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Mar

iaTer
esaEgl
érMant
oan
Professor
adaFaculdadedeEducaçãoda
Uni
versidadeEstadual
deCampinas(Unicamp)
.

I
NCLUSÃOESCOLAR
Oqueé?Porquê?Comof
azer
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Coor
denadordacol
eção:
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1ªedi
ção

3
©MARI
ATERESAEGLÉRMOANTOAN2003
Edit
oraModerna
COORDENAÇÃOEDI TORIALJoséCarlosdeCast ro
PREPARAÇÃODETEXTOLel l
i
sAssessor i
aEdi tori
al
COORDENAÇÃODEPRODUÇÃOGRÁFI CAFer nandoDaltoDegan
COORDENAÇÃODEREVI SÃOEstevam Vi eir
aLedoJr .
REVISÃOJanedosSant osCoelhoTaniguchi
EDIÇÃODEARTE/ PROJETOGRÁFI CORi cardoPosacchini
CAPARi car
doPostacchini
Foto:CI
D
DIAGRAMAÇÃOPat r
ici
adeSouzaCost a
SAÍDADEFI LMESHél i
oP.deSouzaFilho, Mar eioH.Kamoto
COORDENAÇÃODEPRODUÇÃOI NDUSTRI ALWi l
sonApareci
doTroque
I
MPRESSÃOEACABAMENTOBani raGr áficaeEdi tor
aLtda.

DadosI nternacionaisdeCat al
ogaçãonaPubl i
cação(CIP)
(Câmar aBrasileir
adoLi vro,SP,Brasil
)
Mant oan.Mar i
aTer esaEgl ér
I
nclusãoescol ar:oqueé?porquê?comof azer?/Mar i
aTer esaEgl
érMantoan.—
SãoPaul o: Moder na, 2003.—( Coleçãocot i
dianoescolar)
Bibliografi
a.
1.Incl usãoescol ar2.Pedagogi aI .Tít
ulo.I
I.Série.
03-4775 CDD- 379.263
_____ _____
_________ ___
_________
_ ____
_____________
____
__________
__
Í
ndi cespor ocat álogosi stemático:
1.Incl usãoescol ar: Polí
ti
caeducaci onal :
Educação 379- 263
I
SBN85- 16-03903- X
Repr oduçãopr oibida.Ar t
.184doCódi goPénal eLei9.61Ode19def ever
eirode
1996.
Todososdi
rei
tosr
eser
vados
Edi
toraModernaLtda.
RuaPadreAdelino,
758-Bel enzinhoSãoPaul
o-SP-Br
asi
l-CEP03303-
904
VendaseAtendiment o:
Tel.(011)6090-
1500
Fax(011)
6090-1501
www. moder
na,com. br2003
I
mpr
essonoBr
asi
l

4
SUMARIO

APRESENTAÇÃO 5
1.INCLUSÃOESCOLAR: OQUEÉ? 13
Crisedepar adigmas 13
Int
egr açãooui ncl usão? 19
2.INCLUSÃOESCOLAR: PORQUÊ? 27
Aquest ãodai dent i
dadeXdiferença 29
Aquest ãol egal 34
Aquest ãodasmudanças 45
3.INCLUSÃOESCOLAR: COMOFAZER? 55
Recriaromodel oeducati
vo 60
Reorgani zar as escol as: aspect os pedagógi
cos e
admi nistrativos 64
Ensinarat urmat oda:sem exceçõeseexcl
usões 70
Eaat uaçãodopr ofessor? 76
Prepar ar-
separ aserum pr ofessori
ncl
usi
vo? 78
CONSI DERAÇÕESFI NAIS 91
BIBLIOGRAFI A 93

5
Aprendemos quando r esolvemos nossas dúvidas,
superamos nossas i
ncer
tezas e sat
isf
azemos nossa
curi
osidade.

6
APRESENTAÇÃO
Car ocol ega.
Mi nhav i
dadepr of essor acomeçoucedo— aos17anos— ej á
fazum bom t empo!Passeipori númer asexper iênci asescol ares.Dei
aul aspar acr i
anças, j
ov ens, adul tos, em escol asr egul ar eseespeci ais.
Hoj e,est ounoensi nouni v ersitário,comodocent edaFacul dadede
EducaçãodaUni ver sidadeEst adualdeCampi nas( Uni camp) .Leci ono
nocur sodePedagogi aenoscur sosdemest radoededout oradoem
Educação.Desde1996coor denoum gr upodepesqui sanaUni camp,
o Labor atório de Est udos e Pesqui sas em Ensi no e Di ver sidade
(Leped) ,noqual orient oedesenv ol v
ot rabal hosci ent íficos.
Gost oesempr egost eidoquef aço.Mi nhacar reir
aéf r ut odo
meuencant opel aeducação.Consi der o- aumaexpr essãodeamor
ver dadei ropel oout ro,poi seducaréempenhar -
seporf azeroout ro
crescer ,desenv olver -
se, evol uir.
Nest epequenol ivro,quer ol hef alardemi nhasi déi
assobr eo
ensi nareoapr ender ,compar t
ilhandooquev i
v iem mi nhal onga
cami nhada educaci onal .Mi nha i ntenção não é de si mpl esment e
ex poroquepenso,esi m dedi alogarcomi gomesmaecom v ocê,
l
ei tor,sobr epr obl emas,quest ões,dúv idasquecar regonodi a- a-dia
det rabal hoedecompar ti
lharbonsmoment os,sucessoset ambém
meussonhos.Sãot antososper calços,mast antasasal egr ias,que
vivemosnest al i
dadeescol a...Agent edei xapassar , masnãodev ia.
Penso quesempr eexi steapossi bil
i
dadedeaspessoasse
transf ormar em,mudar em suas pr áticas de v i
da,enxer gar em de
out rosângul osomesmoobj eto/ sit
uação,consegui rem ul trapassar
obst ácul os que j ulgam i nt ransponí vei s,sent i
rem- se capazes de
real i
zaroquet antot emi am,ser em mov i
daspornov aspai xões. ..
Essat ransfor maçãomov eomundo,modi fica-o,t or na-odi fer ent e,
por quepassamosaenxer gá- loeav ivê-lodeum out romodo, quev ai
atingi -
lo concr etament e e mudá- l
o,ai nda que aos poucos e
par cialment e.
Comoest ãohoj easnossasescol as?Todossabemosqueel as
est ãodei xandoadesej arequeéur gent ef azeral gumacoi sapar a
redef ini-l
as, det odasasf or maspossí v eis.Edi fí
cilodi a-a-diadasal a
deaul a.Essedesaf i
o queenf rentamost em l imi te— o dacr ise
educaci onalque v ivemos,t anto pessoalcomo col et i
vament e,no

7
ofícioqueexer cemos.
Em quenosapegamospar anossust ent arnest acr i
se?Ser áque
todost emosconsci ênci adel a?Edonossopapel ,paramant ê-l
aou
rever tê-la?O quenost em gui adopar anãoper der mosonor t
eda
nossat rajetóri
a?
Idéiasev er dadesnãonost ir
am i nteirament ededi ficul dadese
mui tomenossãodef i
ni t
ivas.Temosdenoshabi t
uarar eapr ender
const ant ement ecom asnossasações,i ndi vi
duai soucol etivas:esse
éum mat eri
alinf alível.
Eoquef azemosdenossosencont r osf ormai sei nfor mai snas
escol aspar aessef im?Lament amosnossodest i
no,odest inode
nossosal unos,ouapr ov ei
tamosesset empopar asaberpar aonde
quer emosi r,quenov asmedi dast emosdeadot arpar ar ompero
cercodopessi mi smoedai ncer teza,dof racassoedamesmi cede
nossaat iv i
dadepr ofissional ?
Quant asquest õesj ádei ní ci
o!Ser i
aamel hormanei r adese
i
nici arest elivro?Porquenão?Set enhot antav ont adedeent endere
deencont r
ar/inv ent arumamanei radepenet r
arodesconheci dode
mi m mesmaedecadaum demeusl ei
tor esem buscader espost as
— sempr e par ciai s,sem dúv i
da,mas que nos dão f orça par a
cont inuarabuscarnov assol uções, mel hor escondi çõesdeensi nar.
Nãosoudasquedi z:“ Façaoqueeudi go,nãof açaoqueeu
faço” .Esf orço-meporf alardoquef açoeassumoasconseqüênci as
dessef azer .
Est ouconv ict adeque,namai oriadasv ezes,r emocont r
aa
mar é educaci onal .Mas j á est ou habi tuada,poi sf az t empo que
ensi no.Edomeuj eito!
Per cebi ,er el utoem admi tir,asmedi dasexcl udent esadot adas
pelaescol aaor eagi ràsdi fer enças.Def at o,essasmedi dasexi stem,
per sistem,i nsist em em se mant er,apesarde t odo o esf orço
despendi do par a se demonst rar que as pessoas não são
“cat egor izáveis” .
Mai sdoquedemonst rar,t enhopr ocur ador econst ruir,tijolopor
ti
jolo,como umaobr ader estaur ação mi nuci osaeci osadesua
i
mpor tânci a,a or ganização do t r
abal ho pedagógi co,dasgr andes
l
inhasaosseusmenor esdet al hes— ousej a,dospr incí pios,dos
valor esedaest rutur amacr oeducaci onalàsat iv i
dadesei niciati
vas
quebr otam docot idianoescol ar.
Est amos“ ressi gnificando”opapeldaescol acom pr ofessor es,
8
pais,comuni dades i nt er essadas e i nst alando,no seu cot idiano,
formasmai ssol idár i
asepl urai sdeconv i
vênci a.Éaescol aquet em
demudar ,enãoosal unos,par at er em di r
eitoael a!O di r eitoà
educação é i ndi sponí v ele,porserum di r
ei t
o nat ural ,não f aço
acor dosquandomepr oponhoal utarporumaescol apar at odos, sem
discr imi nações,sem ensi noàpar tepar aosmai separ aosmenos
privilegi ados.Meu obj et iv o é que as escol as sej am i nst ituições
aber t asi ncondi cional ment eat odososal unose, portant o, inclusi v as.
Ambi entes humanos de conv iv ênci a e de apr endi zado são
plurai spel apr ópr i
anat ur ezae, assi m sendo, aeducaçãoescol arnão
podeserpensadanem r eal izadasenãoapar tirdai déi adeuma
formaçãoi ntegr aldoal uno— segundosuascapaci dadeseseus
talent os—edeum ensi nopar ti
ci pativ o, soli
dár io,acolhedor .
A per spect i
v adesef or marumanov ager açãodent rodeum
proj et o educaci onal i ncl usi v o é f rut o do exer cício di ário da
cooper açãoedaf rat er nidade,dor econheci ment oedov alordas
difer enças,o que não excl uia i nt eração com o uni ver so do
conheci ment oem suasdi ferent esár eas.
Com t udoi sso,quer odi zerqueumaescol apar at odosnão
desconhece os cont eúdos acadêmi cos, não menospr eza o
conheci ment o ci ent í
f i
co, si st emat izado, mas t ambém não se
rest ringeai nst ruirosal unos, a“ domi ná- los”at odoocust o.
Apr endemosaensi narsegundoahegemoni aeapr imazi ados
cont eúdosacadêmi coset emos,nat ur alment e,mui t
adi ficul dadede
nos despr ender mos desse apr endi zado,que nos r ef r
eia nos
processosder essi gni ficaçãodenossopapel ,sejaqualf oroní velde
ensi noem queat uamos.
Masest amos,v er dadei rament e,cer tosdequeonossopapelé
esse mesmo: o de t ransmi ssor es de um saber f echado e
fragment ado, em t emposedi sci pl i
nasescol aresquenosapr isionam
nasgr adescur riculares?Ser íamost ãor eduzidosamer osi nst rutor es,
queconduz em enor t eiam acapaci dadedeconhecerdenossos
alunos,t ransf ormando- os em ser es passi vos e acomodados a
apr enderoquedef inimoscomov erdade?Jánosconsul tamoss. obre
onossomai orcompr omi ssoeducaci onal ,sejanonossoí nt i
mo,sej a
nocol etivodenossasescol as, em nossasor ganizaçõescor por at i
v as?
Essas quest ões de f undo pr eci sam sermai s expost as e
debat idas,por queéf undament alquet enhamosbem cl ar oonosso
sonho educaci onal ,ou mel hor ,o que quer emos at ingi rquando

9
dedi camoshor as, dias, anosdenossasv idasaensi nar .
Est amos t odos no mesmo bar co e t emos de assumi ro
comandoeescol herar otaquemai sdi retament enospodel ev arao
quepr et endemos.Essaescol hanãoésol itáriaesóv aiv al erse
somar mosnossasf or çasàsdeout roscol egas, pais, educador esem
ger al,queest ãoci ent esdequeassol uçõescol etivassãoasmai s
acer tadaseef icient es.
Não esper emos que as r espost as v enham de f ora — dos
sistemaseducaci onai s,dasor gani zaçõesi nt
er naci onai s,dosbancos
fi
nanci ador esdepr oj etos.El ast olher ãonossal iber dadedeconduz ir
obar co, desrespei tandonossai dent idadenaci onalem t odasassuas
especi fi
ci dadese,ai ndamai s,desconhecendonossacapaci dadede
estabel eceressasr ot as,quev ãosedi fer enciandoem cadacami nho
que se t raça par a se chegarà escol a que sonhamos.Que não
venham par anost ransmi tirsuasexper iênciasbem- sucedi das,mas
quepossam t rabal harconoscopar aconsegui r
mosr eal i
zarnossos
desej os.
Desde cr iança t enho mi nha concepção de escol a.Sempr e
vislumbr eicomoel aser i
a,eem cadaet apademeusest udosi a
acrescent ando,modi ficando,aper fei çoando o seu esboço.Sof ri
mui tonosbancosescol ares,peladi fi
cul dadedemeadapt aràr igi
dez
e às i ncompr eensões de um ambi ente que pensav a dev er i
a ser
diferent e.Hoj e,i dent i
fico-mecom mui tascr ianças,encont ro-meno
olhardessesal unose,mui t
asv ezes,sur preendo- mef ugi ndocom
elespar aout rosmundos, comoeuf azi aem meut empodeest udant e.
Vol tandoaot emasobr eoqual mecompr omet iaescr ev erepel o
qualt enhomeempenhadonest esúl timosanosdet r
abal ho,el eser á
apr esent ado( di dat i
cament e?)pormei odequat roquest õesquesão
recor rent es em pal est ras,encont ros,r euni ões das quai st enho
par ti
cipado,desdeoi níciodosanosde199O at éosdi asdehoj e.
Quant ot empo e t ant as dúv i
das !Pr et endo r esponder ,em t rês
capí tulos:oqueéi nclusãoescol ar,quai sasr azõespel asquai sel a
tem si do pr opost a,quem são seusbenef i
ci ários,ecomo f azê- l
a
acont ecernassal asdeaul adet odososní veisdeensi no.Mui ta
pret ensãodemi nhapar te?Quem sabe. ..Nãoseisef izamel hor
escol ha, masassi m esper o.
Of at oéquenãopossoper derof ocodest el iv roet enhoa
tendênci a de pegarat alhos,de f azermeus zi gue- zagues,meus
cont or nosdepensament o.

10
Temosdesaberaondequer emoschegarpar aencont
rarum
caminho,por
quenãoexisteocaminho,mascami nhosaescolher
,
deci
sõesaset omar
.Eescol
herésemprecor
rerriscos.
Com car
inhoeadmi
ração.
Mar
iaTer esaEgl
érMantoan
Campinas,setembr
ode2003

11
1.I
NCLUSÃOESCOLAR:
OQUEÉ?
Cr
isedepar
adi
gmas

Omundogi rae, nest asv oltas, vaimudando, enest asmut ações,


ora dr ást icas or a nem t anto,v amos t ambém nos env olvendo e
conv ivendocom onov o, mesmoquenãonosaper cebamosdi sso.Há,
cont udo,osmai ssensí veis,osqueest ãodepr ont idão,“ plugados”
nessasr ev i
rav oltasequedãoospr imei r
osgr it
osdeal arme,quando
ant evêem onov o,anecessi dadedonov o,aemer gênci adonov o,a
urgênci adeadot á-l
o,par anãosucumbi ràmor te,àdegr adaçãodo
tempo, àdecr epitudedav ida.
Essespi onei r
os— assent inelasdomundo— est ãosempr e
mui toper toenãot êm mui tassaí daspar aseesqui vardoat aque
frontaldas nov i
dades.São essas pessoas que despont am nos
diferent es âmbi tos das at i
vidades humanas e que num mesmo
moment o começam a t ransgr edir,a ul trapassarasf ront eirasdo
conheci ment o,dos cost umes,das ar tes,i naugur ando um nov o
cenár iopar aasmani festaçõeseat ivi
dadeshumanas,aqual quer
cust o,por quet êm cl arezadoqueest ãopr opondoenãoconseguem
seesqui varousedef enderdaf orçadasconcepçõesat ualizadas.
Ocor re que,sai bamos ou não,est amos sempr e agi ndo,
pensando,pr opondo,r efazendo,apr i
mor ando,r eti
ficando,excl ui ndo,
ampl i
andosegundopar adigmas.
Conf orme pensav am os gr egos,os par adigmas podem ser
def i
nidoscomomodel os, exempl osabst ratosquesemat erializam de
modoi mper feitonomundoconcr eto.Podem t ambém serent endi dos,
segundoumaconcepçãomoder na,comoum conj unt oder egr as,
nor mas,cr enças,v alores,pr i
ncípios que são par tilhados porum
grupo em um dado moment o hi stóri
co equenor t
ei am o nosso
compor tament o,at éent rarem em cr ise,por quenãonossat i
sf azem
mai s,nãodãomai scont adospr oblemasquet emosdesol ucionar .
Assi m Thomas Kuhn,em sua obr a A Est rutura das Revol uções
Cient í
ficaseout rospensador es, comoEdgarMor in, em OPar adi gma
Per dido:ANat urezaHumana, def inem par adi
gma.
Umacr isedepar adigmaéumacr isedeconcepção,dev i
sãode
mundo e quando as mudanças são mai sr adi cai s,t emos as
chamadasr ev oluçõesci ent í
fi
cas.Oper íodoem queseest abel ecem

12
asnov asbasest eór i
cassusci t
adaspel amudançadepar adi gmasé
bastant edi fícil,
poi scaem port erraosf undament ossobr eosquai sa
ci
ênci aseassent av a,sem quesef i
nquem det odoospi laresquea
sustent ar ãodaípordi ant e.
Sendoounãoumamudançar adical ,todacr isedepar adigmaé
cercadademui tai ncer teza,dei nsegur ança,mast ambém demui t
a
l
iberdadeedeousadi apar abuscarout rasal t
ernat iv as,out rasf ormas
dei nter pret açãoedeconheci ment oquenossust ent eenosnor tei
e
parar eal izaramudança.
Eoqueest amosv i
v endonomoment o.
Aescol aseent upiudof ormal i
smodar aci onal idadeeci ndiu-se
em modal i
dadesdeensi no,t i
posdeser vi
ço,gr adescur riculares,
burocr aci a.Umar upt ur adebaseem suaest rutur aor gani zacional,
comopr opõeai ncl usão,éumasaí dapar aqueaescol apossaf l
uir,
novament e,espal handosuaaçãof or mador aport odososquedel a
participam.
Ai ncl usão,por t
ant o,implicamudançadesseat ualpar adigma
educaci onal ,par aqueseencai xenomapadaeducaçãoescol arque
estamosr etraçando.
Ei negáv elqueosv elhospar adigmasdamoder nidadeest ão
sendo cont estados e que o conheci ment o,mat éria-pr i
ma da
educaçãoescol ar ,est ápassandoporumar ei
nter pret ação.
Asdi fer ençascul turais,soci ais,ét nicas,r eligiosas,degêner o,
enfim,adi ver si
dadehumanaest ásendocadav ezmai sdesv eladae
destacada e é condi ção i mpresci ndív elpar a se ent endercomo
aprendemosecomocompr eendemosomundoeanósmesmos.
Nossomodel oeducaci onalmost raháal gum t emposi naisde
esgot ament o,e nesse v azio de i déias,que acompanha a cr i
se
paradi gmát i
ca, équesur geomoment oopor t
unodast ransf or mações.
Um nov o par adigma do conheci mento est á sur gindo das
i
nter faces e das nov as conexões que se f ormam ent r
e saber es
outror ai sol adosepar tidosedosencont rosdasubj et i
vidadehumana
com ocot idiano, osoci al,ocul t
ur al.Redescadav ezmai scompl exas
de r elações, ger adas pel a v elocidade das comuni cações e
i
nfor mações,est ão r ompendo as f ront ei
ras das di sciplinas e
estabel ecendonov osmar cosdecompr eensãoent reaspessoasedo
mundoem quev i
v emos.
Di ant e dessas nov idades, a escol a não pode cont i
nuar
i
gnor ando o que acont ece ao seu r edor nem anul ando e
13
mar gi nal i
zandoasdi fer ençasnospr ocessospel osquai sf ormae
i
nst ruiosal unos.Emui tomenosdesconhecerqueapr enderi mpl ica
sercapazdeexpr essar ,dosmai sv ar i
adosmodos,oquesabemos,
i
mpl i
car epresent aromundoapar tirdenossasor i
gens,denossos
valoresesent iment os.
Ot eci dodacompr eensãonãoset ramaapenascom osf i
osdo
conheci ment o ci ent ífi
co. Como Sant os ( 1995) nos apont a,a
comuni dadeacadêmi canãopodecont i
nuarapensarquesóháum
únicomodel odeci ent ifi
ci dadeeumaúni caepi stemol ogiaeque,no
fundo,t odoor estoéum saberv ulgar,um sensocomum queel a
cont est a em t odos os ní veis de ensi no e de pr odução do
conheci ment o.A i déi adequenossouni v
ersodeconheci ment oé
mui tomai sampl odoqueaquel equecabenopar adigmadaci ência
moder nat razaci ênci apar aum campodel utamai sigual ,em queel a
tem der econhecereseapr oximardeout rasf ormasdeent endi ment o
eper deraposi çãohegemôni caem quesemant ém,i gnorandooque
fogeaosseusdomí nios.
Aexcl usãoescol armani fest a-sedasmai sdi ver saseper v
ersas
manei ras,equasesempr eoqueest áem j ogoéai gnor ânciado
alunodi antedospadr õesdeci entifi
cidadedosaberescol ar .Ocor re
queaescol asedemocr atizouabr i
ndo- seanov osgr upossoci ais,
masnãoaosnov osconheci ment os.Excl ui,então,osquei gnor am o
conheci ment o que el a v aloriza e, assi m, ent ende que a
democr at i
zaçãoémassi ficaçãodeensi noenãocr iaapossi bili
dade
dedi álogoent redi ferent esl ugar esepi stemol ógi cos,nãoseabr ea
nov osconheci ment osquenãocouber am, atéent ão, dentrodel a.
Opensament osubdi v i
didoem ár easespecí f
icaséumagr ande
barrei rapar aosquepr etendem,comonós,i nov araescol a.Nesse
sent i
do,éi mpr escindí v elquest ionarest emodel odecompr eensão
quenoséi mpost odesdeospr imei rospassosdenossaf ormação
escol arequepr osseguenosní veisdeensi nomai sgr aduados.Toda
traj
et ór i
aescol arpr eci saserr epensada,consi derando- seosef eitos
cadav ezmai snef ast osdashi per especi al i
zações( Mor in,2001)dos
saber es,quenosdi ficul tam aar t
iculaçãodeunscom osout r
osede
termosi gualment eumav i
sãodoessenci al edogl obal .
O ensi no cur ricul ar de nossas escol as, or gani zado em
discipl i
nas,i sola,separ aosconheci ment os,em v ezder econhecer
suas i nt er-r
elações.Cont r
ariament e,o conheci ment o ev oluipor
recomposi ção,cont ext ual i
zaçãoei ntegr açãodesaber esem r edes

14
deent endi ment o, nãor eduzocompl exoaosi mpl es, tornandomai ora
capaci dadeder econhecerocar átermul tidimensi onaldospr obl emas
edesuassol uções.
Ossi stemasescol arest ambém est ãomont adosapar t
irdeum
pensament oquer ecor taar eali
dade, queper mi t
edi vidirosal unosem
normai s e def icientes,as modal i
dades de ensi no em r egul are
especi al, os pr ofessor es em especi ali
stas nest a e naquel a
mani fest açãodasdi ferenças.Al ógicadessaor gani zaçãoémar cada
porumav isão det er mi nista,mecani cista,f ormal ista,r educi onista,
própriadopensament oci ent í
fi
comoder no,quei gnor aosubj etivo,o
afeti
v o,ocr iador ,sem osquai snãoconsegui mosr ompercom o
velho model o escol arpar a pr oduzira r eviravolta que a i ncl usão
i
mpõe.
Essar ev ir
av ol
taexi ge,em ní v elinst i
tucional ,aext i
nção das
categor izaçõesedasoposi çõesexcl udent es— i guai sXdi fer entes,
normai s X def ici
ent es — e,em ní velpessoal ,que busquemos
arti
cul ação,f lexibil
idade,i nterdependênci aent reaspar tesquese
conflitavam nosnossospensament os,açõesesent i
ment os.Essas
atit
udesdi ferem mui todasquesãot í
picasdasescol ast radicionais
em queai ndaat uamoseem quef omosf ormadospar aensi nar .
Seoquepr etendemoséqueaescol asej ai nclusi v
a,éur gente
queseuspl anosser edef i
nam par aumaeducaçãov ol
t adapar aa
cidadani a gl obal ,pl ena,l ivredepr econcei tosequer econhecee
valori
zaasdi ferenças.
Chegamosaum i mpasse,comonosaf irmaMor i
n( 2001) ,pois,
paraser eformarai nst i
tuição,t emosder eformarasment es,mas
não se pode r eformaras ment es sem uma pr éviar ef orma das
i
nst i
tuições.

I
ntegr
açãooui
ncl
usão?

Tendemos,pel adi
storção/reduçãodeumai déi
a,anosdesv i
ar
dosdesaf iosdeumamudançaef eti
v adenossospr opósi
tosede
nossaspr áti
cas.Aindif
erenciaçãoentreopr ocessodei nt
egr
açãoeo
dei nclusãoescol arépr ovadessat endêncianaeducaçãoeest á
ref
or çando a v igênci
a do par adigma t radici
onal de servi
ços
educaci onais. Muitos, no ent anto, continuam mant endo-o ao
defenderai ncl
usão!
A discussãoem t ornodai ntegraçãoedai nclusãocri
aainda
15
i
númer asei nf indáv ei spol êmi cas,pr ov ocandoascor por açõesde
professor ese de pr ofissionai sda ár ea de saúde que at uam no
atendi ment oàspessoascom def ici ênci a—ospar amédi coseout r
os,
quet rat am cl inicament ecr iançasej ov enscom pr obl emasescol ares
e de adapt ação soci al .A i ncl usão t ambém “ mexe” com as
associ ações de pai s que adot am par adi gmas t radi cionai s de
assistênci aàssuascl ient elas;af et a,emui to,ospr ofessor esda
educaçãoespeci al,temer ososdeper deroespaçoqueconqui staram
nasescol aser edesdeensi no;eenv ol vegr uposdepesqui sadas
universi dades( Mant oan, 2002; Dor é, WagnereBr unet , 1996) .
Ospr of essor esdoensi nor egul arconsi der am- sei ncompet ent es
paral idarcom as di fer enças nas sal as de aul a,especi alment e
atenderosal unoscom def iciênci a,poi sseuscol egasespeci alizados
sempr esedi st i
ngui r
am porr eal izaruni cament eesseat endi ment oe
exager ar am essacapaci dadedef az ê-loaosol hosdet odos( Mi tt
ler
,
2000) .
Hát ambém um mov iment odepai sdeal unossem def iciências,
quenãoadmi tem ai nclusão,porachar em queasescol asv ãobai xar
e/oupi or arai ndamai saqual idadedeensi noset i
v erem der eceber
essesnov osal unos.
Osdoi sv ocábul os— “ i
nt egr ação’ ’e“ incl usão”—,conquant o
tenham si gni ficadossemel hant es,sãoempr egadospar aexpr essar
sit
uações de i nser ção di fer ent es e se f undament am em
posicionament ost eór i
co- met odol ógi cosdi ver gent es.Dest aqueios
termospor queachoai ndanecessár i
of risá-los,embor aadmi taque
essadi stinçãoj ápoder iaest arbem def inidanocont ext oeducaci onal.
O pr ocesso de i nt egração escol art em si do ent endi do de
diversasmanei ras.O usodov ocábul o“ integr ação”r ef er e-semai s
especi ficament eài nser çãodeal unoscom def ici
ênci anasescol as
comuns,mas seu empr ego dá- se t ambém par a desi gnaral unos
agrupadosem escol asespeci aispar apessoascom def i
ci ênci a,ou
mesmoem cl assesespeci ais,gr uposdel azerour esidênci aspar a
deficient es.
Os mov iment os em f av orda i nt egração de cr ianças com
deficiênci a sur giram nos Paí ses Nór dicos,em 1969,quando se
quest ionar am aspr át i
cassoci aiseescol ar esdesegr egação.Sua
noção de base é o pr incípio de nor mal ização,que,não sendo
especí ficodav idaescol ar,at ingeoconj unt odemani fest açõese
ati
v i
dadeshumanaset odasaset apasdav idadaspessoas,sej am

16
el
as af etadas ou não por uma i ncapaci dade,di fi
culdade ou
i
nadapt ação.
Pel ai ntegr açãoescol ar,oal unot em acessoàsescol aspormei o
deum l equedepossi bilidadeseducaci onai s,quev aidai nser çãoàs
salasdeaul adoensi nor egul araoensi noem escol asespeci ais.
O pr ocesso de i nt egr ação ocor re dent ro de uma est rutur a
educaci onalqueof er eceaoal unoaopor tunidadedet ransitarno
si
st emaescol ar— dacl asser egul araoensi noespeci al— em t odos
osseust iposdeat endi ment o:escol asespeci ai
s,cl assesespeci ais
em escol ascomuns,ensi noi ti
nér ante,sal asder ecursos,cl asses
hospi tal
ar es,ensi nodomi ci l
iareout r
os.Tr ata-sedeumaconcepção
dei nser çãopar cial ,por queosi st emapr ev êser viçoseducaci onai s
segr egados.
Esabi do( eal gunsdenóst êm exper iênci apr óprianoassunt o)
queosal unosquemi gram dasescol ascomunspar aosser viçosde
educação especi almui t or ar ament esedesl ocam par aosmenos
segr egadose,t ambém r ar ament e,r etor nam/ i
ngressam àssal asde
auladoensi nor egul ar .
Nassi tuaçõesdei nt egr açãoescol ar ,nem t odososal unoscom
deficiênciacabem nast ur masdeensi nor egul ar,poi sháumasel eção
prév i
a dos que est ão apt os à i nser ção.Par a esses casos,são
i
ndi cados:ai ndi v i
dual iza- çãodospr ogr amasescol ares,cur rículos
adapt ados, av aliaçõesespeci ais, reduçãodosobj etivoseducaci onai s
paracompensarasdi ficul dadesdeapr ender .Em suma:aescol anão
muda como um t odo,mas os al unos t êm de mudarpar a se
adapt arem àssuasexi gênci as.
Ai nt egr açãoescol arpodeserent endi dacomoo“ especi alna
educação” ,ousej a,aj ust aposi çãodoensi noespeci alaor egul ar,
ocasi onandoum i nchaçodest amodal i
dade,pel odesl ocament ode
profissionai s,r ecur sos,mét odoset écni casdaeducaçãoespeci alàs
escol asr egul ares.
Quant oài ncl usão,est aquest ionanãosoment easpol ít
icasea
organi zação da educação especi ale da r egular,mas t ambém o
própr i
oconcei todei nt egr ação.El aéi ncompat í
velcom ai ntegr ação,
pois pr ev êai nser ção escol ar de f or ma r adical,compl et ae
si
st emát i
ca.Todososal unos,sem exceção,dev em f r
eqüent aras
salasdeaul adoensi nor egul ar .
O obj etivodai ntegr açãoéi nser irum al uno,ouum gr upode
al
unos,quej áf oiant erior ment eexcl uído,eomot edai ncl
usão,ao

17
cont rário,éodenãodei xarni nguém noext er i
ordoensi nor egul ar,
desdeocomeçodav idaescol ar.Asescol asi nclusivaspr opõem um
modo de or ganização do si stema educaci onalque consi der a as
necessi dadesdet odososal unosequeéest ruturadoem f unção
dessasnecessi dades.
Port udoi sso,ai nclusãoi mpl i
caumamudançadeper spect i
va
educaci onal ,poisnãoat i
ngeapenasal unoscom def iciênciaeosque
apresent am di fi
cul dadesdeapr ender ,mast odososdemai s,par aque
obtenham sucesso na cor rent e educat iva ger al.Os al unos cor a
deficiênci aconst ituem umagr andepr eocupaçãopar aoseducador es
i
nclusi v os.Todossabemos, por ém, queamai oriadosquef racassam
naescol asãoal unosquenãov êm doensi noespeci al,masque
possi vel ment eacabar ãonel e!(Mant oan, 1999)
Or adical i
smodai ncl usãov em dof atodeexi girumamudança
depar adi gmaeducaci onal ,àqualj ánosr ef er i
mosant er i
orment e.Na
perspect i
va i nclusi va, supr ime- se a subdi visão dos si st emas
escol ar esem modal idadesdeensi noespeci aledeensi nor egul ar .As
escol asat endem àsdi ferençassem di scr imi nar,sem t rabal harà
partecom al gunsal unos, sem est abel ecerr egr asespecí f
icaspar ase
planej ar ,par aapr ender ,par aav ali
ar( cur rículos,at ivi
dades,av al iação
daapr endi zagem par aal unoscom def i
ci ênci aecom necessi dades
educaci onai sespeci ais) .
Pode- se,poi s,i magi naroi mpact odai ncl usãonossi stemasde
ensinoaosuporaabol içãocompl et adosser viçossegr egadosda
educaçãoespeci al,dospr ogr amasder ef or çoescol ar,dassal asde
aceler ação, dast urmasespeci aiset c.
Naper spect ivadeo“ especi aldaeducação” ,ai nclusãoéuma
prov ocação,cuj ai ntenção émel hor araqual i
dadedo ensi no das
escol as,at ingindot odososal unosquef racassam em suassal asde
aula.
Amet áfor adai ncl usãoéocal eidoscópi o.Essai magem f oibem
descr itapel aspal av rasdeumadesuasgr andesdef ensor as,Mar sha
Forest .Ti veopr ivilégiodeconhecê- la,em Tor ont o,noCanadá,em
1996,quandoav isiteiem suacasa.I nf elizment e,el af aleceuem
2001,quando est av a de mal as pr ontas par av i
rao Br asi l
,par a
participardeum gr andeev ent oeducaci onaleconhecerospr ojetos
i
nclusi v osdenossasr edespúbl i
caepr iv
ada.
Em sua homenagem,dest aco como Mar sha se r efer e ao

18
cal
eidoscópi
o1educaci :O cal
onal eidoscópi
o pr
eci
sadet
odosos
pedaços que o compõem.Quando se reti
ram pedaços del
e,o
desenho setor
na menoscompl exo,menosr i
co.Ascr i
ançasse
desenvol
vem,aprendem eevol
uem melhorem um ambient
er i
coe
vari
ado.
Adisti
nçãoentreintegraçãoei nclusãoéum bom começopar a
esclarecer
mosopr ocessodet r
ansformaçãodasescol as,demodo
quepossam acol her
,indi
stintamente,todososalunos,
nosdi fer
ent
es
nív
eisdeensi no.
Temosj áum bom númer odei déiasparaanali
sar,comparar,
rei
nterpret
ar. El
as ser ão cer tament e ret
omadas, revisadas e
ampl i
adasnoquet ratar
emosasegui r.

1
Cit
adoem um dosli
vros,
queescr
eveucom Lusthaus,equeseinti
t aLeKal
ul ei
doscope:
Un Déf i au Concept de la Classi
fi
cati
on en Cascade. Est á publi
cado em
Educat
ion-
Int
égr
ati
on.Downsvi
ew/Ontar
io,
Inst
it
utAlainRoeher
,v.I
I,
p.1-16,
1987.

19
2.I
NCLUSÃOESCOLAR:
PORQUÊ?
Aescol abr asileiraémar cadapel of racassoepel aev asãode
umapar tesi gni ficativadosseusal unos, quesãomar ginal izadospel o
i
nsucesso,por pr i
v ações const ant es e pel a bai xa aut o-estima
resultant edaexcl usãoescol aredasoci al— al unosquesãov í
timas
deseuspai s,deseuspr ofessor ese,sobr et udo,dascondi çõesde
pobr ezaem quev i
v em, em t odososseussent idos.Essesal unossão
sobej ament econheci dosdasescol as,poi sr epetem assuassér ies
váriasv ezes,sãoexpul sos,ev adem eai ndasãor otuladoscomomal
nasci dosecom hábi tosquef ogem aopr ot ótipodaeducaçãof ormal .
Assol uçõessuger i
daspar aser ev er t
eressequadr opar ecem
reprisarasmesmasmedi dasqueocr i
ar am.Em out r
aspal avr as,
pretende- ser esol v
erasi tuaçãoapar t
irdeaçõesquenãor ecorrem a
outrosmei os,quenãobuscam nov assaí dasequenãov ãoaf undo
nascausasger ador asdof racassoescol ar.Essef racassocont i
nua
sendodoal uno, poi saescol ar elutaem admi ti-l
ocomosendoseu.
Ai nclusãot otalei rrest rit
aéumaopor tuni dadequet emospar a
reverterasi t uaçãodamai oriadenossasescol as,asquai sat ri
buem
aosal unosasdef iciênci asquesãodopr ópr ioensi nomi nist r
adopor
elas—sempr eseav al i
aoqueoal unoapr endeu,oqueel enãosabe,
masr arament eseanal isa“ oque”e“ como”aescol aensi na, demodo
que os al unos não sej am penal i
zados pel ar epet ênci a,ev asão,
discrimi nação, exclusão, enfim.
Est ouconv ictadequet odosnós,pr of essor es,sabemosqueé
precisoexpul saraexcl usãodenossasescol asemesmodef ora
delasequeosdesaf iossãonecessár i
os,af im dequepossamos
avançar ,pr ogr edir,ev olui rem nossos empr eendi ment os.E f ácil
receberos“ al unosqueapr endem apesardaescol a”eémai sf ácil
aindaencami nhar ,par aascl asseseescol asespeci ais,osquet êm
difi
cul dadesdeapr endi zagem e,sendoounãodef icient es,par aos
progr amasder efor çoeacel eração.Pormei odessasv álvulasde
escape,cont i
nuamosadi scr i
mi narosal unosquenãodamoscont a
deensi nar.Est amoshabi tuadosar epassarnossospr obl emaspar a
outroscol egas, os“ especi alizados”e, assi m, nãor ecaisobr enossos
ombr osopesodenossasl imi t
açõespr ofissionai s.
Focal izeiopor quêdai nclusãoapar tirdet rêsquest õesquesão
oal vodasi ni ciat i
vasi nclusi vas, nassuaspr etensõesde“ rev i
tali
zar ”a

20
educaçãoescol
ar.Abor
dar
emoscadaumadel
asasegui
r.

21
Aquest
ãodai
dent
idadeXdi
fer
ença

Embor aai ncl usãosej aumapr áticar ecent eeai ndai ncipient e
nasnossasescol as,par aquepossamosent endê- l
acom mai orr igor
epr eci são,consi der o-asuf icientepar aquest i
onarqueét i
cai l
umi na
asnossasaçõesnadi reçãodeumaescol apar at odos.Ou,mai s
precisament e:aspr opost asepol í
ticaseducaci onai squepr oclamam
aincl usãoest ãor eal ment econsi der andoasdi ferençasnaescol a, ou
seja, alunoscom def iciênciaset odososdemai sexcl uídosequesão
assement esdasuat r
ansf or mação?Essaspr opost asr econhecem e
valorizam as di ferenças como condi ção par a que haj a av anço,
mudanças, desenv ol viment oeaper feiçoament odaeducaçãoescol ar?
Ao av al i
ar mos pr opost as de ação educaci onalque v i
sam à
i
ncl usão, encont ramoshabi tualment e,nasor i
entaçõesdessasações,
dimensões ét i
cas conser vador as.Essas or ient ações,no ger al,
expr essam- se pel at oler ânci a e pel or espei to ao out ro,que são
sent i
ment os que pr eci samos anal i
sarcom mai s cui dado,par a
entenderoquepodem esconderem suasent r
anhas.
At oler ância,como um sent iment o apar ent ement e gener oso,
podemar carumacer tasuper i
oridadedequem t olera.O r espei to,
comoconcei t
o,i mpl icaum cer t
oessenci al
ismo,umagener alização,
que v em da compr eensão de que as di fer enças são f ixas,
definitivament e est abel ecidas,de t almodo que só nos r est a
respei tá-las.
Nessas or i
ent ações, ent endem- se as def ici
ênci as como
“fi
xadas”noi ndi víduo,comosef ossem mar casi ndel év eis,asquai s
sónoscabeacei tá-las, passi v ament e,poi spensa- sequenadapoder á
evolui r,além dopr ev i
stonoquadr oger aldassuasespeci f
icações
estát i
cas: osní veisdecompr omet iment o, ascat egor iaseducaci onai s,
osquoci ent esdei nt eligênci a,aspr edisposi çõespar aot r
abal hoe
outrast ant asmai s.
Consoant e esses pr essupost os é que cr i
amos espaços
educaci onai spr ot egidos,àpar t
e,r estritosadet ermi nadaspessoas,
ousej a,àquel asqueeuf emi sticament edenomi namosPor tador asde
Necessi dadesEducaci onai sEspeci ai s(PNEE) .
Adi fer ença, nessesespaços, “éoqueoout r
oé”—el eébr anco,
eleér eli
gi oso, eleédef iciente, comonosaf i
rmaSi lva( 2000) .“éoque
estásempr enoout ro”,queest ásepar adodenóspar aserpr ot egi do
ou par a nos pr ot eger mos del e.Em ambos os casos,somos

22
i
mpedi dosder eal izaredeconhecerar iquezadaexper iênciada
diversi dadeedai ncl usão.Ai dent i
dade“ éoqueseé” ,comoaf i
rmao
mesmoaut or—soubr asi l
eiro, sounegr o, souest udant e...
A ét ica,em sua di mensão cr í
t i
ca e t ransf ormador a,é que
referendanossal utapel ai ncl usãoescol ar .A posi çãoéopost aà
conser v ador a,por que ent ende que as di ferenças est ão sendo
const ant ement ef eitaser efeit
as,j áquev ãodi f
erindo,i nfi
ni tament e.
Elassãopr oduzi dasenãopodem sernat ur alizadas, comopensamos,
habi tual ment e.Essa pr odução mer ece sercompr eendi da,e não
apenasr espei tadaet olerada.
Nossasaçõeseducat ivast êm comoei xosoconv í
viocom as
diferenças e a apr endi zagem como exper iênci a r elacionai ,
par t
ici pat iva,quepr oduzsent idopar aoal uno,poi scont empl asua
subjet iv idade, embor aconst ruí
danocol et i
v odassal asdeaul a.
E cer to que r elações de poderpr esi dem a pr odução das
diferençasnaescol a,masapar t
irdeumal ógi caquenãomai sse
basei a na i gual dade como cat egor ia assegur ada porpr incípios
l
iber ais, i
nv entadaedecr etada, apr i
ori,equet rataar ealidadeescol ar
com a i l
usão da homogenei dade,pr omov endo e j ustificando a
fragment ação do ensi no em di sciplinas,modal idades de ensi no
regul ar ou especi al, ser i
ações, cl assi ficações, hi erarqui as de
conheci ment os.
Port udoi sso,ai nclusãoépr odut odeumaeducaçãopl ur al
,
democr ática e t ransgr essor a.El a pr ov oca uma cr ise escol ar,ou
mel hor ,umacr isedei dent i
dadei nsti
t uci onal ,que,porsuav ez,abal a
ai dent idadedospr ofessor esef azcom quesej ar essigni ficadaa
i
dent i
dadedoal uno.Oal unodaescol ai ncl usi vaéout rosuj eito,que
nãot em umai dent idadef i
xadaem model osi deai s,per manent es,
essenci ais.
O di r
eito à di ferença nas escol as desconst rói,por tanto,o
sistemaat ualdesi gnificaçãoescol arexcl udent e,nor mat i
v o,el i
tista,
com suasmedi daseseusmecani smosdepr oduçãodai dent i
dadee
dadi f er ença.
Seai gual dadeér efer ência,podemosi nv entaroquequi sermos
par aagr uparer otul arosal unoscomoPNEE,comodef icient es.Mas
se a di fer ença é t omada como par âmet ro,não f ixamos mai sa
i
gual dade como nor ma e f azemoscai rt oda uma hi erarqui a das
i
gual dades e di ferenças que sust ent am a “ nor mal ização” .Esse
processo— anor mal ização— pel oqualaeducaçãoespeci alt em

23
procl amado o seu poder pr opõe sut il
ment e, com base em
caract erísticasdev idament esel ecionadascomoposi ti
vas,ael eição
arbitrár i
a de uma i dentidade “ nor mal ” como um padr ão de
hierar quizaçãoedeav ali
açãodeal unos,depessoas.Cont rari
ara
per spect iva de uma escol a que se paut a pel ai gualdade de
opor tuni dadeséf azeradi ferença, reconhecê- laev alor i
zá-l
a.
Temos, ent ão, de r econhecer as di fer ent es cul turas, a
pluralidadedasmani festaçõesi ntelectuai s,soci aiseaf etivas;enf i
m,
precisamosconst r
uirumanov aét icaescol ar,queadv ém deuma
consci ência ao mesmo t empo i ndi vidual ,soci ale,porque não,
planet ária!
Nodesej odahomogenei dade, quet em mui toem comum com a
democr aciademassas,dest r uír
am- semui tasdi fer ençasquenós
hojeconsi deramosv al
iosasei mpor tant es.
Aonosr ef
er ir
mos,hoj e,aumacul t
ur agl obaleàgl obal ização,
par ececont radi
t óri
aal utadegr uposmi nor it
ár i
osporumapol íti
ca
i
dent itária,pel or econheci ment o desuasr aízes( como f azem os
surdos,osdef i
ci entes,oshi spâni cos,osnegr os,asmul her es,os
homossexuai s).Há,poi s,um sent i
ment odebuscadasr aízesede
afirmação das di f
erenças.Dev i
do a i sso,cont est a-se hoj ea
moder nidadenessasuaav ersãopel adi ferença.
Nem t odas as di f
erenças necessar iament ei nferiorizam as
pessoas.Hádi ferençasehái gualdades— nem t udodev eseri gual,
assi m como nem t udo dev e serdi ferent e.Ent ão,como concl ui
Sant os ( 1995) ,é pr eciso que t enhamos o di r
ei to de ser mos
diferent esquando a i gual dadenosdescar acter iza eo di reit
o de
sermosi guai squandoadi fer ençanosi nf erioriza.

Aquest
ãol
egal

Mesmosobagar antiadal ei
,podemosencami nharoconcei t
o
dedi ferença paraav al
a dospr econcei
tos,da di scr
iminação,da
excl
usão,comot em acont eci
docom amai oriadenossaspol í
ti
cas
educacionais.Temosdef icaratentos!
Amai ori
adosal unosdascl assesespeciaiséconst i
tuídapelos
que não conseguem acompanharosseuscol egasde t urma,os
i
ndiscipli
nados,osf i
lhosdel arespobres,
osf i
l
hosdenegr oseout ros.
Pela ausênci a de l audos per i
ci
ais compet entes e de quei xas
escolares bem f undament adas,esses alunos cor r
em o r i
sco de
24
ser em admi ti
doseconsi der adoscomoPNEE.
Asi ndef i
niçõesdacl ientelaj ust if
icam t odososdesmandose
transgr essões ao di reito à educação e à não- di scrimi nação que
algumasescol aser edesdeensi noest ãopr aticando, porf altadeum
cont roleef etivodospai s,dasaut or idadesdeensi noedaj ustiçaem
ger al.O car áterdúbi o da educação especi alé acent uado pel a
i
mpr eci são dost ext osl egai squef undament am nossospl anose
nossas pr opost as educaci onai s e,ai nda hoj e,f i
ca pat entea
dificul dadedesedi st i
ngui romodel omédi co- pedagógi codomodel o
educaci onal -escolardessa modal idade de ensi no.Essa f al ta de
clar ezaf azr etrocedert odasasi nici ati
vasquev isam àadoçãode
posi çõesi nov adoraspar aaeducaçãodeal unoscom def iciência.
Pr obl emasconcei tuai s,desr espei toapr eceit osconst it
uci onais,
i
nt er pret ações t endenci osas de nossa l egi slação educaci onale
preconcei t
osdi storcem osent i
dodai nclusãoescol ar ,reduzi ndo-a
uni cament eài nser çãodeal unoscom def iciênci anoensi nor egular.
Essas são,do meu pont o de v ista,gr andes bar reiras a ser em
enf rent adas pel os que def endem a i ncl usão escol ar,f azendo
retroceder ,porsua v ez,as i niciat ivas que v i
sam à adoção de
posi çõesi nov ador aspar aaeducaçãodeal unosem ger al.Est amos
diant edeav anços, masdemui tosi mpassesdal egi slação.
AnossaConst itui
çãoFeder alde1988r espal daosquepr opõem
av ançossi gni f
icativospar aaeducação escol ardepessoascom
def iciênci a,quando el ege como f undament os da Repúbl i
ca a
cidadani aeadi gnidadedapessoahumana( ar t.1º ,inci sosI IeI II
)e,
comoum dosseusobj etivosf undament ais,apr omoçãodobem de
todos, sem pr econcei tosdeor igem, raça,sexo, cor ,idadeequai squer
out rasf or masdedi scrimi nação( ar t.3º ,i
nci soI V) .El agar anteai nda
odi reitoài gualdade( art.5U)et rat a,noar tigo205esegui ntes,do
direi t
o de t odos à educação.Esse di reito dev ev isarao “ pleno
desenvol
viment
o dapessoa,seupr
epar
o par
aaci
dadani
aesua
quali
fi
caçãopar
aotrabal
ho”.
Al
ém disso,aConsti
tui
çãoelegecomoum dospri
ncí
piospar
ao
ensi
no“aigualdadedecondi
çõesdeacessoepermanênci
anaescola”
(ar
t.206,inci
soI )
,acr
escentandoqueo‘ deverdoEst

‘ adocom a
educaçãoseráefeti
vadomedi ant
eagar ant
iadeacessoaosní vei
s
maiselevadosdoensino,dapesqui
saedacr i
açãoar

sti
ca,segundo
acapacidadedecadaum”( ar
t.208,i
nci
soV).
Quandogar
ant
eat
odosodi
rei
toàeducaçãoeaoacessoà

25
escola,aConst i
tui
çãoFeder alnãousaadj eti
vose, assim sendo, toda
escola deve atenderaospr i
ncípiosconst it
ucionais,não podendo
excluirnenhumapessoaem r azãodesuaor i
gem,r aça,sexo,cor ,
i
dadeoudef i
ciênci
a.
Apenas esses di spositivos j á bast ari
am par a que não se
negasseaqual querpessoa,com ousem def i
ciência,oacessoà
mesma sal a de aul a que qual querout r
o aluno.Mas um dos
argument ossobreai mpossi bi
lidadepr áticadai nclusãot otalapont a
os casos de al unos com def i
ciências sev eras, múl t
iplas,
notadament eadeficiênci ament al eoscasosdeaut i
smo.
AConst i
tui
ção,cont udo,gar anteaeducaçãopar at odosei sso
si
gni f
ica que é par at odos mesmo e,par a at i
ngir o pl eno
desenv ol
vimentohumanoeopr epar opar aaci dadani a,ent ende-se
queessaeducaçãonãopodeser ealizarem ambi entessegr egados.
NoCapí t
uloI I
I— DaEducação,daCul t
uraedoDespor to—,
arti
go205,aConst ituiçãopr escrev eem seuar tigo208queodev er
doEst adocom aeducaçãoser áef eti
vadomedi anteagar antiade[ ...
]
atendi
ment oeducacionalespeci
ali
zadoaosport
ador
esdedef i
ciênci
a,
prefer
encialmentenar eder
egulardeensi
no.
O“pr ef
erenci
almente”r ef
ere-
se a “at
endi
mento educacional
especial
i
zado” ,ouseja:oqueénecessariament
edif
erent
enoensi no
par amel horat enderàsespeci ficidadesdosal unoscom def ici
ênci a,
abr angendopr i
ncipalment ei nstrument osnecessár iosàel iminação
dasbar reirasqueaspessoascom def i
ci ênci
anat ur almentet êm par a
relacionar -secom oambi enteext er no, como, porexempl o:ensinoda
LínguaBr asi leir
adeSi nais(Libras) ,docódi gobr ai l
e,usoder ecur sos
dei nformát i
ca,eout rasfer r
ament asel inguagensquepr ecisam est ar
disponí veisnasescol asditasr egul ares.
Naconcepçãoi nclusivaenal ei ,esseat endi ment oespeci ali
zado
dev eest ardi sponívelem t odososní veisdeensi no, depr eferênciana
reder egul ar,desdeaeducaçãoi nf antilat éauni v er si
dade.Aescol a
comum é o ambi ente mai s adequado par a se gar ant i
ro
relacionament odosal unoscom ousem def i
ciênci aedemesma
i
dadecr onol ógica,aquebr adequal queraçãodi scr iminatóriaet odo
ti
podei nt eraçãoquepossabenef iciarodesenv ol viment ocogni tivo,
soci al,mot or,afeti
vodosal unos, em ger al.
Nai nt erpretaçãoev olutivadenossasnor maseducaci onais,há,
por tanto, queseent endereul trapassarascont rov ér si
asent reanov a
LeideDi ret r
izeseBasesdaEducaçãoNaci onal( LDBde1996)ea

26
Const i
tuiçãoFeder alde1988.
Aquihámai sumar azãopar aqueai nclusãosej aum mot eem
nossaeducaçãoescol ar,ul trapassando- seosi mpassesdenossa
l
egi slação.
A Const ituição admi te que o at endi ment o educaci onal
especi alizadot ambém podeserof er eci dof or adar eder egul arde
ensi no, em qual quer i nstitui
ção, j á que ser ia apenas um
compl ement o,enãoum subst it
ut ivo,doensi nomi nistradonar ede
regul arpar at odososal unos.MasnaLDB ( art.58esegui ntes) ,
const aqueasubst it
ui çãodoensi nor egul arpel oensi noespeci alé
possí vel.
Segundoaopi niãodej ur i
stasbr asi leirosl igadosaoMi ni stério
Públ icoFeder al( Fáv eroeRamos,2002) ,essasubst ituiçãonãoest á
deacor docom aConst i
tuição,quepr ev êat endi ment oeducaci onal
especi alizado,e não educação especi al ,e soment e prev ê esse
atendi ment opar aospor tador esdedef iciênci a,just ament eporest e
atendi ment o r ef er ir
-se ao of ereciment o de i nst rument os de
acessi bili
dadeàeducação.
Práticas escol ar es que cont empl em as mai s di versas
necessi dades dos est udant es,i nclusi ve ev ent uais necessi dades
especi ais,dev em ser r egra no ensi no r egul ar e nas demai s
modal idadesdeensi no( comoaeducaçãodej ovenseadul tos,a
educação pr of i
ssi onal ),não sej ust i
ficando amanut enção deum
ensi noespeci al, apar tado.
Além domai s,apósaLDBde1996sur giuumanov alegi slação,
quer evogaasdi sposi çõesant eri
or esquel hesãocont rári
as.Tr ata- se
daConv ençãoI nt eramer icanapar aaEl i
mi naçãodeTodasasFor mas
de Di scriminação cont ra as Pessoas Por tador as de Def iciênci a,
celebr adanaGuat emal a,em mai ode1999.
O Br asilési gnat áriodessedocument o,quef oiapr ovadopel o
Congr essoNaci onalpormei odoDecr et oLegi slat i
vonº198, de13de
j
unhode2001,epr omul gadopel oDecr etonº3. 956,de8deout ubr o
de2001, daPr esi dênci adaRepúbl ica.Essedocument o, portant o, tem
valorl egal ,jáqueser efer eadi reitosegar ant iasf undament aisda
pessoahumana.
Ai mpor tânci adessaconv ençãoest ánof at odequedei xacl ara
a i mpossi bili
dade de di ferenci ação com base na def iciênci a,
definindoadi scr imi naçãocomo[ .
..]t odadi fer enciação,excl usãoou
r
est
ri
ção baseada em def
ici
ênci
a,ant
ecedent
e de def
ici
ênci
a,

27
conseqüênciadedef ici
ênciaanter
iorouper cepçãodedefi
ciênci
a
presenteoupassada,quet enhaoef ei
tooupr opósi
todei
mpedirou
anularor econheci
ment o,gozoouexer cíci
oporpar t
edaspessoas
portadoras de deficiência de seus direi
tos humanos e suas
l
iberdadesfundament ais(art
.1º
,nº2“ a”
).
A mesmaconvençãoesclarece,noentant
o,quenãoconstit
ui
di
scr
imi
nação [
..
.]a dif
erenci
ação ou prefer
ênci
a adot
ada para
promoverai nt
egração soci
alouo desenvol vi
mento pessoaldos
port
adoresdedefici
ênci
a,desdequeadi fer
enci
açãooupr efer
ênci
a
nãoli
miteem simesmaodi rei
toàigualdadedessaspessoaseque
el
asnãosej am obri
gadasaacei t
artaldifer
enci
açãooupr efer
ênci
a
(art.1º, nº2“ b”).
Como em nossa Const i
tuição const a queeducação v isa ao
plenodesenv olvi
ment ohumanoeaoseupr epar opar aoexer cíci
oda
cidadani a( art.205) ,qual querr est r
içãoaoacessoaum ambi ente
mar cadopel adi versidade,quer eflit
aasoci edadecomoel aé,como
formaef eti
v adepr epar arapessoapar aaci dadani a,ser iauma
“diferenci açãooupr eferênci a”queest ari
al i
mi tando“ em simesmao
direitoài gualdadedessaspessoas” .
Essanor ma,por tant o,nãosecoadunacom aLDBde1996,que
diferenci a a educação com baseem condi çõespessoai sdo ser
humano — no caso,adef i
ciência— admi ti
ndo asubst i
tui
ção do
direitodeacessoàeducaçãopel oat endi ment omi nistradoapenas
em ambi entes“ especi ais”.
Ademai s,aLDBde1996nãocont empl aodi rei
todeopçãodas
pessoas com def iciência e de seus pai s ou r esponsáv eis,
l
imi tando- se a pr everas si tuações em que se dar á a educação
especi al,nor malment e,napr áti
ca,pori mposi çãodaescol aouda
rededeensi no.
Par aessanov acor rent edei nterpretaçãoj urídicadaeducação
par apessoascom def i
ciênci a,asescol asat ualment ei nscr i
tascomo
“especi ais”dev em,ent ão,porf orçadessal ei,r ev erseusest atutos,
pois,pel ost ermosdaConv ençãodaGuat emal a,aescol anãopode
i
nt i
tular-se “ especi al”com base em di ferenci açõesf undadasnas
def i
ciênci asdaspessoasquepr etender eceber .
Segundonossosj uristas,nadai mpede,por tant o,queosór gãos
responsáv ei
s pel a emi ssão de at os nor mat i
v os “ i
nf r
alegais” e
admi ni
st rati
v osrelacionadosàeducação( Consel hosdeEducaçãode
todos os ní vei
s,Mi nistér i
o da Educação e Secr et arias)emi t
am

28
diretrizespar aaeducação bási ca,em seusr espect ivosâmbi tos,
consi der andoost ermosdaConv ençãodaGuat emal anoBr asi l
,com
orient açõesadequadasesuf icient espar aqueasescol asem ger al
recebam com qual i
dadet odasascr i
ançaseadol escent es.
Em r esumo: par a os def ensor es da i nclusão escol ar é
i
ndi spensáv elqueosest abel eci ment osdeensi noel imi nem bar reiras
arqui tetôni caseadot em pr áticasdeensi noadequadasàsdi fer enças
dosal unosem ger al,of er ecendo al ter nativ asquecont empl em a
diver sidade, al ém de r ecur sos de ensi no e equi pament os
especi ali
zadosqueat endam at odasasnecessi dadeseducaci onai s
doseducandos,com ousem def iciênci as,massem di scrimi nações
(Mant oan, 1999, 2001; For est ,1985) .
Todososní v eisdoscur sosdef ormaçãodepr ofessor esdev em
sof rermodi ficaçõesnosseuscur rícul os,demodoqueosf ut uros
prof essor esapr endam pr át icasdeensi noadequadasàsdi f
er enças.
Oacessoat odasassér i
esdoensi nof undament al( obr i
gat ór io)
dev e seri ncondi cional ment e gar ant ido a t odos.Par at ant o,os
critériosdeav ali
açãoedepr omoção,com basenoapr ovei tament o
escol ar e pr evistos na LDB de 1996 ( art. 24) ,dev em ser
reor gani zados,def ormaacumpr irospr incípi osconst itucionai sda
i
gual dadededi reitoaoacessoeàper manênci anaescol abási ca,
bem como do acesso aos ní v eis mai s el ev ados do ensi no,da
pesqui saedacr i
açãoar tística, segundoacapaci dadedecadaum.
Osser vi
çosdeapoi oespeci alizados, taiscomoosdei nt érpr etes
del ínguadesi nais,apr endi zagem dosi st emabr ai l
eeout rosr ecur sos
especi aisdeensi no edeapr endi zagem,não subst i
tuir i
am,como
aindaocor rehoj e,asf unçõesdopr of essorr esponsáv elpel asal ade
auladaescol acomum.
Ascr echeseescol asdeeducaçãoi nf ant il
, dent r
odesuaat uale
reconheci daf unçãodecui dareeducar ,nãopodem mai sdei xarde
recebercr i
ançasPNEE,apar tirdezer oanos( ar t.58,par ágr afo3º ,
LDB c. c.o ar t.2º ,i nciso I ,al ínea “ a”,da Leinu 7. 853/ 89),
ofer ecendo- lhescui dadosdi ár iosquef av oreçam suaest imul ação
precoce,sem pr ejuízo dosat endi ment oscl í
ni cosi ndiv i
dual i
zados,
que,se não f orem r ealizados no mesmo ambi ente,dev em ser
disponi bili
zadospormei odeconv êni os, par asuaf acilit
ação.
Comoseessesmot i
v osnãobast assem par aqueai ncl usão
escol arr evirasseonossoquadr oeducaci onaldecabeçapar abai xo,
af im de que o conhecêssemos pel o av esso,t emos ai nda de

29
consi
der
araor
gani
zaçãopedagógi
cadenossasescol
as.

Aquest
ãodasmudanças

Oscami nhospr opost ospornossaspol íticas( equi vocadas? )de


educação cont inuam i nsistindo em “ apagari ncêndi os” .Elas não
avançam como dev eriam,acompanhando as i nov ações,e não
quest ionam apr oduçãodai dent i
dadeedadi f
er ençanasescol as.
Cont inuam mant endoum di st anci ament odasv er dadei rasquest ões
quel ev am àexcl usãoescol ar.
Nav erdade,est amosacompanhando,parepasso,ospaí ses
mai sdesenv olvi
dosem educaçãoescol ar,noquedi zr espeitoao
conheci ment odasi nov açõeseducaci onai s,et emoscl ar ezadeseus
benef ícios,quando dev i
dament e adot adas pel as escol as.Af i
nal,
vivemosem um mundogl obal i
zado,ondeasnov idadescor rem,as
notíciaschegam r ápidopar at odos.
Mas,mas,mas. ..Porquenãoconst atamosapr esençadessas
i
nov ações em nosso cot i
diano escol ar? Onde est ar iam sendo
bloqueadas? O que i mpede que essas nov idades sej am bem
recebi daspel ospr ofessor es?Quer azõesexi st em par aqueel asnão
estejam pr ovocandomodi fi
caçõesnomododepl anej ar ,deexecut ar,
deav ali
arospr ocessoseducat ivos; quai sosmot ivospel osquai snão
estão ensej ando a busca de al ter nat ivas de r eestr ut uração dos
currículos acadêmi cos e de t oda a or gani zação do t rabalho
pedagógi conasescol as?
Penso que nem sempr e l ev amos a sér io os nossos
compr omi ssoseducaci onai s,como osout rospov os,nest eeem
outrosmoment osdenossahi stór i
aeducaci onal .Desconsi deramoso
que nós mesmos nos di spusemos a r ealizarquando def inimos
nossospl anosescol ar
es,nossopl anej ament opedagógi co,quando
escol hemosasat i
v i
dadesquedesenv olv eremoscom nossast ur mas
eav aliamoso desempenho denossosal unoseo nosso,como
professor es.Umacoi saéoqueest áescr itoeout r aéoqueacont ece,
verdadei r
ament e,nassal asdeaul a,nodi a-a-di a,nasnossasr oti
nas
de t rabal ho.Somos,cer tament e,bem pouco si ncer os com nós
mesmos,com acomuni dadeescol ar,com ospai secom osnossos
alunos, pri
ncipalment e!
Pori sso,podemost erpr opost aseducaci onai sav ançadas,sem
precisar“ suaracami sa”par acol ocá- l
asem ação.

30
Uma dasmai oresbar reiraspar a semudara educação éa
ausênci a de desaf i
os,ou mel hor ,a neut r alização de t odos os
desequi lí
br i
osqueel espodem pr ov ocarnanossav elhaf or made
ensi nar .E, pori ncr ívelquepar eça, essaneut ralizaçãov em dopr ópri
o
sistema educaci onalque se pr opõe a se modi ficar,que est á
i
nv est indonai nov ação,nasr ef ormasdoensi nopar amel hor arasua
qual idade.
Seomoment oéodeenf rent arasmudançaspr ov ocadaspel a
i
ncl usãoescol ar,logodi stor cemososent i
dodessai nov ação,at é
mesmonodi scur sopedagógi co,r eduzi ndo- aaum gr upodeal unos
(no caso.aspessoascom def iciênci a),econt inuamosa excl uir
tant osout rosal unosemesmoar est ri
ngirai nser çãodaquel escom
def iciênci aent reosqueconseguem “ acompanhar ”assuast urmas
escol ares!
Logo, tr
at amosdeencont rarmei ospar af aci li
tarai ntroduçãode
umai nov ação,f azendoomesmoquesef aziaant es,massobuma
out radesi gnaçãoouem um l ocaldi ferente,comoéocasodese
i
ncl ui rcr iançasnassal asdeaul acomuns,mascom t odoost affdo
ensi noespeci alpordet r ás,par aquenãosej anecessár ior everas
prát icasexcl udent esdoensi nor egul ar.Vál vul asdeescape,comoo
refor çopar alel o,or eforçocont i
nuado,oscur rí
cul osadapt adoset c,
cont i
nuam sendomodosdedi scrimi naral unosquenãodamoscont a
de ensi nar e de nos esconder mos de nossas pr ópri
as
i
ncompet ênci as.
Ai nclusão pegou as escol as de cal ças cur t
as — i sso é
i
rref ut ável .E o ní velde escol aridade que mai s par ece t ersido
atingi doporessai nov açãoéoensi nof undament al
.
Umaanál isedessecont ext oescol aréi mpor t
ant e,sequi sermos
ent endera r azão de t ant a di f
icul dade e per plexidade di ante da
i
ncl usão,especi alment e quando o i nser i
do é um al uno com
def iciênci a.É t ambém mai suma possi bili
dadedeapont ar mosa
razãodesepr oporai nclusãoescol ar ,com ur gênci aedet er mi nação,
comoobj etivopr i
mor dial dossi stemaseducat ivos.
Osal unosdoensi nof undament alest ãoor gani zadosporsér i
es,
o cur rí
cul o é est r
utur ado pordi sci pli
nas e o seu cont eúdo é
seleci onadopel ascoor denaçõespedagógi cas,pel osl i
v r
osdi dát i
cos,
enf i
m, poruma“ i
nteligênci a”quedef ineossaber eseaseqüênci aem
quedev em serensi nados.
Écer toqueoensi nobási co,comoum t odo,épr isionei r
oda

31
transmi ssãodosconheci ment osacadêmi coseosal unos,desua
repr odução,nas aul as e nas pr ov as.A di vi
são do cur rícul o em
disci plinascomoMat emát i
ca, LínguaPor t
uguesaeout rasf ragment a
eespeci alizaossaber esef azdecadamat ériaescol arum f im em si
mesmo,enãoum dosmei osdequedi spomospar aescl ar ecero
mundoem quev i
vemosepar aent endermel horanósmesmos.
Ot empo de apr enderé o das sér ies escol ares,por que é
necessár io hi erar quizar a compl exidade do conheci ment o,
seqüenci araset apasdesuaapr endi zagem,mesmosendoest eo
bási co, oel ementardosaber .Também àsdi sciplinaséat ri
buí dauma
escal adev alor
es, em quea
Mat emát i
car einaabsol uta,comoamai si mpor tant eepoder osa,
enquant oasAr teseaEducaçãoFí si caquasesempr eest ãol ápar a
trás.
O er rot em deserbani do,poi soqueé“ passado”aosal unos
pel o pr ofessor é uma v erdade pr onta, absol ut a e i mut áv el.
Repr ov am- se, ent ão, os que t ent am t ransf ormá- la ou est ão
processandoasuaconst rução, aut onomament e.
Com esseper fi
lor ganizaci onal , podemosi magi naroi mpact oda
i
ncl usãonamai oriadasescol as,especi alment equandoseent ende
quei ncl ui rénãodei xarni nguém def oradaescol arcomum,ousej a,
ensi narat odasascr ianças, indist i
nt ament e!
Écomoseoespaçoescol arf osseder epent ei nvadi doet odos
osseusdomí niosf ossem t omadosdeassal to.A escol asesent e
ameaçadaport udooqueel amesmacr i
oupar asepr otegerdav ida
queexi stepar aal ém deseusmur osedesuaspar edes— nov os
saber es,nov osal unos,out rasmanei rasder esol verpr obl emasede
av aliaraapr endizagem,out ras“ artesdef azer ”comonossuger i
u
Mi cheldeCer t
eau,um aut orquet odosnós,pr ofessor es,dev eríamos
conhecer a f undo. Esse pensador f rancês, não conf ormi st a,
dei xou- nosumaobr aor i
ginal,em quedest acaacr i
at i
v i
dadedas
pessoasem ger al,ocul t
aem um emar anhadodet át i
caseast úci as
quei nvent am par asimesmas,com af inalidadeder eagi r,deuma
manei rapr ópriaesut i
l,aocot idianodesuasv idas.Ai nv ençãodo
cot idiano( nomet ambém deum deseusl i
vros)éoquef azemospar a
sai rdapassi vi
dade,dar oti
nacost umei raedasest ratégi asquev êm
de ci ma par a di sciplinar o nosso compor t
ament o,os nossos
pensament os e as nossas i nt enções.Temos,si m,a capaci dade
silenci osaedeci siv adeenf rent arodi a-a-diadasi mposi çõesede

32
toda r egul ament ação e cont rol e que nos apr i
si onam e
descar act erizam nossamanei radeseredef azerf r
enteàsnossas
tarefas e r esponsabi li
dades.Mas pr eci samos i dent i
fi
care t irar
prov eitodessapossi bi l
idade.
Conhecemososar gument ospel osquai saescol at radi cional
resist eài nclusão—el esr ef l
etem asuai ncapaci dadedeat uardi ant e
dacompl exidade,dadi ver si
dade,dav ar iedade,doqueér ealnos
ser esenosgr uposhumanos.Osal unosnãosãov ir
tuais,obj etos
cat egor izáv eis— el esexi st em def at o,sãopessoasquepr ov êm de
cont ext os cul tur ais os mai s v ar iados,r epresent am di ferent es
segment os soci ais,pr oduzem e ampl iam conheci ment os e t êm
desej os,aspi rações,v alor es,sent i
ment osecost umescom osquai s
se i dent i
f i
cam.Em r esumo:esses gr upos de pessoas não são
criaçõesdanossar azão,masexi st em em l ugar eset emposnão
fi
cci onai s, ev oluem, sãocompost osdeser esv i
vos, encarnados!
O al uno abst rat oj ust if
icaamanei r aexcl udent edeaescol a
tratarasdi ferenças.Assi m équeseest abelecem ascat egor i
asde
alunos:def i
ci ent es,car ent es,compor t
ados,i nteligent es,hi per at i
v os,
agr essi voset ant osmai s.Poressacl assificaçãoéqueseper pet uam
asi njust içasnaescol a.Pordet rásdel aéqueaescol asepr ot egedo
aluno,nasuasi ngular idade.Talespeci ficaçãor ef orçaanecessi dade
desecr iarem modal i
dadesdeensi no,deespaçosedepr ogr amas
segr egados, par aqueal gunsal unospossam apr ender .
Sem dúv i
da,é mai sf ácilger enciaras di fer enças f or mando
classes especi ais de obj etos,de ser es v i
v os,acont eci ment os,
fenômenos, pessoas. .
.
Mascomonãohámalquesempr edur e,odesaf i
odai ncl usão
est ádesest abi li
zandoascabeçasdosquesempr edef ender am a
seleção,a di cot omi zação do ensi no nasmodal idadesespeci ale
regul ar,asespeci ali
zaçõeseosespeci alistas, opoderdasav aliações
edav isãocl íni cadoensi noedaapr endi zagem.Ecomonãohábem
quesempr e“ at ure” ,est ásendodi f
ícilmant erresguar dadosei munes
às mudanças t odos aquel es que col ocam excl usivament e nos
ombr osdosal unosai ncapaci dadedeapr ender .
Ossubt er fúgiost eór i
cosque di stor cem pr oposi t
adament eo
concei to de i ncl usão,condi cionando- a à capaci dade i nt elect ual,
soci ale cul turaldos al unos,par a at ender às expect at i
v as e
ex i
gênci asdaescol a,pr eci sam cai rport er r
acom ur gênci a.Por que
sabemosquepodemosr ef azeraeducaçãoescol arsegundonov os

33
paradi gmas e pr ecei tos, nov as f errament as e t ecnol ogias
educaci onai s.
Ascondi çõesdequedi spomos, hoje, par at r
ans- for -maraescol a
nosaut or i
zam apr oporumaescol aúni caepar at odos,em quea
cooper açãosubst i
tuiráacompet ição,poi soquesepr etendeéque
asdi f
er ençassear ti
cul em esecomponham equeost alent osde
cadaum sobr essaiam.
Nós, professor es, temosder et omaropoderdaescol a, quedev e
serexer cidopel asmãosdosquef azem,ef etivament e,acont ecera
educação.Temosdecombat eradescr ençaeopessi mi smodos
acomodadosemost rarqueai ncl usãoéumagr andeopor tunidade
para que al unos, pai s e educador es demonst rem as suas
compet ênci as,os seus poder es e as suas r esponsabi l
idades
educaci onai s.
Éi negáv elqueasf err ament asest ãoaí ,par aqueasmudanças
acont eçam epar aquer ei nv ent emosaescol a,“desconst r uindo”a
máqui naobsol etaqueadi nami za, osconcei tossobr eosquai sel ase
fundament a,os pi lares t eórico- metodol ógicos em que el a se
sustent a.
Ospai spodem sernossosgr andesal iadosnar econst ruçãoda
nov a escol a br asileir
a. El es são uma f orça est imul ador a e
reivi
ndi cador adessat ãoal mej adar ecriaçãodaescol a,exi gindoo
mel horpar a seus f i
lhos,com ou sem def i
ciênci as,e não se
cont ent andocom pr ojetosepr ogr amasquecont inuem bat endonas
mesmast eclasemaqui andooquesempr eexi st i
u.
Asr azõespar asej ust ifi
carai nclusãoescol ar ,nonossocenár io
educaci onal ,não se esgot am nas quest ões que l ev ant amos e
coment amosnest ecapí tul o.
Ai ncl usãot ambém sel egi tima,por queaescol a,par amui tos
alunos,éoúni coespaçodeacessoaosconheci ment os.Éol ugar
quev aipr opor ci
onar -l
hescondi çõesdesedesenv olv erem edese
tornarem ci dadãos,al guém com umai dent idadesoci ocul turalque
l
hesconf eriráopor tunidadesdeseredev iverdi gnament e.
Incl uir é necessár i
o, pr imor di
alment e par a mel hor ar as
condi çõesdaescol a,demodoquenel asepossam f or marger ações
mai spr epar adaspar av iverav idanasuapl enitude,l ivrement e,sem
preconcei t
os,sem bar rei ras.Nãopodemoscont empor izarsol uções,
mesmoqueopr eçoquet enhamosdepagarsej abem al to,poi s
nunca ser át ão al to quant oor esgat e de uma v ida escol ar

34
marginali
zada,umaev asão,umacriançaest igmatizadasem mot i
vos.
Conf i
rma-se,ainda,maisumar azão deserdai nclusão,um
motivo a mai s para que a educação se at uali
ze,para que os
prof
essor es aperf
eiçoem as suas pr áti
cas e par a que escol as
públi
casepar ti
cularesseobri
guem aum esf orçodemoder nizaçãoe
dereestrutur
açãodesuascondi çõesat uais,afi
m der esponderem às
necessidadesdecadaum deseusal unos,em suasespeci fici
dades,
sem cairnasmal hasdaeducaçãoespeci aledesuasmodal idadesde
excl
usão.

35
3.I
NCLUSÃOESCOLAR:
COMOFAZER?
Nest ecapí tulo, vamost ratardascondi çõesquecont ribuem par a
que as escol as se t ornem espaços v ivos de acol himent o e de
formação par at odos os al unos e de como t ransf or má- las em
ambi ent eseducaci onaisv erdadei r
ament ei nclusi vos.A i nt enção é
ressal taroqueét ípicodeumaescol aem quet odasascr iançassão
bem- vindas, i
ndiscr imi nadament e.
Nãoadi ant a,cont udo,admi ti
roacessodet odosàsescol as,
sem gar ant iropr ossegui ment odaescol ar idadeat éoní v elquecada
alunof orcapazdeat i
ngi r.Aocont rár
iodoqueal gunsai ndapensam,
nãohái ncl usão,quandoai nser çãodeum al unoécondi cionadaà
mat r
ícul aem umaescol aoucl asseespeci al.Ai nclusãoder iv
ade
sistemas educat ivos que não são r ecor tados nas modal idades
regul areespeci al,poi sambassedest inam ar eceberal unosaos
quai si mpomosumai dent idade,umacapaci dadedeapr ender ,de
acor docom suascar act erísticaspessoai s.
I
nf elizment e,não est amos cami nhando deci sivament e na
direçãodai nclusão,sej aporf altadepol íticaspúbl icasdeeducação
apont adaspar aest esnov osr umos,sej aporout rosmot i
v osmenos
abr angent es, mas r elev ant es, como pr essões cor por ati
vas,
i
gnor ânci adospai s, acomodaçãodospr of essor es.
Pori sso,soucl araaoaf irmarquef al tamui t
av ontadedev i
rara
mesa,oumel hor ,dev ir
araescol adoav esso,ej áf azt empoque
estamos r etendo essa possi bi li
dade de r ev oluci onaros nossos
sistemaseducaci onai sem f av ordeumaeducaçãomai shumana,
mai sdemocr ática.
I
nov arnão t em necessar iament eo sent ido do i nusi t
ado.As
grandesi nov açõessão,mui tasv ezes,aconcr etizaçãodoóbv i
o,do
simpl es, doqueépossí velf azer ,masquepr eci saserdesv elado, para
que possa sercompr eendi do port odos e acei to sem mui tas
resistênci as,senãoaquel asquedãobr ilhoev igoraodebat edas
nov idades.
Nasr edesdeensi nopúbl icoepar ticul arquer esolv eram adot ar
medi dasi ncl usivasdeor gani zaçãoescol ar ,asmudançaspodem ser
obser vadassobt rêsângul os:odosdesaf i
ospr ov ocadosporessa
i
nov ação;odasaçõesnosent idodeef etiv á-lanast ur masescol ares,
i
ncl uindoot rabal hodef ormaçãodepr ofessor es; e, finalment e, odas

36
perspect i
v as que se abr em à educação escol ar ,a par ti
r da
i
mpl ement açãodepr ojetosi nclusivos.
Nabasedet udoest áopr i
ncípiodemocr áticodaeducaçãopar a
todos,equesó seev idenci anossi stemaseducaci onaisquese
especi alizam em t odososal unos,enãoapenasem al gunsdel es( os
com def iciência) .
A i nclusão é uma i novação que i mpl ica um esf orço de
moder nizaçãoeder eest rut uraçãodascondi çõesat uaisdamai or i
a
denossasescol as( especi alment easdení v elbási co),aoassumi rem
queasdi f
iculdadesdeal gunsal unosnãosãoapenasdel es,mas
resultam, em gr andepar t e, domodocomooensi noémi nist
radoede
comoaapr endizagem éconcebi daeav aliada.
Par amudarascondi çõesexcl udent esdenossoensi noescol ar,
enfrent am- se i númer os desaf i
os. Par ticularment e, sou mui to
cri
ticadapel omeur adical ismoaocondenarasmedi dasadot adas
pelasescol aspar ar eagi ràsdi ferenças.Conheçoaescol apordent ro
eapr endiaent endê- la, v
iv enci andooseucot i
diano.Fal o“ daescol ae
não “ sobr e”a escol a,e,assi m sendo,sou bast ant e segura ao
denunci arov elhoeaosuger irasuar ev it
al i
zação.
Recent ement e,ao pr of eri
ruma pal estra par a um gr upo de
professor es,qui ser am meaper tarcont raapar ede!Nomoment odas
pergunt as, senti quenãoser iafácil
cont era“ ira”dosqueseapr ov eitam desseespaçopar acol ocar
em apur os os pal est rant es e ganhara pl at éia com posi ções
cont r
ár i
asàdamesa.
Um j ov em pr ofessort omouapal av r
aemedi sse:Aescol aaque
apr ofessor aest áser eferi
ndonãoéumaut opi
a?Umaf antasia,ou
melhor ,aescol aideal?Nósenf rentamost odososdi asar eal
idade
dasnossasescol aseachoqueest amosf alandodeescol asmui to
dif
erent es, nãoacha?
Er espondi -
lhe:Pr ofessor,pensoqueéexat amenteocont rári
o.
Quem est ásempr ef alandoei maginandoaescol aidealmepar ece
queéosenhoret antosout rosquemej ulgam ut ópi
ca,i
deal i
sta!Eu
fal
odeum al unoqueexi ste,concret ament e,quesechamaPedr o,
Ana,Andr é...Eu t rabalho com as pecul i
ar i
dades de cada um e
consider ando a si ngulari
dade de t odas as suas mani festações
i
ntelectuais,soci ai
s,cul tur
ais,fí
sicas.Tr abal hocom alunosdecar ne
eosso.Nãot enhoal unosi deais;tenho,si mpl esmente,alunosenão
almejoumaescol ai deal,masaescol a,talcomoseapr esenta,em

37
suasi nfi
nit
asformasdeser .Nãomesur preendeacr i
ança,ojovem e
oadul tonassuasdi f
erenças,poisnãocont ocom padr õesemodel os
de alunos ‘normais’que apr endemos a def inir
,nas t eori
as que
estudamos.Seeuest i
vessemebaseandonessaescol aideali
zada,
nãot eri
aar esi
stênciadet antos,poisestari
af alandodeumaescol a
i
magi nadapel amai ori
a,naqual ,cert
ament e,nãocabem t odosos
al
unos,sóosqueseencai xam em nossospr etensosmodel ose
estereóti
pos!
A escol ar eal ,ou sej a,aquel a que não quer emos encar ar
,
coloca-nos,ent remui t
asout r
as,est asquest õesdebase,quei nsisto
em apont ar:mudaaescol aoumudam osal unos,par aseaj ustarem
às suas v el has exi gências? Ensi no especi al
izado par at odas as
cri
anças ou ensi no especi alpar a al gumas?Pr ofessores que se
aperfeiçoam par aexer cersuasf unções, atendendoàspecul iar i
dades
det odososal unos,oupr ofessor esespeci alizadospar aensi naraos
quenãoapr endem eaosquenãosabem ensi nar ?
Do meu pont o de v i
sta,é pr eciso mudara escol a e,mai s
precisament e,oensi nonelami nistrado.Aescol aabertaat odoséo
grandeal voe,aomesmot empo,ogr andepr oblemadaeducação
nestesnov ost empos.
Mudaraescol aéenf r
ent armui tasf rent esdet rabalho,cuj as
tarefasfundament ai s,ameuv er, são:
•Recriaromodel oeducat ivoescol ar,tendocomoei xooensi no
parat odos.
• Reor gani zarpedagogi cament easescol as,abr i
ndoespaços
paraqueacooper ação,odi álogo,asol idar i
edade,acr i
atividadeeo
espírit
o críti
co sej am exer citados nas escol as,porpr ofessor es,
admi nist
rador es,f unci onári
os e al unos,por que são habi li
dades
mínimaspar aoexer cíciodaver dadei racidadani a.
• Gar antiraosal unost empoel iberdadepar aapr ender ,bem
comoum ensi noquenãosegr egaequer epr ov aar epetência.
•For mar , aprimor arcontinuament eev alor i
zaropr ofessor ,para
quet enhacondi çõeseest ímul opar aensi narat urmat oda,sem
exclusõeseexceções.
Essast aref asser ãocoment adasasegui r.

Recr
iaromodel
oeducat
ivo

38
Não sepodeencai xarum pr ojeto nov o,como éo caso da
i
ncl usão,em uma v el ha mat riz de concepção escol ar— daía
necessi dadedeser ecr i
aromodel oeducaci onal vi
gent e.
As escol as que r econhecem e v alorizam as di f
er enças t êm
proj etosi nclusivosdeeducaçãoeoensi noquemi nistr am di f
er e
radical ment e do pr opost o par a at enderàs especi fi
ci dades dos
educandosquenãoconseguem acompanharseuscol egasdet ur ma,
porpr obl emasquev ãodesdeasdef i
ciênci asat éout rasdi ficuldades
denat urezar elaci onal ,mot i
vaci onaloucul turaldosal unos.Nesse
sent ido,el ascont estam enão adot am o queét radici onalment e
utili
zadopar adarcont adasdi fer ençasnasescol as:asadapt ações
de cur rículos,a f acilitação das at i
vidades e os pr ogr amas par a
refor çarapr endi zagens,oumesmopar aacel erá-las,em casosde
def asagem i dade/ sér i
eescol ar.
Super arosi stemat radicionaldeensi naréum pr opósi toque
temosdeef etivarcom t odaaur gênci a.Essasuper açãor ef er
e-seao
“que”ensi namosaosnossosal unoseao“ ‘
como”ensi namos,par a
queel escr esçam esedesenv olvam,sendo ser esét icos,j ust os,
pessoasquet erãoder ev er t
erumasi tuaçãoquenãoconsegui mos
resol v eri nteirament e:mudaro mundo e t orná-lo mai s humano.
Recr i
aresse model ot em a v ercom o que ent endemos como
qual idadedeensi no.
Inf elizment e,ai nda v igoraav i
são conser vador a de que as
escol asdequal i
dadesãoasqueenchem ascabeçasdosal unoscom
dat as,f ór mul as,concei tosj ust apost os,f ragment ados.A qual idade
desseensi nor esul tadopr imadoedasuper val ori
zaçãodocont eúdo
acadêmi co em t odososseusní vei
s.Per sisteai déiadequeas
escol asdequal i
dadesãoasquecent ram aapr endizagem nor aci onal,
noaspect ocogni t i
v ododesenv olviment o,equeav aliam osal unos,
quant ificando r espost as- padr ão.Seus mét odos e suas pr áticas
preconi zam a exposi ção or al,a r epet ição,a memor ização,os
treinament os,ol ivresco,anegaçãodov alordoer ro.Sãoaquel as
escol asqueest ãosempr epr epar andooal unopar aof ut uro:sej a
est eapr óximasér ieasercur sada,oní veldeescol aridadepost erior
ouosexamesv est i
bul ares!
Umaescol asedi st ingueporum ensi nodequal idade,capazde
formarpessoasnospadr õesr equer idosporumasoci edademai s
ev oluídaehumani tária,quandoconsegue:apr oximarosal unosent re
si;tr atarasdi sci plinascomomei osdeconhecermel horomundoe

39
aspessoasquenosr odei am;et ercomopar ceirasasf amí l
iasea
comuni dadenael abor açãoenocumpr iment odopr ojetoescol ar .
Tem- se um ensi no de qual idade a par t
irde condi ções de
trabal hopedagógi coquei mpl i
cam f ormaçãoder edesdesaber ese
der elações,queseent relaçam porcami nhosi mpr evisíveispar a
chegarao conheci ment o;exi ste ensi no de qual i
dade quando as
açõeseducat ivassepaut am nasol i
dar iedade,nacol abor ação,no
compar til
hament odopr ocessoeducat ivocom t odososqueest ão
diretaoui ndi retament enel eenv olvi
dos.
A apr endi zagem nessas ci rcunst ânci as é a cent rada,or a
sobr essai ndool ógi co,oi nt uiti
vo,osensor i
al ,oraosaspect ossoci al
e af et ivo dos al unos.Nas pr áticas pedagógi cas pr edomi nam a
ex periment ação, a cr iação, a descober t
a, a co- aut oria do
conheci ment o.Val eoqueosal unossãocapazesdeapr enderhoj ee
oquepodemosof erecer -l
hesdemel horpar aquesedesenv ol vam em
um ambi ent e r i
co e v er dadeirament e est i
mul ador de suas
pot enci ali
dades.
Em suma:asescol asdequal idadesãoespaçoseducat ivosde
const rução de per sonal idades humanas aut ônomas, cr í
ticas,
espaçosondecr iançasej ov ensapr endem aserpessoas.Nesses
ambi ent eseducat ivos,ensi nam- seosal unosav alorizaradi ferença
pel aconv ivênci acom seuspar es,pel oexempl odospr ofessor es,pelo
ensi nomi nistradonassal asdeaul a,pel ocl i
masóci o-afetivodas
relações est abel ecidas em t oda a comuni dade escol ar— sem
tensões compet iti
vas,mas com espí r i
to sol i
dár io,par ti
cipativo.
Escol as assi m concebi das não excl uem nenhum al uno de suas
classes,deseuspr ogr amas,desuasaul as,dasat i
v i
dadesedo
conv í
v i
oescol armai sampl o.Sãocont ext oseducaci onaisem que
todososal unost êm possi bili
dadedeapr ender ,f reqüent andouma
mesmaeúni cat ur ma.
Essasescol assãor eal ment eaber tasàsdi fer ençasecapazes
deensi narat ur mat oda.A possi bilidadedeseensi nart odosos
alunos,sem di scr i
mi naçõesesem pr áticasdoensi noespeci ali
zado,
der i
v adeumar eest rutur açãodopr ojetopedagógi co-escol arcomo
um t odoedasr eformul açõesqueessepr ojet oexi gedaescol a,par a
queest aseaj ust eanov ospar âmet r osdeaçãoeducat iva.

Reorganizar as escol
as: aspect
os pedagógi
cos e
admi
nist
rati
vos

40
Par a uni v ersal i
zaro acesso,ou sej a,a i ncl usão de t odos,
i
ncondi cional ment e, nas t urmas escol ar es e democr atizar a
educação,mui tas mudanças j á est ão acont ecendo em al gumas
escol aser edespúbl icasdeensi no—v i
trinesqueexpõem osucesso
dai ncl usão.
Ar eor gani zaçãodasescol asdependedeum encadeament ode
ações que est ão cent radas no pr oj
et o pol í
tico- pedagógi co.Esse
proj et o,quej ásechamoude“ planodecur so”edeout rosnomes
par eci dos,é uma f errament a de v itali mpor tânci a par a que as
diret rizes ger ais da escol a sej am t raçadas com r eal ismo e
responsabi li
dade.Nãof azpar tedacul tur aescol arapr oposi çãode
um document odet alnat urezaeext ensão, elabor adocom aut onomi a
epar ticipaçãodet odosossegment osqueacompõem.Talpr ojeto
par te do di agnóst ico da demanda,penet raf undo nos pont os
posi tiv osenospont osf r
acosdost rabal hosdesenv olvi
dos,def i
ne
prior idadesdeat uaçãoeobj etivos,pr opõei ni ciat i
v aseações,com
met aser esponsáv eispar acoor dená- l
as.
Os dados do pr ojet o pol íti
co- pedagógi co escl arecem di retor,
prof essor es,coor denador es,f unci onár iosepai ssobr eacl ient elae
sobr eosr ecur sos, humanosemat er iais, dequeaescol adispõe.
Oscur rícul os,af ormaçãodast ur mas,aspr át icasdeensi noea
av aliaçãosãoaspect osdaor gani zaçãopedagógi cadasescol ase
ser ãor ev istosemodi f
icadoscom basenoquef ordef i
nidopel o
proj et opol í
tico- pedagógi codecadaescol a.Sem osconheci ment os
l
ev ant adosporessepr ojeto,éi mpossí v elel abor arcur rículosque
reflitam omei osoci ocul tur aldoal unado.
Par asei ntegr arár easdoconheci ment oeseat ingi raconcepção
transv er salde nov as pr opost as não- disci plinar es de or gani zação
cur ricul ar, osent idodasdi sciplinasacadêmi casmuda—el aspassam
asermei os,enãof insem simesmas.O est udodasdi sci plinas
par tirádasexper iênci asdev idadosal unos,dosseussaber ese
fazer es,dos si gni fi
cados e das suas v i
v ênci as,par a chegarà
sistemat i
zaçãodosconheci ment os.
Comoessasexper i
ênci asv ariam ent reosal unos, mesmosendo
membr osdeumamesmacomuni dade,ai mpl ant açãodosci closde
formaçãoéumasol uçãoj ustaemui toadequadapar asemudaros
critér ios de agr upament o escol ar at uai s.Embor a ai nda pouco
compr eendi dos porpr of essor es e pai s,v istot rat ar-
se de uma

41
nov idade e não t ersi do bem expl icado em seusf ins,osci cl
os
ti
v eram seusobj et i
vosesv aziadosedi storcidos.For am conf undidos
com j unção de sér ies escol ares,como,porexempl o:l u ciclo
compr eendendoaj unçãoda1aeda2ªsér i
es, eassi m pordi ante.
Osci closdef or maçãopr ovocam mudançasnaav aliaçãodo
desempenhoescol ardosal unos, poisconcedem aest esmai stempo
par aapr ender ,el imi nandoaser i
açãoear ticul andoopr ocessode
apr endi zagem com or itmoeascondi çõesdedesenv olviment odos
apr endi zes.
O ensi no i ndiv i
dual i
zado/ diferenci ado par a os al unos que
apr esent am déf i
ci tsint elect uaisepr obl emasdeapr endi zagem éuma
sol ução quenão cor respondeaospr incípi osi ncl
usiv os,poi snão
podemosdi ferenci arum al unopel asuadef i
ciência( comoj ános
referimos no capí tulo em que t ratamos das quest ões l egais da
i
ncl usãoenosr emet emosàConv ençãodaGuat emal a).Nav i
são
i
ncl usi va, oensi nodi ferenci adocont i
nuasegr egandoedi scr i
mi nando
osal unosdent roef oradassal asdeaul a.
Ai nclusãonãopr ev êaut i
li
zaçãodepr át i
casdeensi noescol ar
especí fi
caspar aest aou aquel adef iciênci ae/ou di fi
culdadede
apr ender .Osal unosapr endem nosseusl imi teseseoensi nof or,de
fato,deboaqual idade,opr ofessorl ev ar áem cont aessesl imit
ese
ex plor aráconv eni entement easpossi bili
dadesdecadaum.Nãose
tratadeumaacei t
açãopassi vadodesempenhoescol ar,esi m de
agi rmoscom r eal i
smo ecoer ênci aeadmi tirmosqueasescol as
ex i
st em par af or marasnov asger ações, enãoapenasal gunsdeseus
futur osmembr os, osmai scapaci tadosepr i
v i
legi ados.
Eisaíum gr andedesaf i
oaserenf rent adoquandonospr opomos
ar eor ganizarasescol as,cuj opar adi gmaémer i
tocr áti
co,el i
ti
st a,
condut i
sta e baseado na t ransmi ssão dos conheci ment os,não
i
mpor taoquant oest espossam seracessí veisounãoaosal unos.
Ecer toquenãoseconseguepr edet ermi naraext ensãoea
prof undi dadedoscont eúdosaser em const ruídospel osal unosnem
faci l
itar/adapt arasat iv idadesescol ar espar aal guns,por quesomos
i
ncapazesdepr ev er,deant emão, asdi ficuldadeseasf acili
dadesque
cadaum poder áencont rarpar ar ealizá- las.Por queéoal unoquese
adapt aaonov oconheci ment oesóel epoder egularopr ocessode
const ruçãoi ntel ectual .Amai oriadospr ofessor esnãopensaassi m
nem éal ert
adapar aessef atoeseapav ora,com r azão,aor eceber
alunoscom def iciênci aoucom pr oblemasdeapr endizagem em suas

42
turmas, poi sprev êcomoser ádi fícildarcont adasdi ferenciaçõesque
um pr etensoensi noi ncl usivoexi gir-l
hes- á.
Uma out ra si tuação que i mpl ica r ecriação dos espaços
educat ivosdet rabal hoescol aréaquedi zr espei toaot r
abal hoem
saladeaul a,ai
ndamui t
omar cadopel ai ndiv i
dual izaçãodast arefas,
peloal uno,quet rabal hanamai orpar tedot emposozi nho,em sua
carteir
a,mesmo que as at i
v i
dades sej am comuns a t odos.
Exper i
ênci as de t rabal ho col etivo, em gr upos pequenos e
diversifi
cados,mudam esse cenár io educat ivo,exer cit
ando: a
capaci dadededeci sãodosal unosdi ant edaescol hadet aref as;a
divisãoeocompar ti
lhament odasr esponsabi l
idadescom seuspar es;
odesenv ol vi
ment odacooper ação; osent idoear iquezadapr odução
em gr upo;eor econheci ment odadi versidadedost alentoshumanos,
bem como a v al or i
zação do t r
abal ho de cada pessoa par aa
consecuçãodemet asquel hessãocomuns.
Um hábi toext remament eút i
lenat ural,equet em si domui to
pouco pr omov ido nas escol as,é o de os al unos se apoi arem
mut uament edur ant easat i
v i
dadesdesal adeaul a.
Ar eorganização admi ni
st rativa e os papéi s desempenhados
pelosmembr osdaor ganizaçãoescol arsãoout rosal vosaser em
alcançados.
A descent ral i
zaçãodagest ãoadmi nistrati
v aécondi çãopar a
que se pr omov a mai oraut onomi a pedagógi ca,admi nistrativae
fi
nancei ra de r ecur sos mat er iais e humanos das escol as e é
promov i
da por mei o da at uação ef et i
va dos consel hos,dos
colegiadosedasassembl éiasdepai sedeal unos.
Aoser em modi ficadososr umosdaadmi ni straçãoescol ar,os
papéi s e a at uação de di ret or,coor denador es,super visores e
funcionár i
osper dem ocar átercont rolador ,f i
scal i
zadorebur ocr ático
er eadqui rem teorpedagógi co,dei xandodeexi stirosmot i
vospel os
quai sessespr ofissi onai sf i
cam conf inadosem seusgabi netes,sem
tempopar aconhecerepar ti
ci parmai si ntensi vaedi r
etament edo
queacont ecenassal asdeaul aenosdemai sambi enteseducat i
v os
dasescol as.

Ensi
narat
urmat
oda:
sem exceçõeseexcl
usões

Paraensi
naratur
matoda,par
te-
sedof at
odequeosal unos
sempr
esabem al
gumacoi
sa,dequetodoeducandopodeapr
ender
,
43
mas no t empo e do j eito que l he é pr ópr io.Al ém do mai s,é
fundament alque o pr ofessornut ra uma el ev ada expect at i
v a em
relaçãoàcapaci dadedepr ogr edi rdosal unosequenãodesi sta
nunca de buscarmei os par a aj udá- los a v enceros obst ácul os
escol ar es.
Osucessodaapr endizagem est áem ex plor artalent os, at ual i
zar
possi bi l
idades,desenv olverpr edi sposi çõesnat uraisdecadaal uno.
Asdi ficuldadesel imi taçõessãor econheci das,masnãoconduzem
nem r est r
ingem opr ocessodeensi no,comocomument esedei xa
queacont eça.
Comonãomecansodedi zer ,ensi narat endendoàsdi fer enças
dosal unos,massem di f
er enci aroensi nopar acadaum,depende,
ent r
eout r
ascondi ções,deseabandonarum ensi not ransmi ssi voe
deseadot arumapedagogi aat iv a,di alógi ca,i nterati
v a,i ntegr ador a.
que se cont r
apõe a t oda e qual quer v i
são uni direcional ,de
transf erênci auni tária,indiv i
dual i
zadaehi erár qui cadosaber .
Aeducaçãonão- disciplinar( Gal lo,1999)r eúneessascondi ções,
aopr opor :
•or ompi ment odasf ront eirasent reasdi sci pli
nascur r
icul ar es;
•af or maçãoder edesdeconheci ment oedesi gni ficações,em
cont raposi ção a cur rículos cont eudi st as,a v erdades pr ont as e
acabadas, listadasem pr ogr amasescol ar esser iados;
• ai ntegr ação de saber es,decor rent e da t ransv ersal idade
cur r
icul arequesecont rapõeaoconsumopassi vodei nformaçõese
deconheci ment ossem sent ido;
•pol icompr eensõesdar ealidade;
• adescober t a,ai nv ent i
v i
dadeeaaut onomi adosuj ei to,na
conqui stadoconheci ment o;
•ambi entespol i
ssêmi cos, fav or eci dosport emasdeest udoque
par t
em dar ealidade,dai dent i
dadesoci ocul tur aldosal unos,cont ra
toda a ênf ase no pr i
mado do enunci ado desencar nado e no
conheci ment opel oconheci ment o.
Opont odepar tidapar aseensi narat ur mat oda,sem di f
er enci ar
oensi nopar acadaal unoougr upodeal unos,éent enderquea
diferenci ação éf eitapel o pr ópr io al uno,ao apr ender ,enão pel o
professor ,ao ensi nar !Essa i nv ersão éf undament alpar a quese
possa ensi nar a t ur ma t oda,nat ural ment e,sem sobr ecar regar
i
nut il
ment e o pr of essor( par a pr oduzi rat ividades e acompanhar
gruposdi ferent esdeal unos)eal gunsal unos( par aqueconsi gam se
44
“i
gual ar”aoscol egasdet urma) .
Buscaressai gual dadecomopr odutof i
naldaapr endizagem é
fazereducaçãocompensat ór i
a,em queseacr edi t
anasuper i
ori
dade
deal guns,i ncl usi veadopr of essor ,enai nferioridadedeout r
os,que
sãomenosdot ados, menosi nformadoseescl areci dos,desdeoi nício
dopr ocessodeapr endi zagem cur r
icular.
Omi todequeopr of essoréoquet em achav edosaberpar a
mel horexpl icaredosarosconheci ment osqueo al uno vai/deve
apr enderpr eci sacai r.Def endemosoensi noqueemanci paenão
aquel equesubmet eosal unosi ntelectualment e.
Debat es,pesqui sas,r egistros escr i
tos/ falados,obser vação,
vivênci as são al guns pr ocessos pedagógi cos i ndicados par aa
realizaçãodasat ivi
dadesescol ar es.Tai spr ocessosdependem dos
cont eúdoscur ricularespar aescl arecer
os assunt os em est udo,mas os cont eúdos são sempr e
consi der adoscomomei os, enãocomof insdoensi noescol ar.
Supr imi ro car átercl assificat óri
o de not as e de pr ovas e
subst i
tuí-l
o poruma v i
são di agnost ica da av ali
ação escol aré
i
ndi spensáv elquandoseensi naat urmat oda.Par asercoer entecom
essanov idade, opr ofessorpr i
orizar áaav aliaçãododesenv olvi
ment o
das compet ênci as dos al unos di ant e de si tuações- problema em
det ri
ment o damemor ização dei nformaçõesedar eprodução de
conheci ment ossem compr eensão,cuj oobj etivoéapenast i
rarboas
not aseserpr omov ido.Ot empodeconst r
uçãodeumacompet ência
variadeal unopar aal unoesuaev oluçãoéper cebidapormei oda
mobi li
zaçãoedaapl icaçãodoqueoal unoapr endeuouj ásabiapar a
chegaràssol uçõespr etendi das.
Aav ali
açãoét ambém um i nstrument odeaper f
eiçoament oede
depur ação do ensi no e quando a t ornar mos mai s adequada e
efi
ci ente,di mi nui r
emos subst anci alment e o númer o de al unos
excl uídosdasescol as.
Par aseensi narat urmat oda,v amoscont r
acer t
aspr át i
cas
consagr adasnasescol as.
•Pr oport r
abal hos col etivos,que nada mai s são do que
ati
v idadesi ndi viduai sr ealizadasaomesmot empopel at urma.
•Ensi narcom ênf asenoscont eúdospr ogr amát i
cosdasér i
e.
• Adot aro l ivro di dático como f errament a exclusiva de
orient açãodospr ogramasdeensi no.

45
•Ser vir-sedaf olhami meogr af adaoux erocadapar aquet odos
osal unosaspr eencham aomesmot empo, respondendoàsmesmas
per gunt as, com asmesmasr espost as.
• Pr oporpr ojetosdet r
abal hot otalment edesv incul adosdas
exper i
ênci as e do i nteresse dos al unos,que só ser vem par a
demonst rarapseudo- adesãodopr ofessoràsi nov ações.
•Or gani zardemodof r
agment adooempr egodot empododi a
l
et i
v o,par a apr esent aro cont eúdo est anque dest a ou daquel a
disciplina, eout rosexpedi ent esder otinadassal asdeaul a.
• Consi der ara pr ov af i
nalcomo deci siva na av ali
ação do
rendi ment oescol ardoal uno.
Essaspr áticasconf i
gur am ov elhoeconheci do“ ensi nopar a
algunsal unos”— epar aal guns,em al gunsmoment os,al gumas
disciplinas, atividadesesi tuaçõesdesal adeaul a.
Éassi m queaexcl usãoseal ast raeseper petua, atingi ndot odos
osal unos,nãoapenasosqueapr esent am umadi fi
cul dademai orde
apr enderouumadef iciênci aespecí fica.
Há al unos ( poucos,i nfeli
zment e) que r ejeitam pr opost as
descont ext ual i
zadasdet r abalho escol ar ,sem sent ido eat rativos
i
nt electuai s:el espr otest am,aseumodo,cont raum ensi noquenão
osdesaf iaenãoat endeàssuasmot ivaçõeseaosseus,i nter esses
pessoai s.
O ensi nosel etiv oéi dealpar ager ari ndisciplina,compet ição,
discr i
mi naçãoepr econcei toset ambém par acat egor izarosbonse
osmausal unos, porcr i
tériosquesão, em ger al,i
nfundados.
As desi gual dades t endem a se agr av ar quant o mai s
especi alizamosoensi nopar aalgunsal unos.Essasdesi gual dades,
em ger ali ni ciadas no âmbi t
o escol ar ,expandem- se par a out ros
domí nioseár eas, mar candoi ndelev elment easpessoasat i
ngi das.
Não se pode i magi naruma educação par at odos,quando
caímosnat ent açãodeconst ituirgr uposdeal unosporsér ies,por
níveisdedesempenhoescol aredet ermi namosobj etiv ospar acada
nível.E,mai sai nda,quandoencami nhamososquenãocabem em
nenhuma desses gr upos par a cl asses e escol as especi ais,
argument andoqueoensi nopar at odosnãosof reriadi st orçõesde
sent idoem casoscomoesses!
Essa compr eensão equi vocada da escol ai ncl usi va acaba
i
nst alando cada cr iança em um l ocus escol ar,ar bitrariament e
escol hido — aument aasdi ferençaseacent uaasdesi gual dades,
46
j
ust
if
icandoof
racassoescol
arcomopr
obl
emadoal
uno.

Eaat
uaçãodopr
ofessor
?

Amai ori
adospr ofessor est em umav isãof unci onaldoensi noe
tudo o que ameaça r ompero esquema de t rabal ho prát i
co que
aprender am aapl icarem suassal asdeaul aéi nicialment er ejeitado.
Também r econhecemos que i nov ações educaci onai s como a
i
ncl usão abal am a i dent idade pr ofissionale o l ugarconqui stado
pelospr of essor esem umadadaest r
utur aousi stemadeensi no,
atent andocont raaexper iênci a,osconheci ment oseoesf or çoque
fi
zer am par aadqui ri-los.
Opr ofessorqueensi naat urmat odanãot em of al
ar,ocopi are
odi tarcomor ecur sosdi dático- pedagógi cosbási cos.El enãoéum
professorpal est rant e,i dent i
ficadocom al ógicadedi stri
bui çãodo
ensi noequepr aticaapedagogi auni dir
eci onaldo“ Apar aBedoA
sobr eB” .comoaf irmouPaul oFr eire,nosi dosde1978,masaquel e
que par til
ha “ com” seus al unos a const rução/ autor ia dos
conheci ment ospr oduzi dosem umaaul a.O ensi no exposi tivof oi
bani do da sua sal a deaul a,ondet odosi nter agem econst róem
ati
v ament econcei tos,v alores,at i
tudes.Essepr of essorexpl or aos
espaçoseducaci onai scom seusal unos,buscandoper ceberoque
cadaum del esconsegueapr eenderdoqueest ásendoest udadoe
comopr ocedem aoav ançarnessaexpl oração.
Certament e, um pr ofessor que engendr a e par ticipa da
cami nhadadosaber“ com”seusal unosconsegueent endermel hor
as di f
iculdades e as possi bi l
idades de cada um e pr ov ocara
const r
uçãodoconheci ment ocom mai oradequação.
Ensinarat ur mat odar eaf irmaanecessi dadedesepr omov er
sit
uações de apr endi zagem que f ormem um t eci do color ido de
conheci ment o,cuj osf iosexpr essam di ferentespossi bi
li
dadesde
i
nter pretaçãoedeent endi ment odeum gr upodepessoasqueat ua
cooper ati
vament e, em umasal adeaul a.
Osdi ferent essi gnificadosqueosal unosat r
ibuem aum dado
objet odeest udoeassuasr epr esent açõesv ãoseexpandi ndoese
rel
aci onandoer ev el am,poucoapouco,umaconst ruçãoor iginalde
i
déi as, quei ntegr aascont ribuiçõesdecadaum.
Sem est abel ecerumar ef erência,sem buscaroconsenso,mas
i
nv est i
ndonasdi fer ençasenar i
quezadeum ambi ent equeconf ront a
47
signi
ficados,desejose exper i
ênci as,o pr ofessordeve garanti
ra
l
iberdadeeadi ver
sidadedasopi niõesdosal unos.
O professor,da mesma f orma,não pr ocur
ará eli
minaras
difer
ençasem f avordeumasupost ai gual
dadedoal unado,queét ão
almejadapel osqueapr egoam a( falsa)homogenei dadedassalasde
aula.Antes,estaráatentoàsingularidadedasv ozesquecompõem a
turma, pr omov endo o di álogo ent r
e el as, contrapondo-
as,
compl ementando-as.

Pr
epar
ar-
separ
aserum pr
ofessori
ncl
usi
vo?

Oar gument omai sf reqüent edospr ofessor es,quandor esist


em
ài ncl usão,énãoest arem ounãot erem si dopr eparadospar aesse
trabal ho.Tent ar eidi scut irbrev ement eessapr epar açãonaf ormação
i
ni cialeem ser viço,sempr ecom baseem mi nhaexper iênciade
formador a,nessasduasopções.
Háumaci sãoent reoqueospr ofessor esapr endem eoque
põem em pr áticanassal asdeaul a.
Naf ormaçãoem ser vi
ço,ospr ofessor esr eagem i nici almenteà
met odol ogiaquet enhoadot ado, porqueest ãohabi tuadosaapr ender
demanei rafragment adaeessenci alment einstruci onal .El esesper am
uma pr epar ação par a ensi naros al unos com def iciênci a e/ou
dificuldadesdeapr endi zagem epr oblemasdei ndi sciplina, oumel hor
,
uma f ormação que l hes per mi t
a apl icaresquemas de t r
abalho
pedagógi copr edef inidosàssuassal asdeaul a,gar ant indo-lhesa
sol uçãodospr obl emasquepr esumem encont rarnasescol asditas
i
ncl usi vas.Gr andepar tedessespr ofi
ssi onaisconcebeaf ormação
comosendomai sum cur sodeext ensão,deespeci al i
zação,com
umat ermi nalidadeeum cer ti
ficadoqueconv al i
daacapaci dadede
serum pr ofessori ncl usi vo.
Nãoset r atadeumav isãoi ngênuadoquesi gni ficaserum
prof essor qual if
icado par a o ensi no i nclusi vo,mas de uma
concepçãoequi vocadadoqueéumaf or maçãoem ser v i
çoedoque
signi fi
caai nclusãoescol ar.Mai sumav ez, aimpr ecisãodeconcei tos
dist orceaf i
nal idadedeaçõesquepr ecisam serconcr etizadascom
urgênci aemui tacl ar ezadepr opósitos, r
et ardandoai ncl usão.
Porqueospr ofessor esr eagem i ni ci
alment eàf ormaçãoem
ser viço, aosmeusmol desdet rabalho?Tenhoal gumashi pót eses.
l)Port erem i nt er nalizadoopapeldepr aticant es,ospr ofessores
48
esper am queosf ormador esl hesensi nem at r
abal har ,napr ática,
com t ur masdeal unoshet er ogêneas,apar tirdeaul as,manuai s,
regr as,t ransmi tidaseconduzi dasporf or mador es,domesmomodo
comoensi nam, nassal asdeaul a.
2)Acr edi tam que os conheci ment os que l hes f altam par a
ensi naral unoscom def iciênciaoudi fi
cul dadedeapr enderr efer em- se
primor di alment eàconcei tuação,àet i
ol ogia,aospr ognóst i
cosdas
def i
ci ênci as e dos pr obl emas de apr endi zagem e que pr ecisam
conheceresaberapl icarmét odoset écnicasespecí f i
caspar aa
apr endi zagem escol ardessesal unos,set iver em de“ acei t
á- l
os”em
suassal asdeaul a.
3)Quer em obt er ,omai sr ápi dopossí vel ,conheci ment osque
resol v am pr obl emaspont uaisapar tirder egr asger ais.
Os di rigent es das r edes de ensi no t êm expect ativas
semel hant es,quando me sol icitam essa f ormação,poi s est ão
habi tuadosacur sosqueser eal izam segundo out rosmol desde
trabal ho.
Se,deum l ado,épr ecisocont inuari nvest i
ndomaci çament ena
direçãodaf or maçãodepr ofissionai squal ifi
cados,deout ro,nãose
podedescui dardar eal i
zaçãodessaf or maçãoedev e-seest arat ento
aomodopel oqualospr of essor esapr endem, parasepr of i
ssi onal i
zar
epar aaper feiçoarseusconheci ment ospedagógi cos,et ambém a
comor eagem àsnov idades, aosnov ospossí vei seducaci onai s.
Nocasodeumaf or maçãoi nicialecont i
nuadadi r
eci onadaà
i
ncl usãoescol ar,est amosdi ant edeumapr opost adet r
abal hoque
nãoseencai xaem umaespeci alização,ext ensãoouat ualizaçãode
conheci ment os pedagógi cos. Ensi nar ,na per spect i
v ai nclusi va,
signi ficar essi gnificaropapeldopr of essor ,daescol a,daeducaçãoe
depr át i
caspedagógi casquesãousuai snocont ext oexcl udent edo
nosso ensi no,em t odososseusní v eis.Como j á nosr ef erimos
ant erior ment e,a i ncl usão escol arnão cabe em um par adi gma
tradici onalde educação e,assi m sendo,uma pr epar ação do
prof essornessadi r
eçãor equerum desi gndi fer entedaspr opost asde
prof issi onal izaçãoexi stent esedeumaf ormaçãoem ser v i
çoque
também muda,por queasescol asnãoser ãomai sasmesmas,se
abr açar em essenov opr ojet oeducaci onal .
Ar ev irav olta—queébem mai scompl exadoquesepensa—na
prepar açãodepr of essor espar aai nclusão
ai nda não f oibem assi mi lada pel os que el abor am pol í
ticas

49
públ icasdeeducação, pel osquepl anej am açõespar aconcr etiz á-l
as,
eéporessaseout rasr azõesqueest ãosendoof erecidoscur sosde
especi al zaçãol
i at osensusobr eeducaçãoi ncl usi v aequesesuger e
ai nser çãodadi sci pli
naEducaçãoI ncl usi vaem cur sosdef ormação
depr of essor esepr ofi
ssi onaisdeár easaf ins: Psi col ogia,Fisiot erapi a,
Fonoaudi ologi a,Ter apia Ocupaci onale out ras.Fal t
a apenas ser
criadaumahabi lit
açãoespecí ficanoscur sosdePedagogi a!
Por t udo i sso,t emos de f i
car cada v ez mai s at ent os,
quest ionandooqueexi ste,mas,aomesmot empo,apr esent ando
out rasmanei rasdesepr epar arpr of issi onai spar at r
ansf or mara
escol a, naper spect ivadeumaaber tur ai ncondi cionalàsdi ferençase
deum ensi nodequal i
dade.
Ideal izei,em 1991,um pr ojetodef or maçãoem ser viçoquet em
sido adot ado at é ent ão porr edesde ensi no públ i
case escol as
par ti
cul ar esbr asi l
ei ras.
A cooper ação, as aut onomi as i nt elect ual e soci al e a
apr endi zagem at ivasãocondi çõesquepr opi ci am odesenv olviment o
globalde t odos os pr ofessor es,no pr ocesso de apr imor ament o
prof issi onal .
Comoseconsi deraopr of essorumar ef erênci apar aoal uno,e
nãoapenasum mer oinst r
ut or, af ormaçãoenf at izaai mpor tânci ade
seupapel ,t ant onaconst r
uçãodoconheci ment o,comonaf ormação
deat itudesev alor esdoci dadão.Assi m sendo,af ormaçãov aial ém
dosaspect osi nst rument aisdeensi no.
Assi m comoqual queral uno,ospr of essor esnãoapr endem no
vazi o.Pori sso, apr opost adef or maçãopar tedo“ saberf azer ”desses
prof issi onai s,que j á possuem conheci ment os,exper iênci as e
prát i
cas pedagógi cas ao ent r
arem cont at o com a i nclusão ou
qual querout rai nov açãoeducaci onal.
O exer cícioconst anteesi stemát icodecompar ti
lhament ode
i
déi as, sent iment os e ações ent re pr ofessor es, di retor es e
coor denador esdaescol aéum dospont os- chav edoapr imor ament o
em ser viço.Esseexer cícioéf eitosobr easex per iênci asconcr et as, os
probl emas r eai s,as si tuações do di a- a- dia que desequi l
ibr am o
tr
abal honassal asdeaul a— est aéamat ér ia-pr imadasmudanças
pret endi daspel af or mação.
No quest ionament o dapr ópr iapr ática,nascompar ações,na
anál isedasci rcunst ânci asedosf at osquepr ov ocam per t
ur bações
e/our espondem pel osucessoescol ar , ospr of essor esv ãodef inindo,

50
poucoapouco,assuas“ teor iaspedagógi cas” .Ai ntençãoéqueos
professor es sej am capazes de expl icaro que ant es só sabi am
reproduzi rapar tirdoqueapr endi am em cur sos,of icinas,pal est ras,
exclusiv ament e.Apr opost ai ncent i
vaospr ofessor esai nter agirem
regularment ecom seuscol egas, aest udar em j unt oseaqueest ejam
abertos a col abor ar ,com seus par es,na busca dos cami nhos
pedagógi cosdai ncl usão.
Of ato depr of essor esf undament arem suaspr át i
caseseus
argument ospedagógi cosnosensocomum di ficultaaexpl i
citação
dospr obl emasdeapr endi zagem.Essadi fi
cul dadepodemudaro
rumo da t rajetór ia escol ar de al unos que,mui tas v ezes,são
encami nhados i ndev idament e par a as modal idades do ensi no
especial eout rasopçõessegr egat ivasdeat endi ment oeducaci onal .
Daía necessi dade de se f ormar em gr upos de est udos nas
escolas,par a a di scussão e a compr eensão dos pr oblemas
educaci onai s, à l uz do conheci ment o ci entífico e
i
nterdisci plinar ment e,se possí v el.Os gr upos são or gani zados
espont aneament epel ospr ópr i
ospr ofessor es,no hor ári
o em que
estãonasescol as.Essasr euni õest êm comopont odepar t
idaas
necessi dadeseosi nt eressescomunsdeal gunspr ofessor esde
esclarecersi t
uaçõesedeaper f
ei çoaromodocomot rabalham nas
salasdeaul a.
Of ocodaf or maçãoéodesenv olv iment odacompet ênci ade
resolverpr obl emaspedagógi cos.Anal isa-se,ent ão,comooensi no
estásendomi nistr adoeaconst ruçãodoconheci ment opel osal unos,
poisessespr ocessosi nter agem eessesdoi sl ados— ensi no e
aprendi zagem — dev em ser av aliados sempr e que se qui ser
esclarecê- los.
Par ti
cipam r egul arment e dos gr upos de f ormação de cada
escola os pr of essor es,o seu di retore o coor denador ;mas há
também osgr uposquesef ormam ent repr ofessor esdedi ver sas
escolasqueest ej am i nt eressadosem um mesmot emadeest udo,
como, porexempl o, ai ndi scipl i
na, asexual idade, aét i
caeav iolênci a,
aav ali
açãoeout rosassunt osper tinent es.
A equi pe r esponsáv elpel a coor denação da f ormação nas
escolaséconst ituí daporpr ofessor es,coor denador essedi adosnas
redesdeensi noeporpar cei rosdeSecr et ari
asaf ins:Saúde, Espor tes,
Culturaeout ras.
Algumasr edesdeensi nocr iaram cent rosdegest ãodapr opost a

51
educaci onaldar edeedeapoi oeat ualizaçãodospr ofessor es.Esses
cent r
osr epresent am um av ançonanov adi reçãodaf ormaçãoem
serv iço,poi s al ém de sedi arações de apr imor ament o da r ede,
promov endo ev entos de pequeno,médi o e gr ande por te,como
wor kshops,semi nár i
os,ent rev istas com especi ali
stas,f ór uns e
out ras at ivi
dades, r eúnem os pr ofissionai s que at endem
(i
ndi vi
dual ment eouem pequenosegr andesgr upos)ospr ofessor es,
nassuasr espect ivasescol as,ospai seacomuni dade.Oscent ros
reúnem pr of i
ssi onai squeapói am asaçõeseducat ivaspr opost as
pelasescol aspormei odeseuspr ojetospol í
tico- pedagógi cos.
Essespr of i
ssionai ssãosuper vi
sor esdeensi noecoor denador es
pedagógi cos ext er nos às escol as,que dão sust ent ação aos
prof essor eseàsequi pesdasuni dadesescol ar es,par aquepossam
alcançarseusobj et i
v os,ultr
apassandoasbar r eirasqueosi mpedem
der eali
zaroquedef i
niram em seuspr ojetosdet rabalho.El esv isit
am
asescol assemanal menteeat endem at rêsouquat ro del as,no
máxi mo.
Tenho v eri
f i
cado com f r eqüênci a que os cur sos e demai s
atividadesdef ormaçãoem ser viçohabi t
ual ment eof erecidosaos
prof essor espel asr edesdeensi no,nosmol descost umei ros,não
estãoobt endoor et ornoqueoi nv est iment opr opõe,oquej ust ifi
caa
mi nhai nsistênci anacr i
açãodessescent ros— por queaexi stência
deseusser vi
çosdi spensaoquej áéusualnasr edesdeensi no,ou
seja,oapoi oaopr of essor ,pelospr ofessor esi tinérantesout ambém
peloscoor denador espedagógi cossedi adosnasescol as.
Discor do da exi stência de pr of essor es i tinérantes,poi s eles
atuam sobr eossi nt omas, oferecem sol uçõespar ti
cularizadas, locais,
masnãov ãof undonospr obl emaseem suascausas.Tr ata- sede
mai sum ser v i
çodaeducaçãoespeci alqueneut rali
zaosdesaf iosda
i
ncl usão.Namai oriadasv ezes, esseser v
içoi mpedequeopr of essor
sedef ront edi retament ecom ar esponsabi l
idadedeensi nart odosos
seusal unos, poisexi steum especi ali
stapar aat enderaoscasosmai s
difíceis, quesãoj ust ament eaquel esquepr ovocam opr ofessor ,para
quemudeamanei radepr ocedercom at urmat oda.O pr of essor
i
tiner ante/ especi alistat ende a acomodar o pr ofessor comum,
ti
rando- l
heaopor tuni dadedecr escer ,desent iranecessi dadede
buscar sol uções e não aguar dar que al guém de f orav enha,
regul arment e,par ar esolverseuspr oblemas.Esseser viçor ef orçaa
i
déi adequeospr obl emasdeapr endi zagem sãosempr edoal unoe

52
dequesóoespeci al i
st aconseguer emov ê-l
oscom adequaçãoe
efi
ci ênci a.
Seum al unonãov aibem,sej ael eumapessoacom ousem
deficiênci a,opr obl emapr ecisaseranal isadocom r elaçãoaoensi no
queest ásendomi ni stradopar at odososdemai sdat urma.El eéum
i
ndi cadori mpor tant edaqual i
dadedot rabal hopedagógi co,por queo
fatodeamai or iadosal unosest arsesai ndobem nãosi gnif icaqueo
ensinomi nist
radoat endaàsnecessi dadesepossi bil
idadesdet odos.
Aexi stênci adeum coor denadorpedagógi coem cadauni dade
escol ar , a meu v er, não t em pr opiciado um bom
acompanhament o/ andament o do pr ojet o pol ít
ico- pedagógi co da
escol a,sej apor queessepr ojetonãof oiai ndabem compr eendi doe
valor i
zado,sej a por que mui tosdessescoor denador esat uam em
cumpl icidade com os demai si ntegr ant es da uni dade.El es t êm
difi
cul dade de se di st anciar dos pr obl emas de sua uni dade,
sent em- semui toenv olvidosemi stur adoscom osseuscol egase
com os al unos,par a que possam t omarcer tas at it
udes mai s
ousadas e cor ajosas em r el ação aos pr ofessor es,aos pai s,à
comuni dadeescol arcomoum t odo.
Oscoor denador esdaescol adi fer em mui t
odoscoor denador es
doscent rosdef or mação.Est essãopr of i
ssi onaisqueexi st em par a
quet odasassi tuaçõespr oblemát i
cassej am enf rent adasepar aque,
def at o,asmudançasnoensi noseconcr etizem com mai sf aci lidade
ecom mai orisençãodev iesespessoai s, comoosj áci tados.
Quer o dei xarcl aro quecur sos,of icinaseout rosev ent osde
atual i
zaçãoedeaper feiçoament osãoi ndi cadosnaf ormaçãoem
serv i
ço, masquandocor respondem aumanecessi dadedegr uposde
professor esquepr ecisam decer t
osconheci ment os,par amel hor ar
sua at uação di ant e de assunt os mui to par t
icularizados.Nesses
casos,par cerias das r edes de ensi no com gr upos de pesqui sa,
professor es de uni versi dades e pr ofissi onai s especi ali
zados são
i
ndi cadas.Masnãosepodeexcl ui
rapossi bili
dadedeessescur sos
serem of erecidost ambém porpr ofessor esdapr ópr i
ar ededeensi no,
quesãoconv i
dadospel ocent r
o,porr econheci ment odov al orda
cont ribui çãoaserpr opi ciadaaoscol egasi nt eressados.
O sucessodessapr opost adef or maçãonasescol asapont a
comoi ndi cador es:or econheci ment oeav alorizaçãodasdi fer enças,
comoel ement oenr i
quecedordopr ocessodeensi no—apr endi zagem;
professor esconsci ent esdomodocomoat uam,par apr omov era

53
aprendi zagem det odososal unos;cooper açãoent reosi mpl i
cados
no pr ocesso educat i
v o,dent r
oef ora da escol a;v alor i
zação do
processosobr eopr odut odaapr endi zagem;eenf oquescur ri
cul ares,
met odol ógicos e est ratégias pedagógi cas que possi bil
itam a
const ruçãocol eti
vadoconheci ment o.
A av ali
ação dos seus ef eit
os não se mede,por tant o,pel o
aprov eitament odeal gunsal unos,osqueapr esentam di ficuldadede
aprenderouaquel escom def ici
ênci a, i
ncluí
dosnascl assesdoensi no
regular .Embor aessescasosmer eçam t odaat enção,oqueseal mej a,
acimadet udo,ésaberseospr ofessor esedemai sintegr antesdas
unidades escol ares pr ogr i
dem pedagogi cament e,at ualizando a
manei ra de ensi nar ,a par tirde nov as concepções e pr át i
cas
educaci onais;seasescol asest ãoset ransformando;seosal unos
estão sendo r espei tados nas suas possi bili
dades de av ançar ,
autonomament e, ao const r
uírem conheci ment os; se est es
conheci ment oseout rossãopr oduzi doscol eti
vament e,nassal asde
aula,em cl i
masol idárioecom r esponsabi l
idade;seasr elaçõesent r
e
cri
anças,pai s,pr ofessor es e t oda a comuni dade escol ar se
estreitaram,em l açosdecooper ação,dedi ál
ogo,quesãof r
ut osde
um exer cíci
odi ári
odecompar ti
lhament odeseusdev eres, problemas,
sucessos.

54
CONSI
DERAÇÕES FI
NAI
S
Embor apossaassust arpel ogr andenúmer odemudançase
pel ot eordecadaumadel as, ai ncl usãoé, comomui t
osaapr egoam,
“um cami nhosem v olt a”.
Nuncaédemai s,cont udo,r eaf i
rmarascondi çõesem queessa
i
nov ação acont ece, mar cando, gr i
fando na consci ênci a dos
educador es o seu v alor,par a que nossas escol as at endam à
ex pect ati
v adeseusal unos, doensi noinfanti
l àuni versidade.
A escol a pr epar aof utur o e,de cer to que,se as cr i
anças
apr ender em av al ori
zareaconv i
v ercom asdi ferençasnassal asde
aul a,ser ão adul tos bem di ferent es de nós,que t emos de nos
empenhart ant opar aent enderev i
v eraexper iênciadai nclusão!
O mov i
ment oi ncl usivo,nasescol as,pormai squeai ndasej a
mui to cont estado,pel o car áterameaçadorde t oda e qual quer
mudança, especi al ment enomei oeducaci onal,conv enceat odospel a
sual ógi caepel aét i
cadeseuposi cionament osoci al.
Aodenunci aroabi smoexi stenteent reov elhoeonov ona
i
nst i
tui çãoescol arbr asileir
a, aincl usãoér eveladoradosmal esqueo
conser vador i
smo escol art em espal hado pel a nossa i nf ânciae
j
uv ent udeest udant il
.
Penso que o f uturo da escol ai nclusiva depende de uma
ex pansão r ápida dos pr ojet os v erdadeirament e i mbuí dos do
compr omi ssodet ransf ormaraescol a,paraseadequaraosnov os
tempos.Seai ndahoj eessespr ojetosser esumem aexper iências
l
ocai s,est as est ão demonst rando a v iabil
idade da i nclusão,em
escol aser edesdeensi nobr asileiras,porquet êm af orçadoóbv ioea
clar ezadasi mpl i
ci dade.
A apar entef r
agi l
idade das pequenas i ni
ciativas t em si do
suf icient epar aenf rent ar,com segur ançaeot imismo,opoderda
velhaeenf er rujadamáqui naescol ar .
Ai nclusãoéum sonhopossí vel!

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