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Bandolim - Documento - David - Rodrigues
Bandolim - Documento - David - Rodrigues
Ano 2021
Vogal - Orientador Professor Doutor Pedro João Agostinho Figueiredo Santander Rodrigues
Professor Auxiliar, Universidade de Aveiro.
agradecimentos Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, aos professores que acompanharam
este trabalho. Ao Professor António de Sousa Vieira pela partilha, dedicação à
causa, acompanhamento incondicional e, principalmente, amizade; ao
Professor Pedro Rodrigues pelo rigor, pertinência e disponibilidade que
demonstrou em todo este processo no árduo caminho da clarividência; e ao
Professor Flávio Pinho pelo acolhimento absoluto, partilha fundamental de
experiência e abertura demonstrada em todas as propostas.
Em segundo lugar, agradeço aos alunos do Quinto Império e do Conservatório
de Música de Coimbra pelo brilho apresentado nas aulas que permitiu que este
trabalho tivesse uma componente prática efetiva.
Ao Filipe Marado e à Daniela Monteiro pela paciência e por tudo o resto cuja
tentativa de expressão testa os limites das palavras.
Ao meu pai Pedro Rodrigues, à minha mãe Rosa Rodrigues e à minha irmã
Sílvia Rodrigues por me darem justificação na personificação constante do
conceito de família.
À Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins pela inspiração.
Ao Mestre Manuel Costa por ter levantado a ponta do Véu.
palavras-chave Música na Comunidade, Ensino de Grupo Bandolim.
resumo
O Ensino Instrumental em Pequenos Grupos – o caso do Bandolim surge no
âmbito do Mestrado em Ensino da Música na Universidade de Aveiro com a
orientação dos Professores Pedro Rodrigues e António de Sousa Vieira.
Encontra-se dividido em dois momentos, uma dissertação e um relatório de
estágio.
A dissertação irá explorar a temática do ensino em grupo bem como as
metodologias adotadas como resposta à problemática de um acesso mais
abrangente ao ensino da música. O relatório do estágio que teve lugar no
Conservatório de Música de Coimbra, no ano letivo de 2020/2021 na classe do
Professor Flávio Pinho enquanto orientador cooperante, reflete as experiências
que sedimentaram o trabalho de investigação e consequente extração de
resultados.
keywords Music in the Community, Group Teaching, Mandolin.
abstract
Instrumental Teaching in Small Groups - the Mandolin case is a part of the
Master Degree in Music Teaching in the University of Aveiro, under the
supervision of Professors Pedro Rodrigues and António de Sousa Vieira. It is
divided in two parts, a dissertation and a training report.
The dissertation will explore the theme of group teaching as well as the
adopted methodologies as an answer to the problem of an embracing access
to music teaching. The report of the training that took place in the Conservatory
of Music of Coimbra, in the academic year 2020/2021 in the class of Professor
Flávio Pinho as cooperative supervisor, reflects the experiences that settled the
research work and consequent extraction of results.
ÍNDICE
1- INTRODUÇÃO p.17
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4.3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
– PRÁTICAS EDUCATIVAS - QUINTO IMPÉRIO p.65
6. BIBLIOGRAFIA p.73
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ÍNDICE DE TABELAS E IMAGENS
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1- INTRODUÇÃO
Sob o ponto de vista da motivação pessoal para a exploração deste tema devo referir que
tem a sua génese na forma como se desenrolou a minha própria aprendizagem no
primeiro contacto com a música. O ambiente colaborativo que a pautou desenvolvia-se
em torno da figura de um mestre que disponibilizava parte do seu tempo para partilhar o
seu conhecimento com outros de forma tão amadora como livre. Tal como eu, os outros
colegas, de diferentes idades, que se sentavam à mesa com os seus bandolins recebiam
as informações em dimensões tão diferentes que criavam, à volta de um mesmo
conteúdo, um rico espectro de entendimentos. Foi deste modo que muitos músicos se
formaram numa primeira fase, principalmente os que o fizeram nas décadas passadas
em cidades pequenas onde o acesso ao ensino e ao rigor das matérias era parco. Isto é,
foi assim que o meu mestre aprendeu música com o seu que, por sua vez, o havia feito
com um terceiro segundo os mesmos princípios.
A presente dissertação está organizada em três capítulos. Em primeiro lugar surge uma
revisão de literatura para sustentar um Enquadramento Teórico tripartido que se inicia
com uma investigação no domínio filosófico do conceito de educar para identificar o papel
que, genericamente, é atribuído ao grupo. Segue-se uma pequena viagem pela
legislação portuguesa com vista à contextualização da hipótese deste ensino na evolução
que foi apresentando ao longo dos anos colocando em comparação os princípios a ter
em conta no ensino segundo a visão do legislador e aqueles que sustentam a
modalidade sugerida. Na terceira secção deste primeiro capítulo tem lugar uma travessia
pela literatura específica já desenvolvida e assente em experiências concretas que
denota a preocupação que o tema tem vindo a levantar bem como a pertinência que
justifica a escolha.
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O segundo capítulo é destinado à Metodologia onde são explanadas as várias fases do
trabalho e que resumem os seus objetivos. Nesta etapa é levantada a problemática e
anunciada a hipótese defendida, explicada e justificada a abordagem feita à literatura e
colocados os trâmites de investigação que tiveram lugar com a referida prática de ensino
supervisionada no Conservatório de Música de Coimbra e com a apresentação do
trabalho da associação Quicntopimperio, com sede em Lamego que, enquanto instituição
cultural, dedica parte da sua atividade à promoção de um ensino próximo daquele que a
tese faz saber.
Por outro lado, o facto de o bandolim ser um instrumento a passar por um processo de
ressurgimento em Portugal e cujo repertório está a ser redescoberto, explanar as suas
potencialidades na metodologia proposta mostrou-se relevante para a divulgação e
preservação do instrumento. Esta relevância ganhou uma outra dimensão quando
analisados os manuais e documentos de apoio para a sua aprendizagem que davam
sinais da valorização dos pequenos grupos durante o processo levantando um caminho
apontado por parte dos compositores e professores de bandolim que se dedicaram ao
desenvolvimento destes materiais didáticos.
Embora seja um tema que tem vindo a ganhar relevância na esfera das Ciências da
Educação há, ainda, a necessidade de um olhar mais atento sobre o mesmo. Pretende-
se que esta dissertação dê um contributo, mesmo que singelo, para uma discussão mais
alargada com vista à análise criteriosa das suas potencialidades e da possível
estruturação da sua operacionalização que permita uma oferta pedagógica dos
instrumentos mais abrangente na educação.
Assim, este trabalho é apenas o início de um percurso na didática em torno do tema que
agora se apresenta mais sustentado, esclarecido e com a esperança de que possa trazer
novas ferramentas para aplicar na melhoria constante da prática enquanto professor.
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2- ENQUADRAMENTO TEÓRICO
O ensino em grupo tem vindo, nos últimos anos, a mostrar-se uma temática de
aprofundada reflexão enquanto ferramenta no complexo de aprendizagem levantando
experiências e promovendo o desenvolvimento de literatura na adaptação em constante
mutação a um mundo.
Os objetos dessa reflexão tocam nos mais diversos ramos adjacentes à música, à
legislação, ao ensino e às práticas pedagógicas sustentadas pelos sucessivos teóricos no
decorrer das décadas pela sua contemporaneidade e pelas condições e condicionantes
que os dias de hoje apresentam em que tudo é passível de se tornar alvo do espírito
crítico. Estas questões levam-nos aos ambientes abstratos da conceção humana onde
reside a distinção objetiva perante os restantes animais que habitam o planeta e, por
isso, apresentam a clara distinção entre viver e existir.
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2.1. O PAPEL DO GRUPO NAS DEFINIÇÕES DO ATO DE EDUCAR
John Rawls (1921 - 2002), na sua leitura de educação, não separa o papel do grupo no
ato de educar pela perspetiva de uma tarefa de treino ou desenvolvimento de aptidões ou
habilidades com o intuito de promover a apropriação da cultura requerendo, por isso, uma
articulação com os princípios de identidade, numa sociedade que se pretende ordenada e
assente nos parâmetros da justiça e com um papel superior na oferta de direitos,
liberdades e oportunidades num plano de equidade. Mesmo naquilo que à educação
moral diz respeito (elemento necessariamente envolvido no processo de educar e em que
os contextos em que se está inserido têm especial importância), apresenta uma
organização tripartida refletindo este impacto do grupo: primeiro com um estágio de
moralidade da autoridade; em segundo, com a referida moralidade de grupo; e, por fim,
com o estágio da moralidade de princípios que chega no fim da linha do processo
evolutivo (Rohling, 2012).
Também Paul Ricoeur (1913 – 2005) propõe, neste ambiente, um ternário ético para a
definição de “vida boa” em que a educação e, uma vez mais, a articulação com o grupo,
tem um papel preponderante numa definição de viver bem, em primeiro lugar, consigo
próprio, em segundo lugar, com os outros e, em terceiro lugar, num contexto de
instituições justas (entenda-se por instituições as relações com diversas ordens de
profundidade criadas entre pessoas) (Corá, 2013).
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perspetiva utilitária em função do desejo ou punição do visado; o segundo, convencional,
fá-lo passar, novamente, pelo crivo e por uma aceitação contextual e de grupo
caracterizada pela procura do estabelecimento de acordos com base em leis assimiladas
e do conhecimento generalizado; em terceiro lugar, Kolberg, à semelhança, por exemplo,
da proposta de Rawls, ultrapassa as barreiras da moralidade de grupo levando-a para
uma fase pós-convencional de assunção de uma moralidade autónoma.
Nesta perspetiva, a relação com o grupo estabelece, uma vez mais, um papel central na
aprendizagem da moralidade em paralelo com as questões de conteúdo apontando uma
aprendizagem que, passando pelo grupo, caminha para a independência em acordo com
as normas instituídas (Canastra, 2005).
A atualização prática desta narrativa sugere, assim, que o professor seja um ativo na
promoção de discussão e na criação do ambiente propício à reflexão levando os alunos a
sentirem-se responsáveis pelas tomadas de decisão e respetivas consequências
(Goergen, 2005).
É incontornável, dentro desta temática, o trabalho de Jean Piaget (1896 – 1980) que,
entre outros contributos, faz a relação do modo como a apreensão de regras é tida por
parte das crianças nos contextos lúdicos. São, assim, levantados quatro estágios: o
primeiro, até aos quatro anos de idade, pautado pelo comportamento individual; o
segundo, entre os quatro e os onze anos, cuja vivência ocorre sem sentido de
cooperação (fase do egocentrismo); no terceiro, que se apresenta entre os sete e os
onze anos, as crianças estabelecem alguma cooperação, ainda que incipiente e, por fim,
o quatro estágio é caracterizado pela genuína cooperação e verifica-se em crianças com
mais de doze anos de idade (Fleming, 2006).
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A cooperação que serve de base para esta observação do papel do individuo em grupo
em contexto de aprendizagem é, do mesmo modo, inerente a toda a ação maximizando,
em pequenos grupos, todas as metas definidas pelo facto de adquirirem uma outra
dimensão contextual (Moreira, 2015).
Para reforçar esta imagem, Albert Brandura (*1925) vem defender que a forma de
aprendizagem das crianças passa, por um lado, pela observação dos seus pares e, por
outro, pela criação de modelos durante o processo de observação (Fleming, 2006).
É, para o autor, este processo iniciado com a receção dos estímulos e desenvolvida pela
memorização e pela imitação nas diversas dimensões que passam o domínio cognitivo
(as afetivas e conativas) que elabora a teoria da aprendizagem social ou socio-
comportamental (Moreira, 2015).
Pode, neste panorama mais filosófico que serve de base à construção das metodologias
e práticas pedagógicas no ensino, verificar-se que a apreensão dos valores está
relacionada, diretamente, com o processo cognitivo das diferentes matérias e a
importância atribuída ao papel do grupo nos diferentes níveis é quase unânime pela
condição necessariamente social do Homem em toda a sua atividade e raio de ação.
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ao longo dos anos na definição e mutação do currículo que é o objeto base de todas as
práticas pedagógicas, que se permite a constantes alterações e corresponde à
representação social na articulação dos poderes de decisão com os campos científicos
no intuito de dar resposta a uma necessidade concordante em toda a sociedade. A
solução apontada para a satisfação desta carência passa por proporcionar
aprendizagens gerais e específicas a todos os estudantes para que se possam apropriar
e fazer-se corresponder à matriz cultural que lhes está inerente. Desta forma, organiza as
informações de maneira que se possa transformar em conhecimento, instrumentalizando
as respetivas aprendizagens necessárias, através dos mecanismos do currículo que
definem os programas ou orientações programáticas (Roldão, 2000).
No caso específico do ensino da música, esta evolução pode aferir-se com clareza desde
o ano de 1835 com a criação do Conservatório Nacional por João Domingos Bomtempo
(1775 – 1842) alargando o ensino da música do panorama religioso para o secular com
uma maior incidência no ensino dos diferentes instrumentos. O exemplo foi seguido com
a criação do Conservatório de Música do Porto no ano de 1917 e dos restantes
conservatórios a partir da década de 60 do século XX. A regulamentação da formação
artística nestas novas escolas vai patentear-se com o primeiro grande diploma no ano de
1930, o Decreto-Lei nº 18881 de 25 de setembro (PORTUGAL, 1930).
Por sua vez, esta Experiência Pedagógica (que só viria a ser regulamentada mais tarde
(com a portaria nº 370/98 de 29 de junho) constituiu, para o ensino da música em
Portugal, um marco de grande importância ao colocar os cursos nesta condição pela
componente reflexiva que trouxe e pela alteração que promoveu face ao decreto de 1930.
Assim, saem e são aplicados os novos planos de estudo para o Conservatório e define-
se a alteração da duração do Curso Básico de Instrumento (seis anos) e do Curso
Superior de Instrumento (oito anos) (PORTUGAL, 1998).
Os anos oitenta, no que à evolução legislativa afeta ao ensino da música diz respeito,
foram sobejamente prolíficos na criação de medidas cujos impactos se sentem até aos
dias de hoje. Desde logo, pela criação dos princípios do estatuto particular e cooperativo
(Decreto-Lei nº 553/80) e pela regulamentação, em 1983 do ensino da música, teatro e
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dança no sentido da integração das áreas vocacionais no panorama que se pode
denominar como “sistema geral de ensino” com o Decreto-Lei nº 310/83 de 1 de junho.
Este procedimento é feito com o estabelecimento de um plano de equivalência entre os
dois contextos escolares fazendo-se corresponder o primeiro grau do ensino do
conservatório com o quinto ano de escolaridade apresentando-se com a fundamentação
universalista e de defesa de um ensino para todos os cidadãos. Para além destes
aspetos, destaca-se a medida que recaiu sobre os cursos superiores no seu
encaminhamento para as Escolas Superiores de Música do Ensino Superior Politécnico e
definindo, por isso, os conservatórios como escolas secundárias vocacionais
(PORTUGAL, 1983).
Estas medidas viriam reforçar a criação do “ensino articulado” que definiria as disciplinas
e as respetivas cargas horárias dos planos de estudo específico da formação vocacional
e que trouxe, em consequência, um grande aumento de escolas de música dotadas de
paralelismo pedagógico. No mesmo sentido, a procura do ensino articulado cresce
significativamente por parte das famílias (PORTUGAL, 1984). Esta tendência viria a ser
completada no ano seguinte com a regulamentação do regime supletivo de frequência
(PORTUGAL, 1985) e com a criação, em 1989, das escolas profissionais (PORTUGAL,
1989).
Num outro domínio, em 1990 é regulamentada a educação artística nos âmbitos pré-
escolar, escolar e extraescolar num decreto que teve o impacto de uma espécie de lei de
bases do ensino artístico com vista à atribuição de um nível de coerência aos diferentes
regimes (PORTUGAL, 1990). Já em 2001, com o decreto-lei nº6, são reforçados os sinais
do encaminhamento curricular que vinham sendo tornados claros com a ênfase colocada,
no que diz respeito à orientação e avaliação da prática pedagógica e dos conteúdos, nos
processos e não tanto nos objetivos. Esta valorização dos procedimentos pode ser
encontrada ao longo da evolução legislativa a aplicar nas mais diversas disciplinas em
prol de um perfil de aluno à saída da escolaridade obrigatória com competências no
âmbito dos conteúdos, mas também, dos aspetos sociais (PORTUGAL, 2001).
Deste modo, organiza-se em princípios com uma base humanista que busca uma
sociedade mais justa e refletida nos valores e nos saberes impressos no ensino que
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promove esse saber enquanto centro do processo educativo e a capacidade de uma
aprendizagem prolongada no tempo e com ferramentas que a tornem independente num
ambiente de inclusão, equidade e democracia. Por outro lado, requerem-se do aluno a
participação no próprio processo formativo em construção de um currículo flexível, em
atualização do conhecimento sustentado, sustentável e estável.
É, pela sua relevância para a temática de salientar, em último lugar, a portaria 691/2009
de 25 de junho que propõe a possibilidade da lecionação da discilina de instrumento com
a carga horária dividida (metada individual e a outra parte em grupos de dois alunos).
Embora tenha sido revogada pouco depois, esta portaria representa um papel ímpar ao
abrir as portas legislativas para o ensino em grupo.
Esta fundamentação legislativa baseada na sua respetiva evolução vem assegurar como
importantes, sob o ponto de vista genérico e das exigências na construção dos saberes
dos estudantes, em articulação com todas as especificidades de cada uma das áreas a
dominar, algumas das características que o ensino de um instrumento musical em
contexto de grupo pode garantir. Essas competências a desenvolver estão presentes em
quase todas as intervenções de legislação de que há registo em prol de um
aluno/cidadão mais livre, crítico, capaz de se adaptar às adversidades, que valorize as
características idiossincráticas dos seus pares, que veja as suas características
respeitadas e que adote uma postura de um conhecimento construído em conjunto.
Desde a criação do Conservatório Nacional até ao último documento citado que explana
o perfil do aluno, passando pela criação do ensino artístico no regime articulado ou pela
adequação dos programas ao longo dos tempos que se notam laivos de um desejo social
e generalizado de um ensino da música para todos com a valorização da respetiva arte.
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2.3. O ENSINO EM GRUPO – TEORIAS E DEFINIÇÕES
O ensino em grupo tem por base a inter-relação que é característica ao Homem em todas
as tarefas, a interdependência e a responsabilidade que ela implica mas também a
motivação contextual, a cooperação e a adoção de modelos com vista à aprendizagem
de maneira que os alunos, neste regime, aprendam com os professores e com os outros
alunos. Desta forma, distingue-se, em termos gerais, da prática orquestral e música de
câmara onde o trabalho é canalizado para a interpretação de obras musicais em que se
assume como dominadas as questões técnicas necessárias e da frequência em
Masterclasses que funcionam como uma espécie de aulas assistidas. Na definição desta
modalidade de ensino, antes de estar patente o uso da técnica em prol da produção
musical, está a aprendizagem dessa mesma técnica instrumental mudando, apenas, o
contexto social e a dinâmica imprimida (Paes & Santos, 2015).
Também a educação pela música e para a música valoriza, para além dos conteúdos
necessários, a componente afetiva elevando esta noção além do objeto estético e
constituindo atividade Humana intencional. Por isso, aprender música necessita da
estreita ligação com a intencionalidade e de conceber a performance como elemento
central estruturante (Bordes, 2007)
Deve, por isso, o ato de ensinar e aprender em grupo, incluir compreensão e diversão
musical em bom ambiente com professores e alunos, com estratégias e regras
adequadas aos estágios de desenvolvimento dos envolvidos. Salienta-se, igualmente, a
componente motivacional que muitas vezes está afeta ao ensino em grupo, a criação
regular de oportunidades de apresentação e a possibilidade de uma constante evolução
crítica que providencia as ferramentas para com a opinião alheia lidar e cujos impactos se
alastram para toda a atividade académica extramusical (Saraiva, 2015).
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Esta linha de pensamento pode encontrar-se em diversos pontos do globo e em
diferentes alturas. Alguns conservatórios foram, a título de exemplo, propagando o ensino
coletivo desde logo, pelas mãos do compositor Felix Mendelssohn (1809 – 1847)
aquando da inauguração do conservatório da cidade alemã de Leipzig, em 1843, com a
incorporação da metodologia referida ao qual se seguiu, no ano de 1867, o conservatório
de Boston. Em 1890, no Reino Unido, surge o movimento Maidstone dedicado ao ensino
coletivo do violino. Contudo, o final do século XIX, veio reforçar, na maioria dos casos, a
especialização do sistema individual caindo, o ensino coletivo, em desuso embora
deixasse o seu papel influenciador visível (Garcia, 2013).
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Ensinar música em pequenos grupos inclui explicações teóricas, exemplificações por
parte do professor e alunos, exercícios técnicos realizados individualmente e em
conjunto, por isso, as inerentes performances constantes comportam, pelo seu caráter
informal, uma diminuição da componente de ansiedade de outros momentos
performativos mais sérios conseguida pela repetição e pelo hábito diminuindo,
consequentemente, a inibição de tocar em público. Este fator pode ser revisitado em
sucessivos momentos da educação (apresentação de trabalhos, comunicações,
exposições à turma) bem como nos diversos momentos do quotidiano em que a escola
está omissa.
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muscular sobe para um outro patamar de dificuldade quando se adicionam os estímulos
dos restantes intervenientes do grupo, pela visualização e identificação dos problemas
individuais no outro, numa espécie de reflexo de si mesmo. O desenvolvimento
psicomotor ganha uma dimensão intelectual levando, inclusive, à descoberta de
dificuldades ou erros que, antes da observação, não eram conscientemente reconhecidos
(Garcia, 2013).
O último grupo de áreas de desenvolvimento que devem referir-se para uma perceção
mais alargada dos efeitos e implicações desta modalidade educativa dizem respeito aos
domínios afetivos e sociais. Por um lado, o desenvolvimento da personalidade, que é um
processo contínuo, irrepetível e cujos estímulos e respetivos efeitos não se conseguem
mensurar, está diretamente associada ao contexto circundante que vive da aprovação ou
desaprovação dos outros, do sentido crítico e da autocrítica. Por isso, as respostas dadas
ao grupo e pelo grupo que terão efeitos ímpares nas competências sociais, humanas, de
valores e de equipa que se estendem desde o respeito pelo outro e pelas regras até à
consciência do trabalho de cada um onde o próprio é protagonista (Garcia, 2013).
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finais sejam adequados transferindo, eventualmente, o aluno para regime presencial até
que o reforço individualizado para o regresso ao grupo tenha dado os seus frutos (Mota,
2014).
Reimer sustenta, na sua obra, a teoria de que a educação musical passa, sobretudo, pelo
pensamento estético de que o estudo de uma arte tem o seu cerne em três domínios
principais: em primeiro lugar, na perceção do seu papel na história; em segundo lugar, na
evolução dessa arte ao longo dos tempos; e, por último, na necessidade de a concretizar
enquanto parte integrante e essencial da vida de quem a promove (Barba, 2016).
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A definitiva conclusão do autor é o objeto central no enquadramento do ensino da música
nas suas mais variadas modalidades: educar para a música é educar e disciplinar o
sentimento pelo facto de, o ato de sentir, ser uma condição constante e indissociável da
vida humana. Exteriorizar os sentimentos individuais é, por isso, disciplinar a
subjetividade ajudando a definir a música enquanto experiência subjetiva do sentimento.
Como afirma Reimer “Creating art and experiencing art educate feeling” (Reimer, 2002, p.
33)
Pode, com estes princípios, efetivar-se esta leitura sobre o ensino da música: pelos
estímulos gerados para todos os elementos da turma; pela necessidade de uma
audiência no momento da exteriorização; pela riqueza da produção sonora enquanto
material elementar para o treino auditivo; e pela experiência musical partilhada que dão
uma nova dimensão aos domínios descritos (Barba, 2016).
Embora crítico da educação estética apresentada por Reimer e da sua leitura de uma
obra enquanto entidade autónoma, David J. Elliot segue a mesma linha de pensamento
acerca do princípio de que a filosofia da educação musical se desenrola a partir do
entendimento sobre o conceito de música e, uma vez mais, pode encontrar-se no ensino
em grupo, as ferramentas para esta concretização.
Fazer música, para Elliott é o elemento central de qualquer aula podendo, este ato,
assumir diversas formas nos mais variados processos que vão desde a audição, a
criação de arranjos, a composição, a improvisação e o trabalho sobre os conteúdos
teóricos. Todos estes elementos e a sua respetiva articulação devem encabeçar o ensino
numa constante procura e reflexão entre a música, a emoção, os currículos e a
criatividade. Assim, o autor defende a premissa de que a educação musical é um
processo dependente da natureza da própria música e dos significados que possa
adquirir na vida Humana. Cria-se, uma vez mais, por esta definição, uma íntima relação
entre a aprendizagem da música e as restantes atividades (Barba, 2016).
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Dos elementos enumerados, Elliott dedica especial atenção ao processo de improvisação
enquanto relacionador dos conteúdos com uma importante carga social pela sua
iminência de execução em grupo. A improvisação permite a concretização musical em
ambiente de sala de aula atribuindo um caráter de identidade a todos os intervenientes
na descoberta da própria voz em momentos e lugar oportunos. Pode inferir-se esta
relação simbiótica pela expressão do próprio autor na sua obra Music Mathers: A New
Philosophy of Music Education: “During musical improvisation, it is as if the improviser’s
audience gains privileged access to the composer’s mind at the moment of musical
creation” (Elliott, 1995, p. 169).
A música adquire o seu valor, em parte, através da ajuda que proporciona na reflexão da
individualidade e na relação que as características idiossincráticas reconhecidas no
processo estabelecem com os outros. Este aspeto, para o autor, deverá ser o propósito
da educação musical e o centro da sua teoria em que o caminho que se percorre através
do mesmo ponto de partida pode seguir diferentes direções em função do educando
realçando a papel do estudante na comunidade em que participa e em que aprende e
produz música. Elliot sugere, assim, uma visão sociocultural dos participantes para a
definição estratégica e para a compreensão dos resultados adquiridos durante o
processo de aprendizagem (Barba, 2016).
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seu próprio conhecimento; e pela estimulação na produção e exploração sonora que tem
o lugar central no momento didático (Bartião, 2012).
O professor de música tem, para além do domínio das competências referidas, o desafio
de promover uma aprendizagem que estimule a descoberta do mundo e de conhecer
cada um dos alunos enquanto ser sociocultural numa exploração e reflexão dos cenários
exteriores e com as variações curriculares que se mostrarem necessárias a estes
cenários (Souza, 2004).
Por isso, este perfil deverá ter em conta os objetivos de um ensino instrumental voltado
para a consciencialização da importância das relações que os currículos tecem entre si e
em que o aluno é agente ativo na construção do conhecimento visível e no currículo
oculto tendo em atenção as duas realidades curriculares (ensino genérico ou regular
desenvolvido nas escolas de ensino básico e secundário e ensino artístico promovido nos
conservatórios e academias) de modo que a educação artística se articule em função do
desenvolvimento de um percurso mais diversificado e flexível (Ribeiro & Vieira, 2010).
Por outro lado, na história da música e na história do ensino da mesma pode encontrar-
se a aproximação a uma abordagem às artes com o caráter de especialização que marca
todo o desenrolar desta atividade. Essa especialização consistiu na fragmentação da
aprendizagem da música dividida nas áreas do conhecimento que a compõem como a
formação musical, a formação auditiva, a aprendizagem do instrumento e da sua técnica,
da composição e criação musical.
Os percursos são reunidos sob o mote “vocacional” do ensino e prática musical que
sugere uma preocupação política. Essa preocupação revela-se na maneira de
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encaminhar os alunos mais aptos para os ambientes artísticos sem que a grande maioria
tenha as condições de oferta suficientes para que as mesmas aptidões sejam
averiguadas. Por outro lado, também a forma de detetar as ditas aptidões pode ser
questionável devido a fatores sociais como o enunciando ou outras condicionantes que
podem afetar o momento de ajuizar alargando a desigualdade (Vieira, 2009).
Esta definição, relacionada durante muito tempo com o ambiente religioso onde a música
era ensinada, acaba por ser substituída pelo termo “especialização” que faz alusão ao
ambiente académico e de conservatórios que albergam o ensino da música mas sujeito
ao mesmo princípio de manutenção de um hiato muito profundo entre os ensinos
“especializado” e “genérico” da música (Vieira M. H., 2014).
É deste ponto que surge a ideia explorada de realizar um ensino da música que tenha em
conta o indivíduo em articulação com a comunidade em que se insere enquanto meio de
promoção das relações sociais que o suportam. O ensino em grupo pode ajudar a criar
essas condições mitigando a dicotomia instalada e abrindo portas para outras
manifestações pedagógicas (Vieira, 2014).
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3- METODOLOGIA GERAL
A metodologia geral adotada para a elaboração deste trabalho pode ser descrita através
de um sistema com quatro ângulos de perspetiva: o primeiro, diz respeito ao
levantamento da problemática e formulação da tese que vai abrir as portas para as
restantes fases; o segundo, relaciona-se com a revisão da literatura, geral e específica,
de modo a permitir que a tese e os dados da experiência sejam sustentados
superiormente, com autores de referência, com outras experiências e com teorias das
ciências da educação previamente valorizadas; o terceiro ângulo que o suporta concerne
à prática de ensino supervisionada que decorreu no conservatório de música de coimbra
no ano letivo 2020/2021 na classe de bandolim, que forneceu um dos ambientes
experimentais e cujo relatório, sujeito a análise, representa um dos locais de recolha e
análise de dados; o último vértice desta metodologia consiste na narração da atividade da
associação Quicntopimperio (doravante Quinto Império), com sede em Lamego e que, no
âmbito do ensino informal da música, representa uma possível concretização da proposta
apresentada. Esta estrutura pode ser observada na seguinte tabela onda consta,
igualmente, a calendarização respetiva.
Metodologia Calendário
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3.1. METODOLOGIA: PROBLEMÁTICA E TESE
Perante este objetivo, procedeu-se à leitura dos meios basilares que sustentam o ensino
da música através da revisão da literatura e da observação empírica. Por um lado, a
Educação Musical no Ensino Básico e, por outro, o Ensino Especializado da Música.
Acrescentam-se, ainda, as diferentes intervenções de ensino informal que, para o efeito,
podem apresentar resultados dignos de análise. A principal inferência que sai desta
abordagem segue a linha de pensamento de que o fosso entre um regime e outro é
demasiado extenso criando um grande desequilíbrio entre os alunos, no que a
conhecimentos e práticas musicais diz respeito, mediante inúmeras condicionantes que
passam pela localização geográfica, pelas conceções a priori que pairam, pela
classificação das aptidões, pelas questões financeiras, pela motivação, entre muitos
outros fatores.
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enquanto produto educativo, dois mundos díspares e quase incontactáveis. A
comunicação poderá ser feita com uma estrutura intermédia em que o ensino em grupo
pode ser parte da resposta.
Por último, a ponte entre os alunos que aprendem no ensino genérico mas que têm
interesse no ensino especializado nos diferentes regimes de frequência é feita com maior
37
exatidão, com mais informação, com experiência e com um nível mais justo no que a
condições de acesso diz respeito não sendo, o instrumento estudado, vinculativo para a
realização das provas para acesso ao ensino artístico especializado no regime supletivo,
ou até mesmo, articulado através de uma prova de colocação.
Estes passos constituem uma revisão da literatura que procede à observação desde
domínios mais gerais para os particulares com um objetivo claro em comum: avaliar a
importância que, em todo esse processo, o grupo pode ter enquanto verdadeira fonte de
aprendizagem e mais-valia genericamente aceite.
38
Tabela 2:Revisão da Literatura – Ensino em Pequenos Grupos
Revisão da Literatura
O Papel do Grupo no Ensino da Música em Portugal – Uma Breve Viagem à Luz da Lei
Esta foi a justificação para uma breve abordagem inicial feita através de autores como
John Rawls, Paul Ricoeur ou Lawrence Kohlberg que indicam, ainda que por vezes
divergentes, caminhos para a reflexão acerca do conceito de educar e do papel do
educador envolvidos nos conceitos filosóficos que os caracterizam. Deste primeiro plano
geral pretende-se extrair o contexto e o papel que lhe é atribuído de modo a reforçar, em
que medida, pode o grupo ser intermediário para a conceção que cada um dos autores
sugere.
Numa segunda fase, e canalizando o contexto para Portugal, a metodologia passou por
uma seleção de algumas das mais importantes datas e decretos que definem a forma
como o legislador vê a educação salientando-se momentos que vão desde a criação do
Conservatório Nacional, passando pela Experiência Pedagógica e pela criação do ensino
articulado, até aos mais recentes documentos que retratam o perfil do aluno na saída da
escolaridade obrigatória. Uma vez mais, o intuito desta viagem é o de perceber se com
esta evolução as dinâmicas de grupo ganham ou perdem importância e quais os aspetos
mais valorizados para que se infira, do mesmo modo, para que locais se está a caminhar
de modo que a proposta seja inserida no respetivo contexto.
39
A revisão da literatura específica, que constitui o tronco central desta metodologia e que
abre as portas para as experiências e para a retirada de ilações, teve, em primeiro lugar,
o objetivo de definir o ensino em grupo e de analisar a sua possível implementação, as
evoluções que se têm vindo a fazer nesse sentido e os autores que, com as experiências
e trabalhos académicos já desenvolvidos, possam servir enquanto sólido suporte. Assim,
passou-se pelas leituras apresentadas por David J. Elliot e Bennet Reimer em torno da
ideia de uma educação musical com ponto de partida no entendimento do próprio
conceito de música; de Keith Swanwick e do seu contexto de experiência musical pelas
experiências e investigações de António José Pacheco e Maria Helena Vieira.
40
a interpretação, por parte do professor, de secções de acompanhamento com o intuito do
ponto anterior; entre outras. Estas leituras permitiram trazer para o registo de observação
um conjunto de ideias que exemplificam estratégias a utilizar em contexto de ensino em
pequenos grupos para além de veicularem uma reflexão acerca dos conteúdos e
explicações que podem ser aprendidos ou lecionados num ambiente que não o individual.
A criação de momentos em contexto de grupo, e que assume esta última fase, incidiu na
experimentação de um primeiro rascunho de método a aplicar nos sucessivos momentos
análogos em sessões de trabalho com três alunos do mesmo nível de ensino. De forma
sintética, consistia na seleção de uma técnica específica para a interpretação do
bandolim, explicação teórica e prática da mesma depois de um breve aquecimento com
escalas e arpejos, observação das diferentes abordagens apresentadas pelos alunos e
impressão no repertório da técnica trabalhada. Seguia-se, habitualmente, uma pequena
reflexão/resumo acerca da sessão.
41
Tabela 3: Prática de Ensino Supervisionada – Conservatório De Música De Coimbra
Fases Público-Alvo
A associação cultural Quinto Império, sediada em Lamego e com a sua fundação a datar
do ano de 2018, desenvolve a atividade no âmbito do ensino informal da música, da
programação cultural, da recolha e preservação de tradições e da criação de projetos
artísticos com impacto na região.
Este projeto serve de porta de entrada para ação educativa da associação. Tem o seu
início com a recolha, através de entrevistas, de melodias, artefactos, trajes, estórias de
um conjunto de músicos que ajudam a criar um ambiente idílico da cidade do século XX
utilizando a música como pretexto de reunião e conversa onde se busca o melhor de
cada um. Os sons e restantes objetos artísticos recolhidos entram, numa segunda fase,
num processo de tratamento em formato vídeo e áudio (dependente do objeto
42
propriamente dito) e, particularmente, as melodias recolhidas são entregues a
compositores para uma arranjo destinado ao trio bandolim, guitarra e baixo que constitui
um outro braço das Identidades Sonoras de Lamego – o projeto Laracho.
Com Laracho, as músicas ganham uma nova vida e são, cumprindo o seu principal
desígnio, devolvidas à sociedade para novo usufruto numa articulação entre a tradição e
a atualidade.
A partir desta base artística desenvolve-se o projeto educativo do Quinto Império com
ação em diferentes domínios. Por um lado, com a intervenção nas escolas de ensino
genérico onde são realizadas oficinas artísticas que promovem, entre outras práticas, a
audição e criação musical, a construção e narração de histórias e a passagem dos
testemunhos identitários que vão desde os lugares às pessoas. Todas estas oficinas
partem dos objetos recolhidos na fase anterior confrontando os novos estudantes com as
memórias dos que ocupavam os seus lugares umas décadas antes. Por outro, com o
ensino informal da guitarra e do bandolim num registo que se pretende descontraído e de
responsabilidade, de harmonia entre pares, que busca promover um ambiente de
entreajuda e da procura contínua do melhor que cada aluno tem para oferecer e que
valoriza a tradição, potencia as diferenças, é flexível no currículo e ajuda a abrir portas
para as escolhas livres e informadas dos que pertencem a esta instituição.
43
técnico, e respetivo conhecimento do instrumento, desenvolve-se com o mesmo rigor
(compreende a execução de peças, estudos, escalas, arpejos, e restantes elementos
estruturais). Este trabalho é concretizado em aulas individuais, de pares e, com muita
frequência, em aulas com mais do que dois alunos na seleção de técnicas, repertório e
objetivos em comum. Regularmente são reunidos, nos horários das sessões, alunos de
ambos os instrumentos para tocarem em conjunto ou, simplesmente, para se ouvirem a
tocar simulando, sem aviso prévio, uma audição individual informal. Deste modo, a
aprendizagem do instrumento é acompanhada, em todas as fases, pela partilha da
música e pela sua produção conjunta.
A última etapa a salientar na descrição da ação do Quinto Império, que constitui a quarta
fase desta metodologia, diz respeito às atividades dinamizadas no seu seio. No
quotidiano da associação vivem-se ambientes regulares das tradicionais audições de
classe, dentro e fora das instalações fazendo circular, por diversos espaços da cidade de
Lamego, alunos a tocar bandolim e guitarra, individualmente e em grupo, levando música
a auditórios, teatros, museus mas também ruas recônditas onde respira a tradição. Em
contextos mais formais ganham vida os concertos temáticos de escola dotados, em todas
as suas edições, de características vertidas das Identidades Sonoras de Lamego dando
primazia às apresentações das formações mais complexas como os ensembles ou as
orquestras. Com esta dualidade (audições e concertos) é possível cobrir as duas maiores
exigências na apresentação pública: as audições oferecem o espaço para demonstração
do trabalho técnico individual e os concertos para a exploração do potencial artístico da
elaboração de um espetáculo onde todos participam desde a conceção até os últimos
acordes.
A abertura das portas ao ensino da música neste contexto desenvolve, em alguns alunos,
a vontade de aprofundar os conhecimentos acerca dos instrumentos sendo, do mesmo
modo, um ponto de partida para a ingressão em instituições de ensino artístico
especializado de maneira mais informada e com as competências elementares para o
efeito desenvolvidas.
44
Atualmente, o ensino é realizado por três professores (bandolim, guitarra e formação
musical) num universo de cinquenta e dois alunos entre os seis e os cinquenta e cinco
anos que integram uma rede cem associados.
45
46
4- APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
O capítulo que aqui se inicia tem o intuito de dar a conhecer os resultados extraídos dos
sucessivos passos metodológicos descritos no anterior capítulo que servem de base a
esta dissertação bem como fazer incidir sobre eles um olhar reflexivo e de discussão para
que se relacionem com a abordagem tida na experiência do ensino em grupo que parte
da problemática e respetiva tese.
47
uma moralidade independente depois de concebidas as leis do grupo; de Jürgen
Habernas ao definir o compromisso, que exige relação dialógica com pares, como a
ferramenta essencial no desenvolvimento e definição de cada uma das personalidades
dos envolvidos.
Também nos teóricos Jean Piaget e Albert Brandura surgem estas relações. Quanto ao
primeiro, este aspeto é verificado na sua proposta de estrutura moral dividida em estágios
organizados por idades e em torno do tema da cooperação. Naquilo que ao segundo diz
respeito, o mesmo se nota na lógica cíclica de observação e criação de modelos como
forma privilegiada de aprendizagem dos conteúdos e de tudo o que os envolve.
Sendo o ato pedagógico um momento único, irrepetível e cujos efeitos têm uma
dimensão imensurável, a consciência e assunção dessa responsabilidade não pode ser
tida como um elemento inferior. Um dos passos inegáveis para garantir este aspeto é a
criação do espaço confortável e seguro para aprender e este processo deve ocupar um
lugar central por parte de todas as entidades associadas como premissa moral e
metodológica obrigatória. Pela análise dos autores, o ambiente social e de grupo oferece
as características de conforto e segurança ideais para a definição do conceito genérico
de educação dado o facto de ser o lugar mais natural possível para o animal social como
o Homem se define.
Nas diferentes disciplinas do currículo esta atenção justifica a modalidade adotada o que
viabiliza a sua aplicação no ensino da música, em todas as suas vertentes. Por isso, o
ensino instrumental em pequenos grupos apresenta-se com uma lógica útil a ter em
consideração acompanhando, por um lado, a argumentação dos autores referidos e, por
outro, o regime em vigor de ensino na grande maioria das outras disciplinas do currículo.
48
para as instituições particulares e cooperativas em prol da integração das áreas
vocacionais no sistema geral de ensino, a criação do ensino articulado no ano seguinte e
o mais recente documento que expõe as exigências do Perfil dos Alunos à Saída da
Escolaridade Obrigatória.
Com base nestes diplomas verifica-se que, de forma progressiva, o ensino da música,
nos diferentes níveis e regimes, tem vindo a ganhar um papel mais relevante embora
haja, ainda, um longo caminho a percorrer. Por um lado, pela profundidade na elaboração
dos currículos que, mesmo salvaguardando a autonomia das escolas e dos professores,
refletem uma exigência que procura um certo nível de uniformização em todo o país. Por
outro, é clara a vontade refletida na tendência crescente de um alargamento da música a
mais alunos com a criação de sistemas que tentam operacionalizar esta condição.
Também o sentido dado, nos diplomas referidos, ao ónus das práticas pedagógicas
mostram a importância do processo educativo e da forma como o aluno deve fazer parte
dele abandonando a figura passiva de recetor da informação. Valorizam-se, sobre os
objetivos definidos em programa, todos os frutos colhidos na tentativa de os alcançar, ou
seja, no processo metodológico, criando, por isso, uma mais-valia perante o currículo
oculto e um conjunto de competências de adaptação que submetem os programas à
mesma reflexão.
A seleção dos manuais para o ensino do bandolim está longe de ser uma temática
unanimemente aceite. Este facto verifica-se pela quantidade e diversidade de métodos,
pelas diferentes abordagens válidas na introdução ao instrumento e, principalmente, pela
necessidade de adaptação da metodologia às características idiossincráticas de cada
49
aluno. Para uma análise fechada subordinada ao tema do ensino em grupo foram
selecionadas as sete obras de diferentes autores que se apresentam na tabela seguinte
pelos conteúdos completos que apresentam destinados aos alunos dos primeiros anos
de aprendizagem do instrumento.
Schule für Mandoline (1. Heft; 2 Helft 3 Heft) por Erick Repke
Die Neue Mandolinen – Schule (Heft 1; Heft 2; Heft 3) por Alfred Dittrich e Walter Socha
O trabalho sugerido por este manual didático de apoio passa, para além da apreensão
dos conhecimentos iniciais e de alguns símbolos musicais, por dois níveis distintos de
50
abordagem ao instrumento: quando é do primeiro bandolim que se trata, o trabalho é
mais profundo no âmbito da leitura de notas e das figurações rítmicas que oferece, pela
génese das melodias, um trabalho mais efetivo no domínio auditivo e performativo –
vantagens acolhidas no estudo das peças; por outro lado, no caso do trabalho sobre o
segundo bandolim, os desenvolvimentos a verificar são mais próximo do trabalho habitual
de estudos musicais pelo seu caráter mais técnico. Desta forma, com a mesma obra, é
possível: simular dois momentos de trabalho distintos (peça e estudo); ter alunos a fazer
música em conjunto; possibilitar que os alunos troquem de linha com uma única
explicação da técnica e das restantes questões teóricas o que corresponde a uma
difusão pluridimensional da informação numa gestão eficaz do tempo que se verificará,
do mesmo modo, pela brevidade com que, após a troca de vozes, os alunos são capazes
de as realizar devido às referências auditivas desenvolvidas na primeira instância
ampliando-se o trabalho de exemplificação.
Este trabalho pode ser feito com um ou mais alunos para cada uma das vozes que
deverão estar a frequentar os níveis de iniciação musical ou o equivalente a um primeiro
grau do conservatório.
Mandoline (Hoffmann & Wolters, 2010) é um manual em dois volumes. O primeiro (band
1) apresenta um conjunto de informações teóricas acerca da música e os conceitos
iniciais para abordagem ao instrumento (utilização do plectro, posição, primeiras
técnicas). Os exercícios seguem-se de forma progressiva com a utilização de cordas
soltas e com uma segunda melodia a interpretar, segundo a sugestão, pelo professor. No
segundo volume, são introduzidas, por exemplo, novas técnicas, acordes e percussão no
instrumento.
Enquanto o primeiro volume pode ser destinado a alunos de iniciação musical ou primeiro
grau, o segundo pode estender-se a alunos de segundo grau. No que respeita ao
potencial deste manual para aplicação em ensino em grupo, destaca-se, por exemplo, a
utilização de dois bandolins que podem ser executados por aluno – professor mas
também por dois alunos. No segundo volume, é introduzida uma peça com três bandolins
ou dois bandolins e bandola de duas maneiras diferentes: a primeira obedece ao princípio
da melodia principal num dos bandolins e da linha acompanhamento nos outros dois
permitindo um trabalho distinto – um mais técnico e outro mais interpretativo; a segunda
está aliada à interpretação contrapontística (em canon) da mesma melodia.
A utilização de três linhas permite que sejam várias as técnicas a desenvolver no mesmo
momento por alunos diferentes que terão impacto, com as devidas explicações e
51
chamadas de atenção, em todos os intervenientes. Acrescenta-se o fator determinante,
que vai de encontro ao princípio da proposta, de fazer música em conjunto desde o
primeiro contacto com o instrumento.
Também o manual Schule für Mandoline (Repke, 2011) inicia com a explicação dos
conceitos básicos na abordagem ao bandolim (desde a posição às primeiras técnicas)
com a utilização, no seu primeiro volume, das notas das cordas Mi e Lá e com exercícios
para as seguintes formações: bandolim solo; dois bandolins; bandolim e guitarra;
bandolim e bandola; dois bandolins e guitarra; dois bandolins, bandola e guitarra. No
segundo volume acrescentam-se as notas da corda ré, utilizam-se os mesmos conjuntos
instrumentais já referidos e o nível de dificuldade cresce progressivamente com maiores
complexidades rítmicas, técnicas, de leitura de notas, na união das diferentes linhas
melódicas e no trabalho da forma musical.
No terceiro volume deste manual, já com a utilização das quatro cordas do bandolim, é o
tremolo o protagonista na secção final do mesmo finalizando com um conjunto de
exercícios que se podem aplicar desde o nível mais elementar até um equivalente ao
terceiro grau do ensino artístico especializado.
Marlo Strauss na sua obra Drei Trios aus “Musikalisches Bilderbuch” (Strauss, 2019)
sugere um pequeno manual de apoio composto por três trios de bandolins que ajudam a
dar forma à aprendizagem em conjunto de diversos conteúdos: acordes, técnicas
(apoiado; 2:1; deslize), timbres, dinâmicas, compassos, entradas em canon, entre outros.
Nestes trios, que se podem executar com alunos de níveis equivalentes ao primeiro e
segundo graus do ensino artístico especializado, pela variação de dificuldade (notas e
ritmos) permitem abordar esta modalidade de ensino de forma rica e completa,
principalmente pelo facto de se encontrarem pontos em comum, ainda que com
diferentes complexidades, em todas as linhas executadas. Desta forma, é mais evidente
a aclamada permuta dos conhecimentos técnicos entre os alunos porque, ao contrário
dos exemplos dados até aqui, não é necessária a troca de linha melódica para a
aplicação de técnicas diferentes pelo facto de serem utilizadas, mesmo que em menor
grau, em todos os bandolins. Uma vez mais, pode a criatividade ditar que uma das linhas
melódicas seja executada pela bandola e que esta possa esta ser interpretada por um
52
dos alunos dinamizando uma reflexão prática perante diferentes experiências auditivas e
sensoriais.
O segundo e terceiro volumes sugerem as novas técnicas (2:1; 2:2 e técnica 3), a
utilização das notas na primeira posição das quatro cordas, alterações de timbre e
dinâmicas e exercícios para dois bandolins, bandolim e guitarra e dois bandolins e
guitarra com conteúdos diferentes nas diversas vozes. Alunos que estejam até um nível
de aprendizagem equivalente ao terceiro grau podem executar os exercícios propostos.
Uma vez mais, a prática musical em conjunto é valorizada desde os primeiros exercícios
e as diferentes técnicas em linhas melódicas a interpretar por alunos diferentes fazem, do
mesmo modo, jus a um ensino da música em que os resultados surgem pela prática e
pela observação.
O penúltimo manual analisado, Die Neue Mandolinen – Schule (Dittrich & Socha, 1962),
apresenta-se em três volumes. No primeiro, passadas as apresentações dos conceitos
básicos inerentes ao instrumento, surgem exercícios com cordas soltas e
acompanhamento de triângulo ou outro instrumento de percussão. Seguem-se exercícios
para dois bandolins (professor e aluno) aos quais se acrescenta, muitas vezes,
percussão. Com a progressão do número de notas, utilização de cordas e técnicas,
aumentam as combinações instrumentais: três bandolins; bandolim e guitarra e, já nos
volumes seguintes: dois bandolins, bandola e/ou guitarra.
Estes volumes contêm um total de quatrocentos e sete exercícios que podem ser
utilizados desde a iniciação musical até ao quinto grau do ensino artístico especializado
53
em que a hipótese de aprender o instrumento em conjunto é evidente desde o início.
Destaca-se a inclusão da percussão que pode, para além dos instrumentos sugeridos,
ser interpretada no próprio bandolim permitindo a exploração de outros sons enquanto se
procede a um trabalho de aperfeiçoamento rítmico. O caráter progressivo e completo no
que a técnicas e exigência diz respeito, estando acompanhado em toda a sua extensão
pela prática em conjunto, permite inferir que as limitações desta modalidade podem ser
mitigadas durantes estes primeiros anos de estudo do instrumento e as suas
características vantajosas transportam-se para uma ordem de grandeza ampliada que é
tida em conta pelos autores.
O manual do português Jose Maria de Seabra, Methodo de Bandolim, tem início, como a
maioria dos manuais apresentados, com as informações básicas do instrumento e dos
conteúdos teóricos a ter em consideração na primeira abordagem didática. Depois dos
primeiros exercícios é clara a organização dos mesmos em tonalidades relacionadas com
as mudanças de posição (o que representa uma novidade nesta análise) concordantes
com a evolução progressiva da dificuldade. São cerca de quarenta exercícios aos quais
se seguem peças da autoria do próprio Jose Maria de Seabra com as técnicas
apresentadas e com acompanhamento de guitarra. Serão, de forma gradual, capazes de
cumprir as propostas deste método os alunos que se encontrem entre o primeiro e o
quatro grau do ensino artístico especializado ou equivalente.
Embora tenha sido uma breve análise que destaca, passo a passo, as considerações que
aproximam os manuais do tema, muitos podiam ter sido os selecionados para o efeito
dada a rede de materiais didáticos desenvolvida até ao momento. Por outro lado, e como
se foi observando ao longo desta exploração, mesmos os exercícios destinados, de
forma exclusiva, ao estudo individual podem ser canalizados para a metodologia
apontada.
Estes manuais, que servem de apoio à aprendizagem do bandolim, vêm corroborar duas
ideias-chave de base. A primeira, que os músicos, compositores e pedagogos que
elaboraram estes documentos valorizam sobejamente a prática musical em conjunto
54
durante o processo de aprendizagem e por isso propõem, de formas distintas, com
ordens diferentes e com níveis de dificuldade dispares exercícios cuja realização
promove esse encontro contextual. A segunda, que os materiais necessários para o teste
do ensino em grupo, no caso do bandolim, estão já desenvolvidos o que facilita a
operacionalização da tese.
Do mesmo modo, a Audição Individual do Aluno que se pode sugerir no início da aula
para reconhecimento de dificuldades e definição do plano de estudo, à qual se segue um
trabalho específico e uma nova interpretação, pode aplicar-se em contexto de grupo.
Acresce, a esta estratégia, a vantagem de se criar, nesse caso, um momento com
alguma formalidade o que promove uma maior disponibilidade por parte do aluno para as
suas apresentações públicas reduzindo a ansiedade que elas comportam num processo
definido como dessensibilização sistemática. Podem, também, apreender-se correções
para o observador, como as referidas no ponto anterior.
55
aplicar na abordagem em grupo sob o argumento, por um lado, da economia de tempo e,
por outro, da promoção de discussão acerca de conteúdos teóricos, da aplicação das
técnicas aprendidas, de contextos históricos, entre outros. As diferenças nas
interpretações causadas por estas reflexões serão, igualmente, de uma importância
superior.
As Peças de Ensemble podem constituir uma ferramenta muito útil na promoção das
aprendizagens inerentes ao bandolim através da metodologia em grupo. Se, ao serem
aplicadas em aulas individuais algumas das suas potencialidades são visíveis (leitura à
primeira vista, localização musical, desenvolvimento e identificação de referências
auditiva) em grupo são exponenciadas, por exemplo, pelo trabalho de câmara que está
inerente à interpretação com audição das restantes vozes. Se for realizado com a
utilização, por parte do aluno, das partituras gerais de ensemble, estes aspetos são
reforçados dando a liberdade, enquanto fator motivacional, de os alunos,
autonomamente, estudarem outras linhas melódicas que não a que está designada.
56
O mesmo princípio pode aplicar-se a escalas, arpejos e restantes exercícios técnicos
dando-lhes um novo interesse, alargando o seu pendor musical e conferindo-lhes
vantagens sob o ponto de vista motivacional.
Pelo facto de se tocar a mesma melodia e, por isso, a mesma dificuldade ser
apresentada perante todos os alunos, a utilização desta estratégia distingue-se das já
mencionadas que diferenciam este fator pelas qualidades de melodia principal e
acompanhamento ou, no caso de se tratar de uma peça de caráter individual, voz aguda
e voz grave.
Todas estas estratégias organizadas pela complexidade da sua aplicação, que resultam
de uma observação específica com vista ao ensino do bandolim em pequenos grupos e
que se compilam na tabela que se segue, mostram o potencial metodológico da proposta
numa perspetiva de adaptação e, principalmente, de ampliação de algumas das maneiras
de ensinar adotadas na modalidade individual.
57
Tabela 6: Apresentação e Discussão de Resultados - Estratégias Recolhidas na Fase de Aulas
Observadas da Prática de Ensino Supervisionada
Estratégias
Exemplificação
Análise Formal
Separação de Vozes
Peças de Ensemble
Canon ou Imitação
Contextualização Histórica
58
oferece uma avaliação da qualidade, nivelamento e evolução do exercício tornando-se,
sob o ponto de vista da definição de regras, um elemento central de grande importância,
particularmente, quando é utilizado no início da aula.
O transporte para um ambiente de grupo pode, igualmente, ser feito com a visualização/
audição de interpretações através de um formato áudio ou vídeo, ferramenta utilizada na
abordagem inicial a uma obra musical. A criação deste momento onde a interpretação
através de outros músicos é observada constitui um momento de aprendizagem de
grande valor. Por um lado, pelo momento em si que exige uma audição atenta e, por
outro, pela variedade de possibilidades com pendor estético presente na escolha que
resulta num aspeto de grande importância: levantar discussão acerca dos pormenores
selecionados para aplicar ou descartar nas futuras leituras da peça enquanto material
didático, mas também performativo.
Num outro âmbito salienta-se a realização das pequenas sínteses de aulas nos períodos
finais das sessões individuais de instrumento. Estes momentos são de uma indubitável
mais-valia para a organização, por exemplo, de conteúdos, dificuldades e trabalhos a
desenvolver em casa. Permitem, ainda, monitorizar a evolução de uma maneira em que o
aluno participa destacando as suas qualidades, melhorias a ter em consideração e
promovendo um momento final de reflexão útil para esclarecimentos de eventuais
59
dúvidas, aferição da qualidade da aula e planificação dos momentos letivos seguintes.
Quando realizadas em grupo, as sínteses ganham uma dimensão participativa que traz
uma maior clarividência no ajuizamento dos pontos mencionados e, entre outros aspetos,
colhe as vantagens, caso seja a situação, de momentos de competição saudável e
superação de dificuldades pela exigência positiva que o grupo imprime no indivíduo.
Utilização de Metrónomo
60
Visualização/ Audição de Interpretações
Síntese de Aulas
Outros Instrumentos
4.2.3. ATIVIDADES
61
instrumento ganham uma dimensão colaborativa mais intensa, tornam-se agradáveis sob
o ponto de vista da produção e partilha musical e reduzem o caráter exaustivo que é,
muitas vezes, compensado pela audição e observação dos colegas de grupo enquanto
ferramenta de aprendizagem. No âmbito mais técnico, o desenvolvimento destas regras
permite um trabalho minucioso no que ao equilíbrio sonoro das diferentes vozes diz
respeito o que promove nos participantes uma maior sensibilidade perante este tema.
Se esta estratégia pode ser aplicada, por exemplo, numa fase inicial de aquecimento, o
mesmo acontece com a utilização de leitura apontada e fonomímica. Estes exercícios
caracterizam-se de duas formas diferentes embora tenham um objetivo em comum. Por
um lado, a leitura apontada consiste na utilização de um quadro com diferentes notas em
que se procede a uma leitura aleatória ou indicada por parte dos intervenientes (professor
e alunos). O mesmo acontece se as notas e as técnicas de execução foram sugeridas
oralmente. Por outro lado, a fonomímica resume-se na associação de uma nota a um
gesto para um procedimento idêntico. A título de exemplo: o professor pode, depois de
associar cada uma das notas necessárias a um gesto ou posição que realiza com as
mãos, pedir ao aluno A a execução da nota sol na técnica apoiado; ao aluno B da nota si
na técnica 2:2; ao aluno C na técnica tremolo a nota ré e fazer as variações que a
criatividade ditar usando, por exemplo, ostinatos.
Desta forma, com o simples acorde de sol maior são trabalhadas as técnicas necessárias
à aula, diferenciados timbres e dinâmicas, promovida a interpretação musical com as
ferramentas sugeridas e despendidos poucos recursos físicos. A utilização desta
estratégia permite, ao mesmo tempo, criar um momento musical de início de aula com
efeitos positivos na concentração dos alunos que serão por ela beneficiados durante toda
a sessão.
Também a leitura à primeira vista utilizada nas atividades de grupo passa a ser uma
competência requisitada com grande frequência tanto pela variedade de exercícios
propostos como pelas mudanças de papeis pelas quais os alunos podem passar dentro
62
do mesmo exercício. Veja-se o exemplo de uma classe com três alunos em que se
trabalha uma peça a três vozes onde a primeira explora a região mais aguda do bandolim
num movimento melódico, a segunda uma região intermédia num movimento mais
simples e a terceira dedica-se a um acompanhamento com pouca variação melódica mas
com técnicas de arpejo de ritmo regular como se pode ver na seguinte imagem.
Imagem1: Excerto da Peça Der Drachen de Marlo Strauss do manual Drei Trios aus
“Musikalisches Bilderbuch”
63
vozes aos novos executantes. As sucessivas reinterpretações que exercitam leitura e
técnica dão aso, ao mesmo tempo, a uma experimental abordagem a timbres e
dinâmicas que, surgindo num segundo plano, vão sendo consciencializadas e os seus
conteúdos apreendidos na prática.
A última ferramenta realçada neste ponto diz respeito à Improvisação durante o processo
de aprendizagem do instrumento. Esta improvisação desenvolvida sob um fundo de
ostinato executado pelo grupo, pretende passar de uma improvisação segundo regras
impostas pelo professor (número e qualidade de notas, número e qualidade de células
rítmicas) para momentos mais livres em torno da música quando assumidas as normas a
cumprir. Desta forma, abre-se uma porta para o desenvolvimento desta competência e
para que cada um dos membros a descubra na sua expressão musical sem a presença
da partitura e em prol de uma criação musical em contexto colaborativo e in loco.
Todas estas estratégias a adotar num ambiente de ensino em grupo permitem, de forma
regular, simular momentos de apresentação pública quando se alterna com frequência a
execução coletiva e a individual que comporta o conjunto de mais-valias mencionadas.
Maestro
Canon ou Imitação
64
Leitura à Primeira Vista
Improvisação
Uma prova desta condição está relacionada com o residual número de desistências e
pelo alargado número de candidatos que chegam, sem que seja feita uma aposta real na
publicidade da associação, através do contacto com outros alunos e encarregados de
educação. Mesmo durante o período de isolamento pandémico em que se perdeu o
referido contacto social na maneira presencial, o Quinto Império deu continuidade a todas
as aulas no regime síncrono não presencial e assíncrono.
65
Criou-se, ainda, numa plataforma digital, uma sede virtual com o mesmo número e nome
de salas existentes na sede física e disponível durante vinte e quatro horas. Neste
espaço decorriam as aulas e eram deixadas as informações e os materiais didáticos. Por
outro lado, esta iniciativa possibilitou, de forma contínua, a comunicação dos alunos com
os seus colegas bastando para isso, e tal como acontece presencialmente, escolher a
sala respetiva e entrar.
No domínio dos resultados artístico obtidos por estas práticas há aspetos que ainda não
são observáveis pelo reduzido número de anos de atividade (de 2018 em diante),
nomeadamente os de longa duração. Contudo, daqueles que se evidenciam no curto
prazo, destaca-se, por exemplo a participação dos alunos do Quinto Império nas
iniciativas musicais das escolas de ensino genérico. Se, por um lado, estes alunos se
incluem nos clubes de música e nas atividades similares, por outro, de espontânea
66
vontade, transportam os seus instrumentos para a escola para tocar nos intervalos para
os colegas e professores. Têm participado, do mesmo modo e com uma boa
classificação, nos diversos concursos de talentos promovidos pelas escolas o que tem
resultado na criação de relações institucionais com organismos de ensino da cidade.
Por outro lado, salienta-se o facto de, com a iniciação à música feita no Quinto Império na
modalidade de ensino em grupo, por questões familiares de mudança de habitação, dois
alunos, durante este período, realizaram provas em conservatórios de outras cidades
com classificações positivas. Para além de aprovados, um dos alunos foi o primeiro
classificado na prova de formação musical. Devido à oferta educativa dos conservatórios
(que não inclui o bandolim), os alunos mudaram de instrumento embora manifestaram o
interesse de continuar a aprender bandolim no Quinto Império num regime síncrono não
presencial alternado com momentos presenciais a ocorrer de forma pontual.
No mesmo domínio, durante o ano letivo 2021/2022, haverá, pelo menos, um aluno a
preparar a prova de quinto grau enquanto aluno autoproposto num conservatório público
de ensino artístico especializado justificando a exigência técnica e de repertório
aproximada que se pratica ainda que numa abordagem menos tradicional.
Esta associação, embora recente e com residência numa cidade do interior em que a
oferta formativa no ramo artístico é débil, tem vindo a oferecer a proposta apresentada
com os resultados que aqui se apresentam mostrando, em parte, a viabilidade da
emancipação desta modalidade no contexto prático.
67
68
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estas duas instituições ofereceram dois planos experimentais muito distintos pela sua
génese. De um lado, uma escola de ensino artístico especializado e, do outro, uma
associação cultural com atividade no ensino informal da música. Também os olhares
dedicados a cada uma delas, embora tenham pontos em comum, procuraram ângulos
distintos. Na primeira, a observação orientou-se pela busca das potencialidades das
estratégias utilizadas nas aulas individuais de instrumento na adaptação ao ensino
coletivo e na segunda a aplicação dessas mesmas estratégias e de outras exclusivas
deste tipo de ensino numa relação simbiótica com a componente social adjacente.
As suas vantagens podem ser encontradas a partir de diferentes prismas. Desde logo, na
difusão pluridimensional da informação que resulta numa eficaz e criteriosa gestão do
tempo sugerida, por um lado, pelo facto de cada professor dedicar a mesma hora a mais
do que um aluno enquanto, por outro, os envolvidos recolhem e interpretam os conteúdos
de maneiras diferentes e, por isso, criam um leque rico de informações que podem ser o
ponto de partida para novas explicações e experiências. Ao mesmo tempo são criados
laços pelas relações interpessoais inevitáveis que modelam o ambiente social da
aprendizagem da música.
69
fatores motivacionais e de competição saudável com lugar no coletivo e que conferem à
aula um ambiente de superação.
Estas vantagens foram aferidas por este trabalho tanto no domínio teórico como no
prático em sede de estágio e pelas práticas educativas do Quinto Império. Nestes dois
ambientes destaca-se a apreensão observada de dois conteúdos concretos: dinâmicas e
timbres. O primeiro caso específico diz respeito à experiência auditiva proporcionada a
um aluno numa aula de grupo em que lhe foi pedido que assumisse o lugar do professor
para escutar a diferença tímbrica quando os colegas, em simultâneo a realizavam. Pela
sua expressão facial o impacto foi notório e, por isso, foi atribuída, de forma didática, a
devida importância a este fator musical que passou a ser incluído no estudo e
performance do aluno.
Em segundo lugar, salienta-se o caso de um outro aluno durante uma aula individual que
se seguiu a um período de duas semanas de aulas em pequenos grupos. Na leitura
inicial de uma peça, pelo reforço e respetiva experiência que o trabalho de dinâmicas
teve no coletivo, o aluno incluiu-as desde os primeiros momentos desenvolvendo uma
leitura à primeira vista mais rica. A atribuição desta aprendizagem ao trabalho realizado
em pequenos grupos foi feita pelo próprio aluno quando questionado acerca da
exploração dinâmica que, de forma autónoma, havia feito.
Um outro elemento de relevância que sai da análise dos resultados diz respeito ao
material pedagógico necessário para operacionalizar esta modalidade de ensino que, no
caso do bandolim, já existe nos métodos e manuais de apoio que o têm como
70
protagonista. Também a adaptação de repertório, caso seja necessário, é um caminho
possível para o efeito.
71
72
6- BIBLIOGRAFIA
Abeles, H., & Klotman, R. (1995). Foundations of Music Education. Nova Iorque: Simon &
Schuster Macmillon.
Dittrich, A., & Socha, W. (1962). Die Neue Mandolinen – Schule (Helf 1). Leipzig: VEB
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73
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75
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e as condições em que podem ser conferidos os diplomas e certificados de modo a
regularizar a situação dos detentores das habilitações obtidas ao abrigo do regime de
experiência pedagógica. Diário da República nº 147/1998. Lisboa: Ministério da
Educação.
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da Escolaridade Obrigatória. Lisboa: Ministério da Educação.
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de Investigação Ação no Conservatório de Vale do Sousa. XIX Congresso Nacional da
Associação Brasileira de Educação Musical - Goânia.
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Ensino da Música. Pensar a Música II - Políticas Educativas e Pedagogia Musical .
Guimarães: CEIM - Centro de Estudos e de Investigação Musical, Sociedade Musical de
Guimarães.
77
78
Universidade de Departamento de Comunicação e Arte
Aveiro
2021
.
2
RESUMO
3
4
ABSTRACT
Intership report carried out within the scope Teaching Supervised Practice course
presented to the University of Aveiro to fulfill the requirements necessary to obtain the
Master’s degree in Music Education under the Supervision of Professor Pedro Rodrigues
and Professor António de Sousa Vieira.
5
6
ÍNDICE
Introdução p. 9
Bibliografia p. 105
7
8
INTRODUÇÃO
9
envolvimento na comunidade educativa de importância ímpar para a manutenção de um
saudável ambiente adaptado ao sistema ensino-aprendizagem.
10
Capítulo I- FUNDAMENTAÇÃO CONTEXTUAL
11
nomeadamente, com o Curso de Dança e do Curso Profissional de Instrumentista de
Jazz.
A dimensão de uma instituição desta natureza exige uma gestão que é estipulada, em
traços gerais, por dois documentos estruturantes: o Projeto Educativo e Plano Anual.
Quanto ao projeto educativo, este tem como objetivo principal a orientação sob o ponto de
vista educativo, de toda a escola e a definição para ela das metas e das formas de as
cumprir, das estratégias, dos princípios e valores que a devem reger bem como dos
critérios de coerência, eficácia e qualidade (Conselho Geral, 2020).
12
No que ao plano anual e plurianual diz respeito, é de elementar importância o que ele
representa na concretização das premissas que o projeto educativo, num primeiro
estágio, apresentou (Conselho Geral, 2020).
Os responsáveis por esta gestão são representados por diversos órgãos, desde logo, o
Conselho Geral que inclui representantes dos docentes, representantes do pessoal não
docente, representantes da Associação de Pais e Encarregados de Educação;
representantes da autarquia e da comunidade Local. Num outro plano de intervenção está
a Direção Pedagógica do Conservatório (constituída por um diretor, um subdiretor, três
adjuntos e um assessor), o Conselho Pedagógico (que integra, por exemplo, os
coordenadores de cada um dos departamentos anteriormente citados) e, por fim, o
Conselho administrativo (Conservatório de Música de Coimbra) .
O edifício, constituído por uma cave e três pisos de betão armado como setenta metros
de comprimento e cinquenta e cinco de largura, dispõe ainda de dois auditórios (um com
cem lugares e outro com trezentos e oitenta e cinco lugares) que oferecem uma vasta
programação ao longo do ano numa intensa atividade e que ajudam promovem, aliados à
competência do seu ensino, um estatuto de elevadíssimo prestígio dentro da cidade do
Conservatório de Música de Coimbra (Afaconsult).
13
instrumentos selecionados justificando, por um lado, a sua longa tradição clássica e, por
outro, a próspera relação com a cidade de Coimbra (Pinho, 2021).
Na origem deste fenómeno está uma iniciativa do professor Tobias Cardoso (que viria a
ter uma forte ligação com o Conservatório), a criação da Orquestra Ensemble Carlos
Seixas. Com uma ligação a esta orquestra, o professor António Andrade, ainda antes de
uma carreira enquanto professor de guitarra, fez a sua prova de profissionalização em
bandolim tendo dado aulas ao professor Flávio Pinho na Escola de Música da Tuna
Académica.
É neste contexto que o professor Flávio Pinho é convidado para lecionar no Conservatório
de Música de Coimbra cessando as suas funções de professor na, já referida, escola da
tuna académica onde havia sido aluno. Ainda que o seu horário fosse dividido com a
disciplina de História da Música, a classe teve, desde logo, sucesso e, de forma
intermitente, foi, ao longo dos anos, sido mantido um ensemble de bandolins no
conservatório.
A heterogeneidade da classe, mesmo numa fase inicial, potenciou um boa adesão por
parte da comunidade escolar e uma genuína cooperação com os diferentes instrumentos
e classes de conjunto sendo possível, desta forma, apresentar nos variadíssimos
contextos, o repertório erudito das mais distintas origens geográficas e formações.
14
Capítulo II-RELATÓRIOS DE AULAS OBSERVADAS
Esta fase teve início no dia quinze de outubro de dois mil e vinte no Conservatório de
Música de Coimbra. Durante as primeiras semanas de aulas procedeu-se à observação
de todas as aulas dadas durante as tardes de quintas-feiras no sentido de analisar o
contexto vigente e sustentar uma mais adequada e rigorosa planificação dos momentos
letivos e não letivos que cimentam um estágio desta natureza.
A leitura das aulas, que nestas páginas adota uma forma escrita, parte dos aspetos mais
gerais como a estrutura formal das aulas, os elementos trabalhados ou as estratégias
adotadas pelo docente e evolui, progressivamente, para aspetos mais particulares que
serão de uma importância superior no decurso académico deste trabalho, com especial
destaque para a música de conjunto e a forma como a aula individual pode ser um meio
exemplar para a apreensão das características idiossincráticas e musicais que esta exige.
15
Tabela 1: Calendário de Aulas Observadas
Datas Alunos
15 de outubro AeB
29 de outubro AeB
5 de novembro AeB
12 de novembro AeB
19 de novembro AeB
3 de dezembro AeB
17 de dezembro AeB
14 de janeiro A
11 de fevereiro A
18 de fevereiro A
25 de fevereiro A
11 de março A
18 de março A
8 de abril AeB
22 de abril AeB
Aluno A
16
principal e, de seguida, procedeu-se à interpretação com audição de uma gravação da
peça que incluía a totalidade das vozes.
Houve ainda tempo para um trabalho de leitura à primeira vista de uma peça, também
esta destinada à inclusão no repertório interpretado pelo ensemble de bandolins do
conservatório. As características específicas desta peça no que concerne ao ritmo
causaram algum desconforto no aluno pelo que o Professor iniciou uma explicação destas
particularidades rítmicas seguida de demonstração.
O Professor disponibilizou a gravação das peças para um estudo mais completo que se
mostrou bastante eficiente e, após uma leitura integral, passaram-se às recomendações.
Nesta aula foram destacadas as ornamentações, em particular apogiaturas e mordentes
(nomeadamente os mordentes no período barroco - o Professor incluiu um pequeno
contexto histórico); as indicações de divisi, os timbres e as acentuações.
Deu-se ainda espaço a um trabalho rítmico acerca das síncopas presentes numa das
peças na secção final da aula.
17
Durante o trabalho efetuado nesta aula salientam-se duas questões fundamentais. A
primeira diz respeito ao estudo das peças de conjunto com uma gravação das vozes e a
interpretação de uma delas por parte do Professor. Desta forma, e acompanhada de uma
leitura através da partitura geral de ensemble, é simulada uma aula em pequeno grupo.
Em segundo lugar, as mais frequentes correções efetuadas pelo Professor vão de
encontro à dificuldade do aluno na inclinação do plectro, tendencialmente, no sentido
contrário. Assim, foram sugeridas variações de postura, indicada a pega inclinada para as
técnicas apoiado; 2:1 e deslize e a pega perpendicular para as técnicas 2:2 e tremolo.
indicados os graus aproximados de inclinação em cada técnica, e levantadas algumas
metáforas e imagens para que se desenvolva a consciência do erro e a respetiva
correção.
No período final da aula foram discutidas algumas acentuações, bem como a melhor
forma de as sentir e fazer, e a agógica presente em alguns momentos das partituras em
desenvolvimento.
Nesta aula foi trabalhada, em jeito de aquecimento, uma das peças interpretadas pelo
ensemble de bandolins do conservatório com o intuito de reforçar o papel e as dinâmicas
de cada linha melódica na conceção global da obra. Neste sentido, foi feita uma análise
formal, através da partitura geral, e definidas as dinâmicas adequadas a cada uma das
secções.
18
Aula observada nº 5 – 19 de novembro de 2020
No domínio mais técnico da aula, foram feitas correções da posição do plectro com vista a
uma melhor aplicação da técnica apoiado e foram abordados os conceitos de staccato e
piano súbito. Houve espaço a uma correção da posição do quarto dedo, das regras de
utilização do mesmo e da forma como deve ser colocado na corda e, ainda, a uma
pequena simulação de uma aula em conjunto com a utilização de uma gravação e
distribuição de vozes de uma peça entre o Professor e o aluno.
Na segunda metade da aula foram interpretadas as peças que o ensemble levará a palco
na mesma audição. Neste domínio, foi simulada uma pequena aula de conjunto entre
professor e aluno com cada um a executar vozes diferentes criando as referências
auditivas necessárias em cada uma das linhas melódicas.
19
Houve ainda tempo para indicações de dinâmicas, análises formais, digitações do quarto
dedo e técnicas de expressão como o legato tendo sido colhida uma boa reação da parte
do aluno.
A aula teve início com um pequeno aquecimento ao qual se seguiu uma breve
apresentação de uma nova peça destinada à formação de Ensemble, tratou-se do Kanon
K.556 (com adaptação para quarteto de bandolins) do compositor Wolfgang Amadeus
Mozart (1756 – 1791). Nesta primeira abordagem e após um breve contexto histórico,
explicação do conceito de canon e distribuição das vozes, deu-se início a uma primeira
leitura com definição de articulações e digitações.
A segunda parte da aula foi dedicada ao trabalho das peças individuais que haviam sido
trabalhadas até ao final do primeiro período num momento de revisão. Destacam-se,
neste sentido, as chamadas de atenção para armações de clave, uso do quarto dedo,
legatos, timbres, articulação em apoiado e 2:1 e agógica.
Em jeito de conclusão, houve ainda tempo para uma referência ao simbolismo musical
que permitiu uma consolidação contextual de algumas das peças em desenvolvimento.
No dia catorze de janeiro, a aula teve o seu começo com um exercício de leitura à
primeira vista que funcionou enquanto aquecimento com especial atenção dedicada às
alterações musicais que iam surgindo no decorrer da peça, explicação contextual
sintética, forma e apresentação áudio da peça.
Na última parte da aula, foi colocado o foco numa obra para bandolim e cravo na
perspetiva de trabalhar as particularidades da interpretação acompanhada com destaque
para as respirações e dinâmicas. O Professor, depois da primeira leitura da obra,
20
executou as partes essenciais do acompanhamento para que fossem trabalhadas as
áreas mencionadas.
Esta aula, em regime síncrono não presencial, teve início com a afinação do bandolim e
com a explicação do calendário de gravações que serão necessárias efetuar para a
avaliação da disciplina de instrumento e de música de conjunto durante o período de
isolamento.
No segundo momento da aula teve lugar a interpretação das peças individuais que
compreendem o repertório do aluno em questão e, neste âmbito, destacam-se: as
referências e correções relativas à posição da mão esquerda e do seu movimento no
ataque das notas; as notas acerca da posição e inclinação do bandolim; as sugestões,
metáforas e imagens adotadas para alterar a posição e pega do plectro para a execução
correta da técnica tremolo bem como o papel de todo o braço neste processo.
Na última parte da aula teve lugar a revisita a algumas das peças interpretadas no
Ensemble de Bandolins do Conservatório que o aluno integra.
A aula teve início com a afinação do instrumento, com a indicação das gravações que
constituem o trabalho de música de conjunto durante o período de regime síncrono não
presencial e com as considerações, por parte do Professor, acerca do trabalho recebido e
respeitante à anterior semana.
21
2:1 e, por fim, a técnica 2:2 enquanto método para chegar ao tremolo (numa primeira fase
com a métrica medida e, num estágio final, com divisão livre).
O princípio da aula, depois da devida afinação, foi dedicado à obra Siciliana para
bandolim e piano de Raffaele Calace (1863 – 1934) onde a técnica tremolo tem um papel
essencial. Neste sentido, procedeu-se ao seu desenvolvimento com a leitura da obra na
técnica 2:2 com uma divisão em colcheias e, posteriormente, em semicolcheias com o
intuito de efetuar a passagem para uma divisão livre. Neste domínio foram corrigidas, em
termos gerais, o movimento do antebraço na realização das técnicas e a inclinação do
bandolim e do plectro.
Para a conclusão da aula, o trabalho centrou-se nas obras de música de conjunto com
especial destaque para o andamento Volte da obra Terpsichore do compositor Michael
Praetorius (1571 – 1621) que será alvo de gravação para avaliação durante a semana em
decurso.
A presente aula, ainda no regime síncrono não presencial, teve início com a afinação do
instrumento e com a abordagem a uma sucessão de peças individuais que o aluno tem
vindo a trabalhar. Destaca-se a obra Siciliana para bandolim e piano de Raffaele Calace
(1863 – 1934), em particular, com a dedicação ao trabalho da técnica tremolo que abarca
toda a obra. Assim, em primeiro lugar, interpretou-se a peça utilizando a técnica apoiado,
22
seguiu-se a divisão em colcheias com a técnica 2:1 e, por fim, em quatro partes, com a
técnica 2:2. O trabalho desenvolveu-se focando as alterações que na peça vão surgindo e
com a sugestão de exercícios para que o aluno seja capaz de passar para um ritmo de
tremolo com divisão livre.
A segunda metade da aula foi ocupada com as peças de ensemble e com as necessárias
correções de tempo, agógica, alterações musicais e correções rítmicas.
Esta aula foi dedicada ao reforço de alguns conteúdos apresentados e trabalhado nas
aulas anteriores, nomeadamente, no que diz respeito à técnica tremolo utilizando-se,
como estratégia, a escala de sol maior enquanto exemplo técnico para o desenvolvimento
de um tremolo mais rápido e, tendencialmente, sem medida. Assim, nas peças de
trabalho individual, o aluno, tendo apresentado algumas dificuldades neste sentido,
adotou uma sequência de exercícios para mitigar os seus efeitos. Tratou-se,
essencialmente, de técnica, articulação e correção de algumas notas erradas.
Na segunda seção da aula, teve lugar a leitura das obras destinadas ao ensemble de
bandolins que o aluno integra com uma abordagem à forma, agógica, dinâmica, timbre a
com sugestões e indicações para a gravação alvo de avaliação.
Esta aula ficou marcada pelo regresso ao ensino presencial e iniciou-se com uma breve
alusão a esse facto passando-se, de seguida à apresentação e leitura da secção
correspondente na obra La Forêt sans arbres da compositora Hasanne Collet que
constituirá um projeto de classe durante este período com diferentes motivos melódicos
divididos pelos diversos alunos.
23
alertado para a correção respetiva com estratégias para que chegue a uma posição
regular e adequada.
A aula terminou com uma sugestão de trabalho em casa para suprir as dificuldades
levantadas.
No princípio desta aula foi feito um breve aquecimento com um levantamento de peças
passíveis de serem interpretadas em sede de teste trimestral e, de seguida, passou-se à
leitura das diferentes peças de caráter individual que compreendem o repertório
trabalhado pelo aluno este período.
Naquilo que diz respeito a esta secção da aula é de elementar importância referir o
trabalho concretizado em termos de técnica apoiado com sucessivas chamadas de
atenção; utilização de pizzicato; pega do plectro; articulação; inclinação do braço do
bandolim em relação ao corpo do aluno e, ainda, cuidados com o som.
Aluno B
Aula observada nº1 – 15 de outubro de 2020
24
forma, a aula partiu de um estudo de uma destas peças onde foi testada, explicada e
trabalhada a digitação e sugerida uma forma de ornamentação. Dado tratar-se de uma
obra do período Barroco o Professor elaborou uma breve contextualização histórica
acerca do mesmo, em particular, da forma de ornamentar nesta época. De seguida,
interpretou-se a obra com recurso a uma gravação áudio.
Na secção final da aula teve lugar a retoma de uma das peças de trabalho individual do
aluno, a Sonatina em Dó menor de Ludwig van Beethoven (1770 – 1827) com o intuito de
clarificar a articulação e os seus pressupostos e desenvolver, numa das partes, um
trabalho de memória com repetição e definição de padrões musicais de apoio.
Foram selecionadas duas peças de trabalho individual que o aluno tem vindo a estudar
para esta aula. Na primeira, o Professor começou por ouvir o aluno a interpretar a peça na
íntegra retendo os momentos de maior dificuldade e os erros que o aluno havia cometido.
Seguiu-se uma chamada de atenção para esses mesmos erros que foram exemplificados
e clarificados pelo Professor com respetiva repetição por parte do aluno. No final desta
abordagem, o aluno repetiu a interpretação integral da peça com o intuito de efetuar a
correção e, desta forma, solidificar o trabalho específico desenvolvido.
O aluno, nesta aula, referiu ter sentido dificuldades no ensaio do dia anterior na formação
de ensemble e, por isso, solicitou algumas indicações ao Professor. Começou-se, após a
25
afinação do instrumento, pela leitura integral de uma das peças que havia sido referida e,
de seguida, o Professor sugeriu a digitação e a articulação a aplicar. Passou-se às
técnicas de expressão e ornamentação onde foi incluída a técnica para executar pizzicato
e a forma correta de aplicar os mordentes patentes na partitura. Depois de uma análise
formal, o Professor fez referência à importância de sentir o tempo forte para localização
na peça e ao contraponto que esta comportava.
Na secção final da aula foi interpretada a peça com o aluno e o Professor (em vozes
diferentes) e ainda com gravação. Mostrou-se, uma vez mais, de grande importância, o
contacto com a partitura geral de ensemble na perceção da obra.
26
algumas das partituras que o aluno interpreta na formação de ensemble. De seguida, deu-
se início ao trabalho sobre as peças individuais específicas.
Os elementos musicais trabalhados nesta aula foram, num primeiro estágio, as dinâmicas,
em particular nas repetições de secções. O Professor indicou algumas formas de
concretizar estas dinâmicas com mais eficácia, nomeadamente, a influência da pressão
exercida no plectro. Num segundo plano, forma trabalhadas as articulações e feitas as
análises formais das peças individuas e com piano, com chamadas de atenção
particulares para os compassos de espera.
Houve ainda tempo para incluir a técnica de execução do pizzicato e, no sentido de tornar
mais veloz algumas passagens específicas, para executar uma escala e um arpejo com a
sugestão final de um trabalho de casa baseado nesta metodologia.
27
Aula observada nº 7 – 17 de dezembro de 2020
Devido ao confinamento que se iniciou no mês de janeiro e com a redução para metade
da carga horário do aluno, ficaram comprometidas as observações destas aulas devido à
alteração de horário verificada. Desta forma, esta foi a primeira aula em regime presencial
depois da retoma ao ensino presencial.
A aula teve início com a afinação do bandolim e com uma leitura à primeira vista de uma
obra que constituirá um projeto da classe de bandolim. Este projeto consiste na gravação,
por parte de cada aluno, de uma pequena passagem que tem associado um pequeno
poema e cujo objetivo final passa pela elaboração de um pequeno vídeo musicado,
ilustrado e declamado pelos alunos. A obra em questão foi escrita pela compositora
Hasanne Collet e denomina-se La Forêt sans arbres.
Após este breve aquecimento passou-se para a leitura das peças de trabalho individual
com especial destaque para a dificuldade que o aluno apresenta na utilização do quarto
dedo.
28
Fora adotadas estratégias como a exemplificação por parte do professor e interpretadas
passagens específicas para correção de postura, timbres, dinâmicas e notas.
Na segunda parte da aula foram as obras destinadas ao ensemble que tiveram lugar.
Neste ponto, a estratégia de maior relevância foi a interpretação, por parte do Professor,
de linhas melódicas diferentes com o intuito de criar referências auditivas e simular uma
pequena aula de conjunto.
A presente aula teve início como uma breve reflexão acerca da dança Tarantela e
respetivo contexto histórico que resultou de um pequeno aquecimento desenvolvido por
parte do aluno com a peça Wedding Tarantela destinada ao estudo em contexto de classe
de conjunto.
A aula terminou com uma pequena síntese acerca das obras que corresponderam a esta
última secção de música em conjunto.
29
30
Capítulo III- PLANIFICAÇÕES E RELATÓRIOS DE AULAS LECIONADAS
Numa primeira etapa foram analisadas as obras que os alunos estavam a trabalhar e
levantadas as principais dificuldades que cada uma delas apresentava enquanto ponto de
partida para a abordagem pedagógica. Esta metodologia desenrolou-se findadas as
apresentações dos intervenientes (alunos e professor estagiário), do contexto pedagógico
e da forma como este se inseria no plano de estudos do Mestrado em Ensino de Música.
O aluno D, a frequentar o quinto grau, demonstra uma boa relação com a música e com o
instrumento, uma boa localização face aos diferentes estímulos auditivos e uma leitura à
primeira vista bastante satisfatória. É assíduo, pontual e organizado.
Por fim, o aluno E, a frequentar o terceiro grau, ingressou, tal como havia sucedido com o
aluno A, o grupo de música de conjunto. Este fator contribuiu em grande parte para a
motivação apresentada. Ao contrário dos restantes alunos mencionados que frequentam
o regime articulado, o aluno E está sob o regime supletivo. É metódico, organizado e
apresenta uma boa leitura à primeira vista.
31
Tabela 2: Calendário de Aulas Lecionadas
Datas Alunos
5 de novembro C, D e E
12 de novembro C, D e E
19 de novembro C, D e E
3 de dezembro C, D e E
17 de dezembro C, D e E
14 de janeiro C, D e E
11 de fevereiro C, D e E
18 de fevereiro C, D e E
25 de fevereiro C, D e E
4 de março D
11 de março C, D e E
18 de março C, D e E
8 de abril C, D e E
22 de abril C, D e E
29 de abril C, D e E
6 de maio C, D e E
Aluno C
32
Específicos vista;
Estratégias Levantamento de dificuldades; divisão da peça em secções de estudo
mediante as técnicas a adotar
Planificação • Apresentação e levantamento de dificuldades (5 min);
• Leitura da peça Tyrannosaurus da obra Eine Kleine Saurophonie
(5 min);
• Exercício com técnica apoiado (5 min);
• Exercício com técnica do deslize (5 min));
• Exercício com técnica 2:1 (5 min);
• Exercício com técnica 2:2 (10 min);
• Reinterpretação da obra (5 min);
• Síntese (5 min).
Tendo o aluno iniciado, no presente ano letivo, o terceiro grau passou a ter uma
participação ativa no ensemble de bandolins do conservatório e, por isso, o programa em
desenvolvimento compreende as peças de estudo individual e as peças dedicadas à
música de conjunto.
Partiu-se, após esta análise, do levantamento das principais dificuldades sentidas por
parte do aluno na globalidade do repertório para a definição dos primeiros objetivos. O
aluno fez referência ao Tremolo enquanto barreira e, por isso, foi selecionada a peça
Tyrannosaurus da obra Eine Kleine Saurophonie de Marlo Strauss (*1957) que o aluno
interpreta no ensemble de bandolins para desenvolver as estratégias a dinamizar com
vista à supressão da dificuldade apresentada.
Durante a primeira leitura da peça foram detetadas outras dificuldades, a saber: técnica
Apoiado¸ técnica do deslize e técnica 2:2. Por este motivo, foi selecionado um par de
compassos para reforçar a importância de apoiar cada nota, não apenas por questões
técnicas mas, essencialmente, para que ambas as cordas sejam pulsadas em cada
ataque o que encaminhou a aula para a técnica do deslize enquanto consequência de
uma técnica apoiado bem concretizada. Seguiu-se, por isso, um trabalho em cordas
soltas com a técnica referida. Por último, e ainda, partindo do conceito básico do apoio de
33
cada nota, foi explicado, novamente, a metodologia para se atingir com eficácia a técnica
tremolo. Uma vez mais usando cordas soltas foi realizada a repetição deste exercício
passando, por fim para a melodia em questão na peça selecionada.
Para além do reforço dos conceitos subjacentes às técnicas referidas, esta aula permitiu
definir com clareza os objetivos para esto aluno a médio prazo – técnica apoiado, deslize
e 2:2 – e a longo prazo – tremolo.
O aluno demonstrou uma excelente receção dos conceitos incluídos e uma boa reação
aos exercícios propostos para desenvolver as técnicas referidas tendo chegado,
rapidamente, a uma bastante satisfatória técnica apoiado.
Aula nº2
Data 12 de novembro
Conteúdos A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010)
34
Aula nº2 – 12 de novembro de 2020
Passou-se à sugestão da peça a trabalhar: A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010).
A escolha desta partitura deveu-se a diversos fatores: é composta por duas vozes – uma
aguda (melodia principal) e uma grave (acompanhamento), o que implica um trabalho
independente inicial e uma junção posterior (depois de ambas as vozes estarem
dominadas), possibilitando, assim, uma espécie de música de conjunto com o Professor e
as vozes divididas; apresenta a indicação de uso das técnicas apoiado; 2:1 e tremolo
(elementos trabalhados no aquecimento e de elementar importância para o domínio
técnico do bandolim); requer a compreensão da forma binária (elemento que foi alvo de
reflexão na explicação inicial da peça).
O aluno mostrou-se bastante favorável à inclusão desta peça no seu programa e, para
além de ter cumprido com bastante satisfação os exercícios técnicos, conseguiu avançar
de forma significativa na leitura da partitura.
35
Aula nº 3: Planificação e Relatório
Aula nº3
Data 19 de novembro
Conteúdos El Amable de Jose Ferrer (1835 – 1916); Stegosaurus, de Marlo Strauss
(*1957); Burleske de Gunther Erdmann (1939 – 1996)
36
referidas, foi feita uma análise formal à obra compreendendo as diferentes partes nas
diversas dinâmicas.
A última obra, Burleske de Gunther Erdmann (1939 – 1996) apresentava, para além dos
necessários apoios, contagens de tempos e respeito pelos silêncios, a técnica Staccato.
Foi, assim, o momento para o aluno colher algumas ideias acerca da mesma.
Um aspeto que se salientou durante esta aula e que muito agradou a todos os
intervenientes, foi o facto de todas as obras estarem em conformidade com as vésperas
da prova tendo sido estas sugestões e exercícios úteis para polir e direcionar a última
semana de estudo.
Aula nº4
Data 3 de dezembro
Conteúdos El Amable de Jose Ferrer (1835 – 1916); Burleske de Gunther Erdmann
(1939 – 1996); Deck the Halls (peça tradicional).
Objetivos Desenvolver a execução de escalas em duas oitavas e nas diferentes
Gerais técnicas; Interpretar uma obra com acompanhamento.
Objetivos Melhorar as técnicas apoiado, 2:1 e 2:2; Melhorar o controlo de
Específicos dinâmicas.
Estratégias Interpretação acompanhada; exemplificação por parte do professor;
explicação das várias técnicas.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de ré maior em duas oitavas (5 min);
• Exercício com técnica apoiado (5 min);
• Exercício com a técnica 2:1 (5 min);
• Leitura da peça Deck the Halls (5 min);
• Leitura da peça El Amable de Jose Ferrer (1835 – 1916) (5 min);
37
• Leitura da peça Burleske de Gunther Erdmann (1939 – 1996) (10
min);
• Síntese (5 min).
A aula centrou-se na revisão das obras que irá apresentar na audição do dia dez de
dezembro de dois mil e vinte. Neste sentido, foi feito um pequeno levantamento das obras
a trabalhar: Burleske do compositor Gunter Erdman (1939 – 1996); El Amable de Jose
Ferrer (1835 – 1916); Deck the Halls (peça tradicional).
Após um breve aquecimento com a execução da escala de ré maior em duas oitavas nas
diferentes técnicas, procedeu-se leitura integral da primeira obra, uma peça de avaliação
individual com acompanhamento de piano. O trabalho incidiu, essencialmente, na
correção das técnicas apoiado e 2:1, na chamada de atenção para as sucessivas
indicações dinâmicas e para a criação antecipada das referências auditivas explanadas
pelo acompanhamento do piano (a ter em atenção no futuro ensaio com o mesmo).
No final da aula foi feita uma breve síntese com todos os domínios que a marcaram:
escala, técnica apoiado e 2:1 e dinâmicas. O aluno apresentou uma compreensão boa de
todos os momentos.
Aula nº5
Data 17 de dezembro
38
Conteúdos A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010); Tyrannosaurus da obra
Eine Kleine Saurophonie de Marlo Strauss (*1957).
Esta aula teve início com uma breve apresentação da estrutura da mesma e que a
encaminhou para um aquecimento com a escala de ré maior e respetivo arpejo nas várias
técnicas. A escala mencionada era, igualmente, a base da construção musical da primeira
peça trabalhada A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010).
A abordagem a esta peça deu-se com uma revisão dos conteúdos a ter em consideração
e que haviam sido expostos na aula de dia doze de novembro, nomeadamente a estrutura
formal que poderia ser determinante na organização do estudo da obra. Dado o facto de
se tratar de uma peça com uma melodia principal e uma voz grave a desempenhar a
função de bordão, o momento seguinte da aula foi dedicado ao estudo das vozes
separadamente (em primeiro lugar o aluno tocou a voz principal e o professor o bordão e,
seguidamente, o contrário) em grupos de quatro compassos. Depois da leitura faseada
fez-se uma leitura integral da primeira secção. O segundo domínio que se destaca no
trabalho sobre esta peça diz respeito ao tremolo que surge em dois momentos e que
39
requisitou um trabalho independente na senda do que já havia sido feito no aquecimento
com a escala referida.
O aluno reagiu de forma bastante positiva tendo cumprido, em cada fase, os objetivos
propostos ainda que tenha deixado emergir a dificuldade que recai sobre esta técnica.
40
Aula nº 6 – 14 de janeiro de 2021
A aula iniciou-se com a apresentação da estrutura prevista e dos respetivos objetivos a ter
em conta em cada uma das partes. Deu-se, imediatamente, início à execução da escala
de sol maior, em duas oitavas e nas três técnicas (apoiado; 2:1; 2:2) que seriam, do
mesmo modo, utilizadas no arpejo respetivo.
O segundo momento foi relacionado com a obra A Day Out de Alison Stephens (1970 –
2010) numa perspetiva de leitura acompanhada da segunda secção da peça e de reforço
do trabalho feito na aula anterior acerca do tremolo e da sistematização da primeira parte.
Os principais pontos de apoio foram, para além das questões técnicas e de postura, o
domínio interpretativo dos legatos e das dinâmicas e ainda, o controlo do tremolo no final
da primeira secção.
A segunda peça trabalhada, que dirá respeito ao terceiro momento da aula, constituiu um
exercício de leitura à primeira vista para acelerar o trabalho no contexto de classe de
conjunto. A nova obra desta formação foi lida e repetida individualmente por parte do
aluno e por quadraturas. No final da primeira leitura integral, foram mostradas as outras
vozes de forma a iniciar-se o processo de criação de referências auditivas e tocada a obra
simulando o referido contexto (a aula a interpretar a melodia que lhe havia sido atribuída e
o professor uma outra das melodias da obra). Fez-se, para concluir, uma reflexão acerca
de todas as linhas melódicas (à maneira de uma análise) para uma compreensão mais
profunda e esclarecida da interpretação a assumir.
A aula terminou com uma breve síntese dos principais elementos que a constituíram e
com a indicação dos objetivos do estudo em casa.
41
Estratégias Exemplificação; exposição teórica dos timbres; explicação de escalas
menores.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de lá menor em duas oitavas (5 min);
• Exercício com técnica apoiado; 2:1; 2:2 (5 min);
• Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934) (15 min);
• El Amable de Jose Ferrer (1835 – 1916) (10 min)
• Síntese (5 min).
Esta aula decorreu no regime síncrono não presencial e teve início com a afinação do
bandolim e apresentação da planificação da aula no que ao trabalho das peças diz
respeito. Passou-se, de seguida, ao aquecimento com a execução da escala de lá menor
natural nas técnicas apoiado, 2:1 e 2:2. Neste contexto, a escala escolhida daria o mote
para a leitura da peça que se seguiu Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934).
Na terceira e última parte da aula teve lugar a interpretação da peça El Amable de Jose
Ferrer (1835 – 1916) visto que esta seria objeto de avaliação na classe de conjunto. Desta
forma, depois de uma leitura integral da obra, foram sugeridas indicações para a gravação
e notas de atenção acerca das referências auditiva e dinâmicas a ter em conta.
A aula terminou com uma breve síntese e com as indicações para o trabalho semanal, em
particular, dedicado ao desenvolvimento da técnica tremolo e do trabalho com o
metrónomo.
42
Aula nº8
Data 18 de fevereiro (regime síncrono não presencial)
Conteúdos Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934); A Day Out de Alison
Stephens (1970 – 2010); Ländler da obra Quatro Danças Nacionais de
Kurt Schwaen (1909 – 2007).
Objetivos Desenvolver a técnica tremolo.
Gerais
Objetivos Melhorar as mudanças de posição; Melhorar a compreensão de escalas
Específicos menores.
Estratégias Exemplificação; Utilização de metrónomo;
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de lá menor em duas oitavas (5 min);
• Exercício com técnica apoiado; 2:1; 2:2 (5 min);
• Exercício Pentacorde (5 min)
• Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934) (10 min);
• A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) (5 min)
• Ländler da obra Quatro Danças Nacionais de Kurt Schwaen (1909
– 2007) (5 min)
• Síntese (5 min).
A aula teve início com a apresentação do plano e dos objetivos à qual se seguiu a
afinação do bandolim. Este primeiro momento deu-se por terminado com a execução, em
jeito de aquecimento, da escala de lá menor natural onde se trabalhou, em particular, as
técnicas usuais, as mudanças de posição e o necessário acompanhar do polegar da mão
esquerda durante este processo.
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Imagem 1: Exercício Pentacorde maior
Devido a alguns problemas com a internet, não foi possível cumprir a planificação na
íntegra tendo surgido a necessidade de finalizar a aula com a interpretação da obra para
ensemble do andamento Ländler da obra Quatro Danças Nacionais de Kurt Schwaen
(1909 – 2007) onde foram trabalhadas algumas digitações que poderão ser úteis na
gravação exigida em contexto de música de conjunto.
44
Aula nº9
Data 25 de fevereiro (regime síncrono não presencial)
Conteúdos Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985); A Day Out de Alison
Stephens (1970 – 2010); Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 –
1934).
Objetivos Desenvolver a técnica tremolo; Gerar autonomia no trabalho técnico.
Gerais
Objetivos Melhorar a posição de mão esquerda; Melhorar as técnicas apoiado; 2:1
Específicos e 2:2.
Estratégias Exemplificação; Utilização de metrónomo; Divisão da obra em secções
de estudo; Apresentar o trabalho de repetição.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de lá menor em duas oitavas (5 min);
• Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985) (5 min);
• Exercício Pentacorde (5 min)
• Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934) (10 min);
• A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) (10 min)
• Síntese (5 min).
A presente aula teve início com a preparação da aula em conjunto a decorrer no dia
quatro de março em regime on-line que terá início com a apresentação individual de uma
obra por parte de cada aluno. Neste sentido, o aluno selecionou a obra para o efeito e,
depois do habitual aquecimento (desta vez com a escala de lá menor natural), passou-se
à interpretação da referida peça Reigen da compositora Natalia Baklanowa (1902 – 1985).
De seguida, e com o intuito de preparar a obra que se seguia, foi executado um exercício
com o Pentacorde nas quatro cordas aplicando as várias técnicas, com foco para a
técnica 2:2, e com utilização de metrónomo. Desta forma, foi possível trabalhar a posição
da mão esquerda na aproximação ao bandolim e o domínio das técnicas em velocidades
sucessivas e controladas.
45
Passou-se, por fim, à interpretação da obra Siciliana para bandolim e piano de Raffaele
Calace (1863 – 1934) com destaque para a segunda metade da mesma que ainda não
havia sido trabalhada. Assim, procedeu-se a uma interpretação em Apoiado, 2:1 e 2:2
para clarificação de ritmo e melhoria do controlo do tremolo.
Devido aos sucessivos problemas que iam surgindo com a internet do aluno, a
planificação não pode chegar até ao fim ficando, por isso, a faltar a abordagem à obra A
Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010).
46
Nesta aula, a prioridade no aquecimento residiu na consolidação das escalas e exercícios
das últimas aulas. Em primeiro, executaram-se as escalas de lá menor natural e
harmónica, em duas oitavas, nas diferentes técnicas e, em segundo, o Pentacorde menor,
começando na corda mi e seguindo até à corda sol utilizando as mesmas técnicas.
A primeira obra a ser trabalhada foi a Siciliana para bandolim e piano de Raffaele Calace
(1863 – 1934). Pelo facto de não se ter verificado a evolução necessária, procedeu-se,
novamente, à leitura da primeira parte da obra na técnica apoiado e, só depois, em
tremolo,
Seguiu-se a obra Reigen da compositora Natalia Baklanowa (1902 – 1985) com uma
leitura integral da partitura com as primeiras sugestões de timbre e dinâmica. De imediato,
coube a leitura da obra A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010).
Na última secção da aula foi trabalhada, devido à avaliação que terá lugar no final da
semana, a obra Stegosaurus de Marlo Strauss (*1957). Neste ponto, refletiu-se acerca da
técnica, dinâmicas, separação de vozes e foram feitas sugestões para a gravação da
parte correspondente.
47
• Exercício Pentacorde (5 min);
• Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985) (5 min);
• Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934) (10 min);
• A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) (5 min);
• Microceratops de Marlo Strauss (*1957) (5 min);
• Síntese (5 min).
Com o aquecimento desta aula, pretendeu-se reforçar a escala de lá menor, nas suas
vertentes natural e harmónica aquecendo, igualmente, as técnicas apoiado, 2:1 e 2:2 bem
como o Pentacorde maior na maneira ascendente (da corda sol até à corda mi). Seguiu-
se a obra Reigen da compositora Natalia Baklanowa (1902 – 1985) com uma abordagem
aos timbres e dinâmicas que enriquecem as notas, com uma divisão em partes de estudo
e respetiva análise e com a clarificação da velocidade a adotar no decorrer da obra.
Quanto à peça Siciliana para bandolim e piano de Raffaele Calace (1863 – 1934) o
trabalho residiu na melhoria da técnica tremolo e clarificação rítmica bem como na
utilização do quarto dedo nos respetivos locais e nas acentuações pedidas pelo
compositor.
A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) foi a obra que se seguiu com uma breve
leitura da sua segunda parte originando um trabalho em termos de tempo, técnica e
articulação da obra Microceratops de Marlo Strauss (*1957) (objeto de avaliação no final
da semana na disciplina de classe de conjunto). Neste sentido, para além da clarificação
das dúvidas presentes no ritmo da obra, também houve tempo para uma breve explicação
do conceito da obra e das técnicas que tem subjacentes à sua interpretação.
Nesta aula, verificou-se uma evolução de saudar que estava em falta nas sessões
anteriores e que protelou, ligeiramente, a normal evolução das obras em desenvolvimento
pelo aluno.
48
Aula nº 12: Planificação e Relatório
Aula nº12
Data 8 de abril
Conteúdos Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985); A Day Out de Alison
Stephens (1970 – 2010); Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 –
1934); Forêt sans arbres de Hasanne Collet.
Esta aula ficou marcada pelo regresso ao ensino presencial que e teve início com a
apresentação da obra La Forêt sans arbres da compositora Hasanne Collet que
constituirá um projeto da classe para o terceiro período. Assim, foi trabalhada a secção
correspondente ao aluno depois de expostos os trâmites do projeto. Seguiu-se a escala
de ré menor nas diferentes técnicas e com o apoio de metrónomo.
Na segunda secção da aula teve lugar a leitura da primeira secção e o trabalho mais
exaustivo da segunda da obra A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) numa
49
projeção do que se pretende ser o produto final. No que diz respeito ao trabalho em
concreto, destaca-se a separação de vozes que nesta segunda parte é, igualmente,
exigida.
Na última parte da aula foi a obra Siciliana para bandolim e piano de Raffaele Calace
(1863 – 1934) a selecionada que, ainda, constituiu um problema para o aluno e, por isso,
foram selecionados alguns compassos para um trabalho mais específico com leitura nas
diferentes técnicas. Passou-se por fim, à audição de algumas gravações com piano e,
também, com orquestra da obra.
Dada a demora necessária neste momento, não foi possível incluir a obra Reigen da
compositora Natalia Baklanowa (1902 – 1985) como estava, inicialmente, proposto.
50
Aula nº 13 – 22 de abril de 2021
A presente aula teve início com a execução da escala de ré menor harmónica e com um
exercício de leitura à primeira vista (página 24 do método de Carlo Munier) destinado ao
aquecimento das técnicas de mão direita e colocação da posição adequada na mão
esquerda, em particular, na aproximação do polegar.
Seguiu-se a interpretação da obra A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) como
foco na segunda secção onde o trabalho incidiu na leitura e reforço da interpretação das
secções harmónicas. Passou-se, de imediato à leitura nas técncias apoiado, 2:1 e 2:2 da
obra Siciliana para bandolim e piano de Raffaele Calace (1863 – 1934) com uma divisão
em secções para estudo de forma a promover o trabalho sobre esta peça.
O último momento da aula foi dedicado à obra Reigen da compositora Natalia Baklanowa
(1902 – 1985) onde foram trabalhadas as dinâmicas, timbres e agógica.
Terminou-se com uma breve síntese e revisão dos conteúdos para estudo em casa.
Aula nº14
Data 29 de abril
Conteúdos A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010); Livre como Pássaros de
Joel Canhão (1927 – 2010).
Objetivos Desenvolver a localização na forma da partitura;
Gerais
Objetivos Aprimorar a leitura à primeira vista; Melhorar as técnicas apoiado, 2:1 e
Específicos 2:2; posição de mão esquerda; Melhorar a aplicação de timbres,
dinâmicas e agógica.
Estratégias Divisão de obras em secções para estudo; Digitação.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de ré maior em duas oitavas (5 min);
• Exercício de repetição (5 min);
• A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) (10 min);
• Livre como Pássaros de Joel Canhão (1927 – 2010) (15 min);
51
• Síntese (5 min).
Esta aula teve início com a execução nas diferentes técnicas da escala de ré maior e com
a leitura à primeira vista de um exercício para desenvolver o trabalho de repetição sobre o
Pentacorde com as técnicas apoiado, 2:1 e 2:2. Apresentou-se, ainda, a estrutura da aula
com os seus diferentes momentos planeados.
Procedeu-se, de seguida, à leitura da peça A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010).
Depois de uma primeira leitura integral trabalharam-se as passagens que suscitaram
maiores dificuldades e abordou-se a forma e as variações de andamento contempladas.
Destacou-se, ainda, a reflexão técnica e de postura que foi tendo, ao longo da aula,
relevância e sugestões dinâmicas e de interpretação a ter em consideração para
posteriores leituras.
Na terceira parte da aula foi apresentada a obra Livre como Pássaros de Joel Canhão
(1927 – 2010) para que, futuramente, seja, esta obra, trabalhada com acompanhamento.
Nesta fase, realizou-se, apenas, uma leitura orientada com esclarecimento das técnicas e
digitações a utilizar.
A aula terminou com uma breve síntese dos pontos indispensáveis a reter.
Aluno D
52
as técnicas apoiado; 2:1 e 2:2.
Estratégias Levantamento de dificuldades; divisão da peça em secções de estudo.
Planificação • Apresentação e levantamento de dificuldades (5 min);
• Leitura da peça Sonatina em Dó menor para bandolim de Ludwig
van Beethoven (1770 – 1827) (10 min);
• Exercício com técnica apoiado (5 min);
• Exercício com técnica do deslize (5 min));
• Exercício com técnica 2:1 (5 min);
• Exercício com técnica 2:2 (5 min);
• Reinterpretação da obra (5 min);
• Síntese (5 min).
Iniciou-se a abordagem com uma primeira interpretação integral para fazer emergir as
dificuldades que resultaram numa avaliação primária tripartida: técnica apoiado,
mudanças de posição e afastamento/aproximação da mão esquerda ao braço do
bandolim. Em primeiro lugar foi explicada a função e o conceito do apoio na execução de
cada nota com exemplificação e repetição ao que o aluno reagiu bastante favoravelmente.
Em segundo lugar, foi feita uma análise à dificuldade nas mudanças de posição e à
posição da mão esquerda tendo, em conjunto, sido concluído que ambas as questões
estão intimamente relacionadas e, por isso, foram incutidos alguns conceitos para a
correção da mão esquerda (desde a correção do polegar na secção anterior do braço,
passando pela correção do ângulo do pulso até à inclinação de cada dedo na pressão de
cada nota) e sugeridos exercícios para que esses conceitos se efetivem (realização de
Pentacordes, escalas e um acrescento do legato no pensamento melódico horizontal).
53
Na secção final da aula foram levantados estes objetivos de trabalho e tiveram ainda lugar
sugestões de digitação para a obra em questão. O aluno foi bastante recetivo de todas as
sugestões e desempenhou com satisfação as tarefas propostas.
Nesta aula foi proposta uma nova peça a ser incluída no programa em desenvolvimento
pelo aluno com vista à supressão de algumas das dificuldades por esta apresentada, em
particular, nas mudanças de posição e aproximação da mão esquerda do braço do
54
bandolim. Neste sentido, foi sugerida a Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò
Paganini (1782 – 1840).
Numa primeira fase foi demonstrada a interpretação da obra ao aluno e completada com
uma breve nota biográfica do compositor em jeito de contextualização (o Senhor
Professor Cooperante abrilhantou esta abordagem com a inclusão de mais alguns factos
e com a referência às restantes obras escritas para bandolim por parte do compositor). De
seguida foi explicada ao aluno a importância que esta obra pode ter no domínio das
dificuldades por esta apresentada – por um lado exige frequentes mudanças de posição
e, por outro, estas mudanças são sempre feitas com o dedo um o que permite uma
posição mais próxima do instrumento e cujos efeitos podem colher-se em outras peças.
No passo seguinte, foi feita uma análise formal à obra e iniciada, por parte do aluno, a
leitura da partitura (repetindo as diversas frases musicais selecionadas). Durante o
processo de leitura foram expostas as mudanças de posição e marcadas as digitações
necessárias. Concluiu-se a abordagem momentânea a esta peça com a interpretação, em
conjunto de ambas as vozes (bandolim por parte do aluno e guitarra pelo estagiário –
interpretada, também esta linha melódica, no bandolim). Houve lugar, por fim, à execução
de uma escala com mudança de posição e sugestão de exercícios para trabalhar em casa
o mesmo propósito.
55
Strauss (*1957); Duas Canções Populares Russas no arranjo de Erich
Repke.
Objetivos Desenvolver uma postura adequada; desenvolver consciência tímbrica e
Gerais dinâmica.
Objetivos Melhorar a interpretação com dinâmicas e timbres; Melhorar incorreções
Específicos rítmicas.
Estratégias Exemplificação por parte do Professor; Revisão dos conteúdos para
avaliação;
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Salsa Picante de Marlo Strauss (*1957) (10 min);
• Huckleberry Walk de Marlo Strauss (*1957) (10 min);
• Exercício com as técnicas apoiado; 2:1 e deslize (5 min);
• Duas Canções Populares Russas no arranjo de Erich Repke (5
min)
• Exercício com as técnicas apoiado e tremolo (5 min);
• Síntese (5 min).
Dedicou-se o tempo desta aula à revisão das obras que serão objeto de avaliação na
prova trimestral que, na seguinte semana, terá lugar. O momento de avaliação será
composto por três peças: Salsa Picante e Huckleberry Walk de Marlo Strauss (*1957) e
Duas Canções Populares Russas no arranjo de Erich Repke. Nas obras de Marlo Strauss
que, habitualmente, são parte integrante do progresso no instrumento, o desenvolvimento
da técnica continua a ser um dos elementos chave, neste sentido, trabalharam-se as
técnicas apoiado, 2:1 e do deslize. O aluno recebeu as sugestões, metáforas e imagens
que foram sendo feitas com agrado e aplicou as técnicas com bastante satisfação.
Quanto à terceira peça desta aula, um tema e variações, após uma análise formal da
mesma e uma execução integral, procedeu-se ao seu estudo em dois planos. No primeiro
plano, trabalharam-se as técnicas apoiado e tremolo com exercícios isolados e repetição.
Num segundo momento, tiveram lugar as reflexões acerca das mudanças de posição que
têm vindo a constituir uma dificuldade para o aluno devido à sua posição de mão
56
esquerda demasiado afastada do braço do instrumento. Para suprir esta dificuldade foram
reforçadas as ideias propostas nas aulas anteriores e aplicados exercícios em legato
(Pentacorde e escala) para que a posição se aproxime do ideal.
No final da aula foi sugerido um breve plano de estudo para esta semana que antecede a
prova e para que o trabalho dos pormenores a possa valorizar fazendo com que a música
ganhe uma outra dimensão.
Aula nº4
Data 3 de dezembro
Conteúdos Duas Canções Populares Russas no arranjo de Erich Repke; Duetos
Fáceis de Kurt Schwaen (1909 – 2007); El Amable de Jose Ferrer (1835
– 1916); Deck the Halls (peça tradicional).
Objetivos Desenvolver a execução de escalas em duas oitavas.
Gerais
Objetivos Melhorar a interpretação com dinâmicas e timbres; Melhorar a pega do
Específicos plectro; Melhorar as técnicas apoiado; 2:1 e 2:2.
Estratégias Apresentação do exercício de repetição; Trabalho com metrónomo;
Utilização de uma pequena bola de papel para correção da pega do
plectro.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de ré maior em duas oitavas (5 min);
• Duas Canções Populares Russas no arranjo de Erich Repke (10
min);
• Duetos Fáceis de Kurt Schwaen (1909 – 2007) (10 min);
• El Amable de Jose Ferrer (1835 – 1916) (5 min);
• Deck the Halls (peça tradicional) (5min);
• Síntese (5 min).
57
Aula nº4 – 3 de dezembro de 2020
Esta aula foi dedicada à preparação da audição do dia dez de dezembro. Nesse momento
performativo, o aluno interpretará uma obra com acompanhamento de piano – Segunda
Canção Popular Russa de Erich Repke -, um dueto - da coletânea Duetos Fáceis de Kurt
Schwaen (1909 – 2007) -, duas peças com o ensemble de bandolins - El Amable de Jose
Ferrer (1835 – 1916) e Deck the Halls (peça tradicional).
Antes da leitura dedicada às obras referidas, a aula começou com a execução da escala
de ré maior em duas oitavas na técnica apoiada, 2:1, 2:2. Nesta fase, foi, de imediato,
feita referência a uma dificuldade recorrente que o aluno tem vindo a demonstrar, a pega
do plectro com a mão direita e a posição da mesma. Foi entregue ao aluno, no sentido de
corrigir esta dificuldade, uma pequena bola de papel para que a mão adote a posição
ideal. Uma vez mais, foi explicada, através das posições naturais, a melhor forma de
segurar no plectro e de atacar as cordas.
No que concerne ao trabalho sobre as peças o que se destacou da execução, para além
de sucessivas correções de postura, foram aspetos do domínio do tempo e da
instabilidade que, por vezes, lhe era impressa; da agógica e da necessidade das
indicações claras quando se interpreta música com outros músicos; e dos contrastes
dinâmicas em função do encadeamento de vozes em cada um dos instrumentos no caso
das obras para ensemble. Neste último ponto, as referências auditivas mostraram-se úteis
para a compreensão prática do significado das dinâmicas.
A aula terminou com uma breve síntese, feita em conjunto com o aluno, que salvaguardou
os elementos principais do momento letivo desde a postura até a pega do plectro,
passando pelas técnicas e pelo controlo rítmico e dinâmico.
58
Objetivos Melhorar a interpretação com dinâmicas e timbres; Melhorar a pega do
Específicos plectro; Melhorar as técnicas apoiado; 2:1 e 2:2; Melhorar a aproximação
da mão esquerda ao bandolim.
Estratégias Trabalho de repetição com metrónomo; Exemplificação; Interpretação
acompanhada.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de ré maior em duas oitavas (5 min);
• Exercício com técnicas apoiado; 2:1 e; 2:2 (10 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (10 min);
• Sonatina em Dó menor de Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
(10 min);
• Síntese (5 min).
Deu-se início a esta aula com a apresentação da planificação e dos objetivos a ter em
conta no decorrer da mesma. Passou-se, de seguida, a um aquecimento em torno da
escala de ré maior e do seu arpejo respetivo nas diferentes técnicas (apoiado; 2:1; 2:2).
Para este aluno em concreto, a aula dedicou-se a intensificar o trabalho de mão esquerda
que tem vindo a ser problemático em algumas peças devido à inconsistência da posição e
59
à dificuldade da aproximação contínua da mão do braço do bandolim. Este fator
encaminhou a aula para as considerações finais que, para além de uma síntese dos
aspetos mais importantes, se regeu pela execução e reflexão acerca de exercícios
técnicos destinados ao trabalho em casa com o intuito de melhorar este domínio.
Aula nº6
Data 14 de janeiro
Conteúdos Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840);
Sonatina em Dó menor de Ludwig van Beethoven (1770 – 1827).
Objetivos Melhorar a postura; Corrigir a posição de mão esquerda nas mudanças
Gerais de posição.
Objetivos Melhorar a interpretação com dinâmicas e timbres; Melhorar a pega do
Específicos plectro; Aprimorar a leitura à primeira vista.
Estratégias Trabalho de repetição com metrónomo; Exemplificação; Interpretação
acompanhada.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de ré maior em duas oitavas (5 min);
• Exercício com técnica apoiado; 2:1 e; 2:2 (10 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (10 min)
• Exercício de leitura à primeira vista (10 min)
• Síntese (5 min).
Nesta sexta aula foram, nos momentos iniciais, expostos os trâmites da aula, os seus
objetivos e os momentos que a iriam compor. Passou-se, de imediato, ao aquecimento
com uma escala maior nas diferentes técnicas e com o respetivo arpejo como espaço
para a clarificação e correção da pega do plectro cujo angulo e tensão gerada na mão não
eram os indicados.
60
Quanto ao segundo momento da aula, foi dedicado à revisão das partes (com o objetivo
de orientar o estudo e criar perceção da obra), mudanças de posição, expressão,
dinâmicas e, uma vez mais, posição da pega do pletro na Serenata para Bandolim e
Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840).
Na terceira secção da aula e em prol da preparação de uma nova peça para o Ensemble
de Bandolins do Conservatório, teve lugar uma primeira vista, com sugestões de timbres,
dinâmicas, explicação das diversas linhas melódicas e do que cada uma delas representa
no cômputo geral. E, ainda, mudanças de posição, compassos a ter em conta e formas de
os estudar.
No final, foi feito um balanço ao trabalho da aula e propostas para a aula seguinte.
Aula nº7
Data 11 de fevereiro (regime síncrono não presencial)
Conteúdos Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896); El Amable de Jose
Ferrer (1835 – 1916); Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò
Paganini (1782 – 1840).
Objetivos Desenvolver a técnica tremolo; Emancipar a técnica tremolo da técnica
Gerais 2:2
Objetivos Melhorar as técnicas apoiado e 2:1; Melhorar as mudanças de posição.
Específicos
Estratégias Trabalho de repetição com metrónomo; Exemplificação; Simulação de
gravação.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de sol maior em três oitavas (10 min);
• Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) (10 min);
• El Amable de Jose Ferrer (1835 – 1916) (10 min)
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (5 min)
• Síntese (5 min).
61
Aula nº7 – 11 de fevereiro de 2021
A presente aula decorreu no regime síncrono não presencial e teve início com a afinação
do bandolim e apresentação das estratégias, objetivos e plano que lhes estavam
destinados e passou-se ao aquecimento com a introdução da terceira oitava na escala de
sol maior e nas técnicas habituais de execução. O aluno reagiu com naturalidade a esta
novidade tendo cumprido com bastante grau de satisfação o exercício.
De seguida, teve lugar a leitura de uma peça com acompanhamento de piano escrita por
A. Carlos Gomes (1836 – 1896) de seu nome Al Chiaro di Luna onde foram abordadas,
depois da primeira leitura integral e da divisão formal em secções, as diferentes questões
inerentes ao trabalho desta peça: tempo e respetivas variações; clarificação de células
rítmicas; mudanças de compasso; mudanças de posição; digitação; tremolo e Stacatto.
62
• Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) (10 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (15 min);
• Síntese (5 min).
No que diz respeito à interpretação das obras que compreendem o programa do aluno,
tratou-se de Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) e da Serenata para
Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840). No concerne à primeira, o foco
deste momento didático recaiu na expressão e na correção rítmica de algumas das
passagens com sugestões acerca do tremolo. Quanto à segunda, foi executado o primeiro
andamento e introduzido o segundo (Andantino) e, acerca deste último, foi feita uma
explicação e divisão formal, referidas as mudanças de posição necessárias e procedeu-
se, por fim, à leitura da primeira secção.
Aula nº9
Data 25 de fevereiro (regime síncrono não presencial)
Conteúdos Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896); Serenata para
Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840); Volte do
compositor Michael Praetorius (1571 – 1621).
63
Específicos variações tímbricas e dinâmicas; Melhorar a utilização de Pizzicato.
Estratégias Exercício de repetição; Exemplificação.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de sol maior em três oitavas (10 min);
• Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) (10 min);
• Volte da obra Terpsichore do compositor Michael Praetorius (1571
– 1621) (10 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (5 min);
• Síntese (5 min).
Esta aula teve início com a execução da escala de sol maior em três oitavas com as
diferentes técnicas e o respetivo arpejo. De seguida, passou-se para a apresentação das
obras a trabalhar no decorrer da sessão, a saber: Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes
(1836 – 1896); a peça Volte da obra Terpsichore do compositor Michael Praetorius (1571
– 1621) e a Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840).
Quanto à primeira obra, o trabalho desta aula, depois de uma leitura integral com vista à
avaliação do ponto de situação, incidiu na correção da digitação, da clarificação de
algumas células rítmicas e na inclusão da técnica pizzicato na última nota.
No que concerne à segunda peça, esta justifica-se com a necessidade de gravação para
fins de avaliação na disciplina de classe de conjunto e a abordagem resumiu-se à
correção de notas erradas e sugestões técnicas para gravação.
Por fim, na aproximação à obra de Paganini, foi o segundo andamento que esteve em
destaque com a digitação da primeira secção e com a correção da técnica e da posição
de mão esquerda.
64
Aula nº 10: Planificação e Relatório
Aula nº10
Data 4 de março (regime síncrono não presencial)
Conteúdos Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896); Serenata para
Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840); Spanischer
Kanon de Marlo Strauss (*1957).
Objetivos Desenvolver a execução de escalas em três oitavas; Desenvolver a
Gerais técnica tremolo.
Objetivos Melhorar as técnicas apoiado; 2:1 e 2:2; Melhorar a interpretação com
Específicos variações tímbricas e dinâmicas; Melhorar a localização musical na
interpretação em contraponto imitativo.
Estratégias Exercício de repetição; Exemplificação; Interpretação de contraponto
imitativo.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de sol maior em três oitavas (5 min);
• Exercício Pentacorde (5 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (10 min);
• Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) (10 min);
• Spanischer Kanon de Marlo Strauss (*1957) (5 min);
• Síntese (5 min).
Esta aula teve início com a execução da escala de sol maior em três oitavas no sentido de
reforçar o conteúdo abordado nas aulas anteriores. Seguidamente, e para concluir a
primeira fase de aquecimento, realizou-se o Pentacorde maior e menor, ascendente e
descendente, nas diversas cordas com as variadas técnicas.
65
memorização da peça. Passou-se, a título de revisão, à interpretação do primeiro
andamento.
Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) foi a obra selecionada na segunda
fase da aula com um trabalho de clarificação rítmica, de divisão formal e de
desenvolvimento e controlo da técnica tremolo.
Em jeito de conclusão, fez-se uma leitura da obra Spanischer Kanon de Marlo Strauss
(*1957) e foi sintetizada a aula criando um plano de estudo para a semana.
Na corrente aula, as escalas e arpejos de Sol maior (em três oitavas) e Ré menor (em
duas oitavas) serviram de ponto de partida com o intuito de realizar aquecimento em
ambas as mãos e respetivas técnicas focando a importância de uma aproximação
66
adequada ao braço do bandolim, em particular, no que às mudanças de posição diz
respeito. Concluiu-se esta primeira secção da aula com a concretização do exercício
Pentacorde menor no sentido descendente, como se apresenta na imagem que se segue.
Na última parte da aula foi a Spanischer Kanon de Marlo Strauss (*1957) que teve lugar
com um trabalho particular de tempo, técnica do deslize e separação de vozes. A
conclusão da aula deu-se com uma síntese da mesma e uma definição do trabalho
semanal.
67
Aula nº 12: Planificação e Relatório
Aula nº12
Data 18 de março (regime síncrono não presencial)
Conteúdos Microceratops de Marlo Strauss (*1957); Sonatina em Dó menor de
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827); Spanischer Kanon de Marlo
Strauss (*1957).
Objetivos Desenvolver a execução de escalas menores; Desenvolver a técnica
Gerais tremolo.
Objetivos Melhorar as técnicas apoiado; 2:1 e 2:2; Melhorar a posição de mão
Específicos esquerda nas mudanças de posição.
Estratégias Exercício de repetição; Explicação teórica de escalas menores;
Mudanças de posição orientadas pelo primeiro dedo.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de ré menor natural e harmónica em duas oitavas (10
min);
• Exercício Pentacorde (5 min);
• Microceratops de Marlo Strauss (*1957) (5 min);
• Spanischer Kanon de Marlo Strauss (*1957) (5 min)
• Sonatina em Dó menor de Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
(10 min);
• Síntese (5 min).
68
Na primeira, o tempo foi ocupado com correções rítmicas, de andamento e de
articulações reforçando o trabalho técnico que havia sido, em torno desta peça, realizado
na anterior semana. Quanto à obra de Beethoven, o destaque dos Legatos teve uma
grande relevância e as mudanças de posição corrigidas com novas sugestões para o
efeito.
Aula nº13
Data 8 de abril
Conteúdos La Forêt sans arbres da compositora Hasanne Collet; Serenata para
Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840); Spanischer
Kanon de Marlo Strauss (*1957); Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes
(1836 – 1896).
Objetivos Desenvolver a execução de escalas menores; Desenvolver a técnica
Gerais tremolo.
Objetivos Melhorar as técnicas apoiado; 2:1 e 2:2; Melhorar a posição de mão
Específicos esquerda nas mudanças de posição; Interpretação acompanhada.
Estratégias Exercício de repetição; Trabalho com metrónomo. Mudanças de posição
orientadas pelo primeiro dedo.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• La Forêt sans arbres da compositora Hasanne Collet (5 min);
• Escala de lá menor natural em duas oitavas (5 min);
• Exercício Pentacorde (5 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (5 min);
• Spanischer Kanon de Marlo Strauss (*1957) (10 min);
• Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) (5 min)
• Síntese (5 min).
69
Aula nº 13 – 8 de abril de 2021
Esta aula teve início com a obra La Forêt sans arbres da compositora Hasanne Collet que
irá ser interpretada por todos os músicos da classe num projeto conjunto. Procedeu-se,
por isso, à leitura das secções correspondentes depois de explicados os pressupostos do
projeto em concreto. De seguida, executou-se com auxílio de metrónomo, a escala de lá
menor bem como o exercício de Pentacorde para aquecimento técnico.
Tendo sido, esta aula, marcada pela retoma do ensino presencial, fez-se uma revisão da
Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840). Trabalharam-se os
aspetos que haviam constituído dificuldades à distância, nomeadamente, a posição de
mão esquerda nas mudanças de posição e a pega do plectro (elaboraram-se novas
metáforas e explicações de modo a corrigir para a postura correta estes aspetos.
No momento seguinte, teve lugar a obra Spanischer Kanon de Marlo Strauss (*1957),
também ela protagonista de algumas aulas em regime síncrono não presencial. Agora, foi
possível, uma vez mais, aplicar o conceito de música em conjunto que a peça sugere e,
devido ao facto de estar, por parte do aluno, o trabalho realizado de forma bastante
satisfatória, focaram-se aspetos específicos e que dizem respeito à expressão musical e à
formação musical, em particular o contraste entre tercina e galope quando surgem em
simultâneo em vozes diferentes.
Devido a um atraso inicial do aluno, não houve tempo para uma leitura da obra Al Chiaro
di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) como planeado.
Aula nº14
Data 22 de abril
Conteúdos Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840);
Spanischer Kanon de Marlo Strauss (*1957); Al Chiaro di Luna de A.
Carlos Gomes (1836 – 1896).
Objetivos Desenvolver a execução de escalas menores; Desenvolver a técnica
Gerais tremolo.
Objetivos Melhorar as técnicas apoiado; 2:1 e 2:2; Melhorar a posição de mão
70
Específicos esquerda nas mudanças de posição; Melhorar a inclinação do plectro e
respetiva pega.
Estratégias Exercício de repetição; Trabalho com metrónomo.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de lá menor harmónica em duas oitavas (5 min);
• Exercício Pentacorde (5 min);
• Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) (10 min)
• Spanischer Kanon de Marlo Strauss (*1957) (5 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (10 min);
• Síntese (5 min).
No que ao trabalho de peças diz respeito, tiveram lugar as obras: Al Chiaro di Luna
de A. Carlos Gomes (1836 – 1896); Spanischer Kanon de Marlo Strauss (*1957);
Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840).
A aula teve o seu fim com uma breve síntese e levantamento de algumas
dificuldades a trabalhar.
71
Aula nº 15: Planificação e Relatório
Aula nº15
Data 29 de abril
Conteúdos Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840);
Prelúdio 6 de José António Zambrano (1965).
Objetivos Desenvolver a técnica do deslize; Desenvolver a execução de escalas e
Gerais arpejos e três oitavas.
Objetivos Aprimorar a leitura à primeira vista; Melhorar as técnicas apoiado e 2:1.
Específicos
Estratégias Exercício de repetição; Leitura à primeira vista; Exemplificação.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de sol maior em três oitavas (5 min);
• Exercício de repetição com leitura à primeira vista (5 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (10 min);
• Prelúdio 6 de José António Zambrano (1965) (15 min)
• Síntese (5 min).
Esta aula teve início com a execução da escala de sol maior em três oitavas e um
exercício de leitura à primeira vista do método de Carlo Munier com o intuito de trabalhar
as diferentes técnicas num rápido aquecimento em apoiado; 2:1 e 2:2. Houve, nesta fase,
espaço para uma breve apresentação da estrutura da aula e dos seus objetivos principais.
Na segunda secção da aula foi sobre a Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò
Paganini (1782 – 1840) que recaíram as atenções, numa perspetiva de chamar os
conhecimentos desenvolvidos no aquecimento naquilo que à aproximação ao braço do
bandolim e ao movimento do polegar nas mudanças de posição diz respeito. Esta obra foi
tocada com acompanhamento.
72
A terceira, e última, secção da aula foi destinada à introdução do Prelúdio 6 de José
António Zambrano (1965) com o cuidado do principal elemento que constitui a peça, o
arpejo e a respetiva técnica do deslize.
No final da aula foi realizada uma pequena síntese dos aspetos essenciais a reter para o
estudo em casa.
Aula nº16
Data 6 de maio
Conteúdos Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 – 1840); Al
Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896); Prelúdio 6 de José
António Zambrano (1965).
Objetivos Desenvolver a técnica do deslize; Desenvolver a execução de escalas e
Gerais arpejos e três oitavas.
Objetivos Aprimorar a leitura à primeira vista; Melhorar as técnicas apoiado e 2:1,
Específicos 2:2 e tremolo.
Estratégias Exercício de repetição; Trabalho com metrónomo; Exemplificação.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de sol maior em três oitavas (5 min);
• Exercício de repetição com leitura à primeira vista (5 min);
• Serenata para Bandolim e Guitarra de Niccolò Paganini (1782 –
1840) (10 min);
• Al Chiaro di Luna de A. Carlos Gomes (1836 – 1896) (10 min);
• Prelúdio 6 de José António Zambrano (1965) (5 min)
• Síntese (5 min).
73
Seguiu-se uma pequena apresentação da aula e uma breve discussão acerca da prova
global que terá lugar no final do período no sentido de elaborar o plano de programa a
apresentar.
A aula terminou com uma breve síntese visto que, devido a um pequeno atraso inicial,
não foi possível abordar a obra Prelúdio 6 de José António Zambrano.
Aluno E
Aula nº1
Data 5 de novembro
Conteúdos El Amable do compositor Jose Ferrer (1835 – 1916)
74
• Reinterpretação da obra (10 min);
• Síntese (5 min).
No final da aula foram feitas algumas sugestões para enriquecer a peça timbricamente e
reforçadas as recomendações para melhoria da postura e, em consequência, da técnica a
adotar.
75
Aula nº 2: Planificação e Relatório
Aula nº2
Data 12 de novembro
Conteúdos Prelúdio da Partita III para bandolim de Filippo Sauli
Na introdução desta aula foi proposto e apresentado o Prelúdio da Partita III para
bandolim de Filippo Sauli (compositor da transição do século XVII para o século XVIII)
com o intuito de enquadrar com esta obra uma relação íntima com o exercício de
aquecimento, a escala de dó maior.
76
Após a aprovação do aluno, procedeu-se à execução da escala referida em duas oitavas
com as principais técnicas (apoiado, 2:1 e 2:2) que se mostrou muito eficaz, não apenas
para a compreensão da escala e, em consequência, da peça proposta, como para
posicionar de forma adequada a mão esquerda no bandolim. Terminado o aquecimento,
foi efetivado este trabalho com a leitura do Prelúdio.
O trabalho foi desenvolvido por pequenos motivos musicais que iam sendo repetidos e
marcadas as digitações e sucessivas mudanças e posição. Neste processo e passo a
passo, forma sendo agrupados os motivos dando forma à peça. O mesmo aconteceu com
a articulação que, para além de inferida pela intenção da partitura, foi explicada quanto ao
conceito que lhe está associado.
Na parte final da aula, foi retomada a contextualização da peça que havia sido iniciada
antes do aquecimento com algumas referências ao papel do compositor para a repertório
para bandolim e sistematizado o trabalho a realizar durante a semana.
77
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Leitura da peça Stegosaurus, de Marlo Strauss (*1957) (10 min);
• Leitura da peça Les Folies d'Espagne de Jean- Baptiste Lully
(1632 – 1687) (10 min);
• Leitura da peça Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985) (10
min);
• Exercício com as técnicas apoiado; 2:1 e deslize (5 min);
• Síntese (5 min).
O aluno partiu da interpretação integral das obras que constituirão a sua prova trimestral
de avaliação a decorrer no dia vinte e seis de novembro, a saber: Stegosaurus de Marlo
Strauss (*1957); Les Folies d'Espagne de Jean- Baptiste Lully (1632 – 1687); Reigen da
compositora Natalia Baklanowa (1902 – 1985).
Cada uma das peças apresentava características técnicas diversas que foram sendo
trabalhadas ao longo da aula. Por um lado, foi referida a importância do rigor da técnica
apoiado enquanto base para todos os passos seguintes desde a técnica 2:1 e do deslize
(todas estas foram trabalhas na aula que aqui se relata) e, até mesmo, para a correta
posição da mão direita no ângulo de ataque e forma de segurar no plectro.
Embora o aluno tenha reagido com bastante satisfação às indicações e sugestões feitas e
de ter vindo a defender um programa adequado e que suporta estas exigências, o
trabalho sobre as técnicas referidas deverá marcar a progressão e planificação das aulas
seguintes com a apresentação de exercícios didáticos com vista a ultrapassar estas
dificuldades.
No final da aula houve ainda tempo para uma breve explicação da forma direcionada
como deve ser feito o estudo das peças durante esta semana que antecede a prova para
que saia, esta, valorizada.
78
Aula nº 4: Planificação e Relatório
Aula nº4
Data 3 de dezembro
Conteúdos Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985); Tänzchen de Stanislav
Mach (1906 – 1975); El Amable de Jose Ferrer (1835 – 1916); Deck the
Halls (peça tradicional).
Objetivos Desenvolver a execução de escalas em duas oitavas e nas diferentes
Gerais técnicas; Interpretar uma obra com acompanhamento.
Objetivos Melhorar as técnicas apoiado, 2:1 e 2:2; Melhorar o controlo de
Específicos dinâmicas.
Estratégias Interpretação acompanhada; exemplificação por parte do professor;
explicação das várias técnicas.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de dó maior em duas oitavas (5 min);
• Exercício com as técnicas apoiado e 2:1 (5 min);
• Leitura da peça Deck the Halls (5 min);
• Leitura da peça El Amable de Jose Ferrer (1835 – 1916) (5 min);
• Leitura da peça Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985) (10
min);
• Leitura da pela Tänzchen de Stanislav Mach (1906 – 1975) (10
min).
Antecedendo, esta aula, a audição sujeita a avaliação a ter lugar no dia dez de dezembro
de dois mil e vinte, foi, por acordo geral, de elementar importância dedicá-la à revisão das
obras que, nesse meio serão interpretadas pelo aluno e pela formação de ensemble que
integra.
79
de o aluno apresentar, por vezes, um exagerado afastamento da mão esquerda do braço
do bandolim e, por outro, da trabalho sobre esta escala que suporta uma parte do
programa que vindo a ser desenvolvido.
De uma forma geral, o aluno apresentava dominado o programa mencionado tendo sido,
por isso, dada maior atenção à correção dos aspetos técnicos e expressivos em função
de cada peça como sugere o final de cada ciclo didático.
Houve, ainda, tempo para uma breve síntese partilhada em torno dos elementos
trabalhados na aula bem como sugestões de trabalho em casa em prol da superação das
dificuldades técnicas apresentadas.
Aula nº5
Data 17 de dezembro
Conteúdos Prelúdio da Partita III para bandolim de Filippo Sauli; Tyrannosaurus da
obra Eine Kleine Saurophonie de Marlo Strauss (*1957).
Objetivos Desenvolver a execução de escalas em duas oitavas; desenvolver a
Gerais distinção entre as técnicas 2:1, 2:2 e tremolo.
Objetivos Melhorar as técnicas apoiado e 2:1; Melhorar a reação às referências
Específicos auditivas.
Estratégias Revisão de conteúdos; separação de vozes; interpretação dividida;
seleção de partes e trabalho independente.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de dó maior em duas oitavas (5 min);
80
• Exercício com técnica apoiado; 2:1 e; 2:2 (10 min);
• Prelúdio da Partita III para bandolim de Filippo Sauli (10 min);
• Tyrannosaurus da obra Eine Kleine Saurophonie de Marlo Strauss
(*1957) (10 min);
• Síntese (5 min).
A aula iniciou-se com uma pequena alusão ao plano que a mesma deveria cumprir e aos
objetivos que dessa planificação deveriam ser extraídos e passou-se, de seguida à
execução de uma escala e do seu respetivo arpejo com as técnicas apoiado, 2:1, 2:2.
Na terceira parte da aula, as atenções foram canalizadas para uma das dificuldades que a
aula fez chegar e que dizia respeito ao tremolo e à mudança de notas na peça para
ensemble Tyrannosaurus da obra Eine Kleine Saurophonie de Marlo Strauss (*1957). Por
este motivo, procedeu-se à leitura sem tremolo da secção destacada, da leitura com as
outras vozes interpretadas pelo professor, da interpretação com um tremolo medido e, por
fim, com tremolo livre.
A avaliação global da aula é bastante positiva, por um lado, a posição foi melhorada
(ainda qua haja algum caminho para percorrer) e a dificuldade apontada pelo aluno
mitigada com os exercícios propostos.
81
Aula nº 6: Planificação e Relatório
Aula nº6
Data 14 de janeiro
Conteúdos A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010).
Na primeira abordagem a esta aula foi exposta a estrutura da mesma numa divisão
tripartida para que o aluno tivesse a consciência das várias partes e da divisão de tempo
que estas ocupariam.
A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) foi a nova peça a incluir no programa do
aluno neste início de período letivo e, neste sentido, a leitura à primeira vista tomou o seu
lugar. Antes desta primeira leitura foi tocada a peça para o aluno, feita uma breve análise
formal e explicadas as diferentes vozes que surgem nas duas secções que compõem a
obra. Para o trabalho de separação de vozes o aluno interpretou, isoladamente, cada uma
82
das linhas melódicas e, por fim, reuniu ambas. Para além deste trabalho foram indicadas
digitações e feitas as chamadas de atenção para dinâmicas, timbres e agógica.
No último terço da aula, foi realizada uma leitura à primeira vista de uma peça que irá
integrar a repertório do Ensemble de Bandolins do Conservatório do qual o aluno faz
parte. Incluíram-se, igualmente, indicações de digitação e foi feita uma leitura mais
profunda no ponto de vista rítmico.
Nesta aula teve lugar, primeiramente, a afinação do instrumento e exposição dos trâmites
da aula no que à planificação diz respeito e passou-se, de imediato, à execução da escala
83
de lá menor nas técnicas habituais e cujo controlo se manifestaria útil aquando da
interpretação da primeira peça.
A Siciliana para bandolim e piano de Raffaele Calace (1863 – 1934) foi a obra que marcou
o segundo momento da aula. Dado o facto de esta obra se interpretar com a técnica
tremolo, foi necessário um trabalho prévio de leitura, clarificação e contagem de tempos,
leitura em técnica apoiado, em técnica 2:1 e, por fim, em 2:2. Este trabalho foi
desenvolvido em toda a obra, contudo, a aplicação do tremolo só se efetivou, ainda, nas
primeiras frases.
Na última parte da aula foi abordada a peça A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010)
onde se destacou para trabalhar a primeira metade e, neste sentido, a primeira
abordagem restringiu-se à separação das vozes e respetiva leitura, explicação do
movimento melódico de ambas e, por fim, a reunião das mesmas.
O aluno reagiu a todos os momentos com um excelente grau de satisfação e, por fim,
foram sugeridas as tarefas semanais no que concerne ao trabalho técnico,
nomeadamente, trabalho de repetição com metrónomo.
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Estratégias Exemplificação; Utilização de metrónomo;
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de lá menor em duas oitavas (5 min);
• Exercício com técnica apoiado; 2:1; 2:2 (5 min);
• Exercício Pentacorde (5 min);
• Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934) (10 min);
• A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) (5 min);
• Ländler da obra Quatro Danças Nacionais de Kurt Schwaen (1909
– 2007) (5 min);
• Síntese (5 min).
Nesta oitava aula houve, em primeiro lugar, espaço para a apresentação do plano de aula
que desencadeou a execução da escala de lá menor natural nas diferentes técnicas. A
afinação do instrumento estava, previamente, salvaguardada por parte do aluno.
Concluída a escala, passou-se ao exercício com o Pentacorde para o trabalho da posição
de mão esquerda no braço do bandolim e das diferentes técnicas com foco na técnica 2:2
que levará ao tremolo. Este trabalho foi acompanhado por metrónomo.
Seguidamente, tiveram lugar as leituras das peças. A primeira foi a Siciliana para
bandolim e piano de Raffaele Calace (1863 – 1934) onde se cingiu o trabalho à
interpretação clarificadora na técnica apoiado e, posteriormente, em 2:2. Em segundo
lugar, interpretou-se a peça A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) porém, desta
vez, foi a segunda parte da obra que teve destaque com o trabalho de separação de
vozes, leitura e, por fim, reunião das mesmas. No último momento, foi dado apoio ao
trabalho a realizar para a disciplina de música de conjunto com a interpretação do
andamento Ländler da obra Quatro Danças Nacionais de Kurt Schwaen (1909 – 2007)
onde, em particular, se trabalhou a digitação, o papel das pausas no decorrer da obra e
uma breve clarificação rítmica.
Por fim, foi feita uma síntese da aula e sugeridas técnicas para efetuar as gravações
áudio que compreenderão a avaliação.
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Aula nº 9: Planificação e Relatório
Aula nº9
Data 25 de fevereiro (regime síncrono não presencial)
Conteúdos A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010); Siciliana op.78 de Raffaele
Calace (1863 – 1934); Volte da obra Terpsichore do compositor Michael
Praetorius (1571 – 1621).
Objetivos Desenvolver a técnica tremolo; Gerar autonomia no trabalho técnico.
Gerais
Objetivos Melhorar a posição de mão esquerda; Melhorar as técnicas apoiado; 2:1
Específicos e 2:2.
Estratégias Exemplificação; Utilização de metrónomo; Divisão da obra em secções
de estudo; Apresentar o trabalho de repetição.
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de lá menor harmónica em duas oitavas (5 min);
• Exercício Pentacorde (5 min);
• Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934) (10 min);
• A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010) (10 min);
• Volte da obra Terpsichore do compositor Michael Praetorius (1571
– 1621) (5 min);
• Síntese (5 min).
Na aula deste dia foi apresentada, em primeiro lugar, a apresentação da aula de ensino
instrumental em grupo do dia quatro de março. Seguiu-se a execução da escala de lá
menor harmónica e do exercício Pentacorde com as técnicas respetivas.
Passando para o domínio das peças, a Siciliana para bandolim e piano de Raffaele
Calace (1863 – 1934) constituiu o primeiro momento com a interpretação da primeira
secção da mesma com a técnica 2:2 e com a leitura da segunda secção em apoiado e 2:1
com o intuito de, também aqui aplicar o tremolo.
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Em seguida, teve lugar a leitura integral por parte do aluno de A Day Out de Alison
Stephens (1970 – 2010) com apreciações globais dado o ponto de situação da obra
bastante avançado no que à qualidade da interpretação diz respeito e, por isso, foi
possível proceder-se ao trabalho de dinâmicas.
Pelo facto de a peça Volte da obra Terpsichore do compositor Michael Praetorius (1571 –
1621) ser, durante a semana seguinte, sujeita a avaliação, também esta foi recordada
para efeitos de melhoria da interpretação em gravação.
A aula conclui-se com a escolha de uma nova obra a trabalhar nas próximas aulas:
Glücksdrache de Marlo Strauss (*1957).
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Aula nº 10 – 11 de março de 2021
Na aula do dia onze de março, a escala de lá menor, nas suas variantes natural e
harmónica representou o ponto de partida para o aquecimento de técnicas de mão direita
e esquerda, bem como o exercício Pentacorde no sentido ascendente e descendente.
A segunda peça abordada no contexto desta aula foi A Day Out de Alison Stephens (1970
– 2010) em jeito, simplesmente, de revisão. Esta obra trabalhada pelo aluno atingiu, até à
data um ótimo nível de satisfação interpretativa.
Por fim, procedeu-se a uma leitura à primeira vista da obra Glücksdrache de Marlo
Strauss (*1957), escolhida pelo aluno de entre várias opções apresentadas. Neste ponto,
foi feita uma análise formal de divisão em partes e em momentos de estudo que deverão
organizar o estudo da mesma.
Aula nº11
Data 18 de março (regime síncrono não presencial)
Conteúdos Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985) ; Siciliana op.78 de Raffaele
Calace (1863 – 1934); Microceratops de Marlo Strauss (*1957);
Glücksdrache de Marlo Strauss (*1957).
Objetivos Desenvolver a técnica tremolo.
Gerais
Objetivos Consolidar as técnicas apoiado; 2:1 e 2:2; melhorar a compreensão de
Específicos escalas menores; melhorar a utilização do quarto dedo.
Estratégias Exemplificação; repetição da utilização do quarto dedo; digitação;
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Escala de lá menor (natural e harmónica) em duas oitavas (5
min);
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• Exercício Pentacorde (5 min);
• Microceratops de Marlo Strauss (*1957) (5 min);
• Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934) (10 min);
• Reigen de Natalia Baklanowa (1902 – 1985) (5 min);
• Glücksdrache de Marlo Strauss (*1957) (5 min);
• Síntese (5 min).
Esta aula teve início com as escalas de lá menor natural e harmónica e com a
concretização do Pentacorde maior nas diferentes técnicas e com o apoio de metrónomo
para um controlo mais efetivo das divisões.
Em seguida, realizou-se uma breve leitura das peças Siciliana para bandolim e piano de
Raffaele Calace (1863 – 1934) e Reigen da compositora Natalia Baklanowa (1902 – 1985)
sobre as quais se trabalhou técnica, digitações, notas na quinta posição, utilização de
quartos dedos e timbres.
A última peça abordada e que constituiu o momento final da aula foi Glücksdrache de
Marlo Strauss (*1957) onde se começou o trabalho concreto de definição de articulações.
O aluno correspondeu com um elevado grau de satisfação aos desafios propostos.
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Objetivos Desenvolver a mobilização do trabalho executado na escala de lá menor
Gerais para outras escalas menores.
Objetivos Melhorar a leitura à primeira vista; aprimorar as técnicas apoiado; 2:1 e
Específicos 2:2; melhorar a compreensão de escalas menores.
Estratégias Exemplificação; explicação teórica da escala menor;
Planificação • Apresentação da estrutura da aula (5 min);
• Forêt sans arbres de Hasanne Collet (5 min);
• Escala de ré menor natural em duas oitavas (5 min);
• Siciliana op.78 de Raffaele Calace (1863 – 1934) (10 min);
• Glücksdrache de Marlo Strauss (*1957) (15 min);
• Síntese (5 min).
Com esta aula de regresso presencial do ensino, a obra La Forêt sans arbres da
compositora Hasanne Collet teve destaque nos momentos iniciais com a sua
apresentação e trabalho específico das secções destinadas ao aluno. Esta obra
constituirá um projeto de final de ano da classe de bandolins com o acompanhamento de
um poema musicado por todos os alunos. Passou-se, de imediato, à execução da escala
de ré menor com utilização do metrónomo para aquecimento das técnicas.
Na segunda secção da aula, a obra Siciliana para bandolim e piano de Raffaele Calace
(1863 – 1934) teve destaque com um trabalho particular, depois de interpretada,
integralmente, sobre o tremolo e a posição de mão direita na pega do plectro.
No último terço da aula, a peça Glücksdrache de Marlo Strauss (*1957) teve espaço e,
devido ao facto de ter sido entregue ao aluno em último lugar, o trabalho foi de um outro
nível com a definição das articulações, distinção da sonoridade pretendida como a técnica
2:1 e com a técnica 2:2. Este estudo afunilou num exercício para separação clara das
duas técnicas e consciencialização da sensação física em cada uma delas.
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Aula nº 13: Planificação e Relatório
Aula nº13
Data 22 de abril
Conteúdos Glücksdrache de Marlo Strauss (*1957); Siciliana op.78 de Raffaele
Calace (1863 – 1934); A Day Out de Alison Stephens (1970 – 2010).
91
facto de estar a ser interpretada de forma muita acelerada, a descaracterizava. Este
aspeto mereceu reflexão e respetivas correções.
A aula deu-se por concluída após uma síntese de incentivo a um estudo orientado
segundo as indicações das aulas.
A aula do dia vinte nove de abril desenrolou-se no regime síncrono não presencial devido
ao cumprimento, por parte do aluno, de isolamento profilático. Este aspeto reduziu,
segundo o enquadramento institucional, em quinze minutos o período de aula.
92
embora represente um momento de aquecimento, constitui uma fundamental ferramenta
no domínio da técnica.
A leitura da obra Glücksdrache de Marlo Strauss (*1957) deu seguimento à aula com as
necessárias indicações relativas, neste caso, ao andamento da obra e à precisão da
técnica 2:2 numa perspetiva de pulsar ambas as cordas em cada ataque.
A segunda obra trabalhada nesta aula foi Reminiscências, de Joel Canhão (1927 – 2010)
onde se fez uma primeira leitura (à primeira vista) e uma pequena resenha da forma a
aplicar.
Deu-se, esta aula, por encerrada, com uma breve síntese da mesma.
93
94
Capítulo IV- ATIVIDADES
Testes trimestrais
Desenrolaram-se ao longo do dia, sempre nos mesmos moldes, quatro testes com os
seguintes alunos: aluno B (4º grau) pelas doze horas e cinco minutos; aluno A (3º grau) às
catorze horas e trinta minutos; aluno C (3º grau) às quinze horas e vinte e cinco minutos;
aluno D (5º grau) pelas dezasseis horas e dez minutos; e, por fim, pelas dezassete horas
e cinco minutos, Aluno E (3º grau).
Nas respetivas horas marcadas os alunos chegaram à sala MR4 para um breve
aquecimento prévio e uma pequena conversa de descontração. De seguida, e após
preparados os materiais necessários (partituras, estante na posição correta, localização
da cadeira do aluno em frente ao júri, …) os alunos deram início às suas provas.
Cada prova era composta pela interpretação, na ordem que os alunos considerassem
mais conveniente, de três obras. Os alunos apresentavam cada uma das peças com
referência ao nome e ao compositor dando, de imediato, início à interpretação. Este
95
procedimento desenrolou-se de forma sucessiva e transversal a todos os alunos e
respetivas provas.
No final da prova os alunos dirigiram-se para o exterior da sala de aula para que o júri
discutisse os pontos positivos e negativos da prova chegando a um veredito no que à
classificação da prova diz respeito. Concluído este processo, os alunos eram informados,
após regressados à sala, em primeiro lugar da classificação e, de seguida, dos elementos
que nela resultaram (os, já referidos, aspetos positivos e negativos). Com estas
informações dava-se por terminada a prova trimestral e o aluno recebia a permissão de
saída.
Todos os alunos obtiveram uma boa classificação (no âmbito do nível quatro) tendo
superado as provas com sucesso,
A presente aula decorreu no dia dez de dezembro de dois mil e vinte pelas dezasseis
horas e foi destinada ao Ensemble de Bandolins do Conservatório de Música de Coimbra.
A sessão teve lugar no pequeno auditório da mesma instituição.
Tendo sido uma aula dedicada à preparação da audição desta formação, as obras
trabalhadas cingiram-se a esse propósito, contudo, no início da aula foram estabelecidas
um conjunto de regras necessárias ao abrigo da condição pandémica em vigor (uso
exclusivo da cadeira, partituras próprias e estante; uso obrigatório de máscara;
distanciamento).
Seguidamente, o Professor fez alusão a uma alteração da indicação dinâmica de uma das
peças Deck the Halls (peça tradicional) e, posto isto, iniciou-se a interpretação integral.
Após a interpretação, foram referidas sugestões por parte do Professor nomeadamente
no que diz respeito à agógica, ao contacto visual com o maestro e alertas para casos
pontuais de desfasamento do tempo musical e notas erradas. Fez-se a revisão,
96
imediatamente, da secção onde os casos mencionados ocorreram e passou-se a uma
nova interpretação da obra.
Desta aula de música de conjunto destaca-se a atitude disciplinada dos alunos (premissa
de elementar interesse para o contexto) e o bom ambiente por estes criado num momento
de partilha musical e de clara motivação.
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Na secção final da atividade, o Professor deixou as suas palavras de encerramento e de
agradecimento, bem como os cordiais votos festivos. Os alunos saíram do pequeno
auditório, aparentemente, com satisfação e com uma sensação de dever cumprido.
No segundo momento da atividade foi apresentada a técnica que seria o principal alvo de
intervenção didática, a técnica do deslize. Depois da explicação oral, foi demonstrada e
reconhecidas, por partes dos alunos, as suas principais características associadas ao
símbolo de articulação que lhe está inerente (ataque e apoio da primeira nota na corda
seguinte; deslize sem ataque das restantes; rotação do pulso para, na última nota,
tocando para cima, ser uma única a corda vibrante). Todos os alunos tiveram
oportunidade de experimentar de forma individual e em conjunto esta técnica com cordas
soltas e, depois dos naturais ajustes de postura, timbre e ângulos (braço, plectro e
instrumento) o resultado foi bastante satisfatório.
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No sentido de concretizar a técnica trabalhada, passou-se à entrega da obra Kleines
Präludium de Marlo Strauss (*1957) com a divisão das vozes respetivas e de um
momento de leitura individual e à primeira vista. De seguida, cada um dos alunos
interpretou a sua linha melódica e, para concluir esta primeira abordagem foram reunidas
todas as vozes. A aula contou, ainda, com indicações de âmbito tímbrico e dinâmico para
respeitar a musicalidade sugerida na partitura. Por fim, voltou-se a interpretar a obra
demonstrando, com grande satisfação, a aplicação das sugestões feitas.
A aula terminou com uma síntese de todos os conteúdos trabalhados da qual se extraiu
um balanço bastante positivo tanto no nível comportamental dos alunos como no domínio
da produção sonora. Todos eles, no espaço de, sensivelmente, uma hora, acolheram os
mecanismos necessários para o controlo necessário da técnica.
Devido ao contexto pandémico em vigor, esta atividade foi adaptada ao regime online e
teve início com a explicação da atividade, dos seus objetivos e das regras que uma
sessão desta natureza tem inerentes com reforço, em especial, das condições na
utilização da câmara e microfone.
No segundo ponto, tiveram lugar as afinações dos três alunos que participaram nesta
atividade: Aluno A; Aluno C; Aluno E. Estes alunos, na sequência da sessão,
apresentaram, simulando um contexto de audição, uma peça individual de modo a
apresentarem-se aos colegas e passou-se, em seguida, à execução da escala de sol
maior e do seu respetivo arpejo nas técnicas habituais bem como do exercício Pentacorde
maior e menor, ascendente e descendente, nas mesmas técnicas. A metodologia passou
pela execução em conjunto com um único microfone ligado e em que o aluno que
mantinha o som ligado ia alternando com os restantes colegas em função das diferentes
técnicas ou cordas. Esta alternância era orientada pelo professor.
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Na abordagem a este método, foram sugeridos exercícios e formas de os resolver com
vista ao desenvolvimento proposto e, ainda, utilizando a metodologia já descrita,
procedeu-se à execução de um dos exercícios a título de exemplo.
Embora o contexto obrigue a uma adaptação estoica por parte de alunos e professores, a
atividade cumpriu os objetivos e os alunos atingiram com satisfação os objetivos
propostos na busca de uma técnica mais efetiva.
Este momento didático teve por princípio reunir algumas das principais valências do
ensino artístico especializado e do ensino genérico da música numa dinâmica sensorial
que justificou a parceria com a associação mencionada.
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espaço musical até que, com o auxílio de todos os alunos e professor, fosse criado o
primeiro ambiente musical. O mesmo sucedeu para a criação de uma segundo motivo; de
um terceiro motivo percutido; e de um quarto momento improvisado.
A secção final residiu numa breve reflexão por parte de todos os envolvidos que
demonstraram uma atitude bastante favorável à iniciativa, que implicou uma saída da
zona de conforto com a improvisação e com a execução musical a partir de outros
estímulos distantes da habitual partitura. Para além destes domínios, numa simbiose
entre o espaço exploratório livre e o sistema artístico especializado, os conteúdos
técnicos foram adotados, entendidos e aplicados ao serviço da música.
No dia seis de maio de dois mil e vinte e um realizou-se uma nova sessão de ensino
instrumental em grupo com os alunos A; C e E na sala MR38 do Conservatório de Música
de Coimbra.
O início desta sessão foi marcado pela mensagem de boas vindas, afinação dos
instrumentos e explicação da atividade aos participantes com os seus três momentos
essenciais: aquecimento com a realização de escala; leitura à primeira vista, com técnica
apoiado, da peça sugerida; exploração das diferentes técnicas e timbres para a
interpretação musical da obra em questão.
Seguidamente, foi entregue a partitura da obra Ay Linda Amiga do século XVI (compositor
anónimo), num arranjo para três bandolins e bandola e sugeridos uns breves minutos
para a leitura integral das vozes que haviam sido distribuídas. Passou-se à audição das
linhas melódicas de cada aluno de forma individual e, por fim, em conjunto, obtendo-se o
101
primeiro esboço do produto final. Nesta fase decorreu, igualmente, uma sugestão de
digitação.
O principal objetivo deste momento didático era aferir, passado este período de aplicação
e desenvolvimento de técnicas, se os princípios subjacentes ao referido desenvolvimento
estavam, da mesma forma, adquiridos. Desta forma, adotando uma peça simples no que
à organização rímica diz respeito, sugeriu-se que fossem os alunos a selecionar as
técnicas a adotar nas diferentes partes e mediante o ambiente a criar em cada uma. O
mesmo aplicou-se à seleção de timbres e dinâmicas.
A sessão terminou com uma pequena síntese do momento, um reforço do trabalho a fazer
em casa para aperfeiçoamento técnico e uma execução da obra com as sugestões finais
dadas por parte dos alunos de modo a ser entendido o caráter dinâmico da interpretação
musical.
102
Capítulo V- REFLEXÃO GLOBAL E CONSIDERAÇÕES FINAIS
A participação na vida intensa de uma instituição tão nobre e ativa como o Conservatório
de Música de Coimbra apresenta uma realidade do ensino da música ideal para o
desenvolvimento de um trabalho desta natureza visto que, por um lado, a abertura às
sugestões propostas foi total e, por outro, a adequação dessas mesmas propostas à
intensidade da escola é quase imediata pela diversidade e bom ambiente que esta
promove.
No que ao tratamento concreto deste estágio diz respeito, esta reflexão deve organizar-se
em quatro ordens de ideias. Num primeiro estádio de desenvolvimento, a fase de
observação de aulas, destaca-se a possibilidade da descoberta dos diferentes alunos
visados no decorrer dos trabalhos e na apreciação do momento didático em diferentes
perspetivas em que se procedeu a uma observação canalizada do geral para o particular.
Ou seja, as primeiras aulas pretenderam dar a conhecer a estrutura geral da aula, as suas
divisões e a dinâmica de leitura e interpretação dos alunos com a consciência de que
cada um teria as idiossincrasias que os moldavam e, com o decorrer dos meses e
dominadas estas informações, a observação tendeu a recair para as técnicas utilizadas
pelo Senhor Professor Cooperante na aproximação à música em conjunto (elementos que
foram utilizados de forma consecutiva nas atividades deste estágio). Este tipo de
observação permitiu, não apenas uma organização desta fase, como também uma
recolha de dados para os outros momentos que compreendem o estágio.
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envolvidos foram totais propiciando um ambiente de excelência para a prática do ensino.
No final do processo de lecionação fica uma avaliação muito positiva de todas as
experiências e mensagens que se pretendiam passar avaliadas pela evolução dos alunos
e pela capacidade de verbalização dos mesmos nos aspetos que foram sendo reforçados.
Por último, resta enquadrar a situação pandémica que vigora e que, nesse sentido, foi,
também ela, elo de modulação das tarefas na medida em que impossibilitou, até à data,
determinados momentos que teriam sido uma mais-valia se realizados e impôs um
confinamento durante todo este processo. As consequências positivas da condição são,
igualmente, dignas de destaque. Por um lado, a experiência de lecionar à distância com
todas as implicações que se impõe constituiu uma fonte de aprendizagem evidente
preparando as eventualidades que se poderão seguir e, por outro, permitiram uma
reflexão com o Senhor Professor Cooperante e a sugestão de prolongar esta experiência
até ao final do ano. Deste modo, continuaram a ser lecionadas e assistidas aulas até o
término do ano letivo bem como realizadas, caso a situação pandémica ofereça algumas
tréguas, mais atividades de enriquecimento do currículo de todos.
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BIBLIOGRAFIA
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