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2024 - Apresentacao Trat Termico
2024 - Apresentacao Trat Termico
Materiais e Ensaios
(Tratamentos Térmicos)
Professor João Batista ALVES
Tubarão - 2022
Tratamento Térmico
Os processos de tratamento térmico dos aços, especialmente aqueles
que tendem a endurece-los, são conhecidos da humanidade há pelo
menos 3.000 anos.
Pouco se sabia, porém, acerca dos fenômenos que regem os
tratamentos, sendo o sucesso dos antigos ferreiros, neste particular,
fruto de muita paciência e de muitas tentativas frustradas.
A literatura medieval cita processos “ mágicos ” de tratamento de
espadas.
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Tratamento Térmico
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Tratamento Térmico
Remoção de tensões
Aumento ou diminuição da dureza
Aumento da resistência mecânica
Melhora da ductilidade
Melhora na usinabilidade
Melhora da resistência ao desgaste, ao corte, ao calor e a corrosão
Modificação de propriedades elétricas e magnéticas das peças
Ductilidade
Dureza
Resistência à Tração
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
2. Tempo – Depende das dimensões, forma e microestrutura desejada.
Quanto maior o tempo, maior segurança da dissolução de fases para
posterior transformação desejada. Quanto maior o tempo, maior
tamanho de grão. Fator importante, pois determinará a
microestrutura. Tempo curto, núcleo pode manter estrutura
original.
3. Atmosfera – Para evitar a oxidação ou perda de algum elemento
químico, como no caso de descarbonetação dos aços
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Principais meios de resfriamento
Ambiente do Forno – (+ BRANDO)
Ar;
Óleo;
Água;
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Principais meios de resfriamento
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Principais meios de resfriamento
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Principais meios de resfriamento
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico –
Como selecionar o meio de resfriamento?
É um compromisso entre:
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
5. Geometria da peça - Sabe-se na prática que uma peça
que apresente grandes diferenças de espessura ao longo
de sua geometria, deverá apresentar severas dificuldades
para receber um tratamento térmico qualquer. O
O problema se resume no fato de que as regiões
delgadas deverão sofrer alterações estruturais antes das
regiões grosseiras. Fundamentalmente, as regiões finas devido
a menor volume, tendem a se aquecer mais rápido, levando às
transformações de fases, assim como a dilatação térmica
ocorrerem antes nestas regiões.
Isto fará com que a peça sofra gradientes volumétricos
internos e eventualmente gradientes de tensão, os quais,
acima de um valor crítico, poderão ocasionar trincas e fissuras
superficiais e internas.
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
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Fatores que Influenciam no Tratamento Térmico
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Tratamento Térmico
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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama Fe-C
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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama Fe-C e
curvas TTT
Grosseira
Fina
Superior
Inferior
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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama Fe-C e
curvas TTT
(Troostita)
Superior - 400-550°C
Inferior - 250-400°C
(Sorbita)
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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama de
curvas TTT
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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama de
curvas TTT
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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama de
curvas TTT
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Tratamento Térmico – Constituintes do diagrama de
curvas TTT
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Tratamento Térmico – Transformação da Austenita
Mecanismo de difusão
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Tratamento Térmico – Transformação da Austenita
Temperatura
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Tratamento Térmico – Transformação da Austenita
Perlita Esferoidita
Grossa
Perlita
Fina
Martensita Bainita
Martensita
Revenida
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Tratamento Térmico - Tipos
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Tratamento Térmico - Tipos
1.5 Pleno
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1 - Recozimento
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1.1 - Recozimento de Alívio de Tensões
TT
Subcrítico
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1.1 - Recozimento de Alívio de Tensões
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1.2 - Recozimento de Esferoidização
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1.2 - Recozimento de Esferoidização
TT
Intercrítico
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1.2 - Recozimento de Esferoidização
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1.3 - Recozimento de Homogeneização
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1.3 - Recozimento de Homogeneização
TT
Supercrítico
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1.4 - Recozimento Pleno
Austenitização do aço;
Manutenção na temperatura de homogeneização (aproximadamente 1
hora/polegada),
Resfriamento lento (dentro do forno);
Aço Hipoeutetóide – 50°C acima de A3 – obtem ferrita+perlita
grosseira;
Aço Eutetóide – obtém perlita grosseira;
Aço Hipereutetóide – 50°C acima de A1 – obtém cementita+perlita
grosseira. Não deve ultrapassar a linha ACM, pois durante o
resfriamento poderia forma-se uma rede de cementita nos contornos de
grãos, fragilizando a peça.
A perlita grosseira e mole é ideal para melhorar a usinabilidade dos aços
de baixo e médio C;
Para melhorar a usinabilidade dos aços altos C recomenda-se a
esferoidização.
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1.4 - Recozimento Pleno
TT
Supercrítico
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1.4 - Recozimento Pleno
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1.5 - Recozimento Isotérmico
Consiste no aquecimento do aço nas mesmas condições que para
o recozimento pleno, seguido de resfriamento rápido até uma
determinada temperatura abaixo de A1, até se atingir a completa
transformação, seguindo-se resfriamento acelerado ao ar ou
banho de sais.
Perlita mais
homogênea
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2 – Normalização
Objetivo é refinar os grãos e melhorar a uniformidade da
microestrutura e facilitar a usinagem;
É utilizado antes da tempera e revenido, justamente por permitir
uma estrutura mais uniforme do que a laminação por exemplo;
Aços Hipoeutetóides – Acima da linha A3 – obtém-se ferrita+perlita
fina;
Eutetóide – obtém-se perlita fina;
Aços Hipereutetóides – Acima da linha Acm – obtém-se
cementita+perlita fina – em relação ao recozimento a microestrutura
é mais fina, com menor quantidade e melhor dispersão de
carbonetos);
Normalmente utilizado para aços > 0,8% de C, pois possuem muita
cementita, dificultando a usinagem;
Dependendo do tipo de aço, pode-se obter bainita;
Resfriamento ao ar (calmo ouProf.forçado);
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2 – Normalização
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2 – Normalização
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3 - Tempera
A têmpera é um processo de tratamento térmico do aço destinado
a elevar a dureza, resistência mecânica e resistência ao degaste;
Aplicada a aços com teores de C igual ou superior a 4%;
O processo consiste em aquecer o aço num forno com temperatura
acima da zona crítica;
O que distingue essa forma de tratamento é o seu processo de
resfriamento. A temperatura cai de 850ºC para 20ºC. Trata-se de
um resfriamento brusco. Quando a austenita é resfriada muito
rapidamente se transforma num novo constituinte do aço
chamado martensita;
Hipoeutetóide – ferrita+martensita
Eutetóide – Martensita
Hipereutetóide – cementita+martensita
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3 - Tempera
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3 - Tempera
A formação da martensita
depende da composição química
e da microestrutura de austenita
para transformação;
A tempera reduz a: ductilidade,
tenacidade e origina tensões
internas na peça. Os valores de
estricção e alongamento são
baixos;
Temperabilidade – é a
capacidade do aço transformar-
se em martensita;
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3 - Tempera
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3 - Tempera
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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)
Neste ensaio, em um único corpo de
prova é gerada uma ampla faixa de
velocidades de resfriamento;
Após a austenitização em condições
definidas por norma (ASTM A 255 e NBR
6339), o CP é colocado em um
dispositivo, e a sua extremidade é
resfriada por um jato de água em
condições controladas;
Cada posição da superfície do CP resfria
com uma velocidade diferente e, em
consequência, sofre diferentes
transformações, resultando em
diferentes durezas;
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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)
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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)
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3.1 – Tempera (Temperabilidade - Ensaio Jominy)
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3.1 – Tempera (Temperabilidade)
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3.1 – Tempera (Temperabilidade)
Diferença das ligas utilizadas em tratamento térmico
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3.1 – Tempera (Temperabilidade)
Prof. Alves 68
3.1 – Tempera (Temperabilidade)
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3.1 – Tempera (Temperabilidade)
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3.1 – Tempera (Exemplo 1 - seleção de tempera para
uma liga de acordo com o meio de resfriamento)
Exemplo prático:
Estimar a dureza no
centro de uma barra
de aço AISI 8640 com
diâmetro de 3”
temperada e resfriada
em água
J26
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3.1 – Tempera (Exemplo 1 - seleção de tempera para
uma liga de acordo com o meio de resfriamento)
Resposta: Estima-se que a
dureza no centro da barra
de aço 8640 com 3” seja
de aproximadamente
42HRC (resfr. em água) e
36HRC (resfr. em óleo).
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3.1 – Tempera (Exemplo 2 - seleção de tempera para uma liga de
acordo com a estimativa de resistência mecânica/dureza necessária do
componente)
É um eixo, que sofrerá solicitações
elevadas, e por isso deve-se projetar
uma estrutura inteiramente martensítica
no seu centro (90% de martensita).
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3 – Tempera
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3 – Tempera
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3 – Tempera
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3.1 - Austempera
A peça é aquecida acima da zona crítica até que toda a estrutura se transforme
em austenita. A seguir, é resfriada bruscamente em banho de sal fundido, com
temperatura entre 260ºC e 440ºC. Permanece nessa temperatura por um tempo,
ocorrendo transformação da austenita em bainita. Em seguida, é resfriada ao ar
livre. A dureza da bainita é de aproximadamente 50 Rockwell C e a dureza da
martensita é de 65 a 67 Rockwell C;
Objetivo principal reduzir o risco de trincas térmicas
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3.1 - Austempera
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3.2 - Martempera
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3.2 - Martempera
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3 – Comparação entre Austempera e Martempera
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4 – Revenimento/Revenido
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4 – Revenimento/Revenido
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4 – Revenimento/Revenido
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4 – Revenimento/Revenido
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4 – Revenimento/Revenido
Temperaturas Usuais
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4 – Revenimento/Revenido
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4 – Revenimento/Revenido
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4.1 - Fragilização do Revenido
Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos na faixa de
temperatura entre 375-475 °C, ou quando resfriados lentamente nesta
faixa.
A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470-475 °C
A fragilidade só é revelada no ensaio de resist. ao choque, não há
alteração na microestrutura.
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4.1 - Fragilização do Revenido
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Tratamento Térmico – Quadro Resumo
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Tratamento Térmico – Quadro Resumo
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Tratamento Térmico Superficial
São utilizados quando se pretende endurecer apenas a superfície do aço,
mantendo seu núcleo dúctil e tenaz. Pode ser feita pelos métodos estacionário,
progressivo ou combinado. Pode ser realizada por: Chama, Indução ou a Laser.
Exemplos
a - acoplamento de engrenagens de dentes retos;
b - coroa e pinhão;
c – eixo sem fim;
d - acoplamento de engrenagens de dentes helicoidais;
e e f – caixa de marchas.
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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Chama
(Flame Hardening)
O tratamento é aplicado, na maioria dos casos, a peças
grandes ou de formato complexo que não podem ser
temperadas em forno de câmara ou em banho de sal.
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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Chama
(Método Estacionário)
O método estacionário consiste em aplicar a chama na
peça, até uma temperatura de cerca de 800ºC. A chama
move-se sobre a área que será endurecida. O
resfriamento é imediato na água ou no óleo. O processo
é manual.
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Tratamento Térmico Superficial – Tempera por Chama
(Método Progressivo)
No método progressivo, a peça se move, e o maçarico permanece fixo. O
resfriamento é feito logo após a chama ter aquecido a superfície da peça.
A frequência da corrente
alternada aplicada à bobina
de trabalho, influi no
grau de aquecimento da
peça. Se alta frequência for
utilizada, ocorre pouca
profundidade; se baixa,
grande profundidade. Na
prática, emprega-se a
frequência de 450 khz.