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1. Fato jurídico
- É todo fato social juridicamente relevante, ou seja, é o fato social que sofre a incidência de uma norma jurídica e
entra no mundo jurídico.
2. Negócio jurídico
- Negócio jurídico é o ato pelo qual o agente autorregulamenta os seus próprios interesses.
(i) Unilateral: é aquele cuja existência exige uma única manifestação de vontade. Ex: testamento, promessa
de recompensa.
(ii) Bilateral: é aquele cuja existência exige, no mínimo, 2 manifestações de vontade. Ex: todos os contratos.
- Pontes de Miranda demonstrou que o estudo do negócio jurídico deve ser feito a partir de 3 planos ou momentos
lógicos distintos: existência, validade e eficácia.
- Plano da existência: neste plano estão os pressupostos para que o negócio exista, isto é, entre no mundo jurídico.
São os substantivos do artigo 104 do Código Civil1, ou seja, agente, manifestação de vontade, objeto e forma.
- Plano da validade: neste plano estão os requisitos para que o negócio jurídico que entrou no mundo jurídico (já
existe) tenha entrado validamente. São os adjetivos do artigo 104, ou seja, o agente tem de ser capaz; sua
manifestação de vontade livre e consciente; o objeto deve ser lícito, possível, determinado ou no mínimo,
determinável; forma prescrita (determinada) ou não defesa em lei.
- A regra no sistema jurídico brasileiro é a da liberdade das formas. Por isso, descumprir forma prescrita ou utilizar
forma proibida, acarreta nulidade do negócio jurídico.
- Plano da eficácia: neste plano estão os fatores que influenciam a produção de efeitos jurídicos. Ex: condição,
termo, encargo, juros, multa, etc.
- A invalidade é a qualidade (é o modo de ser) do negócio jurídico que entrou no mundo jurídico (já existe) sem que
pudesse ter entrado. É gênero com duas espécies: a nulidade e anulabilidade.
- A nulidade é consequência da violação de norma de ordem pública (interessa a todos), por isso qualquer das partes
pode alegá-la, bem como o Ministério Público - quando lhe couber intervir - e o juiz pode conhecê-la de ofício. Já a
anulabilidade é consequência da violação de norma que visava a proteger uma das partes e por isso, só por ela pode
ser alegada. Só a vítima do erro é que pode ajuizar a ação.
- Por ser consequência da violação de norma de ordem pública, a nulidade não convalesce (não sara) e o negócio
nulo não pode ser confirmado pelas partes. Já a anulabilidade convalesce (sara) e o negócio jurídico anulável pode
ser confirmado pelas partes, expressa ou tacitamente.
- Ocorre a confirmação tácita quando a pessoa, após tomar ciência da anulabilidade, continua a cumprir o contrato.
- Atenção: o negócio jurídico nulo não convalesce, mas pode ser convertido em OUTRO negócio jurídico, que seja
válido. Para tanto, o negócio jurídico nulo deve conter os requisitos do negócio em que será convertido e deve ter
finalidade próxima a dele.