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Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

31º Encontro Anual da Compós, Universidade Federal do Maranhão. Imperatriz - MA. 06 a 10 de junho de 2022.

A RELAÇÃO ENTRE CRENÇA E VERDADE NO CONTEXTO


DA DESINFORMAÇÃO: uma leitura comparativa de Peirce
e Greimas1
THE RELATION BETWEEN BELIEF AND TRUTH IN THE
CONTEXT OF DISINFORMATION: a comparative reading of
Peirce and Greimas
Daniel Melo Ribeiro2
Conrado Mendes3
Geane Alzamora 4

Resumo: Abordamos a propagação da desinformação no âmbito da pandemia de covid-19,


considerando os efeitos práticos do discurso antivacina. Para compreender a
questão, acionamos as concepções de verdade e crença em Charles Peirce e
Algirdas Greimas. Do ponto de vista do pragmatismo de Peirce, a verdade
apresenta uma propriedade ontológica que se submete à realidade. Assim, cabe à
ciência observar esses efeitos e corrigir os rumos das cadeias de semiose, de modo
a almejar um ponto de convergência ideal, que é a verdade. Já pela semiótica
discursiva de Greimas, a verdade não se caracteriza por seu vínculo ontológico,
subordinado à realidade, mas pelo contrato de veridicção que depende, por um
lado, do fazer persuasivo do enunciador, ou seja, o fazer-crer, e, do outro, do fazer
interpretativo do enunciatário, isto é, o crer. As duas correntes enfatizam que a
crença é preponderante nas ações, em detrimento do que se entende como verdade.

Palavras-Chave: Desinformação. Crença. Verdade.

Abstract: We address the spread of misinformation in the context of the covid-19 pandemic,
considering the practical effects of the anti-vaccine discourse. The conceptions of
truth and belief are recovered according to Charles Peirce and Algirdas Greimas.
In Peirce's pragmatism, truth has an ontological property that submits it to reality.
Thus, science must observe these effects and correct the directions of the semiosis
chains, in order to reach an ideal point of convergence, which is the truth. In
Greimas’ discursive semiotics, the truth is not characterized by its ontological
feature, subordinated to reality. Instead, it is considered by the contract of
veridiction that depends, on the one hand, on the persuasive action of the
enunciator, that is, the make-believe, and, on the the other, of the interpretive doing
of the enunciatee, that is, believing. Both currents emphasize that belief is
predominant in actions, to the detriment of what is understood as truth.

Keywords: Disinformation. Belief. Truth.

1
Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho Práticas Interacionais, Linguagens e Produção de Sentido na
Comunicação do 31º Encontro Anual da Compós, Universidade Federal do Maranhão, Imperatriz - MA. 06 a 10
de junho de 2022.
2
Professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG, doutor em Comunicação e Semiótica
(PUC-SP), danielmeloribeiro@gmail.com.
3
Professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da PUC Minas, Doutor em Semiótica e
Linguística Geral (USP), conradomendes@gmail.com.
4
Professora do Departamento Comunicação Social da UFMG, doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP),
geanealzamora@gmail.com.

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1. Introdução
Desinformação é um conceito relativamente recente, sendo normalmente relacionado
a universo semântico de informações falsas ou distorcidas, o que inclui termos afins como:
disinformation, quando criada intencionalmente para provocar dano, misinformation, sem
intenção de causar danos, e mal information, baseada em dados da realidade, mas produzida
para causar danos (WARDLE; DERAKHSHAN, 2017).
A natureza disforme, flexível e expansível da desinformação a torna fenômeno de
relevância inquestionável na contemporaneidade: “A desinformação é um problema
verdadeiramente global, estendendo-se além da esfera política a todos os aspectos da
informação, incluindo mudanças climáticas, entretenimento etc." (IRETON; POSETTI, 2018,
p. 21). Desde 2020, a desinformação tem impactado sobremaneira o combate à pandemia de
covid-19, a tal ponto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a designar de
infodemia a explosão de informações - falsas e verdadeiras - sobre o assunto (ALZAMORA;
RIBEIRO; MENDES, 2021).
Nas mais diversas áreas, o fenômeno da desinformação se caracteriza por um
processo comunicacional em rede que opera de modo semelhante: produção difusa,
distribuição multiplataforma e expansão oblíqua, efetuada pela ação social impulsionada por
algoritmos em conexões digitais.
Em perspectiva mais ampla, pode-se dizer que a desinformação sublinha a passagem
da sociedade da informação (CASTELLS, 1999), na qual as interações em rede surgem como
produto do avanço das tecnologias no século 20, para a sociedade da desinformação
(MARSHALL, 2017), caracterizada pela emergências das informações falsas no século 21
como fenômeno endêmico da sociedade contemporânea. Não haveria ruptura entre a
sociedade da informação e a sociedade da desinformação, "mas tênue passagem entre um
regime hegemônico a outro por meio de camadas de mediação cada vez mais densas, tensas e
complexas” (ALZAMORA; RIBEIRO; MENDES, 2021, p. 18).
Buscando abordar o fenômeno da desinformação não por suas variadas
especificidades empíricas (aspecto já abordado pelos autores deste artigo em momentos

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anteriores), mas por um prisma epistemológico mais amplo, indaga-se: por que a informação
falsa ou distorcida se propaga de modo tão amplo e heterogêneo nas conexões digitais?
Como já dito, essa questão inscreve-se nas particularidades comunicacionais da
desinformação relacionadas à combinação entre suas dimensões de produção, distribuição e
expansão digital. Porém, entende-se que, para além das intenções que delineiam a dimensão
produtiva da desinformação e de sua distribuição multiplataforma impulsionada por
algoritmos, aspectos recorrentemente mencionados em análises do assunto, deve-se
considerar um aspecto menos discutido, nem por isso menos importante: como as crenças
impactam nos processos de significação social da desinformação?
Para discutir essa questão acionamos duas correntes: a semiótica fenomenológica de
Charles Sanders Peirce (1839-1914) e a semiótica discursiva de Algirdas Julien Greimas
(1917-1992). Acreditamos que a configuração semiótica de um fenômeno complexo, como é
o caso da desinformação, se beneficia do esforço conjugado de perspectivas semióticas
distintas. Por causa disso, apresentamos as noções de crença e verdade em ambas as correntes
e, a seguir, discutimos como tais noções impactam no processo de significação social da
desinformação a partir de uma breve discussão empírica do tema.

2. A crença em Peirce: pragmatismo e comunicação


Charles S. Peirce (1839-1914) foi um filósofo e cientista estadunidense. Ao longo de
sua trajetória intelectual, seus interesses de pesquisa se voltaram, principalmente, para o
estudo da lógica, entendida num sentido mais amplo como a ciência que investiga os
diferentes tipos de pensamento. Para Peirce, a lógica se articula com as outras duas ciências
normativas, a ética e a estética, que se fundamentam, por sua vez, na fenomenologia.
Motivado por sua experiência como cientista, Peirce procurou desvendar a maneira como o
próprio conhecimento é produzido. Assim, em sua arquitetura filosófica, temas como o
método científico e os diferentes tipos de raciocínio ocupam lugares preponderantes.
No âmbito dos estudos da comunicação, Peirce é mais conhecido por seus trabalhos
na semiótica, teoria que investiga o comportamento dos diferentes tipos de signos, suas
relações de representação com os objetos do mundo e seu potencial para gerar cadeias
interpretativas, ou semiose. Dessa maneira, a teoria dos signos de Peirce se apresenta como

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um arsenal metodológico para a análises de fenômenos comunicacionais (SANTAELLA,


NÖTH, 2004). Embora a semiótica ocupe uma parte significativa de sua obra, Peirce também
desenvolveu outros temas relevantes para a área de comunicação. Neste estudo, em particular,
destacamos o pragmatismo, uma perspectiva filosófica que possui notáveis contribuições para
o atual contexto da desinformação, na medida em que aborda como as crenças individuais
guiam a nossa conduta e afetam a realidade.
De maneira sintética, o pragmatismo de Peirce pode ser compreendido como uma
doutrina do refinamento lógico das ideias. O pragmatismo busca desvendar como as crenças
guiam a conduta e podem estimular o aprimoramento da razão no longo curso do tempo
(IBRI, 2004; SANTAELLA, 2004a). Introduzido por Peirce, o pragmatismo influenciou
outros pensadores nos Estados Unidos, como William James e John Dewey. Por intermédio
desses pensadores, o pragmatismo é eventualmente reconhecido, por exemplo, como “o
grande alicerce teórico que sustenta as reflexões da Escola de Chicago” (FRANÇA,
SIMÕES, 2014, p. 139). No entanto, a perspectiva original de Peirce acerca do pragmatismo
se difere dos desdobramentos dessa corrente, permanecendo ainda pouco explorada pelo
campo da comunicação. Nessa linha, destacamos os trabalhos de Santaella (2004), Bergman
(2009) e Romanini (2016).
A noção de crença é o ponto de partida para a compreensão do pragmatismo de
Peirce. Segundo Peirce, a crença é uma espécie de hábito (EP25, p. 336; CP6 5.398), uma
disposição que orienta nossos pensamentos e ações, permanecendo de maneira relativamente
perene em nossa consciência. “A crença não nos faz agir de imediato, mas nos coloca em
condição para nos comportarmos de certa maneira quando surgir a ocasião” (PEIRCE, 2008,
p. 44). Nesse sentido, a crença é um estado auto-satisfatório e confortável, responsável por
guiar nossa conduta, ao oferecer uma resposta segura para questões da experiência cotidiana.
No entanto, esse estado confortável e estável proporcionado pela crença é abalado
diante de uma dúvida. Assim, uma crença pode ser rompida quando somos surpreendidos por
uma situação inesperada, causando um desconforto. A irritação provocada pela dúvida nos
estimula a agir, a fim de superar esse incômodo, alcançando um novo estado de crença. O

5
A sigla EP2 corresponde ao volume 2 da publicação Essential Peirce, organizada pelo Peirce Edition Project.
6
A sigla CP corresponde aos Collected Papers de Charles Peirce. O primeiro número indica o volume, seguido
do parágrafo.

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esforço desempenhado para sair de um estado de dúvida e alcançar um novo estado de crença
é chamado por Peirce de investigação (PEIRCE, 2008, p. 45). Em outras palavras, crenças já
fixadas podem ser revistas diante de dúvidas que estimulam nossa reflexão em busca de um
novo estado de estabilidade.
Desse modo, perseguimos crenças que pensamos serem verdadeiras, a fim de
estabilizar nosso estado de inquietação. O problema é que as crenças geradas podem ser
falsas. “Tão logo uma crença é firmemente alcançada, ficamos inteiramente satisfeitos, quer a
crença seja verdadeira ou falsa.” (PEIRCE, 2008, p. 45). Ou seja, podemos nos fixar em
crenças equivocadas, que não possuem correspondência com os fatos, mas que nos causam
uma sensação de conforto. Assim, o apego a certas crenças irá gerar consequências na
maneira como pensamos e agimos.
Em um de seus textos mais conhecidos, A Fixação da Crença, de 1878 (PEIRCE,
2008), Peirce procurou distinguir quatro métodos para lidar com as crenças que variam em
termos de efetividade. O primeiro método é o da tenacidade, no qual as crenças são fixadas
por repetição e insistência. Por meio desse método, o indivíduo se apega a uma determinada
crença, ignorando qualquer indício que possa perturbar esse estado confortável. Trata-se do
método mais rudimentar de fixação de crenças, mas que, de maneira surpreendente, ainda é
bastante comum. O segundo método é o da autoridade, através do qual uma crença é fixada
por força ou influência de uma autoridade externa (política, religiosa, corporativa, estatal
etc.), responsável por repreender um pensamento dissonante. O terceiro método é conhecido
como a priori, através do qual as crenças são fixadas por caprichos ou preferências que
possuem uma aparente racionalidade, mas que, na verdade, refletem preferências individuais.
Nesse método, as crenças fixadas são agradáveis à razão: acreditamos em algo que estamos
inclinados a acreditar, por gosto ou afinidade. Por fim, o método mais eficiente de fixação de
crenças, segundo Peirce, é o método científico, por meio do qual conclusões mais próximas
da verdade podem ser alcançadas, ainda que de maneira provisória.
Segundo Peirce (2018. p 54), a ciência é o único procedimento que estimula que as
inferências obtidas sejam independentes de nossas opiniões. Ou seja, as premissas e as
conclusões que envolvem o raciocínio guiado pelo método científico precisam corresponder à
realidade, e não necessariamente às nossas crenças particulares. Para isso, o método científico

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requer mecanismos para garantir que nossas conclusões sejam externalizadas e colocadas à
prova pelo teste da experiência, mediante a avaliação de uma comunidade de investigadores.
Afinal, nossas crenças individuais estão, muito provavelmente, recheadas de erros e
imperfeições. O próprio Peirce reconhece que “toda a história do pensamento mostra que
nossas crenças instintivas, em sua condição original, estão tão misturadas com o erro que
nunca podem ser confiáveis até que tenham sido corrigidas pela experiência” (CP 1.404).
A partir dessa reflexão sobre as crenças e sobre o método científico, é possível
delinear o propósito inicial do pragmatismo, que consiste na compreensão dos efeitos
provocados por um certo conceito (digamos, como exemplo, o conceito de desinformação).
No texto chamado Como Tornar Nossas Ideias Claras (PEIRCE, 2008), Peirce nos convida a
olhar para os efeitos práticos provocados por um objeto da nossa concepção. “Para
desenvolver seu significado, temos, portanto, simplesmente que determinar quais hábitos ele
produz, pois o que uma coisa significa é simplesmente quais hábitos ela envolve” (CP 5.400).
Como vimos, as crenças são tipos de hábitos que guiam nossas ações, gerando efeitos
práticos no mundo. Na medida em que investigamos esses variados efeitos, estaríamos nos
aproximando, de modo sempre parcial e incompleto, mas cada vez mais aprimorado, da
verdade. Dessa maneira, o pragmatismo pode ser entendido como estudo sobre a maneira
como os conceitos se relacionam com a nossa conduta (EP2, p. 332-333).
Retomando o exemplo, o problema contemporâneo da desinformação poderia ser
tratado, à luz do pragmatismo, a partir da observação empírica de seus efeitos em nossa
realidade. A desinformação sobre a pandemia de covid-19 gera consequências que se
manifestam em inúmeras instâncias, como a negação de vacinas, a crença em tratamentos
ineficazes, a proliferação de fake news sobre teorias conspiratórias (AGGIO, 2021) e assim
por diante. Daí a relevância do estudo desses efeitos da desinformação, que se materializam
em diferentes signos, no âmbito das pesquisas em comunicação, a fim de que possamos nos
aproximar de uma compreensão mais apurada desse fenômeno. É importante ressaltar que o
método pragmático não se resume a experimentos individuais: Peirce insiste na ideia de que
os efeitos práticos de uma investigação sobre nossa conduta e o significado real dos conceitos
encontram-se no futuro. Ou seja, indivíduos diferentes podem partir de hipóteses distintas
diante de uma dúvida. Porém, a soma coletiva dos resultados apontam para a verdade, caso as

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condições para esses experimentos sejam amparadas pelo rigor da ciência e tais experimentos
sejam levados adiante de modo cada vez mais consistente.

3. A verdade a e a crença pela perspectiva da semiótica discursiva


Tendo em vista a proposta deste trabalho, que é pensar semioticamente a
desinformação em torno das problemáticas da verdade e da crença, retomamos, neste tópico,
o pensamento do semioticista lituano Algirdas Julien Greimas (1917-1992) para compreender
de que modo a semiótica discursiva pode contribuir com esse debate. Verdade, para a teoria
greimasiana, corresponde a um termo complexo que subsume os termos ser e parecer no
quadrado veridictório7. Não se trata, assim, de uma verdade extralinguística, de uma
adequação ao referente, mas de uma verdade inscrita discursivamente:

Ao postular a autonomia, o caráter imanente de qualquer linguagem e, pela mesma


razão, a impossibilidade de recorrer a um referente externo, a teoria saussuriana
forçou a semiótica a inscrever entre suas preocupações não o problema da verdade,
mas o do dizer-verdadeiro, da veridicção (GREIMAS; COURTÉS, 2008, p. 530).

Logo, a semiótica de Greimas não trata da verdade ontológica, mas da veridicção, ou


seja, de um dizer-verdadeiro, que parece verdadeiro, desvinculado do referente externo. Um
discurso é lido como verdadeiro quando um crer-verdadeiro for instalado entre enunciador e
enunciatário. A essa relação intersubjetiva fundada na crença dá-se o nome de contrato de
veridicção. Assim, a verdade, a falsidade, a mentira e o segredo “não se estabelecem senão na
forma de um equilíbrio mais ou menos estável que provém de um acordo implícito entre os
dos actantes da estrutura da comunicação” (GREIMAS, 2014, p. 117).
Para Greimas e Courtés (2008, p. 530), o bom funcionamento do contrato de
veridicção depende, por um lado, do fazer persuasivo do enunciador, ou seja, o fazer-crer, e,
do outro, do fazer interpretativo do enunciatário, isto é, o crer. Nesse sentido, o enunciador
faz parecer verdadeiro seu discurso e cabe ao enunciatário, com base tanto em seu próprio
quadro axiológico quanto na representação feita desse quadro pelo enunciador, aceitar ou não
o que está sendo proposto como verdadeiro. Desse modo, o fazer persuasivo visa à adesão do

7
Nesse quadrado, aquilo que é e parece é verdade; aquilo que é e não parece é segredo; o que parece mas não é
é mentira; e, finalmente, aquilo que não parece e nem é é falsidade.

7
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enunciatário, que pode ou não aderir a tal contrato: “compreende-se, então, por que, em
condições como essas, o conceito de verdade esteja cada vez mais substituído pelo de
eficácia” (GREIMAS, COURTÉS, 2008, p. 531). Ou ainda: “não se espera mais do sujeito da
enunciação a produção de um discurso verdadeiro, mas de um discurso que gere um efeito de
sentido de ‘verdade’” (GREIMAS, COURTÉS, 2014, p. 122). Assim, é com base em um
regime veridictório que um texto pode ser lido como falso, por exemplo, como em uma
história de pescador, ou verdadeiro, como o discurso jornalístico ou científico. Desse modo,

Se a verdade é apenas um efeito de sentido, conclui-se que sua produção consiste no


exercício de um fazer particular, um fazer-parecer-verdadeiro, isto é, a construção
de um discurso cuja função não é o dizer-verdadeiro, mas o parecer-verdadeiro.
Esse parecer não visa mais, como no caso da verossimilhança, à adequação ao
referente, mas a adesão da parte do destinatário a quem se dirige, e por quem
procura ser lido como verdadeiro (GREIMAS; 2014, p. 122).

Para Greimas (2014, p. 123), existem duas formas de manipulação discursiva que,
apesar de opostas, visam ao mesmo objetivo, ou seja, a adesão do enunciatário. A primeira é
a camuflagem subjetivante, em que o sujeito da enunciação se instaura no discurso e ali se
projeta como um eu, fiador da verdade. A segunda forma de manipulação discursiva é a
camuflagem objetivante, em que o sujeito da enunciação não se projeta no discurso e é
apagado por meio de construções impessoais. Demuru, Fechine e Lima (2021), ao realizarem
pesquisa sobre desinformação no WhatsApp durante a pandemia de covid-19, elencam alguns
procedimentos gerais em que se ancora a camuflagem subjetivante. Para os autores, o
discurso em primeira pessoa e o discurso interpelativo constituem dois procedimentos
relacionados:

[...] se existe uma primeira pessoa marcada no enunciado (um narrador) há também,
logicamente, uma segunda pessoa a quem ela se dirige (narratário). Basta tão
somente a explicitação do “eu” para que o “tu” para o qual este fala seja igualmente
inscrito no enunciado de modo direto ou não (DEMURU; FECHINE; LIMA, 2021,
p. 12)

Apoiados em Bakhtin, os autores tratam ainda dos gêneros do discurso subjetivantes,


como o testemunho, em que “o narrador assegura ter visto, ouvido ou estar sabendo de algo
que precisa ser ‘desmascarado’ e propagado porque, muito frequentemente, se trata de um
segredo” (p. 15) e o comentário “estilo discursivo muito próximo àquele do comentarista

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televisivo ou do colunista de revistas e jornais impressos, que opina sobre os eventos em


pauta no debate público” (p. 16). Os dois últimos procedimentos subjetivantes postulados são
os papéis temáticos do especialista e o da pessoa comum. O primeiro é relativo ao discurso de
autoridade, correlato a um dos métodos de fixação da crença para Peirce, como já
apresentado. No segundo caso, “[...] diferentemente do especialista, a autoridade da pessoa
comum é sustentada pela sua “autenticidade” (p. 18). Os autores concluem que:

Na camuflagem subjetivante, [...] a veracidade e credibilidade atribuída aos


conteúdos advém mais do como e de quem fala do que da adequação à realidade
sobre o quê se fala. A inscrição dos conteúdos recebidos pelo WhatsApp na rede de
saberes verdadeiros depende, portanto, mais da autoridade que da racionalidade –
uma autoridade cuja eficácia é tanto maior quanto maior for o seu
comprometimento com uma verdade empírica, fruto de uma experiência pessoal e
direta com o “mundo”. Nisso, podemos identificar não apenas a exploração
insistente e ardilosa do sensível e da passionalidade pelos procedimentos
subjetivantes, mas também o apelo que fazem ao que podemos chamar de um
“comportamento São Tomé”, que se pauta no “ver para crer”, nas convicções
pessoais ou experiências vividas (DEMURU; FECHINE; LIMA, 2021, p. 20)

Os procedimentos de camuflagem subjetivante apresentados por Demuru, Fechine e


Lima (2021), além da camuflagem objetivante, à qual se fez referência (GREIMAS, 2014),
não visam senão à adesão do destinatário da comunicação. Portanto, opõe-se ao fazer
persuasivo “um fazer interpretativo inverso e igualmente exigente” (GREIMAS, 2014, p.
124). Assim, o contrato de veridicção, para se efetuar, necessita da sanção fiduciária.
Esse julgamento ou ato epistêmico é uma passagem de um estado de crença a outro.
Nele, o destinatário da comunicação verifica a adequação daquilo que é novo e desconhecido
ao antigo e conhecido, valendo-se, para isso, de seu universo cognitivo, dentro do qual se
encontram a variante fiduciária, ligada ao crer, e a variante lógica, ligada ao saber. Em tal
universo, o crer precede o saber, visto que comunicar é, antes de um fazer-saber, um
fazer-crer, e ambas as modalidades pertencem a um único e mesmo universo cognitivo
(GREIMAS, p. 2014. 145). Para Barros,

Distinguir a adesão “fiduciária”, que envolve sobretudo o crer, da adesão “lógica”,


que recorre ao é separar tipos de racionalidade que, no ato de interpretar, se
misturam e se confundem na certeza ou na dúvida da verdade, na verdade ou na
falsidade da certeza. Afirma-se, com isso, o caráter ideológico da interpretação, no
seu “reconhecimento da verdade” (BARROS, 2001, p. 58).

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Portanto, o reconhecimento da “verdade” não se adequa ao referente, mas ao próprio


universo cognitivo de quem interpreta.
Ainda que separar o crer do saber no ato de interpretar seja, muitas vezes, uma tarefa
difícil, Greimas (2014) parece dar algumas pistas sobre a sanção veridictória do discurso da
desinformação. Para o autor,

Somos obrigados a constatar que o saber instalado não consegue expulsar o crer,
mas que o crer às vezes repousa, e mesmo se consolida, sobre a negação do saber.
Tudo se passa como se o crer e o saber estivessem alinhados em uma estrutura
elástica que no momento extremo de tensão se polarizasse produzindo uma
oposição categórica, mas que ao se relaxar chegasse ao ponto de confundir os dois
termos (GREIMAS, 2014, p. 128).

Portanto, o discurso da desinformação será considerado verdadeiro, quando em face


dessa estrutura, quando polarizada, o enunciatário escolher a variante fiduciária de seu
universo cognitivo, isto é, aquela ligada ao crer, e prescindir (ou, ainda, rechaçar) a variante
lógica ligada ao saber. Barros (2020, p. 28) corrobora nossa hipótese ao afirmar:

Quando a interpretação se baseia, sobretudo ou apenas, nas crenças e emoções do


destinatário interpretante, os discursos mentirosos são entendidos como verdadeiros.
Em outras palavras, por mais absurdos que pareçam, os discursos cujos valores
estão de acordo com as crenças e sentimentos do destinatário são por ele
considerados verdadeiros. É o chamado viés de confirmação, tendência de as
pessoas acreditarem nas informações que apoiam suas visões e valores, e
desconsiderarem as que dizem o contrário.

Assim, a adesão ao discurso da desinformação, além de ancorar-se na variedade


epistêmica do universo cognitivo, ligada ao crer, baseia-se em emoções do enunciatário ou,
no dizer de Landowski (2014), tem uma base estésica, isto é, ligada ao sentir.

4. Breve análise empírica


A título de demonstração de nosso raciocínio, tomemos o caso da significação social
relacionada à vacina contra covid-19. Este é um tema que mobiliza crenças contraditórias,
normalmente permeadas por informações falsas, imprecisas ou enganosas, o que resulta em
relevantes efeitos práticos na sociedade.
Em 15 de fevereiro de 2022, em meio ao início do retorno presencial em escolas de
todo o país, somente 30% das crianças brasileiras haviam tomado a primeira dose dessa

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vacina8. No mesmo dia, segundo levantamento realizado pela Agência CNN, com base em
dados enviados pelas secretarias estaduais de saúde das unidades da federação, pelo menos 12
estados do país estavam com a porcentagem de vacinação da dose de reforço em adultos
abaixo de 20%9. A questão se torna ainda mais grave quando observada por um prisma
global. De acordo com informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
vacinar pelo menos 70% da população mundial é o único meio de conter a pandemia de
covid-1910.
Em 16 de fevereiro de 2022, a Agência Fiocruz de Notícias divulgou nota técnica
sobre a preocupante lentidão na cobertura vacinal de primeira dose das crianças no contexto
de retorno das atividades escolares. O documento cita o crescente movimento antivacina no
país e enfatiza a necessidade de maior esclarecimento da sociedade acerca da importância,
efetividade e segurança das vacinas11. No mesmo dia, o presidente da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou que diretores e técnicos do
órgão receberam 458 ameaças desde que entrou em pauta no Brasil a vacinação das crianças
contra covid-1912. Os efeitos práticos de crenças dissonantes relativas à vacina de covid-19
podem ser devastadores, como se observa nos episódios mencionados, ocorridos em apenas
dois dias.
Em uma perspectiva peirciana, a resistência social à vacina, a despeito da recorrente
divulgação científica de seus benefícios, demonstra a incidência do método da tenacidade na
fixação da crença antivacina. O método da autoridade também se evidencia nesse contexto,
na medida em que o argumento contrário à vacina é endossado por figuras públicas de

8
Disponível em:
https://g1.globo.com/saude/coronavirus/vacinas/noticia/2022/02/15/vacinacao-contra-covid-30percent-das-crian
cas-tomaram-a-1a-dose-1528-milhoes-de-pessoas-estao-totalmente-imunizadas.ghtml. Acesso em 15 fev. 2022.
9
Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/em-meio-a-discussao-da-4-dose-100-milhoes-de-brasileiros-ainda-precisam
-tomar-a-3/. Acesso em 16 fev.2022.
10
Disponível em:
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grande influência, tais como o próprio Presidente da República no Brasil. Já o método a


priori pode ser detectado nos discursos antivacina, principalmente nas manifestações que as
rejeitam por, supostamente, não terem sido testadas de maneira satisfatória, ou que se trata de
uma conspiração da indústria farmacêutica. Tais exemplos se configuram como método a
priori na medida em que oferecem uma explicação aparentemente lógica, mas que, na
verdade, são apenas agradáveis à razão. A corrida pelo desenvolvimento das vacinas, por sua
vez, é um exemplo da aplicação do método científico. Essas iniciativas são frutos de esforços
de grupos de pesquisadores empenhados em validar hipóteses junto à comunidade de
especialistas, a fim de lapidar as soluções propostas, cujos efeitos para a saúde coletiva
podem e devem ser comprovados publicamente.
Na perspectiva greimasiana, a adesão ao discurso antivacina se dá por meio da sanção
fiduciária do enunciatário que crê-verdadeiro aquilo que parece-ser-verdadeiro, mesmo sendo
mentiroso, ou seja, parece ser mas não é. Assim, como a semiótica de Greimas não trata da
verdade ontológica, mas da veridicção, o discurso antivacina é lido como verdadeiro uma vez
que o enunciatário adere àquele parecer-verdadeiro, construído como tal pelo enunciador. É o
que se observa nos episódios mencionados, que atestam, através da imprensa, a fraca adesão
à vacina. Cabe ressaltar, na esteira de Barros (2019, p. 6), que uma das estratégias de
desmascarar discursos mentirosos, como é o caso do discurso antivacina, é a de apontar os
diálogos que eles estabelecem com outros textos e discursos.

5. Conclusão
Há uma diferença substancial nas abordagens semióticas de Peirce e de Greimas sobre
o conceito de verdade. Do ponto de vista da semiótica de Peirce, a verdade apresenta uma
propriedade ontológica que se submete à força da realidade. Ou seja, as representações
sígnicas - que são, por essência, recortes parciais dos objetos do mundo - são confrontadas
com seus efeitos práticos na realidade. Nesse sentido, cabe à ciência observar esses efeitos e
corrigir os rumos das cadeias de semiose, de modo a almejar um ponto de convergência ideal,
que é a verdade. Trata-se de uma concepção pragmática da verdade, pois esta seria uma
espécie de ideal autocorretivo que age no aprimoramento contínuo das crenças
(ALZAMORA; ANDRADE, 2019).

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Já pela semiótica discursiva, a verdade não se caracteriza por seu vínculo ontológico,
próprio da natureza do referente e, portanto, subordinado à realidade. Tal conceito pode ser
substituído pelo conceito de eficácia (GREIMAS, 2014), a partir do estabelecimento do
contrato de veridicção entre enunciador e enunciatário. Este para aderir ao contrato proposto
por aquele compara o antigo ao novo e recorre a um universo cognitivo, formado por duas
variantes: o crer e o saber. No contexto da desinformação, o enunciatário parece valer-se tão
somente da variante fiduciária, ligada ao crer, e prescindir da variante lógica, ligada ao saber.
Tal adesão, ainda, é ligada às emoções daquele que realiza o fazer interpretativo e, por isso,
tem base estésica, ligada ao sentir.
Por outro lado, há uma interseção significativa entre as duas abordagens, que reside
no papel que as crenças desempenham nas trocas discursivas e na construção do sentido. De
maneira congruente, ambas as perspectivas explicitam que o entendimento da verdade passa
por um sistema cognitivo ligado à construção de crenças dos indivíduos Desse modo, pela
perspectiva peirciana, a crença é uma espécie de hábito que direciona condutas, mesmo
diante de evidências que questionem a sua veracidade. Já pela perspectiva greimasiana, o
discurso da desinformação parece obter a sanção fiduciária fundada sobretudo no crer do
enunciatário.
Assim, em um contexto de reflexões sobre a desinformação, as crenças se apresentam
como uma variável que não pode ser ignorada. Neste estudo, procuramos enfatizar que as
pesquisas que tratam da desinformação na comunicação não podem prescindir dos efeitos
práticos que as crenças exercem nas manifestações discursivas. Sustentados por um olhar
semiótico, argumentamos que essas crenças podem ser categorizadas tanto a partir de seus
diferentes modos de fixação, bem como em sua relação com o próprio saber, como variantes
constitutivas do universo cognitivo do enunciatário.
Outras conexões e confrontos entre essas perspectivas semióticas sobre a
desinformação também podem ser explorados em reflexões futuras. Apontamos, por
exemplo, as bases estésicas da crença na desinformação que, com base na sociossemiótica de
Landowski (2014), podem estar relacionadas com o regime do ajustamento ou a uma
sobreposição dos regimes da manipulação e do ajustamento, ou seja, àquilo que o autor
chama de manipulação por contágio (LANDOWSKI, 2008). Por sua vez, a estética também

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se apresenta como um relevante tópico no pragmatismo de Peirce, na medida em que, para


além da lógica e da ética, orienta o pensamento em direção a um ideal admirável, que é o
crescimento da razoabilidade concreta (SANTAELLA, 2004b). Nesse sentido, os efeitos da
propagação da desinformação devem ser estudados não somente pelo entendimento da
maneira como pensamos (lógica) ou do que deliberadamente escolhemos fazer (ética), mas
também do que estamos motivados a admirar (estética).

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