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08 - Resisti Ao Diabo
08 - Resisti Ao Diabo
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Projeto exclusivo de resgate de revistas antigas de
Escola Bíblica Dominical.
RESISTI AO DIABO
Tiago 4.7
A libertação demoníaca não aparece fora de Mateus, Marcos, Lucas e Atos. Nesta
lição consideraremos somente os destaques dos textos marcantes desde Romanos
até Apocalipse, que se referem a Satanás, aos seus ataques, ameaças e o tipo de
escravidão que ele procura estabelecer e como poderemos lutar contra ele.
Em Hebreus 2.14, o diabo é citado como alguém que tinha o poder de morte, mas foi
tornado sem poder pela cruz e ressurreição de Cristo por aqueles que vivem por fé. A
capacidade de Satanás de aterrorizar as pessoas como supremo mal circunstancial foi
anulada.
Ser expulso do corpo de Cristo sujeita uma pessoa aos terrores da morte e da
acusação e à exclusão da congregação da luz. Ambas as passagens indicam o
corretivo, um propósito didático para libertar alguém de Satanás. Isso não ocorre com
intenções punitivas, mas disciplinares: "a fim de que o espírito seja salvo no Dia do
Senhor" e "a fim de não mais blasfemarem".
Isso reforça o que já foi dito, que mensageiros de Satanás são particularmente
associados com sofrimentos físicos, embora, no caso de Paulo, este sofrimento não
tenha associação com algum mal moral. Na verdade tal sofrimento foi usado por Deus
para proteger o apóstolo do mal moral. Ao falar do mensageiro de Satanás, o texto
tem conotação de sofrimento, fraqueza, maus-tratos, aflição e dificuldade - não de
pecado.
Ele orou pelo poder de Deus para curá-lo; Deus respondeu "não", instruindo Paulo a
respeito de seus propósitos maiores. As epístolas sempre abordam o mal
circunstancial sem recorrer ao MME1.
Elas apresentam o mal moral como uma trança com três fios: o mundo, a carne e o
diabo. Nossa situação social nos entretém num fluxo de enganos e ameaças; nosso
próprio coração é atraído por mentiras e concupiscências; o diabo conspira para
agravar o pecado e a incredulidade.
O mal moral é também monolítico. A Bíblia distingui os três ramos do mal monolítico
sem dividi-los e nunca ensina que nós temos três tipos de problemas diferentes: um
problema chamado mundo, outro chamado carne e outro chamado "espiritual".
O MME direciona problemas "espirituais" para uma categoria especial. Para problemas
normais, o diabo quase não faz nada; para problemas sobrenaturais, o mundo e a
carne quase não fazem nada. Então, os problemas "espirituais" exigem a expulsão
demoníaca.
Esse é outro problema que os defensores do MME defendem, isto é, que ao ser
identificada a presença do invasor, Satanás, deve-se recorrer apressadamente à
expulsão do demônio.
Eles defendem a prática respaldados pelos Evangelhos e o livro de Atos, mas não
enxergam a atuação sutil de Satanás no mundo e por meio da carne, que estão
sempre unidos. Esse ensino é claramente apresentado nas epístolas, bem como o
modo certo do combate espiritual.
1
A sigla MME significa Ministério do Método Ecbalístico (expulsar; lançar para fora). Para
maiores detalhes, confira o estudo “332 – O que é batalha espiritual” que pertence a esta série.
Quando damos uma olhada nos bastidores, vemos o diabo, que aparece com mais
frequência do que no Antigo Testamento, mas ainda se encontra, distintamente, por
trás das cenas. Praticamente, cada epístola o menciona uma ou duas vezes.
Em primeiro lugar, Efésios 6.10-20 não introduz o assunto batalha espiritual na carta
de Paulo. Antes, soma e cristaliza em imagem vívida aquilo que Paulo ensina por meio
de toda a carta aos Efésios.
Devemos resistir aos poderes das trevas que tramam contra o povo de Deus. Essas
forças da iniquidade são os mesmos poderes espirituais que Cristo subjugou por seu
poder (1.21) e irão testemunhar o triunfo da sabedoria de Deus na igreja (3.10). Esses
poderes são dominados pelo príncipe da potestade do ar (2.2) que atua naqueles que
são desobedientes. O diabo procura usar nossos pecados para destruir a obra de
Deus, para fragmentar a unidade do corpo de Cristo.
A carta aos Efésios não dá qualquer indício de que os planos do príncipe do mal e
seus dardos inflamados envolvam "endemoninhamento". Em comparação com outras
epístolas do Novo Testamento, a carta raramente menciona sofrimento, em vez disso,
focaliza, quase que exclusivamente, nosso conflito moral e vulnerabilidade ao engano.
Esse é o foco.
Os planos do diabo procuram nos arrastar para o pecado e para a falsidade, para nos
endurecer e cegar e nos induzir a viver na carne. O capítulo 2 confirma isso em suas
descrições sobre os resultados da atividade do diabo: transgressão, pecados, filhos da
desobediência, seguidores de concupiscências e pessoas sob a ira de Deus por pecar.
Quando alguns dos intentos do diabo são bem-sucedidos e um dardo inflamado nos
atinge, nós não contraímos estranhos seres malignos. Antes, nos tornamos
semelhantes a esse ser maligno. Vários aspectos sórdidos de fracassos em resistir
são citados em quase todos os versículos de Efésios 4.17—6.9, nas descrições dos
caminhos vividos pelos povos e pela carne.
Pedro, como Paulo, aprofunda nesta passagem um tema central em toda a epístola.
Ele escreve sobre o sofrimento que purifica a fé e como glorificar a Deus em meio ao
sofrimento. No capítulo 5 ele revela o espírito do adversário que fica por trás das
provações de perseguição.
A fé:
Quando não conseguimos resistir diante dos perigos que nos cercam e cedemos à
tentação, então significa que fomos devorados, na concupiscência, na malignidade, na
fraude, na injúria, no medo, na devassidão, na ansiedade e no orgulho.
Ser devorado é pagar o mal com o mal, é tornar-se semelhante ao diabo na maneira
de agir, pensar e falar.
Somos tentados quando nossos próprios anseios nos levam longe; anseios geram
pecado, e pecado resulta em morte. Tiago detalha nossos pecados primários e as
ilusões do coração. Ele mostra que a "sabedoria" do nosso coração orgulhoso e tolo
está enraizada no maligno (3.15). Deste ponto em diante, várias batalhas espirituais
são retratadas.
Há vários modos que ele descreve para fracassar na resistência cristã: na língua
incendiária (3.1-12), no sentimento faccioso e no coração invejoso (3.14-16), nas
ambições e prática do mal (4.1-3), no adultério espiritual e na hostilidade contra Deus
(4.4), orgulho (4.6), ânimo dobre e mãos impuras (4.8), em brincar com Deus (4.11-12)
e esquecer, arrogantemente, que ele detém a nossa existência em suas mãos (4.13-
17).
Tiago está lidando com a conformidade moral da nossa vida interior e exterior com a
imagem de Satanás. Mas, ao contrário, o dom de Deus produz pessoas sábias que
são obedientes, pacíficas, indulgentes, tratáveis, misericordiosas, resolutas e capazes
de trazer paz a um mundo de guerra (3.17-18).
A graça de Deus é maior do que a presença da escuridão, por isso Tiago nos exorta
para que nos arrependamos e resistamos às tentações (4.7-10).
Diz Tiago que resistindo ao diabo, "ele fugirá de nós". Isso é promessa de vitória,
quando o crente abraça o poder de Deus. Batalha espiritual resume-se em sangue,
suor e lágrimas por morrer para si mesmo e escutar a Deus.
CONCLUSÃO
As diretrizes encontradas na passagem de Tiago têm muitas implicações e aplicações.
O modelo de ministério descrito em Tiago 5 se aplica para toda e qualquer cultura,
seja ela supersticiosa, interpretando tudo como ação demoníaca, seja ela cética,
ignorando a existência de espíritos imundos.
A batalha espiritual é iminente e constante na vida cristã, mas vitoriosa para aqueles
que optam em viver para a glória de Deus, em santidade e retidão.
APLICAÇÃO
Quando Satanás açoitar com a vara do sofrimento, resista. Aqueles que se aproximam
de Deus com fé e arrependimento encontram o poder que os habilita a viver em
obediência.
2
Lições adaptadas de O que você precisa saber sobre batalha espiritual, de Augustus
Nicodemos, e Confrontos de Poder, de David Powlisom – ambos livros da Editora Cultura
Cristã.