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O Atendimento Pedagógico no Ambiente Hospitalar e Domiciliar

Jaqueline Francisco Fernandes1

A legislação brasileira garantirá na forma da lei o direito à educação no


ambiente hospitalar e domiciliar de crianças e adolescentes enfermos e/ou em estado de
internação hospitalar. A criança e o adolescente em condição de tratamento de enfermidades
e/ou que necessitem de internação hospitalar ficam desfavorecidos pelo sistema educacional
regular, além de acarretar prejuízos emocionais e sociais. A implementação da união entre
educadores pedagógicos capacitados e profissionais da área da saúde podem contribuir para a
humanização e supressão do sofrimento que pode vir a acometer e dificultar o quadro clínico
da criança/adolescente – pacientes.
As múltiplas facetas de um quadro clínico podem interferir negativamente no
desenvolvimento da criança e do adolescente que num determinado momento da vida se
pré-dispõe com uma doença e/ou enfermidade crônica que necessite de afastamento do
convívio escolar e social a que está inserido e por consequência precise de uma internação
hospitalar, esse ambiente pode se tornar rude, desprazeroso e triste, contudo a interação
colaborativa entre esse aluno/paciente, profissionais da educação, profissionais da saúde,
família e escola podem identificar condições positivas para seu fortalecimento cognitivo e
recriar movimentos de relacionamento saudável para a superação de sua enfermidade e do
seu quadro clínico e para o sucesso do seu processo ensino e aprendizagem.
Conforme DESSEN e POLONIA, (2007) o ambiente hospital não pode ser
considerado apenas como um ambiente de dor e de sofrimento, mas também de interações e
relações humanizadas e de recreação fundamental para o desenvolvimento infantil.
Desafio para o pedagogo que enfrenta diferentes transtornos emocionais no
ambiente hospitalar, pois a pedagogia hospitalar oferece assessoria e atendimento emocional
e humanístico tanto a aluno-paciente quanto a família, tendo várias modalidades
Hospitalização Escolarizada, Classe Hospitalar, a Pedagogia Domiciliar e o Atendimento a
criança em albergue ou casa de apoio.
A afetividade, a educação, o desenvolvimento da inteligência criam vínculos
para o enfrentamento e superação da criança e do adolescente e da família que se encontra
vulnerável e diante da realidade da doença.

1
Graduada em Licenciatura em Pedagogia, FACOS. Especialista em Atendimento Educacional Especializado,
UERGS. Graduanda em Bacharelado em Terapia Ocupacional, UNIFATECIE.
Atividades de humanização, lúdicas, musicalização e arte podem contribuir para
minimizar o sofrimento articulando condições para o desenvolvimento cognitivo pedagógico
do aluno-paciente doente e contribuir para a inter-relação familiar.
Como nos remete (RAFAELA; MARIA; TEIXEIRA, 2012, p. 1–10) o aluno
paciente de alta hospitalar e que enfrenta patologias crônicas, degenerativas, acidentes... Tem
seus direitos resguardados por lei para um atendimento domiciliar, supracitados na Resolução
SE nº 25, de 1º de abril de 2016. Para o sucesso do atendimento pedagógico domiciliar se faz
necessário a constante relação entre a família e a escola onde o aluno está matriculado.
E o professor que atuará neste ambiente domiciliar deverá estar conectado com
a escola de origem do aluno paciente, com a organização curricular da escola e da turma e
com a professora titular da classe para que não distancie e diferencie do que está sendo
trabalhado no contexto da sala de aula; nesse momento de condições vulneráveis na saúde do
aluno-paciente a relação concomitante entre escola e família ultrapassa os muros da escola e
nesse processo de escolarização a humanização e recreação integram as questões
educacionais e emocionais.

Referências:
BRASIL. Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial,
o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, 18 de novembro de 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar


: estratégias e orientações. Secretaria de Educação Especial. – Brasília : MEC ; SEESP,
2002. 35 p.

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