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PAULO HENRIQUE FARIA NUNES

LEI DE MIGRAÇÃO
MARCO JURÍDICO RELATIVO AO
FLUXO TRANSNACIONAL DE PESSOAS

3.ª Edição

Goiânia
Edição do Autor
2021
Copyright © Paulo Henrique Faria Nunes
1.ª edição: 2017, 2ª ed.: 2018.
Imagem da capa e contracapa: Alex Fiodorov / Bigstock

Nunes, Paulo Henrique Faria


Lei de Migração: marco jurídico relativo ao fluxo transnacional de
pessoas / Paulo Henrique Faria Nunes / 3. ed. / Goiânia: Edição do
Autor, 2021.
306p.
ISBN 978-65-00-22340-8

1. Direito internacional público. I. Título


CDU 341
327

Paulo Henrique Faria Nunes – advogado, professor e pesquisador na


PUC Goiás e na Universidade Salgado de Oliveira (campus Goiânia).
Bacharel em Direito (Universidade Federal de Goiás – UFG), especia-
lista em Relações Internacionais (PUC Goiás), mestre em Geografia
(UFG), doutor em Ciências Políticas e Sociais (Université de Liège, Bél-
gica).
E-mail: phfnunes@gmail.com
Dedico este livro à memória de meus avós pa-
ternos, Joaquim e Arlinda, migrantes – hospe-
deiros do progresso – que deixaram Bahia e
Minas Gerais para se estabelecer em uma ci-
dade-sede da Fundação Brasil Central (Tor-
res do Rio Bonito) no longínquo interior de
Goyaz.
Chi scorge in ogni straniero un probabile avversario, chi
cerca la sua sicurezza solo in una serie alternata di ostilità
(secondo la massima: “il mio vicino è mio nemico, ma il
vicino del mio vicino è mio amico”), chi opina che la
propria maggior grandezza dipenda non dall’elevazione
per virtù propria, ma dall'abbassamento altrui, è in uno
stato d'animo simile a quello dei barbari primitivi, che – se
dovesse prevalere – condurrebbe certamente a nuove
guerre e a nuove catastrofi. [...]
D’altra parte, un vacuo e fatuo internazionalismo, che
presuma de recidere le radici di sentimenti ingeniti
nell’animo umano, e di sopprimere in ispecie l’amor della
patria, non solo è teoricamente erroneo, ma è praticamente
non attuabile, per il continuo e necessario risorgere di un
sano e legittimo sentimento nazionale. I doveri verso la
patria sono altrettanto sacri quanto quelli verso l’umanità
(Giorgio Del Vecchio, 1878-1970).


Excertos do artigo Intorno agli Stati Uniti d’Europa, publicado originalmente
na Rivista Internazionale di Filosofia del Diritto (n. 3, 1952). O texto em espa-
nhol compôs a obra DEL VECCHIO, Jorge. Persona, Estado y Derecho. Ma-
drid: Instituto de Estudios Políticos, 1957:
“Quien encuentra en todo extranjero un probable adversario que rodea su segu-
ridad con una serie alternativa de hostilidades conforme a la máxima: “mi ve-
cino es mi enemigo”; quien opinando que la mayor grandeza depende no de la
elevación por virtud propia, sino del abatimiento del otro, se encuentra en un
estado de ánimo parecido al de los primitivos bárbaros, que de prevalecer con-
duciría ciertamente a nuevas guerras y a nuevas catástrofes. […]
De otra parte, un vacuo y fatuo internacionalismo, que presuma de cortar las
raíces de sentimientos ingénitos en el alma humana y de suprimir en especial el
amor a la patria, no sólo es teóricamente erróneo, sino que es prácticamente
irrealizable por el continuo y necesario resurgir de un sano y legítimo senti-
miento nacional. Los deberes hacia la patria son tan sacros como los que se
tienen hacia la humanidad” (p. 557-558).
PRIMEIRAS PALAVRAS

Ser professor universitário e pesquisador no Brasil – um país


que relegou ao conhecimento e à ciência a condição de apátrida e per-
sona non grata –, principalmente em instituições privadas, é uma ativi-
dade que exige trânsito, muito trânsito... ser migrante pendular. Equili-
brar-se em mais de um emprego ou atividade profissional; migrar; mu-
dar; correr; procurar asilo temporal em algum lugar entre a efemeri-
dade caótica da vida e a eternidade tranquila e mórbida de um minuto
de silêncio; sonhar com um refúgio onde encontrar paz, reconhecimento
e remuneração digna. E ainda conservar humanidade para compade-
cer-se e solidarizar-se com os professores do ensino médio e fundamen-
tal.
Escrever um livro em tais condições de trabalho não é nada fá-
cil. Talvez o ofício do autor o tenha levado, inconscientemente, a se in-
teressar pelo tema. Além disso, sua origem, condição pessoal e legado:
descendente de migrantes, migrante, pai de migrante.
Pensar a migração é refletir sobre a história do Brasil, das
Américas, do Mundo – colonização, escravidão, urbanização, busca por
riquezas minerais, expansão da fronteira agrícola, marcha para o
Oeste, ocupação da Amazônia, biopirataria, guerras, globalização. Não
se trata de um objeto de investigação desconectado da realidade. Os
migrantes estão no cotidiano partout et d’ailleurs... o grande investidor,
o feirante, o diretor de uma multinacional, o mendigo. Assim como o
Egito deixou de ser negro e se tornou árabe, acredita-se que uma por-
ção significativa do atual “Primeiro Mundo” se tornará morena em um
Paulo Henrique Faria Nunes

futuro não muito distante. As normas concernentes à migração são


apenas um pequeno recorte de um tema sobre o qual se dedicam dife-
rentes áreas da ciência e das artes. Este livro é sobre a Lei de Migração
(LM), mas a compreensão do seu objeto de regulação extrapola larga-
mente as questões jurídicas formais. Ler a LM é fácil; compreender ver-
dadeiramente o que ela disciplina – às vezes bem, às vezes mal – requer
um olhar e uma percepção antropológica, social, política, espacial (lo-
cal, regional, internacional), histórica, econômica. Recomenda-se, en-
tão, especialmente aos estudantes de Direito – submetidos a um ambi-
ente cada vez menos acadêmico e científico –, a leitura de textos não
contaminados pelo legalismo ou “juridiquês” exacerbado e não aceitar
as fronteiras impostas por resumos e sinopses, literatura predominante
no país.
Sem encontrar o apoio institucional que viabilizasse esta jor-
nada em sua terra natal, o autor – tal qual o genovês que vende sua
ciência aos reis de Espanha – levou sua pena para outros ventos e se
aventurou como editor da própria obra.

Paulo Henrique Faria Nunes


Cf. BOILLOT, Jean-Joseph; DEMBINSKI, Stanislas. Chindiafrique: la
Chine, l’Inde et l’Afrique feront le monde de demain. Paris: Odilon Jacob,
2013.

10
INTRODUÇÃO

Há muito se discute a necessidade de atualização da legislação


brasileira relativa aos estrangeiros. O Estatuto do Estrangeiro (EE – Lei
6.815/1980), regulamentado pelo Decreto 86.715/1981, foi concebido
durante o regime militar. Além disso, parte de seu conteúdo não foi re-
cepcionada pela ordem constitucional vigente, fenômeno repetido insis-
tentemente na jurisprudência dos tribunais pátrios.
Para o EE, a imigração era, sobretudo, uma questão de segu-
rança nacional concebida sob um viés utilitarista1. Atualmente, con-
quanto a preocupação com a ordem política e social interna seja natural
em todo e qualquer país, os fluxos migratórios (imigração e emigração)
são vistos sob uma perspectiva humanitária. O imigrante, antes visto
como uma possível ameaça, agora é objeto de proteção, mormente nas
situações de conflitos armados, perseguições contra grupos minoritários
e tráfico de pessoas. O emigrante, muitas vezes encarado como um de-
sertor ou um traidor, passou a ser considerado, de um lado, vítima da
precariedade da estrutura de bem-estar social e, de outro, um agente que
contribui para o desenvolvimento, seja por meio do envio de divisas ori-
undas de seu labor legal ou ilegal em terras estrangeiras, seja pela ob-
tenção de know-how em universidades ou indústrias.
Ao longo das últimas décadas, o Brasil aderiu a importantes tra-
tados de proteção dos direitos humanos e aprovou leis adequadas a esse
novo cenário (v.g. Convenção Americana de Direitos Humanos; Proto-
colo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organi-
zado Transnacional Relativo ao Combate ao Tráfico de Migrantes por
Via Terrestre, Marítima e Aérea; Protocolo Adicional à Convenção das
Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à

1
Cf. o parágrafo único do art. 16 do EE.
Paulo Henrique Faria Nunes

Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial


Mulheres e Crianças; Acordo sobre Tráfico Ilícito de Migrantes entre os
Estados Partes do Mercosul; Lei 9.474/1997 – Mecanismos para a im-
plementação do Estatuto dos Refugiados; Lei 13.344/2016 – Prevenção
e Repressão ao Tráfico Interno e Internacional de Pessoas e sobre Me-
didas de Atenção às Vítimas). Entretanto, questões concernentes às re-
gras sobre concessão de vistos, à retirada compulsória de estrangeiros e
à cooperação interestatal mereciam ser atualizadas. Nos últimos anos,
dois projetos de lei ganharam destaque: o Novo Estatuto do Estrangeiro
(PL 5.655/2009) e a Lei de Migração (PLS 288/2013; PL 2.516/2015).
O segundo desses projetos foi aprovado pelo Senado em julho de 2015
e pela Câmara dos Deputados, com algumas modificações, em dezem-
bro de 2016. A matéria foi aprovada definitivamente em 24 de maio de
2017 e publicada como Lei 13.445. O acompanhamento dessas discus-
sões e das mudanças trazidas pela Lei de Migração (LM) é relevante
para advogados, servidores públicos, estudantes, organizações não go-
vernamentais e demais setores da sociedade que lidam com assuntos
concernentes a estrangeiros no Brasil e brasileiros no exterior.
O projeto original da LM, de autoria do senador Aloysio Nunes
Ferreira, tinha apenas 65 artigos, número bem inferior ao texto final
aprovado em 2017 (125). A proposta inicial não objetivava disciplinar a
assistência penal internacional por entender que, a exemplo de outros
países, a cooperação judiciária seria melhor disciplinada em uma lei pró-
pria2. Por conseguinte, excluía-se do objeto da LM a extradição e os ins-
titutos a ela correlatos (transferência de condenados e transferência de
execução de pena). Entretanto, no decorrer da discussão no Senado, as
medidas de cooperação foram incluídas no projeto. Outro aspecto do
texto original que merece ser destacado é a inserção do emigrante brasi-
leiro na Previdência Social. Lê-se na justificação do PLS 288/2013:

O trabalhador brasileiro no exterior contribui com a remessa de bilhões


de dólares por ano, sem ser resguardado com nenhuma política nacio-
nal. O presente projeto pretende garantir ao emigrante a opção de con-

2
Cita-se como exemplo a Ley de Cooperación Penal Internacional da Argen-
tina (Ley 24.767/1997). Cf. também a Ley 25.871/2004 (Política Migratoria
Argentina).

12
Lei de Migração: novo marco jurídico relativo ao fluxo transnacional de pessoas

tribuição retroativa referente ao período trabalhado no exterior. Para-


lelamente, incentiva-se a celebração de acordos bilaterais para valida-
ção, perante a Previdência brasileira, do tempo de trabalho formal no
exterior, aproveitando, com isso, as contribuições recolhidas em favor
do sistema previdenciário estrangeiro.

Em sua fase embrionária, o projeto visava modificar a Lei sobre


os Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), a fim
de assegurar ao trabalhador brasileiro no exterior o direito à inscrição
retroativa como segurado facultativo. Não obstante, após as muitas mo-
dificações, apenas uma referência breve e vaga sobre esse assunto restou
no art. 77.
Quando da análise da LM na Câmara dos Deputados, o texto
sofreu algumas modificações de forma e estilo na sua redação. Além
disso, promoveram-se também mudanças de substância. Ressalta-se
aqui a inclusão da “proteção ao mercado de trabalho nacional” no rol de
princípios e diretrizes da Política Migratória Brasileira (art. 3.º, XXIII).
Lembra-se que o Estatuto do Estrangeiro fazia referência à “defesa do
trabalhador nacional” na parte final do art. 2.º. Entretanto o inciso XXIII
do art. 3.º foi eliminado quando a matéria foi novamente apreciada no
Senado3. Outro aspecto merecedor de atenção diz respeito à naturaliza-
ção. A LM enumera expressamente as quatro categorias conforme no-
menclatura já empregada pelos órgãos oficiais e pela doutrina: ordiná-
ria, extraordinária, especial e provisória.
Destaca-se que, além da extradição, a LM contempla a transfe-
rência de execução da pena e a transferência de pessoas condenadas
dentre as medidas de cooperação. No tocante à saída compulsória do
estrangeiro, o novo diploma legal disciplina claramente a repatriação,
evitando-se a confusão desse instituto com a deportação. Quanto à ex-
pulsão, o legislador indicou um rol taxativo de situações que facultam a
determinação dessa medida e, diferentemente do Estatuto do Estran-
geiro, atribuiu-lhe caráter temporário. O art. 116 do texto aprovado pelo
Congresso Nacional previa que as expulsões decretadas antes da entrada

3
Segundo o art. 219 da Constituição Federal, “[o] mercado interno integra o
patrimônio nacional”, embora não haja referência explícita ao trabalhador bra-
sileiro.

13
Paulo Henrique Faria Nunes

em vigor da Constituição Federal de 1988 seriam revogadas, mas o Pre-


sidente da República vetou tal dispositivo4. O Executivo igualmente ve-
tou a anistia geral aos imigrantes ilegais que entraram no país até o dia
6 de julho de 2016 (art. 118). O novo marco normativo também alterou
o nome do registro nacional de estrangeiros para registro nacional mi-
gratório.
A aplicação de certos aspectos da LM depende de regulamenta-
ção. Espera-se que, a exemplo do que ocorreu nos últimos anos, muitos
assuntos serão disciplinados por atos infralegais (v.g. portarias, resolu-
ções), o que exige do profissional que atua na área um acompanhamento
constante da normativa do Ministério da Justiça e do Ministério do Tra-
balho e a consulta a atos relacionados à prestação do serviço consular,
mormente o Manual do Serviço Consular e Jurídico do Ministério das
Relações Exteriores.
Destaca-se, enfim, que a aprovação da nova lei não é um fenô-
meno isolado. Nas últimas décadas, as migrações ganharam proeminên-
cia na agenda de organismos globais e regionais. Embora a sociedade
internacional não tenha chegado a um tratado global relativo à mobili-
dade humana, princípios e recomendações sobre migrantes, refugiados
e grupos em situação de vulnerabilidade estão sendo gradativamente in-
corporados à legislação interna de vários países. Apesar do endureci-
mento das políticas migratórias, da ascensão de partidos e movimentos
nacionalistas (v.g. WASP, neonazismo, vira-lata etnocrata) e de um
crescente xenofobismo, principalmente nos países mais desenvolvidos,
grande parte da América Latina aprovou novas leis migratórias desde
meados dos anos 1990: Paraguai (Lei 978/1996 e Decreto 4483/2015 –
Política Nacional Migratoria); Argentina (Lei 25.871/2004); Venezuela
(Ley de Extranjería y Migración, 2004); Uruguai (Lei 18.250/2008);
Colômbia (Lei 1.465/2011 – Sistema Nacional de Migraciones); México

4
As razões dos vetos se encontram na Mensagem 163 de 24 de maio de 2017.
Esta é a relação dos itens eliminados do texto aprovado pelo Congresso Nacio-
nal: inciso I do § 1.º do art. 1.º; § 2.º do art. 1.º; §§ 2.º, 3.º e 4.º do art. 4.º;
parágrafo único do art. 6.º; § 10 do art. 14; alínea d do inciso II art. 30; inciso
II do § 1.º do art. 30; parágrafo único do art. 37; inciso IV do art. 40; art. 44; §
5.º do art. 49; alínea e do inciso II do art. 55; incisos I e IV do art. 66; art. 74; §
3.º do art. 105; § 4.º do art. 113; art. 116; art. 118; última linha do anexo (Tabela
de Taxas e Emolumentos Consulares).

14
Lei de Migração: novo marco jurídico relativo ao fluxo transnacional de pessoas

(Ley de Migración, 2011); Bolívia (Lei 370/2013 – Ley de Migración);


Equador (Ley Orgánica de Movilidad Humana, 2017), Peru (Decreto
Legislativo 1.350/2017). Esse movimento tende a ganhar mais força
com a Declaração de Nova Iorque para Refugiados e Migrantes, adotada
pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 19 set. 2016 (Resolução
71/1). Essa “harmonização legislativa” pode ser o indício de uma acei-
tação da validade jurídica de princípios constantes em instrumentos não
convencionais (resoluções de organismos intergovernamentais regionais
e globais) e a conformação de novos costumes regionais. Quiçá, as mi-
grações transnacionais venham ser disciplinadas futuramente por uma
hard law costumeira latino-americana.
Evidentemente, a América Latina não é o destino mais procu-
rado por migrantes internacionais. Conforme dados das Nações Unidas,
a região abrigava somente 9 milhões dos 244 milhões de migrantes em
2015. A Europa e a Ásia abrigam dois terços desse contingente superior
à população brasileira (76 milhões e 75 milhões respectivamente), se-
guidos por América do Norte (54 milhões) e África (21 milhões)5. O
número de migrantes na América Latina só não é inferior aos da Oceania
(8 milhões). Não obstante, a adequação da legislação aos principais ins-
trumentos internacionais de direitos humanos é uma necessidade. No
Brasil, em particular, não se trata apenas de uma adequação da legisla-
ção às normas internacionais, mas à própria Constituição.
A aprovação da Declaração de Nova Iorque foi um grande
avanço, mas não encerrou o debate concernente aos direitos de migran-
tes e refugiados. Pouco após sua adoção, o Representante Especial do
Secretário-Geral para Migração Internacional e Desenvolvimento, Peter
Sutherland, publicou um relatório (A/71/728) com recomendações para
gerir melhor a cooperação internacional e propôs formas de reforçar a
atuação da ONU no que concerne à migração. Na sequência, o Secretá-
rio-Geral António Gutierres nomeou a substituta de Peter Sutherland,

5
Cf. UNITED NATIONS (Department of Economic and Social Affairs – Pop-
ulation Division). International migration report 2015. New York: United Na-
tions, 2016; UNITED NATIONS (Department of Economic and Social Affairs
– Population Division). International migration report 2015: highlights. New
York: United Nations, 2016. Além dos relatórios da ONU, uma rica fonte de
dados relativos às migrações internacionais é OECD. International migration
outlook 2016. Paris: OECD Publishing, 2016.

15
Paulo Henrique Faria Nunes

que ocupava a função desde 2006, a canadense Louise Arbour. A nova


Special Representative coordenou os trabalhos preparatórios da Confe-
rência Intergovernamental para Adoção do Pacto Global sobre Migração
Segura, Ordenada e Regular (Marraqueche, 10 e 11 de dezembro de
2018).
O Pacto Global, apesar do nome, não é um tratado. O texto foi
submetido à Assembleia Geral da ONU e aprovado na forma de uma
resolução (A/RES/73/1995). Portanto, esse extenso documento é uma
soft law que exprime diretrizes para os Estados. O mundo ainda perma-
nece sem um instrumento migratório convencional de âmbito global.
Analisam-se nas páginas seguintes os pormenores da Lei
13.445/2017, com seus defeitos (não tão poucos) e virtudes. Sempre que
possível, indicar-se-á um quadro comparativo entre o EE e a LM.

16
SUMÁRIO

1 DA APLICAÇÃO DA LEI DE MIGRAÇÃO ........................ 19


1.1 Migração: Considerações Iniciais .................................... 20
1.2 Principais Órgãos Vinculados à Aplicação da Lei de
Migração ................................................................................ 25
2 LEI DE MIGRAÇÃO: ASPECTOS GERAIS, PRINCÍPIOS E
GARANTIAS............................................................................. 31
2.1 Dos Conceitos Elementares ............................................. 32
2.2 Princípios e Diretrizes da Política Migratória Brasileira . 35
2.3 Das Garantias do Migrante .............................................. 49
3 DO INGRESSO E DA PERMANÊNCIA DO ESTRANGEIRO
NO BRASIL............................................................................... 55
3.1 Documentos de Viagem ................................................... 56
3.2 Dos Vistos ........................................................................ 71
3.3 Da Residência .................................................................. 91
3.4 Asilo ............................................................................... 101
3.5 Refúgio ........................................................................... 103
ANEXO I – PONTOS DE FISCALIZAÇÃO DO TRÁFEGO
INTERNACIONAL NO BRASIL ....................................... 111
ANEXO II – LAISSEZ-PASSER EXPEDIDOS NO EXTERIOR
117
4 DA RETIRADA COMPULSÓRIA DO ESTRANGEIRO DO
TERRITÓRIO NACIONAL .................................................... 121
4.1 Repatriação e Deportação .............................................. 122
4.2 Expulsão ......................................................................... 129
4.3 Extradição ...................................................................... 143
4.4 Transferência de Pessoas Condenadas, Transferência de
Execução de Pena, Mandado de Captura ............................. 162
4.5 Entrega ao Tribunal Penal Internacional ........................ 176
ANEXO I ............................................................................. 179
ANEXO II ............................................................................ 180
5 NACIONALIDADE ............................................................. 182
Paulo Henrique Faria Nunes

5.1 Espécies de Nacionalidade............................................. 185


5.1.1 Nacionalidade Originária ........................................ 185
5.1.2 Nacionalidade Secundária....................................... 197
5.1.3 Atribuição da nacionalidade pela adoção ............... 214
5.2 Perda da Nacionalidade ................................................. 222
5.3 Portugueses no Brasil ................................................ 232
5.4 Aspectos Práticos: a Nacionalidade à luz dos casos Bin
Laden e Brás van der Holland.............................................. 235
5.4.1 A Família Bin Laden no Brasil ............................... 235
5.4.2 Memórias Pueris de Brás van der Holland e a Opção
Provisória ......................................................................... 241
ANEXO – PORTARIA Nº 623, DE 13 DE NOVEMBRO DE
2020 252
6 DO EMIGRANTE BRASILEIRO........................................ 269
ANEXO – QUADRO COMPARATIVO DO EE E DA LM .. 283
BIBLIOGRAFIA ..................................................................... 293

18
Lei de Migração: novo marco jurídico relativo ao fluxo transnacional de pessoas

ANEXO – QUADRO COMPARATIVO DO EE E


DA LM

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
OBJETO DA Situação jurídica do estran- Direitos e deveres do mi-
LEI geiro em tempo de paz (v. o grante/visitante; princípios
caput do art. 1.º). e diretrizes para as políticas
públicas para o emigrante
(art. 1.º, caput; art. 77-80 –
“emigrante brasileiro”).
DEFINIÇÕES *** § 1.º do art. 1º (imigrante,
emigrante, residente fron-
teiriço, visitante, apátrida).
SUPREMACIA Referências não tão explí- Art. 2.º; § 1.º do art. 4.º; art
DO DIREITO citas no título destinado à 111; art. 122.
INTERNACIO- extradição
NAL
PRINCÍPIOS Interesse nacional; Universalidade, indivisibi-
GERAIS SO- Segurança nacional; lidade e interdependência
BRE A AD- Organização institucional; dos direitos humanos;
MISSIBILI- Interesses políticos, socioe- Repúdio e prevenção à xe-
DADE DO ES- conômicos e culturais; nofobia, ao racismo e a
TRANGEIRO Defesa do trabalhador naci- quaisquer formas de discri-
NO BRASIL onal; minação;
(art. 2.º do EE; Discricionariedade (v. arts. Não criminalização da imi-
art. 3.º da LM) 3.º, 7.º, 21); gração (art. 106-110);
Respeito à liberdade (v. art. Não discriminação (v. pa-
50). rágrafo único do art. 45);
Promoção da entrada regu-
lar e da regularização docu-
mental;
Acolhida humanitária (§ 3.º
do art. 14; art. 30, I, c);
Desenvolvimento socioe-
conômico;
Garantia do direito à reu-
nião familiar (art. 4.º, III;

283
Paulo Henrique Faria Nunes

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
art. 14, I, i; art. 30, I, i; art.
37);
Igualdade de tratamento e
oportunidade (cf. o art. 4.º);
Inclusão social, laboral e
produtiva;
Acesso aos serviços sociais
básicos;
Promoção e difusão de di-
reitos e obrigações do mi-
grante;
Participação popular;
Fortalecimento da integra-
ção latino-americana (art.
111 – Mercosul);
Cooperação internacional;
Integração e desenvolvi-
mento das regiões fronteiri-
ças (arts. 23-25 e 112);
Proteção integral da criança
e do adolescente (art. 70);
Pacta sunt servanda;
Proteção ao brasileiro no
exterior;
Direito fundamental à mi-
gração e ao desenvolvi-
mento humano no lugar de
origem;
Promoção do reconheci-
mento acadêmico e do
exercício profissional no
Brasil;
Repúdio à deportação e à
expulsão coletiva (art. 61).
DOCUMEN- Art. 54: passaporte; laissez- Art. 5.º: passaporte; lais-
TOS DE VIA- passer. sez-passer; autorização de
GEM retorno; salvo-conduto;
carteira de identidade de

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Lei de Migração: novo marco jurídico relativo ao fluxo transnacional de pessoas

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
marítimo; carteira de matrí-
cula consular; documento
de identidade civil ou docu-
mento estrangeiro equiva-
lente; certificado de mem-
bro de tripulação de trans-
porte aéreo; outros que vie-
rem a ser reconhecidos em
regulamento.
VISTOS (ES- Trânsito (art. 8.º) Visita (art. 13 – turismo,
PÉCIES/CA- negócios, trânsito, ativida-
TEGORIAS) des artísticas ou desporti-
vas, outras hipóteses pre-
Obs.: A LM não vistas em regulamento) –
menciona o estada de curta duração
“visto perma- sem intenção de estabele-
nente”; em vez cer residência;
disso, apresenta Turista (art. 9.º-12) Temporário (art. 14) – in-
o capítulo Da tuito de estabelecer resi-
Residência (art. dência por tempo determi-
25-33) nado: pesquisa, ensino ou
extensão acadêmica (§ 1.º);
tratamento de saúde (§ 2.º);
acolhida humanitária (§
3.º); estudo (§ 4.º); trabalho
(§§ 5.º e 8.º); férias-traba-
lho (§ 6.º); prática de ativi-
dade religiosa ou serviço
voluntário; realização de
investimento ou de ativi-
dade com relevância eco-
nômica, social, científica,
tecnológica ou cultural (§
9.º); reunião familiar; bene-
ficiário de tratado em maté-
ria de visto; atividades ar-
tísticas ou desportivas com
contrato por prazo determi-
nado.

285
Paulo Henrique Faria Nunes

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
Temporário (art. 13-15): Diplomático, oficial e cor-
tesia (art. 15-18)
Permanente (art. 16-18)
Cortesia, oficial e diplomá-
tico (art. 19) Obs.: apresentação/enume-
ração (art. 12)
Obs.: definição (art. 6.º -
expectativa de ingresso em
território nacional); v. art.
35 (posse/propriedade de
bens no Brasil).
Obs.: órgãos emissores (art.
7.º)
Obs.: escalas/conexões no
território nacional (dis-
pensa - § 3.º do art. 13)
Obs.: residente fronteiriço
art. 23-25)

Obs.: apresentação/enume-
ração (art. 4.º)
Obs.: natural de país limí-
trofe (art. 21)
Obs.: visto como “expecta-
tiva de direito” (art. 26, ca-
put); v. art. 6.º (posse/pro-
priedade de bens no Brasil)
IMPEDIMEN- Art. 7.º: Absolutos: art. 10
TOS À CON- Relativos: art. 11 (ato dis-
CESSÃO DE cricionário da autoridade
VISTO competente)
FISCALIZA- Art. 22-25 (Da Entrada) Art. 38-43
ÇÃO, MARÍ-
TIMA, AERO- Obs.: admissão excepcio-
PORTUÁRIA E nal (art. 40)
DE FRON- Obs.: entrada condicional
TEIRA (art. 41)

286
Lei de Migração: novo marco jurídico relativo ao fluxo transnacional de pessoas

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
Obs.: tripulante/passageiro
em território nacional por
motivo de força maior (art.
42)
IMPEDI- Arts. 26 e 27; art. 51-55 do Art. 45
MENTO DE Decreto 86.715/1981
INGRESSO
ASILADO Arts. 28 e 29 Art. 27-29
AUTORIZA- *** Situações que facultam a
ÇÃO DE RESI- concessão: art. 30
DÊNCIA
Obs.: reunião familiar
(visto/autorização – art. 37)
Refugiado, asilado, apá-
trida (§ 4.º do art. 31)
Pedido negado em virtude
de expulsão, crimes de
competência do Tribunal
Penal Internacional, crime
doloso passível de extradi-
ção, lista de restrições, vio-
lação de princípios consti-
tucionais (art. 34)
Proteção da pessoa apátrida
(art. 26)
TRANSFOR- Art. 37-42 Vistos diplomático e oficial
MAÇÃO DE  residência (parágrafo
VISTOS único do art. 15).
Obs.: Temporário (contra-
tações do governo brasi-
Vistos de visita ou cortesia
leiro; ministro de ordem
 residência (art. 36).
religiosa)  permanente
(art. 37)
Obs.: Diplomático ou ofi-
cial  temporário ou per-
manente (art. 39)
Obs.: necessidade de se ou-
vir o MRE; implica perda

287
Paulo Henrique Faria Nunes

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
de privilégios e imunida-
des.
Obs.: Demais tipos de visto
 diplomático ou oficial
(art. 42)
REGISTRO Art. 30-33 Art. 19-22 (obs.: a LM não
(IDENTIDADE indica os órgãos responsá-
CIVIL DO IMI- Obs.: titular de visto per- veis pelo registro nem pela
GRANTE)446 manente, temporário (art. sua atualização).
13, I; IV-VII) e asilado: re-
gistro no MJ (prazo de 30 Obs.: O Registro Nacional
dias) de Estrangeiro será deno-
Obs.: titular de visto diplo- minado Registro Nacional
mático, oficial ou de corte- Migratório (art. 117)
sia: registro junto ao MRE
(prazo de 90 dias).
ATUALIZA- Art. 45-48 ***
ÇÃO DO RE-
GISTRO
PRORROGA- Art. 34-36 Art. 4.º, XV; art. 15 (refe-
ÇÃO DO rências genéricas)
PRAZO DE ES-
TADA
CANCELA- Art. 49 Art. 33
MENTO DE
REGISTRO OU

446
Sobre o prazo de validade do documento de identidade de estrangeiro e sua
renovação, cf. o art. 2.º do Decreto-Lei 2.236/1985:
“Art. 2º O documento de identidade para estrangeiro será substituído a cada
nove anos, a contar da data de sua expedição, ou na prorrogação do prazo de
estada.
Parágrafo único. Ficam dispensados da substituição de que trata o caput deste
artigo os estrangeiros portadores de visto permanente que tenham participado
de recadastramento anterior e que:
I – tenham completado sessenta anos de idade, até a data do vencimento do
documento de identidade;
II – sejam deficientes físicos.”

288
Lei de Migração: novo marco jurídico relativo ao fluxo transnacional de pessoas

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
AUTORIZA- Obs.: situações que levam
ÇÃO DE RESI- ao cancelamento de regis-
DÊNCIA tro: obtenção de nacionali-
dade brasileira; expulsão;
requerimento de saída defi-
nitiva com renúncia ex-
pressa ao direito de retorno;
ausência do país por perí-
odo superior a 2 anos; ob-
tenção de visto oficial ou
diplomático; término de
prazo de visto temporário e
de asilo; transgressão dos
seguintes dispositivos: art.
18, § 2.º do art. 37, art. 99-
101.
INFRAÇÕES E Art. 125-128 Art. 106-110
PENALIDA-
DES ADMI-
NISTRATI-
VAS
REPATRIA- *** Art. 49; art. 46-48 (disposi-
ÇÃO ções comuns à repatriação,
à deportação e à expulsão);
arts. 61 e 62 (vedações)
DEPORTA- Art. 57-64 Art. 50-53; art. 46-48 (dis-
ÇÃO posições comuns à repatri-
ação, à deportação e à ex-
pulsão); arts. 61 e 62 (veda-
ções)
EXPULSÃO Art. 65-75 Art. 54-60; art. 46-48 (dis-
posições comuns à repatri-
ação, à deportação e à ex-
pulsão); arts. 61 e 62 (veda-
ções)
EXTRADIÇÃO Art. 76-94 Art. 81-99
TRANSFE- *** Art. 100-102
RÊNCIA DE

289
Paulo Henrique Faria Nunes

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
EXECUÇÃO
DA PENA447
TRANSFE- *** Art. 103-105
RÊNCIA DE
PESSOAS
CONDENA-
DAS448
OPÇÃO DE *** Art. 63 (ação de opção de
NACIONALI- nacionalidade)
DADE (art. 12,
I, c, da CF) Obs.: competência da Jus-
tiça Federal (CF: art. 109,
X)
NATURALI- Art. 111-124 Art. 64-74
ZAÇÃO
PERDA DA § 2.º do art. 112 (Cancela- Art. 75 (cancelamento de
NACIONALI- mento de naturalização em naturalização por sentença
DADE virtude de falsidade ideoló- judicial conforme o art. 12,
gica ou material – declara- § 4.º, inciso I, da Constitui-
Obs.: Lei ção de nulidade) ção Federal)
818/1949 (art.
22-35)
REAQUISI- *** Art. 76
ÇÃO DA NA-
CIONALI-
DADE

Obs.: Lei
818/1949 (arts.
36 e 37)
DO EMI- *** Art. 77-80
GRANTE

447
Cf. o Tratado de Transferência de Pessoas Condenadas e Execução de Penas
Impostas por Julgamentos entre a República Federativa do Brasil e o Reino dos
Países Baixos (promulgada pelo Decreto 7.906/2013).
448
Cf. a Portaria 89/2018, do MJ, que estabelece os procedimentos a serem
adotados em relação à tramitação dos pedidos ativos e passivos de transferência
de pessoas condenadas.

290
Lei de Migração: novo marco jurídico relativo ao fluxo transnacional de pessoas

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
O texto original do PLS
288/2013, de autoria do se-
nador Aloysio Nunes Fer-
reira, visava uma maior
proteção do emigrante bra-
sileiro. Lê-se na justifica-
ção do referido projeto de
lei: “O trabalhador brasi-
leiro no exterior contribui
com a remessa de bilhões
de dólares por ano, sem ser
resguardado com nenhuma
política nacional. O pre-
sente projeto pretende ga-
rantir ao emigrante a opção
de contribuição retroativa
referente ao período traba-
lhado no exterior. Paralela-
mente, incentiva-se a cele-
bração de acordos bilaterais
para validação, perante a
Previdência brasileira, do
tempo de trabalho formal
no exterior, aproveitando,
com isso, as contribuições
recolhidas em favor do sis-
tema previdenciário estran-
geiro”.
EXPLORA- *** Art. 115: inclusão do art.
ÇÃO ECONÔ- 232-A no Código Penal
MICA DA IMI- (Decreto-Lei n.
GRAÇÃO ILE- 2.848/1940):
GAL449

449
Cf. Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime
Organizado Transnacional, relativo ao Combate ao Tráfico de Migrantes por
Via Terrestre, Marítima e Aérea (promulgado pelo Decreto 5.016/2004); Pro-
tocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado

291
Paulo Henrique Faria Nunes

LEI DE MIGRAÇÃO E ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


EE (Lei 6.815/1980) LM (Lei 13.445/2017)
“Art. 232-A. Promover, por
qualquer meio, com o fim
de obter vantagem econô-
mica, a entrada ilegal de es-
trangeiro em território naci-
onal ou de brasileiro em
país estrangeiro:
Pena – reclusão, de 2 (dois)
a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1.º A pena é aumentada
de um sexto a um terço se:
I – o crime é cometido com
violência; ou
II – a vítima é submetida a
condição desumana ou de-
gradante.
§ 2.º A pena prevista para o
crime será aplicada sem
prejuízo da correspondente
às infrações conexas.”

Obs.: Lei 13.344, de 6 de


outubro de 2016 – preven-
ção e repressão ao tráfico
interno e internacional de
pessoas e sobre medidas de
atenção às vítimas (revoga-
ção dos arts. 231 e 231-A
do Código Penal).
VACATIO LE- *** Art. 125 (180 dias após a
GIS publicação)

Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pes-


soas, em Especial Mulheres e Crianças (promulgado pelo Decreto 5.017/2004);
Acordo sobre Tráfico Ilícito de Migrantes entre os Estados Partes do Mercosul
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