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Viva a vida-ebook(color)
Viva a vida-ebook(color)
Grupo da Longevidade
Viva a Vida
três décadas de história
Porto Alegre, RS
Marcon Brasil
Novembro de 2021
Copyright das autoras
REVISÃO
MARIANE BRASIL
PROJETO GRÁFICO
EVANDRO MARCON
EDIÇÃO E PRODUÇÃO
marcon.brasil Comunicação Direta
correio@marconbrasil.com.br
ISBN EDIÇÃO
978-65-89266-05-1
Novembro/2021
Catalogação na Fonte
L557g
Lemos, Cristina Padilha.
Grupo da Longevidade Viva a Vida: três décadas de
história / Cristina Padilha Lemos, Sandra Rejane Soares
Ferreira . – Porto Alegre : Marcon Brasil, 2021.
224 p. ; 23 cm.
ISBN: 978-65-89266-05-1
CDD: 618.97
CDU: 613.98
BIBLIOTECÁRIO RESPONSÁVEL
Ginamara de Oliveira Lima - CRB 10/1204
A edição deste livro foi financiada pelo Conselho Municipal do Idoso (Comui) e
pelo Fundo Municipal do Idoso (Fumid), por meio do edital de chamamento públi-
co nº 01/2020, projeto Viva Mais Feliz. O financiamento da edição da publicação
encontra-se descrito no projeto do grupo Viva a Vida, cadastrado
sob o nº 20.0.000099303-5, e selecionado para financiamento.
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA......................................................................... 1
AGRADECIMENTOS.............................................................. 3
PREFÁCIO............................................................................. 11
APRESENTAÇÃO.................................................................. 15
1 O GRUPO DA LONGEVIDADE VIVA A VIDA: UMA
HISTÓRIA DE AMOR........................................................ 19
2 O CONTEXTO DA CRIAÇÃO DA UNIDADE
DE SAÚDE CONCEIÇÃO E DO GRUPO DE
CONVIVÊNCIA DE IDOSOS............................................ 29
3 A ESTRUTURAÇÃO E OFICIALIZAÇÃO DO GRUPO
DA LONGEVIDADE VIVA A VIDA..................................... 39
4 ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA
SAÚDE NO GRUPO DA LONGEVIDADE VIVA VIDA...... 51
5 OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NO GRUPO
DA LONGEVIDADE VIVA A VIDA......................................67
6 ATIVIDADES CULTURAIS, ARTÍSTICAS,
FILANTRÓPICAS E DE SOCIALIZAÇÃO DO GRUPO
DA LONGEVIDADE VIVA A VIDA..................................... 89
7 AS VIAGENS DO GRUPO DA LONGEVIDADE VIVA
A VIDA.............................................................................. 111
8 AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E
COMPLEMENTARES E A ESPIRITUALIDADE.............. 125
9 O TRABALHO INTERSETORIAL E AS PARCERIAS
DO GRUPO DA LONGEVIDADE VIVA A VIDA............... 147
10 O ENSINO E A PESQUISA NO GRUPO DA
LONGEVIDADE VIVA A VIDA.......................................... 175
11 O IMPACTO DAS ATIVIDADES DO GRUPO NA
VIDA DOS PARTICIPANTES.......................................... 187
12 O GRUPO DA LONGEVIDADE VIVA A VIDA
EM 2020: DESAFIOS PARA MANTER A
CONECTIVIDADE.......................................................... 205
DEDICATÓRIA
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Keylla Talitha Fernandes; OLIVEIRA, Fabiana Maria Rodrigues
Lopes de; FERNANDES, Maria das Graças Melo. Vulnerabilidade da pessoa
idosa: análise conceitual. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 72, supl. 2, p. 337-
344, 2019 Acesso 30 nov. 2020. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
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BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Ministério da Previdência e Assistência
Social. Relatório Final da 8a Conferência Nacional da Saúde. Brasília: MS;
1986. [internet]. [Acessado 8 agosto 2020]. Disponível em: http://conselho.
saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_8.pdf
GOTTLIEB, Maria Gabriela Valle et al. Envelhecimento e longevidade no
Rio Grande do Sul: um perfil histórico, étnico e de morbimortalidade dos ido-
sos. Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 365-380, June
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d=S1809-98232011000200016&lng=en&nrm=iso>. access on 08 May 2020.
https://doi.org/10.1590/S1809-98232011000200016.
IBGE. Agência IBGE noticias. Editoria: Estatísticas Sociais. Projeção
da População 2018: número de habitantes do país deve parar de crescer
em 2047. 01 de agosto de 2018. [Acesso 30 nov. 2020] Disponível em:
Regina conta que os cargos naquela época foram criados à medida que o
grupo identificava a necessidade. Foi assim que os três decidiram me con-
vidar para ser a profissional que apoiaria a coordenação e a realização das
atividades do grupo. Nessa época o grupo realizava as reuniões em salas que
ficavam dentro do Hospital Conceição e foi fundamental ter os profissionais
da unidade para ajudar a organizar as palestras e garantir o espaço físico
para os encontros dentro da instituição. Tendo em vista estas demandas a
diretoria do grupo criou a função de coordenadora técnica.
De acordo com os relatos de participantes do grupo os profissionais da
equipe de saúde da Unidade Conceição, onde me incluo, sempre foram
muito engajados no apoio para a manutenção das atividades. Assim como,
ao longo do tempo, nas diversas situações que o serviço de saúde precisou
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Ministério da Previdência e Assistência
Social. Relatório Final da 8a Conferência Nacional da Saúde. Brasília: MS;
1986. [internet]. [Acessado 8 Agosto 2020]. Disponível em: http://conselho.
saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_8.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Cartilha de apoio ao
autocuidado para pessoas com problemas crônicos de saúde: cartilha do usuário
autocuidado: o ingrediente essencial no cuidado à saúde; organização Cristina
Padilha Lemos, Sandra R. S. Ferreira; Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da
Conceição, 2012. 68p. Disponível em: http://online.pubhtml5.com/azza/tuct/#p=4
5.2. O PILATES
O pilates é um método criado para exercitar o controle muscular e foi
desenvolvido por Joseph Pilates, na década de 1920, sob influência do Yoga,
das artes marciais e da meditação. A maioria dos exercícios é executado com
a pessoa deitada. É atualmente uma técnica reconhecida para tratamento e
prevenção de problemas na coluna vertebral (FERNANDES & LACIO,
2011). Seu sucesso baseia-se no peculiar respeito a cada ser humano como
ser integral e único, uma vez que visa o reequilíbrio, o domínio e a cons-
ciência corporal, que levarão à harmonia entre corpo e mente e bem-estar
aos seus praticantes. Sua prática pode fazer com que o indivíduo reconheça
suas limitações pessoais, conscientizando-se das próprias capacidades, o
que é muito valioso para a pessoa idosa. Os idosos devem ser estimulados
à apropriação e ao reconhecimento de seu corpo e sua maturidade, sendo
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa.
Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, n. 19).
Disponível em: https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTE5NQ==
BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégia para o cuidado da pessoa com doença
crônica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. (Cadernos de Atenção Básica, n.
35). Disponível em: https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTIxMg==
CASSIANO, J. G.; SERELLI, L. S. S.; CÂNDIDO, S. A.; TORQUETTI, A.;
FONSECA, K.. Dança sênior: um recurso na intervenção terapêutico ocupacio-
nal junto a idosos hígidos. Revista Brasileira De Ciências Do Envelhecimento
Humano (RBCEH), 6 (2), 2009. p. 204-2012. Disponível em: http://seer.upf.br/
index.php/rbceh/article/view/174
ERNANDES, L.V.; LACIO, M.L. O método Pilates: estudo revisional sobre
seus benefícios na terceira idade. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista
Granbery, Curso de Educação Física, nº 10, jan/jun, 2011. ISSN 1981.0377.
Disponível em: http://re.granbery.edu.br/artigos/NDE1.pdf
6.3. O TEATRO
Com o objetivo de desenvolver atividades que estimulassem a criativi-
dade dos idosos do grupo, criamos esquetes teatrais e músicas com temas
ligados ao cotidiano do idoso, ao processo de envelhecimento e a saúde.
Utilizávamos, por exemplo, temáticas como: a importância do bom humor
e do otimismo na vida, a alimentação saudável, entre outros,
Os esquetes teatrais valorizam os idosos e estimulam a troca de ex-
periências, a expressão corporal e verbal, a memorização, as habilidades
motoras na confecção de adereços, a melhora da autoestima e da interação
em equipe. Estas atividades contaram com a colaboração e participação de
diferentes profissionais das áreas de educação física, dança, entre outros
que se envolveram e os que atualmente estão envolvidos nas apresentações
teatrais do grupo. Desde que essas atividades começaram a ser realizadas
surgiram convites para apresentações em conferências, congressos, escolas,
instituições de saúde filantrópicas, asilos, creches, dentre outros espaços de
socialização.
As práticas de encenação teatral e de dança fazem parte da trajetória do
grupo e estimulou o interesse pela arte e de acordo com os depoimentos
dos participantes passaram a ser considerada muitas vezes uma terapia. O
processo de construção coletiva estimula a participação, por exemplo, o
roteiro do texto, surgiu a partir de depoimentos durante as reuniões do grupo.
A variedade de temas permitia uma ampla participação e eles utilizavam
O Grupo Viva a Vida também participou do Projeto “Se vira nos 60”,
uma promoção da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e
Esporte, em 26 de julho de 2019, realizando um desfile de moda com ves-
tidos de festa da Cia de Artes. Nesta ocasião aconteceu junto ao evento uma
sessão de embelezamento realizado pelas alunas do curso de maquiagem
do C1 Rubem Berta. O evento contou ainda com apresentação do grupo de
Dança do Ventre do SINAPERS, aula de Stand Up com João Carlos Ferreira,
palestra de Ivana Lima e Luis Fernando Zamboim sobre “protagonismo e
empoderamento: ações positivas para pessoa idosa”.
Eu trabalhava no Conceição na UTI Neo Natal e não conseguia
participar muito das reuniões. Participei mais quando eram na sede
dos funcionários do Conceição. A professora de dança era a Lidice que
também nos ensinou sobre etiqueta, como colocar a manta no pescoço,
como colocar o casaco. Eu participei do desfile modas. Lembro das
apresentações no corredor e no pátio do Hospital. Eu descia para as-
sistir a dança. Participei de viagens, fomos para São Sebastião do Caí
REFERÊNCIAS
BEDRAN, B. A arte de cantar e contar histórias: narrativas orais e processos
criativos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
MELLON, N. A arte de contar histórias. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
HOUAISS, Antônio. Pequeno Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Porto
Alegre: Editora Moderna, 2015.
Geni conta que guardou todos os panfletos sobre os locais para onde as
viagens foram realizadas:
Tudo era muito organizado para as viagens. Eu fiz muitas viagens.
Conta Lembro das viagens com os detalhes de datas, horários e pro-
gramação. Como as que fizemos para São Lourenço do Sul, do passeio
ao Parque da Guarda em Santo Antonio da Patrulha, as termas de
Machadinho, entre outras. Em São Lourenço do Sul (RS) teve passeio
nas praias, visitação ao centro de artesanato, ao centro da cidade,
ao museu. Visitamos, também a casa de cucas caseiras, a fábrica de
chocolate, a igreja e outros atrativos como passeio de barco até a
fazenda com sobrado antigo - Casa de Donana (Ana Joaquina, irmã
de Bento Gonçalves). Também, teve passeio de charrete e almoço
campeiro e à noite, após o jantar no hotel, nos divertimos com música
e dança. No Passeio ao Parque da Guarda Santo Antonio da Patrulha
(RS) passamos um dia maravilhoso junto a natureza, conhecemos um
pouco da cultura da colonização Açoriana. Desfrutamos de atividades
como passeio de trenzinho dentro da estrutura do parque. Ainda, teve
peça de teatro, uma parada na Moenda Antiga para tomar caldo de
A Neida do João, dava aula de canto. Tinha pasta com tudo or-
ganizado para as apresentações em viagens. Em Piratuba fizeram
uma apresentação muito legal. O grupo do coral se apresentava com
capinha godê todas iguais, que a Josefa fazia, e calça preta”
(Benoci Kersting – ex-diretora do grupo)
8.6. REIKI
O grupo teve a oportunidade de contar com os reikianos Benoci Kersting,
Lorilei Zago, Vital Jorge Cristani, entre outros, em diversos momentos,
tanto para sessões coletivas de reiki quanto para atendimentos individuais.
O reiki é considerado uma energia curativa divina descoberta no Japão há
8.10. FITOTERAPIA
Quando trabalhei em São Sebastião do Caí, em uma Unidade Básica de
Saúde que funcionava junto a Escola Municipal de 1º Grau David Canabarro,
na Vila São Martin, conheci muitas pessoas da comunidade e da Escola.
8.11. YOGA
Segundo a instrutora de yoga Gisane Valenzuela, que tem uma longa
caminhada de muito estudo e dedicação no Centro de Estudos Budistas e
Bodisatva (CEBB) e foi uma das profissionais que ajudou o grupo quanto
8.12. A BIODANÇA
A biodança é uma forma de expressão corporal que promove vivências
integradoras por meio da música, do canto, da dança e de atividades em
grupo, visando restabelecer o equilíbrio afetivo e as renovações orgânicas,
necessárias ao desenvolvimento humano. Utiliza exercícios e músicas que
trabalham a coordenação e o equilíbrio físico e emocional, por meio dos
movimentos da dança, a fim de induzir experiências de integração, aumen-
tar a resistência ao estresse, promover a renovação orgânica e melhorar a
comunicação e o relacionamento interpessoal.
No Viva a Vida fomos iluminados pela presença e pelas experiências
promovidas pela nossa colaboradora Maria de Fátima Grazziotin, profes-
sora de biodança. A 1ª aula foi, em 31 de maio de 2017, com apresentação
do sistema biodança e práticas lúdicas. Desde então, o grupo tem contado
com esse recurso de forma regular até o advento da pandemia da covid-19.
Maria de Fátima Grazziotin conta como ela veio, de forma voluntária,
dar aulas de biodança para o grupo:
Fiquei sabendo da existência do Grupo da Longevidade Viva a Vida
através da minha querida amiga Lorena Medina, biodanceira, minha mestra
de reiki e terapeuta floral. Então, em 2017, ela sugeriu para eu falar com
você, Dra. Cristina, para fazer um trabalho voluntário de biodança nesse
grupo. Adorei a ideia. Você me acolheu com carinho e logo acertamos o dia
que eu iniciaria. Passei a frequentar o grupo todas as quartas-feiras, pois
achei importante conhecer as pessoas no seu contexto normal de atividades
e também me situar nas atividades e dinâmicas do grupo. A biodança tra-
balha a Saúde, potencializando o que há de saudável no indivíduo naquele
momento de sua vida, proporcionando o emergir da luz de cada um, a sua
identidade e a alegria de viver. O ambiente é afetivo e receptivo e todos são
acolhidos do jeito que estão ou do jeito que são. Todos são iguais, como a
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde (CNPICS) e da Coordenação-Geral de Documentação
e Informação (CGDI/SAA/SE). Glossário Temático: Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2018. Disponível
em: https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTM0Ng==
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e complemen-
tares no SUS: atitude de ampliação de acesso. 2. ed., Brasília: Ministério da
Saúde, 2015. 96 p. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
politica_nacional_praticas_integrativas_complementares_2ed.pdf
FIGUEREDO, Climério Avelino de; GURGEL, Idê Gomes Dantas; GURGEL
JUNIOR, Garibaldi Dantas. A Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos: construção, perspectivas e desafios. Physis, Rio de Janeiro, v. 24, n.2,
p.381-400, 2014. [accesso 30 Nov. 2020). Disponível em: http://www.scielo.br/scie-
lo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312014000200381&lng=en&nrm=iso
KEATING, Kathleen. A terapia do Abraço 2. 13ª edição, São Paulo: Editora
Pensamento, 2012.
Não lembro direito a quanto tempo, mas lembro que era uma
tarde ensolarada de quarta-feira quando o Silvio Leal me convidou
para visitar um grupo de idosos lá perto do Hospital Conceição.
“Vamos? É o grupo coordenado pela Dra. Cristina. Conheces? O
grupo que seu Léo representa no Conselho do Idoso”, dizia o Silvio.
Fazia pouco que eu era conselheira no COMUI pela Associação de
Moradores do Jardim Ipiranga. Conhecia pouco os demais grupos da
Região Noroeste. Um quê de resistência velada dissipou-se no instante
seguinte. Aceitei o convite e lá fomos nós. No caminho, Silvio contou
que o grupo participou da criação do Conselho Municipal do Idoso,
com origem no Serviço de Saúde Comunitária do GHC. Continuamos
nosso caminho e, após algumas quadras vencidas rapidamente, entre
quebradas de esquina avistamos o hospital, logo depois a escola, a
praça, e ali à esquerda, a Brigada Militar. É sempre bom conhecer a
comunidade do entorno. A teia que permeia o bairro. Eis que surge um
galpão de CTG. E ali estava reunido o Grupo da Longevidade Viva
a Vida! Entre a curiosidade para saber quem são essas mulheres e o
receio de estar interrompendo a atividade, seguimos a passos lentos.
O trajeto parecia extenso demais. Abrimos a porta lateral com muito
cuidado para não perturbar aquela fala que parecia ser muito cara
para o grupo. Uma senhora miúda, de óculos e muito alegre cha-
mada Jussara nos recebeu com um “Sejam bem-vindos! ”. No salão
havia muitas mulheres ouvindo atentas a senhora magra, alta, com
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Cartilha de apoio ao
autocuidado para pessoas com problemas crônicos de saúde: cartilha do usuário
autocuidado: o ingrediente essencial no cuidado à saúde; organização Cristina
Padilha Lemos, Sandra R. S. Ferreira; Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da
Conceição, 2012. 68p. Disponível em: http://online.pubhtml5.com/azza/tuct/#p=4
BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Promoção do en-
velhecimento saudável: vivendo bem até mais que 100!: cartilha do profissional
de saúde; Cristina Padilha Lemos, Sandra R. S. Ferreira; ilustrações de Maria
Lúcia Lenz. Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da Conceição, 2009a. 80p.
Disponível em: https://www.portaldaenfermagem.com.br/downloads/cartilha-
-promocao-envelhecimento-profissional-saude.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Promoção do
envelhecimento saudável: vivendo bem até mais que 100!: cartilha do usuário;
Cristina Padilha Lemos, Sandra R. S. Ferreira; ilustrações de Maria Lúcia Lenz.
Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da Conceição, 2009b. 42p. Disponível
em: http://online.pubhtml5.com/azza/iwyn/#p=6
ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE (OPAS). Brasil. Banco de
Notícias. Folha informativa - Envelhecimento e Saúde. Fevereiro de 2018. [Acesso 8
Agosto 2020] Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_con-
tent&view=article&id=5661:folha-informativa-envelhecimento-e-saude&Itemid=820
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Envelhecimento ativo: uma
política de saúde; tradução Suzana Gontijo. Brasília: Organização Panamericana
da Saúde, 2005. 60p. [Acesso 8 Agosto 2020] Disponível em: https://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf
11.1. O G R U P O : A M B I E N T E D E T R A N S F O R M A Ç Õ E S
SIGNIFICATIVAS
A experiência com o trabalho, nesses 34 anos, junto ao Viva a Vida,
tem se mostrado uma importante estratégia para a promoção da saúde dos
idosos. Nesta trajetória foi possível testemunhar verdadeiras transformações
em muitos idosos. O ambiente alegre e afetivo tem sido, ao longo do tem-
po, um estimulo para o convívio e para o desenvolvimento de habilidades
desconhecidas como, por exemplo, representar em esquetes teatrais, contar
histórias, cantar, dançar, entre outras inovações. A diversidade de experiên-
cias e o convívio amoroso permitiram aos idosos, olhar para o seu processo
de envelhecimento como uma experiência positiva. A convivência com seus
pares é sem dúvida uma contribuição importante para o envelhecimento
ativo, saudável e com mais qualidade de vida.
A constituição do grupo propiciou a formação de uma rede ampla que
se estendeu por diversas áreas da instituição, da comunidade e da cidade
de Porto Alegre. A socialização e o compartilhamento de informações e
experiências, muito antes das redes sociais invadirem nossas vidas, foi
característica comum entre os componentes do grupo. Nessa época não
tínhamos disponíveis tantos recursos de comunicação como dispomos
hoje, mas a rede se constituía no boca a boca, na visita à vizinha para levar
um recado, no cartaz em lugares chaves da comunidade. Nos encontros
as pessoas se viam, se tocavam, ficavam próximas, dividiam problemas
e preocupações, refletiam sobre possíveis soluções, reforçando o valor da
amizade, da confiança, do companheirismo e do sentimento de integração
e de pertencimento.
O grupo tem cumprido uma função singular ao suprir necessidades que
são de todos os seres humanos, pertencimento, convívio, manutenção das
relações sociais, apoio emocional, espaço de escuta. Tenho observado que