Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O NÚMERO DE OURO:
Representação da beleza matemática
Belo Horizonte
2009
Cristiano Gonçalves Augusto
O NÚMERO DE OURO:
Representação da beleza matemática
Belo Horizonte
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Instituto de Ciências Exatas
Departamento de Matemática
Programa de Pós-Graduação em Matemática para Professores
Agradeço a Deus, pela vida, pela saúde e, em especial, pela inspiração no decorrer deste
trabalho.
Agradeço, carinhosamente, aos meus pais, Conceição Gonçalves Augusta e Ramiro Sérvulo
Augusto, pelo amor incondicional, pela dedicação, pelos ensinamentos e pelo apoio em todos
os momentos de minha vida.
Agradeço ao meu orientador, Paulo Antônio Fonseca Machado, por ter me apoiado e
acreditado que este trabalho era pertinente e possível de se realizar. Obrigado pela paciência,
pelos “puxões de orelha” nas horas de maior desespero, pelas anotações de grande valia.
Tenho certeza de que não poderia ter percorrido este caminho em melhor companhia.
Agradeço, igualmente, a todos os meus amigos, por entenderem meu súbito desaparecimento
e, em algumas vezes, meu stresse.
A matemática, quando a compreendemos
bem, possui não somente a verdade,
mas também suprema beleza – uma beleza
fria e austera, como a da escultura.
Bertrand Russel
Resumo
A
razão áurea é uma intrigante mistura da relação comparativa de tamanho ou
quantidade e da igualdade descrita matematicamente. Percebemos, no entanto, que
embora presente em vários lugares, a razão áurea é um assunto pouco difundido.
Mostrar sua importância matemática, defini-la e contribuir para sua divulgação é o objetivo
proposto neste trabalho.
Abstract
The Golden Ratio is na instigating mixture of the comparative relation about size or
qunatity and of equality mathematically described. Despite of ist has ben present in many
places even so it is not a very well spread out subject. The main aim of this work is showing
its mathematical importance; defining it, and contributing for its spreading.
Figura 2 – Pentagrama.....................................................................................................13
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................10
3- Construções ..........................................................................................................................27
11 - Referências ........................................................................................................................68
10
Introdução
Capítulo 1
1- Conceitos Básicos
FIGURA 1
Para Huntley [2] (1985, p. 41-42) é quase certo que boa parte do trabalho que levou à
definição e à compreensão da razão áurea foi realizada durante os anos que antecederam a
abertura da Academia de Platão1 e durante o período de funcionamento dessa Academia.
1
Também chamada Academia Antiga. Fundada por Platão, aproximadamente em 387 a.c, é considerada a
primeira escola de filosofia.
12
Definição 1.3. Um polígono convexo é regular se, e somente se, tiver todos os seus lados
congruentes e todos os seus ângulos internos congruentes.
2
Matemático grego (417 – 369 a.c). Uma das suas principais contribuições foi provar que há, precisamente,
cinco poliedros convexos.
13
FIGURA 2
Corolário 1.6. Os triângulos DCB, CBA, BAE, AED, e EDC são congruentes entre si.
Demonstração. Pelo caso LAL os triângulos DCB, CBA, BAE, AED e e EDC são
congruentes.
α +2 β = 180° (1)
γ +2 θ = 180° (2)
β + θ = α e 2 β +γ = α .
Logo, iniciando pelo vértice C, a soma dos ângulos internos do Pentágono regular é
representada por:
S = α +( β + θ )+( θ + β )+ α +(2 β + α ),
reagrupando temos,
S = 540°
15
Como o pentágono regular é composto por cinco ângulos internos congruentes, cuja
soma é 540°, temos que cada ângulo interno tem o valor de 108°.
O triângulo AED é isósceles e, além disso, possui o ângulo AED igual a 108°. Logo,
subtraindo por 180° e posteriormente dividindo por dois, encontramos o ângulo ∠ADE = 36° .
De forma análoga encontramos os ângulos dos triângulos DCB, CBA, BAE.
Quando um pentágono regular é circunscrito por uma circunferência, ele determina
cinco arcos. Além disso, em uma circunferência, cordas congruentes subentendem arcos
congruentes, como as cordas DC, CB, BA, AE e ED (FIG. 2). Então os arcos DOC, BOA,
AOE, EOD, e BOC da mesma figura, são congruentes e correspondem a um valor de 72°
cada, sendo conhecidos como ângulos centrais.
Note que, quando traçamos as diagonais do pentágono regular (FIG. 2), formamos
uma estrela, conhecida também como “pentagrama” ou pentágono estrelado. A partir dos
conceitos e propriedade analisados, podemos encontrar todos os ângulos do pentagrama.
Mas existe ainda uma outra relação do pentagrama com o pentágono regular. As
diagonais formam um pentágono menor no centro, e as diagonais desse pentágono formam
um pentagrama e um pentágono ainda menor, e assim sucessivamente, formando pentágonos
e pentagramas sempre menores.
Os pitagóricos utilizavam o pentagrama como “símbolo e emblema da Sociedade de
Pitágoras” e por essa insígnia eram reconhecidos como membros associados (Huntley, 1985,
p. 39).
Veremos até o final deste capítulo algumas relações entre o pentagrama e a razão
áurea, tendo como referência a FIG. 2.
FIGURA 2
16
Proposição 1.8. O ponto K divide a diagonal AD , de forma que encontramos a razão áurea
AD AK EC KC
= . E também divide a diagonal EC , formando a razão áurea = .
AK KD KC EK
AD DC
= .
AK KE
Temos também que os segmentos DC e EA são lados do mesmo pentágono regular, portanto
são congruentes. Logo obtemos que:
AD EA
= .
AK KE
Verifica-se também que, após determinarmos os ângulos do pentagrama (FIG. 2), o triângulo
EAK é isósceles. Sendo assim DC ≡ AK . Também DC ≡ EA . Assim temos, por
transitividade, que EA ≡ AK . Substituindo temos
AD AK
=
AK KE
AD AK
=
AK KD
EC KC
De maneira análoga encontramos a razão áurea = .
KC EK
Do mesmo modo podemos encontrar essa relação para os outros pontos de interseção entre
duas diagonais não consecutivas do pentágono regular (FIG 2).
17
FIGURA 2
Proposição 1.9. A razão entre lado e raio do pentágono ABCDE (FIG. 2) é igual a
2
DC EC
= 4− .
OB DC
DC JD
=
OB IB
1
Por sua vez o segmento IB = AB e o segmento AB ≡ DC . Logo encontramos:
2
DC JD
=
OB DC
2
Ou então:
DC 2 JD
= (4)
OB DC
18
2
Dividindo ambos os lados da equação por ( DC ) , determinamos:
2 2
( JD ) EC
= 1−
2
( DC ) 2 DC
2
EC
4−
DC
JD = DC ×
2
2
EC
4−
DC
2 × DC ×
DC 2
=
OB DC
Ou ainda:
2
DC EC
= 4− .
OB DC
EC
Veremos mais abaixo (na propriedade 1.12), que a razão , isto é, a relação entre a
DC
diagonal e o lado do pentágono regular, está diretamente relacionada com a razão áurea.
19
Definição 1.10. Um triângulo isósceles AFB de base FB é um triângulo áureo se, e somente
se, possuir os ângulos da base igual a 2α e o ângulo oposto à base igual a α .
Anteriormente verificamos que o triângulo isósceles ADB (FIG. 2), possui o ângulo
∠ADB igual 36° e os ângulos ∠DAB e ∠DBA iguais a 72°. Segue da definição 1.10 que
esse triângulo é áureo, cujas propriedades analisaremos a seguir.
FIGURA 2
Propriedade 1.11. Se traçarmos a bissetriz do ângulo ∠DAB , determinaremos o triângulo
AFB que também é triângulo áureo.
DB
Demonstração. Em princípio consideramos a razão . Sabemos que DA ≡ DB e
FD
DB DA
FD ≡ FA ≡ AB . Sendo assim, a razão é proporcional à razão . Dessa forma, essa
FD AB
relação pode ser escrita mais exatamente por:
DB DA
= .
FD AB
Note ainda que essa razão está intimamente ligada à razão áurea.
21
Capítulo 2
2- Razão Áurea
3
Euclides é o mais proeminente matemático da antigüidade, mais conhecido pelo seu tratado de Geometria "Os
Elementos".
22
FIGURA 3
AC BA
= .
CB AC
BD BA
=
BA AD
FIGURA 3
4
Os Elementos é constituído por 13 "livros" (a antiga denominação para capítulos). Os seis primeiros tratam
essencialmente de geometria no plano. Os livros VII a IX tratam questões de aritmética e teoria de números. O
livro IX contém o resultado conhecido como “segundo teorema de Euclides” em que é provada a existência de
infinitos números primos. No livro X analisam-se vários aspectos de grandezas irracionais e os livros XI a XIII
estudam questões relacionadas com a geometria dos sólidos.
23
AC BA
= . (5)
CB AC
AD BA
= .
CB AD
CB AD
= .
AD BA
CB + AD AD + BA
= .
AD BA
BA BD
= .
AD BA
Podemos então escrever que,
BD BA
= .
BA AD
24
Sugeriu-se no início do século XX, que a letra grega φ , a letra inicial do nome de
Fìdias5, fosse adotada para designar a razão áurea (HUNTLEY, 1985, p.37). O valor numérico
do φ pode ser calculado da seguinte forma:
x x+ y
=
y x
x
Considere agora a razão equivalente à m unidades.
y
Portanto:
1
m = 1+ .
m
Ou ainda:
m2 = m + 1 ,
m2 − m − 1 = 0 (6)
5
Escultor grego (490-430 a.C.). Considerado o maior escultor grego do período clássico, é o criador do
Parthenon e das estátuas dos deuses gregos.
25
1+ 5 1− 5
(i) m´ = e (ii) m´´ = .
2 2
1+ 5
A solução positiva = 1,61803398874989484820458... que é o valor mais
2
adotado para a razão áurea, denotaremos por φ. E a solução negativa
1− 5
= −0, 61803398874989484820458... denotaremos por φ ' .
2
Então, substituindo em (6), temos as duas equações quadráticas escrita de uma forma
diferente:
2
(i) φ 2 − φ − 1 = 0 e (ii) φ ' − φ '− 1 = 0 .
Mas a razão áurea não teria alcançado popularidade se não fosse por suas propriedades
algébricas verdadeiramente únicas. Sendo elas:
1
Demonstração. Já sabemos os valores de φ e φ ' , então, substituindo em − o valor da
φ
solução positiva, encontraremos a razão:
1
−
1+ 5
2
1− 5
,
2
1
2.3. Diminuindo em uma unidade o φ , torna-se o seu próprio recíproco, ou seja, φ − 1 = .
φ
2.4. A soma das soluções positiva e negativa é igual a 1, isto é, φ + φ ' = 1 .
'
2.5. O produto das soluções positiva e negativa é igual a -1, temos então, φ .φ = −1 .
27
Capítulo 3
3- Construções
Construção 3.1. Determinar sobre um segmento DB um ponto C tal que este ponto divide o
segmento em razão áurea.
FIGURA 4
2 2 2
( DF ) = ( DB ) + ( BF ) .
Como DF = DE + EF , obtemos:
2 2 2
( DE + EF ) = ( DB ) + ( BF ) .
Por outro lado, no triângulo retângulo acima os segmentos DE ≡ DC por serem raios
da mesma circunferência. Da mesma forma, BF ≡ EF . Logo:
2 2 2
( DC + BF ) = ( DB ) + ( BF )
1
Assim, o segmento BF = DB . Então:
2
2 2
DB 2 DB
DC + = ( DB ) +
2 2
DB DC
=
DC DB − DC
Ora, se DB − DC = CB , então:
DB DC
=
DC CB
FIGURA 5
DB DC
= .
DC CB
DB AB
= .
AB CB
Além disso, o ângulo ∠DBA é comum para os triângulos DBA e ABC . Logo, esses
triângulos são semelhantes. Isso implica que o triângulo DAB , de base AB , é um triângulo
isósceles. Nesse caso temos que DB ≡ DA . Logo:
DA AB
=
AB CB
Ou ainda:
DA DC
=
AB CB
DC DB
Como = então:
CB DC
DA DB
=
AB DC
Seja FG um lado dado do pentágono regular. Como vimos, se um triângulo áureo está
inscrito em uma circunferência, os seus vértices coincidem com os vértices do pentágono
regular, também inscrito na mesma circunferência. Assim, para construir o pentágono regular
basta construir um triângulo áureo de base FG .
31
FIGURA 6
FIGURA 7
Seja AB a diagonal dada. Sobre ela construamos o triângulo áureo ABD de base BD
(FIG.5). E, de maneira análoga à FIG. 6, determinamos o pentágono regular da FIG. 7.
33
FIGURA 8
34
Capítulo 4
Leonardo de Pisa (em latim, Leonardus Pisanus), também conhecido como Leonardo
Fibonacci6, tornou-se famoso pelo seguinte problema contido no cap. 12 do seu livro Líber
Abaci: “Um homem pôs um par de coelhos num lugar cercado por todos os lados por um
muro. Quantos pares de coelhos podem ser gerados a partir deste par em um ano se,
supostamente, todo mês cada par dá à luz um novo par, que é fértil a partir do segundo mês” (
(Fibonacci in Livio,2007, p.116)
A resposta desse problema gera a seqüência 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89... na qual
cada termo - começando com o terceiro - é igual à soma dos dois termos anteriores. Tal
seqüência - chamada de seqüência de Fibonacci, no século XIX, pelo matemático francês
Edouard Lucas - não representa somente o problema de reprodução de coelhos. Pode ser
encontrada, também, em uma variedade inacreditável de fenômenos, aparentemente sem
relação, como na óptica dos raios de luz, na árvore genealógica de um zangão, etc.
A seqüência de Fibonacci é uma sequência recursiva, ou seja, seqüência de números
na qual a relação entre termos sucessivos pode ser expressa por uma fórmula matemática.
Sendo assim:
Notação 4.2. Representaremos o conjunto dos números naturais por tal que
= {0,1, 2,3, 4,5...} .
n∈ .
6
Foi o primeiro o grande matemático na Europa, durante a Idade Média. Em 1202 produziu o seu primeiro livro
Líber Abaci (o livro do cálculo), que marca o ressurgimento da matemática na Itália.
35
0, se n = 0;
f n = 1, se n=1;
f + f se n > 1.
n −1 n − 2
f10 55
= = 1, 61764705882352941... (7)
f 9 34
f15 610
= = 1, 6180371352785145... (8)
f14 377
1+ 5
φ= = 1, 6180339887498948482045...
2
Então note que o número encontrado em (7) é igual a φ até a segunda casa decimal; já
em (8) é igual até a terceira casa decimal. Mas quando utilizamos valores ainda maiores para
n , determinamos números mais próximos de φ . Ou seja,
f 20 6765
= = 1, 618033963166706... (8)
f19 4181
f 25 75025
= = 1, 618033988957902... (9)
f 24 46368
36
Observe que em (8) a aproximação é até a sétima casa decimal, e em (9) é até a nona
casa decimal. Portanto, se utilizarmos um valor suficientemente grande para n , então
encontraremos um número muito próximo de φ . Na verdade pode-se mostrar que:
f n +1
lim =φ
n →∞ fn
A maioria dos estudantes que aprecia a matemática não teria dificuldade em formar
uma sequência de acordo com a propriedade f n +1 = f n −1 + f n . Nem tampouco acharia difícil
g n +1
formar uma sequência pela propriedade = r para qualquer valor de n ∈ tal que
gn
r, gn ∈ − {0} . Mas suponhamos que a exigência fosse para se formar uma sequência que
1, φ , 1 + φ , 1 + 2φ , 2 + 3φ , 3 + 5φ ...
1, se n = 0;
gn = (10)
f n −1 + f nφ se n ≥ 1.
Ou ainda:
g0 = 1, g1 = φ g = 1
0
e (11) ou e (12)
g = g + g para n ≥ 1 g
n +1 n −1 n
n +1 = φ para n ≥ 0
g n
Então para g0 = 1 , g1 = φ e n ≥ 1 :
g n −1 + g n = ( f n − 2 + f n −1φ ) + ( f n −1 + f nφ )
g n −1 + g n = ( f n + f n −1 )φ + ( f n − 2 + f n −1 )
g n −1 + g n = f n +1φ + f n
g n +1 = g n −1 + g n
Temos que:
φ g n = f n −1φ + f nφ 2 onde n ≥ 1 e g0 = 1
φ g n = f n −1φ + f nφ 2 = f n −1φ + f nφ + f n
Desenvolvendo, obtemos:
φ g n = φ ( f n −1 + f n ) + f n
38
Como f n −1 + f n = f n +1 temos:
φ g n = φ f n +1 + f n
g n +1
g n +1 = φ g n ou =φ
gn
Então:
g n +1 = g n −1 + g n se n ≥ 1 e g 0 = 1 e g1 = φ
g n +1 = g n −1 + g n = φ f n +1 + f n
φ g n = φ f n +1 + f n .
Portanto,
g n +1
g n +1 = φ g n ou =φ
gn
gn = φ n .
39
g1 = f 0 + f1φ = 0 + 1φ = φ
Isto é:
g1 = φ
Agora, vamos supor que a propriedade vale para n = k tal que k ≥ 1 , ou seja:
g k = f k −1 + f kφ = φ k .
g k +1 = f k + f k +1φ = φ k +1.
φ k +1 = φ kφ
φ k +1 = φ kφ = ( f k −1 + f kφ ) φ
φ k +1 = ( f k −1 + f kφ ) φ = f k + f k +1φ .
g k +1 = f k + f k +1φ = φ k +1.
1+ φ = φ 2
1 + 2φ = φ 3
2 + 3φ = φ 4
3 + 5φ = φ 5
M
1, φ , φ 2 , φ 3 , φ 4 , φ 5 , φ 6 ...
Na concepção de Huntley (1985, p.56-58), uma outra ligação entre a razão áurea e a
Sequência de Fibonacci diz respeito a um sofisma7 geométrico, que foi apresentado pela
primeira vez por Sam Loyd (1841 – 1911), o criador de quebra-cabeças matemático.
Esse sofisma baseia-se na construção de um quadrado cujos lados têm comprimento
igual a soma de dois números consecutivos da Sequência de Fibonacci. Se recortarmos o
quadrado nas partes indicadas e encaixá-las, obteremos um retângulo. Verifica-se, a partir
disso, que as áreas do quadrado e do retângulo diferem em uma unidade. Dependendo do
número escolhido, o quadrado terá a maior área ou o contrário.
A explicação para esse paradoxo é que o encaixe ao longo das diagonais dos
retângulos não é exato. Às vezes fica uma “folga” de uma unidade quadrada e, outras vezes,
há uma sobreposição de uma unidade quadrada.
A seguir, a descrição sistematizada desse sofisma:
Seja o quadrado ABCD dado e f n o enésimo termo da Sequência de Fibonacci, então
o lado deste quadrado tem o comprimento igual à soma de dois números consecutivos da
Sequência de Fibonacci, isto é, AB = f n + f n +1 tal que n ∈ . Tracemos, então, o segmento
7
Em Filosofia é um raciocínio aparentemente válido, mas inconclusivo, pois é contrário às suas próprias leis.
41
trapézios PAEO e QFDP de tal forma que sejam congruentes entre si, e ainda,
FIGURA 9
GH GJ
= ,
LH LM
GH 13 5 GJ
= ≠ =
LH 8 3 LM
Então, os pontos J , M , K e H não podem ser colineares.
GH = f n +1 + ( f n + f n +1 ) = f n +1 + f n + 2 = f n +3 e HI = f n +1 .
GH GJ
= ,
LH LM
f n+3 f
≠ n +1 .
fn+2 fn
Como vimos os triângulos JNK e HLM são congruentes, donde, ∠LHM ≡ ∠NJK e
JK ≡ HM . Temos também que os trapézios JGLM e HINK são congruentes, o que implica,
∠GJM ≡ ∠IHK e JM ≡ HK . Temos então que ∠KJM ≡ ∠KHM , logo o quadrilátero
JMHK é um paralelogramo.
AQ = 64 e AR = 65
Mas pode acontecer o contrário, ou seja, a área do quadrado ser maior que área do
retângulo em uma unidade quadrada . Por exemplo:
Mas esses exemplos não provam, de uma maneira geral, o que realmente acontece
quando utilizamos todos os números da Sequência de Fibonacci. Então, segue abaixo o caso
geral.
Primeiro vamos provar a seguinte proposição.
2
( f n+1 ) = f n ⋅ f n + 2 + (−1)n para todo n ≥ 0 .
então:
2 2
( f1 ) = (1) = 1
f 0 ⋅ f 2 + (−1)0 = 0 ⋅1 + 1 = 1
2
( f k +1 ) = f k ⋅ f k + 2 + (−1) k
44
2
( fk +2 ) = f k +1 ⋅ f k +3 + (−1) k +1 .
Sendo assim:
2
f k +1 ⋅ f k +3 + (−1) k +1 = f k +1 ⋅ ( f k +1 + f k + 2 ) + (−1) k +1 = ( f k +1 ) + f k +1 ⋅ f k + 2 + (−1) k +1
2
Por hipótese de indução ( f k +1 ) = f k ⋅ f k + 2 + (−1) k . Então:
2
( f k +1 ) + f k +1 ⋅ f k + 2 + (−1)k +1 = f k ⋅ f k + 2 + (−1)k + f k +1 ⋅ f k + 2 + (−1) k +1
Note que:
(−1) k +1 + (−1) k = 0 para k ≥ 0 .
Logo:
2
f k ⋅ f k + 2 + f k +1 ⋅ f k + 2 = f k + 2 ( f k + f k +1 ) = f k + 2 ⋅ f k + 2 = ( f k + 2 ) .
Portanto:
2
( f n+1 ) = f n ⋅ f n + 2 + (−1)n
GH = f n +1 + ( f n + f n +1 ) = f n +1 + f n + 2 = f n +3 e HI = f n +1 .
2
f n +3 ⋅ f n +1 = ( f n + 2 ) + 1
Ou ainda:
AR '' = AQ '' + 1
2
( f n+1 ) = f n+ 2 ⋅ f n + 1
Ou seja:
AQ ''' = AR ''' + 1 .
Essa propriedade foi descoberta pelo matemático e astrônomo Johannes Kepler. Mas,
será que esse sofisma tem solução? Veremos que sim.
Vimos anteriormente a sequência áurea. Essa sequência proporciona no paradoxo
explicitado anteriormente um encaixe exato no retângulo formado.
Então, construiremos um quadrado cujos lados tenham comprimento igual à soma de
dois números consecutivos quaisquer da sequência áurea, e, verificaremos que as áreas do
quadrado e do retângulo serão iguais.
Nesse caso, sabemos que g n é o enésimo termo a sequência áurea. Então, se
AB = g n +1 + g n = g n + 2 para n ≥ 0 .
Logo formamos, do mesmo modo que anteriormente, o retângulo JGHI , tal que:
GH = g n + 3 , LH = g n + 2 , GJ = g n +1 e LM = g n
46
FIGURA 10
GH g n +3 g n +1 GJ
= = =
LH g n + 2 gn LM
A seguir, provaremos para o caso geral que as áreas do quadrado e do retângulo são
iguais.
2 2
DQ = ( g n +1 + g n ) = ( g n + 2 ) para n ≥ 0 .
2
DQ = (φ n + 2 ) = φ 2 n + 4
TR = ( g n + 3 )( g n +1 )
Sendo assim:
TR = ( g n +3 )( g n +1 ) = (φ n + 3 )(φ n +1 ) = φ 2 n + 4
Portanto, DQ = TR .
48
Capítulo 5
5 - Retângulo Áureo
Definição 5.1. Definimos como retângulo áureo um retângulo AFED tal que:
DE
=φ
EF
FIGURA 11
Baseamos nas idéias de Huntley (1985, p.100), para mostrar que, utilizando o
quadrado ABCD, podemos determinar uma sequência infinita de retângulos. Posteriormente,
na proposição 5.4, verificaremos que esses retângulos são, na verdade, retângulos áureos.
Então, dado esse quadrado, construímos o retângulo AFED e, consequentemente,
determinamos o retângulo BFEC . Em seguida, seccionamos desse retângulo o quadrado
HGEC , determinando o retângulo BFGH . E se deste for seccionado o quadrado IFGJ ,
temos o retângulo BIJH . Podemos supor que esse processo seja repetido indefinidamente, até
que se chegue ao retângulo-limite, indistinguível de um ponto. Segundo o matemático
49
Clifford A. Pickover, citado por Livio (2007, p.104) esse “ponto retangular”, é “O Olho de
Deus”, devido às propriedades “divinas” atribuídas à razão áurea.
Partindo da FIG. 11, vamos supor que CE = 1 . Logo, encontramos DC = φ (ver p.
17-18). Então, se observarmos os lados dos retângulos áureos, determinaremos uma sequência
áurea “recíproca” com os seguintes valores:
φ , se n = 0;
xn = (13)
f n − f n −1φ se n ≥ 1.
Ou ainda:
x0 = φ , x1 = 1 x = φ
0
e (14) ou e (15)
x = x − x para n ≥ 1 x 1
n +1 n −1 n
n +1 = para n ≥ 0
xn φ
Então,
xn −1 − xn = f n −1 − f n − 2φ − f n − f n −1φ para n ≥ 2 e x0 = φ , x1 = 1 .
f n −1 − f n − 2φ > f n − f n −1φ ,
e quando n é impar:
50
f n −1 − f n − 2φ < f n − f n −1φ .
Agora considere n par:
Logo:
xn −1 − xn = f n −1 − f n − 2φ − f n − f n −1φ = ( f n −1 − f n − 2φ ) + ( f n − f n −1φ )
xn −1 − xn = ( f n −1 − f n − 2φ ) + ( f n − f n −1φ ) = ( f n −1 + f n ) − φ ( f n − 2 + f n −1 )
Sendo assim:
xn −1 − xn = ( f n −1 + f n ) − φ ( f n − 2 + f n −1 ) = f n +1 − f nφ
Ora, se xn +1 = f n +1 − f nφ então:
xn +1 = xn −1 − xn
Portanto:
xn −1 − xn = f n −1 − f n − 2φ − f n − f n −1φ = ( f n −1 − f n − 2φ ) + ( f n − f n −1φ ) .
xn +1 = xn −1 − xn
Em seguida vamos provar que (13) ⇒ (15)
xn = xn +1φ se x0 = φ e n ≥ 0
No entanto:
xn +1φ = f n +1 − f nφ φ = f n +1φ − f nφ 2 .
Como φ 2 = φ + 1 , então:
Sendo assim:
xn +1φ = f n +1φ − f n − f nφ ) = ( f n +1 − f n )φ − f n ) .
Já que f n −1 = f n +1 − f n logo:
xn +1φ = ( f n +1 − f n )φ − f n ) = f n −1φ − f n .
xn = f n − f n −1φ .
Portanto:
xn +1 1
xn = xn +1φ ou = .
xn φ
Agora temos que (14) ⇒ (15).
52
Seja:
xn +1 = xn −1 − xn se n ≥ 1 e x0 = φ , x1 = 1
Por definição:
xn = xn −1 − xn +1 = f n − f n −1φ
xn +1φ = f n −1φ − f n
Logo:
xn = xn +1φ
1
x1 = =1
φ0
1
xk =
φ k −1
1
xk +1 =
φk
1
Por hipótese de indução xk = , logo:
φ k −1
1 1 φ
xk = k −1
= k
=
φ φ φk
φ
Ou ainda:
φ
φk = (16)
xk
1
Se substituirmos (16) em obtemos:
φk
1 1 xk
= = (17)
φ k
φ φ
xk
xk
= xk +1 (18)
φ
1
xk +1 =
φk
Por exemplo:
54
1
1 φ −1 φ 1
ü x3 = 2 − φ = 1 + 1 − φ = 1 − = = = 2
φ φ φ φ
1
−
1 1 1 1−φ 1 φ −1 + φ 1
ü x4 = 2 φ 3= φ − 1 + φ − 1 + (−1) = + −1 = + = + = 2
= 3.
φ φ φ φ φ φ φ φ
É interessante observar que pelos Corolários 4.6 e 5.4 podemos formar uma “sequência
áurea completa”, isto é:
1 1 1 1 1 1
...φ 6 , φ 4 , φ 3 , φ 2 , φ , 1, , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 ...
φ φ φ φ φ φ
ou ainda:
...φ 6 , φ 5 , φ 4 , φ 3 , φ 2 , φ , 1, φ −1 , φ −2 , φ −3 , φ −4 , φ −5 , φ −6 ...
1, φ , 1 + φ , 1 + 2φ , 2 + 3φ , 3 + 5φ ...
Que é igual a:
1, φ , φ 2 , φ 3 , φ 4 , φ 5 , φ 6 ...
Logo a “sequência áurea completa” pode ser vista como uma sequência de retângulos
áureos cada vez menores ou maiores.
55
Capítulo 6
6 - A espiral retangular
A0 A1
e marcamos sobre ela um ponto A2 de tal forma que = φ . Logo A1 A2 = φ . Pelo ponto
A1 A2
A0 A1 1 AA 1
forma que = φ 2 , então A2 A3 = 2 . Do mesmo modo, temos 0 1 = φ 3 e A3 A4 = 3 .
A2 A3 φ A3 A4 φ
A0 A1 1
De uma forma geral obtemos = φ n e An An +1 = n .
An An +1 φ
FIGURA 12
A0 A1
Note ainda que pela razão = φ n para n ≥ 1 podemos formar a sequência:
An An +1
1, φ , φ 2 , φ 3 , φ 4 , φ 5 , φ 6 ...
56
1
E ainda, se An An +1 = para n ≥ 0 podemos também formar a sequência:
φn
1 1 1 1 1 1
1, , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 ...
φ φ φ φ φ φ
Isso que vimos não esgota nosso olhar crítico sobre a espiral, então veremos a seguir
algumas propriedades. Destaco aqui aquela que acredito ser a mais bela de todas.
Se continuarmos infinitamente o processo descrito no inicio deste capítulo,
determinaremos uma espiral retangular, cujos anéis diminuem, indefinidamente, até um
ponto-limite P , denominado “O olho de Deus”.
Para demonstrar as propriedades a seguir, vamos definir um sistema de coordenadas
cartesianas tal que o eixo x é a reta que contém os pontos A0 e A1 , e o eixo y é reta
An +1 An + 2 1
=
An An +1 φ
1 1 1
A2 = 1 , e A3 = 1 − 2 , ,
φ φ φ
1 1 1 1 1 1 1
A4 = 1 − 2 , − 3 e A5 = 1 − 2 + 4 , − 3 ,
φ φ φ φ φ φ φ
57
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
A6 = 1 − 2 + 4 , − 3 + 5 e A7 = 1 − 2 + 4 − 6 , − 3 + 5 ,
φ φ φ φ φ φ φ φ φ φ φ
M
1 1 1 1 1 1 1
A2 n = 1 − 2 + 4 L 2 n − 2 , − 3 + 5 L 2 n −1
φ φ φ φ φ φ φ
1 1 1 1 1 1 1 1
A2 n +1 = 1 − 2 + 4 − 6 L 2 n , − 3 + 5 L 2 n −1
φ φ φ φ φ φ φ φ
1 1 1 1 1 1 1
u2 n = 1 − 2
+ 4
L 2n−2
e u2 n +1 = 1 − 2
+ 4
− 6
L
φ φ φ φ φ φ φ 2n
1
Note que são duas progressões geométricas de razão − . Logo:
φ2
1 1 1 1 φ2 φ2
lim u2 n = lim 1 − + L = = ⇒ lim u2 n =
n →∞ n →∞ φ2 φ4 φ 2n−2 1+
1 φ 2 +1 n →∞ φ 2 +1
2
φ
e
1 1 1 1 1 φ2 φ2
lim u2 n +1 = lim 1 − + − L = = ⇒ lim u2 n +1 =
n →∞ n →∞ φ2 φ4 φ6 φ 2n 1+
1 φ 2 +1 n →∞ φ 2 +1
φ2
Portanto:
58
lim u2 n = lim u2 n +1 .
n →∞ n →∞
1 1 1 1 1 1 1 1
v2 n = − 3
+ 5
L 2 n −1
e v2 n +1 = − 3
+ 5
L 2 n −1
φ φ φ φ φ φ φ φ
Logo:
1
1 1 1 1 φ φ φ
lim v2 n = lim − 3
+ 5
L 2 n −1
⇒ lim v2 n = = 2
⇒ lim v2 n = 2
n →∞ n →∞ φ φ φ φ n →∞ 1 φ +1 n →∞ φ +1
1+ 2
φ
De modo análogo:
φ
lim v2 n +1 = 2
n →∞ φ +1
Sendo assim:
lim v2 n = lim v2 n +1
n →∞ n →∞
Já que
2 2
1 1
A2 k A2 k + 2 = 2 k + (2 k + 2) −1
φ φ
Desenvolvendo, encontramos:
1 φ 2 +1
A2 k A2 k + 2 =
φ 4k φ 2
1 φ 2 +1
A2 k +1 A2 k +3 =
φ 4k φ 4
Sendo assim:
1 φ 2 +1 1 φ 2 +1
lim =0 e lim =0
k →∞ φ 4k φ 2 k →∞ φ 4k φ 4
Então An An + 2 → 0 .
Mas ainda não foram respondidas algumas perguntas essenciais, tais como:
Quem realmente é o ponto P ? Onde ele se localiza? Qual a sua relação com a espiral?
Tentaremos responder essas perguntas nas seguintes propriedades:
φ φ
iv. P = φ 2 , 2 .
φ +1 φ +1
60
v. P ∈ An An + 2 ∀ n ∈
A0 A1 A1 A2
=φ e =φ .
A1 A2 A2 A3
semelhantes. Temos então que o ângulo ∠A2 A0 A1 é congruente ao ângulo ∠A3 A1 A2 . Nesse
caso:
Sabemos que
An = ( un , vn ) e lim An = P para n ∈ .
n →∞
Em seguida, (v).
An + 2 .
61
Temos An = (un , vn ) . Então pela proposição 6.1, un é uma progressão geométrica de razão
1
− logo:
φ2
n n
1 1
− φ 2 −1 − φ 2 −1
un = = −φ2
2
para n ≥ 0
1 1 + φ
− 2 −1
φ
n n
1 1 1
− 2 −1 − φ 2 −1
φ φ
vn = = −φ 2
para n ≥ 0
1 1 + φ
− 2 −1
φ
Então:
P ∈ An An + 2
1 1 1 1 1 1
1, , 2 , 3 , 4 , 5 , 6 ...
φ φ φ φ φ φ
Daí encontramos:
∞
1
∑φ
n =0
n
= φ +1
Capítulo 7
7 - A Espiral Logarítmica
Temos como a equação genérica da espiral a equação polar r = aeθ cot α . Onde r
é o raio da espiral e a é o raio associado para θ = 0 , tal que θ é o ângulo em radianos
formado entre r e o eixo x .
FIGURA 13
64
FIGURA 14
Existem, também, outros tipos de espirais como a espiral áurea triangular, (FIG.15),
que é formada pela uma sequência de triângulos áureos.
65
FIGURA 15
GF = 1φ
FE = 1φ + 1
ED = 2φ + 1
DC = 3φ + 2
CB = 5φ + 3
BA = 8φ + 5
II) Se traçarmos em cada triângulo áureo a mediana relativa ao vértice que contém o ângulo
72°, então os comprimentos dessas medianas formarão uma seqüência com as mesmas
propriedades da sequência áurea.
66
CAPITULO 8
Albrecht Dürer. O matemático mais ativo deste trio ilustre foi Piero della Francesca, que teve
três trabalhos preservados: De Prospectiva pingendi (Sobre a perspectiva na pintura), Libellus
de Quinque Corporibus Regularibus (Livro curto sobre os cinco sólidos regulares), e Trattato
d’Abaco (Tratado sobre o ábaco). De Prospectiva pingendi - escrito em meados da década de
1470 até meados da década de 1480 - contém numerosas referências aos Elementos e à Óptica
de Euclides, pois ele estava decidido a demonstrar que a técnica para se obter a perspectiva
em uma pintura recaía firmemente na base científica da percepção visual. Já nos outros dois
trabalhos, Piero apresenta uma vasta gama de problemas (e suas soluções) que envolvem o
petágono e os cinco sólidos platônicos. Ele calcula os comprimentos dos lados e das
diagonais, além de áreas e volumes. Muitas das soluções envolvem a Razão Áurea e algumas
das técnicas representam um pensamento inovador e original.
Considerações finais
No momento em que nos propusemos conhecer um pouco mais sobre a razão áurea,
não sabíamos, exatamente, o tamanho do desafio. Tampouco tínhamos noção que esse era um
assunto não muito abordado. Mas, embora não tenhamos encontrado um vasto material
teórico, o que encontramos deu-nos a oportunidade de uma pesquisa interessante, ainda que
limitada.
Pudemos perceber, no decorrer deste trabalho, que a razão áurea tem a característica
de aparecer em lugares inesperados, talvez pelo fato de possuir propriedades únicas. Também
é um assunto capaz de despertar nas pessoas um entusiasmo muito grande. Percebemos,
ainda, que essa razão não é somente uma forma de relacionar a matemática ao mundo real,
mas também é a representação da vida através de um número. O certo é que estudiosos, não
sendo apenas de matemática, dedicaram-se durante muito tempo a desvendar os mistérios da
razão áurea.
Fica-nos a convicção de que este trabalho apenas demonstra uma pequena parte de
tudo que realmente a razão áurea é capaz de expor para os verdadeiros apreciadores do
mistério matemático. Ela é capaz de quantificar e qualificar a beleza.
68
Referências
[1] BOYER, Carl Benjamin. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blucher, 1996.
[2] HUNTLEY, H.E. A divina proporção: um ensaio sobre a beleza na Matemática. Tradução
de Luís Carlos Ascêncio Nunes. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985. Título
original: The divine proportion: A study in mathematical beauty.
[3] LIVIO, Mario. Razão Áurea: A história de Fi, um número surpreendente. 2.ed. Rio de
Janeiro: Record, 2007.