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PERÍCIAS DE ENGENHARIA FORENSE

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 3
2. LOCAL DO CRIME _______________________________________________ 5
2.1 Vestígios ____________________________________________________ 7
2.1.1 Impressões Digitais___________________________________________ 8
2.2 Touch DNA _________________________________________________ 11
3. O PAPEL DO ENGENHEIRO COMO PERITO JUDICIAL E OS DESAFIOS
ADVINDOS DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ____________________ 14
4. PERÍCIA ______________________________________________________ 19
4.1 Critérios Normativos Para Perícia de Engenharia na Construção Civil ______ 20
4.2 Laudo _____________________________________________________ 21
4.3 Assistente Técnico ___________________________________________ 23
4.4 Tipos de Ações ou Perícias_____________________________________ 24
4.4.1 Ordinária ________________________________________________ 24
4.4.2 Desapropriação __________________________________________ 25
4.4.3 Renovatória e Revisional ___________________________________ 25
4.4.4 Demarcatória e Divisória ___________________________________ 26
4.4.5 Reintegração de Posse e Reivindicatória _______________________ 26
4.4.6 Usucapião _______________________________________________ 26
4.4.7 Nunciação de Obra Nova ___________________________________ 27
4.4.8 Ambiental _______________________________________________ 27
REFERÊNCIAS ____________________________________________________ 32
1. INTRODUÇÃO

Há décadas, inovações em pesquisas e as ações colaborativas contribuem com


as ciências forenses no âmbito a colocar em prática novas técnicas de biologia
molecular para identificação humana e análise de microvestígios. Para viabilizar a
análise de diversos tipos de amostras biológicas e para que essas possam ser usadas
para confronto, ou seja, genotipadas com a finalidade de confrontar evidência vs.
padrão. Esta evolução tecnológica só tem a somar quando se fala de casos onde os
aspectos jurídicos e sociais são imprescindíveis.
Na grande maioria dos casos forenses nos deparamos com amostras
biológicas onde a quantidade e a qualidade do Ácido Desoxirribonucleico (DNA) não
estão íntegras, processos de degradação biológica influenciadas pelo meio podem
dificultar a amplificação e a obtenção de um perfil genético completo para estabelecer
uma relação entre padrão e evidência.
Materiais biológicos (sangue, suor, cabelo e esperma), impressões digitais ou
outras provas físicas, coletadas em local de crime podem ser usados em uma
investigação. É importante garantir que os microvestígios encontrados na cena do
crime não estejam contaminados, destruídos ou perdidos, caso contrário, será difícil
fazer uma relação entre evidências e suspeitos.
Torna se cada vez mais importante colocar em prática novas técnicas de perícia
criminal, criar uma relação entre padrão e evidência, ou seja, a relação entre suspeito
e vítima.
Dois grandes marcos da evolução tecnológica das últimas décadas foram o
desenvolvimento da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) e o
desenvolvimento de sistemas de amplificação multiplex, do inglês, Short Tandem
Repeat (STR), que nos permiti amplificar e separar em uma única reação de PCR
mais de 10 loci STR simultaneamente. Em decorrência destes novos estudos, uma
única célula nucleada, um fio de cabelo, manchas de saliva em uma ponta de cigarro
ou células epiteliais depositadas em objetos, pode ser suficiente para a obtenção de
um perfil genético completo.
Associar os grandes avanços tecnológicos no campo da ciência e a
necessidade cada vez maior de se intensificar as investigações criminais, tornam as
técnicas de biologia molecular forense um grande ponto a se investir em pesquisas,
estabelecendo novas aplicações e desenvolvimento. Hoje em dia, até pela falta de
estudos mostrando sua eficácia e confiabilidade, a coleta e a utilização de resíduos
biológicos extraídos a partir de impressões digitais latentes não são uma fonte muito
comum para a obtenção de perfis genéticos, mas podem tornar-se muito útil para fins
de análise forense. Deve-se ressaltar ainda que, apesar de ser uma nova técnica a
utilização do DNA de toque nas investigações criminais, as impressões datiloscópicas
não perderam a sua importância, uma vez que a busca e a indexação das impressões
digitais é um procedimento importante durante as investigações criminais.
Deste modo a obtenção de perfis genéticos obtidos a partir de amostras
coletadas de toque, só vem a somar com as investigações, levando em consideração
também a individualidade genética entre os indivíduos.
O Laboratório de Genética Molecular Forense, hoje fisicamente instalado no
Instituto de Criminalística na capital do Estado do Paraná, recebe amostras biológicas
encaminhadas por todas as seções técnicas do Estado, sendo o único no Paraná
responsável pelos exames de DNA na área forense criminal que trata de crimes
sexuais, identificação humana ou ainda qualquer outro tipo de exame forense que
exija o uso do DNA. Amostras com características cada vez mais distintas chegam ao
laboratório e a cada nova amostra um novo desafio, por se tratar em grande maioria
das vezes de microvestígios, ou seja, amostras biológicas com baixa concentração de
DNA.
Este estudo tem como meta, a coleta, extração, quantificação e genotipagem
de perfis genéticos de amostras de impressões digitais latentes produzidas em
laboratório, com a finalidade de reproduzir situações comumente encontradas em
cenas de crime.
Os resultados obtidos através desta pesquisa irão contribuir para o avanço no
campo das investigações forenses, auxiliando os peritos de local nas coletas de
amostras para identificação através do DNA, diversos tipos de superfícies, ou objetos
encontrados em local de crime, como por exemplo, vidros, maçanetas de portas ou
qualquer outro tipo de objeto encontrado que pode trazer informações importantes á
perícia. Ao colocar em prática esta metodologia, ela se tornará mais uma ferramenta
a ser aplicada nas rotinas internas para obtenção de perfis genéticos.

2. LOCAL DO CRIME
Figura 1
Segundo o Princípio de Locard “quaisquer objetos tocados por ele, ou o que
quer que seja que ele deixe, mesmo que inconscientemente, servirá como uma
testemunha silenciosa contra ele” (VELHO, 2013).
Para RABELLO (1996), local de crime é caracterizado como a região onde
ocorreu o fato delituoso, bem como, toda a extensão que se presume que haja sido
praticado o crime e que nele seja constatada a presença de vestígios de relevância
criminal.
Vestígios podem ser encontrados em locais de crimes contra a pessoa
(homicídios), crimes contra o patrimônio, crimes contra a dignidade sexual, contra o
patrimônio histórico (VELHO, 2013).
O Código de Processo Penal em seu artigo 158 “estabelece a necessidade de
perícia sempre que um ato de infração deixar vestígios, sendo indispensável à ação
do perito para que o mesmo realize o exame de corpo de delito”.
Cabe ressaltar que o exame de corpo de delito, que não se trata de um exame
feito somente no corpo de um cadáver, ou de uma pessoa viva, mas sim um exame
realizado em local de crime em objetos, como por exemplo, em uma janela, em um
quadro, em uma folha de papel e etc, tendo como objetivo a coleta de vestígios para
caracterização do ocorrido (TOURINHO, 1987).
O artigo 169 do Código de Processo Penal preconiza que, a primeira autoridade
de segurança que chegar ao local deve mantê-lo sem alterações até a chegada do
perito. Preservar o local de um crime significa garantir a sua integridade, impedindo
que qualquer tipo de ato possa alterar as características do local e com isso a colheita
de vestígios que auxiliarão no esclarecimento da mecânica do ocorrido (modus
operandi).
A ciência aplicada à perícia criminal se coloca como reveladora da “verdade dos fatos”
produzindo a prova científica no contexto do processo penal (VELHO, 2013).

2.1 Vestígios

O vestígio pode ser definido como, “qualquer produto de um agente ou evento


provocador, que durante um processo de uma análise, haja necessidade de submetê-
lo a processos analíticos de apuração e triagem, de forma a extrair deste diversas
informações”. Uma das informações é se o vestígio possui ou não vínculo com o delito
que está sendo analisado” (FILHO, 2009).
Para ESPINDOLA (2008), todo o vestígio deixado na cena de um crime deve
ser coletado e minuciosamente periciado, para que, desta forma, se houver relação
com o delito, o mesmo possa ser caracterizado como evidência.
Logo, vestígio após passar por avaliações objetivas, e que este mostre
vinculação direta com o evento que está sendo periciado, passa a ser classificado
como evidência ou ainda pode ser chamado de “prova material” (FILHO, 2009).
Outro termo usualmente aplicado à criminalística é o indício, que o Código de
Processo Penal, em seu artigo 239, considera circunstância conhecida e provada, que
tem relação com o fato.
Os vestígios coletados em locais de crime podem ser classificados como
perceptíveis ou latentes. Os vestígios perceptíveis são aqueles capitados através de
suas características organolépticas, ou seja, utilizando os sentidos humanos, tais
como, visão, olfato, paladar, tato e audição. Os vestígios latentes são aqueles que
necessitam de técnicas ou equipamentos para serem observados, tais como manchas
de sêmen, resíduos de disparo de arma de fogo, ou ainda as impressões digitais (DEL-
CAMPO, 2008).
Um microvestígio amplamente utilizado em exames periciais é a impressão digital,
ou datiloscópica, cabe ressaltar que este vestígio pode ter um comportamento latente
ou perceptível (WOELFERT, 2003).
2.1.1 Impressões Digitais

Há relatos da utilização das impressões digitais no ano de 650 DC, em


documentos oficiais na China como forma de identificar o autor, garantindo assim, a
sua autenticidade (MALTONI, et al. 2003)
As impressões digitais são formadas a partir do quarto mês de desenvolvimento
intraembrionário. As papilas dérmicas são um fenômeno epigenético que se constitui
e que explica as diferenças encontradas mesmo entre gêmeos univitelinos
(DAUGMAN, 2007).
A datiloscopia trata da identificação humana através da comparação das
características dos desenhos que se formam nos dedos de cada pessoa. Além das
formas que se apresentam nos dedos, pode avaliar ainda as impressões das palmas
das mãos (quiroscopia) e as dos pés (podoscopia) (JORDÃO, 2011).
A papiloscopia é uma ciência que ocupa um lugar de destaque quando se trata
de técnicas de identificação, pois atende aspectos como perenidade, individualidade,
variabilidade e imutabilidades das papilas dérmicas (GARRIDO, 2009).
Segundo Garrido e Giovanelli (2009), as primeiras referências sobre papilas
dérmicas foram feitas por Malpighi no século XVII.
Livro publicado “FingerPrints” em 1882 pelo antropólogo Inglês Sir Francis Galton,
sustentou as afirmações anteriores de que as impressões digitais apresentava-se
inalteradas por toda vida do indivíduo e que não eram duplicadas (FILHO, 1999).
As impressões digitais são perenes e imutáveis, isto é, permanecem
invariáveis, não podendo ser modificados voluntariamente. São infinitamente
diversiformes, já que são características únicas de cada indivíduo, assim como DNA
(PITKETHLY, 2009).
A técnica de identificação papilar atribui quatro morfologias básicas das cristas
papilares, classificadas como: arco, presilha interna, presilha externa e verticilo,
conforme ilustrado na Figura abaixo (CHEMELLO, 2006). Além das morfologias
básicas, o exame datiloscópico avalia minúcias como, ilhas ou ilhotas, cortada,
extremidade de linha, bifurcação, confluência, haste ou arpão, ponto ou anastomose
e lago ou encerro. Tais sinais estão demonstrados na Figura (TOURINO FILHO,
2013).
A identificação datiloscópica é realizada a partir da igualdade de no mínimo
doze sinais, na mesma localização, com a mesma "nomenclatura" e sem nenhum
ponto discrepante, para atestar a identidade de um indivíduo, a partir das impressões
digitais (JORDAO, 2011).

Figura 2

Figura 3

Figura 3

As coletas das impressões digitais precisam ser cuidadosamente estudadas


junto à equipe da perícia, avaliando a dinâmica do crime para constatar se possíveis
objetos de interesse investigativo tenham sido manuseados pelo infrator.
(MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2013).
Uma superfície tocada é de grande importância na busca de impressões digitais
latentes. Para se obter boas impressões, as condições ideais seriam uma superfície
lisa, não absorvente, limpa. A superfície áspera pode recolher uma impressão digital,
mas vai ser distorcida e o padrão de sulcos será inútil. O mesmo acontece com alguns
tecidos, como o couro. Por outro lado, uma superfície absorvente tende a absorver e
espalhar os elementos úmidos que formam impressões digitais latentes. Vidro,
porcelana e metais polidos são excelentes fontes para obter impressões digitais
latentes (LEITÃO, 2008).
Considerando que as impressões digitais latentes são formadas por
transferência de umidade, especialmente suor e oleosidade da pele, a uma superfície,
torna-se claro que esta é uma condição favorável para se obter material biológico
(LEITÃO, 2008).
Assim, em um clima frio, quando se transpira menos, a ausência da
transpiração reduz a possibilidade de obter boas impressões digitais latentes. Mesmo
na presença de uma superfície adequada e boas condições de pele, o fator ambiental
deve ser considerado. Impressões digitais deixadas sob o sol, chuva ou condições de
umidade podem ser degradadas e até desaparecer (CALADO, 2002). Levando
sempre em consideração intempéries climáticos, superfícies porosas, enferrujadas,
materiais brutos da natureza como pedras ou madeiras, podem trazer dificuldades na
aquisição das impressões datiloscópicas (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2013).
Segundo o protocolo da SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública),
para realizar a colheita da impressão digital faz-se necessário, aplicar luz direcional
para identificar o vestígio. Detectado, o vestígio é fotografado e se faz revelação
utilizando a técnica apropriada e o decalque das impressões reveladas (MINISTÉRIO
DA JUSTIÇA, 2013).
Métodos adequados para a recuperação de uma impressão digital latente
incluem pó de revelação que podem ser os chamados reveladores sólidos, Carbonato
de Chumbo II, Óxido de Ferro II, somam III, flor de enxofre, o licopódio e pó
magnéticos para superfícies. Recomenda-se ainda usar pó colorido para contrastar
com a cor da superfície, ou ainda outros reagentes químicos tais como iodo, ninhidrina
e nitrato de prata podem ser utilizados por pulverização, ou imersão do material sobre
uma solução para revelar as impressões digitais latentes (ASSIS, 2008).
Segundo CROXTON et al. (2010), apesar de vários estudos sobre secreções
presentes na pele, pouco se conhece sobre a composição dos resíduos das
impressões digitais latentes, pois tratam-se de misturas complexas secretadas pelas
glândulas.
Objetos quando tocados, fixam em sua superfície microvestígios, que, além das
impressões latentes, pode depositar resíduos como suor e gorduras desprendidos das
glândulas papilares (VELHO 2013; PINHEIRO, RAIMANN, 2011). Chemello (2006),
observou que o estado emocional do indivíduo interfere na quantidade de material
depositado na superfície durante no toque. Isto é, durante um ato delituoso, o indivíduo
tende a desprender mais resíduos glandulares, devido ao seu estado emocional.
Compostos orgânicos e inorgânicos podem ser encontrados em impressões digitais
latentes e além desses compostos, células epiteliais também podem ficar depositadas
sobre as superfícies (RAMOTOWSKY, 2001; PINHEIRO; RAIMANN, 2011). Através
destas células é possível obter material genético em quantidade suficiente que permita
identificar um indivíduo aplicando a técnica de PCR. (SHALHOUB et al. 2008;
PINHEIRO; RAIMANN, 2011).

2.2 Touch DNA

Segundo GORAY (2010), o conceito de DNA de toque refere-se ao material


genético que é deixado por um indivíduo, através das suas células epiteliais, quando
se toca, ou entra em contato com um objeto qualquer.
A falta de um perfil de DNA completo pode ser relacionada à quantidade de DNA ser
insuficiente inicialmente, a presença de inibidores de PCR, ou ainda a perda de ácido
nucleico durante a coleta e processamento de amostras (TEMPLENTON et al. 2013).
Ressalta-se que, em um local de crime, nem sempre é possível obter algum
tipo de vestígio biológico, porém, usando a técnica apropriada de coleta e
identificação, o DNA de toque, torna-se um microvestígio com grande potencial a ser
analisado (HIGUCHI, 1993).
Com o objetivo de estabelecer uma metodologia que permita extrair o DNA
deixado na cena de um crime após o contato, a coleta do material e o
encaminhamento a um Laboratório de Genética Forense, ampliam as possibilidades
de ação, quando se trata da identificação de suspeitos (KÖCHL, 2005).
No entanto, para fazer a identificação dos microvestígios, as coletas das
amostras de impressões digitais devem ser cuidadosas, para que não ocorra,
degradação ou destruição do DNA (ASSIS, 2008).
Oorschot et. al. (1997) descreve em seus estudos que um perfil genético
poderia ser obtido a partir de objetos tocados, proporcionando uma nova ferramenta
para a investigação na cena do crime.
Fatores como, quantidade de suor, gordura, secreções presentes, o tipo de
superfície, temperatura e umidade entre outras, podem interferir na natureza química
e física do microvestígio da impressão digital (JASUJA, 2009).
Além desses estudos, Balogh et. al. (2003) descrevem que é possível obter
perfis genéticos a partir de impressões digitais deixadas no papel, que podem ser
relevantes em cenas de crime, envolvendo fraude e extorsão.
O estudo de Murray et. al., (2001) indicam que a quantidade de DNA
recuperado pode variar dependendo do tempo de contato e do indivíduo. Os autores
compararam a diferença de deposição de material biológico em uma superfície
plástica tocada por 10 segundos, entre indivíduos que liberavam muito e pouco
material biológico no meio. Foi observado que, no indivíduo que liberava mais material
biológico no meio, ao tocar o objeto por 10 segundos, foi possível obter um perfil
genético completo, enquanto que, ao segurar o material plástico por 10 segundos, no
indivíduo que libera pouco conteúdo biológico no meio, obteve-se um perfil parcial,
com perda de loci.
Outro estudo realizado pelo mesmo autor faz a relação entre quantidade de
DNA que pode ser recuperado após contato. Perfis completos foram recuperados a
partir de superfícies tocadas por um indivíduo, onde a liberação de material biológico
foi em grande quantidade, mesmo após quatro meses. Por outro lado, para os
indivíduos com baixo depósito de material biológico observou-se uma diminuição da
recuperação do DNA (Murray, 2001).
Um elevado número de perfis foi obtido a partir de diferentes técnicas de coleta
usando swab, tais como: imediatamente após o toque, pressionando o swab na
superfície 1-60 segundos, algumas horas após o toque e até alguns dias após o toque.
Por outro lado, os perfis obtidos a partir de impressões digitais latentes reveladas com
a utilização de potenciadores químicos, como o iodo e a ninhidrina, não surtiram
resultados tão satisfatórios, resultando em apenas 47% de amplificação dos STRs
(BALOGH, 2003).
Em três estudos de caso apresentados por Williamson (2012), os resultados
obtidos, colocavam os suspeitos nas cenas dos crimes, através da aplicação das
técnicas de coleta de DNA de toque. Ambos os casos as amostras foram coletadas
das vestes das vítimas.
Em cenas de crimes pode se encontrar microvestígios valiosos que até então
não eram vistos como importantes. Por exemplo, cópias de DNA que tenham sido
transferidas para objetos tocados, ou ainda transferidas para uma superfície. Objetos
deixados em uma cena de crime podem oferecer informações valiosas sobre o
indivíduo que os utilizou (SODHI, 2001).
No estudo realizado por Oorschot (1997), os resultados demonstraram a
necessidade de ser muito cuidadoso no manuseio de amostras e na interpretação dos
resultados.
As impressões digitais latentes podem ser totalmente ou parcialmente visíveis,
onde, para sua revelação, é necessário usar pó químico, que contrasta com a
impressão digital e a torna visível (LEITÃO, 2008).
O efeito do pó para revelação das impressões dactiloscópicas vem sendo
estudado, tendo em vista sua possível inibição nas reações de amplificação do DNA
(CAPUTO et al, 2013).
O relevante valor probatório das provas, fez do DNA um agregador promissor
de expectativas para gerar resultados positivos através de amostras cada vez
menores de DNA (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2012).
A obtenção de DNA a partir de impressões digitais é importante para a
atualização das ciências forenses, uma vez possibilita integrar às rotinas periciais uma
nova metodologia de identificação humana. No entanto, a ausência de dados na
literatura é um fator limitante. No Brasil, faltam pesquisas sobre este assunto, havendo
poucos experimentos práticos com essa finalidade.
Assim, este estudo uma parceria, UTFPR (Universidade Tecnológica Federal
do Paraná) e o IC-PR (Instituto de Criminalística do Paraná), têm como finalidade
alcançar os objetivos práticos para a realização deste procedimento nas rotinas
forenses do estudo.
Feito essas considerações faremos uma abordagem sobre a atuação do engenheiro
no mercado de perícias judiciais e as novas exigências e oportunidades trazidas com
a entrada em vigor do novo Código de Processo Civil (CPC).

3. O PAPEL DO ENGENHEIRO COMO PERITO JUDICIAL E OS DESAFIOS


ADVINDOS DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
A engenharia tem-se empenhado em agregar novas tecnologias,
principalmente em um campo globalizado que reforça a competitividade. Além da
necessidade de inovação o engenheiro se lança em desafio na busca de
compatibilizar projeto, custo, qualidade e prazo, objetivando o sucesso de sua gestão
nesses novos cenários.
Nesse contexto, de acordo com Takahashi (2002), no esforço de construir sob
pressão mercadológica, os utilitários de aperfeiçoamento da produção passam pela
linha tênue entre o êxito da execução e suas falhas, com o risco de litígios técnicos.
Mesmo sem a finalidade de causa, o desacerto, seja na camada de produtos ou de
serviços, ocasiona desvantagens tanto para o profissional que executa como para
todos os terceiros ali envolvidos.
Para Nelson Nór apud Giovanny Gerolla (2011) as irregularidades podem
acontecer na etapa de execução, na aquisição de terrenos, na escolha de materiais,
e até mesmo devido à má qualificação da mão de obra selecionada para realização
dos serviços. Além disso, a falta de manutenção e correção preventiva por parte dos
responsáveis pelos bens, comprometem a infraestrutura e põe em risco a sociedade
nos diversos ambientes acarretando em inúmeros questionamentos.
Diante do quadro apresentado a presença do engenheiro como perito é de
suma importância. É evidente, principalmente após a vigência do novo Código de
Processo Cível (CPC), em março de 2016, que o profissional deverá buscar constante
reciclagem e modernização. Para tanto deverá enfrentar constantes desafios que
agregam valor à perícia de engenharia. Deste modo, o aperfeiçoamento da atividade
carece de ser apresentada de forma atualizada e objetiva.
A demanda dos processos judiciais que implica a presença do engenheiro
como perito não se restringe às empresas do setor da construção. A informalidade na
habitação executada por grande parte da população, e até mesmo a atuação de
agentes da natureza interferem na qualidade e segurança da infraestrutura urbana.
Comumente visto nos últimos anos, os sinistros podem ter como origem um acidente,
incidente ou desastre ambiental.
De acordo com o Watanabe (2012):
“Sinistros são ocorrências imprevisíveis e ocorrem de forma inesperada nos
locais mais improváveis e nos horários mais inapropriados. Em geral há perda
de patrimônio como casas e seu conteúdo e também produzem como vítimas
pessoas e algumas delas fatais.”
Na ocorrência de tais fenômenos faz-se necessária a presença do profissional
de engenharia como perito na investigação das suas causas e responsabilidades.
“Perícias tornam-se imprescindíveis nas relações dos agentes produtivos e
mercadológicos sendo atividade essencial ao fornecimento de subsídios
confiáveis aos esclarecimentos científicos dos fatos e lides” (TAKAHASHI,
2002).
O perito em engenharia é aquele que investiga, analisa informações colhidas e
apresenta conclusões sobre as condições técnicas de um imóvel, de uma máquina,
ou de qualquer outro produto da engenharia.
Para Nelson Nór apud Giovanny Gerolla (2011):
"O perito engenheiro civil avalia as causas de um acidente, como o
desmoronamento de um edifício por falha estrutural, patologias, anomalias
ou qualquer desempenho insatisfatório da edificação decorrente de má-
execução, erro de projeto ou problema com material..."
“Sempre que o juiz não for suficientemente apto para realizar a verificação
dos fatos, seja pela ausência de conhecimentos técnicos, ou pela
impossibilidade de colher os dados necessários, o trabalho será realizado por
pessoas entendidas na matéria, através de perícia” (MAIA NETO, 1997).
De acordo com o glossário do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de
Engenharia de São Paulo (IBAPE/SP) perito é o profissional legalmente habilitado,
idôneo e especialista, convocado para realizar uma perícia.
Segundo Vendrame (1997), apud Veronesi (2004)
“O perito é individuo de confiança do juiz, sendo até denominado de “olhos e
os ouvidos do juiz”, figurando como auxiliar da justiça (...), deve reunir os
conhecimentos técnicos e científicos (...). É justamente por isso que o perito
judicial deve ter conduta incorrupta, ética com a verdade técnica, além de
expertise no assunto que irá tratar em sua perícia, pois tem a função de
apresentar ao juiz, de forma clara e precisa, sua análise técnica para solver
as dúvidas e divergências existentes no litígio em curso.”
O novo Código de Processo Civil (CPC) trouxe consideráveis modificações
quanto à nomeação do perito. Anteriormente, como descrito por Maia Neto (1997) o
juiz nomeava o perito, que era efetivado através de um despacho no processo,
publicado no Diário Oficial, no qual o cartório expedia um mandado de intimação, que
era a forma oficial pelo qual o profissional tomava ciência de sua nomeação para
realização da perícia.
De acordo com o novo CPC/2015 no art. 156, o juiz será assistido por perito
quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico assim
disposto:
§1.º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os
órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal
ao qual o juiz está vinculado. Grifo nosso
§ 2.º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por
meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande
circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao
Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a
indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
§ 3.º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção
do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e
a experiência dos peritos interessados.
§ 4.º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos
dos Arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia
informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que
participarão da atividade.
§ 5.º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo
tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre
profissional ou órgão técnico ou cientifico comprovadamente detentor do
conhecimento necessário à realização da perícia.
O novo CPC/2015 foi além, ao prever que, mesmo quando a nomeação for feita
livremente pelo juiz, deverá ser nomeado profissional ou órgão técnico ou científico
comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.
Quanto às avaliações periódicas do cadastro servirão para, além da
manutenção, apurar os casos de suspeição.
“Aprimorando o art. 138 do CPC de 1973, o art. 148 do CPC/2015, estende
os casos de impedimento e de suspeição ao membro do Ministério Público,
aos auxiliares da justiça e, de forma ampla e interessante, aos demais
sujeitos imparciais do processo” (BUENO, 2015).
“A vigência do novo Código de Processo Civil reforça a necessidade do
mercado por um profissional que alie a formação em engenharia civil, e áreas
afins, com conhecimentos do mercado imobiliário e do direito” (IPOG, 2017).
Uma grande dificuldade para o profissional iniciante é o devido reconhecimento
tanto em relação à atividade em si como em relação à sua remuneração. Para
Imamura (2016) com a evolução das técnicas processuais e da legislação, também
evoluíram as técnicas das perícias, necessitando da atualização constante do
profissional nas diversas matérias que envolvem sua atuação. Outro ponto que o
mesmo autor chama atenção, e que é de suma relevância, é o alto custo da estrutura
técnica e administrativa que o perito necessita para o seu escritório.
Há poucos anos atrás a função do perito era exercida como um complemento
de sua atividade profissional, pois normalmente era funcionário de empresas privadas
ou órgãos públicos, sendo que hoje muitos se dedicam exclusivamente a atender às
nomeações de Juízes ou possuem suas próprias empresas para atuarem como perito
do Juízo ou assistente técnico de partes, na atuação na área jurídica.
Um aprimoramento válido que torna mais justa a nomeação do perito é o § 2º
do artigo 157 do CPC/2015 que, em seus termos, determina que será organizada lista
de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos
para habilitação à consulta dos interessados, para que a nomeação seja distribuída
de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área do conhecimento.
Já o art. 157 do CPC/2015 diz que o perito tem o dever de cumprir oficio no
prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se
do encargo alegando motivo legítimo. A escusa será apresentada no prazo de 15
(quinze) dias, (anteriormente eram 5), contado da intimação, da suspeição ou do
impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la.
O Art. 158 o CPC/2015 atualiza os critérios para a inabilitação. O perito que,
por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que
causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a
5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o
juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que
entender cabíveis.
De acordo com o art. 475 tratando-se de perícia complexa que abranja mais de
uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e
a parte indicar mais de um assistente técnico. Neste caso deixa de ser
responsabilidade do perito a contratação de um consultor especialista na respectiva
área.
Para Imamura (2016) os honorários devem custear não só as atividades, como
também ser uma forma de equiparar a competência, experiência e qualidade dos
serviços prestados. Isto porque, o engenheiro que atua na função de perito não
somente deve se apresentar como capaz ao juiz, assim como ter uma sólida formação
que inclui especializações e a aquisição de materiais que o auxilie em sua prática.
O CPC/2015 trouxe uma grande e vantajosa inovação para todos que é a
Perícia Consensual de acordo com o art. 471, em que as partes podem, de comum
acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimento ao juiz, desde que:
I– Sejam plenamente capazes;
II – A causa possa ser resolvida por autocomposição.
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes
técnicos para acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local
previamente anunciados.
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e
pareceres em prazo fixado pelo juiz.
§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por
perito nomeado pelo juiz.
Entende-se por autocomposição a situação em que uma das partes desista de
exercer a sua manifestação de vontade ou a outra deixe de resistir à pretensão, ou
haja concessão de ambas as partes no sentido de firmarem um acordo. A expectativa
é que este procedimento inovador acelere a tramitação judicial.
Para Bueno (2015) o novo CPC inovou ao permitir que as partes, observadas as
exigências feitas pelos incisos do caput do art. 471, escolham perito de comum
acordo, substituindo assim a prova pericial que seria realizada por perito nomeado
pelo magistrado.
4. PERÍCIA

A perícia é o ato da investigação onde o profissional habilitado utiliza-se de


ferramentas propicias para evidencia dos fatos e apuração das causas. Segundo
Brandimiller (1996) apud Veronesi Junior (2004, p.25) “Perícia é o exame de situações
ou fatos relacionados a coisas e pessoas, praticado por especialistas na matéria que
lhe é submetida, com o objetivo de elucidar determinados aspectos técnicos".
Na perícia é necessário estar atento aos elementos que serão examinados e
posteriormente utilizados para responder às arguições das partes. Para identificar
uma causa precisa-se saber o que se está averiguando, transpondo-se assim para
um laudo claro e objetivo.
Ainda de acordo com Veronesi Junior (2004, p.25)
“A perícia é realizada por requisição formal de instituição, pública ou privada,
ou de pessoa jurídica. Seus resultados são apresentados através de parecer
sucinto, apenas com respostas aos quesitos formulados, ou de laudo técnico
com exposição detalhada dos elementos investigados, sua análise e
fundamentação das conclusões, além da resposta aos quesitos formulados.”
Para Kempner (2013) a prova pericial é fundamental para os casos em que as
confissões, as provas documentais ou quaisquer elementos trazidos aos autos,
através dos meios previstos em lei, não são suficientes para dar subsídio ao
julgamento neste caso, é a prova pericial que norteia a decisão judicial. O mesmo julga
pertinente afirmar que a prova pericial é a bússola do magistrado.
Encontra-se disciplinada no art. 464 do novo CPC que a prova pericial consiste
em exame, vistoria ou avaliação, cujas definições jurídicas são:
Exame é a inspeção judicial feita por perito sobre pessoas, animais, coisas móveis,
livros e papéis, a fim de verificar algum fato ou circunstância ao mesmo relativa;
Vistoria é a inspeção judicial feita por perito sobre um imóvel, para verificar fatos
ou circunstâncias ao mesmo relativas;
Avaliação é o exame pericial destinado a verificar o valor em dinheiro de alguma
coisa ou obrigação.
No art. 472 (CPC/2015) diz que
“O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na
contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos
ou documentos elucidativos que considerar suficientes.”

4.1 Critérios Normativos Para Perícia de Engenharia na Construção Civil

Todos os trabalhos periciais de engenharia devem ser orientados e atender às


diretrizes preconizadas pelas Normas Brasileiras aprovadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), aplicáveis à natureza e espécie do objeto da
perícia.
A NBR 13.752/1996 é a norma que trata das perícias. Ela determina as
diretrizes básicas, conceitos, critérios e procedimentos para a realização das perícias
de engenharia.
Esta Norma é exigida em todas as manifestações escritas de trabalhos periciais
de engenharia na construção civil e é aplicável às demais áreas da engenharia. A
realização deste trabalho é de responsabilidade e exclusiva competência dos
profissionais legalmente habilitados pelos Conselhos Regionais de Engenharia e
Agronomia (CREA), de acordo com a Lei Federal nº 5194/1966 e, entre outras, as
Resoluções nos 205, 218 e 345 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
(CONFEA).

4.2 Laudo

O resultado do trabalho realizado na perícia é apresentado em forma de laudo


ao juiz para que este dê prosseguimento no processo e contribua na sua sentença.
No glossário do IBAPE/SP apud Medeiros Junior e Fiker (2013) o laudo é um parecer
técnico escrito e fundamentado, emitido por um especialista indicado por autoridade,
relatando resultados de exames e vistorias, assim como eventuais avaliações com ele
relacionadas.
No laudo deve-se evitar palavras de sentido ambíguo ou confuso, ainda que
necessite apresentar termos técnicos, objetivando facilitar assim a sua leitura e
compreensão do mesmo.
Segundo Medeiros Junior e Fiker (1996, p.31):
O laudo é o resultado da perícia expresso em conclusões escritas e
fundamentadas, devendo conter fiel exposição das operações e ocorrências
das diligências, concluindo com parecer justificado sobre a matéria submetida
a exame do especialista e respostas objetivas aos quesitos formulados pelas
partes e não impugnados pelo juízo.
O laudo deve ser imparcial e de inteira responsabilidade com a verdade técnica,
baseando-se nas perguntas elaboradas em forma de quesitos, mas não somente a
estas, devendo o engenheiro fazer suas devidas observações e análises de acordo
com o elemento a ser investigado. Como afirmado por Yee (1999) o laudo pericial é
apresentado de acordo com os quesitos formulados pelas partes, com as respectivas
respostas. Ainda sinaliza que o perito não está adstrito somente às respostas aos
quesitos, mas ao objeto da perícia, devendo esclarecer todas as questões técnicas
levantadas.
O novo CPC traz no art. 469 a possibilidade de as partes apresentarem quesitos
suplementares durante a diligência, que poderão ser respondidos pelo perito
previamente ou na audiência de instrução e julgamento. O escrivão dará à parte
contrária ciência da juntada dos quesitos aos autos.
“A novidade está na expressa possibilidade de o perito responder aos quesitos
suplementares previamente ou na audiência de instrução e julgamento, consagrando,
legislativamente, prática forense bastante difundida.” (BUENO, 2015).
Não cabe ao perito ao redigir o seu laudo interferir ou opinar para as decisões
do juiz. Como elucidado por Veronesi (2004) o objeto da perícia é o fato ocorrido e
seu nexo de casualidade e não o fato jurídico.
Para a elaboração do trabalho a ser apresentado, não existe um padrão
preestabelecido, porém existem orientações normativas, além dos quesitos, que
direcionam o laudo pericial.
Como explica Medeiros Junior e Fiker (1996, p.31):
A legislação não prescreve a forma pela qual o laudo deve ser apresentado.
Constituindo a peça representativa das operações periciais, das ocorrências
das diligências e da concatenação dos fatos que determinam as conclusões
do vistor, deve obedecer à orientação individual deste, razão pela qual, sem
sombra de dúvida, seria desaconselhável exigir-se respeito a fórmulas
predeterminadas.
O deferimento é tarefa atribuída ao juiz e a sua forma de conclusão está
explicitada de forma atualizada e abrangente no CPC/2015 no art. 479 em que diz
“O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371,
indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de
considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito.”
Para Bueno (2015)
A fórmula adotada pelo novo CPC é, inegavelmente, mais completa e preferível
que a do art. 436 do CPC de 1973, sendo pertinente também a expressa remissão ao
art. 371, que permite ao magistrado apreciar a prova constante dos autos,
independentemente do sujeito que a tiver promovido (princípio da aquisição da prova),
indicando na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Quando as provas coletadas ou a elaboração do laudo é julgada ineficiente o
art. 480 estabelece que o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a
realização de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.
§ 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a
primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que
esta conduziu.
§ 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.
§ 3º A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de
uma e de outra.

4.3 Assistente Técnico

O assistente técnico, de acordo com a NBR 13.752/1996 da ABNT, é o


profissional legalmente habilitado pelos Conselhos Regionais de Engenharia e
Agronomia (CREAs), indicado e contratado pela parte para orientá-la, assistir aos
trabalhos periciais em todas as suas fases da perícia e, quando necessário, emitir seu
parecer técnico.
Com relação ao acompanhamento das diligências pelas partes Bueno (2015,
p.314) destaca que o § 2º do artigo 466 é novo e pertinente porque impõe ao perito
que assegure, comprovadamente, e com antecedência mínima de cinco dias, acesso
a todos os documentos, informações e diligências aos assistentes técnicos
complementando o disposto no Art. 474, que repete dispositivo do CPC 1973.
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados
pelo perito para ter início a produção da prova.
Art. 466. § 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia
comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
Para Imamura (2016) muitos engenheiros preferem atuar como assistentes
técnicos, pois sua remuneração é tratada diretamente com as partes, o que dá maior
segurança quanto aos prazos e pagamentos dos honorários, não cabendo
impugnação dos mesmos, haja vista, terem sido acordados anteriormente à aceitação
da causa.
A credibilidade dos engenheiros que atuam como assistentes por muitas vezes
é questionada devido ao mal entendimento que aponta o profissional como auxiliar
dos advogados das partes. Porém, há de se reconhecer que a mesma conduta ética
que cabe ao perito deve ser reconhecida aos assistentes, devendo os mesmos ter
responsabilidade com a verdade técnica e com a ética profissional abraçando a tese
do seu cliente, se está convencido da sua justeza.
O engenheiro abstém-se de qualquer função que caiba à advocacia, pois sua
atividade é voltada unicamente para as questões técnicas pertinentes à perícia em
que atua.

4.4 Tipos de Ações ou Perícias

Para Medeiros Junior e Fiker (2013) quando duas ou mais pessoas possuem
interesse sobre o mesmo bem ou utilidade, surge entre elas um conflito de interesses,
tal conflito pode dar lugar à manifestação da vontade de uma delas de exigir a
subordinação do interesse da outra ao próprio (pretensão). Se essa vontade é
resistida, configura-se então um litígio ou lide. A função de decidir a lide é atribuída a
um terceiro sujeito, desinteressado e imparcial, que é o Estado, através de seus
órgãos jurisdicionais.
Quando alguém ingressa em Juízo, geralmente o faz para obter do órgão
jurisdicional que, na primeira instância, é o juiz, uma decisão que acolha sua pretensão
pondo fim à lide. O processo civil é, portanto, um actum trium personarum, ou seja,
uma relação entre três pessoas, em que um litigante (autor) pede a um juiz que lhe
reconheça ou faça valer um direito contra uma outra pessoa (réu).
Seguem abaixo as principais ações ou lides que envolvem perícia de engenharia.

4.4.1 Ordinária

As lides que necessitam de maior trabalho do engenheiro são movidas por ação
ordinária. São ações que normalmente envolvem maior complexidade prevendo
indenização por uma das partes. “Indenizações por vícios de construção, danos
causados a terceiros e todas aquelas que envolvam a participação pecuniária por
ocorrência que implique uma verificação ou parecer técnico de Engenharia” (MAIA
NETO, 1997).

4.4.2 Desapropriação

Segundo Medeiros Junior e Fiker (1996), nas ações de desapropriação a


função do perito e dos assistentes técnicos é apontar a indenização pelos bens
expropriados.
Maia Neto (2000) define que a desapropriação é a ação onde o Poder Público,
de forma direta, ou através de concessionário de serviço público, promove, de forma
compulsória, a transferência da propriedade de um imóvel pertencente ao particular
para o patrimônio público, consistindo na apuração do justo valor da indenização a ser
paga.
Há casos especiais em que as desapropriações ocorrem em áreas ambientais
que necessitam de licença ambiental ou até mesmo do estudo de impacto ambiental
carecendo de especialistas na área.
Haddad e Santos (2009, p. 240) apud Nadalini (2013) argumentam que a
desapropriação ambiental possui notáveis diferenças em relação à desapropriação
geral e, portanto, a utilização dos mesmos critérios de valoração empregados nos
processos de desapropriação comum acabam por gerar grandes distorções no valor
da indenização final.
Não é simples a quantificação quanto ao valor material da natureza o que gera
complexidade na sua comparação em relação a bens de valor econômico.
4.4.3 Renovatória e Revisional

Dentro do campo do mercado imobiliário tange ao engenheiro ações de cunho


renovatório e revisional. Ações Renovatórias “referem-se a imóveis comerciais, onde
o inquilino solicita judicialmente a prorrogação do prazo contratual e havendo
divergência com relação ao aluguel inicial para o novo período” (MAIA NETO, 1997).
Sendo assim, necessária a realização de uma perícia para arbitramento do valor.
Ainda de acordo com Maia Neto (1997) Ação Revisional refere-se tanto aos imóveis
comerciais como residenciais, onde o proprietário, por considerar o valor atual
defasado em relação ao valor de mercado, solicita a intervenção do perito para arbitrar
o justo valor locativo.

4.4.4 Demarcatória e Divisória

As ações que envolvem divisão de terras são pertinentes desde os primórdios


do Brasil e necessita também do profissional de engenharia. “Estas ações surgem
quando existem divergências nos limites físicos que constituem as divisas de um
imóvel devendo ser levantado o traçado da linha demarcanda, ou no caso de
necessidade de divisão de uma propriedade comum” (MAIA NETO, 1997).
De acordo com o novo Código Processual Civil (CPC/ 2015) Art. 579 antes de
proferir a sentença, o juiz nomeará um ou mais peritos para levantar o traçado da linha
demarcanda.
É importante observar que nesta ação faz-se necessária a presença de
profissionais de engenharia de agrimensura.

4.4.5 Reintegração de Posse e Reivindicatória

Ainda relacionado às propriedades, existem as ações de reintegração de posse


e reivindicatória. De acordo com Maia Neto (1997) “questões de terra”, envolvendo
casos em que há dúvida sobre a perfeita localização de um determinado imóvel em
relação ao outro ou existam casos de invasões e esbulhos sobre determinado imóvel.

4.4.6 Usucapião

Outra lide que envolve problemas relacionados ao uso e ocupação do solo é a ação
de usucapião onde o ocupante do imóvel solicita a transferência da propriedade
decorrente da comprovação de posse, caracterizada por um período de ocupação
mansa e pacífica conforme prazos e condições definidos no Código Civil, devendo a
perícia definir os limites da divisa ou determinar se o imóvel pertence ao Poder
Público, cujos bens não são abrangidos por estas ações. (MAIA NETO, 1997).
4.4.7 Nunciação de Obra Nova

Problemas entre vizinhos, devido a obras que afetam um ou mais envolvidos,


implicam na possibilidade de ação de nunciação de obra nova. Para Maia Neto (1997)
são ações que visam a interrupção de uma determinada obra em decorrência de risco
iminente a terceiros exigindo extrema cautela do engenheiro para que seu parecer
seja imparcial e consistente, pois o Juízo, normalmente, só tem este referencial para
decidir.

4.4.8 Ambiental

No âmbito das lides que envolvem os recursos naturais, ocorre a perícia


ambiental onde se dá a apuração dos fatos que envolvem as questões ambientais e
os impactos sofridos pelas ações do homem. Também regida pelo CPC, diferencia-se
pelo objeto de estudo. “(...) Em outras palavras, a perícia ambiental tem como objetivo
o estudo e a preservação do meio ambiente, o que abrange a natureza e as atividades
humanas” (NADALINI, 2013). É comum o envolvimento de equipe multidisciplinar com
outros profissionais das mais diversas especializações em ações que necessitam de
uma equipe técnica capacitada nas áreas em questão.
A seguir será apresentada uma lide (manifestação de uma vontade resistida
por outrem), de forma resumida, que culminou em uma ação ordinária. Abaixo segue
a imagem (figura 1) do condomínio autor da ação e objeto do litígio.

Figura 4: Demonstração do objeto da lide (perímetro em amarelo)


Os autores propuseram na petição inicial uma Ação Ordinária contra o órgão
de fiscalização e a construtora, resumidamente pelo seguinte:
A parte autora é um condomínio fechado horizontal composto por casas
exclusivamente residenciais, entregue pela Construtora (Ré) em 15/07/2005, com
todas as autorizações necessárias à sua liberação e funcionamento, expedidas pelos
órgãos públicos competentes.
O condomínio autor afirmou que, em decorrência das chuvas que caíram no
município de Aracaju/SE, especialmente no dia 04/11/2013, apresentou problemas
estruturais alegando ser em função de deficiência na rede de drenagem do
condomínio tendo ocorrido alagamento das ruas internas e de aproximadamente 60
(sessenta) casas, o que causou danos ao patrimônio dos moradores.
Alegou ainda que a captação da água proveniente das ruas externas era feita
por galerias públicas insuficientes ou inexistentes, de modo que ocorria o escoamento
das águas da chuva para a área interna do condomínio sendo que tal fato não foi
levado em consideração por ocasião da implantação do aludido condomínio, nem pela
construtora ré e nem pelo órgão de fiscalização, também ré no presente processo.
Para melhor demonstração do trabalho realizado pela engenheira civil, como perita,
foi elaborado um quadro elucidativo (quadro 1).
Deferida a necessidade da prova pericial, o Juiz nomeou a perita judicial e a
referida empresa fiscalizadora e a construtora indicaram seus respectivos assistentes
técnicos tendo, ambas as partes, formulado quesitos.
A perita concluiu que no caso em questão, a destinação das águas de chuva,
que ocorreram em um curto período de tempo (135,4 mm em 3 horas), para a Av.
Augusto Franco cujo sistema de macrodrenagem já se encontrava saturado somado
ao aumento da área impermeabilizada do solo e à deficiência no sistema de drenagem
das ruas adjacentes ao condomínio autor, impediram a infiltração das águas de chuva
diretamente no solo e no sistema de galerias pluviais. Acabaram por sobrecarregar o
sistema de drenagem existente no referido condomínio ocasionando o alagamento
das ruas internas do mesmo, no dia 04 de novembro de 2013. O assistente técnico da
ré empresa de fiscalização concordou integralmente com o Laudo Oficial e as
conclusões nele apresentadas.
O assistente técnico da ré empresa construtora, em seu parecer técnico,
também concordou com o laudo da signatária. O autor apresentou quesitos
suplementares os quais foram devidamente respondidos.
No quadro 2 abaixo é possível estabelecer comparações entre as normativas
do novo CPC/2015 com o de 1973 no que tange aos engenheiros atuantes como
perito:
O novo CPC/2015 inovou em diversos aspectos que mudou não somente os
procedimentos da perícia judicial como seu mercado de atuação. Ao inserir no art. 156
a possibilidade da nomeação de órgãos técnicos ou científicos o novo código abriu
inúmeras possibilidades para formação da estrutura do quadro profissional.
A novidade é benéfica para as instituições e para os engenheiros. Isto porque
para os que já atuam, ou desejam atuar dentro de algum órgão, passará a estar não
só disponível para os ofícios internos como para auxilio da justiça. Se por um lado a
mudança gera benefícios por outro surge grandes desafios, o engenheiro enfrenta
agora a necessidade de uma maior especialização que o diferencie e o faça mais
preparado em determinado conteúdo.
As constantes mudanças no campo da engenharia legal trouxeram inovações
tanto para o campo técnico como jurídico. Neste ponto é indiscutível a necessidade
do perito em manter-se atualizado. A engenharia tem se empenhado em desenvolver
novas tecnologias que auxilia as pericias nos diversos segmentos. Sendo assim, cabe
ao engenheiro perito dedicar-se ao constante aprendizado, tanto nas questões
técnicas, como no âmbito judicial. Cabe ainda ao profissional ter ciência da
complexidade que demandam as práticas forenses aplicando-se ao estudo das
causas que lhe forem designadas para apuração pois, nenhuma lide é igual a outra,
mesmo que semelhante.
Os honorários, a forma de remuneração do perito, devem, também, equiparar
e retribuir ao engenheiro sua capacitação e dedicação à profissão. Isto porque, toda
qualificação é onerosa de tempo e custo. A impugnação dos honorários, por qualquer
das partes, deverá ser feita levando em consideração os gastos diretos no trabalho,
além da manutenção do perito.
Muitas perícias requerem a necessidade da contratação de mais de um
especialista. Como exemplo temos as causas que envolvem demarcação de terras
onde, faz-se necessária a participação de um engenheiro agrimensor, assim como
desapropriação e perícia ambiental, que requer equipe multidisciplinar.
O novo CPC/2015 deixou ainda mais evidente o dever do perito com a ética e
responsabilidade, devendo ser imparcial na sua atividade como já estabelecido pelo
Código de Ética Profissional do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
(CONFEA).
Abordado apenas em poucas instituições de engenharia, na graduação, os
conceitos e fundamentos da perícia precisam estar mais difundidos para os
engenheiros.

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