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Ano 2019
Mara Sofia dos Santos Os métodos Suzuki Violin School e Mini Violin na
Valente aprendizagem musical: contributos teóricos para
uma análise comparada
Universidade de Aveiro Departamento de Comunicação e Arte
Ano 2019
Mara Sofia dos Santos Os métodos Suzuki Violin School e Mini Violin na
Valente aprendizagem musical: contributos teóricos para
uma análise comparada
a
Vogal- orientador Prof. Doutora Maria Helena Ribeiro da Silva Caspurro
Professora auxiliar da Universidade de Aveiro
agradecimentos Em primeiro lugar, agradeço à minha professora Helena Caspurro, pela
orientação deste trabalho, função que desempenhou com profunda dedicação
e rigor, assim como pelos seus ensinamentos ao longo destes dois anos, que
tornaram este mestrado ainda mais significativo.
Aos meus pais, irmã e cunhado, pelo constante apoio, financeiro e pessoal, o
qual permitiu que os meus estudos fossem completados de forma íntegra e
equilibrada.
Aos meus professores, Benzion Shamir, Joyce Tan e Elisabeth Perry, cuja
sabedoria, quer a nível artístico e educacional, merece o meu profundo
respeito. Tal proximidade permitiu-me adquirir novos conhecimentos com
melhor compreensão e reflexão.
À professora Magda Wierzba, a qual, embora já não esteja entre nós desde os
meus 13 anos, é o modelo que sigo como professora. A ela devo o meu amor
pela música e a motivação para a ensinar.
palavras-chave Método Suzuki; Método mini violin; ensino de violino; aprendizagem musical;
compreensão musical
abstract This study is intended to contribute for the development of the reflection on the
teaching and learning process in violin, keeping in mind the improvement of the
practice in the scope of the initial contact of the children with this instrument. In
spite of the literature suggesting a great part of violin teaching tradition resting
almost exclusively in the application of Suzuki method, among teachers and
educators of this instrument, including Portugal, it is still not clear and objective
if an ideal learning methodology exists or not, and if it does, in what it consists
and what are the main concepts that support it. These questions are extended
to the Suzuki method itself, since the existing pedagogic materials practically
did not suffer any changes since its first edition by Shinichi Suzuki, in 1978. It is
also a purpose of the current study to conduct a thorough analysis of the Mini
Violin method, developed and applied by Lenneke Willems, in the Netherlands.
It is therefore intended to investigate the principles that constitute these two
methods, in the light of some currently relevant theoretical constructs in
educational literature, especially the ones related to the initial stages of the
children music learning process, in order to frame the reflection of this
investigation with substantial materials under a pedagogic point of view.
Although based on bibliographic research, this study also included data
collection of an experimental character, specifically interviews with the author
Lenneke Willems, as well as the organization of workshops directed by her,
and presented in two regions of the country (Porto and Lisbon); and direct
observation of violin teaching practice sustained in the Suzuki method, namely
conducted by teachers of one of the pedagogically recognized institutions in the
country.
The results, of a qualitative and theoretical nature, and delimited by the
analysed study problems, point to the need for a deep reflection and
cooperative work between the professionals in the field, relative as to why and
what to implement as a teaching practice, favouring the process of learning to
the detriment of the process of teaching, as well as to the need to create
teaching methodologies that include non-tonal repertoire, encompassing
practices such as transposition, improvisation and composition.
This work is complemented by a second part, where the Internship Report is
presented, developed in the scope of the course of Supervised Teaching
Practice, throughout the year of 2018-2019, at the Conservatory of Music of
Porto.
Índice
I. Introdução..................................................................................................................... 6
2.2 Os primeiros métodos de ensino do violino – séc. XVII e séc. XVIII ........................ 9
2.8 Breve biografia de Lenneke Willems e o surgimento do método Mini Violin .......... 17
IV. Análise comparativa dos Mini Violin de L. Willems e Suzuki Violin School de S.
Suzuki à luz de conceitos e debates atuais ............................................................ 29
1
4.3 Objetivos previstos nos métodos e estratégias apresentadas para os atingir ....... 31
V. Conclusões ............................................................................................................... 71
I. Introdução................................................................................................................... 76
2
6.2 Participação ativa em Ações a realizar no âmbito do Estágio ............................. 135
3
4
PARTE I
PROJETO EDUCATIVO
5
I. Introdução
A conceção deste trabalho tem como grande objetivo promover uma profunda
reflexão sobre as práticas pedagógicas implementadas no ensino do violino e o
impacto das mesmas na aprendizagem dos alunos, fundamentalmente numa fase
inicial e nas etapas imediatamente seguintes.
Na formação inicial não é dado a conhecer, de uma forma abrangente e
fundamentada, os vários métodos de introdução ao estudo de um instrumento,
nem orientações curriculares de modo a estarmos preparados para selecionar a
metodologia de ensino adequada e promotora de um conhecimento assertivo e
significativo, nos primeiros estádios de aprendizagem. Tendo eu uma experiência
quase nula no ensino do violino, confesso a minha preocupação como iniciante de
uma carreira profissional cujo público-alvo são alunos cujo contacto com a música
e com o violino é praticamente inexistente.
Portugal é um dos países onde a aplicação do método Suzuki, no ensino do
violino, merece um consenso alargado. Contudo, é possível questionar se existe
ou não uma metodologia ideal de aprendizagem e, se sim, em que consiste,
porquê e quais as razões que a fundamentam, podendo-se aplicar tais questões
ao próprio método, o qual não sofreu praticamente qualquer alteração desde a
sua origem, em 1978.
Nos anos em que vivi e estudei na Holanda, mantive algum contacto com a
professora Lenneke Willems e adquiri algum conhecimento do seu método. Essa
experiência permitiu-me estabelecer, ainda que de uma forma muito superficial,
uma comparação com os métodos que estão a ser implementados, atualmente,
em Portugal.
Sendo o violino um instrumento que está muito dependente do
desenvolvimento de competências, como a compreensão auditiva sonora, visto
que é o indivíduo que tem de “fazer” som e desenvolvê-lo - identificando,
discriminando e relacionando alturas - pretende-se, neste projeto, averiguar de
que forma os métodos referidos podem dar resposta a questões de aprendizagem
sustentadas por algumas teorias e autores, nomeadamente a processos
relacionados com o desenvolvimento de tais competências. Temas como o
6
princípio do sound before symbol, a criatividade e a diversidade de modos de
aprender música serão abordados de forma a alargar o conhecimento sobre o
ensino do violino, enquadrando a discussão com a análise comparada dos
métodos de Suzuki e Lenneke Willems, este último, pouco conhecido no nosso
país.
Acredito no valor da experiência adquirida, mas, ao mesmo tempo, é
fundamental conhecer e compreender, de uma forma mais profunda, o processo
de aprendizagem musical, nomeadamente à luz de questões e debates teóricos
atuais e que me parecem pertinentes para a reflexão sistematizada e crítica em
torno do ensino, nomeadamente de violino. Ao conhecer e analisar um método
totalmente desconhecido em Portugal e, aproveitando o contacto pessoal que
tenho com a pedagoga em questão, acredito que estou a contribuir para o avanço
nesta área de conhecimento, inclusive no nosso país. Atualmente, os
conservatórios possuem programas da disciplina de instrumento, isto é, o plano
das provas dos diferentes graus mas sem orientação ou sustentação teórica do
caminho a seguir para atingir tais objetivos. Acredito, também, que a reflexão em
torno de temas tão determinantes para o desenvolvimento da aprendizagem
musical, como a compreensão sonora, as suas questões sequenciais, e ainda a
construção de mecanismos autorregulatórios – tão pertinentes na gestão de
aprendizagens de natureza performativa – me ajudará a consolidar tais caminhos.
Estou convicta que, ao seguir nesta direção, ficarei mais preparada para o meu
desempenho profissional contribuindo, assim, para uma melhoria do processo
ensino/aprendizagem. Parece-me que a missão do professor é contribuir,
significativamente, para a melhoria do sucesso escolar e dos seus alunos,
potenciando ao máximo a capacidade destes, motivando-os para serem
construtores do seu próprio conhecimento, algo que passa, a meu ver, pela
construção e gestão de climas emocionalmente favoráveis, dentro e fora da sala
de aula, individual e socialmente.
7
Objetivos gerais
1. Contribuir para o aperfeiçoamento dos processos de ensino e
aprendizagem musical nos seus estádios iniciais, concretamente do violino, no
plano da sua reflexão e prática em sala de aula
2. Analisar e estudar o método de Lenneke Willems, desenvolvido e
aplicado, na atualidade, em contextos e realidades educativas na Holanda e o
método de Suzuki, conhecido mundialmente, à luz dos pressupostos teóricos em
discussão e em estudo, inferindo em paralelo o seu contributo e pertinência.
Objetivos específicos
São objetivos específicos deste estudo analisar e comparar dois métodos de
ensino de violino atualmente utilizados, o Mini violin de Lenneke Willems e o Violin
School de Shinichi Suzuki, este último com uma proeminência e destaque no
panorama nacional e internacional decisivamente superior ao de Lenneke
Willems, tendo em vista:
a) Sistematização e categorização de princípios de orientação pedagógico-
didática que possibilitem traçar criticamente percursos, mapas, sequências,
metodologias e estratégias de aprendizagem em diferentes dimensões;
b) Analisar os elementos anteriores à luz de alguns construtos teóricos
atualmente relevantes na literatura científica e educativa, no âmbito da reflexão e
debate sobre a aprendizagem musical;
c) Detetar e analisar pontos ou dimensões críticas da aprendizagem musical
do violino na fase etária e curricular em estudo, refletindo e discutindo sobre
possibilidades de implementação e aperfeiçoamento do seu processo de ensino,
partindo da abordagem das duas obras metodológicas em foco.
O estudo, tendo sido baseado em pesquisa de natureza bibliográfica, incluiu
recolha de dados de carácter vivencial, concretamente: entrevistas à própria
autora Lenneke Willems, bem como organização de workshops dirigidos pela
mesma e apresentados em duas regiões do país (Porto e Lisboa); observação
direta de práticas de ensino de violino sustentadas no „método‟ Suzuki,
nomeadamente por professores de uma das instituições pedagogicamente,
reconhecida no meio nacional.
8
CAPÍTULO II
Revisão da Literatura
9
refere o autor, elevar o seu nível técnico e performativo. (Jeffrey Pulver, 1924, p.
105)
A última referência do século XVII é o manual de John Lenton The Gentleman
Diversion, or the Violin explained. Tal como os anteriores, também este continha
uma abordagem muito elementar, não ultrapassando a primeira posição e,
consequentemente, sem orientações para mudanças de posição (Jeffrey Pulver,
1924, p.108).
Avancemos agora para o primeiro grande autor de tratados do violino,
Francesco Geminiani (1687-1762). Este é criador de seis tratados musicais: Rules
for Playing in a True Taste (1748), A Treatise of Good Taste in the Art of Musick
(1749), The Art of Playing on the Violin (1751), Guida Armonica (1752), The Art of
Accompaniament (1754) e The Art of Playing the Guitar or Cittra (1760).
Considerados os primeiros métodos a demonstrar domínio da linguagem musical
instrumental, apresentavam conceitos fundamentais da performance musical
como, por exemplo, a relação entre os vários elementos da música tradicional
francesa, italiana e britânica (Held, 2016, p. 256). Contudo, o que mais marcou a
história do ensino do violino foi The art of playing on the violin, que funcionou
como ponto de partida para muitos outros métodos escritos posteriormente.
Escrito em Londres, em 1751, foi rapidamente publicado em vários países da
Europa e levado até à América (Eddy, 1990, p. 169). Este seria o primeiro método
de ensino do violino a ter indicações detalhadas e sequenciais da técnica do
violino, sendo indicado não só para principiantes, mas também para alunos mais
avançados. Além disto, seria o primeiro a registar as tradições da escola de
violino italiana (Boyden, 1959, p. 162). Ainda no século XVIII, aparecem dois
grandes trabalhos teóricos sobre o estudo do instrumento: A treatise on the
fundamental principles of violin playing, de Leopold Mozart, em 1756, e o Metodo
della mecânica progressiva per violino, de Bartolomeu Campagnoli, publicado em
1797 (Robin Stowell, 1985, p. 369). Leopold Mozart deixou registado na sua obra,
não só a explicação técnica da colocação do instrumento, mas também
informações sobre os elementos estilísticos da época, como a ornamentação,
intervalos, tonalidades e escalas. Escritos na Alemanha, estes dois métodos
10
impulsionaram o ensino do violino no país, encorajando outros violinistas a fazer o
mesmo (Jeffrey Pulver, 1924, p. 113).
Nos finais do século XVIII e início do século XIX, o mundo assistia à Revolução
Industrial, transformando o trabalho artesanal em produção em massa.
Consequentemente, a impressão de material didático em forma de estudos,
exercícios e manuais tornou mais fácil o acesso a diferentes estilos de prática e
ensino instrumental, uniformizando a abordagem musical e aumentando o
interesse na educação e pedagogia musical.
É de realçar que, após a Revolução Francesa, em 1789, a classe média
passou a ter um maior acesso à educação, o que deu origem a um crescente
interesse pela educação musical. Isto condicionado também pelo aparecimento
do Conservatório de Paris, fundado em 1795, que oferecia instrução musical
gratuita (Robin Stowell, 1985, pp. 2-3). Vindo da Itália, Giovanni Viotti (1755-
1824), fez a sua estreia na série de concertos intitulada Concert Spirituel,
realizada em Paris (Schwarz, 1958, p. 432). Ainda que não fosse natural de
França, Viotti foi recebido, entre os músicos e violinistas, com grande
aprazimento, influenciando toda a técnica violinística e composição posterior,
marcada também pelo uso do novo modelo de arco, Tourte1 (Schueneman, 2004,
p. 757) (Schwarz, 1958, p. 432).
A influência de Viotti está também refletida no Méthode de violon, escrito por
Pierre Rode, Rodolphe Kreutzer e Pierre Baillot, e publicado em 1825, tornando-
se o manual oficial de violino nesse e noutros Conservatórios da Europa (Jeffrey
Pulver, 1924, p.119) (Rut, 2006, p. 1). No entanto, embora este manual
compreendesse uma série de estudos bem estruturados, eram essencialmente
focados na técnica das mãos e pouca enfâse era dada à qualidade do som ou à
expressão musical (Jeffrey Pulver, 1924, p. 119).
1
Este é um modelo de arco desenvolvido pelo archetier François Xavier Tourte (1747-1835), juntamente
com o violinista Giovanni Viotti, sendo usado até aos dias de hoje. Este arco distingue-se dos anteriores por
ter a vara com uma curvatura convexa e o talão não fixo. Desta forma tornou-se referência para as seguintes
gerações de archetiers ( Brito & Brito, 2009).
11
Em contrapartida à ascensão do ensino instrumental em França, assistia-se,
em Itália, a um declínio deste tipo de ensino em prol da educação vocal, devido à
popularidade da ópera. Desta forma, e de acordo com a literatura sobre o tema, à
exceção do manual de Campagnoli, poucos foram os manuais de ensino do
violino que sobreviveram no meio daquela tendência, aliada a uma geração onde
o desejo de proteger os segredos da pedagogia desse instrumento era comum
(Robin Stowell, 1985, p. 3).
Na Alemanha, o foco estava, sob ponto de vista pedagógico, dirigido para
preparação do trabalho de orquestra e não de solista, sendo que, à exceção de
Guhr e Spohr, os métodos incidiam mais na qualidade de som e menos na
habilidade técnica (Robin Stowell, 1985, p. 3). Considerado por alguns como
sendo o melhor método de ensino do violino até então publicado, Spohr‟s violin
school, foi um dos métodos com mais relevo na escola Alemã (Eddy, 1990, p.
183).
Uma das ramificações da escola francesa é a escola Franco-Belga de Charles-
Auguste Beriot que, segundo Schueneman, (2004, p. 758, 765) pode-se entender
como a união da escola francesa de Viotti com as novas inovações técnicas de
Paganini. Outro pedagogo da escola francesa viria a ser Henri Vieuxtemps,
discípulo de Beriot (Schueneman, 2004, p. 758).
12
(Baker, 2005, p. 10). No século XX, muitos artistas e professores de renome já
não se reviam em nenhuma escola específica. É o caso destes três professores.
Destaquemos o exemplo de Carl Flesch que iniciou a sua dissertação com a
seguinte citação: “The present work is not meant to be a „School of Violin-Playing‟
in the current meaning of the term.” (Baker, 2005, p. 2)
As dissertações de Auer, Flesch e Galamian foram escritas entre 1921 e 1962.
Auer escreveu a sua como suplemento artístico ao que já estava em vigor na
escola Francesa, Flesch escreveu o primeiro documento exaustivo sobre a prática
do violino em 1937 e Galamian compilou, no seu estudo, aspetos cognitivos
musicais e técnicos (Arney, 2006. pp. 3, 4).
Auer provou ser um dos pedagogos que mais influenciou os professores do
século XX e a sua atividade musical está refletida na fusão das várias escolas
Alemã, Franco-Belga, Italiana e Russa. Auer escreveu o livro Violin as I teach it,
em 1921, onde considera que o maior obstáculo para tocar bem violino, a seguir à
técnica, ao bom gosto e à intuição é a interpretação musical (Stowell, 1992, p.
228).
Carl Flesch nasceu na Hungria em 1873 e morreu em 1944 depois de uma
longa carreira de sucesso como violinista e professor (Ann Shock, 2014, p.20).
Estudou no Conservatório de Viena e de Paris e, após uma tour nos Estados
Unidos da América, foi convidado a dar aulas no Instituto Curtis, em Filadélfia.
Quatro anos mais tarde, em 1928, regressou à Europa, nomeadamente à
Alemanha, para lecionar na Academia de Música de Berlim. Contudo, os conflitos
da Segunda grande guerra, levaram-no a mudar várias vezes de país, passando
pelos País Baixos e Inglaterra até ser convidado para lecionar no Conservatório
de Lucerna, na Suiça, cidade onde viria a falecer (Arney, 2006, p. 17)
Flesch escreveu The Art of Playing violin, um livro com 2 volumes, publicados
em Berlim, em 1923 e 1928. É uma referência para professores de violino, tendo
sido traduzido e publicado em várias línguas (Ann Shock, 2014, p.20). Segundo
Kim (2006), este livro é uma “enciclopédia completa sobre o ensino do violino” (p.
11). O primeiro volume do livro compreende uma explicação da técnica do violino,
incluindo detalhes sobre a postura, posição de braços, estrutura da mão direita,
13
controlo do arco, entre outros; e o segundo está mais relacionada com realização
artística, como a interpretação das peças (Kim, 2006, p. 11).
No século XX, começaram a surgir métodos de ensino do violino que iam além
dos conteúdos da técnica violinística, dedicando-se, também, ao corpo e à mente.
É de destacar Yehudi Menuhin (1916-1999), o qual escreveu “Six lessons with
Yehudi Menuhin” e “Life Class”, em 1981 e 1986, respetivamente, onde apresenta
vários exercícios de relaxamento corporal, incluindo técnicas de meditação e de
yoga. Outra distinção é dada a Dorothy DeLay, professora por muitos anos na
aclamada Juilliard School em New York, deixando um marco na educação
violinística com alunos como Itzhak Perlman, Midori Goto, Gil Shaham e Kurt
Sassmannshaus, facto que será tratado mais à frente. Sem métodos nem
manuscritos e usando uma estratégia de ensino bem estruturada através de
processos de ensino sequenciais, sabemos, através de Koornhof (2001) que
Dorotthy Delay é reconhecida pela sua dedicação, comunicação com os alunos e
pela convicção de que estes devem adquirir um estado de espírito positivo e
confiante (pp. 69-70).
Na Hungria, Kato Havas (1920-2019) apresenta um livro intitulado “A new
approach to violin playing”, em 1961, constituído por exercícios focados no
balanço corporal e com o objetivo de “eliminar tanto obstáculos físicos como
mentais através de uma coordenação controlada e relaxada” de modo a que “o
instrumentista seja capaz de libertar a sua imaginação musical” (Havas, 2010).
Semelhantemente, Paul Rolland (1911-1978) deixa-nos um grande legado na
área do ensino instrumental de cordas, tendo ele fundado a American String
Teachers Association (ASTA), em 1946, e publicado o livro “Basic Principles of
Violin Playing”, em 1959. Este autor desenvolveu um projeto, documentado no
seu livro mais afamado “The Teaching of Action in String Playing”,
complementado por uma série de dezassete vídeos demonstrativos do seu
método. Segundo o autor, este projeto teve como objetivo “to develop a course of
study which will systematically present the requirements necessary to establish
tension-free and natural playing movements, good tone production and a firm
14
basic technique for the string student‟ within the first two years of study” (The
Strad, 2018). Segundo Salles (2014), o autor apresenta uma posição crítica em
relação aos métodos mais convencionais, que se limitam a trabalhar os dedos,
com o intuito de obter resultados mais rápidos, uma vez que tal prática poderá ter
repercussões negativas na estabilidade física do aluno (p. 299).
Vindo também da Hungria, salienta-se Geza Szilvay, criador do método
Colourstrings, baseado na ideologia de Kodaly sobre a educação musical,
enfatizando o desenvolvimento musical holístico da criança (Ammattikorkeakoulu,
2009, p. 3): “My desire was to create a child-centred violin tutor book, which
nevertheless met the expectations set by Zoltán Kodály: harmonious and constant
equilibrium between the development of musical hearing, instrumental technique,
music theory and emotion. Singing, hearing, playing, understanding and reading
are inseparable. This was a real challenge for me as the architect of the violin
school.” (Szilvay, 2018, p. 263).
Dos alunos de Dorothy DeLay, destacam-se Simon Fischer e Kurt
Sassmannshaus, professores distinguidos na área do ensino do violino,
principalmente a nível de iniciação e fases imediatamente seguintes. Fischer tem
vários livros publicados, entre eles Basics, fruto de um trabalho desenvolvido pelo
autor durante vários anos. Segundo Dantas (2015), este livro é o resultado do
registo das orientações dadas aos seus alunos nas aulas, por parte do autor, e
sua posterior compilação (p. 25-26). Toda a sua obra engloba vertentes técnicas
como “escalas, problemas de mão direita e mão esquerda, vibrato,
posicionamento e angulação de arco e corpo, afinação, entre outros” (Dantas,
2015, p. 25).
Kurt Sassmannshaus é fundador do site violinmasterclasse.com, onde
apresenta vários vídeos com exercícios para os diferentes aspetos do violino e
diferentes graus de ensino, desde o mais básico até ao nível avançado. Sendo ele
aluno de Dorothy DeLay e esta aluna de Galamian, as influências são notórias,
nomeadamente no estudo das escalas, onde incorpora algum do material deste
último autor (Kim, 2006, p. 15). O seu método, apresentado também em manual,
abrange inúmeros aspetos técnicos, nomeadamente exercícios para diferentes
15
golpes de arco e exploração da escala do violino, desde cedo, incluindo a leitura
notacional (Massa, 2017, p. 68).
16
Enquanto violinista, Suzuki iniciou os seus estudos relativamente tarde, aos 21
anos, sob orientação da professora Ko Ando. Posteriormente, um amigo de
família, Marquis Tokugawa, levou Suzuki numa tour mundial, dando-lhe a
possibilidade de estudar em Berlim, na Alemanha, com Karl Klingler (Suzuki,
1983, pp. 89, 91, 94).
No início dos anos 30, quando Suzuki já havia regressado a Tóquio, foi criado o
quarteto de cordas intitulado “Suzuki quartet”, onde Shinichi tocava juntamente
com os seus três irmãos (Hermann, 1981, p. 19).Foi nesta altura que Suzuki
iniciou a sua ação pedagógica no Imperial Conservatory e na Escola de Música
de Kunitachi, em Tóquio. Mais tarde, entre trocas de ideias e motivações no
campo do ensino do violino, o seu amigo Yoshimune Hirata cedeu-lhe um espaço
em sua casa, onde o novato professor teve a oportunidade de concretizar aqueles
ideais, numa pequena classe de curiosos do violino (Hermann, 1981, p. 21;
Suzuki, 1983, p. 7). Desde então, os bons resultados dos seus alunos começaram
a chamar a atenção e o interesse em aprender violino com o mestre Shinichi
Suzuki foi-se alargando, assim como os seus locais de ensino. Em 1946, Suzuki
já havia arquitetado e implementado, na sua atividade pedagógica, o seu próprio
método, que, na altura, designou por “Talent Education” (Hermann, 1981, p. 21).
17
faixa etária específica, estando esta na origem das motivações que levam a
autora a criar o seu próprio método, dirigido a estas idades.
18
CAPÍTULO III
A APRENDIZAGEM MUSICAL NA INFÂNCIA: ALGUNS PROBLEMAS, DEBATES E CONTRIBUTOS
PARA A SUA REFLEXÃO NO SÉC. XXI
19
acumulação de informação, valoriza-se a qualidade dos processos de
assimilação, retenção e desempenho da informação, algo que exige um constante
enquadramento com o estádio de desenvolvimento (cognitivo, psicomotor, afetivo,
etc) dos indivíduos. A Psicologia torna-se, pois, uma área cara à educação e, em
particular, ao estudo dos processos de aprender música.
A analogia da música com a linguagem, profundamente desenvolvida pelos
estudiosos, constitui um excelente recurso para o entendimento de processos
complexos, como a compreensão musical e aprendizagem notacional, duas
variáveis conectadas. Como é descrito na literatura, tal não significa que a música
é uma linguagem universal, mas sim, que o processo de aprender uma língua
pode ser equiparado ao processo de aprender música (Philpott, 2016, p. 192;
Rodrigues, 1998, p. 16; Gordon, 2000, p. 4). Isto quer dizer que, da mesma forma
que uma criança pode falar a sua língua antes de saber ler escrever, também
uma criança poderá falar música, sem saber ler e escrever notação.
20
auditivas (Campbell, 1991, p. 212). Segundo Campbell (1991), há duas delas que
devem estar em balanço quando se trata da aprendizagem musical: a experiência
passivo-recetiva e a experiência ativo-participativa. Por exemplo, ouvir uma
gravação ou um concerto ao vivo é uma experiência passivo-recetiva e cantar,
falar ou tocar um instrumento é uma experiência ativo-participativa (p. 212). Para
esta autora, as experiências auditivas servem de preparação para a leitura
notacional. Através de experiências de audição e canto, os alunos interiorizam a
pulsação, o ritmo e a melodia (Campbell, 1991, pp. 15, 16). No método Suzuki,
analisado neste documento, podemos verificar que as crianças aprendem as
canções de ouvido, ou seja, “reproduzem uma peça musical pré-existente que foi
aprendida auditivamente sem o auxílio da notação” (McPherson, 2005, p.10). Isto
é algo defendido pelos teóricos como uma mais valia no desenvolvimento da
referida perceção e compreensão musical, determinante para a maximização do
perfil do músico.
21
O mesmo acontece se o aluno repetir o que o professor acabou de cantar ou
tocar (Gordon, 1980, p. 32). Aprender por hábito de repetição não é o mesmo que
aprender a compreender e a dar sentido musical ao som (Gordon, 2009, p. 15).
No entanto, uma criança não é capaz de audiar sem primeiro imitar (Gordon,
1980, p. 33). Uma maneira de comprovar se a criança está a audiar ou não é
colocá-la a cantar sozinha e ver se ela é capaz de cantar a peça do início ao fim
sem acompanhamento e afinado. Caso ela se esqueça de alguma parte, irá ser
capaz de improvisar de forma convincente (Gordon, 2009, p. 15). Nós
esquecemos rapidamente aquilo que aprendemos a imitar, a menos que
aprendamos a audiar (Gordon, 2009, p. 15). A ideia de evocar a música – de a
relembrar através de mecanismos que são ativados pelo próprio sujeito, como a
memória percetiva e sonora, com base em situações e experiências vivenciais
passadas – é, pois, um dos conceitos a reter.
A obra que o autor escreve em 1980, Teoria de aprendizagem musical, é
praticamente dedicada aos passos sequenciais para desenvolver a audiação.
Algo que também se encontra na referida obra, e que entendi ser pertinente
destacar, é a divisão da sequência de aprendizagem de competências em
aprendizagem por discriminação e aprendizagem por inferência. Na primeira,
os alunos aprendem por imitação e colecionam uma série de competências,
padrões tonais e padrões ritmos que irão fazer parte da “bagagem” do sujeito,
formando o seu vocabulário musical, a partir do qual se podem fazer novas
descobertas (Rodrigues, 1998 p. 18). Já a aprendizagem por inferência “envolve
fazer juízos e generalizações através de conclusões que se tiram com base no
conhecimento adquirido na aprendizagem por discriminação” (E. Gordon, 1980,
p.39) denominado, na reflexão educativa, como transferência, atrás mencionada.
Enquanto que há uma fase da aprendizagem, em que o aluno é muito mais
dependente do professor (discriminação), o grande objetivo da aprendizagem por
inferência é tornar o aluno independente, no sentido em que este se torna
professor dele mesmo, aplicando o conhecimento dado pelo professor, a nova
situação (Rodrigues, 1998, p. 18). Como foi notado, esta teoria torna mais clara a
distinção entre imitação e audiação, sendo que a primeira está associada à
aprendizagem por discriminação e a segunda à aprendizagem por inferência (E.
22
Gordon, 1980, p. 41). O que Rodrigues (1998) sugere é que, apesar da sua
crucial importância, se dê uma maior atenção à aprendizagem por inferência,
onde predomina a compreensão musical, em relação à aprendizagem por
discriminação, onde predomina a imitação e a memorização, na qual, segundo a
autora, a educação musical atual assenta. O aluno que atinge os objetivos da
aprendizagem por inferência será um sujeito independente e criativo (p. 18).O
aperfeiçoamento do modo como se atua na aprendizagem por imitação e
memorização, sua metodologia e conteúdos, é simultaneamente, de acordo com
a análise da mesma autora, outro dos grandes aspetos a ter em consideração.
23
músicos mais jovens devem ser expostos a uma variedade de experiências
visuais, orais e criativas, de forma a serem desafiados em diferentes dimensões
que desenvolvam a coordenação entre os ouvidos, as mãos e todos os órgãos
motores (p. 6). Também Hickey e Webster (2001) defendem que deve ser dada
às crianças a oportunidade de explorar e manipular diferentes sons de maneira a
desenvolver o pensamento criativo musical: “activities that involve brainstorming
solutions to musical problems (such as creating several endings for the beginning
of a musical phrase) and do not require one single right answer.” (pp. 20, 21).
Mais ainda, quando uma ação criativa emerge, mesmo havendo falhas, o
professor não pode ser demasiado crítico, uma vez que “it is only by allowing
pupils to make music in many diferent ways that opportunities for creativity
appear” (Philpott 2007, p. 216).
À vista disto, o desenvolvimento do pensamento criativo e musical não é
possível numa educação centrada exclusivamente no professor (Hickey, M. &
Webster, 2001, p. 22). Reforçando esta ideia, Odena (2012) afirma que, na
educação geral, o termo „criatividade‟ “has been largely associated with
progressive and reconstructivist movements, where there is an emphasis on the
interests of the students and democratic ways of behaving” (p. 513)
A criatividade engloba vários aspetos que tornam a sua definição diversa e sem
uma resposta definitiva e única. Através de uma visão mais teórica e estruturada,
Kratus (1991) apresenta três componentes presentes na atividade criativa: “A
pessoa que cria”, “O processo da criação” e “o produto criado” (pp. 43, 44). Por
outro lado, Hickey e Webster (2001), apontam quatro perspetivas que
caracterizam a criatividade: “The creative person”, que tem a capacidade de
correr riscos, de fantasiar a perceção e o sentido de humor; “The Creative
Process”, o desenvolvimento do pensamento criativo da pessoa que planifica o
produto criativo; “The Creative Product”, que é o produto resultante do processo
criativo, simultaneamente original e válido dentro do contexto social e do grupo de
onde emerge; e “The Creative Place”, que se trata do lugar cujas características
potenciam e estimulam o desenvolvimento do pensamento criativo (p. 19).
Sob o ponto de vista cognitivo e de acordo com diversos autores, o processo
criativo está associado à aplicação e desenvolvimento de pensamento divergente,
24
que se define pela capacidade de apresentar espontaneamente diversas ideias e
soluções face a uma questão ou desafio colocado. Este pensamento é expresso
na capacidade de observar a questão de vários ângulos, do pensamento lateral e
do trabalho colaborativo (Kaufman, Kaufman, & Lichtenberger, 2011, p. 86). É na
base desta “metodologia de pensamento” que se estruturam estratégias e
desafios para trabalhar, inclusive em sala de aula. Mais ainda, é o pensamento
divergente seguido do pensamento convergente que permite à pessoa criativa
combinar e selecionar tais ideias, adquirindo um melhor resultado do produto final
(Cropley, 1997).
Enfim, a criatividade é uma ferramenta essencial na aprendizagem, e dela
devemos tirar partido para estimular a curiosidade, ajudar na manutenção da
motivação, e promover de forma ativa e dinâmica a aprendizagem. Ainda que não
seja um processo simples de colocar em prática, encará-lo com maior cuidado
parece ser, sobretudo no mundo de hoje, uma exigência a qualquer professor.
Priorizar o tipo de ensino que promove a criatividade é a condição sine qua non
para a sociedade atual de forma a promover um futuro com cidadãos dinámicos,
inovadores e com os seus talentos explorados ao máximo.
25
sendo, o movimento não é uma finalidade, mas sim uma maneira de desenvolver
a sensibilidade do ritmo, das frases, da melodia e da forma (Campbell, 1991, p.
215).
Chris Philpott (2016, p. 199) sustenta a ideia de que as crianças se
desenvolvem musicalmente através do seu corpo e que este deve estar sempre
presente na aprendizagem e experiência musical. De acordo com Campbell
(1991) as crianças que cantam, dançam e tocam música, podem ler notação mais
facilmente e, por causa dessas experiencias, estão mais preparadas para traduzir
as notas em sons (p. 218).
26
facilmente comparado com a escrita de uma língua, tendo em conta que esse
processo requer uma premeditação e decisão na ordem das palavras, que não é
imediata, sendo a improvisação análoga ao processo espontâneo da fala e
conversação oral.
Contudo, não podemos deixar de concordar que estamos perante duas
atividades que evidenciam um grande conhecimento de vocabulário e
compreensão musical. A capacidade de improvisar é a prova de que o sujeito é
capaz de fazer relações entre elementos tonais, rítmicos e expressivos, isto é, de
que assimilou as características da sintaxe musical. Por outro lado, ambas exibem
ou refletem conhecimento previamente assimilado e interiorizado, constituindo
formas valiosas de aplicação, generalização, ou seja, transferência. (Azzara,
1993, p. 330). Por estas razões, é possível inferir que tais atividades são uma
excelente fonte de avaliação: “Successful improvisation is dependent on the
recognition of relationships among tonal, rhythmic, and expressive elements, that
is, the assimilation of the syntactic features of the music.” (Azzara, 1993, p. 330)
Os autores apresentam as várias etapas pelas quais o sujeito tem de passar
até que esteja pronto para improvisar. Para Gordon (2000), é depois do aluno
passar por atividades relacionadas com a aprendizagem por discriminação como
a imitação e a memorização, onde o professor está mais presente, que aquele é
capaz de evocar e utilizar o vocabulário adquirido e aplicá-lo em situações típicas
do nível seguinte, a aprendizagem por inferência, como a composição e
improvisação. Quando o aluno adquiriu a habilidade de improvisar, ele é capaz de
expressar pensamentos e ideias musicais, com significado, através de
conhecimentos musicais que lhe são intrínsecos (Azzara, 1993, p. 330).
27
As aulas de grupo permitem que os alunos tenham a oportunidade de se
divertirem, aprendendo uns com os outros e de várias maneiras diferentes (Mills,
2007, p. 191). Mills (2007) defende que, embora muitos pais e professores
defendam que a instrução individual é mais eficaz do que em grupo, isto nem
sempre poderá ser aplicado às fases iniciais da aprendizagem musical (p. 169). O
que parece ser mais vantajoso é a alternância entre aulas de grupo e aulas
individuais, ajustando a quantidade de aulas individuais e de grupo consoante a
necessidade do aluno (Mills, 2007). Em situação de grupo, os alunos são
encorajados a partilhar as suas experiências de audição e a ajudarem-se
mutuamente. Por exemplo, parece ser benéfico convidar um aluno a tocar sozinho
e serem os colegas a comentarem a sua performance. Desta forma, os alunos
são capazes de melhor avaliarem o seu trabalho e o dos colegas (Ley, 2004, p.
38, 39). Este autor ainda defende que uma criança é muito mais generosa a dar
uma opinião sobre a performance de um colega do que sobre a sua (p. 39).
28
CAPÍTULO IV
A ANÁLISE COMPARATIVA DOS MÉTODOS MINI VIOLIN DE L. W ILLEMS (MMV) VS SUZUKI
VIOLIN SCHOOL DE S. SUZUKI (MS)
29
crianças desta faixa etária, a qual não é a mesma de uma criança com quase sete
anos. Este método vem acompanhado por um manual de professores, com
orientações específicas para a realização das tarefas, organizadas
sequencialmente e por aula.
30
4.3. Objetivos previstos nos métodos e estratégias apresentadas para os
atingir
31
MÉTODO MINI VIOLIN
Desde o início Posição da Moldar a mão; Professor Objeto O aluno, por imitação do
mão direita Demonstra e explica tubular e professor e com o auxílio de
Manipular o arco.
Faz movimentos circulares com o objeto, leve, imagens, consegue a colocação
sem que os dedos mudem de sítio atrativo às correta da mão direita
Alunos crianças;
Modelagem Imagens.
Posição, Moldar a mão Professor Violino O aluno, por imitação do
em túnel, esquerda; Demonstra, explica e apoia na colocação professor e com o auxílio de
da mão do violino no colo, como uma guitarra, e na imagens, consegue a colocação
Facilitar a dedilhação.
esquerda colocação dos dedos redondos nas cordas. correta da mão esquerda
Alunos
Modelagem
Entoar uma Interiorizar uma Professor Melodia O aluno canta a canção com a
canção melodia que 1. Canta e toca no piano a canção com letra; letra correta, entoando a melodia
futuramente irá tocar; completa; com tom aproximado
Piano;
2. Dita a letra da canção, sem melodia e
por secções; Imagens
Desenvolver a Alunos lúdicas.
afinação. Repetem cada seção
Figuras 1. Discriminar e Professor Canção O aluno executa o ritmo, batendo
rítmicas identificar a métrica da 1. Canta a canção e executa o ritmo com letra- palmas, em cada sílaba,
32
canção, reconhecendo correspondente, batendo palmas; ritmo reconhecendo as várias figuras
Divisão
várias figuras rítmicas; 2. Diz a letra da canção, executando o corresponde rítmicas;
binária e
2. Desenvolver a ritmo, sem melodia e por secções; a cada
ternária O aluno diferencia a divisão
precisão rítmica; 3. O professor enfatiza o primeiro tempo do sílaba;
binária da ternária
compasso
3. Reconhecer a
Alunos
diferença entre a
Repetem cada secção; aprendem por
divisão binária e
modelagem.
ternária.
Levantar Desenvolver a Professor Violino O aluno é capaz de levantar cada
cada dedo destreza, Exemplifica e explica: dedo com alguma energia,
da mão independência e Levantar e baixar cada dedo; levantar dois mantendo a sua forma redonda
esquerda fortalecimento dos dedos alternadamente
dedos; Alunos
Modelagem
Notação Identificar, pela leitura, Professor Manual e O aluno executa, com ajuda do
musical: relações taxonómicas Desenha uma “bola preta” no quatro e quadro professor e com base em
semínimas, de tempo e duração, explica que corresponde a uma palma; exemplos familiares, o ritmo da
mínimas e neste caso, baseadas Mostra e explica a pauta do manual. pauta que é apresentada, sem
pausa de na semínima como Alunos grande precisão rítmica, nesta
semínima unidade tempo, num Seguem as instruções do professor: na etapa
contexto métrico bola preta bate-se uma palma e na bola
binário e ternário. branca as mãos ficam juntas; na pausa diz-
se “pausa”
Notação Ser capaz de associar Professor Manual e Associa as cordas do violino à
musical: as alturas escritas na Demonstra e associa a nota que está no violino nota escrita na pauta
Alturas pauta às quatro manual ao som correspondente no violino;
musicais cordas do violino Repete, por secções;
das cordas Alunos
soltas do Imitam;
33
violino Pintam as notas com cores no manual
São capazes de Pegar no Obter uma posição Professor Arco O aluno consegue colocar cada
pegar com uma arco com a correta da mão direita, Demonstra e explica onde deve ser dedo no devido lugar, com a
posição correta na posição no arco; colocado cada dedo; forma da mão redonda
varinha de mágico correta da Faz movimentos circulares no ar, sem
mão direita alterar a posição dos dedos;
Exercícios sem arco: O coelho- 1. Os
dedos indicativo e mínimo estão
levantados (orelhas) e os do meio descem
(dentes) fazendo um círculo com o polegar.
2. Manter só o polegar e o dedo médio em
círculo e espreitar.
No arco: dedos indicador e mínimo mais
afastados dos dedos do meio; contacto da
falange média do dedo indicador com o
arco; (Coelho)
Alunos
Modelagem
Formam uma Mão direita: Estimular os dedos da Professor Arco O aluno controla o arco,
posição redonda na movimento mão direita; Demonstra e explica conseguindo manter um contacto
mão direita, de fechar e
Controlar o arco. Alunos constante do mindinho, de forma
colocando os abrir porta; Modelagem a orientar a direção do mesmo;
dedos na posição
Levantar É capaz de levantar cada dedo
correta
cada dedo sem auxílio da mão esquerda
várias (que o segurava anteriormente)
vezes.
34
Formam uma Colocação Colocar o violino no Professor Violino O aluno coloca o violino no
posição redonda na do violino sítio correto do ombro Demonstra e explica onde deve ser ombro esquerdo, paralelamente
mão esquerda com no ombro colocado o violino ao chão, movendo ligeiramente o
o violino em Alunos queixo para esse lado, mas sem
posição de guitarra Modelagem grande esforço. A mão continua
redonda, encostada ao corpo do
violino.
Colocam o violino Pizzicato Facilitar a Professor Pauta e Executar uma peça com o ritmo e
no ombro, interpretação de uma Demonstra e explica violino notas corretas
corretamente peça, uma vez que o Alunos
aluno não precisa de Modelagem
se concentrar no arco
Conhece as cordas Tocar com Produzir som Professor Violino, arco Controlar o arco, mantendo-o
soltas do violino; o arco friccionado a fim do Demonstra e explica e manual paralelo ao cavalete enquanto
Apresenta uma boa
aluno interpretar Alunos fricciona a corda
peças Modelagem e repetição
colocação do
violino no ombro e
uma forma redonda
da mão direita
35
MÉTODO SUZUKI VIOLIN SCHOOL
Início Postura: Facilitar os Professor Cartão para colocar O aluno é capaz de colocar os
posição de movimentos corporais Explicação e demonstração debaixo dos pés pés em posição de descanso e
descanso e durante a performance Alunos em posição de tocar no sítio
posição de Modelagem: Colocação dos pés em correspondente do cartão;
tocar cima do cartão: posição de
descanso e posição de tocar
Colocação do Estabilidade do Professor Objeto de cartão O aluno é capaz de pegar na
violino instrumento, em Explicação e demonstração em forma de violino caixa (e depois no violino) e
posição de tocar Alunos segurá-lo somente com o queixo;
Modelagem técnica é capaz de dobrar os joelhos;
movimentar-se e mover as mãos
sem alterar a posição do violino.
Figuras Desenvolver a Professor Corpo: Mãos 1. O aluno é capaz de parar de
rítmicas; precisão rítmica; bater palmas no fim do último
Explicação e demonstração através
tempo;
do bater de palmas
2. O aluno é capaz de reproduzir,
Sons: Ta-ka-ta-ka
a solo, o ritmo aprendido, sem o
Alunos auxílio das sílabas
Modelagem
1. Reprodução do ritmo, batendo
palmas - primeiro com sílabas e
depois sem - ao mesmo tempo que
36
o professor ou em conjunto com os
colegas
2. Mesmo exercício: em vez de
bater palmas apertar a mão do
professor e colegas
Posição da Moldar a mão; Professor Arco. O aluno é capaz de colocar a
mão direita Explicação e demonstração: mão direita no arco, na posição
Manipular o arco.
Polegar posicionado na base do solicitada
talão em vez de ser colocado entre
a vara e as cerdas (Figura 13, p.)
Alunos
Modelagem
Quando o aluno Diferentes Melhorar a postura Professor Fitas adesivas O aluno é capaz de reproduzir o
é capaz de golpes de corporal; Explicação e demonstração, ritmo que antes bateu em palmas
pegar arco, na corda repetidamente: – correspondente à primeira
Reconhecer e
corretamente no Mi 1. Colocação de duas fitas variação do “Twinkle, Twinkle
reproduzir diferentes
violino e no arco adesivas: Uma no ponto do arco little star” – sem ultrapassar o
figuras rítmicas;
em que o antebraço fica paralelo às sítio das fitas.
Desenvolver o cordas e outra aprox. 4 cm acima.
O aluno é capaz de usar a
controlo do arco 2. professor dirige a mão direita do
mesma quantidade de arco
(braço direito), aluno, que segura o arco,
(distância entre as fitas), em
contribuindo para uma colocando-o no sítio da primeira fita
notas com valores rítmicos
maior precisão rítmica. 3. professor move o arco,
diferentes
interpretando o ritmo e dizendo-o
em voz alta, mantendo a sua mão
direita em cima da mão esquerda
do aluno
Alunos
Modelagem
Assim que o Mudança de Controlar o arco na Professor Violino e arco O aluno é capaz de mover o
37
aluno seja cordas mudança das várias Explicação e demonstração: cotovelo do braço direito, ao
capaz de cordas 2º variação (fig. 17 p. 58): tocar o mudar de corda, colocando-o ao
colocar o arco ritmo na corda mi – Parar – mover nível de cada corda
corretamente na o pulso e antebraço até o arco
corda mi descansar na corda lá – tocar
mesmo rimo na corda lá; voltar e
repetir
Alunos
Modelagem
Produção Para desenvolver a Professor Violino e arco O aluno é capaz de reproduzir a
sonora qualidade do som do Explicação e demonstração: mesma intensidade de som, em
instrumento, produzido primeiro dedo não deve pressionar, diferentes cordas, quando
pelo aluno mas antes usar o peso do braço reproduz o ritmo atrás referido,
1º dedo deve estar esticado e mantendo a “firm tone not losing
projetado para fora control of the bow”
Alunos
Modelagem
Posição da Tonar os dedos Professor Fitas adesivas O aluno é capaz de colocar os
mão esquerda rápidos e fortes Explicação e demonstração dedos curvados na corda, sobre
Colocação das fitas adesivas na as fitas
escala
1. Polegar toca na primeira fita e os
outros dedos curvam-se sobre a
escala
2. Colocar dedos, um a um, nas
fitas
3. Levantar dedos, um a um, e
mante-los curvados
4. Professor aponta para o dedo
38
que quer que o aluno pouse
Aumentar gradualmente a rapidez e
força com que o dedo pousa na
corda
Alunos
Modelagem
Os alunos Tocar as Coordenar as mãos Professor Fitas adesivas 1. O aluno coloca e retira os
sentem-se à variações de esquerda e direita Explicação e demonstração dedos na corda num movimento
Violino
vontade com o Twinkle – arco Vários motivos rítmicos (retirados rápido
Interpretar diferentes
primeiro golpe e dedilhação do tema Twinkle), com pausas Arco
ritmos e golpes de 2. O aluno coloca os dedos na
de arco entre si, para preparação da mão
arco corda antes de tocar com o arco
aprendido (1º esquerda
(durante a pausa)
variação de Numa fase inicial, as pausas
Twikle) e é devem durar o tempo que o aluno 3. O aluno é capaz de interpretar
capaz de necessitar para preparar o dedo as variações, sem pausas mas
colocar os seguinte a ser usado e devem-se com preparação da mão
dedos da mão tornar cada vez mais curta até esquerda antes do arco
esquerda desaparecerem
redondos sobre Motivos rítmicos: Fazer os
a escala do movimentos dos golpes de arco, no
violino e coloca- ar, primeiro só com a mão e depois
los e levantá-los com o arco. Transpor para o
um a um violino: o professor deve apoiar o
cotovelo do aluno e a do arco para
que este use só a quantidade
necessária (espaço entre as fitas)
Alunos
Modelagem e repetição
Os alunos são Várias peças Interpretar uma peça Professor Violino e arco
capazes de Explicação e demonstração:
39
tocar as Cada motivo rítmico da peça é
variações do dividida por pausas para que o
tema twikle, aluno continue a desenvolver a
coordenando a coordenação antes trabalhada.
mão esquerda e Alunos
a direita, mesmo
Modelagem e repetição
que com alguma
dificuldade
Ao longo de Memória Decorar a melodia e a Através da audição da peça em Violino e arco O aluno é capaz de tocar a peça
todas as fases musical e dedilhação das peças estudo; em estudo do inicio ao fim sem
anteriores motora Repetição. tocar notas e arcadas erradas
“Tonalização”2 Melhorar a qualidade
Através da audição da peça em Gravações da O aluno é capaz de fazer ressoar
do som do violino,
estudo; da manipulação da mão peça, violino, arco e o violino, depois de tocar uma
reproduzida pelo aluno
direita, por modelagem, e da fitas adesivas nota ou um conjunto delas
afinação.
Tabela II - Matriz do processo de aprendizagem no método Suzuki Violin School
2
Termo criado por Sinichi Suzuki e explicado neste capítulo, no ponto 4.4.6.
40
4.4. Análise da tabela
Baseado no que foi apresentado nesta matriz, pretende-se agora refletir sobre
as metodologias de ensino propostas por estes dois autores. Será uma análise
organizada em categorias de estudo, de acordo com os objetos de estudo e
reflexivos da didática musical, apresentados anteriormente. A estratégia de
análise será então, a já referida no ponto 4.1. Ao mesmo tempo, este capítulo
dedica-se já à discussão dos resultados, face ao que foi investigado no capítulo II,
sobre o que é dito pelos estudiosos, face ao que será aprender música.
Concretamente, sobre processos considerados importantes para a definição do
que é aprender música e seu desenvolvimento em fases iniciais, tais como,
sequência da aprendizagem, aprendizagem em grupo, vocabulário, expressão
sonora e corporal, audiação, imitação e memorização.
4.4.1. O grupo
41
O outro tem de tocar com os seus dedos correspondente à música que se está a
cantar. Este exercício, mais do que desenvolver a aprendizagem entre pares,
onde os alunos se ensinam uns aos outros, tem por objetivo desenvolver a
memorização motora, ou seja, memorizar os dedos correspondentes à nota que
têm de tocar. Outra atividade feita em pares consiste num dos alunos tocar com o
arco e o outro dedilhar. Mais uma vez, o objetivo deste exercício parece estar
relacionado com a independência de cada membro superior do corpo, de forma a
desenvolver a coordenação motora.
42
marcas no chão;
Posto isto, há uma série de observações que permitiram inferir que os métodos
apresentados atuam individualmente, numa turma constituída por vários alunos.
Quer isto dizer, que as várias atividades propostas pelos autores se restringem ao
facto de cada aluno executar um determinado exercício, modelando-se ao
professor, sem que as essas atividades lhes forneçam ferramentas que permitam
a aprendizagem entre pares.
43
partir do quarto volume, quando a criança já terá desenvolvido a sua sensibilidade
musical3, destreza técnica e memória é que esta poderá ter contacto com a leitura
e escrita notacional.
3
Conceito recorrentemente usado por Snichi Suzuki, desenvolvido no ponto 4.3.4.
44
Tabela comparativa III- Sequência da aprendizagem
45
não só a memorização da melodia, mas também a memorização motora, uma vez
que os alunos, em muitos casos, são capazes de cantar a melodia, mas não o
número dos dedos. A atividade é repetida várias vezes no recorrer do ano,
apoiando a opinião de Suzuki (1983, p. 56) e Starr (1976, p. 158) que defendem
que uma das principais formas de memorizar uma peça é ouvi-la e tocá-la muitas
vezes. O autor ainda apresenta algumas estratégias para memorizar uma peça,
entre elas, passar a peça do início ao fim mentalmente, cantar “para dentro”
enquanto se toca e trabalhar a memória visual, que consiste em olhar para a
partitura vezes suficientes para conseguir imaginar a partitura enquanto toca
(Starr, 1976, p.158).
Tabela comparativa IV
46
Relativamente ao canto nas aulas, a principal diferença que se pôde constatar
é o facto de, no caso do método Suzuki, os alunos cantarem canções que estão a
aprender na altura, e tecnicamente habilitados para tocar ao passo que, em Mini
Violin, eles cantam peças não familiares e que ainda não são capazes de
executar. Na altura de as tocar, os alunos já sabem ler música e já conhecem as
músicas de ouvido. Ou seja, no método Suzuki aprende-se a técnica do violino
com o intuito de executar uma determinada peça e, para isso, os alunos cantam a
melodia com o número dos dedos, de maneira a interiorizar a peça, através da
repetição. Parece que o principal objetivo neste método é a execução de peças,
em quantidade. Mesmo a disposição das turmas é feita e dividida nesse sentido:
não propriamente pela idade, mas pela quantidade de músicas que os alunos são
capazes de executar, no violino. Estes repetem as peças muitas vezes do início
ao fim, primeiro em pizzicato e, mais tarde com o arco. Tal estratégia parece estar
relacionada com a aprendizagem por discriminação, desenvolvida e explicada no
capítulo II. As atividades propostas neste método parecem dar grande foco à
memorização musical e muscular, primeiro através da imitação e depois, da
repetição, limitando o aluno ao contexto das peças em estudo, não evoluindo para
questões de compreensão musical e diversidade de vocabulário, como
verificamos mais à frente.
Já no caso de Mini Violin, é dado às crianças uma série de peças para cantar
que, como já foi dito, não são para execução imediata no instrumento. Ao mesmo
tempo, os alunos vão executando exercícios de cariz maioritariamente técnico,
aparentemente através da memorização, a qual Rodrigues (1998) define como “a
reposição de algo por repetição”, ou seja,” retenção, temporária, de algo exterior
ao sujeito” (p. 17), através das demonstrações constantes do professor. No
entanto, no que diz respeito às peças que os alunos interpretam, conhecidas e
cantadas anteriormente, depois de já saberem ler notação musical, parece haver
uma “reposição de algo por evocação”, a qual Rodrigues dá o nome de memória
(note-se a distinção com memorização). Portanto, ainda que os alunos, nesta
fase, já saibam ler a notação da peça, eles estarão a evocar algo que já
conhecem e que interiorizaram e por isso, poderão tocar de ouvido.
47
4.4.4. O que aprendem: Vocabulário
48
4.4.5. Corpo
49
produzir o som escutado. No entanto, não se sabe quais são as gravações
escolhidas pelo mentor, para tal efeito.
Outro conceito que não pode deixar de ser referido aqui, e este sim, tem
bastante mais desenvolvimento e fundamentação na bibliografia utilizada é a
chamado “tonalização”, descrito por Suzuki como “the production of a beautiful
tone” (Suzuki, 1978, p. 6). Segundo Starr (Starr, 1976), Suzuki valorizava a
qualidade do som produzida desde o início da aprendizagem violinística, ainda
que os instrumentos pequenos apresentem limitações sonoras, devido à
dimensão da sua caixa de ressonância, entre outros fatores de construção,
aliadas à falta de controlo do arco, por parte dos alunos. Para tal ser
desenvolvido, Starr apresenta uma série de noções técnicas da mão esquerda,
que Suzuki desenvolveria nas suas aulas4. Resumidamente, o trabalho em busca
de melhor qualidade sonora consistia em encorajar o aluno a tocar mais pesado
(“heavily)” no início e, gradualmente tocar mais leve (p. 51), através da
manipulação do arco. Outros exercícios apresentados, merecedores da nossa
atenção, são exercícios de afinação. Como é sabido, a afinação é um dos
principais elementos para a qualidade sonora. Starr apresenta exercícios com
oitavas, onde o aluno pode tocar uma corda solta e comparar com o dedo
dedilhado, correspondente a esse intervalo. Por último, encontrei o exercício da
vibração da corda em que é pedido ao aluno que faça pizzicato e ouça a corda a
vibrar posteriormente. De seguida, deve tocar a mesma nota com o arco e tentar
ouvir a mesma ressonância ouvida com o pizzicato. Estes exercícios mostram o
cuidado que o autor tem em desenvolver a qualidade sonora do instrumento
desde muito cedo e, consequentemente da afinação melhorando assim a
“sensibilidade musical” do aluno.
4
Estas noções técnicas podem ser encontradas entre as páginas 136 e 143 do livro The Suzuki Violinist, de
William Starr.
50
atenção o suplemento ao seu método, um livro de notas dobradas, indicado para
a fase inicial da aprendizagem do violino5. É o único livro, conhecido até então,
dedicado exclusivamente ao trabalho de notas dobradas, a um nível tão inicial da
aprendizagem do violino. Esta prática tem como intuito melhorar a afinação dos
alunos através da audição dos harmónicos resultantes dos intervalos executados
e, consequentemente melhorar a sua qualidade sonora.
5
“Double Stops for violin solo” de Lenneke Willems, escrito e publicado em 1990.
51
assistam às aulas dos pais e que, em casa, lhes seja dada a oportunidade de
ouvirem bastantes gravações da peça em estudo. Assim que a criança diga
“Também quero experimentar tocar violino!”, esta estará preparada para iniciar as
suas aulas de violino (Suzuki, 1983, p. 123). Consequentemente, os pais estarão
preparados para assumirem um papel como professores dos seus filhos, em casa
(Suzuki, 1983, p. 123).
Foi possível observar este acompanhamento parental que Suzuki tanto
valoriza, nas aulas assistidas. No entanto, a instrução aos pais, antes dos alunos,
não se verificou. As aulas de grupo de iniciação (crianças em idade pré-escolar)
são compostas por cerca de 6 alunos e os pais estão a ajudar os seus filhos na
execução dos exercícios, propostos pelo professor. Isto deve-se ao facto dos
alunos serem muito pequenos e, muitas vezes, não serem capazes de perceber o
que o professor pede. Assim, os pais auxiliam fisicamente – por exemplo,
colocando o violino no ombro dos filhos ou dizendo-lhes qual o dedo que devem
pressionar na corda. No grupo seguinte, onde as turmas são compostas por
cerca de 22 alunos e as crianças já são capazes de executar algumas peças, os
pais são convidados a assistir. Além disto, é comum realizarem exercícios com os
pais. Por exemplo, no caso da iniciação, os professores pedem aos pais que se
coloquem à frente dos filhos e que batam a pulsação da peça que as crianças
estão a aprender com o pé, enquanto o piano toca. Outro exemplo é colocar os
pais a cantar com os alunos alternadamente – um grupo canta detaché e outro
grupo canta martelé. Estes exercícios, embora têm como objetivo desenvolver a
sensação de ritmo e perceber as diferenças entre os dois golpes de arco, visa
promover uma interação entre pais e alunos, onde ambos estão a aprender.
52
Só quando os alunos se sentem confortáveis com o professor e vice-versa é
que é possível desfrutar das aulas, tendo uma boa atmosfera de
aprendizagem;
As crianças gostam de chegar a casa e mostrar aos pais o que é que fizeram;
Há uma exceção para a primeira aula, em que os pais são convidados a
assistir aos últimos 15 minutos da aula.
(Willems, 2012, p. 2)
Tabela comparativa VI
53
4.4.8. Objetos extramusicais e lúdicos facilitadores da aprendizagem
e da comunicação
Outros objetos que Suzuki usa são fitas adesivas tanto no arco como no braço
do violino. Estas últimas são coladas no local onde cada dedo deve tocar para
soar determinada nota e parece ter como objetivo facilitar a afinação. Se alguns
professores defendem e aplicam esta estratégia nas suas aulas, outros não se
reveem nela, uma vez que tal ação aparenta privilegiar o tato e a visão, em vez do
ouvido.
Em relação às fitas no arco, Starr (1976, p. 67) apresenta algumas orientações
para a sua colocação: a primeira fita é colocada quando o aluno está em posição
de tocar, com o arco colocado na corda mi. Quando o antebraço estiver paralelo
às cordas do violino, pode colar-se a fita no ponto onde o arco toca na corda. A
segunda fita é colocada entre 4 a 5 cm acima da anterior. Suzuki defende o uso
destas fitas com o intuito de habituar os alunos a controlar o gasto de arco,
nomeadamente em golpes mais curtos (Starr, 1976, p. 67). À medida que o aluno
vai tendo mais controlo sobre a quantidade de arco que gasta, a distância entre
as fitas vai sendo alargada gradualmente. Por exemplo, a primeira peça “Twinkle
54
melody” deve ser tocada, numa primeira abordagem, entre as primeiras duas fitas
e, mais tarde, entre a fita superior e a fita inferior (Starr, 1976, p. 71).
Outro objeto usado é uma caixa de cartão em forma de violino. O uso desse
utensílio tem como objetivo facilitar a postura e a colocação e posição do violino,
uma vez que é mais leve e, por isso, mais fácil de segurar (Starr, 1976, p. 55).
Contudo, não verifiquei o seu uso nas aulas assistidas.
55
Deste modo, o primeiro contacto com a técnica da mão direita é feito usando
um objeto de plástico e, assim que o aluno seja capaz de ter uma forma redonda
da mão, começará a alternar entre o objeto e o arco do violino. Nesta fase, é
pedido aos alunos que segurem no arco com a mão esquerda, com o mesmo
objetivo de retirar peso para facilitar a manipulação da mão (Figura 5). O próximo
passo é pegar no arco só com a mão esquerda de forma a controlarem o seu
peso. Aqui é importante que os alunos não alterem a posição que até então
aprenderam. É uma fase importante e que requer uma atenção especial, por parte
do professor, de forma a evitar tensões musculares e alterações na posição, em
relação à pega anterior, livre de peso. Nesta fase, os alunos devem mover o arco
desde a posição horizontal do arco para a posição vertical, exercício idêntico ao
que tinham feito anteriormente com o objeto de plástico. Isto vai exigir flexibilidade
nos dedos da mão direita. As figuras 6 e 7 mostram a posição correta da mão
direita em posição de descanso e em posição de tocar.
Ainda nas primeiras aulas, a autora apresenta dois exercícios, sem a utilização
do arco. Um deles, com o intuito de treinar o círculo que os dedos médio e
indicador devem formar quando seguram no arco (Figura 8), e o outro, para
salientar o afastamento dos dedos indicador e mínimo em relação ao dedo anelar
e ao dedo médio, que devem permanecer juntos (Figura 9). Este último a autora
intitula de “Bunny” (coelho), fazendo a comparação dos dedos com as orelhas e
com os dentes do animal. Obtendo a forma correta da mão, os alunos são
solicitados a fazer movimentos no ar, segurando o arco, sem alterar essa posição
(Figuras 7 e 8).
Nesta fase, e atingindo o objetivo de adquirir uma boa e consistente forma da
mão direita, Lenneke apresenta vários exercícios para estimular os dedos desta
mão. O primeiro consiste em colocar a ponta do objeto de plástico ombro, estando
a mão direita na parte inferior, em posição de tocar (Figura 10). Neste momento, é
pedido ao aluno que, num movimento consecutivo, pressione (ligeiramente) e
relaxe o dedo indicador. Willems sugere também exercícios para o dedo médio,
similares aos exercícios da mão esquerda. Ainda com o objeto de plástico no
ombro, o dedo mínimo deve levantar dez vezes (Figura 11). A autora aconselha o
relaxamento da mão, abanando-a entre repetições de sets, com o auxílio da mão
56
esquerda a segurar no arco, evitando que o objeto escorregue do ombro. O
exercício é também aplicado aos dedos médio e anelar. Nesta fase, é necessário
ter em atenção se o polegar e o dedo médio estão curvados e se a falange média
do dedo indicador está a tocar no arco (Figura 12).
Figura 4- Pega do arco com arco Figura 5- Pega do arco antes de pegar
no violino
57
Figura 8 - Círculo com os dedos médio e
polegar Figura 9 - Bunny
58
Método Suzuki Violin School
Neste método, não há qualquer registo do uso de outro material em
substituição do arco. No entanto, Suzuki sugere, através das fotografias do
manual, uma pega de arco diferente da usual. O polegar deve estar pousado na
parte inferior do talão e não entre a vara e as cerdas (Figura 13). Através desta
imagem, é possível verificar que, tal como em Mini Violin, o dedo indicador se
encontra mais afastado dos restantes, o médio e o anelar estão juntos e que o
mínimo está no topo da vara, também afastado. Na figura 15, torna-se evidente o
círculo formado entre o polegar e dedo médio.
Figura 14 - O polegar e o
Figura 13- posição de
iniciante arco formam um ângulo
60
Figura 16 - Exercício para a postura na corda mi
61
Tabela comparativa VIII – Resumo comparativo dos objetivos e estratégias usados na aprendizagem da técnica da mão
direita
62
6. Técnica da mão esquerda
Dedilhação
Tal como no método Mini Violin, o primeiro dedo que é ensinado às crianças é
dedo número 1. Antes da criança colocar os dedos na corda, o professor deve
colar fitas adesivas no lugar do 1º dedo – um tom a partir da corda solta – lá, mi,
si e fá#, 2º dedo – um tom a partir do 1º dedo – si, fá#, dó#, sol# e 3º dedo – meio
tom a partir do 2º dedo – dó, sol, ré, lá. (Starr, 1976)
A dedilhação é aprendida através de algumas variações do tema “A estrelinha”.
Estas variações consistem em alterações rítmicas deste tema de forma a
trabalhar os golpes de arco e a fortalecer os dedos da mão esquerda (ver figura
18). O primeiro dedo a ser ensinado é o dedo nº1, na corda mi, efetuando o
exercício apresentado na Figura 3. Como podemos ver, e como já foi mencionado
63
atrás, há uma pausa que permite que o aluno coloque o dedo na corda antes de
tocar com o arco. O segundo exercício consiste na aplicação dos dedos 1, 2 e 3
na corda lá. O exercício proposto por Suzuki está exemplificado na Figura 4 e tem
o mesmo objetivo que o anterior: a colocação dos dedos na corda no momento de
pausas. Estas variações vão evoluindo até que os alunos já não fazem pausas
entre as notas.
O quarto dedo é introduzido bastante mais tarde e também é possível colocar
uma fita autocolante.
64
Sequência da aprendizagem da dedilhação do Método Suzuki Violin School6
• 4º dedo introduzido
por comparação com
•Através da peça "Long •Introduzido na peça as cordas soltas
long ago", nº7- depois "Allegro"
de trabalhar •Pequenas sequências
diferentes golpes de de notas ascendentes
arco, com peças que e descendentes,
usaram os dedos atrás usando todos os
ensinados dedos
• É feita a exploração
daprimeira posição nas
cordas Sol e Ré através
da escala de Sol Maior
6
É aconselhada a comparação desta tabela com a Sequência da aprendizagem da dedilhação do Método Mini
Violin (Página 68)
65
Método Mini Violin
A primeira abordagem da técnica da mão esquerda é feita logo na primeira
aula, com o violino colocado como uma guitarra. Enquanto os alunos estão
sentados numa cadeira, apropriada à altura dos mesmos, o violino é colocado
como se fosse uma guitarra, segurando o corpo do violino com a mão direita e
fazendo o chamado “túnel” na mão esquerda. O túnel consiste na colocação dos
dedos da mão esquerda ligeiramente afastados na corda lá, sem que estes
toquem na corda mi. Nesta fase inicial, Willems sugere que a mão seja colocada
junto ao corpo do violino. Desta forma, os alunos têm um apoio para a mão
esquerda, que os ajuda a manter a forma redonda (Figura 6). O exercício inicial,
que será repetido várias vezes ao longo do método, consiste em levantar cada
dedo 5 vezes (mais tarde aumenta este número). Os dedos devem ser levantados
individualmente de forma a que os outros estejam sempre na posição redonda e
pousados na corda lá. A partir da terceira aula, os alunos irão repetir o mesmo
exercício com o violino colocado no ombro. O polegar deve estar encostado no
nariz do violino, como aparece na Figura 8. O próximo passo deste exercício é
colocar a mão mais perto da voluta (primeira posição), tentando manter o túnel e
levantando cada dedo várias vezes (Figura 7). Numa fase inicial, os dedos são
levantados um a um 5 vezes e posteriormente as repetições vão aumentando e
os dedos vão alternando, por exemplo: levantar dedos 1 e 2 ao mesmo tempo,
dedos 2 e 3 ao mesmo tempo, 1 e 4 etc.
66
Figura 8 - Polegar em posição de túnel Figura 7 - Túnel na primeira posição
Dedilhação
67
Figura 9 - Primeiro exercício com o 1º dedo – exploração sonora através da oitava
Assim que o aluno seja capaz de tocar o primeiro dedo nas cordas Ré e Lá, é
introduzido, em pizzicato, o segundo dedo afastado, na corda lá – dó sustenido.
Durante várias aulas, encontram-se alguns exercícios com pizzicato a alternar
entre o primeiro e o segundo dedo. Só quase no final do primeiro volume deste
método (aula 32) é que o arco é utilizado para tocar na corda lá, juntamente com
a dedilhação do 1 e 2 dedos. Entretanto, o primeiro dedo na corda sol (nota lá)
também foi introduzido da mesma maneira do primeiro dedo na corda lá – através
da oitava lá, primeiro dedo e lá solto. Durante o segundo volume, aparecem
frequentemente exercícios de alternância entre o primeiro e o segundo dedos,
tanto em pizzicato como a tocar. É também apresentado o sol sustenido na corda
mi, que corresponde ao segundo dedo afastado (posição idêntica ao dó
sustenido). O terceiro dedo aparece na primeira aula do segundo volume, na
corda lá, e o exercício é em forma de escala: lá – si – dó# - ré. Este dedo é
praticado durante oito aulas antes de ser apresentado o 4º dedo, na 41º aula.
O quadro seguinte sintetiza a sequência da aprendizagem da dedilhação,
descrita anteriormente.
68
Sequência da aprendizagem da dedilhação do Método Mini Violin
69
Tabela comparativa IX da aprendizagem da técnica da mão esquerda
70
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES
71
estratégias para atingirem os objetivos relativos à modelagem da forma da mão
direita e de preparação (mais notório no método Suzuki) e de fortalecimento dos
dedos da mão esquerda (mais relevante no método Mini Violin).
Contudo, lembremos o que foi dito por Gordon (2000) que só “depois do aluno
passar por atividades relacionadas com a aprendizagem por discriminação, como
a imitação e a memorização, onde o professor está mais presente, que é capaz
de pegar no vocabulário adquirido e aplicá-lo em situações do nível inferencial,
como a composição e improvisação”. É aqui que entendemos que, ainda que este
método deva ser reconhecido e elogiado pela proporção de estratégias e
atividades no campo da aprendizagem por discriminação, fica limitado a este
estágio, não elevando o processo a outras dimensões, para além da reprodução
imitativa, que ajudariam a ampliar a aprendizagem da compreensão musical.
Paralelamente, encontramos um repertório restringido à música tonal,
especificamente peças do estilo barroco e clássico, limitando assim a estética
musical dos alunos, desde muito cedo. De igual forma, o método Mini Violin, ainda
que o repertório seja composto de raiz pela autora, carece de músicas não tonais.
Por outro lado, aplica técnicas menos usadas na formação inicial do violino, como
o uso de notas dobradas e de harmónicos naturais, estratégia que ajuda a
promover a afinação, possibilitando simultaneamente desenvolver o movimento
da mão esquerda para outras posições, evitando assim, que o aluno fique preso à
primeira posição durante muito tempo (situação que poderá dificultar, como se
analisou, a sua prática noutras posições, numa fase mais tardia da
aprendizagem). Aliado à falta de vocabulário musical, atividades como
transposição, improvisação e composição não são encontradas em nenhuma fase
dos dois métodos.
Outro aspeto a ter em conta é o facto dos manuais apresentarem um discurso
centrado em exercícios (ensino) sem explicar o seu benefício em termos de
aprendizagem, ou seja, denotam uma metodologia centrada no processo de
ensinar e não no processo de aprender. Há certos aspetos, relativos à postura
corporal, que não apresentam fundamento científico, o que poderá dificultar o
professor na identificação e devida correção de eventuais problemas do foro
físico. Ambos os métodos solicitam que aluno segure o violino com o ombro e
72
queixo, sem auxílio do braço esquerdo, usando mesmo exercícios onde o
professor puxa o instrumento de forma a testar se o aluno o está a segurar bem.
Tal prática parece criar tensões desnecessárias e prejudiciais na zona da
clavícula e omoplata esquerdas do aluno. Complementando esta ação,
encontramos, no método Suzuki, o posicionamento do pé esquerdo ligeiramente
avançado em relação ao pé direito, abrindo um pouco para a esquerda. Mais uma
vez, concluímos que, como foi analisado, este ato poderá causar uma torção da
coluna inteira, podendo-se refletir num desvio, a longo prazo, da parte estrutural
do corpo do aluno.
A aprendizagem em grupo, usada pelos autores é outro tópico que causa
dúvidas na maneira como é implementada. Antes de mais, questiona-se se, de
facto, estas aulas de grupo são eficazes na partilha de experiências e na
aprendizagem entre pares, uma vez que, como já foi dito atrás, as várias
atividades propostas pelos autores se restringem ao facto de cada aluno executar
um determinado exercício, modelando-se ao professor. Além disto, no caso do
método Suzuki, não havendo idades específicas para a aplicação do mesmo, o
grupo é disposto segundo a quantidade de peças que os alunos sabem tocar e
não adequado ao seu desenvolvimento cognitivo.
A aprendizagem por imitação é essencial no processo de desenvolvimento
musical e instrumental, sendo implementada e defendida por praticamente todos
os pedagogos e autores. No entanto e de acordo com o que foi analisado na
primeira parte desta dissertação, o contacto com experiências que possibilitem
promover formas de pensamento para além do convergente - como, resolver
desafios, ouvir, pensar e agir criativamente, inclusive através da criação,
improvisação e composição, ter sentido crítico - parecem acrescentar, enriquecer
e ampliar o conhecimento e perfil do aluno enquanto músico e pessoa. A
diversidade e complexidade que caracteriza a sociedade e cultura atual, inclusive
musical, assim o exige. A missão de se preparar cidadãos que estejam habilitados
a pensar, tornando-se autónomos e criadores do seu próprio caminho, uma das
finalidades últimas da educação, também. Em conclusão, sendo evidente o
contributo de ambos os métodos e autores na implementação e desenvolvimento
de processos de aprendizagem do violino, nomeadamente em fases iniciais, urge
73
refletir, não sem igual dedicação e profundidade, enquanto professora, sobre o
porquê e como se ensina de determinada maneira.
A procura de respostas a estas questões foi a própria motivação para a escrita
deste trabalho. Não trazendo soluções únicas ou definitivas, constitui um pequeno
contributo para a reflexão e debate construtivos em torno do ensino e
aprendizagem do violino e da música, sua expansão e aperfeiçoamento. Um
passo que julgo ser fundamental para a construção de uma ação pedagógica
motivadora para alunos e professores. Enfim, para a transformação da escola
num ambiente de felicidade para todos os que nela evoluem.
74
PARTE II
RELATÓRIO DA PRÁTICA DE ENSINO
SUPERVISIONADA
75
I. Introdução
76
II. A instituição
77
3.1. Caracterização de alunos e turmas
Conteúdos Programáticos
78
3º Período Sol Maior – duas Wohlfahrt op. 45 nº 6 Rieding - Concerto em
oitavas; Sol Maior e nº 9; Sol M, 2º e 3º
– duas oitavas andamentos
com mudança
para a terceira
posição e arpejo
Conteúdos Programáticos
79
Suzuki (Volume II) – nº 8 e
3º Período Sol Maior e Si Nº 15 e 21 – edição
nº 10 – Minueto e Gavotte
menor – duas Russa, vários
de Lully;
oitavas compositores
Rieding: Si menor, 3º
andamento;
Kuchler: Concertino op. 15,
2º e 3º andamentos
Conteúdos Programáticos
Peças
3º Período Lackawanna
Pizzicato pizza
80
IV. Registo da observação das aulas
8 de Novembro
Aluno II
Conteúdos: Escala Sol Maior e arpejo; estudo 25 – versão russa; Concerto
Rieding Si menor
Estudo
Execução da totalidade do estudo
A professora alertou para o facto do arco estar torto (não estar paralelo ao
cavalete) e exemplificou para o aluno perceber a diferença
Novamente preocupação com o arco: A professora pede ao aluno para
gastar mais arco
A professora corrige e exemplifica algumas notas que estavam erradas
Desenvolvimento da Concerto
aula Exercício para mão direita: Notas longas para manter o arco direito. Postura:
Posição do violino mais alta
A professora tocou um excerto com o aluno e estes tocaram mais devagar e
ao mesmo tempo as partes que estavam mais frágeis
Peça com acompanhamento do piano
Antes de começar: Lembrar que as notas do início são com todo o arco
81
Observações direito em posição correta, lembrando várias vezes a importância da
flexibilidade da mão e da posição do cotovelo.
A professora pergunta sempre ao aluno se já sabe de cor e vira a estante
para ela caso este saiba.
A professora sabe tocar piano por isso pode acompanhá-los ao piano
15 de Novembro
Aluno I
Conteúdos: Escala Sol Maior; The Two Grenadiers; Vibrato
Desenvolvimento Peça
da aula O aluno toca alguns compassos, mas a professora pede para este repetir
Instabilidade rítmica do aluno:
- Professora canta o ritmo e toca para o aluno os primeiros quatro compassos
cometendo, propositadamente um erro rítmico para verificar se o aluno o
consegue identificar. O aluno rapidamente identifica a figura rítmica que não foi
executada de maneira correta
A professora dá indicações para as dinâmicas que estão escritas e acrescenta
algumas
Vibrato
Em posição de descanso, segurar o corpo do violino com o braço direito e
deslizar cada dedo da mão esquerda pela escala do violino
Com o violino na posição de execução, o aluno faz o mesmo exercício.
Percorrer a escala (fazendo glissando) com cada dedo de cada vez.
A professora toca na mão do aluno e mostra o movimento da mão quando está
a fazer vibrato. Faz o mesmo sem violino.
Peça com piano
A professora relembra o que aluno tem que fazer.
É pedido ao aluno que exemplifique o que não deve fazer e o que deve. O
aluno sabe as diferenças.
Ao mesmo tempo que a professora acompanha ao piano, esta vai dando
pequenas indicações de dinâmicas e rítmicas.
82
As passagens mais inseguras são repetidas.
Observações Quando está desafinado a professora pergunta se está alto ou baixo. Assim
sabe se o aluno está a escutar com atenção e se tem boa perceção da sua
própria afinação.
Aluno II
Conteúdos: Exercícios para o arco; Rieding Si menor 1º and.; Vibrato
Desenvolvimento Peça
da aula Técnica do arco: Professora pede para o aluno usar todo o arco
Especial atenção para que o arco esteja paralelo ao cavalete
A professora relembra que o arco tem de estar direito na ponta (perpendicular
à corda). Para isto a professora pede ao aluno para levantar mais o violino e
mostra que o cotovelo não deve ir para trás
pegar em violino como guitarra com braço direito
Vibrato
Violino em posição de descanso – 3 dedos, 1º na corda ré, 2º na lá, 3º na mi e
deslizar pelo braço
Fazer cada dedo individualmente parando num ponto e fazer o movimento do
vibrato
Violino em posição de tocar – Fazer os mesmos exercícios
Quando o aluno não consegue fazer o movimento do vibrato deve voltar a
deslizar para relaxar
Exercício só com mão – Isto é para que o aluno possa fazer os exercícios
quando não tem violino. Por exemplo: quando está a viajar no carro
1º andamento completo com acompanhamento do piano
Professora analisa posição do aluno antes de começar relembrando a posição
correta do arco
O aluno começa com pouco arco; professora volta a relembrar que tem de o
usar todo
A professora também alerta para o facto do aluno não ter que estar com o
corpo estático mas que se pode mover um pouco
Parte final O aluno é questionado sobre a sua performance (se acha que usou ou não o
arco todo) e sobre o que este pensa que ainda é necessário estudar
83
Professora escreve no caderno o que o aluno deve lembrar em casa.
Observações Colocação da mão da professora atrás do cotovelo direito do aluno para que
ele não o leve para trás
A professora pergunta várias vezes ao aluno o que ele acha que tem de
melhorar para saber se ele percebeu
29 de Novembro
Aluno I
Conteúdos: Rieding Sol maior op.34 1º and.¸ The Two Grenadiers; Estudo 28
– versão russa
Desenvolvimento Estudo
da aula Professora relembra várias vezes que é necessário ir até ao talão
Professora toca ao mesmo tempo que o aluno
Correção da postura: violino para cima
Última pauta para corrigir a afinação. Aluno começou muito rápido e por
isso este deve pensar sobre o tempo antes de começar a tocar
Novo estudo para a próxima aula: Nº 27 – primeiro separado e depois
com ligaduras
Peça com piano para audição – The two grenadiers: De cor
Execução da peça do início ao fim
Segundo dedo um pouco baixo
Repetir a parte que não foi tão afinada: quarta pauta
Ajuda na mão esquerda: estava muito tensa e é preciso relaxar
84
Observações O André tem à vontade nas aulas e muitas vezes começa a cantar. Tem
uma postura não balançada porque se apoia mais num pé. É impaciente e
muitas vezes começa a tocar antes da professora acabar de falar
Aluno II
Conteúdos: Escala Sol Maior; Rieding Si menor 1º and.
Parte final A professora escreve no caderno do aluno aquilo que precisa de fazer em
casa e diz ao aluno o que deve trazer na próxima aula: o estudo antigo e os
outros andamentos do concerto, depois da audição deve começar só pela
primeira página do segundo andamento.
85
6 de Dezembro
Aluno I
Conteúdos: Escala Sol Maior; The Two Grenadiers; Rieding Sol M, 1º and.
Parte inicial Professora avisa o aluno que a próxima audição é no dia 30 de Janeiro de
2019
Conversa sobre a audição passada (4 de Dezembro): A professora
perguntou como é que ele acha que correu. Perguntou também o que acha
que podia ter sido melhor e o André mencionou a afinação.
Afinação do violino do aluno
Observações Polegar da mão esquerda do André parece estar um pouco para trás e os
dedos do arco estão muito para cima
Aluno continua a demonstrar com pouca paciência nas paragens a meio
das peças e na repetição dos exercícios.
Aluno II
Conteúdos: Escala Sol Maior; Gavotte de Mignon
86
Exercícios com corda solta: quatro tempos no talão, um arco todo, quatro
tempos ponta, etc
Ponta: atenção ao cotovelo que não deve ir para trás
Parte final Tocam a peça do início ao fim com as paragens necessárias para corrigir o
ritmo e a afinação
Observações Os exercícios com as cordas soltas são muito úteis quando o aluno se tem
que concentrar em melhorar a técnica do arco. Desta forma, consegue ver o
que está a acontecer nesta mão sem ter que se preocupar com o que está a
acontecer na mão esquerda
13 de Dezembro
Aluno I
Conteúdos: Escala Lá Maior; Estudo 29 – versão russa; Suzuki (volume II):
Theme from the witches‟s dance
Desenvolvimento Estudo 29
da aula Com metrónomo: ♩ = 100
Atenção para poupar o arco: menos arco no início da ligadura
Peça
Sempre muita atenção na mão direita
Atenção para estudar com metrónomo
Correção do ritmo nas Tercinas
87
Professora toca com o aluno
Muitas correções rítmicas, o aluno tem muita tendência para correr
Observações O aluno tem tendência para tocar logo, ainda a professora esteja a falar
Aluno II
Conteúdos: Exercícios para o arco; Gavotte de Mignon
Parte final Professora escreve no caderno do aluno os exercícios que deve fazer em
casa
88
17 de Janeiro
Aluno I
Conteúdos: Escala lá maior; estudo de Kayser nº1; Concerto Rieding Sol M
Desenvolvimento da Estudo
aula Ajuda na leitura: professora tocou com o aluno e corrigiu as notas que
estavam erradas
Concerto
Execução de um excerto do concerto: professora elogiou a performance
do aluno e passaram a fazer exercícios de vibrato para este usar no concerto
Vibrato
Posição de tocar: Deslizar dedo na escala, parar num sítio aleatório e
tentar fazer vibrato
Parte final Técnica da mão direita: Notas longas para ter atenção à flexibilidade dos
dedos da mão
Aluno II
Conteúdos: Exercícios do arco; Escala Sol Maior; Gavotte de Mignon
89
Parte final Peça com acompanhamento do piano
Antes de começar: preparação do arco na corda e relembrar que o mindinho
não pode estar demasiado afastado e deve estar redondo
24 de Janeiro
Aluno I
Conteúdos: Schradiek; Estudo Wolhfart op. 45 n.2; Rieding Sol Maior
♪♪♪♪ ♪♪♪♪ x2
♬♬♬♬ ♬♬♬♬ x 2
Mi Fá Sol Lá Si – Si Lá Sol Fá Mi – Mi Mi – Lá Si Dó Ré Mi – Mi Ré Dó Si Lá
– Lá Lá – Ré Dó etc.
Fazer este esquema ascendente e descendente
Aluno II
Conteúdos: Rieding Si menor, Gavotte de Mignon
90
tanto em relação à afinação como às arcadas
Vibrato:
Exercício: Fazer vibrato – parar – fazer – parar
Agora seguido: nota a nota
Escorregar através escala uma vez cada dedo: sem arco
Retomar a peça:
Experimentar fazer vibrato nas notas mais longas, nos finais de frase
Acentos com vibrato
7 de Fevereiro
Aluno I
Conteúdos: Schradiek; Escala Lá Maior; Wolhfart op. 45 nº2
Parte inicial Exercício tipo Schradiek feito pela professora, em todas as cordas
Postura: Colocação do violino para cima
Metrónomo ♩ = 50
Instabilidade rítmica: aluno está à frente do metrônomo
Não bater pé
Escala de lá
Talão, 4 vezes Lá, arco todo ponta, 4x Si, arco todo talão
Balanço corporal: aluno não se deve movimentar tanto nos exercícios porque
está a afetar na afinação
91
Aluno II
Conteúdos: Escala de Si menor; Estudo 26 – versão russa
Observações Aluno II trabalhou muito bem em casa. Já não tem problemas em tocar o
concerto de cor mas quando toca do início ao fim volta a ter o mindinho da mão
direita demasiado esticado. Já faz vibrato com mais facilidade
Quando o aluno faz uma arcada errada professora imita-o para ele observar
o erro
92
21 de Fevereiro
Aluno I
Conteúdos: Estudo Wolhfart op. 45 n.2; Concerto Rieding, 2º and.
Parte final Escala Sol Maior com subida para terceira posição: subir com segundo dedo
Anotação no caderno do aluno deste exercício de mudança de posição
Observações Nesta aula o aluno mostrou-se muito curioso com o que estava a ser feito e
questionou várias vezes a professora quando não percebia alguma coisa
Aluno II
Conteúdos: Gavotte de Mignon e Concerto de Rieding em si menor, 1º and.
Parte inicial Conversa sobre o concurso interno em que o aluno vai participar: Vai tocar o
primeiro andamento do Concerto de Rieding em Si menor e Gavotte de Mignon
Hoje a aula vai ser dedicada estas duas peças.
Professora afina o violino do aluno.
93
Desenvolvimento Rieding Si menor
da aula Confirmação de algumas arcadas.
Havia um compasso que as arcadas não estavam corretas. O aluno repetiu
várias vezes a passagem para se habituar às arcadas “novas”.
Técnica da mão direita: arcada muito frequente na peça - duas ligadas
Treinar flexibilidade do pulso no talão e usar todo o arco!
Gavotte
Professora pede ao aluno que tente tocar um pouco mais rápido e com um
carácter mais alegre. Professora toca com aluno: param algumas vezes quando
o aluno começa a atrasar o tempo
Final: mudança de arco para pizzicato:
Não modificar posição da mão direita, só levantar indicador
E para acorde agarrar o arco. Treinaram esta mudança: movimento rápido
Musicalidade: aluno está muito estático e parece um robô. Tentar dar um
pouco de vida, mover ligeiramente o corpo enquanto toca.
Às vezes o aluno levanta demasiado o arco: é bom gastar arco e ter
velocidade mas, de qualquer maneira, este não deve levantar
28 de Fevereiro
Aluno I
Conteúdos: Escala e arpejo em sol Maior; Estudo Wohlfart 4; Concerto de
Rieding em Sol M, 2ºand.
94
Desenvolvimento Estudo
da aula Enquanto aluno toca, professora faz gesticulação com o braço para
incentivar o aluno a usar mais arco.
Algumas indicações para ritardando
Arco: mais perto do talão - exercício sem notas
♪ ♬ ♪ ♬ ♪ ♬…
Repetem o estudo e a professora acompanha o aluno, ao violino, em
terceiras, corrigindo afinação e dando indicações para o aluno tocar no talão.
Deixar este estudo. Novo estudo número 5
Rieding 2ºand. com piano
Como a peça é recente, vão parando sempre que preciso.
Várias indicações:
Prolongar as semínimas
Respeitar as dinâmicas
Afinação do 4º dedo
Apoio ao arco: professora ajuda o aluno na colocação do arco no talão e
pede-lhe para ser mais suave quando este começa a arcada
Afinação: professora pede ao aluno que cante aquela secção e repetem no
violino com acompanhamento de piano
Aluno II
Conteúdos: Estudo 26, edição russa; concerto Rieding si menor, 3º and.
Desenvolvimento Estudo 26
da aula Antes de começar: treinar arcada do estudo – só notas longas - talão ao meio
e meio à ponta
Colocação de uma fita no meio do arco
Aluno toca estudo do início ao fim e professora eslogia-o
Concerto si m 3º and.
Contacto com a corda: diferença entre gastar menos arco e mais arco –
aluno deve ter noção de quando deve gastar mais arco e menos
95
vibrato.
Professora tece vários elogios ao aluno, dizendo que este está preparado e
termina a aula..
14 de Março
Aluno I
Conteúdos: Peças em duo
Desenvolvimento Treinaram um Duo que o aluno está a tocar noutra aula com uma colega de
da aula violino
Professora toca a parte do outro violino com aluno
Alguns acertos de afinação
Postura: constantes indicações de violino mais para cima
Professora pergunta ao aluno se achou se o som estava bom
21 de Março
Aluno I
Conteúdos: Vibrato; Estudo Wohlfart nº 5; Rieding Sol M, 2º and.
96
Última nota corda solta: pensar no ombro
Exercício: Arco acima das cordas - fazer só o movimento no ar; agora tentar
a mesma sensação no arco
Aluno II
Conteúdos: Escala e arpejo Sol M com mudança; estudo 3º posição; Rieding Si
menor 3º and.; Kuchler op. 15, 1º and
28 de Março
Aluno I
Conteúdos: Gavotte; Rideing 3º andamente
97
Desenvolvimento Gavotte com piano
da aula Professora vai dando indicação das dinâmicas
Respiração antes de recomeçar o tema
Ouvir o piano e não estar à frente
Afinação
O sol na corda Mi costuma estar desafinado: a professora toca para o aluno
um excerto, várias vezes, e vai perguntando ao aluno se acha que a afinação
está bem ou mal
Aluno toca em looping mais devagar: Si – dó – ré – sol – si – ré – sol – etc
até conseguir tocar afinado várias vezes
Arco: mais velocidade e mais leve nas duas primeiras notas do tema
Peça com piano do início ao fim – O aluno pode deixar esta peça (não a
voltar a estudar)
Concerto
Professora coloca o metrónomo e aluno começa a tocar
O aluno sente algumas dificuldades e a professora desliga o metrónomo e
começa a tocar com ele as partes que o aluno teve mais dificuldade
Distribuição do arco: professora demonstra no seu violino como é que o
aluno deve usar o arco indo até ao talão
Afinação
Aluno e professora tocam ao mesmo em loop até o aluno conseguir tocar a
nota certa
Postura
Professora relembra o aluno que o cotovelo do braço direito deve seguir as
cordas e o pulso deve ser o primeiro a ir.
O violino deve estar mais para cima
Parte final Aprender uma peça não é só aprender as noas: é preciso estar atento à
postura e ao som
Aluno II
Conteúdos: Estudo 33 – versão russa, Rieding 3º and, Kuchler, concertino
op.15
Parte inicial Afinação do violino: professora ensina o aluno a afinação – mostra como se
deve tocar as duas notas e em que sentido deve rodar os esticadores para a
afinação subir ou descer
Professora pergunta ao aluno se acha que está alto ou baixo
Desenvolvimento Estudo
da aula Aluno começa e passado um pouco professora começa a tocar também e
improvisa alguns acompanhamentos
Novo estudo – tudo na terceira posição
Primeira nota – encontrar 3º posição
Leitura do estudo- professora toca com o aluno
Concerto com piano
Mão direita: antes de começar professora pede ao aluno para colocar o
mindinho mais redondo
98
Nas semicolcheias, bom contacto com a corda: close the key
Parte final para afinação: acorde – dois dedos do meio mais juntos
Elogios por parte da professora; o aluno pode deixar esta peça
Concertino op. 15 Kuchler
Professora relembra o aluno como fazer a mudança de posição – mover todo
o antebraço e polegar e tocar no corpo do violino como guia para chegar
Movimentos ascendentes e descendentes
Aluno vai tocando e professora às vezes junta-se a ele
Do início:
Aluno começou demasiado rápido e a professora demonstrou como é que
deve tocar. Mesmo assim aluno ainda corre por isso professora colocou o
metrónomo
Dedos da mão direita devem estar mais flexíveis, principalmente o mindinho
Distribuição do arco
Só mexer antebraço na corda sol se estiver a tocar na zona média inferior do
arco
Gastar mais arco nas notas mais longas
4 de Abril
Aluno I
Conteúdos: Escala Sol M com mudança; arpejo; Concerto Rieding Sol M 2º e
3º and.
99
Metrónomo ♩ = 60
Professora toca com o aluno porque aluno ainda sente algumas dificuldades
em tocar a peça e para de vez em quando para lhe dar indicações
Mudanças de arco: manter o dedo na corda
O aluno está a bater o arco fora do metrónomo e a professora alerta-o para
esse facto
Coordenação de arco com mão esquerda por causa da mudança de corda:
passagem em loop
Afinação
Professora canta passagem para o aluno porque ele não estava a conseguir
tocar a melodia no violino
Passagem nas 4 cordas:
Corda sol - violino mais alto e estável (professora levanta-o)
Professora ajuda o aluno a tocar as quatro notas para sentir que o
movimento é suave, não deve quebrar
A professora pergunta como é que pode fazer isso. É com o arco ou com a
mão esquerda? Também toca e pergunta ao aluno se ele acha que está bem ou
não e porquê.
Só cordas soltas
Sem ir ao talão nem ponta - professora ajuda com uma mão no cotovelo do
aluno e outra na mão
Agora com notas: preparar bem a mão direita
Aluno não ouve metrónomo e ainda há alguma instabilidade rítmica no
entanto o arco já está mais suave
Acorde final:
Não carregar tanto no arco porque o som está áspero
Só tocar no talão com arco levezinho
Agora todo o acorde sem força
Aluno II
Conteúdos: Estudo 3º posição nº 9 e 15 (novo) – versão russa, Escala Ré M
com mudança de posição e arpejo; Kuchler, concertino op.15, 1º and.
100
4 arcos no talão - arco todo - 4 arcos na ponta
Mindinho redondo
Novo estudo - alternância entre primeira e terceira posição
Professora toca para aluno devagar para lhe explicar como é que se toca
Concertino
Aluno toca a solo para professora
Professora chama várias vezes a atenção para o mindinho
Afinação
sustenidos mais altos
9 de Maio
Aluno I
Conteúdos: Escala e Arpejo em Sol M; Rieding
Parte final Professora aconselha o aluno para trabalho em casa: Lembrar o que é
necessário lembrar antes de começar a estudar – marcar isso no caderno.
Afinação: Dó na corda lá e 4º dedo
101
Aluno II
Conteúdos: Escala Sol M Estudo 33 – versão russa, Rieding 3º and, Kuchler,
concertino op.15
Desenvolvimento Concertino
da aula Aluno toca sozinho a primeira parte da peça
Correção de algumas notas que o aluno estava a fazer mal
Parte de semi-colcheias: fazer um pouco mais devagar
Fazer uma pausa em cada secção e continuar
Professora vai dando indicação das dinâmicas à medida que o aluno vai
tocando a peça
Secção de mudança de posição: repetir em loop, nota por nota
Afinação: meios tons- dedos mais juntos
Fazer só parte final: mais som; mais arco
102
16 de Maio
(Preparação para as provas da semana seguinte)
Aluno I
Conteúdos: Escala em Lá M 2 oitavas e escala e arpejo em Sol M; Estudo
Wohlfahrt op.45 nº6, Concerto de Rieding 2º and.
Desenvolvimento Estudo
da aula Aluno toca do início ao fim
Trabalho nas partes menos seguras
Afinação: segundo dedo tem tendência para ficar alto depois de tocar sol#, o
aluno deve pensar em colocar o dedo no mesmo sítio depois de tocar o
segundo dedo alto
Aluno II
Conteúdos: Escala Sol M; Estudo 33 – versão russa, Kuchler, concertino op.15
103
Professora exemplifica uma vez: toca uma nota desafinada para o aluno
identificar a nota que está mal
Mudanças de arco mais suave; professora exemplifica
Apontamentos no caderno para o aluno se lembrar de todos os detalhes em
casa
Desenvolvimento Gavotte
da aula Aluno toca do início ao fim sem o auxílio da partitura
Técnica da mão direita: mindinho mais curvado
Afinação primeiro dedo
Vibrato: tentar fazer um vibrato mais lento, não tão nervoso
Concertino- sem piano
Articulação: notas com a mesma duração devem ter a mesma articulação-
mais curtas
Sem acento as últimas notas das peças
Afinação na mudança para a terceira posição: com nota de apoio devagar,
depois sem se ouvir nota de apoio- parar o arco e fazer a mudança enquanto o
arco está parado
Passagem na terceira posição: nota por nota devagar
Agora tocar desde um compasso antes para conectar a mudança com a
afinação na terceira posição
30 de Maio
Aluno I
Conteúdos: Escala em Lá M 2 oitavas e escala e arpejo em Sol M; Wohlfahrt
op.45 nº9
Desenvolvimento Minueto
da aula O aluno tocou do início ao fim
Feedback: a professora disse ao aluno o que é que estava bom e pior. A
afinação e o som estavam bons, mas o ritmo ficou comprometido.
O aluno não estava a dar todo o tempo todo na última nota e a professora
aconselhou poupar o arco.
Postura: retirar o violino e colocá-lo novamente. Colocar a cabeça direita –
104
arco na corda – começar; Não mexer pés enquanto toca
Mudanças de cordas: não levantar dedo que vai voltar a ser tocado
Professora toca ao mesmo tempo que o aluno e mantem a nota que está
desafinada para o aluno tentar ouvir e afinar a nota
Instabilidade rítmica: professora toca com aluno e conta os tempos em voz
alta e deixa o aluno seguir sozinho
Postura: os pés devem estar os dois bem assentes no chão e o pé esquerdo
deve estar ligeiramente à frente, em linha reta, vertical, com o cotovelo e
cordas, estas em linha reta com o nariz (tal como no método Suzuki)
Minueto com piano
Professora conta tempos das notas finais porque aluno tem tendência a
cortar tempos
Postura: não bloquear polegar. Exercício: dedos na corda e polegar faz
círculos
Feedback: está num bom caminho, mas é necessário estudar com o
metrónomo: 69 = ♩
Em casa: primeiro estudar sem metrónomo para treinar a afinação e depois
com metrónomo devagar
Aluno II
Conteúdos: Estudo 15 – versão russa; Peça Suzuki nº 8 e nº 10 (Gavotte de
Lully); Estudo nº21 – versão russa
105
arco;
Professora lê estudo com o aluno e tocam juntos
Explicação de algumas partes da peça para que o aluno não tenha dúvidas
em casa como as estudar. Professora apontou onde estavam as extensões e
meias posições.
Observações Quando o aluno toca com piano nota-se mais leveza a tocar
15 de Novembro
Conteúdos: Hollywood Suite
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
29 de Novembro
Conteúdos: Hollywood Suite
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio
do afinador
106
Parte final Execução em tutti da peça completa com acompanhamento do piano
Observações A professora toca sempre ao mesmo tempo que os alunos para que
estes possam seguir a direção correta do arco
13 de Dezembro
Conteúdos: Hollywood Suite
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
17 de Janeiro
Conteúdos: Hollywood Suite
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
107
24 de Janeiro
Conteúdos: Hollywood Suite e Sad movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio
do afinador
Observações Na leitura da obra grande parte dos alunos mostraram-se distraídos e não
seguiram a peça
O facto das professoras estagiárias estarem nos vários naipes ajuda a
que os alunos estejam mais concentrados e com que sigam melhor a peça.
31 de Janeiro
Conteúdos: Hollywood Suite e Sad movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
108
Parte final Execução em tutti da peça só orquestra (sem piano)
Observações Alguns alunos mostram alguma resistência quando lhes é pedido para
colocarem a postura correta
É necessário dar mais atenção a estes alunos e insistir para que eles
obedeçam ao que lhes é pedido
7 de Fevereiro
Conteúdos: Hollywood suite – spy movie 2 e Sad movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
Spy movie 2
Do início ao fim: professora faz movimentos com braços para indicar a
direção dos arcos
109
Observações Sempre que há uma paragem, os alunos começam a falar muito e até se
levantam, mas em geral são respeitosos e fazem o que lhes é pedido
21 de Fevereiro
Conteúdos: Action movie e Hollywood suite
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio
do afinador
28 de Fevereiro
Conteúdos: Action movie, Hollywood suite e Sad movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio
do afinador
110
Sad movie
Tutti: indicações por parte da professora enquanto tocam
7 de Março
Conteúdos: Action movie e Sad movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
14 de Março
Conteúdos: Action movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
111
21 de Março
Conteúdos: Sad movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
28 de Março
Conteúdos: Action movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
4 de Abril
Conteúdos: Lackawanna
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
Desenvolvimento Lackawanna
da aula Só primeiros violinos com piano;
Professora toca ao mesmo tempo que os alunos
2º violinos e violas
Professora toca com os alunos ao mesmo tempo que vai dizendo as
notas
Contrabaixos e violoncelos
Tutti - andamento inferior ao de concerto
Professora relembrou os alunos que se têm que lembrar da orientação
certa do arco
112
Parte final Tutti – andamento de concerto
A orquestra toca do início ao fim: professora vai dando indicações para a
recuperação do arco
Última nota mais curta; gastar mais arco nas semínimas e mínimas
2 de Maio
Conteúdos: Action movie
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
Desenvolvimento Naipes
da aula Só primeiros violinos com piano;
2º violinos e violas
A professora tocou violino, ao mesmo tempo que os alunos, contando os
tempos do compasso
Contrabaixos e violoncelos
As alunas estagiárias auxiliam vários alunos que parecem ter mais
dificuldade em seguir a partitura
9 de Maio
Conteúdos: Lackawanna e pizzicato pizzaa
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
Desenvolvimento Lackanna
da aula Tutti: menos arco nas colcheias
Respirar antes de começar
113
16 de Maio
Aula dada pela professora Suzanna
Conteúdos: Lackawanna
Parte inicial Afinação dos instrumentos por parte de todas as professoras, com auxílio do
afinador
Desenvolvimento Lackanna
da aula A professora contou 1 2 3 4, ainda com os alunos um pouco distraídos,
mas começaram todos ao mesmo tempo.
Professora tocou ao mesmo tempo que os alunos.
Voltaram a repetir
Só contrabaixos: trabalho de afinação- professora toca nota no violino e
aluno tenta afinar
Tutti novamente
Pizzicato Pizza
Tocam do início ao fim
Quando há um solo os outros têm que tocar mais piano
114
V. Planificações das aulas
3 de Janeiro
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 3 de Janeiro Hora: 17h50 Aluno: Aluno I
Competências a desenvolver: Manter uma boa afinação e estabilidade rítmica na peça a apresentar na audição;
Sumário: Trabalho de afinação e estabilidade rítmica na escala de Sol Maior e na peça The two grenadiers
Avaliação Minutagem
Objetivos Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo prevista
Específicos Descrição do Exercício
45’
Inicial Escala Sol - Ser capaz - O aluno toca a escala com uma por arco, sem que a professora O aluno é 10
Maior de executar interfira capaz de
a escala - Caso o aluno demonstre alguma desafinação, a professora irá tocar identificar
com uma, para o aluno, para que este ouça a afinação correta. possíveis
duas e - Assim que a afinação esteja segura, o aluno deve tocar a escala com desafinações
quatro notas duas e quatro notas por arco ou
por arco instabilidade
com rítmica.
mudança de
posição
Fundamental The two Executar a - O aluno toca o andamento todo do início ao fim, como num ensaio O aluno 30
115
Grenadiers obra de geral executa a
início ao fim - Pede-se ainda que o aluno se concentre e se prepare antes de peça na
para treinar começar a tocar totalidade e
a - Pede-se também que se observe e ouça atentamente para identificar de memória,
performance potenciais problemas com boa
para a - Execução, num andamento mais lento, das passagens mais estabilidade
audição inseguras em relação à afinação e colocação do metrónomo, caso o rítmica
aluno demonstre instabilidade rítmica
Melhorar a
afinação e a
estabilidade
rítmica
Trabalho de Relembrar - Escrita no caderno diário daquilo que é necessário lembrar em casa, 5
casa e aspetos durante o seu estudo
feedback importantes
Final para a
audição
Organizar o
estudo do
aluno
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 3 de Janeiro Hora: 18h35 Aluno: Aluno II
Competências a desenvolver: Preparar o aluno para a audição escolar, consciencializando para o movimento do arco
Objetivo da aula: Preparar o aluno para a audição escolar; movimentar o arco com a mão flexível
Sumário: Exercícios para a flexibilidade da mão direita; Escala de Sol Maior; Gavotte de Mignon
116
Avaliação Minutagem
Objetivos Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo prevista
Específicos Descrição do Exercício
45’
Gavotte - Executar a - O aluno toca o andamento todo do início ao fim, como num ensaio geral O aluno 30
obra de - Pede-se ainda que o aluno relembre a flexibilidade dos dedos enquanto executa a
início ao fim toca peça na
para treinar - Correção de possíveis desafinações e instabilidade rítmicas, tocando totalidade e
Fundamental a para o aluno, colocando o metrónomo ou contando os tempos de memória
performance com boa
para a sonoridade,
audição relembrando
a
117
- Melhorar a flexibilidade
afinação e a dos dedos
estabilidade
rítmica
Trabalho de Relembrar - Escrita no caderno diário daquilo que é necessário lembrar em casa, 5
casa e aspetos durante o seu estudo
feedback importantes
Final para a
audição
Organizar o
estudo do
aluno
31 de Janeiro
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 31 de Janeiro Hora: 17h50 Aluno: Aluno I
Competências a desenvolver: - Manter uma postura corporal equilibrada de maneira a não prejudicar a afinação
Objetivo da aula: - Colocação de uma postura confortável e em balanço; Perceber de que forma isso pode ajudar na afinação
Avaliação Minutagem
Objetivos Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo prevista
Específicos Descrição do Exercício
45’
118
Inicial Aquecimento - Aquecer o - O aluno estica os braços o mais possível em direção ao teto e O aluno é 10
do corpo e corpo e preparar relaxa, fletindo os joelhos e curvando o corpo para baixo capaz de
relaxamento uma boa postura - O aluno vai levantando-se movendo os membros e a cabeça, executar os
para tocar violino subindo e colocando a posição de tocar, sem o violino exercícios
sem
apresentar
tensões
corporais
Escala e - Executar a - Relembrar o aluno que deve pensar antes de tocar (postura, O aluno é 30
arpejo em Lá escala de Lá M andamento, sítio do contacto do arco) capaz de
Maior em duas oitavas - O aluno toca a escala uma nota por arco. Caso não aparente interpretar
com uma, duas e dificuldade poderá seguir para mais notas por arco sem interrupção a escala
quatro notas por - Relembrar o aluno que deve mover o braço direito verticalmente sem fazer
arco consoante a corda em que toca – auxiliar fisicamente se necessário movimento
- Tomar - A mudança de posição tem de ser lenta s corporais
consciência do - O aluno toca o arpejo, uma nota por arco e 3 notas ligadas que
lugar onde o prejudique
cotovelo direito ma
deve estar sonoridade.
quando se A mudança
Fundamental
Wolhfart op. 45 mudam as - Relembrar o aluno que deve pensar antes de tocar (postura, de posição
nº2 cordas andamento, sítio do contacto do arco) é
- Referir os aspetos positivos e negativos da performance do aluno; executada
- Ser capaz de ter atenção ao ritmo da peça visto que na semana passada estava lentamente
interpretar o um pouco instável e com a
estudo com o - Como o aluno apresenta alguns problemas na postura, deve tirar o mão
ritmo e afinação violino e coloca-lo novamente, quando for necessário esquerda
correta, tendo - Enquanto toca não poderá mover os pés do sítio relaxada
consciência da - Tocar juntamente com o aluno quando não está afinado
sua postura - Contar os tempos em voz alta caso o aluno não tenha estabilidade
corporal rítmica
Colocação do metrónomo
119
Trabalho de - Organizar o - Escrita no caderno diário daquilo que é necessário lembrar em 5
Final
casa e estudo do aluno casa, durante o seu estudo
feedback
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 31 de Janeiro Hora: 18h35 Aluno: Aluno II
Competências a desenvolver: - Desenvolver a mão esquerda na afinação de notas descidas e extensões; manter a flexibilidade dos dedos da mão
direita
Objetivo da aula: Tirar possíveis dúvidas do aluno em relação à posição da mão esquerda em notas descidas e extensões
Sumário: Trabalho de afinação na escala de Sol Maior e no estudo nº26 e trabalhar o balanço corporal
Avaliação Minutagem
Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo Objetivos Específicos prevista
Descrição do Exercício
45’
Inicial Escala Sol - Ser capaz de executar a - Exercício na corda ré solta; apresentar padrões rítmicos O aluno executa 15
Maior escala com duas e quatro com uso pequeno do arco para que o aluno movimente os a escala com o
notas por arco com dedos da mão pulso e dedos
mudança de posição lenta da mão direita
e afinada - O aluno toca a escala com duas notas por arco, sem que flexíveis
a professora interfira; caso o aluno não apresente
dificuldade poderá seguir para 4 notas ligadas
Estudo - Leitura do estudo de - Tocar com o aluno e explicar como executar O aluno 25
nº26 início ao fim, sendo capaz determinadas passagens que ele aparente ter dificuldade interpreta a
Fundamental de tocar as notas e o ritmo - Tocar com o aluno peça
corretos movimentando o
Gavotte de -Interpretar a obra com o aluno a andar pela sala seu corpo
120
Mignon - Interpretar a peça com o ligeiramente e
corpo a mover horizontalmente,
ligeiramente, de forma de forma
relaxada confortável e
sem tensões
corporais.
14 de Fevereiro
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 14 de Fevereiro Hora: 17h50 Aluno: Aluno I
Conteúdos: Wolhfart op. 45 nº2; Escala de Lá Maior e arpejo em duas oitavas; Concerto de Rieding em Sol M, 2º and.
Competências a desenvolver: - Afinação nas mudanças de posição: nomeadamente da primeira para a terceira
Sumário: Mudanças de posição, identificação de novas figuras rítmicas e desenvolvimento da estabilidade rítmica.
Avaliação Minutagem
Objetivos Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo prevista
Específicos Descrição do Exercício
45’
Inicial Escala de Lá - Ser capaz de Aluno executa a somente as notas de mudança de posição para O aluno 10
Maior e executar a escala verificar afinação e relaxamento da mão; o aluno executa a escala interpreta a
arpejo em com duas e primeiro nota por nota e depois duas ligadas. escala com
121
duas oitavas quatro notas por uma
arco com mudança
mudança de de posição
posição lenta e relaxada e
afinada lenta
Estudo - Identificação de Com auxíio do metrónomo, o aluno canta o ritmo com as sílabas “Ta O aluno
Wohlfhart novas figuras ka ta”. Assim que o aluno apresente estabilidade rítmica, este poderá apresenta
op. 45 n.2 rítmicas a fim de executar o estudo, no violino. estabilidade
Concerto de desenvolver rítmica na
Fundamental
Rieding, 2º estabilidade Professor toca dois ritmos diferentes e aluno tem de identificá-los. execução
andamento rítmica Execução da peça com metrónomo a uma velocidade que o aluno do estudo.
seja capaz de tocar sem grande dificuldade.
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 14 de Fevereiro Hora: 18h35 Aluno: Aluno II
Conteúdos: Escala de Si menor; Estudo nº26 – versão russa; Rieding em Si menor, 1º and.
Competências a desenvolver: - Flexibilidade dos dedos da mão direita e direção do arco na corda
Objetivo da aula: Melhorar a orientação do arco na corda, com o auxílio dos dedos da mão direita
Sumário: Exercícios para desenvolver a orientação do arco na corda e os dedos da mão direita; Consciencialização do uso do arco a fim de
obter uma melhor sonoridade.
Avaliação Minutagem
Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo Objetivos Específicos prevista
Descrição do Exercício
45’
122
Inicial Exercícios - Desenvolver a flexibilidade Na corda Ré e usando pouco arco, executar ritmo em Aluno 10
para a do pulso e dos dedos da colcheias dizendo: 1 e 2 e 3 e 4. Primeiro o aluno executa o executa a
flexibilidade mão direita. exercício no meio do arco, em segundo na ponta e em escala com
dos dedos terceira no talão. dedos e
da mão pulso da
direita mão direita
flexíveis.
Escala Si - Executar a nova escala, O aluno executa a escala uma nota por arco. O aluno 30
menor sem dificuldade nas notas e compreende
Estudo nº26 com orientação correta do Executar as obras do início ao fim e voltar a repetir as a
arco passagens em que o aluno apresenta mais dificuldade. As quantidade
passagens que apresentem golpes de arco mais de arco a
Gavotte de - Tocar as notas e o ritmo desafiantes para o aluno devem ter executadas em loop de usar nas
Fundamental
Mignon corretos e interpretar as forma que o aluno se sinta mais confortável e compreenda diferentes
obras com boa sonoridade a forma como os dedos se movimentam no arco, passagens.
e diferença de dinâmicas; a procurando uma melhor sonoridade.
peça é executada de
memória
123
7 de Março
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 31 de Janeiro Hora: 17h50 Aluno: Aluno I
Conteúdos: Wolhfart op. 45 nº4; Escala de Sol Maior e arpejo em duas oitavas
Competências a desenvolver: Colocação de uma postura confortável de forma a não perturbar a afinação
Objetivo da aula: Relaxamento de posição nas mudanças de posição; Estruturar a divisão do arco nas diferentes passagens da peça.
Sumário: Mudança da primeira para a terceira posição; Trabalho de afinação e estabilidade rítmica da nova peça; Exercícios de produção
sonora.
Avaliação Minutagem
Objetivos Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo prevista
Específicos Descrição do Exercício
45’
Inicial Afinação do Executar a O aluno toca a escala, uma nota por arco. Na mudança de posição, O aluno 10
instrumento mudança de toca as notas de apoio (fá – lá) para que encontre o espaço correto executa a
do aluno posição com a da mão na terceira posição. mudança
mão relaxada e de posição
Escala em lentamente com a mão
Sol Maior relaxada e
lentamente
Estudo O aluno executa O aluno deve executar as obras do início ao fim. Voltar às passagens O aluno 30
Wohlfhart as obras com boa onde o aluno não esteja a fazer um uso controlado do arco e explicar estrutura o
No. 4 afinação e bom em que parte do arco devem ser executadas determinadas uso de
controlo do arco passagens. arco,
Fundamental
Concerto de usando-o
Rieding em Trabalho detalhado no concerto. O aluno canta as passagens mais todo nas
Sol M, 2º desafiantes ritmicamente e, de seguida, executa-as no violino depois notas mais
and de uma explicação e exemplificação da zona do arco a usar. longas e
124
menos nas
notas com
menos
duração.
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 31 de Janeiro Hora: 18h35 Aluno: Aluno II
Conteúdos: Escala si menor; Estudo nº26 – versão russa; Concerto de Rieding Si menor, 3º and.
Objetivo da aula: Aluno é capaz de movimentar o pulso e os dedos da mão direita enquanto interpreta as peças.
Sumário: Exercícios de flexibilidade dos dedos da mão direita; Trabalho de produção sonora.
Avaliação Minutagem
Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo Objetivos Específicos prevista
Descrição do Exercício
45’
Inicial Técnica da - Ser capaz de executar a Na corda Sol, sem o uso de dedilhação, o aluno executa Nas colcheias 15
mão direita escala com duas e quatro um ritmo: o aluno usa o
Escala Sol notas por arco com uma ♪♬ ♪♬ ♪♬ arco todo e
Maior posição da mão direita De seguida, executa a escala, com o mesmo ritmo. nas
relaxada e flexível semicolcheias
usa só um
pouco da
ponta ou do
talão. Na
125
ponta faz
ligeira
pressão no
dedo
indicador e no
talão usa
mais o
movimento de
pulso.
126
2 de Maio
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 2 de Maio Hora: 17h50 Aluno: Aluno I
Conteúdos: Escala de Sol Maior e arpejo em duas oitavas; Concerto de Rieding 2º e 3º andamentos
Objetivo da aula: Fazer uma leitura da nova obra e desenvolver um plano de estudo em casa.
Avaliação Minutagem
Objetivos Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo prevista
Específicos Descrição do Exercício
45’
Inicial Escala de Executar a escala O aluno executa a escala, primeiro uma nota por arco e, em O aluno é capaz 10
Sol Maior com boa segundo, duas notas ligadas. de executar a
qualidade sonora escala com boa
e afinado, qualidade
nomeadamente sonora, usando
na mudança de o arco todo e
posição afinado.
127
andamento peça de memória partitura. Exemplificação e explicação das passagens mais Aluno é capaz
e com boa desafiantes para o aluno. de interpreter a
sonoridade. peça, com boa
afinação e
sonoridade,
respeitando as
diferentes
dinâmicas.
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 2 de Maio Hora: 18h35 Aluno: Aluno II
Avaliação Minutagem
Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo Objetivos Específicos prevista
Descrição do Exercício
45’
Inicial Escala Ré Executar a escala e arpejo Execução da escala e arpejo com três arcadas O aluno é capaz de 15
Maior e com várias arcadas diferentes. controlar o arco, usando-
arpejo o todo quando toca um
Vibrato: fazer movimento com o 2º dedo e arco por nota e fazendo
Introdução pulso da mão esquerda com diferentes ritmos. a divisão certa quando
128
ao vibrato Exemplificação. tem duas ou três notas
ligadas.
Concertino Melhorar contacto com a Executar várias passagens com pausa- pousa O aluno coloca o arco na 25
corda. (dedos na corda) antes do arco tocar. corda antes de começar
a tocar. Os dedos da
Fundamental mão esquerda estão na
corda, preparados para
tocar, com antecedência
e antes do arco avançar.
23 de Maio
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 23 de Maio Hora: 17h50 Aluno: Aluno I
Conteúdos: Wolhfart op.45 nº9; Escala de Lá Maior em duas oitavas; Rieding Sol Maior – 3º andamento
Competências a desenvolver: Manter uma boa postura enquanto toca de maneira a que a afinação também seja beneficiada
Objetivo da aula: Ter consciência dos movimentos do corpo usados enquanto se toca violino; Fazer uma leitura das peças novas de forma a colocar
dúvidas para poder ser autónomo quando as estuda em casa
Sumário: Exercícios de Postura; Trabalho de afinação e estabilidade rítmica
Avaliação Minutagem
Objetivos Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo prevista
Específicos Descrição do Exercício
45’
129
Inicial Postura - Familiarizar-se - O aluno, em pé, coloca os braços relaxados, ao longo do corpo e O aluno 10
com o próprio flete um pouco os joelhos – expira. De seguida inspira esticando os executa os
corpo joelhos exercícios
- Consciencializar - Esticar braços à frente e levantá-los. pedidos
para os - Voltar a baixar ao nível dos ombros e juntar as omoplatas sem
movimentos de - Rodar os braços apresentar
corpo usados - Atingir a direita e a esquerda: enquanto um estica, o outro tem de tensões
enquanto se tocar tocar na omoplata corporais.
violino - Círculos para a frente sentindo as omoplatas
Escala em - Executar a - Relembrar o aluno que deve pensar antes de tocar (postura, O aluno 30
Lá Maior escala de Lá M andamento, sítio do contacto do arco) interpreta a
em duas oitavas - O aluno toca a escala uma nota por arco. Caso não aparente escala sem
com uma, duas e dificuldade poderá seguir para mais notas por arco sem interrupção dificuldade
quatro notas por - Fazer a mudança de posição com nota pivot e de seguida omitindo- na mudança
arco a, sem alterar a velocidade da mudança de posição.
- Fazer uma
Estudo mudança de - O aluno deve interpretar o estudo do início ao fim e o professor O aluno é
Wolhart op. posição lenta deve trabalhar com este, no final, nas passagens em que este capaz de
45 nº9 mostrou mais dificuldade. interpretar a
- Interpretar o - O professor toca para o aluno algumas das passagens para o aluno peça
Fundamental estudo com saber como deve soar identificando
afinação correta, os
tendo consciência sustenidos e
do dedo mais bemóis,
altos nos corrigindo
Rieding 3º sustenidos e mais as notas
and. baixo nas notas - Tocar com o aluno e explicar como executar determinadas que não
naturais passagens que ele aparente ter dificuldade estão
afinadas.
- Fazer uma
leitura deste
andamento
130
Trabalho de - Organizar o - Escrita no caderno diário daquilo que é necessário lembrar em 5
Final casa e estudo do aluno casa, durante o seu estudo
feedback
Plano de Aula
CMP – Sala: -2.07 Data: 23 de Maio Hora: 18h35 Aluno: Aluno II
Competências a desenvolver: - Desenvolver a mão esquerda na afinação na terceira posição; manter a flexibilidade dos dedos da mão direita
Objetivo da aula: Tirar possíveis dúvidas do aluno em relação aos novos andamentos das peças
Sumário: Exercícios para a flexibilidade da mão direita; Escala de Sol Maior; Estudo nº15 e leitura de novas peças
Avaliação Minutagem
Organização Metodológica/
Parte da Aula Conteúdo Objetivos Específicos prevista
Descrição do Exercício
45’
Inicial Técnica mão - Ser capaz de tocar diferentes padrões rítmicos com - Exercício só com a mão: esticar O aluno é 15
direita o pulso e dedos flexíveis e com boa qualidade de dedos na vertical e encolher capaz de
som - Palma da mão na mesa e usar a
encolher dedos flexibilidade
- Exercício na corda ré solta; dos dedos
Escala Sol - Ser capaz de executar a escala com duas e quatro apresentar padrões rítmicos com e pulso da
Maior notas por arco com mudança de posição lenta e uso pequeno do arco para que o mão direita
afinada aluno movimente os dedos da na
mão execução
dos
- O aluno toca a escala com duas exercícios.
notas por arco, sem que a
professora interfira; caso o aluno
não apresente dificuldade poderá
131
seguir para 4 notas ligadas
Estudo nº15 - Executar o estudo com uma boa posição de mão - O aluno toca o estudo todo do O aluno é 25
esquerda na terceira posição início ao fim capaz de
- Estudar, em andamento mais interpretar
lento, as mudanças de posição, o estudo
Concertino - Ler os andamentos da obra e tirar possíveis dúvidas que devem ser lentas sem
Fundamental 2º e 3º and. que o aluno poderá ter na sua leitura apresentar
- O aluno inicia leitura das peças dificuldades
e o professor auxilia-o, tocando nas
com ele, nas partes que este mudanças
sentir mais dificuldades em de posição.
executar
132
VI. Organização de atividades
133
Figura 11 - Audição de Classe 11 de Maio
134
6.2. Participação Ativa em Ações a realizar no âmbito do Estágio
6.2.1. Ação de formação
Esta ação vem dar a oportunidade aos professores de violino e viola d‟arco de
conhecerem em situação vivencial e com a própria autora especificidades
técnicas, estratégicas e pedagógicas de Mini-Violin – um método que pelas
135
características atrás descritas, poderá servir de inspiração para as suas práticas
em sala de aula, ajudando a encontrar respostas concretas e eficientes para o
ensino e aprendizagem do violino com crianças e em fases iniciais.
A ação será dividida em duas partes. Uma de manhã, com a duração de 3h30
e outra de tarde com um período de tempo a rondar 1h30. A primeira parte
decorrerá em forma de palestra onde o método Mini-Violin é apresentado pela
própria autora e onde os formandos terão a oportunidade de colocarem questões
e emitir opiniões. Aqui, será realizada uma análise detalhada das dimensões de
competências antes referidas, presentes no método, de forma a dar aos
presentes uma ideia mais clara de quando e de que forma são aplicados certos
conteúdos na aprendizagem do violino. Sendo que estamos a lidar com alunos
tão novos é fundamental apetrechar os docentes de novas estratégias de ensino
dirigidas para estas idades. Na segunda parte, serão aplicados, na prática e em
alunos “cobaias”, os conteúdos abordados durante a palestra.
136
6.2.5. Dimensões de competências e conteúdos a trabalhar
CONTEÚDOS TEMPO
2.1. Posição da mão direita: como aprender a pegar no arco com o auxílio de uma “varinha de mágico”.
2.2. Desenvolvimento da mão esquerda; evolução da posição da mão; posição correta de cada dedo. Exemplificação
prática de exercícios.
2.3. Notação musical: Pode uma criança de 5 anos ler música? De que forma?
2.4. Pizzicato: como tocar canções em pizzicato e encontrar a afinação certa sem o uso de autocolantes nas cordas
2.5. Arco: qualidade de som; evitar tensão; liberdade dos movimentos; equilíbrio corporal.
137
2.7. Canto: importância do canto na iniciação do instrumento
CONTEÚDOS TEMPO
1. Exemplificação prática com alunos “cobaias” dos conteúdos descritos anteriormente 1 HORA
138
6.2.6. Divulgação
139
VII. Conclusão
140
BIBLIOGRAFIA
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ANEXOS
145
Anexo I
146
Anexo II
147
Anexo III
148
Anexo IV
149