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BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Felipe Conzatti Dal Pozzo

ANÁLISE DO SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR TÉRMICO DE ÁGUA EM


UMA RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR NO SUL DO BRASIL

Porto Alegre

06/2022
1

Felipe Conzatti Dal Pozzo

ANÁLISE DO SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DA ÁGUA EM UMA


RESIDÊNCIA NO SUL DO BRASIL

Projeto de Pesquisa do Trabalho de Diplomação a ser


apresentado ao Departamento de Engenharia Mecânica
do Centro Universitário Ritter dos Reis, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Mecânica.
Orientador: Sérgio Luiz Telles Bartex

Porto Alegre

06/2022
2

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha família, em especial a minha mãe,


Claudia Conzatti e ao meu pai, Leandro Dal Pozzo que se fizeram tão importantes
para mim nessa jornada da minha vida e proporcionaram sempre as melhores
oportunidades para meu crescimento pessoal e profissional. A minha irmã por sempre
me trazer bons conselhos e ajudar a superar os obstáculos. Agradeço também a
minha namorada, Lays Oliveira, por sempre estar ao meu lado nos momentos bons e
nos momentos de crises que a graduação trouxe, seu apoio sempre foi muito
importante para mim. Gostaria também de agradecer alguém que vibra lá do céu e
gostaria muito de participar deste momento, minha vó materna, Celina Conzatti. E por
último agradeço ao meu orientador Sergio Bartex por todo auxílio prestado e sua
dedicação ao longo da graduação nas disciplinas ministradas, assim como na
orientação do trabalho de conclusão.
3

RESUMO

O presente trabalho busca dimensionar um sistema de aquecimento solar para uma


residência unifamiliar de 4 habitantes na cidade de Eldorado do Sul e analisar
melhorias que possam ser implementadas no sistema instalado atualmente, com a
premissa de reduzir a utilização de fontes energéticas não renováveis. Para realizar o
estudo de dimensionamento foi utilizado metodologia de cálculo apresentada pela
NBR 15569:2020, sendo necessário dados como radiação solar, temperatura média,
eficiência dos coletores utilizados, inclinação do telhado e orientação geográfica. A
dimensão do sistema ideal é necessária aproximadamente 240% a medida de área
de coletores instalados, mostrando ineficiência do sistema para os períodos de
temperaturas mais baixas. O sistema calculado conforme recomendações da norma
possui fração solar de 70%, isso significa que necessitará de no máximo 30% de fonte
auxiliar de energia, diminuindo despesas com fontes de aquecimento da água e
consequentemente reduzindo as emissões de CO2 por se tratar de energia
proveniente do sol, uma fonte renovável.
Palavras-chave: Aquecimento. Coletor solar. Energia renovável. Eficiência.
4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: irradiação solar e duas componentes especificas: A direta (Gdir) e a difusa


(Gdif) antes e após atravessar a atmosfera. ............................................................ 14
Figura 2: Irradiação solar – Brasil (a) / Irradiação solar – Alemanha (b). Média anual
da radiação global incidente no plano horizontal. ..................................................... 15
Figura 3: Incidência solar durante o ano .................................................................. 17
Figura 4: Sistema de aquecimento solar .................................................................. 18
Figura 5: Coletor de placa plana e suas camadas. ................................................... 19
Figura 6: Tubo coletor evacuado. ............................................................................. 20
Figura 7: Sistema fotovoltaico instalado no telhado de uma residência. ................... 23
Figura 8: Localização da Residência. ....................................................................... 30
Figura 9: Ângulo de inclinação dos coletores. .......................................................... 31
Figura 10: Orientação geográfica dos coletores. ...................................................... 32
Figura 11: Controlador de temperatura .................................................................... 34
Figura 12: Fixação coletor solar ............................................................................... 36
Figura 13: Reservatório térmico instalado na residência .......................................... 37
Figura 14: Coletor solar instalado na residência....................................................... 41
Figura 15: A) Temperatura do coletor B) temperatura do reservatório ..................... 42
5

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Irradiação do sol na Terra entre 2000 e 2016. ........................................ 13


Gráfico 2: Irradiação solar mensal no RS ................................................................ 16
Gráfico 3: Potência instalada por estado................................................................. 16
6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Componentes do sistema de aquecimento solar...................................... 22


Tabela 2: Captura de tela do “RETScreen” com os dados de radiação solar e
temperatura média para o local de instalação ......................................... 33
Tabela 3: Consumo de cada aparelho e consumo total da residência. .................... 35
Tabela 4: Tabela de eficiência energética do coletor solar. ..................................... 38
7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………… 10

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA…………………………………………… 10

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA…………………………………………… 11

1.2.1 Objetivo geral…………………………………………………………… 11

1.2.2 Objetivos específicos…………………………………………………. 11

1.3 JUSTIFICATIVA…………………………………………………………. 12

2 REVISÃO DE LITERATURA…………………………………………... 13

2.1 RADIAÇÃO SOLAR...........................…………………………………. 13

2.1.1 Potencial energético no Brasil………………………………………. 14

2.1.2 Potencial energético no RS…………………………………………... 15

2.1.3 Ângulo solar...........................…………………………………............ 17

2.2 EQUIPAMENTO TERMOSOLAR……………………………………… 17

2.2.1 Tipos de coletores........................…………………………………..... 19

2.2.2 Ângulo e orientação geográfica de instalação……………………. 20

2.2.3 Eficiência dos coletores………………………………………………. 20

2.2.4 Temperatura de operação do sistema……………………………… 21

2.2.5 Componentes do sistema…………………………………………….. 21

2.3 ENERGIA FOTOVOLTAICA...............………………………………… 22

2.4 NORMATIZAÇÃO BRASILEIRA……………………………………….. 23

2.5 CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO................................................ 24

2.5.1 Fração solar...........................…………………………………............ 26

2.6 SUSTENTABILIDADE…………………………………………………… 27
8

2.7 ESTADO DA ARTE……………………………………………………… 27

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS…………………………….. 29

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA…………………………………. 29

3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA………………………………………… 29

3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS…………. 30

3.3.1 Nível...........................…………………………………......................... 31

3.3.2 Bússola....................………………………………….......................... 32

3.3.3 RetScreen....................…………………………………....................... 33

3.3.4 Controlador de temperatura…………………………....................... 34

3.3.5 Consumo de água quente………………………….......................... 34

3.4 LOCAL E SISTEMA DE AQUECIMENTO ………………………....... 36

3.4.1 Local de instalação …………………….…………………………...... 36

3.4.2 Sistema de aquecimento ……………………………….................... 37

4 RESULTADOS…………………………………………………………… 39

4.1 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS……………………….. 39

4.1.1 Cálculo de dimensionamento ideal…………………………………. 39

4.1.1.1 Consumo diário de água quente……………………………………….. 39

4.1.1.2 Volume do armazenamento…………………………………………….. 39

4.1.1.3 Energia útil e perdas…………………………………………………….. 40

4.1.1.4 Fator de correção da instalação……………………………………….. 40

4.1.1.5 Área coletora.……………………………………………………………. 41

4.2 SISTEMA INSTALADO………………………………………………… 41

4.2.1 Avaliação de melhorias………………………………………………. 43

4.2.1.1 Redução das perdas de energia do sistema………………………… 43


9

4.2.1.2 Redução das perdas de energia do sistema………………………… 43

4.3 DIMENSIONAMENTO PARA PERIODO SAZONAL DO ANO…….. 44

4.3.1 Mês de maior incidência solar………………………………………. 44

4.3.2 Mês de menor incidência solar……………………………………… 44

4.4 CÁLCULO DE EFICIÊNCIA DO COLETOR INSTALADO…………. 45

5 CONCLUSÃO…………………………………………………………… 46

5.1 CONCLUSÕES DO PRESENTE TRABALHO DE PESQUISA…….. 46

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS……………………… 47

REFERÊNCIAS………………………………………………………… 48
10

1 INTRODUÇÃO

O aquecimento de água para banho no Brasil é em sua maioria através da


utilização de energia elétrica, um grande vilão no consumo de energia residencial.
Segundo ELETROBRAS (2007), aproximadamente 6% da energia produzida em todo
país é consumida somente por chuveiro elétrico e no Brasil mais de 70% dos
domicílios possuem pelo menos um chuveiro elétrico.
De acordo com (CABRAL et al., 2013), o Brasil possui grande potencial
energético solar e com o passar dos anos tem aproveitado cada vez mais essa
capacidade de produção no uso residencial com o uso de equipamento de sistema de
aquecimento solar da água, devido à grande exposição solar, aproximadamente 280
dias do ano, o Brasil é um país com abundância de sol e que pode ser aproveitado
para uso de energias renováveis.
O sistema de aquecimento solar para água de banho em residências ainda é
pouco utilizado no Brasil, mas possui um potencial muito grande para sua utilização e
inúmeros benefícios quando comparado a outros sistemas de aquecimento
convencionais, conforme apresentado por BRASIL (2016). Além de vantagens
econômicas, a principal vantagem apresentada pelo sistema de aquecimento solar é
a sustentabilidade devido a zero emissão de qualquer tipo de poluente e utilização
apenas da energia do Sol.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

O potencial energético solar para geração de energia está em crescente


aproveitamento e nos últimos anos o uso da energia solar no Brasil tem crescido ao
redor de 300% ao ano e o Rio Grande do Sul ocupa a segunda posição nacional em
aproveitamento desta energia, segundo a UERGS (2018).
Em uma residência unifamiliar, uma das maiores fontes de consumo de energia
é para aquecimento da água de banho e diferentes matrizes energéticas são
utilizadas, com previsão de até 2050 o sistema de aquecimento solar representar
20,2% para uso de aquecimento residencial, atualmente representa apenas 8,7%,
segundo BRASIL (2016).
11

Em vista do exposto, este trabalho se propõe a buscar por respostas para a


seguinte questão de pesquisa: Qual a forma correta de dimensionar um sistema de
aquecimento solar para uma residência e de que forma pode-se maximizar o
aproveitamento solar para aquecimento de água para uma residência?

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

Os objetivos do presente trabalho foram divididos em objetivo geral e objetivos


específicos, os quais são apresentados a seguir.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é analisar a instalação de um sistema solar


térmico para aquecimento de água em uma residência unifamiliar em Eldorado do Sul
– RS. Com isso pretende-se verificar se o dimensionamento e a instalação do
equipamento estão corretos, e se há pontos de melhoria a serem aplicados à
instalação

1.2.2 Objetivos específicos

A. Buscar nas Normas e bibliografias adequadas as melhores práticas para a


instalação e manutenção do sistema;

B. Dimensionar sistema de aquecimento para uma residência unifamiliar em


Eldorado do Sul;

C. Identificar possíveis problemas no sistema e sua influência na eficiência;

D. Avaliar possíveis otimizações para melhorar eficiência nos períodos mais frios
do ano.
12

1.3 JUSTIFICATIVA

O Brasil é um país privilegiado em termos de radiação solar, afirma o (CABRAL


et al., 2013), por conta disso, vem-se investindo muito nos últimos anos nesse setor,
visando reduzir o consumo de energia não renovável. Nos últimos anos o uso da
energia solar no Brasil tem crescido ao redor de 300% e até 2050 é a fonte energética
que mais crescerá no mundo, segundo UERGS (2018).
Pensando em sustentabilidade e economia foi instalado um sistema de
aquecimento solar da água em uma residência na cidade de Eldorado do Sul - RS.
Porém, de acordo com o proprietário da residência foi relatado que em determinados
períodos do ano e em algumas condições específicas de uso o sistema não atendeu
a necessidade esperada. Com base nesse relato, pretende-se verificar se o sistema
foi corretamente dimensionado e, se possível, sugerir possíveis melhorias que podem
ser atribuídas.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

Dentre os materiais pesquisados sobre o tema, verificou-se existir um número


significativo de informações relevantes, por se tratar de um assunto relacionado à
sustentabilidade e estar em desenvolvimento no mundo inteiro.

2.1 RADIAÇÃO SOLAR

De acordo com a UERGS (2018), os dados para montar o potencial energético


solar são feitos através de estudos coletados em diferentes regiões do país em
diferentes períodos. No Brasil os dados brutos são fornecidos pelo Instituto Nacional
de Meteorologia.
A irradiação do sol não é constante com o tempo, pois oscila, como pode-se
observar no Gráfico 01, de irradiação solar entre os anos 2000 e 2016.

Gráfico 1: Irradiação do sol na Terra entre 2000 e 2016.

Fonte: NASA (2018 apud UERGS, 2018).


14

O valor da constante solar adotado atualmente é 1361 W/m², mas esse valor pode
ser influenciado pela atmosfera terrestre, ângulo solar, posição geográfica, conforme
é possível observar na Figura 1, duas componentes especificas: A direta (Gdir) e a
difusa (Gdif).

Figura 1: irradiação solar e duas componentes especificas: A direta (Gdir) e a difusa (Gdif)
antes e após atravessar a atmosfera.

Fonte: UERGS (2018)

2.1.1 Potencial energético no Brasil

Conforme descrito por (CABRAL et al., 2013), o Brasil possui um ótimo


potencial energético pela abundante radiação solar e grande exposição solar, onde
em média tem 280 dias de sol no ano, quando comparado a outros países o Brasil
apresenta uma grande vantagem na maioria das vezes, a Alemanha na sua melhor
localização possui menor potencial energético que o Brasil na região de menor
aproveitamento, conforme pode-se observar na Figura 01, onde compara a irradiação
solar entre Brasil e Alemanha.
15

Figura 2: Irradiação solar – Brasil (a) / Irradiação solar – Alemanha (b). Média
anual da radiação global incidente no plano horizontal.

Fontes: SALAMONI e RÜTHER (2007)

2.1.2 Potencial energético no RS

Segundo UERGS (2018), o Rio Grande do Sul tem desempenhado um grande


papel para o desenvolvimento da energia solar no país desde os anos 70, quando
surgiu um desenvolvimento de pesquisa na universidade federal do Rio Grande do
Sul e foi descoberto o tamanho do potencial energético do estado.
De acordo com UERGS (2018), apesar do estado possuir as quatro estações
bem definidas e estar situado mais ao sul do país, ainda assim possui um gigante
potencial energético solar, comprovado conforme Gráfico 02:
16

Gráfico 2: Irradiação solar mensal no RS

Fonte: UERGS (2018)

O estado do Rio Grande do Sul vem se destacando no setor de energia solar


por possuir a segunda maior potência solar fotovoltaica instalada até fevereiro de
2018, segundo UERGS (2018), conforme pode ser conferido no Gráfico 03, onde 50%
da potência fotovoltaica instalada pertence apenas a 3 estados, MG, RS e SP.

Gráfico 3: Potência instalada por estado

Fonte: UERGS (2018)


17

2.1.3 Ângulo solar

Essa angulação se deve ao deslocamento que a terra percorre em torno do sol,


provocando ângulo de incidência maiores para algumas um hemisfério em
determinado período do ano e menor para outro no mesmo período, conforme é
possível observar na Figura 3:

Figura 3: Incidência solar durante o ano

Fonte: UERGS (2018)

2.2 EQUIPAMENTO TERMOSOLAR

O sistema de aquecedor solar é constituído basicamente de placas coletoras e


reservatório térmico, conforme KRENZINGER E LAFAY (2002).
As placas podem ser contidas por tubos de vidro com isolamento a vácuo com
eficiência média de 70% na capacidade de absorção da energia solar para cumprir
com o seu papel de aquecer a água, conhecido como sistema de baixa pressão, mas
também existem as placas coletoras de alta pressão e isolamento térmico em lã de
PET. Seu funcionamento acontece através da diferença da densidade entre a água
quente e fria que faz o sistema circular a água ou através de uma bomba que força a
circulação por um diferencial de temperatura entre o reservatório e os coletores, afirma
18

TAVARES E SOUSA (2019). Na Figura 2 pode ser observado uma breve


demonstração do sistema de aquecimento solar.

Figura 4: Sistema de aquecimento solar

Fonte: NBR 15569:2020

O ângulo de inclinação de instalação das placas coletoras possui grande


influência no funcionamento do sistema devido a diversos fatores, como a incidência
da radiação solar, por esse motivo é recomendado o mesmo ângulo da latitude do
local onde está sendo instalado. Outro fator é que por conta de seu funcionamento
ocorrer de forma natural por diferença de densidade por conta da temperatura, quando
não é utilizada bomba de circulação, é necessário ter alguma inclinação para ocorrer
a circulação natural, de acordo com NBR 15569:2020.
O reservatório térmico, conhecido como boiler, é um cilindro na maioria das
vezes de polipropileno, isolados termicamente com poliuretano, mas podendo ser de
inox e cobre. Sua função é manter a temperatura da água estável, não deixando trocar
calor com o ambiente, para que não haja perda de eficiência do sistema. A água
quente, menos densa, fica na parte de cima do reservatório, sendo assim a saída da
água para consumo na parte de cima do boiler, fazendo com que seja necessário ele
estar sempre no nível máximo de capacidade para o sistema estar em funcionamento,
conforme descrito por PORTAL SOLAR (2021).
De acordo com a tese de LOPO (2010), o sistema de aquecimento solar possui
diferentes modelos, mas todos possuem o mesmo princípio de funcionamento, com o
19

aquecimento do sol, porém uns com maiores eficiências, outros com maior custo-
benefício.

2.2.1 Tipos de coletores

De acordo com a DUFFIE E BECKMAN (2013), os coletores são divididos em


dois grupos: Os concentradores e os estacionários. Os concentradores focam a
irradiação solar em uma área menor, concentrando mais energia em uma menor área
e os estacionários são os conhecidos como placa plana e o de tubo evacuado.
De acordo com KOMECO (2021), o princípio de funcionamento dos coletores
existentes no são muito parecidas, atualmente possui 2 tipos de coletores comerciais
que mais são utilizados em residências: Coletor solar de placa plana e coletores a
vácuo.
O coletor de placa plana possui cobertura transparente de vidro ou plástico que
aproveita o efeito estufa, é constituído por uma série de tubos de cobre que absorvem
a radiação solar através da placa de absorção e transmite para a água que circula o
interior do equipamento, conforme Figura 5:

Figura 5: Coletor de placa plana e suas camadas.

Fonte: Komeco, 2021

O coletor evacuado é composto por tubos de vidro com dupla camada isolados
termicamente a vácuo, na camada interna possui superfície seletiva para maior
20

absorção da radiação solar, aquecendo a água que está passando na sua parte
interna. O vácuo não permite transferência de calor, por isso após absorver a
irradiação solar o fluido se mantem aquecido até voltar ao reservatório. É possível
observar sua construção na Figura 6:

Figura 6: Tubo coletor evacuado.

Fonte: Komeco, 2021

2.2.2 Ângulo e orientação geográfica de instalação

De acordo com a NBR 15569:2020, o ângulo recomendado de instalação das


placas coletoras para maior eficiência do sistema deverá ser o mesmo grau da latitude
do local acrescido de 10 graus, para que tenha o maior aproveitamento do sistema
nos meses mais frios. Na região de Porto Alegre a inclinação recomendada para o
sistema, portanto, é de 40 graus em relação à horizontal.
A orientação geográfica adequada no hemisfério sul para qualquer sistema que
utilize irradiação solar como fonte de energia é sempre voltada para o norte, segundo
RIO GRANDE DO SUL (2018). É recomendado que tenha no máximo de 30 graus de
desvio em relação ao norte geográfico.

2.2.3 Eficiência dos coletores

De acordo com Lafay (2005) para calcular a eficiência do coletor solar é


utilizada a equação 7:
21

𝒬̇𝑢 𝑚̇ × 𝐶𝑝 × (𝑇𝑠 − 𝑇𝑒 )
𝜂= =
𝐴𝑐 × 𝐺 𝑇 𝐴𝑐 × 𝐺 𝑇
Eq. 1

Na qual,
𝜂: Eficiência do coletor solar, em (%)
𝒬𝑢̇ : Calor útil, em (W)
𝐴𝑐 : Area coletora, em (m²)
𝐺𝑇 : Energia da radiação solar sobre a superfície do coletor, em (W/m²)
𝑚̇: Vazão mássica, em (kg/s)
𝐶𝑝 : Calor específico da água, em quilojoules por quilograma grau Celsius (J/kg.ºC);
𝑇𝑠 : Temperatura de saída, em (°C)
𝑇𝑒 : Temperatura de entrada, em (°C)

Segundo o INMETRO (2017), através de seus testes e cálculos em condições


ideais, os coletores de vidro com a com isolamento a vácuo possuem eficiência média
de 70%, um conjunto de 2,8 m² de área possui uma produção mensal média de 240
kWh no Brasil. Esse valor pode variar em função da irradiação no período de testes.

2.2.4 Temperatura de operação do sistema

De acordo com TAVARES (2019) o sistema de aquecimento solar quando em


operação pode atingir temperaturas elevadas, chegando a mais de 80º Celsius nos
coletores solares e chegou aproximadamente a 45º Celsius no reservatório em testes
realizados. Fatores como influência do clima, incidência solar e localização
influenciam na temperatura do sistema de aquecimento solar.

2.2.5 Componentes do sistema

De acordo com a NBR 15569:2020 o sistema de aquecimento solar deve conter


os diversos componentes, como pode-se ver na Tabela 1:
22

Tabela 1: Componentes do sistema de aquecimento solar

Componente Função
Coletor solar Converter energia solar em energia térmica
Reservatório Armazenar água aquecida
Controlador de temperatura Acionar motobomba por diferencial de temperatura
Dispositivo de expansão Proteção do sistema durante o funcionamento
Dreno Possibilitar o escoamento do sistema
Motobomba Circulação forçada da água no sistema
Respiro Permitir saída de vapor do sistema
Sensor de temperatura Medir a temperatura nos coletores e no reservatório
Válvula de segurança Aliviar pressão no sistema caso
Válvula de retenção Não permitir o movimento reverso da água
Válvula eliminadora de ar Permitir a saída de ar no sistema
Válvula quebra vácuo Aliviar pressões negativas
Tubos e conexões para alta Canalizar a água entre reservatório e coletores
temperatura

Fontes: Adaptado de NBR 15569:2020

2.3 ENERGIA FOTOVOLTAICA

De acordo com GALDINO E LIMA (2002) geração de energia fotovoltaica


acontece através da conversão da radiação solar em energia elétrica, gerada a partir
da diferença do potencial elétrico nas fases opostas dos semicondutores dos painéis,
esse efeito é chamado de fotovoltaico. Essa fonte energética está crescendo no Brasil
e no mundo devido a procura por fontes renováveis de energia e por se tratar de uma
fonte de geração proveniente do sol, sem emissão de gases do efeito estufa.
Existem 2 tipos de sistema, on grid, onde o sistema fica ligado à rede de
fornecimento da concessionaria de energia local, e off grid, onde o sistema fica ligado
somente a residência e armazena a energia em baterias. Na figura 7 é possível
observar a instalação do sistema fotovoltaico no telhado de uma residência.
23

Figura 7: Sistema fotovoltaico instalado no telhado de uma residência.

Fonte: Autor, 2022

2.4 NORMATIZAÇÃO BRASILEIRA

A associação brasileira de normas técnicas, ABNT, possui uma norma


referente ao sistema de aquecimento solar, a NBR 15569:2020, sistema de
aquecimento solar de água em circuito direto – requisitos de projeto e instalação.
De acordo com NBR 15569:2020, traz como escopo requisitos de projeto e
instalação para o sistema de aquecimento solar, considerando aspectos de
concepção, dimensionamento, arranjo hidráulico, instalação e manutenção de sistema
composto por coletor(es) e reservatório(s) com circulação forçada ou termossifão.
24

2.5 CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO

O volume de consumo de água aquecida pode ser calculado com a equação 2:

𝑉𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = ∑(𝒬𝑝𝑢 × 𝑇𝑢 × 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑠𝑜)

Eq. 2

Onde:
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 : Volume de água quente consumida diariamente, em litros (L);
𝒬𝑝𝑢 : Vazão do aparelho, em litros por minuto (L/min);
𝑇𝑢 : Tempo médio de utilização, em minutos (min);

Já o volume do armazenamento de água quente pode ser calculado pela


equação 3:

𝑉𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 × (𝑇𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 − 𝑇𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 )


𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =
(𝑇𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 − 𝑇𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 )
Eq. 3

Onde:
𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 : Volume do reservatório de água quente, em litros (L);
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 : Volume de água quente consumida diariamente, em litros (L);
𝑇𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 : Temperatura de utilização, em graus Celsius (ºC);
𝑇𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 : Temperatura ambiente média anual do local de instalação, em graus Celsius
(ºC);
𝑇𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 : Temperatura de armazenamento da água quente, em graus Celsius
(ºC).
25

A energia útil, em kWh/mês, pode ser calculada pela equação 4:

𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 × 𝜌 × 𝐶𝑝 × (𝑇𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 − 𝑇𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 )


𝐸ú𝑡𝑖𝑙 = × 30 𝑑𝑖𝑎𝑠
3600
Eq. 4

Onde:
𝐸ú𝑡𝑖𝑙 : Energia útil, em quilowatts por mês (kWh/mês);
𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 : Volume do reservatório de água quente, em litros (L);
𝜌: Massa específica da água, em quilogramas por litro (kg/L);
𝐶𝑝: Calor específico da água, em quilojoules por quilograma grau Celsius (kJ/kg.ºC);
𝑇𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 : Temperatura ambiente média anual do local de instalação, em graus Celsius
(ºC);
𝑇𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 : Temperatura de armazenamento da água quente, em graus Celsius
(ºC).

A área total de coletores, em m², pode ser calculada pela equação 5:

(𝐸ú𝑡𝑖𝑙 + 𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 ) × 𝐹𝐶𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 × 4,89


𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟𝑎 =
𝑃𝑀𝐸𝐸 × 𝐼𝐺
Eq. 5

Onde:
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟𝑎 : Área coletora, expressa em metros quadrados (m²);
𝐸ú𝑡𝑖𝑙 : Energia útil, em quilowatts por mês (kWh/mês);
𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 : Perda de energia do sistema, em quilowatts por mês (kWh/mês);
𝐹𝐶𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 : Fator de correção para inclinação e orientação do coletor;
𝑃𝑀𝐸𝐸: Produção média mensal de energia específica do coletor solar, em quilowatts
hora por mês por metro quadrado (kWh/(mês.m²);
𝐼𝐺 : Irradiação solar média anual diária para o local da instalação, em quilowatts por
metro quadrado (kWh/m²).
26

A energia de perdas do sistema, em kWh/mês, pode ser calculada pela


equação 6:

𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 0,15 × 𝐸ú𝑡𝑖𝑙


Eq. 6

Onde:
𝐸ú𝑡𝑖𝑙 : Energia útil, em quilowatts por mês (kWh/mês);
𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 : Perda de energia do sistema, em quilowatts por mês (kWh/mês);

Já o fator de correção para de instalação pode ser calculado pela equação 7:

1
𝐹𝐶𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 =
1 − [1,2 × 10−4 × (𝛽 − 𝛽ó𝑡𝑖𝑚𝑜 )2 + 3,5 × 10−5 × 𝛾 2 ]
Eq. 7

Onde:
𝐹𝐶𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 : Fator de correção para inclinação e orientação do coletor;
𝛽: Inclinação do coletor em relação ao plano horizontal, em graus (º);
𝛽ó𝑡𝑖𝑚𝑜 : Inclinação ideal do coletor para o local de instalação, em graus (º)
𝛾: Ângulo de orientação dos coletores em relação ao norte geográfico, em graus (º).

Com essas equações apresentadas é possível dimensionar um sistema de


aquecimento solar, como volume do armazenamento e área coletora necessária para
suprir a demanda energética.

2.5.1 Fração solar

De acordo com DUFFIE e BECKMANN (2013) fração solar é definido como a


razão entre a energia térmica fornecida pelos coletores e a energia necessária para
suprir a demanda de água quente. A NBR 15569:2020 recomenda fração de 70% e
quando aplicável sistema de aquecimento auxiliar deve priorizar o aquecimento solar,
utilizando o auxiliar apenas como apoio.
27

2.6 SUSTENTABILIDADE

A ONU tem como um de seus objetivos promover desenvolvimento sustentável


no mundo, para isso foi desenvolvido pela ONU (2015) a Agenda 2030, nela possui
17 objetivos específicos. O objetivo 7 diz respeito a energia sustentável acessível para
todos, onde salienta a importância do crescimento das matrizes energéticas
renováveis e até 2030 demanda reforçar a cooperação internacional para facilitar o
acesso a pesquisa tecnológica para desenvolvimento de energia limpa, promovendo
investimento no setor.

2.7 ESTADO DA ARTE

No trabalho apresentado por YAMADA (2021) foi realizado um


comissionamento de sistemas prediais de água quente, visando melhores
desempenhos e reduções dos impactos ambientais. Foi apresentado o sistema de
aquecimento solar térmico, onde o autor comenta sobre a necessidade de um sistema
auxiliar de aquecimento para os períodos em que não houver insolação suficiente e
sugere a utilização de materiais isolantes nas tubulações, utilização de reservatórios
com melhor isolamento térmico, redução da extensão e aumento dos tubos para uma
melhor otimização na eficiência do sistema.
CASCAES (2019) propôs estudar a aplicação de sistema solar térmico em
indústrias, para melhor sustentabilidade. Para isso o autor identificou setores da
indústria que utilizam faixas de temperatura que operam os coletores térmicos,
consumo energético e analisou irradiação solar média anual em cada região. Após
diversas analises o autor citou que os coletores de placas planas são principalmente
instalados para pré-aquecimento da água que abastece as caldeiras.
No trabalho desenvolvido por MAGALHÃES E MORENO (2021), foi
dimensionado um sistema de aquecimento solar de placa plana para uma residência
em Brasília devido a busca por tecnologias renováveis e eficientes. Foi utilizado pelo
autor a NBR 15569:2020 como método de dimensionamento, assim foi possível
concluir que com o dimensionamento correto do sistema aplicado deve ser capaz de
suprir a demanda de água aquecida na residência.
28

KRENZINGER E LAFAY (2002), estudam dimensionamento solar térmico


utilizando gás GLP como energia auxiliar para aquecimento da água e analisado
através de dados computadorizados. Os resultados globais obtidos pelos autores
demonstraram que o sistema em conjunto tem um ótimo desempenho térmico e deve
ser considerado como uma opção na hora de selecionar o aquecedor para uma
residência.
Devido ao crescente aumento na demanda energética, a busca por
sustentabilidade tem se tornado um dos principais desafios da sociedade atual de
acordo com TAVARES E SOUSA (2019). Os autores elaboraram simulação e análise
de um sistema solar térmico, onde foi avaliado efeitos da tubulação e influência do
vento na eficiência do sistema. Para o sistema instalado e analisado, o autor
evidenciou redução de 58% na eficiência quando influenciado pelo vendo na região
do triangulo mineiro.
29

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo será descrito o procedimento metodológico que foi utilizado para
analisar o potencial térmico solar para inserção de um sistema de aquecimento solar
da água em uma residência no sul do Brasil e formas de otimização de seu
desempenho.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Esta pesquisa se caracteriza sendo do tipo prática, “Destinada a intervir


diretamente, na realidade, a teorizar práticas, a produzir alternativas concretas, a
comprometer-se com soluções. Pode ser questionadora, produtiva de conhecimento,
para além de mero lugar de aplicação da teoria. A prática tem lugar próprio, embora
sempre dialeticamente imbricado na teoria, correspondendo sobretudo ao intento
inovador da ciência, que pretende não esgotar-se na compreensão da realidade, mas
transformá-la.” (DEMO, 2002, P. 38)

Foi constatado através da literatura e embasamento teórico, dados e


fundamentos para que se comprovasse nos procedimentos práticos a eficácia da
utilização do equipamento apresentado ao longo do trabalho.

3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Essa pesquisa se delimitou a cidade de Eldorado do Sul, onde foi utilizado


como modelo uma residência com sistema de aquecimento solar instalado. A cidade
fica localizada em posição geográfica: Latitude: 29° 59' 51.5'' Sul, Longitude: 51° 18'
41.5'' Oeste. Na imagem de satélite está representada a localização da residência no
ponto azul, como pode-se ver na Figura 8.
30

Figura 8: Localização da Residência.

Fonte: Google Earth (2022)

A cidade de Eldorado do Sul pertence ao estado do Rio Grande do Sul e


apresenta um clima subtropical úmido, que por sua vez tem grande variabilidade ao
longo do ano, podendo ter temperaturas próximas de zero no inverno e passa dos
quarenta graus no período do verão.

3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS

Para seguir a metodologia de dimensionamento da NBR 15569:2020 são


necessários diversos dados de entrada, como orientação geográfica, ângulo de
inclinação do telhado, vazão de consumo, temperatura de consumo, temperatura de
armazenamento, temperatura ambiente média anual no local de instalação e
irradiação média anual diária. Todas as informações são relacionadas a localização
onde está sendo avaliada a instalação, assim como os padrões de consumo da família
utiliza o sistema.
31

3.3.1 Nível

Para realizar a aferição do ângulo de inclinação do telhado foi utilizado o


aplicativo “Nível”, versão 3.31 instalado em um dispositivo móvel Samsung Galaxy
S10e com uma plataforma Android versão 12. Com o aferidor de angulação do telhado
pode-se obter dados para aplicação na equação 6, fator de correção da instalação, o
valor obtido pelo aferidor é o 𝛽 presente no cálculo.

Para realizar a medida da angulação do telhado foi necessário subir ao telhado


com uma escada e obter uma superfície plana para apoiar o instrumento de medida,
dessa forma foi observado que o ângulo de inclinação dos coletores instalados possui
26° em relação ao plano horizontal, conforme pode-se observar na Figura 9:

Figura 9: Ângulo de inclinação dos coletores.

Fonte: Autor, 2022


32

3.3.2 Bússola

Para verificação da posição geográfica de forma precisa, foi utilizado o


aplicativo “Compass”, versão 8.6.1 instalado em um dispositivo móvel Samsung
Galaxy S10e com Android versão 12. Para a verificar a orientação geográfica foi
necessário subir ao telhado e posicionar o instrumento de medição na orientação do
telhado. A orientação solar do telhado em questão é norte, com um pequeno desvio
de 20° em relação ao norte magnético, conforme pode ser observado na Figura 10:

Figura 10: Orientação geográfica


dos coletores.

Fonte: Autor, 2022


33

3.3.3 RetScreen

Para calcular o dimensionamento do sistema de aquecimento solar é


necessário obter a temperatura ambiente média anual e o índice de radiação solar
diária média anual, dado obtido no programa “RETScreen”, desenvolvido pelo governo
do Canadá com objetivo de gerenciamento de energia limpa. Na Tabela 02 pode ser
observado dados de radiação solar e temperatura ambiente para o local da instalação.

Tabela 2: Dados de radiação solar e temperatura média para o local de instalação

Mês Temperatura ambiente (°C) Radiação solar diária (kWh/m²)


Janeiro 24,7 5,97
Fevereiro 24,3 5,5
Março 23 4,67
Abril 20,2 3,86
Maio 17,1 2,92
Junho 14,8 2,42
Julho 14,3 2,83
Agosto 15,1 3,33
Setembro 16,5 4,08
Outubro 18,6 5,25
Novembro 21 6,03
Dezembro 23,6 6,5
Média Anual 19,4 4,4

Fonte: Adaptado de RETScreen (2022)

De acordo com a Tabela 02 a temperatura média anual ambiente para o local


da instalação é 19,4°C e a radiação solar média anual diária é 4,44 kWh/m².
A temperatura média anual é obtida através da soma das temperaturas
mensais dividida por 12 meses, ela é importante para calcular a quantidade de energia
necessária a ser transformada em calor.
O índice de radiação solar média anual diária é um dado necessário para poder
dimensionar a área dos coletores, esse índice pode ser encontrado na NBR
15569:2020 de diferentes regiões do país, mas é recomendada a utilização de valores
34

fornecidos por órgãos competentes. A radiação solar é a quantidade de energia solar


que determinado local no planeta está recebendo, esse valor é obtido em kWh/m²,
isso significa que se tem uma unidade de energia (kWh) por unidade de área (m²).

3.3.4 Controlador de temperatura

O sistema instalado atualmente possui controlador de temperatura da marca


“Tholz” modelo MMZ, é projetado para aplicação de aquecimento solar, atuando
através do diferencial de temperatura entre o reservatório e o coletor, comandando a
bomba de circulação. O instrumento possui duas entradas para sensor de temperatura
da água, com resolução decimal 0,1°C e faixa de temperatura de -19,9°C a 99,9°C.
Conforme pode ser observado na Figura 11 o controlador de temperatura:

Figura 11: Controlador de


temperatura

Fonte: Autor, 2022

3.3.5 Consumo de água quente

A vazão de cada equipamento é importante para estimar o consumo de água


quente por dia, para isso foi utilizado um recipiente com 10 litros de volume e
35

cronometrado o tempo que demora para completar esse recipiente, foi repetido o
processo 5 vezes por aparelho e realizado a média de tempo. A aferição foi realizada
em todos os aparelhos que utilizam água aquecida. Após isso calcular a vazão média
em litros por minuto (L/min). Após saber quanto cada equipamento consome, foi
avaliado o tempo de utilização diária de cada um dos aparelhos, conversando com o
dono da residência e entendendo o perfil de uso de cada um dos habitantes foi
possível se aproximar de tempos reais de uso, para assim poder calcular o consumo
de água quente total no dia. O cálculo leva em consideração a quantidade de pessoas
na residência, prevendo que todas as pessoas utilizarão todos os equipamentos,
conforme pode-se ver na Tabela 3 apresentada a seguir, a somatória de consumo dos
equipamentos multiplicado pelo número de habitantes da residência, tendo como
consumo médio diário total de 560 litros de água aquecida.

Tabela 3: Consumo de cada aparelho e consumo total da residência.

Quantidade Consumo total


Consumo Tempo de uso por
Item Aparelho de pessoas da residência
(L/min) min/pessoa/dia
na residência (L)
1 Chuveiro 10 10 4 400
Torneira do
4
2 banheiro 3 3 36
3 Ducha higiênica 3 2 4 24
4 Pia da cozinha 5 5 4 100
TOTAL - - - - 560

Fonte: Autor, 2022

A temperatura de consumo da água quente é utilizada para cálculo de


dimensionamento do sistema, por isso é adotado uma temperatura de conforto térmico
para banho, indicado 42° e a temperatura de armazenamento é recomendado que
seja maior ou igual a temperatura de consumo, de acordo como a NBR 15569:2020.
36

3.4 LOCAL E PAINEL DE INSTALAÇÃO

Será avaliada as características do local de instalação do equipamento, assim


como as propriedades do sistema de aquecimento solar térmico.

3.4.1 Local de instalação

A residência onde o equipamento fica instalado possui 2 andares e o telhado


possui aproximadamente 10 metros de altura, a orientação geográfica é voltada para
o norte, com desvio de 20° em relação ao norte magnético, conforme aferição
realizada com instrumento apresentado no capítulo 3.3.2, o ângulo do telhado é de
26° em relação ao horizonte, de acordo com medição realizada por instrumento
apresentado em 3.3.1.
Os coletores instalados estão posicionados diretamente no telhado, sem
nenhum tipo de ajuste de ângulo em relação ao telhado, conforme pode ser observado
na Figura 12:

Figura 12: Fixação coletor solar

Fonte: Autor, 2022


37

O reservatório térmico está apoiado em uma superfície plana nivelada no sótão,


embaixo do telhado. Na Figura 13 pode ser observado o reservatório térmico instalado
no local com as tubulações e bomba de circulação.

Figura 13: Reservatório térmico instalado na residência

Fonte: Autor, 2022

3.4.2 Sistema de aquecimento

O tipo de coletor utilizado foi o de tubo de vidro a vácuo, são tubos de dupla
camada de vidro com vácuo entre elas, na camada interna possui um revestimento
que possibilita maior absorção da energia solar.
As especificações dos coletores podem ser encontradas no manual do
fabricante ou em tabelas de eficiência energética fornecida pelo instituto nacional de
metrologia, INMETRO (2017), pode ser observado na Tabela 4 dados como eficiência
energética e produção média mensal de energia por metro quadrado.
38

Tabela 4: Tabela de eficiência energética do coletor solar.

Produção média
Eficiência energética
Marca mensal por m² de Tipo de coletor
média (%)
energia (PMEE)
Solativo 85,6 kWh/mês.m² 69,80 Evacuado

Fonte: Adaptado de INMETRO (2017)

Os coletores utilizados como referência são da marca Solativo, pois além de


possuir classificação A do INMETRO (2017) são os mesmos coletores instalados na
residência.
O reservatório utilizado possui volume de 400 litros, tem como função
armazenar a água aquecida isolada termicamente, é fabricado internamente com
cilindro de aço INOX e possui uma camada espessa de isolante térmico, feito em
poliuretano expandido.
O sistema funciona através de circulação forçada, com uma bomba da marca
Texius, modelo “TBHWD” com vazão ajustada em 6 litros por minuto ou 0,1 kg/s. A
bomba tem como função circular a água entre os coletores e reservatório acionada
pelo controlador térmico por diferencial de temperatura. Na placa solar fica
posicionado um sensor de temperatura e no reservatório fica instalado outro sensor.
39

4 RESULTADOS

Finalmente após realizar todas medições e coleta de dados para o local de


instalação é possível dimensionar o sistema de aquecimento solar utilizando as
equações apresentadas no capítulo 2.

4.1 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Dados como, ângulo de inclinação, orientação geográfica, volume de consumo


de água, índice de radiação solar, temperatura média anual e produção média mensal
de energia específica do coletor, demonstrados no capítulo 3, serão utilizados para
dimensionar o sistema.

4.1.1 Cálculo de dimensionamento ideal

Será dimensionado um sistema de aquecimento solar ideal para residência em


Eldorado do Sul com 4 habitantes e padrão de consumo de água quente citado no
capítulo 3.

4.1.1.1 Consumo diário de água quente

Utilizando a equação 1 pode-se definir o consumo diário como o somatório do


consumo de cada equipamento vezes tempo de uso vezes a frequência de uso. Na
Tabela 03, apresentada no capítulo 3, é possível observar que o consumo diário para
a residência é de 560 litros.

4.1.1.2 Volume do armazenamento

Utilizando o resultado da equação 2, pode-se calcular o volume do


armazenamento em litros através da equação 3:
40

560(𝐿) × (42°𝐶 − 19,4°𝐶)


𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = 413,6 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠
(50°𝐶 − 19,4°𝐶)

A capacidade de armazenamento do reservatório recomendada é de 413,6


litros, mas comercialmente pode-se encontrar reservatório próximo dessa capacidade,
com 400 litros.

4.1.1.3 Energia útil e perdas

Utilizando a equação 4, com o volume do armazenamento calculado, pode-se calcular


a energia útil do sistema em kWh/mês:

𝑘𝑔 𝑘𝐽
413,6(𝐿) × 1 ( ) × 4,18 ( . °𝐶) × (50°𝐶 − 19,4°𝐶)
𝐿 𝑘𝑔
𝐸ú𝑡𝑖𝑙 = × 30𝑑 = 440,9 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠
3600

É considerado 15% de perda de energia em relação a energia útil, utilizando a


equação 6 pode-se calcular as perdas de energia do sistema em kWh/mês:

𝑘𝑊ℎ
𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 0,15 × 440,9 ( ) = 66,1 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠
𝑚ê𝑠

4.1.1.4 Fator de correção da instalação

Com os dados de inclinação e orientação geográfica utiliza-se a equação 7 para


calcular o fator de correção para inclinação do telhado e orientação geográfica:

1
𝐹𝐶𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎çã𝑜 = = 1,039
1 − [1,2 × 10−4 × (26° − 40°)2 + 3,5 × 10−5 × (20°)2 ]
41

4.1.1.5 Área coletora

Tendo calculado a energia útil e energia de perdas do sistema e sabendo o


índice de radiação e produção média específica dos coletores, com a equação 5 é
calculada a área coletora total em metros quadrados:

𝑘𝑊ℎ 𝑘𝑊ℎ
(440,8 ( ) + 66,1 ( )) × 1,039 × 4,89
𝑚ê𝑠 𝑚ê𝑠
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟𝑎 = = 6,8 𝑚²
85,6 × 4,44

A área coletora recomendada é de 6,8m² e comercialmente o equipamento que


pode ser utilizado são 2 modelos de coletores em conjunto, com 20 e com 30 tubos
de vidro, somando área total de 7 m².

4.2 SISTEMA INSTALADO

O sistema instalado na residência possui um coletor de 2,8 m², conforme pode-


se ver na Figura 14:

Figura 14: Coletor solar instalado na residência

Fonte: Autor, 2022


42

E o reservatório que faz parte do sistema tem capacidade de 400 litros de


capacidade.
O sistema instalado na residência não aquece o suficiente nos meses de menor
incidência solar e temperaturas mais baixas, evidenciando que o sistema está
subdimensionado, pois comprovando também através dos cálculos que é necessário
6,8 m² de coletores, mais que duas vezes o que se tem instalado.
Na Figura 15 pode-se ver a temperatura do coletor e do reservatório,
respectivamente, ao meio-dia de um dia de outono, ensolarado com temperatura
ambiente 18°C, característico da região no período.

Figura 15: A) Temperatura do coletor B) temperatura do reservatório

Fonte: Autor, 2022

Esse tipo de sistema tem sua eficiência bastante afetada nos meses mais frios
do ano e de menor incidência solar, sendo necessário a utilização de um sistema
auxiliar para aquecimento da água. O sistema solar é dependente da radiação do sol
e em dia de chuva ou nublado não ocorre o aquecimento da água, tornando essencial
o sistema auxiliar.
43

4.2.1 Avaliação de melhorias

O sistema de energia solar é influenciado por fatores como ângulo de


inclinação, orientação geográfica e perdas de energia ao longo do sistema e
tubulações da residência. É possível avaliar melhorias no sistema para saber qual a
menor área para suprir a demanda energética da residência.

4.2.1.1 Ângulo de inclinação e orientação solar

Foi analisado a implementação do sistema de aquecimento solar para a mesma


demanda de energia calculada anteriormente, mudando apenas os valores para o
fator de correção de inclinação e orientação, deixando para o caso ideal, 40° de
inclinação (latitude + 10°) e voltada para o norte com ângulo 0. Utilizando a equação
5 pode-se calcular a área coletora:

𝑘𝑊ℎ 𝑘𝑊ℎ
(440,8 ( ) + 66,1 ( )) × 1,0 × 4,89
𝑚ê𝑠 𝑚ê𝑠
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟𝑎 = = 6,5 𝑚²
85,6 × 4,44

4.2.1.2 Redução das perdas de energia do sistema

Reduzindo as perdas de energia ao longo do sistema é possível reduzir a


quantidade de área coletora. As perdas de energia podem ocorrer por tubulações
extensas, reservatório mal isolado termicamente, dentre outros fatores. Será utilizada
uma situação ideal que não haja perda de carga no sistema e calculada a área coletora
necessária através da equação 5:

𝑘𝑊ℎ 𝑘𝑊ℎ
(440,8 ( ) + 0,0 ( )) × 1,0 × 4,89
𝑚ê𝑠 𝑚ê𝑠
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟𝑎 = = 5,7 𝑚²
85,6 × 4,44
44

Mesmo com o a inclinação e orientação geográfica ideais e reduzindo a perda de


energia do sistema para zero, a quantidade de área necessária do coletor solar é de
5,7 m². Apesar de reduzir em 1,1 m² em relação ao sistema ideal calculado, para essa
situação ainda seria necessário o dobro da quantidade instalado na residência
atualmente.

4.3 DIMENSIONAMENTO PARA PERIODO SAZONAL DO ANO

Na região onde está sendo estudado o dimensionamento do sistema de


aquecimento solar pode variar muito a radiação solar e temperatura ambiente ao longo
do ano, conforme pode-se ver na Tabela 02 mostrada no capítulo 3.

4.3.1 Mês de maior incidência solar

Os dados para o mês de maior radiação média diária, dezembro, o índice de


6,5 kW/m² por dia e temperatura ambiente média para o mesmo mês é 23,6°C,
conforme dados apresentados na Tabela 2. A temperatura de consumo também é
reduzida por ser o período do verão, onde os dias apresentam sensações térmicas
mais elevadas e a temperatura de consumo da água é de 35°C.
Redimensionando o sistema com as equações apresentadas no capítulo 2 e os
dados para o mês de dezembro, o resultado para área coletora é de 2,3 m².

4.3.2 Mês de menor incidência solar

De acordo com os dados apresentados na Tabela 2, o mês de menor radiação


média diária é junho, com 2,42 kW/m² por dia e temperatura ambiente média de
14,8°C. A temperatura de consumo se mante a mesma do dimensionamento ideal,
pois são adequadas para a utilização nos períodos mais frios.
Redimensionando o sistema com as equações presentes no capítulo 2 e os
dados do mês de menor incidência solar, o resultado para área coletora é de 15 m².
45

4.4 CÁLCULO DE EFICIÊNCIA DO COLETOR INSTALADO

O cálculo teórico de eficiência do coletor solar térmico é realizado através da


equação 1 com os dados reais do problema aplicados. Foi utilizado a constante de
irradiação apresentada no capítulo 2 e diferencial de temperatura apresentado durante
funcionamento no período em que os moradores da residência informaram ter menor
eficiência, conforme Figura 10.

J
0,1(𝑘𝑔/𝑠) × 4180(kg . °C) × (32,1°𝐶 − 27°𝐶)
𝜂= = 0,559 = 55,9%
2,8 (𝑚²) × 1361 (𝑊/𝑚²)

O coletor apresentou eficiência de 55,9% para absorção da energia proveniente


do sol.
46

5 CONCLUSÃO

Com a metodologia apresentada na NBR 15569:2020 foi possível dimensionar


o sistema de aquecimento e definir os motivos que não está sendo suprida a demanda
energética e quais melhorias podem ser sugeridas.

5.1 CONCLUSÕES DO PRESENTE TRABALHO DE PESQUISA

Esse trabalho analisou a instalação de um sistema solar térmico para


aquecimento de água em uma residência unifamiliar em Eldorado do Sul – RS. Foi
possível verificar se o dimensionamento e a instalação dos equipamentos estão
corretos, e se há pontos de melhorias a serem aplicados à instalação. Os resultados
apontam que:
A instalação está subdimensionada, pois os valores teóricos obtidos através
dos métodos obtidos pela NBR 15569:2020 indicam 6,8 m² de placa e no local foi
instalado 2,8 m² de placa. Em meses de maior incidência solar e temperaturas mais
altas o sistema se mostra adequado, pois os valores teóricos indicam a necessidade
de 2,3 m² de placa para o mês de dezembro (mês utilizado de referência para o verão),
já em períodos de menor incidência do sol e menores temperaturas o sistema
necessitaria de 15 m² de placa coletoras.
Através da Norma Brasileira sobre sistema de aquecimento solar de água em
circuito direto foi possível identificar recomendações de melhores práticas de
instalação, para otimizar o potencial energético do sistema, como ângulo de inclinação
correto de 10° acrescidos da latitude do local e orientação geográfica com alinhamento
voltado para o norte, com o mínimo desvio possível.
Na instalação atual a orientação geográfica e ângulo de inclinação estão muito
próximas do ideal, influenciando muito pouco nos resultados. Para que o sistema
supra a demanda energética da residência é necessária o aumento no número de
coletores, expandindo aproximadamente em 240% a quantidade de área, já o
reservatório utilizado está dimensionado correto, com 413,6 litros de capacidade, não
sendo necessário alterar ou a adição de outro em paralelo ou em série.
47

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Para trabalhos futuros fica a sugestão de comparação com outros sistemas de


aquecimento, retorno do investimento e quantidade de CO2 que deixaria de emitir em
determinado período.
Outra proposta é o dimensionamento do sistema para diferentes regiões do
país e comparar a eficiência do sistema com o mesmo número de coletores em
diferentes localidades, com características de clima diferentes.
48

REFERÊNCIAS

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de aquecimento solar de água em circuito direto – Requisitos de projeto e instalação.
Rio de Janeiro-RJ, 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.

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