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Apostila de Sistemas de Energia Elétrica - Castro
Apostila de Sistemas de Energia Elétrica - Castro
1 Semestre 2011
Informações gerais
◮ Professor
◮ Ementa
–1–
3. Geradores sı́ncronos
Modelo de regime permanente de máquinas de pólos lisos e salientes
Curvas de capacidade
Limites de operação
4. Transformadores de potência
Circuitos equivalentes para transformadores de 2 e 3 enrolamentos
Conversão em pu, escolha de bases (alta e baixa tensões)
Representação de transformadores de tap variável
Autotransformador
5. Linhas de transmissão
Parâmetros tı́picos, uso de tabelas
Circuito equivalente
Carregamento caracterı́stico
Limites térmico e de estabilidade
Transmissão em corrente contı́nua
–2–
◮ Referências básicas
Notas de aula.
◮ Calendário
08 10 12 14 10 12 07 09 12 14
15 17 19 21 17 19 14 16
22 24 22 24 26 28 24 26 21 23
29 31 31 28 30
Prova
–3–
◮ Avaliação
◮ Informações adicionais
Consulte a página:
http://www.fee.unicamp.br/cursos/et720
para:
–4–
O aluno deverá ter em mãos material básico de desenho (régua, esquadro,
transferidor, compasso) em todas as atividades da disciplina.
O prazo para revisão de notas das provas será de uma semana a contar da data
de divulgação das notas.
Pode-se notar na ementa que alguns itens já foram apresentados em disciplinas
cursadas anteriormente. Por exemplo, linhas de transmissão, transformadores e
máquinas sı́ncronas.
No entanto, ressalta-se que este curso não é uma mera repetição de assuntos já
vistos.
–5–
SisPot 2011
Encontro de Pesquisadores em Sistemas de Potência
18 a 20 de abril de 2011
Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação
FEEC − UNICAMP
http://www.fee.unicamp.br/SisPot2011
–6–
–7–
–8–
–9–
ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I
1 Semestre 2011
Capı́tulo 1 – Introdução
Parte I
Parece ser uma área estagnada, sem novidades ou avanços. Afinal, todos nós
acionamos interruptores todos os dias e temos energia elétrica à nossa disposição.
–1–
1.2 Sistemas de potência e seu impacto na sociedade
Isso ocorreu em New York, na Pearl St. Station. Geradores c.c. (chamados dı́namos
na época) acionados por motores a explosão forneciam 30 kW em 110 V a 59
consumidores (somente iluminação incandescente) numa área de 1 milha quadrada.
1 L. Philipson, H.L. Willis, Understanding electric utilities and de-regulation, Marcel Dekker, 1999.
–2–
◮ A qualidade do serviço é que o fez tornar-se invisı́vel para os consumidores.
Hoje em dia fica mais difı́cil fazer esta afirmação, pois há que se fazer uma
comparação com a World Wide Web, redes de comunicação, etc.
–3–
◮ Além dos desenvolvimentos próprios da área, como por exemplo:
computação paralela;
–4–
◮ Antes dos computadores digitais, analisava-se o comportamento de redes elétricas
através dos network analyzers.
◮ O Brasil e o mundo estão passando há algum tempo por mudanças profundas na
estrutura de funcionamento dos SEP → a desregulamentação do setor elétrico.
–5–
1.3 O setor elétrico: velhos e novos tempos
◮ Desde o final do século XIX, até o final do século XX, o setor elétrico operou de
forma regulada – empresas detinham o monopólio local. O consumidor tinha que
comprar energia da empresa local
◮ Anos 80: sentimento de que a competição poderia ser uma melhor maneira de
encorajar novos investimentos no planejamento e operação do sistema elétrico
desregulamentação
ou seja . . .
–6–
Desregulamentação: mudança das regras que definem a operação das empresas,
com o objetivo de encorajar a competição. Inclui mudanças no monopólio e
outras regras que definem os negócios das empresas, e nas regras de compra de
energia por parte dos consumidores. (seria re-regulamentação?)
–7–
◮ Estrutura verticalizada × estrutura desregulamentada
Empresa
G
Receita da T custos
venda de Verticalizada
energia elétrica D lucro
Empresas
Receita G custos
lucro
custos Desregulamentada
Receita T&D
lucro
Receita C custos
lucro
–8–
Operação de mı́nimo custo – a empresa deve operar de forma a minimizar seus
requisitos de receita
◮ Benefı́cios da regulamentação:
–9–
◮ Justificativas para a desregulamentação:
– 10 –
1.4 Estrutura do setor elétrico brasileiro
– 11 –
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE – constituı́do no âmbito
do MME e sob sua coordenação direta, com a função precı́pua de acompanhar e
avaliar permanentemente a continuidade e a segurança do suprimento
eletroenergético em todo o território.
– 12 –
◮ A comercialização de energia elétrica é realizada em dois ambientes diferentes:
5 Consumidor
livre – consumidor que pode optar pela compra de energia elétrica junto a qualquer fornecedor, que é atendido em qualquer tensão e
com demanda contratada mı́nima de 3 MW. (Resolução ANEEL No. 264 e 456).
– 13 –
1.5 Referências
◮ F.L. Alvarado, R.J. Thomas, A brief history of the power flow, IEEE Spectrum,
vol.38, n.2, Fev 2001.
◮ D. Morton, The electrical century, Proceeding of the IEEE, vol.87, n.3, Mar 1999.
◮ http://www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/I Introducao.pdf
◮ A.H. Robbins, W.C. Miller, Circuit analysis with devices: theory and practice,
Delmar Learning, 2004.
– 14 –
Thomas Alva Edison (Milan, OH, EUA, 11 de Fevereiro de
1847 – West Orange, NJ, EUA, 18 de Outubro de 1931) – foi
um inventor e empresário dos Estados Unidos que desenvolveu
muitos dispositivos importantes de grande interesse industrial.
O Feiticeiro de Menlo Park (The Wizard of Menlo Park) foi
um dos primeiros inventores a aplicar os princı́pios da produção
maciça ao processo da invenção. Algumas de suas principais
contribuições são: a invenção do fonógrafo, a primeira câmera
cinematográfica bem-sucedida, a transformação do antigo te-
lefone, inventado por Alexander Graham Bell, em um aparelho
que funcionava muito melhor, o aprimoramento da máquina de
escrever, desenvolvimento de alimentos empacotados a vácuo,
desenvolvimento dos aparelhos de raios X. Dentre as suas con-
tribuições mais universais para o desenvolvimento tecnológico
e cientı́fico encontra-se a lâmpada elétrica incandescente, o
gramofone, o cinescópio ou cinetoscópio, o ditafone e o mi-
crofone de grânulos de carvão para o telefone. Edison é um dos
precursores da revolução tecnológica do século XX. Teve papel
determinante na indústria do cinema. A ele são atribuı́das mais
de 1300 patentes, ainda que nem todas sejam de invenções de
sua própria autoria.
“O gênio consiste em um por cento de inspiração e noventa e
nove por cento de transpiração.”
– 15 –
Charles Proteus Steinmetz, pseudônimo de Karl August Ru-
dolf Steinmetz (9 de abril de 1865, Breslau, Alemanha (hoje
Polônia) – 26 de outubro de 1923, Schenectady, NY, EUA)
– engenheiro eletricista, reconhecido por: (1) seu trabalho na
área de eletromagnetismo; (2) desenvolver método de cálculo
de grandezas elétricas alternadas utilizando números comple-
xos; (3) sua pesquisa em iluminação; (4) ter inventado os cir-
cuitos trifásicos; (5) ter desenvolvido uma expressão para as
perdas de histerese em circuitos magnéticos.
Até 1893, a análise de circuitos de corrente alternada era feita
utilizando elementos de cálculo diferencial e integral, resul-
tando em um processo difı́cil e trabalhoso. Steinmetz reduziu-a
a “um simples problema de álgebra”. O conceito chave desta
simplificação foi o fasor, que representa tensões e correntes
alternadas como números complexos. Steinmetz definiu ainda
uma grandeza chamada impedância, que corresponde à relação
entre os fasores de tensão e corrente.
– 16 –
ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I
1 Semestre 2011
Capı́tulo 1 – Introdução
Parte II
– 17 –
◮ Equipamentos – geradores, transformadores, linhas de transmissão, disjuntores,
pára-raios, relés, medidores etc.
o serviço não deve sofrer interrupções (na prática: o serviço deve sofrer o
mı́nimo número de interrupções, e estas devem durar o menor tempo possı́vel);
a forma de onda da tensão deve ser (a mais próxima possı́vel de) uma senóide;
outros . . .
(
circuito elétrico – leis de Kirchhoff
◮ SEE é um
sistema de controle – operação otimizada
– 18 –
◮ Exemplo de um SEE moderno
c.a.
~ Distribuição
Transmissão
Geração
c.a. c.a.
medidor Carga
disjuntor
Conversor (inversor)
c.c.
Conversor (retificador)
transformador
~ gerador
– 19 –
◮ Idéia deste curso: estudar os principais componentes dos SEE e obter seus
respectivos modelos.
Tais modelos colocados juntos formam um circuito elétrico que deve ser resolvido
(cálculo de tensões nos nós, fluxos de corrente e/ou potência nos ramos).
• Conversão convencional:
– 20 –
Usina a carvão
A.R. Bergen, V. Vittal, Power Systems Analysis, 2nd Edition, Prentice Hall, 2000
Usina nuclear
A.R. Bergen, V. Vittal, Power Systems Analysis, 2nd Edition, Prentice Hall, 2000
– 21 –
Usina hidrelétrica
A.R. Bergen, V. Vittal, Power Systems Analysis, 2nd Edition, Prentice Hall, 2000
– 22 –
1.6.2 Sistema de transmissão
11,9kV
13,8kV distribuição
34,5kV
69kV subtransmissão
138kV
230kV
440kV transmissão
500kV
750kV
– 23 –
1.6.3 Sistema de distribuição
• What can be done to operate the distribution system within the operating
limits?
• What can be done to make the distribution system operate more efficiently?
All of these questions can be answered only if the distribution system can be
modeled very accurately.” 6
6 W.H. Kersting, Distribution system modeling and analysis, CRC Press, 2007.
– 24 –
Da figura mostrada anteriormente pode-se extrair:
Distribuição
Transmissão
Carga
Restante
da rede
– 25 –
Um sistema de distribuição simples é:
Linha de transmissão
Chave
Subestação
Fusı́vel
Transformador abaixador
Regulador de tensão
Medição
Transformador abaixador
Distribuição primária
Distribuição secundária
– 26 –
Uma configuração mais elaborada da subestação é (configuração de um
disjuntor e meio – três disjuntores para dois alimentadores):
Linha 1 Linha 2
Subestação
X NF NF Y
NA
T1 T2
NF NA NF
1 2 3
AL1 AL3
NF NA NF
4 5 6
AL2 AL4
– 27 –
Há muitas configurações de subestações possı́veis, desde que as seguintes
funções básicas sejam satisfeitas:
• transformação de tensão
• proteção
• possibilidade de manobras
fusı́vel
– 28 –
• Primário seletivo – aéreo, subterrâneo
– 29 –
• Spot network – subterrâneo
transformador
– 30 –
• Reticulada – subterrânea, custo extremamente elevado, não é mais construı́do
transformador
– 31 –
1.6.6 Sistema de transmissão em corrente contı́nua
– 32 –
1.7 Área de sistemas de energia elétrica
◮ Vários problemas relacionados com SEE devem ser enfrentados pelos profissionais
da área, que vão desde a operação diária da rede até estudos de planejamento da
sua expansão, como por exemplo:
É difı́cil para o operador e para o planejador terem a sensibilidade que tinham antes
e poderem prever o resultado de manobras ou defeitos.
Exemplo: o SIN (Sistema Interligado Nacional), que tem tem dimensão continental.
– 33 –
◮ Solução – utilizar o computador como ferramenta para:
◮ A solução dos problemas acima requereu e ainda requer muita pesquisa para a
obtenção de métodos eficientes de abordagem dos mesmos.
A área de SEE é muito ativa do ponto de vista de pesquisa e tem havido grande
desenvolvimento nos últimos anos.
– 34 –
1.8 História
◮ ∼ 1876 – não se sabia ainda qual a melhor maneira de transmitir a energia de uma
queda de água para um centro distante (tubulação de ar comprimido? óleo?).
– 35 –
◮ Sequência cronológica (resumo):
No mundo
Ano Fato
1880 Thomas Alva Edison apresenta sua lâmpada incandescente (em cor-
rente contı́nua), a mais eficiente de então.
Na Europa há avanços na área de corrente alternada.
1886 Já há cerca de 60 centrais de corrente contı́nua (Edison) com cerca de
150.000 lâmpadas.
Stanley coloca em operação a primeira central em corrente alternada
(Westinghouse) em Great Barrington, Massachussets → 150 lâmpadas.
– 36 –
Ano Fato
1887 Já existem cerca de 120 sistemas de corrente contı́nua com cerca de
325.000 lâmpadas.
Empresa de Westinghouse cresce muito e já conta com cerca de
125.000 lâmpadas em corrente alternada.
– 37 –
Ano Fato
– 38 –
Ano Fato
1970 Primeira linha de transmissão HVDC nos EUA → ± 400 kV, 1360 km
→ interligação do Pacı́fico, entre Oregon e Califórnia.
– 39 –
No Brasil
Ano Fato
– 40 –
Ano Fato
1920 Cerca de 300 empresas servem a 431 localidades com capacidade ins-
talada de 354.980 kW, sendo 276.100 kW em usinas hidroelétricas e
78.880 kW em termoelétricas.
1939 Número de empresas chega a 1176, com 738 hidroelétricas e 637 ter-
moelétricas.
Mais de 70% de toda a capacidade instalada no Brasil pertencia a duas
empresas: a LIGHT (Brazilian Traction Light & Electric Co.) servia
a parte de SP e RJ, e a AMFORP (American & Foreign Power Co.)
servia parte de SP, Curitiba, Porto Alegre, Pelotas, Niterói, Petrópolis,
Belo Horizonte, Natal, Recife, Maceió, Salvador, Vitória.
– 41 –
Ano Fato
– 42 –
Ano Fato
– 43 –
Ano Fato
– 44 –
1.9 Alguns dados atuais (fontes: ONS e ANEEL)
◮ Geração:
O potencial hidráulico do Paı́s é de 260 GW, dos quais em torno de 28% estão
sendo utilizados na produção de energia pelas usinas hidrelétricas de médio e grande
porte e as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s). A Região Norte tem o maior
potencial para geração hidráulica, 114 GW ou 44%, enquanto a Região Nordeste
tem apenas 10% deste total, 26 GW.
Ao final de 2008, a capacidade de geração instalada no SIN alcançou 89.000 MW,
sendo 74.000 MW em usinas hidrelétricas (incluindo 7.000 MW de Itaipu) e 14.000
MW em usinas térmicas (incluindo 2.000 MW das usinas nucleares). Para se obter
a capacidade de produção total disponı́vel, deve-se somar a esses valores a
disponibilidade de importação de 2.178 MW da Argentina e 6.000 MW de Itaipu,
parte contratada à ANDE/Paraguai.
◮ Transmissão:
O sistema de transmissão nas tensões de 230 kV a 750 kV (rede básica)
representava em dezembro de 2008 um total de 90.000 km.
◮ Distribuição:
O mercado de distribuição de energia elétrica é atendido por 64 concessionárias,
estatais (20%) ou privadas (80%), de serviços públicos que abrangem todo o Paı́s.
As concessionárias estatais estão sob controle dos governos federal, estaduais e
municipais. Em várias concessionárias privadas verifica-se a presença, em seus
grupos de controle, de diversas empresas nacionais, norte-americanas, espanholas e
portuguesas. São atendidos cerca de 47 milhões de unidades consumidoras, das
quais 85% são consumidores residenciais, em mais de 99% dos municı́pios brasileiros.
– 45 –
No dia 04/02/2010 houve recordes de demanda instantânea no SIN e nos Subsistemas
SE/CO, Sul e Norte, atingindo respectivamente 70.654 MW às 14h49min, 43.519 MW
às 14h44min, 13.355 MW às 14h53min e 4.381 MW às 15h52min. Os recordes
ocorreram devido à elevação da temperatura no paı́s, que atingiu 36oC no SE, 35oC no
Sul, 34oC no Norte e 32o no Nordeste.
– 46 –
– 47 –
1.10 Cargas e fatores tı́picos da carga
◮ Tipos de cargas:
Residenciais
De iluminação pública
– 48 –
intervalo de tempo → 0 demanda instantânea
– 49 –
◮ Diversidade de carga: cargas apresentam comportamento próprio, e suas demandas
máximas e mı́nimas normalmente ocorrem em instantes diferentes
◮ Fator de demanda: num certo intervalo de tempo, é a relação entre sua demanda
máxima e a carga nominal ou instalada total
– 50 –
replacements
Exemplo
Sa = 1,2 MVA
T1 T2 T3
150 kVA 75 kVA 300 kVA
160 60 375
fT 1 = = 1,067 fT 2 = = 0,800 fT 3 = = 1,250
150 75 300
Demanda máxima para o conjunto de transformadores:
|St | = | 160 ∠ cos−1 0,85 + 60 ∠ cos−1 0,98 + 375 ∠ cos−1 0,92 | = 592,08 kVA
592,08
fconjunto = = 1,28
150 + 75 + 300
Fator de utilização:
592,08
futiliz = = 0,493 ou 49,3%
1200
– 51 –
◮ Fator de carga: relação entre as demandas média e máxima do sistema em um certo
perı́odo de tempo
◮ Curva de duração de carga: a curva de carga varia em função do dia (dia útil,
sábado, domingo, feriado, acontecimentos extraordinários, estação, etc)
Para algumas aplicações deseja-se obter uma visão macroscópica do
comportamento da carga. Por exemplo: deseja-se determinar o número de horas ao
longo do ano em que a carga não é maior que um certo montante, ou ainda,
estabelecer a probabilidade de ocorrência de demandas em certa faixa de valores.
O procedimento para a obtenção da curva de duração de carga consiste em ordenar,
em ordem decrescente, as demandas diversificadas verificadas no perı́odo.
– 52 –
Curva de duração em pu:
nı́vel de tensão
desequilı́brio da tensão
– 53 –
◮ O serviço de fornecimento de energia elétrica está sujeito a sofrer interrupções
– 54 –
◮ Blecaute em Campinas, SP7 : “ Às 8h21min de uma quarta-feira, ocorreram
problemas na S/E Santa Bárbara da CESP de 440/138 kV, que motivaram o
desligamento dos três bancos de transformadores que totalizam 900 MVA. Como as
outras S/E e usinas da região não tinham capacidade para atender o sistema,
ocorreu o desligamento de 46 S/E da CPFL e 20 S/Es particulares que somavam
700 MVA e 450.000 consumidores.
O restabelecimento de energia na S/E Santa Bárbara ocorreu depois de sete
minutos, sendo que as demais S/E foram religando os consumidores em um perı́odo
compreendido entre nove minutos e uma hora.
Conforme o gráfico apresentado [a seguir], verificou-se que, apesar da ocorrência na
região de Campinas ter-se registrado entre as 8h21min e 9h30min, o processo
produtivo só retornou ao normal a partir das 21h do mesmo dia. Portanto, houve
uma queda na atividade econômica durante cerca de 12 horas.”
– 55 –
1.12 Automação da distribuição
Postergação de projetos de reforço da rede, já que uma operação mais eficiente
permite que se opere as redes mais próximas de seus limites
Novos serviços podem ser oferecidos aos consumidores, como medição remota,
tarifas mais flexı́veis em função do estabelecimento de prioridades de
fornecimento, etc
– 56 –
Aumento da qualidade do serviço, incluindo melhores nı́veis de tensão, menores
componentes harmônicos, etc
– 57 –
1.13 Materiais de apoio
◮ http://www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/I Introducao.pdf
◮ http://www.ieee.org/web/aboutus/history˙center/about/historical˙
articles.html
◮ http://en.wikipedia.org/wiki/Utility˙frequency
◮ http://en.wikipedia.org/wiki/War˙of˙Currents
◮ http://gnu.ets.kth.se/˜nt/tmp/electricity˙supply˙in˙the˙uk˙˙a˙
chronology.pdf
◮ http://www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/Distribuicao.pdf
◮ http:
//www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/IIGeracao I - Geracao Hidroeletrica.pdf
◮ http:
//www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/IIGeracao II - Geracao Termoeletrica.pdf
◮ http://www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/IIGeracao IV - Gerador.pdf
– 58 –
1.14 Referências
◮ J.D. Glover, M. Sarma, Power System Anlaysis and Design, PWS-KENT, 1989.
◮ W.H. Kersting, Distribution system modeling and analysis, CRC Press, 2007.
◮ J.A. Momoh, Electric power distribution, automation, protection, and control, CRC
Press, 2008.
◮ A.R. Bergen, V. Vittal, Power Systems Analysis, 2nd Edition, Prentice Hall, 2000
– 59 –
Gustav Robert Kirchhoff (Königsberg, 12 de março de 1824 –
Berlim, 17 de outubro de 1887) – foi um fı́sico alemão, com
contribuições cientı́ficas principalmente no campo dos circui-
tos elétricos, na espectroscopia, na emissão de radiação dos
corpos negros e na teoria da elasticidade (modelo de placas de
Kirchhoff). Kirchhoff propôs o nome de ”radiação do corpo
negro”em 1862. É o autor de duas leis fundamentais da teoria
clássica dos circuitos elétricos e da emissão térmica.
– 60 –
ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I
1 Semestre 2011
Capı́tulo 2 – Cálculo de fluxo de carga
c.a.
~ Distribuição
Transmissão
Geração
c.a. c.a.
medidor Carga
disjuntor
Conversor (inversor)
c.c.
Conversor (retificador)
transformador
~ gerador
–1–
2.2 Definição do problema de fluxo de carga
SISTEMA ELÉTRICO
USINA
15,9 kV
42,7 MW SUBESTAÇÃO 72,2 MW
138,4 kV
13,4 kV
INDÚSTRIA
–2–
PowerWorld Co. – The visual approach to analyzing power systems (www.powerworld.com)
–3–
2.3 Análise estática
Chave
i (t)
t0
+
Fonte v (t) Carga
−
v (t)
i (t)
i (t)
i (t)
i (t)
t
t0
transitório regime
–4–
Chave
i (t)
t0
+
Fonte v (t) Carga
−
v (t) ∼
t
i (t)
t
i (t)
t
t0
transitório regime
–5–
◮ Uma alteração na rede pode levar a um novo ponto de operação de regime
permanente ...
fluxo de potência
fluxo de potência
–6–
◮ Na análise estática, a preocupação reside nos pontos de operação de regime
permanente, e os transitórios não são levados em consideração:
ponto de operação
de regime
alteração
transitório
–7–
◮ Fluxo de carga: Modelagem dos componentes → obtenção do sistema de equações
e inequações algébricas → métodos de solução → estado de operação da rede em
regime permanente.
2.4 Aplicações
◮ Alguns exemplos:
Operação
Planejamento
–8–
◮ Ao longo dos anos, vários métodos de solução do FC foram propostos. Para cada
aplicação existem os métodos mais apropriados. Os fatores considerados na escolha
são mostrados nas tabelas a seguir.
Tipos de solução
Precisa Aproximada
Sem controle de limites Com controle de limites
Off-line On-line
Caso simples Casos múltiplos
–9–
◮ Em geral uma aplicação requer várias caracterı́sticas.
2.5 História
– 10 –
◮ Meados da década de 60: técnicas de armazenamento compacto e ordenamento da
fatoração (Tinney e Walker, 1967) tornaram o método de Newton muito mais
rápido e exigindo pequeno espaço de memória, mantendo a caracterı́stica de ótima
convergência → método de Newton passou a ser considerado como o melhor
método e foi adotado pela maioria das empresas de energia elétrica.
◮ Foram propostos ainda: variações dos métodos desacoplados básicos, métodos para
redes mal-condicionadas, métodos para redes de distribuição (média e baixa
tensões), fluxo de carga da continuação, fluxo de carga ótimo, etc.
– 11 –
2.6 Motivação e idéias gerais
~ Distribuição
Transmissão
Geração
aberto
Carga
– 12 –
◮ Considere que:
Região em operação
~ Distribuição
Transmissão
Geração
1 2
P1 + j Q1 r +jx P2 + j Q2
P12 + j Q12
E1 = V1∠θ1 E2 = V2∠θ2
Geração Transmissão Distribuição
– 13 –
◮ Circuito por fase:
1 r jx 2
I
+ P1 P2 +
∼ E1 Q1 Q2 E2
− −
◮ Pede-se: V1
S1 = P1 + j Q1
◮ Os cálculos serão feitos em pu (por unidade), cuja idéia é muito importante no caso
de circuitos com vários nı́veis de tensão.
◮ Valores de base:
– 14 –
Conversão dos dados para pu:
Tensão na fonte:
E1 = E2 + I (r + j x )
= 1∠0◦ + 1∠0◦ (0,01 + j 0,05) = 1,0112∠2,8◦ pu
V1 = 1,0112 pu V2 = 1 pu
1 perdas na transmissão 2
101 MW 100 MW
5 Mvar 0 Mvar
1 MW
5 Mvar
– 15 –
◮ Na prática, os dados e incógnitas não são os especificados anteriormente.
◮ Pede-se: V2
S1 = P1 + j Q1
◮ Resolução analı́tica
E1 = E2 + ZI
= E2 + Z (S2 /E2)∗ (×E2∗)
E1E2∗ = V22 + ZS2∗
– 16 –
Elevando as duas equações ao quadrado e somando-as, elimina-se θ2 :
V24 + bV22 + c = 0 ∆ = b2 − 4c
1/2
y1 = −b + ∆ /2
y2 = −b − ∆1/2 /2
n o
1/2 1/2
V2 = ±y1 , ±y2
– 17 –
◮ Mesma solução anterior
E1
2,8◦
referência angular
I E2
mudança de referência
E1
referência angular
2,8◦
I
E2
– 18 –
◮ Interpretação dos resultados:
V2 [pu]
operação estável
1
0,8
caso base V2cr
0,6
0,4
P2cr
0,2
operação instável
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
P2 [pu]
Exercı́cio
(1) Apresentar a curva [V2 × P2] completa para o circuito exemplo, considerando
Q2 = 0.
(2) Obter P2cr e V2cr analiticamente e comparar com os valores obtidos através da
análise da curva PV.
(3) Apresentar a curva [V2 × Q2] considerando P2 = 0 no mesmo gráfico de (1). Obter
Qcr cr
2 e V2 analiticamente e comparar com os valores obtidos através da análise da
curva PV.
– 19 –
◮ Os sistemas elétricos de potência são dinâmicos:
P2
P2cr
t
V2
processo de instabilidade
de tensão que resulta no
COLAPSO DE TENSÃO
t∗ t
Tentativa e erro?
– 20 –
◮ Resolução por tentativa e erro
∆E ν = (r + j x ) I2ν
Iteração E2 [pu]
0 1+j0
1 1,0012 − j 0,0500
2 0,9987 − j 0,0493
3 0,9987 − j 0,0494
4 0,9987 − j 0,0494 Solução: E2 = 1∠ − 2,8◦ pu
Na realidade este método iterativo (Gauss) foi o primeiro a ser proposto para a
resolução das equações de fluxo de carga (∼ 1956).
– 21 –
◮ Resumo:
◮ A rede trifásica equilibrada é representada somente por uma das fases → diagrama
unifilar :
Furnas (Campinas)
Taquaral
42 MVA
x = 21,24%
Tanquinho (69 kV)
Itatiba
r = 1,41%
Nova Aparecida x = 3,68%
b = 0,06%
Trevo (69 kV)
x = 24,26% x = 28%
barramento
Viracopos
– 22 –
◮ Barramento (barra) – nó do circuito.
◮ Dados dos ramos – em % na base 100 MVA e tensão nominal (pu × 100%).
– 23 –
◮ Para as linhas de transmissão – utiliza-se o modelo π, em que r é a resistência série,
x é a reatância série e b é o carregamento total charging da linha (o dobro da
admitância shunt):
r jx
j b/2 j b/2
Tanquinho Trevo 1 2
0,0141 j 0,0368 0,01 j 0,05
j 0,0003 j 0,0003
– 24 –
2.8 Formulação básica do problema de fluxo de carga
Grandezas Grandezas
Barra conhecidas a calcular
1 V1 , θ1 P1 , Q1
2 P2 , Q2 V2 , θ2
– 25 –
◮ A barra slack tem duas funções:
Exemplo
Z1 = 4∠90◦ Ω
+ V1 −
+ + +
∼ E V 100 V V2 Z2 = 3∠0◦ Ω
− − −
E = 100∠α V
E
I= = 20∠ (α − 53,1◦) A
(Z1 + Z2)
– 26 –
Comentários:
→ os fasores de tensão e corrente dependem de α.
→ as defasagens entre os fasores não dependem de α.
Exemplo
20 MW +
P
perdasi perdas1
i
∼
(slack)
1 2 100 MW
perdas2 perdas3
∼ 80 MW
– 27 –
Comentários:
→ a barra slack deve fornecer 20 MW adicionais para satisfazer a demanda na
barra 2, pois o gerador da barra 3 entrega somente 80 MW.
→ a barra slack deve fornecer ainda uma quantidade adicional de potência para
suprir as perdas de potência nos ramos.
Exemplo
V1 = 1,0112 pu V2 = 1 pu
1 perdas na transmissão 2
101 MW 100 MW
5 Mvar 0 Mvar
1 MW
5 Mvar
– 28 –
Exemplo
1 2 3 4 5
∼ ∼
• Barras 2 e 6: não têm carga nem geração associados → são consideradas como
barras de carga (PQ) com P = Q = 0
• Pode-se escolher, por exemplo, a barra 1 como a slack, atribuindo um valor para θ1 .
Logo, P1 passa a ser desconhecido.
– 29 –
2.9 Formulação nodal – equações de corrente
1 V1 , θ 1 P12 , Q12 V2 , θ 2 2
3 V3 , θ 3
Pc3 , Qc3
∼ Pgk
k Pgk − Pck = Pk
P1 = Pg1 − Pc1
Pck
P2 = Pg2 − Pc2 potencia transmitida
pelas linhas
P3 = 0 − Pc3
– 30 –
→ o mesmo vale para as correntes – injeção lı́quida de corrente:
I1 = Ig1 − Ic1
I2 = Ig2 − Ic2
I3 = 0 − Ic3
→ admitância série:
1 r12 −x12
y12 = = g12 + jb12 = 2 2 + j 2 + x2
z12 r12 + x12 r12 12
sh
→ admitância shunt jb12
I1 I2
1 V1 , θ 1 y12 V2 , θ 2 2
sh sh sh sh
j b13 j b12 j b12 j b23
y13 y23
3 V3 , θ 3
I3
sh sh
j b13 j b23
– 31 –
◮ Aplicando a lei das correntes de Kirchhoff para o nó 1:
→ as correntes pelas linhas, por sua vez, têm duas componentes, uma pela
admitância série e outra pela admitância shunt.
I1 = I12 + I13
sh sh
= y12 (E1 − E2) + jb12 E1 + y13 (E1 − E3 ) + jb13 E1
| {z } | {z }
I12 I13
sh sh
I1 = y12 + y13 + jb12 + jb13 E1 + (−y12) E2 + (−y13) E3
em que Ej = Vj ∠θj , j = 1, . . . , 3.
sh sh
I1 = y12 + y13 + jb12 + jb13 E1 + (−y12) E2 + (−y13) E3
sh sh
I2 = (−y12) E1 + y12 + y23 + jb12 + jb23 E2 + (−y23) E3
sh sh
I3 = (−y13) E1 + (−y23) E2 + y13 + y23 + jb13 + jb23 E3
– 32 –
◮ Na forma matricial:
sh sh
I1 y12 + y13 + jb12 + jb13 −y12 −y13 E1
sh sh
I2 = −y12 y12 + y23 + jb12 + jb23 −y23 · E2
sh sh
I3 −y13 −y23 y13 + y23 + jb13 + jb23 E3
ou:
I =Y·E
– 33 –
◮ A regra de formação da matriz admitância nodal indica que cada ramo contribui em
4 posições da matriz:
Rede elétrica
j k m
y1 y2
j k m
· · · + y1 −y1 j
−y1 y1 + y2 −y2 k
−y2 · · · + y2 m
– 34 –
◮ A matriz Y pode ser colocada na seguinte forma:
Y = ℜ{Y} + jℑ{Y} = G + jB
Logo:
I = (G + jB) · E
em que:
g12 + g13 −g12 −g13
G = −g12 g12 + g23 −g23
−g13 −g23 g13 + g23
e
sh sh
b12 + b13 + b12 + b13 −b12 −b13
sh sh
B= −b12 b12 + b23 + b12 + b23 −b23
sh sh
−b13 −b23 b13 + b23 + b13 + b23
– 35 –
Exemplo
1 2
r jx
3,8462 −3,8462
G = ℜ {Y} =
y −y
−3,8462 3,8462
Y= =⇒
−y y
−19,2308 19,2308
B = ℑ {Y} =
19,2308 −19,2308
– 36 –
2.10 Formulação nodal – equações de potência
I1 E1
I2 E2
.. ..
I =Y·E . = .
Ik Yk1 Yk2 · · · Ykk · · · Ykn Ek
.. ..
. .
In En
Logo:
– 37 –
Exemplo
1
3
n
k
8
Ykk 6= 0
Yk1 , Y1k 6= 0
Yk3 , Y3k 6= 0
Yk8 , Y8k 6= 0
Ykn , Ynk 6= 0
X X
Ik = Yk1 E1 + Yk3 E3 + Yk8 E8 + Ykn En + Ykk Ekk = Ykk Ek + Ykm Em = Ykm Em
m∈Ωk m∈K
onde:
Ωk = {1, 3, 8, n}
K = {k, 1, 3, 8, n}
– 38 –
◮ Para uma barra k:
Sk = Pk + jQk = Ek Ik∗
Logo:
X
Sk∗ = Pk − jQk = Ek∗ Ik = Ek∗ Ykm Em
m∈K
X
Pk − jQk = Ek∗ Ykm Em
m∈K
X
= Vk ∠ (−θk ) (Gkm + jBkm ) Vm ∠θm
m∈K
X
= Vk Vm (Gkm + jBkm ) e −j(θk −θm )
m∈K
X
= Vk Vm (Gkm + jBkm ) e −jθkm
m∈K
X
= Vk Vm (Gkm + jBkm ) · (cos θkm − j sen θkm )
m∈K
X
Pk = Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
m∈K
X
Qk = Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
m∈K
que são as equações das potências nodais → 2 equações para cada barra.
– 39 –
Exemplo
X
P1 = V1 Vm (G1m cos θ1m + B1m sen θ1m )
m∈K1
X
= V12 G11 + V1 Vm (G1m cos θ1m + B1m sen θ1m )
m∈Ω1
– 40 –
X
P2 = V2 Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m )
m∈K2
X
= V22 G22 + V2 Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m )
m∈Ω2
Exemplo
1 2
Carga (PQ)
– 41 –
Em princı́pio tem-se 2 equações para cada barra, ou seja, um total de 6 equações:
X
P1 = V1 Vm (G1m cos θ1m + B1m sen θ1m )
m∈K1
P1 = V12 G11 + V1 V2 (G12 cos θ12 + B12 sen θ12) + V1V3 (G13 cos θ13 + B13 sen θ13)
X
Q1 = V1 Vm (G1m sen θ1m − B1m cos θ1m )
m∈K1
Q1 = −V12 B11 + V1 V2 (G12 sen θ12 − B12 cos θ12) + V1V3 (G13 sen θ13 − B13 cos θ13)
Exercı́cio
Considere a rede de 2 barras da Seção 2.6 . Verificar que as equações das potências
nodais são satisfeitas para a solução encontrada (E1 = 1,0112∠0◦ pu,
E2 = 1∠ − 2,8◦ pu, S1 = 101 + j5 MVA, S2 = 100 + j0 MVA).
– 42 –
◮ Uma idéia para a resolução do problema:
◮ Na Seção 2.6 foi mostrado um procedimento que segue esta idéia geral (método de
Gauss).
Supor que existam NPQ barras do tipo PQ e NPV barras do tipo PV.
– 43 –
Tem-se um sistema de (2NPQ + NPV) equações algébricas não-lineares e
mesmo número de incógnitas.
Exemplo
X
P1 = V1 Vm (G1m cos θ1m + B1m sen θ1m )
m∈K1
X
Q1 = V1 Vm (G1m sen θ1m − B1m cos θ1m )
m∈K1
X
P2 = V2 Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m )
m∈K2
X
Q2 = V2 Vm (G2m sen θ2m − B2m cos θ2m )
m∈K2
– 44 –
• NPQ = 1 e NPV = 0 → o número de equações é igual a 2 NPQ + NPV = 2.
X
∆P2 = P2esp − P2cal c = P2esp − V2 Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m ) = 0
m∈K2
X
∆Q2 = Qesp
2 − Qcal
2
c
= Qesp
2 − V2 Vm (G2m sen θ2m − B2m cos θ2m ) = 0
m∈K2
• Calcular P1 e Q1 .
Exercı́cio
Carga (PQ)
– 45 –
2.12 Métodos de solução
X
Pk = Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm ) k = {barra PQ ou PV}
m∈K
X
Qk = Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm ) k = {barra PQ}
m∈K
◮ Supor que sejam arbitrados os valores das tensões desconhecidas (V e θ). A partir
das equações das potências nodais pode-se calcular:
– 46 –
◮ Se os valores de tensão arbitrados estiverem errados (o que é provável), pode-se
estimar o erro resultante da escolha desses valores:
g (x ) = 0
– 47 –
2.13 Método de Newton
g (x ) = 0
g (x )
xs x0 x
– 48 –
◮ A resolução do problema pelo método de Newton resulta em um processo iterativo
cujos passos serão detalhados a seguir:
tolerância ±ε.
Se | g x (ν) |> ε, prosseguir com a execução do processo iterativo.
g (x )
g x (0)
+ε x
−ε
xs x (0)
(ν) (ν)
(ν)
d (ν) (ν)
(ν)
(ν)
g x + ∆x ≈g x + g x ∆x = g x ′
+g x ∆x (ν)
dt
– 49 –
(5) Resolver o problema linearizado, ou seja, encontrar ∆x (ν) tal que:
(ν) (ν)
g x +g ′
x ∆x (ν) = 0
ou:
x (ν)
g
∆x (ν) =− ′
g x (ν)
x (ν)
g
x (ν+1) − x (ν) =− ′
g x (ν)
(ν)
g x
x (ν+1) = x (ν) − ′ (ν)
g x
g (x )
g x (0)
+ε x
−ε
xs x (1) x (0)
– 50 –
◮ Uma visão geral do procedimento é mostrada a seguir.
g (x )
g x (0)
g x (1)
g x (2)
+ε x
−ε
xs x (3) x (2) x (1) x (0)
solução
g (x )
g x (0)
g x (1)
g x (2)
g x (3)
+ε x
−ε
xs x (3)x (2) x (1) x (0)
– 51 –
◮ O número de iterações é maior que no método original.
Cada iteração é mais rápida pois a derivada não precisa ser calculada a cada passo
(esse fato ficará mais claro quando for tratado o caso multidimensional).
g1 (x1, x2 , · · · , xn ) = 0
g2 (x1, x2 , · · · , xn ) = 0
g3 (x1, x2 , · · · , xn ) = 0
..
.
gn (x1, x2 , · · · , xn ) = 0
ou:
g (x ) = 0
– 52 –
◮ A linearização de g (x ) em torno de x = x (ν) é dada por:
(ν)
g1 x + ∆x (ν)
≈ g1 x (ν)
+ ∂g1/∂x1|x (ν) ∆x (ν) (ν)
1 + ∂g1 /∂x2 |x (ν) ∆x 2 + · · · +
Logo:
(ν) (ν) (ν) (ν)
g x + ∆x ≈g x +J x ∆x (ν)
∂ ∂ ∂
∂x1 g1 ∂x2 g1 ... ∂xn g1
∂ ∂ ∂
(ν)
∂ (ν) ∂x1 g2 ∂x2 g2 ... ∂xn g2
J x = g x =
∂x ... ... ... ...
∂ ∂ ∂
∂x1 gn ∂x2 gn ... ∂xn gn x (ν)
(ν) (ν)
g x +J x ∆x (ν) = 0
– 53 –
◮ Caso particular em que n = 2:
(ν) (ν)∂
(ν) ∂ (ν)
g1 [(x1 + ∆x1) , (x2 + ∆x2 )] ≈ g1 x1 , x2 g1 ∆x1 +
+ g1 ∆x2
∂x1 ∂x2
(ν) (ν)
∂ (ν) ∂ (ν)
g2 [(x1 + ∆x1) , (x2 + ∆x2 )] ≈ g2 x1 , x2 + g2 ∆x1 + g2 ∆x2
∂x1 ∂x2
e:
(ν) (ν) ∂ ∂ (ν)
g1 x1 , x2 ∂x1 g1 ∂x2 g1 ∆x1 0
+ =
(ν) (ν) ∂ ∂
g2 x1 , x2 ∂x1 g2 ∂x2 g2 ∆x2(ν) 0
matriz Jacobiana
– 54 –
(5) Determinar o novo ponto x (ν+1) :
(ν) −1 (ν) (ν)
∆x = −J x g x
g1 x1
0
0
1
2
3 g2 1
2
x2
– 55 –
Problema de fluxo de carga
g (x ν ) = −J (x ν ) ∆x ν
ν
∆P ν P esp − P cal c
ν } NPQ + NPV
g (x ) = =
∆Qν Qesp − Qcal c } NPQ
∆θν
} NPQ + NPV
∆x ν =
∆V ν } NPQ
(ν)
∂ (∆P ) ∂ (∆P )
} NPQ + NPV
J (x ν ) = ∂ ∂∆θQ ∂ ∂∆VQ
( ) ( ) } NPQ
∂θ ∂V
|{z} |{z}
NPQ + NPV NPQ
J (x ν ) = − ∂θ ∂V ↓
∂ (Q) ∂ (Q)
constante → derivada nula
∂θ ∂V
– 56 –
◮ As submatrizes que compõem a matriz Jacobiana são geralmente representadas por:
∂ (P ) ∂ (P )
H= N=
∂θ ∂V
∂ (Q) ∂ (Q)
M= L=
∂θ ∂V
(ν)
∆P ν ∆θν
H N
=
∆Qν M L ∆V ν
Exemplo
∆P2 H22 N22 ∆θ2
=
∆Q2 M22 L22 ∆V2
– 57 –
∂ ∂
V2 V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22G22
H22 = P2 =
∂θ2 ∂θ2
= −V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) +V22 B22 −V22 B22
| {z }
−Q2
= −Q2 − V22 B22
∂
N22 = P2
∂V2
= V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + 2V2 G22 × (V2/V2 )
= P2 + V22 G22 /V2
∂ ∂
V2V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − V22 B22
M22 = Q2 =
∂θ2 ∂θ2
= V2 V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) +V22 G22 −V22 G22
| {z }
P2
= P2 − V22G22
∂
L22 = Q2
∂V2
= V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − 2V2 B22 × (V2/V2 )
= Q2 − V22 B22 /V2
X
Pk = Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
m∈K
X
2
= Gkk Vkk + Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
m∈Ωk
– 58 –
A segunda equação corresponde a uma separação dos termos correspondentes à
própria barra k. Logo, a somatória contém agora somente as barras vizinhas da
barra k.
∂
Hkm = Pk = Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
∂θm
∂
Hmk = Pm = Vm Vk (Gmk sen θmk − Bmk cos θmk )
∂θk
Como:
Gmk = Gkm
Bmk = Bkm
θmk = −θkm
tem-se finalmente:
∂ X
Hkk = Pk = −Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
∂θk
m∈Ωk
– 59 –
Somando e subtraindo Bkk Vk2:
X
Hkk = −Bkk Vk2 + Bkk Vk2 − Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
m∈Ωk
X
Hkk = −Bkk Vk2 − Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
m∈K
| {z }
=Qk
= −Bkk Vk2 − Qk
Resumindo:
∂
−Bkk Vk2 − Vk m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
P
Hkk = ∂θk Pk =
= −Bkk Vk2 − Qk
∂
Hkm = ∂θm Pk = Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
∂
Hmk = ∂θk Pm = −Vk Vm (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm )
– 60 –
Os elementos das demais matrizes são:
∂
P
Nkk = ∂Vk Pk = Gkk Vk + m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
Vk−1 Pk + Gkk Vk2
=
∂
Nkm = ∂Vm Pk = Vk (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
∂
Nmk = ∂Vk Pm = Vm (Gkm cos θkm − Bkm sen θkm )
∂
−Gkk Vk2 + Vk m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
P
Mkk = ∂θk Qk =
= −Gkk Vk2 + Pk
∂
Mkm = ∂θm Qk = −Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
∂
Mmk = ∂θk Qm = −Vk Vm (Gkm cos θkm − Bkm sen θkm )
∂
P
Lkk = ∂Vk Qk = −Bkk Vk + m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
Vk−1 Qk − Bkk Vk2
=
∂
Lkm = ∂Vm Qk = Vk (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
∂
Lmk = ∂Vk Qm = −Vk (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm )
– 61 –
Quando essas matrizes forem invertidas, os elementos das linhas e colunas
correspondentes aos elementos grandes das diagonais serão praticamente iguais a
zero, assim como as correspondentes correções das variáveis de estado, ou seja:
∆θk = 0 k ∈ {referência}
∆Vk = 0 k ∈ {referência,PV}
Exemplo
∆P2 = P2esp − P2 (V , θ) = 0
SUBSISTEMA 1 (obter os V e θ que faltam)
∆Q2 = Qesp
2 − Q2 (V , θ) = 0
– 62 –
Problema iterativo a ser resolvido (fluxo de carga):
P1 = · · ·
SUBSISTEMA 2 (calcular as potências que faltam)
Q1 = · · ·
Exemplo
1 2
Carga (PQ)
– 63 –
Barra Dados Incógnitas
1 V1 , θ1 P1 , Q1
2 P2, V2 Q2 , θ2
3 P3, Q3 V3 , θ3
∆P2 = P2esp − P2 (V , θ) = 0
∆P3 = P3esp − P3 (V , θ) = 0 SUBSISTEMA 1 (obter os V e θ que faltam)
∆Q3 = Qesp
3 − Q3 (V , θ) = 0
P1 = · · ·
Q1 = · · · SUBSISTEMA 2 (calcular as potências que faltam)
Q2 = · · ·
– 64 –
◮ Algoritmo de resolução dos subsistemas 1 (pelo método de Newton) e 2:
| ∆Pkν |
max k=PQ,PV
≤ εP o processo iterativo
Se e =⇒ convergiu para a solução
max | ∆Qν | ≤ εQ (V ν , θν ) → ir para o passo (7).
k k=PQ
H (V ν , θ ν ) N (V ν , θν )
ν ν
J (V , θ ) =
M (V ν , θν ) L (V ν , θν )
θν+1 = θ ν + ∆θν
V ν+1 = V ν + ∆V ν
∆P (V ν , θν ) H (V ν , θν ) N (V ν , θν ) ∆θν
=
∆Q (V ν , θν ) M (V ν , θν ) L (V ν , θν ) ∆V ν
– 65 –
(6) Incrementar o contador de iterações (ν + 1 ← ν) e voltar para o passo (2).
Exemplo
Passo (1)
ν=0
V20 = 1,0112 pu , θ2 = 0 (valores arbitrários)
Passo (2)
P2 = V2 V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22G22
3,8462 −3,8462 −19,2308 19,2308
G= B=
−3,8462 3,8462 19,2308 −19,2308
P2 = 1,0112V2 (−3,8462 cos θ2 + 19,2308 sen θ2) + 3,8462V22 para V20 e θ20 → P2 = 0
– 66 –
∆P2 = P2esp − P2cal c = −1 − 0 = −1
∆Q2 = Qesp
2 − Q2
cal c
=0−0=0
Passo (3)
Considere εP = εQ = 0,01
max {| ∆P2 |, | ∆Q2 |} = 1 > 0,01
Passo (4)
−V22 B22 − Q2 P2 + V22 G22 /V2
19,6640 3,8893
J= =
P2 − V22G22 Q2 − V22 B22 /V2 −3,9328 19,4462
Passo (5)
0,0489 −0,0098
J−1 =
0,0099 0,0494
∆θ2 −1 ∆P2 −1 −1 −0,0489
=J =J =
∆V2 ∆Q2 0 −0,0099
V2 = 1,0112 − 0,0099 = 1,0013 pu
θ2 = 0 − 0,0489 = −0,0489 rad
Passo (6)
ν=1
Passo (2)
P2 = −0,9852 pu ∆P2 = −0,0148
Q2 = 0,0230 pu ∆Q2 = −0,0230
Passo (3)
max {| ∆P2 |, | ∆Q2 |} = 0,0230 > 0,01
Passo (4)
19,2578 2,8672
J=
−4,8415 19,2788
– 67 –
Passo (5)
0,0501 −0,0074
J−1 =
0,0126 0,0500
∆θ2 −0,0006
=
∆V2 −0,0013
V2 = 1,0013 − 0,0013 = 1 pu
θ2 = −0,0489 − 0,0006 = −0,0495 rad
Passo (6)
ν=2
Passo (2)
P2 = −1,0005 pu ∆P2 = 0,0005
Q2 = 0,0009 pu ∆Q2 = −0,0009
Passo (3)
max {| ∆P2 |, | ∆Q2 |} = 0,0009 < 0,01
convergiu para V2 = 1 pu
θ2 = −0,0495 rad −2,8◦
Passo (7)
P1 = V12 G11 + V1 V2 (G12 cos θ12 + B12 sen θ12) = 1,0102 pu 101,02 MW
2
Q1 = −V1 B11 + V1V2 (G12 sen θ12 − B12 cos θ12) = 0,0472 pu 4,72 Mvar
– 68 –
∆P2
0,02
V2
1,02 0,01
1,00
0,98 −0,02 −0,01 0,01 0,02 ∆Q2
−0,10 −0,05 θ2
−1
– 69 –
2.14 Métodos desacoplados
∂ ∆P
H= P ⇒ H≈
∂θ ∆θ
∂ ∂
P e Q
∂θ ∂V
∂ ∂
Q e P
∂θ ∂V
[P e θ] e [Q e V ]
[Q e θ] e [P e V ]
◮ Este fato é em geral verificado para redes de transmissão de extra e ultra altas
tensões (tensões acima de 230 kV). Não se verifica para redes de distribuição em
geral (nı́veis de tensão mais baixos).
– 70 –
◮ O desacoplamento permite que outros métodos de solução do fluxo de carga (que
são derivados do método de Newton) sejam obtidos.
◮ Método de Newton:
∆P (V ν , θν ) = H (V ν , θν ) ∆θν + N (V ν , θν ) ∆V ν
∆Q (V ν , θν ) = M (V ν , θν ) ∆θν + L (V ν , θν ) ∆V ν
θ ν+1 = θν + ∆θν
V ν+1 = V ν + ∆V ν
∆P (V ν , θν ) = H (V ν , θ ν ) ∆θν
∆Q (V ν , θν ) = L (V ν , θν ) ∆V ν
θν+1 = θν + ∆θν
V ν+1 = V ν + ∆V ν
– 71 –
◮ Esta é a forma simultânea. Aplica-se agora o esquema de solução alternado:
∆P (V ν , θν ) = H (V ν , θ ν ) ∆θν
θν+1 = θν + ∆θν
∆Q (V ν , θν ) = L (V ν , θν ) ∆V ν
V ν+1 = V ν + ∆V ν
– 72 –
0
∆P (V q , θ p )
max {| ∆Pk |} : εp ≤
k = {PQ, PV} KP = 0
> =
∆θ p = H (V q , θp )−1 ∆P (V q , θ p ) KQ : 0
Meia-iteração ativa
θp+1 = θ p + ∆θ p 6=
p ←p+1
KQ = 1
Solução
∆Q (V q , θ p )
Meia-iteração reativa
max {| ∆Qk |} : εq ≤
k = {PQ} KQ = 0
> =
q q
∆V = L (V , θ ) p −1 q p
∆Q (V , θ ) KP : 0
V q+1 = V q + ∆V q 6=
q ←q+1
KP = 1
– 73 –
◮ No diagrama de blocos tem-se:
◮ Esta versão pode apresentar uma convergência mais rápida para alguns sistemas.
V1
V2 0
V=
0 ...
Vn
H = V H′
L = V L′
– 74 –
◮ Os elementos de H′ e L′ são:
′
Hkk = −Qk /Vk − Vk Bkk
′
Hkm = Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
′
Hmk = −Vk (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm )
∆P /V = H′ ∆θ
∆Q/V = L′ ∆V
cos θkm ≈ 1 (θkm pequeno) – válida para sistemas em geral, especialmente para
EAT (extra alta tensão) e UAT (ultra alta tensão).
Bkk ≫ Gkm sen θkm – válida para sistemas em geral, especialmente para EAT
(extra alta tensão) e UAT (ultra alta tensão) – Bkm /Gkm ≈ 5 para linhas de
transmissão acima de 230 kV, podendo chegar a 20 em linhas de 500 kV.
– 75 –
Bkk Vk2 ≫ Qk – se baseia no fato de que as reatâncias shunt são em geral muito
maiores que as reatâncias série.
Vk ≈ 1 (valores em pu).
◮ As matrizes H′ e L′ ficam:
′
Hkk = −Bkk L′kk = −Bkk
′
Hkm = −Bkm L′km = −Bkm
′
Hmk = −Bkm L′mk = −Bkm
ou:
H′ ≈ B′
L′ ≈ B′′
◮ Pode-se trabalhar com as matrizes B′ e B′′ com dimensões (NB × NB) e colocar
um número grande nas diagonais apropriadas.
– 76 –
◮ As equações do método desacoplado rápido ficam:
∆P /V = B′ ∆θ
∆Q/V = B′′ ∆V
NB
X
′ −1
Bkk = xkm
m=1
′ ′ −1
Bkm = Bmk = −xkm
′′
Bkk = −Bkk
′′ ′′
Bkm = Bmk = −Bkm
Exemplo
– 77 –
Dados: S2 = P2 + j Q2 = 1 + j 0 = 1∠0◦ pu (100 MW, 0 Mvar)
V1 ∠θ1 = 1,0112∠0◦ pu
r = 0,01 pu
x = 0,05 pu
3,8462 −3,8462 −19,2308 19,2308
G= B=
−3,8462 3,8462 19,2308 −19,2308
(1)
KP = KQ = 1
p=q=0
V20 = 1,0112 pu, θ20 = 0 rad
(2)
P2 = V2 V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22G22 = 0
∆P2 = −1 − 0 = −1
(3)
| ∆P2 |= 1 > 0,01
(4)
∆P /V = B′ ∆θ → ′
∆P2 /V2 = B22 ∆θ2 ′
(B22 = 1/x = 20)
∆θ2 = −0,0494 rad
(5)
θ2 = 0 − 0,0494 = −0,0494 rad
(6)
p=1
(7)
KQ = 1
(8)
Q2 = V2V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − V22 B22 = 0,2182
∆Q2 = 0 − 0,2182 = −0,2182
– 78 –
(9)
| ∆Q2 |= 0,2182 > 0,01
(10)
∆Q/V = B′′ ∆V → ′′
∆Q2/V2 = B22 ∆V2 ′′
(B22 = 19,2308)
∆V2 = −0,0112 rad
(11)
V2 = 1,0112 − 0,0112 = 1 pu
(12)
q=1
(13)
KP = 1
(14)
P2 = −0,9986
∆P2 = −1 + 0,9986 = −0,0014
(15)
| ∆P2 |= 0,0014 < 0,01
(16)
KP = 0
(17)
KQ 6= 0
(18)
Q2 = 0,0004
∆Q2 = 0 − 0,0004 = −0,0004
(19)
| ∆Q2 |= 0,0004 < 0,01
– 79 –
(20)
KQ = 0
(21)
KP = 0
convergiu para V2 = 1 pu
θ2 = −0,0494 rad −2,8◦
◮ Complicações:
◮ Limites:
– 80 –
◮ Controles:
◮ Redes elétricas reais em geral são de grande porte, resultando em matrizes grandes
e esparsas.
100 + 2
|{z} 200} = 500 elementos
| ·{z
diag fora diag.
10000 − 500
GE = · 100% = 95% → 95% dos elementos são nulos!
10000
– 81 –
→ método de resolução robusto e eficiente.
x /r pequena
k m
r jx
j bsh j bsh
normalmente
desprezadas
– 82 –
◮ A relação X/R dos ramos de redes de distribuição é pequena, levando a uma
deterioração da dominância diagonal das matrizes de rede
Back-forward sweep
Subestação
Chave
– 83 –
2.20 Método da rotação de eixos
Imag
ϕ Imag′
X′
R Real
R′
Real′
Z ′ = R′ + j X ′ = Z · e j ϕ
R′ = R · cos ϕ − X · sen ϕ
X ′ = R · sen ϕ + X · cos ϕ
– 84 –
Exemplo
X
ϕ = 45◦
X′
X′
1
2 R
′
R
R′
1,0
X/R = = 0,5
2,0
Z ′ = 0,7071 + j2,1213 Ω
– 85 –
e a nova relação X/R do ramo é:
2,1213
X ′ /R′ = = 3,0
0,7071
∗
∗ E V2
S =E·I =E· = ∗
Z Z
V2 V2 V2
S′ = ′ ∗ = j ϕ ∗ = ∗ −j ϕ
= S · ej ϕ
Z (Z · e ) Z ·e
– 86 –
2.21 Métodos baseados em Back-forward sweep
Alimentador
1 2 3
Subestação
Ramal
1 2 3
E1 E2 E3
E4 4
– 87 –
(2) Calcular as correntes nodais:
∗
Sk
Ik = + Yksh · Ek k = 1, . . . , 4
Ek
1 2 3
I3
I1 I2
4
I4
X
Ikm = Im + Imj
j∈Fm
1 2 3
I12 I23
I24
– 88 –
Neste caso:
I24 = I4
I23 = I3
I12 = I2 + I23 + I24
Vm = Vk − Zkm · Ikm
em que a barra k é a outra barra terminal do ramo km, que alimenta a barra m
1 2 3
I12 I23
E1 E2 E3
I24
E4 4
No caso do exemplo:
E2 = E1 − Z12 · I12
E3 = E2 − Z23 · I23
E4 = E2 − Z24 · I24
– 89 –
(5) Teste de convergência:
(
max {∆Vk , k = 1, . . . , 4} ≤ tolerância ⇒ A solução foi obtida Fim
max {∆Vk , k = 1, . . . , 4} > tolerância ⇒ Voltar ao passo (2)
Por exemplo, elas podem ser aproximadas por redes radiais através da abertura dos
ramos que fecham as malhas. Os fluxos dos ramos que forem abertos são
representados por injeções de compensação que são atualizadas a cada iteração
◮ Pode ser utilizado nos métodos baseados em back-forward sweep para simplificar os
cálculos
– 90 –
◮ Considere o diagrama unifilar simplificado de uma linha de distribuição:
Z =| Z | ∠ϕ
Fonte Carga
R X
Ef I Ec
Ef = Ec + ∆E = Ec + Z I = Ec + (R + j X) I
Ef
β ∆E XI
α Ec
RI
I
RI cos α XI sen α
Define-se os fasores:
Ec = Vc ∠0 (referência angular)
Ef = Vf ∠β
I = I∠ − α
∆E = ∆V ∠γ
– 91 –
Retomando a equação do circuito:
Ef = Ec + Z I
Ef − Ec = (R + j X) I∠ − α
∆E = (R + j X) I (cos α − j sen α)
∆E = I (R cos α + X sen α) − j I (R sen α − X cos α)
– 92 –
◮ Considere um ramo de uma rede de distribuição composto por três fases e um
condutor neutro:
Ia
zaa
A a
Ib zab
zbb
B zac b
Ic zan
zcc
C c
In
znn
N n
em que:
h i
1
zi i = ri + 0,0953 + j 0,12134 · ln GMR + 7,934 Ω/mi
i
h i
1
zi j = 0,0953 + j 0,12134 · ln D + 7,934 Ω/mi
ij
em que:
W.H. Kersting, Distribution system modeling and analysis, CRC Press, 2007.
– 93 –
Define-se a matriz impedância primitiva:
zaa zab zac zan
zba zbb zbc zbn
Zprim =
zca
zcb zcc zcn
zna znb znc znn
VAN Van zaa zab zac zan Ia
VBN Vbn zba zbb zbc zbn
· Ib
VCN = Vcn
+ VF = Vf + Zprim If
zca zcb zcc zcn Ic
VNN Vnn zna znb znc znn In
VAN Van Zaa Zab Zac Ia
VBN = Vbn + Zba Zbb Zbc · Ib VF = Vf + Z If
VCN Vcn Zca Zcb Zcc Ic
zi n zni
Zi j = zi j −
znn
– 94 –
2.24 Referências
◮ F.L. Alvarado, R.J. Thomas, A Brief history of the power flow, IEEE Spectrum,
2001.
◮ W.H. Kersting, Distribution system modeling and analysis, CRC Press, 2007.
– 95 –
ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I
1 Semestre 2011
Capı́tulo 3 – Gerador sı́ncrono
3.1 Introdução
Pm Máquina Pe
água
Turbina Síncrona
vapor (Alternador)
–1–
◮ No problema de fluxo de carga apresentado no capı́tulo anterior considerou-se:
Gerador ∼
Pg , Qg
Transformador
–2–
◮ Motores sı́ncronos conectados à rede sem carga mecânica no eixo → fornecimento
de potência reativa à rede → condensador sı́ncrono
CA CC CA
Retificador Inversor Q
Condensador
sı́ncrono
–3–
◮ Descrição básica da máquina sı́ncrona:
a
rotor (pólos salientes)
′
c
enrolamento de campo b′
eixo fase a
gap (entreferro)
b
If c armadura (estator)
a′
eixo fase c
Campo (rotor) – parte móvel → bobina enrolada no rotor por onde circula
corrente contı́nua → criação de um campo magnético.
–4–
x
Estator de um hidrogerador
Rotor de um hidrogerador
–5–
◮ Pólos lisos × pólos salientes no rotor:
N N
S S
S N
pólos lisos (2 pólos) pólos salientes (4 pólos)
turbogerador hidrogerador
–6–
◮ Máquinas grandes (≈ 20 metros de diâmetro) e baixa velocidade → eixo na vertical
(em geral hidrogeradores).
◮ Exceção: o aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte no rio Xingu terá duas casas
de força. A principal, de 11000 MW, com 18 unidades com turbinas Francis
tradicionais, têm eixo vertical. A casa de força secundária, de 233 MW, terá uma
queda baixa, e serão utilizadas turbinas bulbo (como nas usinas do rio Madeira),
tendo eixo horizontal e baixa inércia. Elas são submersas como mostra a figura:
–7–
Exemplo
120 f
p=
n
120 · 60
pBr = = 78 pólos → lado brasileiro
92,3
120 · 50
pP a = = 66 pólos → lado paraguaio
90,9
–8–
replacements
◮ Excitação de campo:
Piloto
Gerador CC
Gerador Sı́ncrono
Turbina
campo
campo gcc
campo
GS GS controle GCC GS
GS
manual + reostato
CC
Controle
Controle eletrônico Eletro-mecânico
–9–
3.2 Modelo da máquina sı́ncrona de pólos lisos
fonte
c.c.
If
campo
armadura
acionamento
GS
n
fonte
c.c.
If
Ia
campo
armadura
acionamento carga
GS
n
Pm Pe
das perdas
– 10 –
3.2.1 Máquina operando em vazio
eixo do estator
θ=0
eixo do rotor
θ = ω t0
rotor
φa
φM
a a′
estator
θ = ωt
– 11 –
◮ Corrente CC (if ) é aplicada no enrolamento de campo e gera um campo magnético
(H), que depende da intensidade da corrente e do caminho magnético:
if H
H B
B φ
– 12 –
◮ A máquina é construı́da de forma que o fluxo magnético tenha uma forma senoidal
no espaço.
eixo do estator
φ
φM
φa
ω t0 θ
eixo do rotor
φa (θ) = φM cos θ
φa (t) = φM cos ωt
– 13 –
◮ Pela lei de Faraday a tensão induzida no enrolamento da fase a do estator é:
d
ef (t) = −N φa (t)
dt
fluxo disperso
d
ef (t) = −N φf (t)
dt
= N φ′M ω sen ωt
= Vp sen ωt
– 14 –
x
φf (t) ef (t)
◮ Tanto o fluxo concatenado como a tensão induzida são senoidais. Chamando de:
Φf
Ef
– 15 –
3.2.2 Máquina operando sob carga
Considere o instante ωt = 0:
c′ b′
Fp Fp
Fa = Fp Fb = − Fc = − Fc Fa
2 2
Fr a
A força magnetomotriz resultante é: Fb
3 c
Fr a = Fp b
2
a′
– 16 –
◮ A força magnetomotriz total (resultante das três fmm das fases) é:
3
Fr a (t) = Fp cos (ωt)
2
– 17 –
Φf induz uma tensão Ef (atrasada Φf
de 90◦). Ef
Φr a
Φf
A corrente de carga Ia produz um
Ef
campo de reação de armadura Φr a
(em fase).
Ia
Φr a
Φf
φr a induz uma tensão Er a (atrasada
Ef
de 90◦).
Er a
Ia
Φr a
Φf Φt
A soma de Φf e Φr a resulta no
Ef
campo total de entreferro Φt .
Er a
Ia
– 18 –
Φr a
Φf Φt
A soma de Ef e Er a resulta na
Ef
tensão terminal do gerador Et .
Er a
Et
Ia
(*) ℓ → leakage
armadura
1 – linhas de campo que
passam pelo entreferro
1 2
condutor 2 – linhas de campo que
não passam pelo entreferro
– 19 –
3.2.5 Circuito equivalente
Et = Ef + Er a
◮ Verifica-se que:
◮ Assim:
Et = Ef − (−Er a )
= Ef − jxr a Ia
◮ Semelhança com a expressão obtida para uma fonte de tensão real composta por
uma fonte de tensão ideal e uma impedância interna.
– 20 –
◮ Incluindo os efeitos das perdas tem-se o circuito equivalente da máquina sı́ncrona de
pólos lisos:
perdas
Ia Ia
ra xℓ xr a ra xs
+ xs + + +
∼ Ef Et ∼ Ef Et
− − − −
Ef
– 21 –
3.2.6 Caracterı́stica potência-ângulo
Et = Ef − (ra + jxs ) Ia
= Ef − ra Ia − jxs Ia
Vt ∠0 = Vf ∠δ − ra Ia ∠ (−ϕ) − xs Ia ∠ (90◦ − ϕ)
= Vf cos δ + jVf sen δ − ra Ia cos ϕ + jra Ia sen ϕ − (1)
xs Ia cos (90◦ − ϕ) − jxs Ia sen (90◦ − ϕ)
– 22 –
◮ Multiplicando os dois lados da equação por Vt :
Ia
Vt Vf ∼ Pg , Qg
Vt Ia cos ϕ = P = sen δ
xs
Et
P Vt Vf
P = sen δ
Pmax xs
Vt Vf
Pmax =
xs
δl i m = 90◦
Vt Vf Vt2 Vt
Q= cos δ − = (Vf cos δ − Vt )
xs xs xs
– 23 –
◮ Em geral os geradores operam de forma que os ângulos de potência sejam de no
máximo 30◦ (tı́pico).
Exemplo
Pmax P
Sobrexcitada ← → Subexcitada
0 90 180
◦
δ[]
Vf Vt
Pmax = = 1,2 pu
xs
Vf cos δ − Vt = 0 δ = 33,6◦
– 24 –
Note que:
G
SISTEMA
∼ ELÉTRICO
◮ Cada gerador individualmente é em geral mais fraco que o conjunto dos demais.
– 25 –
◮ No caso de G, a tensão terminal será imposta pelo sistema, que é mais forte do que
ele.
barramento
infinito
xs
+ Ia +
If ∼ Ef Et constante
− −
– 26 –
◮ Dependento do fator de potência visto pelo gerador pode-se ter:
Ef
jxs Ia
δ carga indutiva
Et
Ia
Ef
jxs Ia
Ia
δ carga capacitiva
Et
Vt Vf Vt Vf Vt2
PG = sen δ QG = cos δ −
xs xs xs
Pode-se fazer uma simplificação que facilita as análises posteriores. As funções seno
e cosseno de ângulos pequenos (próximos a zero) podem ser escritas como
(decomposição em série de Taylor):
x3
sen x = x − + ··· ≈ x
6
x2
cos x = 1 − + ··· ≈ 1
2
– 27 –
e as expressões das potências ficam:
Vt Vf Vt Vf Vt2
PG = δ QG = −
xs xs xs
P
Pmax
90◦ δ
δ pequeno
– 28 –
Equações completas
ANTES DEPOIS
Vt Vf Vt Vf
Pg0 = sen δ 0 Pg = Pg0 + ∆Pg = sen δ 0 + ∆δ
x s
|{z} xs
const.
→ Pg varia → δ varia
Vt Vf V2 Vt Vf V2
Q0g = cos δ 0 − t Qg = Q0g + ∆Qg = cos δ 0 + ∆δ − t
xs xs xs xs
→ Pg varia → δ varia → Qg varia
Equações simplificadas
ANTES DEPOIS
Vt Vf 0 Vt Vf 0
Pg0 = Pg = Pg0 + ∆Pg =
δ δ + ∆δ
xs xs
→ Pg varia → δ varia
Vt Vf Vt2 Vt Vf Vt2
Q0g = − Qg = Q0g+ ∆Qg = − → ∆Qg = 0
xs xs xs xs
→ Pg varia → δ varia → Qg não varia!
– 29 –
◮ Controle da excitação de campo
Vt Vf Vt2
Qg = cos δ −
xs xs
Vt
= (Vf cos δ − Vt )
xs | {z }
(∗)
Ef
jxs Ia
δ
ϕ Et
Ia
– 30 –
Vf cos δ → projeção de Ef sobre o eixo de Et
Ef
jxs Ia
Ia
ϕ δ
Et
Ef
jxs Ia
δ
Ia Et
– 31 –
Equações completas
ANTES DEPOIS
0
0 Vt Vf 0 V t V f + ∆V f
sen δ 0 Pg0 = sen δ 0 + ∆δ
Pg =
xs xs
→ como não se alterou o
→ conjugado → Pg constante
0
0 Vt Vf 0 0 Vt2 0
V t V f + ∆V f 0
Vt2
Qg = cos δ − Qg = Qg + ∆Qg = cos δ + ∆δ −
xs xs xs xs
→ Vf varia → δ varia → Qg varia
– 32 –
3.3 Modelo da máquina sı́ncrona de pólos salientes
eixo direto d
If
eixo de quadratura q
– 33 –
◮ Equação básica:
Ef = Et + ra Ia + jxd Id + jxq Iq
◮ Diagrama fasorial:
Iq Eq Ef
q
δ
ϕ
Et jxq Iq
Ed
Id ra Ia
Ia
jxd Id
– 34 –
◮ Alguns valores tı́picos de reatâncias:
Iq Eq Ef
q
δ
ϕ
Et jxq Iq
Ed jxd Id
Id
Ia
ℜ
– 35 –
◮ Agora aparecem também os eixos real (ℜ) e imaginário (ℑ), considerando a tensão
terminal Et como referência angular. Logo:
Et = Vt ∠0◦
Ef = Ef ∠δ
Ia = Ia ∠ − ϕ
◮ Em termos fasoriais:
Ia = Id + Iq
Logo:
ou seja, trabalha-se aqui com as projeções das correntes no eixo real. De acordo
com o diagrama:
Vt sen δ = xq Iq
Vf − Vt cos δ = xd Id
ou:
Vt
Iq = sen δ
xq
Vf Vt
Id = − cos δ
xd xd
– 36 –
◮ Substituindo as expressões de Id e Iq na equação das projeções das correntes (2):
Vf Vt Vt
Ia cos ϕ = sen δ − cos δ sen δ + sen δ cos δ (×Vt )
xd xd xq
Vt Vf Vt2 Vt2
cos ϕ} =
|Vt Ia{z sen δ − cos δ sen δ + sen δ cos δ
xd xd xq
P
Vt Vf 1 1
P = sen δ + Vt2 − sen δ cos δ
xd xq xd
Vt Vf xd − xq 1
= sen δ + Vt2 sen 2δ
xd xd xq 2
V2
Vt Vf xd − xq
P = sen δ + t sen 2δ
| xd {z } |2 xd xq
{z }
pólos lisos saliência
– 37 –
◮ Curva [P × δ] para a máquina de pólos salientes:
k1 sen δ + k2 sen 2δ
Pmax
k1 sen δ
limite estático de δ
estabilidade (< 90◦) k2 sen 2δ
cos2 δ sen2 δ
Vt Vf
Q= cos δ − Vt2 +
xd xd xq
– 38 –
Exemplo
Pmax P
0 90 180
◦
δ[]
◮ Tensão terminal – 15 kV
Potência aparente – 100 MVA
Reatâncias xd , xq (pu), na base 100 MVA / 15 kV – 1,5 pu e 1,0 pu
Fator de potência nominal – 95%
– 39 –
3.5 Curvas de capacidade (capability)
3.5.1 Definição
P
S3
S1
S2
S′
S
capacitivo indutivo
A curva é composta por diversos trechos – existem diversos fatores que limitam
a operação da máquina.
– 40 –
S2 , S3 – pontos não satisfatórios – limites violados.
• Alguns desses pontos podem nunca ser atingidos – os limites da máquina são
tais que é impossı́vel atingı́-los.
◮ Curvas de capacidade podem ser traçadas para motores e geradores. Atenção será
dada aos geradores.
◮ Cada gerador possui uma famı́lia de curvas de capacidade, para diferentes tensões
terminais de operação.
◮ Fatores gerais:
– 41 –
◮ Fatores especı́ficos:
→ para uma tensão terminal constante → quanto mais indutiva for a carga
maior deve ser Ef e, portanto, maior o If (para que se tenha maior fluxo):
xs Ef
jxs Ia Ef′
+ Ia +
If ~ Ef Et
jxs Ia′
− −
Et
Ia
Ef = Et + jxs Ia Ia′
Ef′ > Ef
– 42 –
→ limitação das perdas no cobre do campo → limitação de If .
→ o ângulo φ de defasagem entre Vt e Iamax pode ser no máximo tal que a queda
em xa , jxa Iamax , caia sobre o lugar geométrico de Efmax :
Efmax Ef1
Ef2
Ef3
Iamax
ϕ1 Et
ϕ2 Ia1
ϕ3
Ia2
Ia3
– 43 –
→ nota-se na figura que para ϕ1, Ef1 cai dentro do lugar geométrico e para ϕ2
Ef2 cai sobre o lugar geométrico.
→ a potência convertida pelo gerador pode ser limitada pela potência mecânica
máxima que pode ser fornecida pela máquina primária (turbina hidráulica, a
vapor, gás etc.)
– 44 –
placements
◮ Levando em consideração todos os fatores obtém-se a curva de capacidade da
máquina para um certo Vt :
AB – Limitação por If
BC – Limitação por Ia
P CD – Limitação pela máquina primária
D C DE – Limitação por Ia
B EF – Limitação por estabilidade
FG – Limitação por excitação mı́nima
E
φ
F
G O A Q (ind)
– 45 –
3.5.3 Traçado da curva de capacidade
Ef = Et + jxs Ia
Ef
xs Ia
δ Et
O′ O
ϕ
Ia
→ Considere que Ia está no seu valor máximo (limite de perdas cobre na armadura).
→ Considere que Ef está no seu valor máximo (limite de perdas cobre no campo).
– 46 –
◮ Mantendo as condições anteriores, a carga pode variar de puramente indutiva (Ia
90◦ atrasada em relação a Vt ) a puramente capacitiva (Ia 90◦ adiantada em relação
a Vt ).
Ef A
xs Ia
δ Et
O′ C O B
ϕ
Ia
→ pontos sobre BAC (operação limite) e pontos internos a BAC são permitidos.
– 47 –
◮ A extremidade de Ef se encontra com a extremidade de jxs Ia .
Ef A
xs Ia
δ Et
O′ C O D B
ϕ
Ia
– 48 –
◮ A fim de satisfazer ao mesmo tempo as duas limitações (Ef e Ia – dois lugares
geométricos) → delimita-se a área de operação permitida pelo contorno DAC:
Ef A
xs Ia
δ Et
O′ C O D B
ϕ
Ia
Vt
Ef = Et + jxs Ia ×
xs
Vt Ef Vt Et
= + jIa Vt
xs xs
– 49 –
◮ Redesenhando o diagrama fasorial tem-se:
Vt Vf
A
P xs
ϕ
Vt Ia
δ
O′ C Vt2 O Q DB Q (ind)
ϕ
xs
Ia
– 50 –
→ agora o contorno DAC representa a curva de capacidade do gerador.
→ esta curva, em sua forma mais simples, representa somente as limitações devido
ao aquecimento dos enrolamentos de campo (DA) e armadura (AC).
– 51 –
◮ Incluindo o limite de estabilidade: o limite teórico de estabilidade ocorre para
δ = 90◦:
Vt Vf
P max =
xs
em que Ef é perpendicular a Et :
Vt Vf
, para δ = 90◦
xs
Vt Vf
A
P xs
ϕ
Vt Ia
δ
O′ C Vt2 O Q DB Q (ind)
ϕ
xs
Ia
– 52 –
→ no caso da máquina exemplo, P max cai fora da região permitida.
→ neste caso, outros fatores limitantes entram em consideração antes que o limite
de estabilidade seja atingido → o limite de estabilidade não precisa ser considerado.
A
Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦
xs
E
Vt Ia
ϕ
δ
C O′ ϕ Vt2 O D B Q (ind)
xs
Ia
– 53 –
→ deve-se trabalhar sempre com uma margem de segurança para evitar que o limite
de estabilidade seja atingido → define-se então o limite prático de estabilidade.
→ para cada valor de Vf a nova potência máxima será limitada ao valor resultante
da diferença entre a potência máxima teórica para este valor de Vf e 10% da
potência nominal da máquina.
S
0,1Pn S′ P
A
Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦
xs
E
Vt Ia
ϕ
δ
C O ′
ϕ Vt2 O D B Q (ind)
xs
Ia
– 54 –
→ e a curva de capacidade fica então:
S
0,1Pn S′ P
A
N Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦
xs
E
Vt Ia
ϕ
δ
C O ′ F
ϕ Vt2 O D B Q (ind)
xs
Ia
– 55 –
◮ É possı́vel também considerar o limite prático de estabilidade através de um ângulo
δ max , por exemplo:
δ max = 75◦
◮ Neste caso, a inclusão desse limite no diagrama de capacidade é trivial e resulta em:
A
Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦ N
xs
E
Vt Ia
δ max
ϕ
δ
C O′ F ϕ Vt2 O D B Q (ind)
xs
Ia
– 56 –
→ deve também haver um limite inferior de excitação da máquina → o controle fica
muito difı́cil – o limite é:
mi n Vt Vfmi n
P =
xs
S
0,1Pn S′ P
A
N Vt Vf
Vt Vf xs
, para δ = 90◦
xs
E
Vt Ia
ϕ
F
δ
C O′ G Vt2 O D B Q (ind)
ϕ
xs
Ia
– 57 –
→ finalmente, deve-se levar em conta a limitação da máquina primária (turbina) →
linha horizontal, correspondente à máxima potência permissı́vel da máquina primária.
AB – Limitação por If
BC – Limitação por Ia
P CD – Limitação pela máquina primária
D C DE – Limitação por Ia
B EF – Limitação por estabilidade
FG – Limitação por excitação mı́nima
E
φ
F
G O A Q (ind)
Exemplo
– 58 –
A corrente nominal da máquina é:
S
Ia = = 1,11 pu
Vt
Vt Vt
Ef = Et + jVt Ia
xs xs
1,0 1,0
· 2,6 ∠δ = · 1,0 ∠0◦ + |∠90 ◦
·1,0 · 1,11 ∠ − ϕ (Et é referência angular)
1,67 1,67 {z }
j
O′ Vt2/xs O
– 59 –
(2) Com centro em O′ , traçar cı́rculo com raio 1,5569, que corresponde a Vt Vfmax /xs
(limitação de campo, lugar geométrico de Vfmax ) → D · · · .
Com centro em O, traçar cı́rculo com raio 1,11, que corresponde a Vt Ia (limitação
de armadura, lugar geométrico de Iamax ) → BAC.
C O′ Vt2/xs O D B
– 60 –
(3) Traçar os eixos P e Q.
Os cı́rculos traçados no passo (2) correspondem aos lugares geométricos para Vfmax
(perdas ferro) e Iamax (perdas cobre), e já definem o diagrama de capacidade básico
para a máquina DAC.
Vt Vf /xs
Vt Ia
C O′ Vt2 /xs O D B Q
– 61 –
(4) Traçar linha paralela ao eixo P passando por O′ → linha tracejada O′ E corresponde
a δ = 90◦ → limite de estabilidade estática → diagrama de capacidade agora é
DAEO′ .
E
A
Vt Vf /xs
Vt Ia
C O′ Vt2 /xs O D B Q
– 62 –
(5) O ângulo ϕ foi obtido anteriormente. Ele também pode ser obtido a partir do
próprio diagrama de capacidade, como sendo o ângulo entre o eixo P e a linha OA,
que corresponde à potência aparente Vt Ia .
10% deste valor, ou seja, 0,0865 pu deve ser descontado para a obtenção da curva
prática do limite de estabilidade.
– 63 –
x
P
S
E
A
Vt Vf /xs
Vt Ia
C O′ X Vt2 /xs O D B Q
– 64 –
(6) Excitação mı́nima:
E
A
Vt Vf /xs
Vt Ia
F
C O′ X G Vt2 /xs O D B Q
– 65 –
(7) Incluir a limitação da máquina primária → linha paralela ao eixo Q para P = 1,0 pu.
P
H C
O′ G O D Q
Trecho Limite
– 66 –
Exemplo
Este valor já foi obtido anteriormente durante o traçado do diagrama e vale:
OB
fp = cos ϕ = = 0,78
OA
P
H C
B A
O′ G O D Q
– 67 –
(b) Obtenha os limites de potência reativa quando a máquina fornece 0,8 pu de
potência ativa.
Traçar linha paralela ao eixo Q para P = 0,8 pu. Os limites são dados pela
intersecção da linha com o diagrama.
P
H C
A
0,8
O′ G Qmi n O Qmax D Q
(c) Determine a potência ativa a partir da qual as perdas cobre são importantes na
definição dos limites de potência reativa.
P = 0,87 pu, que corresponde ao trecho OB mostrado no item (a). Para potências
ativas geradas maiores que este valor, Qmax será limitado pelas perdas cobre.
– 68 –
(d) A máquina fornece 1,0 pu de potência ativa. Determine Vf tal que δ = 30◦. Se a
operação sob as condições especificadas não for possı́vel, determinar o mı́nimo valor
de δ.
P
H C
F 30◦
O′ G O D Q
A linha não cruza o trecho CH, portanto, a operação sob essas condições não é
possı́vel. O ângulo δ mı́nimo é obtido traçando-se uma linha a partir de O′ que
passe por C. Neste caso, a máquina operará fornecendo potência ativa de 1,0 pu e
reativa máxima Qmax = 0,49 pu. O ângulo δ mı́nimo será igual a:
1,0
δ = tg−1 = 42,8◦
1,08
– 69 –
x
P
H C
δ
F
O′ G O Qmax D Q
Vt Vf O ′ C · xs 1,47 · 1,67
O′ C = 1,47 = → Vf = = = 2,45 pu
xs Vt 1,0
– 70 –
Máquina de pólos salientes
Vt2
Vt Vf xd − xq
P = sen δ + sen 2δ
xd 2 xd xq
| {z }
relutância
Ef = Et + jxd Id + jxq Iq
◮ Diagrama fasorial:
eixo q
B
Ef
jxq Iq
A
Iq
O′ δ jxd Id
ϕ Et O
Ia
Id
eixo d
– 71 –
◮ Prolongar a linha de Ia e traçar uma linha perpendicular a ela passando pelo ponto
O. Prolongar AB e obter o ponto de intersecção S.
S eixo q
B
Ef
jxq Iq
A
Iq α
δ jxd Id
O′ ϕ Et O
α
Ia
Id E
D
eixo d
O′ D OA
=
DE AS
Id xd Id
=
Iq xq Iq + BS
BS = (xd − xq ) Iq
AS = AB + BS → AS = xd Iq
OS 2 = OA2 + AS 2 → OS = xd Ia
– 72 –
◮ Observando novamente o diagrama:
S eixo q
B
C
Ef jxq Iq
A
Iq
δ jxd Id
O′ ϕ Et O
Ia
Id E
D
eixo d
AS BS
=
OS CS
xd Iq (xd − xq ) Iq
=
xd Ia CS
CS = (xd − xq ) Ia
OC = OS − CS → OC = xq Ia
– 73 –
◮ Variando o ângulo do fator de potência de −90◦ a 90◦ (puramente indutivo a
puramente capacitivo), o fasor Ia descreve uma semi-circunferência em torno de O′ .
S eixo q
B
C
Ef jxq Iq
A
Iq
δ jxd Id
O′ ϕ Et O
Ia
Id E
D
eixo d
Vt Vt xq
Ef = Et + jVt Id + jVt Iq
xd xd xd
– 74 –
◮ O diagrama fica:
S eixo q
B
C
Vf Vt /xd
Vt Ia
A
Iq
δ Vt Id
O′ ϕ Vt2 /xd O Q
Ia
Id E
D
eixo d
– 75 –
◮ Obtenção da curva de aquecimento do campo:
→ lembre que para máquinas de pólos lisos esta curva era uma semi-circunferência
de centro em O′ e raio Vt Ef /xs .
→ a partir do ponto S foi traçada uma paralela à direção de O′ B até o ponto O′′ .
S
eixo q
B
C
Vf Vt /xd Vt Ia
′
C A
Iq
δ Vt Id
O′′ O′ ϕ Vt2/xd O Q
Ia
Id E
D
eixo d
– 76 –
→ Relações:
Vf Vt
C ′ S = O′ B =
xd
′ ′ xq
O C = BS = Vt Iq 1 −
xd
xq Vt2
AB = OX = Vt Iq = sen δ
xd xd
AB O′ C ′
sen δ = ′ = ′′ ′
O O O
′ ′
O O · O C 1 1
O′′ O′ = = Vt2 −
AB xq xd
′′ Vt2 ′′ ′
O O =O O+OO =
xq
S
eixo q
B
C
Vf Vt /xd Vt Ia
C′
A
Iq
δ Vt Id
O ′′
O ′ ϕ Vt2/xd O Q
Ia
Id E
D
eixo d
– 77 –
→ obter outros pontos do tipo S, por exemplo → S ′ → traçar reta a partir de O′′
determinando o ponto F .
S′
S
eixo q
B
C
F Vf Vt /xd
C′ Vt Ia
A
Iq
δ Vt Id
′ E ϕ Vt2/xd O
O′′ O D Q
Ia
Id E
D
eixo d
– 78 –
◮ O lugar geométrico dos limites de estabilidade é uma curva que pode estar fora ou
dentro da curva de capacidade. A curva é obtida, para cada valor de Vf , por:
2 2
V2 v2
∂
P =0 → Q+ t + Q+ t P2 = 0
∂δ xq xd
O′′ O′ E O D Q
– 79 –
→ para obter o limite prático de estabilidade, dar folga de 0, 1Pn e construir a curva
do limite prático de estabilidade da mesma forma que foi feito para a máquina de
pólos lisos, lembrando que as curvas de aquecimento de campo são cardióides.
S
0,1Pn S′
S
D
O′′ O′ F O D Q
– 80 –
3.6 Limites do gerador sı́ncrono no problema de fluxo de carga
P esp
– 81 –
◮ Em análises envolvendo a determinação de ações de controle, por exemplo, pode-se
também especificar limites de geração de potência ativa, ou seja, Pgmi n ≤ Pg ≤ Pgmax :
P max
P mi n
– 82 –
3.7 Materiais de apoio
◮ http://www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/Geracao II - Geracao
Termoeletrica.pdf
◮ http://www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/Geracao IV - Gerador.pdf
Gerador de
Marmelos Zero
Descida do primeiro
rotor de Itaipu
– 83 –
3.8 Referências
◮ P.M. Anderson, A.A. Fouad, Power system control and stability, IEEE Press, 1993.
– 84 –
Apêndice – Reação de armadura
Gerador Carga
– 85 –
As correntes também têm os mesmos valores eficazes e são defasadas de 120◦ umas das
outras. Nota-se que é considerada a seqüência de fases abc. A corrente da fase a em
função do tempo é dada por:
ia (t)
90 180 270
−90 0 ωt [◦]
A corrente ia (t) circula pela bobina da fase a do gerador, criando uma força
magnetomotriz (fmm) também senoidal em relação ao tempo:
Fa (t) = F cos ωt
a ⊙ ⊗ a′
– 86 –
Como as bobinas das fases são acomodadas em ranhuras distribuı́das ao longo do
estator, a fmm distribui-se senoidalmente no espaço.
No instante t = 0 tem-se:
ωt = 0 e ia (0) = I
A corrente tem seu valor máximo. A fmm induzida apresenta também o seu valor
máximo F ao longo do eixo da fase a e varia senoidalmente para θ variando:
Fa (θ)
F
eixo da fase a
– 87 –
A fmm apresenta um valor máximo de F /2 ao longo do eixo da fase a e se distribui
senoidalmente:
Fa (θ)
F /2
−180 −90 90 180
0 θ [◦ ]
eixo da fase a
eixo da fase a
θ [◦ ]
0 60 90
– 88 –
Os comportamentos das correntes e das fmm’s das fases b e c são os mesmos que os
da fase a, só que defasados de −120◦ e 120◦, respectivamente.
Para t0 = 0:
ia (t0 ) = I
ωt0 = 0 e ib (t0 ) = I cos (−120◦) = −I/2
ic (t0 ) = I cos (120◦) = I/2
Os valores de pico das fmm’s são F (fase a), −F /2 (fase b) e −F /2 (fase c) ao longo
dos respectivos eixos, distribuindo-se senoidalmente no espaço:
c a b
fmmb
θ [◦ ]
fmmc
fmma
Para θ0 = 0 tem-se:
Fa (θ0 ) = F
Fb (θ0) = F /4
Fc (θ0) = F /4
que resulta em uma fmm total de 3F /2. Note que para θ = ±90◦ a fmm total é nula.
Para θ = ±180◦ a fmm total é −3F /2. Conclui-se que, no espaço, a fmm total
distribui-se senoidalmente, e:
3
Fr a = F cos θ
2
– 89 –
Pode-se também visualizar a situação da seguinte maneira:
b′ c
Fr a
Fa
a Fb a′
Fc
b
′
c
Para t1 = π/3ω:
Os valores de pico das fmm’s são F /2 (fase a), F /2 (fase b) e −F (fase c) ao longo
dos respectivos eixos, distribuindo-se senoidalmente no espaço:
c a b
fmma
θ [◦ ]
fmmb
fmmc
– 90 –
Para θ1 = 60◦ tem-se:
Fa (θ1 ) = F /4
Fb (θ1 ) = F /4
Fc (θ1) = F
que também resulta em uma fmm total de 3F /2. Note que para θ = 150◦ e θ = −30◦
(variação de ±90◦ em torno de θ1) a fmm total é nula. Tem-se ainda que a fmm total
vale −3F /2 para θ = 240◦ e θ = −120◦ (variação de ±180◦ em torno de θ1), indicando
que a fmm total distribui-se senoidalmente no espaço. A diferença agora é que o valor
de pico está deslocado de um ângulo de 60◦, que corresponde ao valor de ωt1 .
3
Fr a = F cos (θ − ωt)
2
b′ c
Fr a
Fa
a Fc
a′
Fb
b
′
c
– 91 –
Realizando esta análise para vários ângulos conclui-se que a fmm apresenta uma
distribuição senoidal no espaço e a posição de seu valor de pico 3F /2 gira no tempo,
com velocidade angular ω, configurando assim um campo girante.
– 92 –
ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I
1 Semestre 2011
Capı́tulo 4 – Transformador de potência
4.1 Introdução
relação ≈ 1 : 1
defasagem entrada-saı́da
◮ Considerar o diagrama unifilar do circuito trifásico e seu respectivo circuito por fase
mostrados a seguir.
R X
0,2Ω/fase I
∼ ∼ Vf 300 MW
17,3 kV
900 MW
fp = 1 Vf = 17,3
√ = 10 kV
3
–1–
Perdas de potência ativa por fase na linha de transmissão:
Pp = R | I |2
Pφ = | Vf | | I | fp (fp ≈ 1)
Pφ
= | Vf | | I | → | I |=
| Vf |
Note que considerou-se o fator de potência visto pela fonte como unitário, ou seja,
o efeito da reatância da linha foi desprezado.
Coeficiente de perdas:
Pp R | I |2 R (Pφ / | Vf |)2 R Pφ
η= = = =
Pφ Pφ Pφ | Vf |2
–2–
◮ Considerar agora que a transmissão é feita em um nı́vel de tensão dez vezes maior:
P ′ = 0,98 P
Devido às perdas de potência ativa na linha, a potência que chega ao transformador
abaixador é:
–3–
Após computadas as perdas no transformador abaixador, a potência entregue à
carga é:
P − P ′′′
ηtotal = = 0,0454
P
◮ Descrição geral:
i1 φ i2
+ +
Fonte v1 N1 N2 v2 Carga
− −
Primário Secundário
Alta/Baixa tensão Baixa/Alta tensão
–4–
◮ Hipóteses:
Não há dispersão de fluxo magnético – todo o fluxo φ está confinado no núcleo
e é concatenado com ambas as bobinas
Não há perdas no núcleo – não há histerese nem correntes parasitas
◮ Circuito equivalente:
I1 I2
+ +
V1 V2
− −
N1 : N2
◮ Relações:
Tensões e correntes:
V1 I2 N1
= = =a
V2 I1 N2
–5–
Potências:
S1 = V1 I1∗ = V2I2∗ = S2
Impedâncias:
I1 I2
+ +
V1 Z1 V2 Z2
− −
N1 : N2
V1 aV2 V2
Z1 = = = a2 = a 2 Z2
I1 I2 /a I2
–6–
4.4 Transformador monofásico real
◮ São consideradas:
Dispersão de fluxo
Corrente de magnetização
◮ Circuito equivalente:
r1 x1 x2 r2
Iϕ I1′
+ I1 + + I2 +
V1 xm rc V1′ V2′ V2
Im Ic
− − − −
N1 : N2
Transformador ideal
–7–
◮ A relação de espiras é válida para V1′ e V2′ e para I1′ e I2.
◮ Em vazio:
I2 = 0 → I1′ = 0
I1′ = 0
+ I1 Iϕ I2 +
V1 xm rc V2
Im Ic
− −
N1 : N2
Transformador ideal
–8–
A tensão no secundário é :
V1
V2 =
a
I1 = Iϕ
Ic V1
Im
Iϕ
–9–
◮ Com carga:
r1 x1 a 2 x2 a2 r2
+ I1
Iϕ I2/a +
V1 xm rc aV2
Im Ic
− −
r1 + a2 r2 x1 + a 2 x2
+ +
I1 = I2/a
V1 aV2
− −
– 10 –
Em geral para transformadores de potência (a partir de centenas de KVA) as
perdas ôhmicas podem ser desprezadas:
x1 + a 2 x2 = x
+ +
I1 = I2/a
V1 aV2
− −
I1 I2
+ +
V1 V2 V1 = 120 V I1 = 250 A
V2 = 240 V I2 = 125 A
− −
N1 : N2
S = V1 I1 = V2 I2 = 30 kVA
– 11 –
◮ Se for feita uma ligação fı́sica entre os enrolamentos primário e secundário tem-se o
autotransformador :
I2
N2
I1 + I2
V1 + V2
+
V1 N1
− −
– 12 –
4.6 Autotransformador real
Exemplo
+ +
V1 V2
tap
− −
12,5 A 12,5 A
+ +
Relação 1:1
– 13 –
1. o autotransformador tem relação de transformação 1 : 1.
Considere agora a mesma carga sendo alimentada por uma fonte de 1000 V:
10 A 12,5 A
+ +
200 V
1000 V 800 V Carga
2,5 A
− −
Relação 5:4
– 14 –
5. perdas na porção 1/5:
1
P1 = R · 102 = 20R
5
4
P2 = R · 2, 52 = 5R
5
Considere agora a mesma carga sendo alimentada por uma fonte de 1600 V:
6,25 A 12,5 A
+ +
800 V
1600 V 800 V Carga
6,25 A
− −
Relação 2:1
– 15 –
3. a potência na fonte deve ser também 10 kVA. Logo a corrente da fonte é
10000/1600 = 6, 25 A.
1
P1 = R · 6,252 = 19,53R
2
1
P2 = R · 6,252 = 19,53R
2
– 16 –
Exemplo
Ie Is Ie Is
+ + + +
I1 N1 N1 I1
Ve Vs Ve Vs
N2 N2
I2 I2
− − − −
Abaixador Elevador
Ve Is N1 + N2
= = =a>1
Vs Ie N2
N1 N2
P = RI12 + RI22
N
1 + N 2 N 1 + N 2
1 1
= 1− RIe2 + R (Is − Ie )2
a a
a−1 1
= RIe2 + R (a − 1)2 Ie2
a a
= RIe2 (a − 1)
Para a = 1 não há perdas e estas aumentam à medida que a se distancia de 1 (neste
caso a > 1 sempre).
– 17 –
Para o autotrafo elevador:
Ve Is N2
= = =a<1
Vs Ie N1 + N2
As perdas são:
N1 N2
P = RI12 + RI 2
N1 + N2 N1 + N2 2
= (1 − a) RIs2 + aR (Is − Ie )2
2
a − 1
= (1 − a) RIs2 + aR Is2
a
1
= RIs2 −1
a
Para a = 1 não há perdas e estas aumentam à medida que a se distancia de 1 (neste
caso a < 1 sempre).
– 18 –
4.7 Transformador trifásico
H1 X1 a b c
a
H2 X2 H1 H2 H3
A
H1 X1
b
C
H2 X2
B
H1 X1 X1 X2 X3
c
A C B
H2 X2
◮ Normalmente utiliza-se:
– 19 –
◮ O banco trifásico tem a vantagem da possibilidade de mudança das ligações.
◮ Ligação Y -∆:
◮ Ligação ∆-Y :
◮ Ligação ∆-∆:
◮ Ligação Y -Y :
Este problema pode ser contornado com o aterramento fı́sico dos neutros dos
enrolamentos.
– 20 –
Exemplo
(a) Ligação Y -Y
A B a b
+ + + +
1 2 1 2
N n
3 3
+ +
C c
VAN V √ V
=a → Van = ∠0◦ → Vab = 3 ∠30◦
Van a a
VAB
=a
Vab
∗
√ √
IA Vab IA 1
S= 3 VAB IA∗ = 3 Vab Ia∗ → = → =
Ia VAB Ia a
– 21 –
(b) Ligação Y -∆
Ia
A B
+ + Iab
1 2 a +
IA N
1
Ica 3 2 b
+
+
3 c Ibc
+
VAN V
=a → Vab = ∠0◦
Vab a
VAB √
= a 3 ∠30◦
Vab
∗
√ √
IA Vab IA 1
S= 3 VAB IA∗ = 3 Vab Ia∗ → = → = √ ∠30◦
Ia VAB Ia a 3
– 22 –
Trocando duas fases de alimentação (equivale a considerar a seqüência de fases
ACB):
Ib
B A
+ + Iba
1 2 b +
IB N
1
Icb 3 2 a
+
+
3 c Iac
+
VBN V V
=a → Vab = − ∠ − 120◦ = ∠60◦
Vba a a
VAB √
= a 3 ∠ − 30◦
Vab
∗
√ √
IA Vab IA 1
S= 3 VAB IA∗ = 3 Vab Ia∗ → = → = √ ∠ − 30◦
Ia VAB Ia a 3
– 23 –
(c) Ligação ∆-Y
Ia
IA
a b
+ +
IAB 1 2
A +
n
1
ICA 3 2 B
+
+ 3
C IBC
+
√
VAB 3V
=a → Van = ∠30◦
Van a
3V
Vab = ∠60◦
a
VAB a
= √ ∠ − 30◦
Vab 3
√
IA 3
= ∠ − 30◦
Ia a
– 24 –
Trocando duas fases de alimentação (equivale a considerar a seqüência de fases
ACB):
Ib
IB
b a
+ +
IBA 1 2
B +
n
1
ICB 3 2 A
+
+ 3
C IAC
+
√ √
VBA 3V 3V
=a → Vbn =− ∠ − 150◦ → Van = ∠ − 30◦
Vbn a a
3V
Vab = ∠0◦
a
VAB a
= √ ∠30◦
Vab 3
√
IA 3
= ∠30◦
Ia a
– 25 –
(d) Ligação ∆-∆
IA Ia
A + IAB + Iab
a
1 1
ICA 3 2 B Ica 3 2 b
+ +
+ +
C IBC c Ibc
VAB
=a
Vab
IA 1
=
Ia a
Y -∆ Y -∆
138/13,8 kV 138/69 kV
Y -∆
138/69 kV
– 26 –
Exemplo
Obter a potência complexa fornecida por um gerador trifásico que alimenta uma carga
através de um banco de transformadores ideais e de uma linha de transmissão. O banco
de transformadores é formado por 3 transformadores monofásicos de 20 MVA,
20/200 kV, ∆-Y . O circuito equivalente por fase de linha de transmissão resume-se à
impedância série ZL = 0 + j 100 Ω. A tensão de linha na carga é de 340 kV e a carga
consome 30 MVA com fator de potência 0,8 atrasado.
Diagrama unifilar:
∼
∆-Y
Circuito completo:
60 MVA
√
20/200 3 kV
– 27 –
Tensão de fase na carga:
340
Va′ n′ = √ ∠0◦ kV (referência angular)
3
30
Sc = ∠ cos−1 0,8 = 10 ∠36,87◦ MVA
3
∗
Sc
Ia = = 50,94 ∠ − 36,87◦ A
Va ′ n ′
S = 3 (Sc + SL )
= 3 Van Ia∗ = 30,47 ∠38,04◦ MVA
VAB 20
= → VAB = 19,94 ∠1,17◦ kV
Van 200
– 28 –
Tensão de fase nos terminais no gerador:
VAB
VAN = √ ∠ − 30◦ = 11,51 ∠ − 28,83◦ kV (seq. fase ABC)
3
IAB 200
= → IAB = 509,43 ∠ − 36,87◦ A
Ia 20
√
IA = 3 IAB ∠ − 30◦ = 882,35 ∠ − 66,87◦ A
√
VL = 11,51 3 = 19,94 kV
– 29 –
4.8 Transformadores de três enrolamentos
◮ Estrutura básica:
I1 I2
N2 E2
E1 N1
N3 I3 E3
◮ Terceiro enrolamento:
Baixa tensão
– 30 –
x
Rede teste IEEE 14 barras
7 8
I2
I1
N2 E2
E1 N1
N3 I3 E3
– 31 –
◮ As relações entre tensões e correntes são obtidas utilizando-se o mesmo raciocı́nio
que para o transformador de dois enrolamentos.
Para as tensões:
E1 E2 E3
= =
N1 N2 N3
N1 I1 = N2 I2 + N3 I3
N1 N1
E1 = E2 = E3
N2 N3
= a2 E2 = a3 E3
N2 N3
I1 = I2 + I3
N1 N1
I2 I3
= +
a2 a3
– 32 –
cujas equações são atendidas pelo seguinte diagrama:
I2 /a2
I1
I3 /a3
a2 E2
E1
a3 E3
Z2 I2/a2
I1 Z1
I3/a3
a2 E2
E1 rc xm Z3
a3 E3
– 33 –
◮ Os parâmetros shunt podem ser determinados através de ensaios de circuito aberto
→ enrolamentos 2 e 3 em aberto, tensão nominal aplicada ao enrolamento 1.
Z12 = Z1 + Z2
Z13 = Z1 + Z3
Z23 = Z2 + Z3
1
Z1 = (Z12 + Z13 − Z23)
2
1
Z2 = (Z12 + Z23 − Z13)
2
1
Z3 = (Z13 + Z23 − Z12)
2
– 34 –
4.9 Transformadores com tap variável
posição máxima
posição mı́nima
V1 V2
– 35 –
◮ Tomando novamente o exemplo do transformador da subestação de distribuição:
Distribuição
Transmissão
Carga
Restante
da rede
∼ Carga
Transformador
com tap variável
– 36 –
◮ Estrutura geral do transformador:
TC
∼ Carga
comutador de tap
+ − TP
retardo de tempo
V ajuste
I
– 37 –
Largura de faixa – variação de tensão permitida entre a tensão de referência e a
tensão provocada pela carga. Exemplo: se a tensão é especificada em 127 V e a
margem é de 2 V, o regulador comutará o tap para que a tensão esteja na faixa
[125, 129] V. Isto evita o excesso de acionamentos do comutador de tap
temporização
atuação do
comutador de tap
largura
referência
de faixa
tempo
– 38 –
Compensação por queda de tensão na linha (line drop compensation – LDC) –
compensa a queda de tensão da linha entre o regulador de tensão e um centro de
carga determinado, localizado a uma distância elétrica do regulador (RL + j XL )
TC R L + j XL
∼ Carga
comutador de tap
+ − TP
retardo de tempo
V ajuste
R X I
– 39 –
◮ Autotransformadores reguladores de tensão:
RT
∼
RT
banco de
capacitores
– 40 –
4.9.1 Transformadores reguladores
◮ Diagrama:
∆Va
− +
a A
b B
c C
– 41 –
4.9.2 Transformadores defasadores
◮ Diagrama:
Van
Van + ∆Va
∆Va
a ∆Va
∆Vb α
α
b c
∆Vc
– 42 –
◮ A tensão de saı́da da fase a é igual à tensão de entrada somada a uma tensão ∆Va
que é induzida pela tensão de linha Vbc , que por sua vez é defasada de Va de um
ângulo de 90◦ .
Exemplo
I1 I2
+ +
4400/220 V
É vantajosa a escolha das tensões de base Vb1 e Vb2 tais que Vb1/Vb2 = a onde a é a
relação de transformação.
– 43 –
Como a potência de entrada é igual à potência de saı́da (desconsiderando as perdas) →
a potência de base deve ser igual para os dois lados. Escolhendo:
Vb1 = 4400 V
Vb2 = 220 V
Sb = 22 kVA
Ib1 = Sb /Vb1 = 5 A
Ib2 = Sb /Vb2 = 100 A
Como a mesma potência de base foi escolhida para os dois lados, as correntes de base
dos enrolamentos também seguem a relação Ib1/Ib2 = 1/a.
Uma certa corrente no enrolamento de alta tensão pode ser expressa em pu como:
I1 I2 /a
i1 = =
Ib1 Ib1
I2 /a I2
= = = i2
Ib2/a Ib2
– 44 –
ou seja, as correntes em pu nos dois enrolamentos são iguais. O mesmo vale para uma
certa tensão no enrolamento de alta tensão:
V1 aV2
v1 = =
Vb1 Vb1
aV2 V2
= = = v2
aVb2 Vb2
Para as impedâncias:
Z1
z1 =
Zb1
a 2 Z2
= 2 /S
Vb1 b
2
a Z2
= 2 /S
a2 Vb2 b
2
a Z2
=
a2 Zb2
Z2
= = z2
Zb2
– 45 –
Exemplo
G TR LT C
O circuito em pu será:
rT xT rLT xLT
∼ e i zc
O circuito é dividido em duas áreas, referentes aos dois lados do transformador. Nota-se
que os parâmetros do circuito equivalente do transformador já são dados em pu (na
verdade, são dados em valores percentuais), calculados na base nominal do mesmo
(tensões nominais, potência nominal).
– 46 –
Para o lado de baixa tensão do transformador (área 1) tem-se os seguintes valores de
base:
Vb1 = 13,8 kV
Sb = 1,5 MVA
Vb2 = 220 kV
Sb = 1,5 MVA
rT = 0,03 pu
xT = 0,08 pu
– 47 –
A magnitude de tensão e potência aparente na carga são:
| vC | = 200/220 = 0,9091 pu
| sC | = 1/1,5 = 0,6667 pu
vC = 0,9091 ∠0◦ pu
sC = 0,6667 ∠36,87◦ pu
∗
sC
i= = 0,7334 ∠ − 36,87◦ pu
vC
ou 13,53 kV.
– 48 –
A potência fornecida pelo gerador é:
sG = e i ∗ = 0,7192 ∠39,56◦ pu
o que corresponde a 1,08 MVA com um fator de potência visto pela fonte de 77%
indutivo.
Exercı́cio
Repetir o exemplo anterior considerando como valores de base 1 MVA e 200 kV no lado
da carga. Calcular também o total de perdas de potência no transformador e na linha de
transmissão. Observação: os valores que já estão em pu devem ser convertidos para as
novas bases.
Exemplo
20/440 kV
500 MVA
x = 5%
– 49 –
Os possı́veis modelos para o transformador são:
j X1 j X2
ou Xi em Ω
modelo 1 modelo 2
A reatância do transformador (x = 5%) foi calculada com base nos valores nominais. Se
for escolhido o modelo 1 (X referido ao lado de baixa tensão), tem-se Vb2 = 20 kV e
Sb = 500 MVA. Então:
2
Vb1 202
X1 = x Zb1 =x = 0,05 · = 0,04 Ω
Sb 500
Caso seja escolhido o modelo 2, ou seja, com X referido ao lado de baixa tensão,
tem-se:
2
Vb2 4402
X2 = x Zb2 =x = 0,05 · = 19,36 Ω
Sb 500
X1 0,04 202
= = 0,002066 = 2
= a2
X2 19,36 440
então deve-se primeiro transformar a reatância em Ohms usando a base original e voltar
para pu considerando a nova base. Assim:
– 50 –
velho
novo velho Zb1
x =x novo
Zb1
velho 2
Vb1 novo
Sb1
= x velho
Sb1velho novo 2
Vb1
velho 2 novo
Vb1 Sb1
= x velho novo velho
Vb1 Sb1
Neste caso:
2
20 250
x novo = 0,05 · · = 0,016 pu
25 500
4.11 Autotransformadores em pu
– 51 –
4.12 Transformadores trifásicos em pu
Dados de placa (nominais) do trafo trifásico: V1L, V2L, S3φ, zT (pu ou %, de fase).
◮ Idéia básica: escolher os valores de base iguais aos valores nominais do trafo.
√
Vb1 = VN1 = 3V1 Para as bases escolhidas, a impedância do
√ circuito equivalente do trafo trifásico em pu
Vb2 = VN2 = 3V2
é igual a zT .
Sb = 3S = S3φ
√
Vb1 = VN1 = 3V1
Novamente, a impedância do circuito equi-
Vb2 = VN2 = V2 valente do trafo trifásico em pu é igual a zT .
Sb = 3S = S3φ
– 52 –
Exemplo
Vg 500 kV
∼ 9 MVA
Y-Y x = 1000 Ω fp = 1
10 MVA
15/500 kV
xT = 2%
XT 1 1 XL Pc
∼
Pc = 3 MW
XT 2 2 XL Pc
∼ XL = 1000 Ω
2 152
XT 3 3 XL Pc XT = · = 0,45 Ω
100 10
∼
– 53 –
O circuito por fase é:
XT XL
∼ 1 1 Vc P
−
√ √
15/ 3 : 500/ 3 kV
10/3 MVA
Área 1 Área 2
√
Vc = 500/ 3 ∠0◦ kV (ref. angular)
O circuito em pu fica:
xT xL vc = 1 ∠0◦ pu
3
+ + sc = = 0,9 ∠0◦ pu
i 10/3
∼ vg vc sc 1000
xL = = 0,04 pu
25000
− − 0,45
xT = = 0,02 pu
22,5
Portanto:
– 54 –
i = (sc /vc )∗ = 0,9 ∠0◦ pu (346,4 A no primário e 10,4 A no secundário)
vg = vc + j (xT + xL ) i = 1,0015 ∠3,1◦ pu
fp = cos (3,1◦ − 0◦) = 0,9985 (indutivo)
Vb1 = 15 kV
Zb1 = 22,5 Ω Ib1 = √Sb = 384,9 A
3Vb1
Vb2 = 500 kV → → S
Zb2 = 25 kΩ Ib2 = √ b
3Vb2
= 11,55 A
Sb = 10 MVA
xT xL
xT = 0,02 pu
1000
+ + xL = = 0,04 pu
i 25000
∼ vg vc sc vc = 1 ∠0◦ pu
9
− − sc = = 0,9 ∠0◦ pu
10
– 55 –
Exemplo
O circuito é:
XT IB
B′
B Ia xL Sc
a a′
XT IA
A′
A + + 1
+ 1 2 Ica Ib xL
Iab b b′ Sc
N′ 3 + n′
Ibc
+ Ic
IC 3 2 xL Sc
XT C ′
+
c c′
C
n
N
√
V = 500/ 3 ∠0◦ kV
an
′ ′
√
Vb′n′ = 500/ 3 ∠ − 120◦ kV
V ′ ′ = 500/√3 ∠120◦ kV
cn
√
Ia = (Sc /Va′ n′ )∗ = 6 3 ∠0◦ A
√
Ib = (Sc /Vb′n′ )∗ = 6 3 ∠ − 120◦ A
I = (S /V ′ ′ )∗ = 6√3 ∠120◦ A
c c cn
– 56 –
Como, para a ligação Y-∆ e seqüência de fases ABC, tem-se:
√ IL
IL = If 3 ∠ − 30◦ → If = √ ∠30◦
3
I = 6 ∠30◦ A
ab
Ibc = 6 ∠ − 90◦ A
I = 6 ∠150◦ A
ca
√
V an = V a ′ n ′ + jXL Ia = 500,32/ 3 ∠2,06◦ kV
√
Vbn = Vb′ n′ + jXL Ib = 500,32/ 3 ∠ − 117,94◦ kV
V = V ′ ′ + jX I = 500,32/√3 ∠122,06◦ kV
cn cn L c
√ ◦
√ ◦
V ab = 500,32/ 3 ∠32,06 kV V L = V f 3 ∠30
√
Vbc = 500,32/ 3 ∠ − 87,94◦ kV
V = 500,32/√3 ∠ − 122,06◦ kV
ca
√
A relação de transformação de cada transformador monofásico é 15/ 3 /500, logo:
√
VA′ N ′ 15/ 3
= → VA′ N ′ = 8,67 ∠32,06◦ kV
Vab 500
e:
(
VB′ N ′ = 8,67 ∠ − 87,94◦ kV
VC ′N ′ = 8,67 ∠152,06◦ kV
V ′ ′ = 15,01 ∠62,06◦ kV
AB
VB′ C ′ = 15,01 ∠ − 57,94◦ kV
V ′ ′ = 15,01 ∠ − 177,94◦ kV
CA
– 57 –
IA 500
= √ → IA = 346,41 ∠30◦ A
Iab 15/ 3
e:
(
IB = 346,41 ∠ − 90◦ A
IC = 346,41 ∠150◦ A
e:
(
VBN = 8,67 ∠ − 86,94◦ kV
VCN = 8,67 ∠153,06◦ kV
V = 15,02 ∠63,06◦ kV
AB
VBC = 15,02 ∠ − 56,94◦ kV
V = 15,02 ∠ − 176,94◦ kV
CA
VA′ B′ 15
= ∠30◦ → defasagem entre tensões do primário e secundário
Vab 500
IA 500
= ∠30◦ → defasagem entre correntes do primário e secundário
Ia 15
– 58 –
Resolvendo o problema em pu tem-se o seguinte circuito:
xT xL
1 ∠30◦
+ + + +
i1 ic
∼ vg v1 v2 vc sc
− − − −
Logo:
sc = 0,9 ∠0◦ pu
vc = 1,0 ∠0◦ pu
ic = (sc /vc )∗ = 0,9 ∠0◦ pu
v2 = vc + jxLic = 1,0006 ∠2,06◦ pu
v1 = v2 ∠30◦ = 1,0006 ∠32,06◦ pu
i1 = ic ∠30◦ = 0,9 ∠30◦ pu
– 59 –
4.13 Transformadores em pu com relação 1 : α
Exemplo
Área 1 Área 2
11,9/34,5 kV
15 kVA
T1
∼
T2
13,8/34,5 kV
1 15 kVA 2
– 60 –
A idéia é dividir o circuito em duas áreas e utilizar como valores de base os valores
nominais dos transformadores.
Sb = 15 kVA
Vb1 = 11,9 kV
Vb2 = 34,5 kV
Observando o lado de baixa tensão de T2, nota-se que a sua tensão nominal é diferente
de Vb1 , embora pertença à área 1. Logo, T2 não poderá ser eliminado, sendo
representado como um transformador com relação de transformação 1 : α em pu!
V1 = v1 Vb1 e V2 = v2 Vb2
– 61 –
A relação entre as tensões deverá ser igual à relação de transformação de T2:
V1 v1 Vb1 13,8
= = a2 = = 0,4
V2 v2 Vb2 34,5
Logo:
v1 Vb2 34,5 1 1
= 0,4 = 0,4 · = 1,16 = ou v1 = v2
v2 Vb1 11,9 0,86 0,86
e o circuito em pu fica:
∼
T2
1 : 0,86
1 2
– 62 –
Pode-se enxergar o problema sob outro ponto de vista, redesenhando o diagrama unifilar
como:
Área 1 Área 2
11,9/34,5 kV
15 kVA
T1
∼
T2
13,8/11,9 kV 11,9/34,5 kV
1 15 kVA 2
∼
T2
1,16 : 1 1:1
1 2
– 63 –
4.14 Transformadores com tap variável em pu
◮ Idéia:
Escolher as tensões de base supondo que o tap está na posição nominal (zero)
→ relação de tensão nominal do autotrafo.
N1 VN1
a= =
N2 VN2
e a relação de transformação em pu é 1 : 1.
– 64 –
◮ Se V1 e V2 são tensões nos dois lados do transformador e v1 e v2 são os seus
respectivos valores em pu, as seguintes relações são válidas:
V1
V2 = e v2 = v1
a
◮ Considere agora que este transformador seja de tap variável para o qual a situação
descrita anteriormente é válida para o tap na sua posição nominal.
N2 → N2 + ∆N2
– 65 –
◮ Para uma mesma tensão V1 em um dos enrolamentos, a nova tensão no outro
enrolamento será dada por:
N2 + ∆N2
V2′ = V1
N1
N2 ∆N2
= V1 + V1
N1 N1
∆N2
= V2 + V1 (da relação para tap nominal)
N1
N1 ∆N2
= V2 + V2
| {zN2} N1
V1
∆N2
= V2 1+
N2
= V2 (1 + t) ← t = tap fora do nominal (off-nominal tap)
= V2 α
◮ Transformando em pu:
V2′ V2
= α
Vb2 Vb2
v2′ = v2 α
= v1 α (pois v1 = v2)
– 66 –
◮ O circuito em pu fica (trafo real com parâmetros shunt desprezados):
zT
+
V1
V2
− −
1:α
Exemplo
1 2
100 MVA
220/69 kV
xT = 8%
O comutador de tap é localizado no lado de baixa tensão e tem 20 posições, com tap
variando de ±5%. Representar o transformador em pu na situação em que o tap está na
posição +2.
– 67 –
Considere os valores de base iguais aos valores nominais do transformador:
Sb = 100 MVA
Vb1 = 220 kV
Vb2 = 69 kV
∆N2
= t = 0,01
N2
Logo:
α = 1 + t = 1,01
– 68 –
e o circuito do trafo em pu é:
0,08 pu
Vb1 = 220 kV
v1 v2 Vb2 = 69 kV
Sb = 100 MVA
1 : 1,01
Exemplo
Vs V1 V2 Vc = 500 kV
100 MVA
j0,1 120 MVA j0,1 fp = 1
500 kV
xT = 12%
– 69 –
(a) Calcule a tensão Vs considerando que a posição do tap é a nominal.
5002 100
xT = 0,12 · · = 0,1 pu
120 5002
E o circuito em pu fica:
vs v1 v2 vc = 1 ∠0◦ pu
Dados da carga:
sc = 1 ∠0◦ pu
vc = 1 ∠0◦ pu (referência angular)
– 70 –
No secundário do transformador:
v2 = vc + j 0,1 i
= 1 + 0,1 ∠90◦ = 1,005 ∠5,71◦ pu
No primário do transformador:
v1 = v2 + j xT i
= vc + j 0,2 i = 1,02 ∠11,31◦ pu
Na fonte:
vs = v1 + j 0,1 i
= vc + j 0,3 i = 1,044 ∠16,7◦ pu
ou seja, 100 MW e 30 Mvar. Note que a carga não consome potência reativa (fator
de potência unitário). Os 30 Mvar obtidos correspondem a perdas de potência nas
linhas de transmissão e transformador.
– 71 –
(b) Calcule a tensão Vs considerando agora que a posição do tap é +5%.
+5%
V2
V1
V1 N 1
= =
V2 N + 0,05N 1,05
vs v1 v1′ v2 vc = 1 ∠0◦ pu
No secundário do transformador:
– 72 –
v2 = vc + j 0,1 i
= 1 + 0,1 ∠90◦ = 1,005 ∠5,71◦ pu
No primário do transformador:
v1′ 1
=
v2 1,05
v2
v1′ = = 0,9571 ∠5,71◦ pu
1,05
i′
= 1,05
i
i ′ = 1,05 i = 1,05 ∠0◦ pu
Na fonte:
∗
s = vs (i ′ ) = 1,05 ∠17,77◦ pu = 1 + j 0,32 pu
ou seja, 100 MW e 32 Mvar. Note que a tensão na carga é mantida com uma
tensão Vs menor, porém, a injeção de potência reativa é maior.
– 73 –
4.15 Operação de transformadores em paralelo
1 2
11,9 : 34,5 kV
T1
T2
A B 11,9 : 34,5 kV
chave
◮ Para cálculos em por unidade, divide-se o circuito em duas áreas para a definição
dos valores de base:
área 1 área 2
1 2
11,9 : 34,5 kV
T1
T2
A B 11,9 : 34,5 kV
– 74 –
Os valores das tensões de base são escolhidos de forma que a relação entre eles seja
igual à relação de transformação dos transformadores. Em particular, foram
escolhidas as próprias tensões nominais dos transformadores. Em por unidade
tem-se:
1 2
1:1
T1
T2
A B 1:1
1 2
j x1
T1
T2
A B j x2
1 Para transformadores de potência as perdas ferro e de magnetização são desprezadas. As perdas cobre também são em geral desprezadas.
– 75 –
◮ Considere que o transformador T2 tenha a sua relação de transformação aumentada
para (12,5 : 34,5 kV), através de uma mudança na posição do tap:
1 2
11,9 : 34,5 kV
T1
T2
A B
12,5 : 34,5 kV
1 2
11,9 : 34,5 kV
T1
T2
– 76 –
Dividindo o circuito em duas áreas:
área 1 área 2
1 2
11,9 : 34,5 kV
T1
T2
1 2
1:1
T1
T2
A B 1,05 : 1 1:1
12,5/11,9
– 77 –
Considerando as reatâncias dos transformadores:
1 2
j x1
T1
T2
A B 1,05 : 1 j x2
Verifica-se que o transformador com a posição do tap fora da nominal deve ser
representado em por unidade com uma relação (1,05 : 1) ou (1 : 0,952). Considere
agora que a chave AB seja aberta:
1 2
j x1
v
+ AB − T1
V
T2
A B vx j x2
1,05 : 1
v1 v2
– 78 –
Devido à alteração na posição do tap de T2, aparece uma tensão sobre os terminais
da chave:
vAB = vA − vB
= v1 − 1,05 vx
= v1 − 1,05 v2
= v1 − 1,05 v1
= −0,05 v1
Logo, tem-se:
zloop
A
+
∼ vAB V
−
B
– 79 –
Se a chave AB for novamente fechada, circulará uma corrente pelo circuito:
zloop
A
+
∼ vAB iloop
−
B
A corrente vale:
vAB
iloop =
zloop
1 2
j x1
T1
iloop
T2
A B 1,05 : 1 j x2
– 80 –
Sistemas de potência tı́picos são malhados, ou seja, existem vários loops e caminhos
paralelos para os fluxos de potência. Esta caracterı́stica confere maior flexibilidade
de operação e confiabilidade aos sistemas. Além disso, as tensões de transmissão e
nı́veis de potência têm aumentado ao longo dos anos, e os novos equipamentos são
conectados e operam juntamente com os equipamentos existentes. Assim, é natural
que se encontre loops ou caminhos paralelos que incluem transformadores.
Cuidados especiais devem ser tomados durante a fase de projeto a fim de evitar as
correntes de circulação. A configuração que poderia ser chamada de normal
conteria transformadores em paralelo com as mesmas relações de transformação.
No entanto, há situações em que introduz-se alterações nas relações de
transformação2 a fim de atender requisitos especı́ficos de operação.
2 Alterações na relação de transformação são obtidas através da mudança na posição dos taps dos transformadores. Dependendo do tipo de transfor-
mador, essa alteração pode resultar em diferentes magnitudes de tensão (transformador regulador) ou em defasagens entre as tensões (transformador
defasador).
– 81 –
4.16 Representação computacional do trafo com tap variável
i1 i2
z
+ + +
s1 v1 s1′ v1′ v2 s2
− − −
1:α
– 82 –
Tem-se as seguintes relações:
v1′ 1
=
v2 α
s1′ + s2 = 0
s1′ = −s2
v1′ i1∗ = −v2 i2∗
v1′ i1∗ = −α v1′ i2∗
i1
= −α
i2
v1 − v1′ 1 1
i1 = = v1 − v2 (1)
z z αz
i1 1 1
i2 = − = − v1 + 2 v2 (2)
α αz α z
– 83 –
Considere agora o modelo π do trafo:
i1 is i2
+ z1 +
v1 ip2 z2 z3 ip3 v2
− −
◮ Para o modelo π:
i1 = is + ip2
1 1
= (v1 − v2 ) + v1
z1 z2
i2 = −is + ip3
1 1
=− (v1 − v2 ) + v2
z1 z3
1 1 1
i1 = + v2 v1 − (3)
z1 z2 z1
1 1 1
i2 = − v 1 + + v2 (4)
z1 z1 z3
– 84 –
◮ Deve-se igualar os coeficientes das equações (1) com (3) e (2) com (4):
1 1
− =−
z1 αz
1 1 1
+ =
z1 z2 z
1 1 1
+ = 2
z1 z3 αz
z1 = αz
α
z2 = z
α−1
2
α
z3 = z
1−α
Exemplo
– 85 –
Considerando os seguintes valores de base:
Sb = 300 MVA
Vb1 = 220 kV
Vb2 = 22 kV
x = 0,06
+ +
v1 v2
− −
1:α
220/22 kV
220/18,2 kV
– 86 –
que pode ser representado por:
220/22 kV 22/18,2 kV
Como o comutador apresenta posições de tap discretas, deve-se escolher o valor mais
apropriado:
1,12
1,20
1,04
1,16
1,08
0,80
0,92
0,84
0,96
0,88
0,8273
– 87 –
O modelo π fica:
+ j0,0504 +
v1 −j0,3150 j0,2646 v2
− −
Exercı́cio
Exercı́cio
– 88 –
4.17 Fluxos de potência ativa e reativa em transformadores
Ek = Vk ∠θk Em = Vm ∠θm
Ikm y /α Imk
I2 I3
I1
α−1 1−α
α y α2 y
Ikm = I1 + I2
y α−1
= (Ek − Em ) + y Ek
α α
y
= (y ) Ek + − Em
α
Imk = −I1 + I3
y 1−α
= − (Ek − Em ) + y Em
α α2
y y
= − Ek + Em
α α2
– 89 –
Potência saindo do barramento k:
∗
Skm = Ek∗ Ikm
h y i
∗
= Ek y Ek + − Em
α
1
= (g + jb) Vk2 − (g + jb) Vk Vm (cos θkm − j sen θkm )
α
Vk Vm
Pkm = gVk2 − (g cos θkm + b sen θkm )
α
Vk Vm
Qkm = −bVk2 − (g sen θkm − b cos θkm )
α
∗ ∗
Smk = Em Imk
h y y i
∗
= Em − Ek + Em
α α
1 1
= 2 (g + jb) Vm2 − (g + jb) Vk Vm (cos θkm + j sen θkm )
α α
g 2 Vk Vm
Pmk = V − (g cos θkm − b sen θkm )
α2 m α
b Vk Vm
Qmk = − 2 Vm2 + (g sen θkm + b cos θkm )
α α
– 90 –
4.18 Referências
◮ J.D. Glover, M. Sarma, Power system analysis and Design, PWS-Kent, 1989.
– 91 –
ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I
1 Semestre 2011
Capı́tulo 5 – Linhas de transmissão – Parte 1
5.1 Introdução
–1–
5.3 Tipos de condutores
◮ Material
No passado: cobre
◮ Aéreos, subterrâneos
1 ft = 0,3048 m
1 mi = 1609 m
–2–
◮ Condutores de alumı́nio (linhas aéreas):
ACSR (alumı́nio com alma de aço): aço mais barato que alumı́nio, a alma de aço
o faz ser mais resistente à tração (admite lances maiores) → é o mais utilizado
–3–
liga de alumı́nio: alumı́nio + magnésio/silı́cio, por exemplo
condutores são torcidos para uniformizar a seção reta. Cada camada é torcida
em sentido oposto à anterior (evita que desenrole, empacotamento é melhor)
–4–
Cabos ACCC (Aluminum Composite Conductor Core) – núcleo de carbono
envolvido por fibra de vidro. As fibras de carbono esticam menos que o aço. A
fibra de vidro não resulta na corrosão tı́pica que ocorre no contato aço/alumı́nio
alumı́nio
alumı́nio
• Mais caro
• Menor sag
Sag
–5–
Exemplo
Determine a área de alumı́nio e a área externa total do condutor ACSR 26/7 Linnet em
cm2 .
0,001 2
in2
1 CM = π 2 ⇒
SAl = 0,264 in2 = 1,7 cm2
336.400 CM = SAl
que corresponderia a um condutor de alumı́mio de 1,47 cm de diâmetro. A área externa
total é:
2
0,721
Sext = π = 0,408 pol2 = 2,634 cm2
2
Visualizando:
diâmetro equivalente
de alumı́nio diâmetro externo
1,47 cm 1,83 cm
–6–
5.4 Projeto de linhas de transmissão
◮ Fatores elétricos:
Capacidade térmica: condutor não deve exceder limite de temperatura, mesmo sob
condições de emergência quando pode estar temporariamente sobrecarregado
◮ Fatores mecânicos:
◮ Fatores ambientais:
◮ Fatores econômicos:
–7–
5.5 Parâmetros das linhas de transmissão
campo elétrico
torre
isoladores
ifuga
◮ Resistência (R)
◮ Condutância (G)
–8–
◮ Indutância (L)
◮ Capacitância (C)
Deve-se aos campos elétricos: carga nos condutores por unidade de diferença de
potencial entre eles
◮ Com base nessas grandezas que representam fenômenos fı́sicos que ocorrem na
operação das linhas, pode-se obter um circuito equivalente (modelo) para a mesma,
como por exemplo:
R X
Fonte G C G C Carga
Linha de transmissão
–9–
◮ Resistência CC:
ρ − resistividade do material (Ω · m)
ℓ
R0 = ρ Ω ℓ − comprimento (m)
A
A − área da seção reta (m2 )
R2 T + t2
=
R1 T + t1
t
t1
t2
R1 R2 R
– 10 –
◮ R0 aumenta de 1 a 2% para cabos torcidos (fios de alumı́nio torcidos, p.ex. cabos
ACSR)
Para se ter x metros de cabo, necessita-se de 1,01x a 1,02x metros de fios para
depois agrupá-los e torcê-los
“Área útil” para passagem da corrente diminui → RAC > R0 → efeito pelicular
(“skin effect”)
Exemplo
R2 = R1 [1 + α (t2 − t1 )]
– 11 –
A relação entre as resistências CA (dada) e CC (calculada) a 50◦ é:
50
RCA 0,08202
= = 1,0414
R050 0,07876
H
H
⊗i
H
i H
– 12 –
◮ Fluxo concatenado com uma corrente (λ): é aquele que enlaça a corrente lı́quida
⊗i
λ=φ
x x 2
λ R λ=φ
φ i R
– 13 –
Fluxo concatenado com uma bobina:
⊗i ⊗i ⊗i
λ
φ λ = 3φ
i i
◮ Lei de Faraday:
d
e= λ
dt
d
e=L i
dt
Dividindo uma equação pela outra, obtém-se uma expressão para a indutância:
d
L= λ
di
– 14 –
Se o circuito magnético possui permeabilidade magnética constante:
λ (∗)
L= H
i
(∗)
d d d d d Ni N 2A d
L= λ = Nφ = N BA = NA µH = NA µ = µi
di di di di di ℓ ℓ di
N 2 Aµ d N 2 Aµ
L= i= × (i /i )
ℓ di ℓ
N 2 Aµi Ni NAµ NAµ
= = · =H
ℓi ℓ i i
NA BNA φN λ
= µH = = =
i i i i
◮ Consideração: o condutor está isolado, isto é, outros condutores estão muito
afastados e os seus campos magnéticos não o afetam
– 15 –
Indutância devido ao fluxo interno
◮ Lei de Ampère:
I
H d ℓ = ic
c
dℓ
dx x
πx 2 x
H (2π x ) = i → H= i A/m
πR2 2πR2
– 16 –
◮ Densidade de fluxo:
B = µr µ0 H Wb/m2
dS dS = ℓ dx
dx H
d φ = B d S Wb
Da figura tem-se d S = ℓ d x e:
d φ = µr µo Hℓd x Wb
– 17 –
O fluxo por unidade de comprimento do condutor é (dividindo por ℓ):
d φ = µr µo Hd x Wb/m
x2
dλ = 2dφ
R
x2
= 2 µr µ0 Hd x
R
x2 x
= µr µ0 idx
R2 2πR 2
| {z }
H
x3
= µr µ0 i d x Wb/m
2πR4
Integrando:
R
x3 µr µ0
Z
λint = µr µ0 i d x = i Wb/m
0 2πR4 8π
– 18 –
◮ A indutância devido ao fluxo interno é dada por:
d (∗) λint µr µ0
Lint = λint = → Lint = H/m
di i 8π
(∗) considerando permeabilidade constante
1
Lint = · 10−7 H/m
2
1
E = Linti 2 J
2
d 1
E = µr µ0 H 2
dV 2
V = πx 2 ℓ
– 19 –
Portanto:
d
V = 2πx ℓ
dx
d V = 2πx d x
Logo:
2
1 1 ix
d E = µr µ0 H 2 2πx d x = µr µ0 2πx d x
2 2 2πR2
1 1
E = µr µ0 i 2
2 8π
µr µ0
Lint = H/m
8π
– 20 –
Indutância devido ao fluxo externo
x dx
i
I
H dℓ = i
c
2πx H = i
i
H=
2πx
(∗) µ0 i
B = µ0 H =
2πx
(∗) µr = 1 (ar)
– 21 –
◮ Fluxo magnético (lembrando do elemento tubular de comprimento ℓ e espessura d x ):
d φ = Bd S = Bℓd x
µ0 i
d φ = Bd x = dx
2πx
◮ O fluxo concatenado é igual ao fluxo pois o mesmo enlaça toda a corrente uma vez:
µ0 i
d λ = d φ = Bd x = dx
2πx
◮ O fluxo concatenado externo deve ser calculado entre dois pontos externos ao
condutor:
P1
D1
x dx
i
D2
φ P2
– 22 –
◮ O fluxo entre dois pontos P1 e P2 quaisquer externos ao condutor é obtido pela
integração de d λ:
Z D2
λext = λ12 = dλ
D1
D2
µ0 i d x µ0i D2
Z
λ12 = = ln Wb/m
D1 2π x 2π D1
λ12
(∗) µ0 D2 −7 D2
L12 = = ln = 2 · 10 ln H/m
i 2π D1 D1
(∗) considerando permeabilidade constante
r1 r2 Hipótese simplificadora:
i⊙ ⊗ −i
r1 , r2 ≪ D
– 23 –
◮ O fato da corrente no condutor 1 ser i e a corrente no condutor 2 ser −i faz com
que o cálculo de H para uma distância maior que a distância entre os condutores
seja nula, pois neste caso a corrente total enlaçada será nula (itotal = i + (−i ) = 0):
0 ⊙ ⊗ 0
Uma linha de fluxo com raio maior ou igual a (D + r2 ) e com centro no condutor
1 não estará concatenada com o circuito, não induzindo portanto nenhuma
tensão. Em outras palavras, a corrente enlaçada por esta linha de fluxo é nula,
uma vez que a corrente no condutor 2 é igual e de sentido oposto à do condutor
1
– 24 –
◮ Simplificações:
Admitir D ≫ r1 , r2 → (D − r1 ) ≈ (D − r2 ) ≈ D
Então:
µ0 D
L1,ext = ln
2π r1
µ0 D
L2,ext = ln
2π r2
◮ Indutâncias internas: como considera-se que cada condutor “enxerga” o outro como
um ponto, o fluxo externo de um condutor não afeta o fluxo interno do outro.
Então:
µr µ0 1
L1,int = = · 10−7 H/m
8π 2
µr µ0 1
L2,int = = · 10−7 H/m
8π 2
– 25 –
◮ Indutância total devido ao condutor 1:
L1 = L1,int + L1,ext
µr µ0 µ0 D
= + ln
8π 2π r1
Considerando que a permeabilidade relativa dos materiais mais comuns das linhas
(cobre, alumı́nio) é unitária e que µo = 4π · 10−7 H/m:
µ0 1 D
L1 = + ln
2π 4 r1
D
= 2 · 10−7 · ln e 1/4 + ln
r1
1/4
e D
= 2 · 10−7 · ln
r1
D
= 2 · 10−7 · ln
r1 e −1/4
D
= 2 · 10−7 ln ′ H/m
r1
A expressão acima é parecida com a do fluxo externo, só que engloba também o
fluxo interno. Equivale, portanto, ao fluxo externo de um condutor com raio:
que é chamado de raio efetivo ou GMR – Geometric Mean Radius ou RMG – Raio
Médio Geométrico
– 26 –
◮ Indutância total devido ao condutor 2: o procedimento é o mesmo usado para o
condutor 1, resultando em:
L2 = L2,int + L2,ext
µr µ0 µ0 D
= + ln
8π 2π r2
D
= 2 · 10−7 · ln
r2 e −1/4
−7 D
= 2 · 10 ln ′ H/m
r2
onde:
L = L1 + L2
D D
= 2 · 10−7 · ln ′ + 2 · 10−7 · ln ′
r1 r2
2
−7 D
= 2 · 10 · ln ′ ′
r1 r2
" !#
D
= 4 · 10−7 · ln p ′ ′ H/m
r1 r2
– 27 –
a indutância depende da distância entre os fios, dos raios dos condutores e do
meio (µr e µ0 estão embutidos no termo 4 · 10−7)
r1′ = r2′ = r ′
e a indutância será:
D
L = 4 · 10−7 · ln H/m
r′
Exemplo
1,5
L = 4 · 10−7 · ln = 2,38 µH/m
0,0039
– 28 –
Exemplo
1,0 m
10 cm
1,5 m
Neste caso, o fluxo concatenado com a linha telefônica tem duas componentes, uma
devido à corrente do condutor 1 (i ) e a outra devido à corrente no condutor 2 (−i ).
Lembrando que:
µ0 i
dλ = dx
2πx
e chamando as componentes de fluxo concatenado de λ1 e λ2 , tem-se:
2,6
1 2,6
Z
−7 −7
λ1 = 2 · 10 · i · d x = 2 · 10 · i · ln
2,5 x 2,5
Z 1,1
1 1,1
λ2 = 2 · 10−7 · (−i ) · d x = −2 · 10−7 · i · ln
1,0 x 1,0
– 29 –
Notar que a corrente no condutor 2 tem sentido contrário à do condutor 2. O fluxo
concatenado total é:
−7 2,6 1,1
λ = λ1 + λ2 = 2 · 10 · i · ln − ln = −1,1218 · 10−8 · i Wb/m
2,5 1,0
√
i (t) = 120 · 2 · sen (2πf t) A
d √ √
v (t) = λ = 2πf ·(−1,3462)·10−6· 2·cos (2πf t) = −5,0750·10−4· 2·cos (2πf t) V/m
dt
– 30 –
5.7.3 Fluxo concatenado com um condutor de um grupo de condutores
P
I1 D1P
I2 D2P
1
D3P
2
DnP
I3
In
n
3
n
X
Ii = 0
i =1
O fluxo concatenado dependerá das contribuições das correntes I1 (do próprio con-
dutor), I2 , I3 . . . In
– 31 –
◮ Fluxo concatenado com o condutor 1 devido à corrente I1 : é composto por duas
parcelas → fluxo interno e fluxo externo
O fluxo externo será calculado até o ponto P somente (é um ponto de localização
arbitrária e não influencia no resultado final)
D1P
λ1P 1 = 2 · 10−7 · I1 · ln Wb/m
r1′
em que r1′ é o raio efetivo. λ1P 1 já inclui os fluxos interno e externo até o ponto P
−7 D2P
λ1P 2 = 2 · 10 · I2 · ln Wb/m
D12
– 32 –
◮ Fluxo concatenado com o condutor 1 devido às correntes de todos os condutores:
D 1P D 2P D nP
λ1P = 2 · 10−7 · I1 · ln + I2 · ln + . . . + In · ln
r1′ D12 D1n
= 2 · 10−7 · [I1 · ln (D1P ) + I2 · ln (D2P ) + . . . + In · ln (DnP )] +
−7 1 1 1
2 · 10 · I1 · ln ′ + I2 · ln + . . . + In · ln
r1 D12 D1n
D(n−1)1P
−7 D1P D2P
λ1P = 2 · 10 · I1 · ln + I2 · ln + . . . + In−1 · ln +
DnP DnP DnP
1 1 1
I1 · ln ′ + I2 · ln + . . . + In · ln
r1 D12 D1n
1 1 1
λ1P = 2 · 10−7 · I1 · ln ′ + I2 · ln + . . . + In · ln Wb/m
r1 D12 D1n
– 33 –
◮ Lembre que a expressão do fluxo concatenado acima é a de um condutor pertencente
a um grupo de condutores cuja soma das correntes seja nula
a a′
b c b′ c′
′
n
n
condutor X condutor Y
◮ Caracterı́sticas da linha:
– 34 –
◮ Obtenção do fluxo concatenado com o fio a da fase X: deve-se levar em consi-
deração o efeito de todas as correntes por todos os fios, inclusive o próprio fio
a.
I 1 1 1
λa = 2 · 10−7 · · ln ′ + ln + . . . + ln
n ra Dab Dan
| {z }
fase X
I 1 1 1
−2 · 10−7 · · ln + ln + . . . + ln
m Daa′ Dab′ Dam
| {z }
fase Y
√
−7
m
Daa′ Dab′ . . . Dam
λa = 2 · 10 · I · ln p Wb/m
n
ra′ Dab . . . Dan
√
λa −7
m
Daa′ Dab′ . . . Dam
La = = 2 · n · 10 · ln p H/m
I/n n
ra′ Dab . . . Dan
– 35 –
◮ Para o fio b:
√
−7
m
Dba′ Dbb′ . . . Dbm
Lb = 2 · n · 10 · ln √ H/m
n
Dba Dbb . . . Dbn
n
1 X 1
=
LX Li
i =1
◮ Utiliza-se também uma forma aproximada, que fornece bons resultados e simplifica
bastante as deduções. Primeiro, calcula-se a indutância média da fase X:
La + Lb + . . . + Ln
Lav =
n
Assume-se agora que a fase X é composta por n fios de indutância Lav em paralelo.
Portanto, a indutância da fase X vale:
Lav La + Lb + . . . + Ln
LX = = H/m
n n2
– 36 –
◮ Esta expressão é mais conveniente pois, substituindo os valores de La , Lb , etc.
obtém-se:
p
mn
(Daa′ Dab′ . . . Dam ) (Dba′ Dbb′ . . . Dbm ) . . . (Dna′ Dnb′ . . . Dnm )
LX = 2 · 10−7 · ln n2
p H/m
(Daa Dab . . . Dan ) (Dba Dbb . . . Dbn ) . . . (Dna Dnb . . . Dnn )
◮ Então:
Dm
LX = 2 · 10−7 · ln H/m
DsX
p
mn
Dm = (Daa′ Dab′ . . . Dam ) (Dba′ Dbb′ . . . Dbm ) . . . (Dna′ Dnb′ . . . Dnm )
n2
p
DsX = (Daa Dab . . . Dan ) (Dba Dbb . . . Dbn ) . . . (Dna Dnb . . . Dnn )
– 37 –
◮ A indutância da fase Y é obtida de maneira idêntica à da fase X e resulta em LY :
Dm
LY = 2 · 10−7 · ln H/m
DsY
L = LX + LY
Dm
L = 4 · 10−7 · ln H/m
Ds
D
L1 = 2 · 10−7 · ln ′ H/m
r1
– 38 –
Exemplo
r = 0,25 cm r = 0,50 cm
a d
6m 9m
b e
6m
lado X lado Y
p
6
Dm = Dad Dae Dbd Dbe Dcd Dce = 10,743 m
em que:
Dad = Dbe = 9 m
p √
Dae = Dbd = Dce = + 62 92 = 117 m
p
Dcd = 92 + 122 = 15 m
– 39 –
RMG do lado X (DsX ):
p
9
DsX = Daa Dab Dac Dba Dbb Dbc Dca Dcb Dcc = 0,481 m
em que:
p
4
DsY = Ddd Dde Ded Dee = 0,153 m
em que:
Dm
LX = 2 · 10−7 · ln = 6,212 · 10−7 H/m
DsX
Dm
LY = 2 · 10−7 · ln = 8,503 · 10−7 H/m
DsY
– 40 –
Indutância completa da linha por unidade de comprimento:
Exercı́cio
45 cm 5 cm
a b c d
12 m
lado X lado Y
– 41 –
◮ A reatância de um condutor (simples ou composto) vale:
−7 Dm Ω 1609 m
XL = 2πf L = 2πf · 2 · 10 · ln ×
Ds m 1 mi
Dm
= 2,022 · 10−3 · f · ln Ω/mi
Ds
1
= 2,022 · 10−3 · f · ln + |2,022 · 10−3
{z · f · ln Dm} Ω/mi
D s
| {z } Xd
Xa
em que:
Xa − reatância indutiva para espaçamento unitário (por exemplo, 1 pé se esta for
a unidade utilizada) – depende da frequência e do raio do condutor
Xd − fator de espaçamento da reatância indutiva – depende da frequência e do
espaçamento entre condutores
Exemplo
Determine a reatância indutiva por milha de uma linha monofásica com as seguintes
caracterı́sticas:
frequência 60 Hz
tipo dos cabos Partridge
distância entre os centros dos cabos 20 ft
– 42 –
Tem-se portanto:
aço
alumı́nio
26Al / 7St
′
20
Área = 266.800 CM
2
0,001
1 CM = π in2 = 0,7854 · 10−6 in2
2
Além disso, o raio é igual a 0,5165/2 = 0,2583 in, ou 0,0215 ft. Pela tabela de dados
dos condutores tem-se:
– 43 –
Razão da diferença entre os RMG: o RMG (0,7788 · 0,0215) é calculado considerando
um condutor sólido. No entanto, o condutor Partridge é encordoado, e o RMG deve ser
calculado por:
p
26·26
RMG = Daa Dab Dac . . .
Da tabela A.3 de dados dos condutores, o RMG para o condutor é Ds = 0,0217 ft.
Pode-se utilizar diretamente a equação da indutância e obter a reatância por condutor:
20
X = 2,022 · 10−3 · 60 · ln = 0,828 Ω/mi
0,0217
Ou então:
– 44 –
Exercı́cio
(Resposta: 1,1 m)
Xd = 0, 2794 log d
Se ln d = y , então d = e y
Aplicando o logaritmo:
– 45 –
x
Logo:
1
y= · log d
log e
= 2,3026 log d = ln d
Xd = 2,022 · 10−3 · f · ln d
= 2,022 · 10−3 · 60 · (2,3026 log d )
= 0,2794 log d
– 46 –
5.7.6 Linhas trifásicas
Ia
zaa
A a
Ib zab
zbb
B zac b
Ic zan
zcc
C c
In
znn
N n
em que:
– 47 –
◮ Define-se a matriz impedância primitiva como:
zaa zab zac zan
zba zbb zbc zbn
Zprim =
zca
zcb zcc zcn
zna znb znc znn
VAN Van zaa zab zac zan Ia
VBN Vbn zba zbb zbc zbn
· Ib
VCN = Vcn
+ VF = Vf + Zprim If
zca zcb zcc zcn Ic
VNN Vnn zna znb znc znn In
ou ainda:
∆VA zaa zab zac zan Ia
∆VB zba zbb zbc zbn Ib
∆VF ZA ZB If
∆VC = zca · = ·
zcb zcc zcn Ic ∆VN ZC ZD In
∆VN zna znb znc znn In
∆VN = ZA · If + ZB · In
0 = ZC · If + ZD · In
– 48 –
Da segunda equação tem-se que In = −ZD−1 ZC If , que, substituı́da na primeira
resulta em:
∆VF = ZA − ZB ZD−1ZC If = Z · If
ou:
VAN Van Zaa Zab Zac Ia
VBN = Vbn + Zba Zbb Zbc · Ib VF = Vf + Z If
VCN Vcn Zca Zcb Zcc Ic
zi n zni
Zi j = zi j −
znn
Será visto adiante que, no caso particular de uma linha balanceada e completamente
transposta conectada a uma carga equilibrada (condutores formam um triângulo
equilátero), a matriz impedância de fase será diagonal (permitindo o desacoplamento
entre as fases), com os elementos da diagonal principal iguais entre si.
– 49 –
5.7.7 Indutância de uma linha trifásica com espaçamento simétrico
D D
a c
D
em que:
– 50 –
◮ Fluxo concatenado com o condutor da fase a (há contribuições das três correntes):
1 1 1
λa = 2 · 10−7 · Ia ln + Ib ln + Ic ln
Ds D D
1 1
= 2 · 10−7 · Ia ln + (Ib + Ic ) ln
Ds D
1 1
= 2 · 10−7 · Ia ln − Ia ln (pois Ia = − (Ib + Ic ))
Ds D
−7 1
= 2 · 10 · Ia ln + Ia ln D
Ds
D
= 2 · 10−7 · Ia ln Wb/m
Ds
◮ Indutância da fase a:
λa D
La = = 2 · 10−7 · ln H/m
Ia Ds
◮ Portanto:
D
La = Lb = Lc = 2 · 10−7 · ln H/m
Ds
– 51 –
5.7.8 Indutância de linhas trifásicas com espaçamento assimétrico
1 b
a c
Pos. 1
b a c
2 Pos. 2
c b a
3 Pos. 3
– 52 –
◮ Fluxo concatenado com fase a, primeiro trecho:
a
D12
D31 1 1 1
b λa1 = 2·10−7· Ia ln + Ib ln + Ic ln
Ds D12 D31
c D23
b
D12
1 1 1
D31 c λa3 = 2·10−7· Ia ln + Ib ln + Ic ln
Ds D31 D23
a D23
2 · 10−7
λa1 + λa2 + λa3 1 1 1
λa = = · 3Ia ln + Ib ln + Ic ln
3 3 Ds D12D23D31 D12D23D31
2 · 10−7
1 1
= · 3Ia ln − Ia ln (pois Ia = − (Ib + Ic ))
3 Ds D12D23D31
√
−7
3
D12D23D31
= 2 · 10 · Ia · ln Wb/m
Ds
– 53 –
◮ Indutância média por fase da linha trifásica com transposição:
Deq
La = 2 · 10−7 · ln H/m
Ds
em que:
p
3
Deq = D12D23D31
Exemplo
20′ 20′
38′
√
20 · 20 · 38 = 24,7712′
3
Deq =
– 54 –
• A indutância e a reatância por fase valem:
24,7712
L = 2 · 10−7 · ln = 1,3 µH/m
0,0373
XL = 2πf L = 2π · 60 · 1,3 · 10−6 = 0,49 mH/m = 0,7884 H/mi
• O problema pode ser resolvido pela utilização das tabelas A.3 e A.4:
Deq
25
25 − 24 24,7712 − 24
24,7712 =
0,3906 − 0,3856 Xd − 0,3856
Xd = 0,3895 Ω/mi
24
0,3856 Xd 0,3906 Xd
– 55 –
5.7.9 Condutores múltiplos por fase
◮ Extra-alta tensão (EAT ou EHV) → por exemplo 440 kV → efeito corona excessivo
◮ Solução: colocação de dois ou mais condutores por fase → cabos múltiplos (bundled
conductors)
d d
d ≪D
D d
◮ Outras configurações:
d
d
d d
– 56 –
◮ Outra vantagem dos cabos múltiplos: redução da reatância (aumento do RMG). O
RMG é calculado por:
b
p
2 · d2 =
√
2 condutores D s = 4
D s Ds · d
p p
3 condutores Dsb = 9 Ds3 · d 6 = 3 Ds · d 2
p p
4 condutores Dsb = 16 Ds4 · d 12 · 22 = 1,09 · 4 Ds · d 3
Exemplo
– 57 –
• No entanto, cada fase é composta por dois condutores → deve-se calcular o RMG
do cabo:
p
Dsb =
4
0,01422 · 0,452 = 0,0799 m
√
3
Deq = 8 · 8 · 16 = 10,0794 m
√
DMGab = DMGbc = 4 8 · 8,45 · 7,55 · 8 = 7,9937 m
√
DMGca = 4 16 · 16,45 · 15,55 · 16 = 15,9968 m
√
Deq = 3 7,9937 · 7,9937 · 15,9968 = 10,0734 m
10,0794
XL = 2π · 60 · 2 · 10−7 · ln = 0,3647 mΩ/m
0,0799
• Como a linha tem 160 km, a reatância total por fase da linha será:
X = XL · 160000 = 58,36 Ω
– 58 –
5.7.10 Linhas trifásicas de circuitos em paralelo
– 59 –
Exemplo
Uma linha trifásica de circuito duplo é constituı́da de condutores ACSR 26/7 tipo Ostrich
de 300.000 CM dispostos de acordo com a figura a seguir. Determine a reatância
indutiva por fase a 60 Hz em Ω/mi.
18′
a c′
10′
21′
b b′
10′
18′
c a′
p
Dab = 102 + 1,52 = 10,1119′ = Da′ b′
p
Dab′ = 102 + 19,52 = 21,9146′ = Da′ b
h i1/4
2
DMGab = (10,1119 · 21,9146) = 14,8862′
– 60 –
• DMG entre as fases c e a:
h i1/4
2
DMGca = (20 · 18) = 18,9737′
p
202 + 182 = 26,9072′
Daa′ =
h i1/4
2
RMG1 = (0,0229 · 26,9072) = 0,7850′
Daa′ = 21′
h i1/4
2
RMG2 = (0,0229 · 21) = 0,6935′
– 61 –
x
RMG da fase a:
1/3
RMG = 0,78502 · 0,6935 = 0,7532′
Indutância:
16,1401
L = 2 · 10−7 · ln = 6,1295 · 10−7 H/m
0,7532
– 62 –
Exercı́cio
18′
a a′
10′
21′
b b′
10′
18′
c c′
– 63 –
ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I
1 Semestre 2011
Capı́tulo 5 – Linhas de transmissão – Parte 2
linhas de
campo elétrico
equipotencial
–1–
◮ Os pontos equidistantes do condutor (linha tracejada) são equipotenciais
(apresentam a mesma intensidade de campo elétrico)
E int = ρ J
I
ε E dS = Q
S
em que:
ε − permissividade do meio:
ε = εr ε0
–2–
◮ Para a solução da equação de Gauss, deve-se imaginar uma superfı́cie gaussiana,
cilı́ndrica, concêntrica ao condutor e de raio igual a x :
x
+q condutor
dℓ
retificando a faixa da
superfı́cie gaussiana
dℓ
2πx
◮ Integrando:
Q
ε · E · 2πx ℓ = Q ⇒ E= V/m
2πx εℓ
q
E= V/m
2πx ε
–3–
5.8.2 Diferença de potencial entre dois pontos
linhas equipotenciais
P1
D1
q P2
D2
Z D2
V12 = V1 − V2 = E dx
D1
D2
q
Z
= dx
D1 2πx ε
q D2
= ln V
2πε D1
–4–
◮ Caso particular – ddp entre os pontos a e b:
r a b
q
q D
Vab = ln V
2πε r
rb
qa ra qb
D
superposição
qa a b
a b qb
–5–
Considera-se que:
qa D qb rb
Vab = Vabdevido a qa + Vabdevido a qb = ln + ln
2πε ra 2πε D
1 D rb
= qa ln + qb ln
2πε ra D
Observações:
Na equação:
q B
Vab = ln
2πε A
a referência está em q, ou seja:
V
a b
denominador numerador
distância da distância da
carga a a carga a b
–6–
5.8.4 Capacitância de uma linha monofásica
◮ Capacitância:
q
C= F/m
v
D
os raios dos condutores são iguais: ra = rb = r q r
qa = −qb = q
q r
q D q r
Vab = ln − ln
2πε r 2πε D
2
q D
= ln
2πε r
q D
= ln V
πε r
–7–
◮ Considere a seguinte situação:
+ a
linha de transmissão
+ a
linha de transmissão
–8–
e a reatância capacitiva fase-terra é dada por:
1
XC =
2πf C
2,8622 D
= · 109 · ln Ω·m
f r
1,7789 D
= · 106 · ln Ω·mi
f r
1,7789 1 1,7789
XC = · 106 · ln + · 106 · ln D
| f {z r} | f {z }
Xa′ Xd′
= Xa′ + Xd′
r é o raio externo do condutor (se for encordoado, é uma aproximação que leva a
erros muito pequenos). Este valor é obtido na tabela de dados dos condutores
–9–
Exemplo
ou, multiplicando por 1609 tem-se Cab = 6,7626 · 10−9 F/mi. A capacitância fase-terra
é:
Reatância capacitiva:
1
XC = = 0,1961 MΩ·mi
2πf Can
1,7789 20
XC = · 106 · ln = 0,1961 MΩ·mi
60 0,0268
Susceptância capacitiva:
1
BC = = 5,0985 · 10−6 S/mi
XC
– 10 –
Da tabela A.3:
linhas de
campo elétrico
equipotenciais
q −q
– 11 –
◮ Caso a linha esteja suficientemente perto do solo, tem-se:
linhas de
campo elétrico
equipotenciais
q −q
solo
O solo também é uma superfı́cie equipotencial, causando uma distorção nas linhas
de campo elétrico, que serão normais a ele
– 12 –
◮ Imagine uma continuação das linhas de campo elétrico abaixo do solo e simétrica ao
plano do solo (como em um espelho), terminando em cargas sob o solo:
linhas de
campo elétrico
equipotenciais
q −q
solo
−q q
– 13 –
Exemplo
Considere a superfı́cie do solo como um espelho. Assim, tem-se uma linha idêntica à
original, localizada abaixo da terra, e com carga oposta à primeira:
D
condutor a, carga +q condutor b, carga −q
M M
H H
solo
H H
– 14 –
A tensão Vab deve levar em conta o efeito de todas as quatro cargas:
1 D r M 2H
Vab = q ln + −q ln + −q ln + q ln
2πε0 | {z r} | {z D} | {z 2H} | {zM}
q 2πεo
Cab = = 2
Vab D (2H)2
ln r 2 · (2H)2 +D2
′ πεo
Cab = lim Cab =
H→∞ ln (D/r )
– 15 –
A figura a seguir mostra o valor da capacitância em função da altura da linha em
relação ao solo:
4,5
4,4
C ×10−12 F/m
4,3
4,2
4,1
4,0
0 50 100 150 200
H [ft]
5.8.6 Cabos
εr ≫ 1
ε ≫ ε0
– 16 –
◮ A capacitância atinge valores altos
132 kV → 40 mi
200 kV → 25 mi
400 kV → 15 mi
cabo
reator shunt
– 17 –
5.8.7 Linhas trifásicas
VAB P11 P12 P13 qA
VBC = P21 P22 P23 · qB
VCA P31 P32 P33 qC
– 18 –
5.8.8 Capacitância de linhas trifásicas com espaçamento simétrico
D D
a c
D
condutores idênticos: ra = rb = rc = r
linha equilibrada: qa + qb + qc = 0
a
1 D r D
Vab = qa ln + qb ln + qc ln D D
2πεo r D D
|{z}
=0
1
D r
c b
Vbc = qb ln + qc ln D
2πεo r D equipotencial
1
r D
devido a qc
Vca = qa ln + qc ln
2πεo D r
– 19 –
◮ Considere os fasores de tensão:
√
Van = V ∠0◦ V Vab = 3V ∠30◦ V
√
Vbn = V ∠ − 120◦ V Vbc = 3V ∠ − 90◦ V
√
Vcn = V ∠120◦ V Vca = 3V ∠150◦ V
1
Van = (Vab − Vca )
3
◮ Fazendo as substituições:
1 1 D r r D
Van = · qa ln + qb ln −qa ln − qc ln
3 2πε0 | r {z D} | D{z r}
de Vab de Vca
◮ Considerando qc = − (qa + qb ):
3
qa D qa D
Van = ln = ln V
6πε0 r 2πε0 r
qa 2πε0
Can = = F/m
Van ln (D/r )
– 20 –
5.8.9 Capacitância de linhas trifásicas com espaçamento assimétrico
D31
D23
1 2
D12
◮ Hipóteses:
– 21 –
x
Analogamente para os outros 2 trechos:
b
D31
1 D23 r D31 D23
Vab2 = qa ln + qb ln + qc ln
2πε0 r D23 D12
c D12 a
a
D31
1 D31 r D12 D23
Vab3 = qa ln + qb ln + qc ln
2πε0 r D31 D23
b D12 c
√
1 1 3
D12D23D31 r
Vab = (Vab1 + Vab2 + Vab3 ) = qa ln + qb ln √
3 2πε0 r 3
D12D23D31
◮ Analogamente:
√
1 1 r 3
D12D23D31
Vca = (Vca1 + Vca2 + Vca3 ) = qa ln √ + qc ln
3 2πε0 3
D12D23D31 r
◮ Lembrando que:
1
Van = (Vab − Vca )
3
– 22 –
e:
x
qa
Can =
Van
2πε0
Can = Cbn = Ccn = F/m
ln (Deq /r )
√
em que Deq = 3
D12D23D31 é o espaçamento equilátero da linha.
Exemplo
20′ 20′
38′
Da tabela A.3, o diâmetro externo do condutor é 1, 108′′. O raio externo em pés é:
1′ 1
′′
r = 1,108 · ′′ · = 0,0462′
12 2
– 23 –
Espaçamento equilátero equivalente:
√
20 · 20 · 38 = 24,7712′
3
Deq =
Capacitância fase-neutro:
2πε0
Can = = 8,8482 · 10−12 F/m
ln (24,7712/0,0462)
Reatância capacitiva:
1
XC = = 299,7875 MΩ·m = 0,1863 MΩ·mi
2πf Can
)
Xa′ = 0,0912 · 106
6
⇒ XC = Xa′ + Xd′ = 0,1865 MΩ·mi
Xd′ = 0,0953 · 10
XC
X= = 1065,7143 Ω
175
– 24 –
Para o cálculo da corrente de carregamento, considere a seguinte situação:
condutor da fase a
+ Icar
Van Can
−
terra
Portanto:
√
Van 220 · 103/ 3
Icar = = = 119,2 A
X 1065,7143
QC = 3 Van Icar
Vab
= 3 √ Icar
3
√
= 3 Vab Icar = 45,4 Mvar
– 25 –
5.8.10 Efeito do solo sobre a capacitância de linhas trifásicas
a c
H2 H31
H1 H3
solo
H12 H23
a′ c′
b′
obtendo-se uma expressão para a capacitância que leva em conta as distâncias entre
os condutores e as distâncias entre os condutores e as imagens:
2πε0
Can = √
3
F/m
Deq H1 H2 H3
ln r · √
3
H12 H23 H31
– 26 –
5.8.11 Condutores múltiplos por fase
2πε0
Can = b
F/m
ln Deq /DsC
em que:
b
√
DsC = rd dois condutores por fase
√
b 3
DsC = rd2 três condutores por fase
√
b 4
DsC = 1,09 r d 3 quatro condutores por fase
b
Os DsC são RMG modificados em relação aos RMG usados no cálculo das
indutâncias, pois o raio externo substitui o raio efetivo
Exemplo
– 27 –
Da tabela A.3, o raio externo em metros é:
1,382 · 0,3048
r= = 0,0176 m
2 · 12
b
√
DsC = 0,0176 · 0,45 = 0,0890 m
√
3
Deq = 8 · 8 · 16 = 10,0794 m
Capacitância:
2πε0
Can = = 11,7570 · 10−12 F/m
ln (10,0794/0,0890)
1
XC = = 225,6173 MΩ·m = 0,1402 MΩ·mi
2πf Can
XC 225,6173 · 106
X= = = 1410,11 Ω
ℓ 160 · 103
– 28 –
5.8.12 Linhas trifásicas de circuitos em paralelo
Exemplo
Obtenha a susceptância capacitiva por fase da linha trifásica de circuito duplo mostrada
a seguir, que é composta por condutores CAA 26/7 Ostrich 300.000 CM.
18′
a c′
10′
21′
b b′
10′
18′
c a′
0,680 1
r= · = 0,0283′
2 12
– 29 –
• DMG entre as fases e espaçamento equilatero equivalente:
p
Dab = 102 + 1,52 = 10,1119′ = Da′ b′
p
Dab′ = 102 + 19,52 = 21,9146′ = Da′ b
h i1/4
2
DMGab = (10,1119 · 21,9146) = 14,8862′
• RMG:
h i1/4
2
RMGa = (r · Daa′ ) = 0,873′
h i1/4
2
RMGb = (r · Dbb′ ) = 0,771′
b
DsC = (RMGa RMGb RMGc )1/3 = 0,837′
– 30 –
• Capacitância por fase:
2πε0
Cn = b
= 18,58 pF/m
ln Deq /DsC
Exercı́cio
18′
a a′
10′
21′
b b′
10′
18′
c c′
– 31 –
5.9 Modelo da linha de transmissão
◮ Como representá-los?
k m
R L R L
k m k m
G C G C
– 32 –
◮ Em todos os modelos, as tensões e correntes em cada elemento são todas diferentes
∆x
R, L, C, G
– 33 –
5.9.1 Modelo da linha longa
◮ Considere o seguinte modelo de uma linha de transmissão, que pode ser uma linha
monofásica ou uma fase (fase-neutro) de uma linha trifásica:
IS I I + ∆I IR
+ + + +
VS V V + ∆V VR
− − − −
∆x
◮ Considere:
– 34 –
◮ A corrente pela impedância série é a média das correntes no inı́cio e no fim do
trecho diferencial:
I + (I + ∆I) ∆I
=I+
2 2
V + (V + ∆V ) ∆V
=V +
2 2
| +{z∆V} = |{z}
V V − z ∆ x Imédio
| {z }
fim inı́cio queda
∆I z ∆x ∆I
∆V = − (z ∆x ) · I + = −z I∆x − ≈ −z I∆x
2 2 }
| {z
≈0
I| +{z∆I} = |{z}
I − y ∆ x Vmédio
| {z }
fim inı́cio desvio
∆V y ∆x ∆V
∆I = − (y ∆x ) · V + = −y V ∆x − ≈ −y V ∆x
2 2 }
| {z
≈0
– 35 –
◮ Note que os produtos de termos diferenciais são desprezados (muito pequenos)
d
V = −z I
dx
d
I = −y V
dx
◮ Derivando em relação a x :
d2 d
V = −z I
dx2 dx
d2 d
I = −y V
dx2 dx
d2
V = zyV
dx2
d2
I = zyI
dx2
d2
V (x ) = γ 2 V (x )
dx2
d2
2
I(x ) = γ 2 I(x )
dx
– 36 –
que são as equações de onda e:
√ p
γ= zy = (R + jωL) (G + jωC) = α + jβ
V (x ) = A cosh γx + B senh γx
I (x ) = C cosh γx + D senh γx
em que:
e γx + e −γx
cosh γx =
2
e γx − e −γx
senh γx =
2
– 37 –
◮ Supondo conhecidas a tensão e a corrente no inı́cio da linha:
V (x = 0) = V (0) e I (x = 0) = I (0)
tem-se:
A = V (0) e C = I (0)
d
V (x ) = −z I(x )
dx
d
I(x ) = −y V (x )
dx
Lembrando que:
d d
cosh x = senh x e senh x = cosh x
dx dx
obtém-se:
– 38 –
◮ Para x = 0:
γB = −z C = −z I (0)
γD = −y A = −y V (0)
r
z z
B = − I (0) = − I (0) = −Zc I (0)
γ y
r
y y 1
D = − V (0) = − V (0) = − V (0)
γ z Zc
S (x ) = V (x ) I (x )∗ = P (x ) + jQ (x )
– 39 –
◮ Se, ao invés da tensão e corrente no inı́cio da linha, forem fornecidas a tensão e
corrente no final da linha, as equações ficam:
θ2 θ4 θ6
cosh θ = 1 + + + + · · ·
2! 4! 6!
θ3 θ5 θ7
senh θ = θ + + + + ···
3! 5! 7!
– 40 –
Exemplo
Considere uma linha monofásica cujos condutores têm um raio de 2 cm, estão
espaçados de 1 m, e:
• a frequência é 60 Hz
µ0 D −7 1
L= ln ′ = 4 · 10 ln = 1,6648 µH/m
π r 0,02 · 0,7788
πε0 8,85π · 10−12
C= = = 7,1071 pF/m
ln (D/r ) ln (1/0,02)
– 41 –
Os parâmetros caracterı́sticos da linha são:
p p
Zc = z /y = L/C = 483,9883 Ω
√ √
γ = z y = jω LC = j1,2968 · 10−6 m−1
α = ℜ{γ} = 0
β = ℑ{γ} = 1,2968 · 10−6 m−1
Tem-se ainda:
e jβx + e −jβx
cosh γx = cosh jβx = = cos βx
2
e jβx − e −jβx
senh γx = senh jβx = = j sen βx
2
V (x ) = 130 · 103 ∠0◦ · cos 1,2968 · 10−6x − 24,2 · 103 ∠70◦ · sen 1,2968 · 10−6x V
– 42 –
x
150
123,7
100
V [kV]
50
0
0 200 1000 2000 3000 4000 5000
x [km]
150
130
123,7
100
V [kV]
50
0
0 50 100 150 200
x [km]
– 43 –
x
300
200
I [A]
100
97
0
0200 1000 2000 3000 4000 5000
x [km]
◮ para uma linha com essas caracterı́sticas e de comprimento igual a 200 km, a
tensão no inı́cio da linha é de 130 kV e no final da linha é de aproximadamente
123,7 kV, apresentando uma regulação de:
130 − 123,7
Regulação = · 100 = 5,1%
123,7
– 44 –
Exemplo
Este exemplo refere-se a uma linha trifásica cujos parâmetros da representação por
fase são fornecidos. Deve-se tratar uma fase da linha trifásica como uma linha
monofásica:
√
γ= zy
p
= (R + jωL) · (G + jωC)
p
= jωL · jωC
√
= jω LC
= j4,0925 · 10−7 m−1
p
Zc = z /y
p
= (R + jωL) (G + jωC)
p
= L/C
= 122,5206 Ω
– 45 –
(c) a tensão, a corrente e a potência no final da linha se o seu comprimento é de 300 km
∗
S (0)
I (0) = = 1244,9913 ∠ − 18,43◦ A
V (0)
– 46 –
x
200
150
V [kV]
100
50
0
0 300 1000 2000 3000 4000 5000
x [km]
200
150
127
121,4
V [kV]
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
x [km]
– 47 –
x
1500
1000
I [A]
500
0
0 300 1000 2000 3000 4000 5000
x [km]
Nota-se que a potência ativa no final da linha é igual à do inı́cio da linha (linha sem
perdas) e que a potência reativa no final da linha é menor que à do inı́cio da linha,
indicando que a linha apresenta um comportamento predominantemente indutivo.
– 48 –
◮ É possı́vel interpretar as equações de onda de tensão e corrente como ondas
viajantes → pode-se decompor a onda em onda incidente e onda refletida, que
resultam nas variações observadas nos exercı́cios anteriores
De outra forma: se a impedância vista pela fonte é igual a Zc → não há onda
refletida → linha plana ou linha infinita → formas de onda de tensão e corrente
planas
◮ Valores tı́picos de Zc são 400 Ω para linhas aéreas de circuito simples e 200 Ω para
dois circuitos em paralelo. O ângulo de fase de Zc está normalmente entre 0◦ e 15◦
2π
λ=
β
Para linhas sem perdas:
2π 1
λ= √ = √
ω LC f LC
v =f λ
– 49 –
Exemplo
π
∠V [rad]
−π
2π 2π
λ= = = 4845 km
β 1,2968 · 10−6
v = f λ = 2,91 · 108 m/s
– 50 –
◮ A velocidade de propagação calculada é sempre menor que a velocidade da luz no
espaço livre, que é dada por:
1
c=√
µ0 ε0
Considere uma linha monofásica sem perdas com dois condutores de raio r e sepa-
rados por uma distância D. A indutância e a capacitância da linha valem:
µ0 D 2πε0
L= ln e C=
2π r ′ ln (D/r )
z = jωL e y = jωC
√ √ √ √
γ= z y = jω LC ⇒ β = ℑ{γ} = ω LC = 2πf LC
2π 1
λ= = √
β f LC
– 51 –
A velocidade de propagação é:
1
v = λf = √
LC
−1/2
µ0 D 2πε0
= ln ·
2π r ′ ln (D/r )
−1/2
D 1
= µ0 ε0 ln ′
r ln (D/r )
1
v=q
µ0 ε0 ln(D/r
′)
ln(D/r )
1
v =c = √ = 2,9986 · 108 ≈ 3 · 108 m/s
µ0 ε0
– 52 –
Exemplo
r ′ = e −1/4r = 0,0078 m
µ0 D
L= ln ′
= 9,7103 · 10−7 H/m
2π r
2πε0
C= = 1,2075 · 10−11 F/m
ln (D/r )
Impedância série:
– 53 –
Admitância shunt:
Constante de propagação:
√
γ= z · y = j1,2909 · 10−6 m−1
Comprimento de onda:
2π
λ= = 4,8674 · 106 m
β
Velocidade de propagação:
– 54 –
(b) R = 4 · 10−5 Ω/m.
– 55 –
5.9.2 Circuito equivalente com parâmetros concentrados
I (0) Z I (ℓ)
+ +
V (0) Y1 I1 I2 Y2 V (ℓ)
− −
Linha de transmissão
– 56 –
Linhas longas (mais que 240 km)
◮ Idéia: obter equações para V (ℓ) e I (ℓ) em função de V (0) e V (0) e comparar com
as equações do modelo distribuı́do.
– 57 –
◮ Z já está determinado. Determinação de Y1 e Y2 :
cosh γx − 1 1 cosh γx − 1
Y1 = =
Z Zc senh γx
e γx +e −γx
1 2 − 1 1 e γx + e −γx − 2
= γx
e −e
=
Zc Zc e γx − e −γx
−γx
2
1 senh2 γx
2 1 senh γx
2
= γx γx = γx
Zc senh 2 · cosh 2 Zc cosh 2
1 γx
Y1 = tanh = Y2
Zc 2
Zc senh γℓ
1
Zc tanh γℓ
2
1
Zc tanh γℓ
2
– 58 –
Exemplo
Para uma linha de transmissão trifásica, 60 Hz, tem-se R = 0,107 · 10−3 Ω/m,
L = 1,35 · 10−6 H/m e C = 8,45 · 10−12 F/m. A tensão no inı́cio da linha é igual a
220 kV e o seu comprimento é de 362 km.
(a) Determine Zc e γ.
– 59 –
(c) Determine a impedância vista pela fonte caso uma impedância igual a Zc seja
conectada no final da linha.
Exercı́cio
x x2
e ≈1+x +
2! → termos de ordem maior que 2
2 foram desprezados
x
e −x ≈ 1 − x +
2!
– 60 –
◮ Se o comprimento da linha ℓ é pequeno, então | γℓ | será pequeno e as seguintes
aproximações são válidas:
senh γℓ ≈ γℓ
cosh γℓ ≈ 1 + (γℓ)2 /2
γℓ γℓ
tanh ≈
2 2
r
z √
Z = Zc senh γℓ ≈ Zc γℓ = · z y · ℓ = z ℓ = (R + jωL) ℓ
y
r
1 γℓ 1 γℓ y √ ℓ ℓ ℓ
Y1 = Y2 = tanh ≈ · = · z y · = y = (G + jωC)
Zc 2 Zc 2 z 2 2 2
(R + jωL) ℓ R L
ℓ ℓ C C
jωC 2 jωC 2 2 2
– 61 –
◮ Observações:
Quase todas as linhas são modeladas como linhas médias (modelo π-nominal)
R L
– 62 –
Exemplo
| parâmetro-π-equiv | − | parâmetro-π-nom |
erro% = · 100%
| parâmetro-π-equiv |
– 63 –
parâmetro π equivalente π nominal erro%
√
3
Deq = 23,8 · 23,8 · 47,6 = 30 ft
– 64 –
Das tabelas A.3, A.4 e A.5 tem-se:
215
VR = √ ∠0◦ = 124,13 ∠0◦ kV (tensão de fase, tomada como ref. angular)
3
∗ ∗
125 · 106/3
S/3
IR = = √ = 335,7 ∠0◦ A
VR 3
215 · 10 / 3
VS = VR cosh γℓ + Zc IR senh γℓ
= 124,13 · 103 · 0,8904 ∠1,34◦ + 406,4 ∠ − 5,48◦ · 335,7 · 0,4596 ∠84,94
= 137,851 ∠27,77◦ kV
= 332,27 ∠26,33◦ A
– 65 –
Na barra transmissora:
√
Tensão de linha = 3 · 137,851 = 238,8 kV
Corrente de linha = 332,27 A
Fator de potência = cos (27,77 − 26,33) = 0,9997
√
Potência = 3 · 238,8 · 332,27 · 0,9997 = 137,4 MW
VS
VRvazio =
cosh γℓ
ℑ {γℓ} 0,4750
β= = = 0,002065 mi−1
ℓ 230
2π
λ= = 3043 mi
β
v = f λ = 182580 mi/s = 2,94 · 108 m/s
– 66 –
Exemplo (para ser estudado em casa)
– 67 –
5.10 Carregamento caracterı́stico da linha
r r
z L
Zc = = Ω → impedância de surto (surge impedance)
y C
LT IL
√ p
VL / 3 Zc = L/C
– 68 –
◮ A equação de onda da tensão pode ser dada por:
V (x ) = VR cosh γx + Zc IR sinh γx
p
Zc = L/C cosh γx = cos βx
√
γ = jβ = jω LC senh γx = j sen βx
p
◮ Se uma carga com impedância Zc = L/C for conectada na barra receptora, a
corrente será:
VR
IR =
Zc
e a equação de tensão fica:
VR
V (x ) = VR cos βx + jZc sen βx
Zc
= VR (cos βx + j sen βx )
= VR e jβx
| V (x ) | = | VR |
ou seja, para uma carga cuja impedância é igual à impedância de surto, o perfil de
tensão será plano
– 69 –
◮ Análise semelhante para a equação de corrente fornece:
VR
I (x ) = IR cosh γx + senh γx
Zc
VR jβx
= e
Zc
| I (x ) | = | IR |
S (x ) = V (x ) I (x )∗
| VR |2
=
Zc
ou seja, a potência ativa é constante ao longo da linha e não há fluxo de potência
reativa
√
VL / 3
IL = p A
L/C
– 70 –
◮ Potência total entregue à carga (carregamento caracterı́stico):
√
√ √ VL / 3
SIL = 3VL IL = 3VL p
L/C
VL2
=p
L/C
2
Vnominal
SIL = p
L/C
◮ SIL não corresponde à máxima potência que pode ser transmitida pela linha. Esta
depende de outros fatores, como o comprimento da linha etc.
– 71 –
5.11 Perfil de tensão da linha
Exemplo
IS IR
+ +
∼ VS VR ZL
− −
– 72 –
(a) Em vazio: tem-se ZL → ∞ e, portanto, IR = 0. Da equação de onda de corrente:
VS VS
IR = IS cosh γℓ − senh γℓ = 0 → IS = tgh γℓ
Zc Zc
V (x ) = VS cosh γx − Zc IS senh γx
= VS (cosh γx − tgh γℓ senh γx )
VS
VR = VS cosh γℓ − Zc IS senh γℓ = 0 → IS =
Zc tgh γℓ
V (x ) = VS cosh γx − Zc IS senh γx
senh γx
= VS cosh γx −
tgh γℓ
– 73 –
Conforme visto anteriormente, a equação de onda da tensão neste caso fica:
VS
IR = IS cos βℓ − j sen βℓ
Zc′
ZL
!
VS cosh γℓ + Zc VS senh γℓ
IS = (3)
ZL cosh γℓ + Zc senh γℓ
– 74 –
Portanto, a equação de onda de tensão fica:
V (x ) = VS cosh γx − Zc IS sinh γx
(e) Carga leve: vale a equação do item (d) com o valor apropriado de ZL .
(f) Carga pesada: vale a equação do item (d) com o valor apropriado de ZL .
300
250
220
200
V [kV]
150
Vazio
Curto−circuito
SIL
Carga nominal
100 Carga leve
Carga pesada
50
0
0 50 100 150 200 230 250
x [mi]
– 75 –
5.12 Limites térmico e de estabilidade
VS = AVR + BIR
em que:
◮ Considerando:
VR = VR ∠0◦
VS = VS ∠δ
A = A ∠α
B = B ∠β
tem-se:
VS − AVR VS AVR
IR = = ∠ (δ − β) − ∠ (α − β)
B B B
– 76 –
◮ A potência complexa na barra receptora é:
VS VR AV 2
SR = VR IR∗ = ∠ (β − δ) − R ∠ (β − α)
B B
VS VR AV 2
PR = cos (β − δ) − R cos (β − α)
B B
VS VR AVR2
QR = sen (β − δ) − sen (β − α)
B B
A = cosh γℓ ≈ 1 ∠0◦
B = Zc senh γℓ ≈ Zc γℓ = z ℓ = (jωL) ℓ = jX = X ∠90◦
VS VR VS VR
PR = cos (90◦ − δ) = sen δ
X X
P
P max
90◦ δ
– 77 –
◮ Mantendo VS e VR constantes, um aumento da carga implica em um aumento do
ângulo δ. Existe um limite máximo de potência ativa que pode ser entregue:
d VS VR
PR = cos δ = 0
dδ X
ou δ = 90◦ e:
VS VR
PRmax =
X
◮ Considere que:
VS = VR = V
δ = 90◦
X=xℓ
Logo:
VS VR V2 K
PRmax = = =
X xℓ ℓ
– 78 –
Na prática, no entanto, considera-se (por motivos de segurança):
VS = V
VR ≈ 0,95V
δ ≈ 30◦
X=xℓ
Logo:
VS VR 0,95V 2 V2 K′
PRmax ′ = sen δ = ◦
sen 30 = 0,475 max
= 0,475 PR =
X xℓ xℓ ℓ
estabilidade estabilidade
prático
teórico
P
térmico
limite de
operação
– 79 –
◮ A utilização do limite prático de estabilidade visa manter a estabilidade durante
transitórios provocados por distúrbios na rede
Exemplo
A figura a seguir mostra a interligação entre as regiões Norte e Sul do Brasil, feita
através de linhas de transmissão de 500 kV.
Tucuruı́ Imperatriz
MA TCSC
Marabá
Imperatriz
PA
Colinas Colinas
PI
Miracema
Miracema
TO
MT
Gurupi
BA Gurupi
Serra da Mesa
Brası́lia
TCSC
MG
GO Serra da Mesa
– 80 –
• O trecho Imperatriz-Serra da Mesa tem aproximadamente 1020 km → linha longa
Custo
350 kV
para ℓ = 500 km
750 kV
Potência
– 81 –
Custo
350 kV
750 kV
500 km
300 km
150 km
Potência
Custo
Fixo
Total
Variável
Tensão
– 82 –
5.14 Fluxos de potência nas linhas de transmissão
Ek Em
k zkm m
Ikm Imk
sh sh
jbkm jbkm
◮ Impedância série:
Admitância série:
1 rkm −xkm
ykm = = gkm + jbkm = 2 + x2 + j 2 + x2
zkm rkm km rkm km
– 83 –
Tem-se:
rkm ≥ 0 ; gkm ≥ 0
sh
bkm ≥ 0 (parâmetro shunt capacitivo)
sh
Ikm = ykm (Ek − Em ) + jbkm E
| {z } | {z }k
série shunt
sh
Imk = ykm (Em − Ek ) + jbkm E
| {z } | {z m}
série shunt
∗
Skm = Pkm − jQkm = Ek∗ Ikm
sh
= Ek∗ ykm (Ek − Em ) + jbkm
Ek
= ykm Vk2 − ykm Ek∗ Em + jbkm
sh 2
Vk
sh
2
= gkm + jbkm + jbkm Vk − (gkm + jbkm ) Vk Vm (cos θkm − j sen θkm )
Pkm = ℜ {Skm } = gkm Vk2 − Vk Vm (gkm cos θkm + bkm sen θkm )
sh
2
Qkm = ℑ {Skm } = − bkm + bkm Vk − Vk Vm (gkm sen θkm − bkm cos θkm )
– 84 –
De maneira análoga:
◮ Note que as expressões dos fluxos de potência foram obtidas considerando que estes
estão entrando na linha:
Ek Em
k Pkm Pmk m
Linha de transmissão
Qkm Qmk
– 85 –
Note que:
sh
Vk2 + Vm2 corresponde à geração de potência reativa nos elementos shunt
−bkm
sh
(bkm > 0; potência negativa – fornecida)
Exemplo
k Ek Em m
Rede elétrica
sh
Os parâmetros da linha k-m são: zkm = 0,01 + j0,05 pu e bkm = 0,2 pu. Em um
determinado instante durante a operação da linha, suas tensões terminais são
Ek = 1,015 ∠ − 1,3◦ pu e Em = 1,020 ∠ − 6,3◦ pu. Calcule os fluxos de potência e as
perdas de potência na linha.
– 86 –
A admitância série da linha é:
1
ykm = gkm + jbkm = = 3,8462 − j19,2308 pu
zkm
Pkm = gkm Vk2 − Vk Vm (gkm cos θkm + bkm sen θkm ) = 1,7309 pu
sh
2
Qkm = − bkm + bkm Vk − Vk Vm (gkm sen θkm − bkm cos θkm ) = −0,5749 pu
Pmk = gkm Vm2 − Vk Vm (gkm cos θkm − bkm sen θkm ) = −1,7005 pu
sh
2
Qmk = − bkm + bkm Vm + Vk Vm (gkm sen θkm + bkm cos θkm ) = 0,3128 pu
k 1,7309 −1,7005 m
Linha de transmissão
−0,5749 0,3128
– 87 –
Realizando o cálculo das perdas de potência:
−bkm | Ek − Em |2 = 0,1520 pu
sh
Vk2 + Vm2 = −0,4141 pu
−bkm
ou seja, a susceptância série resulta em consumo de potência reativa (> 0), enquanto
que a susceptância shunt resulta em geração de potência reativa (< 0). Neste caso em
particular, a geração é maior que o consumo.
– 88 –
5.15 Transmissão em corrente contı́nua
◮ Utilização de HVDC:
transmissão submarina
– 89 –
5.16 Tipos de elos c.c.
Elo c.c.
c.a. c.a.
– 90 –
◮ Elo bipolar: um condutor com tensão positiva e outro com negativa. A terra não é
usada como retorno de corrente em condições normais de operação (em
emergências isso pode ocorrer). Conversores ligados em série em cada lado
Elo c.c.
c.a. c.a.
Menores perdas
– 91 –
◮ Comparação entre um sistema c.a. trifásico e um elo c.c. bipolar:
√
Pca = 3 Vℓ Iℓ
Potência c.c.
Pcc = 2 Vd Id
Vd = Vccmax
√
Como o valor de pico da tensão de fase é 2 vezes maior que o respectivo valor
eficaz (rms), tem-se:
√
3
Vℓ = √ Vcamax
2
Pca = Pcc
√
3V I = 2 Vd Id
√ √3 maxℓ ℓ
3 √2 Vca Iℓ = 2 Vccmax Id
3
√ I
2 2 ℓ
= Id
Id = 1,06 Iℓ
– 92 –
Perdas c.a.
p
Pca = 3 Iℓ2 Rℓ
Perdas c.c.
p
Pcc = 2 Id2 Rℓ
p p
Pca = 1,33 Pcc
As perdas em c.a. são 33% maiores que as perdas c.c. para uma mesma
potência transmitida
3 Iℓ2 R = 2 Id2 R
r
3
Id = Iℓ
2
r r
3 Vℓ 3
Vd = √ = Vf
2 3 2
– 93 –
Em termos das tensões máximas:
r
3 Vcamax
Vccmax = √
2 2
max
= 0,87 Vca
◮ A linha c.c. é mais barata que a linha c.a.: menos condutores, torres mais simples,
menor nı́vel de isolamento
Porém, são também necessárias as estações conversoras (c.a./c.c. e c.c./c.a.), que
são muito caras.
◮ A decisão sobre qual sistema adotar (c.a. ou c.c.) sob o ponto de vista de custos
depende basicamente do comprimento da linha:
custo
c.a.
c.c.
custo dos
conversores
≈ 800 km comprimento
– 94 –
5.18 Conversores – visão geral
Linha
Retificador Ld Rℓ
1 3 5
ea L c ia + + Id
∼
eb L c ib
n ∼ vd Vd Inversor
ec L c ic
∼
− −
4 6 2
– 95 –
A alimentação c.a. é feita através de rede trifásica equilibrada e senoidal
A ignição das válvulas é feita pelos gates e ocorrem a intervalos de tempo iguais.
No caso tem-se 6 válvulas, portanto, elas são disparadas a cada 60◦ (1/6 de
ciclo de tensão)
ec ea eb
ωt
π 2π
0 3 3
◮ A análise a seguir será feita para a operação da ponte sem controle de ignição dos
tiristores (tiristores comportando-se como diodos). O controle de ignição será
incluı́do adiante
◮ Dois tiristores conduzem por vez: aquele cuja tensão no catodo é a maior e aquele
cuja tensão no anodo é a menor
– 96 –
No intervalo 0 ≤ ωt ≤ π/3 a maior tensão é ea , logo, o tiristor 1 conduz. A menor
tensão é ec , logo, o tiristor 2 também conduz. A tensão vd será:
vd = eac = ea − ec
O mesmo tipo de raciocı́nio vale para os outros intervalos (de 60◦ em 60◦). A
tensão vd será:
vd
Vd
ωt
π 2π
0 3 3
√ √
3 2 3 3
Vd = Vℓ = Em ≈ 1,65Em
π π
◮ Com controle de ignição, ou seja, com ângulo de atraso não nulo (α 6= 0):
Vd = Vdo cos α
– 97 –
◮ A faixa de variação do ângulo de ignição é de 0 a 180◦. De 0 a 90◦, Vd assume
valores positivos. De 90◦ a 180◦, Vd é negativo. Neste último caso, como o sentido
da corrente não pode mudar, a ponte passa a operar como inversor
◮ A comutação não é de fato instantânea, mas leva um certo tempo para ocorrer. Por
exemplo, para ωt = π/3 o tiristor 1 deixa de conduzir, passando o tiristor 3 a
conduzir. Essa transição não é instantânea. Os tiristores 1 e 3 conduzem
simultaneamente por um certo tempo, e este fato é denominado overlap. Isso
implica em uma diminuição de Vd :
√
Vdo 3 2Vℓ
Vd = [cos α + cos (α + µ)] = [cos α + cos (α + µ)]
2 2π
= Vdo cos α − Rc Id
3ωLc 3Xc
Rc = = = 6f Lc
π π
e, embora seja considerada como resistência para efeitos de queda de tensão, não
consome potência ativa
– 98 –
Vℓ
Id = √ [cos α + cos (α + µ)]
2Xc
em que Xc = ωLc
r
2
Iℓ = Id
3
Iℓ = Ip + j Iq
em que:
√
6Id cos α + cos(α + µ)
Ip =
π 2
e:
√
6Id 2µ + sin 2α − sin 2(α + µ)
Iq =
π 4(cos α − cos(α + µ)
◮ Mostra-se que:
1
cos φ ≈ [cos α + cos (α + µ)]
2
– 99 –
◮ Circuito equivalente do retificador:
Rcr
+ Id +
+
Vdor Vdor cos α Vdr
−
− −
Rci
+ Id +
+
Vdi Vdoi cos β Vdoi
−
− −
– 100 –
◮ O fator de potência no lado c.a. do inversor é:
1
cos φ ≈ [cos γ + cos (γ + µ)]
2
γ =π−δ
Retificador Inversor
Rcr Rℓ Rci
+ + Id + +
+ +
Vdor Vdor cos α Vdr Vdi Vdoi cos β Vdoi
− −
− − − −
– 101 –
◮ Controle lento (≈ 5 segundos) → mudanças em Vdor e Vdoi através dos taps
dos transformadores alimentadores dos conversores
◮ Configuração:
Sul
SE Eletrosul
Foz do Iguaçú Foz do Iguaçú
Tijuco Preto
Ivaiporã
60 Hz
Itaberá
Itaipu 345 kV
50 Hz
Ibiúna
±6300 MW
SE ANDE
Elo c.c.
Paraguai
– 102 –
◮ Torres de transmissão em c.c.:
guarda (pára-raios)
estal estal
linha c.c. bipolar
torre estaiada
(mais simples e leve que torres c.a.)
Estaiada
guarda (pára-raios)
Autoportante
– 103 –
◮ Sistema bipolar de 12 pulsos:
Elo c.c.
Y +600 kV Y
Y Y
monopólo 1
∆ ∆
c.a. Y Y c.a.
Y Y
monopólo 2
∆ −600 kV ∆
– 104 –
5.20 Conexão HVDC Brasil-Argentina (Garabi)
– 105 –
5.21 Materiais de apoio
◮ http://www.dee.ufc.br/˜rleao/GTD/Transmissao.pdf
– 106 –
5.22 Referências
◮ J.D. Glover, M.S. Sarma, T.J. Overbye, Power system analysis and design, Cengage
Learning, 2008.
– 107 –
ET720 – Sistemas de Energia Elétrica I
1 Semestre 2011
Apêndice
Revisão de circuitos de corrente alternada e sistema por unidade
Fonte Carga
+ i (t) +
∼ vf (t) vc (t) Z
− −
ω = 2π f
– 1–
No Brasil, f = 60Hz → ω = 377rad/s. O valor eficaz da tensão é:
√
Vef = Vp / 2
√
v (t) = 2 Vef sen (ωt + α)
n√ o
j(ωt+α)
=ℑ 2 Vef e
√
jα jωt
=ℑ 2 V| ef{ze } e
V~
V~ = Vef e jα = Vef ∠α V
Para a corrente:
~
I = Ief e jβ = Ief ∠β A
– 2–
◮ Diagrama fasorial:
V~
~
I
◮ A relação entre os fasores de tensão na carga e corrente pela carga é definida como
a impedância da carga:
V~ Vef
Z= = ∠ (α − β) =| Z | ∠φ = R + jX Ω
~
I Ief
– 3–
Observações:
−π/2 ≤ φ ≤ π/2
P ≥ 0, para qualquer φ
S = V~ ~
I∗
= Vef ∠α Ief ∠ − β = Vef Ief ∠ (α − β) =| S | ∠φ
= Vef Ief cos φ + j Vef Ief sen φ
= P + j Q VA
– 4–
Exemplo
i (t)
+
ir (t) ix (t)
√
v (t) = 2 Vef sen (ωt) V R X
Fasor de tensão:
V~ = Vef ∠0◦ V
~ V~ Vef
Ir = = ∠0◦ = Ir ∠0◦ A
R R
~ V~ Vef
Ix = = ∠ − 90◦ = Ix ∠ − 90◦ A
jωL X
– 5–
Diagrama fasorial:
~
Ir V~
~
Ix ~
I
√
ir (t) = 2 Ir sen (ωt)
√
ix (t) = 2 Ix sen (ωt − 90◦)
– 6–
Para o indutor:
◮ Circuitos trifásicos:
pode-se calcular as grandezas de interesse somente para uma fase (em função
das observações anteriores) → diagrama unifilar
– 7–
◮ Potências em circuitos trifásicos:
√
P = 3 Vf If cos φ = 3 Vl Il cos φ
√
Q = 3 Vf If sen φ = 3 Vl Il sen φ
Exercı́cio
Um motor, modelado como uma carga em Y equilibrada com impedância 10∠20◦ Ω por
fase é alimentado por uma fonte cuja tensão de linha é de 173 V. Calcular a corrente
fornecida à carga, o fator de potência da carga e as potências aparente, ativa e reativa
consumidas pela carga.
Exercı́cio
Uma tensão de linha de 4,4 kV é aplicada sobre uma carga conectada em Y consistindo
de três impedâncias iguais de 20∠30◦ Ω. A impedância de cada uma das três linhas que
conectam a carga ao barramento da subestação é 1, 4∠75◦ Ω. Determinar a tensão de
linha no barramento da subestação. Determinar também o fator de potência visto pela
fonte e a potência aparente fornecida pela fonte.
– 8–
A.2 Sistema por unidade (pu) – revisão
◮ Sempre que duas forem definidas, as outras duas podem ser obtidas.
– 9–
A.2.1 Circuitos monofásicos em pu
Exemplo
0,024 Ω 0,08 Ω
I 100 kVA
∼ E 200 V
fp = 80% atrasado
Sb = 100 kVA
Vb = 200 V
Sb
Ib = = 500 A
Vb
Vb
Zb = = 0,4 Ω
Ib
– 10–
Basta dividir cada grandeza do circuito pela sua respectiva grandeza de base e obter o
circuito em pu:
0,06 pu 0,2 pu
i sc = 1 pu
∼ e vc = 1 pu
fp = 80% atrasado
Os cálculos são realizados em pu. Como a carga tem fator de potência 80% (atrasado,
carga indutiva), a potência complexa em pu é definida como:
sc = 1 ∠36, 87◦ pu
Assumindo a tensão na carga como nominal (200 V) e também como referência angular
do circuito:
vc = 1 ∠0◦ pu
∗
sc
i= = 1 ∠ − 36,87◦ pu
vc
– 11–
A tensão da fonte é dada por:
e = vc + z i = 1,1746 ∠6,06◦ pu
◮ Escolha das bases → escolher valores adequados de tensão de fase e de linha de base
– 12–
Exemplo
Uma fonte trifásica equilibrada de 220 V de linha alimenta uma carga conectada em Y
com impedância Z = 32,2 ∠60◦ Ω. Escolha as bases adequadas e calcular a impedância
da carga em pu.
em que Sbf é a potência de base por fase e Sbl é a potência de base total (3Sbf ).
A escolha destes valores de base fazem com que em pu não haja diferença entre os
valores de fase e de linha, evitando as usuais confusões de cálculo.
A partir dos valores de base arbitrados, pode-se obter os outros valores de base:
Sbf
Ibf =
Vbf
Sbl /3
= √
Vbl / 3
Sbl
=√ = 7,8740 A
3Vbl
– 13–
Vbf
Zbf =
Ibf
√
Vbl / 3
= √
Sbl / 3Vbl
Vbl2
= = 16,13 Ω
Sbl
Z 32,2 ∠60◦
z= = = 2 ∠60◦ pu
Zbf 16,13
1
i= = 0,5 ∠ − 60◦ pu
z
– 14–
A.3 Material de apoio
A.4 Referências
– 15–