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MATEMÁTICA APLICADA À GESTÃO DE

NEGÓCIOS (STC00179)
AULA 1 – 04/04/2024

PROF. VINAY CHABA


2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
 O nome da disciplina é Matemática Aplicada à Gestão de Negócios, mas na prática
se trata de Matemática Financeira;
 Vejamos os objetivos da disciplina, conforme consta na Ementa da disciplina:

 Agora vejamos a descrição da ementa propriamente dita:


PLATAFORMA, MATERIAL DE AULA E COMUNICAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

 As aulas são presenciais;


 Porém, a plataforma do Google Classroom será uma extensão de nossa sala de aula, onde
teremos:
 Link fixo do Google Meet para eventuais aulas práticas de software e que podem ser online;
 Mural de recados/avisos que será a principal forma de comunicação do professor com os alunos
fora da sala de aula (o sistema envia automaticamente um e-mail para todos os alunos quando
algo é postado).
PLATAFORMA, MATERIAL DE AULA E COMUNICAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

 No mural do Google Classroom haverá um link para a pasta do Google Drive, onde
ficará o material de aula e a bibliografia;
 A pasta do Google Drive poderá ter um aspecto um pouco diferente da imagem
abaixo para você. Mas será possível visualizar os arquivos referente a cada aula e
baixá-los para o seu computador. Eventuais vídeos postados podem ser vistos
diretamente do Google Drive, mas eu não recomendo pois a qualidade do vídeo
muitas vezes não fica boa.
PLATAFORMA, MATERIAL DE AULA E COMUNICAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

 A Bibliografia que usaremos no curso já está na pasta Bibliografia do Google Drive:


AVISOS

 Seguem alguns avisos:

 As aulas irão começar sempre às 18:30hs. Qualquer mudança no horário de aula, será
avisado previamente pelo mural do Google Classroom (então fiquem atentos aos seus e-
mails !);

 Eventualmente eu estarei chegando na UFF mais cedo e ficarei na sala dos professores (ou
na própria sala de aula), estando disponível para tirar as dúvidas dos alunos de forma
presencial. Daí, me mandem mensagem por Whatsapp perguntando se já cheguei e se
estou disponível para atendê-los.

 Caso queiram, podem tirar dúvidas por meio de e-mail (vinayc@id.uff.br) ou Whatsapp (o
número do Whatsapp consta no mural do Google Classroom);
FORMA DE AVALIAÇÃO NO CURSO
 Neste semestre serão aplicadas 3(três) provas. As datas das provas constam no calendário exposto em slide
adiante. Seguem maiores detalhes de cada prova abaixo:

 PROVA 1 (P1) → Avaliação referente ao conteúdo da Aula Introdutória (revisão de conceitos do Ensino Médio), do Capítulo
1 (Conceitos Gerais e Juros Simples) e do Capítulo 2 (Juros Compostos) do livro do Assaf Neto. Esta avaliação vale 10% da
Média Parcial. Neste dia, após esta prova, teremos aula normal com correção da prova (haverá chamada);

 PROVA 2 (P2) → Avaliação referente ao conteúdo da P1 adicionado do Capítulo 3 (Descontos) do livro do Assaf Neto. Esta
avaliação vale 45% da Média Parcial. Não haverá aula neste dia, apenas a prova;

 PROVA 3 (P3) → Avaliação referente ao conteúdo do Capítulo 4 (Matemática Financeira e Inflação), 7 (Fluxos de Caixa) e
12 (Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos) do livro do Assaf Neto. Esta avaliação vale 45% da Média
Parcial. Não haverá aula neste dia, apenas a prova;

 Assim, a Média Parcial (MP) será calculada da seguinte forma:

 MÉDIA PARCIAL (MP) → Será a média ponderada das provas P1, P2 e P3 (ou da Prova de 2ª Chamada em substituição a
uma destas provas), com seus respectivos pesos.
 Por exemplo, se o aluno tirar notas 7,0 , 5,0 e 6,0 nas provas P1, P2 e P3, respectivamente, sua nota será:
7,0 ∗ 10% + 5,0 ∗ 45% + 8,0 ∗ 45% 0,7 + 2,25 + 3,6
= = 6,55 = 6,6
10% + 45% + 45% 1
FORMA DE AVALIAÇÃO NO CURSO

 Ainda, o aluno poderá ter que fazer as seguintes provas adicionais:

 PROVA DE 2ª CHAMADA (OU PROVA DE REPOSIÇÃO) → Avaliação, referente a toda a matéria


dada no curso, em substituição a apenas 1(uma) das provas a que o aluno tenha faltado
(dentre as provas P1, P2 e P3). A Prova de 2ª Chamada não poderá ser feita para
substituição da menor nota, mas apenas para substituir a prova na qual o aluno tenha
faltado.
AVISO IMPORTANTE: além de ser cobrada toda a matéria, esta prova será em um nível que
pode ser bem mais elevado que as provas parciais. Então eu recomendo fortemente que
não façam essa prova a não ser que de fato você esteja doente ou haja um motivo de força
maior para ter faltado às provas parciais.

 PROVA DE VERIFICAÇÃO SUPLEMENTAR (PROVA DE VS) → Avaliação, referente a toda a


matéria dada no curso, a ser feita quando o aluno obtém média parcial entre 4,0 (quatro) e
5,9 (cinco vírgula nove); tendo frequência mínima de 75% nas aulas.
CRITÉRIOS PARA APROVAÇÃO NO CURSO
 Caso a Média Parcial (MP) seja maior ou igual a 6,0 (seis), o(a) aluno(a) estará aprovado(a),
desde que tenha a frequência mínima necessária. Caso o aluno(a) obtenha MP entre 4,0
(quatro) e 5,9 (cinco vírgula nove) deverá realizar a Prova de Verificação Suplementar (VS),
desde que tenha a frequência mínima necessária. Caso o aluno obtenha MP menor que 4,0
(quatro), ele(a) estará automaticamente reprovado(a) por média e/ou falta (caso não tenha a
frequência mínima necessária).

 No caso do(a) aluno(a) fazer a Prova de VS, o(a) aluno(a) estará aprovado se obtiver uma nota
maior ou igual a 6,0 (seis) na prova; caso contrário ele(a) estará reprovado(a) na disciplina;

 Quanto à frequência mínima às aulas, seguem as regras:


 O(a) aluno(a) deverá ter no máximo 25% de falta às aulas, o que representa um total de 2,5
aulas (ou 5 chamadas, pois em cada aula serão feitas 2 chamadas valendo meia presença
cada);
 Conforme estabelecido no Regulamento de Graduação da UFF, quando a frequência do
aluno(a) superar 25% de falta às aulas, o(a) aluno(a) estará automaticamente reprovado(a)
por falta e não terá direito à fazer as provas subsequentes;

 Na planilha de notas, que será divulgada ao final do curso, a Nota Final (NF) será a nota da
Média Parcial ou da nota calculada após a VS, conforme metodologia estabelecida pelo
Regulamento de Graduação da UFF;
CALENDÁRIO DE AULAS E PROVAS
REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES DO ENSINO MÉDIO

 Matemática Básica:
 Potenciação (baseexpoente) → 34 = 3 * 3 * 3 * 3 = 81

 Inverso de um Número → inverso de 4 = ¼ = 0,25

1
 Radiciação → 16 = 16 = 4
2

1
4
81 = 81 = 3
4
REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES DO ENSINO MÉDIO

 Logaritmo:
 Definição de Logaritmo → Se tivermos log 𝑏 𝑎 = 𝑥 ⇔ 𝑏 𝑥 = 𝑎
 Para base decimal (10) → Temos que log10 𝑎 = 𝑥 ⇔ 𝑙𝑜𝑔 𝑎 = 𝑥 ⇔ 10𝑥 = 𝑎
 Para base neperiana (℮) → Temos que log 𝑒 𝑎 = 𝑥 ⇔ 𝑙𝑛 𝑎 = 𝑥 ⇔ 𝑒 𝑥 = 𝑎

 Mudança de Base → Caso queiramos mudar a base do logaritmo, de uma base “b” para
uma base “c”, usamos a seguinte fórmula:
log 𝑐 𝑎
log 𝑏 𝑎 =
log 𝑐 𝑏
Exemplo: Se tivermos um logaritmo na base 2 e quisermos mudar para base neperiana (e),
fazemos a seguinte transformação:
log 𝑒 10 𝑙𝑛 10 2,302585
log 2 10 = = = = 3,321928
log 𝑒 2 𝑙𝑛 2 0,693147
REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES DO ENSINO MÉDIO
 É importante entender sobre logaritmo, Progressão Aritmética (PA) e Progressão Geométrica (PG) para
esta disciplina; e que foram ensinadas no ensino médio. Será importante para a compreensão de Séries
e Anuidades, que estudaremos mais adiante no curso;

 Para as pessoas que tenham dificuldade com alguns tópicos do ensino médio como Logaritmo, PA e
PG recomendo fazerem a devida revisão.

 Para quem necessitar apenas fazer uma revisão rápida destes 3 tópicos, recomendo ler os seguintes 2
sites:
1. Sobre logaritmo: https://www.todamateria.com.br/logaritmo
2. Sobre PA e PG: https://www.todamateria.com.br/pa-e-pg

 Caso os que tenham uma dificuldade maior, assistam aos seguintes vídeos (ou outros de sua
preferência no Youtube) e depois revisem pelos sites citados acima:
1. Sobre logaritmo:
https://www.youtube.com/watch?v=yEgMcl-lP1c&list=PLHv0Q2WZapChgMgx_D-KNVHbqpjb8APVa
2. Sobre PA e PG:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLEfwqyY2ox85NtaWwua8KHQYEx5I7qe3E
EXERCÍCIO EM SALA
 Resolva o que se pede abaixo:
Calcule, de forma manual (sem uso de Calculadora, Excel, etc.), o que se pede abaixo.
É dado que ln 2 ≅ 0,69 e que ln 10 ≅ 2,30.

log10 24 = ?

 Responda se as séries abaixo são uma PA, uma PG ou nenhuma das duas?
a) (2,10,18,26,34,42) ?

b) (2, 4, 8, 16, 32, 64) ?

1 1 1 1 1
c) 1, 2 , 4 , 6 , 8 , 10 ?

1 1 1 1 1
d) 1, , , , , ?
2 4 8 16 32
INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA
 Considere que duas empresas de calçados, uma empresa X e uma empresa Y,
tenham a receber R$200,00 cada. A empresa X deve receber seus R$200,00 em 30
dias e a empresa Y em 360 dias.

 Será que os R$200,00 da empresa X valem o mesmo que os R$200,00 da empresa


Y?

 Claro que não! Os R$200,00 da empresa X valem mais do que os R$200,00 da


empresa Y, pois o valor do dinheiro varia no tempo. Isso é chamado “valor
temporal” do dinheiro.

 A matemática financeira é a ciência que estuda o valor do dinheiro no tempo.

 São em situações como essas que percebemos como a matemática financeira é


uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de investimento ou
financiamento de bens. Ela consiste em empregar procedimentos matemáticos
para simplificar a operação financeira.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Vamos começar com os conceitos fundamentais necessários para uma melhor


compreensão:
 Capital → É a quantia em dinheiro na “data zero”, ou seja, no início da
aplicação. Pode ser o dinheiro investido em uma atividade econômica, o valor
financiado de um bem ou de um empréstimo tomado. É também chamado
de valor presente, valor inicial, valor principal, dentre outros.
Notação: C

OBS: Para evitar problemas com mudanças de unidades monetárias, utilizaremos


sempre uma unidade fictícia, chamada de unidade monetária (abreviada por u.m.)
ou representada por “$” antes do valor.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Juros → É a remuneração obtida pelo uso do capital por um intervalo de


tempo, isto é, é o custo do crédito obtido. Pode ser entendido também como
sendo o aluguel pelo uso do dinheiro.
Notação: J

 Prazo → É o período ao fim do qual os juros são calculados. É também


chamado de período de capitalização. Os mais usados são: dia, mês,
bimestre, trimestre, semestre e ano.
Notação: n
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Taxa de Juros → É o coeficiente resultante da razão entre o juro e o capital. A cada taxa
deverá vir anexado o período a que ela se refere. Assim, elas devem estar de acordo
com o prazo. Podem ser apresentadas de duas formas:
 Forma Unitária: a taxa refere-se à unidade do capital. Assim calculamos o
rendimento da aplicação de uma unidade do capital no intervalo de tempo
referido pela taxa. Para efeito de cálculo, sempre é utilizada a taxa na forma
unitária.
Exemplo: 0,05 ao mês significa que cada $1,00 de capital aplicado rende $0,05 de
juro, a cada mês de aplicação.

 Forma Percentual: aplicada a centos do capital, ou seja, representa os rendimentos


de 100 unidades de capital (u.m.), durante o período de tempo referido pela taxa.
Exemplo: 10% ao ano significa que cada $100,00 de capital aplicado rende $10,00
de juros, a cada ano de aplicação.
Notação: i %
𝐽
Matematicamente, temos que: 𝑖 =
𝐶
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Taxa de Juros (continuação)

 Para simplificar, podemos utilizar as seguintes abreviações/notações quanto ao


prazo a que se refere a Taxa de Juros:
 Ao dia: a.d.
 Ao mês: a.m.
 Ao bimestre: a.b.
 Ao trimestre: a.t.
 Ao semestre: a.s.
 Ao ano: a.a.

Exemplos: 2% a.b. ; 6% a.s. ; 15% a.a.


CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Montante → É a quantia em dinheiro no fim da aplicação, sendo a soma do


capital aplicado e o juro produzido em um determinado período. É também
chamado de valor futuro, valor final, saldo, dentre outros.
Notação: M
Matematicamente, temos que: M=C+J
CALENDÁRIOS

 Para o cálculo do Prazo (n), discutidos anteriormente, é importante saber que


existem diferentes formas de se contabilizar o tempo.

 Na Matemática Financeira temos 3 (três) principais tipos de Calendário:


 Calendário Civil: O ano tem 365 dias (366 dias em ano bissexto) e cada mês tem-se o
número exato de dias;
CALENDÁRIO CIVIL
MÊS DIAS DIAS BI.
Janeiro 31
Fevereiro 28 29
Março 31
Abril 30
Maio 31
Junho 30
Julho 31
Agosto 31
Setembro 30
Outubro 31
Novembro 30
Dezembro 31
Total: 365 366
CALENDÁRIOS

 Calendário Comercial: O ano tem 360 dias e cada mês tem 30 dias (incluindo Fevereiro);

CALENDÁRIO COMERCIAL
MÊS DIAS
Janeiro 30
Fevereiro 30
Março 30
Abril 30
Maio 30
Junho 30
Julho 30
Agosto 30
Setembro 30
Outubro 30
Novembro 30
Dezembro 30
Total: 360
CALENDÁRIOS

 Calendário de Dias Úteis (Mercado Financeiro): Retira-se do Calendário Civil o período


referente aos sábados, domingo e feriados (em geral, apenas os feriados nacionais):

CALENDÁRIO 2020 - DIAS ÚTEIS


MÊS DIAS DIAS FDS FERIADOS* DIAS ÚTEIS
Janeiro 31 8 1 22
Fevereiro 29 9 1 19
Março 31 9 0 22
Abril 30 8 2 20
Maio 31 10 1 20
Junho 30 8 1 21
Julho 31 8 0 23
Agosto 31 10 0 21
Setembro 30 8 1 21
Outubro 31 9 1 21
Novembro 30 9 1 20
Dezembro 31 8 1 22
Total: 366 104 10 252
*Feriados Nacionais
EXEMPLOS

 Abrir a planilha Excel referente a Aula 1


O QUE VIMOS ATÉ AGORA?

 Apresentação da disciplina, Plataforma de Aula, Material de Aula,


Comunicação Professor-Aluno e Forma de Avaliação do Curso;

 Revisão de Conceitos do Ensino Médio;


 Matemática Básica;
 Logaritmo;

 Introdução e Conceitos Fundamentais da Matemática Financeira;

 Calendário Civil, Comercial e de Dias Úteis;


1.1 JURO

 A Matemática Financeira trata, em essência, do estudo do valor do dinheiro


ao longo do tempo;

 O seu objetivo básico é o de efetuar análises e comparações dos vários fluxos


de entrada e saída de dinheiro de caixa verificados em diferentes momentos;

 Receber uma quantia hoje ou no futuro não são evidentemente a mesma


coisa;

 Postergar uma entrada de caixa (recebimento) por certo tempo envolve


sacrifício, o qual normalmente é pago mediante recompensa, definida pelos
juros. Assim, os juros induzem ao adiamento do consumo, permitindo a
formação de poupanças e de novos investimentos na economia;
1.1 JURO

 As taxas de juros devem ser eficientes de maneira a remunerar:


 O risco envolvido na operação, representado genericamente pela incerteza com
relação ao futuro;
 A perda do poder de compra do capital motivada pela inflação;
 Os juros devem gerar um lucro (ou ganho) ao proprietário do capital como forma
de compensar a sua privação por determinado tempo. Este ganho é estabelecido
em função das diversas outras oportunidades de investimento e definido por Custo
de Oportunidade;

 As definições acima (e para todos os efeitos no nosso curso) são válidas se


considerarmos que só exista taxas de juros igual ou superior a zero. Porém,
existe casos de taxas de juros negativas, quando, por exemplo, um governo
quer estimular o consumo ao invés da poupança (vide o caso do Japão).
1.2 TAXAS DE JUROS

 A taxa de juro é o coeficiente que determina o valor do juro, isto é, a


remuneração do fator capital utilizado durante certo período de tempo;
 Na aula anterior já falamos que a taxa de juros pode ser expressa de 2 formas:
taxa percentual e taxa unitária;
 A taxa unitária centra-se na unidade de capital. Reflete o rendimento de cada
unidade de capital em certo período de tempo. Exemplo:
A transformação da taxa percentual em unitária se processa simplesmente pela divisão
da notação em percentual por 100. Para a transformação inversa se multiplica a taxa
unitária por 100 e adiciona-se o símbolo de percentual (%), como segue:

 No livro do Assaf Neto, as fórmulas para fins de cálculos utilizam a taxa unitária. Já
os enunciados e respostas dos exercícios são expressos pela taxa percentual;
1.3 DIAGRAMAS DE FLUXO DE CAIXA
 Os movimentos monetários são identificados temporalmente através de um conjunto de
entradas e saídas de dinheiro (ou caixa) definido como fluxo de caixa;
 O fluxo de caixa é de grande utilidade para as operações da matemática financeira,
permitindo que se visualize no tempo o que ocorre com o capital. Esquematicamente,
pode ser representado da seguinte forma:

 A linha horizontal registra a escala de tempo, ou seja, o horizonte financeiro da operação.


O ponto zero indica o momento inicial; e os demais pontos representam os períodos de
tempo (datas);
 As setas para cima do tempo refletem as entradas (ou recebimentos) de dinheiro (caixa); e
as setas para baixo da linha indicam saídas (ou aplicações) de dinheiro (caixa);
 Pergunta: O diagrama de fluxo de caixa é o mesmo tanto no caso da perspectiva do
tomador quanto na perspectiva de quem faz um empréstimo? Ou muda?
1.4 REGRAS BÁSICAS

 Nas fórmulas de matemática financeira, tanto o prazo de operação como a


taxa de juros devem necessariamente estar expressos na mesma unidade de
tempo;

 Se uma aplicação foi efetuada pelo prazo de um mês e os juros estiverem


definidos em termos anuais (ou vice-versa), deve ser feito uma transformação
na taxa de juros de tal forma que ela fique expressa de forma mensal, de tal
forma a coincidir com o tempo de aplicação;

 Os critérios de transformação do prazo e da taxa para a mesma unidade de


tempo podem ser efetuadas através das regras de juros simples (média
aritmética) e de juros compostos (média geométrica), dependendo do
regime de capitalização definido para a operação;
1.5 CRITÉRIOS DE CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS

 Os regimes de capitalização podem ser: simples (ou linear) e composto (ou


exponencial);
 O regime de capitalização simples comporta-se como se fosse uma
progressão aritmética (PA), crescendo os juros de forma linear ao longo do
tempo. Neste critério, os juros somente incidem sobre o capital inicial da
operação (aplicação ou empréstimo), não se registrando juros sobre o saldo
dos juros acumulados;
 Exemplo: Admita um empréstimo de $ 1.000,00 pelo prazo de 5 anos, pagando-se
juros simples à razão de 10% ao ano. O quadro abaixo ilustra a evolução desta
operação no período, indicando os vários resultados:
1.5 CRITÉRIOS DE CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS

 Algumas observações:
 Como os juros variam linearmente no tempo, a apuração do custo total da dívida no prazo
contratado é processada simplesmente pela multiplicação do número de anos pela taxa
anual, isto é, 5 anos X 10% ao ano = 50% de taxa de juros para empréstimo de 5 anos;
 Assim, o crescimento dos juros é linear;
 Os juros incidem apenas sobre o capital inicial de $ 1.000,00;

 Se desejar converter esta taxa anual para mensal (ao mês), por exemplo,
basta dividir a taxa anual por 12, isto é:

10% 𝑎𝑜 𝑎𝑛𝑜
= 0,8333% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠
12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
1.5 CRITÉRIOS DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS (CONTINUAÇÃO)
33
 O comportamento da Capitalização Composta (Exponencial) e da
Capitalização Simples (Linear) é tal que pode ser representada pelo gráfico
abaixo, onde a Capitalização Composta cresce muito mais rapidamente:
1.5 CRITÉRIOS DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS (CONTINUAÇÃO)
34
 Porém, é importante frisar que quando trabalhamos com períodos menores
que 1 unidade de tempo, o comportamento da capitalização de ambos é
diferente, conforme o gráfico abaixo:

 Isso se deve ao fato de que quando o expoente dos juros compostos


(período n) for menor que 1, temos uma radiciação ao invés de uma
potenciação. Vejamos os exemplos a seguir.
1.5 CRITÉRIOS DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS (CONTINUAÇÃO)
35
Para o exemplo abaixo, considere a taxa de juros de 10% a.m. e o período sendo de 2 meses.
 Para períodos maiores que 1 (n ≥ 1), temos que:
 O Fator de Capitalização Simples do período é dado por:
1+𝑖∗𝑛 = 1 + 0,1 ∗ 2 = 1,2
Então a taxa de juros do período é dada por:
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 = [ 1 + 𝑖 ∗ 𝑛 − 1 ] ∗ 100%
= 𝑖 ∗ 𝑛 ∗ 100% = 0,2 ∗ 100% = 20%

 O Fator de Capitalização Composta do período é dado por:


1+𝑖 𝑛 = 1 + 0,1 2 = 1,1 2 = 1,21
Então a taxa de juros do período é dada por:
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (2 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠) = [ 1 + 𝑖 𝑛 −1 ] ∗ 100%
= 1,21 − 1 ∗ 100% = 0,21 ∗ 100% = 21%


1.5 CRITÉRIOS DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS (CONTINUAÇÃO)
36
Para o exemplo abaixo, considere a taxa de juros de 10% a.m. e o período sendo de 0,5 mês (½ mês).
 Para períodos menores que 1 (n < 1), temos que:
 O Fator de Capitalização Simples do período é dado por:
1+𝑖∗𝑛 = 1 + 0,1 ∗ 0,5 = 1 + 0,05 = 1,05
Então a taxa de juros do período é dada por:
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (0,5 𝑚ê𝑠) = 𝑖 ∗ 𝑛 ∗ 100% = 0,05 ∗ 100% = 5%

 O Fator de Capitalização Composto do período é dado por:


1 1
1+𝑖 𝑛 = 1 + 0,1 2 = 1,1 2 = 1,1 = 1,0488
Então a taxa de juros do período é dada por:
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (0,5 𝑚ê𝑠) = [ 1 + 𝑖 𝑛 −1 ] ∗ 100%
= 1,0488 − 1 ∗ 100% = 0,0488 ∗ 100% = 4,88%


1.6 APLICAÇÕES PRÁTICAS DOS JUROS SIMPLES E JUROS COMPOSTOS
37
 Os juros simples têm aplicações práticas bastante limitadas no Brasil. O uso de
juros simples se restringe às operações praticadas no âmbito de curto prazo;

 Mas não se enganem quanto a importância dos juros simples, pois em outros
países, como os Estados Unidos da América (EUA), a aplicabilidade dos juros
simples pode ser bem relevante. Como exemplo, nos EUA os juros simples são
usados no cálculo de juros dos empréstimos estudantis e imobiliários;
1.7 CAPITALIZAÇÃO CONTÍNUA E DESCONTÍNUA
38
 Podem ser identificadas duas abordagens de capitalização: contínua e
descontínua;

 A Capitalização Contínua se processa em um intervalo de tempo infinitesimal


(ou seja, contínuo). Isto é, é um fluxo monetário distribuído ao longo do
tempo e não somente num único instante (ou em poucos instantes). Assim,
este regime de capitalização não costuma ser usado por conta da
dificuldade na aplicação prática;

 Na Capitalização Descontínua os juros são formados somente ao final de


cada período de capitalização, seja ele diário, semanal, mensal, etc. No
regime de Capitalização Descontínua podemos ter os juros simples ou
compostos conforme já vimos anteriormente.
1.8 FÓRMULAS DE JUROS SIMPLES
39
1.8 FÓRMULAS DE JUROS SIMPLES
40
 Vejamos um exemplo do livro:

 Vejam os demais exemplos das páginas 6 e 7 do livro.


1.9 MONTANTE E CAPITAL
41  Um determinado capital, quando aplicado a uma taxa periódica de juros por
determinado tempo, produz um valor acumulado denominado de Montante e
identificado em juros simples por M. Assim, temos que o Montante é constituído do
Capital mais o valor acumulado dos Juros, isto é:
M=C+J (1)

No entanto sabe-se que: J = C * i * n


Colocando a expressão acima em (1), temos que: M = C (1 + i * n)

E transformando a fórmula acima, em termos de C, temos que:


𝑀
𝐶=
(1 + 𝑖 ∗ 𝑛)

 A expressão (1 + 𝑖 ∗ 𝑛) é definida como fator de capitalização (ou de valor futuro –


FCS) dos juros simples;
 Vejam os exemplos do livro na página 8;
1.10 TAXA PROPORCIONAL E TAXA EQUIVALENTE
42
 Conforme falamos anteriormente, a operação envolve dois prazos:
(1) O prazo a que se refere a taxa de juros;
(2) O prazo de capitalização (ocorrência dos juros);

 Assim, estes prazos tem que ser coincidentes para que a operação de
cálculo de Montante ou de Juros possa ser realizada;

 A taxa proporcional, como vimos anteriormente, é a taxa dada (no exemplo


abaixo suponha que seja anual) dividida pelo tempo de capitalização (no
exemplo abaixo suponha que seja mensal), conforme segue:
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐷𝑎𝑑𝑎 18% 𝑎. 𝑎.
= = 1,5% 𝑎. 𝑚.
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
1.10 TAXA PROPORCIONAL E TAXA EQUIVALENTE
43
 No caso de Taxas Equivalentes, no caso de juros simples, é quando temos 2
montantes iguais capitalizados a períodos distintos e que produzem o mesmo
valor. Vejamos o seguinte caso:
15% 𝑎. 𝑠.
= 2,5% 𝑎. 𝑚.
6 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠

 Vejam o exemplo do livro (vejam mais exemplos na pág. 9 do livro):


1.11 JURO EXATO E JURO COMERCIAL
44
 Na nossa 1ª aula estudamos os conceitos de calendário civil e calendário
comercial. Assim, seguem duas formas de calcular juros, conforme o
calendário;
 Pelo tempo exato, utilizamos o calendário civil. O juro apurado desta forma
denomina-se juro exato;
 Pelo calendário comercial, temos que o mês tem 30 dias e o ano 360 dias. Por este
critério, o juro apurado denomina-se juro comercial ou ordinário;

 Segue exemplo do livro:


1.12 EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA
45
 Conceitualmente, dois ou mais capitais representativos em uma certa data
dizem-se equivalentes quando, a uma certa taxa de juros, produzem
resultados iguais numa data comum:

 Também, podemos dizer que os capitais dizem-se equivalentes se, quando


expressos em valores de uma data comum (data de comparação ou data
focal)e a mesma taxa de juros, apresentam resultados iguais. Exemplo:
TAREFAS/EXERCÍCIOS A SEREM FEITOS
46
 Vocês devem ler todos os exemplos dados na parte teórica do livro, quanto
ao Capítulo 1 (págs. 1-11) do livro do Assaf Neto;

 Vocês devem ler todos os exercícios resolvidos quanto ao Capítulo 1 (págs.


12-14);

 Vocês devem fazer todos os exercícios propostos do Capítulo 1 (págs. 14-17);


BIBLIOGRAFIA

 ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas aplicações. 12. ed. São Paulo:
Atlas, 2012.

 VIANNA, Renata de Moura Issa. Matemática Financeira. Faculdade de Ciências


Contábeis, Superintendência de Educação à Distância. Bahia: UFBA, 2018. Disponível
em: https://educapes.capes.gov.br/handle/capes/430116
FIM DA AULA

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