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TÉCNICO EM MECÂNICA

Materiais e Ensaios
(Tratamentos Térmicos)
Professor João Batista ALVES
Tubarão - 2022
Tratamento Térmico
Os processos de tratamento térmico dos aços, especialmente aqueles
que tendem a endurece-los, são conhecidos da humanidade há pelo
menos 3.000 anos.
Pouco se sabia, porém, acerca dos fenômenos que regem os
tratamentos, sendo o sucesso dos antigos ferreiros, neste particular,
fruto de muita paciência e de muitas tentativas frustradas.
A literatura medieval cita processos “ mágicos ” de tratamento de
espadas.

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Tratamento Térmico

Tratamento térmico pode ser definido como o aquecimento ou


resfriamento controlado dos metais, realizado com a finalidade de
alterar as microestruturas da liga e consequentemente suas
propriedades físicas e mecânicas, sem alterar a forma do produto
final.
Geralmente a Austenita é o ponto de partida para as transformações
posteriores desejadas.

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Tratamento Térmico

Principais Objetivos dos Tratamentos Térmicos

 Remoção de tensões
 Aumento ou diminuição da dureza
 Aumento da resistência mecânica
 Melhora da ductilidade
 Melhora na usinabilidade
 Melhora da resistência ao desgaste, ao corte, ao calor e a corrosão
 Modificação de propriedades elétricas e magnéticas das peças

Ductilidade 
Dureza 
Resistência à Tração 

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

1. Temperatura - Depende do tipo de liga e das transformações de


fase ou microestrutura desejada.

Neste fator, devem ser considerados:

 Velocidade de Aquecimento: Deve ser levada em conta quando o


aço apresentar tensões residuais devido ao encruamento prévio ou
estado inteiramente martensítico porque, nessas condições, um
aquecimento muito rápido pode provocar empenamento ou
aparecimento de fissuras.

 Temperatura de Aquecimento: Fator fixo, determinado pela natureza


do processo e dependente das propriedades e das estruturas finais
desejadas, assim como da composição química do material.
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

Considerações quanto a Temperatura:

a) Estará relacionada com o teor de carbono, quando tratar-se de um


aço, uma vez que: quanto mais elevada a temperatura acima da zona
crítica mais completa poderá ser a dissolução das fases no ferro
gama ( Fe- ); entretanto, maior o tamanho de grão da austenita (  )
 desvantagem maior do que vantagem.

b) Tempo de Permanência à Temperatura de Aquecimento:


Influência semelhante a da temperatura de aquecimento, quanto mais
longo o tempo, na temperatura de tratamento maior o tamanho de
grão. Esta etapa do tratamento térmico é também conhecida como
encharcamento e destina-se a homogeneização química e física da
austenita.
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

Quanto mais alta a temperatura ou mais


longo o tempo de aquecimento, maior o
tamanho dos grãos.

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
2. Tempo – Depende das dimensões, forma e microestrutura desejada.
Quanto maior o tempo, maior segurança da dissolução de fases para
posterior transformação desejada. Quanto maior o tempo, maior
tamanho de grão. Fator importante, pois determinará a
microestrutura. Tempo curto, núcleo pode manter estrutura
original.
3. Atmosfera – Para evitar a oxidação ou perda de algum elemento
químico, como no caso de descarbonetação dos aços

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

4. Velocidade de Resfriamento - Depende do tipo de liga e das


transformações de fase ou microestrutura desejada. Normalmente
quanto mais rápido o resfriamento, maior a dureza e resistência da
liga.

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Principais meios de resfriamento
 Ambiente do Forno – (+ BRANDO)

 Ar;

 Banho de saís ou metal fundido (mais comum é o Pb);

 Óleo;

 Água;

 Soluções aquosas (NaOH - Hidróxido de sódio, Na₂CO₃ –


Carbonato de Sódio ou NaCl (+ SEVERO)

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Principais meios de resfriamento

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Principais meios de resfriamento

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Principais meios de resfriamento

Aço comum – baixo %C

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Como selecionar o meio de resfriamento?
É um compromisso entre:

 Obtenção das características finais


desejadas (microestruturas e propriedades);

 Não ocorrência de fissuras ou empenamento


da peça;

 Evitar a geração de concentração de


tensões;

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
5. Geometria da peça - Sabe-se na prática que uma peça
que apresente grandes diferenças de espessura ao longo
de sua geometria, deverá apresentar severas dificuldades
para receber um tratamento térmico qualquer. O
O problema se resume no fato de que as regiões
delgadas deverão sofrer alterações estruturais antes das
regiões grosseiras. Fundamentalmente, as regiões finas devido
a menor volume, tendem a se aquecer mais rápido, levando às
transformações de fases, assim como a dilatação térmica
ocorrerem antes nestas regiões.
Isto fará com que a peça sofra gradientes volumétricos
internos e eventualmente gradientes de tensão, os quais,
acima de um valor crítico, poderão ocasionar trincas e fissuras
superficiais e internas.
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

Exemplo de uma peça temperada resfriada em água


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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico

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Tratamento Térmico

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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama Fe-C

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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama Fe-C e
curvas TTT

Grosseira
Fina

Superior

Inferior

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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama Fe-C e
curvas TTT

(Troostita)

Superior - 400-550°C
Inferior - 250-400°C

(Sorbita)

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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama de
curvas TTT

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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama de
curvas TTT

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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama de
curvas TTT

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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama de
curvas TTT

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Tratamento Térmico – Transformação da Austenita

Mecanismo de difusão

Não há difusão. Transformação


alotrópica com distorção da
rede cristalina

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Tratamento Térmico – Transformação da Austenita

Difusão Atômica É o fenômeno de


transporte de matéria por movimento
atômico. Muito importante nos
metais quando submetidos a
tratamentos térmicos para melhorar
suas propriedades.

Temperatura
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Tratamento Térmico – Transformação da Austenita

Perlita Esferoidita
Grossa

Perlita
Fina

Martensita Bainita

Martensita
Revenida
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Tratamento Térmico - Tipos

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Tratamento Térmico - Tipos

1 Recozimento 2 Normalização 3 Tempera 4 Revenido

1.1 Alivio de Tensões 1.2 Esferoidização


3.1 Austempera

1.3 Homogeneização 1.4 Isotérmico 3.2 Martempera

1.5 Pleno

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1 - Recozimento

O termo recozimento é empregado quando se faz referencia ao


tratamento térmico que tem como objetivo de produzir uma estrutura
de baixa dureza e alta ductilidade.

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1.1 - Recozimento de Alívio de Tensões

 Não envolve transformação de Austenita;

 É realizado para recuperar a ductilidade do aço trabalhado a frio


(encruado) – a dureza aumenta e a ductilidade diminui, podendo ocorrer
trincas durante as operações seguintes;

 Aliviar tensões nos processos de fabricação que ocorram resfriamento


não uniforme (fundição e soldagem);

 Normalmente a temperatura utilizada esta na faixa de 500 a 680° C (ou


seja, 50 a 100° C abaixo da linha A1 – subcrítico – a redução do limite
elástico ocorre a partir de 300° C), seguida de resfriamento a ar,
porém, em situações que se deseja evitar oxidação da superfície, o
resfriamento é realizado dentro do próprio forno.
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1.1 - Recozimento de Alívio de Tensões
 Quanto menor o temperatura escolhida, maior deverá ser o tempo de
permanência na mesma;
 Deve relaxar as tensões residuais sem introduzir tensões alterações
microestruturais – redução do limite elástico que colabora para a
redução das tensões residuais dos materiais;
 O efeito da temperatura é muito maior do que o tempo de manutenção
da peça na temperatura;
 O percentual de alívio de tensões internas depende da liga –
composição química e do limite de escoamento;
 A taxa de aquecimento deve ser mais lenta quando menor for a
tenacidade de material. Na taxa de resfriamento deve-se evitar taxas
muitos altas devido ao risco de distorções;
 Se as tensões não forem removidas, podem gerar distorções ou
empenamentos em etapas posteriores ou em serviço.
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1.1 - Recozimento de Alívio de Tensões

TT
Subcrítico

*Aproximadamente 25° C abaixo de A1

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1.1 - Recozimento de Alívio de Tensões

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1.2 - Recozimento de Esferoidização

 É utilizado para preparar o aço de baixo e médio teor de C para


condições intensas ou aço de C elevado (>0,80%) e ligados,
permitindo maior facilidade nos processos de usinagem;

 Pode ser realizado em 3 ciclos diferentes, conforme a necessidade:


I. Manter o aço por tempos prolongados a temperaturas pouco
abaixo de A1 (aproximadamente 40 horas) - Subcrítico;
II. Outro ciclo, a execução é um pouco mais difícil, o aço é ciclado
acima e abaixo de A1 (variação de aproximadamente 25 a 50°C)
- Intercrítico;
III. No terceiro ciclo,, austenitizá-lo (dissolução de carbonetos) e
resfria-lo rapidamente até A1, mantendo essa temperatura por
longo tempo (como no ciclo I).
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1.2 - Recozimento de Esferoidização

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1.2 - Recozimento de Esferoidização

TT
Intercrítico

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1.2 - Recozimento de Esferoidização

Microestruturas esferoidizadas de aços. As partículas pequenas são


cementita, a fase contínua é ferrita.

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1.3 - Recozimento de Homogeneização

 Normalmente aplicado a materiais anteriormente a operação de


trabalho a quente, tais como forjamento e laminação;

 Melhorar a homogeneidade da microestrutura das lingotes e peças


fundidas – dissolvendo todos os carbonetos presentes – melhorar a
conformação a quente;

 Temperaturas entre 1000 a 1200°C (até por 40 horas) – não deve


ocorrer transformação de fases;

 Resfriamento lento (ao ar ou ao forno).

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1.3 - Recozimento de Homogeneização

TT
Supercrítico

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1.4 - Recozimento Pleno
 Austenitização do aço;
 Manutenção na temperatura de homogeneização (aproximadamente 1
hora/polegada),
 Resfriamento lento (dentro do forno);
 Aço Hipoeutetóide – 50°C acima de A3 – obtem ferrita+perlita
grosseira;
 Aço Eutetóide – obtém perlita grosseira;
 Aço Hipereutetóide – 50°C acima de A1 – obtém cementita+perlita
grosseira. Não deve ultrapassar a linha ACM, pois durante o
resfriamento poderia forma-se uma rede de cementita nos contornos de
grãos, fragilizando a peça.
 A perlita grosseira e mole é ideal para melhorar a usinabilidade dos aços
de baixo e médio C;
 Para melhorar a usinabilidade dos aços altos C recomenda-se a
esferoidização.
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1.4 - Recozimento Pleno

TT
Supercrítico

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1.4 - Recozimento Pleno

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1.5 - Recozimento Isotérmico
 Consiste no aquecimento do aço nas mesmas condições que para
o recozimento pleno, seguido de resfriamento rápido até uma
determinada temperatura abaixo de A1, até se atingir a completa
transformação, seguindo-se resfriamento acelerado ao ar ou
banho de sais.

 Os produtos resultantes são: perlita e ferrita (aço hipo), só


perlita (aço eutetoide), ou perlita e cementita (aço hiper) – A
estrutura final é mais uniforme do que no caso do recozimento
pleno.

 Para peças grandes o método não é atrativo, devido o


resfriamento ser mais lento no interior da peça, dificulta esfriar
rapidamente até a temperatura de transformação.
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1.5 - Recozimento Isotérmico

Perlita mais
homogênea

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2 – Normalização
 Objetivo é refinar os grãos e melhorar a uniformidade da
microestrutura e facilitar a usinagem;
 É utilizado antes da tempera e revenido, justamente por permitir
uma estrutura mais uniforme do que a laminação por exemplo;
 Aços Hipoeutetóides – Acima da linha A3 – obtém-se ferrita+perlita
fina;
 Eutetóide – obtém-se perlita fina;
 Aços Hipereutetóides – Acima da linha Acm – obtém-se
cementita+perlita fina – em relação ao recozimento a microestrutura
é mais fina, com menor quantidade e melhor dispersão de
carbonetos);
 Normalmente utilizado para aços > 0,8% de C, pois possuem muita
cementita, dificultando a usinagem;
 Dependendo do tipo de aço, pode-se obter bainita;
 Resfriamento ao ar (calmo ouProf.forçado);
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2 – Normalização

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2 – Normalização

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3 - Tempera
 A têmpera é um processo de tratamento térmico do aço destinado
a elevar a dureza, resistência mecânica e resistência ao degaste;
 Aplicada a aços com teores de C igual ou superior a 4%;
 O processo consiste em aquecer o aço num forno com temperatura
acima da zona crítica;
 O que distingue essa forma de tratamento é o seu processo de
resfriamento. A temperatura cai de 850ºC para 20ºC. Trata-se de
um resfriamento brusco. Quando a austenita é resfriada muito
rapidamente se transforma num novo constituinte do aço
chamado martensita;
 Hipoeutetóide – ferrita+martensita
 Eutetóide – Martensita
 Hipereutetóide – cementita+martensita

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3 - Tempera

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3 - Tempera
 A formação da martensita
depende da composição química
e da microestrutura de austenita
para transformação;
 A tempera reduz a: ductilidade,
tenacidade e origina tensões
internas na peça. Os valores de
estricção e alongamento são
baixos;
 Temperabilidade – é a
capacidade do aço transformar-
se em martensita;

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3 - Tempera

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3 - Tempera

Dureza dos aços comuns ao C em função do teor de C e


microestrutura
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3 - Tempera

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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)
 Neste ensaio, em um único corpo de
prova é gerada uma ampla faixa de
velocidades de resfriamento;
 Após a austenitização em condições
definidas por norma (ASTM A 255 e NBR
6339), o CP é colocado em um
dispositivo, e a sua extremidade é
resfriada por um jato de água em
condições controladas;
 Cada posição da superfície do CP resfria
com uma velocidade diferente e, em
consequência, sofre diferentes
transformações, resultando em
diferentes durezas;
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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)

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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)

Distancia para extremidade temperada

Distancia para extremidade


temperada – aço AISI 8650
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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)

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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)

Analisando o gráfico de Distância Jominy. Qual a liga que possui maior


temperabilidade? Por que?

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3.1 – Tempera (Temperabilidade)

Diferença das ligas utilizadas em tratamento térmico

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3.1 – Tempera (Temperabilidade)
Diferença das ligas utilizadas em tratamento térmico

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3.1 – Tempera (Temperabilidade)

Diferença das ligas utilizadas em tratamento térmico

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3.1 – Tempera (Temperabilidade)

Diferença das ligas utilizadas em tratamento térmico

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3.1 – Tempera (Temperabilidade)

Efeito da composição química Efeito do teor de Carbono

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3.1 – Tempera (Exemplo 1 - seleção de tempera para
uma liga de acordo com o meio de resfriamento)

Exemplo prático:
Estimar a dureza no
centro de uma barra
de aço AISI 8640 com
diâmetro de 3”
temperada e resfriada
em água

J26

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3.1 – Tempera (Exemplo 1 - seleção de tempera para
uma liga de acordo com o meio de resfriamento)
Resposta: Estima-se que a
dureza no centro da barra
de aço 8640 com 3” seja
de aproximadamente
42HRC (resfr. em água) e
36HRC (resfr. em óleo).

Se a barra fosse de aço


4340, a dureza no centro
da barra seria de
aproximadamente 54HRC
17 26
(resfr. em água) e 52HRC
(resfr. em óleo).
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3.1 – Tempera (Exemplo 2 - seleção de tempera para uma liga de
acordo com a estimativa de resistência mecânica/dureza necessária do
componente)

Selecionar um aço para


um eixo de 2” de diâmetro
submetido a uma carga
axial estática que provoca
uma tensão de projeto de
1500 MPa (já incluído
fator de segurança). O
tratamento térmico deve
gerar pouco empeno.

440 HB ou 46 HRC na situação


pós tratamento térmico (peça
tratada pronta- Temperada e
Revenida).
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3.1 – Tempera (Exemplo 2 - seleção de tempera para uma liga de
acordo com a estimativa de resistência mecânica/dureza necessária do
componente)
Após a têmpera
devemos ter então
uma dureza de
53HRC para que na
condição pós
revenido tenhamos
45 ou 46 HRC.

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3.1 – Tempera (Exemplo 2 - seleção de tempera para uma liga de
acordo com a estimativa de resistência mecânica/dureza necessária do
componente)
É um eixo, que sofrerá solicitações
elevadas, e por isso deve-se projetar
uma estrutura inteiramente martensítica
no seu centro (90% de martensita).

Aços com teor de Carbono entre 0,40


a 0,45 % (Realmente esses aços são os
mais utilizados para a fabricação de
eixos com têmpera total) Baixo
empenamento no tratamento térmico

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3 – Tempera

*Sempre privilegiar o meio de resfriamento de menor severidade (desde que


atenda a propriedade desejada).
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3 – Tempera

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3 – Tempera

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3 – Tempera

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3.1 - Austempera

 A peça é aquecida acima da zona crítica até que toda a estrutura se transforme
em austenita. A seguir, é resfriada bruscamente em banho de sal fundido, com
temperatura entre 260ºC e 440ºC. Permanece nessa temperatura por um tempo,
ocorrendo transformação da austenita em bainita. Em seguida, é resfriada ao ar
livre. A dureza da bainita é de aproximadamente 50 Rockwell C e a dureza da
martensita é de 65 a 67 Rockwell C;
 Objetivo principal reduzir o risco de trincas térmicas

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3.1 - Austempera

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3.2 - Martempera

É o tipo de tratamento indicado para aços-liga porque reduz o risco de


empenamento das peças. A
peça é aquecida acima da zona crítica para se obter a austenita. Depois,
é resfriada em duas etapas. Na primeira, a peça é mergulhada num
banho de sal fundido ou óleo quente. Mantém-se a peça nessa
temperatura por certo tempo.
A segunda etapa é a do resfriamento final, ao ar, em temperatura
ambiente. A martensita obtida apresenta-se uniforme e homogênea,
diminuindo riscos de
trincas. Após a martêmpera é necessário submeter a peça a
revenimento.
O prod

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3.2 - Martempera

Aços: 4130, 4140, 4150, 4340, 5140, 6150, 8640 e 52100

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3 – Comparação entre Austempera e Martempera

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4 – Revenimento/Revenido

 O tratamento de têmpera provoca mudanças profundas nas propriedades


do aço, sendo que algumas delas, como a dureza, a resistência à tração,
atingem valores elevados. Porém, outras propriedades, como a
resistência ao choque e o alongamento, ficam com valores muito baixos,
e o material adquire uma apreciável quantidade de tensões internas. Um
aço nessa situação é inadequado ao trabalho. Para corrigir suas
tensões, é preciso revenir o material.

 O revenimento tem a finalidade de corrigir a dureza excessiva da


têmpera, aliviar ou remover as tensões internas. Logo após a têmpera, a
peça é levada ao forno, em temperatura abaixo da zona crítica,
dependendo da futura utilização do aço. Decorrido algum tempo, retira-se
a peça do forno e deixa-se que ela resfrie. Quanto mais alta a
temperatura de revenimento maior será a queda da dureza de têmpera

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4 – Revenimento/Revenido

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4 – Revenimento/Revenido

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4 – Revenimento/Revenido

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4 – Revenimento/Revenido

Temperaturas Usuais

 150- 230°C os carbonetos começam a precipitar - Estrutura: martensita


revenida (escura, preta) - Dureza: 65 RC 60-63 RC;

 230-400°C os carbonetos continuam a precipitar em forma globular


(invisível ao microscópio) - Estrutura: TROOSTITA - Dureza: 62 RC 50 RC;

 400- 500°C os carbonetos crescem em glóbulos, visíveis ao microscópio


– Estrutura: SORBITA - Dureza: 20-45 RC;

 650-738°C os carbonetos formam partículas globulares - Estrutura:


ESFEROIDITA - Dureza: <20 RC;
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4 – Revenimento/Revenido

Influencia da temperatura de revenido sobre


as propriedades dos aços

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4 – Revenimento/Revenido

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4 – Revenimento/Revenido

Tempera seguida de revenido Martempera seguida de revenido

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4.1 - Fragilização do Revenido
 Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos na faixa de
temperatura entre 375-475 °C, ou quando resfriados lentamente nesta
faixa.
 A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470-475 °C
 A fragilidade só é revelada no ensaio de resist. ao choque, não há
alteração na microestrutura.

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4.1 - Fragilização do Revenido

A fragilização por revenido pode ser evitada:

1. por controle da composição (manter teores de P abaixo de 0,005% e


S abaixo de 0,01%) e/ou;
2. por revenido acima de 575°C ou abaixo de 375°C, seguido por um
resfriamento rápido ate a temperatura ambiente. Além disso, a
tenacidade de aços que foram fragilizados pode ser aumentada
significativamente pelo aquecimento ate cerca de 600°C (1100°F),
seguido por um resfriamento rápido até abaixo de 300°C (570°F).

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Tratamento Térmico – Quadro Resumo

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Tratamento Térmico – Quadro Resumo

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Tratamento Térmico Superficial
São utilizados quando se pretende endurecer apenas a superfície do aço,
mantendo seu núcleo dúctil e tenaz. Pode ser feita pelos métodos estacionário,
progressivo ou combinado. Pode ser realizada por: Chama, Indução ou a Laser.
Exemplos
a - acoplamento de engrenagens de dentes retos;
b - coroa e pinhão;
c – eixo sem fim;
d - acoplamento de engrenagens de dentes helicoidais;
e e f – caixa de marchas.

Nas engrenagens e acoplamentos das figura ao lado, seus


dentes sofrem grande desgaste e forte compressão
necessitando, então, de dureza elevada e de alta resistência
ao desgaste.

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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Chama
(Flame Hardening)
O tratamento é aplicado, na maioria dos casos, a peças
grandes ou de formato complexo que não podem ser
temperadas em forno de câmara ou em banho de sal.

 Para melhores resultados faz-se antes a normalização,


ficando a peça com granulação fina e homogênea;
 O aquecimento se faz com maçarico oxiacetilênico com
chama semicarburante, ou seja, com leve excesso de
acetileno;
 A temperatura deve ficar acima da zona crítica do
material;
 Após o aquecimento, a peça é resfriada por jato d’água
ou por imersão em óleo;
 A olho nu distinguem-se as duas regiões após
polimento e ataque químico: a região temperada é
escura e a não temperada é clara.

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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Chama
(Método Estacionário)
O método estacionário consiste em aplicar a chama na
peça, até uma temperatura de cerca de 800ºC. A chama
move-se sobre a área que será endurecida. O
resfriamento é imediato na água ou no óleo. O processo
é manual.

Têmpera superficial por chama no método estacionário


com aquecimento (a e b) e esquema de aquecimento e
resfriamento (c).

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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Chama
(Método Progressivo)
No método progressivo, a peça se move, e o maçarico permanece fixo. O
resfriamento é feito logo após a chama ter aquecido a superfície da peça.

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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Chama
(Método Combinado)
No método combinado, a peça e o maçarico movem-se simultaneamente.
Esse método requer o uso de máquinas ou dispositivos especiais. É aplicado,
geralmente, em peças cilíndricas e de grande tamanho. A dureza final obtida
varia de 53 a 62 Rockwell C. A espessura da camada endurecida pode atingir
até 10 mm, dependendo da composição do aço e da velocidade de deslocamento da chama.

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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Indução
(Induction Hardening)
Nesse processo, a parte a ser endurecida é colocada no interior de uma bobina
submetida à passagem de corrente alternada. O campo energiza a peça,
provocando seu aquecimento. Dependendo da frequência e da corrente, podem-se controlar
a taxa de e a profundidade de aquecimento. Uma unidade para aquecimento indutivo
compõe-se de um aparelho de alta frequência e de uma bobina de trabalho.
A bobina é feita de tubo fino de cobre, com uma ou mais espiras, e toma a
forma da área da peça que se deseja aquecer.

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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Indução
(Induction Hardening)

Prof. Alves 103


Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Indução
(Induction Hardening)

A frequência da corrente
alternada aplicada à bobina
de trabalho, influi no
grau de aquecimento da
peça. Se alta frequência for
utilizada, ocorre pouca
profundidade; se baixa,
grande profundidade. Na
prática, emprega-se a
frequência de 450 khz.

Prof. Alves 104


Tratamento Térmico Superficial – Endurecimento por
Laser (Laser Beam Hardening)
Nesse tratamento superficial, as áreas selecionadas da peça são expostas ao
laser e se aquecem. Variando a potência do laser, a profundidade de absorção
do calor pode ser controlada. É um processo muito preciso e seletivo sobre
áreas bem específicas. Além disso o processo pode ser feito em alta velocidade,
produzindo pouca distorção.

Prof. Alves 105

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