaria
de parecer vulnerável de forma alguma. Ela desesperadamente queria
protegê-lo, ela simplesmente não sabia como.

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Blythe sabia que os outros não podiam ver a foto, não com Viktor na
frente dela. Ela deslizou por Viktor até que ficou apertada firmemente a seu
lado. A posição lhe permitiu alcançar o balcão.
— Gavriil está com Lexi, —ela disse suavemente, alcançando a foto de
Lexi. — Ela é a mais nova e uma fofa. Você vai amá-la imediatamente,
Viktor. Ninguém pode evitar. Não é verdade, Gavriil? —Ela o escolheu
porque ele se lembrou de seu irmão. Ele sabia o que Viktor tinha passado
pelo menos uma parte. Ele a ajudaria a desarmar a situação volátil e, ao
mesmo tempo, daria a Viktor os minutos que ele precisava para se recuperar.
Gavriil levantou-se também e aproximou-se da lareira. Ela pensou que
sua abordagem era interessante. Ele não veio por trás deles, mas sim em
ângulo, mantendo seu ritmo lento e deliberado. Os olhos dele estavam nas
imagens. Não a de Lexi, mas aquela que seu irmão tinha tocado tão
suavemente. Estendeu a mão como se fosse tocar o ombro de Viktor.
— Não. —Uma palavra de Viktor. Um aviso. Uma afirmação.

177
A mão de Gavriil se moveu para a foto de Lexi. — Estou trabalhando
para que ela se case comigo. Ela disse que sim, mas nós não chegamos ao
padre. Receio que se eu forçar, ela correrá. Ela é uma pessoa linda, por dentro
e por fora, e ela tem uma tremenda paciência comigo. Mal posso esperar para
você conhecê-la.
Houve um pequeno tremor na mão de Viktor quando ele tirou a foto de
Gavriil. Tão imperceptível que fez o coração de Blythe se apertar em reação.
Ela sabia que Gavriil tinha visto porque ele não perdia nada. Ela sabia que
se ele a olhasse, ela se despedaçaria. Ela se aproximou de Viktor, de todos os
modos possíveis, seus dedos que enrolam firmemente na camiseta esticada
em seu peito largo. A mão de Viktor cobriu a dela.
— Eu adoraria conhecê-la. Assim que esta bagunça acabar, Gavriil, serei
mais do que feliz em conhecer minha futura cunhada. Acho que ela é a única
que trabalha na fazenda. —A voz de Viktor estava firme. Ele desviou Blythe
da lareira, envolvendo-a com os braços ao fazê-lo

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Ela se lembrava da sensação de estar segura e protegida de antes, quando


estavam juntos. Viktor podia fazer isso envolvê-la em sua força. Ele lutaria
por ela se houvesse necessidade. Ele a consolava e confortá-la. Ele a
confortaria e a consolaria. Ele era o único que precisava dessas coisas, mas
no momento em que estava angustiado ele as ofereceu a ela.
— Eu cozinho, —Lev ofereceu antes que qualquer um pudesse dizer
qualquer coisa. — Talvez devêssemos fazer uma festa.
— Churrasco. —acrescentou Maxim. — As mulheres podem fazer todos
aqueles pratos que são tão bons. E Lúcia faz uma sobremesa que é puro céu.
Estou engordando com a cozinha daquela garota. Airiana e eu estamos
adotando Lúcia e sua irmã e irmão. Benito é um mini-eu, infelizmente,
determinado a evitar que suas Irmãs sejam prejudicadas novamente. Espere
que ele desça a chaminé de Blythe ou algo assim.
Blythe tinha certeza de que eles leriam a dor que enchia a sala. Eles não
entendiam, mas vários dos irmãos de Viktor olharam para as fotos

178
emolduradas que ela mantinha no balcão. Ela sabia que eles eram incapazes
de ver o que tinha perturbado seu irmão mais velho, porque Viktor
deliberadamente estava na linha de visão, mas seguiam a liderança de
Gavriil, apesar da tensão entre todos eles.
— Parece bom. —disse Viktor. — Quero conhecer todas as esposas.
— Se vocês não se importam, —Blythe disse, — eu preciso de um pouco
de ar. —Ela mal podia respirar as emoções de Viktor a sufocando. Desejava
poder ficar estóica como ele, uma expressão de pedra, olhos frios e mãos
firmes. Uma vez passado o momento inicial, aquele primeiro salto de seu
coração, ele tinha permanecido inflexível. Ela esperava que com Viktor fora
da sala, Gavriil fosse capaz de falar para seus irmãos serem gentis. Ele viu a
fotografia.
— Nós já voltamos, —disse Viktor imediatamente. Ele pegou a mão dela
e, sem olhar os irmãos, conduziu-a para a espaçosa varanda coberta.

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Bem na frente dela estava o homem que Viktor chamara de "Reaper".


Ele descansava o quadril contra uma árvore, comendo uma maçã. Blythe
estreitou os olhos para ele. — É a minha maçã?
— Sim. —Reaper continuou comendo.
Isso significava que com todos os irmãos Prakenskii, incluindo Gavriil,
em sua sala de estar, Reaper tinha entrado em sua cozinha sem ser detectado.
Esse era um pensamento assustador.
— Estão todos aqui?
Reaper parou no ato de dar outra mordida. Ele assentiu. — Sim.
— Estão todos comendo minhas maçãs?
Reaper assentiu novamente. — Sim.
Blythe não pôde evitar. Ela sabia que não deveria encorajar Viktor ou
seus irmãos, mas Reaper lá em pé sem expressão, parecendo assustador com
suas tatuagens e personalidade fodona, comendo uma maçã que ele tinha

179
roubado de sua cozinha, era muito engraçado. Ela soltou uma gargalhada.
— Você comeu alguma coisa hoje à noite?
Reaper olhou para a maçã que estava comendo. — Essa maçã.
— Você não vai alimentar todos eles. Saia daqui. —disse Viktor antes
que ela pudesse oferecer. — Eu quero dizer, Reaper. Leve todos com você.
— Não vai acontecer, Czar.
— Você acha que meus próprios irmãos de nascimento vão puxar uma
arma e atirar em mim?
— Pareceu que sim, —Reaper disse. — Claro que eu teria estourado a
cabeça dele primeiro, —acrescentou ele. O mesmo tom casual. — Talvez um
ou dois dos outros, Savage, Storm ou Ice teriam acabado com eles.
Blythe estremeceu. Por um momento, ela tinha esquecido que estava
lidando com homens que não tinham remorso em matar. Reaper era tão
casual, como se estivesse falando sobre o tempo. Esses homens foram

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treinados como assassinos, ela pensou que Gavriil era ruim, que os outros
tinham feito o que precisavam para sobreviver. Sim, eles eram capazes de
matar se não tivessem outra escolha, mas Viktor e Reaper e provavelmente
os outros fariam por escolha. Eles não pareciam ter um meio termo.
— Você não coloca um dedo sobre aqueles meninos, —disse Viktor, seu
tom baixo.
— Não estava planejando usar minhas mãos, Czar. Uma bala teria
funcionado. —Reaper soou tão calmo quanto sempre.
— Dê. O. Fora. Porra.
Blythe jogou as mãos para o ar. — É isso ai. Terminei. Estou no meu
limite absoluto. Viktor, saia. Saia e leve seus homens com você. Todos eles.
Vou entrar e ir para a cama.
Ela se virou e os seis irmãos de nascimento de Viktor estavam atrás deles,
todos encarando Reaper com os olhos gelados.

180
— E vocês. Todos vocês. Vão para casa. Estou perfeitamente bem.
Perfeitamente bem. Lamento que vocês tenham sido chamados no meio da
noite, e agradeço por terem vindo, mas vão para casa. Ilya e Lev, ambos
devem se envergonhar de vocês mesmos. Seu irmão chega em casa e, em vez
de recebê-lo, vocês são desagradáveis e malvados. Eu tenho vergonha de
vocês dois. Eu não me importo que ressentimentos vocês tenham, o mínimo
que vocês deveriam ter feito era perguntar como ele estava. Agora vão. Todos
vocês.
Ela se afastou de Viktor, passou diretamente através da parede de irmãos
Prakenskii, bateu a tela e depois a porta, apagou a luz da varanda e subiu as
escadas. Ela estava tremendo quando chegou ao topo da escada. Esperava
que ninguém fosse morto na sua varanda da frente. Se o fizessem, ela iria
enterrá-los na floresta e então ela iria entrar em seu carro e dirigir.
Agachou-se no alto da escada, cobriu o rosto com as mãos e deixou-se
chorar. Ela pensou que não teria mais lágrimas, mas Viktor tinha desatado
uma inundação inteira. Ela nem mesmo se incomodou em ouvir se os

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homens chegaram as vias de fato ou não. Eventualmente, ela se arrastou até


o quarto principal. O perfume de Viktor estava em toda parte. Sua jaqueta
jeans estava na ponta da cama.
Ela deveria tê-la atirado para fora do quarto, mas ela não podia. Em vez
disso, ignorou-a completamente, tomou um banho de perfume, na esperança
de que seu perfume cobrisse o cheiro picante de Viktor, que ela amava, e se
preparou para a cama. No final, pegou a jaqueta, segurou-a como um
cobertor favorito, puxou as cobertas, apagou a luz e adormeceu de pura
exaustão.

Blythe acordou rapidamente, consciente de que não estava

181
sozinha. Ela puxou o ar em torno dela para tentar determinar quem estava
no quarto com ela e se ela estava em perigo ou não.
— Você está acordada?
Ela reconheceu a voz. Reaper, amigo de Viktor. Imediatamente se
sentou, segurando a jaqueta de Viktor, agradecida por não ter dormido nua
como normalmente fazia. Ela tinha um pouco de medo que Viktor
aparecesse, e ela não queria se sentir vulnerável. A ansiedade a dominou. Ela
empurrou o cabelo caindo em sua face para trás e olhou freneticamente ao
redor procurando Viktor. Reaper tinha que ser capaz de ouvir seu coração
batendo forte. Ela sentia como se seu coração pudesse sair direto do peito.
— Alguma coisa está errada? Algo aconteceu com ele? —Ela empurrou
as cobertas rapidamente. — Leve-me até ele. Vou ligar para a Libby. Ela está
em casa e ela pode curar qualquer coisa. —Não havia como esconder o
repentino terror em sua voz. Viktor tinha acabado de voltar para casa. Será

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que Evan já sabia que ele estava disfarçado? Tinham atirado nele? Mataram-
no? Seus irmãos de nascimento perderam a cabeça e o atacaram?
Reaper balançou a cabeça enquanto ela jogava as duas pernas no chão
se preparando para encontrar suas roupas. Ela nem sequer teve tempo de se
sentir envergonhada por estar em seu top de dormir e shorts de menino, ou
que tinha o casaco de Viktor apertado contra ela. Só então ela percebeu que
eles não estavam sozinhos. Ela virou a cabeça para o canto onde estava sua
cadeira de leitura. Uma mulher estava enrolada ali, observando-a de perto, a
mesma mulher que esteve tão casualmente sentada, como se ela pertencesse,
na traseira da motocicleta de Viktor.
Blythe respirou fundo quando sentiu tudo dentro dela se congelando.
Muito lentamente, ela colocou a jaqueta na cama ao lado dela como se
tivesse sido pega fazendo algo errado. Antes de qualquer coisa, ela tinha que
saber que Viktor estava vivo e bem.
— Eu nunca deixaria que nada acontecesse com ele, —Reaper
assegurou. — Savage e os outros estão olhando por ele, mas eu queria falar

182
com você. Nós dois queríamos.
— Entendi, —Blythe disse, mas ela não entendia nada. Agora se sentia
em desvantagem. A mulher no canto era mais jovem do que ela, e muito
bonita. Ela usava maquiagem enquanto Blythe lavara com cuidado o pouco
de maquiagem que usara.
— Nós não estamos aqui para te ameaçar de qualquer maneira, —disse
Reaper.
Ele tinha os olhos mais mortos do que qualquer homem que ela já
tivesse visto. Ela não conseguia evitar tremer ao olhar para ele. Ele era frio,
completamente. No entanto, era intensamente leal a Viktor, e ela poderia
gostar dele.
Ela balançou a cabeça e se forçou a se acalmar. Ela sempre se mantivera
calma diante dos gritos de sua mãe. Ela poderia aplicar a experiência da
infância, muito bem aqui. Seus dedos se arrastaram e atravessaram os lençóis
até a borda da jaqueta. Um talismã. Reaper viu, mas ela não se importava

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com o que estava revelando a ele. — Você quer algo para comer? Beber?
Tenho certeza de que conseguiria encontrar algo para os dois. —Ela manteve
seu tom amigável, mas não muito. Ela não queria que eles vissem através da
sua fachada.
— Vou acender a luz, —advertiu Reaper. — Eu quero lhe mostrar uma
coisa.
Ela envolveu seus braços ao seu redor. Viktor tinha sido o homem mais
sem modéstia que já conhecera. A nudez não significava nada para ele. Tinha
sido ele a levá-la a dormir sem roupa. Ele gostava de fazer amor com ela em
seu quintal. Uma vez na varanda da frente, no meio da noite. Ele não parecia
ver nada errado em tocá-la, não importando onde eles estavam, e ele gostava
que ela fizesse o mesmo. Uma vez, ela foi muito corajosa e caiu de joelhos
após nadar nua com ele no rio e chupou-o, o proibido de estar ao ar livre
aumentando a excitação.
Reaper removeu lentamente sua jaqueta e então puxou para cima sua
camiseta com uma mão. Ela apenas ofegou quando viu seu corpo. Viktor

183
tinha cicatrizes, mas nada como as que o corpo de Reaper tinha. Elas
estavam por toda parte. Queimaduras, feridas antigas de faca, cicatrizes de
balas, pelo menos um tipo de chicote, outras cicatrizes que ela não podia
identificar, mas achava que tinham sido feitas por coisas piores que ela não
tinha idéia.
Ele lhe deu as costas. — Alena. Venha aqui. Eu quero que você mostre
a ela enquanto eu explico.
Alena graciosamente escorregou da cadeira como um gato furtivo,
movendo-se com uma ondulação fluida dos músculos. — Eu sou Alena. —
ela se apresentou ao passar por Blythe. — Eu queria te conhecer a muito
tempo.
Blythe forçou um pequeno sorriso. Alena não soava como a ‘outra
mulher’. Ela não estaria lá para cortá-la em pequenos pedaços se Viktor fosse
seu homem? Estava mais confusa do que nunca. Parte dela sabia que tinha
achado que Alena era mulher de Viktor, a fim de mantê-lo afastado. Mais

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uma vez, porque ela estava com um pouco de medo do que eles planejavam,
ela deixou sua mão deslizar sobre o casaco de Viktor.
— Quero que você dê uma boa olhada nesta tatuagem. —A voz de
Reaper estava tão morta quanto seus olhos. Baixa. Tão baixa que era quase
um fio de som, mas ao mesmo tempo, comandando e fria. Não haveria
desobediência a essa voz, não sem saber que a conseqüência seria a morte.
Blythe o atendeu de boa vontade. Ela olhou para a tatuagem horrível
que tomava uma boa parte de suas costas.
— É importante você saber exatamente quem e o que Viktor realmente
é. Por que andamos com ele. Porque nós o protegemos. Você vê o tronco da
árvore. É Viktor. Ele tinha treze anos quando eu cheguei na escola. Eu tinha
quatro e meu irmão três anos quando fomos tirados de nossos pais. Houve
duzentos e oitenta e sete estudantes que ao longo dos anos foram levados
para aquela escola. Dezoito de nós sobreviveram. Você vê os membros da
árvore? Há dezessete deles.

184
Alena tocou cada um dos ramos nas costas de Reaper.
— Viktor salvou os dezessete de nós. Ele não apenas salvou nossas vidas.
Ele salvou nossa humanidade. Ou pelo menos ele conseguiu salvar a maior
parte de nossa humanidade.
O olhar de Blythe saltou para o rosto de Reaper enquanto ele a olhava
por cima do ombro. Ela sabia que ele estava lhe dizendo que não havia
humanidade nele, e ela acreditou. O que quer que este homem tivesse
passado foi pior que o inferno.
— Os corvos nas árvores representam as crianças que não pudemos
salvar. Eles carregam os crânios dos que foram mortos para vingá-los.
Alena tocou os corvos quase reverentemente e depois se afastou quando
Reaper alcançou sua camisa e puxou-a de volta pela cabeça.
— Os crânios no chão? Nas raízes?
— Cada um de nós tem um número diferente. Somos assassinos. Foi
para isso que nos treinaram e foi nisso que eles nos transformaram para o

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governo. Outros, nós matamos para sobreviver. Cada um de nós carrega o


peso disso em nossa pele.
Ela levantou os olhos para ele. Havia pilhas de crânios naquele sistema
radicular, tantas que ela não estava certa de que podia contá-los. Esse era o
homem mais assustador que ela já tinha conhecido. — Você está me dizendo
isso, porque …
— Eu não posso te dizer por que Viktor lutou para nos salvar, só que ele
sabe. Ele é um bom homem. Ele é o melhor. Ele ainda luta por nós. Em todo
o tempo em que o conheço, as únicas coisas que ele pediu foram para ajudá-
lo a manter seus irmãos de nascimento seguros e a cuidar de você. Você é tudo
para ele.
Blythe fez um movimento involuntário para longe dele quando ele se
virou, rejeitando o que ele estava lhe dizendo. Ela sacudiu a cabeça, enfiando
cuidadosamente os dedos no casaco de Viktor para lhe dar coragem. Ela não
sentia nenhuma ameaça de nenhum dos dois, na verdade, ela não conseguia
sentir as emoções de Reaper. Apenas as de Alena.

185
— Ink, um de nossos irmãos, começou esse esboço quando éramos
adolescentes. Eventualmente ele o aperfeiçoou e nós o tomamos como nosso
símbolo. Nós nos chamamos de Torpedo Ink.
Blythe sabia que na Rússia, às vezes um atirador ou assassino era
chamado de torpedo. O Ink poderia ser um jogo com a palavra incorporada.
Qualquer que fosse o motivo do nome, ninguém deveria julgar o valor pela
face, muito menos ela. Estes eram os homens e mulheres que Viktor esperava
que ela tomasse junto com uma adolescente desconhecida. Ela esmagou sua
jaqueta com o punho.
— Por que um clube de motoqueiros? Isso não lhes trás atenção
indesejada? Todos vocês tinham de ser cuidadosos para não chamar a
atenção para vocês mesmos.
— Nós montamos porque nos faz sentir livres quando nunca fomos
livres. Viktor nos deu isso também. Foi difícil tirar nossas cores e montar com
o Swords, mas o seguiríamos a qualquer lugar.

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Alena assentiu solenemente. — Eu estaria morta se não fosse por Viktor.


Ele descobriu uma maneira de nos manter vivos naquele lugar horrível. Nós
conseguimos por causa dele. Eu sei que pareceu ruim, eu estar na moto, mas
os Swords jamais acreditariam que ele se afastasse das outras mulheres se
não tivesse uma Old lady. Fingir protegeu nós dois. Juro que ele é um irmão
mais velho para mim, nada mais.
Blythe não sabia o que dizer, então ficou em silêncio. Ela tinha
sentimentos mistos sobre eles virem a ela no meio da noite em nome de
Viktor, principalmente porque isso a fazia gostar deles, e ela não queria sentir
qualquer coisa por eles, especialmente Reaper. Ela se preocupava que ele
fosse incapaz de se sentir emoções verdadeiras, mas claramente, ele sentia
algo por Viktor.
Ela limpou a garganta. — Então vocês tinham realmente formado um
clube antes de Viktor montar com os Swords.
Reaper assentiu com a cabeça. — Descobrimos as motos e a estrutura de
uma família, sabendo que tínhamos uma as costas um dos outros em todos

186
os momentos, não importa qual o trabalho que fazemos nos manteve sãos.
Bem, ele olhou para Alena, "alguns de nós."
— Você é são, Reaper, —ela repreendeu suavemente. — E nós éramos
uma irmandade, uma família, muito antes do clube.
Reaper deu de ombros e voltou toda a sua atenção para Blythe. —
Depois que Viktor a conheceu, ele ficou diferente. Eu pensei que o
perderíamos antes disso. Todos nós o observávamos com muito cuidado.
Ela levantou a cabeça. — O que quer dizer com perdê-lo?
— As mortes de todas aquelas outras crianças pesavam nele muito
pesadamente. Ele se culpou por não ser capaz de impedi-las, —explicou. —
Diabos, ele tinha dez anos quando chegou lá. Algumas das crianças eram
mais velhas do que ele. Ainda assim, isso não importava. Seu senso de
responsabilidade já estava tão desenvolvido que ele assumiu essa carga. Às
vezes, ele simplesmente não podia viver com isso.

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Por um momento ela não conseguia respirar. Apenas o pensamento de


Viktor se matando era demais depois de reviver a morte de sua filha com ele.
Involuntariamente, ela trouxe a jaqueta a seu rosto e segurou-a por um
momento, despreocupada do que qualquer um deles pensasse.
Ela se lembrou de mais de uma noite acordando com Viktor sentado na
beira da cama, cabeça nas mãos, o suor perolando seu corpo, sua respiração
desgrenhada como se ele tivesse corrido uma maratona. Ele não falava com
ela, então ela falava da única maneira que podia, ela fazia amor com ele,
ferozmente protetora, totalmente entregue a ele, dando-lhe tudo o que ele
exigia e precisava. Ele a segurava tão firmemente depois, que ela achava que
cada osso em seu corpo poderia quebrar, mas ela nunca protestou.
Eventualmente ele adormecia, e ela o velava como se pudesse evitar que
qualquer terrível pesadelo pudesse rastejar em seu mundo. A idéia de que
Viktor pensasse em terminar sua vida era aterrorizante para ela.
— Uma vez que ele te conheceu, seu mundo inteiro pareceu mudar. Ele
ficou feliz. Ele realmente ria. Ele estava diferente. Quando ele teve que deixá-

187
la, ele ficou devastado. Ele planejava voltar para você imediatamente, mas
Absinthe foi baleado e ficou no meio de uma situação muito ruim. Viktor era
o mais próximo, então ele tentou salvá-lo. Eles tiveram que se esconder por
algumas semanas e, em seguida, Sorbacov deu-lhe um trabalho.
Ela percebeu que Reaper estava desconfortável em lhe dizer tanto, mas
falando a verdade. Ele estava saindo do seu papel habitual para defender um
homem que ele claramente amava. Isso fez com que ela o quisesse ouvir
quando, antes, ela estava relutante em saber mais sobre Viktor ou sua vida
sem ela.
— Você nunca recusava Sorbacov ou encontrava vários homens em sua
porta. Mais, Sorbacov ameaçou seus irmãos. Ele mandou mensagens,
Blythe. Eu as vi. Ele tentou fazer com que seus irmãos de nascimento a
olhassem. Eventualmente, nós o fizemos, mas você estava aqui naquela
época e parecia bem e feliz. Ninguém sabia por que você não respondeu. Ele
só podia supor que era porque você estava zangada com ele

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injustificadamente. Ele pensou que se pudesse chegar aqui para falar com
você, poderia explicar tudo.
Ela sabia que ele estava dizendo a ela a verdade. Ela chorou por dentro,
por ambos, Viktor e ela. — Há coisas que aconteceram enquanto ele estava
longe, —ela disse suavemente, tentando explicar sem lhes dizer. Não podia
voltar lá, não à noite, não quando estava sozinha e Viktor estava tão perto.
— Coisas que às vezes tornam impossível voltar. —Ela orou para que ele não
perguntasse, porque ela tinha a sensação de não poder dizer não a Reaper
quando ele fizesse a pergunta. Talvez ele já soubesse. Ele estava no telhado
quando Viktor e ela estavam conversando.
Alena sentou-se na cama ao lado dela. — Não precisa voltar Blythe, —
disse ela suavemente. — Só siga em frente. Viktor nos ensinou isso. O que
aconteceu com você, e eu sei que foi ruim porque Viktor estava uma bagunça
hoje à noite, aconteceu, você tem que seguir em frente. Esperemos que com
ele. Apenas dê a ele a chance de falar com você. Realmente falar e você ouvir
o que ele está dizendo. Sei que ninguém vai te amar mais ou melhor.

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Ela se viu balançando a cabeça quando tudo nela gritava pela auto-
preservação. Ela molhou os lábios secos antes que pudesse realmente
encontrar a sua voz. — Viktor não é o tipo de homem que desisti quando
quer alguma coisa.
— Isso é verdade, —disse Alena, — mas ele gosta que você tenha uma
boa vida aqui, e ele não quer mexer com sua vida. Ele vem com bagagem,
conosco. —Ela olhou para Reaper e depois para suas mãos.
Era a primeira vez que Alena parecia incerta, e no começo Blythe pensou
que poderia estar fingindo, como se estivesse fazendo um papel para obter
simpatia. Alena tinha sido treinada para parecer com qualquer coisa que
quisesse. Como Viktor e Reaper também. A única coisa que uma pessoa não
podia fazer era fingir uma falsa emoção ao seu redor. Blythe sentiu essa
incerteza.
— Quais são os seus planos? —Perguntou gentilmente, porque estava
em sua natureza acalmar outros em perigo.

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— Estamos olhando terras na região de Caspar. Há muita terra e casas


a venda lá, e nós precisaríamos ser capazes de comprar terras que são
zoneadas para empresas também. Nós nunca tivemos uma casa base.
Pensamos que Ink poderia ter uma loja de tatuagem. Eu gostaria de um
restaurante. Eu amo cozinhar para muitas pessoas. Algo pequeno, mas
agradável. Keys, Master, Player e Maestro gostariam de ter um pequeno
clube para que eles pudessem jogar regularmente, e há um trailer a venda.
Isso seria fantástico. —Entusiasmo se derramou em sua voz. — Transporter
e Mechanic adorariam ter sua própria garagem onde poderiam construir
carros personalizados e motocicletas e mexerem nelas o dia todo.
Blythe olhou para os traços em branco de Reaper. Ele poderia ter sido
esculpido em pedra. As linhas em seu rosto eram fundas. Não haveria planos
para uma loja para ele. Ela não podia imaginar como ele poderia
possivelmente se integrar novamente na sociedade. Aliás, ela duvidava que
algum deles pudesse.
Os irmãos Prakenskii não tinham, não realmente. Stefan ajudava Judith

189
com a galeria de arte, e Lev saia com Rikki no barco para mergulhar por
ouriços do mar. Maxim liderava a segurança de Airiana, que trabalhava para
o departamento de defesa. Gavriil ficava perto de Lexi na fazenda, longe das
pessoas. Casimir tinha acabado de voltar com Lissa, e Blythe não tinha idéia
de quais eram seus planos.
— Não diga não a ele por nossa causa. —disse Reaper. Era a primeira
vez que sua voz soou um pouco áspera. Tinha caído uma oitava, fazendo
Blythe procurar seu rosto. Não havia expressão, mas algo acontecia atrás
daqueles olhos frios.
— Eu não faria isso. —disse Blythe. — Realmente, meus problemas com
Viktor não têm nada a ver com vocês.
Apenas estar no mesmo quarto com Reaper rasgava seu coração. Ela
podia ver por que Viktor se preocupava com ele. Era doloroso vê-lo e senti-
lo. E Alena ... A mulher era jovem e claramente letal. Blythe tinha um radar
embutido, sua bússola quando se tratava de ler pessoas. Quando criança,

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sabia que havia algo errado com sua mãe. Alena parecia a mais doce
inocente, mas ela parecia ... Perigosa.
— Mas, você quer dar-lhe uma chance, não é?
Essas palavras suaves escovaram as paredes de sua mente e Blythe
imediatamente recuou. Simultaneamente, Reaper soltou um rosnado baixo.
— Alena. Nós concordamos. Sem manipulação. Não em Blythe. Ela é uma
de nós. Ela é a mulher escolhida por Viktor. Sua esposa, e isso é sagrado.
Com a reprimenda, os olhos de Alena nadaram com lágrimas e suas
barreiras caíram. A força de seus medos atingiu Blythe tão forte que ela se
enrolou sob o impacto. Alena estava apavorada. O que Reaper faria para ela?
— Sinto muito, sinto muito, Blythe. Eu prometi a Reaper antes de
virmos aqui, mas estou com muito medo de perder Viktor.
O alívio foi tremendo. Alena não tinha medo da retaliação de Reaper,
ela estava com medo por Viktor. Não havia fingimento nesse medo
esmagador. Com alívio veio o tremor. Se sua "família" tinha tanto medo de

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perdê-lo, tinha que ser real. Agora que ela o vira, agora que sabia que algo
ou outra pessoa tinha o impedido de chegar até ela, ela sabia que não poderia
viver sabendo que ele não estava em algum lugar no mundo.
— Eu vou falar com ele, mas eu não posso prometer qualquer coisa.
Quando ele atirou em Ray, soltou a arma e depois me agarrou, sussurrando
que estaria de volta em um par de dias para explicar, eu mal registrei isso.
Mais tarde, quando o policial confirmou quem Ray realmente era, foi tudo
em que eu conseguia pensar. Pensei que talvez ele fosse um dos rapazes que
Ray tinha vendido, ou o irmão de algum deles e era uma coisa de vingança.
Eu não sabia muito sobre os Prakenskiis até que Lev chegou. Minha prima
Joley é casada com Ilya Prakenskii, o irmão mais novo, mas eu não circulo
exatamente em seus círculos, então eu nunca conversei com Ilya sobre seus
irmãos.
— Ilya parecia protetor com você.

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Seu olhar mais uma vez saltou para o rosto de Reaper. Não havia
expressão e seus olhos voltaram a estar mortos, mas ele esteve na casa em
algum lugar, vigiando Viktor. Mesmo os Prakenskiis não sabendo ou não
teriam permitido. Nem mesmo Gavriil, e ele era muito parecido com Viktor.
Ao mesmo tempo em que ela tinha ficado um pouco desconfortável que
Reaper pudesse entrar em sua casa sem ser visto, ela estava grata por ele se
dedicar a proteger Viktor.
— Todos os Prakenskiis têm um instinto extremamente protetor. Joley
é minha prima. Isso faz de mim família. Eles também têm um grande senso
de família.
— Nós também, —disse Alena.
— É melhor irmos, —disse Reaper. — Viktor iria arrancar meu couro se
ele soubesse que eu estive aqui. E eu tenho que contar a ele. Ainda tenho que
fazer isso.
— Alena, só uma coisa. —disse Blythe. — Então nós nos entenderemos.
A manipulação não funciona em mim. Eu sinto a energia e emoção quando

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você está usando e é fácil o suficiente para evitar.
O sorriso de Alena foi lento ao vir, mas quando o fez, foi cheio e real. —
Bom saber. —Ela se levantou. — Obrigado por nos escutar.
— A qualquer hora, mas, Reaper, por favor, não faça um hábito essas
visitas à meia-noite. Costumo dormir sem roupa.
— Não me incomodaria.
Ela suspirou. Ela teve a sensação de que ele estava dizendo a ela a estrita
verdade.

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Viktor estudou a terra do lugar onde estava sentado em sua
moto. O oceano estava na frente dele, e parecia que uma tempestade estava
se formando. Ele gostava da costa do norte da Califórnia. O oceano podia
ser selvagem e bastante violento às vezes e em outros, tão claro quanto o
vidro. Os vários estados de espírito lhe serviam.
Ele ergueu o rosto para pegar o vento vindo do mar. Havia um bocado
de terra para vender na pequena vila de Caspar. A cidade deve ter sido

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prospera, mas ao longo dos anos, se reduziu a uma cidade fantasma. Ele
gostava da idéia de comprar a maior parte do que tinha sido a cidade ao longo
da costa, com várias casas. Eles poderiam fazer muito com o lugar. Ele queria
ter certeza de que cada um deles tinha a loja ou o restaurante com que tinham
sonhado há muito tempo. Não era tarde demais para nenhum deles ... Ele
esperava. Os dois com quem ele se preocupava mais, Reaper e Savage, ele
não tinha idéia do que fariam.
O rugido de quatro Harleys lhe disse que os dois irmãos estavam
chegando com dois outros. A julgar pelo som, Ice e Storm, os irmãos de
nascimento de Alena, estavam com eles. Eles tinham pesquisado por algum
tempo. Os outros ainda estavam nos acampamentos que montaram em um
acampamento com o nome interessante de Jughandle. Não era um lugar para
o Swords, tinha muitos civis, mas deu a Torpedo Ink acesso a Sea Haven e
Fort Bragg.
Passaram vários dias, três, desde que ele conversou com Blythe. Ela
tinha desaparecido. Ele sabia que ela não tinha voltado para casa porque

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tinha passado as últimas três noites em sua cama. Ela não estava com
nenhuma das "irmãs" também. Ele tinha verificado. Repetidamente.
Ele tinha um trabalho a fazer, e se não se recuperasse logo, seria morto.
Melhor do que tentar viver sem ela. Ele imaginou que o próximo passo era
perguntar a uma de suas irmãs. Elas provavelmente bateriam a porta na sua
cara, mas ele se manteria atrás deles até que encontrasse. Ele tinha aprendido
quando criança, que se quisesse sobreviver, que se ele precisasse de alguma
coisa, de comida para as outras crianças a suprimentos médicos precisava
forçar até conseguir.
Reaper e Savage pararam de um lado dele, Ice e Storm do outro. Ele
olhou para eles e então para o oceano. Problemas. Ele sabia o que estava
chegando. Isso o deixara sozinho um pouco demais.
— Contem-me.
Os quatro homens desligaram os motores e ficaram como ele, montando
suas motos.

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— Você estava certo. Aquele bastardo está à altura de seus velhos jogos.
Ele enviou outra equipe, e eles estão nos observando, não montando um
acampamento. Eles estão em Sea Haven agora, agindo como tolos.
Começaram a aborrecer os moradores. Alguém vai chamar o xerife, e isso
vai se transformar em um banho de sangue. Pelo que eu vi daqueles dois,
Harrington e Deveau, não há apoio para eles, —disse Reaper.
— Eles estão vigiando a fazenda? —Ele manteve os olhos nas ondas
quebrando, a quietude se instalando nele. Ele era usado para resolver
problemas. Ação. Ele precisava dela, e os Swords estavam entregando-o como
um cordeiro de sacrifício.
Ice respondeu. — Eu os segui. Eles ficaram no bar local, lá na rua
principal. Eu posso dizer que fizeram de tudo quando saíram. Falando alto.
Chamaram a atenção para si mesmos. Eles estão aqui em uma operação
secreta, mas eles estão fazendo alarde de si mesmos.

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Viktor franziu o cenho. — Talvez eles devessem nos encontrar e


acampar conosco, a primeira onda antes que os outros cheguem. —Ele
esperava que não. Estava inquieto e nervoso. Isso sempre foi um mau sinal
com ele. Ele precisava de ação, assim como Reaper, Savage e os outros.
Savage sacudiu a cabeça. — Peguei dois deles espionando nosso
acampamento. Passei um pouco de tempo com eles, isso foi que nos fez ir à
cidade à procura dos outros.
Viktor franziu o cenho para ele. — Você passou algum tempo com eles?
— Foi necessário, Czar. —disse Savage. — Peguei os bastardos se
masturbando enquanto olhavam para Alena quando ela estava tomando
banho.
— Eu aposto que ela se desnudou agradávelmente e lentamente para
eles, mantendo a atenção nela enquanto vocês dois rastejaram sobre eles e
‘os pegavam’ em flagrante.
— Não há necessidade de sarcasmo. Alena não pode deixar de ser

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bonita, —disse Ice. — Mas ninguém vai ver minha irmã no chuveiro quando
ela acha que está sozinha.
Alena não achou que estava sozinha. Se Savage os apanhou, foi porque
Alena deliberadamente deu um show para manter sua atenção. Era o truque
o mais fácil do livro e sua família tinha usado-o mesmo quando crianças.
Alena e Lana tinham usado essa técnica mais de uma vez quando estavam
pegando o pior dos pedófilos na escola.
— Eu não quero nenhuma retaliação. Sério, vamos nos estabelecer aqui.
Não podemos ter corpos aparecendo, —Viktor advertiu. — Especialmente se
eles têm alguma marca devido a uma ‘conversa’.
Savage encolheu os ombros. — Uma coisa boa sobre esta parte do país
é que tem muitos lugares para desova. Ninguém vai encontrá-los.
— Certifique-se disso. E certifique-se de que nada possa ser rastreado até
você.

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Savage não se incomodou em responder uma segunda vez, nem Viktor


esperava que o fizesse.
— Eles estão usando suas cores?
— Não, mas eles estão falando alto, —Storm disse. — Eles querem que
todos tenham medo deles. É bastante óbvio. Deveau ou Harrington vêem,
com certeza haverá um confronto.
— Quantos?
— Seis na cidade. Os outros dois não importam muito agora, —
respondeu Ice.
Vitor suspirou. — Quero que todos vocês me escutem. Vocês não têm
que ficar aqui e fazer desta nossa base. Vocês não precisam. O único laço que
vocês têm com este lugar sou eu. Tenho Blythe e preciso dela.
Ele não falava de sentimentos com seus irmãos, simplesmente não era
feito, mas alguém tinha que abrir caminho para outra vida. Nenhum deles

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sobreviveria se continuassem como estavam. — Eu não vou mentir para
vocês sobre isso. É fazer isso ou não para mim aqui. Se continuarmos
fazendo o que fazemos, mais cedo ou mais tarde vamos cruzar uma linha
que não poderemos voltar. Eu não estou disposto a fazer isso.
— Que porra, Czar, —Reaper estalou. — Ninguém está querendo sair.
— Então não podemos fazer uma prática de matar em nosso próprio
quintal.
Storm emitiu um som como se estivesse sufocando. Viktor virou a
cabeça para olhá-lo, mas uma parte dele não pôde deixar de ficar um pouco
satisfeito que Storm achasse qualquer coisa engraçada. Nenhum deles ria
muito. Eles não tinham muita coisa para rir. Eles certamente nunca
mostravam seu lado humorístico para ninguém além de seus irmãos e irmãs.
— O que é tão engraçado?
— Não podemos fazer uma prática matar em nosso próprio quintal.
‘Aprendemos em nosso próprio quintal’. É o que nós fizemos e o que nós

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fazemos. —Ice respondeu por seu irmão. — Você acha que de repente vamos
para a igreja aos domingos?
Ok, talvez tivesse sido um pouco engraçado. Viktor manteve o rosto
inexpressivo. — Se eu disser que vamos à igreja, vamos a igreja, —declarou.
Storm e Ice olharam um para o outro e depois para Reaper e Savage.
Reaper soltou um suspiro. — É um trocadilho, idiotas, vamos à igreja toda
vez que temos uma reunião oficial.
Viktor deixou escapar um sorriso. — Idiotas.
— Muito engraçado. Eu pensei que eu estava totalmente ferrado por um
minuto, —disse Storm. — Eu estava suando.
Ice balançou a cabeça. — Você tirou alguns anos da minha vida com
isso. Você está ficando estranho com a gente, Czar. Talvez você realmente
queira que nós frequentemos a escola dominical.
— Você poderia aprender algo. —informou Viktor.

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— Como se já não tivéssemos suficientes sermões de você. —murmurou
Storm.
Viktor teve que se aproximar, mas conseguiu prendê-lo pela parte de trás
da cabeça. — Quantos me seguem?
— Dois. —Reaper respondeu, soando quase entediado.
— Qual braço?
— Eles não estão vestindo suas cores, mas eu acho que eles são de fora
da Carolina do Norte. Eles têm o sotaque, —disse Ice.
Viktor montou sua Harley. Os outros fizeram o mesmo. Ele tinha que
começar a trabalhar agora, e não tinha resolvido as coisas com Blythe.
Esperava ter mais tempo, pelo menos mais uma semana para olhar ao redor,
encontrar o lugar perfeito que Evan queria para sua emboscada e, ao mesmo
tempo, fazer com que certos civis pudessem ser protegidos. Ele precisava
falar com seus irmãos de nascimento novamente para ver se eles conheciam

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um lugar que ele pudesse trazer a Swords e que não desse o alerta de uma
possível emboscada para o paranóico Evan.
Principalmente, ele precisava falar com Blythe. Ele não podia manter
sua mente no trabalho se ele não endireitasse as coisas entre eles. Mais ainda,
irritava-lhe que nenhuma das suas mensagens tivesse chegado. Ninguém
além de seus irmãos de nascimento sabia sobre o centro de mensagens que
haviam montado para emergências e para se comunicar uns com os outros.
Eles raramente o usavam, e apenas um código, apenas no caso de alguém
acidentalmente tropeçar nele, mas Viktor sabia que era quase impossível.
Um de seus irmãos o havia traído? Em caso afirmativo, qual? Não
Gavriil. Eles eram os mais próximos, e a escola de Gavriil não tinha sido um
piquenique. Ele tinha sido levado para a escola de Viktor uma vez para
assustar os irmãos. Ele sabia o quão ruim poderia ficar. Stefan ou Maxim?
Casimir? Ele não podia acreditar nisso.
Ele ergueu o rosto ao vento. Ele adorava ser livre. Ele tinha sido um

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prisioneiro por tanto tempo, trancado em um porão, às vezes acorrentado, às
vezes não, mas vivendo como um animal. Sempre faminto. Sempre receoso.
Não havia nada como a estrada aberta. O rugido de sua moto e a sensação
dela, sólida, parte dele, quando se moviam juntos como um, homem e
máquina. Enquanto montava, ele continuava em sua mente.
Ilya era um cabeça quente. Ele realmente não podia culpar o garoto,
embora parte dele, a parte ferida dele, o fizesse. Sorbacov trazia-lhe fotos do
bebê a cada poucos anos, para ameaçá-lo em trazer o menino para sua escola.
As crianças morriam a uma taxa alarmante. A última coisa que ele queria era
seu irmãozinho naquele lugar terrível entre criminosos e os ratos. As coisas
que seriam feitas a ele ...
Mesmo que o garoto o odiasse, ele não podia imaginar uma traição. Mas
Ilya iria ver dessa maneira? Ele claramente cuidava de Blythe. Ele apagaria
todas as mensagens de Viktor para Blythe com a crença equivocada de que
ele estava protegendo-a? Isso também não fazia sentido. Ele não conhecia
Viktor, não sabia que tipo de homem ele era.

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Ele sinalizou e desviou na Highway 1 para pegar a saída que levava a


Sea Haven. Ficava a apenas alguns quilômetros de Caspar, onde ele esperava
se estabelecer. Menos de cinco minutos. Dez para a fazenda, se ele acelerasse
um pouco. Era um bom lugar para tentar construir uma vida para seus irmãos
e irmãs. Havia algo de cura no ar do mar.
Ele avistou as motocicletas quando virou para a rua que conduzia à rua
principal. Eles estavam em frente a mercearia local. Fora do habitual, tinham
deixado um de seus membros mais novos com as motos. Ele tinha que estar
remendado, ou não teria sido escalado, então não faria falta em uma luta.
Ele pareceu chocado quando Viktor passou direto e estacionou sua moto
no espaço à esquerda da fileira de motos. O garoto balançou a cabeça em
direção à loja como se tentasse descobrir como advertir seus companheiros.
Ele puxou o celular do bolso e, quando Viktor passou por ele, puxou-o das
mãos dele. Reaper pisou nele com sua bota de motocicleta. Savage, Ice e
Storm seguiram o exemplo.
Viktor abriu a porta do supermercado. A adrenalina familiar bateu,

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correndo por suas veias Como uma droga. Ele flexionou seus dedos dentro
das luvas de couro, precisando bater em alguém. Duro.
— Você tem que pagar por isso. —A voz tremia um pouco, mas estava
determinada.
Um homem mais velho estava ao lado de uma mulher mais velha no
balcão. Os membros do Swords estavam ocupados pegando vários itens. Três
outros pegavam seis-packs de cerveja, enquanto um quinto empurrava um
menino que tinha que estar entre a adolescência e os vinte e poucos anos,
toda vez que o garoto chegava para pegar sacos de batatas fritas e latas que
rolavam.
— Deixe Donny ir, —uma voz feminina acrescentou. — Donny, saia
daqui agora.
— Feche a porra da boca ou eu vou fechar por você, —disse o primeiro,
o líder óbvio. Seu olhar foi para o menino que seu colega motociclista tinha
empurrado ao chão com o pé. Ele sorriu quando o garoto se virou no chão.

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Aquele sorriso quando o garoto pousou de barriga, braços e pernas


abertos. O olhar do medo no rosto da criança fez a raiva escura na barriga de
Viktor começar a queimar. O calor dentro cresceu correndo através dele. O
garoto parecia desamparado. Quantas crianças ele já tinha visto assim?
Talvez não fossem tão velhas como esta, mas ele não estava muito certo e
parecia muito jovem.
Ainda assim, o menino tinha coragem. Não lhe faria nenhum bem ir
contra o tipo de homens na loja. Quando ele tentou rolar, o motociclista
chutou-o novamente, desta vez nas costelas. Seus colegas motociclistas
uivaram de rir, como se estivessem assistindo a um filme, ao invés de ver a
dor se espalhando pelo rosto de um jovem. A raiva dentro de Viktor irrompeu
em um rio vermelho de ferocidade chamando para a violência. Enquanto as
imagens de crianças mortas brilharam na frente de seus olhos.
— Vou chamar o xerife. —disse a mulher.
— Faça isso. Ele não vai sair daqui vivo, —o líder estalou, inclinando-
se através do balcão e agarrando-a pelo pescoço. Ele a sacudiu.

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— Inez, —o homem mais velho sussurrou.
Ela parecia muito frágil, seu corpo magro como um boneco de pano. Ele
olhou para os outros, e todos riram. — Ele não pode fazer nada, sua velha
puta.
— Talvez ele não possa, —Viktor disse calmamente, — mas eu posso.
—A vontade estava sobre ele. A necessidade. — Solte-a agora. —Sua voz
podia ser baixa, mas trazia autoridade inconfundível. Tinha sido o Czar desde
que tinha dez anos, comandando crianças mais velhas do que ele, planejando
batalhas. Ele tinha aprendido a lutar e depois a matar com suas mãos. Há
muito tempo. Tantas mortes desde então. Estava em sua voz. Demônios
estavam em seus olhos. Necessidade era uma entidade viva, respirando.
Ao lado dele, Reaper, Savage, Ice e Storm se espalharam, prendendo os
cinco Swords entre eles e a saída. Ele acenou a cabeça em direção ao garoto
no chão e Ice caminhou até ele, estendeu a mão e ajudou o menino a ficar de

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pé. Muito lentamente, o líder soltou Inez e virou-se completamente para


encará-lo.
Donny se aproximou da mulher, deslizando atrás do balcão para
enfrentá-los. Ele parecia estar tentando não chorar. Claramente, os Swords
estavam atormentando-o a algum tempo.
— Quanto eles lhe devem, madame? —Indagou Viktor suavemente.
— Inez. —murmurou enquanto pegava o resto da cerveja e os cigarros
que o líder tinha pego. — Todos me chamam de Inez.
Ela estava nervosa. Sua mão estava tremendo, mais ambos ficaram
firmes, mesmo diante dos cinco homens procurando por problemas. Ele
podia ver contusões já se formando na pele fina da mulher. Seu pulso parecia
estar inchando. Havia nódulos no rosto do menino. A evidência de um
valentão batendo em um garoto e uma mulher estava acelerando no fogo que
já estava construindo dentro dele.

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— Isso não é da sua conta, —grunhiu o líder.
— Eles derrubaram as batatas fritas e as latas que eu vejo nos corredores?
—Viktor continuou, ignorando o líder do Swords, seu olhar sobre a mulher.
Ele não podia atacar primeiro. Ele tinha que fazer o líder atacá-lo, e tinha
que ficar muito, muito claro nas gravações. Ele tinha visto as câmeras no
momento em que entrou, embora ele tivesse sido cuidadoso para não olhar
para elas. Ele sabia que nenhum de seus irmãos também o faria, eles eram
muito bem treinados.
Inez acenou com a cabeça. — Eles quebraram os jarros de maionese e
picles.
Viktor deu um passo para trás e indicou os corredores. — Cavalheiros,
sugiro que limpem isso. Vocês não querem que eu os leve para trás do celeiro
e lhes ensine uma lição de boas maneiras.
Um rubor opaco veio sobre o líder. Ele cumpria ordens do presidente de
seu braço. Eles não iriam se envolver com Viktor e os outros, apenas observá-
los. Não era para atrair atenção, mas agora eles estavam sendo repreendidos

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pelos próprios homens que deveriam vigiar. Eles não estavam vestindo cores, e
tinham se encontrado, então o líder achava que talvez Viktor não soubesse
quem eles eram. Por outro lado, tudo o que havia nele se opunha a permitir que
alguém lhe desse ordens ou a seus irmãos.
— Foda-se, —ele estalou.
Viktor sorriu sem muito humor, provocando-o mais. — Desculpe, só
minha Old lady consegue fazer isso. Você, por outro lado, precisa pegar os
itens que você ou seus meninos derrubaram.
— Ou o quê?
— Ou nós vamos levar isso lá para fora e você vai ter seu traseiro
chutado. Inez vai chamar o xerife, e ele vai te acusar de roubo e vandalismo.
Eles provavelmente vão te trancar por algum tempo.
Agora, o líder tinha um dilema real. Ele provavelmente tinha contas
pendentes e não poderia dar ao luxo de ir para a prisão por besteira. Ele ficou

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de pé por um momento e então avançou em Viktor e balançou. Uma onda
de pura e selvagem alegria rasgou Viktor enquanto o agarrava, empurrava-o
e o jogava para fora. Savage, Reaper, Ice e Storm fizeram o mesmo com os
outros.
Viktor atirou o líder na rua, quase no caminho de um carro. O carro
freou, quando o homem levantou-se com um rugido, baixou um ombro e
correu para Viktor, balançando para ele. Ele deu um passo para o lado,
socando duramente o rosto do homem. Ele ouviu o barulho satisfatório das
maçãs do rosto e acrescentou dois golpes mais rápidos e duros, um
roundhouse11 à sua têmpora que o balançou e um uppercut12 em seu intestino.
Eles lutavam como dois guerreiros primitivos, embora tenha ficado claro que

11 Roundhouse – outra tecnica utilizada em artes marcias, utilizando a força da perna.

12 Uppercut – é um soco utilizado em várias artes marciais como no boxe, kickboxing e muay thai.

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Viktor estava mais brincando do que lutando. Cada golpe que ele dava era
suficientemente duro para balançar o homem. Inclusive lhe deu algumas
bofetadas, dizendo insultos para irritá-lo mais.
À distância, o som das sirenes crescia. O líder as ouviu depois de um
minuto ou dois e tentou se afastar, mas Viktor se recusou a permitir. Ele se
aproximou e bateu com os punhos no homem, conectando-se solidamente,
sentindo a quebra satisfatória de ossos e cartilagens. Ao redor dele, seus
irmãos faziam o mesmo com os outros.
Eles precisavam desta descarga, deste alivio. Reaper e Savage muitas
vezes lutavam por dinheiro, e sempre ganhavam. Viktor e os outros
apostavam neles porque não importava como, eles iriam recuperar seu
dinheiro. O dois era impossível de bater. Eles lutavam violentamente, todos
faziam. Eles não conheciam outra maneira. Eles lutavam porque precisavam
sentir o golpe familiar do punho contra a carne, a dor crua explodindo através
de seus corpos, a adrenalina que lhes dizia que estavam vivos e não era robôs

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feitos apenas para matar.
Ele detestava que esse homem e seus irmãos de clube machucassem as
crianças. Eles raptavam mulheres e as estupravam repetidamente. Eles as
espancavam, assim como faziam com os meninos e meninas, para torná-los
cooperativos. Não tinha sido nada para eles prejudicar a mulher mais velha
e o garoto. A raiva escura dentro dele tinha crescido tanto que ele via
vermelho, via as imagens das crianças mortas no chão, os seus corpos no
lixo, lixo para aqueles que os matavam. Eles matavam e depois saíram para
beber. Ele bateu, bateu, se perdendo no ritmo, tentando tirar a visão dessas
crianças de sua mente.
Viktor. Pare. Uma suave brisa escorregou pela neblina vermelha. O mais
leve dos toques. Quase uma carícia. O nome dele em seus lábios. Deus. Deus.
Ele a amava. Ele a queria. Logo em seguida, alto como uma pipa pelo
combate. Ele a queria apenas com o som de sua voz em sua mente. Pare
querido, ou você vai matá-lo.

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Ele queria matá-lo. Não era esse o ponto? Havia apenas alvos. Isso era o
que ele podia ver. Isso era o que ele podia sentir sob seu punho quando batia
profundamente.
Viktor. Pare agora mesmo e pare os outros. O xerife está vindo.
A preocupação em sua voz o quebrou e ele recuou, respirando com
dificuldade, tentando recuperar o fôlego, tentando forçar a raiva para trás e
fora de suas veias onde corria como uma droga.
O líder cambaleou e ficou de joelhos, o sangue escorrendo de um corte
sobre os olhos e o nariz. Havia um hematoma crescendo sob cada olho e sua
mandíbula inchava a um ritmo alarmante. Seu fôlego estava esfarrapado,
quando ele lutava por ar. Viktor sabia que suas costelas estavam quebradas e
ele não tinha força suficiente para levar ar ao pulmão.
— Parem. —Ele deu a ordem, sabendo que os outros ficavam tão ruins
ou pior do que ele quando eles lutavam. Era tudo ou nada. Não havia meio
termo, especialmente quando eles tinham a oportunidade de ir atrás de

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qualquer um dos Swords. Eles os consideravam os mais baixos dos baixos.
Para eles, eles eram pedófilos, homens e mulheres que brutalizavam crianças
inocentes. — Agora.
Assim como a voz de Blythe podia impedi-lo, seu comando era sempre
obedecido, exceto ocasionalmente Reaper—e isso somente quando a
segurança pessoal de Viktor estava em risco. Ele olhou para cima,
procurando por ela na multidão. Ela o salvou de espancar alguém até a
morte, bem na frente de uma multidão. Seu radar a encontrou imediatamente
e seu coração apertou forte em seu peito.
Ela estava linda. Linda. Sua mulher. Ele nunca tinha olhado para outra
mulher como olhava para ela. Ele fazia amor com ela, porque seu corpo
reconhecia o dela e respondia naturalmente a ela. Isso era um presente. Um
presente inestimável.
Você não pode olhar para mim ou tocar em mim se os policiais me prenderem.
Vá embora, Blythe. Isso é perigoso. Ele esperava que ela entendesse que ele
estava trabalhando e todos estavam em perigo. Ele mataria cada um desses

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homens na frente de toda Sea Haven se ela estivesse em perigo e iria para a
prisão feliz para mantê-la segura.
Ela estava com outra mulher, alta, esbelta, cabelo longo e brilhante. Ela
parecia exótica com sua pele e olhos de gato. Ele a reconheceu como Judith,
a mulher casada com Stefan, das fotografias na casa de Blythe.
As duas mulheres atravessaram a rua, passando longe dos homens
sangrando, gemendo no chão. Imediatamente ambas abraçaram Inez e lhe
sussurraram. Lágrimas nadavam nos olhos da mulher, mas enquadrou seus
ombros. Viktor queria chutar a merda viva do homem que a machucara. Em
vez disso, ele cuidadosamente deu um passo para trás, com as mãos para
cima e para fora para mostrar que estavam vazias quando o carro do xerife
parou.
— Todos vocês, afastem suas mãos do corpo.
— Deixem-os fazer o que eles precisam fazer. Não podemos ir para a
cadeia agora, —ele sussurrou em um tom baixo, carregado. — Colaborem.

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Jackson Deveau saiu do SUV do xerife, entrando em cena, e então seus
olhos pularam para a calçada, procurando. Viktor seguiu seu olhar, viu-o
descansado sobre a mulher mais velha que tinha estado dentro da loja. Ela
estava na calçada, seu braço ao redor do garoto que os Swords tinham
empurrado. Ela acenou para Deveau, um movimento quase imperceptível.
Isso era interessante. Ela quis dizer alguma coisa para o xerife. Viktor
guardou essa informação como se tivesse entendido.
— O que está acontecendo aqui? —Perguntou Jackson, examinando os
seis Swords derrubados e os cinco homens com as mãos levantadas.
Viktor deu uma rápida olhada em seus irmãos. Talvez eles devessem ter
feito um trabalho melhor em deixar que os Swords os atingissem. Os olhos
de Deveau eram afiados e ele não iria perder o fato de que eles não estavam
nada machucados.
Várias pessoas começaram a falar de uma vez, mas foi Inez a quem o
xerife ouviu, Viktor observou. — Jackson, aqueles homens. —ela indicou os
que gemiam na rua, — entraram em minha loja, quebraram coisas, jogaram

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as coisas das prateleiras empurraram Donny e o machucaram, em seguida,


se recusaram a pagar. Eles nos ameaçaram, e sim, eu quero prestar queixa.
Se não fosse por esses homens, —ela marchou até Viktor como se ele fosse
seu amigo, — eles teriam feito um dano muito pior.
— Você está bem, Donny? —Deveau perguntou.
O garoto acenou com a cabeça. — Sim, estou. Mas eu tenho que entrar
e limpar a loja. —Ele balbuciou um pouco quando falou.
— Ainda não, nós temos que tirar fotos, —disse Deveau. — Inez, vá
ficar na calçada. Não conheço nenhum desses homens.
A mulher mais velha hesitou, mas quando o policial olhou para ela, ela
obedeceu-lhe relutantemente.
Ele voltou sua atenção para Viktor. — Você está armado?
Viktor assentiu com a cabeça. Ele estava tendo problemas reais em não
olhar para sua esposa. Ele nem uma vez, em todos os anos em que esteve

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disfarçado, teve um momento de fraqueza, mas ela estava ali, respirando o
mesmo ar. Seus olhos continuavam procurando por ela e ele tinha que se
policiar. — Tenho uma autorização para armas escondidas. Todos nós.
Temos facas em nossos cintos também. Não as usamos. Não usei nenhuma
arma. E ele atacou primeiro.
— Ponha suas mãos para baixo, —Jackson disse com algum desgosto.
— Parece que eu vou continuar encontrando você. Será que os problemas
seguem você de perto? —Ele estendeu a mão, e Viktor tirou sua carteira para
mostrar a licença que permitia armas ocultas.
— Documentos engraçados. —O sarcasmo gotejou.
A papelada era impecável. Viktor tinha feito sozinho. Ele lançou um
sorriso sarcástico que ele sabia geraria muitas perguntas, mas que iria
trabalhar em seu favor. Ele queria que os Swords fossem presos e chamassem
seu presidente para resgatá-los. Ele também queria que eles relatassem que
ele tinha entrado em conflito com os policiais e eles tinham dado a ele um

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tempo difícil. Ele estaria se reportando a seu próprio presidente depois de


terem resolvidos os problemas.
Mais carros de polícia pararam oficiais uniformizados emergindo com
armas de fogo apontadas. Jackson apontou para os homens deitados no chão.
O líder dos Swords cuspiu sangue na rua e gemeu alto. Jackson entregou a
Viktor sua licença e permissão antes de se agachar para revistar um dos
membros do Swords. Ele encontrou várias armas e meticulosamente colocá-
las de lado.
— Eu não revistei os que estavam em pé, mas parece que eles são os
bons nisto, —disse Jackson.
Dois dos oficiais agarraram Reaper duro e tentaram empurrá-lo para a
calçada. Ele resistiu simplesmente não se movendo. Ao mesmo tempo, os
dois ficaram irritados com ele, jogando-o no chão. Savage, Ice e Storm
fizeram um movimento em direção a eles, mas Viktor chegou lá primeiro.
Assim que ele pegou um pelo ombro e girou-o ao redor, Deveau estava lá,

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entre eles.
— Que diabos vocês dois estão fazendo? Vocês não me ouviram? Eles
impediram os que estavam ferindo alguém. Pelo menos os tratem com
respeito.
O oficial mais novo ficou vermelho escuro e murmurou um pedido de
desculpas. O mais velho pareceu aborrecido. Viktor abaixou e ofereceu a
Reaper sua mão, puxando-o para seus pés. Eles caminharam juntos para a
calçada. Reaper levantou as mãos para a busca, mas ficou em silêncio.
Savage fez o mesmo. Ice e Storm disseram aos oficiais de busca onde estavam
suas armas e que tinham permissão para carregá-las.
Uma ambulância chegou, e os homens algemados acabaram sendo
levados. Quatro para o hospital e os outros dois direto para a prisão. A prisão
ficava em Ukiah, a uma certa distância. Assim que os outros Swords tivessem
alta seriam levados também. Isso dava a Viktor um pouco de tempo para se
mover. Eles precisavam encontrar o acampamento onde as Swords estavam

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e deixar uma pequena surpresa para eles. Ele não iria deixá-los respirar no
pescoço dele enquanto estava tentando resolver as coisas com Blythe.
Ainda assim, ele tinha que ter cuidado. Os policiais olhariam primeiro
para ele se algo acontecesse ao grupo. Ele apostava que todos os membros
do Swords tinham passagens na polícia. No momento em que seus nomes
fossem puxados, iriam saber que estavam no território de outro clube sem
suas cores. Isso não ia pegar bem e poderia começar uma guerra que Evan
não queria. Sua idéia tinha sido deslizar os membros de seu clube para a área,
escondê-los em um acampamento e ser discretos. Então eles atrairiam o
xerife para eles, e Evan o mataria. Viktor não sabia como Evan achava que
colocaria as mãos na esposa de Deveau.
Ele ficou na calçada, esperando para ser interrogado enquanto os
policiais e ambulâncias levavam os seis membros do clube dos Swords
embora. A mulher mais velha marchou até ele junto com o menino. De perto,
ele pode ver que o garoto tinha mais ou menos 20 anos. Para seu absoluto

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desânimo, o menino tinha a adoração de herói em seus olhos.
— Obrigado. —disse Inez com firmeza.
Viktor deu de ombros. Pelo menos os Swords se foram e ninguém veria
a velha senhora caminhar até ele sem medo. Ele gostava dela. Havia algo
indomável nela. Seu corpo era fino e frágil, mas seus ombros estavam retos e
ela andava com a cabeça erguida.
— Eu tive muito medo por Donny. Ele não entende quando os outros o
intimidam, e foi uma coisa boa o que você fez.
Coisa boa que ele fez. Teria derrotado aqueles homens até a morte com as
próprias mãos. Ele não era bom. Nada sobre ele era bom. O que diabos ele
estava tentando fazer, achando que poderia viver com pessoas como esta
mulher? Seu olhar vagou de seu rosto para Blythe. Sua Blythe. Sua mulher.
Ela fazia seu coração ficar louco e seu corpo duro como pedra. O que
ele queria, não, precisava fazer com ela. Ela o viu agora, o verdadeiro Viktor.
Não apenas aquela concha externa onde ele poderia ser um camaleão e

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parecer com os outros ao seu redor. Ele não vivia em seu mundo. Ele entrava,
mas via coisas que eles não viam.
— Eu sou Inez Nelson, e este é Donny Ruttermyer. Donny ajuda na loja
e mantém um olho nela para mim a noite.
Que diabos? Por que ela contaria isso a ele? Não conseguiu impedir que seu
olhar se desviasse para Blythe. Ela estava na calçada, tentando não olhar para
ele, mas ela estava. Pequenos olhares furtivos a sua maneira. Por um
momento seus olhos se encontraram e a necessidade nele ficou tão terrível
que ele pensou que poderia simplesmente passar por Inez, caminhar até ela,
jogá-la sobre seu ombro e levá-la para longe.
Ela iria lutar com ele, mas ele iria ganhar. Tudo que ele tinha que fazer
era beijá-la. Ela se derretia quando ele a beijava quer ela quisesse ou não. Seu
corpo reconhecia o dele da mesma maneira que o dele fazia com o dela.
Maldita seja, que inferno, ele a queria. Ele não podia ficar tão próximo de
sua própria esposa e não estar com ela. Não era tão bom quanto ele pensou

208
que era, seu trabalho tinha o levado até lá. Ela já pensava que ele estava ali
para trabalhar, não por ela. Agora, como diabos ele poderia ignorá-la?
Ele se forçou a olhar para o garoto, tentando não ver a ânsia lá. Ele não
podia ser mau como devia, e empurrar o garoto para longe dele.
— Eles vão sair da prisão, senhora, e podem voltar no meio da noite e
retaliar contra você. Eles não tentarão me pegar, mas podem tentar incendiar
sua loja ou machucar o garoto, Donny. —No momento em que ele disse seu
nome, Donny sorriu para ele, um sorriso angelical.
— Eu cuido da senhora Inez e da senhorita Donna. —explicou Donny,
apontando um dos salões do outro lado da rua. Acima era obviamente um
estúdio.
Ótimo. Se os membros da Swords voltassem e incendiassem a loja, o
garoto desceria para detê-los e se mataria. Ele olhou diretamente para o
menino. — Se eles voltarem, você não vai sair. Você chama os policiais e o
corpo de bombeiros se for necessário, mas o que quer que você faça, não vai
enfrentá-los.

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Viktor mudou seu olhar para Inez. — Senhora, você tem que deixar isso
muito claro para ele. Não seria bom que eles tivessem acesso a ele.
Ele tinha visto o que os Swords eram capazes de fazer com crianças,
meninos e meninas inocentes. Não importava idade, sexo, se tinham ou não
deficiências. Os Swords não enxergavam pessoas, apenas se podiam ou não
ganhar dinheiro com eles. Havia monstros no mundo, e ele sabia que o maior
deles estava chegando a Sea Haven.
— Vou deixar claro. Obrigado novamente. Jackson está olhando
furiosamente para mim. Provavelmente estou atrasando-os.
Era mais provável que Jackson não quisesse que ela falasse com ele.
Porque ele era ruim, a deteve perguntando. — O xerife tem relação com
você? Ou com o menino?
Os olhos dela se afiaram. Não havia nada estúpido nela. Ela poderia ter
envelhecido, mas sua mente ainda estava trabalhando muito bem. — Jackson
é apenas um amigo. Ele ajuda Donny de vez em quando.

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A voz dela tinha esfriado. Bom. Pelo menos ela reconheceu que estava
falando com o diabo. Ele assentiu. — Eles viram isso. Ele olhando para você
e o garoto para ter certeza de que você estava bem. Se eles quiserem vingança,
eles podem obtê-la facilmente em cima dos três, chegando até você. —Ele
manteve a voz baixa. — Certifique-se de que a polícia avise quando eles
pagarem a fiança. Depois disso, você e o garoto precisam ficar quietos até
que você saiba com certeza que eles estão fora desta cidade. —Mais uma
razão para se certificar de que nenhum deles volte.
Inez acenou com a cabeça e passou o braço em volta de Donny. — Sabe,
esta é uma boa cidade. Muitos turistas, mas as pessoas aqui são unidas. Você
gostaria daqui.
Ele balançou sua cabeça. Que diabo estava errado com ela? Com as
pessoas? Ele sabia como ele era. Ele sabia o que era um assassino puro, estava
claro. Ainda assim, ela estava quase o convidando para ficar. Ele olhou
impotente para Reaper. O homem encolheu os ombros. Ele também não
entendeu. O olhar de Reaper se moveu para trás dele, alertando-o para o fato

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de que Deveau estava vindo interrogá-lo. O xerife estava perto. Mesmo


sabendo que ele estava vindo, Viktor não podia ouvi-lo.
Ele acenou com a cabeça para a mulher porque claramente algo era
esperado dele, e então se virou para enfrentar o xerife e as perguntas que
seriam feitas.

12

210
Blythe sabia que Viktor estava em sua casa quando ela entrou
de sua corrida. Não havia motocicleta estacionada, mas não havia da última
vez que ele esteve lá. Ela procurou mais desta vez, tentando descobrir seu
esconderijo, seu coração batendo em antecipação—e medo—porque ela não
queria perdoá-lo. Ela não o faria. Essa era a triste verdade. Uma parte dela
precisava culpá-lo pela terrível cadeia de eventos.
Intelectualmente, ela sabia que não era justo, ele não era mais culpado
do que ela. Sua mãe era a culpada por suas ações, mas ele não tinha estado
lá quando ela precisou dele tão desesperadamente. Agora ele estava ...
Diferente. Assustador. Ela não queria pensar nisso, mas ele estava. Ela estava
dividida entre querer escutá-lo e depois chutá-lo para fora—ou apenas chutá-
lo para fora, o que era muito, muito mais seguro.
Ela sabia que ele viria. Ela não tinha sido capaz de parar de olhar para
ele, não importava quanto ela tentasse ser forte. Ele tinha sido como um
selvagem primitivo, conquistando um inimigo. Tinha sido uma exibição
brutal, mas ela não podia tirar os olhos dele. Estranhamente, a fome sexual

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havia percorrido seu corpo, deixando-a viva. Não havia maneira de sublimá-
lo, mesmo com a corrida, o que ela estava fazendo há cinco anos.
Ela foi direto para a cozinha e despejou água num copo, bebendo-a
enquanto pensava sobre o que ela ia fazer. Quando ela olhou para a pia, ele
estava lá, apoiando um quadril contra o balcão, parecendo ainda mais
deslumbrante e perigoso do que ela se lembrava. Ele sempre fez isso, entrar
em qualquer sala que ela estava, parecendo preguiçoso e casual, quando ele
não era nada disso.
— Você foi embora.
Não conseguia ler o tom ou a expressão dele. Ela derrubou o resto da
água e encheu seu copo novamente. — Eu fui ver sua menina, Darby. Foi
uma reunião interessante.
Seus olhos se iluminaram. — Obrigada, Blythe. Ela está bem? Ela tem
uma boa família?
Ela balançou a cabeça lentamente. — Não. Ela está em uma instalação

211
estatal, no isolamento no momento. Eu produzi papéis dizendo que eu era
um parente, uma prima.
Viktor endireitou-se abruptamente, indo de preguiçoso a uma ameaça
em questão de um único batimento cardíaco. — Droga. Eu tinha um mau
pressentimento.
Ela não queria ver sua expressão, a que lhe dizia que ele estava
genuinamente preocupado com a garota. Seus estranhos sentimentos sempre
estiveram certos. Ela tinha aprendido isso com o tempo. Ela acreditava que
ele tinha um dom, principalmente porque ela acreditava neles. O seu era
muito forte.
— Bem, você estava certo. Ela tem duas irmãs. Uma, Zoe, estava lá,
naquele lugar horrível de que a tirou, e o outra, Emily, está em um lar
adotivo. Darby queria ficar com sua irmã mais nova, Zoe, porque sua irmã
estava muito traumatizada, mas eles não deixaram. Ela reagiu como
qualquer irmã faria sob as circunstâncias, mas eles a trancaram.

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Viktor se afastou dela, espraguejando brutalmente. Ela estremeceu com


sua linguagem, mas no fundo sentia o mesmo. Não podia culpá-lo por se
importar com a garota. — Eu vi o que eles fizeram com Zoe, —ele cuspiu.
— Quantos anos ela pode ter? Onze? Doze?
Blythe balançou a cabeça lentamente, sofrendo por ele. Dolorida por
todas as coisas que ele tinha visto e sido colocado em sua vida, coisas que o
acordavam no meio da noite. Ela não poderia melhorar isso para ele.
— Darby é muito inteligente, ama suas irmãs e acha que você pode andar
sobre a água. —Ela lhe enviou um breve sorriso, tentando acalmá-lo. — Eu
não disse a ela nada diferente. Ela é obstinada. Uma lutadora. Ela vai causar
problemas lá e vai fugir na primeira chance que ela tiver, a fim de tentar
chegar a suas irmãs, especialmente Zoe. Ela está com muito medo por ela.
Ela não tinha falado uma única palavra mesmo depois que a polícia chegou
lá. Darby evitou que ela olhasse para os cadáveres, mas eles tinham tido um
tempo com ela. Eles a espancaram e a estupraram repetidamente. Darby
tinha quebrado as costelas por tentar detê-los. Ela tinha sido estuprada

212
primeiro por todos os homens lá, como um 'exemplo.'
— Não foi um exemplo.
Havia tanta raiva em sua voz que as paredes e o chão pareciam tremer
com ele, tentando contê-lo. Ela olhou para ele bruscamente. Ele realmente
não podia esquecer as coisas que viu. As coisas que esperavam que ele
participasse por ser um membro desse clube particular. Contudo tinha
permanecido com eles por cinco anos. Ela precisava entender por quê. Ela
precisava entendê-lo.
— Eu sei, —ela admitiu, ainda tentando acalmá-lo. Tinha sido um
inferno ouvir as coisas que Darby tinha dito a ela. A forma como os Swords
tinham batido e estuprado jovens meninas sem qualquer consideração por
elas. Ela não conseguia imaginar o que seria realmente testemunhá-lo.
— Então, qual é o plano?

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Claro que ele perguntaria, colocaria isso em seus ombros. Sabia que se
ela fosse lá e conhecesse Darby, ouvisse sua história em primeira mão, ela
não poderia ir embora.
— Eu entrei com os papéis afirmando que, como sou sua única parente
viva, as três meninas devem vir morar conosco na fazenda. O que mais eu
poderia fazer? Você sabia disso também. Você sabia que se eu a conhecesse,
teria que ajudá-la.
Ele ignorou isso. — A papelada vai passar pelo escrutínio?
— Eu não sei. Não fui eu que lidei com isso. Com toda honestidade,
espero a cada minuto que os policiais apareçam na minha porta para me dizer
que estão me levando para a prisão por mentir tanto. Lev fez a papelada para
mim. Eu tive a sorte de que Darby estivesse curiosa o bastante para mentir
também e dizer que ela tinha uma prima, porque é claro que eles
perguntaram a ela.
— Três deles? Todas as meninas? Isso é duro.

213
— Eu disse que éramos casados, Viktor, mas eu não estou dizendo isso
para você. Eu não sei se posso fazer o que você quer que eu faça.
— Baby. —Ele sussurrou. — Eu quero voltar para casa.
Ela balançou a cabeça. — Você é um nômade. Você decola quando
sente que quer. Você tem esse clube. Essa família enorme. Você fez sua
escolha, Viktor, e não fui eu.
— Foi sempre você, Blythe. Desde o momento em que te conheci, foi
sempre você. Eu trouxe minha família para que você possa trabalhar sua
magia sobre eles. Eles precisam de você. Eu preciso de você. É hora de você
me deixar voltar.
Ela balançou a cabeça novamente, e então deu um passo para trás,
colocando mais distância entre eles. Ela ergueu a mão como se isso pudesse
afastá-lo. — Não. Não force isso agora. Eu não te conheço. Em absoluto.
Você aparece aqui parecendo assustador e diz que está aqui para fazer um
trabalho, não para ficar comigo, e ainda assim espera que eu o aceite de volta

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como se tudo não tivesse acontecido. Aconteceu, e eu não sei como te


perdoar. Sei que isso me faz uma pessoa terrível, mas eu não sei como.
— Blythe. Quero voltar para casa. —Sua voz era baixa e persuasiva.
Ela sentiu as notas acariciando sua pele, enviando dedos de desejo por
sua espinha. Ela manteve o olhar na mesa da cozinha porque, se olhasse para
ele, estaria perdida.
— Querida, preciso que você olhe para mim.
Ele sabia. Ele sabia o que fazia com ela quando ela olhava nos olhos
dele. Ela umedeceu os lábios, sacudiu sua cabeça e se afastou do balcão. —
Eu tenho que ir tomar um banho, e então eu vou nos preparar um jantar. Eu
tenho frango e legumes frescos.
— Quero voltar para casa.
Sua voz era tão suave, tão atraente ela sentiu que se movia sobre sua pele
nua e rastejava como dedos por sua espinha. Ela estremeceu de desejo. De

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necessidade. Ela assentiu com a cabeça porque tinha de reconhecê-lo. — Não
sei se conseguirei ultrapassar tudo o que aconteceu, —ela admitiu, ainda sem
olhar para ele. — Você acha que pode entrar em minha casa e começar de
onde paramos, mas não funciona dessa maneira.
— Você pode me perdoar. —Ele disse isso com total confiança. — Você
é macia por dentro, Blythe. Você não pode mudar quem você é. Eu sou um
idiota. Eu sei disso. Estou te assustando. Eu sei disso também. Eu sou rude,
e eu sei que estou pedindo muito de você. Um inferno de um lote. Assumir
meus irmãos e irmãs. O clube. O fato de eu não ser sempre um cara legal e
que nunca vou mudar. As três garotas. Eu sei o que estou pedindo de você,
mas eu também conheço você, baby e você é essa mulher. A que eu preciso
mais do que eu preciso de ar.
Ela tentou não gostar do que ele pensava sobre ela. A sinceridade estava
em sua voz, e ela não queria ouvi-la porque ela sabia que ele estava certo. Ela
era essa pessoa, mas ela não queria ser. — Você foi embora por muito tempo.
Você obviamente não é a mesma pessoa que era há cinco anos e nem eu. —

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De certa forma ela sentia como se estivesse lutando por sua vida. Sua
sanidade. Ele tinha sido seu mundo e então tinha ido embora. Ela não podia.
— Blythe. Quero voltar para casa. Está na hora. Já passou do tempo.
Preciso voltar para casa. Deixe-me voltar para casa, baby. Eu juro que se você
fizer isso, eu vou passar o resto da minha vida te amando mais e melhor do
que qualquer outra pessoa poderia fazer.
Ela não tinha idéia de como ele tinha saido de onde ele estava de pé com
o quadril contra o balcão para onde ela estava achando que estava segura,
mas ele estava lá, um homem grande se movendo tão rápido, tão
silenciosamente, que ela mal registrou que tinha mudado de posição. Suas
mãos foram gentis quando ele levantou seu rosto, forçando seus olhos a
encontrar o dele.
Os olhos dele. Ardósia cinza. Prata ardente. Mercúrio fundido. Tão
bonitos sempre, não importando seu humor. Ele tomou sua respiração. Sua
vontade.

215
Ela respirou fundo, engoliu um pouco de ar necessário e assentiu e
balançou a cabeça, mostrando sua confusão. — Dê-me algum tempo para
conhecê-lo. Preciso entender por que você fez as escolhas que fez.
— Justo. Isso é tudo que eu estou pedindo, uma chance.
Isso não era verdade e ambos sabiam disso. Queria voltar para casa. O
lar era Blythe. Ele deixara isso claro. Ele sempre deixara isso claro para ela.
Nos meses antes dele ter partido, quando seu mundo era surpreendente e
perfeito, perfeito mesmo se eles discordavam. Ela não se importava enquanto
estavam juntos.
— Você está pedindo mais do que uma chance. —desafiou ela.
— Você está certa. —Ele segurou seu rosto em suas mãos, seus polegares
deslizando sobre as bochechas em uma carícia lenta. — Eu estou. Eu tenho.
Eu preciso que você me salve. Que salve todos nós.
Ela recuou, rejeitando sua súplica. — Não. Não diga coisas assim para
mim. Não é justo, e você sabe que não é.

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Deixou cair as mãos aos lados. — Você acha que eu iria lutar justo? Você
importa mais do que qualquer coisa em minha vida. Você. Eu não vou lutar
justo para te trazer de volta. Só porque não é justo dizer, não significa que
não é verdade. Precisamos que você nos salve. Eu preciso de você. Sem você,
eu não tenho âncora. Eu não estou realmente vivo. Eu preciso que você faça
uma ponte sobre o espaço que eu não posso. A única entre mim e todos os
outros.
— Pare. Apenas não fale mais. Estou indo tomar um banho. Por favor,
me dê alguns minutos sozinhos.
Ela tinha que se afastar dele, de sua voz macia, insistente que soava com
tal verdade. Ela acreditou nele, esse era o problema. Mesmo assim, ele
escolhera seu trabalho. Ele partiu por cinco longos e terríveis anos. Ela não
podia apenas se deixar amá-lo novamente. Seria capaz de morrer se ele a
deixasse novamente. Ela tinha vindo a confiar em si mesma, em suas irmãs.
Ela tinha feito uma vida para si mesma e tinha sido muito difícil.
— Vou começar o jantar, —ele concordou e foi até a pia para lavar as

216
mãos. — Vá tomar um banho. Leve mais água com você.
Ela tinha quase esquecido. Ela tinha o cuidado de ficar sempre hidratada
com toda a corrida que ela dava, mas a presença dele a jogou em algum
estado caótico onde ela não poderia pensar em qualquer outra coisa. Ela
encheu seu copo pela terceira vez e subiu apressada.
Sua casa parecia diferente com ele nela. Ela se sentia diferente. Era a
maneira como ele a olhava, como se pudesse devorá-la a qualquer momento.
Como se ele estivesse faminto por ela e achasse que ela era linda, mesmo
quando chegava da corrida. Quando tinha estado com ele antes, ela pensava
sobre ele a cada minuto do dia. Tinha levado cinco longos anos para aprender
a controlar sua mente para que cada momento não fosse absorvido pela
preocupação, pela raiva, pela curiosidade de saber onde ele estava e o que
estava fazendo. Agora ele estava de volta.
Ela pisou sob o jorro de água quente e deixou-o cair sobre sua cabeça e
costas. Foi bom em seu corpo dolorido. Ela fechou os olhos e tentou pensar

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novamente sobre sua vida sem Viktor. Ele já estava em sua cabeça. Em seu
coração. Ninguém mais poderia tocar seu corpo. Mas ele estava diferente.
Muito, muito diferente. Ele não queria admitir, mas estava. Ou talvez o
homem que conhecera fosse uma ilusão e não existisse em absoluto.
Ela tomou seu tempo, lavou seus cabelos e ensaboou seu corpo com seu
gel favorito, a fim de dar um respiro em todas as emoções. Ela disse a si
mesma que só precisava de tempo para superá-lo, mas ela sabia que nunca
iria realmente. Mas um motociclista? Mesmo? Dela? Isso a fez se levantar.
Ela estava realmente pensando em aceitá-lo de volta?
Claro que sim. Mas como? Ela não acreditava em tentar mudar um
homem. Ela não queria que ele mudasse por ela. Você amava uma pessoa
por quem ela era não pelo que você queria que ela se tornasse.
O cheiro de frango grelhado fez com que ela soubesse que estava com
fome quando saiu do chuveiro de toalha. Ele sempre fazia isso, cozinhava
quando ela estava ocupada, ou chegava tarde em casa. Ele não se importava

217
de ajudar com o trabalho doméstico também. Ela sempre ficou um pouco
chocada com isso, agora que ela o via em sua personalidade mais real, ela
estava ainda mais.
Lentamente, com alguma relutância, ela desceu as escadas até a cozinha.
Ele estava no fogão, grelhando dois peitos de frango e alguns vegetais. A
comida cheirava bem. Seu estômago rosnou, ela não tinha comido muito nos
últimos dias. Ela estava viajando e, depois de conhecer Darby e ouvir o que
aconteceu com ela e sua irmã mais nova, ela não sentiu vontade de comer.
Abriu os armários e tirou os pratos. Instantaneamente a memória de
comprá-los com ele veio a sua mente. Tinha sido um dia bonito. Eles tinham
se abraçado, rido e comprado durante horas. Eles não precisavam, ela tinha
utensílios de cozinha, mas ele disse a ela para dar tudo a um abrigo e eles
comprariam o que ambos gostassem juntos. Ela adorara que ele tivesse
pensado em doar seu belo conjunto e, achou que ele quisesse fazer uma vida
com ela para querer comprar coisas mundanas como pratos. Agora ela sabia
que era porque ele queria que ela tivesse aquelas memórias.

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Suas mãos tremiam um pouco quando ela colocou a mesa, com cuidado
para colocá-lo na frente dela.
— Baby, o que é esse material rosa13 que deveria ser sal? —Viktor ergueu
o saleiro.
O olhar em seu rosto a fez rir apesar de sua inquietação. — Têm minerais
nele. É sal, não processado.
— Tem gosto de sal? —Ele parecia cético.
— Sim. Sabe que o sal não é bom para você. —No momento em que
isso escorregou, desejou poder retê-lo. Era uma discussão de longa data entre
eles e instantaneamente a jogou de volta a ser fácil e confortável com ele.
— É um mineral necessário. Todos nós precisamos de sal. —Ele sorriu
para ela quando trouxe a panela com os peitos de frango para a mesa e
colocou-os em seus pratos.
Ele dizia isso em resposta a sua reprimenda toda vez. Ela sabia

218
exatamente o que viria.
— O sal controla a maneira como os nervos e os músculos funcionam,
então você precisa quando corre. Ajuda no controle dos fluidos. —Ele soou
como um professor dando uma palestra.
— Os seres humanos comem muito sal, —ela disse em sua voz mais
arrogante, incapaz de parar de entrar em sua discussão favorita. Eles a
tinham toda vez que cozinhavam juntos, o que tinha sido todas as noites.
— Então o que você está me dizendo é que esse material rosa tem menos
sal, porque eles adicionaram outros minerais a ele. —Ele colocou a panela
de volta no fogão, e pegou a de legumes.

13 material rosa – sal rosa

https://essentialnutrition.com.br/conteudos/saldohimalaia/?gclid=CjwKEAjwpJ_JBRC3tYai4Ky09zQSJAC5r7ruF_scq
zCfClPdmW85KCiDBU5PrECXSzLEnefFd3TJOhoCBL3w_wcB

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Ela o viu dividi-los entre os dois pratos. — Eles não têm que adicionar os
minerais, isso ocorre naturalmente. —Ela deslizou na cadeira de costas para
a janela, sabendo que ele sempre ficava de frente para porta ou janelas. Era
um hábito quando ele estava por perto.
Fez uma careta enquanto colocava o saleiro sobre a mesa. — Me fale
mais sobre as meninas. Será que Darby falou sobre seus pais?
Os nós se dissolveram um pouco em sua barriga. Ela estava grata por
ele querer falar sobre Darby e suas irmãs em vez deles. Ainda não estava
pronta para aquela conversa. — Acho que ambos tiveram problemas ruins,
Viktor. Ela não falou muito sobre eles, mas eu tive a impressão de que ela
tinha criado suas duas irmãs quase desde que nasceram. Ela não teve uma
vida fácil. —Ela levantou olhos para seu rosto. — Você sabia? Sobre seus
pais?
Ele balançou a cabeça. — Nós tivemos que entrar e sair de lá rápido.
Cada vez que vamos atrás de uma das casas dos Swords e pegamos as
meninas que treinaram ou estão treinando, estou arriscando a vida de meus

219
irmãos e irmãs. Nós estivemos batendo nos vigias dos Swords com muita
força nos últimos anos. Eu me preocupava que alguém ligasse os ataques
contra eles com alguns de meus irmãos se juntando ao clube.
— Eu não pude deixar de ser simpática com ela. Ela me lembrou a
minha infância, embora eu não tivesse irmãos.
— Você teria vigiado-os. Você é protetora e responsável. Você cuida dos
outros antes de fazê-lo por você. —Ele pegou o saleiro.
— Você não usou sal quando você cozinhou? —Ela lhe deu um olhar
malvado.
Ele riu. — Baby, você não pode parecer malvada, nem mesmo quando
você tenta. Você terá que melhorar se tivermos três garotas.
Ela parou de mastigar e suspirou. Mastigou, engoliu e balançou a
cabeça. — Nós não sabemos se isso vai acontecer.
— Isso vai acontecer.

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— Por que você diz isso?


— Três razões. —Ele sacudiu sal em seu frango até que ela se esticou
sobre a mesa e tomou o saleiro de sua mão.
— Diga-me, sou toda ouvidos.
— Primeiro, você me ama. Isso me dá uma enorme vantagem nesta luta.
Segundo, você vai me dizer o que eu preciso fazer e eu vou fazer isso.
Qualquer coisa. Você diz, e eu vou fazer direito. Em terceiro lugar, eu te amo
com tudo o que sou. Eu quero te fazer feliz. Vou dedicar cada minuto que eu
tenho para te fazer feliz.
Ela balançou a cabeça, um pequeno sorriso roubado do nada. — Você
acha que vai gastar cada minuto fazendo-me feliz. O que você realmente vai
fazer é me deixar louca. Você vai voltar para casa e me informar que há
dezenas de crianças que precisam de uma casa e estão a caminho, e eu posso
preparar o jantar para elas.

220
Ele riu. — É mais provável que meus irmãos implorem por comida, e eu
vou fazer com que você os alimente. Mas eu posso cozinhar, e eles também
podem. Até que tenhamos nosso clube e suas casas construídas, nós vamos
cuidar para que eles estejam alimentados.
— Você está louco se você acha que eles vão ficar todos aqui.
— Eles ficarão aqui. —Ele estava absolutamente confiante.
Ela percebeu que era uma das coisas que mais gostava dele, a maneira
como ele tinha fé total nela. — Eu preciso saber de coisas, —ela disse em um
tom baixo, não olhando para ele.
— Eu sei que você precisa. Você é a única a quem eu contarei. Quando
falo sobre mim, estou falando sobre meus irmãos e irmãs. Ninguém tem o
direito de ouvir suas histórias, só a pessoa a quem eles queiram contar.
Ela ficou em silêncio por um momento, tentando entender. Tudo o que
tinha acontecido com Viktor tinha acontecido com os homens e mulheres
que ele chamava de família. Ele estava perguntando, sem expressar as

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palavras, se ela não contaria a ninguém, nem mesmo suas irmãs e seus irmãos
de sangue.
Ele pousou o garfo e olhou para ela. — Depois, quando você souber de
tudo, você pode ter vergonha de mim. De estar comigo. Isso é o que estou
arriscando. Ter você olhando para mim com vergonha.
Seu coração apertou. Ia ser ruim. Pior do que ela esperava. Ela ergueu o
queixo. — Tenho mais fé em mim do que isso.
— Eu sei. —Ele pegou o garfo. — Depois do jantar, vou contar tudo o
que você quiser saber, mas não enquanto comemos. Onde você está com a
papelada para Darby? Você explicou as coisas para ela?
— Eu perguntei a ela se ela gostaria de morar conosco. Contei-lhe sobre
a fazenda e os filhos de Airiana. Como estavam em um dos navios. Ela tinha
ouvido falar dos navios. Eles ameaçaram as meninas. Eu disse a ela sobre a
fazenda e a premissa, como minhas irmãs não eram irmãs de nascimento,
mas irmãs do coração, e nós tínhamos nos juntado porque todos nós

221
precisamos do aconselhamento de grupo para sobreviventes. Eu disse a ela
que cada uma de nós teve alguém em nossa família assassinado e nos
sentimos responsáveis. Ela perguntou o que tinha acontecido comigo, e eu
contei a ela. Tudo. Ela merecia saber se ia tomar uma decisão sobre ela e suas
irmãs.
Ela olhou para ele porque não conseguia parar. Dessa vez, a memória
dolorosa era compartilhada por outra pessoa. Por ele. Viktor. Ela viu a dor
gravada profundamente em seu rosto e sabia que era muito real para ele,
assim como era para ela. De alguma forma, a partilha, ajudou. Ela
encontrou-se enviando-lhe um pequeno sorriso triste e estendendo a mão
para tocar o dorso de sua mão.
— Darby pareceu relaxar um pouco mais ao meu redor. Ela pensou que
eu parecia muito bem, mas nunca iria entender o que aconteceu com elas e
que haveria problemas para o resto de suas vidas. Eu disse-lhe que ainda
estou trabalhando os meus.
— Ela quer vir.

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Sua voz estava muito rouca e ela podia sentir suas emoções, tão
profundas, o sofrimento esculpido dentro dele, até seu osso. Ela sabia que
ficaria ali, porque era o mesmo para ela.
Blythe assentiu. — Ela disse que se sentiria segura com você. Eu disse a
ela que era muito seguro na fazenda. Eu não queria que ela esperasse que
você estivesse aqui.
— Eu vou estar aqui.
— Viktor ... —ela advertiu.
— Blythe.
Ela deixou o garfo e olhou para ele. — Você não está fazendo isso fácil.
Deveríamos estar falando sobre essas crianças. Elas vão ficar traumatizadas,
mesmo as mais novas. Ela já passou por quatro casas de família. Ela pode
não ter sido tomada pelo Swords, mas está longe de suas irmãs há meses. Ela
se mete em brigas, porque ela quer a sua família de volta.

222
— Então vamos dar a ela. Você pode arrumar conselheiros ou o que você
achar melhor, mas sério, Blythe, você é o melhor para elas. —Ele mastigou
e engoliu o último pedaço de seu frango. — Assim que vi Darby, eu sabia
que ela precisava de você. Eu não queria porque tínhamos tantas coisas para
terminar, mas eu não podia deixar de pensar nisso. Eu não disse nada para
ela, mas eu não conseguia parar de pensar nisso. O momento em que eu vi
você na rua com o idiota covarde, eu soube que nós tínhamos que trazê-la.
— Ele não é um covarde idiota. —Ela olhou para ele.
— Sim ele é.
— Qualquer um teria medo de você e da multidão de motociclistas
fodões que você tinha atrás de você. Ele chamou o xerife.
— Se afastou e chamou o xerife. Ele não parou para ver se você estava
bem. Ele deixou sete mensagens, mas ele não se desculpou por ser um fu ...
Um covarde.
— Você ouviu minhas mensagens?

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— Você deixou seu telefone aqui. Já te avisei sobre isso antes. Você sai
para correr, precisa levar o celular para ligar para 911 em caso de emergência.
Mulheres são atacadas em trilhas, parques, na estrada ou onde quer que você
esteja correndo.
Ela suspirou. — O serviço de telefonia celular pode ser irregular por
aqui.
— Você ainda pode ligar para o 911.
— Por que estou falando com você sobre isso? —Ela jogou as mãos para
o ar em completa exasperação. — O ponto é, você não pode ficar escutando
minhas mensagens. Elas são privadas.
— Não quando são de outro homem. Você é casada. Você pode ouvir
todas as minhas mensagens, sejam elas de uma mulher ou de um homem.
— Eu esqueci como você era mandão, —ela disse enfurecida. Porque ele
sempre fora mandão. Ela entendia um pouco melhor agora. Se ele tinha

223
todos esses "irmãos e irmãs" e viveu no mundo dos motociclistas, era lógico
que ele fosse mandão. — Eu não gosto que ninguém ouça minhas mensagens
privadas.
— Você nunca se importou antes, —ele apontou.
Isso a fez se levantar. Ela não tinha se importado antes. Às vezes, ela
pedia que ele a ouvisse as mensagens e dissesse a ela quem ligou e por que
razão. Ela não tinha pensado em nada.
— Foi quando estávamos juntos e eu confiava em você. Nós não
estamos e eu não confio. —Abruptamente ela se levantou e levou seu prato
para a pia para enxaguá-lo. — Vamos fazer isso se quisermos. Eu não estou
te prometendo nada.
Ele também enxaguou seu prato e abriu a geladeira para tirar uma
cerveja. Ela não tinha cerveja como regra, então ela sabia que ele a tinha
trazido com ele.
— Você quer uma?

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Ela balançou a cabeça e pegou um copo de água. Ela raramente bebia, a


menos que fosse com suas irmãs. Ela descobriu que se bebesse, ficava
deprimida, e não podia correr riscos com a depressão.
— Não vai ser uma história bonita, querida, —alertou.
— Eu percebi isso. —E ela o fez. O que quer que tivesse acontecido para
colocar aquele olhar vazio, sem emoção, gelado nos olhos de Reaper tinha
que ser horrível. Ela sabia que os irmãos de Viktor tinham passado pelo
inferno, mas ela tinha uma sensação terrível de que ela estava prestes a ouvir
algo pior do que o inferno.
Ela se enrolou em uma das amplas poltronas opostas a ele. Ele não tinha
se sentado no sofá. Ele sempre quis ficar o mais perto possível dela, mas desta
vez ele deliberadamente se sentou primeiro, escolhendo uma das poltronas.
Isso a encheu de temor instantaneamente. Ele estava fora dele mesmo.
— Isso não vai ser fácil de dizer. Eu escrevi isto na carta que deixei para
você, mas mesmo assim, eu tive cuidado, não disse muito, apenas o suficiente

224
para que você entendesse.
Ela assentiu com a cabeça porque ele a olhou com expectativa. Ela não
tinha recebido a carta. Sua mãe provavelmente deve tê-la queimado. Isso
seria exatamente algo que Sharon faria. Ela nunca quis que Blythe estivesse
com alguém, muito menos um homem como Viktor que a protegia das feias
explosões de sua mãe.
— Você sabe que Sorbacov assassinou meus pais. Eu tinha dez anos.
Ilya era um bebê, nem um ano. Sorbacov sabia que meu pai era muito
respeitado e o temia, e isso o fez odiar meu pai. As escolas já estavam
montadas. Fui levado para uma com a pior população criminosa que ele
pôde encontrar na Rússia. Ele alegou que era outra de suas experiências, mas
era muito mais do que isso.
— Criminosos reais? Você quer dizer assassinos?
Ele assentiu. — Assassinos em série, ladrões armados, pedófilos,
estupradores, esse tipo de criminoso.

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Seu coração acelerou e ela sentiu medo. Ela tinha um sentimento muito
ruim, mas mordeu o lábio e permaneceu silenciosa.
— Havia perto de uma centena de crianças lá quando eu cheguei. Ao
longo do tempo que eu estive lá, duzentas e oitenta e sete crianças foram
trazidas, todas em idades diferentes. Apenas dezoito sobreviveram.
Ela ofegou. — Dezoito de duzentos e oitenta e sete? Viktor? Como
Sorbacov podia permitir tal coisa?
— Ele tinha seus próprios segredos para manter. Ele tinha uma família,
e tinha um cargo muito alto e respeitado no Governo, mas ele tinha certas
tendências. Seu apetite preferia as crianças.
Não. Não. Não. Seu estômago balançou e ela apertou a mão
profundamente. Ela não queria ouvir isso e ela tinha. — Mas ele mandou
você por Ray.
— Ele me enviou por Ray. Havia filmes. Vídeos. Ele gostava de se ver

225
com as vítimas. De algum modo, Ray os pegou. Nós não sabemos como.
Encontrei-os em seu cofre. Eram cópias. Nunca encontrei os originais. Não
estou certo de que ele os tivesse. Se ele os tinha, eu não consegui encontrá-
los. Sorbacov queria as gravações.
Ela descobriu que estava segurando a respiração, então forçou o ar
através de seus pulmões. — Diga-me o que aconteceu naquele lugar. Como
todas essas crianças morreram.
— Nós não vivíamos como seres humanos. Não nos davam roupas. Ou
comida. Você tinha que ganhar a comida. —Seu tom implicava que ganhar
comida significava cooperar com o que os presos exigiam. — Tínhamos
aulas, como em qualquer outra escola, porque todos os prisioneiros tinham
habilidades. As punições para a menor infração eram sempre capitais.
Golpes não eram o pior. As violações na frente da classe, meninos e meninas,
eram comuns. Acorrentarem-nos no que chamavam de calabouço era um
que eles particularmente amavam. Eles esfolaram um estudante, até que sua
pele era só sangue, e então o acorrentaram no escuro onde estavam os ratos.

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Ela não podia ouvir mais, mas tinha que fazê-lo. Ela tinha que saber o
que aconteceu com ele e os outros e como eles tinham conseguido escapar.
Foi isso que moldou a vida de Viktor. Não só sua vida, mas a dos homens e
mulheres que ele chamava de irmãos e irmãs. Esta era a razão pela qual ele
não tinha vindo para casa, mas em vez disso tinha tomado o trabalho que
Sorbacov tinha dado a ele.
— Isso é o que aconteceu com suas costas. Todas essas cicatrizes. Você
ficou acorrentado lá. —No escuro. Com roedores horríveis. Seu estômago
revirou novamente.
— Se isso fosse o pior, querida, eu não estaria tão fodido agora. O pior
era Sorbacov e seus amigos. Eles gostavam de brincar com crianças. E a
forma como brincavam não era bonita. Eu os vi deixando crianças para
morrer. Às vezes eu quis morrer, mas sua advertência estava sempre lá.
Ela levantou uma sobrancelha, e a tensão na sala piorou.
— Ele me disse que se eu não sobrevivesse, meus irmãos também não, e

226
que ele iria levá-los para lá, primeiro o bebê. Eu sabia que ele estava falando
sério. Ele era um bastardo sádico. Isso significava, se eu ia sobreviver, e ele
claramente ia fazer o seu pior para se certificar de que minha vida era um
inferno, então eu iria encontrar uma maneira de virar a mesas sobre ele.
Sobre todos eles.
Ela podia vê-lo como um garoto de dez anos, estóico e silencioso sendo
usado tão brutalmente e suportando tudo em silêncio enquanto planejava
com as outras crianças. Ela colocou os dedos em sua boca. — Ilya, —ela
sussurrou. — As coisas que ele te disse. Se soubesse, ficaria tão chateado.
— Nunca saberá. —declarou Viktor. — Eu prometi ao meu pai que
cuidaria dos outros. Dei-lhe a minha palavra. E eu mantive-a por permanecer
vivo. Matando os homens e mulheres naquele lugar. —Ele a olhou
diretamente nos olhos. — Eu fui estuprado repetidamente por homens e
mulheres e então matei-os sistematicamente de qualquer maneira que eu
pude.

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Sua cabeça não estava curvada. Estava alta. Desafiante, esperando que
ela o julgasse. Ela queria chorar por ele, mas ele se manteve imóvel, a tensão
escorrendo dele, seus olhos cheios de uma raiva que ela compreendia. Dez
anos de idade. Ele não era um homem. Ele tinha sido um garotinho, e ainda
assim assumiu o papel de um homem.
— Eu tinha que encontrar uma maneira de salvar os outros. Os mais
velhos haviam desaparecido ao longo dos anos, mas quando Reaper e Savage
vieram, Reaper era parecido comigo, determinado a proteger seu irmão. Ele
não podia naturalmente, ele era apenas um bebê. Quatro anos. Savage tinha
três. Eles tinham duas irmãs mais velhas que não conseguiram. Eu comecei
a desenvolver um plano e recrutar as crianças quando eles chegavam a escola.
Nós nos unimos e reagimos.
Ele olhou para ela novamente, diretamente em seus olhos como tinha
feito antes. Havia um inferno lá para ela. Simples. Sem vergonha. Nenhum
remorso. — Começamos a matá-los. Nós tínhamos um sistema. Cada um de

227
nós tinha certos talentos, e os usamos juntos.
Ele ficou em silêncio e ela não sabia o que dizer a isso. Era auto-defesa,
eram crianças sem escolhas. Ninguém tinha ido para salvá-los, então eles
encontraram um jeito de se salvar. Ele segurou seu olhar e ela não piscou,
não desviou o olhar. A última coisa que ela queria era que ele pensasse que
ela o condenava por ter sobrevivido, por encontrar uma maneira das outras
crianças sobreviverem.
Ele respirou fundo, fechou os olhos por um breve momento e depois
olhou para ela novamente. Ela percebeu que ele estava totalmente tenso,
tanto que a tensão encheu a sala e puxou o ar em torno deles em uma rede
apertada que os manteve parados. Ele esperava condenação.
— Sorbacov gostava de me dar exemplo. —Ele disse baixinho, como se
confessasse. — Ele preferia jovens meninos, mas mesmo quando eu fiquei
mais velho, ele gostava de mostrar a seus amigos. Eu era obrigado a fazer
coisas. Se eu não fizesse, eles batiam em uma criança até a morte na minha
frente, ou a estupravam repetidamente.

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Ela mal conseguia respirar. Parte de seu horror era a culpa e a vergonha
em sua voz, como se ele devesse ter sido capaz de parar o que Sorbacov e os
outros tinham feito com ele.
Quando ela não disse nada, ele continuou. — Eu aprendi a fazer o que
eles diziam, mas eu retalhei. Todos nós. —Ele balançou sua cabeça. — Você
não precisa de detalhes, mas basta dizer, foi muito pior do que você pode
possivelmente imaginar, e as coisas que tínhamos que fazer para proteger um
ao outro fizeram com que nós nos fechássemos. Fez-nos acreditar um no
outro.
Ela assentiu com a cabeça. Certamente ela podia entender por que os
homens e mulheres eram considerados por ele como uma família. Ele tinha
sido o mais velho dos sobreviventes e tinha planejado e executado o plano
que tinha mantido todos vivos. Não seguros. Não havia segurança em seu
mundo de pesadelo, mas eles viviam. Ele também lhes deu a habilidade para
retaliar contra os homens e mulheres que os usaram para seu próprio prazer
doente.

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— Sorbacov não nos matou quando percebeu que nós éramos os
responsáveis pela morte dos criminosos. No início, ele não acreditava que
um bando de crianças pequenas pudesse fugir dele, ou mesmo ter bolas para
fazê-lo, mas então ele queria nos pegar nisso. Os brutos que dirigiam o lugar
não podiam conceber nenhuma retaliação contra eles. Éramos muito
pequenos e desamparados. Ainda assim, eles pegaram Reaper e o torturaram.
Nós podíamos ouvi-lo gritar por dias. Eles fizeram todo tipo de coisas com
ele, e ameaçaram Savage. Então eles tiraram Savage de nós.
O suor perolou seu corpo. A raiva implacável estava de volta em seus
olhos. — Eu não pude detê-los, e eu sabia que eles iriam realmente machucá-
lo, a fim de quebrar Reaper. Se Reaper confessasse os assassinatos, estávamos
todos mortos, mas Savage e ele resistiram. Foi pior do que qualquer coisa
que você possa imaginar ouvi-los, ouvir o que aqueles brutos estavam
fazendo com dois meninos. Eu jurei se alguma vez tivesse a chance, eu os
tiraria da face da terra.

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Ela estava chorando por que ele também estava. Ele não sabia que era,
ou não reconhecia, mas tinha o suficiente. Viktor Prakenskii tinha defendido
seus irmãos de sangue, mantendo sua palavra dada a seu pai. Ele tinha
defendido dezessete outras crianças, mantendo seu código. Era uma proteção
feroz para mulheres e crianças. Isso também era uma retaliação feroz para
qualquer um que escolhesse prejudicar mulheres ou crianças.
Ela podia pelo menos entender suas escolhas. Ela seria um monstro que
não o fizesse. Ela era muito empática para não sentir a verdade de seu
sofrimento. Queria chorar um rio de lágrimas por ele e por aquelas outras
crianças.
Ele esfregou uma mão pelo rosto e olhou para ela. — Quero voltar para
casa, Blythe. Eu preciso de você mais do que qualquer outra pessoa poderia
precisar de você. Eu vou te amar melhor do que alguém jamais poderia. Eu
sei o que estou pedindo de você. Eu faço. Não sou só eu que você vai assumir,
mas meus irmãos e irmãs, e eles são tão fodidos como eu. Provavelmente
vou trazer para casa mais dez crianças fodidas. Ainda assim, todos nós

229
precisamos de você. Todos nós. Preciso de você, porque você é você. Você é
como uma lufada de ar fresco. Você é tudo. Tudo. Deixe-me voltar para casa.

13
Viktor não percebeu que estava segurando a respiração enquanto
olhava para seu rosto. Blythe. Seu toque poderia acabar com monstros. Ela
apagou todos os pesadelos e deu-lhe mais prazer do que tinha imaginado no

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mundo. Ela o ensinou a rir. Ele não conhecia o humor. Ele tinha esquecido
completamente o riso. Ele tinha segurado muitas crianças brutalizadas,
vendo-as morrer em seus braços. Ele planejou muitas mortes e enviou
crianças para executar as sentenças. Sua vida era sombria, violenta e
sangrenta até Blythe.
— Eu não estou certa de ser capaz de fazer o que você acha que eu posso
Viktor. Eu tenho meus próprios demônios. Eles não são como os seus, mas
eu os tenho, —ela respondeu.
Seu coração pulou uma batida. Ela não estava dizendo não. Ela tinha
ouvido o pior, sabia o que tinha acontecido com ele, e não estava afastando-
o. Ele tentou não se preocupar com isso. Ele era um homem adulto, e disse
aos outros que eles não podiam parar aqueles que os atacavam. Ele deixou
claro que as violações não os tornavam menos de alguma forma, mas
compartilhar essa merda com alguém que você amava alguém que você
queria que pensasse que você era um homem, um protetor, era duro.

230
— Eu sei que você tem, baby, —ele disse suavemente e se levantou para
atravessar a distância entre eles. Foi o mais longo par de passos que ele já
tinha dado. Ele a observava atentamente, procurando sinais de rejeição, de
afastamento, mas ela se sentou calmamente observando seu rosto. Ajoelhou-
se diante dela. — É porque você tem esses demônios que pode ter empatia
por mim. Por meus irmãos e irmãs. Por Darby e suas irmãs. Pelas mulheres
aqui da fazenda. Você é uma colecionadora querida e eu estou trazendo uma
coleção inteira. —Ele pegou seu rosto entre as mãos. — Quero voltar para
casa, Blythe. Deixe-me voltar.
Ele tinha dez anos de idade quando tinha na última vez pedido alguma
coisa a alguém, e tinha prometido a si mesmo que nunca faria isso de novo,
mas isso era muito importante. Ele tinha sido o único a foder tudo. Ele tinha
feito uma merda real para ela. Ela não tinha respondido às suas mensagens
e seus irmãos de nascimento também não. Ele havia se convencido de que
ela não o queria e eles também não. O orgulho tinha ganhado. Doeu. Ele não
tinha investigado da maneira que deveria ter feito. Ela era a pessoa mais

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importante em sua vida. Ela não só poderia salvá-lo, mas ele sabia que o
efeito seria sentido por todos os outros.
Me ame, querida. Eu preciso que você me ame. Ele deixou cair a cabeça em
seu colo.
A mão dela deslizou por seu cabelo, seus dedos enviando prazer que
espiralava através dele. Eu amo você. Eu sempre te amei. Estou ... Com medo.
O ar deixou seus pulmões em uma longa onda de choque. Ela ainda o
amava. Cinco anos longos e vazios, lidando com a morte de sua filha e com
sua mãe psicopata sozinha, e ela ainda o amava. Ele reconheceu
instantaneamente que não estava salvo ainda. Ela não tinha dito isso em voz
alta. Blythe nunca tinha tido problemas em lhe dizer que o amava. Ele tinha
sido o único a se conter, não familiarizado com a demonstração. Ela lhe
ensinara isso tão bem. Com ela, sentia-se seguro para lhe mostrar o quanto a
amava. E ele a amava com cada célula em seu corpo, seu coração e sua alma,
se ele ainda tivesse uma.

231
É muito para processar. Você está ... Programado para matar. Você tem feito isso
todos esses anos, e os outros também. Você se juntou a um dos piores clubes de
motoqueiros que se têm notícias por cinco anos. O que deve ter cobrado seu pedágio em
você. Você formou seu próprio clube com os outros. Como você pode voltar para a
sociedade?
Ele tinha que lhe dizer a verdade desagradável, feia, quisesse ele ou não.
Ele podia mentir para qualquer outra pessoa, mas não para ela. Não Blythe.
Nós não conseguiremos.
Houve silêncio. Longo. Ele não tinha certeza se ainda podia respirar,
mas tinha que respirar fundo. A mão dela nunca parou de mexer no cabelo
dele. Ela sempre foi assim. Tocando-o. Amando-o com muito carinho não
importando o tamanho. Ela mostrava seus sentimentos por ele a cada minuto
de cada dia. Ela tinha dado a ele amor quando não havia nenhum. Ele não
era um cara sensível. Ele era malvado, duro e implacável. Mas então ...
Houve Blythe.
Você está mandão. Pior do que antes.

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Ele duvidava disso. Blythe nunca foi contra ele. Eles sempre tinham
pensado da mesma maneira. Agora ele estava pedindo que ela fizesse coisas
que a assustavam. Era uma enorme responsabilidade. Sim. OK. Ele era
imponente. Ele disse a crianças muito mais velhas do que ele o que fazer,
quando tinha dez anos, e eles fizeram isso. Ele era o presidente do Torpedo
Ink e sua palavra era lei. Ele era o chefe, mas não apenas para conseguir seu
próprio ganho. Nunca pensava em seguir seu próprio caminho. Ele daria a
Blythe a porra da lua se fosse isso que ela queria. Ele descobriria uma
maneira.
Eu sou o mesmo. Eu sempre fui assim.
Você não pára até conseguir o que quer.
Como ele explicaria isso para que ela entendesse? Nós não tínhamos
comida, querida, então eu encontrei maneiras de fazer isso acontecer. Quando um
caminho não funcionava, eu tentava outro e outro até que funcionasse. Quando não
conseguimos parar as violações, eu tentei um caminho e quando isso não funcionou,

232
eu continuei mudando nosso método até que consegui. Você acha que eu iria trabalhar
menos duro pela pessoa mais importante da minha vida? Eu não posso te perder. Eu
tenho que encontrar uma maneira de fazer você entender que eu vou trabalhar duro
por nós. Não há nada que eu não faça por você. Ele quis dizer isso também. Ela
simplesmente não podia conceber todas as coisas que ele queria dizer.
Ele a sentiu respirar fundo. Ele não ousou olhar seu rosto. Ele queria
beijá-la. Para não jogar sujo. Para não usar o conhecimento de seu corpo.
Qualquer coisa para fazê-la concordar que ele pudesse voltar para casa com
ela. Ele disse a si mesmo para esperar, para dar tempo. Ela merecia tempo.
— Me queira baby, do jeito que eu quero você.
— Eu nunca deixei de te querer, —ela disse suavemente. — Nem por
um minuto do dia. Mesmo quando eu estava realmente, realmente zangada
com você, Viktor, eu queria você comigo. —Seus dedos continuaram a
massagem lenta, hipnotizante em seu couro cabeludo.

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— Você pode me aceitar de volta, Blythe? —Ele levantou a cabeça para


olhar seu rosto. — Eu preciso que você diga que pode. Diga isso. Perdoe-me
por não estar aqui com você quando você mais precisou de mim.
— Viktor, se eu pedisse para você parar o que estava fazendo, afastar-se
desta coisa com os Swords, você seria capaz de fazê-lo?
Seu coração parou e então começou a bater, uma reação incomum para
ele. Ele tinha dado cinco anos de sua vida e sua própria filha para ter a chance
de matar Evan Shackler-Gratsos. O homem era horrível. Ele era o traficante
nº 1 em todos os países do mundo. Por um momento ele não conseguiu
respirar. Ele faria isso? Claro. Sim. Se fosse o que era preciso para ajeitar as
coisas entre eles, mas ...
Ele se ajoelhou de volta, seus olhos se encontraram com os dela,
procurando os dela. A Blythe que ele conhecia iria querer Evan derrubado
tanto quanto ele. Seu pedido estava fora sintonia. Completamente. — Sim.
Se isso te levasse a se convencer de que você é mais importante do que

233
qualquer coisa ou alguém para mim, mas, querida, eu gostaria de saber suas
razões.
Seu olhar permaneceu firme sobre o dele, mas ela deixou cair as mãos
em seu colo e torceu os dedos. — Eu tenho medo por você. —Ela admitiu
em um tom baixo. — Não estou dizendo que quero que você faça isso, apenas
perguntando se você faria.
— Não há necessidade de ter medo por mim. Eu tenho Reaper, Savage,
Ice, Storm e outros guardando minhas costas. Eu vou ter meus irmãos de
nascimento e provavelmente suas irmãs e você mantendo um olho aberto.
Eu sou o que eu faço. Eu planejo as coisas em detalhes meticulosos. Nada é
deixado ao acaso. Eu aprendi como, ao longo dos anos, e eu tenho uma
equipe que sabe o que está fazendo.
Sua língua tocou o lábio inferior, chamando sua atenção. Ele sempre
amou seu lábio inferior, a plenitude daquela curva. A suavidade. Ele adorava
mordê-la e depois beijá-la mais. Podia passar horas beijando-a.
— E depois? O que você planeja fazer?

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— Estamos olhando grandes quantidades de terra para comprar em


Caspar. Isso não está longe daqui. Nós teremos nosso clube, restaurante, loja
de motos e carros, o clube, a loja de tatuagem e, claro, casas lá. Vou ficar
aqui com você e as meninas.
— O que o clube vai fazer, Viktor? Tudo vai ser legal?
Pedira-lhe que aceitasse tanto. Demais. Ela estava fazendo toda a
doação e ele só recebendo. Ele não sabia como responder isso sem mentir
para ela e ele não ia fazer isso. Ele suspirou. — Provavelmente não. Vamos
atrás de pedófilos, Blythe. Planejamos continuar a fazer o mesmo.
Ela ficou olhando para ele. Ele suspirou novamente. — Às vezes,
querida é uma droga que você seja tão inteligente. Vamos fazer outras coisas.
Vamos assumir algum trabalho de guarda-costas. Talvez um trabalho de
transportador. Nenhuma arma ou drogas. Isso não é coisa nossa. Vimos
demasiadas drogas na escola onde estávamos. Sorbacov e seus amigos
gostavam de cheirar cocaína e estuprar as crianças ao mesmo tempo. Drogas

234
simplesmente não estão na equação.
Isso era o melhor que ele podia fazer porque agora, mesmo que falassem
sobre isso, eles não tinham firmado todas as regras para o clube, o que
estavam dispostos a assumir e o que não estavam. As coisas que ainda não
tinham sido resolvidas seriam submetidas a votação. No final, sua palavra
era lei e ele sabia disso. E se ele se opusesse a qualquer coisa, seus homens
eventualmente concordariam com ele, mesmo Reaper e Savage.
Ele tomou o rosto dela em suas mãos novamente e inclinou sua cabeça
para ele. — Você pode viver com isso, Blythe? Você pode viver conosco do
jeito que somos? Fudidos. Imperfeitos, mas tentando. Queremos viver o mais
livre possível, mas ter uma casa. Ter este lugar. Sea Haven. Caspar. Protegê-
los do crime.
— Temos policiais, —ela disse suavemente.
Seu olhar se afastou dele, e ele soube o porquê. — Você sabe tão bem
como eu, que a polícia nem sempre pode parar alguns criminosos. Nós
podemos.

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— Mas ilegalmente.
— Se Evan for apanhado pela polícia, você realmente acredita, que com
todo seu dinheiro, isso o deteria? Se por algum milagre ele fosse para a prisão,
e eu posso garantir que ele não iria, ele ainda teria o Swords e todos os seus
outros negócios. Você sabe que ele faria, querida.
— Eu sei. Eu entendo, —ela admitiu. — Mas você não pode ser o
carrasco.
— Eu posso. Fui toda a minha vida. É o que fazemos melhor. É quem
somos. Você tem que pensar sobre isso e conhecer quem você tem em sua
cama. Você tem que ser capaz de viver com isso. Eu não vou fazer um hábito
dizer a você o que estamos fazendo, mas se você perguntar, eu vou dizer a
verdade. Sempre. Eu vou te dizer. —Ele quis dizer isso. Blythe merecia a
verdade e ele sempre a daria a ela, se ela perguntasse.
Ele não conseguia parar, roçou seus lábios sobre os dela. O gosto dela
estava lá instantaneamente. Pêssegos. Creme. Ela era sempre tão feminina.

235
Feminina. Ele adorava isso também. Ela corria o tempo todo, mas não
importava, ela ainda cheirava a céu. Uma mão se enrolou ao redor da
garganta dela. Ele adorava sentir o coração dela batendo em sua mão.
Sentindo-a engolir quando escovou sua boca sobre a dela mais uma vez. Até
isso era como voltar para casa.
Ela ainda não tinha se afastado dele. Nem mesmo quando ele lhe
contara o pior. — Eu sou um homem que passou por coisas em sua vida que
não quero que nenhum outro ser humano saiba. Ser estuprado não é algo de
que os homens falem. —Ele levantou a mão dela e virou-a para cima. —
Esses segredos estão aqui, na sua mão.
Ela fechou os dedos com força. — Eles estão seguros comigo, Viktor.
— Eu sei disso. Eu confio em você, Blythe. Sempre confiei em você.
Você não é apenas bonita no exterior, e acredite em mim, você é. Seu cabelo,
tão selvagem e indomável no quarto e tão junto e domado fora dele. Sua pele.
Pernas que continuam para sempre. Seus seios são perfeitos, e esse traseiro,
que não posso parar de olhar. Quando você se afasta de mim. Eu amo que

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eu possa te beijar apenas me inclinando em você, eu não tenho que me


agachar. Mas isso não é o melhor, e sério, querida, isso é tudo fod ... Ótimo.
Perfeito.
— Qual é o melhor?
Ele podia ver que seu elogio a afetava. Ela ruborizou como uma linda
rosa, sua respiração mudou, ficou ofegante, os seios subindo e descendo, e
ela apertava as coxas. Ele quis dizer cada palavra.
— Você. Sua alma. O que há dentro de você. Você brilha de dentro para
fora. Você é tão brilhante, Blythe. Eu fico perto de você e a escuridão apenas
retrocede. O mundo em que eu vivo desliza para longe, e vejo que há
esperança. Você é essa esperança. Não só para mim, mas para todos nós. —
Ele não pôde deixar de defender seu caso pelos outros. Eles contavam com
ele. Ele os perderia para o mundo violento que eles conheciam melhor.
— Você acha que de alguma forma eu posso salvar todos eles, não é?

236
— Eu sei que você pode. Agora eles não conhecem nenhuma outra vida
além do que foram forçados a fazer. Ser. Eu não sabia que havia algo mais
até que você veio. Foda-se, Blythe. Você nem sabe o que fez, sabe? O que
você me deu. Um milagre. Aprendi a rir, a olhar para frente a cada dia. Eu
não queria dormir à noite porque tinha medo de perder algo com você. —Ele
sabia que seu tempo estava se esgotando, que uma vez que ele tivesse
realizado sua missão e matado seu padrasto, ela poderia nunca mais olhar
para ele novamente.
Ela balançou a cabeça. — Eu não sou tão diferente de todos os outros.
— Você é. Para mim você é tudo. Eu sei que estou te dominando. Eu
estou tentando, mas eu não sei fazer de outra maneira do que empurrar pelo
que eu quero. Para o que todos nós precisamos. Eu acredito que sou o que
você precisa. Você cuida de todos ao seu redor, mas quem cuida de você? Eu
faço.
— Não quando você não está aqui. —Ela empurrou para trás o cabelo
que escapava de seu rabo de cavalo. Era sempre um pouco selvagem no final
do dia, o visual elegante de que ele falava já desfeito.

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— Eu estarei aqui. Eu não olho para outras mulheres, posso apoiá-la,


tenho dinheiro ...
— Viktor. Mesmo? Você acha que eu estou procurando um homem para
me apoiar? Eu faço o meu próprio caminho.
— Você me disse isso antes. Quando eu te conheci. —Ele se moveu para
trás e deixou seu olhar se mover sobre o rosto amado. — Temos que resolver
isso. O quê mais? Quais são as coisas que mais te preocupam?
— Vivendo com esses motoqueiros, que tratam mulheres como escravas,
você aprendeu a dizer a todos o que fazer e esperar que seja feito. Isso me
preocupa.
— Eu sempre disse a todos o que fazer e esperava que fosse feito. Você
não se lembra? —Ele observou seu rosto cuidadosamente. Ele viu o pequeno
flash de diversão quando suas memórias voltaram.
Ela assentiu. — Você está pior. Você acha que isso vai realmente

237
funcionar comigo?
— Não o tempo todo, mas você não é uma mulher que briga por
pequenas coisas. Você vai fazer o que eu peço a você a maior parte do tempo,
porque não importa para você, ou por que você verá que é melhor. Quando
você discordar, você me contará. Eu confio em seu julgamento, e quando eu
não estiver certo, você me deixará saber e eu admitirei imediatamente. Pense
bem, Blythe. Eu sempre fui assim. Empurrando. Você costumava dizer que
era o meu melhor e o pior traço.
Blythe cobriu o rosto com as mãos. Ela precisava de tempo para pensar.
Empurrar era seu melhor e pior traço. Por que ela estava com tanto medo de ficar
com ele? Ela o amava. Não havia outro homem com quem ela alguma vez
tivesse pensado em estar.
— Querida, não recue, estamos quase lá. Estamos trabalhando as coisas.
Me diga o que você precisa. O que fazer. Eu vou fazer isso. Eu vou fazer isso
direito para você.

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— Quando você foi embora, eu fiquei devastada. Não é apenas perdoar


você por não estar aqui. Eu entendo o por quê. Não se trata de não ouvir
você. Isso, eu ainda não tenho certeza como, mas eu sei que algo deu
enormemente errado. —Seu coração batia tão forte que ela estava com medo
que pudesse explodir. Ela não podia aceitá-lo novamente. Ela não podia
confiar nele novamente. Ela tinha muito a perder. Ela segurava-se com muita
dificuldade, estava tão frágil.
— Diga-me.
Ela inspirou fundo, expirou e olhou em seus olhos de aço. E soltou. —
Se você partir novamente depois que eu te aceitar, isso me destruirá
totalmente. Totalmente, Viktor. Eu nunca me recuperaria. Não é sua família
ou Darby ou qualquer outra coisa que você espere ou precise de mim. Eu
posso lidar com essas coisas, é o que eu faço, mas você ... Eu não posso perder
você duas vezes.
Ela viu seu rosto mudar. Ele não mostrava expressão muitas vezes,

238
principalmente quando estavam sozinhos, mas mostrava agora. O amor em
seu rosto correu direto através dela. Ela não podia ignorar isso, não sem
sentir a chegada de lágrimas. Ela não tinha tido muito amor em sua vida até
Viktor ter entrado nela. Ele a olhava como se fosse tudo.
Lembrou-se de que chegava do trabalho e tinha o jantar pronto. Havia
sempre riso e dança na cozinha, às vezes no quintal, na chuva. Sempre a
olhava como se ela fosse a pessoa mais importante do mundo. Ele a olhava
daquele jeito agora. Algo dentro dela se moveu e ela mordeu o lábio com
força. Ele estava voltando, pouco a pouco.
— Baby. —Ele disse suavemente.
Ela ouviu o amor. Senti-o cercá-la. Ele podia fazer isso. Envolvê-la nele.
Cercá-la com ele. Era assustador como seu ser inteiro reagia a ele. Corpo e
alma, ela era dele. Ela tinha sido desde o momento que o conheceu.
— Foi real? —Ela sussurrou a pergunta, com medo da resposta. Com
medo de que ele dissesse que não e ela ficasse devastada. Com medo de que
ele dissesse que sim e que ela se perdesse de novo.

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Viktor a puxou para seus braços. — Cada minuto que eu estive com você
foi o mais real que já tive.
Blythe ouviu o anel de sinceridade em sua voz, verdade absoluta, e foi
sua ruína. Era demais para assimilar. Sua horrível vida, horrível. Ele de pé
na frente a ela implorando, um homem que sempre permaneceu inflexível,
nunca pedindo nada de ninguém.
— Estou certa de que haverá momentos em que estarei com raiva de
você novamente por não estar aqui comigo quando eu mais precisava de
você. Não vou poder evitar.
Ele assentiu. — Isso é compreensível, e quando surgir, poderemos lidar
com isso.
— Mesmo se eu não falar com você por um dia ou dois? —Ela fez um
desafio, porque ambos sabiam que não era o jeito de Viktor.
Ele passou a boca sobre o topo de sua cabeça, um daqueles gestos que

239
sempre foi sua ruína. — Nós vamos conversar sobre isso, mesmo se você tiver
que me bater.
— Eu poderia lhe bater muito.
— Eu sou forte.
Ele era. Ele era muito duro, com todos, menos com ela. Seu coração
bateu forte porque ela já sabia que era tarde demais para ela. Ela não sabia
como poderiam trabalhar todos os problemas, mas ela sabia que tinha que
experimentar. Ainda assim, ela teve que se segurar firme em si mesma apenas
para evitar cair aos pedaços.
— Por que um clube de motos? Isso realmente me incomoda. Eu não sei
por quê. Eu não sabia que poderia ser preconceituosa, mas acho que eu
sou. Eu associo esse estilo de vida a homens e mulheres que não têm a lei em
conta.
Ele olhou para ela um momento e então jogou a cabeça para trás e
riu. Riso real. Genuíno. Deus. Isto rasgou através dela, levando seu
coração. Era tão bonito vê-lo fazer isso. Saber que ela lhe deu isso.

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— Baby. Mesmo? É claro que não temos consideração por leis. Nós
fazemos as nossas próprias. Você vai nos ensinar, lembra?
Ela sabia que ele estava brincando com ela, e derreteu um pouco mais
por dentro. Ela lembrou, assim, a intimidade de ter um homem que
gentilmente brincava com ela sobre coisas duras.
— Seja sério. —Embora agora ela realmente não quisesse que ele
fosse. Ela gostava dele rindo. Ela gostava dele gentil. — Eu não gosto da
maneira como os clubes tratam as mulheres.
— Você gosta do jeito que eu trato as mulheres? —Agora, todo o indício
de risada tinha desaparecido. Ele a olhava fixo. — Você acha que porque eu
monto uma motocicleta, a maneira que eu vejo as mulheres de repente vai
mudar?
Ela balançou a cabeça. — Eu acho que não. É só que ... Por
motocicletas?

240
— Você na estrada aberta com o vento em seu rosto e a sensação da
moto abaixo de você. A liberdade, mel. Eu não sei como explicar isso.
— Então me mostre.
Ele estudou seu rosto, como se não pudesse acreditar no que ela tinha
dito. — Está falando sério? Você vai montar comigo?
— Se esse é o seu mundo e você me quer com você, então eu tenho que
ver se eu gosto.
Ela sabia, pelo olhar em seu rosto, que ele reconheceu a concessão. Ela
ainda não tinha dito não a ele. Ela estava dando mais e mais passos em
direção ao sim.
— Eu tenho que fazer um telefonema, Blythe, e depois nós
vamos. Preciso ligar para o presidente do braço do Swords e deixá-lo saber
que eu entrei em uma briga hoje. Eu tenho que me cobrir em todos os
momentos.

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Ela assentiu com a cabeça quando ele se afastou e tirou seu telefone
celular.
— Você não pode dizer uma palavra. Pegue uma jaqueta. Está frio esta
noite. Vamos dar uma corrida ao longo da Highway 1, e o vento está vindo
do oceano.
Ela assentiu, mas não fez nenhum movimento em direção às
escadas. Ela iria depois que ouvisse o que ele tinha a dizer ao presidente de
seu braço. Viktor olhou para ela, franziu a testa, mas não parou de digitar
número. Claramente ele tinha esperado obediência. Lembrou-se disso sobre
ele também. Se tinha a ver com conforto, saúde ou sua segurança, ele queria
e esperava cooperação.
Ele teria uma surpresa. Ele não iria enfrentar Evan sozinho, não se ela
fosse aceitá-lo de volta. Havia coisas que ela poderia fazer, e ela não iria ouvi-
lo dizer que era muito perigoso. Se ele podia estar lá, ela podia também. Ela
sabia que ele teria um plano. Isso é o que Viktor fazia. Planos. Agora seu
plano não incluía a ajuda dela, mas isso iria mudar.

241
— Habit. Sim. Tive alguns problemas hoje. Nada grande. Alguns
idiotas que rodaram pela cidade empurrando senhoras e crianças,
falando alto e chamando a atenção para si, me deram a oportunidade de
ficar bem por aqui. Bater o inferno fora dos idiotas e ainda ter os policiais
comendo na minha mão. Conseguiu coletar uma grande quantidade de
informações sobre Deveau e sua rota. Estou procurando áreas em sua rota
que possamos usar para uma armadilha. Más notícias, Evan não pode
usar um helicóptero para entrar. Ele chamaria atenção demais. Todo
mundo saberia que ele está aqui. Ele vai ter que montar, mas eu devo ter
um lugar para um grande número acampar sem ninguém
saber. Quantos?
Blythe estudou seu rosto enquanto falava. Ele estava completamente
diferente. Totalmente no papel do motociclista mauzão armando para um
xerife morrer. Tudo sobre ele mudou. Ele parecia duro. Ele parecia até
mesmo assustador, embora sua voz fosse baixa. Um pequeno arrepio

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deslizou por sua espinha. Ele não era tão frio quanto Reaper, mas perto.
Muito perto. Perto demais.
De repente, ele estendeu a mão para ela, como se pudesse adivinhar o
que ela estava pensando. Hesitou apenas o suficiente para que ele notasse,
mas seus dedos se fecharam em torno dela e a puxaram sob seu ombro,
travando-a contra seu corpo, sua frente para o lado dele. Ela lembrou que,
essa, era a forma como ele a fazia se sentir protegida. Ele parecia saber
quando ela estava nervosa ou com medo, especialmente perto de sua mãe, e
ele sempre a rodeava com sua proteção. Ela nunca se sentiu mais segura do
que quando estava com ele.
— Não me fode. Que diabos? Eles eram Swords? Que porra eles estão
fazendo em Sea Haven chamando a atenção para si mesmos? Eles
estavam quebrando as coisas em uma loja, jogando o resto da mercadoria,
recusando-se a pagar. Só isso já teria trazido o xerife. Na verdade,
fez. Idiotas do caralho.

242
Viktor soou completamente enojado. Ele desempenhou o seu papel
muito bem. Como se ele não soubesse que os homens com quem ele tinha
brigado eram parte do próprio clube com quem ele andava. Ele escutou por
um momento, explodiu em uma tempestade de xingamentos realmente
repugnantes e, em seguida, ouviu mais.
— Olha, este é um trabalho de merda para alguém como eu. Eu gosto
de ação, Habit. Se você não confia em mim para ter o trabalho feito, envie
alguém. Eu não sou babá. Esses filhos da puta se meteram em problemas
e colocaram todo o plano em perigo. Eu posso sair daqui esta noite, se
Evan tem alguém que queira enviar.
Ele ouviu de novo, e ela podia dizer que quem estava do outro lado da
linha estava tentando acalmá-lo.
— Será que ele tem alguém aqui que eu deveria ter cuidado? Porque
você sabe, isso é o que eu vivo para fazer. Enfio meu polegar na bunda de
babás idiotas. —Novamente o silêncio enquanto ouvia. — Descubra, e diga

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a quem está em contato com eles para deixar claro para não chamar a
atenção para si mesmos. Era como se eles estivessem tentando explodir
toda a operação. Ou isso, ou Evan mudou de idéia e só quer Deveau
morto. Eu posso fazer isso e, em seguida, explodir essa cidade de merda.
Ele era bom, plantando a semente. Blythe tinha que admirá-lo. O
presidente de seu braço iria descobrir que os outros Swords estavam na prisão
e leria os relatórios. Descobriria exatamente o que eles tinham feito para
fazer o xerife aparecer.
Por um momento de parar o coração pensou que talvez ele estivesse
brincando com ela novamente. Mas então, podia ler suas emoções, e agora,
ele estava desgostoso. Antes, quando o conheceu, ele tinha estado
genuinamente interessado. Ela tinha um medidor de besteira que era quase
sempre preciso.
Viktor bateu o telefone, guardou-o no bolso, virou-a para a frente dele e
tomou sua boca. Ela esperava selvageria. Ele foi suave. Gentil. Ele colocou

243
o coração nesse beijo. Sua boca se moveu sobre a dela, sua língua enredando
a dela, o gosto dele enchendo-a. Ele derramou amor dentro dela, amor
misturado com um desejo tão forte que tomou a respiração dela. Era uma
mistura potente que quase a levou às lágrimas.
Ele levantou a cabeça, sem tirar vantagem quando ele poderia ter. Ela
realmente perseguiu sua boca, precisando mais do gosto dele. Ele roçou os
lábios nos dela várias vezes e, em seguida, afastou-a suavemente ao
comprimento de seu braço. — Você sabe que não pode até que esteja pronta,
Blythe, e você não está pronta.
Ela se sentia pronta, pelo menos seu corpo estava, mas ele estava certo,
emocionalmente ela não estava. Ela apreciou que Viktor fosse um homem
forte. Ele podia tentar dominá-la com sua perseguição implacável, mas ele
tinha um código que o impedia de usar seus próprios desejos contra ela.
— Você sempre olha para mim desse jeito. —Havia admiração em sua
voz.
— Que maneira? —Ela mal podia respirar direito.

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— Como se eu fosse seu cavaleiro. Para você, querida, eu quero ser. Eu


quero ser esse homem que você vê. Quando eu olho no espelho, vejo algo
escuro e torcido. Quando você olha para mim, eu me vejo em seus olhos e é
algo bonito.
— Porque você é, —disse ela. — Ninguém tem a sua força. Olhe para
estes homens e mulheres que seguem você. Eles são fortes, e ainda assim
todos eles olham por você, porque eles acreditam em você. Eles sabem que
você é um bom homem.
— Eu não sou, baby, mas estou tentando ser. Eu quero ser.
Mais uma vez ela ouviu a absoluta sinceridade em sua voz. Ele
acreditava no que estava dizendo, e isso a deixou triste. — Como você pode
não ver que é um bom homem?
— Uma coisa era matar para sobreviver. Eu tive que fazer, a fim de
manter meus irmãos seguros, mas eu ensinei os outros. Esse foi o meu
plano. Eu trabalhei isso. Sim, eles estão vivos, mas não conhecem qualquer

244
outro modo de vida.
Isso pesava sobre ele. — Sorbacov é o responsável, Viktor, —ela
apontou gentilmente. — Você não. Vamos dar um passeio. Estou cansada,
mas não com sono, e eu preciso para ficar longe de toda essa emoção. Eu
acho que vai me fazer bem.
Ele tomou sua mão imediatamente e que eles subiam a escadaria larga
juntos. Quando ele estava em qualquer lugar perto ela, ele queria tocá-la. Dar
as mãos. Colocar os braços em volta dela. Ficar com ela à sua frente e os seus
braços ao redor do peito dela. Ou ela de frente para seu lado com o braço
apertado ao redor dela. O que a tinha feito se sentir protegida, muito
importante, e todas as coisas que ela nunca tinha sido quando criança.
Eles entraram no quarto e ela parou abruptamente, examinando o
desastre em sua cama. Era uma grande cama. Ela gostava de espaço, até
mesmo em sua cama, ela queria saber que tinha espaço. Agora, sua cama
parecia pequena. Jaquetas e coletes de couro e até mesmo alguns coletes
jeans rasgados estavam empilhados em um amontoado sobre sua cama.

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Ela deixou cair a mão, colocou as duas mãos nos quadris e olhou para
ele. — O. Que. É. Isto? —Ela enunciou cada palavra com cuidado.
Ele sorriu para ela, parecendo por um momento um menino travesso. O
olhar era tão bonito e fugaz que roubou seu coração. Ela adorava o olhar
dele, então ela manteve seu rosto severo, recusando-se a ceder a necessidade
de rir.
— Não pareça fofo. Diga-me o que é.
— Nossas cores.
— Você as jogou todas em minha cama?
— Não eu. —Ele ergueu as mãos. — Eu te conheço melhor do que
isso. Você me ensinou a pendurar toalhas, lembra?
Ele tinha levado uma eternidade para levá-lo a ver porque não se limitar
a lançar toalhas molhadas no canto de uma sala. Ele não se importava de
cozinhar e ele realmente fazer algo como se fosse algum grande brinquedo,

245
mas a roupa nunca ia ser sua coisa preferida. Ela resignou-se a isso e ao fato
de que seu homem nunca ia ser Sr. Certinho.
— Não foi você? —Ela estreitou os olhos e, em seguida, caminhou até a
janela. Estava aberta. Ela estava certa ela não só tinha fechado, mas
trancado-a antes de sair. Ela colocou a cabeça para fora e olhou para o teto.
Estava escuro e ela não podia ver ninguém lá, mas ela sabia exatamente
quem estava lá fora. — Reaper. Da próxima vez que você jogar as coisas em
meu quarto eu vou escoltá-lo para dentro para limpar a bagunça.
Viktor fez um som sufocado, contendo seu riso, envolvendo seu braço
ao redor da cintura dela e puxando-a de volta para dentro.
— Sua mulher é um pouco louca. —A voz divertida de Reaper veio de
fora.
Viktor pegou o rabo de cavalo dela em seu punho e puxou sua cabeça
para trás quando se inclinou o suficiente para capturar sua boca com a
dele. Não havia resistência a ele com esse humor. Ela envolveu os braços ao

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redor de seu pescoço, inclinou seu corpo no dele e beijou-o de volta. Ela lhe
deu tudo, porque era impossível negar, não quando era Viktor.
Quando ele levantou a cabeça, as mãos emolduravam seu rosto. —
Graças a Deus você é um pouco louca, —ele sussurrou. — Eu sinto muito
que ele fez essa bagunça. Eu vou arrumar.
— O que são? —Ela repetiu
— Nossas cores. Nós não podemos ser apanhados com elas, e Evan é
paranóico. Eu não duvidaria que ele fosse revistar a gente, nossas motos e
equipamentos. Nós carregamos as nossas cores. Todos nós temos
compartimentos secretos em nossas motos, que ninguém conhece, mas está
ficando muito perigoso agora que estamos perto do fim disso.
Ela foi até a cama e pegou uma jaqueta de couro, tocando o emblema
superior com o dedo. — Torpedo Ink?
— Nós pensamos no nome quando éramos adolescentes. Era legal

246
naquela época. Torpedo é um assassino e Ink em vez de incorporada.
O remendo era a árvore, crânios e corvos que Reaper tinha nas costas.
Não havia embutimento inferior para dizer de onde eles eram. Isso a deixou
triste por eles não terem uma base. Ele queria tanto, não apenas por ele, mas
para seus irmãos e irmãs. Ela não podia deixar de correr o dedo por aquele
tronco de árvore resistente. Parecia forte, segurando os dezessete ramos. Para
outras pessoas, era uma árvore, para seu clube, era tudo sobre Viktor, as vidas
que ele perdeu, e salvou.
Blythe não podia deixar de olhar para os crânios embrulhados
firmemente nas raízes das árvores. A maior parte das jaquetas tinha vários,
mas haviam algumas jaquetas, onde os crânios eram abundantes. Mais que
abundantes. Ela não tinha que perguntar de quem eram os casacos. Ela sabia
e se sentia triste pelas crianças que tinham sido. Viktor tinha deliberadamente
evitado contar a história de qualquer outra pessoa, mas ela sabia e isso a
deixava doente.

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— Elas significam algo para todos vocês, —disse ela. — Vamos tratá-las
com respeito. —Ela pegou as jaquetas de Reaper e Savage e foi ao grande
armário que ocupava um dos lados do quarto muito grande. — Há muito
espaço. Eu não sou minimalista, mas eu não tenho muitas roupas para
pendurar. —Ela pegou um cabide do armário e se virou para Viktor.
Ele não se moveu. — Mel? O que foi? —O olhar em seu rosto a
alarmou. Era difícil de ler. Ele olhava para ela como se quisesse chorar, mas
sua expressão era difícil de ler.
Ele engoliu em seco. — Você sabe que eu te amo, certo? —Sua voz
estava rouca, como se sua garganta estivesse enferrujada, e a declaração
saísse estrangulada.
Ela não sabia como responder a isso. Ela sabia. Como não poderia? Ela
sentia cada vez que eles estavam juntos. Ela até sentiu na rua quando ele
olhou para cima e a viu na calçada de Sea Haven. A emoção era forte e
sempre a cercava até que ficasse envolta nela. Em seu amor e proteção. Ela

247
não sabia como responder, de modo que não respondeu em vez disso ela se
virou e pendurou a jaqueta com cuidado e, em seguida, fez o mesmo com a
de Savage.
— Obrigado, Blythe. Você não sabe o que significa você entender sobre
as nossas cores. Elas representam ...
— Todos vocês, —ela terminou por ele. — Vamos, me ajude. Não é
como se cada um de vocês só tivessem duas. Quem costurou todos estes
remendos?
— Alena, Lana e Code. Você ainda não conheceu Lana ou Code ainda,
mas vai. Nunca diga a Code que eu disse que ele ajudou a costurar os
remendos.
Ela não tirou os olhos de seu rosto quando ele falou. Ela pegou a dica
do menino travesso novamente e a disparidade de suas emoções. — Vocês
todos os costuraram, —ela adivinhou. — Mesmo o grande e malvado
Reaper.

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Ele sorriu de novo, um processo lento, um belo sorriso que deixou seu
coração batendo forte e o calor pulsando entre as pernas dela. Ela pegou mais
casacos e os levou para o armário. — Se apresse. Você me prometeu um
passeio. —Ok, essa não era uma boa coisa para se dizer a ele. Não em seu
quarto. — Em sua moto, —acrescentou apressadamente.
Sua risada fez a pulsação dela aumentar.

14

248
Blythe ficou ao lado da grande motocicleta tentando não
hiperventilar. Em toda a sua vida, essa era uma das coisas que nunca tinha
feito. A noite estava muito clara, com estrelas brilhando como diamantes no
céu. A lua era uma lasca, mas de uma prata brilhante, sobre o oceano, com
luz derramando sobre a água.
Ela podia vê-la do ponto onde ele tinha deixado sua moto. O esconderijo
estava a alguma distancia de sua casa, em uma passagem estreita entre dois
de seus arbustos favoritos. Ele puxou-a para fora, e ela ficou um pouco
chocada porque a máquina era muito maior do que ela imaginou.
— Coloque isso. —Ele entregou-lhe um capacete.
— Muito conveniente que você tenha dois. —Isso a fez soar como uma
harpia e ela não ficou muito feliz consigo mesma por criticá-lo só porque ela
estava com medo.

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Ele não disse nada, mas veio a ela, colocou o capacete cuidadosamente
sobre sua cabeça e o fechou. Ele levantou a mão enluvada e colocou-a
debaixo do queixo dela enquanto olhava fixamente para ela. — Você acha
que eu deixaria algo acontecer com você?
Ela sabia que não. Ele não faria isso. Seu gene protetor tinha que estar
fora do limite. Suspirando, ela balançou a cabeça. Ela tinha pedido por
isso. Tinha sido idéia dela, agora não podia simplesmente ser um bebê sobre
isso.
— Eu monto há um longo tempo. Comecei na Rússia, baby, quando
tinha vinte e um anos e eles me liberaram da escola.
Ela ofegou. — Você ficou lá tanto tempo?
Ele balançou a cabeça, seu rosto ainda macio de amor, mas seus olhos
estavam fundidos com uma raiva reprimida que às vezes, como agora,
parecia sugar todo o ar para fora da atmosfera. — O ponto é, eu sempre vou
cuidar de você, mas você não tem que fazer isso se você não quiser.

249
Seu queixo subiu. Se ele pôde passar todos aqueles anos em um buraco,
ela poderia montar a traseira de sua motocicleta. — Eu quero. Eu realmente
quero. —Ela descobriu que era a verdade. Ela queria ver o que significava
para ele, seus irmãos e irmãs, a estrada.
Ela achava que compreendia a necessidade de seu clube. Era uma
fraternidade. Uma família. Que eles haviam formado nos anos de prisão,
cercados por criminosos. Eles tinham contado um com o outro e tinham os
outros em volta. Essencialmente, isso era o que um clube era, uma família
com suas próprias regras e códigos. Eram as motocicletas ...
Viktor acomodou-se na moto e estendeu a mão para ela. — Use meu
ombro para se equilibrar e basta pisar aqui e jogue a perna.
Com o coração batendo forte, ela fez o que ele disse, acomodando seu
corpo atrás dele. Apertado. Muito, muito apertado. O motor rugiu para a
vida e seu coração quase parou. Montar a moto com a vibração do motor
entre suas pernas e seu corpo pressionado tão perto de Viktor não foi uma
boa idéia. Ele pegou as mãos dela e puxou os braços em volta dele, de modo

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que as mãos dela estavam no corpo dele. Definitivamente não era uma boa
idéia. Agora ela não estava preocupada com acidentes. Ela estava muito
consciente de Viktor.
Ela amava tudo sobre ele. Seu corpo, tão forte e confiante. O riso
inesperado. Na maior parte do tempo ele era tão sem expressão que, quando
ele ria, ela sempre sentia como se fosse um grande presente. Ela poderia
passar a vida inteira só observando a maneira como ele se movia. Ele parecia
fluir, e nunca fazia um som. Como um gato. Um grande e preguiçoso gato
da selva, perigoso, ainda que o movimento fluido sempre deixasse seu sangue
em chamas.
Ela fechou os olhos e colocou a cabeça contra as costas dele, tensa e com
medo, mas tentando não mostrá-lo. Ela concentrou-se em como ele cheirava
e a maneira como ele ficava contra ela. Seus seios estavam pressionados
firmemente as costas dele e se mexiam com o movimento da moto, os
mamilos esfregando na renda do sutiã. Ela mordeu o lábio. Isto podia ser

250
uma tortura.
Quando nada de ruim aconteceu com ela, ela forçou seus olhos a
abrirem para que ela pudesse olhar ao redor dela. Eles já estavam na
Highway 1, indo para o sul. Movendo-se rapidamente. Sentia o corpo duro,
os músculos apertados, e fez um esforço para relaxar. No momento em que
ela o fez, sentiu o ritmo do seu corpo e da motocicleta. Parecia natural.
Ela se atreveu a levantar a cabeça e olhar ao redor. Ela podia ver tudo
ao seu redor tão facilmente, como se ela estivesse bem no meio, parte da
natureza. O oceano brilhava como vidro, iluminado onde a lua transformava
a água em prata e, escuro onde a luz radiante não batia diretamente. Seu
corpo se movia com a moto e com Viktor como se fossem uma unidade. A
moto era poderosa, assim como Viktor. Ela relaxou completamente, se
dando a experiência, assim como fez quando ele a tocou.
Sua mão se moveu sobre a dela, esfregando em uma carícia, e ela nem
mesmo ficou com medo dele não estar dirigindo com ambas as mãos. Então
ele tirou a mão e estavam voando pela estrada tão suavemente, passando as
curvas infinitas como se não estivessem ali. Ela não perguntou para onde

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estavam indo porque não importava. Ela não queria que o passeio terminasse
nunca.
Eles continuaram viajando para o sul ao longo da Highway 1, passando
por Elk e Manchester. Era uma longa distância de carro, e ela viajou muitas
vezes, mas era uma experiência completamente diferente na moto. Ela se
sentia livre e animada. Definitivamente acesa. Quanto mais tempo eles se
moviam como um, mais ela se sentia parte da moto e de Viktor.
Ela sempre amou Manchester e quase bateu no ombro dele para fazê-lo
parar. Em segredo parte dela queria caminhar pelas dunas, esperando
encontrar a praia deserta e fazer amor com seu homem. Ela não disse nada,
principalmente porque ela estava tendo um bom tempo e não queria que o
passeio terminasse.
Andar com Viktor a fez sentir-se parte da noite. O oceano de um lado e
o terreno selvagem do outro. Eles passaram por pequenas cidades com
poucas casas e ainda menos lojas. Point Arena era a maior, e mal se via,

251
quando passaram e continuaram indo para o sul.
Ela sabia que levava mais de uma hora de carro para chegar ao local
onde eles estavam, mas não parecia ter passado esse tempo todo, antes de
chegarem a Gualala e Sea Ranch e ele estava parando a moto e virando para
Annapolis Road. Ela só tinha ido uma vez e, apenas para explorar, o rio ali
perto.
Blythe não se conteve. A tentação era demais. Ela deixou cair as mãos,
deslizando-as sobre sua barriga dura. Ele sempre tinha um estômago
tanquinho. Ela se lembrou de deitar na cama com ele e apenas rastrear todos
aqueles deliciosos músculos. Ele nunca tinha entendido seu fascínio, mas
nunca se importara. As mãos se ergueram sob o casaco dele e acariciaram
sua barriga através de sua camisa, desejando que ele não estivesse usando
uma.
De repente, tudo em que podia pensar era Viktor, e a construção do fogo
entre suas pernas. As mãos dela deliberadamente caíram mais, para seu
pênis. Ela se lembrava de cada detalhe de seu pênis. O comprimento e

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grossura do mesmo. Como ele ficava quente, duro e suave veludo ainda que
como aço. Ele não a impediu, acariciando seus dedos, mas o fez acelerar um
pouco e ela sabia que o motor potente, a carícia de sua mão e a pressão de
seus seios nas costas estavam acabando com ele.
Ela encontrou-se sorrindo de pura alegria por estar viva. Ela não se
sentia dessa maneira a um longo, longo tempo. Não desde que Viktor esteve
com ela e eles passavam cada minuto juntos apenas adorando o corpo um do
outro. — Depressa, —ela sussurrou contra suas costas, sua mão deslizando
sobre seu pênis, os dedos o moldando, dançando e brincando. Ela realmente
precisava que ele se apressasse.
Blythe reconheceu o rio e a ponte de ferro, quando ele diminuiu a
moto. Poucas pessoas iam lá como regra, e ela duvidava que alguém estivesse
lá a esta hora da noite. Ele parou e eles simplesmente sentaram-se juntos
olhando o rio, ele com a mão sobre a dela, pressionando-a apertada sobre o
comprimento de seu pênis duro.

252
Ela mal podia respirar de desejo por ele. — Viktor. —O nome dele saiu
com calor e necessidade.
— Eu sei querida. —Ele puxou a mão e indicou para ela descer da moto.
Ela não estava certa de que poderia suportar. Não foi só o tempo na
traseira da moto, era a necessidade correndo por suas veias. A fome intensa
que cresceu por ele. Para o gosto e a sensação dele. Ela nunca tinha
esquecido os detalhes vívidos das noites e dias passados fazendo amor por
horas a fio.
Ele tirou o capacete e sacudiu o cabelo, tentando controlar sua
respiração. Desatou uma mochila, pegou-a pela mão e sem uma palavra
desceu para o rio. À distância, ouviu o rugido de motos o que a trouxe de
volta.
— Será que alguns dos outros nos seguiu até aqui?
— Nós vamos ficar sozinhos.

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Claro que tinham sido seguidos. Ele era Viktor, o Czar. — Eles guardam
você com suas vidas, não é? —Ele continuou andando, a urgência em seus
passos largos. O que lhe disse que ele estava tão afetado pelo passeio e sua
proximidade como ela estava.
— Eu sou o presidente.
— Você é mais do que o presidente para eles. —Ele sempre seria. Ela
entendia por que agora.
Ele deixou cair a bolsa, caiu sobre um joelho e abriu o zíper, abrindo-
a. Ele puxou um espesso cobertor, desenrolou-o e jogou-o no chão. — Põe a
tua mão no meu ombro, querida.
Ela o fez, seu coração batendo e seu sexo apertando. Ela precisava
dele. Agora. Já. Ele não parecia compreender a urgência da questão, porque
estava brincando com suas botas. Ela gemeu, olhando para sua cabeça
inclinada.

253
— Tem cinco anos para mim, Blythe. Não toquei uma mulher. Minhas
mãos estão tremendo um pouco.
— Já se passaram cinco anos desde que eu toquei um homem, —ela
admitiu. Ela estendeu a mão na frente dele. Isso é tremer. — Eu não sei se
eu posso fazer. —Ela levantou um pé e ele arrancou a bota e foi para a
outra. De alguma forma, ele conseguiu sem que ela caísse. Ela estava
tremendo tanto que teve que segurar os ombros com ambas as mãos
enquanto tirava uma meia e depois a outra.
Ajoelhou-se e pegou o zíper de sua calça jeans. — Tire o seu casaco,
Blythe. Depressa, baby, eu vou explodir antes de começar, e isso seria um
grande golpe para o meu orgulho.
Ela o soltou tempo suficiente para arrancar o casaco e arremessá-lo de
lado. Ele tirou suas botas. Ele desceu seu zíper e pegou a cintura da calça
jeans, pegando sua calcinha rendada, ao mesmo tempo. Ele deslizou o tecido
sobre os quadris, as coxas, as panturrilhas. Ela teve que se segurar novamente

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em seu ombro enquanto levantava uma perna e depois a outra para sair do
tecido ofensivo.
Sua respiração veio rasgada. O calor entre suas pernas tinha crescido até
que se tornou um incêndio fora de controle. Ela mal pôde suportar quando
ele abriu suas coxas, encravando-se entre elas, pegou seu traseiro nas mãos e
lambeu a parte interna da coxa.
Ela ofegou. — Viktor. —Não foi um protesto. Foi uma exigência.
— Tire seu top.
Ela não hesitou. Nem por um momento. Ela nem sequer se importou de
onde seus amigos estavam, perto ou longe. Se eles podiam ver ou não. Ela
jogou a camiseta em cima de sua jaqueta e sem ser pedida, se desfez do
rendilhado sutiã de modo que seus seios balançaram livres. Ela precisava da
brisa fresca em seu corpo.
Ela realmente precisava era de sua boca sobre ela, mas ele estava fazendo

254
algo lento e preguiçoso com a língua em vez de começar a trabalhar. Ela
pegou-o pelos cabelos e puxou sua cabeça para trazê-lo mais perto. — Viktor.
— Eu estou lembrando o quanto amo seu gosto. A sensação de sua
pele. O seu perfume. —Sua voz era muito macia. — Estou fazendo novas
memórias, baby.
— Faça-as mais tarde, —ela exigiu.
Ele riu e soprou ar quente sobre ela, mantendo-a imóvel enquanto se
aninhava. Ela apertou os punhos em seu cabelo em advertência.
Ela amava sua risada. Mesmo quando ele estava deixando-a louca, ela
adorava. Então sua boca caiu sobre ela e ela perdeu todo pensamento que
tinha. Ela gritou. Alto. Com Viktor nunca houve inibições. Ele não lhe
permitia. Assim, todas as suas paredes vieram abaixo, e ela era mais uma vez
apenas Blythe. Toda mulher. Sua mulher. E isso era tudo que importava para
eles.
Ele foi implacável, sua língua apunhalando profundo, provocando,
circulando, sacudindo. Ele sabia o que estava fazendo e fazia isso

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habilmente, mas com muito sentimento. A corrida a consumia mais rápido


do que ela jamais imaginou possível, ela estava tão preparada. Então, ele
estava subindo, uma demanda implacável em seus dedos e boca. Levá-la lá
novamente antes ela prendeu a respiração.
— Viktor. —Apenas o seu nome. Pensando em detê-lo. Não havia como
pará-lo.
Ele a devorava, tomando seu tempo, retardando o seu ataque para que
a enorme sensibilidade pudesse aliviar o suficiente para que ela pudesse
respirar. Sua boca era tão boa. Como ela tinha vivido sem ela? Sem ele? Ela
não sabia. Ela não se importava agora que ele estava com ela. De joelhos,
segurando-a, sua boca comendo-a como se ela tivesse o melhor gosto do
mundo.
— Eu não posso. Está vindo novamente. —Foi um gozo
feroz. Duro. Que ameaçava levar sua sanidade naquele momento.
— Solte-se. Me dê isso, baby.

255
Ele sussurrou contra seu clitóris, sua língua afagando, e então ele
chupou, e ela se perdeu. Ela gritou quando onda após onda de puro fogo
ardeu por ela. As chamas correram através de seu corpo, pelo ventre até os
seios e das coxas para as pernas e pés. Por um momento, manchas dançaram
diante de seus olhos. Ela piscou rapidamente, tentando limpar sua visão
enquanto Viktor arrancou sua jaqueta e camisa, arremessando-os em cima
de suas roupas e botas.
Dois homens correram do outro lado da estrada, as armas em punho,
cascalho voando. Ambos pararam abruptamente, olhando para ela através
da escuridão. Reaper e Savage. Ambos balançaram a cabeça, sorriram,
deram-lhe uma pequena saudação e, em seguida, viraram-se. Ela observou-
os enquanto caminhavam de volta até a estrada. Sem olhar para trás.
Ela devia ter entrado em pânico. Ela devia ter se importado. Ela estava
completamente nua com um homem ajoelhado entre as pernas dela. Ela
estava a céu aberto sob um manto de estrelas e era a coisa mais decadente
que podia imaginar. E só adicionava entusiasmo.

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— Depressa, Viktor. —O fogo estava crescendo de novo. Ela não sabia


como. Ele não estava mais a tocando, tirando as botas e meias e, em seguida,
estendendo a mão para o zíper de sua calça jeans. Ainda assim, o bater
implacável do sangue em seu clitóris continuou. Fazia tanto tempo. Um
tempo demasiadamente longo. — Eu preciso de você dentro de mim agora
mesmo.
Ele empurrou seu jeans para baixo e seu pênis saltou livre. Ela inalou
bruscamente a visão dele, hipnotizada. Antes que pudesse se conter, ela
estendeu a mão e envolveu seus dedos ao redor dele, ficando de joelhos na
frente dele. Ele sempre disse a ela seu corpo pertencia só a ela. Ela acreditou
pela maneira como ele respondia a ela.
Seu punho deslizou sobre o aço aveludado, e ela olhou para seu
peito. Ela sempre amou seu peito. Largo e forte, os músculos
definidos. Direto sobre o coração estava sua tatuagem. Ali, a fechadura
envolta em correntes, o fio da lâmina e espinhos de uma única rosa vermelha
de haste longa, a única cor em todo o desenho. O nome dela estava escrito

256
dentro do emaranhado de fios, de correntes e espinhos.
Ele caiu no chão em sua bunda, forçando-a a se dobrar se quisesse
manter a pressão em seu pênis, o que ela fez. Tão quente. Tão duro. Todo
dela. Sua boca estava molhada. Ela precisava saboreá-lo. O pensamento
adicionou mais calor em seu clitóris. Os pequenos músculos internos se
apertavam enquanto seu corpo chorava por ele. Estava desesperada por ele.
Ela se inclinou mais, roçando beijos ao longo de seu peito, lambendo seu
mamilo esquerdo, seu umbigo, traçando os músculos da parte inferior
levando à sua virilha.
— Você não está facilitando as coisas, —disse ele, tentando tirar seus
jeans.
Ela mal ouviu. Seus seios escovavam sobre as coxas dele, seus mamilos
duros empurrando a pele dele quando ela lambeu seu eixo e sua língua
dançou ao longo da coroa. Seu pênis empurrou e pulsou. Um líquido

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perolado pontilhou a cabeça larga. Ela lambeu as gotas e fechou os olhos,


saboreando seu gosto. Ela amava seu gosto. Ela sempre amou.
O corpo inteiro tremeu quando ela o engoliu, puxando-o
profundamente, batendo com a língua, usando-a como uma arma
requintada, sugando com puxões fortes até que ele pegou seu cabelo no
punho e afastou a cabeça dela.
— Eu não vou durar muito nesta primeira vez, Blythe. Eu quero estar
dentro de você. De quatro, baby. Vou levá-la duro e rápido e, em seguida, da
segunda vez vou retardar as coisas, olhar em seus olhos e vê-la chegar. Eu
adoro olhar para você quando você goza.
Ela estava em suas mãos e joelhos rápido, afastando-se dele, olhando
para o rio, sentindo o balanço de seus seios, seu corpo em chamas. Ele se
ajoelhou atrás dela, sua mão se movendo entre suas pernas para testar sua
prontidão, embora ele tivesse que saber que ela estava mais do que
pronta. Ela empurrou para trás, sua respiração um pouco irregular.

257
— Depressa, querido, —ela sussurrou. — Você tem que se apressar.
— Eu amo que você esteja sempre pronta para mim. Sempre tão ansiosa
quanto eu estou. —Ele circulou seu eixo com o punho e rasgou o invólucro
do preservativo com os dentes. Rolou-a e, em seguida, colocou a ampla
cabeça em sua entrada.
Sua respiração vaiou. Ela estava tão quente. Tentou empurrar para trás
e empalar-se, mas ele cavou os dedos em seu quadril para mantê-la imóvel.
— Cuidado, baby. Você não faz isso há algum um tempo. Eu não quero
que você se machuque. Eu vou devagar até que saiba que você está bem.
— Eu não vou ficar bem se você não andar logo. Eu preciso de você
dentro de mim, —ela instruiu, virando a cabeça para olhar para ele por cima
do ombro.
Ele empurrou uma polegada para dentro e ela engasgou. A sensação era
tão boa. Ele esperou um momento para o seu corpo se ajustar. — Você é
apertada. Escaldante e tão apertada que está praticamente me estrangulando.

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— Eu posso sentir seu coração bater através de seu pau, —disse ela,
tropeçando um pouco nas palavras. Ele tinha lhe ensinado, achando
engraçado ela nunca ter usado essa palavra. Ele ensinou-lhe um monte de
coisas, coisas que primeiro lhe fizeram corar, mas, em depois, lhe deram
tanto prazer que ela queria o tempo todo.
Ele empurrou mais profundo, e ela não pôde evitar o gemido que
escapou. Ele a encheu, estirando-a, seus músculos apertados ondulando ao
redor dele, ávidos por ele, querendo puxá-lo mais profundamente, querendo
o leite dele.
— Assim que eu puder, eu vou a uma clínica para provar a você que eu
estou limpo e não estive com ninguém, Blythe, —ele prometeu, — então eu
não vou precisar usar uma camisinha. Eu sei que você não gosta delas.
Ela não gostava. Tinha sido ela a insistir em parar de usá-las quando eles
estavam casados. Ela queria sentir cada polegada dele, assim como queria
agora. Ele empurrou mais fundo, e depois avançou, enterrando-se até o

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fim. A respiração dela vaiou em uma longa corrida. Seu corpo apertou o
cerco contra o dele, segurando-o mais apertado.
Ele gemeu e começou a se mover. Batidas lentas que enviaram raios de
fogo através dela. Ele sempre tinha atingido todos os pontos importantes e o
fez agora, de modo que, com cada batida ele enviava ondas de prazer através
dela. Ele começou a aumentar o ritmo e ela sentiu um soluço de pura alegria
brotando. Fazer amor com Viktor sempre tinha sido uma aventura, mas era
bonito, perfeito e muito, muito bom. Depois de tanto tempo, era ainda
melhor do que ela se lembrava, e ela tinha mantido aquelas memórias por
perto.
Mesmo depois das três vezes que ele a tinha feito gozar com a boca, ela
estava perto, muito perto imediatamente. Apertando. Ofegante e querendo
mais. Mais duro. Ele obedeceu, pegando o ritmo, enviando raias de fogo do
seu centro para cada parte de seu corpo. O ar frio beijou sua pele quente,
aumentando seu prazer cada vez que a brisa passava sobre ela.

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Os dedos se cravaram em seus quadris e puxaram-na para ele enquanto


empurrava para frente. De novo e de novo. Ela empurrava para trás, sua
respiração falhando em seus pulmões. Era o paraíso. A perfeição. Sempre
que estava com Viktor. Ele estava nela, aonde ele pertencia. Como se eles
compartilhassem a mesma pele. Seus movimentos eram sempre em perfeita
melodia, assim como haviam sido em sua moto.
— Você está perto?
— Muito.
— Venha, —ele falou sua voz áspera com urgência.
Ela se soltou instantaneamente, seus músculos apertando em torno dele,
agarrando e ordenhando seu pênis. A respiração dele fugiu de seus pulmões,
seu pau inchou e suas bolas apertaram. Então ele foi se esvaziando nela,
enchendo o preservativo, o coração batendo junto com o dela, a respiração
irregular e seu corpo começando aquele deslize lento que ela lembrou que ele
gostava de fazer quando a sua liberação era espetacular.

259
Ela desceu sobre os cotovelos, porque não podia se manter, mas ela
estava sorrindo. Ela achou que nunca fosse parar. Sua respiração era difícil,
seus pulmões queimavam por ar, mas nada poderia impedi-la sorrir. Seu
corpo se sentia muito bem. Ótimo.
Atrás dela, Viktor saiu dela, o arrastar sobre os nervos sensíveis
causando outra onda de puro prazer que se espalhou através dela. Ele caiu,
uma mão ainda na nua bunda dela, esfregando gentilmente,
amorosamente. Ele sempre gostou de tocá-la e, aparentemente, isso não
tinha mudado. Removendo o preservativo, ele o amarrou e jogou-o de lado.
— Venha aqui, baby, —ele murmurou baixinho, estendendo a mão para
ela.
Ficaram deitados de costas olhando para o céu, respirando com
dificuldade, nem falar por um longo momento. Viktor se moveu primeiro,
envolvendo o cabelo dela em torno de seu dedo e puxando delicadamente.
— Eu amo você, Blythe. Muito.

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Ela virou a cabeça para olhar para ele. Para olhar em seus olhos. — Eu
também te amo.
Seu sorriso foi lento na vinda, mas chegou aos seus olhos e derreteu seu
coração. — Eu trouxe comida. Vinho. Tudo o que você quiser.
— Quando você embalou um piquenique?
— Eu os trouxe comigo para a sua casa na esperança de que eu pudesse
convencer você a sair comigo. Mudei de idéia quando as coisas ficaram
intensas, e então você me pediu para levá-la na moto e nosso piquenique
estava nos planos novamente.
— Eu estou feliz que eu fiz. Eu amei. Você não tem que usar um
preservativo da próxima vez. Eu confio em você quando diz que não ter
estado com qualquer outra pessoa. Eu também não, por isso está tudo bem.
Havia alívio em seus olhos, e satisfação, também, mas ele não disse
nada.

260
— Eles nos viram.
Ele não perguntou quem. Ele sabia. Ele sorriu para ela, estendeu a mão
e colocou mechas de cabelo atrás seu ouvido. — Eu sei. Não temos qualquer
modéstia. Eu te falei isso. Nós estivemos todos juntos nus por anos. Eles não
poderiam me importar menos. Isso aborreceu?
Ela pensou que deveria ter, mas a realidade era que não tinha. Ela não
sabia por que. Porque ela estava com Viktor e eles eram diferentes
juntos? Porque seu clube era diferente? — Eu prefiro não fazer disso um
hábito. —Na verdade, era porque ela estava com Viktor e ele a fazia esquecer
tudo, menos o prazer.
— Eu não posso prometer, eles sempre vão estar por perto. —Seu tom
era cauteloso. — Eu poderia pedir-lhes ...
— Não se preocupe com isso. —Ela não estava. Ela não achava que era
exibicionista, mas sinceramente, no momento, ela ainda não estava
constrangida. — Eu quero que eles o protejam.

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— Eles vão protegê-la também.


Eles provavelmente iriam se soubessem que ela era importante para
Viktor. Ela virou a cabeça, deu um beijo em seu pescoço e, em seguida,
voltou a olhar para as estrelas. — Eu adorei viajar em sua moto. Obrigado
por ter feito isso por mim.
— Você entende agora? Ficamos presos por tanto tempo, às vezes no
escuro, sem luz. O ar ficava tão sufocante, tão velho, que mal podíamos
respirar. Nós nos deitávamos no chão se não estivéssemos acorrentados a
parede e ouvir um ou outro suspiro como peixes fora da água no calor, ou
tremores de frio no inverno. Fedia a suor, urina e fezes. Não havia
banheiro. Tínhamos um canto da sala em que íamos se pudéssemos chegar
lá. Aqueles acorrentados à parede não podiam nem mesmo fazer isso. Com
o calor, era insuportável. Adicione lesões, sangue das chicotadas e pancadas,
que atraíam insetos e ratos. Foi um pesadelo imundo.
Blythe estava tão horrorizada que não podia olhar para ele. Ela ficou
olhando para as estrelas, identificando constelações, mesmo enquanto ela o

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escutava, seu coração batendo muito duro. Ele parecia não se importar,
quando casualmente contou a ela pedaços de sua infância, mas a raiva estava
nele e aparecia sem ele aparentemente estar ciente disso.
— A primeira vez que eu tentei andar em uma motocicleta, eu sabia que
queria estar em uma pelo resto da minha vida. O vento batendo no meu rosto
e poder ver a estrada aberta na minha frente. Eu nunca tinha experimentado
nada parecido. Eu estava em uma das minhas primeiras tarefas de uma
semana, tinha apenas vinte e um anos. Eu não podia esperar para voltar e
dizer aos outros. Foi a primeira coisa que fiz quando fui capaz de deixar
aquele lugar, comprar minha própria moto com o dinheiro que tinha roubado
e escondido em cada um dos meus trabalhos.
Ele se virou para o lado, a fim de acariciar o seio dela. Seu polegar roçou
o mamilo suavemente, em pequenas carícias. Ele levantou a cabeça e beijou
a pequena tatuagem em seu seio esquerdo. Uma chave. Aquela que poderia
abrir a fechadura sobre o coração dele. Eles fizeram as tatuagens juntos.

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— Eu sonhei com isso. Quando os pesadelos ficavam muito ruins e eu


não dormia por dias, —ele sussurrou contra a parte inferior de seu seio. —
Eu me enfiava na cama e pensava em você. Cada polegada de você. Eu
empurrava meu polegar no centro da palma da minha mão e eu construía a
sua imagem na minha mente. Então eu começava do topo de sua cabeça a
sola de seus pés. Eu te beijava, lembrando de cada detalhe de sua boca. Seus
lábios e língua. O gosto que você tinha.
Ele levantou a cabeça para beijá-la. Longo, lento, beijo que começaram
uma queimadura lenta. Ele continuou beijando-a, colocando o peito na
palma da mão, sem mover qualquer outra parte dele. Ele a deixou louca. Ela
queria mais. Calor se espalhou por suas veias e foi direto como uma flecha
para o meio de suas pernas.
— Nada era melhor do que a moto até que eu conheci você. Você limpa
minha cabeça por um longo período. Seu riso. Sua magia. Este seu doce
corpo.

262
Sua voz sexy estava fazendo-a queimar de novo. Sempre foi assim. Ele
poderia fazê-la querê-lo com um olhar ardente, e quando ele falava, não
importava o que dissesse, bruto que fosse, ou onde estivessem, ele a derretia
e ela ansiava por ele.
— Eu ficava tão duro que tinha que começar a bombear meu pau. Lento
no início, enquanto eu pensava sobre seus seios. O quanto eu gostava de
chupar seus mamilos. Brincar com você. Te deixar maluca. Você é tão
sensível aqui.
Tomou seu tempo baixando a cabeça, sua língua traçando um círculo
em torno de seu mamilo esquerdo e, em seguida, do direito. Ele plantou
dezenas de beijos sobre a curva de seus seios, desenhou letras com sua língua,
puxou cada monte macio em sua boca e, em seguida, chupou forte enquanto
ela engasgava e arqueava as costas. No momento em que ela foi embalar a
cabeça dele, ele se afastou.
— Eu imaginava você deitada debaixo de mim, e eu afastando suas
pernas. —Ele colocou seu corpo sobre o dela e cutucou suas coxas.

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Ela não tirou os olhos de seu rosto. Parecia o pecado carnal. Tão
bonito. Erguendo-se acima dela, a mão em seu monte, o polegar circulando
seu clitóris. — O que você imaginava? —Ela sussurrou, deixando-o entrar.
— Minha boca entre suas pernas. Até que você gritasse para mim. Eu
sempre amei você ser muito vocal sobre o que você quer. Seu prazer. Que
você está sempre disposta a tentar qualquer coisa comigo uma vez.
— Nunca é uma vez, —ressaltou. — Você faz tudo tão bem que uma
vez que nunca é suficiente. —Seus dedos estavam nela agora, arrebatadores,
apunhalando fundo e recuando. Ela o queria novamente com cada
respiração que dava.
— Eu me pergunto se essas foram as noites em que eu não consegui
dormir e eu fiquei acordada sob o ventilador, sem roupas, meu corpo
queimando pelo seu, —Blythe sussurrou, olhando diretamente nos olhos
prata, como a lua. Assim bonito. — Eu ficava tão quente e doída entre as
pernas, tão vazia sem você. Eu colocava o polegar na palma da minha mão

263
e pensava em você. Seu corpo, sua boca, os olhos, todos os músculos que
você sabe que eu amo, mas principalmente sobre o seu pau.
Ele retirou os dedos, e ela se aproveitou, subindo de joelhos. — Levante-
se para mim, querido.
— Qualquer coisa para você, Blythe. —ele disse e obedeceu.
Seu pau semi-duro tinha crescido enquanto tinha falado com ela. Ela
embrulhou seus dedos em volta dele. — Tenho um brinquedo na gaveta junto
à minha cama. —Ela lambeu os lábios, a língua formando um círculo lento
para umedecê-los em preparação.
— Vamos usar o brinquedo juntos, Blythe, —ele advertiu em um tom
rouco que enviou um arrepio de desejo por sua espinha.
— Eu estou bem com isso. Só se eu tiver você na minha boca enquanto
você está brincando. —Ela se ajoelhou, acariciando seu eixo e as bolas
pesadas, pegando as esferas de veludo e depois se inclinando para baixo e
lentamente colocando primeiro uma e depois a outra em sua boca. Ela

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lambeu ao longo e debaixo delas, e então para cima por seu pau enquanto
sua respiração sibilava.
As mãos dele foram para seus seios, pegando-os, os polegares deslizando
sobre seus mamilos, mas quando a boca dela levou-o ao fundo, estremeceu e
pegou a cabeça dela em suas mãos. Ela nunca tirou os olhos dele. Ela sabia
o que ele gostava. Ela sabia que ele queria vê-la. Que ele gostava não só da
sensação de sua boca, mas de olhar seus lábios esticados ao redor de seu pau.
Ele sempre lhe dizia o quanto isso o excitava, mas mais, ela sentia isto. Ela
sempre sentia sua resposta a tudo o que ela fazia com ele. Ele adorava quando
ela fazia isso com ele, e ela amava fazê-lo também.
Seu quadril começou a se mover, gentilmente. Ele sempre era gentil
quando estava em sua boca, mesmo quando ele ia profundo, ele tinha
cuidado com ela. Ela nunca teve medo. No começo, antes que ela soubesse
que podia confiar absolutamente nele, talvez então ela tivesse entrado em
pânico uma ou duas vezes, mas não agora. Agora, ela podia apreciar o que
estava fazendo. O calor. O veludo sobre o aço. O cheiro e o gosto dele. Como

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ela se sentia sexy. Ela se perguntou fugazmente se os homens que o vigiavam
estavam observando, e então Viktor gemeu e ela esqueceu tudo menos o que
ela estava fazendo.
— Não posso aguentar muito mais, querida. Eu ainda estou sem
controle por estar sem você por tanto tempo. Sua Boca é um paraíso do
caralho.
Ele gentilmente se afastou dela e ela não pôde evitar segui-lo, lambê-lo
como um cone de sorvete, enquanto seu corpo tremia de prazer.
— Deite. Eu quero você debaixo de mim.
Ela deitou-se de costas e esperou que ele a cobrisse. Colocando seus pés
no cobertor, as pernas abertas, ela embalou seus quadris. Ele não precisou de
outro convite. Empurrou dentro dela, gemendo quando o calor escaldante
dela o rodeou.
— Tão fodidamente apertada, Blythe. Você é tão gostosa que não estou
certo de que vou sobreviver desta vez.

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Ela sorriu para ele e levantou o quadril para encontrar o dele. Seu olhar
nunca deixou o dele. Ele entrelaçou os dedos com os dela e segurou seu braço
estendido acima da cabeça dela enquanto ela envolvia seu braço em torno
dele. O braço livre dele se fechou em torno dos quadris dela e ele a levantou
para ele.
Eles se moveram juntos, sem tirar os olhos um do outro. Ela o bebeu. O
amor no rosto dele trouxe lágrimas aos olhos dela. Ele podia não mostrar
expressão aos outros, mas quando eles estavam sozinhos assim, não podia
haver dúvida de que ele era realmente apaixonado por ela.
Sua respiração se misturava ao som do rio, das rãs e dos grilos. Ela não
virou a cabeça para ver os arredores ou olhar para o céu repleto de estrelas.
Havia apenas Viktor enchendo cada um de seus sentidos. Ela se entregou a
ele e ele se entregou a ela. Ela sentiu isso. Sabia que era o que ele estava
fazendo.
— Você está a salvo comigo, Blythe. —sussurrou. — Eu juro para você,

265
eu sou só seu. Para o bem ou o mau, eu sou seu.
Ele tinha dito aquelas palavras para ela na noite em que a levara para a
igreja russa em São Francisco. Ele quis dizer cada palavra. Ela sentiu a
sinceridade absoluta em torno dela. Não tinha havido nenhuma dúvida,
então. Porquê não tinha se lembrado desse momento e o procurou
ativamente? Feito perguntas? Tentou descobrir o que aconteceu
especialmente depois que Lev entrou em suas vidas e ela viu a marca que ele
colocou em Rikki?
— Não. Só podemos avançar. Fique comigo. Continue olhando para
mim.
Ela não podia desviar o olhar. Ela não queria. Ela sabia que era dele e
ele era dela. Ela o queria, e se às vezes, o passado ficasse entre eles, ambos
teriam de lidar com isto.
Passaram a noite no cobertor, fazendo amor, bebendo vinho tinto. Ele
preferia a cerveja, mas recordou seu vinho favorito e o trouxe isso. Ele trouxe
frutas, todas as suas favoritas. Biscoitos e Queijo. Até mesmo mel para

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colocar sobre o queijo e biscoitos, uma indulgência rara, mas que ela
adorava.
Eles falaram sobre tudo e nada. Na maior parte do tempo fizeram amor
ou dormiram embrulhados nos braços um do outro.
Ele a acordou antes do sol se levantar. Eles tinham que voltar antes do
amanhecer. Ele não queria arriscar que Evan pudesse ter enviado mais de
uma equipe para vigiá-los. Ela não se importava, porque amava a maneira
como ele a acordava, e não podia esperar para montar a moto novamente.

15
266
— Elle. Jackson. Obrigado por terem vindo.
Viktor assistia de sua posição privilegiada, onde inclinava um quadril
contra o arco que conduzia a cozinha quando Blythe deu um passo para trás
para permitir a entrada do casal em sua casa. No momento em que Jackson
entrou, seus olhos inquietos pegaram tudo, pararam em Viktor e ficaram lá.
Atrás dele, sua esposa, Elle Drake, entrou. Com ela veio uma onda de poder
inacreditável.
Viktor era sensível a energia, e a mulher era extremamente perigosa. O
poder estalou, ela virou o olhar e ele a viu prender a respiração e olhar para
o marido. Por suporte? Com esse tipo de poder? Ela era pequena com mechas
e mechas de cabelo vermelho brilhante. Ela não parecia poder se cuidar, mas

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ele sabia melhor pelo jeito que ela se movia e a energia que se acumulava ao
redor dela.
Elle abraçou Blythe com força, seus olhos cautelosos, mas ainda
afetuosos. Blythe tinha ligado para Jackson, não sua prima, e convidou-os a
vir na noite seguinte para conversar. Ela tinha dito que era sobre Evan
Shackler-Gratsos e não era uma boa notícia, mas extremamente importante.
Viktor tinha dito a ela para ter muito cuidado com o que revelasse em
uma conversa por telefone e para não mencioná-lo. Era fazer isso ou morrer
aqui. O policial iria explodir o disfarce de Viktor e matá-lo ou ajudar. Viktor
estava apostando sua vida que o homem estaria disposto a ajudar, apesar de
ser a lei. Uma vez, quando tinha ido contra o irmão de Evan, Jackson tinha
tomado a lei em suas próprias mãos. Viktor esperava que ele fizesse o mesmo
agora. Ele acreditava absolutamente que Evan era muito mais perigoso do
que Stavros-Gratsos fora.
Jackson cumprimentou Blythe com um aceno, mas manteve seu olhar

267
fixo em Viktor. Todo o tempo seu corpo parcialmente impedia sua esposa de
entrar na grande sala até que ele tivesse certeza. Blythe fechou a porta, andou
direto para Viktor e tomou sua mão, em um esforço para mostrar
solidariedade. Viktor moveu-se ligeiramente para que pudesse protegê-la se
as coisas fossem para o inferno.
— Entrem e sente-se. Temos cerveja, café, chá e limonada de morango
fresco14, —disse ela, acenando em direção às cadeiras convidativas.
— Café para mim, —disse Jackson.
— A limonada soa adorável. —acrescentou Elle. Ela olhou para Viktor.
— Acredito que não nos conhecemos.
— Desculpe Elle. —disse Blythe. — Eu deveria ter começado com isso.
Estou um pouco nervosa. Este é Viktor Prakenskii, meu marido.

14 Limonada de morango. *Receita no final do livro*

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— Claro que ele é. —disse Jackson. — Eu olhei para aquela identidade


impecável duas vezes e sabia que era falso, mas não consegui descobrir o por
quê. Seus olhos.
— Os olhos de Ilya. —disse Elle.
— Eu sou seu irmão mais velho, então tecnicamente ele tem meus olhos,
—corrigiu Viktor com um leve sorriso. — É legal conhecê-la, Elle. Seu
marido e eu nos encontramos um par de vezes.
Viktor tinha protestado contra a vinda de Elle. Ele sabia o que tinha
acontecido com ela, que o irmão de Evan a tinha seqüestrado. Evan tinha
ensinado o homem como "treiná-la". As irmãs de Elle e Jackson a tinham
resgatado. O irmão de Evan, Stavros, continuou vindo atrás dela e
eventualmente morreu fora na costa de Sea Haven em um mistério que os
cientistas ainda estavam tentando explicar.
Viktor queria conversar com Jackson e depois deixá-lo dar as más
notícias a sua esposa. Mulheres histéricas não eram seu forte, embora ele

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pudesse lidar com elas se precisasse. Na sua escola não havia ninguém
ensinando as artes mais finas, como seus irmãos tinham aprendido. Sua
escola era mais ao longo da linha de matar ou ser morto.
Jackson levou sua esposa para o assento do amor, o que não deixou
Viktor feliz. Ele gostava da posição. Era a melhor da casa, a mais defensável.
— Vou pegar as bebidas, querida, converse com sua prima. —Ele precisava
dela para acalmar os dois, deixá-los relaxados.
Blythe aceitou prontamente e tomou uma cadeira em frente a eles. —
Como estão suas irmãs, Elle? Elas já voltaram todas de sua lua-de-mel, não?
Elle assentiu com a cabeça. — Na verdade, elas voltaram antes de
Jackson e eu.
Ela ficou em silêncio, e através do arco aberto, Viktor pôde vê-la
encolher as pernas e enrolar-se em Jackson. Poucas coisas chocavam Viktor,
mas isso sim. Jackson imediatamente colocou seu braço em torno dela e a
puxou mais apertada contra ele.

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Elle sorriu para o marido, mas sua mão tremeu no colo enquanto Viktor
carregava a bandeja de bebidas. Ele a serviu primeiro. Ela era uma mulher
de poder e essa necessidade da segurança do marido o tocou.
— Eu sei que é tarde, Blythe. Viktor. —Elle respirou fundo. — Sinto
muito pelo seu filho—sua filha. Eu pensei sobre o que aconteceu com você e
o quanto deve ter sido terrível para você. Vocês dois.
Blythe ficou aflita. Absolutamente atingida. Ela não esperava e não
estava preparada.
Viktor cruzou a sala, colocando seu corpo entre ela e seus visitantes. Ele
nunca tinha virado as costas para um inimigo em potencial, não sem saber
que Reaper ou Savage o tinha em suas vistas. As janelas e portas estavam
fechadas, e ele duvidava que tivessem o delegado na mira. Então,
novamente, conhecendo Reaper, ele provavelmente o tinha.
Ele se inclinou desnecessariamente para colocar a bebida ao lado de
Blythe, mas o movimento lhe permitiu escovar a cabeça com um beijo antes

269
de se voltar para o casal. — Obrigado, —disse ele pelos dois.
— E também para me desculpar. Mamãe e as tias estavam tão loucas,
com tanto medo de sua irmã. Elas não iriam ouvir ninguém. Eu queria
apagar tudo o que elas fizeram e disseram. Eu sei que foi o que a manteve
isolada de todos nós. —Elle acrescentou. — Eu odiava o que elas fizeram.
Todas nós tentamos cada uma de nós, detê-las, mas elas estavam tão certas
que se tia Sharon fosse para a reabilitação seria melhor. Elas não pensaram
que ela poderia ser tão viciada que faria o que fez de propósito.
Blythe tinha ficado cinza. Seus dedos enterrados no lado da cadeira. Ela
ficou sentada ali congelada, segurando a respiração em seus pulmões. Nesse
momento, Viktor soube exatamente o que tinha sido para ela. Sozinha.
Completamente sozinha. Nenhuma família para apoiá-la. Seu coração quase
quebrou por ela, mas ela não estava sozinha agora. Ele não tinha estado lá
quando ela precisou dele. Isso nunca mais aconteceria.
Sentou-se no amplo braço da cadeira e pegou-lhe a mão, segurando-a no
peito. Ele ficou quieto. Podia ler o que estava acontecendo facilmente. Blythe

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estava afastada de sua família e tinha estado desde a morte da filha. Ele
poderia acabar com isso imediatamente e ela se voltaria apenas para ele, ou
ele poderia manter a conversa e a esperança que Elle conseguisse dizer algo
que fizesse Blythe aceitá-la de volta em sua vida. A questão é que, ela amava
a família. Ela tinha feito outra para ela, e estava disposta a assumir seus
irmãos, irmãs, Darby e suas irmãs. Mas ela precisava das Drakes. Suas
primas.
— Que porra você está dizendo? —Ele foi deliberadamente grosseiro.
Áspero. Inclinando-se para Elle agressivamente. — Sua família inteira
apoiou a cadela que assassinou nossa filha? —Se ele pudesse arrancar o
coração de Sharon com suas mãos nuas, ele faria.
— Está tudo bem. —murmurou Blythe. — Está bem. Vamos esquecer.
Não foi culpa de Elle. As tias acreditavam em minha mãe. Sharon era sua
irmã e elas precisavam acreditar que ela nunca teria feito uma coisa tão
terrível.

270
Ele percebeu que ela deve ter dito isso muitas vezes, mesmo que só para
si mesma. Não estava bem, e ela estava alienada de sua família por causa de
algo que eles fizeram ou disseram. — Diga-me o que aconteceu, —ele exigiu,
olhando para Elle.
Ela olhou para o marido, que apertou seu braço ao redor dela e puxou-
a sob seu ombro como se pudesse protegê-la da dor que enchia a sala.
Sofrimento e raiva. Viktor não conseguia aguentar tanto.
— Foi minha mãe e suas irmãs que pediram ao tribunal para ser
clemente e colocar tia Sharon em uma reabilitação. —Elle confessou em voz
baixa. — Ela não tinha registro prévio e não havia registros de incidentes
envolvendo os ferimentos em Blythe. Elas acreditaram quando ela disse que
ela apagou e não se lembrava do que aconteceu.
Blythe sacudiu a cabeça. — Eu não quero falar sobre isso.
— Nós perdemos você, e queremos você de volta, —Elle disse. — Você
simplesmente desapareceu de nossas vidas. Você passa por nós, sorri e anda,
mas você não está lá. Nós tentamos pará-las, para que eles vissem, nós

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realmente fizemos. Eu sabia do que ela era capaz e eu disse a mamãe, mas
ela não me ouviu. —Sua voz soou com sinceridade e tristeza também. —
Blythe, por favor, volte para nós.
Viktor entendeu que a traição de suas tias foi muito pior porque ele não
estava lá para apoiá-la. Ninguém estava lá. Ele disse o mesmo. — Porque eu
não podia voltar, você ficou completamente sozinha, tentando lidar com
tudo por conta própria. Sinto muito, Blythe. —Mais do que ela jamais
saberia. Ele se doeu por ela. Sofreu por ela. Ele quis que ela ouvisse sua
prima. Para sentir sua sinceridade. Para ficar com ele, apesar de ele não estar
lá quando mais precisou dele.
Blythe se manteve imóvel, como se o movimento pudesse quebrá-la. Se
ela quebrasse, Viktor estava lá para pegá-la. Mas ele queria que ela fosse forte,
pelo menos até que a companhia deles partisse e ele pudesse segurá-la em
seus braços e confortá-la.
Ela se sentia culpada?

271
Blythe olhou para ele, e ele percebeu o brilho das lágrimas que ela piscou
apressadamente. Ela sacudiu cabeça. Eu não poderia perdoar nenhuma delas. Foi
tão terrível e eu apenas segurei minha raiva.
Você tem todo o direito de estar chateada e zangada comigo por não estar aqui
quando você precisava de mim, mas parece que ela tentou te ver. Estar lá.
Ela assentiu com a cabeça.
Você tem que dizer a ela, baby ele incentivou delicadamente. Ela está sofrendo
também.
Os dedos de Blythe enroscaram-se nos seus com força e então ela
levantou seu olhar para o de sua prima, e ele pôde respirar novamente. Ela
não o estava afastando, ela estava mais uma vez mostrando-lhe por que ele
tinha tanta fé nela.
— Eu sei que você tentou Elle. Foi tão difícil, que eu quase não consegui
passar. Eu penso na minha filha a cada dia e me pergunto como ela seria. Eu
sei que foi decisão de sua mãe e ela lamenta. Ela me disse. —Por seu tom,

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Viktor sabia que ela não tinha perdoado a mulher e talvez nunca a perdoasse,
mas Elle era culpada apenas por associação. Não por ação. — Eu vou tentar.
Eu prometo.
Elle assentiu, com lágrimas nos olhos.
— Por quê? —Jackson perguntou, chamando a atenção de sua esposa.
— Por que você sumiu todo esse tempo, Viktor?
Ele estava lá para dizer ao policial a verdade. Deveau precisava conhecer
os eventos que levaram a esse momento. Esta reunião crucial e sobre o que
se tratava.
— Absinthe, um dos meus irmãos, foi baleado várias vezes em uma
missão na América do Sul. Ele tinha ido por um dos principais chefões de
um cartel de drogas lá. Eu tinha que chegar até ele para salvar a vida dele.
Eu estava mais perto, e ele não tinha muito tempo. Isso foi logo depois que
o marido de Sharon foi morto. Se você é baleado e deixado para morrer em
nosso negócio, Sorbacov mandaria seus limpadores atrás de você. Absinthe

272
tinha que ser vigiado para se manter vivo, e então eu tive que ajudá-lo a
desaparecer.
— Nenhuma mensagem para ela? —Jackson perguntou. — Você não
pôde falar com ela?
Com a sugestão de desdém em sua voz, Viktor quase lhe disse para ir
para o inferno, mas algo o compeliu falar a verdade. — Meus irmãos e eu
criamos um centro de mensagens para emergências. Deixei uma carta para
Blythe dando-lhe os códigos. Ela poderia me alcançar por esse caminho.
Ninguém deveria ter os códigos, só nós sete, mas eu queria que ela soubesse
como me alcançar se precisasse de mim. Deixei-lhe centenas de mensagens
e ainda mais para meus irmãos para cuidar dela. Ninguém me respondeu.
Ele acariciou suavemente o braço de Blythe e então, quando ele ainda
podia sentir sua tensão, enrolou o braço parcialmente ao redor dela para
poder massagear seu pescoço.
— Isso é loucura, —disse Jackson, franzindo a testa. — O que
aconteceu?

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— Nós não sabemos. —admitiu Viktor. — Meus irmãos e Blythe nunca


receberam nenhuma mensagem, e as que meus irmãos disseram que
deixaram para mim nunca chegaram. Cada vez que eu chequei o centro de
mensagens não havia nada.
— Não recebi a carta. —disse Blythe. — Suspeito que minha mãe a
tenha destruído. Ela foi levada para meu quarto depois que Ray morreu. Eu
nem sabia que havia uma carta até que Viktor me disse que tinha escrito uma.
Ela teve o cuidado de não mencionar que Viktor foi quem puxou o
gatilho. Jackson não era estúpido, ele tinha que saber que foi Viktor, sendo
um Prakenskii, e um homem de sucesso para Sorbacov, mas ela não iria falar
e, ao que parece, nem Jackson.
— Como funcionava o código? —Perguntou Jackson.
— Todos nós tínhamos a chave e sabíamos como ler uma mensagem.
Uma vez lida, ela era apagada para que não houvesse maneira de Sorbacov
poder nos rastrear. Dávamos um aos outros locais e destinos. Dizíamos que

273
se fôssemos feridos, esse tipo de coisas. No meu caso, eu precisava saber que
Blythe estava bem. Eu estava muito longe e eles me vigiavam como um
falcão no começo. Depois que eu tirei Absinthe de problemas, Sorbacov me
disse para ir atrás de um outro alvo de alto nível.
— Quando você teve a chance, por que você não desapareceu? Você tem
a habilidade, —Jackson perguntou.
Viktor sacudiu a cabeça. — Ilya estava à mostra. Sorbacov teria
mandado matá-lo. Eu não podia dar essa chance. Eu fui disfarçado para o
clube de motos Swords, no braço de Louisiana. —Não olhou para Elle ou
Jackson quando lhes deu isso, mas ele ouviu a rápida entrada de fôlego
quando Jackson reconheceu o nome do clube de seu pai. Em vez disso,
inclinou-se para Blythe, tentando lhe dar forças.
— É possível que tia Sharon não tenha destruído a carta? Que ela a desse
a alguém e eles tivessem a habilidade de destruir suas mensagens? —Elle
perguntou. — Ela faria isso, não é, Blythe? Apenas para ser rancorosa. Ela

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odiava que você fosse feliz. Mesmo em pequenas coisas, ela era odiosa para
você.
Houve um longo silêncio. Viktor manteve seu olhar no rosto de Blythe.
Ela estava pensando no assunto, mas eventualmente ela balançou a cabeça.
— A chave do código estava nessa carta junto com instruções específicas
sobre como apagar mensagens minhas. —Ele manteve sua voz muito gentil.
Seus dedos continuavam trabalhando a nuca dela, tentando aliviar a tensão
que escapava dela. Ela estava muito quieta. Preocupada.
— Ela não tinha amigos. Somente suas irmãs. Ela bebia demais e era
muito feio quando bebia, para manter amigos. Especialmente depois de Ray.
Eles se encontraram em um bar, e uma vez que ela estava com ele, ela bebia
ainda mais. Eles bebiam juntos.
— Ele não bebia, —corrigiu Viktor. — Era uma ilusão.
Os dentes de Blythe puxaram seu lábio inferior e ele não pôde deixar de

274
alisar seu polegar sobre a sedutora curva.
— Como assim?
— Ela simplesmente não tinha amigos. Ele só queria seus amigos ao
redor ... —Ela parou, seus olhos indo longe.
— Seus amigos eram todos pedófilos, —ele a lembrou o mais
gentilmente possível quando seu intestino se apertou em nós e alarmes
dispararam em sua cabeça. Ele queria xingar. Alto. Cru. Viktor tinha
colocado todos em perigo, dando-lhe o código. Enviando tantas mensagens.
O que ele havia dito? Sobre os outros? Ele havia mencionado algum dos
irmãos dele, os membros de seu clube em alguma das mensagens?
Seu pensamento era sempre claro. Tinha que ser. Ele mantinha o pânico
na baía como uma criança, lembrando-se que a vida deles estava sempre em
jogo, e seu cérebro era sua maior arma. Ele tinha que pensar em todos. Ele
não tinha pensando quando estava mandando todas aquelas mensagens para
Blythe. Ele tinha entrado em pânico, com medo de perdê-la. Com medo do
que estava acontecendo com ela quando ele não estava lá. Ele implorou a

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seus irmãos para cuidar dela. Mais de uma vez, ele tentou encontrar razões
legítimas para permitir que ele sumisse por alguns dias para que pudesse
chegar até ela, mas os Swords eram tão paranóicos quanto seu presidente.
O rugido em seus ouvidos se assentou enquanto ele respirava a raiva
contra si mesmo e seus muitos, muitos erros. Ele tinha feito antes, e crianças
foram mortas. Ele tinha mais pecados em sua alma do que qualquer pessoa
viva e devido ao pânico, medo e raiva. Ele empurrou toda a emoção para
baixo e concentrou-se na mulher que ele amava.
Qualquer conversa sobre sua mãe afligia Blythe. Sharon a mantinha
isolada da família e amigos. Elas haviam se mudado pelo país
deliberadamente para que o ciúme e o ódio de Sharon não pudessem ser
visto. Blythe tratara dela sozinha. Ela tinha lidado muito com muito,
sozinha. Pelo menos, acabara por ter seus irmãos e irmãs.
Querida, nós faremos isso juntos. Respire
Minha mãe quase nos destruiu, e eu permiti. Eu estava tão ferida depois que você

275
desapareceu. Eu não podia pense direito. Ela tem que ter dado aquela carta a um dos
amigos de Ray.
Ele estudou seu rosto. Ela tinha uma boa idéia que amigo era, e ela não
gostava do pensamento. Ele não ia forçá-la. Já tinha tido o suficiente. Eles
levaram Elle e Jackson lá por uma razão.
Vamos lidar com isso quando estivermos sozinhos, querida, ele assegurou. Vamos
ver se Deveau vai cooperar ou se ele vai explodir meu disfarce.
Ele não vai, ela disse com firmeza.
— Pedi a Blythe para ligar para você. —anunciou ele, voltando-se para
Jackson. — Eu tenho a tarefa secreta de ir atrás do maior anel de tráfico
humano do mundo. Foi uma tarefa de longo prazo e eu tive que ir fundo,
desaparecer. Era perigoso e isso significava perder todos os laços com a
família. —Sua mão se apertou em torno de Blythe.
Dizer isso de novo significava arriscar perdê-la novamente. Ele tinha
estado fora de sua vida quando ela mais precisou dele, quando ela não tinha

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família ou amigos para apoiá-la. Ela conheceu as cinco mulheres que


compraram a agora próspera fazenda, após a morte de sua filha.
Deveau era um homem paciente e ele simplesmente esperou. Viktor
apertou sua mão sobre Blythe como se isso pudesse impedi-la de se afastar
dele.
— Evan Shackler-Gratsos é o homem mais paranóico que já encontrei,
e ele não confia em ninguém.
Elle arquejou e olhou para Jackson. A expressão do marido não mudou,
mas curvou o braço em torno dela e puxou-a diretamente para ele, quase em
seu colo. Ele manteve seu olhar fixo no rosto de Viktor, observando seus
olhos. Viktor não desviou o olhar. Ele queria que Deveau soubesse quão séria
era a ameaça.
— Ele andava com os Swords, especificamente o braço da Louisiana.
Imediatamente a compreensão estava nos olhos do delegado. Ele era da

276
Louisiana. Seu pai tinha sido um executor dos Swords. Quando a mãe de
Jackson tinha ficado muito doente com câncer, ele pegou outra mulher para
montar com ele e ela tinha um filho chamado Evan. Sim. Ele estava
entendendo e rápido. Eles estavam todos conectados.
— Eu me juntei ao braço na esperança de que Evan fosse visitá-los e eu
pudesse acabar com ele, mas ele ficou tão paranóico que mais de uma vez ele
matou seus próprios guarda-costas e os substituiu, certo de que o estavam
vendendo. Então você se casou, Deveau. Você se casou com a mulher que
seu irmão queria e não o deixou ter. Ele já o odiava, mas então você cometeu
o pecado supremo. Ele não tem intenção de permitir que você seja feliz.
Qualquer um de vocês. —Ele incluiu Elle, mas manteve seu olhar em
Deveau. Sim, o homem era esperto. Ele estava entendendo.
— Este é o nosso único tiro para conseguir este bastardo. Ele tem uma
operação que não vai parar e ele a está executando em quase todos os países.
Os Swords escolhem alguns meninos e meninas, os atraem ou raptam,
estupram até que eles se submetem e depois os vendem até que eles ficam
muito velhos ou desgastados para ser de qualquer uso. Depois eles os matam.

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Alguns poucos são colocados em navios para serem vendidos para homens e
mulheres com certas inclinações. Eles gostam de machucar e depois matar
suas vítimas. Essas crianças são levadas para os navios e os corpos são
jogados ao mar.
Elle puxou os joelhos para cima e apertou o rosto contra eles, tornando-
se muito pequena.
— Continue falando. —Jackson exigiu quando Viktor hesitou.
Viktor odiava o que estava fazendo com a prima de Blythe. Seu rosto
estava muito pálido. Ela não desviou o olhar, mas parecia frágil. Desejou que
Blythe o tivesse escutado e tivesse pedido apenas ao delegado que viesse.
— Está tudo bem, —Elle disse sua voz surpreendentemente forte. —
Obrigado por se importar, mas eu tenho que ouvir isso. Ele vem atrás de nós,
não é?
Viktor assentiu lentamente. Não adiantava tentar fazê-lo fácil. Evan

277
Shackler-Gratsos não ia tornar mais fácil para qualquer um deles. — Sim,
receio que ele esteja. A boa notícia é que vamos ter uma chance de pegá-lo
porque ele próprio quer matar o Jackson. Ele deixou isso muito claro. Eu fui
enviado aqui para arrumar um lugar que os Swords possam ficar, sem que
ninguém perceba o grande número deles. Eles não estarão vestindo suas
cores, e não devem chamar a atenção para si mesmos.
— Então o que diabos foi aquele fiasco na loja da Inez? —Jackson
exigiu.
Inez definitivamente significava algo para ele. Ele não gostara que
alguém a tivesse ameaçado. — Eles estavam lá para me vigiar. Eu suspeitava
que Evan poderia enviar mais de uma equipe. Ele é paranóico. Eles eram de
outro braço, por isso era plausível que eu não soubesse quem eram.
— Seu disfarce ainda está intacto? —perguntou Jackson.
Viktor assentiu com a cabeça. — Liguei para o presidente do meu braço
e relatei o incidente e, em seguida, disse que eram Swords e quase explodiram
tudo. Por tudo o que sei, enviaram observadores para vê-los. Meus homens

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estão olhando, mas não encontramos nenhum outro e somos bons no que
fazemos.
— Eu posso imaginar, —disse Jackson secamente.
Viktor não se incomodou em pegar a isca. — Olhei os acampamentos.
Há muitos deles que serviriam, mas muitas famílias acampam neles. Não há
como garantir a segurança. Preciso de um lugar onde possamos planejar uma
emboscada para você e depois virar a mesa sem que civis se machuquem.
— Você está planejando me usar como isca.
Viktor assentiu com a cabeça. — Evan planeja matar você. Eu digo, dar-
lhe um tiro. Ele também quer sua mulher. Ela precisa ser trancada
firmemente onde ele não tenha uma chance possível de chegar a ela.
Elle sacudiu a cabeça. — Ele não consegue me assustar.
Viktor franziu o cenho para ela. — Ele me assusta, e deveria a você
também. Ele não é são. Ele gosta de ferir as pessoas, especialmente as

278
mulheres. Ele odeia o seu marido com paixão e quer que ele sofra. Machucar
você faria isso.
— Qual seria um lugar bom para Viktor dizer aos Swords para vir? —
Blythe perguntou a Elle antes que Viktor pudesse dizer qualquer outra coisa.
Ele olhou para ela, mas ela estava estudando sua prima e evitando seu
olhar. Ela planejava algo e ele tinha a sensação de que não ia gostar. Seus
sentimentos sempre estavam certos.
— Tenho uma amiga, Leslee Huber. Ela leva seus mastiffs15 quase todo
dia para uma área fora da Highway 20, chamada Egg Taking Station16. Não é

15 Mastiffes – Conhecidos como cães de guarda, são considerados excelentes guardiões e cães
de família.

16 Egg Taking Station – Estação de produção de ovos

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muito bem marcada, mas é parte do Jackson State Demo Forest. O Rio Noyo
corre lá atrás. Há acampamentos ao longo do rio, uma área comum, e as
estradas são todas de exploração madeireira. Não são pavimentadas, mas
Leslee disse que as estradas são difíceis, com altos e baixos. Todas as estradas
estão intactas e você pode voltar de lá para Sea Haven pelas estradas traseiras.
— Conheço Leslee. —disse Blythe. — Ela trabalha com massagem
terapêutica. Ela me contou sobre esse lugar. Quase ninguém vai lá.
— Esse não é um bom lugar para uma mulher sozinha, mesmo que ela
tenha seus cães com ela, —Jackson estourou, olhando para sua esposa. —
Não é seguro. As pessoas que acampam lá estão geralmente tentando
desaparecer.
— O ponto. —disse Elle: — É que é um lugar perfeito para os Swords
acamparem. Eles vão gostar do fato de que as estradas lhes dão lugares para
correr sem serem vistos. Há maneiras de entrar e sair das estradas que lhes
permitiriam viajar sem serem vistos. Poucas famílias acampariam lá.

279
— Não é uma má idéia, —concordou Jackson, relutante. — Há estreitas
pontes de madeira que um carro não poderia atravessar, mas uma moto sim.
Muitas rotas de fuga para eles. Um bom lugar para me emboscar. E é na
minha rota, então eu seria o único a atender todas as chamadas lá. Eu acho
que Elle e Blythe estão corretas, embora, Elle, você tenha que advertir sua
amiga para não ir lá sem avisar.
— Stavros tinha medo de Evan. —Elle disse em um tom baixo. Ela
olhou para Jackson. — Eu tenho um tremendo poder, mas acho que Evan
tem algo a mais, algo muito assustador. Sem saber o que é, seria tolo se
colocar em perigo.
Blythe limpou a garganta, mas não olhou para Viktor. Ela esperou até
que tivesse toda a atenção de Elle. — Eu posso extrair o poder e vinculá-lo
de qualquer fonte em qualquer indivíduo. Eu posso impulsioná-lo também.
Houve silêncio enquanto Elle quase olhava para sua prima, com a boca
aberta. — Você pode fazer o que? —Ela sussurrou.

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— Se Evan, ou qualquer outra pessoa, usa poder, qualquer tipo de poder


psíquico para qualquer propósito, eu posso roubá-lo dele. Pegar. Posso
direcionar a energia para outro indivíduo, como você, Jackson ou Viktor. Eu
faço isso o tempo todo aqui com minhas irmãs. Quanto mais eu trabalho com
ele, mais fácil e mais forte eu fico.
— Blythe, isso é incrível. Não posso fazer isso. Nenhuma das minhas
irmãs também pode. —Elle parecia assustada.
Viktor também estava maravilhado, mas sabia o que estava por vir e não
era bom. Ele tentou pará-la levantando-se e passeando pela sala. Ele tinha
que se mover, livrar-se do coração acelerado que lhe dizia que Blythe ia
insistir em se colocar em perigo imediato. Ele foi muito lento.
— Você pode detê-lo. —disse Elle. — Blythe, você pode detê-lo.
— Eu definitivamente posso evitar que use qualquer talento que ele
tenha. Ele está contando com o fato de que ninguém sabe que ele tem. No
momento em que ele tentar usá-lo, posso impedi-lo.

280
— O quão perto você tem que estar? —Jackson perguntou. Mais uma
vez seu olhar estava em Viktor, mesmo quando fez a pergunta. Ele sabia que
Viktor não estava feliz enquanto as duas mulheres pareciam totalmente
inconscientes.
— Perto o suficiente para sentir a energia começar a se reunir, —disse
Blythe. — Mas isso não deveria ser um problema. Eu posso estar no
acampamento ...
— Não. —Viktor usou sua voz mais dura, mais assustadora, a que
parava até mesmo Reaper.
— Quantos Swords você acha que Evan vai trazer? —Blythe perguntou
em uma voz muito calma.
Ele conhecia aquela voz, e isso significava que não importava o que ele
dissesse, ela faria o que pensava estar certo. Ele conhecia esse lado dela do
relacionamento anterior. Blythe era uma mulher tão doce como poderia ser,
dando-lhe a maior parte do tempo porque importava a ele e não a ela, ela não

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via razão para argumentar, mas quando decidia alguma coisa, não havia
como detê-la. Pelo menos ele não tinha encontrado um caminho ainda, e ele
tinha tentado de tudo.
— Viktor? —Ela insistiu em uma resposta.
— Pelo menos trinta. Talvez mais. Ele gosta de mostrar força. Ele iria
matar Jackson e depois enviar seus homens para acabar com Sea Haven. Ele
gostaria de queimar a casa das Drake, e ele definitivamente quer suas mãos
sobre Elle. —Ele tinha decidido dizer-lhe a verdade para que não precisasse
mentir para ela, mas ele sabia que estava cavando seu próprio túmulo com
aquela informação.
— Então você precisa de seu próprio exército para detê-los, —disse
Blythe.
— Falaremos sobre isso mais tarde, —disse ele. Ela não entendia o nível
de violência que os Swords eram capazes. A crueldade e o comportamento
vil em relação às mulheres. Eles gostavam do que faziam, quebrando os

281
jovens meninos e meninas. Evan recrutava homens como ele. Esse
pensamento o levou de volta a Ray e ao fato de que ele tinha começado um
site pedófilo na Internet que atraia homens e mulheres como ele.
Viktor precisava de um lugar para respirar ar puro. Em algum lugar onde
Blythe estava. Ele viveu muito tempo vagando no lodo, tanto tempo ele não
estava certo de que poderia ficar limpo de novo até que ele a viu. Até que ele
a beijou e ela o tirou de tudo. Ele não iria deixar ao acaso aqueles homens
colocarem suas mãos sobre ela. Ela já tinha se machucado o suficiente graças
a seus erros.
Viktor. As paredes estão ficando vermelhas. Sua raiva está se espalhando e está
se reunindo lá. Conversaremos sobre isso mais tarde.
Ele não respondeu, mas respirou fundo. Ele não ousou permitir a raiva
solta em sua casa. Não aqui perto dela. Nunca.
Olhe para mim.

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Ele não podia. Ele não a merecia. Ele não podia mudar o que era, uma
máquina de matar, porra, mas ele queria ser algo diferente. Ele queria que
todos fossem algo diferente. Mas se ele tivesse que se afastar para protegê-la,
então ele o faria. Ele não sobreviveria, mas não haveria ponto em sobreviver
sem ela.
Viktor. Olhe para mim.
Ela estava em sua mente. Seu espírito limpo e fresco empurrando através
de todo o feio estrume que ameaçava puxá-lo. Ele a cheirou, o fraco aroma
de pêssegos e creme que ela gostava. Ele teve que virar a cabeça e olhar para
ela, não podia negar nada a Blythe, a não ser permitir que ela se colocasse
em risco.
Ela tinha que ver a dor em seus olhos. O medo de perdê-la. Ela tinha que
sentir isso, porque ele podia e ele raramente se permitia sentir.
— Eu te amo, Viktor, —ela disse gentilmente. Só isso.

282
Ele podia ver que ela estava falando sério, mas a terrível protuberância
em sua garganta fazia com que fosse impossível respirar, cresceu até que seus
pulmões estavam crus, queimando por ar.
— Eu não me importo se ninguém nunca souber ou enxergar o homem
bom que você é. Eu sei. Eu vejo e estou orgulhosa de ser sua esposa. Pare de
pensar que vai me perder. Eu deixei minha mãe levá-lo embora de mim uma
vez, mas não vai acontecer novamente.
— Baby, eu não posso te dar isso. Eu te disse que te daria qualquer coisa,
mas não posso te dar isso.
— Não é sua decisão. É minha. Somos parceiros e estamos bem juntos,
Viktor. O que posso fazer pode pender a balança a nosso favor. Isso manterá
a vida de seus irmãos e irmãs seguras. Seus irmãos de nascimento também,
porque eles vão te ajudar. Elle e Jackson porque eles têm que fazer isso
também. Eu sou um enorme ativo, e você sabe disso.
Ele continuou balançando a cabeça. Ela fazia sentido. Tudo fazia
sentido, mas ele continuava balançando a cabeça. Ele não podia parar a

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reação visceral ao pensamento de que ela estaria em perigo com Evan ou os


Swords. Ele odiava que ela estivesse certa. Ele odiava mais que ela não
discutisse com ele e ele sabia que ela não iria. Blythe era firme, quando
acreditava que ela estava certa. Ela não só acreditava, mas ela sabia que
estava desta vez.
— Se Elle e Blythe estiverem lá, teremos que ter certeza de que temos
planos para mantê-las seguras, —disse Jackson.
Viktor reconheceu que o delegado estava tentando ajudá-lo. Ajudá-lo a
entender que não poderia pedir a sua mulher para fazer o que lhe foi dito.
Havia algumas regras no mundo dos motociclistas que poderiam valer agora,
e ter sua mulher sob seu controle era um deles.
— Quantos homens você tem com você? —Jackson perguntou.
— Sete andando comigo e Alena. Ela é tão boa em uma luta quanto os
meus homens. Eu tenho mais oito vindo, e Lana. Como Alena, ela é letal.
Os outros estarão viajando com Habit, o presidente do braço da Louisiana.

283
— Dezoito de vocês? —Jackson disse pensativo. — Você tem certeza de
que pode contar com eles?
— Absolutamente.
— Eu tenho seus irmãos de nascimento e suas esposas, —disse Jackson.
— Não sei sobre Jonas. Pedi-lhe para fazer algumas coisas fora de sua zona
de conforto. Eu não sei se ele vai topar essa. Provavelmente.
Viktor sacudiu a cabeça. — A menos que você tenha certeza, não se
arrisque. Se falar e ele decidir tentar mantê-lo vivo, ninguém vai estar seguro.
—Jackson tinha que saber que era sua esposa em risco. — E eu não sei sobre
as mulheres. Quando você pensa em clubes fora da lei, você não olha para
qualquer coisa além desses homens. Eles são o pior.
— Nós vamos lidar com energia psíquica, —disse Elle. — Ele é
poderoso. Mesmo com Blythe lá para pender a balança para nós, não
sabemos o que vamos precisar para neutralizá-lo. Algumas das minhas irmãs

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estão esperando bebês. Não posso arriscá-las agora, então precisamos das
irmãs de Blythe para nos ajudar. Estão acostumadas a trabalhar com ela.
Estava ficando fora de controle. — Evan está trazendo um exército,
Jackson. Ele quer destruir a cidade. Você acha que ele vai agir bem com essas
mulheres?
Querido, seu gene protetor está fora dos gráficos e está mostrando. Você sabe que
não pode entrar lá nu, sem todos nós. Seus irmãos têm talento. Você tem. Você sabe
exatamente o que nós estaremos enfrentando. Você acha que eu te amo menos do que
você me ama? Quero-te seguro. Está dentro do meu poder ajudar você. Se fosse além
de minhas habilidades, eu não colocaria você em posição de ter que cuidar de mim. Eu
não o faria, Viktor. Eu te amo e nunca faria isso com você.
Ele odiava e amava que sua mulher fosse inteligente. O ódio era mais
forte do que o amor nisso. Ele ia dizer aos outros para se certificarem de que
suas mulheres fossem mais burras e ‘sim, qualquer coisa que você dissesse
fosse lei para elas’, mulheres.

284
Eles conversaram por várias horas. Jackson mapeou as várias estradas
de exploração madeireira para ele no Egg Taking Station. Ele e os outros
levariam suas motocicletas lá e, veriam quão rápido as motocicletas de rua
podiam viajar por ali. Jackson faria o mesmo com caminhões só para estar
preparado.
Blythe queria ir com ele, mas ele estava preocupado que fosse muito
perigoso. Ainda assim, ela tinha que ver a área. Todas as mulheres teriam.
Elle pensou que seria uma boa idéia organizar uma excursão com todas elas.
Ele conseguiu não revirar os olhos, mas trocou um olhar exasperado com
Jackson, que apenas encolheu os ombros. Claramente, ele estava em torno
delas há muito mais tempo. Ainda assim, se Blythe ia, ele e seus homens não
ficariam muito atrás. Eles estariam vigiando-a. Ela teria que se acostumar a
ter proteção do clube gostasse ela ou não.

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— Leslee me contou sobre este lugar, —disse Elle, enquanto o
caminhão saltava algumas vezes na estrada esburacada. — Mas eu nunca
vim aqui. Quando éramos crianças, este era um dos lugares que nosso pai
não queria que fossemos. Ele nos proibiu, muito embora fosse tentador, eu
não o desobedeci. Joley pode ter. Ela era um inferno enquanto crescia. Então
eu esqueci tudo sobre isso.
— Você não contou para Joley o que estava acontecendo? —perguntou

285
Blythe, surpresa.
As Drakes tendiam a fazer tudo juntas. As irmãs eram melhores amigas.
Ela entendia o conceito agora, porque ela descobriu suas irmãs do coração.
Ela se sentia melhor quando estava com elas. Agora, apenas Rikki, Lexi e
Lissa haviam acompanhado Elle e ela até Egg Taking Station para explorar.
Elas precisavam conhecer as estradas tanto quanto os homens. Elas
trouxeram comida com elas, e os cães de Gavriil. Eles eram os grandes Black
Russian Terriers17 e muito protetores, particularmente com Lexi. Onde Lexi
ia, Gavriil ia.

17 Black Russian Terrier (em russo: Чёрный терьер) é uma raça canina de origem russa. A raça foi

criada entre as décadas de 1940 e 1950 através de cruzamentos seletivos entre várias raças distintas: rottweiler,
schnauzer gigante, airedale terrier, terra-nova, Pastor caucasiano, etc. A criação inicial foi supervisionada pela Escola
Militar Cinológica fora de Moscou e os cães foram manejados em seu canil chamado "Estrela Vermelha". O objetivo
era desenvolver um animal de trabalho que fosse grande, corajoso, forte e obediente. Adaptável às variações
climáticas, é considerado um bom cão de guarda. Fisicamente pode chegar a medir até 72 cm na altura e pesar 68
kg.

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Blythe não tinha visto Gavriil, mas ele insistiu para Lexi levar os cães, e
ele tinha deixado claro que ele estaria por perto para o caso de alguém tentar
incomodá-las. Isso a fez querer rir. Não era como se as mulheres não tivessem
forças a serem contadas, especialmente quando estavam juntas.
Ela não tinha visto Viktor ou algum de seus irmãos, mas ela sabia que
eles também estavam seguindo-as ou já em algum lugar por perto. Ela pensou
que era um pouco irônico elas estarem explorando um lugar que
normalmente apenas algumas pessoas iam, mas neste dia, estaria povoada
com todos os tipos de indivíduos.
— Há uma entrada, —apontou Rikki. — Estrada 350. Acampamento
um. Floresta Estadual de demonstração Jackson. O aviso é tão pequeno que
não é de admirar que as pessoas não saibam que está aqui.
Elas poderiam facilmente ter perdido o sinal. Elas fizeram a curva
estreita para fora da estrada Highway 20 e foram direto para a estrada de
terra. Centenas de acres haviam sido registradas desde o início dos anos 1800

286
e havia uma rede de velhas estradas madeireiras cortando o parque.
Blythe ficou em silêncio enquanto seguiam pela estrada de terra. Era
dura, lisa, mantida em boas condições, mas ela não gostou da idéia de Viktor
ou de qualquer um dos outros montando rápidas Harleys nessa terra nua. Lá
o serviço de celular se houvesse era fraco. Não havia nenhuma maneira de
manter o contato dessa maneira.
— Há o rio, —Rikki disse sua voz ansiosa. Ela muitas vezes era hesitante
e se recusava a olhar para as pessoas até que estivesse perto de água, e então
ela mudava completamente. Ela era um elemento de água forte e em rios,
lagos e especialmente o oceano, ela florescia.
— É lindo aqui, —disse Elle. — Eu sei que Joley conhece este lugar, e
ela nunca disse qualquer coisa a uma de nós, aquela rata.
Blythe prendeu a respiração por um momento, seus dedos apertando em
torno da câmera que ela carregava. — Você não disse a suas irmãs o que
estava acontecendo, não é? —Era a vida de Viktor na linha de fogo. Viktor,
seus irmãos e Alena. Quanto mais pessoas soubessem, mais chances havia

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dele ter seu disfarce descoberto. E Jonas Harrington era um enorme ponto de
interrogação. Ele era o xerife e definitivamente andava pelo livro, ela estava
certa disso. Ele e Ilya eram melhores amigos. Jonas era casado com Hannah
Drake e Ilya com Joley.
Ela percebeu exatamente qual o risco que Viktor corria avisando Jackson
e trazendo-o para sua missão. Ela de repente ficou tão ansiosa que ela teve
medo de vomitar. Ele poderia ter permitido que os Swords pedissem socorro,
Jackson teria aparecido, atraindo Evan. Viktor poderia tê-lo matado e ele e
seus irmãos e irmãs teriam lutado sua saída. Provavelmente com sucesso.
Dizendo a Jackson a verdade ele arriscou sua vida. Se os Swords
descobrissem que ele estava disfarçado e planejava matar o presidente
internacional, o clube inteiro estaria atrás dele.
— Claro que não. —disse Elle. — Embora Sarah estivesse desconfiada.
Ela veio quando eu estava saindo, e você conhece Sarah, ela só sabe as coisas.
Ela me questionou e eu disse que estava indo a um piquenique com alguns

287
amigos.
Sarah. O coração de Blythe começou a bater. Ela mordeu o polegar,
tentando pensar o que fazer. Ela deveria ter avisado Viktor para não dizer
uma palavra. As Drakes eram especiais. Dotadas. Cada uma tinha um
talento. Não era o mesmo que suas irmãs na fazenda. Elas eram elementos
ligados à terra, água, fogo e ar, mas os Drakes podiam fazer coisas, saber
coisas ...
Se Viktor não tivesse avisado Jackson que ela teria ficado chateada com
ele, mas agora que ele tinha, e ela sabia o risco muito real que ele assumiu,
ela estava ainda mais angustiada. Ela percebeu que ele teria ido a Jackson,
não importava o quê. Esse era quem ele era. Ele teria protegido o delegado e
Elle. Ele tinha assumido esse papel quando tinha dez anos de idade e
continava. Ele sempre iria continuar. Outros poderiam não saber ou nunca
perceber, mas ela sim e iria ficar com ele.
— Respire Blythe, —Lissa lembrou suavemente. — Nós estamos aqui
para ajudar. Somos fortes quando estamos juntas, e você sabe disso.

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— Gavriil e os outros também vão ajudá-lo. —lembrou Lexi. Sua voz


era suave e séria. Essa era Lexi.
Blythe se encontrou sorrindo apesar de suas preocupações, e seu
estômago se acalmou ao som da voz de Lexi. Suas irmãs escolhidas. Elas
estavam lá para ela. Não importava o que estivesse acontecendo em suas
vidas, elas estavam lá para ela.
— Ele é um bom homem. —murmurou em voz alta. Precisando que elas
soubessem.
— Se você o ama, então sabemos que ele é um bom homem, —disse
Lissa. — Nós vamos lutar por ele também. Apenas saiba que os irmãos
Prakenskii são cabeças duras. Você vai ter que lidar com isso.
— Ei, —Elle disse, seus dedos apertados no volante enquanto eles iam
ao longo da estrada. — Jackson é um cabeça dura também.
Todas elas começaram a rir. Blythe não pôde deixar de rir com elas. —

288
Claro que ele é. Uma Drake não se casaria com qualquer outra coisa que não
um cabeça dura.
Elas dirigiram para cima e para baixo pelas estradas que estavam abertas
e muitas que tinham portões na frente delas. Elle era adepta a destrancar
portões sem tocá-los. Os acampamentos em ambos os lados do rio eram
perfeitos. Viktor já os tinha inspecionado e feito seu relatório a Habit, assim
mais dia menos dia, os Swords estariam chegando em pequenos grupos. O
plano era que eles instalassem seus acampamentos e se familiarizassem com
as velhas estradas, enquanto planejavam a emboscada.
— É realmente bonito aqui, —disse Blythe. — É engraçado que vivamos
aqui tanto tempo e não percebamos que estava aqui.
— Eu sabia que estava. —Elle disse. — Mas papai fez parecer que todo
fora da lei desde do Wild West acampava aqui. Algumas das crianças da
escola vinham aqui quando matavam aula, mas não muitas vezes. A família
do marido de Leslee tem uma propriedade aqui e ele está muito familiarizado
com tudo isto. Eu falei com ela ontem à noite e disse que estava fazendo

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toneladas de perguntas porque Kate precisava pesquisar para um livro que


estava escrevendo.
Blythe torceu os dedos e os apertou. Kate Drake era outra das irmãs ‘uma
autora de best-sellers’ casada com um ex-ranger do Exército. Conversar com
Leslee e usar o nome de Kate apenas acrescentava mais uma complicação.
Ela conhecia suas primas. A mínima dica e eles descobriam exatamente o
que estava acontecendo.
— Precisamos de um caminho de volta. —disse Lissa. — Temos que
estar acima deles sem ninguém atrás de nós, então nós teremos uma rota de
fuga clara.
— Eles podiam ouvir ou, eventualmente, ver qualquer veículo entrando
nessas velhas estradas. À noite o som viajaria, e durante o dia a poeira que
se levantaria daria a eles a posição. —Lexi disse. — Eu poderia minimizar a
poeira, mas o som ...
— Eu poderia tirar o som, mas se eles tiverem batedores, —Elle

289
aventurou, — nós ainda seriamos vistas.
— Poderíamos vir pelo outro lado. —disse Rikki. — Isso é o que fizemos
quando nós ... —Ela parou abruptamente, olhando para Elle sob seus cílios,
seus dedos girando e girando.
— Essa não é uma má idéia. Nós só precisamos encontrar o caminho
certo, —Blythe concordou, colocando a mão suavemente sobre Rikki.
— Vamos voltar para a área comum. —sugeriu Elle. — Podemos comer
e decidir a melhor maneira de fazer isso. Uma vez que tenhamos um plano,
os homens não ficarão tão loucos esperando que fiquemos em casa.
— Isso vai acontecer. —disse Lissa. — Não que eu vá ser de muita ajuda
aqui. Fogo pode correr rápido e há muito perigo de um incêndio florestal se
eu tentar manipulá-lo demais. Por outro lado, se eles tiverem fogueiras, eu
posso causar um pequeno estrago e talvez perturbar quaisquer planos que
eles tênham.

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— Você tem que lembrar que Evan tem um grande talento ou talentos,
—lembrou Elle. — No momento em que você usar poder, ele será capaz de
entrar em você rapidamente.
Blythe mordeu o lábio inferior com força. Ela estava arrastando suas
irmãs para essa confusão a fim de proteger Viktor. Havia uma nota de medo
na voz de Elle, e Elle Drake nunca tinha medo de ninguém. Dedos de medo
lhe enviaram arrepios pela espinha. Ainda assim, ela se manteve no fato de
que ela tinha um dom. Um talento. A mãe dela não acreditou e ela só o usava
para a fazenda, quando era necessário impulsionar Rikki, Lexi e Judith.
Ela sabia que suas irmãs acreditavam que era principalmente Judith,
mas era ela quem as unia e ampliava o poder que Judith criava. Ela tinha
aprendido a ficar no fundo e nunca a incomodou que os outros não
percebessem que ela tinha um dom. Ela realmente só poderia usá-lo em torno
de outros dotados. Ela apenas pegava a energia que eles reuniam e a
impulsionava ou dirigia.

290
Blythe olhou para o rosto de Elle. Elle realmente estava com medo de
Evan, e isso lhe disse para ter muito cuidado em torno do homem. — Está
tudo bem, Elle. Eu posso tomar seu poder e redirecioná-lo para um ou todos
vocês. Parece um plano. Eu estou morrendo de fome. —Ela não estava, mas
não gostava de ver sua prima com medo. Elle, quando jovem, nunca tinha
medo. Vê-la quase frágil era desconcertante.
Elle manobrou o grande caminhão pela estrada de exploração seguindo
ao longo do rio para a área comum. Havia algumas mesas de piquenique lá
e elas poderiam comer, beber e lançar idéias.
— Oh não. —Elle disse enquanto ela fazia a última curva para chegar à
estrada principal. — Temos companhia.
Blythe sentou-se mais reta. Ela reconheceu o RAV418 de tração nas
quatro rodas estacionado. Airiana e Judith sentavam-se na mesa de

18 A RAV4 é uma SUV confortável, versátil e com muito espaço interno.

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piquenique, Airiana balançava o pé para frente e para trás e recostava-se para


olhar para o céu. Judith ria de algo que ela disse. Ao som do caminhão,
ambas se sentaram mais retas e observaram Elle estacionar.
Lexi saltou e deixou os dois cães grandes saírem. Ambos correram para
Airiana e Judith para dizer olá. — Ei você dois, —ela cumprimentou. —
Vocês decidiram fazer um piquenique?
— Sim. —disse Judith. — Aqui mesmo no bom e velho Egg Taking
Station, ninguém nos falou, mas eu vejo que veio preparada para um
piquenique também. Grandes mentes, evidentemente, pensam o mesmo.
Olá, Elle. É bom ver você de novo.
— Você não convidou as duas senhoras grávidas, —acrescentou
Airiana, acariciando Kiss, a fêmea Black Russian Terrier. — Então
conversamos sobre isso e decidimos que algo estava acontecendo.
— Sem mencionar, —Judith acrescentou, se afastando para que Rikki
pudesse colocar sua cesta de piquenique ao lado dela, — nossos homens

291
estão agindo como idiotas. Vocês sabem essas reuniões de fim de noite entre
eles. Mesmo Ilya andando por aí. Nós não somos estúpidas, você sabe,
apenas grávidas.
Blythe ouviu a dor em sua voz. Isso estava ficando fora de controle. —
Ninguém pensa que você é estúpida, Judith. —disse ela suavemente. — Só
está grávida. Ninguém queria arriscar você.
— É Viktor, não é? —Airiana adivinhou sagazmente. — Ele está em
algum tipo de problema, e todas vocês estão tentando ajudá-lo.
Blythe assentiu, evitando olhar para Elle. Muito poucas pessoas
conheciam os verdadeiros detalhes do sequestro de sua prima. — É perigoso
e eu não queria que nenhuma de vocês se machucasse. Qualquer uma de
vocês, —acrescentou, sacudindo a mão para incluir as outras mulheres. —
Mas não podemos correr riscos com bebês. —Ela abaixou a cabeça. —
Especialmente os bebês não nascidos.
Os olhos de Airiana se encheram de lágrimas e ela saltou da mesa de
piquenique para correr para Blythe. Ela se atirou e abraçou-a com força. —

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Claro que não vamos correr riscos. Gostaríamos apenas de saber o que está
acontecendo e ver se há uma maneira de nós podermos ajudar. —Blythe
começou a se afastar, endurecendo, e Airiana a abraçou com mais força. —
De longe. —acrescentou. — Longe de qualquer perigo.
— Nós apenas pensamos que talvez seu homem fosse um macho
chauvinista ou algo assim, —Judith explicou com um pequeno sorriso,
obviamente esperando aliviar o humor.
— Bem, ele é um pouco. —admitiu Blythe, tentando rir quando queria
chorar. Isto podia virar um desastre.
— Nós não falamos de negócios familiares com ninguém. —acrescentou
Judith, ainda mais séria. — Somos uma família. E se Viktor é a sua escolha,
ele é família. Ele é irmão do meu marido. Ele luta como uma máquina, então
eu estou colocando meu dinheiro nele.
Blythe balançou a cabeça enquanto Airiana deslizava seu braço através
do dela. — É muito perigoso. Eu sei que você quer ajudar, e apenas se

292
certificar de que os meninos não se metam em problemas, mas vocês duas
estão ... —Ela parou, sacudiu a cabeça novamente e forçou o comando em
sua voz. — É muito perigoso.
— Vamos sentar e ver o que temos de comida, —disse Elle. — Todos
nos podemos todas pensar melhor com as cabeças claras.
A cabeça de Blythe estava clara. Totalmente clara. Qualquer mulher
grávida não iria participar da guerra com os Swords e Evan Shackler-Gratsos.
O pânico era tão forte que ela teve que se afastar, as mulheres que ela
chamava de irmãs estavam lá por ela, mas não estava certo. Ela não poderia
viver consigo mesma se qualquer coisa acontecesse com os bebês por nascer.
Sem pensar, ela pressionou o polegar no centro da palma da mão. Ela
tinha feito isso tantas vezes nos últimos anos, quando estava angustiada que
se tornou um hábito. Ela não tinha entendido porque a confortava.
Respire e me diga o que está acontecendo. A voz de Viktor em sua mente
confirmou sua crença de que ele estava perto.

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Elas estão grávidas. Elas vão insistir em ajudar. Ela fechou os olhos
brevemente. Ótimo. Agora é a sua oportunidade de me dizer que você não me quer
aqui, mas eu ainda estou aqui e não tenho o direito de detê-las. Vá em frente e diga.
Estão grávidas. Eu entendo Blythe.
Ela deu um suspiro de alívio que ele não estava entrando na dela. Ela
não achava que poderia aguentar. Ao seu redor, elas estavam espalhando
uma toalha de xadrez como se fizessem piqueniques lá todos os dias de sua
vida. O riso e o murmúrio das conversas giravam em volta dela, mas ela não
conseguia fazer nada além de ouvir o rugido em seus ouvidos e ver os pontos
negros que lhe diziam que seria melhor tentar ultrapassar o que estava por
vir.
Querida, respire. Sério. Você vai desmaiar.
Você pedirá a seus irmãos que as impeçam de ajudar?
Eu posso fazer isso. Nenhum problema, mas você acredita que elas vão ouvir?

293
Você não escuta seu homem. Você é irmã delas. Elas amam você. Elas são leais a você.
Elas querem ajudar. Precisamos de outra solução.
Como o quê? Você tem que me dizer o quê. Elas não podiam perder seus
bebês. Ela não agüentaria. Ela mal tinha sobrevivido a perda do dela, mas se
acontecesse de novo a uma de suas irmãs, especialmente por causa dela, ela
não sobreviveria. Ela simplesmente não queria.
Precisamos de olhos e ouvidos na cidade. Evan não vai ficar feliz a menos que
envie homens para queimar a loja. Para queimar a casa Drake. Para machucar de
tantas maneiras quanto possível. Ele também usará isso como um chamariz. De modo
que somente Deveau venha aqui e todo o resto do pessoal da lei se dirija a Sea Haven.
Uma vez que Jackson entre na estrada de entrada, eles vão começar os problemas na
cidade para que ele não tenha cobertura. Pelo que ele me disse, eles estarão espalhados
por aqui.
OK. OK. Ela poderia lidar com isso. Talvez. Em que perigo estarão
realmente?

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Muito pouco. Evan não vai enviar seus melhores homens a cidade para causar
estragos. Aqueles que ele enviar serão os peões. Seus dispensáveis. Ele não vai se
importar se eles fizerem isso ou não.
Talvez fosse uma boa idéia Lissa ir com elas também. Ela é um elemento de fogo.
Se eles estiverem trabalhando com fogo, ela pode fazer todo tipo de coisas assustadoras
com isso. Ao mesmo tempo, ela pode protegê-las. A idéia lhe soou boa. Airiana e
Judith estariam seguras se Lissa estivesse velando por elas.
— Blythe. Venha sentar-se conosco. —Elle disse. — Ele vai ficar bem.
Ele sabe o que está fazendo ou não teria chegado tão longe. Eu estive
disfarçada. Ninguém aqui vai explodir o disfarce dele. Se ele trabalhou para
chegar a uma posição de confiança, então ele é muito bom.
— Evan ainda enviou um grupo de homens de outro braço para cuidar
dele.
— Porque ele é paranóico. —Elle deu um tapinha no banco. — Frango
frito. O verdadeiro negócio. E nós temos torta. Vamos, temos muito que

294
discutir.
Vai ficar tudo bem, querida. Eu prometo. Eu tive muito tempo para descobrir
isso.
A voz de Viktor era tão reconfortante. Tão gentil. Mas principalmente,
forte. Lembrou-se da maneira como se sentia em andar com ele por uma rua.
Ele parecia invencível. Agora ela sabia o porquê. Eu amo todas elas. Ela o
fazia. Ela precisava dizer isso a ele. Ele tinha que saber que essas mulheres
eram sua família. Se ele estava com ela, então elas eram família dele também
o que significava estar sob sua proteção. Esse era seu código.
Eu entendi você, querida. Agora vá se divertir um pouco.
Sua voz era reconfortante para ela. Ela sentiu por um momento como se
ele a tivesse envolvido em seus braços e apenas a abraçado.
— Eu sou toda pelo frango frito, —disse, quando não era. Ela não comia
alimentos fritos como regra, mas com Viktor na casa, isso só poderia mudar.
Ela sempre foi extremamente disciplinada, ao ponto de não saber realmente

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como se divertir. Quando ele entrou em sua vida, isso tinha mudado. Ela
tinha sido a única iniciar as coisas que sempre quis tentar, mas tinha medo.
Ele tinha sido o único a mostrar coisas em que ela nunca tinha pensado.
Juntos, eles faziam um bom par.
Elle se aproximou para abrir espaço para ela. — Você estava falando
com ele, não é?
Blythe assentiu com a cabeça. Todos estavam olhando para ela e ela se
viu corando sem nenhuma razão. — Ele estava me dando mais detalhes sobre
o que aconteceria e como, enquanto estivermos discutindo nossas estratégias,
temos de dar conta disso também.
Essa era uma boa maneira de liderar. Ela não iria deixar ninguém para
fora. Elas poderiam ajudar, e era importante proteger os habitantes da cidade
e a casa Drake, embora os rumores eram que a casa Drake se protegia.
— Uh-oh, —Lissa disse. — Estamos prestes a ter companhia.

295
Blythe virou a cabeça para o som dos veículos. Dois caminhões subiam
lentamente pela estrada. O coração dela afundou. Claro. Nenhuma irmã
Drake conseguiria dizer uma mentira a uma irmã. Mesmo uma pequena.
Especialmente para Sarah, a irmã mais velha. Ela sabia coisas.
— Rápido, finja que está comendo. —disse Elle a Blythe. Ela entregou-
lhe um prato de frango e batata, salada e um copo de limonada.
Blythe suspirou e pegou o prato. Suas irmãs estavam comendo e
tentando não rir. Se essa não fosse uma situação tão séria, ela riria também.
O que mais havia para fazer?
Ela observou Sarah estacionar o caminhão ao lado do RAV4 de Judith.
Kate e Abigail desceram. Abigail era uma bióloga marinha e casada com um
homem chamado Aleksander Volstov. Ilya conhecera Aleksander na Rússia.
Ambos tinham trabalhado para a Interpol ao mesmo tempo. Sarah estava
casada com um homem que trabalhava para o departamento de defesa,
Damon Wilder, que trabalhava com Airiana com bastante freqüência. Kate

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carregava a cesta de piquenique. Ela e Abigail pareciam inocentes. Sarah não


se incomodou em tentar.
Para o horror de Blythe, Hannah e Joley Drake saíram do caminhão de
sua irmã Libby. Hannah tinha acabado de ter um bebê, e pior, ela era casada
com Jonas Harrington, o xerife local. Joley estava grávida, casada com Ilya
Prakenskii, irmão de Viktor. Libby saltou do assento do motorista e acenou
para elas, toda sorrisos. Ela era médica e casada com um pesquisador
médico, Tyson Derrick.
— Quem está com o bebê? —Elle perguntou, acenando para suas irmãs.
— Jonas. Suas palavras exatas foram: descobrir o que o idiota do Jackson
está tramando. É provavelmente ilegal e ele vai ficar em apuros sem mim para descobrir
Foi o que ele disse, então aqui
estou. Nós trouxemos toneladas de alimentos, mesmo que você não tenha se
incomodado em nos convidar. —disse Hannah.

296
— Nós também não fomos convidadas. —informou Airiana. — Mas nós
trouxemos comida também.
— Jackson não é um idiota. —protestou Elle.
— Jonas disse que você diria isso, e ele disse para lhe dizer agora, que
vocês dois são idiotas. Seu julgamento está prejudicado, então como você
saberia? —Hannah continuou com um sorriso doce.
— Eu tenho que concordar com ele, —Sarah disse. — O que está
acontecendo? —Ela olhou para sua irmã mais nova e depois virou-se para
Blythe. — Eu não esperava vê-la aqui, mas eu deveria ter. Tudo faz sentido.
Você normalmente é tão impassível que não vi que você pudesse fazer parte
de um dos esquemas enfurecidos de minha irmã.
Elle sacudiu a cabeça e deu uma pequena fungada, completamente
desanimada pela avaliação de sua irmã mais velha. — Sem frango frito para
você.

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— Vou pegar um pouco. —disse Joley. — Pelo menos dois pedaços. Ei,
Blythe. Bom te ver. Então você não foi convidada, Airiana?
— Não. Nem Judith. Nós duas estamos grávidas, então Blythe nos deu
um grande chute dos atos duvidosos da irmandade.
— Ela estava nos atualizando quando você chegou, —Judith
acrescentou, passando os pratos.
Sarah, Libby, Abigail e Lissa levaram uma segunda mesa de piquenique
para fazer alongar a delas. Elas espalharam uma toalha de mesa e colocaram
suas cestas de piquenique no chão.
Esta é a razão pela qual os homens querem estar em clubes de motociclistas, disse
Viktor. As mulheres são loucas.
Talvez loucas, mas temos comida e você está aí fora em algum lugar sem nada,
porque eu aposto que você não se lembrou de trazer algo com você.
Só porque sei que você vai me alimentar esta noite.

297
Blythe olhou em todas as direções. Vá embora. Você está me perturbando.
Porque ele estava absolutamente certo, ela iria alimentá-lo.
Ela teve a impressão de riso e então ele estava fora de sua cabeça. Ela
encontrou suas primas e irmãs olhando para ela, Sarah com uma sobrancelha
para cima.
— Então você é telepática.
— Não necessariamente, —Blythe negou, empurrando o polegar em sua
palma debaixo da mesa. — Só com ele.
— Com Viktor Prakenskii.
— A noticia viaja rápido.
— É uma cidade pequena. —disse Sarah.
— Você está certa, Blythe? —perguntou Hannah. — Porque Jonas diz
que ele é uma má notícia.

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— Jonas acha que todos são más notícias, —disse Libby, colocando
salada de batata em seu prato. — Mesmo Ty, e ele é tão doce.
— Ele pensou que Lev era uma má notícia, —acrescentou Rikki. — Ele
chegou a brigar com ele, mas Lev é fofinho. É doce, maravilhoso e ele
cozinha.
— Aí está, Sarah. —disse Blythe, esfregando cuidadosamente os dedos
num guardanapo para evitar os olhos da prima. — Jonas não sabe do que
está falando. Você pode dizer a ele que eu disse isso, Hannah.
— Você pode nos dizer o que está acontecendo, Elle, —disse Sarah,
ainda olhando para Blythe. — Quero dizer, agora.
Elle se contorceu. Ela olhou para Blythe e então pousou o prato. — Eu
não posso. Eu sinto muito. Mesmo. É apenas que não é meu para contar.
Viktor. Elas sabem que algo está errado.
Apenas diga a elas. De qualquer forma, está fora de controle. Se eu receber um

298
tiro, você pode ir atrás de todas elas por mim.
Blythe suspirou. — Não esgote a Elle, Sarah. Eu pedi a ela para não
dizer nada. A vida de Viktor está em jogo. Mais ... —Ela segurou Hannah
com o olhar. — Se Jonas se opuser ao que estamos tentando fazer, ele poderia
nos colocar na prisão.
— Incluindo Jackson e eu, —disse Elle.
Sarah suspirou. — Talvez seja melhor você apenas nos dizer o que está
acontecendo e nós podemos decidir por nós mesmos se alguém precisa ir para
a prisão.
Blythe sacudiu a cabeça. — Eu não estou disposta a colocar a vida de
Viktor na linha apenas para que todas vocês possam ter sua explicação. Não
funciona assim.
— Você não pode esperar que nós apenas ofereçamos nossa palavra
quando não sabemos o que você vai dizer, —Sarah contestou.

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Elle ergueu o queixo. — Ou você confia em nós ou não, Sarah. Estou


com Blythe. Todo o caminho. Você está comigo ou não.
— Sempre nos escolhemos, —disse Kate suavemente. — Nós sempre
vamos.
Blythe franziu o cenho. Parecia muito com a explicação que suas tias lhe
deram quando ela descobriu que tinham pedido ao juiz por clemência e
reabilitação para sua mãe. Ela estava pedindo fé cega, e Elle também. A fé
cega nem sempre era a melhor coisa.
Blythe forçou ar através de seus pulmões e escutou os pássaros nas
árvores. Os esquilos correndo através das folhas e agulhas de pinheiro à
procura de comida para armazenar para o próximo inverno. Os insetos
zoando. Um sapo coaxando no rio.
Ela adorava que as irmãs Drake fossem tão próximas. Ela sempre as
invejava. Elas tinham uma a outra através de tudo, quando ela estava
completamente sozinha. Tinham o que suas mães tiveram. A crença em uma

299
na outra. O conhecimento de que elas sempre estariam lá quando necessário.
Ainda assim, não contava com uma delas tomando um rumo errado como
sua mãe tinha.
— Blythe? —Sarah se virou para ela.
Ela umedeceu os lábios e disse-lhes. — Evan Shackler-Gratsos está
vindo atrás de Jackson e Elle.
Ela disse isso suavemente, com medo que os pássaros pudessem ouvir e
levar a mensagem para Evan, onde quer que ele estivesse. Pelo que qualquer
uma delas sabia, ele poderia estar sentado no hotel em Sea Haven nesse
momento cercado por uma dúzia de espiões.
Ela sabia que tinha jogado uma bomba nelas. Hannah realmente ficou
branca e estendeu a mão para pegar a mão de Elle. — Querida, por que você
não quer que Jonas saiba? Ele faria qualquer coisa para te proteger. Ele já fez
você sabe disso.

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— Não estava em nosso solo, em sua jurisdição, —Elle apontou. — Isso


é diferente. Está bem aqui no seu quintal. Eu não queria que ele fosse tocado
por nada disso. Jackson não tem escolha, porque ele é o alvo principal, mas
Jonas pode ficar claro e limpo. Especialmente se não tiver conhecimento
disso.
— Jonas sabe quando há problemas, —disse Hannah. — Ele tem dons
próprios. De jeito nenhum você pode esconder algo como isso dele. Você e
Jackson precisam aparecer esta noite, sentar com ele e explicar o plano.
Vocês têm um plano, não é?
— Estamos resolvendo o que podemos fazer para ajudar os homens, —
explicou Elle.
— Acho que Viktor tem trabalhado infiltrado para tentar chegar a Evan?
—perguntou Abigail.
Blythe assentiu com a cabeça. — Ele foi enviado aqui com alguns outros
como um olheiro para obter as rotas de Jackson e encontrar um lugar para

300
emboscá-lo. Elle se lembrou de Leslee, sua amiga do colégio, contar sobre
trazer os Mastiffs aqui. Jackson disse que era perfeito, e ele e os outros estão
descobrindo como vão lidar com isso. Precisamos de uma entrada onde
possamos entrar por cima dos acampamentos sem que os Swords nos vejam.
É o clube de motociclistas de Evan. Eles virão alguns de cada vez sem cores.
Viktor já avisou sobre este lugar.
— Você poderia entrar pelo lado onde estão os trilhos de trem, —sugeriu
Joley. — É uma pequena caminhada, mas você vai sair em uma das estradas
acima do acampamento. Não há sinais marcando as estradas, mas posso
mostrar-lhe a entrada e o caminho certo.
— Isso seria ótimo, Joley, mas há mais. Evan pretende destruir a casa
Drake, queimá-la até o chão, —disse Blythe. — Ele também vai atrás da loja
de Inez e possivelmente de outros negócios na cidade. Inferno, ferir tantas
pessoas quanto possível. Isso vai acontecer simultaneamente com o que
estará acontecendo aqui. Gostaria que você e qualquer outra grávida ou com
filhos ficasse na cidade e lidasse com isso. Jonas pode ficar lá com alguns

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outros para ajudá-las. Dessa forma, Jonas não está fazendo nada contra a lei,
e com sua ajuda, ele estará seguro. Assim como Sea Haven.
— Mas você e Elle vão estar aqui. —protestou Joley. — Ilya nunca
permitiria que seus irmãos entrassem em uma luta como esta sem ajudá-los.
— Eu não aguantarei saber que você e as outras estejam em perigo, —
disse Blythe. — Eu realmente não posso, Joley. Eu posso pedir a Viktor para
tentar fazer Ilya ficar na cidade com todas vocês. Você vai precisar de mais
duas pessoas a menos que Jonas possa providenciar aplicação da lei extra
para ajudá-lo, mas isso é um risco. Nenhum deles pode vir aqui quando
entrar a chamada que há um problema aqui. Só Jackson pode vir.
Ela não conseguiria deter nenhuma delas, mas esperava que elas
entendessem e se importassem o suficiente para dar-lhe isso.
— Você realmente precisa de alguém na aldeia? —Airiana disse. — Você
não está apenas inventando isso?
Blythe sacudiu a cabeça. — Eu queria estar inventando. Não, há um

301
perigo real. Penso especialmente em Inez. Ela identificou os membros do
Swords como os que causaram uma cena, e quando eles foram levados para
a cadeia, todos tinham registros e mandados pendentes. O clube está muito
zangado com Inez, e Viktor diz que ela e seu armazém serão alvos.
— Naturalmente, queremos todos o mais seguros possível, —disse Elle.
— Com todas vocês trabalhando juntas, vocês devem ser capazes de
controlar as coisas por lá.
— Eu pensei que você poderia ficar com elas, Lissa, —Blythe arriscou,
esperando que sua irmã entendesse sua súplica silenciosa. Lissa era letal e
poderia proteger as outras se houvesse um problema. — Eles vão usar fogo e
você pode pará-los ... —Ela parou.
Lissa assentiu. — Hannah e Airiana são melhores com vento e tempo.
Judith pode aumentar o poder delas.
— Inez vai cooperar. —disse Elle. — Ela age como se fosse mãe de
Jackson metade do tempo. Ela fará qualquer coisa para mantê-lo seguro.

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Blythe gemeu. — Você não pode dizer a Inez.


— Temos de fazê-lo. —observou Joley. — Ela não pode ser apenas a
isca. Somente a ela. Jonas e Jackson podem descobrir o que dizer a ela, e ela
manterá sua boca fechada. Ela sempre faz quando é necessário. Ela ama
Jackson. E o bônus, Blythe, é que Viktor será um herói para ela e ela vai fazer
todo mundo vê-lo dessa maneira.
Era verdade que a aldeia de Sea Haven seguia a liderança de Inez na
maioria das coisas. Ainda assim, Viktor estava trazendo um clube de
motociclistas para residir em Caspar, que era a apenas poucos quilômetros
de Sea Haven. Tudo estava ficando fora controle. Não podia manter seu
homem a salvo, por mais que tentasse.
— Blythe. —Elle pôs a mão sobre a de sua prima. — Os Prakenskiis e
os Drakes junto com você e suas irmãs os deterão. Viktor vai ficar seguro.
— Eu sei. —Mas ela não o fez. Ela não estava contando com os
Prakenskiis ou os Drakes. Ela nem mesmo estava contando com suas irmãs,

302
e ela sabia o que todos eles poderiam fazer. Ela estava contando com os
irmãos e irmãs de Viktor, de seu clube. Reaper e Savage. Ice e Storm. Alena.
Transporter, Absinthe e Mechanic. Os homens de quem Viktor tinha falado
a ela. Os outros que ainda não estavam em Sea Haven, mas que viriam com
Habit e sua equipe de Swords. Os nove últimos estavam montando com ele,
profundamente disfarçados, prontos para proteger Viktor e seguir sua
liderança em qualquer lugar. Ela estava contando com todos eles.
— Quando ele vem? —Sarah perguntou. — Evan. Quando podemos
esperá-lo? Quanto tempo temos?
— Viktor passou o relatório a Habit ontem à noite. Ele está espalhando
a notícia para os outros braços virem ao Egg chegando através da Highway
20. Disse-lhes para evitar Sea Haven e virem preparados para acampar duro.
Há apenas banheiros aqui, não sei o que o clube tem em mente, mas não há
ducha. Quem sabe, talvez eles não se preocupem com o banho, —
acrescentou Blythe.

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— Será que Evan vai estar em uma motocicleta? Eles podem matá-lo
antes que ele chegue aqui? —Perguntou Abigail.
Blythe sacudiu a cabeça. — Ele é totalmente paranóico e não confia em
ninguém. Ninguém saberá quando ou como ele vai chegar aqui, mas ele vai
ter que se encontrar com Viktor para obter as informações que quer e
formular um plano para emboscar Jackson. —Ela tentou fechar a mente para
o fato de que Evan tinha matado seus guarda-costas sem razão aparente.
— Então teremos que esperar, —disse Sarah. — Podemos também
comer, e Joley pode explicar a todas nós como ela sabe tudo sobre essas
estradas não marcadas e como andar nelas quando papai disse a ela
especificamente para não vir aqui nunca.
Joley deu uma mordida no frango e olhou para o céu. — Eu poderia
apontar, —ela disse quando engoliu, — que todo mundo aqui está
planejando vir aqui e eu estarei na cidade comportando-me. —Ela usou sua
voz mais inocente e auto-justificada.

303
Até Blythe não pôde deixar de rir.

17
— Vai chover esta noite, —disse Blythe, observando Viktor
esticar um grosso cobertor no quintal.
As videiras cresciam nas treliças e na cerca de ferro forjado que ela
colocava mais para evitar os olhares do que para qualquer outra coisa. O

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pátio traseiro era realmente mais que um pátio, com as asas da casa que
saíam do outro lado para dar forma de "U".
— Não vamos derreter. —disse Viktor. — Na verdade, talvez precisemos
nos refrescar um pouco.
Ela não pôde evitar o sorriso. Ele fazia isso. Arrancava-lhe um sorriso
quando dizia absurdos absolutos. Ele preferia estar fora. Ele sempre preferiu,
mesmo em seus primeiros dias. Ele a convidava para dormir no jardim ou na
varanda da frente em vez de na casa. Agora ela sabia o porquê.
— Felizmente, deve ser uma chuva leve. Já posso sentir a névoa no ar.
— Está sempre enevoado aqui, —ele corrigiu. — Você está vestindo
muita roupa.
— Não está muito escuro.
— Não tem que estar escuro. Na verdade, eu prefiro vê-la. —Ele sorriu.
— Nós temos tudo. Seu vinho. Minha cerveja. Queijo. Mel. Biscoitos.

304
Chantilly. Um balde de sorvete.
— Isso vai derreter. O que você está planejando fazer com tudo isso?
— Tire a roupa, mulher, e eu vou te mostrar.
Foi um grunhido. Ele tinha feito isso muitas, muitas vezes, e esse tom
particular sempre enviava um frisson de desejo por sua espinha. Ele já estava
se despindo, despreocupado que o sol estava afundando, que o céu estava
mais vermelho alaranjado do que escuro. Ela deliberadamente se afastou
dele. Ela ainda estava vestida, era uma boa corredora, rápida, com passos
longos, comendo chão. Ela tinha boa resistência. Ele estava nu e já descalço,
e ela sabia que ocasionalmente ele pegaria um cigarro mesmo sabendo que
não deveria.
Ela se virou e correu para a casa. Ele estava com ela em segundos. Ela
mal tinha dado os passos que levavam até a varanda. Ela não o ouviu, mas
então suas mãos estavam sobre ela e ele a atirou facilmente sobre o ombro
pendurando-a de cabeça para baixo, com sua parte traseira para cima.

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Viktor levou-a para o cobertor e colocou-a de pé. Ela estava rindo tanto
que quase não conseguia ficar de pé. — As roupas, mulher. Ou elas vão
sumir.
— Sumir? —Ela tentou ficar séria. Ele parecia sério, e isso nem sempre
era uma coisa boa. Ele tinha alguma coisa em mente.
— Sumir. —disse ele, com firmeza.
— Ainda é dia. Qualquer um poderia chegar. —Ela sabia que eles não
viriam. Ela tinha cinco acres para si mesmas, com sua casa no centro da área
cultivada, mas ela queria provocá-lo um pouco mais. Ela gostava de brincar
e Viktor estava sempre disposto a brincar com ela.
Em um momento ela estava de pé e então ele pegou a frente da blusa
dela e puxou, dividindo o tecido em dois. Ele deixou cair os pedaços no chão.
— Não a saia. Adoro essa saia. —protestou ela apressadamente. Suas mãos
caíram para cobrir as dele. — Eu realmente, realmente amo esta saia.

305
Ele puxou a saia para baixo e ela a deixou cair, chutando-a de lado. Seu
sutiã tinha desaparecido da mesma maneira que sua camisa. Junto com o
pedaço de renda que ela chamava de calcinha.
— Você é louco.
— Só com você. —Ele a puxou em seus braços. — Eu amo o jeito que
você tem. Toda essa pele macia, Blythe.
— Você só gosta de mim nua.
— Não, querida, eu amo você nua. —Ele inclinou seu rosto para que ele
pudesse pegar sua boca.
Sua respiração ficou presa nos pulmões. Quando ele a beijou, o mundo
recuou até que só existissem os dois. O vento tocou seu corpo, esfriando sua
pele quando por dentro sua temperatura subiu. Ela embrulhou os braços ao
redor de seu pescoço, pressionando seus seios nele, ajustando seu montículo
nu contra ele de modo que ele podia sentir cada centímetro dela. Ele estendeu
a mão e pegou suas pernas atrás dos joelhos, levantando-a para embrulhá-la
em torno de sua cintura, abrindo-a para ele.

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Parecia decadente. Sexy. Perfeito. Ele a beijou mais e mais. Não eram
beijos suaves e belos que traziam lágrimas aos seus olhos. Sua boca era
agressiva, exigente, sua língua duelava com a dela, acariciando e
provocando, suas mãos deslizando sobre o corpo para absorver tanta pele
quanto possível.
Ela fazia o mesmo, incapaz de parar de tocá-lo, precisando dele mais
perto, cada célula do seu corpo viva e exigente. Ela o queria bem ali. Bem
naquele momento. Sua mão caiu para seu pênis, apertando e começando a
bombear. Ele quebrou o beijo e levou-a para o cobertor em um movimento
ofegante. Como ele fez isso sem machucá-la, ela não sabia. Ele sempre era
tão suave.
— Abra suas pernas para mim, Blythe, —ele sussurrou sua boca
viajando na dela para sua garganta para os seios. — E coloque suas mãos
sobre sua cabeça e deixe-as lá.
— Eu quero te tocar.

306
— Eu sei que você quer, querida, mas eu quero me divertir um pouco
primeiro. Minha vez e depois a sua.
Ela fingiu olhá-lo. — Minha experiência diz que nunca chega à minha
vez quando você está neste estado de espírito. —Seus mamilos endureceram
e ela ficou úmida com a idéia de Viktor brincando com seu corpo. Ele era
inventivo e ela sempre conseguia obter o melhor no fim.
Os dentes dele mordiscaram a curva de seu seio e então sua língua
banhou a picada. — Mas eu sempre faço isso valer a pena, não é?
Se ela fosse honesta, ele fazia mais do que valer a pena, então ela fez o
que ele disse, mas lentamente, levantou os braços acima de sua cabeça, de
modo que seus seios se projetavam para ele. Muito lentamente ela começou
a abrir as pernas. Afastadas. Dando-lhe acesso livre.
— Eu decidi que já que você gosta tanto de roupa, vou te pintar.
Sua boca continuou trabalhando em seu peito até que ela estava se
contorcendo, mas ela não moveu suas mãos ou pernas. Um arrepio de

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antecipação passou por ela. Um líquido quente pulsava entre as pernas.


Quando Viktor estava com vontade de jogar, seu corpo lhe dava boas-vindas
a cada coisa que ele lhe fazia.
— Você sempre foi tão artístico, —ela reconheceu, de olhos arregalados.
— Você está sendo sarcástica? —Seus lábios se fecharam sobre seu
mamilo e puxaram.
Ela sentiu uma raia de fogo direto para seu sexo. Seu olhar saltou para
o dele, mas ele estava ocupado com um balde de gelo. Ele puxou um pequeno
pote de sorvete napolitano.
— Eu só tenho três cores, mas acho que posso lhe dar algumas roupas
realmente bonitas, —ele murmurou enquanto ele abria a tampa.
Todo o tempo ele olhava para seu corpo como se pudesse devorá-la a
qualquer momento. Ele parecia o próprio pecado. Seus olhos estavam
escuros de luxúria. As linhas estavam marcadas profundamente em seu rosto,

307
uma expressão carnal que fez excitação antecipada correr através dela. Ele
era tão lindo. Um anjo em queda livre.
Ele levantou um pincel pequeno que um homem poderia usar para o
creme de barbear, rodou no sorvete e depois roçou uma curva sobre o seio
dela. Ela quase saltou de sua pele. A combinação do frio e das cerdas macias
sobre sua pele enviou outra raia de fogo direto para seu sexo.
— Chocolate para seu sutiã.
— Querido, —ela disse, sua voz um gemido ofegante. Ele não tinha
sequer começado e ela estava com medo de quebrar.
— A tela não pode falar, e não respire tão duro. Eu poderia estragar a
pintura. —Ele adicionou mais sorvete de chocolate sobre seus seios,
espalhando-o sobre ambos os montes ardentes. Ele girou o pincel, de modo
que as cerdas provocavam sua pele, tornando-a tão sensível que, no momento
em que ele começou a lambê-la ela gritou com cada golpe de sua língua.
Ele tomou seu tempo, que era o jeito de Viktor. Ele nunca se apressava
quando estava adorando seu caminho. Justo quando ela pensou que não

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poderia aguentar mais um minuto, quando seus quadris saltavam porque ela
precisava dele dentro dela tão desesperadamente, ele começou a pintar de
novo.
— Creme para sua blusa. —O pincel passou ao longo de cada costela e
então para o centro entre seus seios e seu umbigo. Colocou uma colher no
pequeno umbigo e ergueu a cabeça para estudar seu trabalho. — Segure
firme.
— Eu estou tentando. —Ela não estava. Não conseguia parar de mover
os quadris. Ela realmente não podia. A língua era perversa, movendo-se
sobre sua pele, lambendo e provocando. Chicoteando e dançando até que ela
pensou que poderia gritar com necessidade.
— Eu quero sorvete, —ela grunhiu.
Ele ergueu sua língua de seu umbigo. — Se eu te der um pouco, vai se
comportar? Você tem que comer tudo o que eu lhe der sem fazer uma
bagunça.

308
— Eu vou. —Ela amava quando ele olhava para ela dessa forma. Tão
escuro e perigoso. Tão completamente pecaminoso. Ela precisava desse
tempo. Seu corpo estava em chamas, queimando cada vez mais forte até que
ela pensou que poderia ficar louca de necessidade dele.
— Que sabor?
— Morango. —disse prontamente, esperando que ele pegasse um pouco
e a beijasse.
Mergulhou o pincel no morango e começou a pintar seu pau e bolas. Ele
foi tão meticuloso com seu próprio corpo como tinha sido com o dela,
colocando uma grossa camada de sorvete sobre ele e depois rastejando pelo
corpo dela. Ele colocou a virilha sobre a boca dela.
Ela lambeu suas bolas e eixo em longos cursos, sua língua dançando ao
longo da parte inferior da coroa e depois girando sobre o topo dela. Ela
lambeu freneticamente enquanto o sorvete derretia rapidamente com o calor
do corpo dele.

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— Abra. —Ele rosnou o comando. — E mantenha os braços acima da


cabeça.
Obedientemente, ela abriu a boca, sentindo-se vulnerável sem as mãos,
mas ela o conhecia e confiava ele. Ele foi gentil quando empurrou dentro de
sua boca, e ela fechou seus lábios em torno de seu pau espesso. Ela sugou
fortemente, sua língua que chicoteando e lambendo para encontrar cada gota
de sorvete. Ele gemeu e empurrou para frente com os quadris, vários golpes
rasos, indo mais fundo em cada um.
Ela amava a sensação dele, aquele comprimento duro e quente dele. Ele
com sabor de sorvete, homem e seu sabor favorito era afrodisíaco. Ele
empurrou suavemente várias vezes mais e, em seguida, puxou-se para fora
de sua boca.
— Agora se comporte. Eu te dei o que você queria. Deixe-me fazer o que
quiser.
— Isso não é justo, —ela apontou. — Eu só tive um pequeno gosto. Você

309
está comendo toda a cereja.
— Você tem sorte de ter lhe dado, —disse ele, usando o pincel, desta vez
em seu montículo. — Se você tivesse concordado em ficar em casa como
uma boa menina, você poderia ter obtido mais sorvete, mas você foi muito,
muito mal me desafiando. Curtindo isso. Agora todas as outras mulheres
estão envolvidas e eu tenho que aguentar suas besteiras.
Ele cuidadosamente pintou o interior de suas coxas e, em seguida, o
pincel estava em seu clitóris. Ela gritou, segurando o cobertor para evitar se
quebrar. Ele riu suavemente e pressionou uma bola de sorvete direto em sua
entrada ardente. Imediatamente sua boca se apertou sobre ela, sua língua
entrando profundamente.
Ela quase se quebrou. Ela realmente achou que viu estrelas. Ela não
podia deixar de se debater, e então se abaixou para tentar usar sua própria
mão. Ele pegou sua mão enquanto levantava a cabeça a centímetros do
clitóris pulsante dela para pontuar cada palavra.

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— Você. Não. Ouse. Vir. Você espera por mim. —alertou. — Ficaremos
aqui toda a noite.
Ele inclinou a cabeça novamente e acertou seu clitóris. Parecia um
chicote de fogo puro. Esse calor aumentou até que ela pensou que
enlouqueceria. Ele lambeu e chupou e bateu nela até que o gozo ameaçou
alcançá-la. Ele parecia saber exatamente quando parar antes que ela pudesse
chegar. Ela gemeu e colocou sua mão entre suas pernas outra vez quando
gozou uma terceira vez, necessitando desesperadamente de um orgasmo.
Viktor ergueu a cabeça rápido, pegou-a antes que pudesse recuperar o
fôlego, sua mão vindo em um forte tapa em sua bochecha esquerda. — Você
deveria estar vindo?
— Eu pensei que você tinha terminado. —Ela tentou não rir, mesmo que
seu corpo estivesse em um esgotamento total.
Ela precisava do gozo.
A picada de sua mão enviou um calor escaldante que se espalhou como

310
um incêndio através do já superaquecido centro dela.
— Bem eu não estou. Fique quieta, sua pequena mentirosa. Suas roupas
não podem ficar apenas de um lado do seu corpo. Espalhe suas pernas
novamente e desta vez mantenha seus braços longe do seu corpo e sobre a
sua cabeça.
— Você está me torturando. —Sua respiração era pequenos soluços
agora. Não havia como evitar seus quadris de se mexerem, não com a brisa
fresca em seu traseiro nu.
Ele já estava pintando-a com sorvete, descendo pela espinha, ao longo
de suas costelas e nas pequenas reentrâncias da curva de sua espinha. Ele
passou tempo lambendo o sorvete e então abriu uma lata de cerveja e
derramou-a sobre os restos que escorriam pelas costas dela.
O gelado da cerveja depois do calor da língua dele quase foi sua ruína.
Ela gritou e quase gozou.

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— Não. Você não pode ainda. Você tem que esperar por mim. —Ele
deixou uma segunda marca em sua pele, esta em sua nádega direita. Ele se
inclinou para lamber a cerveja— Fique firme enquanto eu pinto minhas mãos
em você. —Ele usou o chocolate para passar sorvete sobre as duas marcas —
Eu acho que nós devemos tatuá-las aqui.
— Isso não vai acontecer, então supere isso, —ela sussurrou, virando a
cabeça para o lado para tentar olhá-lo por sobre seu ombro. Era impossível.
Ela mal podia respirar. Ele estava usando o pincel em sua bunda, meticuloso
em revesti-la com o sorvete. Ele adicionou cerveja, e então sua língua estava
sobre ela, lambendo, e chupando. Seus dentes beliscando. Ele não perdeu
nenhum lugar, certificando-se de que tomava posse de cada polegada de seu
corpo. Ela sabia que era o que ele estava fazendo, fechou os olhos e
simplesmente deixou. Seus dedos foram entre suas pernas, pressionando
profundamente e depois desaparecendo.
— Querido, eu não posso aguentar muito mais, —disse ela. Ela não
podia. Ia arder em chamas. Ela o conhecia. Se o fizesse, se não se retivesse,

311
começaria tudo de novo. Ele podia ficar acordado a noite toda.
Ele deve ter ouvido a necessidade crua em sua voz porque ele pegou seus
quadris e puxou-os para trás até que ela estava em suas mãos e joelhos. Ele
não esperou, mas subiu duro, empurrando-a para frente para que ela caísse
em seus cotovelos, sua respiração vindo irregular quando ela empurrou para
trás para mais.
Ele a pegou com força e rapidez. De novo e de novo. Ela gritou quando
o orgasmo a alcançou rápido e ela não podia parar. Foi poderoso, rasgando
seu corpo, espalhando-se até seu ventre e seios, por suas coxas até seus dedos.
Ele não parou, alimentando através das ondulações fortes, os músculos dela
apertando-se sobre ele. Ele dirigiu-a rapidamente. — Você não terminou, —
disse ele entre dentes cerrados. — Mais. Me dê mais.
Ela fez. Ela não poderia ter parado nem se ela quisesse. Ela o alcançou
rápido, com a força de um tsunami, onda após onda e ainda ele continuou a
empurrar para dentro dela como um pistão, duro e quente se arrastando sobre
os nervos sensíveis. Seus músculos agarraram e ordenharam seu pau. Ela

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podia sentir seus batimentos cardíacos direto em seu eixo e através de seus
próprios músculos.
— Novamente.
— Querido. —Sua voz era um soluço. Ele era muito bom. — É muito.
— Caia para mim.
— Pegue-me.
— Eu tenho você.
Ela se soltou, e desta vez ele foi com ela, sua semente quente espirrando
em suas paredes interiores sensíveis das ondulações que os abalaram. Ela
ofegou e lutou para respirar quando foi jogada em um turbilhão de vórtices
de puro prazer. Os poderosos terremotos continuavam chegando e ela gritava,
deixando levá-la, deixando atirá-la em um subespaço onde ela parecia flutuar
infinitamente em puro êxtase.
— Oh pelo amor de Deus, Czar, você sabe para que serve uma cama,

312
porra? —A voz de Reaper a tirou do vôo pelo país das maravilhas perfeito.
Ele estava nas sombras, Savage a cerca de um metro e meio dele, ambos
com armas de fogo em punho. Ela ofegou e voltou a cair nos cotovelos
quando Viktor envolveu os dois braços ao redor dela, cobrindo-a quase
completamente com seu corpo maior.
— Saia da porra daqui, seu pervertido. —Não havia ameaça na voz de
Viktor, mais diversão do que qualquer coisa.
— Ela gritou.
— As mulheres gritam. Ela é uma gritadora. Você não pode dizer a
diferença entre uma mulher gritando porque está em apuros e uma gritando
porque seu homem está por toda parte dela? —Viktor exigiu. — Claro que
você não pode. Você não sabe nada sobre mulheres.
— Eu aprendi quando tinha oito anos, seu idiota. —Reaper retrucou.

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Blythe fechou os olhos e enfiou o punho na boca. Estavam discutindo.


Ela estava em suas mãos e joelhos com o pau de Viktor enterrado
profundamente dentro dela, seu corpo pegajoso de sorvete e cerveja e ainda
pulsando, seus músculos internos apertando ritmicamente ao redor do pau
de Viktor, e os homens discutindo besteira.
— Então que diabos, cara? Eu vou atirar na sua bunda na próxima vez
que você chegar quando estou com Blythe.
— Você é o único com o traseiro no ar, —Savage apontou.
— E você não está tecnicamente "em" lugar nenhum. Você está fora, não
na cama, —acrescentou Reaper.
— Tecnicamente ele está ‘em algum lugar’, —corrigiu Savage.
Era ou rir ou chorar. Esses homens não tinham idéia de quão
inapropriados eram. Viktor tinha contado a ela sobre sua infância, mas ela
tinha a idéia de que tinha sido dado a eles o mesmo tipo de instruções que o
resto dos seus irmãos de nascimento tinham recebido. Que todos seriam

313
suaves e encantadores com as mulheres. Eles saberiam a coisa certa a dizer e
fazer em cada circunstância. Esses homens não sabiam nada sobre etiqueta
ou como se comportar adequadamente na sociedade. Foram criados sem
roupa e tiveram sexo na frente um do outro sem bater uma pestana.
Lágrimas queimavam atrás de seus olhos, mas ela se recusou a derramá-
las. Eles levantaram a cabeça e ela aprenderia a viver com seus jeitos, embora
talvez não com isso. Eles tinham que viver em um mundo que provavelmente
não os entenderia e muito provavelmente, mesmo com ajuda gentil, eles
nunca iriam entender completamente as regras da sociedade. Eles tinham
suas próprias regras, desenvolvidas a partir de sua horrível infância.
Claramente modéstia e privacidade não fazia parte disso.
— Que diabos, Savage? Este não é o momento de brincar, —Viktor
estalou.
Ela começou a rir. Ela não podia evitar. Não era o momento de discutir,
mas ele estava fazendo isso. Essa era uma situação impossível, e ela não iria

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ser a pessoa envergonhada quando claramente eles não estavam. — Vão


embora, —ela disse, embora sua risada abafada tornasse impossível para
qualquer um deles compreendê-la.
— O quê? —perguntou Savage.
— Vá embora. —ela repetiu. O peso de Viktor ameaçava quebrá-la ao
meio.
— Pare de gritar. —disse Reaper.
— Ela gosta de gritar, ela pode gritar. Além disso, eu gosto dela gritando.
Aprenda a diferença, —Viktor rosnou.
— Vá embora. —disse Blythe novamente.
Ela deixou seu corpo cair, Viktor se esparramando em cima dela. Ela
não tinha idéia de como ele fez, mas seus braços se trancaram em torno de
seus quadris, puxando seu traseiro de volta para ele de modo que seu pau
ainda estava enterrado profundamente. Só então ela percebeu que ele ainda

314
estava tão duro quanto uma pedra. Ele não tinha terminado.
— Saia daqui, —ordenou Viktor, sua voz desta vez de puro comando.
Ele estava se movendo novamente, um deslizar lento que enviou raias de
fogo se espalhando por seu corpo. Como ele poderia fazer isso quando ela
estava entre o riso do absurdo da situação e lágrimas pelos homens e
mulheres que tinham sofrido nas mãos de vis e brutais criminosos, ela não
tinha idéia. Só que ele podia. Viktor poderia fazer cada situação melhor.
Reaper e Savage balançaram a cabeça, viraram e se afastaram, Reaper
murmurando para si mesmo.
Ela virou a cabeça para um lado e deixou-se levar de volta ao lugar onde
estavam apenas os dois. Eles estavam em seu próprio mundo. Ele era gentil,
suas mãos movendo-se sobre seu corpo, reivindicando-a para ele próprio.
— Eu nunca posso ter o suficiente de você, —ele sussurrou. — Nunca.
Sonhei com você todas as noites. Eu pensei sobre você todos os dias. Eu não
acredito em Deus, mas me encontrei orando para que você esperasse por

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mim, que você fosse tudo o que eu lembrava. —Ele sussurrou a confissão
enquanto se movia em seu corpo, mantendo essa conexão entre eles.
Foi tão bom. Era sempre bom, mas quando ele era assim, tão gentil e
doce, ele tomava seu coração junto com seu corpo.
— Passei horas de cada dia pensando em todas as coisas que você gosta.
Como obtê-las para você. Como fazer as coisas certas para você. —Sua boca
sussurrou nas costas dela, voltou à nuca e pressionou beijos lá. — Quero te
dar o mundo, Blythe. Tudo.
— Você me dá você, —disse ela. — Isso é suficiente para mim. —E era.
Ele era.
Ele ficou em silêncio, deixando seu corpo falar por ele. Ela ouviu o amor
lá. Ela sentiu. Desta vez, quando ele levou-a até o limite, ela mordeu o lábio
e se assegurou que não fizesse um único som. Isso não importava. Com som
ou sem som, era a perfeição.
Viktor caiu sobre ela e depois lentamente, relutantemente, saiu de seu

315
corpo. O movimento enviou outra ondulação de prazer através de seu corpo.
Eles estavam em silêncio, ambos tentando respirar, e então ele rolou para
ficar deitado ao lado dela em suas costas.
— Obrigado.
Ela virou a cabeça apenas o suficiente para olhar para ele, levantando a
sobrancelha.
— Por ser você. Não enlouquecer quando eles apareceram. Eles
realmente não são pervertidos, —disse ele, olhando para o céu, com as mãos
trançadas atrás da cabeça.
— Eles podem ser. —ela apontou, diversão em sua voz. — Já são duas
vezes. —Ela esperou um batimento cardíaco e então teve uma chance. —
Você sabe que isso é totalmente inadequado.
Ele virou a cabeça para olhar para ela, franzindo o cenho. — Eu sabia
que você estava desconfortável. Eu posso ler sua linguagem corporal como
um livro. Você está desconfortável, então não acontece.

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— Mas não te incomoda que eles entrem quando estamos fazendo amor?
— Eu te amo. Totalmente. Com tudo em mim. Estou orgulhoso de você.
Tomar seu corpo é só isso, amar você. Reivindicar você. Ter você me
reivindicando.
— Mas estou nua.
— Não é nada que eles não tenham visto desde que eram bebês. Mas a
linha de fundo, Blythe, é, você não gosta de algo, isso não é feito. Eu falo
com eles, —prometeu. — Eu sinto muito. Eles simplesmente não vão ouvir
quando for para minha segurança pessoal.
— Eu suponho que nós vamos ter que adicionar alguns quartos a mais
na casa, ou talvez uma ala só para eles, —aventurou-se, divertindo-se.
— Isso não será necessário. Eles não vão viver conosco. Eles podem
arranjar suas próprias casas. Se eles querem ficar ao redor, podem sentar-se
lá fora no telhado e brincar com suas armas.

316
Ela não comentou que eles estariam bem do lado de fora do quarto. Qual
seria o ponto?
— E eu gosto que você faça barulho quando estou dentro de você,
querida. Foda-se Reaper. Faça tanto barulho quanto você queira. Soa como
fud ... música para mim.
— Eu vou. —Ela não faria.
— Prometa-me, querida. —Ele se virou de lado, seu braço se curvando
em torno da cintura dela e puxando-a mais perto de seu corpo. — Vou falar
com eles. Sério. Me importa que possa relaxar e ser você quando estou dentro
você.
— Vou tentar, mas se eles vierem correndo para o quarto quando eu
estou bem no meio do gozo, eu poderia atirar neles, eu mesmo.
Ele riu e esfregou o queixo ao longo de sua mandíbula. — Eu sabia que
você seria assim sobre eles.
— Como o quê?

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— Você não fica com raiva deles—ou eu. Dê-nos tempo. Juro que
descobriremos um jeito.
Inclinou a cabeça e os cabelos roçaram ao longo da pele sensível dela,
enviando um arrepio pela espinha e mamilos enquanto beijava a curva de seu
peito. Ela estava completamente saciada, beirando a exaustão, mas com
apenas um toque, seu corpo estava vivo de novo.
— Eu sei que você vai. —Porque importava para ele. Ela importava para
ele e o que ela queria ou precisava importava. Ela sabia disso em seu coração.
Ele realmente trabalharia para consertar o que estava errado. Ainda assim,
ele acreditava, ele tinha fé que ela não iria julgá-los ou ficar com raiva pela
forma como eles tinham vivido e provavelmente continuariam a viver. —
Nós estamos uma bagunça. Pegajosos com sorvete e cerveja.
— Vai chover em breve. Vai nos lavar.
Ele foi complacente. Ele quis dizer isso. A chuva não o incomodava mais
do que Reaper e Savage correndo pelo quintal com as armas apontadas. Ele

317
não suava por pequenas coisas porque sua vida era preenchida com grandes
coisas com que se preocupar.
— Onde estamos com Darby?
Nós. Ela teve que lutar contra o sorriso que queria vir. Ele se referia a ela.
O que ela havia feito para acelerar a chegada de Darby e suas irmãs a sua
casa? Ele não estava lá. Sua missão secreta não estava terminada. Ele estava
cercado de perigo e podia ser morto a qualquer momento, mas o que
importava para ele eram as três crianças sem-abrigo, duas das quais vítimas
de tráfico humano.
Era sempre assim. Viktor pegaria alguma coisa e entregaria a ela, tendo
fé que seria feito. Ela poderia viver com isso. Era de sua natureza cuidar dos
detalhes.
— A papelada está andando. Lev e Maxim parecem ser os melhores na
falsificação de documentos. Eu não posso acreditar que acabei de dizer isso.
—Ela soltou uma gargalhada. — Vocês seis mudaram nossas vidas.

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— Sete. O irmãozinho é parte de nós, quer ele queira ou não, —corrigiu


Viktor. — Ele sempre terá nossa proteção.
— Eu sei. —Isso a fez amá-lo ainda mais.
— Qual é o problema com nossas meninas? Eu ouvi em sua voz que há
um.
— É apenas que pode demorar um pouco mais. Os últimos pais adotivos
da menina mais jovem, seu nome é Emily e tem seis anos, decidiram que
querem lutar por ela.
— Que porra é essa? Pensei que ela continuasse fugindo.
— Ela continua, o que meu advogado apontou para o tribunal.
— Eu posso pegar alguns dos meninos e fazer uma pequena visita a eles,
—disse Viktor.
— Não, você não vai, —Blythe disse, olhando para ele. — Quero dizer,
Viktor. Sobre isso, vamos fazer tudo pela lei.

318
— Como falsificar documentos? —Agora sua voz estava tingida de
diversão.
— Todo o resto.
Ele riu. — Eu estou com você, querida, a menos que eles continuem a
criar problemas. Eu passeei pela sua casa algumas vezes para me familiarizar
com as rotas de fuga e o layout. É legal. Quartos grandes. Eu gosto dos
quartos no andar de baixo e da suíte master no andar de cima, mas vamos ter
que colocar alarmes nas janelas E portas. Manter aquelas crianças dentro e
todos para fora.
O vento levantou-se, soprando folhas em pequenos turbilhões, esfriando
o calor de seu corpo. A brisa e fina névoa gostosas em sua pele. A escuridão
tinha caído, e ela se sentia mais corajosa para falar sobre um assunto que ela
abominava.
— Viktor, tenho certeza de que sei o que aconteceu com suas mensagens.

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— Eu estou ouvindo, querida. —Ele beijou de novo a curva de seu peito


novamente, desta vez pela bravura dela.
— Se Sharon não destruiu a carta, e agora, eu não acho que ela fez, se
continha uma maneira de chegar até você, ou uma maneira de você me
alcançar. Ela me odiava por ter você. Ela costumava dizer que você iria me
trair, que um homem como você nunca se contentaria com alguém tão chata.
Ele fez um som em sua garganta como se estivesse estrangulando, mas
se absteve de falar. A mão dele foi para o seu seio, seu polegar acariciando
ao longo da curva macia. Era apenas uma distração, o suficiente para evitar
que a bile subisse. Só o pensamento em sua mãe a deixava enjoada.
— Ela estava com ciúmes de eu ter você. Ela estava sempre com ciúmes
de outras mulheres e de mim em particular. Ter você significava escapar dela.
Se havia um código, ela nunca teria descoberto sozinha.
— Havia um código.
Seu polegar se manteve em movimento, um deslizamento hipnotizante

319
que ajudou a ancorá-la quando seu peito se sentia muito apertado e seu fôlego
continuava pegando em seus pulmões.
— Ela não teria sido capaz nem a disciplina necessária para descobrir e,
em seguida, verificar o centro de mensagens por qualquer mensagem que
você enviasse para mim. Ela teria dado a carta ao parceiro de Ray. Ela
achava que ele era tão esperto. Ele freqüentava a casa com freqüência e ela
bebia em um estupor, e então os dois homens desapareceriam juntos. Pensei,
inicialmente, que Ray a traia com mulheres.
— Ele era um pedófilo, Blythe. Não havia outras mulheres.
— Eu entendo isso agora, mas então eu não sabia. Walter Sandlin era
um fluente oleoso. Eu não suportava estar na mesma sala que ele. Ele era
definitivamente o parceiro de Ray, no entanto. Eles trabalharam em um site
na Internet juntos.
— Era um site mundial para pedófilos se reunirem, compartilhar seus
vídeos e vender as crianças de que estavam cansados, e um lugar para

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adquirir mais quando queriam. Ray realmente previu convenções e reuniões


locais.
— Eles. Walter definitivamente estava muito envolvido, e Ray sempre
se referia a ele como seu parceiro. Uma vez eu perguntei qual negócio e se
ele deu algum dinheiro, porque Ray nunca saiu de casa para ir trabalhar.
Walter riu e disse que era muito, muito lucrativo.
— Walter Sandlin?
Ela assentiu com a cabeça. — Ele tem uns sessenta anos, um advogado
aposentado de Los Angeles. Ele é dono de uma casa na Occidental. Viktor,
ele tem amigos muito poderosos. Sua família tem dinheiro, e ele apoiou o
DEA, bem como o xerife local. Ele é amigo da polícia e faz festas o tempo
todo. Ray e minha mãe iam lá frequentemente.
— Tudo bem, querida, eu entendi, —ele disse suavemente, escovando
mais beijos até a garganta dela. — Você não precisa mais pensar nisso. Nunca
mais, você me entende? Isso é meu. Eu vou resolver esse pequeno problema

320
e você mantém as meninas. Se você precisar de mim para isso, você chama e
eu estarei por toda parte. —Ele Inclinou o queixo para cima. — Diga-me que
você entendeu.
Ela assentiu com a cabeça. — É problema seu. Não quero mais pensar
nisso.
— E mais uma coisa. Eu sei que Elle é sua prima, mas suas tias, querida.
Eu nunca vou gostar delas ou me dar bem com elas. Você tem que estar bem
com isso. Eu não dou a mínima para quem gosta de mim ou quem não gosta.
Ela sabia disso desde o encontro com seus irmãos. Ele era inflexível. Sem
remorso.
— Se você quiser que eu esteja perto delas, eu vou ser educado, porque
você me pede, mas elas deixaram você abandonada. Isso nunca vai ser
aceitável para mim. Parte disso pode ser culpa, por eu não estar aqui para
você, mas malditas sejam, elas são sua família e elas deveriam ter protegido
você. Isso é tudo que eu tenho a dizer sobre isso.

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Havia dureza em sua voz e ela sabia que ela estava ouvindo Czar, não
Viktor. Ambos eram dela. E ela podia entender porque, honestamente, ela
sentia o mesmo. Ela assentiu para lhe dizer que estava OK.
Ele mordiscou o queixo dela. — Eu quero dançar com você.
— Dançar? —Sua boca a estava distraindo. Em algum nível ela sabia
que ele estava fazendo isso deliberadamente, mas ela não se importava.
— Dançar, —ele disse decisivamente. — Eu trouxe música.
— Música e sorvete. —Que mulher poderia pedir mais alguma coisa?
Ele estendeu a mão para trás com um braço preguiçoso e ligou um iPod.
Por alguma razão, o pensamento de Viktor possuir um iPod parecia
totalmente absurda, e então a música começou. Ela riu. — Esse é o meu iPod.
— Sim. Sua música também. Ele se levantou e a puxou para seus pés.
— A névoa está finalmente se transformando em chuva. —Ele virou a cabeça
para cima para que as gotas pudessem lavar seu rosto. — Eu amo a maneira

321
que as gotas de chuva caem em minha pele. Eu costumava pensar, quando
era criança, que iria lavar toda a feiúra e vergonha. Que iria tirar o sangue
das minhas mãos. Isso nunca aconteceu, mas eu tive esperança. —Ele sorriu
para ela, mas o sorriso não alcançou seus olhos. — Talvez eu ainda tenha
esperança.
Ela rodeou seu pescoço com seus braços, bloqueando os dedos em sua
nuca. Seu cabelo comprido caiu em torno do rosto, dando-lhe aquele olhar
de anjo pecador e caído. Ela apertou seu corpo no dele. — Se a chuva não
puder fazê-lo, eu posso. —disse, olhando-o nos olhos. Querendo dizer isso.
Ele se moveu com ela, pequenos passos, levando-a ao redor do cobertor
e depois para a grama. A chuva caiu em seus corpos, até que o que sobrou
do sorvete e da cerveja escorreu em pequenos riachos. Eles dançaram três
músicas. Riram um com o outro. Então ele levantou-a e ela circulou seus
quadris com suas pernas longas e ele estava dentro dela.
Foi bom. Foi perfeito. Era Viktor. Ela jogou a cabeça para trás e deixou
a chuva bater em seu rosto, rindo enquanto o orgasmo apressava-se sobre ela.

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Ela ia gritar, e não se importava muito se Reaper e Savage ouvissem ou


viessem correndo. Ela estava muito feliz com seu homem.

18
O rugido das Harleys, enquanto faziam cada curva na estrada,
parecia alto na noite da reunião. O sol tinha se pôs primeiro mergulhando o
mundo em ouro e laranja e, em seguida, em um brilho prateado que refletia

322
nas folhas das árvores quando passaram por elas.
Viktor levantou o punho, sinalizando que estavam subindo a estrada que
conduzia à casa de Walter Sandlin. Eles precisavam parar e estacionar suas
motos. Ele diminuiu a velocidade até encontrar uma pequena trilha saindo
da estrada principal. Aproximou-se, desligou o motor, olhando para o céu
através dos galhos.
Os pássaros giravam e mergulhavam, pegando insetos, e algumas
estrelas solitárias brilhavam. Um nevoeiro movia-se em direção a eles.
Sandlin vivia fora da Occidental, ao longo de uma estrada mais velha e bem
conservada. Sua estrada particular era um ramo da estrada velha. As casas
eram poucas e distantes. Um rancho tinha várias vacas de aspecto triste, e
outro tinha um rebanho de ovelhas vigiadas por um grande cão de montanha

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dos Pirenéus19 que mantiveram um olho cauteloso sobre eles quando eles
passaram.
— Alena, você fica com as motos, —ele ordenou.
Ela rolou os olhos. — Sério? Por que eu? Porque eu sou uma garota?
— Isso mesmo. Você não precisa mais fazer essa merda. —Seu tom de
voz não admitia qualquer argumento.
— Talvez eu queira fazê-lo, —ela murmurou rebelde, mas se virou para
arrancar um cobertor de sua mochila e jogá-lo na linha das motos.
— Baby. —Viktor esperou até que ela olhasse para cima. — Nenhum de
nós deve querer fazer este tipo de coisa. Estamos virando a página.
— Eu chamo de besteira, —ela retrucou. — Só porque vamos ser
oficiais, não pense que pode relegar Lana e eu a posição de Old lady.
A mandíbula dele endureceu. Um músculo pulou. — Você está de
alguma forma desmerecendo minha mulher? —O silêncio estendeu-se. Havia

323
ameaça em seu tom e ele sentiu a raiva erguendo-se, uma fúria incontrolável
que ele se esforçou para manter sob controle quando era com um de seus
irmãos ou irmãs.
Alena sacudiu a cabeça rapidamente. — Claro que não. Eu não quis
dizer isso. Formamos o Torpedo Ink juntos, Czar. Todos nós. Lana e eu
também. Nós éramos uma parte disso como todos vocês, e de repente, eu não
sou querida na ação.
— Você acha que eu quero que algum de vocês torture ou mate alguém?
—Ele quase cuspiu. — Eu tenho ralado a bunda tentando nos levar a um
lugar onde nós tenhamos uma escolha no que nós fazemos. Todos nós, mas
sim, você e Lana especialmente. Nós temos duas irmãs sobreviventes de

19 Cão de montanha dos Pirenéus é uma raça de cães pertencente ao grupo


dos molossóides e oriunda da França. Usado como guarda de rebanhos, é ainda adaptável à companhia.

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quantas? Toda vez que sua vida está na linha, nós seguramos a porra do nosso
fôlego. Nós sobrevivemos porque você o fez. Você pode não dar valor a sua
vida ou pensar que não é importante, mas para nós, é. Eu não vou colocar
você em perigo, se eu não precisar, você me entende?
Ela assentiu. — Sim, mas precisamos de malditas perspectivas no
momento em que nos instalarmos, porque não quero me pôr a brincar com
os polegares, observando suas motos.
Ele a segurou pela nuca e a puxou para ele. — Você entende que você é
importante, certo?
Ela hesitou, mas depois assentiu. — Eu entendo, Czar.
— Olhe bem. Nós não sabemos qual segurança este bastardo tem. Meu
palpite é que ele é paranóico como o inferno. Preocupado com policiais
bisbilhotando ou alguns de seus amiguinhos, que ele provavelmente está
chantageando. Code olhou o site e ele está configurado para recolher todos
os tipos de informação. Os amiguinhos de todo o mundo que ele convidou

324
para entrar provavelmente estão sendo chantageados. Isso o torna
duplamente perigoso. Talvez tenha patrulhas aqui fora.
Ela assentiu novamente. — Eu não tenho nenhum problema com isso.
Pode ser divertido já que eu não trouxe meu livro.
Ice bufou. Ela olhou para seu irmão. — Você quer dizer que não posso
ler? —Ela estalou.
Ice ergueu ambas as mãos em rendição. — Quer dizer, irmãzinha, que
você pode ler, você simplesmente não lê. —Ele sorriu para ela.
Alena se jogou no cobertor. Os homens moveram-se para uma formação
mais pesada, espaçando cerca de cinco metros um do outro, deixando de ser
pessoas normais. Eram fantasmas. Fantasmas assassinos. Isso era no que eles
tinham sido moldados em todos aqueles anos e o ajuste era perfeito,
assumindo suas peles facilmente.
Eles não falavam porque não precisavam. Aperfeiçoaram suas
habilidades como equipe quando crianças, algumas com apenas dois ou três

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anos de idade. Eles podem ter sido enviados individualmente para fazer o
trabalho sujo de Sorbacov, mas eram essencialmente uma equipe e sempre
seriam.
Um cão latiu a distância. Viktor ergueu um punho e apontou para a
árvore mais espessa. Transporter subiu rápido, com uma velocidade que
sempre assombrou Viktor. Em outra vida, Transporter teria conseguido ser
grande. Ele devorava livros e guardava tudo o que lia. Ele poderia realmente
aprender línguas em algumas horas. Sua coordenação na mão, olho e
reflexos eram surpreendentes, tornando mais fácil para ele agir com rapidez.
Mais, ele era um GPS humano, na maior parte das vezes, Viktor tinha
certeza, por causa dos mapas que devorava em seu tempo livre, mas também
porque ele simplesmente sabia.
O pio de uma coruja soou por cima deles, dos galhos mais altos, quatro
vezes. Viktor queria xingar. Quatro cães patrulhavam com seus treinadores.
Eles não gostavam de matar animais se pudessem evitar. E os cães estavam
apenas fazendo seu trabalho. Não era culpa deles trabalharem para uma das

325
maiores redes de pedófilos do mundo.
Ele circulou com o dedo no ar e apontou para Reaper. O homem tinha
um dom, um que lhe permitia passar por situações impossíveis, incluindo
cães. De vez em quando, se o truque que ele usasse não funcionasse, e Savage
manteria seu irmão vivo por todos os meios necessários.
Savage era rápido e mortal, assim como seu irmão mais velho. Não
falava muito com estranhos e ignorava o que eles diziam. Ninguém colocava
uma mão nele a menos que fosse um dos irmãos, e só e eles queriam uma
surra. Reaper e Savage entraram na escola junto com duas irmãs mais velhas.
As crianças eram de uma família privilegiada, dominada por pais amorosos.
As crianças tinham visto sua família ser brutalmente assassinada na frente
deles.
Savage e Reaper tinham sido alvos de dois dos mais cruéis e brutais
pedófilos da escola. Suas irmãs haviam tentado protegê-los, e ambas haviam
pago o preço final, mas só depois de terem sido estupradas, espancadas e
torturadas na frente dos dois meninos. Viktor tinha quatorze anos então e

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quando os corpos das duas meninas haviam sido deixados na "masmorra"


com os meninos, atraindo ratos e moscas, tinha estourado. Não podia deixar
as coisas continuarem como estavam. Ele decidiu parar aqueles que dirigiam
a escola, e ao longo do tempo, tinha conseguido fazer exatamente isso. Mas
esse começo tinha afetado os dois irmãos.
Ele olhava por eles cuidadosamente agora, sem saber que tipo de vida
poderiam levar. Cada sobrevivente era muito fodido, mas em seu mundo,
Savage e Reaper eram os pontos de interrogação. Os dois brigavam para se
manter. Eles muitas vezes lutavam no submundo. Inicialmente tinha sido por
dinheiro rápido, mas Code tinha cuidado de todos os problemas de dinheiro.
Ele tinha limpado mais de um ninho criminoso sem deixar rastros de volta
para eles. Torpedo Ink tinha dinheiro mais do que suficiente para dar a todos
uma boa vida. Viktor sabia que Reaper e Savage lutavam porque tinham que
fazê-lo. Eles precisavam sentir os punhos batendo fortemente na carne. Sentir
os punhos batendo neles. Não era algo que Viktor pudesse parar mesmo que
tentasse.

326
Eles continuaram uma polegada mais perto da grande cerca de ferro
forjado ornamentada que rodeava a propriedade. Viktor viu o primeiro dos
quatro treinadores com um grande doberman. O cão era um bruto, um
"Warlock"20, muito maior do que a raça normal. Cão e treinador estavam fora
da cerca e movendo-se no sentido horário ao redor da propriedade,
mergulhando na floresta, ao longo de trilhas bem-gastas. Eles pareciam estar
se dirigindo direto para o local onde Viktor sabia que Reaper estava
escondido.
De repente, o vento mudou de direção, acelerando, avançando
rapidamente em direção a casa e a Reaper. Ice e Storm estavam fazendo seus

20 Warlock também conhecido como Dobermann é uma raça de cães oriunda da


Alemanha. É criação do coletor de impostos Karl Friedrich Louis Dobermann, que carregava dinheiro por áreas
perigosas, necessitando então de um cão que lhe oferecesse proteção. Bem sucedido como cão de guarda de
patrimônios, o Dobermann é também um bom animal de companhia, desde que integrado ao lar e a família.

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trabalhos, mantendo o irmão seguro. O cão não poderia pegar o perfume


com todos eles a favor do vento.
O cão era um belo animal, e Viktor sabia que tinha minutos de vida se
mantivesse o rumo. Savage o mataria primeiro e depois o treinador. Se
Reaper tivesse qualquer dom ou talento para fazer os animais olharem para
o outro lado, agora era o momento de usá-lo. Ele esperou seu corpo em sua
freqüência cardíaca normal. Este era o mundo em que ele vivia na maior
parte do tempo e estava acostumado com o perigo. Ele era cauteloso, mas
tudo lhe era muito familiar.
O treinador de repente parou virando para o oeste, longe de Reaper,
movendo-se rapidamente nessa direção. Viktor suspirou aliviado. Savage
teria matado ambos antes de chegarem a seu irmão, mas ainda havia uma
chance do guarda disparar primeiro.
Ele se juntou aos dois homens. Reaper sacudiu a cabeça. — Eles têm
mais de quatro cães, Czar. O lugar é totalmente vigiado, câmeras, microfones

327
em todos os lugares. Sandlin é definitivamente paranóico e ele está no mundo
da eletrônica.
Seus homens se reuniram em torno dele. Reaper, Savage, Ice, Storm,
Mechanic, Transporter e Absinthe, aqueles que geralmente executavam
qualquer missão com ele. O vice-presidente de seu clube, Steele, dirigia as
missões com os outros oito membros. Eles estavam acostumados a trabalhar
uns com os outros e funcionar como uma máquina lubrificada. Cada um
tinha dons e conjunto de habilidades específicas.
— Eu posso tirá-los, Czar, —Savage ofereceu seu tom estritamente
neutro.
Viktor olhou para ele. O homem era jovem, mas seus olhos pareciam
velhos. Não havia expressão em seu rosto. Ele faria isso, mataria os cães e os
homens se o Czar lhe pedisse, mas as cicatrizes ficariam lá. Viktor sacudiu a
sua cabeça. Ele não estava adicionando mais, não agora quando tinha todos
eles empoleirados na borda de seu objetivo. Tão perto. Ele poderia dar-lhes

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uma vida. Blythe estava lá para ajudá-lo. Para mostrar a ele o que ele
precisava fazer.
Já tinha visto uma mudança neles. Eles a incluíam em seu círculo. Ela
era dele, e isso significava que ela era deles. Só a aceitação de outro ser
humano em sua família era milagrosa. Nenhum deles confiava em um
estranho. Eles ficavam isolados e olhavam um pelo outro para cobertura
— Nós temos Mechanic, observou Viktor. Vamos fazer da maneira que
costumávamos na escola. É uma boa prática para nós.
— Eu estrago suas câmeras e ele vai para o alerta rígido, —disse
Mechanic, confiante de que poderia.
Com seu irmão Transporter, o Mechanic trabalhava em todas as suas
motos. Ele era muito bom com carros. Viktor tinha visto seus desenhos para
carros personalizados e motocicletas, e eles eram realmente bons. A
esperança era uma loja onde Transporter e Mechanic pudessem fazer o que
amavam em paz. Mechanic poderia mexer com qualquer coisa eletrônica.

328
Algo em seu corpo irradiava energia suficiente para interromper qualquer
sinal elétrico.
— Não, se nós lhe dermos boas razões, —disse Viktor. — Ice e Storm
podem fazer a sua coisa, derrubar um poste ou dois. Começar um vento
trazê-lo apenas o suficiente para bater em suas janelas e conduzir seus
guardas exteriores para mais perto do abrigo. — Você entendeu. —disse
Storm.
Ice apenas balançou a cabeça. Ele tinha três lágrimas tatuadas no seu
lado esquerdo, como se estivesse chorando. Ele tinha feito isso porque nunca
chorava. Ele não conseguia chorar. Ele raramente, se é que fez alguma vez
sorria, mas, sorrir ou rir não era comum. Principalmente um com o outro.
Nunca era real com pessoas de fora.
Viktor e os outros se moveram mais para dentro da floresta, saindo do
caminho dos cães de guarda e seus treinadores. Enquanto caminhavam, ele
pôs a mão no ombro de Savage, algo raro. Ele sentiu que o corpo de Savage
endureceu e, em seguida, estremeceu sob a pressão suave, como se apenas

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ser tocado o ferisse. Ainda assim, Viktor fez isso, tentando fazer o homem se
acostumar com isso.
— Não queria matar aqueles cães, —murmurou Savage.
— Eu também, —confirmou Viktor.
— Teria feito isso, se você precisasse disso de mim, —Savage
acrescentou.
— Eu sei, mas não foi necessário. —Viktor removeu a mão casualmente,
desejando que Blythe pudesse lhe dar alguns conselhos sobre como lidar com
os pesadelos e efeitos do trauma que continuava mesmo agora quando eles
eram todos supostamente livres.
Ele acreditava nela, tinha a maior fé nela, e isso não mudava. Cinco
longos anos sem uma única palavra dele e ela o tinha aceitado de volta
quando a maioria das mulheres, depois do que ela tinha passado, não teria
sequer considerado. Não havia outra mulher como ela. Ele adorava a terra

329
em que ela andava. Ele amava e admirava tudo sobre ela. Ele sabia que ela
aceitaria as crianças traumatizadas sem bater um cílio. Era Blythe. Sua
Blythe.
— Você está pensando nela. —disse Savage, surpreendendo-o.
Ele acenou com a cabeça. Ele tinha que ter mais cuidado. Protegê-la. Ele
não queria que um estranho pudesse ler seus sentimentos por sua mulher.
— Como você sabia que ela era a única para você?
Viktor deu de ombros, desejando ter palavras mágicas para fazer o
mundo certo para todos eles. Ele sabia que os outros estavam ouvindo. Eles
queriam saber também. Blythe já lhes havia dado esperança de que talvez
houvesse outras mulheres lá fora que os aceitassem com todas as suas falhas
e questões. — No momento em que eu coloquei os olhos nela, ouvi seu riso,
vi o modo como ela tratava os outros, eu só soube. Parecia que algo me
acertou duro, quero dizer muito duro, bem no peito. —Ele sorriu para eles.
— Você sabe como controlamos nossos paus. Nós decidimos se queremos
foder alguém. Isso saiu pela janela com ela. Eu a vejo e meu pau está pronto.

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Não apenas pronto, ele está lutando por toda a atenção. Não há controle
disso.
O riso irrompeu, mas abafado. Eles estavam muito conscientes de estar
em uma zona de perigo. Alguns deles pareciam um pouco céticos, e ele não
podia culpá-los. Uma das lições mais difíceis e perturbadoras que eles tinham
aprendido era o controle de seus corpos em todos os momentos, não importa
o que estava sendo feito a eles, e muito tinha sido feito a eles.
Ele olhou para Ice e Storm. Eles se espalharam, colocando uns bons três
metros entre eles. Ambos tinham parado, estavam completamente imóveis.
Ele sabia que estavam se comunicando telepaticamente. Eles poderiam usar
o tempo, aproveitar o poder das tempestades para seus próprios propósitos.
Era tudo sobre energia e projetar aquela energia aonde eles queriam ou
precisavam.
Ambos olharam para cima, procurando as linhas de energia e as árvores.
Storm assentiu com a cabeça, e Ice saiu do centro da floresta e chuva mais

330
pesada escondendo-os para uma trilha de caminhada mais ampla.
Imediatamente, Absinthe deslizou para o outro lado, protegendo suas costas.
Reaper, Savage, Transporter e Mechanyc esperaram com Viktor em
posição, tão perto da cerca como possível, à espera que Ice e Storm cortassem
a eletricidade. Os dois irmãos escolheram as árvores que queriam derrubar.
Agora era uma questão de fazê-lo o mais naturalmente possível. A ventania
rasgava através das árvores em linha reta para a mansão gótica.
Sandslin queria a nobreza, assim tinha construído um castelo nos
bosques no fim de sua longa estrada privada, uma estrada com poucos
vizinhos. A casa era monstruosa, com gárgulas olhando ao longo dos
telhados e torres de todos os lados. Havia poucas luzes acesas, mas as que
brilhavam através das janelas eram de um verde-amarelado, como os olhos
de um gato predatório.
Viktor enrijeceu. A casa tinha sido construída para o segredo e para fazer
qualquer um entrar sem ser notado. Mais, no meio do nada, numa casa tão
grande, Sandlin podia fazer o que quisesse. Ele poderia receber em sua sala

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de estar, até mesmo em um jantar e ter uma criança prisioneira no andar de


baixo, no porão que ninguém jamais saberia. Ele era perverso o suficiente
para desfrutar desse tipo de coisa. Viktor sabia, porque tinha estudado sua
personalidade on-line. Sandlin encorajava os outros a tirar vantagem sexual
das crianças, declarando que as crianças queriam ser amadas e a sociedade
se recusava a reconhecer suas necessidades.
Uma rajada de vento bateu na casa, chacoalhando as janelas, gritando
para entrar. Cães e guardas se moviam para dentro do portão, saindo do
bosque, sabendo que em uma tempestade era perigoso ficar onde os ramos
estavam sobre eles. Sensíveis à energia que se precipitava pelo ar em direção
à casa, os cães rugiram e saltaram em suas correias, latindo ferozmente. Os
seus treinadores os repreendiam e os puxavam para longe da cerca e para o
abrigo de seus canis.
O vento recuou e ficou em silêncio por um momento, como se
respirando fundo, e então mais uma vez correu para a casa, uivando de raiva,
atirando galhos, folhas e detritos nas laterais e janelas. As luzes brilharam,

331
tornaram-se castanhas e depois acenderam novamente um amarelo
espalhafatoso.
Desculpe amigo, Viktor sussurrou em sua mente para a criança que ele
estava certo de que estava presa no porão. Ele tinha estado em uma situação
semelhante durante anos, e ele sabia como era quando as luzes se apagavam
e ficava escuro. Os ratos saíam, humanos e de outra forma.
Ele estremeceu e virou a cabeça para olhar para a árvore escolhida.
Balançava e se agitava com a força dos ventos. O vento se elevou em um
grito de alegria ao rasgar o galho da árvore e atirá-lo na linha de energia. As
luzes cintilaram uma segunda vez, apagaram e voltaram.
— Ele terá um gerador. —advertiu o Mechanyc.
Viktor assentiu com a cabeça. — Uma coisa de cada vez. Podemos
localizá-lo mais facilmente pelo som. Ice e Storm podem continuar com isso
e os cães e treinadores não serão capazes de sair. Estaremos em posição no

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momento em que soubermos que eles derrubaram as câmeras. Só teremos


alguns segundos.
A equipe já estava se movendo para a floresta, ao lado da cerca. As
patrulhas mantinham uns bons um metro e oitenta a dois metros e meio de
chão nu entre o bosque e a cerca, mas Sandlin queria manter a floresta por
perto. Isto protegia tanto como era uma ameaça.
O acúmulo de eletricidade no ar era chocante em sua intensidade. Ele
esperava que Ice e Storm fossem cuidadosos para não iniciar um incêndio. O
som do raio rasgando o céu e uma árvore se estilhaçando simultaneamente
foi alto. Logo as luzes se apagaram. Viktor e os outros correram para a cerca,
subiram e a pularam, contando os segundos enquanto corriam. Eles já
haviam escolhido seus lugares de ocultação e estavam neles antes do gerador
começar a trabalhar.
A propriedade tinha extensos jardins. Sandlin acreditava em luxo. Ele
também tinha câmeras e equipamentos de som. O gerador começou a zumbir

332
e, o ruído era muito alto. Perto de Viktor. A princípio, ele não viu o patamar
de cimento habilmente escondido pelos arbustos de renda portuguesa21 que a
cercavam. O gerador estava no patamar, envolto em uma caixa de madeira.
Viktor sacudiu a cabeça. Sandlin não poupou despesas em sua elaborada
casa, mas algo tão importante quanto um gerador, ele tinha esquecido. Ele
era da cidade e provavelmente não pensou muito sobre isso quando os
moradores disseram-lhe que ele precisava de um gerador e, ele simplesmente
não tinha se incomodado em atualizá-lo. Bom para eles, ruim para Sandlin.
O vento mudou minuciosamente, dando à casa um breve intervalo. Uma
coruja piou. Só uma vez. Isso significava que o gerador estava localizado
perto de Czar. Absinthe respondeu-lhe do bosque. Mensagem recebida.
Mechanic tinha que se mover sem ser notado.

21 A renda-portuguesa é da mesma família das samambaias. Suas folhas (frondes)


são muito interessantes: apresentam grande detalhamento nas suas subdivisões e recortes, tornando-a uma planta
de textura muito particular e bela.

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O acúmulo de eletricidade deixava o cabelo do corpo de Viktor em pé.


Amaldiçoando, ele se jogou de barriga e deitou na folhagem pesada. Um
relâmpago cortou o céu e o trovão rugiu quase simultaneamente. O
relâmpago dividiu o céu noturno, iluminando tudo. Ele sabia que era
necessário manter os guardas e os cães dentro até que os outros estivessem
sobre a cerca. Ninguém poderia se mover em uma tempestade tão perigosa,
incluindo eles.
O trovão rugiu e balançou o chão enquanto o relâmpago recuou da casa
principal, movendo-se para leste Em direção ao canil. Assim que o fez,
Mechanic abriu caminho através do jardim se arrastando, usando os
cotovelos e os dedos dos pés, utilizando as plantas como cobertura. Ele
enviou um sorriso rápido para Viktor enquanto se acomodava ao lado do
gerador.
Viktor piou duas vezes para garantir que Ice, Storm e Absinthe estavam
se movendo para a posição da floresta para a cerca. No momento em que
Mechanic parou o gerador, eles estariam em cima da cerca, se juntando a

333
eles. Ele observou enquanto o homem se agachava ao lado da grande caixa
e a estudava, mapeando-a em sua mente.
Viktor sempre admirou a habilidade de Mechanic com qualquer coisa
que tivesse partes móveis. O ridículo gerador estalava e rangia repetidamente.
Metal contra metal. Houve um barulho alto e sinistro. Um cheiro forte de
óleo. Mechanic sentou e esperou. O gerador pulou. Fumaça negra subiu ao
redor. O barulho piorou e, em seguida, abruptamente, parou.
As luzes da casa e dos canis se apagaram. Storm, Ice e Absinthe estavam
acima e sobre a cerca em segundos, os três correndo para se juntar aos outros.
Ice voltou-se para o canil, dirigindo a poderosa energia em torno daquela
casa, para garantir que os guardas ficassem lá dentro.
Ele podia sentir a raiva na tempestade e sabia que refletia a raiva
escondida em todos eles. Quando os irmãos tinham descoberto que podiam
utilizar a energia que o tempo fornecia, eles tinham sido muito fracos na
questão de controle. Esta tempestade refletia essa maneira, fora de controle.
Viktor não queria que o canil fosse queimado até o chão.

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A raiva em seu intestino que dizia que eles tinham direito, que este era
o alvo, cresceu com tudo o que viram. Sandlin era definitivamente uma
víbora, uma serpente pronta para atacar qualquer criança em que pudesse
colocar nas mãos. Ele podia não ser parte do anel de tráfico humano de Evan,
mas ele tinha seus próprios pecados. Ele era o homem que destruiu suas
mensagens para Blythe. Por que ele faria isso por Sharon, Viktor não sabia,
mas ia descobrir.
Relâmpagos e trovões caíam juntos, sacudindo as calhas do canil. O
coração de Viktor se apertou em seu peito. Pequenas gotas de suor
salpicavam sua testa e corriam pelo rosto e peito. Ele se lembrava das
tempestades vividamente. Ficar na "masmorra" sem luzes. As coisas que
fizeram a ele no escuro. A luz de velas, dizendo-lhe que tinha sorte de não
estar sozinho. Tempestades sempre traziam o pesadelo de recordações.
Diminua, sibilou Viktor, com medo pela criança no porão, porque agora
estava certo de que havia uma criança lá embaixo. Às vezes, o relâmpago
estourava as tubulações de água que se conectavam ao porão.

334
Storm soprou no ar, uma longa onda de fôlego quente, e o relâmpago
recuou como se estivesse sob seu comando, deixando o céu escuro. Alguns
segundos mais tarde, começou outra vez, golpeando a terra perto do canil
para onde os treinadores tinham se retirado com os cães.
Seus irmãos se juntaram em torno dele. — Ele pode ter pessoas
trabalhando para ele. Caseiros, empregadas domésticas, esse tipo de coisa,
mas se eles souberem o que está acontecendo então não serão inocentes.
Ainda assim—ele olhou direto para Savage—até que saibamos quem é
culpado e quem é inocente, não vamos eliminá-los.
Sua palavra era lei quando se tratava desse tipo de coisa, então ele não
esperou reconhecimento. Ainda assim, ele queria confirmação. Savage o
preocupava. Todos o faziam, mas Savage era quase tão áspero quanto Reaper
e definitivamente mais novo.
Reaper foi com Viktor. Ele sempre fazia isso. Ele se nomeara o guarda-
costas pessoal de Viktor quando tinha seis anos e Viktor tinha quatorze anos,

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o dobro de sua idade. Viktor subiu a lateral da casa enquanto seus homens se
dispersavam em pares, indo de todas as direções. Entrou através de uma
janela de segundo andar. Tinha um alarme, mas estava ligado à eletricidade
e falhou quando o gerador desligou.
Ele se movia em silêncio, indo rapidamente pelos andares superiores,
revistando-os. Não havia ninguém em nenhum deles. Havia uma fina
camada de poeira no escritório, mas o lugar estava limpo, dizendo-lhe o
homem tinha uma equipe de limpeza que vinha regularmente, mas não
diariamente. Ele não queria pensar em onde o garoto era colocado quando
os limpadores vinham.
Em baixo, ele encontrou o quarto principal. Era muito grande, muito
decadente com espelhos do chão ao teto nas duas paredes dos lados da cama
e também no teto. Havia algemas no pé da cama e também na cabeça.
Imagens obscenas de Sandlin com um jovem garoto cobriam as paredes não
cobertas de espelhos.

335
Sandlin não estava lá. Viktor não encontrou uma patrulha e nem mesmo
uma sala de segurança na casa. As câmeras eram monitoradas do quartel que
abrigava seus guardas. Claramente Sandlin não confiava que ninguém
soubesse o que ele estava fazendo. Como chantageava outros como ele, ele
tinha que temer que alguém descobrisse seu segredo e o chantageasse.
— A cafeteira está quente na cozinha, —relatou Transporter. — Ice e
Storm estão mantendo a tempestade pesada segurando os guardas dentro de
casa. Eles não podem manter o relâmpago para sempre. Temos de encontrá-
lo.
— Certamente sei onde ele está. —disse Viktor, sombriamente. — Ele
estará lá embaixo. Com a criança.
A tensão na sala subiu para um nível perigoso. Viktor sentia-se
assustadoramente perigoso. Desta vez, ele não ia lhes dizer para serem
cautelosos. Ele esperava estar errado sobre o que iriam encontrar, mas sabia
que não estava.

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Reaper e Savage viraram primeiro, mas Viktor ergueu a mão. — Vamos


com cuidado.
Ele liderou o caminho, Reaper um passo atrás dele, enquanto eles
desciam a escada para a porta que levava ao porão. Era depois da cozinha,
parecendo um armário. Viktor abriu a porta lentamente. Houve um rangido.
Ele parou e olhou para Savage. O homem avançou e acenou para Viktor abrir
a porta. O som foi abafado, de modo que a porta ficou em silêncio enquanto
se movia.
Deveria ter estado escuro além da porta, mas uma luz cintilante dançava
nas paredes. Velas. O suor explodiu na pele de Viktor. Lembrava-se das velas
vividamente, tremeluzindo na escuridão, a cera quente em sua pele, a
queimadura de cigarros, o riso cruel de Sorbacov enquanto ele o usava e
depois o dava para o mais vil dos prisioneiros que dirigiam a escola. Bile
levantou-se, queimando a garganta de Viktor.
Ele forçou ar em seus pulmões e continuou avançando. Eles se

336
arrastaram pela estreita escadaria bruta, Savage abafando qualquer barulho
que eles fizessem. Ele cheirava sangue. O cheiro inquietante da pervertida
expressão de Sandlin.
Você deveria estar feliz por te amar tanto. Sandlin gritou. Eu não
queria que você estivesse sozinho aqui embaixo. Eu sei o quanto você odeia a
escuridão.

O som da respiração do garoto era um raspão áspero e doloroso a cada


brutal puxão do corpo de Sandlin. O som da carne batendo na carne era alto,
ecoando pelo quarto. A mente de Viktor passou da claridade à completa
fusão. Ele realmente viu vermelho. A raiva no buraco do seu estômago
brotou como um vulcão, pronto para entrar em erupção.
Ele não esperou. Ele não podia. Ele estava do outro lado, sem se
importar se Savage podia mascarar a sua presença. Não importava agora. Ele
não era aquela criança indefesa, incapaz de se livrar das algemas e matar seu
atacante. Ele era livre. Perigoso.

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Ele pegou Sandlin pelos ombros nus e literalmente arrancou-o fora do


menino e jogou-o através do quarto. O homem pousou com um baque na
bunda nua, uivando enquanto batia forte. O garoto caiu sobre o dorso da
cama, os braços estendidos, os pulsos sangrando. Havia listras sangrentas e
vergões em suas costas, nádegas e pernas.
Viktor teve que se afastar da visão repugnante de Sandlin, nu e descalço.
— Onde ele guarda as chaves? —Ele perguntou. — Só me dê um minuto e
eu vou te lavar.
O garoto não respondeu. Ele manteve a cabeça baixa e se afastou de
Viktor, mas não antes de Viktor ver a cera cobrindo a frente de seu corpo.
Viktor não ficou chocado do adolescente não lhe responder. Mais de uma
vez, nos primeiros dias de seu cativeiro, Sorbacov achou engraçado mandar
"salvadores" para "livrá-lo", mas eram amigos de Sorbacov desempenhando
seu papel, e o esporte que se seguia tinha sido doloroso e cruel. Ele também
não se incomodava com banalidades. O menino não iria acreditar em uma

337
única palavra que ele dissesse. Ações eram necessárias, não palavras.
Atravessou a sala até onde Sandlin estava esparramado no chão,
tentando cobrir seu pau flácido com as mãos. Ele olhou para eles com olhos
horrorizados. — Onde estão as chaves, seu filho da puta? Você tem três
segundos e depois começamos a trabalhar com uma garrafa quebrada. —Ele
derramou raiva suficiente em sua voz para que Sandlin não pudesse fazer
nada além de acreditar nele.
— O muro da escada.
Viktor pisou no preservativo ensanguentado e caminhou até a parede,
passando a brilhante luz do da lanterna ao longo dela até que ele encontrou
o prego com a chave pendurada nele. Os outros haviam se espalhado, um
procurando em uma caixa até que encontrou uma camisa e um jeans que
tinham que pertencer ao menino. Pelo menos ele tinha roupas. Por muitos,
muitos anos, Sorbacov não se preocupou em cobrir qualquer um deles.
Ele foi gentil quando destrancou as algemas. — Você tem um banheiro
por aqui, para se lavar?

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Ele tinha visto o inferno sem portas que Sandlin tinha dado ao garoto,
mas tinha uma pia. O menino não se moveu. Nem mesmo para puxar os
braços. Ele se retirara da realidade para se distanciar do que Sandlin estava
fazendo com ele. Viktor tinha visto muitas crianças rastejarem em suas
próprias mentes para se manterem sãs.
— Czar. —disse Transporter suavemente. — Deixe-me cuidar do garoto.
Não temos muito tempo antes dos guardas virem procurar seu chefe e ter
certeza de que ele está bem. Temos de ir embora.
Viktor odiava que ele estivesse certo. Eles precisavam terminar seus
negócios e sair de lá tão rápido quanto possível. Ele se afastou do garoto que
era muito parecido com todos eles. Distante de todos. Envergonhado do que
ele não conseguia parar. Vivendo em sua cabeça para sobreviver. Suprimindo
uma raiva que poderia consumir o mundo. Ele se aproximou de Sandlin.
Absinthe agachou-se.
— Sharon deu-lhe um código e você apagou todas as mensagens de

338
Viktor Prakenskii para Blythe. —Absinthe fez a declaração.
Reaper fez uma demonstração ao puxar a faca da bainha no cinto. O
olhar de Sandlin estava rastejando em todas as direções, mas os irmãos de
Viktor tinham se espalhado, rodeando-o, parecendo sombrios. Implacáveis.
O suor escorria pelo corpo nu. Sandlin manteve-se bem, precisando de força
para manter seus prisioneiros sob controle, mas agora, ele estava apenas
tentando pensar em uma saída. Como a maioria dos verdadeiros pedófilos,
ele era um covarde, fraco e assustado quando confrontado.
Viktor ergueu a mão e Reaper colocou a faca nela. Em um movimento,
Viktor virou a mão e desceu duramente, afundando a lâmina na parte
superior da coxa direita do homem. — Responda-lhe ou eu vou cortar partes
do corpo.
Sandlin gritou e gritou.
— É uma coisa boa que ele tenha se isolado aqui embaixo, não é, Czar?
—Perguntou Ice.

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— Eu fiz. Eu fiz. Ela queria que fosse feito e não sabia como.
— Você continuou fazendo isso depois que ela morreu, —Absinthe
apontou. Sua voz caiu uma oitava. — Eu gostaria que você me dissesse o
porque.
Absinthe tinha estudado direito devorando todos os livros disponíveis.
Era quem negociava tudo para o grupo. Ele tinha uma voz que podia
hipnotizar, permitindo que ele forçasse sua vontade aos outros.
Sandlin balançou a cabeça várias vezes, mas não conseguiu evitar a
resposta. — Eu disse a um velho amigo sobre isso. Ele está na Rússia, e
conhecia Viktor quando criança. Ele me enviou fitas. Muitas fitas
maravilhosas. Eu tinha que colocá-las no DVD para que eu pudesse vê-las
mais e mais. Ele tem as fitas mestre. Kenny assistiu comigo. —Ele indicou o
menino de quem Transporter estava lavando o sangue. — Meu sobrinho. Ele
gosta de homens mais velhos. Implora que deixe meus amigos descer aqui e
brincar com ele.

339
— Eu vou deixar você ... Me diga quem você é, o que você quer.
Qualquer coisa. Eu tenho dinheiro ...
Viktor bateu a faca diretamente na outra coxa e o sangue estourou como
um gêiser. — Oops.
Sandlin gritou. — Vou vendê-lo para você. Meu sobrinho. Ninguém
jamais virá procurá-lo. Eu paguei a um médico para assinar seu atestado de
óbito. Ele não existe. Vê? Pode levá-lo e fazer o que quiser com ele. Basta
levá-lo e ir.
— Quem é esse homem na Rússia? —Absinthe pressionou.
A faca cortou através da virilha antes de Viktor pudesse parar. Sandlin
gritou e se encolheu, seus olhos rolando para trás. Ice o sacudiu.
Absinthe sorriu — Vamos, Sandlin. Homem levante. Você não quer
parecer fraco na frente do garoto, não é? Você quer me dizer quem é esse
homem.

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Sandlin balançou a cabeça repetidamente enquanto o sangue


pulverizava. Ice soltou-o, e ele caiu para trás. Sangue escorreu de sua boca e
ele começou a balbuciar.
— Ele terminou, —disse Absinthe. — Merda. Desculpe, Czar.
Precisamos saber onde estão essas fitas e sair.
Viktor levantou-se lentamente, de repente cansado. Não importava o
que fizesse, o quão duro ele trabalhasse, ele não conseguia parar homens
como Sandlin. Ele não queria pensar no que poderia estar nas fitas. Ele
especialmente não queria pensar no inferno que o menino passou. — Se ele
fez o garoto olhar para elas, então elas provavelmente estão neste quarto em
algum lugar.
Absinthe foi para a cama onde Transporter estava puxando uma camisa
sobre a cabeça do adolescente. — Você sabe onde os DVDs são mantidos?
Pela primeira vez o garoto pareceu sair de sua mente com um pequeno
começo. Ele empurrou a cabeça em direção à parede atrás dele. Ao mesmo

340
tempo Mechanic estava lá, tateando ao longo da parede por um cofre. Kenny
olhou por cima de seu ombro para Sandlin, uma expressão fugaz de
satisfação em seu rosto,
— Não olhe para ele, garoto. —Viktor estalou, limpando a faca nas
roupas descartadas de Sandlin. Jogou a faca de volta para Reaper. — Isso
não é algo que você quer ver.
— Eu quero vê-lo, —Kenny murmurou. — Eu preciso ver isto.
Transporter entregou-lhe suas calças. — Vista isso.
— Nós estamos caindo fora daqui, garoto. Diga a eles que matamos o
bastardo.
— Eu não vou ficar por perto. Ele tem amigos. Amigos poderosos. Eles
estiveram aqui com ele, e têm muito a perder. Eu estou fora daqui.
— Para onde você vai, garoto? —Transporter perguntou.

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Kenny deu de ombros. — Não sei, não me importo. —Ele olhou para
eles desafiadoramente, vendo suas cicatrizes, suas tatuagens. Sua aparência
assustadora. — Talvez eu vá com vocês.
— No inferno, —Viktor disse. — Ligue para a polícia assim que tivermos
ido embora.
— Ele tem que vir conosco, Czar, —disse Storm.
Os outros assentiram.
Viktor franziu o cenho para eles. — O que vamos fazer com ele? Arrastá-
lo quando os Swords tentarem explodir nossos cérebros?
Mechanic tinha aberto o cofre. Havia dúzias de DVDs e pilhas de
dinheiro, bem como notebooks e Fotografias. — Está cheio.
— Pegue tudo. —disse Viktor. — Ele provavelmente tem toda a sua
operação de chantagem aí e nós poderemos obter os nomes de seus amigos.
Mechanic sacudiu o travesseiro para fora da fronha e recolheu tudo nela.

341
Parecia pesado.
— Posso lutar, —decretou Kenny.
— Leve-o para Blythe. —disse Reaper.
— Ótimo. Ela mal me aceitou de volta, e agora você quer que eu leve
para casa outra boca, um seriamente fodido garoto, como se ela não tivesse
problemas suficientes com todos vocês.
— Eu não sou uma boca, mas eu sou fodido, —Kenny disse.
— Não diga foda na frente de Blythe, —Reaper estalou. — Ela não gosta.
— Ele está morto. —anunciou Storm, afastando-se do corpo para que o
sangue não o tocasse. Vamos sair daqui.
— Ele pode dizer foda tudo o que ele quiser, eu não vou levá-lo para
casa, para ela, —disse Viktor. — Ela está pegando três meninas e todas vão
ter grandes problemas.

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Eles já estavam em movimento, correndo para sair da casa agora que


tinham as fitas e que Sandlin estava morto. Kenny os seguiu. Viktor xingou
em sua língua nativa, mas ignorou o garoto, parando abruptamente nos
espessos jardins, enquanto Ice e Storm construíam o vento novamente e
trouxeram consigo o rumor do trovão para manter os guardas dentro por
tempo suficiente para que eles saírem.
Eles correram de volta para as motos, e Viktor teve que dar o braço a
torcer ao menino, ele se manteve em pé quando ele claramente estava
dolorido e fora de forma. Ele era magro, cada osso aparente. Seus braços
pareciam bastões e havia círculos vermelhos em torno de seu pulso, velhas
cicatrizes em cima de novas. Viktor não queria olhar para ele. Não queria ver
a si mesmo, aquele garoto de dez anos tão impotente ainda dentro dele. Uma
vítima. Ninguém para defendê-lo. Mas, porra, não podia pedir a Blythe mais
uma coisa. Nada. Ela o havia aceitado de volta. Ela aceitou sua família.
Alena levantou-se quando eles apareceram. Ela os olhou por toda parte
e o alívio iluminou seu rosto. Ela levantou uma sobrancelha quando viu o

342
menino e olhou para Viktor por uma explicação. Ele balançou sua cabeça.
Instantaneamente, Ice foi até sua moto e revirou um saco. — Eu
mantenho um capacete extra para Alena, —disse ele, e jogou-o para Kenny.
— Coloque isso.
Kenny segurou o capacete contra seu peito, olhando para o céu e em
torno das árvores. Ele estendeu a mão para tocar a Harley de Viktor.
— Não, garoto, —Viktor advertiu. — Você não toca na moto de outro
homem sem permissão. Nunca.
Kenny puxou a mão para trás e então ficou ali como se não soubesse o
que fazer. Absinthe tomou o capacete e colocou-o sobre o menino.
Viktor balançou a cabeça e se sentou em sua Harley. — Eu não sei o que
você vai fazer com ele, mas não vou levá-lo para Blythe.

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— Ele daria um excelente prospecto22, —disse Alena, puxando uma


jaqueta do pacote de Storm. — Eu tenho isso extra, não é muito quente, mas
vai funcionar para você.
— O que é um prospecto? —Kenny perguntou, pegando a jaqueta.
O garoto não conseguia parar de tremer. Provavelmente uma
combinação de choque, frio e medo. Viktor suspirou. — Quando foi a última
vez que você saiu daquela casa?
— Quando eu tinha nove anos. Eu fui viver com ele quando eu tinha
nove anos, e ele me levou para o porão. Eu tinha quatorze anos quando me
levou até seu quarto. Isso foi há dois anos. Na maior parte do tempo eu fiquei
no porão.
Viktor amaldiçoou em voz baixa. O que diabos ele ia fazer com o garoto?
O garoto não podia se defender sozinho. Ele não sabia nada sobre a vida fora
do porão.

343
— O que é um prospecto? —Kenny insistiu.
— Alguém que quer entrar no clube, —respondeu Mechanic.
— Eles observam as motos quando estamos fazendo alguma coisa e se
assegura que ninguém as toca, —disse Alena.
— Eu poderia fazer isso, —disse Kenny.
— Ele tem dezesseis anos, maldição. Ele não vai ser um prospecto, —
declarou Viktor. Ele ligou o motor, então sua Harley rugiu para a vida.
— Fique na minha moto, garoto, —disse Transporter.
Kenny ficou olhando para ele. Alena deu-lhe um tapinha no ombro. —
Olhe para mim. —Ela pôs a mão no ombro de Viktor e balançou atrás dele.
Viktor sacudiu a cabeça. O garoto precisava de um médico.
Conselheiros. Uma educação. Pais que pudessem lidar com o trauma.
Entender o que tinha acontecido com ele e guiá-lo através das armadilhas da

22 Prospecto – Um tipo de faz tudo, para provar ao presidente de um club MC que é digno de usar suas cores.

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vergonha, culpa, depressão e a terrível raiva. Ele não tinha treinamento. Ele
não sabia nada, eles pelo menos tinham sido ensinados. Ele era vulnerável,
e seria por muito tempo.
Todo mundo estava olhando para ele como se ele pudesse salvar o
mundo. Incluindo o garoto.
— Eu não vou perguntar a ela, —ele declarou e saiu de lá.

19

344
— Baby, acorde, —Viktor sussurrou suavemente. — Você
tem alguma arma aqui?
Blythe piscou sonolenta e balançou a cabeça ao mesmo tempo, enquanto
empurrava o cobertor e sentava-se. O quarto estava escuro e Viktor sentou-
se na beira da cama, completamente vestido. — O que foi? Você deveria estar
na cama comigo. —Ela fez um convite.
Ela dormiu nua, e tinha levado muito tempo para adormecer. Ela pensou
tanto sobre ele, seu corpo se recusando a parar de queimar, então ela recorreu
a seu brinquedo favorito. Ele mal a ajudou. No final, ela o lavou e deixou-o
na pequena mesa ao lado da cama, na esperança de que Viktor se tornasse
inventivo.
Ela se inclinou para ele, deixando seus seios roçarem o peito dele e a
mão cair sobre seu colo. Como sempre, quando o tocou, sentiu seu pênis

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crescendo, duro, quente e perfeito. — Estou feliz que você está em casa,
querido.
— Baby, —Viktor começou, retrocedendo um pouco, estendendo a mão.
— Belos seios, —Transporter observou.
Mechanic chutou-o. — Tortura agradável, —corrigiu ele.
Com um gemido mortificado, Blythe olhou ao redor de seu quarto.
Figuras sombrias ocupavam o espaço. Oito delas.
Agarrando o cobertor, ela arrastou-o sobre seus seios. Seu olhar
encontrou Transporter. — Obrigado, —ela conseguiu dizer. — Você tem
uma arma?
— Não podemos deixar você atirar nele, —disse Reaper.
— Eu não estava planejando atirar nele. Eu estava pensando que atirar
em mim poderia ser muito mais apropriado sob as circunstâncias.

345
— Desculpe senhora. Não podemos deixar você fazer isso também. Ele
fica com um humor muito melhor quando está com você regularmente, —
disse Absinthe.
— Existe uma razão para vocês estarem aqui, ou só precisam de um
lugar para dormir?
— Temos algo a lhe perguntar, —disse Ice.
— Algo importante, —acrescentou Storm.
Alena deu um passo para frente. — Imbecis. É sobre o menino. Nosso
novo prospecto.
— Ele não é um prospecto, —Viktor negou, apertando os dentes. —
Blythe, ele não é um prospecto.
— Eu sou, —disse uma voz desafiante do corredor.
— Feche a porra da boca, —Viktor estalou. — Você é uma criança. Um
fu ... apenas um moleque. Você não pode ser um prospecto.

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— Ele tem idade suficiente para guardar as motos, —murmurou Alena


rebelde.
Blythe não sabia se devia rir ou chorar. Ela estava mortificada. Havia
um ponto em que o embaraço não importava mais, e ela estava lá. Eles eram
todos tão loucos e seu homem era o mais louco de todos.
Viktor acendeu a lâmpada ao lado da cama, dando ao quarto um brilho
suave. — Você pode dizer não, querida, estará tudo certo.
— Oh. Meu. Deus. Sério, Viktor? —Blythe jogou as mãos no ar. O
cobertor escorregou e ela agarrou-o, jogando-o sobre seus seios. — É o meio
da noite. Isso não poderia ter esperado até de manhã? —Eles tinham um
menino, uma criança esperando no corredor pelo seu veredicto. Ela poderia
dar-lhe uma cama ou jogá-lo na rua. Eles estavam todos loucos?
— Na verdade, não, —disse Absinthe. — É uma espécie de situação de
emergência.
— Onde vocês o encontraram?

346
Ninguém respondeu. O quarto ficou em silêncio. Estranhamente, ela só
ouvia a sua respiração. Storm se deslocou inquieto, se aproximando de sua
mesa de cabeceira. Ele estendeu a mão e pegou seu brinquedo. Sua boca se
abriu para dizer algo, mas nada saiu. Nem uma palavra.
— Interessante, —disse ele.
— Vocês não têm quartos onde estão hospedados? Algum lugar além do
meu quarto para dormir? —Ela finalmente conseguiu dizer, porque não
havia nada a dizer para os inexistentes sorrisos em seus rostos. Eles podiam
não mostrar sua diversão compartilhada, mas ela a sentiu. Mesmo Viktor,
que tinha chegado relutante e chateado, estava um pouco divertido, embora
fosse muito sábio para mostrá-lo.
Alena arrancou o brinquedo da mão de seu irmão e olhou-o com um
ávido interesse. Blythe tinha certeza agora que seu corpo inteiro estava de
um vermelho brilhante igual ao seu rosto, mas ela se recusou a reconhecer o
que estava acontecendo.

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— Uau. Quem diria? Será que funciona? —Alena perguntou. — Eu


nunca vi um como este, mas Lana me falou sobre eles.
Ice e Storm gemeram. Storm empurrou sua irmã. — Isso é errado em
todos os níveis.
Isso estava errado, mas entrar em seu quarto no meio da noite quando
ela estava nua, não? Blythe olhou para ele, esperando que pudesse ter a idéia
de sair, mas nenhum deles parecia inclinado a fazer nada além de ficar ali,
com ela nua em sua cama.
Viktor tirou o brinquedo da mão de Alena, abriu a gaveta da mesa e
atirou-o para dentro. — O que você quer que eles façam com o garoto? —Ele
perguntou.
Blythe olhou ao redor do quarto, para seus rostos. Novamente, eles
estavam inexpressivos, mas ela sentiu uma onda de esperança. De fé nela.
Em Viktor. Quem quer que fosse esse "garoto", eles não queriam que ele
fosse jogado fora.

347
— Quantos anos ele tem?
— Kenny. —Transporter levantou a voz. — Quantos anos você tem?
— Dezesseis. —respondeu a voz do corredor.
— Ele é procurado pela polícia? Pais, guardiões ou tutores? —perguntou
Blythe.
— Nenhum policial, nenhum pai, guardião ou tutor, —Absinthe
respondeu imediatamente. — Vamos, Blythe, você sabe que quer.
Viktor se levantou e empurrou Absinthe duro, derrubando-o no meio do
quarto. — Não tentem isso com ela nunca, caralho, —ele sibilou. — Você
não vai viver com o que eu vou fazer com você.
A atmosfera no quarto mudou de esperançosa e divertida para
instantaneamente tensa. Ninguém fez um movimento para intervir entre
Viktor e Absinthe.
— Querido, pare, —disse Blythe.

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Absinthe congelou onde estava, as mãos de lado, em rendição. Ele não


fez um som. Viktor não tinha recuado, nem mesmo quando ela pediu. Sua
linguagem corporal gritava hostilidade e raiva derramava dele.
Tudo bem então. Não havia tempo para isso. Ela enganchou seu roupão
do fim da cama, jogou as cobertas e sem olhar para qualquer um deles vestiu
seu quimono. Era curto, mas teria que servir. Eles já a haviam visto, então
ela não iria ficar tão envergonhada que ela não fosse evitar que Viktor a
protegesse desnecessariamente.
Ela envolveu seu braço em torno da cintura dele, deslizando debaixo do
braço que estava estendido, seu punho na camisa de Absinthe. — Querido.
Eu pedi para você parar.
— Você não sabe o que ele fez.
— Viktor. —Ela olhou para o rosto dele. As linhas duras estavam lá, o
perigo esculpido profundamente. Ele estava furioso com Absinthe. Ela
esperou até que seus olhos se encontraram com os dela. A fúria ali a sacudiu,

348
mas ela forçou a calma em sua voz. — Querido. Eu sou uma empática. Eu
sinto tudo, a diversão que todos vocês escondem, o medo e a raiva. Eu
também sinto a energia no momento em que é lançada ou usada. Eu senti
isso e simplesmente a afastei de mim.
Ela não viu como os outros receberam seu anúncio, porque estava
mantendo toda sua atenção em Viktor, mas ela sentiu o choque correndo por
todos eles. Eles confiaram em seus talentos e ter alguém capaz de impedi-los
de usar seus dons era desconcertante para dizer o mínimo. Ela entendia isso,
mas no momento, o importante era acalmar o homem que a defendia quando
ela não precisava.
— Ele não sabia disso, não é, Absinthe? —Viktor mordeu.
Absinthe balançou a cabeça. — Peço desculpas.
— Peça a ela, —insistiu Viktor. — Vocês a tratem como se ela fosse uma
de nós, porque ela é. Se ela não for, eu também não sou. —Ele soltou a
camisa de Absinthe e virou para enfrentar a todos, seu braço puxando Blythe.

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— Todos vocês precisam entender isso. Ela é uma de nós. Ela é a minha outra
metade. A melhor parte de quem eu sou. Se vocês não puderem aceitar isso,
digam agora e eu vou embora. Vocês podem nomear outro presidente e ...
— Não seja idiota, —disse Reaper. — Entendemos. Todos nós sabemos
disso.
— O acordo foi, nunca usarmos nossos dons um no outro. Se Blythe é
família, isso a inclui.
Viktor se recusou a desistir.
Absinthe assentiu. — Eu fodi isso totalmente. Sinto muito, Blythe. Nós
não sabemos o que fazer com o garoto, não podemos levá-lo para o
acampamento, não podemos deixá-lo no frio, então nós o trouxemos para
cá, pensando que você saberia o que fazer.
Instantaneamente a tensão sumiu de Viktor e a raiva diminuiu. Blythe
deixou escapar a respiração, sentindo o alívio no quarto. Mais uma vez a
atmosfera mudou. Evidentemente, quando um deles se desculpava, o

349
incidente, não importa qual fosse, era claramente esquecido.
— Não há problema, —ela disse, porque ela podia dizer que eles
estavam esperando por reconhecimento.
Blythe atravessou o quarto, puxando o kimono mais apertado para se
certificar de que estava completamente coberta. Quando abriu a porta, o
menino quase caiu para dentro. Ele estava ouvindo, sua orelha contra a
madeira. Tropeçando muito pálido, ele levantou seus braços parecidos com
um bastão por equilíbrio e segurou-a. Ela o estabilizou.
Ela nunca tinha visto alguém tão magro. Todos os ossos pareciam
salientes. Ele tinha cicatrizes, especialmente em torno de seus pulsos. No
momento em que o viu, viu as marcas em seus pulsos e o olhar em seu rosto,
ela soube exatamente em que tipo de situação Viktor e os outros o tinham
encontrado.
— Você está com fome? —Os meninos estavam sempre famintos, e este
parecia morto de fome.

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Kenny assentiu com a cabeça.


— Algum de vocês pode cozinhar? —perguntou Blythe.
— Alena. —Todos disseram o nome dela simultaneamente.
Blythe sorriu para ela. — Acho que você é uma boa cozinheira.
Alena tentou afastar toda expressão de seu rosto, mas ficou satisfeita.
Ela encolheu os ombros. — Posso me virar.
— Você se importaria de arrumar algo para ele comer enquanto eu
preparo a cama em um dos outros quartos?
— Quanta comida você tem na casa? —Perguntou Mechanic,
esperançoso.
Ela não pôde deixar de sorrir. Eles passaram por uma gama de emoções
e agora estavam todos com fome e esperando por uma das refeições de Alena.
— Muita.

350
O rapaz endireitou os ombros. — Você vai me deixar ficar?
Imediatamente estavam todos imóveis. Esperando. Ela respirou fundo.
— Esta noite, e então nós conversaremos de manhã. Você pode não querer
ficar aqui.
— Eu quero estar onde ele estiver. —Kenny apontou em direção a
Viktor.
Viktor o salvara. Viktor tinha salvado todos eles. Ela podia sentir a
maneira como todos eles viam seu homem. E ela sabia que estavam
esmagando-o com o peso de suas necessidades. Ela deslizou seu braço em
torno da cintura de Viktor e indicou a porta.
— Vá comer. O quarto lá embaixo no final do corredor será perfeito para
você, Kenny. Viktor e eu vamos discutir isso.
— Onde estão os lençóis e cobertores, Blythe? —Perguntou Absinthe.
— Posso preparar a cama para ele.

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Ela sabia que ele estava tentando compensar seu erro anterior. — No
armário. Eu guardo cobertores e lençóis nos armários de cada quarto.
Obrigado, eu agradeço.
Ele sorriu para ela. — Sem problemas.
Seu sorriso também não alcançava os olhos. Era raro eles sorrirem e
ainda mais raro ser genuíno. Isso a deixou triste, mas mais, ela percebeu
exatamente o que Viktor estava enfrentando. Os membros do Torpedo Ink
estavam perdidos, vagando por um mundo em que não se encaixavam,
precisando de direção. Talvez um pouco de orientação. Eles eram adultos e
tinham visto o pior que o mundo tinha para oferecer. O pior.
Sua infância não tinha sido fácil, mas em comparação, não havia
comparação. Ela estava trazendo três meninas para sua casa, duas das quais
haviam sido vítimas do tráfico de seres humanos, estupro brutal e
espancamentos. Agora, um menino. Claramente a mesma coisa tinha
acontecido com ele. Ela fechou a porta silenciosamente e se virou para
encarar Viktor.

351
— Eu não sou uma conselheira. Eu não sou. Eu quero ajudar sua causa,
mas eu não sei nada sobre como tornar essas crianças melhores.
Viktor estendeu a mão para agarrá-la, enfiando os dedos nos dela para
puxá-la para a cama. — Você não pode torná-los melhores. Eles nunca vão
ser os mesmos. Nunca. Sua infância foi arrancada deles da pior maneira
possível e não há como recuperá-la.
Ela afundou na cama, balançando a cabeça. — O que todos vocês
esperam que eu faça? Eu não tenho treinamento nisso. Essa criança precisa
de coisas que posso não ter para lhe dar.
— Ele precisa de uma casa. Uma família. Alguém que lhe ensine que o
ódio e a raiva têm um lugar, mas não podem ser destrutivos. —Ele limpou a
garganta. — Talvez até alguém que possa lhe dar um pouco de amor, ensiná-
lo que há coisas boas no mundo esperando por ele.
Ela apenas olhou para ele um pouco impotente. Ela não sabia o que
dizer.

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— Eu fiz isso com você. —Ele indicou o corredor. — Eu juro por Deus,
querida, eu nunca quis fazer isso. Eu simplesmente não pensei.
— O que você fez comigo? —Ela perguntou o mais gentilmente possível.
— O jeito que eles olham para você. Que você vai cuidar do garoto para
eles. Que você vai fazer tudo melhorar. Eu falei sobre você. Que você é
mágica. Todas as histórias que contei sobre você. Como você ri. Como você
faz as coisas certas. Como você é a melhor do mundo. Ninguém é melhor.
Eles zombaram de mim, mas eles acreditaram nisso. No fundo, isso chegou
até eles e eles acreditaram. Agora eles esperam que você salve o mundo,
porque eu esperava que você os salvasse.
Viktor sacudiu a cabeça. — Sinto muito, Blythe. Eu não quis vir aqui e
jogar esse fardo em você. —Ele franziu a testa. — Bem. Eu quis. Isso é o pior.
Eu fiz. Eu salvei suas vidas, mas não consigo salvar a minha própria alma,
então eu os trouxe aqui comigo, esperando que você pudesse fazer isso.
Agora é só ... Mais.

352
— Querido. —Ela não sabia como se ver através dos olhos dele. Ele a
tinha em um pedestal, maior que a vida, dando-lhe um status impossível de
viver. — Sua alma não está em perigo, e nem a deles. Eu acho que, com sua
infância, todos vocês conseguiram demais. Quanto a eu ser mágica ...
— Você é. Olhe para você sentada aí. Calma. Composta. Preocupada
comigo. Com eles. Com o garoto. Você não sabe nada sobre ele, mas tem
compaixão por ele. Eles estavam aqui, invadindo seu santuário, nosso
quarto, e ainda assim você não ficou histérica ou gritou com todos eles.
Ela não era o tipo histérico e ela não gritava ... Bem ... A menos que
estivesse fazendo sexo e ela realmente, tinha que parar com isso. Ela mordeu
o lábio para não dizer isso. Viktor parecia tão ... Desolado. Ela manteve-se
quieta porque claramente ele queria ou precisava dizer mais e era difícil para
ele. Ele não estava acostumado a falar, explicar ou mostrar emoções. Ela
esperou, as mãos dobradas em seu colo para que pudesse torcer seus dedos
firmemente, sabendo tudo o que estava chegando seria difícil de ouvir.

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— Tenho coisas a te dizer, Blythe, —começou ele, e então começou a


andar de um lado para o outro pelo quarto. — Eu sei que alguns homens não
diriam uma palavra à sua Old lady. É um negócio do clube, mas não você.
Você tem que saber. Eu lhe disse que lhe diria a verdade, não importa o
quanto ela for feia. —Ele se virou para encará-la.
Blythe prendeu a respiração. Seu rosto estava ... Devastado.
— Sandlin tinha um vídeo feito há trinta anos. Vários deles. Eles eram
de mim, Blythe. As violações e espancamentos. Eu não os vi ainda, mas
suspeito que os outros estão lá também. Alguém tem a fita mestre.
Ela não sabia o que dizer ou fazer, então apenas olhou para ele, seu
coração quebrando por ele. Parecia que seu pesadelo nunca ia acabar.
— Acho que essas fitas vão nos assombrar até o dia em que morrermos.
Elas serão colocadas na Internet e distribuídas entre pedófilos sádicos que
gostam desse tipo de merda. Você tem que saber que pode acontecer. Um de
seus amigos pode ver ...

353
— Pare querido. Pare com isso.
Ele balançou sua cabeça. — Você tem que saber. É ruim. O que eles
veriam é ruim.
— Primeiro, um amigo não iria ver esse tipo de coisa, e se eles fizerem,
eu não os quero para meus amigos. E eu nunca, em nenhuma circunstância,
teria vergonha de você por causa do que aconteceu com você quando você
era criança. Sou orgulhosa de você, orgulhosa de estar com você. E em
qualquer caso, querido, você é um adulto agora ninguém vai reconhecer o
garoto que você era há trinta anos.
— Eu matei um homem esta noite. —Ele disse isso abruptamente, os
olhos em seu rosto. Observando-a. Observando sua reação.
Ele deixou cair a bomba e ela sentiu que bateu como um soco em seu
estômago. Duro e medíocre. Ela até se curvou, a respiração saindo de seus
pulmões em uma corrida explosiva. Por um momento, ela fechou os olhos.
O pior. Isso não era o que ela esperava, mas ela manteve-se quieta,

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silenciosamente exortando-o a dar-lhe os fatos e orando, que ele tivesse razão


para fazer o que ele fez.
— Eu. Não os outros. Eu fiz isso. Estávamos questionando-o ...
— Quem? Questionando quem? —Ela sussurrou. Sua voz não saía mais
forte do que isso.
— Sandlin. Aquele idiota, Sandlin. Estávamos questionando-o e ele
falou coisas sobre o garoto. Coisas que me deixaram louco.
— Que tipo de coisas? —Parte da tensão a deixou. Sandlin era o parceiro
de Ray. Ele ajudou a criar o maior site pedófilo da Internet. Ela teve a
sensação de que a conversa daria mais informações a Viktor do que ele
percebia.
— Que ele queria isso. Ele gostava do que Sandlin fazia com ele. Esse é
o tipo de merda que eles dizem, Blythe, para justificar o que estão fazendo.
Ele tinha pago a um médico para fazer um atestado de óbito para que

354
ninguém nunca quisesse procurar o garoto. Ele nos disse que poderíamos
levá-lo e fazer o que quiséssemos com ele.
— Querido. —Ela disse isso suavemente, o olhar no rosto dele. Ela sabia
que não era o homem adulto olhando para trás. Ele era aquele garoto
desprotegido de dez anos jogado aos predadores.
— Sandlin pegou aquele garoto quando sua mãe morreu e deveria tê-lo
protegido, mas ele não o fez. Você ouviu o que eu disse? Ele pagou a algum
médico desleixado para declará-lo morto. Legalmente. Para que ele pudesse
mantê-lo e fazer o que quisesse. Isso me fez ... —Ele parou. — Eu perdi a
razão. Precisávamos de respostas, e eu perdi a razão. Eu resolvi ser o
exemplo deles. Eu lhes disse que está errado e precisamos viver de forma
diferente e então eu apenas ... —Ele se afastou dela, xingando.
Seu homem. Ele estava quebrando seu coração. Ela o amava tanto.
Muito. Ele precisava de alguém e ela sabia que alguém seria sempre ela. Ele
olhou para Kenny e se viu.

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— Eu disse a eles que não poderiam trazê-lo aqui. Eu já pedi muito a


você, mas o garoto nos seguiu e eu não podia deixá-lo lá sozinho. Ele é
vulnerável. Ele disse que se chamasse os policiais, alguns estavam envolvidos
com Sandlin e ele estava com medo. Eu não sabia o que fazer.
— Eles vão encontrá-lo aqui? Você sabe quem são?
— Nós trouxemos o conteúdo do cofre, e Sandlin estava chantageando.
Espero descobrir, mas eles podem vir pelo menino. Se o fizerem ...
Ele tinha vindo até ela porque não sabia o que fazer. Ela respirou fundo.
— Vamos descobrir Viktor. Certamente podemos protegê-lo aqui, mas ele
pode não ficar feliz em viver comigo. Eu insistiria em coisas como ele ver um
conselheiro. Ir a um médico. Ter regras. Você não tem regras.
— Temos regras, —defendeu. — Um código pelo que vivemos.
Ela não estava tocando nisso. — Ele ainda é uma criança. E quanto a
escola?

355
Viktor afundou na cama ao lado dela. — Baby, isso é tudo um pouco
demais. Primeiro, o garoto precisa dormir, e você também. Você pode falar
com ele de manhã e então você decide. Vou cumprir sua decisão.
— Que decisão? Se não ficarmos com ele, para onde ele irá? Ele vai
correr e acabar na rua novamente. Ou se você está certo e ele conhece rostos
e nomes de homens em posições poderosas, eles poderiam tentar prejudicá-
lo.
Viktor sacudiu a cabeça. — Nós não o abandonaríamos. Ele pode ficar
com o clube. Quando isso terminar, nós teremos lugares em Caspar. Ele pode
ficar lá com Mechanic e Transporter. Ou Absinthe. Nós vamos construir seu
próprio quarto. Alguma coisa assim.
Isso não era uma escolha, mas ela não ia dizer isso. Ele era sincero. Ele
achou que serviria. Mas a última coisa que ela queria fazer era deixar um
garoto com os membros do clube sem supervisão. Ela já estava preocupada
que todos eles precisavam de supervisão, ainda iria lhes dar um jovem,
zangado, em choque, e traumatizado.

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— Você quer ficar com ele? —Ela o olhou diretamente nos olhos. Ele
não teve medo de pedir, não, dizer-lhe, sobre Darby e suas irmãs, mas talvez
ele não quisesse o menino por alguma razão que ela ainda não estava ciente.
Viktor hesitou.
— Querido, temos que ser capazes de conversar um com o outro. Se
você não quer este menino, por algum motivo, você precisa me dizer o
porquê.
Ele balançou sua cabeça. — Eu não quero influenciar você de um jeito
ou de outro. A decisão é sua.
— Viktor, é nossa decisão. Estamos juntos nisso. Vamos trazer Darby,
Zoe e Emily ...
— Isso é comigo. Eu não lhe pedi exatamente, —ele murmurou.
Então ele sabia que tinha ordenado. — Eu diria que não, se eu não
quisesse fazer isso, Viktor. Eu não sou uma violeta delicada. Eu penso, e não

356
tenho medo de lhe dizer para ir para o inferno se eu não gostar de algo que
você diga.
Ele lhe enviou um leve sorriso. Blythe não pôde evitar estender a mão e
alisar a linha dura da mandíbula dele com sua palma.
— Eu quero o garoto. Alguém tem que ajudá-lo, e nós entendemos o que
ele passou. O clube. Eu. Você. As meninas também. Os filhos de Maxim
entenderão. Eu sei que não será fácil, mas eu juro, você não vai cuidar deles
sozinha. Estarei com você a cada passo do caminho.
— Mesmo que eu insista em regras?
— Vamos falar sobre as regras, mas sim, as crianças precisam de
estrutura e regras.
— Escola?
— Eles vão ter um tempo difícil em entrar em uma escola regular, mas
a educação é importante.

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— Airiana e Maxim ensinam seus filhos em casa agora. Podemos ajudá-


los com isso e enviar os nossos.
Ele assentiu. — Eu posso viver com isso.
— E um conselheiro? Isso não é negociável. —disse Blythe com firmeza.
Ele levantou uma sobrancelha. — Podemos fazer isso? Dizer que algo é
não negociável? —Ele não soou nem um pouco chateado por ele.
Ela conhecia uma armadilha quando a via. — Só eu posso dizer isso.
— É? —Ele levantou uma sobrancelha e então se inclinou para esfregar
seus lábios sobre os dela. Ele beijou o canto de sua boca e depois até o queixo.
Ele mordiscou o queixo com os dentes. — Você está dizendo sim? Nós vamos
ficar com ele?
— Se alguém puder fazer a papelada apropriada e ... —Ela o prendeu
com o que ela esperava fosse um olhar duro. — Se ele quiser ficar com a
gente. —Ele já estava derretendo-a, transformando seu interior. O amor

357
brotou, uma feroz emoção protetora que era mais forte do que qualquer coisa
que ela já experimentou.
— Ele vai ficar. —Ele foi decisivo ...
— Falaremos com ele de manhã. Quero me apresentar para ele, regras e
tudo, antes que ele tome uma decisão. Lidar uma vítima de trauma de
dezesseis anos não vai ser fácil.
— Não, mas você vai me ajudar com todo o clube.
Ela gemeu. — Isso não me faz querer de alegria.
— Eu poderia ter que pensar em coisas que vão fazer você querer fazer
isso. —Viktor inclinou-se sobre ela para abrir a gaveta ao lado da cama. Ele
tirou o brinquedo que ela usara antes, segurando-o na frente dela,
especulando os olhos dela. Seu rosto tinha ficado macio, e aquele olhar
escuro, pecaminoso, muito perverso estava em seu rosto. — Parece
interessante. Você planejou uma noite divertida hoje à noite?

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Ela olhou para ele, mas seu coração saltou e no fundo seu sexo apertou.
O calor se apressou. As veias dela começaram a se aquecer, um calor lento
que lhe fazia mal.
— Sozinha ou comigo? —Perguntou ele.
Ela estendeu a mão, tirou o brinquedo da mão dele, jogou-o na gaveta e
fechou a gaveta com força. — ‘Você está cortado23’. Talvez por dias. Semanas
até. Eu quero que você fique com um humor terrível, e eu espero que você
desconte em seus irmãos e irmãs, porque eles merecem. —Ela estava
condenando-se ao mau humor, mas alguém tinha que fazer algo sobre eles.
Um sorriso lento aliviou as linhas em seu rosto. — Você está me
cortando?
— Absolutamente eu estou cortando você. Vá dormir no telhado. Ou
com o garoto. Ou no acampamento com suas crianças monstros. —Ela fez o
seu melhor para soar duro e não rir. Ela se recusou a deixar que o olhar de
bad boy travesso, em seu rosto derretesse seu coração mais do que já estava

358
derretido.
Uma mão deslizou dentro da lapela de seu roupão. Seus dedos traçaram
a curva de seu seio e depois os nós dos dedos passeavam ao longo da lateral,
enviando raias de fogo direto para seu sexo. Seus mamilos endureceram se
tornando botões apertados e um arrepio deslizou por sua espinha. Rápido.
Ela era tão receptiva a ele. Um leve toque e ele a possuía.
— Você tem certeza, querida? —Ele murmurou sua voz baixa.
Persuasiva.
— Positivo. —Mas ela balançou a cabeça ao mesmo tempo. Ela não
podia se ajudar.
— Você usou aquele brinquedo em si mesmo esta noite?
Seu queixo subiu. — Sim. É por isso que eu não preciso de você. Estou
perfeitamente bem.

23 *Original “You are cut off.” Expressão usada para transmitir que os recursos da pessoa têm serão cortados. Originário do filme Tropas
Estelares de Paul Verhoeven em que o pai de Rico o corta por ser desagradável e perigosamente despreocupado.

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— Isso é muito ruim, porque eu preciso de você. —Ele desabotoou seu


jeans e curvou a palma dela sobre seu pênis. — Sinta isso. Estou queimando
por você, querida.
— Você deveria ter pensado nisso antes de trazer seus irmãos loucos e
Alena com você para o nosso quarto. —Sua mão acariciou a espessura dura
do eixo dele. Sua voz caiu uma oitava, ficou deliberadamente sensual. — Eu
tinha planos para você esta noite. Mas agora ... —Ela encolheu os ombros
enquanto seu polegar deslizava ao longo da coroa do pênis, espalhando as
gotas peroladas por toda parte.
O corpo dele estremeceu de prazer. Ele desfez o nó da faixa e abriu sua
túnica. — Abra suas pernas, Blythe.
Ele já sabia que ela estava mentindo sobre mandá-lo embora. Ainda
assim, ela demonstrou relutância. — Esse brinquedo é muito satisfatório.
— Faz você gritar do jeito que eu faço?

359
— Não, mas isso é uma coisa boa.
— Nunca é bom se você não gritar querida. Uma mulher como você
merece um homem que possa fazer ela gritar, —a mão dele deslizou entre
suas coxas e ele separou suas pernas, um empurrão lento de cada vez.
Instantaneamente, o ar fresco passou por seu corpo quente. Uma onda
de líquido cumprimentou a palma quando ele a pressionou sua entrada. —
Acho que seu brinquedo apenas fez você me querer mais.
— Eu vou superar isso.
O polegar escovou seu clitóris, enviando um spray de faíscas quentes por
sua pele e esquentando o interior do seu corpo. O ar saiu de seus pulmões em
uma corrida de calor.
— Pelo menos me diga o que você estava pensando quando você
empurrou aquele brinquedo dentro de você e o ligou.
Sua voz era afrodisíaca, tanto que ela não percebeu quando ele tirou o
quimono dela de seus ombros e ele caiu em uma piscina de seda em torno de

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seus quadris. Não até que um polegar acariciou seu mamilo esquerdo e ao
mesmo tempo o outro acariciou seu clitóris. Então a boca estava em seu seio,
arrastando-a par um caldeirão abrasador, todos os pensamentos fugiram e só
havia Viktor, suas mãos, boca, língua e dentes.
— Diga-me, baby, —ele insistiu, mudando a atenção para o outro seio.
Ela encontrou-se embalando a cabeça dele, arqueando as costas para
dar-lhe mais, para sentir o escovar sensual do cabelo sobre sua pele
sensibilizada. Era difícil pensar quando a boca dele estava sobre ela, puxando
seu seio, a língua em seu mamilo e os dentes raspando suavemente. Seu
polegar entre as pernas mantinha um ritmo que ia matá-la.
Ela forçou ar em seus pulmões.
— Você quer dizer como querer minha boca em torno de seu pau?
Empurrar você na cama me escarranchar em você e poder montá-lo? Duro.
O pênis se sacudiu sob sua mão e ela envolveu seu punho em torno da

360
carne dura firmemente. Sua mão começou um deslize lento, bombeando-o.
— Você queimou por mim, querida? Foi por isso que pegou seu
brinquedo?
A boca era puro pecado. A voz era perversa. Suas mãos estavam em todo
lugar, por todo o corpo, fazendo seu calor subir outra vez. Ela não podia
pensar enquanto o queria.
— Você está vestindo roupas demais, Viktor. —ela reclamou.
Com uma das mãos, ele pegou a bainha de sua camiseta e puxou-a sobre
a cabeça, jogando-a de lado. Ela puxou sua calça jeans enquanto ele estava
de pé, tirando-o. O tecido prendeu nas botas de motociclista e ficaram lá. Ela
o puxou de volta para a cama. Ele pegou a parte de trás de sua cabeça e levou-
a até sua virilha, e então começou a trabalhar para tirar as botas. Ela o tomou
profundamente, amando a sensação dele, tão quente e duro em sua boca.
Ela ouviu as botas pesadas baterem no chão e então as mãos estavam
amassando e acariciando seus cabelos, agarrando, o gemido alto no quarto

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enquanto ela sugava, sua língua balançando e dançando abaixo seu eixo,
trabalhando nele.
Logo suas mãos estavam puxando-a. — Chega, ou será tarde demais.
Quero que você me tome. —As mãos foram para sua cintura e ele estava
levantando-a.
Blythe guiou seu pênis para dentro dela quando se posicionou sobre ele.
Arfando enquanto ele a enchia, deixando o calor levá-la. Era tão bom. A
perfeição. Sempre estaria com ele, não importava quem fizesse o quê. Ela
moveu seu corpo, escolhendo um ritmo lento, um que ela sabia que iria
deixá-los insanos. Ela se levantou e então ela empurrou para baixo,
apertando seus músculos internos para que o atrito fosse requintado.
Ela jogou a cabeça para trás e deixou a sensação tomá-la. Tão bom. As
mãos dele foram para seus seios, seus mamilos empurrando na palma dele.
Cada movimento enviava calor através dela. A queima lenta havia ficado
escaldante. Seu hálito vinha em ofegos adicionando beleza ao movimento.

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— Querida, mais rápido.
— Tão impaciente. —Ela mal podia soltar as palavras, moendo,
espiralando. Ele a esticou a um ponto quase impossível, mas isso aumentava
o prazer que percorria seu corpo. Impossivelmente, o pau cresceu de
tamanho e circunferência, empurrando contra suas paredes sensíveis, mais
chamas se espalhando como um incêndio fora de controle.
As mãos dele foram até sua cintura e a ergueram e desceram de volta
sobre ele. Chamas chiaram, queimaram através dela. Tão bom. Melhor. Ela
seguiu o impulso de seu corpo, montando-o rápido e duro, seus seios
saltando, seus cabelos derramando por suas costas, observando seu rosto, o
rosto amado, e o que ela estava fazendo com ele.
Então o polegar dele estava em seu clitóris e sua cabeça caiu para trás
enquanto o fogo a consumia completamente, Inesperadamente, tomando-a
com tanta força que ela não pôde fazer nada além de ir com ele, gritando
quando ele a lançou ao espaço. Seu corpo se elevou quando as mãos a

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fizeram cair ainda mais e mais depressa. As ondulações continuavam


chegando, construindo de novo uma onda feroz de prazer.
O pau de Viktor inchou, sacudiu, então jato após o jato da semente
quente espirrou profundamente dentro dela, cobrindo-a, causando mais
explosões. As mãos dele estavam de volta em seus seios, os dedos puxando
os mamilos dela, determinados a estender seu orgasmo enquanto fosse
humanamente possível.
A porta se abriu e o quarto encheu-se de homens armados. Blythe
congelou, mas seu corpo não parecia estar ciente dos homens ou das armas
e nem Viktor. Ele esvaziou-se nela enquanto ela se inclinava em suas mãos,
exausta. Saciada. Envergonhada. Embaraçada. Ela fechou os olhos.
— Saiam, —ela sibilou, mas não tinha ar e não saiu muito forte.
— Que diabos, Czar? —Perguntou Mechanic.
A voz de Reaper veio do outro lado do corredor. — Esqueci de te dizer,

362
ela é uma gritadeira. Vamos, garoto, podemos chegar à sobremesa antes de
qualquer outra pessoa.
— Bastardo, —Transporter estalou. — Não havia muito sorvete. Ele
provavelmente vai comer toda a caixa.
As armas desapareceram, o quarto rapidamente se esvaziou e o último
fechou a porta. Blythe colocou a testa no peito de Viktor. Seu corpo inteiro
estava tremendo. Ela levantou a cabeça para olhá-lo, mas a visão dele rindo
era muito bonita para se preocupar com uma reprimenda. Ela se juntou a ele.
Ele pegou-a pela cintura e rolou, prendendo seu corpo debaixo dele enquanto
sua boca caia sobre a dela em um beijo longo e lento. Quando levantou a
cabeça, esfregou a boca ao longo do queixo.
— Eu te amo, —ele sussurrou. — Com tudo em mim.
— Você me faz esquecer tudo ao meu redor, —ela sussurrou quando
levantou a cabeça para que ambos pudessem respirar.
— Você limpa todas as coisas ruins que já aconteceram comigo, —ele
confidenciou, e beijou-a novamente.

Mais um Projeto das ‘Divas’


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Longo. Molhado. Exigente. Ela se entregou a ele. Deu-se a ele. Para que
ele a levasse para aquele lugar onde ninguém existia senão os dois. Ela
adorava que ele pensasse que ela poderia apagar o pesadelo de sua infância,
mesmo que por pouco tempo. Suas mãos eram a perfeição, cada golpe de
seus dedos. Ele conhecia seu corpo muito bem. O tempo de separação não
tinha desbotado as memórias dele nem um pouco.
— Com todas as crianças que vão viver aqui, eu vou ter que aprender a
não ser tão vocal, —disse ela. As mãos dela deslizando pelas costas dele,
amando as longas e musculosas costas dele.
— Não, você não vai. Eu gosto que você grite. Me diz que estou fazendo
algo certo. Nós vamos isolar o quarto.
Ela riu.
Ele empurrou suas mãos em ambos os lados da cabeça. — Quero dizer.
Eu vou ter o clube deixando este quarto à prova de som no momento que
estivermos livres.

363
Ela podia ver que ele estava falando sério. — Eu estou bem com isso,
mas, querido, coloque fechaduras nas portas. E janelas. Talvez três ou quatro
fechaduras. Poderia retardá-los enquanto eles tentam abrir as fechaduras para
entrar por alguma razão boba, como eles precisarem saber se vamos acolher
as dez crianças que encontraram vivendo debaixo de um barco na praia.
Ele explodiu em gargalhadas e desabou por cima dela. — Isso pode
acontecer, você sabe.
Ela sabia. Ela sabia que era inteiramente possível e o engraçado era, ela
estava bem com isso.

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20
O vento soprava do oceano, levando o cheiro do mar e trazendo
com ele os dedos de neblina prateada. Hannah Drake Harrington andava
pelo caminho da viúva desde que ela era uma criança, olhando, não para o
mar, mas para a pequena aldeia de Sea Haven. No escuro, as luzes das casas
pareciam estrelas cintilantes e distantes de todas as cores. A vila foi
construída sobre a borda de uma encosta e esticada para trás, para a estrada
litoral do Pacífico a Highway 1.

364
A distância, vindo do norte, da área de Fort Bragg, veio o rugido alto de
motocicletas pesadas. Ela olhou para Airiana Prakenskii. Airiana sorriu para
ela e levantou-se lentamente. Ela estava grávida, mas ainda não era aparente.
Seu sorriso era calmo. Sereno, mesmo. Ela assentiu com a cabeça para
Hannah.
— Nós faremos isso.
— Eu sei. Eu não estou preocupada com a gente, embora eu tenha que
admitir, eu daria qualquer coisa para ver Damon com meu bebê agora.
— Eu também, —Airiana admitiu. Ela trabalhou com Damon, o marido
de Sarah Drake. Ele era brilhante, mas ela não o via como um homem que
balançasse um bebê chorando para dormir. — Kate e Joley não estão com
ele?
A casa Drake estava silenciosa e escura, com apenas uma luz
aparecendo em uma janela do andar de baixo. Damon, Joley e Kate estavam
na casa junto com o bebê de Hannah. A casa parecia aprazível, como se Elle
Drake estivesse em casa, esperando que seu marido voltasse de seu turno.

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— Kate e Joley estão sendo realmente malvadas com Damon, fazendo-


o segurar o bebê. Ele não sabe ainda, mas vai ser pai. Elas estão apenas dando
a ele a chance de ter alguma experiência, —disse Hannah, com diversão na
voz.
— Por que Sarah não contou a ele?
— Ela teve certeza esta noite, e não queria que ele se preocupasse. Ela
estará no caminhão com Jackson, —respondeu Hannah. — Era muito tarde
para mudar os planos. —Ela manteve seus olhos colados nos faróis distantes
de Sea Haven e levantou os braços para enviar o vento para seu marido. Eles
estão chegando.
A chamada do 911 chegou e Jackson foi despachado para Egg Taking Station a
alguns minutos atrás, Jonas relatou.
Algum sinal de problema lá? ela perguntou. Ela disse a si mesma que Jonas
poderia lidar com problemas, ele estava fazendo isso desde sempre, mas
mesmo assim, ela detestava não estar mais perto dele.

365
Ainda não, mas eu me sinto desconfortável. Está chegando.
O rugido das Harleys estava ficando mais alto. Hannah e Airiana foram
até o amplo e curvo balcão do caminho da viúva ao lado da rua e olharam
para baixo. Seis homens vestindo cores dos Swords estacionaram suas motos
na estrada, debaixo das árvores, na esquina da casa. As duas mulheres se
entreolharam. Eles esperavam que três homens, talvez até quatro, tentassem
queimar a casa Drake. Não seis.
Tyson Derrick, marido de Libby, e Matt Granite, marido de Kate,
estavam lá fora. Matt era um antigo ranger e sem dúvida poderia cuidar de
si mesmo em um tiroteio, mas Tyson trabalhava como voluntário em resgates
(bombeiro) e principalmente em pesquisas médicas. Não poderia fazer nada
para proteger a casa até que os Swords realmente fazerem um ataque sobre
ela.
— Você está pronta? —perguntou Hannah. — Ilya queria que Joley
ficasse lá dentro. Ela não pode se mover muito rápido, mas ela vai nos ajudar.

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—Airiana parecia não estar tão avançada em sua gravidez que pudesse
impedi-la mas nunca se sabia.
Airiana sorriu. — Não se preocupe. Eu me sinto ótima. Eles não vão
chegar à casa.
Foi a vez de Hannah sorrir. — A casa vai se proteger contra qualquer
ameaça a ela. Joley, Kate, Damon e o bebê estão muito mais seguros do que
nós aqui.
Elas estavam em aberto, mas muito no alto. Se os Swords as avistassem
no caminho da viúva, tentariam atirar nelas, mas eles teriam que ser bons
atiradores, e ela controlava o vento.
Ela observou o grupo fazer uma pausa ao lado da casa Drake. Eles
pareciam estar esperando por alguma coisa.
— Você tem uma casa legal, nós só temos um sistema de alarme maciço.
Lexi conversa com a terra. Ela pode pedir a terra para fazer qualquer coisa,
e nos dizer se alguém está na fazenda que não seja da família.

366
Hannah ergueu a sobrancelha. Sabia que as mulheres que viviam na
fazenda eram elementos, todas elas, com exceção de Blythe, mas Elle
assegurou que Blythe tinha dons também. — Quando Lexi está por perto,
você pode sentir o poder que emana dela. —Ela limpou a garganta, olhando
para os Swords. — Como é Gavriil? Ele parece intimidante.
— Ele é. Absolutamente ele é. Ele assustou todo mundo quando chegou,
todos menos Lexi, claro. Ele não olha para mais ninguém. Não tenho certeza
se ele vê alguém. Ele é bom para ela, —disse Airiana.
Uma van branca subiu e estacionou fora da estrada, abaixo da entrada
para a entrada que conduzia para a casa Drake. O coração de Hannah
mergulhou. Os Swords correram até a van. Claramente eles estavam
esperando por ela. As portas traseiras se abriram e mais dois homens usando
as cores distintivas dos Swords saltaram. Os homens começaram a retirar
garrafas que pareciam de álcool.
— Eles vão tentar jogá-las, —disse Airiana.

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Ela parecia imperturbável, e Hannah olhou para ela. — Há mais deles


do que eu pensei que Evan iria enviar. Por que tantos? —Se ela contasse a
Jonas ele poderia tentar chegar até ela, o que iria deixar a equipe de Sea
Haven vulnerável.
Airiana encolheu os ombros. — Nós podemos lidar com isso.
Os homens já estavam correndo em direção à casa. Dois dos Swords
ficaram para trás, ambos com cabelos longos, espessos e loiros, mas eles
continuavam se aproximando. Hannah impulsionou o vento vindo do
oceano e o enviou para eles, um pequeno teste. A rajada atingiu os homens
no peito e eles pararam por um momento, a força da brisa pegando-os
desprevenidos.
Ao longo do caminho, as videiras agitavam-se ameaçadoramente,
movendo-se contra o vento. Os seis primeiros que vinham em direção a casa
não pareceram notar, mas os dois na parte de trás desaceleraram até parar e
olharam ao seu redor. Eles se separaram, aproximando-se das vinhas, mas

367
em lados opostos da casa.
Um dos homens com cabelo loiro, quase platinado, arrancou a jaqueta
de seu corpo e jogou-a de lado, direto nas videiras. As videiras pegaram a
jaqueta como se estivessem vivas, puxando as cores dos Swords para a massa
espessa de folhas verde escuro até ela desaparecer. O outro loiro fez o mesmo.
Simultaneamente, os dois homens puxaram outra jaqueta, estas carregando
as cores da Torpedo Ink. Ambos continuaram até a casa atrás dos outros
membros do clube.
O ar subitamente se carregou de eletricidade, um rápido acúmulo que
chocou as duas mulheres no caminho da viúva. As pequenas rajadas que
Hannah vinha usando para construir lentamente o vento eram de repente
nuvens altas explodindo do mar ao céu. Ela virou a cabeça para olhar
Airiana, que estava olhando para ela.
— Não sou eu, —Airiana negou.
O portão tinha sido deliberadamente deixado aberto como se esquecido,
e os quatro primeiros membros dos Swords encheram as garrafas com panos

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e os acenderam enquanto corriam para a casa. Os homens lançaram as


garrafas, mas o vento as pegou no ar, lançando-as de volta aos sócios do
clube. As garrafas, com pontas mortíferas, acertaram os quatro no peito, duro
o suficiente para quebrar o vidro e explodir o líquido por toda parte. As
chamas lamberam os quatro e eles gritaram. Os outros dois Swords jogaram
suas garrafas na casa sem um objetivo real, correndo para ajudar seus
companheiros.
O vento pegou as garrafas, girou-as em uma exibição selvagem de
chamas e fumaça, e então as lançou de volta aos homens que as jogaram.
Uma atingiu o homem diretamente no rosto, quebrando, pulverizando álcool
sobre ele junto com vidro quebrado. Ele caiu com força, mas rolou, subindo
com sua arma. Ele começou a disparar cegamente como se seu dedo estivesse
preso no gatilho.
A segunda garrafa bateu no ombro do homem e voou longe. Ele tirou
uma arma também. O motorista da van saltou. Ele estava carregando um
rifle automático. O loiro com os cabelos mais claros virou e disparou uma

368
única bala. O motorista caiu para trás, esparramando-se fora da
movimentação.
Três dos quatro homens em chamas tinham caído e rolado em uma
tentativa de apagar as chamas. O quarto vinha em linha reta para as vinhas,
gritando em uma voz aguda. As videiras abriram-se em torno dele e então o
envolveram com os galhos torcidos, escuros como um bastão, arrastando-o
para o meio deles. As chamas não pareciam afetar as folhas verdes em nada.
Não murcharam ou encolheram com o calor. As vinhas começaram a se
envolver em torno do pescoço do homem como um laço, outras vinhas
cercando-o como uma múmia. Os gritos foram cortados, e então ele estava
profundamente dentro do espesso labirinto de videiras, sem nenhuma parte
dele aparecendo, nem mesmo um sapato.
Um dos Swords em chamas foi consumido e ficou imóvel. O chão sob
seu corpo se abriu e ele foi lentamente arrastado para baixo da terra. Dois
dos homens tinham tirado as camisas e as jogado, e agora estavam
disparando firmemente. As balas voavam, principalmente voltadas para a

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casa. As balas não pareciam capazes de penetrar o vento uivante, parando


no meio do vôo. Apenas paradas no ar.
Eles se voltaram, como se quisessem ir embora, viram os dois louros e
imediatamente abriram fogo contra eles. Os dois loiros já tinham armas e
também disparavam. Um estremeceu e caiu de joelhos. O vento vacilou
enquanto os dois homens que tinham atirado neles caíam com força.
O segundo loiro correu para cobrir o primeiro. Matt saiu das videiras,
disparando nos outros homens, cobrindo os dois homens loiros. As balas de
Matt derrubaram dois dos três restantes, e a do loiro o último. Tyson saiu da
vinha para chutar as armas.
Matt foi até os dois louros, sua arma não apontando para nenhum deles,
mas em algum lugar entre eles. — Vocês são garotos de Viktor?
O que estava de pé assentiu. Ele estendeu a mão e ajudou seu irmão. —
Eu sou Storm. Esse é Ice.
Sangue espalhava-se pela camisa de Ice, abaixo, na região de suas

369
costelas
— Nós temos que ir. Evan trouxe mais homens do que qualquer um de
nós esperava. Você pode entrar na cidade e ver se pode ajudar o xerife. Ele
vai precisar disso, —Storm continuou.
— Deixe as meninas dar uma olhada na ferida, —Tyson aconselhou. —
Você não vai ser de nenhuma ajuda se cair, e não vai demorar muito.
Ice balançou a cabeça, seu rosto pálido e pequenas gotas de suor em sua
testa. Storm o ignorou. — Elimine-os rapidamente.
Tyson olhou para as duas mulheres no caminho da viúva, mas ambas
olhavam a aldeia de Sea Haven, já em posição de ajudar o xerife. Ele correu
até o carro, abriu a porta e chamou Kate e Joley.

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Jonas Harrington observou através de binóculos quando um


enxame de homens usando as cores dos Swords rugiu na cidade. Eles
dirigiam em linha reta da rua para o oceano, suas motos rugindo alto,
anunciando sua presença. Contou-os de seu ponto de vista no telhado da
mercearia de Inez. Uns vinte vindo para eles, e ele tinha certeza de que tinha
ouvido mais vindo de outra direção.
Ele deveria estar se sentido melhor agora que ele sabia que Hannah e os
outros estavam seguros na casa Drake. Hannah enviara o vento para ele e ele
deu um suspiro de alívio, mas aquele sentimento irritante no fundo de seu
estômago não passava. Nem mesmo agora, quando ele sabia o que

370
enfrentava.
Ele não gostava que Jackson dependesse de estranhos para mantê-lo
vivo, mas ele não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo e entendeu
que Jackson e Elle estavam tentando protegê-lo, para evitar que ele tivesse
que fazer algo ilegal. Ele entendeu, mas não precisava gostar. Agora, seu
instinto lhe dizia que algo não estava certo.
Uma explosão vinda de trás dele e em direção ao oceano balançou todo
o edifício. Ele soube que o posto de gasolina tinha voado. Ele olhou para ver
as colunas imponentes de chamas vermelho-alaranjado e fumaça preta. Uma
diversão para manter a aplicação da lei e bombeiros concentrados lá
enquanto os outros faziam seus trabalhos.
Ajustou os binóculos e observou uma pequena mulher ruiva andando
pela rua principal de Sea Haven, suas mãos no ar como se estivesse se
rendendo aos quatro homens que tinham acabado de explodir o posto de
gasolina. Ele não estava tão triste de ver o posto de gasolina voar como
deveria ter ficado, eles tinham roubado no preço por anos.

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Lissa Prakenskii era um elemento de fogo, ele sabia. Ele nunca tinha
visto um e não sabia exatamente o que eles poderiam fazer, mas as chamas
pareciam estar respondendo as suas ordens, ficando contidas em uma única
coluna que se levantava para as nuvens como uma torre impetuosa. As
chamas não se espalhavam, mas continuavam subindo, alimentadas pelos
tanques de combustível no solo.
Os quatro homens observando as chamas pareceram tomar consciência
de Lissa, virando um a um, primeiro as cabeças, depois os corpos. Um
começou a rir. Outro sorriu. Os quatro foram para suas armas. As mãos de
Lissa se moveram, um borrão de velocidade. Ela tirou uma arma de sua
cintura e disparou duas vezes, derrubando dois deles.
Uma segunda arma disparou duas vezes e os homens restantes caíram.
Jonas reconheceu a mulher com Lissa. Viktor se referia a ela como Alena.
Uma terceira mulher, alta, com cabelos escuros brilhantes, se juntou a elas e
elas verificaram os corpos antes de girar e correr para a rua onde o som das
motocicletas tinha parado. Tanto Alena quanto a mulher desconhecida

371
usavam cores do Torpedo Ink. Ele sabia que a outra mulher tinha que ser
Lana. Viktor tinha pedido para olhar por elas. Ambas eram assassinas
treinadas como os outros membros de seu clube, algo que ele não estava feliz,
mas que agora era um trunfo.
Voltou sua atenção para os membros do clube Swords. Eles não eram
locais e apenas entrar no território poderia começar uma guerra, mas Evan
não se importava se sacrificava seus membros, a fim de obter sua vingança
em cima de Jackson e Elle.
Jonas sentiu o leve toque do vento em seu rosto e seu coração deu-lhe
aquela sensação de derretimento. Engraçado como sempre parecia que sua
esposa escovava as pontas dos dedos sobre sua pele. Uma leve carícia, e ele
sabia que era sua mulher, só para ele. Então o puxão do vento ficou mais
forte e ele sentiu Airiana se fundir a ela.
O chute quase o derrubou do telhado. As duas mulheres juntas eram
letais. Ele observou quando os homens estacionaram suas motos na frente da
loja. O vento soprava em seus corpos, mas não uma rajada, mais como uma

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longa corrente de ar testando-os. Ele sentiu o acúmulo vindo do mar. A


umidade no ar. Então recuando como se o vento tivesse sido chamado de
volta e para o oceano.
Ele se viu prendendo a respiração quando Kate entrou com poder. Ele
cresceu com as irmãs Drake e ele conhecia cada uma e como elas eram
quando se uniam. Ele não entendia como os Swords, agora desfilando na
rua, não sentiam o poder inchar. Então Joley juntou-se com Hannah, Kate e
Airiana. No mar, as ondas saltaram para o ar e caíram contra ribanceiras e
penhascos, quebrando nos pilares altos e rochas, espumando branco contra
a escuridão.
Outra mulher juntou-se as outras quatro, Judith Prakenskii. Ele a
conhecia também, mas não tinha idéia de que ela tinha tanto poder. As cinco
mulheres se juntaram e se entrelaçaram com tanta força, que ele não podia
senti-las separadamente. O vento gritou quando subiu da superfície do
oceano e correu em direção à costa. Não abrandou quando atingiu a primeira

372
rua de Sea Haven, sacudindo janelas e arrancando placas.
Jonas viu Lissa chamar as duas mulheres e correr para o beco.
Agarrando-se, agacharam-se e seguraram-se na cerca. Ele se preparou,
soltando os binóculos e segurando a faixa de madeira diante dele. Uivando,
o vento rugiu para a rua. A força poderosa rasgou tudo em seu caminho,
papéis fora do quadro de avisos na cerca, onde tinham estado por anos. O
toldo da cafeteria. O Luminoso acima de uma das lojas de roupas.
Os homens se viraram quando o vento os atingiu, derrubando-os um no
outro, como se o vento fosse um golpe físico real. Suas motos, estacionadas
em uma única longa fila, caiam de uma em uma como dominós. Isso tinha
que ser o toque de sua esposa. Ele sorriu para si mesmo.
— Aqui é o xerife. Abaixem suas armas e levantem as mãos para cima,
—gritou, sem qualquer esperança, que obedecessem. Os Swords eram um
clube do leste, e tinham a reputação de serem brutais e sangrentos, muito alto
na lista de vigia do FBI. Ele apostava seu último dólar que cada homem lá
embaixo tinha uma ficha de um quilômetro de comprimento e

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provavelmente era procurado. Ele sabia que não se renderiam, mas ele era a
lei, e a lei exigia que ele tentasse.
Uma saraivada de balas bateu no prédio, algumas quebrando vidros e
algumas rasgando a madeira ao redor dele. Ele olhou para a casa Drake, mas
manteve a cabeça baixa.
Lissa, Alena e Lana correram atrás do vento feroz, estendendo-se, cada
uma escolhendo um edifício. Elas subiram facilmente e correram pelos
telhados, Lissa do outro lado da rua. Alena e Lana escolheram o edifício ao
lado da loja do mesmo lado da rua. Lana, agachada, passou por ele,
soprando-lhe um beijo quando saltou para o próximo telhado.
Lissa devolveu o fogo, escolhendo um homem que segurava uma
granada em sua mão. Ele caiu, e o Swords ao lado dele chutou a granada. O
vento caiu entre os membros do clube e o armazém, fornecendo uma barreira
invisível, ao mesmo tempo jogando tudo de volta para os homens na rua.
Eles se espalharam, mergulhando para se cobrir, correndo para fugir da

373
explosão. A granada explodiu, em estilhaços voadores. Os fragmentos de
metal tinham cerca de um quarto de polegada de espessura, o tamanho de
uma unha, muito irregular e afiada. A maioria dos Swords conseguiu se
esconder, mas dois foram alvos, os estilhaços rasgando-os, penetrando a
carne profundamente e rasgando.
A explosão soou um pouco mais alta do que uma espingarda calibre 12
e se aproximou deles. As orelhas doeram. A fumaça subiu, e quando a visão
limpou havia um buraco no asfalto com uma circunferência de
aproximadamente dois metros. A onda de choque foi muito suave e quebrou
as janelas na loja do outro lado da rua do mercado. A onda atingiu as Harleys
já caídas na rua, levantando duas no ar e batendo-as com força nas outras.
Os gritos dos dois Swords feridos eram altos. Dois de seus amigos os
arrastavam para a relativa cobertura do telhado da calçada debaixo do
edifício onde Jonas estava.

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Xingando, dispararam para cima, como se pudessem acertar o xerife.


Lissa atirou nos dois homens, e então, quando os outros tentaram dar a volta
em torno do edifício, ela atirou neles também.
A maioria dos Swords disparou contra Jonas, tentando derrubar o xerife
antes que ele pudesse pedir ajuda. Ele escolheu seus alvos com cuidado e
metódicamente, tomando seu tempo, apertando o gatilho, fazendo cada bala
valer. O vento continuava a proteger a loja de qualquer ataque a ela, mas não
havia como protegê-lo completamente da chuva de balas.
Jonas sentiu o beijo de uma bala ao longo de seu bíceps e outra na parte
superior de seu ombro. A mordida foi quente e feroz, mas ele a ignorou e
continuou disparando, assim como Lissa. Ela era boa, escolhendo seus alvos
como ele fazia.
Alena desceu do telhado do outro lado, longe dos tiros. Era melhor
mover-se rapidamente através dos alvos, ao invés de sentar em um telhado
pegando-os um por um. Ela poderia disparar uma arma e atingir o que estava

374
mirando, mas ela nunca tinha sido a melhor atiradora. Ela pulou os últimos
metros, pousando levemente, sabendo que Lana estava fazendo o mesmo.
Lana era a irmã mais nova de um dos outros homens do Torpedo Ink,
Kashmir. Eles o chamavam de “Preacher”. Eles tinham perdido dois irmãos
mais velhos na escola. Lana foi apelidada de "Widow" Viúva, não porque ela
fosse uma, mas porque ela as fazia. Ela era letal com seu corpo alto,
curvilíneo e cabelo preto brilhante. Ela atraia os homens facilmente e eles
caíam sobre ela, sem nunca saber que ela era uma mulher muito perigosa.
Alena sempre sentiu que, ao lado de Lana, ela parecia pálida e
desbotada. Ela tinha cabelos lustrosos platinados, como seus irmãos, grossos
e selvagens, seus olhos do mesmo azul gelado, mas ela não era pequena nem
alta, apenas médiana. Fácil de ignorar. Subestimar.
Ela tinha detestado estar com os Swords, embora Viktor a protegesse
declarando que estava fora dos limites, porque ela era sua Old lady. Isso não
a impediu de ouvir a maneira repugnante com que falavam sobre as
mulheres, especialmente as que traficavam. Eles contavam histórias

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horríveis, vis, de estupro em gangue, rindo quando falavam sobre meninas


virgens e tão jovens, mas como elas "queriam".
A maioria tratava suas Old lady, se as tivessem, com desrespeito e muitas
vezes as usavam para passar drogas ou armas.
Ela teve que reviver sua infância mais e mais. Tinha tentado colocar
essas memórias em um armário da mente. Ela teve que se esforçar para
manter a porta fechada sobre elas, mas o tratamento dos Swords para
mulheres e crianças, a enjoava e os pesadelos voltaram em força total. Ela
reconheceu três dos piores infratores, homens que eram sádicos e cruéis e
gozavam do dano que infligiam às crianças, meninos e meninas. Eles não
tinham idéia do que estava prestes a ser desencadeado sobre eles.
Ela se moveu com o vento, um predador morto e mortal, deslizando
através da escuridão como um fantasma. Ignorando os dois membros do
clube disparando em direção ao xerife, ela escorregou atrás do terceiro. Ele e
dois de seus amigos sempre trabalhavam juntos, pegando as mulheres no

375
clube e machucando-as, rindo quando o faziam. Eles olhavam para ela,
faziam comentários sugestivos, mas tinham medo de Viktor e nunca a
tocaram. Deviam ter medo dela.
— Harold, —ela disse suavemente, parando bem atrás dele. Próximo.
Tão próximo que sua respiração era quente na orelha dele. — Você é um
bastardo doente e eu vou matar você. —Ela não fez isso de forma limpa. Ela
cortou as artérias enquanto falava, a queimação do corte da lâmina através
da carne. Sua faca estava tão afiada que ele mal sentiu os cortes profundos
primeiro em seu intestino, e então em ambas as coxas.
Alena recuou enquanto ele girava, sua arma ainda em sua mão. Ele tinha
uma expressão chocada em seu rosto quando ela o desarmou, a arma voando
para a rua. — Você está morto, —explicou ela suavemente. — Como todas
aquelas mulheres que você machucou. —Ela o deixou sangrando e
desapareceu na noite.
Repetiu o ritual, despachando dois dos piores membros dos Swords no
braço da Louisiana. Code estava destruindo o império de Evan, começando

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com as finanças do clube e passando para as pessoais de Evan. O Torpedo


Ink estava se beneficiando de sua pirataria criativa, mas não parecia retardar
o clube do tráfico. Ela queria que isso parasse tanto quanto Viktor e os outros.
Ela deslizou de volta para as sombras quando mais dois homens se
juntaram a Jonas Harrington no tiroteio. Um era um atirador. Ela ouvia a
diferença em seu rifle. Os membros do clube começaram a tentar voltar com
tantos de seus irmãos caídos na rua, mortos.
À distância ela ouviu o gemido das sirenes. Evan estava certo em seu
pensamento. Criar essa diversão enviaria todas as forças da lei para Sea
Haven, deixando Jackson Deveau completamente sozinho, exceto que ele
tinha o Torpedo Ink para protegê-lo. Os outros nove membros haviam
entrado com Habit e estavam ali para apoiar Viktor como sempre faziam.
Alena atravessou a rua escura em direção a seu próximo alvo, Ben
Higgler, um indivíduo particularmente desagradável. Ela tinha que admirar
os membros do Torpedo Ink. Eles haviam conseguido ser tão úteis a Habit

376
que ele se cercou deles quando Evan tinha ordenado que enviasse vários de
seus homens com representantes dos outros braços.
Os Swords em Sea Haven tinham pensado achar uma cidade sonolenta
sem maneiras de se defender. Eles não vinham com as grandes armas que
Evan tinha trazido com ele para os vários campos de Egg Taking Station.
Eram tantos que ela estava aterrorizada por seus irmãos do Torpedo Ink. Ela
cresceu com todos eles. Ice e Storm eram seus irmãos de nascimento,
compartilhavam seu sangue, mas todos os outros eram como seus irmãos.
Ela os amava e queria estar com eles quando viu a enormidade de sua tarefa.
Ninguém desobedecia a Viktor. Seus planos sempre funcionavam se
você tivesse fé e não se desviasse. Eles aprenderam isso com uma dura
experiência. Na escola, se alguém se desviava, ou de alguma forma mudava
os detalhes, mesmo quando a missão era fluida, a perda de vida sempre era
o resultado. Na maioria das vezes, não tinha sido a própria vida, mas uma
das outras crianças. Viver com essa culpa e pecado era quase impossível.

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Ela entrou no pequeno espaço entre os dois edifícios, permanecendo


baixa, movendo-se muito cautelosamente. Ela sabia que Ben tinha se
escondido ali, ficando quieto. Ela observou-o entrar. Ele tinha corrido para
lá, deixando seus irmãos do clube para lutar sem ele. Ele era esse tipo de
cobra. Ele era o tipo de homem que era totalmente perigoso porque ele era
muito sujo. Seria como encurralar um animal ferido.
Entre os dois edifícios estava muito escuro. Ela fez uma pausa para ouvir
a respiração pesada. Não havia nenhuma. Ela esperou até que seus olhos se
ajustaram à falta de luz e então se arrastou para frente, alguns centímetros
por vez. Ela não podia dizer se ele estava lá, mas não sentia que estivesse.
Ela lamentou não subir no telhado, mas ela teria sido exposta ao tiroteio.
Os sons da batalha, que tinham sido quentes e pesados, eram agora mais
esporádicos quando a equipe Swords tinha sido pega em um tiroteio entre
Jonas e Lissa. Lana tinha estado ocupada matando vários assim como ela.
Elas estavam pegando os homens das bordas, tentando mantê-los contidos

377
para que ninguém escapasse e voltasse para o acampamento.
Viktor e os outros do Torpedo Ink já tinham o suficiente para lidar.
Agora, mais dois homens tinham se juntado Jonas, e ela ouviu a
inconfundível explosão de uma espingarda quando um dos Swords tentou
entrar em um dos edifícios. Os habitantes da cidade estavam ajudando o
xerife. A qualquer momento, qualquer retardatário correria para ele. Era
tarefa de Alena e Lana detê-los.
Ela chegou ao fim do prédio. Ele se abriu em um quintal de algum tipo.
Mesas de piquenique estavam colocadas sob as árvores para que os
empregados apreciassem os descansos e comessem seus almoços. O estaleiro
era fechado por uma cerca. O portão do outro lado estava aberto alguns
centímetros. Ficou muito quieta enquanto inspecionava todo o jardim. Não
havia nenhum lugar para sequer uma criança se esconder, muito menos um
grande homem como Ben.
Satisfeita por ter saído pelo portão, ela se moveu ao longo da cerca, com
cuidado para não fazer barulho. Ela tinha caçado os piores tipos de seres
humanos, e ela sabia que estava atrás de um agora. Homens não se juntavam

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ao Swords a menos que fossem particularmente viciosos, e se estivessem no


limite, logo eram corrompidos para pensar que estava perfeitamente bem
violar jovens homens e mulheres. Vendê-los. Usar drogas e armas, levar
armas a terroristas. Evan os encontrava em todos os países.
Ben não precisava ser corrompido. Ele tinha matado uma garota que ele
estava namorando na escola porque ela tinha tentado romper com ele. Ele e
um amigo viajavam todo o país para encontrar jovens mulheres, espancá-las,
estuprá-las e deixá-las mortas. Ambos encontraram uma casa no Swords.
Ela empurrou o portão com o pé, de leve. O vento movia grama e folhas,
mas não havia nenhum som. Ainda assim, a adrenalina subiu. Ele estava
perto. Ela o alcançou com cada um de seus sentidos. Ele estava lá. Cheirava
a suor. Medo. Ele estava a uns cinco pés dela, agachado no mato pouco
depois do portão aberto.
Alena tomou fôlego, agarrou a faca que estava acostumada a usar e
saltou diretamente para o arbusto, sua lâmina cortando profundamente o

378
estômago dele e rasgando ambas as coxas em um padrão X largo. Ela estava
sobre ele se afastou antes que ele pudesse reagir.
Ele gritou seu ódio enquanto com uma mão, ele tentava parar o sangue
que escorria. Com o outro, ele puxou sua automática, pulverizando toda a
área com tantas balas como ele podia antes que seus braços não
colaborassem.
Alena se afastou, aproximando-se da cerca, rastejando até que ela estava
atrás dele. Seu corpo estremeceu, ele deixou cair sua arma e então caiu,
batendo no chão com força suficiente para que ela sentisse o pequeno tremor.
Tomando fôlego, ela se levantou e se moveu de volta para o aberto.
O parceiro de Ben Charles apareceu bem na frente dela. Ela quase o
atropelou, caminhando em direção a Ben. Ela sentiu a mordida de uma faca
quando ela afundou profundamente, não uma, mas três vezes. Ela deu a sua
também, cortando lateralmente, rasgando através da carne até o osso,
procurando artérias. Um tiro foi disparado e o corpo de Charles se sacudiu.
Um segundo depois ele caiu, indo para trás.

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Alena caiu de joelhos, seu corpo subitamente fraco. Ela olhou para os
ferimentos. Era ruim. Ela tinha visto feridas suficientes para saber que ela já
estava morta. Era apenas uma questão de tempo. Muito pouco tempo. De
certa forma, ela estava feliz por ter acabado e ela cair lutando contra o tipo
de homens que tinham roubado sua infância.
Lana correu pelo pátio para ela, envolvendo seu braço ao redor dela e
deixando-a no chão, pedindo ajuda. Alena queria rir. Quem iria ajudá-las?
As únicas duas mulheres sobreviventes de uma escola viciosa composta de
criminosos. Dirigida por um pedófilo cruel e sádico.
Seus irmãos, as únicas pessoas importantes para elas, estavam lutando
uma guerra que provavelmente conseguiria matá-los.
Lana gritou de novo, suas mãos apertando profundamente as feridas. —
Querida, não faça isso. Fique comigo.
— Está tudo bem.

379
— Não, não está. Não faça isso. Preciso de você aqui. Todos nós
precisamos de você aqui.
Ela estava tão cansada. Ela tentou continuar olhando para Lana. Ela
amava Lana. Elas cresceram como irmãs gêmeas, da mesma idade, sabendo
que o mundo em que viviam era violento e assustador. Elas tinham confiado
uma na outra.
— Não, Alena, —Lana sussurrou, lágrimas em seus olhos. — Não. Não
vá. Você não pode nos deixar. Você não pode me deixar.
— Estou tão cansada, —disse Alena. Ela queria dormir. Não acordar.
Estava cansada do que era. Ela nunca seria normal. Nunca teria sua própria
família. Um homem. Não era possível.
— Não posso fazer isso sem você. —insistiu Lana. — Abra seus olhos,
querida. Para mim, abra seus olhos.
Alena tentou. Ela lutou para levantar os cílios, mas suas pálpebras
estavam muito pesadas. Ela tentou mover a mão para tocar Lana. Elas eram
irmãs desde que eram crianças. Ela deveria ter dito que a amava. Engraçado

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que ela nunca tinha dito. Ela nunca disse aos irmãos também. Eles não
faziam isso. Nenhum deles.
— Nunca terei uma vida, —ela murmurou, querendo que Lana
entendesse.
— Temos Blythe agora, Alena. Ela vai nos ajudar. Você a viu, não é o
que ele disse? Viktor está certo, ela é mágica. Nós não achamos que alguém
como ela existia, mas ela está conosco. Nossa.
Alena queria rir. Lana nunca tinha visto Blythe. Mesmo que os outros
lhe falassem sobre a mulher, ela estava apenas usando todos os meios
possíveis para mantê-la lá. Ainda assim, Lana estava certa sobre Blythe,
havia um tipo de magia sobre ela. Eles acreditavam que ela poderia mudar
suas vidas, ou talvez eles quisessem tanto que estavam dispostos a acreditar.
E todos eles acreditavam em Viktor. Se ele acreditava em Blythe, então era
real.
Houve uma agitação atrás deles. Lana girou, sua arma para cima. Lissa

380
estava lá com outra mulher. A mulher sorriu para elas. — Eu sou Libby
Drake-Derrick. Eu sou médica—uma curandeira. Deixe-me ajudar.
Lana estava chorando? Todos aprenderam a não chorar. Alena queria
dizer-lhe que devia ficar em silêncio ou o som chamaria a atenção para ela.
Isso poderia ser fatal. Depois, houve calor. Uma luz azul atrás dos olhos dela.
Queimando as feridas. Ela fechou os olhos e deixou-se escorregar para a
escuridão. Ela morou lá por muito tempo, era uma velha amiga. Ela podia
ouvir Lana chorando abertamente agora, mas ela não podia abrir os olhos.
— Ela vai viver, —disse Libby suavemente. — Mas vai demorar um
pouco para se curar completamente. Eu tenho que chegar a Jonas. Ele foi
atingido também. Não é grave, mas ruim o suficiente para ele precisar de
atenção. Uma ambulância está chegando. Ela vai precisar de um tempo no
hospital e depois de um lugar para se recuperar.
— Blythe tem uma casa grande, —Lana ofereceu instantaneamente. —
Nós podemos cuidar dela lá, não há problema.

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Mesmo deslizando na escuridão e queimando, Alena encontrou humor


nisso. Blythe estaria tomando outra criança selvagem.

21
Apesar de estar cercada por mulheres de poder, elementos que
poderiam chamar a água e a terra, Blythe estava aterrorizada. Ela tinha
entrado em Jackson Demonstration Forest usando uma das antigas estradas de

381
exploração madeireira que as trouxe acima dos vários acampamentos pelo
rio. Viktor disse que os Swords haviam escorregado uns poucos de cada vez,
assumindo os acampamentos ao longo do rio Noyo e irradiando para fora de
lá. Eles eram uma centena forte.
De maneira nenhuma, nenhum deles esperava que Evan trouxesse esse
tipo de poder de fogo com ele. Normalmente, um clube respeitava o território
dos outros clubes, os Swords reivindicaram a costa leste principalmente. Eles
tinham braços em vários estados e países, mas ficaram fora da Costa Oeste,
tanto quanto ela sabia. Ela não tinha ouvido falar em quaisquer confrontos
ou guerras acontecendo entre clubes recentemente. É claro que os Swords
não usavam cores quando chegaram ao acampamento alguns dias antes.
Jackson e Jonas tinham-se assegurado de que os portões que levavam
aos acampamentos superiores estavam trancados e os membros dos Swords
se limitaram aos mais baixos, deixando os pontos mais altos para os irmãos
de nascimento de Viktor e as mulheres. Ele assegurou a Blythe que o resto

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do Torpedo Ink havia chegado, entrando com Habit e o braço da Louisiana,


o do pai de Jackson.
Ela olhou para os homens que se moviam pela floresta, preparando-se
para emboscar o delegado. Havia tantos que lhe lembravam formigas
marchando pela selva, levando tudo em seu caminho. O coração dela bateu
tão forte que ela temia que pudesse ter um ataque cardíaco. Eles pareciam ...
Invencíveis.
Elle pegou a mão dela. — Eu nunca vi você assim.
Blythe olhou para ela. Jackson era seu marido e alvo, mas ela estava
calma e parecia ter fé. Ela nem conhecia Viktor, mas estava confiando nele,
em seus irmãos membros do Torpedo Ink.
— Perdi-o uma vez, —Blythe disse, — e me aterroriza que possa
acontecer de novo. Ele nem sempre é cuidadoso. Ele apenas entra como um
kamikaze e causa estragos. —Mesmo quando declarou seu medo, ela sabia
que não era verdade. Viktor sempre tinha um plano. Ele era meticuloso sobre

382
cada detalhe. Tanto assim que ele tinha um plano de backup para cada
contingência. Ela balançou a cabeça. — Eu não devia ter dito isso. Ele é
destemido e isso nem sempre é uma coisa boa, mas ele planeja e é um bom
estrategista.
— Eu espero que quando tudo isso acabar, você e Viktor vão nos visitar
e nos permitam visitar vocês, —Elle aventurou-se em tom cauteloso. — Eu
sei que mamãe adoraria te ver também.
Blythe sacudiu a cabeça automaticamente. Ela não falava com suas tias
desde o julgamento, nem mesmo no funeral de sua mãe. Ela não tinha ido.
Eles a tinham enterrado e ela os deixou. Ela não queria nada a ver com sua
mãe, mesmo depois que ela morreu. Ela tinha levado sua filha, sua linda filha
dela, e Blythe simplesmente não conseguia encontrar forças em seu coração
para perdoá-la.
— Eu não sei, Elle. —Ela tentou ser honesta. — Viktor me conhece
muito bem, e se eu estou minimamente desconfortável ... —Ela parou e

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depois tentou novamente. — Ele não é um homem de se importar com o que


os outros pensam. Ele pode dizer algo que as tias não gostariam.
— São as consequências. —disse Elle. — Você é da família. Ele é da
família. Ele tem o direito de ter opinião para protegê-la se ele sentir que você
precisa dele. Jackson certamente é assim. Ele não fica quieto se não gosta de
alguma coisa. Nem Ilya ou Alek ou Jonas. Basta pensar nisso. Eu gostaria
de fazer parte de sua vida.
Blythe se encontrou sorrindo. Ela queria fazer parte da vida de Elle
também. Ela amava suas primas, invejava o modo como as irmãs se uniam,
e sempre quis ser uma delas. — Espero que todas vocês dêem a Viktor uma
chance. Ele é duro, mas é um bom homem.
— Quem era o garoto na sua varanda da frente? —Lexi perguntou,
alcançando-as quando elas caminhavam ao longo de uma estreita trilha. —
Ele está terrivelmente magro.
— Esse é Kenny. Vai morar conosco, —disse Blythe.

383
Eles haviam tido uma conversa interessante na manhã depois que Kenny
chegou, especialmente depois que ela insistiu que um médico o examinasse.
Kenny insistiu que iria ficar com Viktor e o Torpedo Ink e Viktor insistiu que
ele ia morar na fazenda e fazer o que as crianças fazem. No final, ela teve
que fazer a paz entre eles. Kenny não queria recuar, e Viktor recorreu a
ameaças físicas. Ela percebeu que era o modo como os "irmãos" lidavam com
as coisas entre eles. Ela tinha que deixar bem claro que não ia ser a forma
como os problemas com as crianças iriam ser tratados.
— Eu pensei que você disse que estava pegando as meninas, —disse
Lexi, intrigada.
Elle lançou-lhe um rápido olhar. — Meninas? Plural?
Blythe se resignou à reação. — Sim. —admitiu ela. — Estamos
recebendo três garotas. São irmãs, e duas delas foram vítimas do tráfico de
seres humanos.

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— Como os filhos de Airiana, —Elle disse suavemente. — Ilya acha que


ela é incrível. Como eles estão?
— Eles ainda preferem dormir no quarto de Airiana e Max, mas eles
estão ficando melhores, —relatou Lexi. — Airiana estava preocupada que
eles não ficariam felizes quando soubessem que ela estava esperando neném,
mas eles estão todos muito animados. Disse-lhes que Blythe teria três
meninas para elas brincarem e estudarem.
— Três meninas, Blythe? —Elle repetiu.
Blythe encolheu os ombros. — Elas precisam de um lar e eu posso lhes
dar um. A fazenda tem uma maneira de ajudar a curar. Tem sido bom para
todos nós, e eu acho que será para eles também.
— E o garoto? —Perguntou Elle.
Elas estavam quase em seu destino e começaram a se mover muito mais
cautelosamente. Lexi fez certas escolhas e as folhas não faziam barulho
enquanto o grupo se dirigia para o outeiro com vista para o rio Noyo.

384
— Ele era uma vítima também, —disse Blythe, hesitando. Ela sabia que
a simpatia sempre era alta com vítimas do sexo feminino, mas não tanto com
os homens. Às vezes, até mesmo os pais, especialmente pais, poderiam
culpar a criança. Ela já era muito protetora com Kenny.
Lexi balançou a cabeça e se moveu à frente delas, mas não antes que
Blythe percebesse o brilho de lágrimas em seus olhos. Ela queria abraçar sua
"irmã mais nova". Lexi tinha um coração enorme e ela tinha sido uma criança
abusada. Através de tanto, era fácil para ela compreender e simpatizar com
as crianças que viviam na fazenda.
— Você não parece nem um pouco nervosa. —Blythe apontou para Elle,
precisando mudar de assunto. Ela não sabia o que faria se Viktor não
sobrevivesse, ou como ela poderia lidar sozinha com quatro crianças
traumatizadas, duas das quais eram adolescentes.
— Sarah está com Jackson, —disse Elle. — Ela tem pressentimentos e
ela saberá quando um dos homens estiver em apuros. Ilya está no caminhão

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com a caravana, junto com Lev e Alek, o marido de Abigail. Ele freqüentou
a mesma escola de Ilya e trabalhou para a Interpol também. Eu acho que
Maxim e Stefan também estão com eles. O veículo é blindado e o vidro à
prova de balas. Eu tenho descansado no último mês e, embora eu ainda tenha
que ser cuidadosa, posso sentir o poder retornando.
Blythe sentiu o aperto familiar em sua barriga que sinalizava que o
problema estava chegando. Olhando para a atividade abaixo delas, ela estava
certa disso.
Viktor?
Estou aqui. Seguro. Você fica acima desse portão e se afasta do confronto mais
pesado. Evan é um perigoso psicopata. Sério, Blythe.
Agora que sabia que podia tocar sua mente com a dela, podia respirar
mais facilmente. Ao lado dela, Elle de repente ficou tensa.
Jackson passou pelo posto de controle. Há sete Swords escondidos na estrada

385
principal olhando para ele. Eles telefonaram para Evan. Eles vão cercá-lo enquanto
ele faz o seu movimento. Esses sete estão bloqueando o caminho de volta. Mais se
juntarão a eles quando ele estiver cercado.
— Ele está aqui. —Ela sussurrou. — Blythe, você está absolutamente
certa que você pode impedir Evan de usar qualquer talento que ele tenha?
— Sim. —disse Blythe com firmeza. — Diga a Jackson que há sete
membros do clube atrás dele e o plano é cercá-lo e depois bloqueá-lo para
que ele não tenha para onde ir.
Ela já podia sentir o ar carregado de energia, e isso permitiu que ela
identificasse Evan. Ele estava no meio de um enxame de homens, pelo menos
trinta com ele no centro. Ela achou interessante que homens como Evan que
davam ordens para seqüestrar, torturar e matar, se cercavam de guarda-costas
para se manterem vivos. Ele certamente não estava se arriscando.
Evan estava em um dos buracos junto ao rio, uma posição ruim para ele,
mas não tinha como saber. Ele achava que estava seguro com seus dons
psíquicos, seus sócios de clube e guarda-costas.

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Eles têm artilharia pesada. Ele vende armas, então ele tem acesso a todos os tipos
delas. Todos os tipos. Ele deu a ordem que Jackson pode ser ferido mas não morto. Ele
realmente disse que mataria qualquer um que o desobedecesse. Isso dá a Jackson algum
espaço para respirar. Ninguém vai querer ir contra Evan, então eles vão parar e tentar
mantê-lo preso.
A voz de Viktor em sua mente firmou-a e ela notou que Elle tinha se
estabelecido também com Jackson tranquilizando-a telepaticamente. Ainda
assim, não havia nenhuma ignorância no aperto em sua barriga que
sinalizava problemas. Viktor estava lá.
Fique seguro, ela sussurrou para ele, derramando tudo o que ela sentia por
ele em sua mente. Ele tinha que saber que ela precisava dele tanto. Que ela o
queria tanto. Que ele era para sempre sua escolha.
Eu te amo mais do que a vida, Blythe. Você não desce de lá por nenhuma razão.
Você tem que estar segura. Você me entende? Eu tenho feito isso toda a minha vida e
eu sou muito bom nisso. Mas você …

386
Blythe olhou trás dela. Lexi tinha se acomodado na pequena depressão
que tinham feito dias antes, antes que qualquer dos Swords tivesse chegado.
Tiveram um par de dias para planejar suas estratégias. Viktor e seus irmãos
de nascimento tinham passado a área onde as mulheres ficariam ocultas
muitas vezes, acertando cada uma das suas posições cuidadosamente.
Lexi colocou as mãos no chão e Blythe sentiu, mesmo através das solas
de seus sapatos, a forma como a terra respondeu, e o brilho do poder que
correu em torno delas. As folhas nas árvores farfalharam por suas próprias
vontades sem a presença do vento.
Rikki e Abigail estavam mais perto do rio. Elas encontraram uma
pequena corrente contínua de água de sessemta centimetros que levava até o
rio. Toda a área era úmida, musgo crescendo em todos os lugares, e umidade
era tudo que Rikki precisava. Abigail se posicionara onde podia dirigir
insetos e pequenos animais.
Blythe estava mais preocupada com Elle Drake. Ela era uma potência
quando se tratava de energia psíquica, mas ela quase destruiu suas

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habilidades há apenas um mês ou menos que isso. Usar energia psíquica era
arriscado para ela, e Blythe ouviu Jackson adverti-la, fortemente, que ela não
poderia exagerar. Ele queria que ela usasse suas habilidades quando
precisassem desesperadamente. Ele construiu um ponto cego para ela, igual
ao que um franco-atirador poderia usar, um que a ocultava completamente.
Estamos em posição, ela relatou a Viktor.

Evan tinha posicionado os membros do clube em um círculo solto ao


redor da estrada. Não tinha sido difícil. Todos os acampamentos eram na
estrada principal, no rio ou acima. Ele tinha mandado os vários membros

387
simplesmente permanecerem em seus acampamentos como se estivessem ali.
Era um plano simples. Colocar o xerife no meio da rede e, em seguida, fechar
em torno dele. A coisa era, poderia funcionar.
A estrada tornava impossível viajar a altas velocidades. O terreno era
áspero. Havia estreitas pontes de madeira que uma motocicleta poderia
atravessar, mas um veículo não podia. As probabilidades foram empilhadas
contra Jackson, com certeza. Havia tantos Swords, muito mais do que Viktor
tinha concebido que o homem traria consigo. Evan estava colocando seu
clube em risco com este empreendimento, mas aparentemente seu ódio por
Jackson e a necessidade de vingança ultrapassavam em muito seu amor pelo
clube.
Estou passando o ponto de retorno, Jackson disse, usando a ponte que Elle
criou entre os outros membros do seu grupo e o Torpedo Ink.
Continue vindo. Eles terão um caminhão atrás de você, Viktor disse. Meus
meninos vão cuidar disso. Steele? Savage? Você estão nisso?

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Savage e Steele, ambos vestindo cores dos Swords, saíram de ambos os


lados da estrada quando o caminhão carregando os seis homens que Evan
tinha enviado para vigiar a chegada de Jackson subiu a estrada. Ele
desacelerou e parou quando se aproximaram.
— Precisamos de uma carona. Habit nos enviou para apoiá-los, —Steele
disse enquanto se aproximava. — Nós vamos subir na parte de trás.
O motorista assentiu com a cabeça. Steele já tinha escolhido seus três
alvos. Ele não se incomodou em confirmar com Savage. Conhecendo-o, o
homem ia acabar com todos. Steele pôs a mão na porta, sorrindo
amigavelmente, e atirou na cabeça do motorista, e depois virou a arma para
os dois Swords mais próximos na parte de trás da pickup. Savage tinha
deixado cair os três alvos antes que Steele terminasse de apertar o gatilho.
Estaremos atrás dele, Czar, informou Steele.
O caminhão é nosso, apenas ignore-o como se você achasse que são campistas.
Você não se sente um pouco como o peru em ‘um tiro ao peru’24?

388
Não é minha pessoa favorita agora, Viktor, Jackson disse. Não espere nada sob
a árvore em Natal de mim.
Eu deveria, disse Viktor. Meus meninos vão salvar seu traseiro.
Viktor, Blythe quebrou, eu não estou perto o suficiente. Eu posso sentir fios de
energia que vem da fonte mais não posso aproveitá-los e usá-los até que eu receba o
fluxo inteiro.
O coração de Viktor se sacudiu com força. Fique onde está.
Preciso me aproximar um pouco mais. Eu não vou ser capaz de parar Evan
quando ele usar um poder psíquico.
Ele podia dizer que ela já estava em movimento. Ele lançou um olhar
em sua direção. Evidentemente, os outros estavam mascarando sua presença,

24 ‘Um tiro ao peru’ expressão parecida com o nosso “derrube o pato” dos parques de diversões.

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porque não havia nenhum sinal revelador de sujeira subindo ou mesmo o


movimento das árvores ou vento. Ele soltou um suspiro de alívio.
O caminhão de Jackson estava quase no local da emboscada. Um
campista antiquado parecia estar sentado à frente na estrada, homem velho,
calças de brim azul, e uma camisa xadrez, agitando um telefone celular.
Esse é Ronnie, um dos soldados escolhidos a dedo de Evan, armado até os dentes,
e esconde outros quatro, informou Viktor. Suba à sua esquerda, longe do rio. Angule
seu caminhão assim que você fica mais perto da vala.
Jackson passou a vários metros do campista, mas fez como Viktor
instruiu. Eu quero que você saiba, que se você não mantiver minha bunda viva, minha
mulher vai assar você.
Não é meu trabalho. Meu trabalho é matar aquele filho da puta. Meus meninos
têm o trabalho de ter certeza que seu traseiro está ainda vivo no final de tudo isso. Está
ouvindo isso, Elle? Perguntou Viktor.

389
Jackson. Seu nome foi inspirado em suas mentes. Suave. Uma carícia.
Tão íntimo que era difícil ouvir.
Estou vivo, querida, Jackson assegurou. Você sabe que eu estive em lugares
piores.
Ink, precisamos desse mapa agora. Precisamos saber onde cada um de nós está o
tempo todo. Keys, no momento em que ele o der para você, nos ilumine. Bons rapazes
são azuis, maus são vermelhos. Entendido, todo mundo? Maus garotos são vermelhos.
Não atirem uns nos outros, Viktor advertiu.
Quase terminado, disse Ink. Usando a visão dos pássaros e animais que os
rodeavam, ele foi capaz de mapear a localização de cada membro do Sword
e passar a informação para outro membro Torpedo Ink, Keys.
Keys projetava imediatamente os pontos vermelhos do laser como seus
alvos e então o azul em todos os outros. Verifique para certificar-se de que você
está vestindo o ponto colorido correto, e se eu pulei alguém, avise.
Certamente você me perdeu, Jackson disse.

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Você tem os maiores alvos em você, disse Viktor. Você só não pode vê-los ainda.
Ele sentiu a reação de Elle e desejou não ter brincado com o homem. A
mulher estava tendo um momento difícil com o marido sendo um pato
sentado.
Jackson deliberadamente sentou em seu caminhão como se estivesse
ouvindo seu despachante. Ele falou no rádio e então abriu a porta. Casual.
Confiante. Viktor gostava do homem por isso. A maioria estaria suando.
Lexi prepare o terreno para ele. Todo o inferno pode se soltar a qualquer
momento.
Ela está com ele, disse Blythe.
Ele ouviu a tensão em sua voz e desejou, pela milionésima vez, tê-la
proibido participar. Ele se viu rasgado em duas direções. Depois de cinco
anos vivendo no lodo, matar Evan Shackler-Gratsos e livrar o mundo de
alguém tão vil. Por outro lado, ele queria jogar sua mulher sobre o ombro e
levá-la para a segurança.

390
No momento em que Jackson pôs o pé no chão, Viktor sentiu pequenas
vibrações viajando por sua perna. Lexi, ele sabia, estava se comunicando com
a terra, enviando ordens. Ele esperava que ela fosse tão boa como Gavriil e
os outros disseram. Ela precisaria ser.
Jackson saiu de seu caminhão, seu polegar deslizando para a segurança
de sua arma enquanto se aproximava do campista.
Não vá além desse pára-choque por qualquer motivo, avisou Viktor.
Jackson parou abruptamente, perto do fim do capô. — Você chamou?
Eu tenho outra chamada, tenho que ir. Diga-me o que está acontecendo, mas
faça rápido.
Enquanto falava, os Swords saíram da linha das árvores de três lados
dele, todos usando suas cores. Uns bons cem, fazendo um arco, saindo de
cada acampamento ou levantando-se de um esconderijo. Jackson puxou a
arma de seu coldre e colocou-a contra sua coxa quando olhou ao redor. —

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Vocês me convidaram para uma festa. Que legal! Não vou a uma destas há
anos.
Ronnie sacudiu a cabeça. — Não é minha festa, mas você foi convidado.
Ele deu um passo para trás, e um grupo de homens caminhou para frente
juntos como uma unidade com um caminhão fechando o caminhão do
xerife, efetivamente o bloqueando. Jackson manteve seus olhos colados no
homem que ele vislumbrou ao centro.
Esse é o Evan. Ele está cercado por guarda-costas e eles estão perto dele. Eles estão
todos usando coletes, Jackson informou a Viktor.
Viktor escorregou para fora da multidão de Swords onde ele tinha estado
com Habit e o braço de Luisiana. Como ele esperava, Evan os queria perto.
Eles estavam à direita de Jackson. Ele não tinha um bom ângulo para um
tiro mortal. Eu tenho que entrar em posição. Reaper, Mechanic, Absinthe,
Transporter, Casimir e Preacher, coloquem-se em posição de atirar nos guardas.
Movendo agora. Em momentos cada homem tinha chamado e dito que

391
eles estavam em posição.
Viktor ainda não conseguia um tiro claro, mas o ângulo era melhor e ele
estava certo que se os guardas fossem afastados ele poderia matar Evan. No
momento em que os guardas caíssem, ou o som de tiros disparasse, todo o
inferno estaria solto. A segurança de Jackson era fundamental e ele estava
em uma posição perigosa.
— Você vai se esconder em seu pequeno círculo protetor como um
covarde ou sair e me encarar? —Jackson disse. — Claramente você arranjou
essa recepção. —Ele gesticulou com uma mão, mantendo a outra, segurando
sua arma, para baixo em sua coxa. — Estou me sentindo muito honrado de
você ter pensado tanto de mim que teve que trazer um exército com você.
O ar cintilava. O calor crescia. Ao redor dos guarda-costas aparecia um
escudo visual de ondas translúcidas e iridescentes. Evan Shackler-Gratsos
caminhou para frente. Não era alto, e seu corpo, mesmo pesado, era magro.

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Seu nariz era ligeiramente enganchado e suas bochechas ocas. Sua pele
parecia pálida, mas seus olhos estavam vivos com ódio e alegria.
— Vejo que você prova seus próprios produtos, —Jackson continuou
com naturalidade. — Não é uma boa idéia, mas você nunca foi muito
inteligente. Evan Shackler, o garoto chorão que seguia meu pai por toda
parte. Eu me lembro de você. Você parecia melhor quando tinha quinze anos.
Você sente o poder dele? Meu Deus, ele está quase enchendo todo o acampamento
e não está gerando muita energia. A voz de Elle estremeceu.
Você tem isso, querida, Jackson assegurou.
No momento em que ele respondeu, pequenas faíscas de vermelho e
laranja passaram pelo ar ao redor de Jackson, pousando em sua pele como
minúsculos vaga-lumes, queimando-o.
Evan olhou ao redor. — Essa é a sua cadela? Bom. Meus homens vão
fazer festa com ela esta noite. Ela era difícil de treinar, não uma das

392
brilhantes, mas no final ela já fazia direitinho.
Estou me aproximando. Blythe era firme. Jackson, não nos responda, não
importa o quê. Ele está se concentrando em você.
Maldita seja Blythe, fique aí. Viktor não a queria perto de Evan. Tinha um
mau pressentimento. Ele continuava crescendo. O muro de transparência
brilhando entre Evan, seus guarda-costas e todos os outros, significava que
nenhuma bala penetraria. Basta descer a proteção para que eu possa dar o tiro.
Eu tenho que estar mais perto de fazê-lo. Ele é muito poderoso. Vai levar um
minuto, então esteja pronto. Lexi, você precisa estar pronta apenas no caso. Rikki, você
e Abbey também. Toda essa floresta pode estourar em chamas se ele tiver a chance de
retaliar.
Isso não fez com que Viktor se sentisse melhor com ela se movendo para
fora da segurança que haviam criado para as mulheres. Ele arriscou um olhar
para a estrada onde as mulheres estavam escondidas. O portão estava
fechado e bloqueado, mas isso não significava que balas não pudessem

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alcançá-las ou evitar que qualquer dos Swords correndo pela estrada chegasse
até elas.
Player, você está mais perto de Blythe, chegue mais perto ainda. Faça isso devagar
para que ninguém note que você está mudando de posição.
— Eu matei seu pai. —disse Evan. — E então eu matei minha mãe. Eu
atirei nele seis vezes e a afoguei. Todo mundo pensou que um clube rival o
matou e meu irmão afogou minha mãe. É fácil de manipular as pessoas para
acreditarem em qualquer coisa que eu queira. Eu mantive meus olhos em
você, mas não podia chegar até você, mas então meu irmão pegou sua
mulher. Eu tentei tirá-la dele, mas ele não me deixou tê-la. —Evan sorriu. —
Ele era tão idiota que eu tive que lhe mostrar como treiná-la. Ele gostou, mas
aprendeu tarde demais.
Jackson apenas o observou. Ele não moveu um músculo.
— Abaixe a arma. Você está cercado no caso de você não ter notado.
— Eu vou mantê-la, obrigado. —Jackson deliberadamente deu uma

393
lenta olhada ao redor pelo círculo de rostos sombrios. — Você realmente
deve pensar que sou um fodão para trazer tantos de seus amiguinhos.
Evan encolheu os ombros. — Eles precisam testemunhar o que eu faço
com meus inimigos. Isso os mantém na linha. Abaixe a arma.
Jackson balançou a cabeça lentamente. Evan levantou a mão. A tensão
no ar tornou-se tão pesada que parecia um tornado contido. Ele empurrou o
ar em direção a Jackson. Fogo estalou. Chamas estalaram na direção de
Jackson. Como um grande chicote. O crack foi alto. O chicote de chamas
nunca tocou Jackson.
No momento em que Evan criou o longo chicote de fogo e ele correu em
direção a Jackson, um poderoso vácuo sugou-o para longe. O brilho em torno
de Evan caiu.
Sob o caminhão. Agora, Jackson, Viktor comandou quando deu o tiro.
Evan mergulhou no chão enquanto seus guarda-costas começavam a
atirar em Jackson e no campista com armas automáticas. Tinham isolado do

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campista com uma redoma à prova de balas, e estavam tendo um tremendo


sucesso. Jackson já estava rolando sob o caminhão para a depressão que Lexi
tinha criado para ele. Ele se agachou tão fundo quanto a longa depressão
permitida, enquanto centenas de balas atingiram seu veículo.
No momento em que o primeiro tiro foi disparado, o mundo virou um
inferno com os Swords atirando em tudo e nada. O barulho era alto e o caos
reinava. Um muro de chamas correu em direção ao caminhão e saltou para
as árvores circundantes. Os homens corriam entre Viktor e seu alvo, mas ele
foi implacável, perseguindo o homem, confiando em seus irmãos para
derrubar os guarda-costas.
Foi impossível ver por um momento, quando Lexi e Elle criaram algum
tipo de barreira entre o caminhão e a parede de chamas.
Vá, vá. Blythe disse. Saia daí, ele é muito poderoso.
Jackson rolou para a esquerda, para baixo na vala mais profunda. Ilya,
Sarah e Alek saíram do caminhão com Maxim e Stefan quando uma parede

394
de chamas se apressou para eles. Saltaram para a vala. As chamas seguiam e
batiam em uma parede sólida de sujeira e água.
Lexi, Rikki, Abbey, eu tenho isso agora. Ilya disse. Posso nos defender aqui.
Você e Elle deixem Blythe alimentar o poder de vocês e derrubem o resto deles.
Steele e Savage se juntaram a Jackson e os outros na vala. Eles ficaram
costas a costas com Sarah, Ilya, Jackson e Alek.
Reaper disparou e um dos guarda-costas caiu, dando a Viktor outro
vislumbre de Evan, apenas sua perna, mas era um alvo. Ele acertou o tiro e
o homem gritou. Um dos guarda-costas chegou e arrastou-o para o centro
deles. Evan desapareceu, mas a batalha continuou em toda sua supremacia.
O acampamento Egg Taking Station tornou-se um campo de batalha
instantâneo. Os membros do Swords seguiam em direção ao caminhão de
todas as direções, despejando balas de todo tipo de arma, de revólveres e
espingardas a rifles automáticos. O Torpedo Ink e os irmãos Prakenskii
disparavam em seus alvos metodicamente, atiravam como tinham sido

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treinados desde o momento em que eram crianças. Quando os Swords caiam,


se tornaram conscientes de que Jackson e seu pequeno grupo de defensores
não eram o único inimigo. Os membros do clube correram para fugir ou se
jogar no chão. Alguns correram para as motos.
A luta naqueles poucos segundos foi quente, não apenas pela batalha
com armas selvagens, mas pelas chamas que Evan jogou em todas as direções
para cobrir sua retirada. Viktor teve que lutar através dos corpos, brigas,
fumaça e as chamas, para tentar acompanhar os guarda-costas e Evan que
abandonavam o campo.
Viktor sentiu o momento exato em que Blythe assumiu o controle. Era
impossível não sentir. Todos sentiram isto. Por um momento as armas
ficaram em silêncio. O poder tornou-se uma entidade viva, respirando, tão
forte a força dela estremeceu a terra sob seus pés, deixou as árvores e arbustos
balançando. As chamas congelaram e pareceram longas torres laranja
cintilante e vermelho.

395
O grito de Evan perfurou a quietude. Era o grito de um animal ferido, e
então ele estava gritando para seus homens pegarem a cadela na encosta. —
Peguem ela. Peguem-na agora. Matem ela. Um milhão para o homem que
me trouxer a porra da cabeça dela.
O coração de Viktor quase parou. Ele virou a cabeça para ver seu pior
pesadelo. Blythe estava na planície a vista, seu rosto uma máscara de
concentração.
Abaixe-se. Abaixe-se. Viktor gritou o comando em sua mente, desejando
que ela o obedecesse. Blythe não era o tipo de mulher que saltava a ordem
de um homem, mas ele derramou cada onça de quem e o que ele tinha sido
transformado nessa ordem. Seu coração disparou violentamente e ele pôde
sentir o medo em sua boca.
Quando Evan gritou, ela caiu no chão e terra e folhas brotaram na frente
dela como uma enorme fonte, uma parede entre ela e a chuva de balas que
vinha em sua direção. Ele jurou se lembrar de encontrar uma maneira para
agradecer a Lexi mais tarde. Rikki estava tomando a energia que Blythe teceu

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e vinculou às mulheres poderosas presentes e apagou as chamas que lambiam


a grama e as árvores. Ao mesmo tempo, o rio se levantou, varrendo vários
Swords com a súbita força do poder da água.
Gavriil, Lev e Master, um dos membros da Torpedo Ink, correram em
direção ao portão trancado, disparando nos dez membros do clube que
tinham se afastado para obedecer a Evan. Gavriil era destemido atirando
enquanto corria e saltava sobre o portão, e depois voltou, usando duas armas,
bloqueando a estrada entre os membros do clube e as mulheres. Master caiu
em um joelho, bem em frente ao portão com Lev ao lado dele.
O chão tremeu e depois balançou, derrubando os quatro membros do
clube restantes em cima dos que Lev, Gavriil e Master haviam matado. No
momento em que os quatro homens caíram, Lev e Master estavam em cima
deles, disparando para matar antes que qualquer um dos homens pudesse se
recuperar.
Mechanic seguiu o grupo de guarda-costas com Viktor. Ele se movia

396
cuidadosamente com os Swords, sua arma alta, tentando fingir que era parte
da batalha. Ele avistou a panturrilha de um dos guarda-costas, apertou o
gatilho e o derrubou. Enquanto o homem ficou se contorcendo no chão, o
grupo continuou correndo, arrastando Evan entre eles. Eles estavam
dobrando em direção às estradas madeireiras na direção dos trilhos da
ferrovia. Mechanic disparou contra a cabeça do guarda-costas enquanto ele
levantava a automática em direção à ribanceira onde Blythe estava.
Para Viktor, parecia que cada membro do Swords estava querendo o
milhão de dólares que Evan tinha prometido pela cabeça de Blythe. Eles se
afastaram de Jackson e começaram a tentar avançar pelos acampamentos e
árvores em direção à estrada onde as mulheres estavam.
Saiam daí. Todas vocês.
Não podemos. Nós nos movemos e Evan vai assumir novamente. Eu tenho seu
poder. Ele não pode usá-lo. Você tem que matá-lo, Viktor. Blythe disse. Vamos evitá-
los até que você faça o trabalho.

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Não há como segurar uma centena de homens, Blythe. A mulher o deixava


louco. Você não pode fazer uma maldita coisa que eu peça para você fazer?
Não se isso significa que você e os outros poderiam morrer.
Ela estava firme nisso. Viktor não discutiu. Os Swords pareciam um
enxame de gafanhotos, mas o Torpedo Ink e seus irmãos de sangue estavam
exterminando-os. Ele viu Player e Maestro derrubar seis com seis tiros
rápidos e depois correrem para proteger Blythe, ainda disparando, pegando
mais dois na beira da estrada. Code disparava metodicamente, derrubando
um bom número por si mesmo.
Absinthe caiu em um joelho entre dois membros do Swords, mas ele não
estava olhando para Blythe, e sim para a esquerda dela. Ele disparou e um
dos guarda-costas se sacudiu e caiu, caindo na grama. Ele imediatamente
virou à direita e depois à esquerda, atirando quase a queima roupa sobre os
dois Swords ao lado dele.
Evan voltou-se para a batalha e levantou seus braços, reunindo poder.

397
Viktor deu um tiro nele, mas foi em um ângulo estranho e apenas acertou-o
no ombro. Amaldiçoando, Evan caiu no chão, dois guardas colocando seus
corpos na frente dele. Enquanto faziam isso, Preacher e Casimir dispararam
simultaneamente e ambos caíram. Evan não estava lá.
Viktor correu em direção ao local onde Evan estava. Quando alcançou
os dois corpos no chão, ele percebeu o quão perto Evan tinha chegado das
mulheres. Ele estava paralelo a Blythe e mais à esquerda por cerca de dez
metros. Os membros do clube ainda estavam disparando, tentando chegar
até ela, tentando recolher a recompensa.
Para onde ele foi, Blythe? Não consigo vê-lo.
Ele está escondido no bosque de árvores logo acima de onde você está. Tenha
cuidado, Viktor, ele está tramando alguma coisa.
Viktor ainda estava usando as cores dos Swords, contando com a marca
de identificação que Keys havia colocado nele. Ele começou a subir em

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direção a Evan, esperando que o presidente do Swords desejasse mais


companhia do que apenas o guarda-costas restante.
Ele realmente sentiu um pequeno tremor na terra e pensou que era Lexi,
mas então a terra escorreu e explodiu como uma fonte bem debaixo de
Blythe. Seu coração parou. Com o canto do olho, viu Evan erguer-se com
seu guarda-costas protegendo-o. Blythe caiu na terra em direção aos homens.
Transporter disparou e o guarda-costas caiu. Viktor já estava correndo
em direção a Blythe. Ninguém era mais importante. Não importava se Evan
fugisse, mesmo depois de cinco anos e todos os sacrifícios. Blythe era tudo e
ele não estava prestes a perdê-la. Ele correu em direção a sua mulher
enquanto ela rolava quase aos pés de três Swords. Os homens levantaram
suas armas para esvaziá-las nela e Viktor disparou enquanto corria. Três
apertos rápidos no gatilho, com velocidade de um borrão, derrubando os
homens sobre ela.
Ela não fez um som, nem mesmo quando quatro outros membros do

398
clube começaram a disparar contra ela e as balas cairám nos corpos dos
homens mortos que a protegiam. Maxim e Stefan tinham feito seu caminho
através dos Swords para chegar a Blythe e mataram dois dos atiradores e
Viktor os outros. Os três estavam lá, formando uma parede sólida de
proteção, enquanto Lexi, Abigail e Rikki lançavam uma barreira.
Evan virou-se e correu para cima da estrada de exploração, seu coração
acelerado, sua crença em sua superioridade ainda segura.
Ele era uma lenda, um homem impossível de derrotar. Não importava
que outros tivessem dons psíquicos ou um exército contra ele. Ele iria ganhar.
Ele sempre vencia.
Uma pequena figura deslizou para fora das árvores na frente dele. O
vento chicoteou através das árvores, soprando seu cabelo vermelho ao redor
dela como um manto.
Ele derrapou até parar. O destino sempre o favoreceu. Sempre. Ele tinha
lutado seu caminho e este era sua recompensa. A fortuna que o mantinha
seguro. Um clube que ele tinha tomado à força, matando os membros em seu

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caminho. O maior traficante humano do mundo e crescendo a cada dia. E


agora, a mulher de seu maior inimigo. Elle Drake.
Ela ainda estava danificada. Queimada. Ele pagou uma fortuna por essa
informação e depois matou o homem de Sea Haven que passara algum tempo
na mercearia, ouvindo qualquer fofoca ou qualquer pedaço de informação
que pudesse passar para Evan. Evan tinha reconstruído tudo.
Ele esperou seu movimento de abertura. Ele iria enfrentá-la e deixá-la de
joelhos na frente dele antes de distruí-la. Ele queria que Jackson a encontrasse
assim. Ele desejou ter tempo para arrastá-la para fora de lá. Jackson sofreria
mais pensando que ela estava em suas mãos. Poderia tê-la vendido aos
árabes.
As possibilidades eram infinitas.
Ela virou na direção geral da casa Drake e o vento tocou seu rosto. Os
olhos dela nunca o deixaram. Ele não teve tempo de olhar ao redor, ele tinha
que matá-la e sair de lá antes que alguém viesse procurá-lo. Ele ergueu as

399
mãos e percebeu que a cadela estúpida que prendeu seu poder poderia ter
caído, mas não tinha liberado seu controle sobre a energia dele. Na verdade,
tinha aumentado. Ela tinha reunido a energia da batalha dele e uniu-a com
as mulheres e os homens lá.
Ela tinha usado do vento e as mulheres que estavam no caminho da
viúva na casa Drake.
O poder estalava no ar ao redor de Elle Drake. Ela ergueu os braços e
rebateu seu fraco empurrão. O fogo correu em torno dele. A água borbulhou
na terra sob seus pés, transformando a terra em lama. Ele começou a afundar.
A primeira árvore tombou, aterrissando perto, os ramos chicoteando ao redor
dele, derrubando ele no chão enlameado. A terra pareceu se erguer, sujeira e
lama cobrindo-o como videiras e os ramos da árvore o alcançaram.
Ela ia enterrá-lo como um verme no chão. Ele não podia ter isso. Evan
gritou.

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Isso não poderia acontecer. Uma mulher. Uma mulher danificada. Ela
não era nada, um corpo para usar, isso não poderia estar acontecendo. Ele
lutou para se afastar das vinhas e da água subindo transformando o chão em
areias movediças. As videiras deslizaram ao longo do chão e depois sobre o
seu corpo, envolvendo-o, segurando-o. As raízes explodiam do chão como
lanças terríveis, penetrando sua carne por toda parte.
Ele manteve os olhos em Elle Drake. Ela não moveu nada além de seus
braços. Ela parecia calma. Serena. Não havia nenhum cérebro sangrando,
para acabar com sua vida. O poder era o que os outros ofereciam e do modo
como aquela mulher juntava energia, Elle não precisava usar muito da dela.
Ela simplesmente tomava o que era oferecido. Ele morreu duro, uma dor
excruciante, enquanto olhava para a mulher que nem sequer se encolhia.
Atrás dela, dois homens usando cores Torpedo Ink derraparam até
parar. Um tinha a mão na camisa ensanguentada, em seu lado esquerdo. Ice
e Storm observaram enquanto o corpo afundava sob a lama e a sujeira e
eventualmente desapareceu.

400
— Bom trabalho. —disse Ice a Elle. — Seu homem está causando um
tumulto. Não gostaria de estar no seu lugar quando ele te encontrar.
Ela sorriu cansadamente e tocou sua ferida. Ao mesmo tempo o calor
fluiu para ele. — Quantos feridos?
— Muitos, mas nenhum morto do nosso lado. Isso é uma vantagem, —
disse Storm.
— As minhas irmãs ainda estão aqui? Vou precisar delas para ajudar
com os feridos.
— Ainda não, mas eu imagino que a noticia foi enviada a elas. Eles
ainda estão limpando, certificando-se de que pegamos todos os membros do
Swords. Poucos escaparam e espero que tenham desaparecido por muito
tempo.
— Eles não vêm atrás de vocês e dos outros?

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Ice encolheu os ombros. — Talvez. Deixe-os vir. Não nos importamos


com os inimigos. Não saberíamos o que fazer sem eles.

22
— Blythe, você escondeu o sal de novo? —Kenny perguntou.
Darby lançou-lhe um olhar de puro desdém sob as crescentes pestanas
volumosas e escuras. — O sal não é bom para você.

401
Blythe olhou para Viktor, que sorriu para ela. — Darby está certa,
Kenny, eu salgo a comida quando estou cozinhando. Já há bastante aí.
Kenny murmurou algo sob sua respiração, Blythe ignorou. Ela tinha
certeza que ele queria o sal porque Viktor o fez. Tudo o que Viktor fazia,
Kenny fazia.
Emily deu uma risadinha e até Zoe, a menina de onze anos, deu um leve
sorriso. Darby o pegou e olhou para Blythe para ter certeza do que tinha
visto. Zoe raramente falava e nunca sorria. Ela estava muito traumatizada
pelo que tinha acontecido com ela. Um médico havia declarado que todas as
crianças estavam livres de doenças e nenhuma menina estava grávida, as
contusões de Zoe e Darby estavam agora desaparecendo.
Emily ainda estava incerta sobre sua nova casa. Ela estava aterrorizada
em ser separada de suas irmãs novamente. Blythe sabia que ia ser um longo
caminho até que todos se integrassem numa só família, pelo menos todas as
crianças queriam estar lá, e isso era um começo.

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Alena cutucou Kenny e lhe entregou algo por baixo da mesa. Ela estava
pálida e não podia ficar em pé mais de alguns minutos sem se cansar, mas
estava se recuperando.
Kenny franziu o cenho quando Blythe estendeu a mão, mas colocou o
saleiro em sua palma aberta. — É rosa de qualquer maneira, —declarou. —
Quem quer usar sal rosa?
A porta se abriu e Reaper e Savage entraram. — Ei, Blythe. Desculpe o
atraso. Tive que escoltar aquele garoto de volta para casa. Ele foi levado a
tentar nos seguir.
Blythe riu. — Benito é levado. Ele está tentando seguir os passos de
Maxim.
— Ele é muito bom, —Savage comentou, e arrastou uma cadeira da
mesa com a bota de motoqueiro. Ele piscou para Emily. — Você vai dar uma
volta hoje?

402
Blythe adorava que todos os membros do clube fossem bons para as
crianças. Eles pareciam ter afinidades com elas. Emily balançou a cabeça,
mas Blythe notou que ela sorriu novamente. Os sorrisos estavam chegando
um pouco mais frequentemente.
— Estou pronto para uma carona, —declarou Kenny. — Eu quero
aprender a andar de moto.
— Você fez seu trabalho escolar? —Perguntou Viktor.
Kenny manteve a cabeça baixa, jogando os ovos em sua boca.
— Sim, foi o que eu pensei. Nenhum trabalho escolar, nenhuma
motocicleta, —disse Viktor. — Fizemos um acordo. Nessa família, temos um
código de honra, Kenny. Você me entendeu?
Kenny olhou para seu herói, deu um breve aceno de cabeça e voltou a
comer. Reaper se encolheu entre Blythe e Darby e serviu-se de ovos e bacon
do aquecedor. A porta se abriu e Ice e Storm entraram. Ambos acenaram
com a cabeça para todos na mesa, puxaram as cadeiras e pegaram pratos da

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pilha que Blythe tinha se resignado a manter no aparador, juntamente com


talheres extras e guardanapos.
Os membros do clube nunca batiam, eles apenas entravam. Eles
tratavam as crianças e a ela como família. Eles tinham um código estrito pelo
que viviam, mas não tinham muitas regras. Blythe não tinha tido a melhor
vida familiar, mas estava disposta a mudar algumas de suas crenças quando
se tratava de regras dentro de uma família. Isso significava que o pessoal
entrando em sua casa e tratando-a como deles era parte disso.
Sua geladeira estava sempre cheia de mantimentos porque se eles
vinham, sempre traziam comida e bebida com eles, e eles vinham todos os
dias. Ela sentou-se enquanto Transporter e Mechanic entravam, seguidos por
dois dos mais novos membros do clube, Steele e Code. Na primeira semana
após a batalha, o clube trouxe uma segunda mesa comprida. Blythe tinha
entendido por que imediatamente.
— Savage tem contrabando. —declarou Darby.

403
— Sua pequena bisbilhoteira, —disse Savage, franzindo o cenho para
ela. — Vai ver se eu vou te levar para a escola.
— Nós não temos escola hoje, —Darby disse, com o nariz no ar, mas
riso em seus olhos. — Em qualquer caso, eu posso andar. É só até a casa de
Airiana e Maxim.
— Dê, Savage, —Blythe exigiu, estendendo a mão.
Vamos, Viktor, controle sua mulher, —disse Savage.
Blythe estalou os dedos. — Entregue-o agora mesmo.
Savage olhou para Viktor, que deu de ombros. — Não quero ser cortado
porque você não pode comer seus ovos sem jogar sal sobre eles.
— Oh. Meu. Deus. Isso é tão inapropriado. —disse Blythe, voltando sua
atenção para o marido. — Você não pode dizer coisas assim na frente das
crianças.

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— Por que não? —Perguntaram os membros do Torpedo Ink


simultaneamente.
— O que você não pode dizer? —Absinthe, Master e Ink perguntaram,
entrando. Atrás deles vinham Preacher, Maestro e Keys, seguido por Lana.
— Czar quer transar. —disse Transporter.
— Blythe cortou você? —perguntou Absinthe. — Reaper diz que vocês
dois são como coelhos.
— Viktor, pare eles agora, —Blythe exigiu, e arrancou o saleiro de
Savage, que tinha salgado seus ovos e estava passando-o para Kenny.
— Baby.
Era a palavra de Viktor para tudo. O resto do Torpedo Ink puxou as
cadeiras ao redor da segunda mesa, e Lana agarrou os aquecedores de
comida para tirá-los enquanto Master e Keys pegaram pratos e talheres na
mesa.

404
— Café, Blythe? —perguntou Master.
— Na outra sala, uma garrafa cheia, —disse ela.
Ela tinha aprendido que café era essencial. Parecia estar em seu próprio
grupo de comida. Ela também tinha aprendido que o clube era grande e
barulhento, mas se tratavam como família, com um grande respeito, e a ela
acima de tudo.
Ela abriu a boca para tentar dizer-lhes sobre as crianças, mas fechou
porque um pequeno som escapou da garganta de Darby. Seus olhos estavam
cheios de lágrimas. Instantaneamente, ela tinha a atenção de todos em ambas
as mesas. Ela empurrou o queixo na direção de sua irmãzinha, que estava
olhando Ice e Storm e seu lábio inferior tinha definitivamente se curvado em
um sorriso muito pequeno.
Zoe estava sorrindo. Não era grande. Não era um sorriso. Mal chegava
aos olhos ou acendia o rosto, mas era um sorriso. Era o primeiro, e Blythe
sentiu vontade de chorar junto com Darby. Em vez disso, ela seguiu o olhar

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de Zoe aos dois irmãos que, como todo mundo, pararam de se mover. As
mãos de Ice estavam envoltas em torno de um saleiro e ele estava só o
entregando a seu irmão.
Blythe limpou a garganta. — Mais contrabando? Sério? Entregue-o neste
minuto. —Acenou com os dedos. — O que há com todos vocês e sal?
— Ketchup também. —Alena disse com algum desgosto. — Eu disse a
eles que eu nunca iria cozinhar novamente para eles se eles derramassem
aquilo em minha cozinha fina. Eles são analfabetos em comida.
— Você é uma esnobe em comida, —disse Storm, agarrando o saleiro e
salgando seus ovos. — Mas é a melhor cozinheira, então você pode. —Ele
apressadamente fez sua avaliação das habilidades de Alena no final de sua
sentença porque ele não temia que ela não fosse cozinhar-lhes outra refeição.
— Como estamos com o dinheiro para as terras e as casas que estamos
comprando, Code? —Perguntou Viktor.

405
— Estão definidos. Eu enviei cada detalhe sujo sobre cada um dos braços
de cada país ou cidade para os policiais não listados nos livros que eu
descobri. Cada braço mantinha seus próprios livros, e eram obrigados a
mandar registros perfeitos para Evan. Bom para nós, mau para eles, —
respondeu Code. — O clube Swords está oficialmente falido, assim como as
propriedades Shackler-Gratsos. Todos os cargueiros e navios foram
confiscados. A maioria do dinheiro desapareceu como se Evan nunca o
tivesse. Mais uma vez, muito ruim para sua propriedade e bom para nós. Em
outras palavras, nós temos o suficiente para não nos preocuparmos por várias
vidas.
Blythe fechou os olhos. Ela não estava certa sobre falar sobre os negócios
do clube na mesa do café da manhã, particularmente sobre roubar dinheiro
mesmo que fosse dinheiro de um criminoso, na frente das crianças fosse uma
boa idéia. Ela teria que conversar com Viktor, mas ele diria que eles não
tinham um clube ainda, então sua casa era o único lugar. De qualquer forma,
ele insistiria, as crianças cresceriam com o clube e teriam que saber que nunca
se falava sobre qualquer coisa que se ouvisse a qualquer um.

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Ela só esperava que o que o Code disse não ficasse nas cabeças de Zoe e
Emily.
— Dois de seus irmãos querem entrar, —disse Steele. — Gavriil e
Casimir. Eu disse a eles que falaríamos sobre isso e colocaríamos em votação.
— Quero entrar, —disse Kenny.
— Escola. —A palavra reverberou através da sala de jantar quando os
dezoito membros a disseram simultaneamente.
Kenny gemeu, revirou os olhos e olhou para Darby. Ela sorriu para ele
com simpatia.
Viktor assentiu com a cabeça. — Cuidaremos disso mais tarde. Pode
haver preocupações.
Blythe estava bastante certa de que ele queria dizer que Gavriil e Casimir
sabiam que ainda estavam fazendo coisas que poderia ser considerado ilegal.
Gavriil, com certeza, não se importaria. Ela não conhecia Casimir o

406
suficiente para saber se ele se importaria.
— E as licenças? Você conseguiu o que precisamos, Absinthe?
A respiração de Blythe ficou presa em sua garganta. — Você fez …
— Baby.
Claro que Absinthe usou seu dom psíquico para obter as licenças
necessárias para a construção. Ele o fez pelo clube e ele poderia convencer
qualquer pessoa, com exceção daqueles na mesa, a fazer qualquer coisa que
ele quisesse.
Blythe suspirou. Ela adorava que eles estivessem trabalhando por um
objetivo comum. Eles queriam casas e empresas. Eles queriam um clube. Eles
queriam fincar raízes. Ela queria uma família. Olhando ao redor da mesa,
ela sabia que tinha.
Ela sentiu os olhos do marido e olhou para o rosto dele. Ela podia ver o
amor lá. Estava em cada linha, em seus olhos, na curva de sua boca.

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— Blythe e eu estamos saindo de moto hoje. Ela precisa de um pouco de


descanso e eu quero um dia com ela. Ice, Storm, vocês estão de plantão aqui
com as crianças. O resto de vocês termina nosso quarto.
Ele havia prometido deixá-lo a prova de som e ele não estava brincando.
A primeira coisa que eles fizeram foi chegar com um caminhão de material
e ferramentas. Ela ficou preocupada que eles estragassem o quarto dela e
ficasse horrível, mas ela podia ver que eles estavam tomando um grande
cuidado para mantê-lo o mesmo que era antes. Eles adicionaram o
isolamento.
Ela amava que sempre que qualquer um dos membros do clube era
convidado, ou ordenado por Viktor, para ficar com as crianças nunca
protestavam. Nunca. Alena deixou claro que ela sempre preferiria manter
um olho sobre as motos. Até trabalhou com Kenny em seus trabalhos
escolares para tentar que ele aprendesse mais rápido, mas ela não o
encorajava a ser um prospecto até que ele tivesse terminado a escola.

407
— Você terminou baby? —Viktor perguntou, levantando e empurrando
para trás sua cadeira. Ele estendeu a mão e removeu seu prato.
Essa era outra coisa. Limpavam o que sujavam. Ela adorava isso
também.
— Terminei. —Ela levantou-se com ele. — Darby? Zoe? Emily? Vocês
estão bem comigo saindo? —Ela sempre perguntava porque queria que elas
se sentissem confortáveis com os membros do clube. No começo elas haviam
dito não. Ela não tinha saído. Agora, todas as três concordaram, inclusive
Zoe, a mais relutante em ficar sozinha com os homens.
— Kenny? —Ela perguntou.
— Sim, eu tenho muito trabalho escolar, —disse ele.
— Eu posso te ajudar, —Alena se ofereceu.
— Kenny, por favor, certifique-se de que Alena descanse. —disse Blythe.
Kenny pareceu importante e assentiu secamente, usando exatamente o
mesmo gesto que Viktor costumava usar.

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Escondendo um sorriso, Blythe pegou seu prato e seguiu Viktor até a


cozinha. No momento em que o prato estava enxaguado e na máquina de
lavar louça, ele envolveu seu braço em torno de sua cintura e puxou-a para
ele.
— Eu a amo, Sra. Prakenskii. —disse ele.
— Eu te amo, Sr. Prakenskii, —ela sussurrou.
Ele a beijou. Ela se derreteu. Ele aprofundou o beijo e ela se pressionou
nele.
— Vamos sair daqui. Eu encontrei um par de lugares que eu tenho
certeza que podemos ficar sozinhos, —ele disse, levantando a sua cabeça. —
Eu realmente, realmente quero ficar sozinho com você.
Ela sorriu para ele porque ela podia ouvir o raspar de cadeiras no outro
quarto. Savage e Reaper entraram para enxaguar os pratos e colocá-los na
máquina de lavar louça.

408
— Lembre-se, vocês dois, eu vou dar muitos gritos. Fiquem longe. —ela
avisou. Ela até conseguiu dizê-lo sem ficar vermelho brilhante, até que eles
riram.

Fim...

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Limonada de Morango

Receita fácil e rápida de limonada de morango, feita no liquidificador

409
usando limões, morangos e mel. Substitua os limões por laranjas lima para fazer
laranjada de morangos.
Rende: 6-8 porções
Ingredientes:

 500g de morangos lavados e cortados ao meio, mais ou menos 4


xícaras
 2 limões lavados e cortados em quarto (use laranjas lima para fazer

laranjada de morangos)
½ - ¾ de xícara de mel ou açúcar, ajuste baseado em sua
preferência e na doçura dos morangos.
6 xícaras de água
 Gelo

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Guarnições:
 Morangos fatiados, limões fatiados e/ou ervas frescas (hortelã,
erva-cidreira ou manjericão)
Modo de preparo:

1. Bata os morangos, os limões e o mel com 2 xícaras de água


2. Coe a mistura e adicione mais 4 xícaras de água pelo coador
3. Experimente e adicione mais mel/açúcar se necessário
4. Sirva gelado, com cubos de gelo e guarnições como
morangos e limões fatiados e ervas

Método 2 (este método ajuda na hora de coar e mantém o melhor do


morango):

410
1. Bata primeiro os morangos com o mel e 1 xícara de água. Não
precisa coar, assim você mantém o que há de melhor nos morangos.
Reserve em uma jarra.
2. No mesmo copo de liquidificador, não precisa lavar, bata os
limões com 1-2 xícaras de água.
3. Coe os limões e coloque na jarra, misture bem e adicione o
resto da água. Experimente e adoce mais se necessário.

‘Sirva como indicado acima’

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Continue lendo um trecho do próximo


Shadow Rider romance de Christine Feehan
SHADOW REAPER Disponível em breve .

411
RICCO FERRARO queria socar algo. Difícil. Não, ele precisava dar um soco em
algo, ou alguém de preferência seu irmão. Seria satisfatório sentir o aperto de seus
nódulos dividindo carne aberta.

Osso rachado. Sim. Ele poderia ficar atrás disso se seu irmão não fechasse o
inferno. Eles estavam em um hospital com médicos e enfermeiras ao redor. Se ele
realmente foi para a cidade e tornou real, Stefano não iria sofrer por muito tempo. É
claro que não seria uma boa idéia quando ele mal conseguia ficar de pé ...

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Ricco, Stefano sibilou novamente, usando seu tom baixo, irritante, de irmão
mais velho que fez Ricco se sentir mais louco do que já estava sentindo. Você está
me ouvindo mesmo? Isto tem que parar. Da próxima vez que você não pode fazê-lo.
Você estava em cirurgia por horas. Horas.

Considerando o fato de que Stefano tinha sido palestrante durante os últimos dez
minutos, Ricco achou que ninguém poderia ouvir tanto tempo, muito menos ele. Ele
não tinha paciência. Ele sabia muito bem o quão perto ele tinha vindo. Eles tinham
substituído cada gota de sangue que ele tinha em seu corpo não uma vez, mas duas vezes
na mesa de operações. Ele bateu na parede a mais de duzentas milhas por hora, mas ele
sabia que não tinha entrado nele. Algo quebrou e a suspensão foi, conduzindo pedaços
de metal através de seu corpo como estilhaços. Ele tinha vivido isso. Ele ainda sentia.
Cada músculo e osso de seu corpo doem como o inferno.

Eu vou ouvir quando você fizer sentido, Stefano, Ricco estalou e terminou
de abotoar sua camisa. Não foi fácil. A dor era excruciante quando ele fez o menor

412
movimento, mas ele estava saindo se o médico assinou os papéis de libertação ou não.
Seis, quase sete semanas no hospital foi suficiente para ele. Tudo o que ele podia
suportar. Mesmo que ele tivesse passado três dessas semanas em coma e não estava
ciente, ainda contava. Ele tinha tido o suficiente de todos eles médicos, enfermeiras,
cirurgiões, o neuro doc, mas especialmente seu irmão mais velho.

Ele se virou para enfrentá-los, seus cinco irmãos e uma irmã, com seus rostos
parecendo preocupados. Desagradável.

Mas havia Francesca, a esposa de Stefano. Ele se concentrou nela e a compaixão


em seus olhos. Ela tinha empurrado Stefano várias vezes para fazê-lo parar. Tinha
funcionado as duas vezes, mas só por um momento ou dois.

Vou dizer isso mais uma vez e nunca mais. Você não precisa acreditar em mim.
Ele falou para Francesca porque, surpreendentemente, foi Francesca quem acreditou
nele. Todos deveriam ter.

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Podiam ouvir mentiras. Isso fez com que ele parasse. Ele podia ouvir mentiras. Se
ninguém acreditava nele, era porque ele tinha que estar mentindo para eles e para si
mesmo.

Ele virou as costas para eles. Só que pouco movimento doer. Seu corpo protestou
com a menor coisa que ele fez. Pelo menos espere até você obter o relatório sobre o
carro antes de saltar para conclusões. Eu não tinha controle. O sistema do carro
simplesmente desligou. Isso ele estava certo. Ele dirigia a velocidades de mais de
trezentos quilômetros por hora e não tinha problemas; Sua coordenação mão-olho e
seus reflexos nunca lhe falharam. O carro tinha falhado. Ele sabia disso com certeza
absoluta, então por que não conseguia convencer seus irmãos e irmãs de que não havia
tentado acabar com sua vida? Por que não conseguia convencer a si mesmo?

Levou tudo o que ele tinha para ficar lá, tentando não balançar quando seu corpo
estourou em um suor e ele poderia contar seus batimentos cardíacos através da dor
inundando seus músculos. O que ele tinha feito para tentar salvar a si mesmo? Nada.

413
Ele não tinha feito nada. Ele deixaria o destino decidir, fechando os olhos e se
entregando ao julgamento do universo. Ele tinha acordado no hospital com agulhas no
braço e dor em cada músculo e órgão em seu corpo, apesar dos analgésicos.

Seu quarto estava cheio de flores. Havia caixas de cartas, todas das pessoas em
território Ferraro, os blocos considerados fora de limites para qualquer criminoso. Seu
povo, todos bons e decentes. Ele não tinha olhado para as cartas, mas queria mantê-las.
Ele não merecia essas cartas mais do que merecia a preocupação com os rostos de seus
irmãos e irmãs, ou a compaixão mostrada por Francesca. Ainda estava vivo e tinha que
continuar.

Algo deu errado com o carro, Stefano, ele repetiu, virando-se para olhar seu
irmão nos olhos.

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Estamos verificando o carro, assegurou Vittorio. Ele sempre foi o pacificador


da família e Ricco o apreciou. Nós imediatamente o rebocamos para a nossa garagem
pessoal e foi sob guarda. Somente as pessoas de confiança estão trabalhando nisso.

Ricco lançou um rápido olhar para seu irmão, que deveria servir como
agradecimento. Ele não disse isso em voz alta, não com Stefano respirando no seu
pescoço.

Você quase morreu. disse Stefano, e dessa vez a raiva desapareceu de sua
voz e houve tensão. Apreensão. Cuidado.

Isso foi a desgraça de Ricco. Era impossível ver ou ouvir o estóico Stefano rasgado.
Ele era o chefe reconhecido da família por uma razão. Ricco não merecia que todos se
importassem tanto.

Havia muitos segredos, muitas omissões. Ele colocou todos eles em perigo e eles
não tinham idéia. Pior, ele não podia dizer a eles. Ele só tinha que vigiá-los noite e dia,

414
um dever que ele levava muito a sério. Ele sacudiu a cabeça, suspirando. Eu sei,
Stefano. Eu sinto muito. Eu perdi o controle do carro. Isso era verdade. Ele tinha. Ele
se lembrou muito pouco das conseqüências, mas naquele momento em que percebeu
que o carro não era mais uma extensão dele, que era uma besta rugindo pela
supremacia, separada dele, sentia alívio por ter terminado. Se ele tivesse morrido, tudo
teria acabado e o perigo para sua família teria desaparecido.

Você está me convencendo? Ou á você mesmo? perguntou Stefano em voz


baixa. Nós estamos tirando você daqui, mas você tem que se recompor. Basta com a
loucura, Ricco, ou não terei escolha a não ser puxá-lo para fora da rotação, mesmo
depois que você estiver fisicamente pronto para o trabalho que, aliás, não será por
algum tempo.

Suspiros subiram de seus irmãos e Emmanuelle, sua irmã. Francesca soltou um


suave e sacudiu a cabeça. O coração de Ricco quase parou. Ele era um cavaleiro. Um
cavaleiro da sombra. Era quem ele era. O que ele era. Um cavaleiro não tinha escolha

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senão fazer o que ele tinha sido treinado desde da idade de dois mesmo antes disso.
Estava em seus ossos, em seu sangue. Ele não poderia viver sem ele.

Stefano pisou diretamente na frente dele, perto, então eles estavam olho no olho.
Compreenda-me, Ricco. Não vou perder outro irmão. Farei qualquer coisa para te
salvar. Qualquer coisa. Vou dar qualquer coisa, incluindo a minha vida. Vou usar todas
as armas no meu arsenal para protegê-lo de si mesmo e de qualquer inimigo que venha
a seu caminho. Você faz algo sobre isso, seja o que for preciso, e isso inclui
aconselhamento. Mas não haverá mais acidentes. Você me entendeu, irmão? Não
haverá mais acidentes.

Ricco assentiu com a cabeça. O que mais ele poderia fazer? Quando Stefano
estabeleceu a lei ele quis dizer cada palavra que ele disse. Não era freqüente que Stefano
falasse assim com eles, mas ninguém o desafiaria, inclusive Ricco. Ele amava seu irmão.
A família dele. Ele tinha sacrificado a maior parte de sua vida para eles de bom grado,
mas Stefano era mais do que um irmão. Ele era mãe, pai, irmão mais velho, protetor,

415
tudo se transformou em um.

Era Stefano que sempre esteve lá para ele. Sua própria mãe não tinha chegado ao
hospital para visitá-lo depois do acidente, mas Stefano mal tinha deixado de comer. Ele
parecia abatido e desgastado. Toda vez que a dor despertara Ricco de seu estado
semiconsciente, Stefano e seus irmãos e Emmanuelle estavam ali com ele. Eles ficaram
presos por ele durante aquelas longas seis semanas. Essa solidariedade só reforçou sua
decisão de mantê-los seguros. Eles foram tudo para ele.

Eu pego você, ele assegurou suavemente.

Está feito, então. Você não treina mais do que as horas regulares de
treinamento, e isso é depois que você fez a sua fisioterapia e os médicos derem ok para
você treinar novamente. Você dorme mesmo se você tem que tomar algo para você
dormir. Você para fodidamente de beber tanto e você fala comigo se você está tendo
dificuldade em fazer essas coisas.

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***
SEU CORAÇÃO estava batendo por horas extras agora. Ele não podia prometer a
Stefano que ele iria parar com suas horas extras de treinamento, uma vez que ele
estivesse recuperado. Ele tinha que ter certeza de que estava em plena forma. Que ele
não poderia jamais cometer um erro novamente. Isso era parte dele também. Mas
como explicava isso a seu irmão quando não conseguia explicar por quê? Ele apenas
balançou a cabeça, permanecendo em silêncio para que ninguém pudesse ouvir sua
mentira.

Ele bebia às vezes para dormir. Ele poderia parar de beber sem nenhum problema,
ele simplesmente não seria capaz de dormir. Não estava disposto a dizer mais nada a
Stefano. Era impossível mentir para ele e ele não queria que seu irmão se preocupasse
mais do que ele já estava.

416
Olhando para o espelho enquanto terminava de abotoar sua camisa cinzenta, ele
olhou para os hematomas vicioso e o inchaço, ao lado de sua cabeça que parecia como
se tivesse quase caído, causando a grave concussão. Debaixo da camisa seus músculos
ondulavam com cada movimento, um testemunho de sua força e ele era
incrivelmente forte. Segundo o cirurgião, um milagre e sua soberba condição física o
salvaram de uma morte segura. Seu quadro era enganoso, porque seus músculos não
eram tão óbvios como os de seus primos, mas estavam ali sob a pele de seus ombros
largos e braços poderosos.

Ele pegou a jaqueta dele. A família Ferraro de cavaleiros sempre usava um terno
risca de giz. Sempre. Era a sua assinatura. Mesmo Emmanuelle vestia um terno quando
montava e fazendo-a parecer um milhão de dólares, mas então ela poderia usar
qualquer coisa pois ela era linda. Ele enviou para a irmã um sorriso tranqüilizador
porque parecia que podia chorar. Ele sabia que ele parecia áspero. Sentia-se pior do que
áspero, mas sua irmã não precisava saber disso.

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Estou bem, Emme. ele tranquilizou. Ele não estava, mas não tinha estado há
muito, muito tempo.

Claro que você está. ela disse rapidamente, mas ela parecia tensa. Andar
longe de um acidente como aquele é fácil para um Ferraro.

Ele não tinha exatamente se afastado dele, mas ele estava de pé agora, e isso era o
que contava. Ele se forçou a não estremecer quando vestiu o casaco. Uma vez que o
material se assentou sobre seus braços e ombros, ele olhou a maneira que seus irmãos
olhavam um macho adaptado, assustador, imponente mesmo. Ninguém podia ver as
contusões e ferimentos internos, ou dentro de sua cabeça onde parecia que alguém
estava martelado nele.

Houve um farfalhar na porta. Seus irmãos Giovanni e Taviano se afastaram para


permitir que o médico e a enfermeira entrassem. O médico olhou para todos eles. A
enfermeira manteve os olhos no chão. Ele notou que suas mãos tremiam. Ela não queria

417
enfrentar os Ferraros, mas não tinha escolha quando o cirurgião insistiu em dizer a sua
parte.

Você não deveria estar acordado, Sr. Ferraro. disse o Dr. Townsend. Você
estava em coma por três semanas e sua operação levou horas para reparar todos os
danos aos seus órgãos. Você precisa de descanso e terapia física extensa.

Eu não fiz nada, mas que descansar nas últimas seis semanas.

Você vai ter dores de cabeça, visão turva, tonturas e desligamentos por um
tempo. Precisa de cuidados.

Estou bem. garantiu Ricco. E muito grato a você. Isso tinha que ser
dito se era ou não uma mentira. E foi uma completa mentira. Ele tinha uma dor de
cabeça do inferno, estava tonto e sua visão estava turva, mas ele estava saindo.

Eu me recuso a liberá-lo. Você poderia ter coágulos de sangue, um aneurisma,


qualquer número de complicações, continuou o médico.

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Eu não vou, disse Ricco, dando-lhes o olhar que cada Ferraro tinha
aperfeiçoado antes de seu décimo aniversário. Seus olhos estavam frios, planos e duros.
O médico e a enfermeira voltaram imediatamente. Isso, pelo menos, era satisfatório. Ele
deu outro passo em direção a eles e eles se separaram para deixá-lo passar. Poderia
parecer um inferno e sentir-se pior, mas ainda era formidável.

Eu quero as caixas de cartões, mas você pode distribuir as flores para outros
pacientes do hospital, continuou Ricco, ignorando o cenho de Stefano. Ele sabia o
que isso significava. Stefano gostaria de conversar com seu médico. Um cavaleiro da
sombra podia ouvir mentiras e compelir a verdade mesmo de alguém no campo
médico. Ele continuou andando, sabendo que seu irmão nunca o deixaria sair para
enfrentar os repórteres sozinhos.

Você está saindo contra conselhos médicos, reinterou o médico.

Ricco não diminuiu a velocidade. Imediatamente, seus irmãos e Emmanuelle

418
caíram ao seu redor. Rodeando-o. Ombro a ombro. Solidariedade. No momento em
que ele estava um passo fora do quarto do hospital, seus primos, Emilio e Enzo Gallo,
se moveram na frente deles. Tomas e Cosimo Abatangelo, também primos-irmãos,
ficaram atrás. Os primos sempre agiam como guarda-costas para os Ferraros, e Ricco
sabia que precisava deles. Ele poderia dizer que estava pronto para sair do hospital, mas
não estava. Seu corpo precisava descansar desesperadamente, bem como tempo para
curar. Ele simplesmente não podia fazê-lo lá.

A imprensa tinha estado em todo o acidente, tentando entrar furtivamente no


hospital e tirar fotografias dele coberto de bandagens. Uma enfermeira havia sido
suspensa enquanto investigavam a alegação de que ela havia tomado várias fotos de
Ricco inconsciente e vendido para os tablóides. Tinha havido várias outras tentativas
por enfermeiros e um zelador. Qualquer um que conseguisse uma foto do playboy
bilionário Ricco Ferraro depois que ele sofreu o acidente com seu carro de corrida em
uma exibição ardente estava para fazer centenas de milhares de dólares.

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Eloisa veio visitá-lo? Stefano perguntou, caminhando em perfeito passo com


ele.

Ricco olhou para ele, levantando uma sobrancelha. Esqueci-me, Stefano.


Imperfeito. Por que você acha que a nossa mãe viria me visitar quando eu mostrasse ao
mundo que eu era menos que perfeito? Stefano os tinha criado, não Eloisa.

Stefano olhou para Francesca. Eu pensei que ela estava tentando virar uma nova
página. Acho que eu estava errado.

Ricco não respondeu. Sabia que Francesca, a esposa de Stefano, tentara fazer as
pazes com Eloisa, mas sua mãe não parecia ter um instinto maternal em seu corpo.

Ele não podia se importar menos. Eles tiveram Stefano enquanto crescia e ele tinha
cuidado com eles - assim como ele estava fazendo agora. Seu irmão mais velho pode ser
irritante, mas ele amava seus irmãos. Muito. E ele cuidou deles. Era algo que todos
contavam.

419
Ricco odiava ter causado tanto preocupação a seus irmãos e irmãs. Ele sabia que
tinha que mudar sua vida. Já era tempo. Ele só não sabia como.

Pronto? Stefano perguntou enquanto se aproximavam das portas duplas que


levavam ao estacionamento. Ninguém quebrou o passo, todos se movendo com o
mesmo passo confiante. O carro da cidade já tinha sido levado para a entrada. Era
apenas alguns metros, mas os paparazzi, várias fileiras de profundidade, já tinha flashes
saindo.

Sim, Ricco disse. Ele não estava. Ele mal podia caminhar ereto. Cada um dos
passos abalou seu corpo e lembrou-o de que ele era humano.

Os médicos disseram-lhe que, se ele não estivesse em boa forma fisicamente, não
teria sobrevivido. Isso foi uma bênção e uma maldição. Ele sabia que mais suor
pontilhava sua testa antes mesmo que ele pudesse alcançar a privacidade do carro, mas
ele continuou andando. Tinha que sair do hospital antes de perder a cabeça. Ele tinha

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sua própria ala privada paga pelos Ferraros, completa com guarda-costas, mas que não
tinha parado a loucura da imprensa e do medo de que eles o pegassem em seu mais
vulnerável.

Stefano e o resto de seus irmãos tinham ficado as três semanas que ele ficou
inconsciente. Pelo menos era isso que Francesca lhe sussurrava. Eles só saíram se um
trabalho era imperativo. Uma vez que ele estava acordado, era principalmente Stefano
com ele enquanto os outros cuidavam do trabalho. Ele sentiu seu amor e, naquele
momento, enfrentando os paparazzi com seus irmãos ao redor dele, ele sabia que tudo
valia a pena cada sacrifício que ele tinha feito para protegê-los. Ele faria tudo de novo
em um piscar de olhos.

Ricco manteve a cabeça erguida enquanto se moviam como uma única unidade
para o carro de cidade com suas janelas coloridas. Emilio e Enzo abriram caminho pelos
repórteres. Nenhum dos Ferraros olhou para eles. Normalmente eram amigáveis com

420
os paparazzi. Eles precisavam dos repórteres e fotógrafos para fornecer álibis para eles.
Hoje, a família só queria levar Ricco para casa.

Para seu desânimo, Stefano entrou no carro com ele. Ricco suspirou e balançou a
cabeça enquanto Tomas fechava a porta nas frenéticas câmeras e gritou perguntas. Enzo
escorregou atrás do volante

Stefano. Deus, ele estava cansado. Ele levantou uma mão para limpar as gotas
de suor que pontilhavam sua testa. Você não tem que me escoltar para casa.

Eu queria uma palavra em particular com você.

Evidentemente, o fato de que Enzo estava dirigindo o veículo e Emilio estava no


banco da frente com ele não importava.

Ricco encostou a cabeça no couro frio. Estou ouvindo.

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Eu tenho sido paciente desde que você voltou do Japão. Mais do que paciente.
Você não é o mesmo desde o Japão e eu esperei por você me dizer o que diabos
aconteceu para mudar você, mas você finge que está tudo bem. Não é, Ricco.

Ricco endureceu apesar de todo o treinamento. Era a última coisa que ele esperava
que Stefano trouxesse. Ele tinha apenas quatorze anos quando tinha sido enviado para
o Japão e tinha acabado de completar seus dezesseis anos quando voltou. Parecia uma
vida inteira. Ele tentou enterrar essas lembranças, mas os pesadelos recusaram-se a ir
embora. Eles assombraram-no, não importando quanta bebida ele consumisse.

Você tem que conversar com alguém sobre o que aconteceu lá. É colorida sua
vida. Você é o melhor piloto que temos, Ricco, mas você é muito imprudente. Você não
se importa com sua própria vida, e isso é algo que eu não vou permitir que você arrisque.
Você ficou pior, não melhor.

Ele não podia negar isso. Eu nunca, nem uma vez falhei em uma missão. Nem

421
uma única vez, Stefano. Ricco mal conseguia respirar quando contou aquela verdade
que não era toda a verdade. A idéia de ter seu legado o que ele tinha nascido para fazer
tirado dele era suficiente para matá-lo. Ele não sobreviveria. Fazendo seu trabalho o
manteve vivo. Seu irmão não poderia estar dizendo o que Ricco pensava que estava.

Não, mas você não se importa se você vive ou morre.

Era a porra da verdade, e se ele abrisse a boca, Stefano o ouviria . Ele forçou o ar
através de seus pulmões e olhou pela janela para os prédios enquanto passavam pelas
ruas de Chicago.

Aparentemente, ele parecia calmo. Confiante. Havia uma verdade que ele poderia
dar a seu irmão. Ele se virou para encará-lo. Não há sobrevivência sem ser um
cavaleiro de sombra. Você tira isso de mim e eu não tenho nada para segurar.

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A raiva rápidamente cruzou o rosto de Stefano. Isso é uma besteira do caralho,


Ricco. Você nos tem. Sua família. Como você acha que vou fazer sem você? Ou Emme?
O resto deles? Você é importante para nós. Você se importa mesmo com a gente?

Ele amava seu irmão e sua irmã com ferocidade. Protetoramente. Ele se afastou
deles para eles. A fúria explodiu através dele, aquela raiva que às vezes ameaçava
consumi-lo. O que isso significa? Você acha que eu faria isso se eu tivesse uma
escolha ...? Ele parou. Isso foi um erro, e os cavaleiros de sombra não cometiam erros.
Ele não podia permitir que Stefano lançasse uma investigação. Foram os analgésicos,
afrouxando a língua quando ele soube melhor.

Stefano ficou em silêncio. Isso foi um sinal muito ruim. Ele era muito inteligente
e pouco passava por ele. Ricco tentou desesperadamente pensar em algo que pudesse
distrair seu irmão, mas nada lhe veio à mente. Ele se machucou demais. Cada músculo.
Cada osso.

422
A maioria das pessoas não percebeu quão fisicamente exigente era correr um carro
durante o tempo que uma corrida tomava, e muito menos destruindo a uma velocidade
tão alta. Mesmo com todas as medidas de seguranças incorporadas no carro, o sacudir
e girar em seu corpo era incrível. Adicione um estrondo real em uma parede de concreto
grosso e metal, e seu corpo sentia como se tivesse sido batido por uma linha de
montagem de homens fortes com bastões de beisebol ou atropelado por vários
caminhões muito grandes.

Eu entendo o que você esta dizendo para mim, Stefano, e eu vou fazer algo
sobre isso. Eu tenho que ser um cavaleiro. Você não terá que me substituir na rotação.
Assim que eu estiver curado, vou voltar ao trabalho. Ele derramou a verdade em sua
voz, sabendo que seu irmão poderia ouvi-lo.

Isso não seria suficiente e ele sabia disso. Ele fez um show de suspirar, então seria
mais credível quando ele cedeu. Eu preciso mudar minha vida. Não havia nada
mais verdadeiro do que isso. Eu não posso esperar por uma mulher andando por

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nossas ruas jogando sombras como Francesca fez. Tenho de encontrar alguém agora.
Estive pensando nisso, mas decidi que não seria justo encontrar alguém, permitir que
ela se apaixonasse por mim, e depois ter que desistir de casar com um cavaleiro para
que eu possa produzir filhos.

Esperava-se que todos os cavaleiros casassem com outro capaz de produzir


cavaleiros, mesmo que isso significasse um casamento arranjado. Emme tinha o pior
porque ela era uma mulher, e se ela não encontrasse seu homem quando ela fizesse
trinta anos, seu casamento seria arranjado. Os homens tiveram mais alguns anos antes
de serem forçados a um casamento arranjado, mas não havia nenhuma paixão e se
casariam com qualquer um.

O olhar sombrio de Stefano nunca deixou o dele, e Ricco obrigou-se a continuar.


Eu pensei muito sobre isso. Eu sou um artista. Eu sei que eu preciso de fisioterapia
antes de estar pronto para o trabalho novamente, então eu acho que agora seria um bom

423
momento para trabalhar em minha arte. Eu continuei estudando Shibari1, e adoro os
elementos artísticos, mas o único lugar para realmente exibir ou praticar minha arte é
em um dos clubes.

Stefano piscou sua única reação.

Ricco assentiu. Eu sei que o que eu faço não pode ser protegido nos tipos de
clubes que eu teria que freqüentar. Mais cedo ou mais tarde os paparazzi descobririam
e sairiam em cada revista daqui para o inferno e para trás. Mas se eu encontrar um bom
modelo de corda, com quem eu possa trabalhar na privacidade de minha casa, posso
fotografar minha arte. Eu sempre quis fazer isso. Eu tenho a minha própria câmara
escura e posso desenvolver as fotografias de mim mesmo. Eventualmente eu posso
_______________________

1 Shibari (ばり?) é uma técnica japonesa de amarração erótica. É um verbo japonês que significa literalmente

amarrar ou ligar. É uma expressão que tomou um sentido diferente no século XX, quando o uso da corda
(nawa em japonês) começa a ser utilizada no contexto erótico.

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colocá-los na tela ou na forma de livro. Eu só tenho que encontrar o modelo certo. Eu


espero que se eu fizer, eu sentirei uma conexão forte com ela.

Stefano esfregou a ponta de seu nariz enquanto o carro retardou e girou então
através da multidão pesada de paparazzi que esava na calçada e quase bloqueando a
movimentação de Ricco estar em casa. Ambos os ignoraram quando Enzo avançou o
carro pela multidão até os altos portões de ferro que protegiam a casa de Ricco.

É um risco, Ricco. Não a arte. A mulher.

Ricco assentiu. Estou ciente disso. Eu quero encontrar alguém com quem eu
possa me conectar em um nível mais íntimo. Alguém que poderia me amar e talvez
entender se eu tenho que estar com outra mulher.

Isso é altamente improvável.

Eu sei. Eu sei disso. Eu não posso mais viver assim. Ficando acordado a noite

424
toda bebendo em um estupor, ou festejando com várias mulheres ao mesmo tempo até
que o sol nascesse. Nunca sentindo nada.

Ele observou enquanto os portões se abria para permitir que eles entrassem. Ele
não percebeu que ele estava segurando a respiração até que eles fecharam atrás dele,
bloqueando os paparazzi.

Alguém nos ameaçou, não é? Stefano perguntou calmamente tão


silenciosamente Ricco quase perdeu e quase perguntou o que ele queria dizer. Stefano
disse que ele já sabia, que ele estava apenas confirmando. Claro que ele iria descobrir.

Stefano tinha sido o chefe da família por anos, desde que ele era um adolescente.
Ele cuidou de todos eles quando era ainda mais jovem do que isso. Ele saberia.
Provavelmente tinha pensado nessa possibilidade o tempo todo.

Eu não posso falar sobre isso. Isso foi uma confirmação e não foi.

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Stefano espreguejou longamente em italiano. Ele manteve a voz baixa, vicioso, e


Ricco ouviu a promessa de retaliação lá.

Ele balançou sua cabeça. Apenas deixe ir.

Deixe ir? Stephano olhou para ele como se tivesse crescido duas cabeças.
Eles ameaçam meu irmão, um companheiro de cavaleiro, e você quer que eu deixe ir?
Temos um conselho internacional ...

Não. Quero dizer, Stefano. Deixe ir. Há razões.

Nunca há motivos para uma família de cavaleiros ameaçar outra família.

Foi há muito tempo. Eu estou pedindo para você deixar ir. Ricco não
permitiu desespero para mostrar em seu rosto, não importa o que ele estava sentindo.
Stefano iria à guerra em um piscar de olhos sobre ele, mas não havia como saber quantas
famílias no Japão se uniriam contra elas. Ricco não estava disposto a arriscar seus

425
irmãos, irmãs ou primos.

Ricco permaneceu em silêncio por anos. Eles tinham sido longos, duros anos,
sempre olhando por cima do ombro e treinando mais do que nunca. Muitas vezes,
quando não conseguia dormir, ia para uma das casas de sua família e vigiava, paranóico,
que algo lhes pudesse acontecer. Depois de vários anos passados, ele tinha certeza de
que estavam a salvo e não queria que seu irmão provocasse problemas, mas ele
continuou examinando-os durante a noite.

Eu acho que encontrar um parceiro para a sua arte é um movimento positivo,


Ricco. Procurando uma mulher para ser seu parceiro quando você sabe que você terá
que ir embora mais tarde é outra coisa completamente duferente.

Ricco já sabia disso, mas ele estava perdendo muito de si mesmo. Indo muito
selvagem em uma tentativa desesperada de sentir alguma coisa. Qualquer coisa. Ele já
estava longe demais e não sabia se havia alguém que pudesse trazê-lo de volta. Ele
deliberadamente se separou de sua família, passando menos tempo em público com eles

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e mais tempo correndo, ou festejando na esperança de que outros pensassem que ele
não se importava com eles. Ele deve ter feito um bom trabalho para Stefano perguntar
a ele se ele se importava.

Ricco deixou cair a mão na porta, precisando escapar. Stefano se mexeu em seu
assento como se pudesse segui-lo. Preciso me deitar. disse Ricco, sabendo que seu
irmão ouviria o anel da verdade. Ele precisava de uma cama, e rápido, ou ele estava indo
para desmaiar direito sobre ele.

Stefano recuou. Angelina Laconi vai checar você, e não me dê nenhum


problema sobre isso. Ela é uma enfermeira.

Ela me encara. Agora ela teria desculpas para tocá-lo. A vida sugada. Ele não
iria sair se uma enfermeira passar por lá. Ele podia dizer pela expressão de Stefano.

Viva com isso. Emmanuelle cuidou que sua geladeira está abastecida e
Francesca fez várias refeições para você. Estão no freezer. Um está na geladeira.

426
Por favor, agradeça por mim. Ricco abriu a porta e forçou as pernas a
trabalhar. Não era fácil, mas tinha disciplina em abundância, um traço que cada
cavaleiro precisava. Ele estava muito, muito consciente dos olhos de Stefano sobre ele
enquanto subia até a porta.

***
FRANCESCA. Ricco inclinou a cabeça para escovar um beijo ao longo da
bochecha de sua cunhada. As semanas de cura tinham ajudado. A dor não batia nele
toda vez que ele dava um passo, e ele havia começado a treinar novamente, embora
Stefano o observasse de perto. Seu irmão mais velho ainda não tinha conhecimento do
salão de treinamento que Ricco tinha instalado em sua casa alguns anos antes. A maior
parte dos encontros estava na cobertura de Stefano no Hotel Ferraro.

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Ricco. Ela mostrou seu sorriso divertido, aquele que o zombava um pouco
de sua saudação.

Ele raramente dizia olá ou adeus. Ele dizia seu nome e ela respondia dizendo o
dele. Ele adorava isso com ela. Ele amava tudo sobre ela, principalmente que ela amava
seu irmão mais do que qualquer coisa ou alguém. Ele nunca aprendeu a arte de relaxar.
Podia desempenhar seu papel em público, mas em casa, com seus irmãos e irmãs,
sempre fora ele quem andava ao redor. Para ajudar Taviano, seu irmão mais novo, na
cozinha. Ou encontrar seu caminho para a sala de treinamento e trabalhar enquanto os
outros conversavam. Desde o acidente, ele tentou ser melhor.

Cheira bem.

Espero que tenha bom gosto. Eu tenho trabalhado com algumas novas receitas
para o molho de alcachofra que você disse que gostava e eu acho que eu tenho isso para
você agora. Estou servindo massas caseiras com molho de alcachofra, flan de abobrinha,

427
pintadas e flores recheadas. Oh, e para a sobremesa, tiramisu.

Agradável. Eu nunca tive nada que você já tenha cozinhado que eu não gostei.
Era a verdade. Ele não gostava de lisonja, mas Francesca era realmente a mulher mais
linda que já conhecera e ela cozinhava como um sonho. Ela amou e aceitou todos eles
bem junto com seu marido exigente. Onde está o patrão?

Ela riu. Ele só pensa que é o chefe. Eu ainda tenho o meu trabalho no
supermercado, não é? Você sabe o quanto ele me odeia ver trabalhar.

Aqui está uma pequena notícia para você, querida, disse Ricco. Todos
nós o odiamos ver você trabalhando. Nós temos inimigos.

Eu não.

Eles tinham cuidado de seu inimigo. Permanentemente. Eles podem chegar até
nós através de você, ele apontou. Era um velho argumento, e ele estava certo de que
Stefano tentara muitas vezes.

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Francesca podia ser a mulher mais doce que conhecia, mas não era fácil. O fato de
Francesca ainda ter seu emprego o surpreendeu com seu irmão mais velho. Ele não
conseguia imaginar que sua mulher se colocasse em perigo, e Stefano não tinha
problemas em mandar em todos os seus irmãos ao redor.

Ricco tirou a jaqueta e deixou que ela a pegasse para pendurar junto com a gravata.
Só nós esta noite? Ele já estava desabotoando os três botões superiores de sua
camisa.

Sim. Ela fez uma cara para ele. Negócio familiar.

Ele se viu relaxando. Ele era bom em negócios familiares. Francesca teria dito a ele
se Eloisa estava presente. Como regra, sua mãe não apareceu para eventos familiares no
Stefano's o que significava que ela estava quase nunca presente.

Taviano tinha chegado a ele três semanas antes, com suas descobertas. Um
invólucro tinha rachado no amortecedor. A família tinha colocado a palavra para outras

428
equipes para ficar longe de que a empresa em particular para suas tripas. Stefano ainda
tinha que falar com ele sobre isso, então ele estava bastante certo de que era o que esta
noite era tudo. Ele realmente não se importava com o que era que unia a família, só que
eles estavam juntos.

Stefano me disse que você está procurando um modelo de corda novamente.


Francesca continuou. Como é que esta isso?

Há um monte de mulheres fodidas no mundo, disse ele.

Ela riu. Você está apenas descobrindo isso?

Desde que conheci você, eu tinha grandes esperanças. Isso era parcialmente
verdade, mas principalmente ele estava brincando com ela.

Algo novo para ele com um estranho, embora ele nunca tivesse considerado isso.
Francesca se encaixou bem com seus irmãos e Emmanuelle. Ela era família, e cada um
deles daria suas vidas por ela.

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Ela deu a ele outro sorriso. Ela realmente era uma mulher bonita. Stefano teve sorte
em encontrá-la. Não só ela era doce, inteligente e bonita, mas também poderia ter sido
uma cavaleira se ela tivesse sido encontrada e treinada desde criança. Ela era rara. Muito
raro. Ela aceitou seu modo de vida, envolto em segredo e vivendo fora das leis aceitas
da terra.

Ricco suspirou. Ele secretamente esperava que, ao anunciar um modelo de corda,


a mulher de seus sonhos apareçesse. Ela seria alta e loira, porque ele gostava desse olhar,
com muitas curvas, e ela estaria muito disposta a aceitá-lo como o foco de sua vida.
Mais, ela seria um cavaleiro não treinado, alguém que poderia dar-lhe filhos para que
sua família fosse feliz. Até agora ele tinha começado cada tipo de corpo, cada cor de
cabelo e uma variedade de curvas, um monte de mulheres dispostas a fazer kink e mais
que queriam dinheiro. Muito dinheiro. Ele não tinha se conectado com nenhum deles,
nem mesmo fisicamente e isso era uma primeira vez para ele.

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Ele não tinha conduzido as entrevistas, mas ele estava lá, nas sombras, observando
onde eles não podiam vê-lo. Tentando encontrar uma mulher que o despertasse pelo
menos emocionalmente, se não fisicamente. Mas nada aconteceu. Era deprimente.

Ele sempre gostou de mulheres, especialmente quando ele saia dos túneis depois
de um serviço, mas realmente o tempo todo. Ele nunca se conectou com elas em
qualquer nível, mas físico. Ele nunca quis passar algum tempo com elas fora do sexo.
Ele era aventureiro sexualmente e cercou-se de mulheres que eram da mesma forma,
mas ele jogava e ele saia. Ele sempre deixou isso claro. Ele não era um homem que ficava.
Ultimamente, até mesmo isso estava desaparecendo. Ele brincava com As gêmeas Lacey
ocasionalmente, mas ele não estava mais nisso, e não tinha sido por algum tempo.

Ricco invejava Stefano e sua capacidade de ter um relacionamento. Não estava


seguro de poder fazê-lo. Agora que estivera nas entrevistas com as várias mulheres que
se candidatavam para ser um modelo de corda, ele estava bastante positivo de que ele
nunca seria esse homem. Ele queria isso, mas sentia apenas indiferença ou

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aborrecimento. Nenhuma das mulheres sabia quem era o mestre de cordas, mas
tentaram descobrir, e vários suspeitaram que era um Ferraro - especificamente Ricco,
pois mais de uma vez em revistas seu amor pela arte de corda tinha sido escrito.

Tinha sido cuidadoso para que Emilio conduzisse as entrevistas em um local


neutro a sala de conferências do Hotel Ferraro, onde muitas entrevistas para vários
negócios ocorreram.

Isso vai acontecer para você, Ricco, disse Francesca, andando com ele através
da enorme sala aberta para a cozinha onde a família geralmente se reunia. Eu sei que
você não acha que vai, mas eu sinto. Ela está perto.

Ele olhou para ela bruscamente. Francesca não era dada à fantasia. Ele balançou a
cabeça negando. Ele havia desistido desse sonho há muito tempo. Fiz muitas coisas
na minha vida para ter uma mulher decente comigo.

Eu sou uma mulher decente e eu te amo, disse Francesca.

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Sim, mas você é minha irmã.

Eu também te amo. Emmanuelle se juntou a eles, passando seu braço em


torno de sua cintura também. Mas então, eu sou sua irmã também, e é bem
conhecido por você que eu não tenho nenhum sentido.

Ricco não pôde evitar rir. Emmanuelle sempre podia fazê-lo sorrir, não importa o
quão ruim suas noites tinham sido. Ela era um raio de sol para todos eles.

Emmanuelle voltou seu rosto para o dele, seus olhos se movendo sobre suas
feições, vendo coisas que ele não queria que ela visse. Imediatamente o sorriso
desapareceu. Você não está dormindo.

Ele encolheu os ombros, tentando parecer casual. Nunca fui bom em dormir,
querida. Diga-me o que está acontecendo no nosso bairro. Eu estive fora do loop por
um tempo. Isolando-se tanto quanto Stefano permitiria isso. Ele queria estar com sua
família, mas sempre considerou que poderia ser perigoso para eles.

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Francesca sabe muito mais do que qualquer um de nós. Trabalhando no


Masci , ela ouve tudo, não é? Francesca foi para o fogão onde Taviano estava
girando a pintada na frigideira. Usando azeite, ele tinha sauté de alho e cebolinha e, em
seguida, colocou a pele de galinha-lado para baixo antes de adicionar sálvia. Ele olhou
para cima e piscou para Ricco. Ela só ia deixar isso queimar.

Ela nunca queima nada, Giovanni objetou. Ele estava mesclado o macarrão
massas caseiras com alcachofra e molho. Stefano marcou grande-tempo com este.
Ele só precisa de alguns bambinos correndo por aí, com ela grávida e descalça, e o
homem ficará feliz.

Ele já está feliz, disse Francesca, presunçosamente.

Bem, eu ficaria feliz, clarificou Giovanni.

Francesca lhe deu um beijo e sentou-se no banquinho de bar entre seus cunhados.
Lucia e Amos estão tendo o tempo de suas vidas com sua nova filha, Nicoletta.

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Extremamente feliz. Lúcia e Amos Fausti possuíam o Lúcia's Treasures, uma pequena
boutique que Francesca e Emmanuelle frequentemente freqüentavam.

É Nicoletta já esta indo para uma escola regular? Stefano perguntou, vindo
por trás de sua esposa e circulando-a em torno da cintura com os braços.

Ricco notara que Stefano não conseguia se aproximar de Francesca sem tocá-la.
Ele invejava seu irmão e queria isso para si mesmo. Ele só queria sentir por alguém.
Conecte-se com alguém.

Ela é inteligente, disse Vittorio. Ele esfaqueou o garfo na massa e deu uma
mordida, então levantou o polegar, indicando que era bom. Mas ela não quer ir para
uma escola regular. Amos me pediu para falar com ela. Eu fiz, mas eu não acho que ela
ficou impressionada. Ela não disse muito, apenas olhou para mim. Eu não os invejo. A
garota é linda. Todo moço daqui para o inferno e para trás estará batendo à porta.

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Por que todos vocês a querem em uma escola regular? Taviano perguntou.
Mais problemas, se você me perguntarem. Todos aqueles bastardos excitados
olhando para ela. Queremos realmente esse tipo de problema? Um de nós teria que ir
assustar a porcaria deles, e então ela ficaria embaraçada ou chateada e teríamos a culpa.
Mantenha-a em casa. Trancada. É para o seu próprio bem.

É seu último ano de ensino médio, disse Francesca. Ela merece se divertir.

Ricco não estava certo de que Francesca tinha razão em mandar a garota para o
colégio local. Nicoletta viera de Nova York de uma situação terrível. Ela foi brutalmente
abusada física, sexual e emocionalmente por seus três tios, homens pertencentes
aos notórios Demons, uma das gangues mais sangrentas de Nova York. Stefano e
Taviano a tinham resgatado, mas o estrago tinha sido feito e tinha sido severo. Ricco
sabia que a menina, como ele, não dormia. Ele sabia porque ele muitas vezes puxou
dever de guarda.

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Nicoletta era um dos raros cavaleiros em potencial, sua sombra jogando tubos de
sensores para se conectar com as outras sombras ao seu redor. Todos os cavaleiros se
revezavam observando-a. Ele tomou o turno da noite porque lhe serviu, e ela saiu pela
janela do quarto e sentou-se no telhado ouvindo música. Ele vigiava, mas não interferia.
Ela parecia tão jovem e sozinha, e ele sabia que ele apenas a assustava se ele aparecer de
repente ao lado dela.

Ela gosta de estar com Lúcia e Amos, disse Stefano. Eu falei com ela com
frequência e ela quer ficar com eles.

Quem não gostaria de estar com eles? Taviano perguntou.

Eles vão estragá-la podre. Ela é boa para eles também.

Era uma caixa rachada, Ricco, Stefano disse abruptamente. Não


amortecedor. Não foi você, foi um invólucro rachado. A liga de metal errada foi usada

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e passou para nós como o negócio real. Eu já informei as outras equipes de corrida e
eles estão boicotando a empresa.

Ricco não olhou para seu irmão. Esse era o mais que Stefano ia dar a ele, quando
ambos souberam que tudo o mais que tinha sido dito entre eles ainda estava. Ele apenas
acenou com a cabeça e afundou na cadeira ao lado de Emmanuelle. De qualquer forma,
não era exatamente uma notícia. Taviano tinha chegado a ele imediatamente três
semanas antes e contou a ele. Taviano preferia correr carros Indy, e ele foi o único, junto
com Vittorio e Emmanuelle, que projetou seus motores. Stefano estava fazendo
trabalhos extras, ocupando o lugar de Ricco na rotação, e a família estava muito, muito
ocupada.

Como você está indo em sua busca de uma parceira? Vittorio perguntou,
deslizando em uma cadeira na longa mesa.

Ricco encolheu os ombros. Eu acho que eu tenho que escolher alguém em

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breve. Estou fazendo mais uma rodada de entrevistas e depois vou ter que escolher
alguém.

Ou não, disse Francesca.

Sério, querido, não se ligue com qualquer um. Não vai funcionar. Ele sabia
disso, mas estava determinado a tentar. Ele tinha que fazer se ele ia sobreviver.

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