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Saude Mental Da Infancia e Adolescencia
Saude Mental Da Infancia e Adolescencia
SAÚDE MENTAL
DA INFÂNCIA E
ADOLESCÊNCIA
ORIENTAÇÃO PARA PAIS E EDUCADORES
SAÚDE MENTAL
DA INFÂNCIA E
ADOLESCÊNCIA
ORIENTAÇÃO PARA PAIS E EDUCADORES
ANA NERY DE CASTRO FEITOSA
ANA PAULA BRANDÃO SOUTO
RODRIGO FREITAS DA COSTA
1ª Edição
Quipá Editora
2023
2022
Copyright © dos autores e autoras. Todos os direitos reservados.
Capa: “Tarde com Ivo”. Acrílica sobre tela. Lia Sanders, 2019.
Conselho Editorial: Me. Adriano Monteiro de Oliveira, Quipá Editora / Dra. Alana Maria
Cerqueira de Oliveira, UFAC-CAP / Me. Josete Malheiro Tavares, SS / Me. Roger Flores
de Carvalho, UNISUAM / Dra. Mônica Maria Siqueira Damasceno, IFCE
ISBN 978-65-5376-122-3
DOI 10.36599/qped-ed1.214
CDD 616.89
________________________________________________________________________
Elaborada por Rosana de Vasconcelos Sousa ― CRB-3/1409
(Fernando Pessoa)
APRESENTAÇÃO
Este livro é fruto do desejo comum dos organizadores em levar informações aos
pais e educadores relacionadas ao cuidado em saúde mental que fossem relevantes para
o cotidiano vivenciado por quem convive com crianças ou adolescentes com algum
transtorno mental. Foi produzido com muito carinho por profissionais que atuam na área da
saúde mental da infância e adolescência e por professores e estudantes que pesquisam e
se interessam pelo tema.
O capítulo 1 versa sobre o desenvolvimento infantil, trazendo os marcos que são
parâmetros para o desenvolvimento, com alguns sinais de alerta que auxiliam os pais a
identificar possíveis alterações. O capítulo 2 ressalta a importância do brincar para o
desenvolvimento, enfatizando o brincar atípico e apresentando algumas sugestões de
brincadeiras para pais e educadores, de acordo com a idade de desenvolvimento.
O capítulo 3 aborda situações adversas que podem gerar estresse tóxico capaz de
prejudicar a saúde mental das crianças e adolescentes. O capítulo 4 apresenta os
transtornos mentais que acometem a infância e a adolescência, dando ênfase aos
principais tipos, além de ressaltar o papel da família e da escola na ocorrência de um caso
de transtorno mental nesse público. O capítulo 5 aborda as diversas formas de tratamento
dos transtornos mentais na infância e na adolescência, elencando abordagens
diversificadas que podem compor o plano de tratamento, assim como os equipamentos de
atenção psicossocial específicos para esse público.
O capítulo 6 apresenta os principais psicotrópicos utilizados no tratamento dos
transtornos mentais da infância e adolescência, fornecendo informações aos pais sobre
sua administração e esclarecendo possíveis dúvidas de educadores, ao receberem
crianças em uso desse tipo de medicamento. O capítulo 7 traz orientações à família e à
escola sobre o enfrentamento de situações de crise, elucidando o que é uma crise,
apontando fatores de risco para a ocorrência dela e auxiliando no manejo de crises de
ansiedade, birras, dentre outras. O capítulo 8 aponta sugestões práticas para a
seletividade alimentar, auxiliando a família a aumentar o repertório do cardápio para suas
crianças ou adolescentes.
O capítulo 9 enfatiza o perigo do uso prolongado de telas e das brincadeiras
perigosas que chamam a atenção de crianças e adolescentes, orientando pais e
educadores a observarem os sinais de alerta. O capítulo 10 aborda o uso de substâncias
psicoativas por adolescentes, mencionando os fatores de risco e de proteção envolvidos,
bem como as possibilidades de tratamentos existentes para essa problemática. O capítulo
11 aponta a importância das redes de apoio na inclusão escolar, apresentado uma
experiência exitosa desse processo. O capítulo 12 faz referência aos direitos das crianças
e adolescentes com transtornos mentais, elencando a legislação que versa sobre esse
tema, auxiliando as famílias na busca pelos seus direitos.
Desejamos que façam uma leitura proveitosa e que esse livro sirva de instrumento
para ampliar os conhecimentos nessa área.
Com afeto,
Os organizadores.
SUMÁRIO
PREFÁCIO
APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO 1 12
xx
CAPÍTULO 2 xx
28
CAPÍTULO 3 38
xx
CAPÍTULO 4 52
xx
CAPÍTULO 5 70 xx
CAPÍTULO 7 99
xx
CAPÍTULO 8 114
xx
CAPÍTULO 9 125
xx
CAPÍTULO 10 xx
134
CAPÍTULO 11 xx
158
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
No entanto, existe uma faixa de aquisições de habilidades esperada para cada fase.
Na primeira infância, o desenvolvimento seguirá uma trajetória pré-definida e progressiva,
onde cada habilidade adquirida irá preparar a criança para a sua próxima aquisição
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Capacidade de resolver
problemas através da
Prestar atenção em uma
intuição, percepção e raciocínio
verbal e não verbal. Inclui a atividade, conhecer cores,
Cognição
capacidade de aprender, conhecer as funções dos objetos.
entender e reter informações,
bem como aplicá-las conforme
necessário.
Habilidades de linguagem
articulatória, receptiva e Produção de diferentes tipos de
choro, seguir comandos verbais,
Comunicação expressiva, e uso de símbolos formar frases.
não verbais, possibilitando
exposição e compreensão do que
é transmitido.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Motor: Consegue manter a cabeça elevada (“em pé”); começa a erguer o tronco quando
está de bruços e faz movimentos mais suaves com os braços e as pernas.
Cognição: Presta atenção aos rostos; começa a seguir objetos com os olhos e reconhecer
os familiares de perto. Aos 2 meses já se mostra entediado (chora, fica inquieto) se a
atividade não muda.
Sinais de Alerta
Aos 2 meses: Se a criança não responde a sons altos; não observa o movimento dos
objetos; não sorri para as pessoas; não leva as mãos à boca ou não consegue manter a
cabeça erguida ao elevar o tronco, quando está de bruços.
Motor: Mantém a cabeça erguida firmemente, sem apoio; empurra as pernas quando os
pés estão encostados em uma superfície dura; é capaz de segurar um brinquedo e
chacoalhá-lo; leva as mãos à boca, quando está de bruços e se apoia sobre os cotovelos.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Cognição: Mostra se está feliz ou triste; responde ao afeto; tenta pegar um brinquedo com
uma mão; usa as mãos e olhos juntos (ao ver um brinquedo e tentar pegá-lo, por exemplo);
acompanha pessoas e objetos em movimento com os olhos (de um lado para o outro) e
observa os rostos atentamente.
Comunicação: Começa a balbuciar; imita os sons que ouve; chora de maneira diferente
para mostrar fome, dor ou cansaço.
Sinais de Alerta
Aos 4 meses: Se a criança não faz barulho ou não emite sons (balbucios); não leva
objetos à boca; não empurra as pernas quando os pés estão sobre uma superfície dura;
tem dificuldade em movimentar um ou ambos os olhos em qualquer direção, além dos
sinais de alerta anteriores.
Motor: O bebê adota uma postura mais simétrica, mais centralizada. Nesse período, ele
irá aprender a rolar em ambas as direções e sentado, sendo capaz de manter essa postura
com apoio. Começa a passar as coisas de uma mão para a outra.
Cognitivo: Trata-se de uma fase em que o bebê é muito curioso. Observa tudo ao seu
redor com atenção e procura alcançar objetos que estão fora do alcance, leva objetos à
boca propositalmente e pode gostar de brincar com os joelhos e os pés.
Comunicação: Une as vogais ao balbuciar (“ah”, “eh”, “oh”) e gosta de revezar com os
pais enquanto emite sons (como se estivesse conversando); usa a vocalização para
chamar a atenção. Começa a falar sons de consoantes (articula com “m”, “b”).
Pessoal e Social: Reconhece rostos familiares e pode começar a estranhar quem não é
do seu convívio. Gosta de brincar com outros, especialmente os pais; responde às
emoções alheias e, normalmente, parece feliz. Gosta de se ver no espelho.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Sinais de Alerta
Aos 6 meses: Se a criança não tenta pegar objetos que estão ao seu alcance; não
mostra afeto pelos cuidadores; não responde aos sons ao seu redor; tem dificuldade ao
levar objetos à boca; não ri, nem emite sons vogais ou agudos; não rola em nenhuma
direção; se parece bem rígido, com músculos contraídos, ou muito mole, como uma
boneca de pano.
Motor: Consegue se sentar e permanece sentado sem apoio. Puxa para ficar de pé em um
móvel e fica de pé apoiado. Pode engatinhar. Tenta pegar objetos e alimentos cada vez
menores.
Comunicação: Compreende “não” e solicitações simples, como “me dá”; emite muitos
sons diferentes como “mamamama” e ”bababababa”; imita sons e gestos dos outros, como
“tchau”; usa os dedos para apontar as coisas.
Pessoal e Social: Responde ao próprio nome. Pode ter medo de estranhos; pode ser
grudado nos adultos familiares e já possui brinquedos favoritos.
Sinais de Alerta
Aos 9 meses: Se a criança não suporta o peso das pernas com apoio ou não senta com
ajuda; não balbucia palavras curtas (“mama”, “baba”, ...); não responde ao próprio nome;
não brinca de jogos envolvendo dar e receber; não olha para onde alguém aponta ou não
transfere os brinquedos de uma mão para outra.
Motor: Segura para ficar de pé com apoio e caminha segurando nos móveis, podendo dar
alguns passos sem se apoiar; pode ficar de pé sozinho.
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Pessoal e Social: É tímido ou nervoso com estranhos; chora quando a mãe ou pai vai
embora; possui pessoas e objetos preferidos; demonstra medo em algumas situações;
entrega um livro para pais ou cuidadores quando quer ouvir uma história; repete sons ou
reações para conseguir atenção; colabora na hora de se vestir (levanta os braços e as
pernas); brinca de “achou!” por um longo período de tempo.
Sinais de Alerta
Aos 12 meses: Se a criança não engatinha e não fica de pé, mesmo com apoio; não
procura objetos que viu serem escondidos; não fala nenhuma palavra; não aprende
gestos (acenar, balançar a cabeça); não aponta para objetos ou perde as habilidades já
adquiridas.
Motor: Anda sozinho, podendo conseguir subir degraus e correr; puxa brinquedos
enquanto anda; ajuda a se despir; pode beber em um copo e comer com uma colher.
Cognição: Sabe para que servem coisas comuns (telefone, escova, colher, por exemplo).
Aponta para conseguir a atenção de outras pessoas; mostra interesse em uma boneca ou
animal de pelúcia fingindo alimentá-lo; aponta para uma parte do corpo; faz rabiscos
sozinho; consegue seguir comandos verbais de um passo sem gestos (por exemplo: sentar
quando alguém lhe diz: “senta”).
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Comunicação: Fala diversas palavras simples; diz “não”, balançando a cabeça; aponta
para mostrar a alguém o que quer.
Pessoal e Social: Gosta de dar coisas aos outros como forma de brincadeira; pode fazer
birra; pode ter medo de estranhos; mostra afeto para as pessoas com quem está
familiarizado; brinca de faz de conta simples, como alimentar uma boneca; aponta para
mostrar, às outras pessoas, algo interessante.
Sinais de Alerta
Aos 18 meses: Se a criança não consegue falar; não imita gestos de outras pessoas; não
tem vocabulário de, pelo menos, seis palavras ou não adquire palavras novas; não
percebe ou não liga se um cuidador sai ou retorna ou perde habilidades já adquiridas.
Motor: Fica na ponta do pé; chuta uma bola, começa a correr, escala e desce de móveis
sem ajuda; sobe e desce escadas se segurando; arremessa uma bola com as mãos;
desenha ou copia linhas retas e círculos.
Comunicação: Aponta para objetos ou imagens quando ouve seus nomes; conhece os
nomes de pessoas familiares e partes do corpo; formula frases com duas a quatro
palavras; segue instruções simples; repete palavras que ouviu em uma conversa e aponta
para coisas em um livro. O vocabulário aumenta, mas podem substituir certas partes de
uma palavra por vogais ou consoantes que são mais fáceis de dizer ou não terminar as
palavras (exemplos: “áqua” em vez de “água”, “quero su” em vez de “quero suco”).
Pessoal e Social: Imita os outros, especialmente adultos e crianças mais velhas; fica
empolgado quando está com outras crianças; mostra cada vez mais independência; pode
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
iniciar um comportamento desafiador (faz o que lhe foi pedido para não fazer); brinca,
principalmente, ao lado de outras crianças.
Sinais de Alerta
Aos 2 anos: Não fala frases com, ao menos, duas palavras (“beber água”); não sabe
como usar objetos comuns (escova, colher, ...); não imita ações e palavras; não segue
instruções simples; não anda com firmeza ou perde habilidades que já adquiriu.
Motor: Escala bem, corre com facilidade, pedala um triciclo (bicicleta de 3 rodas), sobe e
desce escadas com um pé em cada degrau.
Cognição: Pode manusear brinquedos com botões, alavancas e partes móveis; brinca de
faz de conta com bonecas, animais e pessoas; monta quebra-cabeças com 3 ou 4 peças;
copia um círculo com um lápis ou giz-de-cera; vira uma página de um livro por vez; constrói
torres de mais de seis blocos; abre e fecha tampas de jarras e vira a maçaneta da porta.
Comunicação: Segue instruções de dois ou três passos; consegue falar o nome das
coisas mais comuns; entende palavras, como “dentro”, “em cima” e “embaixo”; fala seu
primeiro nome, idade e sexo e o nome de um amigo; fala palavras, como “eu”, “mim”, “nós”
e “você” e alguns plurais (carros, cachorros, gatos); fala bem, o suficiente para pessoas
estranhas entenderem, a maior parte do tempo e se engaja em uma conversa usando de
duas a três frases.
Pessoal e Social: Imita adultos e amigos; mostra afeto por amigos sem ser incentivado;
reveza em brincadeiras; mostra preocupação por um amigo que está chorando; entende a
ideia de “meu” e “seu” ou “sua”; mostra uma série de emoções; se separa com facilidade
da mãe e do pai; pode ficar aborrecido com mudanças grandes na rotina e tira a roupa
sozinho.
Sinais de Alerta
Aos 3 anos: Se a criança cai muito ou tem dificuldades com degraus; se baba ou não
apresenta clareza na fala; não usa frases para se comunicar; não consegue manusear
brinquedos simples; não entende instruções simples; não brinca de faz de conta ou de
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
mentirinha; não quer brincar com outras crianças; não faz contato com os olhos ou perde
habilidades já adquiridas.
Motor: Pula e fica sobre um pé só por até dois segundos; consegue pegar uma bola
quicando, na maior parte das vezes; é capaz de despejar líquidos em um copo; corta com
supervisão e amassa seu próprio alimento.
Cognitivo: Fala os nomes de cores e alguns números; entende a ideia de contar; começa
a entender o tempo; lembra-se de partes de uma história; entende a ideia de “igual” e
“diferente”; desenha uma pessoa com duas a quatro partes do corpo; usa tesouras;
começa a copiar algumas letras de forma e brinca de jogos de tabuleiro ou de cartas.
Comunicação: Sabe algumas regras básicas de gramática, como o uso correto de “ele” e
“ela”; canta uma música ou recita um poema de cabeça, como ”A dona aranha” ou “As
rodas do ônibus”; conta histórias e consegue dizer seu nome e sobrenome.
Pessoal e Social: Gosta de fazer coisas novas; brinca de “mamãe” e “papai”, estando
cada vez mais criativo com brincadeiras de faz de conta; prefere brincar com outras
crianças do que sozinho; coopera com outras crianças; com frequência, não consegue
separar o real do imaginário; fala sobre o que gosta e no que está interessado.
Sinais de Alerta
Aos 4 anos: Se a criança não consegue pular no mesmo local; se apresenta dificuldade
para rabiscar; não fala de forma compreensível; não demonstra interesse em jogos
interativos ou de faz de conta; ignora outras crianças ou não interage com pessoas fora
da família; resiste à troca de roupa, à ir ao banheiro ou à hora de dormir; não consegue
contar uma história preferida; não segue instruções com três partes; não usa
corretamente os pronomes (“eu”, “você”, ...) ou perde habilidades já adquiridas.
Motor: Fica em pé sobre um pé só por 10 segundos ou mais, pula e talvez consiga saltar;
consegue dar cambalhota; usa garfo e colher e, às vezes, faca; consegue ir ao banheiro
sozinho; balança e escala.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Cognitivo: Conta 10 ou mais coisas; consegue desenhar uma pessoa com, pelo menos,
seis partes do corpo; consegue escrever algumas letras ou números; copia um triângulo e
outras formas geométricas; compreende coisas usadas diariamente, como dinheiro e
comida.
Comunicação: Fala com clareza; conta uma história simples usando frases completas;
usa o tempo futuro (exemplo: “A vovó vai chegar”). Diz o nome e o endereço.
Pessoal e Social: Quer agradar os amigos e quer ser como eles; mais propenso a
cumprir as regras; gosta de cantar, dançar e atuar; tem consciência do gênero (sou
menino/ sou menina); consegue separar o real do imaginário; mostra mais independência
(por exemplo: pode visitar um vizinho de porta sozinho, precisando, ainda, de supervisão
de um adulto). Às vezes é exigente e, às vezes, bastante cooperativo.
Sinais de Alerta
Aos 5 anos: Se a criança não demonstra emoções; se demonstra comportamentos
extremos (medos, agressividade, choros ou tristeza fora do comum); se é retraída ou
pouco ativa, ou se não consegue focar em alguma atividade por mais de cinco minutos;
não consegue separar o real do imaginário; não brinca de uma série de jogos e
atividades; não consegue dizer seu nome e sobrenome; não usa plurais e tempo
passado corretamente; não fala sobre as atividades ou experiências diárias; não faz
desenhos; não consegue escovar os dentes, lavar e enxugar as mãos, ou se despir sem
ajuda ou se perde habilidades que já adquiriu.
- Não apresentar nenhum sorriso ou outras expressões de alegria até os seis meses ou
depois dessa fase;
- Não compartilhar sons, sorrisos ou outras expressões faciais até os nove meses;
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
- Não apresentar gestos, como apontar, mostrar, alcançar ou acenar, até os 12 meses;
- Não falar nenhuma frase significativa de duas palavras (sem incluir imitar ou repetir) até
os 24 meses;
A CSC traz orientações sobre os cuidados com a criança para que se desenvolva
de forma saudável, com orientações sobre direitos e deveres, aleitamento materno,
alimentação complementar saudável, vacinas, saúde bucal, consumo e acesso aos
equipamentos e programas sociais e de educação, além dos marcos do desenvolvimento.
A CSC apresenta, inclusive, alguns pontos que foram tratados nesse capítulo que podem
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os sinais de alerta servem como base para chamar a atenção para alguma
característica que, talvez, não esteja sendo desenvolvida de maneira adequada, conforme
o esperado. No entanto, é de suma importância considerar os aspectos envolvidos no
desenvolvimento, tais como biológico, psicossocial e ambiental, pois, embora existam os
padrões esperados para cada faixa etária, cada criança é um ser único e pode
desenvolver-se à sua maneira, no seu tempo, dentro do contexto ambiental e sociocultural
aos quais esteja inserida.
Outrossim, o desenvolvimento infantil pode ser influenciado por ações simples que
auxiliam a aquisição de habilidades importantes para a evolução da criança. Portanto, os
pais ou cuidadores, assim como profissionais da saúde e da educação, têm papel
fundamental no desenvolvimento infantil saudável, devendo-se proporcionar um ambiente
propício para o bom desenvolvimento da criança, em qualquer idade.
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REFERÊNCIAS:
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CAPÍTULO 2
INTRODUÇÃO
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Para este fim, optamos por abordar a teoria de Jean Piaget por ser um autor que
entende o brincar como uma atividade que faz parte do “fazer” e do cotidiano da criança.
Ademais, sua teoria representa, atualmente, o que de mais importante se produziu no
século XX no campo do desenvolvimento infantil (CAVICCHIA, 2010), sendo de suma
importância para a compreensão e análise do desenvolvimento (SCHIRMANN et al, 2019).
De acordo com Piaget o conhecimento não pode ser concebido como algo
predeterminado desde o nascimento, nem como simples registro de percepções e
informações. O conhecimento é uma construção que vai sendo elaborada desde a infância.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Para o autor, o ato de brincar é constituído de expressão, sendo uma condição para o
desenvolvimento infantil, pois as crianças, quando jogam, assimilam, acomodam e, assim,
podem interferir na realidade à sua volta (NOLETO; MOREIRA, 2021).
Resumindo, ao longo dos primeiros dois anos de vida a criança diferencia o que é
dela do que é do mundo, adquire noção de causalidade, espaço e tempo, interage com o
meio demonstrando uma inteligência fundamentalmente prática, caracterizada por uma
intencionalidade e uma certa plasticidade. A partir daí ela organiza e constrói as grandes
categorias de ação que vão servir de base para todas as futuras construções cognitivas
que a criança empreenderá (PALAGANA, 2015).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Este estágio é marcado pela comunicação verbal. É comum a criança falar tudo o
que se passa em sua mente, sem considerar o que as pessoas dizem. A conversa passa a
ganhar mais coerência com a idade, quando passam a prestar mais atenção no que é dito
pelos outros. Nesta fase há uma experimentação intencional e ativa da linguagem e de
objetos, o que contribui para o próximo estágio do desenvolvimento cognitivo.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Abuse das brincadeiras sensório sociais, que são atividades nas quais os adultos e
as crianças se envolvem alegremente, de maneira recíproca e que não precisam de
objetos. Utilize músicas, cante para o bebê em diversas horas do dia, use variações em
relação ao ritmo, tons de voz e velocidade. Narre as atividades rotineiras que realiza com
ele (ex: conte o passo a passo do momento do banho, explore os sentidos, cheirinho do
sabonete, o seu toque, a temperatura da água, o barulho do chuveiro, as partes do corpo
que você está secando com a toalha). Embale seu bebê na hora de dormir, conte uma
história mostrando um livro ou figuras coloridas. Utilize expressões faciais variadas e sons
onomatopéicos (exemplo: toc-toc, bum, ploft, tum-tum, chuá, miau, au-au...) de acordo com
a interação que esteja fazendo.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
- Brincadeiras com balões – Sopre um balão, conte “um, dois, três e já” e solte o balão,
deixando-o voar. Repita a brincadeira enquanto houver o interesse. Depois pode variar,
soprando e amarrando o balão para brincar de outra forma.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
por canto, tipo “adoleta”, “escravos de Jó” trabalham a memória, a inibição e a flexibilidade
cognitiva.
O BRINCAR ATÍPICO
Vimos, até aqui, que o brincar favorece o desenvolvimento através dos estímulos
recebidos por nossos sentidos. Compreender o desenvolvimento sob a ótica sensorial é
primordial para a relação entre o ambiente e nossa capacidade de extrair dele o que
precisamos para interagir e aprender.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS:
AYRES, A. J. Sensory Integration and the child. Los Angeles: Western Psychological
Services: 1979
CAMARGO JR., W. et al. Intervenção precoce no autismo – guia multidisciplinar de
zero a 4 anos. Belo Horizonte: Artesã, 2017
CARVALHO, V. C. L. Desenvolvimento humano e psicologia: generalidades,
conceitos, teorias. Belo Horizonte: UFMG, 1996.
CAVICCHIA, D. C. O Desenvolvimento da Criança nos primeiros anos de vida. UNESP
[Acervo Digital]. 06 de dezembro de 2010. Disponível em:
https://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/224?mode=full
FRIEDMANN, A. et al. O direito de brincar: a brinquedoteca. 4ª ed. São Paulo: Abrinq,
1998.
KIELHOFNER, G; BURKE, J. P; IGI, C. H. Um modelo de ocupação humana – parte 4 /
avaliação e intervenção: modelo de tratamento, teoria. Revista de Terapia
Ocupacional, São Paulo, n.2/3, v.2, p.127-144, 1991
KUDO, A. M. et al. Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional em Pediatria.
São Paulo: Sarvier, 1994.
MOMO, A. R. B; SILVESTRE, C.; GRACIANI, Z.; Atividades Sensoriais – na clínica, na
escola, em casa. São Paulo: Memnon, 2012
NOLETO, M. S. R.; MOREIRA, C. A. O brincar como contribuição para o desenvolvimento
da criança na creche dialogando com Jean Piaget. Rev. Interfaces do Conhecimento, v.
03, n. 03, p.: 141-152, 2021.
PALANGANA, I. C. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vygotski: a
relevância do social. São Paulo: Summus, 2015.
PELLEGRINI, D. Aprenda com eles e ensine melhor. Revista Nova Escola, São Paulo, p.
19 – 25, jan/fev. 2001
PIACENTINI, P.; GOLDSTEIN, A.; CAPELLI, D.; Brincar é desenvolver: um caminho
para o mundo do autismo. Recife: Libertas, 2011
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CAPÍTULO 3
ESTRESSE
ESTRESSE TÓXICO
TÓXICO NANA INFÂNCIA E
INFÂNCIA EMEM
CONTEXTO DE PANDEMIA
CONTEXTO DE PANDEMIA
INTRODUÇÃO
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
fornecem nenhuma resposta, seus cérebros podem se tornar hiperalertos para o perigo ou
não se desenvolver totalmente. Essas vias neuronais que são desenvolvidas e fortalecidas
sob condições negativas preparam as crianças para lidar com esse ambiente negativo, e
sua capacidade de responder ao cuidado e à gentileza pode ser prejudicada.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
A questão norteadora para a condução deste capítulo foi assim definida: Diante da
preocupação mundial acerca das possíveis consequências que a pandemia da covid-19
pode acarretar na vida da criança, qual o impacto dessa experiência na saúde mental da
criança? O que têm sido estudado durante os últimos anos, sobre experiências adversas e
pandemia?
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
As experiências adversas na infância têm sido estudadas desde 1998, pelo Centro
de Controle e Prevenção de Doenças, a fim de compreender as implicações na saúde
pública. Tais experiências referem-se a eventos traumáticos ou passíveis de causar
estresse durante os primeiros 18 anos de vida, incluindo situações como abuso
(emocional, físico, sexual), negligência (emocional, física), convívio com situações de
violência doméstica, abuso de substâncias por parte do cuidador, pai/mãe com transtorno
mental, divórcio/separação ou a prisão do pai ou mãe (VEGA-ARCE; NUÑEZ-ULLOA,
2017).
O estresse tóxico tem sido definido como a exposição ao estresse crônico, severo e
prolongado, ocorrendo na ausência de fatores de proteção. O estresse excessivo na
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Além disso, os estudos apontaram que as condições de saúde mental são mais
comuns, incluindo atrasos no desenvolvimento e na educação, baixo envolvimento na
escola, transtornos de atenção e oposição desafiadores e ansiedade/depressão. Já no
público de adolescentes ocorre maior risco de delinquência, internalização de
comportamentos negativos, uso de drogas e gravidez precoce. Os adultos com
experiências adversas na primeira infância são mais propensos a ter problemas de saúde
mental e comportamentos de saúde mais arriscados (Figura 2) as condições físicas
associadas incluem diabetes, câncer e doenças cardíacas, enquanto as doenças mentais
incluem depressão e comportamentos de risco à saúde, com comportamentos sexuais de
risco e abuso de substâncias (GILBERT et al., 2015).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
O bloqueio parece ter afetado o tempo de sono das crianças, em vez de sua
qualidade. As dificuldades para seguir uma rotina regular, juntamente com as mudanças
acima, levaram a uma mudança em suas rotinas diárias. Um nível elevado de sintomas
emocionais (por exemplo, tristeza e frustração) entre as crianças. As mães também
relataram um aumento em suas crianças de indisciplina e hiperatividade, com piora da
capacidade de auto-inibição e controle (capacidade de regular as próprias emoções,
pensamentos e comportamento) em comparação com o período antes do fechamento da
escola. A fadiga emocional nas mães estava ligada à perturbação da capacidade inibitória
de autocontrole das crianças (DI GIORGIO et al, 2020).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
mostrando que o confinamento no lar pode aumentar um dos tipos de adversidade mais
preocupantes no microcontexto familiar, ou seja, a violência, que tem impacto negativo no
desenvolvimento das crianças. Destaca-se que a transmissão intergeracional da violência
na família, que começa nas experiências adversas na infância, forma o ciclo vicioso da
violência com consequências deletérias ao desenvolvimento humano (MADIGAN et al.,
2019).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 4
INTRODUÇÃO
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Abaixo segue-se uma tabela contendo os transtornos mentais que podem ter início
na infância e/ou adolescência, seus tipos e subtipos, bem como seus respectivos códigos,
de acordo com o DSM-5-TR e a CID-10, comparados à CID-11.
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Transtornos de
Ansiedade 309.21 (F93.0) Transtorno de
6B05
Ansiedade de Separação
Transtorno
Obsessivo-
compulsivo e 300.3 (F42) Transtorno
6B20
Transtornos Obsessivo-compulsivo
Relacionados
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O DSM-5-TR traz, ainda, uma parte denominada “Outras Condições que Podem ser
Foco da Atenção Clínica”, onde explana sobre condições de vida que podem ser
experimentadas pelo sujeito, incluindo crianças e adolescentes, que tendem a
desencadear transtornos mentais. As categorias trazidas são: Problemas de
Relacionamento; Abuso e Negligência; Problemas Educacionais ou Profissionais;
Problemas de Moradia e Econômicos; Outros Problemas Relacionados ao Ambiente
Social; Problemas Relacionados a Crimes ou Interação com o Sistema Legal; Outras
Consultas de Serviços de Saúde para Aconselhamento e Opinião Médica; Problemas
Relacionados a Outras Circunstâncias Psicossociais, Pessoais e Ambientais; Outras
Circunstâncias da História Pessoal (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2022).
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TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
misto depressivo ansioso necessita de sintomas comparativamente não tão severos, mas,
como o nome já informa, que envolvam tanto sintomas depressivos como sintomas
ansiosos.
Medo e ansiedade são fenômenos naturais e, até certo ponto, normais, com o
objetivo de defesa à uma ameaça vivenciada física ou psicologicamente. Enquanto o medo
representa uma reação à uma ameaça iminente, a ansiedade está associada ao futuro, à
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Essa desordem inclui episódios únicos de uso prejudicial de substâncias que, por
si, já causam um prejuízo significativo ao indivíduo. No transtorno por uso de substâncias,
se enquadra o uso nocivo, que envolve prejuízos devidos a um padrão de usos episódicos;
a dependência, que engloba um uso mais prolongado; e os fenômenos de tolerância
(redução gradual do efeito) e abstinência (piora acentuada dos sintomas após parar o uso
ou a longo prazo). Além desses mais conhecidos, existem, também, outros transtornos
induzidos por substâncias, como outros transtornos mentais gerais, do sono, sexuais e
associados ao próprio uso da substância como a intoxicação e a abstinência.
Família
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
manejo que, muitas vezes, a família não está em condições de lidar, de maneira
adequada, com o problema, gerando desgaste físico e emocional (ROSSO et al, 2020).
Todas essas situações são capazes de provocar estresse na família, que deve ser
incluída no tratamento, com atenção especial (o tratamento familiar será abordado em
outro capítulo).
Isso pode trazer um certo conforto para a família que, até então, encontrava-se
perdida, sem entender o que realmente se passava com sua criança. A partir do momento
em que se sabe do diagnóstico, a família poderá, então, ter subsídios para buscar o
tratamento adequado, inclusive para garantir direitos, podendo, assim, ter uma maior
resolutividade para o enfrentamento dos problemas advindos do transtorno mental de sua
criança ou adolescente (ROGERS et al, 2015).
Portanto, o principal papel da família, ao observar que sua criança tem algum
problema relacionado ao seu desenvolvimento ou seu comportamento, é procurar ajuda de
especialistas na área da saúde, para que se possa estabelecer o tratamento mais
adequado para a criança, de acordo com a situação apresentada.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
É necessário que haja uma investigação minuciosa da criança, para evitar que
sejam dados diagnósticos equivocados, realizados de forma precipitada. Deve-se
considerar todos os aspectos envolvidos, como fatores biológicos, genéticos, culturais,
sociais, observando como a criança se comporta em diferentes ambientes, como em casa,
na escola, brincando com outras crianças e em outras ocasiões. A família é fundamental
nesta investigação.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Escola
A escola regular pode ser o primeiro passo para a reinserção social. Além de ser
um ambiente de aprendizagem, funciona como estabilização psíquica, pois há uma
rotina estabelecida, leis e regras que regem as relações dos indivíduos. O aluno
tem um papel social. Estar na escola faz parte do seu direito como cidadão
(VITORINO et al, 2015).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Esse é um grande desafio para a escola, que deve se adaptar para receber essas
crianças, com suas singularidades, em seu mundo particular que, a partir da escola, abre-
se para outros mundos. Para enfrentar esse desafio, foram sendo criadas estratégias que
podem facilitar esse processo. Esse tema será aprofundado em outro capítulo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Existem vários tipos de transtornos que podem surgir nessa faixa etária, sendo, os
principais: Transtorno do Espectro Autista, Transtorno do Desenvolvimento Intelectual,
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno Desafiador Opositivo,
Transtornos Depressivos, Transtornos Relacionados à Ansiedade ou Medo e Transtornos
Devido ao Uso de Substâncias.
A família, assim como outros espaços de interação social, como a escola, tem
papel fundamental na proteção das crianças e adolescentes. Isso implica, também, na
observação de alterações comportamentais para detecção precoce de alguma alteração do
comportamento. No entanto, deve-se observar a criança em todos os aspectos, tanto
intrínsecos quanto extrínsecos, considerando que cada ser é único, dentro da sua
individualidade, e que as vivências familiares, sociais e culturais são impactantes na
expressão do desenvolvimento.
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 5
INTRODUÇÃO
Assim, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhor será a evolução da
criança (TEIXEIRA, s/d). No entanto, não é preciso que os pais se desesperem, caso esse
período já tenha passado, pois essas são apenas as janelas com os melhores momentos
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
PLANO DE TRATAMENTO
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Os pacientes que não são identificados como perfil do CAPS i, são encaminhados
para outros serviços da rede, a fim de garantir assistência ao usuário. Tal unidade, que tem
como objetivo possibilitar às crianças e os adolescentes o primeiro atendimento, o
acolhimento, triagem, abertura de prontuário e a criação do Projeto Terapêutico Singular
(PTS). O acolhimento é realizado por toda a equipe interdisciplinar de colaboradores que
compõem o CAPS i. As atividades realizadas são consultas individuais, escuta qualificada,
avaliação inicial, oficina terapêutica, grupos, acolhimentos, visita domiciliar, busca ativa,
educação em saúde mental nas escolas, posto de saúde e matriciamento.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
ABORDAGENS DE TRATAMENTO
Psicofarmacoterapia
Psicoterapias
Para Cardioli et al. (2019), psicoterapia pode ser entendida como método de
tratamento psicológico que teria como objetivo amenizar um desconforto ou sofrimento
psíquico, aliviar sintomas de um transtorno estabelecido, tratar conflitos pessoais de
natureza emocional/psicológica ou estimular o desenvolvimento pessoal.
Psicanálise
Foi a primeira psicoterapia estruturada de forma mais próxima aos moldes que
temos hoje. Tendo Sigmund Freud (1856-1939) como seu criador, a abordagem exige do
terapeuta uma postura neutra, muitas vezes sentando-se às costas do paciente que, por
sua vez, não estabelece relação de contato visual com o analista, onde pode se fazer
necessário o uso do divã.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Psicologia Analítica
Compartilha alguns elementos em comum com a psicanálise, muito pelo fato de seu
criador, Carl Gustav Jung (1875-1961), ter sido aprendiz de Freud e estabeleceram uma
profunda relação de amizade. O “rompimento” dos dois se deu por Jung discordar, em
parte, das teorias sexuais de Freud. O pensamento de Jung levava a teoria da psicologia
analítica para elementos como inconsciente coletivo, arquétipos e religião.
Terapia Interpessoal
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Terapia comportamental
Uma abordagem que chama atenção pelo caráter peculiar, mas que ao longo dos
últimos quinze anos demonstra resultados positivos na literatura. A abordagem teve início
com a observação da teórica Francine Shapiro (1948-2019) acerca dos movimentos dos
olhos e o consequente alívio de pensamentos perturbadores.
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Terapias contextuais-comportamentais
A terapia cognitiva baseada em mindfulness foi elaborada por Zindel Segal, Mark
Williams e John Teasdale na década de 1990. A abordagem se propõe a integrar técnicas
da terapia cognitivo-comportamental e as estratégias de mindfulness. O principal objetivo é
fazer com que o paciente desenvolva uma maior compreensão e consequentemente lidar
melhor com seus pensamentos e sentimentos. Os pacientes aprendem, por exemplo, a
reconhecer e intervir em pensamentos automáticos ligados à depressão.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
A terapia cognitivo comportamental (TCC), foi criada por Aaron Beck (1921-2021) no final
dos anos 70 e baseia-se na ideia de que nossas cognições (pensamentos, crenças e regras)
influenciam a forma como sentimos e, consequentemente, a forma como nos comportamos. Ou
seja, há uma inter-relação desta tríade onde, diante de algumas situações, nossa interpretação
sobre elas nos faz sentir e agir. Esses pensamentos, segundo Beck, são produtos de crenças que
formulamos desde a nossa infância sobre nós, sobre o outro e o nosso futuro, sendo, muitas vezes,
distorcidos, ou seja, não retratando a realidade.
TERAPIA FAMILIAR
Família é um grupo social primário, formado por indivíduos unidos por laços
consanguíneos, de afinidade ou matrimônio: que interagem e convivem permanentemente;
mantendo relações pessoais diretas, com formas de organização e ações tanto afetivas
quanto econômicas; com o compromisso de satisfazer necessidades mútuas; que
compartilham fatores biológicos, psicológicos e socioculturais que, por sua vez, podem
afetar sua saúde individual e coletiva (REY, 2007).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Certamente, cada ser humano, cada um de nós desde sua origem teve, tem e terá
uma família que definiu e/ou define as possibilidades de ser, de existir, que gera
sentimento de pertença primária, que se promove ao longo da vida individual e
familiar (DELGADO, 2005, p.89).
TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO
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TRATAMENTO NUTRICIONAL
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ABA
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interação com o ambiente e com as pessoas com quem ela se relaciona, ou seja, analisa o
funcionamento social global da criança para desenvolverem-se estratégias e treinamentos
específicos com o objetivo de corrigir comportamentos problemáticos e estimular
comportamentos assertivos e práticos, utilizando-se reforçadores positivos para auxiliar no
progresso da criança (TEIXEIRA, s/d).
Integração Sensorial
As sensações obtidas através dos sentidos (paladar, visão, audição, olfato, tato,
propriocepção e vestibular) fornecem informações sobre a condição física do corpo e do
ambiente, dando significado aos sentimentos vivenciados ao filtrar as informações e
escolher o que focar, permitindo agir de forma significativa e reagir às situações (resposta
adaptativa), constituindo a base para a aprendizagem teórica e comportamento social
(RODRIGUES et al, 2021).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
DIR Floortime
Este método pode ser aplicado por qualquer profissional treinado, como
fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e pedagogos, assim como familiares
que tenham realizado capacitação no método.
Equoterapia
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Este tipo de tratamento tem como base os padrões repetitivos dos movimentos do
cavalo, o que estimula as respostas da pessoa, melhorando a mobilização, o equilíbrio, o
fortalecimento muscular e a interação social (TUA SAÚDE, 2022).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 6
INTRODUÇÃO
Cerca de 50% dos transtornos mentais começam antes dos 14 anos (OMS, 2022).
Por isso, a infância e adolescência são consideradas fases críticas para promoção da
saúde mental e intervenção precoce (GARCÍA-CARRIÓN; VILLAREJO-CARBALLIDO;
VILLARDÓN-GALLEGO, 2019).
Em países de renda alta, cerca de 44%-70% dos jovens não são tratados, com
aumento desse percentual para 90% em países de baixa e média renda (MARES;
WOODGATE, 2020).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
O acolhimento das dúvidas sobre a segurança dos psicotrópicos nessa faixa etária
é fundamental para a criação de um bom relacionamento entre família e profissionais de
saúde. Informações sobre o tempo total de tratamento, o risco de dependência e os
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
prejuízos do uso a longo prazo, contribuem com melhor adesão ao tratamento (MARES;
WOODGATE, 2020).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Para correta indicação do tratamento, é necessário que a criança passe por uma
criteriosa avaliação inicial. No primeiro atendimento psiquiátrico, são identificadas as
alterações comportamentais e emocionais, assim como os principais fatores psicossociais
que possam influenciar o adoecimento (MARES; WOODGATE, 2020).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
poucos dias até várias semanas, de acordo com o tipo de medicamento utilizado pela
criança. Após essa primeira etapa, é necessário avaliar a presença de efeitos colaterais.
Por vezes, são necessárias mudanças da dose ou até da própria substância para que se
alcance a recuperação (MARES; WOODGATE, 2020).
Diante dos desafios que o uso de psicotrópicos na infância e adolescência traz aos
cuidadores e aos profissionais de saúde, é importante que a tomada das decisões durante
o tratamento seja compartilhada (MCLAREN et al., 2021). Nesse contexto, o acolhimento
da família e o envolvimento dos pais, cuidadores e demais familiares é fundamental na
recuperação do paciente pediátrico (MCLAREN et al., 2021).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Diversas falhas ocorrem quando a criança não está em casa. Uma das principais
formas de contribuição dos pais é a criação de uma rotina de administração de
medicamentos, sem interrupção dos psicotrópicos nos momentos em que a criança está
com outro cuidador ou na escola. Orientar os demais membros da família e os professores
sobre a necessidade de manutenção da rotina é uma estratégia efetiva na melhora da
adesão medicamentosa (DEAN et al., 2011).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 7
INTRODUÇÃO
Uma crise em saúde mental pode ser definida como uma situação em que o
comportamento de uma pessoa a coloca em risco de ferir a si mesma ou aos outros e/ou
a impede de ser capaz de cuidar de si mesma ou de funcionar efetivamente na
comunidade. Uma crise também pode ser definida como uma ruptura no estado de
equilíbrio que surge quando o indivíduo encontra um obstáculo que parece ser insuperável
quando utiliza as suas habilidades de resolução de problemas (CAPLAN; CABRAL, 1980).
Durante uma crise pode ocorrer angústia, medo ou desespero (associados ou não)
causados por uma experiência ou situação difícil. Trata-se de uma experiência individual,
não padronizada, ou seja, o que um indivíduo relata como crise pode não ser referido por
outra pessoa da mesma forma (LYONS et al, 2009).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
A busca dos pais por serviços de emergências médicas devido a situações de crise
e saúde mental de seus filhos tem crescido nos últimos anos. De acordo com o Annual
Report on Health Care for Children and Youth in the United States, as hospitalizações por
condições de saúde mental aumentaram em 50% entre crianças de 10 a 14 anos entre os
anos de 2006 e 2011. Além disso, as consultas no pronto-socorro cresceram 21% pelo
mesmo motivo, embora não tenha ocorrido aumento significativo para condições médicas
gerais no período estudado. Internações por ideação suicida e automutilação elevaram-se
em 151% para crianças e adolescentes entre 10 a 14 anos nesse intervalo de tempo
(TORIO et al., 2015).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Este capítulo tem como objetivo, portanto, definir a crise em saúde mental;
identificar os diferentes tipos de crise na infância e adolescência e orientar pais e
educadores sobre o manejo durante as crises de ansiedade, birra, comportamento
opositor, agitação, agressividade, ideação suicida e automutilação.
Como já descrito, uma crise em saúde mental pode ser decorrente de diversas
situações. Alguns fatores que podem desencadeá-la são mudanças na estrutura familiar,
como divórcio dos pais, perda de familiares, amigos ou animais, conflitos e brigas entre
irmãos ou amigos e bullying, pressão por desempenho social e acadêmico, entre outros.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
● Isolamento
● Comportamento impulsivo
● Poucas habilidades sociais
● Rompimento de relacionamentos amorosos
Fatores sociais ● Desvantagens sociais e econômicas
● Discriminação social
● Violência na vizinhança
● Isolamento social
Fonte: (THARA; VIJAYAKUMAR, 2017).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Alguns pais podem excluir seus filhos de atividades e brincadeiras com outras
crianças, o que não é recomendado, visto que essa exposição pode ser uma oportunidade
para que ela supere seus medos. Vale ressaltar que atividades coletivas, sejam esportivas
ou artísticas, podem ser um estímulo útil (CORDIOLI; GREVET, 2019).
Uma outra importante técnica consiste em prestar atenção à respiração. Pode ser
aplicada com o indivíduo em crise sentado, em pé ou mesmo caminhando. Orienta-se que
se concentre na respiração tentando perceber o ar entrando (inspiração) e saindo
(expiração) lentamente, seguindo abrandando o ritmo da respiração e respirando
profundamente a partir do abdome (LINEHAN, 2018).
105
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Alguns fatores podem contribuir para que crianças persistam com mal
comportamento, entre eles destacam-se características psicológicas próprias, questões do
desenvolvimento, características dos pais (saúde física e mental), estressores familiares
(divórcio, problemas financeiros) e reforço de comportamentos indesejáveis. (MARTIN;
BLOCH; VOLKMAR, 2018)
Quando há necessidade em disciplinar a criança, esta ação deve ser branda. Dar
bronca, disciplina por tempo determinado e penalizações (retirar um brinquedo, por
106
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
exemplo) são tipos de ações disciplinares brandas. Punições severas como ameaças
graves e de abandono, sarcasmo ou castigos físicos não devem ser utilizadas. Atitudes
disciplinares e educativas devem ser impostas logo após o comportamento inadequado
com rápida explicação sobre o seu motivo. O responsável deve ser racional e não
agressivo em sua abordagem (CLARK, 2009).
A AGITAÇÃO E A AGRESSIVIDADE
107
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
outros à sua volta e ter acessos de raiva. Apesar de embaraçoso para os pais este
comportamento pode ser normal entre 1 e 3 anos de idade.
No momento da birra a criança pode não estar escutando o que o adulto fala.
Palmadas podem deixá-la ainda mais irritada e com choro mais intenso. Neste momento, a
criança só necessita ser contida e tranquilizada por um adulto, devendo o mesmo fazê-la
sentir-se protegida. Se o risco da criança machucar-se existir, a mesma poderá ser
contida mais firmemente pelo responsável, porém sempre com carinho e serenidade, a fim
de evitar danos maiores. Uma forma de prevenir as crises é, antes de levar a criança a
algum local com muitos estímulos (shopping centers, feiras e festas) fazer acordos ou dar-
lhe tarefas a serem executadas (escolher frutas no mercantil, por exemplo) (FILLIOZAT,
2014).
108
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
SUICÍDIO E AUTOMUTILAÇÃO
109
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
A procura de ajuda médica é muitas vezes postergada por diversos mitos que
trazem informações erradas sobre o suicídio, sendo o sofrimento do jovem minimizado e
os sinais de uma iminente tentativa de suicídio ignorados. O quadro abaixo cita alguns
desses mitos e, ao lado, explica-se como eles devem ser adequadamente interpretados.
110
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Alguns contatos e locais onde se possa buscar ajuda para prevenir o suicídio são
citados abaixo:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
111
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
REFERÊNCIAS
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113
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
CAPÍTULO 8
Sthienifer Bergami
INTRODUÇÃO
As crianças com necessidades especiais são crianças com alto risco de apresentar
ou que já possuem condições crônicas, físicas, de desenvolvimento, comportamental ou
emocional e que necessitam dos serviços de saúde, além daqueles exigidos pelas crianças
em geral (NEWACHECK, 1998).
114
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
SELETIVIDADE ALIMENTAR
Segundo Silva (2011), crianças autistas dispõem de uma alta resistência ao novo,
pois possuem apego emocional à rotina, sendo, portanto, seletivas comportamentais. Tais
comportamentos, por vezes repetitivos, tendem a levá-los a uma seletividade na
alimentação, fato esse que tem sido fonte de pesquisa na literatura científica.
A criança precisa passar por processos antes de o alimento chegar à boca, o que é
chamado de “escala do comer”. Ela precisa estar preparada para o novo alimento,
necessita tolelar, interagir, cheirar, tocar, provar e, por fim, comer.
115
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Por exemplo: colocar biscoito recheado na boca, ele terá sempre o mesmo gosto,
sendo da mesma marca e nao precisa de muita “mastigação”, pois o mesmo derrete na
boca. Mas colocar uma maça da mesma qualidade na boca, ela poderá ter sabor e textura
diferentes, além de necessitar da mastigaçao. Quando se tem presente uma disfunção
sensorial, rigidez de comportamento, a criança dificilmente aceitará o novo alimento.
116
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
dos alimentos, representando 69%, sendo o mais relevante ponto. Em seguida, com 58%,
a aparência desse alimento, depois, com 45%, o sabor, com 36%, o cheiro e com 22%, a
temperatura. No entanto, é importante salientar que cada indivíduo é único e que tais
questões não podem ser generalizadas a todos os indivíduos.
117
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Inúmeras são as estratégias que foram sendo desenvolvidas com o passar dos
anos e com o surgimento de estudos de casos para a terapia nutricional em seletivos. Uma
estratégia sugerida por Kachani et al. (2005 apud DOUGLAS, 1998) é a de se listar as
preferências da criança, que deverá ser usada como “isca” para, semanalmente, introduzir
118
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
novos alimentos do mesmo grupo alimentar, sendo preconizado, aos pais, a não
desistência na oferta desses alimentos trabalhados.
Estudos produzidos por Maia et al. (2012 apud CARVALHO; SILVA, 2019),
demonstram experiências com uma estratégia denominada “Minuto Cinema”, onde as
crianças se reuniam em auditório e assistiam filmes com conteúdo e músicas didáticas
voltados à alimentação e apresentavam, posteriormente, interesse em experimentar tais
alimentos demonstrados nos filmes. As oficinas culinárias, por sua vez, também
apresentaram eficácia na terapia nutricional na seletividade, como sugere Pereira e
Sarmento (2012), que demonstram que quando a criança se relaciona com o alimento
rejeitado, conhece seu nome, seu cheiro, textura e cor, passa a ter mais susceptibilidade
em experimentá-lo, saindo da fase de recusa.
119
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Primeiro passo:
Fazer colagem com o alimento cru, colando, sobre uma folha de papel, diversos
tipos de macarrão, usando o auxílio de tintas com gliter, colas coloridas ou outros materiais
para chamar a atenção da criança. Ela precisa tolerar o alimento, mesmo que cru.
Segundo passo:
Inserir a criança para a culinária, mostrando como deve ser preparado o macarrão,
que deve ser crocante, temperado com temperos naturais e levado ao forninho. Deve-se
chamar a criança para arrumar uma mesa legal e mostrar que foi genial na culinária. Deve-
se sentar no local escolhido junto à criança e evitar dizer frases do tipo: “Prove! Deve estar
uma delicia!”. Deve-se usar estratégias que agussem o interesse da criança, como: “Hum...
será que este macarrão fará um barulho legal? Será que conseguimos dar uma mordida de
formiguinha ou mordida de leão?”.
Terceiro passo:
Com o alimento aceito, passa-se para o terceiro passo desse exemplo, que é
cozinhar o macarrão e farer uma pizza de palito. O macarrão deve ser do tipo “pene” ou
“parafuso”, de modo que possa ser espetado por um palito de churrasco. Após o
cozimento, o macarrão deve ser espetado com o palito, formando uma base, onde deverá
ser acrescentado o recheio de preferência.
120
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
121
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
REFERÊNCIAS
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
CAPÍTULO 9
INTRODUÇÃO
Mas, afinal, de que formas o uso desses recursos por crianças e adolescentes
pode afetá-los? Será que eles apresentariam melhora de certas habilidades, uma vez que
as telas estimulariam áreas cerebrais específicas? Maior tempo em tela seria, na verdade,
a consequência de algum transtorno mental (ansiedade social, depressão)? Estudar o
impacto da exposição à tecnologia da informação e uso de telas e ponderar seus
benefícios e malefícios tem sido tema relevante para os que cuidam da saúde mental da
infância e adolescência.
Ademais, existem brincadeiras que circulam pela internet, através das redes
sociais, que chamam a atenção das crianças e adolescentes, mas que são muito perigosas
por provocarem danos à saúde, podendo levar à morte. Na maioria das vezes, são
impostos desafios e, nessa fase, principalmente na adolescência, há uma tendência à
procura por situações de risco, que provocam sensações de prazer momentâneas.
Com isso, o objetivo desse capítulo é alertar sobre os riscos relacionados ao uso
excessivo de telas, compreendendo celular, computador, televisão, tablete e videogame,
125
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
USO DE TELAS
O que se faz durante o uso das telas deve influenciar tanto quanto o tempo que se
passa nelas (MARINO, 2018). A pesquisa Tic KIDS Online Brasil 2018 avaliou o uso de
internet por crianças e adolescentes de 9 a 17 anos no ano de 2018 e mostrou que 86%
dessa população era usuária de Internet no país. O estudo avaliou as formas de uso da
internet: uma parte desse público (22% nas áreas urbanas e 12% nas áreas rurais)
126
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
conversou sobre políticas e problemas de saúde da sua cidade, contribuindo para sua
educação em cidadania.
Infelizmente, os dados dessa pesquisa apontam, também, que eles podem ter
acesso a conteúdos sensíveis na internet, como formas de se machucar (conhecidas como
automutilação ou autolesão não suicida), formas de ficar muito magro(a) (24% entre as
meninas e 12% entre os meninos), formas de cometer suicídio (18% das meninas e 9%
dos meninos) e experiências com uso de drogas ilícitas. Em torno de 26% deles foi tratado
de forma ofensiva (cyberbullying ou discriminação) e 16% tiveram acesso a imagens ou
vídeos de conteúdo sexual. Além disso, 41% dos usuários reportaram ter tido contato com
alguém que não conheciam pessoalmente.
Depois de iniciado o uso, parece mesmo difícil interrompê-lo: a Tic KIDS também
encontrou que um quarto da população da faixa etária de 11 a 17 anos tentou passar
menos tempo na internet e não conseguiu. Terra de difícil controle, a internet expõe nossos
jovens ao consumismo sugerido pelas indústrias e à preocupação em ter o item de desejo,
levando à sensação de insuficiência e baixa autoestima.
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Não permitir que fiquem isolados no quarto com celular, computador, tablet,
webcam e estimular uso de áreas comuns da casa.
Não usar telas durante as refeições.
Oferecer alternativas para atividades esportivas, exercícios ao ar livre.
Nunca postar fotos de crianças e adolescentes em redes sociais públicas.
Criar regras para toda a família sobre o uso e segurança de equipamentos e
aplicativos digitais.
Evitar encontros com desconhecidos online ou off-line.
Entre outros.
128
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
mental dessa população em diferentes níveis sofreu impacto pelo ajustamento causado
pela pandemia (JONES, 2021).
BRINCADEIRAS PERIGOSAS
129
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
seguida postam nas redes sociais, induzindo outros a fazerem o mesmo. Isso pode
causar sérios danos físicos, como fraturas nas pernas ou coluna vertebral, até
morte.
2) Roleta humana: Dois adolescentes giram um outro colega, tentando fazer uma
cambalhota (girar sobre o próprio corpo), soltando o colega para que gire e caia em
pé. No entanto, o adolescente pode cair de cabeça para baixo, podendo causar
traumatismo craniano.
3) Desafio do desodorante: a criança ou adolescente borrifa um desodorante aerossol
diretamente na boca ou em um saco plástico e tenta inalar a maior quantidade
possível. Isso pode causar perda da consciência, parada cardiorrespiratória e morte.
Esse desafio foi lançado nas redes sociais por um youtuber, em 2016 (VEJA, 2018).
4) Desafio do spray congelante: Aplicação de desodorante spray em alguma parte do
corpo até que congele, podendo causar queimaduras graves. É uma variação do
desafio do desodorante.
5) Brincadeira do desmaio ou jogo da asfixia: Consiste em provocar asfixia (falta de ar)
até desmaiar, apertando o pescoço com um cinto, uma corda ou um lenço, ou
pressionando o tórax. Dependendo do tempo de duração da asfixia, pode gerar
danos irreversíveis ao cérebro e, até mesmo, a morte, se não houver socorro rápido
(INSTITUTO DIMICUIDA, s/d).
Essas brincadeiras, dentre outras, são postadas na internet, através das redes
sociais, quer seja pelos adolescentes que praticam, por exibicionismo ou para conquistar
algum tipo de fama, quer seja por youtubers ou influenciadores, como uma forma de
conquistar mais seguidores, pois quanto mais circulam os vídeos, mais famosos ficam.
Crianças e adolescentes, devido sua própria condição de imaturidade do cérebro (vide
capítulo 14), são facilmente influenciáveis e não analisam os riscos desse tipo de
brincadeira, podendo aderir prontamente à essas práticas.
130
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
- Zumbidos no ouvido;
- Cansaço;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
131
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
133
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
CAPÍTULO 10
INTRODUÇÃO
134
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
135
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
da vida, como, por exemplo, água e oxigênio) que altera a função biológica e,
possivelmente, sua estrutura (QUEVEDO; CARVALHO, 2014).
Cada substância afeta o cérebro de maneira diferente, mas um fator comum entre
as drogas que causam dependência química é que a maioria delas aumentam o nível de
dopamina nos circuitos cerebrais que controlam a recompensa e o prazer (GAROFOLI,
2020). A dopamina é um importante neurotransmissor que atua no sistema nervoso
central. Os neurotransmissores funcionam como mensageiros químicos que carregam
informações entre os neurônios e diversas partes do corpo, atuando em diversas funções,
como aprendizado, humor, atenção, sono e emoção (HYMAN, 2005).
136
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
desenvolvimento, o que afeta sua capacidade de avaliar os riscos com precisão e tomar
decisões mais adequadas em diferentes contextos (GAROFOLI, 2020).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Família
A família pode ser um fator de risco ou protetor para o uso de SPAs. Em primeiro
lugar, existe o fator genético: filhos de pais com TUS apresentam quatro vezes mais riscos
de também apresentarem TUS (ASSUMPÇÃO; KUCZYNSKI, 2017).
139
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Pares
Escola
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
SCHULENBERG, 2013). Além disso, fortes laços emocionais que os estudantes formam
com as escolas são parte integrante da proteção contra o uso de substâncias, uma vez
que a juventude pode ser mais suscetível a seguir normas e expectativas relativas ao uso
de substâncias estabelecidas no contexto escolar (LI et al., 2011).
Comunidade
141
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
O mercado de drogas lícitas tenta sempre inovar, ofertando produtos cada vez
mais atraentes aos jovens, como um sabor novo de cerveja ou um cigarro com um cheiro
diferente. Muitas pessoas passem a ter contato com o tabagismo a partir do cigarro
eletrônico, o que está mais presente entre adolescentes e jovens adultos, que são atraídos
pelo hábito de fumar e pela modernidade dos dispositivos, e acabam sendo levados ao
tabagismo tradicional (BARRADAS et al., 2021).
Outra forte influência é dada pela internet, a partir de canais, vídeos e fotos
postados por celebridades ou pessoas comuns fazendo uso de substâncias psicoativas,
em diversas plataformas que chamam a atenção dos adolescentes. Estudo realizado pelo
Centro Nacional de Dependência e Abuso de Substâncias, da Universidade de Columbia,
nos Estados Unidos, revelou que os adolescentes que usavam mais regularmente as
mídias sociais eram mais propensos a beber, usar drogas ilícitas e comprar tabaco do que
os que acessam essas mídias com menor frequência (HILLARD, 2019).
Por outro lado, essa ferramenta também pode ser um fator de proteção, com uso
adequado e acesso a conteúdos que promovam a saúde e o bem-estar do adolescente,
com linguagem e estilo adequados a essa faixa etária.
COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
apresentam risco aumentado para desenvolver um TUS, seja por uso de álcool (10,3%) ou
substâncias ilícitas (14,9%) (CONWAY, et al., 2016). Por outro lado, altas taxas de
transtornos psiquiátricos são observadas em adolescentes com TUS. Estima-se que 89%
dos adolescentes com problemas com drogas tenham, pelo menos, outro diagnóstico
psiquiátrico associado (ASSUMPÇÃO; KUCZYNSKI, 2017).
Uma extensa literatura tem sugerido que, em comparação com a população geral,
adolescentes com TUS têm um risco maior de ter TDAH (ZULAUF et al., 2014). Em uma
metanálise internacional, 23% dos usuários de drogas em busca de tratamento, em grande
parte adultos jovens, eram diagnosticados com TDAH (OORTMERSSEN et al., 2012). Foi
proposto que os pacientes com TDAH consomem as drogas que provocam dependência
como automedicação para seus sintomas e que a impulsividade associada ao déficit de
143
Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
PREVENÇÃO
REDUÇÃO DE DANOS
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
ESTIGMA
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
TRATAMENTO
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
importante frisar que muitas críticas são tecidas às CTs. Diante disso, em 4 de agosto de
2020, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), em conjunto com Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e com o Conselho Nacional de Direitos
Humanos (CNDH) elaborou uma recomendação contrária à regulamentação do
acolhimento de adolescentes em CTs (BRASIL, 2020). Recentemente, em setembro de
2022, a Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME) divulgou a decisão judicial da
12ª Vara Federal de Pernambuco, que determinou a suspensão integral da Resolução Nº
3, de 24 de julho de 2020, do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD), que
regulamentava o acolhimento de adolescentes em CTs (JUSTIÇA EM FOCO, 2022). Tal
decisão também determina a suspensão de financiamentos federais destinados a esse fim,
estipulando um prazo de 90 dias para o desligamento de adolescentes acolhidos nestas
instituições, cujo atendimento deve ser garantido pelo Ministério da Saúde (HÍGIDO,
2022).
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Por fim, estudos mostram que pessoas com transtornos pelo uso de substâncias
são estigmatizadas por grande parte da população, o que pode afastar esses jovens da
rede de cuidados e aprofundar sua condição. Dessa forma, é necessário que ferramentas
como a educação e as mídias sociais sejam utilizadas de modo a fornecer componentes
de mudança de atitudes e sensibilização das condições de vulnerabilidade em função do
estigma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO 11
INTRODUÇÃO
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Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas” e portanto “a avaliação da
deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe
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CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
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O AME, objetivando cumprir o papel que lhe foi atribuído, vem realizando várias
ações interventivas e de formação na rede educacional do município, entre elas destaca-se
as elencadas no Quadro 1:
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Para além destes serviços nomeados acima, o AME também coordena e elabora
regularmente vídeos temáticos divulgados pela Secretaria de Educação abordando
temáticas que envolvam os EESEE, a saber, Transtorno do Espectro Autista (TEA),
Síndrome de Down, Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), Altas
Habilidades e Superdotação (AH/SD), Deficiência Intelectual (DI), Deficiência Visual
(DV), Deficiência Física (DF). Trazendo à tona assuntos para conscientização da
importância do respeito à diversidade nas escolas e na sociedade em geral.
Desde da sua criação, o AME vem ampliando os atendimentos no município de
Jahu, dando inclusive suporte, sempre que possível e necessário, às escolas e instituições
localizadas na cidade.
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Nos últimos 300 dias letivos, foi possível abranger o total de atendimentos detalhados
na Tabela 1:
Tabela 1- Atendimentos realizados nos últimos 300 dias letivos pelo AME
NÚMEROS DE
TIPO DE ATENDIMENTO
ATENDIDOS
Escolas da rede municipal Ensino Fundamental-
20
EMEF
Escolas da rede municipal Ensino Infantil - CMEI 21
Creches filantrópicas 4
Professores da rede de ensino 600
Famílias 70
Avaliações dos educandos 60
TOTAL DE ATENDIMENTOS 715
Fonte: Elaborado pelas autoras
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além dos apontamentos aqui elencados, se faz necessário políticas públicas para
inclusão sem preconceito. Desmistificar o paradigma de que o acesso à educação está
vinculada a sua condição de desenvolvimento intelectual ficando a responsabilidade
exclusivamente das escolas especializadas.
Nos avanços obtidos nesta caminhada para uma educação inclusiva de qualidade
em atendimento aos educandos e educadores bem como as instituições de ensino.
percebe-se a importância de se efetivar e ampliar as redes de apoio para que possa se dar
a permanência e a aprendizagem com sucesso nas escolas comuns.
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psicoeducação com acolhimento das famílias e dos educandos, oferecendo garantia aos
direitos básicos, como educação de qualidade, o que surte efeitos em seu
desenvolvimento biopsicossocial.
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 12
INTRODUÇÃO
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PAPEL DA FAMÍLIA
Essa inserção social da criança, sem que ela possa escolher, levou Wallon (1975)
a considerá-la com um ser “biologicamente social”. Ela aprende a cultura da sua realidade
social por meio dos grupos com que interage, sendo fundamental o papel da família. Esta
ou seu substituto são tradicionalmente chamados de “primeiro grupo de socialização”, pois
são as primeiras pessoas que convivem com a criança desde tenra idade e a ensinam a
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viver no mundo. Devido à dependência física e psíquica que a criança tem nos primeiros
anos de vida, a família, além de lhe propiciar sobrevivência, ensina conhecimentos –
hábitos, valores, conceitos, comportamentos, atitudes – a serem internalizados pelas
crianças (BARBOSA, 1997). Por isso, os adultos e os outros integrantes desse grupo de
socialização se tornam “outros significativos” para a criança, que não é sujeito passivo
nessa relação, visto que ela também modifica o meio familiar, mudando os hábitos e as
atitudes sócio-afetivas da família.
São esses “outros significativos” que ensinarão a criança o modo de interagir com
o mundo e significarão suas ações a elas. Nesse sentido é que Reis destaca: “é na família,
mediadora entre o indivíduo e a sociedade, que aprendemos a perceber o mundo e a nos
situarmos nele. É a ferramenta da nossa primeira identidade social. Ela é o primeiro „nós‟ a
quem aprendemos a nos referir” (REIS in LANE, 2006, p.99). No primeiro momento da sua
vida, a criança aprende a dominar um importante instrumento de socialização: a
linguagem, que age como um facilitador do processo de socialização, aumentando sua
possibilidade de experiência e trocas com o outro. Com o domínio do código da linguagem
a criança tem uma maior chance de interagir no mundo e ampliar sua socialização. É
também por meio da linguagem que a criança vai construir seu pensamento e estruturar a
memória, ganhando maior autonomia no pensamento e no próprio reconhecimento do seu
“eu”. Este é um importante passo para a constituição da identidade e sentimento de
individuação pela criança, que só se pode vislumbrar na identificação e diferenciação com
o “outro” com quem interage.
Conceituar a instituição familiar atualmente não é uma tarefa fácil, haja vista que
como instituição social ela se modifica culturalmente e socialmente seguindo o processo
histórico da qual a humanidade faz parte. Considerando esse processo, temos como
significado para a palavra família: Conjunto de pessoas, em geral ligadas por laços de
parentesco, que vivem sob o mesmo teto; pessoas do mesmo sangue ou não, ligadas
entre si por casamento, filiação ou mesmo adoção; parentes, parentela (MICHAELIS,
2022); núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o
mesmo espaço e mantém entre si relação solidária (HOUAISS, 2022).
A família não é algo natural, biológico, mas uma instituição criada pelos homens
em relação, que se constitui de formas diferentes em situações e tempos diferentes, para
responder às necessidades sociais. Sendo uma instituição social, possui também, para os
homens, uma representação que é socialmente elaborada e que orienta a conduta de seus
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membros. “[...] A família, qualquer que seja sua forma, constitui-se em torno de uma
necessidade material: a reprodução. Isso não significa que é necessário haver uma
determinada forma de família para que haja reprodução, mas que esta é condição para
existência da família” (REIS, 2001, p.102).
Quando a família tem plenas condições de assegurar os cuidados com seus filhos,
a sociedade e o Estado não intervêm. Contudo, se por algum motivo, a família “falha” em
relação a esses cuidados, a sociedade e o Estado podem intervir a fim de assegurar o
pleno desenvolvimento da criança/adolescente envolvido (SANTOS; DIAS, 2009).
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requer protegê-la, inclusive, da família, caso essa seja negligente. No entanto, a proteção
integral de crianças/adolescentes também envolve fazer o possível para preservar os
vínculos familiares.
Desta forma, a convivência familiar passa a ser uma prioridade e essa prioridade
passa a ser reforçada com a criação do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa
do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. O PNCFC
(2006) constitui um marco nas políticas públicas no Brasil, visa lançar luz sobre a
necessidade de olharmos para esse vínculo e investirmos no resgate deste, nas situações
de risco.
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Desta forma, a criança passa a ser vista, não mais de modo dissociado de sua
família. O lugar que a família ocupa na construção de sua subjetividade é reconhecido,
afinal, é na família onde construímos nossos primeiros vínculos afetivos, onde temos
referência de afeto, proteção e cuidado. Estando esta, estreitamente ligada ao pleno
desenvolvimento da criança, passa a ser vista, como um direito que deve ser protegido
pela sociedade e pelo Estado (RIZZINI, S/D). De acordo com Rizzini (S/D), o Estado zelar
pela criança/adolescente quando a família por algum motivo não conseguir fazer isso, não
mais significa substituir a família por algum equipamento estatal de “proteção” e sim
garantir os direitos da família, proporcionando a ela condições de se fortalecer e
desempenhar seu papel de protetora de seus filhos.
Infelizmente, na prática isso não tem ocorrido de forma efetiva. Quando uma
criança/adolescente sofre “negligência”, mesmo quando esta provém de um contexto de
doença mental dos pais, geralmente ela é afastada de sua família, como medida protetiva,
até que se resolva sua situação. Entre o afastamento e a resolução do problema, a criança
ficará em abrigos ou poderá fazer parte do programa família acolhedora. Embora esse
projeto se proponha a possibilitar que a criança/adolescente tenha convivência familiar, até
que se resolva sua situação, ele não consegue atender todas as crianças em situação de
risco. Desta forma, os abrigos continuam sendo uma realidade, onde as crianças são
deixadas e esquecidas.
Quando uma mãe é “negligente” nos cuidados com seu filho, devido a um
transtorno mental, é preciso pensar em como ajudar esta família, independente da decisão
que irá ser tomada. Embora, em muitos casos, o afastamento da criança/adolescente seja
a única alternativa, deve-se fazer o possível para a reestruturação familiar. Caso contrário,
apenas ficará a impressão, tanto para a criança, quanto para a família, de estarem sendo
punidas. Levando em conta o contexto familiar da criança, o ECA propõe medidas de apoio
para a família, como inclusão em programas de orientação, encaminhamento a tratamento
psicológico ou psiquiátrico, inclusão em programas assistenciais, etc.
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CONHECENDO OS DIREITOS
Lei 13.370/2016: Reduz a jornada de trabalho de servidores públicos com filhos autistas. A
autorização tira a necessidade de compensação ou redução de vencimentos para os
funcionários públicos federais que são pais de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro
Autista).
Lei 8.742/93: A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que oferece o Benefício da
Prestação Continuada (BPC). Para ter direito a um salário-mínimo por mês, o TEA deve
ser permanente e a renda mensal per capita da família deve ser inferior a ¼ (um quarto) do
salário-mínimo. Para requerer o BPC, é necessário fazer a inscrição no Cadastro Único
para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e o agendamento da perícia no
site do INSS.
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Lei 7.853/ 1989: Estipula o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração
social, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas,
disciplina a atuação do Ministério Público e define crimes.
Lei 13.977/2020: conhecida como Lei Romeo Mion, cria a Carteira de Identificação da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A legislação vem como uma resposta à
impossibilidade de identificar o autismo visualmente, o que com frequência gera obstáculos
ao acesso a atendimentos prioritários e a serviços aos quais os autistas têm direito, como
estacionar em uma vaga para pessoas com deficiência. O documento é emitido de forma
gratuita por órgãos estaduais e municipais. É importante ressaltar que as pessoas com
TEA têm os mesmos direitos garantidos a todos os cidadãos do país pela Constituição
Federal de 1988 e outras leis nacionais.
Lei 12.764/12: Lei Berenice Piana que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, que determina o direito dos autistas a um
diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde; o
acesso à educação e à proteção social; ao trabalho e a serviços que propiciem a igualdade
de oportunidades. Esta lei também estipula que a pessoa com transtorno do espectro
autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais. Isto é
importante porque permitiu abrigar as pessoas com TEA nas leis específicas de pessoas
com deficiência, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência (13.146/15), bem como nas
normas internacionais assinadas pelo Brasil, como a Convenção das Nações Unidas sobre
os Direitos das Pessoas com Deficiência (6.949/2000).
Lei 8.213/1991, no artigo 93, obriga a empresa com 100 (cem) ou mais empregados a
preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com
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Saúde mental da infância e adolescência : orientação para pais e educadores
Lei 13.146/2015 foi criada para promover, em igualdade de condições, todos os direitos e
liberdades fundamentais da pessoa com deficiência. Os artigos 4º, 5º e 88 desta mesma
lei declaram expressamente: Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade
de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de
discriminação. Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento
desumano ou degradante. Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em
razão de sua deficiência: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. § 1ºAumenta-
se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob cuidado e responsabilidade do
agente. §2 o Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido por
intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza: Pena –
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Para que seja possível a participação das crianças e adolescentes nas decisões
sobre sua saúde (bem como a participação dos responsáveis legais), há a necessidade de
esclarecimentos sobre a enfermidade, o prognóstico e os procedimentos diagnósticos e
terapêuticos a serem adotados, com os riscos, os benefícios (resultados esperados) e os
custos associados a cada uma das alternativas envolvidas. Essas informações devem ser
abrangentes e numa linguagem que possa ser entendida pelos pacientes e respectivas
famílias. Assim como as informações e orientações sobre os direitos das crianças e dos
adolescentes, que devem ser amplamente divulgadas sendo esclarecidas e
compreendidas por toda a sociedade para que seja garantido os direitos desse público.
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SOBRE OS AUTORES
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STHIENIFER BERGAMI
Nutricionista infantil e terapeuta alimentar. Formada em nutrição (Faculdade Salesiana de
Vitoria). Formação no Curso de Dificuldades alimentares na prática clínica e Seletividade
Alimentar (Instituto Edkarla Almeida). Curso: Novo protocolo de tratamento do Transtorno
Alimentar Restritivo Evitativo (TARE), do Hospital de Massachussets - Centro Paradigma
ciências do comportamento.
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SOBRE OS ORGANIZADORES:
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