Linguagem da Natureza – tema ministrado pelo irmão Edward Windfield
(Parte 1). Curso de Agrocultura Granja Versalles, Venezuela. 2009
A grande maioria de nós gnós cos, consideramos que a humanidade está divorciada da natureza. Nós podemos até afirmar: “Sim, a natureza nós conhecemos, etc.”, mas na prá ca nós estamos divorciados da natureza. Podemos dizer que os externos estão, mas se analisarmos a fundos nós é que estamos. A vantagem é que sabemos que temos que redimir a Alma, encarná-la. Isso indica que pode ser que a pessoa esteja interpretando a doutrina gnós ca de um ponto de vista quase que somente teórico. Porque, vivenciar o que é a compenetração vivida com a natureza, plantas e animais, isso já é prá ca! Não basta saber informações técnicas, que por exemplo se aprende na escola, que isso é um quadrúpede, um mamífero, isto uma planta, etc. É necessário sen r, por exemplo, uma galinha. Um animal domés co simples que ninguém se importa em sen -lo. Sen r como a uma amiga. Um cão que anda por aí, velho, sujo, asqueroso, doente, abandonado, um ser desse. Quem sabe esteja involuindo, que foi uma pessoa um dia, um irmão, amigo, um igual. Sen r que esse animal é um ser igual a nós, porque tem vida! Assim, se sente amigo dele. Vê uma vaca e a sente como uma amiga. Dá vontade de lhe perguntar como estão as coisas, como foi a jornada do dia, etc. Quando os animais respondem, pode se aprender a interpretá-los. Eles não falarão em português ou inglês. Eles tem seu idioma, sua linguagem. A intuição da pessoa permite que se interprete o que estão falando. Se falamos de uma planta, por exemplo: uma bananeira. Ela está falando. Nós a vemos lá, parada, quieta. A simples vista é o que se nota. Vamos lá, colocamos adubo, para que cresça bem, produza frutos e o arrancamos, levamos os frutos para comer... Isso é o que entendemos da vida dela. Como vamos interpretar o que ela diz, já que está ali parada e é apenas um vegetal? Ela move suas folhas, ela cresce, ou seja, se expressa porque tem uma vibração, uma energia. Por acaso nós também não temos uma energia? No convívio percebemos se as pessoas estão bem ou mal pela energia que emitem. Não vemos essa energia, mas percebemos. Já estamos acostumados, normalmente, a interpretar essas energias das pessoas pelo modo delas se comportarem. A energia de um ser humano para o outro. Com as plantas é igual. Apenas é necessário sensibilidade, reconhecer que a planta tem Alma, que é a expressão de um ser vivo, de um Elemental que tem muitos conhecimentos, até mais que nós. Está mais desperto que a gente. Ou seja, ele merece todo o respeito do mundo, é um ser que está evoluindo e tem um des no, uma missão a cumprir. Diferente de nós, ele sabe o que tem que cumprir! Luta muito para cumprir! Quando no co diano, estamos compenetrados com os seres que nos rodeiam, e realmente os saudamos, não com a mente, mas sim “sen mos”, eles se fazem presentes. Por exemplo, com os cul vos que semeamos. Um pé de alface, repolho, cenoura, rabanete, são nossos filhos porque nós os plantamos. Se os abandonamos, não damos água, os deixamos, isso recai sobre nós. Somos seus progenitores, já que facilitamos a existência deles e não cuidamos em perpetuar a vida. Assim, a nossa relação com a natureza é algo muito profundo, total, já que engloba todos os aspectos de nossa vida psíquica, psicológica, emocional e espiritual. Ninguém jamais poderia encarnar Alma ou chegar ao nível de um Mestre, liberar-se da roda dos retornos e reencarnação, sem que vesse encontrado dentro de si essa sensibilidade natural, espontânea, desse amor profundo por todos os seres vivos. Quando falamos do estudo da Agrocultura, nos referimos a uma vivência que anelamos ter. Queremos como que atravessar uma barreira que é mental com a cultura que temos. Entrar no mundo das plantas, dos animais, dos elementos da natureza para nos aproximar novamente desse mundo, desse paraíso elemental de onde viemos. Para nós, nessa época, a Agrocultura se converte em uma necessidade urgente de regressar ao ponto de par da. Nós viemos do seio da Natureza. Nosso corpo foi feito por ela, não por nossos pais. Eles proporcionaram a criação, mas o corpo foi feito pela natureza e pertence a ela, já que um dia vamos morrer e tudo volta ao início. A Terra vai reclamar o direito pelo corpo. Se ela fez este milagre que é o corpo sico, então para conhecê-lo, como ensina o Mestre Samael Aun Weor, no estudo da Psicologia Revolucionária, somos convidados a revolucionar a consciência. Não poderemos despertar a consciência se não começarmos a vibrar fisicamente e externamente com as energias de nossos semelhantes. A realidade da vida na Terra não tem relação com esses seres se não os vemos, se não os sen mos, se somos atrofiados. Estamos mal. Seremos seres totalmente superficiais. Devemos reconhecer este problema profundamente, in mamente. Se seguimos gravitando nas coisas mundanas da personalidade, compromissos, preocupações, no que eu quero, meus projetos, meus sonhos, não iremos anelar nada além disso. Temos que nos dar conta que por mais gnós cos que nos consideremos, por sermos missionários, etc., ainda nos faltam milhões de léguas para sermos novamente conscientes das harmonias que nos rodeiam. De onde vem as harmonias? Da natureza, de Deus e de tudo. No campo está a Paz. Se estamos no campo sen mos Paz, mas ao sair dali ela não nos acompanha, ela con nua em seu lugar. Isso é produzido pela Mãe Natureza em seu seio, toda essa integração. A Mãe Natureza é Deus. Ela, através de todas as criaturas que existem, de todos os Elementais integrados e unidos, gera a harmonia da natureza. A linguagem dos Elementais vamos desenvolver com pureza, com um sen r intui vo. Isso se desenvolve com muito trabalho, não é da noite para o dia. Necessitamos como base, entender e compreender que a harmonia só vamos conseguir na natureza. Claro que podemos em uma meditação sen r nosso Ser e sua harmonia. Porém, isso não está isolado do que está fora - o mundo e sua densidade. Seria necessário uma capacidade muito desenvolvida para se levar a harmonia da natureza para o meio da cidade. Ou não? Como saímos do nosso lugar de trabalho, do banco, do mercado? Cheios de harmonia? Barulhos, fumaça, compromissos, etc. Harmonizar-se nesse mundo não é fácil. Porém a vida do gnós co deve estar cheia de harmonia. Nós buscamos a harmonia. Deus é harmonia, alegria paz, etc. Como conseguir tudo isso se o que fazemos na vida não harmoniza. Aí está o Dilema. O Mestre Lakhsmi ensina que para se auto realizar, a pessoa deve estar em comunicação com a natureza. O Mestre Lakhsmi nunca se separou do campo. Podem dizer que é porque ele era camponês, então seria uma casualidade. Nunca perdeu o vínculo com a natureza. Ele deixou o exemplo nos sí os que preparou, como a Granja El Sinaí, uma beleza de lugar, repleto de vida e natureza. Nesses lugares ele se nutriu para fazer a própria obra. Como podemos ser um gnós co integral ou um missionário completo? Somos apenas parte humanos. Nos humanizamos em pequenas áreas da vida, porém em outras não. Por que? Um humano, um Homem Autên co, onde irá viver? Qual é o lugar que lhe corresponde viver no mundo civilizado? Essa é a questão. Todos temos conceitos sobre o que é bom, ou ruim, o que é gnós co, ou não é. A pergunta é: qual o lugar que um Homem Autên co, civilizado, gnos camente falando, deveria viver? Entendemos que os sistemas são diabólicos e pertencem às esferas dos infernos. No campo estamos fora do sistema. Podemos trazê-lo em nossas mentes, mas ele não pertence ao campo, à natureza. Existem comunidades de externos que vivem no campo. São organizados, cul vam de maneira respeitosa, não usam venenos, produzem alimentos saudáveis, tem uma vida ó ma, sentem a harmonia dos Elementais. Lamentavelmente vão involuir igual a uma pessoa da cidade, já que não conhecem a Revolução da Consciência. Se nos dedicamos no campo apenas ao ganho material, nunca compreenderemos a fundo essa sabedoria. Na verdade nosso corpo necessita disso. Nossos sen dos é que estão interessados em tudo isso. Isso é parte da Magia dos Campos. Assim, o único lugar que corresponde ao Homem viver é no seio da natureza. Nesse lugar faz sen do viver. Corresponde a todos nós conquistarmos esse mundo. Temos que nos tornar Reis desse Reino. Nós saímos da natureza, desde nossa origem junto com a vida do planeta. Nós como essências saímos desse lugar. Nosso Intercessor Elemental conhece toda sabedoria dos reinos. Somos aqueles que em diversas oportunidades não conseguimos nos liberar, não aprendemos com nossos erros, e hoje vivemos as consequências desse afastamento, desse divórcio com a natureza. Somos extremamente carentes de cultura para viver nesse mundo da natureza. Por isso nossa ignorância nos faz cometer erros contra a natureza, ainda que sejamos gnós cos. Aprendemos na doutrina a resgatar valores, desenvolver a cas dade, e tantas coisas. De que vale tudo isso se não temos cultura para viver no mundo da natureza? Se não sabemos nos relacionar com as plantas, animais, com a terra, seus elementos e Elementais? Nosso mundo real é a natureza! Corresponde a cada um de nós se tornar Reis desse mundo! Despertos, conscientes de nosso dever com a Natureza, em todos os sen dos. Estar desperto sobre a grande realidade do funcionalismo de todos os níveis de vida da Criação. Não porque estudou, não por teoria, e sim por um conhecimento vivo, encarnado, real! Compreendendo isso, este Homem Autên co jamais sairia desse lugar. Já que seria buscar a morte ou o inferno. As energias do amor da natureza, dos Elementais, da vida, não existem na cidade! O Mestre Lakhsmi explica claramente que na cidade o único que existe é energia venenoskiriana, ou seja, diabólico em cem por cento! São lugares criados pelo homem, esse ser ambicioso, cobiçoso, iracundo, luxurioso, para se isolar da natureza. Uma vida ar ficial. Roupas, sapatos que nos isolam das energias do solo, fumaça, barulhos, contaminação, doenças, pros tuição, roubos, ou seja, algo horrível! Vibrações que destroem os sen dos, que destroem todas as harmonias. Contribuem para a completa degeneração. Onde está a cultura mais adequada para se entrar na Era de Aquário? Na Era de Aquário não existem cidades. Não existe computadores, internet, universidades, bancos e tudo isso que é comum na cidade. Assim, fica claro que a Era de Aquário não tem nada a ver com muitas das coisas que hoje fazemos. Nada! Aliás! Nossa vida atual não serve para o futuro. Temos que desaprender o que o sistema nos ensinou. Abrir os olhos para essa realidade. Nesse curso de Agrocultura aprendemos Gnosis avançada, ou, algo indispensável para o gnós co.