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5/6/2014 ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

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ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

Fonte: http://www.sina.org.br/

E o que é assédio moral no trabalho?

É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e


prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações
hierárquicas autoritárias e sem simetrias, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas
de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da
vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e
condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que
acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do
grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada
diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao
estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente, reproduzem e
reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o pacto da tolerância e do
silêncio no coletivo, enquanto a vítima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, perdendo sua
autoestima.

O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do 'novo' trabalhador: autônomo, flexível', capaz,


competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do
mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar 'apto' significa responsabilizar os trabalhadores pela
formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a
realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso.

A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto,
comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde
física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a MORTE,
constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho.

Estratégias do agressor

· Escolher a vítima e isolar do grupo. · Impedir de se expressar e não explicar o porquê. · Fragilizar,
ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares. · Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo
os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar. · Desestabilizar emocional e
profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo
trabalho. · Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da
vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a
usar drogas, principalmente o álcool. · Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são
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demitidos/as, frequentemente, por insubordinação. · Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a
produtividade.

As manifestações do assédio segundo o sexo:

Com as mulheres: os controles são diversificados e visam intimidar, submeter, proibir a fala, interditar a
fisiologia, controlando tempo e frequência de permanência nos banheiros. Relaciona atestados médicos e faltas
a suspensão de cestas básicas ou promoções.

Com os homens: atingem a virilidade, preferencialmente.

IM POR TAN TE

Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega.
Você poderá ser "a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça
que o medo reforça o poder do agressor!

LEM B R E-SE

O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo
de práticas constrangedoras, explicitando o estrago de determinar as condições de trabalho num contexto de
desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a
identidade, o respeito no trabalho e a autoestima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos
representantes dos trabalhadores do seu sindicato e das CIPAS e procura dos Centros de Referência em
Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção
de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação, em matéria de Emprego e Profissão, que
existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.

O BASTA À HUMILHAÇÃO depende também da informação, organização e mobilização dos


trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja
"vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito “ao outro como legítimo
outro”, no incentivo a criatividade, na cooperação.

O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho, exige a formação de um coletivo multidisciplinar,
envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de
saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para
conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.

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