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Templários No Brasil
Templários No Brasil
Templários No Brasil
-··----
SUMARIO
1 · INTRODUÇÃO .........................................•... 1
C Tupinambâ) ........................................... 18
VJ
57
O 4. O MILITAR E O RELIGIOSO SOB A MESMA CRUZ
da
4.2 A Companhia de Jesus nos Dominios do Padroado
62
Ordem de Cristo
na na
4.4 As Ordens Religiosas e a Participa ç ao do Indige
m Constru çã o da Sociedade Brasileira
70
n
ÇO
5 O ALDEAMENTO DE SÃ O LOURENÇ O E A EST ÉTICA DO ESPA
92
MISSIONEIRO
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r\ 5.1 Os Espa ç os Missioneiros Jesu í tico Diferenciados
93
•
^
n 5.2 A Est ética dos Espa ç os Missioneiros
96
O
98
5.3 O Aldeamento do í ndio cavaleiro de Cristo
101
O 3.4 O Espaç o de Sao Lourenç o
r\
r\
103
3.5 A Arte Jesu í tica em Sao Lourenç o
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b. CONSIDERAÇÕES FINAIS 127
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4 1. INTRODUÇÃ O
4 N
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- 1.1. O Tema
A
A
4 1.2 Orienta çã o Teó rica
A
O» Plano de Trabalho
— 1.4
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A
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o
2
A
XA 1.1. O Teraa
colonial.
4 Ainda que se procure explicar esse empreendimento como
4
mercantilista movida pela ambiçao
4 consequência de uma açao
A desenfreada e empreendida pelo fio da espada , passei a considerar
A atribuir se- únicamente ao impeto
A deveras questionável
.
construção e preservação do espaço colonial brasileiro
acadêmicas passei a
O Ao dedicar me - as atividades
que moldou o nosso
pesquisar a respeito do processo histórico
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1
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espaço. O desenrolar desta pesquisa colocou-me então
seguintes questionamentos:
perante os
V
3
Ordem de Cristo.
colonial brasileira.
4
X
-
4
História da Arte , da Arqueologia , da Etnologia e da História , o
4
3 que nos exigiu conciliar perspectivas disciplinares diversas.
4 Apesar dessa nossa pesquisa nao poder ser caracterizada
-1 chamar de "pensar
orientação teórica , do que poderiáraos
4
J -
arqueológico" , considerando se este como um método de abordagem
-
X
X
na
É importante
atualidade ,
Antropologia , as suas
observar que apesar da Arqueologia
diretamente
raizes
associada
encontram se,
principalmente ,
estar ,
ou
primeiras
à
na
1
o s
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a
aquele que ,
partindo do axioma da existência de um mundo objetivamente
J
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reconhecivel , procura conhece lo através de construções teóricas
consensualmente aceitas e baseadas era dados , ou informações ,
explicitamente verificáveis. A ciência , portanto , nao lida com
n 7
n que nao significa que ele nao exista ou que , ocasionalmente , nao
r\ se manifeste. Ao mesmo tempo a ciência é praticamente impotente
O
ao enveredar em campos onde nao é possivel a apresenta ç ao
n de
dados consensualmente comprov á veis. Sem d ú vidas que estas
O
limita çõ es se expressam de modo mais flagrante quando o objeto de
O
estudo é o comportamento humano , tanto numa perspectiva
1 arti3tica.
*A
A processo mission á rio jesuitico no Estado do Brasil. Discutiremos
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A
A
A 10
*
A
A a fim de utiliza- la nao só na conquista e defesa ailitar do
A
A espa ç o colonial mas també m como for ç a repressora ao ind í gena
-4
hostil e ao negro escravisado . Esse projeto colonial implantado
J
A atrav és da ação missionária , principalmente jesuitica , foi fruto
J de uma estrat égia desenvolvida pela instituiçã o nilitar que
A
J possuia o poder do Padroado religioso no Brasil , a Ordem de
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retábulo.
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A
A
A 12
A
A NOTAS
A
A
1- Cardoso ( 1990 ) p. 70/1: "Nas duas ú ltimas d écadas , o
A desenvolvimento da profissionaliza çã o de historiadores
A e cientistas sociais , o incremento da pesquisa
A fundamentada era documenta ções maciç as e às vezes
seriadas , uma percepçã o da import â ncia das diversidades
A regionais , enfim o manejo de novas teorias e novos
A pontos de vista permitiram vislumbrar a racionalidade
intr í nseca da sociedade colonial que n ã o exclui ,
A claro , a necessidade dial ética externa /interna e sua
A consider á vel complexidade. ( ...). Longe de estruturar à
volta de duas posi ções polares somente, a sociedade
A abria -se era leque que n ã o anula mas relativiza a
A dicotomia simples antes percebida. ( ...). A anterior
A ) "obsess ã o plantacionista" diminuiu . Percebe-se por fim
uma sociedade rural onde um campesinato sempre esteve
A presente.
A
A 2- Butterfield apud Carr ( 1982) p. 39: "O estudo do
4 passado com ura olho , por assim dizer , sobre o presente
A é a fonte de todos os pecados e sofismas em hist ó ria
... ± a essência do que queremos significas pela
A palavra "anti- hist ó rico".
A
3- ( 1979 ) p. 44/54/69: "Para algumas pessoas , as palavras
"cient í fico" e "n ã o-cient í fico" acabaram por significar
simplesmente "verdadeiro e "falso" ou "racional" ou
n "irracional".( ... ). Da maneira como vejo as coisa 3 , os
n cientistas n ã o precisam afirmar que todo conhecimento é
pass í vel de ser reduzido a ci ê ncia , ou quase unicamente
n o conhecimento cient í fico é digno de cr édito.
•
n Entretanto , devem acreditar que algumas verdades podem
ri ser descobertas pelo m étodo cient í fico - isto é , pela
sua publicaçã o , cr í tica e aceita çã o por uma comunidade
r' livre- e que essas verdades 3 ã o basicamente merecedoras
A de cr édito. ( ... ) Para entendermos o conhecimento
cient í fico precisamos entender n ã o apenas a ignor â ncia
n cient í fica como també m o erro cient í fico. A Ci ê ncia é
r geralmente merecedora de fé era suas asseções , e os bons
cientistas n ã o se negam a admitir que ignoram a
resposta a certas perguntas. Às vezes , por ém , s ão
feitas algumas afirma ções cientificas que , depois de
tC\ amplamente aceitas , acabara por se revelar inteiramente
falsas. Esse fenô meno , perfeitamente familiar aos
r» cientistas que exercem sua atividade e a qualquer
íT \ pessoa que esteja a par da hist ória da Ci ê ncia , situa -
se fora do escopo da metafisica positivista , cuja
afragilidade fica , em consequ ência , exposta em toda a
sua nudez."
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4
A 2. O TUPí E A OCUPAÇÃO ABORÍGENE DO ESPAÇO BRASILEIRO
J
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J )
I 2.1 -
A Ocupaçao Tupí Guarani do Litoral Brasilero
A
A
A 2.2 As Caracteristicas Étnicas dos Tupi Litorâneos (Tupinarabá)
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2.1. A Ocupaçao Tupi Guarani do Litoral Brasileiro.
parte da bacia do -
Paraná Paraguai Uruguai - e, de modo quase
-
Tronco Tupi , dentre elas o Tupi Guarani , ocupavaa as regiões de
n -
falantes do Tupi Guarani , habitando os "Tapuias’’ (3) as regiões
O interioranas.
O
Quanto a origem dos povos do tronco Tupi é esse um tema
J—j
V
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posterior as primeiras migra çõ es ,, teriam chegado diretamente à
-! i
1 Am érica Central ou do Sul , já que nao encontramos vest í gios de
4
â 16
- I
i desembocadura do Amazõ nas , tomando ent ã o o sentido inverso
tiveram
que a
uma
ry
import â ncia vital na subsist ência dos Tupi litor â neos ( 5).
' "N
"
rs Gabriel Soares de Souza ( 1938:360/1 ) , na nossa opini ã o
Tupinambás e Tupina ês , "era cuja mem ó ria andara estas hist ó rias de
O
rrs gera ç ao em gera ç ao". Desta maneira , os Tupinamb á teriam atingido
<r\ o litoral baiano vindo diretamente do sert ã o e nao do litoral
r\
n norte.
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,r\
17
n
n
r> Recorrendo mais uma vez aos dados hist ó ricos , lembramos que
n
o termo "Tamoio" utilizado , pelos outros indigenas Tupi , para
r\ denominar a "naçã o" que ocupava o litoral central fluminense ,
O
I Dias Jr . , as mais antigas est ã o no litoral central , enquanto que
ia
)
Apesar da relação lingua/cultura ser sempre muito
variável , existem algumas caracteristicas culturais comuns a
maioria dos povos Tupi Guarani.- Uma das mais expressiva é a
"flexibilidade" de sua cultura , que os fazem ser extremamente
receptivos a incorporar e sincretizar outros padrões culturais
( 7).
-
que caracterizam se pela dualidade (8), os -
Tupi Guarani tendem
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ri
para a unidade. Socialmente não costumam subdividir se - em
r> segmentado como nas aldeias Jê , onde cada metade tem o seu
r
"locu3" especifico. Também nao encontramos no centro das aldeias
r
r\ Tupi -Guarani a caracteristica "Casa dos Homens". Apesar da mulher
aspecificamente demarcado.
r
O arguto observador Soares de Sousa ( 1938: 362) assim
fC
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19
muito
belicosos , e era sua maneira esfor ç ados , e para muitos , ainda que
r\
atrai ç oados: s ã o muito amigos da novidade , e demasiadamente
luxuriosos , e grande ca ç adores e pescadores , e amigo de
lavouras."
O
Passemos ent ã o a analizar as observaçõ es provenientes
20
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Foi também esse um tópico * abordado , numa perspectiva
-
deve se , mais do que as migrações , ao processo de "enxaraamento"
O,
21
n
n -
e faziam se cada dia cruel guerra , e coraiam se uns - aos outros".
distintos , assim como casos houveram era que uma mesma "nação"
O 24
O
-
onde , referindo se ao3 portugueses , dizera que estes "Trouxeram -
nos milho e mandioca , facas e enxadas , amendoim e tabaco. Desde
então até aos nossos dias , os Brancos nao trouxeram nada senão
O
guerras e misérias”. Podemos observar que , na realidade , os
portugueses transmitiram a esse povo africano , como a diversos
O
outros , conhecimentos sobre lavouras tropicais que aprenderam com
n 03 indigenas -
Tupí Guarani do litoral brasileiro. Sao estas
rs culturas agricolas , até hoje , da maior importâ ncia para a
O \
O agricultura de subsistência não só do continente africano , como
ry de praticaraente todo o trópico-ú mido (16). Um importante dado a
q ser observado é o de que , apesar de dominarem as técnicas de
r>
cultivo de diversas culturas agricolas , estavam eles limitados à
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/
~
- tecnologia litica para as práticas de plantio , inclusive para
da sua queima.
r) O tipiti , apetrecho para o processamento da mandioca ;
"flex í vel".
-
socio comunitária .
projeto se estruturou , -
faz se necessário resgatar a origem
NOTAS
--A 1- Cardim ( 1939 ) p. 170: "Era toda esta prov í ncia ha muitas
/“\J e varias na ções de differentes linguas , por éra uraa é a
iA
princial que compreende algumas dez naçõe3 de Indios:
estes vivera na costa do mar , e era uraa grande corda do
sert ã o , por é m s ã o todos estes de uma s ó lingua ainda que
era algumas palavras discrep ã o
ij
2- Larouse ( 1970 ) p. 4034: "Das duas linguas documentadas
no per í odo colonial , o tupi -guarani foi registrado em
duas variantes ( dialetos ), o tupinambá ou tupi antigo ,
A falado nos secs. XVI e XVII era consider á vel extens ã o do
litoral brasileiro , de Sã o Paulo ao Maranh ã o - o que
A levou os colonizadores portugu êses a charaa - lo lingua
4 ) geral do Brasil ou , simplismente e por excel ê ncia , lingua
4 brasilica ; e o guarani antigo , registrado na primeira
metade do séc. XVII no Oeste do atual estado do Paraná ,
A
3- "Tapuia" é ura termo genérico , utilizado pelos falantes
do Tupi -Guarani , e adotado pelos portugueses , para
designar , pejorativamente , todo aquele indigena que n ã o
compartilhassem de sua l í ngua /cultura.
r\
27
A 28
A
A cronistas de que o marisco constituia uma parte
importante da dieta alimentar d êsses ind í genas
A
A
6- Meggers apud Scataraacchia ( 1981 ) p. 43/4: "a ocorr ência
A fora do comum desta ampla dispersã o de estilos cer â micos
A tem atraido pouco interesse , provavelmente por ser f á cil
A perder o sentido de perspectiva em relaçã o ao Erasil , e
esquecer o fato de que n ã o encontramos era parte alguma da
J Am érica do Norte ou da Europa , exemplos de culturas
A ceramistas cora grau semelhante de homogeneidade
A distribu í dos por á reas de grandeza equivalente.
A
A 7- A respeito da "flexibilidade” cultural Tupi , Viveiro de
Castro ( 1986:89 ), nos diz o seguinte: "A monografia de
A Wagley & Galv ã o sobre os Tenetehara ( publicada em ingl ês
A em 1949: ediçã o em português em 1961 ) é um estudo
cl á ssico de mudan ç a cultural , que procura abordar o
A fenô meno em todos os aspectos da vida social deste povo
A Tupi-Guarani do Maranh ã o e Par á . ( ... ) Apontando para um
tra ç o que reaparece em outras monografias Tupi , os
A autores indicara a vida religiosa ( sobretudo no plano do
A discurso ) como o lugar da resist ência Tenetehara â
A mudanç a social imposta pela subordina çã o à sociedade
brasileira: n ã o obstante - e isto també m reaparece em
A in ú meros trabalhos sobre oa Tupi - observam que os
Tenetehara , ao contr á rio por exemplo de seus vizinhos
n Timbiras , s ã o extremamente ’’ pl á sticos *' e receptivos
quanto à adoçã o de novos padr õ es culturais.”
n
""N
ni 19
n
10- Claster ( 1988 ) p. 27/8: "É ent ã o por quatro tra ç os que na
Am érica do Sul se distingue o chefe. Como tal , ele é um
"apaziguador" profissional" ; alé m disso , deve ser
generoso e bom orador ; possui , enfim o privilégio da
poliginia . ( . . . ) Planajador das atividade econó micas e
cerimoniais do grupo , o lider n ã o possui qualquer poder
decisório , ele nunca est á seguro de que as suas "ordens"
ser ã o executadas: essa fragilidade permanente de um
poder sempre contestado d á sua tonalidade ao exercicio da
funçã o: o poder do chefe depende da boa vontade do grupo
( . . . ) Cora efeito , é not á vel constatar que es3 a
trindade de predicados - dom orat ó rio , generosidade ,
poliginia - ligados á pessoa do lider , concerne aos
mesmos elementos cuja troca e circula çã o constituem a
r\ sociedade como tal , e sancionam a passagem da natureza
) para a cultura .
ni
ri 11 - Sousa ( 1938 ) p. 376"Este gentio é muito amigo de
vinho , assim machos como femeas. o qual fazem de todos os
seus legumes , at é da farinha que comem : mas o seu vinho
principal é de uma raiz a que chamam de aipim ( .. . ), o
bebem com grandes cantares , e cantam e bailam toda uma
noita ás vesperas do vinho , e ao outro dia pela manh ã
começ am a beber , bailar e cantar ( ... )".
ní
12 — Baseando -nos nas informa çõ es de Soares de Sousa ( 1938 )
o» e de Cardim ( 1939 ) identificamos as seguintes "na ções"
Tupi-guarani como as principais ocupantes do nosso
Mi
litoral no s éc. XVI , lembrando sempre a facilidade de
mobilidade , de "enxamamento" e de tomarem denomina çõ es
diversas , que tinham essas estruturas tribais:
Pitiguar ou Potiguar do Maranhao at é o rio Paraiba .
Caet é do rio Paraiba ao rio Sao Francisco.
Tupinambá do rio Sao Francisco ao sul da Bahia .
Tupuniquin - do sul da Bahia ao Espirito Santo.
Teraimin ó Espirito Santo
r> Tamoio ou Tupinamb á Rio de Janeiro
Tupinikin e/ou Tupi Sao Paulo
Carij ó do sul de Sã o Paulo a ilha de Santa Catarina
r\
r\
13- Soares de Sousa ( 1938 ) p. 207/8/9: "Pacoba é uma fruta
natural d ' esta terra , a qual se d á em uma arvore muito
r\ molle e facil de cortar , ( . . . ) As bananeiras tem
r\ arvores , folhas e cria çã o como as pacobeiras , e n ã o ha
nas arvores de uma 3 á s outras nenhuma differenç a , as
rs quaes foram ao Brazil de S. Thom é , aonde ao seu fruto
chamam bananas e na í ndia chamam a estes figos de horta
as quais s ã o mais curtas que as pacobas v . . . ): e n ã o
s ã o t ã o sadias como a 3 pacobas .
o Thevet ( 1978 ) p . 111 : "Quando voltava de
o Jerusal é m , vi , no Egito e em Damasco , uma arvore muito
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éí 15- Os Tup í-Guran í atribu í am a um personagem mitol ó gico
denominado Meire Humane , Maire- monan , Mair-Zumane. Sum é
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/ \
ou Zom é , o papel de transmissor do conhecimento da
/ T\ horticultura especializada . Staden ( 1974:167) assim a ele
/ n\ se refere: "Fazem uma tonsura no alto da cabeç a e deixam
ficar em torno uma corõa de cabelos , como um monge.
Perguntei - lhes muitas v êzes de onde haviam tirado esse
o
. penteado , e responderam que seus antepassados o haviam
visto em um homem que se chamava Meire Humane , e havia
o feito muitas maravilhas entre éles. T ê m -no por um profeta
n ou apóstolo . Vasconcelos ( 1977: 1 - 123 ) informa que os
í ndios o descrevia como um homem branco , barbudo e
vestido .
m
n
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21
ï 16- Destas culturas citadas , sô mente o milho n ã o é , com
certeza , de origem brasileira. Por é m , as pesquisas
fito-genéticas tem corroborado as informa ções
etno-históricas à respeito da origem brasileira do
amendoim ( Sauer , 1987:64). Quanto a mandioca , apesar de
-
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alguns autores colocarem em d ú vida o seu local de origem ,
é o Brasil o maior deposit á rio de germoplasmas das
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" N, espécies nativas desse vegetal .
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4 3. O PATRIMÓNIO AMERICANO DA HERDEIRA TEMPLARIA
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4 3.1 Os Monges Guerreiros do Monte do Templo
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A 3.2 A Ordem de Cristo e a Descoberta do Brasil
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i 3.1 Os Monges Guerreiros do Monte do Templo
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da Igreja Cat ólica , formada por monges guerreircs que estavam sob
O
ã
\ a autoridade direta do Papa .
-
A
A
frente de ura poderoso ex ército , invade Portugal , sendo
1842: 12 ).
no cerco ao castelo de Tomar
derrotado
( Portugal ,
ex ércitos mouros .
O
O ê xito da Ordem dos Templ á rio despertou os interesses
de uma outra Ordem mon á stica , criada també m na Terra Santa ,
Amalfi ,
estabelecido
com intuito
por
ce
a Sao Joao Batista , construiu -se també m dois "hospí cios", a fio
nova Ordem mon ástica que , devido ao seu car á cter inicialnente
-
o
,
assistencialista , veria a ser conhecida simplesmente coro a
r* visualmente pelas cores das cruzes que traziam nas suas bandeiras
1
o
4
4
A 37
4
4
4 Contudo , dentre estas duas Ordens , os templ á rios sempre
' A } com receio dos constantes assaltos nas estradas , depositavam seus
A valores em um estabelecimento templ á rio recebendo ent ã o um
4
4 documento relativo ao dep ósito. Cora a apresenta çã o desse
H»
1
pr ó prios mul ç umanos , " pois esses acreditavam ser prudente ter
II ,
4 e os mul ç umanos ismaelitas , com quem se relacionavam ,
4
4 principalmente atrav és da seita dos Assassinos ( I b i d 7 5/6 ).
A O conflito dos templ á rios dentro da Igreja Cat ó lica n ã o
A
A se limitava à confronta çã o com os hospital á rios. Gra ç as as bulas
4 confiss ões. Esses direitos davam nao s ó aos templ á rios grande
~
autonomia em rela çã o ao bra ç o secular da Igreja , ccmo també m
4 permitia que todos os projetos , problemas e conflitos internos da
#
T Ordem ficassem restritos às paredes de suas caceias. Os
'v templ á rios sofriam també m veladas criticas da Igreja secular
T
T devido a sua excessiva complasc ê ncia com outras express ões
4» religiosas. Assim , quanto mais rica e poderosa a Orden ficava ,
/“ N
por é m refutada e3sa , e todas as posterioras tentativas ,
40
-
Grâo mestre da Ordem , Jacques de Molay. Tem inicio um processo
iA »
»
após um obscuro e tumultuado processo , esse tribunal decide
seus
bens fossem incorporados ao patrimönio da Ordem dos
de Notre
Dame , em 1314. Pouco depois morrera também o rei de França ,
Felipe , o Belo e o papa Clemente V.
A O rei de Portugal , D. Dinis , não acata a determinação
.
1 sucessora legítima da Ordem dos Templários. A cruz templária
ganhou então uma outra cruz , branca , no seu interior , sendo essa
a origem da cruz gravada no primeiro -
marco padrao fincado em
T solo brasileiro.
T
'
n>
3.2 Considerações a Respeito da Extinção da Ordem dos Templários
a
O
n A dissolução da Ordem do3 Templários suscinca uma série
o
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A
i
Ov
41
indica que
Ordem dos Templ á rios atendia também aos interesses de importantes
a
processo.
dissolu çã o da
/ rs .
A 43
A
Inicialme nte , é important e lembrar que quando a ilha
A
' guerreir os.
A de Ruad foi evacuada , indo as suas tropas para Chipre , nao f oi
A devido aos ataques mul ç umanos . Este fato nos parece um ind í cio
o
A e na
Aj grosso das tropas templ á rias estava concentra da em
salvo das
Chipre
pris õ es e
Peninsula Ibérica , o que a colocou a
A torturas . Desta maneira , provavelme nte aqueles que sofreram na
deveriam estar sob a guarda dos templ á rios em Fran ç a , o que deu
A
4 margens a in ú meras lendas e procuras a "tesouros templ á rios ” que
A
templário estivesse sofrendo um processo de sincretismo com
4 outras formas de religiosidade. Bastante marcante é a passagem
4
era que os templários saem era defesa de ura raulçumano quando este é
4
4 atacado por um cavaleiro franco , por estar rezando dentro de um
4
igreja crista (Oldenbourg , 1968:339/40)). Acreditamos que tenha
4
4 sido em cima desse sincretismo que foi tramado y de forma
4 injuriosa , a 3érie de acusações religiosas que deram raotivo3 para
4 j que a Ordem fosse julgada por um tribunal eclesiástico , o único
4 \
que poderia decretar o seu fim .
J
4
Dentro deste quadro de interesses politicos
4
4 conflitantes nao é dificil supor que a criação da Ordem de Cristo
4
deveu-se nao somente ao espirito piedoso de D. Dinis. Julgamos
4
4 que interesses maiores pautaram uma negociação entre o rei e os
4 templários , de modo que em Portugal a Ordem dos Templários não
f
foi extinta mas apenas mudou de nome.
O
guerreiros templários ai estacionados foram transferidos. sem
hospitalários.
jentro da Ordem.
ffX
o
4
4
4 46
4
4
4 deveras importante no processo de descobrimentos , porém , por tr ás
A dele estava uma poderosa Ordem possuidora de conhecimentos e
A
recursos que , junto com 03 investimentos advindes da burguesia
4
A mercantilista portuguesa , seriara imprescind í veis na realizacao
A
de ura empreendimento de tal magnitude.
i
4 Considera se , - usualmente , que esse processo
4 expancionista tinha como objetivo primordial atingir os
4
4 principais centros comerciais do Oriente contornando se - o
4 ) continente africano , a fim de fugir do bloqueio imposto pelos
4
mulçumanos após a queda de Constantinopla. Contudo , o tráfico
4
4 mediterrâneo com o Oriente nunca esteve totalmente fechado
4 durante todo o século XVI , principalmente aos negociantes das
4
-
cidades estados italianas ( Veneza , Florença , Milao e Génova ),
servindo estes como intermediários no comércio de especiarias
4 entre os mulçumano3 no Leste e os europeus do Norte no Ocidente
- 1
( Frank 1977:69).
o
o
desvio do comércio de especiarias para a via do Atlântico traria ,
4
4
47
A
J Joao de Jerusal é m .
J Com a invasao da Europa Oriental por Maorn é II , que
4
chega a sitiar Belgrado , o Papa Cali 3to III solicita auxilie ao3
A
A monges guerreiros da Ordem de Cristo , e mais uca vez a cruz
A templ á ria , agora cora a pequena cruz branca nc seu interior ,
A
A tremular á novamente na vanguarda das tropas rristas . Com a
4 derrota deste sult ã o , era 1456 a Ordem de Cristo receber á , atrav és
A de bula papal "Inter Coetera" o direito do pacroado religioso
4
4 ) nas terras a serem descobertas , do cabo Bojador ás í ndias ( 5 ).
4 Interessante que mesmo Maom é l i,
observar foi o
A
A indiretamente respons á vel pela recupera çã o de uma parcela do
Goa por Afonso de Albuquerque , que lutou sob a crcz templ á ria da
4
4
J 48
4
!
4
3.2 A Ordem de Cristo e a Descoberta do BrasiL.
— si
4
i interesse com o inicio da exploração do -
pau brasil.
da
da
rota
n ultrapassassem -
o Cabo da Boa Esperanç a , fazia se necessá rio que
O*
estas seguisem pr óxima ao litoral brasileiro até o encontro com a
fTY
Corrente das Falklands , que , vinda do Polo Sul , d i r i g e -s e ao
o
o
A
1 49
r* Em 1513 , por razoes que nos sao ainda desco nheci das ,
vem a tona um confl ito entre D. Manue l e a Ordem de
4 Retir a este monar ca da Ordem de Crist o o seu
Crist o.
44 mostei ro de Santa
Maria de Bel é m , entre gando-o aos monge s da Ordem
dos Jeró nimos .
Este moste iro era ura dos mais impor tante s patrim ó
nios perten cente
O
r\ a Ordem , sendo a sua arquit etura , de grande expre
ss ã o artis tica ,
n impreg nada de simbo logia templ á ria ( 8 ).
O
n Em 1514 , através do Papa Leao X, o mesmo monar ca
O conse gue aprop riar -se de parte do patrim ó nio colon ial da
Ordem ,
* atrav és da insti tuiçã o do Padro ado Real. O Brasi l ,
O por é m ,
perman eceu sob o poder da relig iosid ade de origem
templ á ria ( 9 ).
A . Teimo ( 1978:42 ) consi dera que o ano de 1513 marca
o
O
fim do "ciclo dos
c
r \
reis" da hist ó ria portu guesa , o qual ele
<
assoc ia a um grande proje to templ á rio . Contu do , acred itamo s que
esse proje to ir á se desdo brar em solo brasi leiro.
m
Esse desdo brame nto ter á inici o com a ascen s ã o ao trono
<T>
j sucess or de D . Manue l , D. Joao III , quand o ent ã Portug
o al e a
Ordem de Crist o estav am preste s à perde r a sua
colónia ameri cana .
A
Pi
/C
\
50
fn
Ts
devido à s constantes revoltas ind í genas e invas ões estrangeiras.
in
H
A
51
o
o
.
srs
fítk
!
'Tl
r.v
-- 52
rr\
NOTAS
n -
2 Apud Olden bourg ( 1968 ) p. 477: " Eu quero
, disse êle
( Salad ino ), purif icar a terra desta 3 duas
r^ imund as , cujas pr á ticas nã o t ê m nenhuma ordens
jamais renunc iaram à sua hosti
utilid ade , que
lidad e e n ã o presta r ã o
O nenhum servi ç o como escra vos. Uma e outra
s ã o o que h á
de pior entre os infi éis. ( ... ) Sabe
o ( Salad ino ) deveri a , mais tarde -se que ê le
, exigir a cau çã o dos
) irm ã os do Templ o para garan tir a valid ade de ura
com os cruzad os - ê le sabia que os templ
ac ôrdo
o incap azes de viola r ura jurame nto"
á rios eram
' 'S
/
3 - Ameal ( 1974) P. 107/8: ”0 mesmo sentid o das reali
dades ,
a mesma clariv id ê ncia , o mesmo engenh o revel a
o Monar ca
no longo e dific il probl ema dos Templ á rios . Conver
tem -
se estes numa espécie de banqu eiros de
r' Reis , de
Princi pes e de Nobre s dos maior es centr os europ eus
. A
ri Ordem , poder osa e rica , alarg a assim a sua influ ê ncia
mas atrai igual mente formi d á veis inimiz ades , entre as
n quais , no primei ro plano, a de Felipe, o Belo. Após
suces sivos e agitad os confl itos com os Papas Bonif á cio
rs VIII e Bento XI -em que desem penha papel de vulto o
Chanc eler Guilh erme de Nogar et , à testa do influ ente
n. grupo dos legist as - o Rei de Franç a conse gue fazer
r
(T\
- subir ao s ó lio ponti f í cio Beltr ã o de Goth , Arcebi spo de
Bord éus . Sob o nome de Clemen te V , mostr a se este
-
incli nado a atend er -lhe os desejo s. A seu pedid o d á
r\ como provad as as acusa çõ es de heres ia , corrupçã o
,
deson estid ade , usura - e decre ta em 1312 , pela Eula Vox
in excel sis , a supre ss ã o da Ordem do Templo , cujos bens
rN
rever tem à Ordem do Hospit al . N ã o ignor a Dom Dinis o
que Portug al deve aos Templ á rios. N ã o ignora tamb é m que
por vezes comet eram abuso s e os Reis se viram for ç ados
a marca r - lhes o seu desagr ado , a retir ar lhes a doa ções
-
e privil é gios. Inter essa - lhe , por é m . conse rvar no
patri m ónio nacio nal os valor es de que a Ordem é
possu idora. Embor a insti tua contr a ela o proce sso
judici al indic ado pelo Papa numa Bula de
1308 , avisa os
seus membr os para que se furte m ao castig o ; e todos
parte m a tempo para o estra ngeiro. Os procu radore s da
Coroa aposs am -se dos bens da Ordem . Dor. Dinis enten
se com seu genro Ferna do de Caste la para que tais bens ,-
de
aqui como no vizin ho Reino , n ã o sejam trans ferid
os a
rt* senho rio estra nhos. Adere a esse enten dimen to Jaime II
de Arag ã o . Tudo isto se passa antes do decret o de 1312
.
o Frent e à alianç a dos tr ês Sober anos penin sulare s ,
m
rr\
r\
~\
S
53
-AA :
pode legitimamente alegrar -se por ter garantido
manuten çã o no Reino das importantes riquezaz de
esteves para ser desfalcado.
Encyclopedia e Diccionario Internacional
p. 11278 , V . XIX : "Extincta a Ordem por determina
que
( s/d . )
a
çã o de
A Clemeta V , o rei de Portugal , sem se indispô r com o
A pontifice, para nã o incorrer nas censuras da Egreja
t ã o habilmente se conduziu para
,
A evitar
consider á veis riquezas dos templ á rios sahissem
que as
do
A reino, que instituiu a Ordem de Christo por carta r égia
feita era Santar é m a 15 de Novembro de 1319 , dando - lhes
A tudo quanto era da supprimida Ordem , e assim continuou
A na 3 melhores relaçõ es com o papa Clemente e com o seu
successor Joã o XXII. Para a nova Ordem entraram todos
os templ á rios que de ella quizeram fazer parte , de modo
que em Portugal a Ordem dos templ á rios n ã o foi
n extincta , mas simplesmente mudou de nome .
-I
especiaria3 orientais por todo o restante do
s éculo XVI
e tamb é m em parte do s éculo XVII , foi menos
que o prosseguimento do velho com ércio utilizada
de especiarias
por outros meios ; por isso , at é ent ã o ,
ela nã o havia
ainda substitu í do a rota terrestre , nem
ä4
r
alcanzar el cabo de Buenas Esperanza , est á muy
hacia el Sudeste y precisaraente en la direc
soplan los alisios del Sudeste. Por
preciso atravesar de lado la zona de
, que es
desviado
ci ó n donde
esta razó n es
estos alisios ,
A dejando al Este las pequenas islas
de Martin Vaz y
Trinidad ; y no es raro que, a causa de la
direcci ó n
Sudeste del viento , al r.avio se vea oblig
ado a
permanecer en la parte americana del oc
é ano en la
latitud de la desembocadura del rio de la Plata
(D ., r y
la nave debe virar al Este , una vez se hayan *
alcanzado
o con seguridad los vientos del Oeste
del hemisf ério
Sur .” Y el mismo ocean ógrafo observa que: ” La
-
'-Á
rs
ecuatorial del Sur , situada entre 29 de latit
109 de latitud Sur , empuja al velero hacia el
tal suerte que es necesario tener mucho cuidado
topar de muy cerca el cabo San Roque
corriente
ud Norte y
Oeste , de
para no
en la punta
avanzada de la costa brasilena . A pesar de todas
estas
precauciones tomadas de un modo minuciosos , todavia
acontece con frecuencia en nuestros dias que
el navio
no puede evitar la costa brasilena ”.
Ver mapa em anexo ( doc . icon . n 93 )
/
-
N
O
'•'N
4
4
4 55
4
4 restantes , mas que Sampaio Ribeiro escondendo mais do
A
AA que diz , refere à s rela ções do rei com a
Ordem de
Cristo. A entrega a uma Ordem contemplativa como a
Jer ô nimos do Templo de Santa Maria que pertencia de
dos
direito , conferido pelo Infante , à Ordem guerreira
4 Cristo , a sú bita suspensã o dos trabalhos nas Capelas
de
4 Imperfeitas orientados por JerOnimos , tudo acontec
e na
4 volta muito pr ó xima do ano 1513."
4
4 9- Lacombe ( 1973 ) p. 55: "Com a subida ao trono de
Manuel , por é m , tudo se modifica . Chegamos ao
D.
4 apogeu da consolida çã o do poder real . O Rei Ventur
oso
A consegue do Papa Leã o X ( Mediei ) duas bulas: a chamada
Dum fidei constantura , de 7 de junho de 1514 , que
A menciona pela primeira vez o Padroado Real nas coló nias
4 ) portuguesas , e a Pro excellenti praerainentia , de 12 de
junho de 1514. Aqui aparece enfim o direito
A apresenta ção para tõdas as terras adquiridas
de
nos
4 ú ltimos dois anos e para as adquiridas no futuro
Nas
,
-
4S
11 - C â mara ( 1954 ) p. 83: M
0 Tribunal da Mesa da Consci ê ncia
e Ordens foi instituido em 1532 por D. Jo ã o III , sendo
seu primeiro presidente Frei Gaspar do Casal , bispo de
Funchal , ( ... ) As ordens de cavalaria , dessa épcca , à
semelhan ç a de suas cong é neres da idade m édia , v . g . a
dos Templ á rios , uma das mais famosas durante
as
n primeiras d écadas da monarquia lusitana , substitu í da
pela de Cristo , eram verdadeiras
n congrega çõ es
religiosas. ( ...) D. Joã o III conferiu - lhes privil é gios
O tais que num regime constitu í do em bases sclidas ,
dificil seria conciliar-se sua estrutura com a ordem
o juridica .
O
O
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A
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A 4. O MILITAR E O RELIGIOSO SOB A MESMA CRUZ
A
A
A )
A 4.1 A Estrat égia do Regimento na Conquista da Terra do Tupi
A
A
A 4.2 A Companhia de Jesus nos Dominios do Padroado da Ordern de
A
Cristo
4
A
A 4.3 A Luta Entre Templ á rios e Hospital á rios Pela Terra do Tupi
rr\
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n
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*
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•
^
i-
J 58
J
nl A Estrat égia do Regimento na Conquista da Terra Tupi.
A 4.1
A
Consideramos que só foi possivel a D. Joã o III , e à
A
A Ordem de Cristo , reverter o processo de perda da coló nia
A americana ao viabilizar um projeto estrat égico- militar que
A procurava suprir a deficiência maior de Portugal , ou seja a falta
j
4 de braç os que pudessem ocupar e defender o Brasil ( 1 ), atrav és da
4
coopta ç ao da for ça guerreira nativa Tupi litor â nea .
A
J ; Ao nosso ver , este projeto encontra -se expresso no
J
Regimento de Tom é de Sousa , 12 Governador Geral do Brasil , datado
4
4 de 17 de dezembro de 1548. Tal documento , devido a sua
4 import â ncia , é considerado por alguns estudiosos como a priseira
4
4 constitui çã o brasileira ( Tapaj ós , 1956:219 ).
4 O Governo Geral foi instituido como desdobra-ent:, e
4 nao em substitui çã o , da politica das capitanias heredit á rias
4
A .
( Ibid .:90/1 ) , as quais , por sua vez , foram inicialmente
principais razoes das conturbaç oes ind í genas que era , conforme
O
O informou Pero de G ó is a D. Joao III ( 2 ) , o sequestro de í ndios
rs ’’
amigos dos crist ã os” por parte de alguns portugueses que ,
CS
n percorrendo a costa , atraiam indigenes para seus navios . onde os
r\
A
A
59
r\
A aprision avam afim de negocia - los cora tribos inimigas. O capitulo
AA 27 determin a que sejam condenad os a morte aqueles que "salteiam e
Brasil , a produ çã o agricola ind í gena tornou -se fundamen tal para a
60
(4).
lideranças , que
o
O
r\
r\
r\
61
maneira ,
este
os
se visse
indigenas
/ cristianizados passavam a ter a obriga ç ao , em troca da cidadania
adquirida , de lutar em defesa dos interesses da Coroa portuguesa .
ifN
rs
63
À dos Templ á rios. Sem muitas dificul dades , podemo s ver que possuem ,
essas duas estrut uras religio sas , muito em comum , o que n ã o seria
- j sargent os ,
coadjudo res .
os
Os
padres jesuita s
os seus
em profess os
estabel eciment os
e
'-N
inserid os em ’’Prov í ncias" , sob a ordem de um mestre provinc ial ,
que recebia , periodi camente , a visita de um cavalei
ro , conheci do
como Visita dor , incubid o de fazer relat ó rios peri ódicos . Essa
nesma estrut ura foi adotada pelos pelos jesuita s , atrav és dos
A
Padres Provin ciais e Visitad ores. A elei çã o do Superi or
»
jesu í tico , atrav és da Congreg a çã o dos profess
os ce quatro votos ,
n ê dos mesmos moldes que a elei çã o do Gr ã o Mestre
templ á rio ( 7 ).
Assim como os provinc iais templ á rios , as autori
dsces provinc iais
jesu í ticas tinham bastant e autonom ia decis ó ria , ao contr á rio das
« Jy
outras ordens religio sas onde os seus relisi osos ficavam
restri tos as determi na çõ es dos distant es Superio res.
65
nova prov í ncia jesu í tica , sendo Manoel de Nóbrega designado como
seu Provincial. Neste mesmo ano aportou na Bahia Duarte da Costa ,
n segundo Governador Geral do Brasil , acompanhado de ura jovem Irm ão
r*
de complexao franzina e doentia mas que possuia aquilo que
n faltava em Nó brega para que o empreendimento jesuitico no Brasil
tomasse o impulso desejado , ou seja , um vigoroso discurso
religioso. O portador deste discurso
-
chamava se José de Anchieta
2 d i ).
A ) Ao chegar Anchieta a Salvador , encontrava se Nó brega em
-
A São Vicente , para onde logo
A partiu . Quando Nóbrega lançou os
fundamentos da atual cidade de Sao Paulo , nos campos de
Piratininga , em 25 de janeiro de 1554 , Anchieta , que logo
dominou
A -
a l í ngua Tupi Guarani , já o acompanhava (12). Logo
depois eclodiu
- um clima de intensa hostilidade entre os habitantes de Sao
Vicente e os Tamoio. Iniciaram então Nó brega e Anchieta um
D paciente trabalho de pacificação. Com o retorno de Nó brega
a Sã o
r> Vicente , permaneceu Anchieta entre os Tamoios conseguindo , após
:inco meses , superar enfim as hostilidades (13).
4
4
4 66
A
A
4 4.3 A Luta Entre Templ á rios e Hospita l á rios Pela Terra do Tupi
A
A
A No in í cio do ano de 1555 , os ind í genas da "nação”
4 Temiminó foram expuls os da baia da Guanab ara por ind í genas de
A outra "na ç ao" Tupí -Guaraní , sua inimiga ,
A denomin ada de Tamoio
A pelos portug ueses e Tupinam bá pelos france ses . Eram os Temiminó
A lidera dos por Maracaj á - gua çú , ou Gato Grande , aliado dos
A portugu eses , que vieram em seu aux í lio . Os Temimi n ó
A foram ent ã o
A ) desloc ado para a Capitan ia do Espí rito Santo onde foram
A
abriga dos em aldeam entos jesu í ticos ( 14 ).
A
A Meses depois, em 10 de novembr o de 1555 , penetr ou
A nesta mesma baia uma esquadr a de naus francesa s , ocupand o uma
A
A ilhota pr óxima à sua barra. Era essa expedi çã o militar comanda da
A por Nicolas Durand de Villega ignon , que logo transfe re -se para
A uma outra ilha maior e melhor abriga da , dando inicio a constru
A çã o
de uma fortif ica çã o . Essa ilha , denomin ada pelos í ndios de
r\ Serigip e , guarda at é hoje o nome deste comanda nte franc ês , Ilha
O
O de Villeg aignon.
A
V i
Assim que chegou , Villeg aignon estabel eceu uma alianç a
A\
guerrei ra com a referi da "na ç ao" Tupina mb á que
A , , após a expulsã o
o
O
dos Temiminó , dominav am inteira mente a baia da Guanab ara . Em
1557 Villeg aignon recebe refor ç os de uraa frota
r\ de tr ês navios
comanda da por seu sobrin ho Bois - le-Comte ( 15 ).
A
A
t
n 1
68
-
A Malta", conforme Southey denomina Villegagn on . Na realidade , o
A navegador franc ês era um Frei hospital á rio , sobrinho do Gr ã o-
A Mestre da Ordem de Sao Joao de Jerusal é m , Villiers de I ' Isle Adam
A
A ( 20 ).
A Em Franç a , Villegagn on convidou os jesu ítas a tomar
A
A parte deste empreendim ento , conforme carta do Padre Nicolau
A Li étard , de 6 de mar ç o de 1560 , ao Geral da Companhia ( 21 ). Em
A
1562 , por motivos que nos sao ainda
A desconheci dos , o Geral da
A Companhia de Jesus decidiu nao aceitar o convite da alianç a com
A os hospital á rios , contra os seus seculares inimigos templ á rios da
A
A Ordem de Cristo ( 22).
A Neste mesmo ano de 1562 , Villegaigno n , que nao mais
A
voltou ao Erasil , negociou com o embaixador portugu ês
A em Paris ,
A Pereira Dantas , a ren ú ncia do empreendim ento hospital á rio em solo
A americano , recebendo era troca uma indeniza çã o de 30.000 ducados
r\ ( Wetzel , 1972:94). Contudo os soldados franceses , sob o comando
o de Bois-le-Comte ,
I
continuara m resistindo , obrigando assim à
O
continuida de da guerra .
A
A
A 69
A
A
A acompanh ado dos jesu í tas Gonç alo de Oliveira , capel ã o da
A expediçã o, e Anchiet a , ainda coadjuto r temporal. Acompanha va -o
A també m , dentre outros Í ndios , Ararib ó ia , " principal" Temirain ó
A do
A aldeamen to jesu ítico de Sã o Joao , situado no Espí rito Santo ( 23 ).
A Ao chegar à baia da Guanabara , Est á cio de Sá ocupou a regi ã o
A
A pr ó xima a sua barra , entre os morros Cara de C ã o e Pao de A
çú car ,
A onde fundou a cidade de S. Sebasti ã o , em 12 de mar ç o de 1565
A
( Tapaj ós , 1956: 137). Iniciou -se
A ent ã o uma luta de escaram u ç as
A entre as tropas comandad as por Est á cio de Sá e Bois - le -Comte , sem
-4 vit õria decisiva para nenhum deles .
A
A Em maio de 1566 , partiu do Tejo uma armada de tr ês
A galeões comandada por Cristó vã o Cardoso de Barros , trazendo
A
refor ç os e com ordens expressas para Mem de Sá ir pessoalme nte ao
A
A Rio e expulsar definitiv amente os francese s. Trazia també m o
A comandan te da esquadra duas cartas dirigidas
A a um cavaleir o
n
A
A
A 70
A
A
A Pernambu co tomando posse de Recife , de onde forain novamente
A expulsos pelo comandant e da pra ç a de Olinda, entao um dos mais
A
floresce nte n ú cleo urbano brasilei ro ( Soutehy , ibid . :219 ).
A
A
A
A
A 4.4 As Ordens Religiosas , o Indigena e a Sociedad e Colonial
A Brasileir a
A
A
A Ao estudar a participaç ao das Ordens religios as e do
X
indigena na forma ç ao da nossa espaciali dade deparamo nos
A - com um
A n ú mero sempre crescent e de quest õ es ainda nao respondi das , o que
A nos leva a reconhec er o quanto ainda desconh ecemos sobre o tema .
A
fis
Ao nosso ver , pairam ainda muitas d ú vidas a respeito do
A
A con 3 idera - la , para a é poca referente , como absolutista .
*
A
A
Sabemos que a estrutura de poder da Igreja Cat ó lica nao
era , assim como ainda hoje nao é, coesa e monol í tica , por é m
A desconhecemos fontes documentais que permita- nos identificar com
1
seguranç a as razoes que levaram a Ordem dos Hospital á rios a
*A invadir as terras que estavam sob o poder do Padroado da Ordem de
A Cristo. Baseando -nos , contudo , no hist ó rico destas duas Ordens
A
militares , propomos a seguinte interpreta ção
A como modelo
A ) hipot é tico: mesmo com a concretiza çã o da estrat égia templ á ria de
A desviar parte da rota comercial com o Oriente para o Atl â ntico , a
A
A Ordem dos Hospital á rios , apesar de nao mais tao intensamente ,
A continuou exercendo a sua fun çã o de guardia das rotas mar í timas
A
mediterrâ neas. Contudo , com a queda da sua estrat é gica Ilha de
A
- Rodes , Solimao passou a controlar o Mar Mediterr â neo , tornando-se
O apoio estrat égico para que a Ordem dos Hospital á rios continuasse
73
4
4
A parte do património da Ordem de Cristo. Apesar desse poder
A patrimonial ser , a principio , de ordem espiritual , tomava ele
A dimensões politicas , juridicas e económicas. A
A Ordem de Cristo
4 retinha sob o seu poder , o direito de recolher todo o dizimo
A eclesiástico. Conforme vimos , foi esta uma das maiores
4 causa do
4 conflito templário com as outras Ordens religiosas e com a Igreja
4 secular de modo que com a sua herdeira nao seria diferente. Os
4 jesuitas logo
4 iniciam um processo de lam úria à Lisboa a respeito
4 ) de suas penúrias financeiras. Finalraente , D. Sebastião , em 1564 ,
4
como Mestre da Ordem
4 de Cristo , outorgar lhes - o direito ao
4 redizimo , ou seja , a décima parte do dizimo. Contudo o conflito
4 permanecia , já que os jesuitas nao tinham o direito de recolher
4
diretamente o redizimo , mas
4 esperar que este lhes fosse
4 repassado.
n
n
A
<
>
74
X
** baseava -se na necessi dade de se ter ura controle efetivo sobre
assim
X como , passando de um extremo
A a outro , devido també m a
X necessi dade de protege- los da contato "degener ativo" dos
A portugu eses. Apesar da const â ncia cora que esse discurs o foi
A
4 reprodu zido , os jesu í tas nao lograra m obter no Brasil o pleno
f
direito tutelar sobre os ind í genas , conforme possu í am na Am é rica
espanho la . Em meados do s éculo XVII , alegand o que a proximid ade
n
\ dos aldeame ntos à socieda de colonia l levava a degenera çã o de seus
Q
ind í genas , os jesu í tas , talvez objetivan do permiss ã o para isolar
n
os í ndio3 em regi õ es afastad as ou concentr ar os seus esfor ç os
no
A Maranhao e Grao-Par á onde tinham mais autonomi a , comunic aram a D.
A
Joao IV a intensao de abandona r "As Aldeias da Reparti çã o Sul"
O ( Leite , 1945:96 T .6 ). Era respost a , "recomen da EI - Rei ao
rS
Governa dor do Rio em 1679 , as Aldeias e miss õ es do Gentio ,
reprodu çã o mais uma vez do Regiment o de Tom é de Sousa ”
c
O
( Ibid .: 106 /7) , o qual , contrar iamente do que procura fazer supor
Serafim
n<
s
Leite , nao concedia nenhuma concess ã o especia l aos
jesu í tas , determi nando , como vimos , que os
aldeame ntos estives sem
n localiz ados pr ó ximos aos n ú cleos colonia is .
n
r' Apesar desta rela ç ao profund amente conflit uosa que
c mantinha a Companhi a de Jesus com a Ordem de Cristo rela
, ç ao esta
O
O que , como quase todos os conflit os interno s da Igreja
, foi muito
rs bem escamote ada , conside ramos que o trabalho mission á rio
O
jesu í tico foi fundame ntal para a concret iza çã o da estrat é gia
o religio sa militar da Ordem de Cristo .
PS
1
iffI\
4
75
Ú
r>
para fazer frente aos ind í genas hosti3 e
r\ 77
1
o
escravo negro valia bem mais que um indigena pois para este
T
NOTAS
T
T
1- Tapajós ( 1956 ) p .5: "Logo que subiu ao trono ( 1527 )
,
T D. Jo ã o III , que era o tipo do monarc a admini strado r ,
7 mando u procede r ao censo da popula çã o . Encont ram se
seus resulta dos no Arquivo Hist ó rico Portug u ês , t . 49
-
1 e , por ê les , vemos a not á vel despro por çã o entre o
total
7 de fogos e o n ú mero dos que pertenc iam a vi ú vas
, CUJOS
marido s haviam sido devorad os pelas í ndias. Bastam
7 poucos dados: em É vora , por exemplo , para 2.873 lares
,
7 haviam 679 vi ú vas ; em Beja , 282 em 1.205 fogos
; em
Sines , 43 em 180 ; em Aldega lega , 29 era
7 20%, pois ,
106 ;
dos morado res . Era outros lugares ,
mais de
7 por
circun st â ncias fortui tas , a propor çã o baixa a 16%
1 % ( Set ú bal ) , 15% ( Tras -os - Montes ) e 18% ( Oldemir a ) , o
i
7
que , entret anto , é ainda um í ndice expres sivo.
consequ ê ncia é facilm ente perce bida : os campos foram
em grande parte , abando nados , A agricu ltura sofreu , e a
A
,
pen ú ria , ou matou de fome pelos caminh os a popula
çã o ,
ou for ç ou - a a entreg ar -se , mais ainda , à aventur a
orient al , j á agora , n ã o apenas para alevant ar o sagrado
pavilh ã o da Ordem de Cristo , mas por necess idade de
A sobrev iv ê ncia".
Al é m de grande parte da popula çã o econOm icamen te ativa
7 de Portug al ter sido "tragad a" pelas indias , D . Jo ã o
III teve ainda que presen ciar a popula çã o da M étropol e
* ser dizima da pela peste , conform e narra C â mara
•
o* ( 1954:65): "A sêca de 1521 , ano em que n ã o choveu
, foi
O uma de3 graç a para o pais. A peste de 522, uma
calami dade. A de 25 , uma cat á strofe . ( . .. ). Nesse mesmo
ano de 1525 fugiu a COrte portug u êsa para Coimb ra ,
espavor ida com o furor da peste , que assim complet ava
o
flagel o proven iente da s êca de 21 ."
V.
4
4
A 79
4
4
A etnocentrista considerar que os ind ígenas teriam sido
logrados , pelos europeus , ao trocar seus produtos
4 "bugingangas": "Os europeus que deixar por
am registros
4 escritos sobre as suas visitas à costa do
Brasil
4 sugeriam desdenhosamente que os produtos americ
eram trocados por "bugingangas" de pouco preço. anos
4 Tal
avaliação refletia o maior valor mercantil dos produtos
4 obtidos no Novo Mundo em relação às mercadorias
européias cedidas no momento da troca. Do ponto
4 vista do europeu , essas "troca de desiguais" refor
de
4 ç avam
a opinião depreciativa dominante sobre a comunidade
americana. Apenas
A trabalhariam dias a fio por uma simples -faca , espelho
homens semi infantilizados
A ou machadinha . Esta descrição etnocêntrica do escamb
o
A americano foi aceita acriticamente por
historiadores. Para alguns deles ela corroboraria a
muitos
A \
tese da "inferioridade" indigena ; para outro3 ,
' A provaria a exploraçã dos autóctones pelos cú pidos
A á
prática da metalurgia do -
europeus. As populações pré colombianas desconheciam
ferro. As ferramentas
a
4 européias eram-lhes de grande ajuda na dura luta que
4 travavam com a natureza. (.. . ) . Através do escambo
,
incorporavara-se à divisão internacional do trabalho , o
A que lhe propiciava um real aumento da produtividade
das
atividades económicas . Estes instrumentos , facilitando
A a produção de bens de subsistências , aumentariam as
r esperanças de vida média e o crescimento demográfico
éT\ das comunidades basilicas.". Apesar de discordarmos
de
Maestri no tocante ao aumento da esperanç a de vida
rs média e do crescimento demográfico advindo das novas
aquisições tecnológicas , já que , conforme vimos ,
a
excelência do padrão alimentar e o crecimento
demográfico dos Tupi litorâneos eram , originalmente , j
á
bastante altos , concordamos plenamente quanto a sua
critica à perspectiva etnocentrista em
^ •
o
82
4
. 4
83
4
4
4
8- O coro é a recita ç ao comunit á ria do Oficio Divino ou da
4 Liturgia das Hora 3 , atividade obrigat ó ria em todas as
4 Ordens Religiosas . Os templ á rios , por é m , quando ausente
de suas casas poderiam substitui r as ora ç oes
4 comunit á rias pela recita çã o de v á rios padres - nossos
4 ( Howarth , 1986:52 ).
4
4 9- Martin ( 1989 ) p . 157: "( ... ) toda ordem religiosa
4 romana foi constituci onalmente formada com apenas um
4 determin ado objetivo. Os membros de cada uma delas se
aperfeiç oaram apenas para cumprir uma finalid ade
4 especifi ca. Al é m disso , todos os membros de uma ordem
deviam , normamlme nte , viver , trabalha r e morrer em
4 determina das casas e comunidade s , suas vidas regulada s
4 por normas especifica s detalhad as era Constitui çõ es .
( ... ) Uma famosa ordem religiosa da é poca de Inigo , por
4 exemplo , tinha como objetivo constitu cional a liberdade
4 de ref é ns mantidos em escravid ã o pelo
,,
InfielM . Outra ,
a dos dominican os , era primordia lmente uma ordem para
i ensinar e pregar . Os francisca nos tinham por profiss ão
celebrar a gl ó ria e a alegria da pobreza corao sinal do
4 amor de Cristo por todos os homens e da sua inten çã o de
4 salv á - los das armadilha s dos vinculos terrenos . Outras
ordens , tais como a dos beneditin os , dos carmelita s e
4 dos cartuxos , foram formadas para levar uma vida pelo
menos parcialmen te afastada do trato com o mundo
movimenta do dos homens e para se ocuparem em cantar
louvores a Deus , rezar individual mente e , assim ,
almas Mais de uma ordem foi fundada
'nA aperfei ç oar suas .
como corpo de defesa para os lugares santos da
cristanda de em Jerusal é m e outras partes do mundo ,
n
10 - Vasconcel os ( 1977 ) p . 174: "Chegado a idade suficient e ,
foi levado a estudar à Universid ade de Coimbra ; deu
O mostras de bom engenho , e habilida de , e n ã o de menor
indole para a virtude. Aperfei ç oado j á em humanidade s ,
entrou em desejos de passar a continuar seus estudos
r fora da pá tria . Partiu -se á Universi dade de Salamanca ,
rs e nesta fez t ã o bom emprego na intelig ê ncia dos C â nones
r\ (a que sempre foi inclinado ) que foi havido
conhecida mente por um dos mais avantajados naquela
profiss ã o . Feito este progresso , voltou a Portugal , a à
sua pr ó pria Universi dade de Coimbra : aqui consumou seus
estudos e se graduou de bacharel formado em C â nones ,
com grande aplauso , e opini ã o de 1 et r a 3 ( . . . ) . Avolta
desta opini ã o cresciam as esperanç as de valer no
servi ç o del - Rei , e de grandes despachos , assim por suas
o
i
4
4 84
4
4
letras , como por seus virtuosos costumes , e talentos
4
naturais ; e sobretudo pelas muitas valias que tinha ;
4 porque seu pai era Desembargad or , e ura tio Chanceler -
4 mor ( ... ). Vagara uma colegiatura na Universidad e: era
costume levar -se esta por oposi çã o : opòs -se a ela o
4 Padre N ó brega , á ent
j ã o Sacerdote de missa .
*
e suposto
4 que , a juizo dos melhores , e de seu mestre o Dr .
Navarro , fazia ele a seu opositor conhecida vantagem ,
4 ficou contudo aquele vitorioso , e N ó bregas rejeitado
4 ( que estes s ã o os juizos dos homens ). Conheceu o
soldado destro a tra ç a do Alt í ssimo , e deterninou
4 despicar-se com o mundo , afront á - lo e repudi á - lo , como
4 o mundo o fizerra com ele , entrando em uraa religi ã o , em
que por via de obedi ê ncia lograsse mais seguros seus
4 a Companhia de Jesus ( ... ) e
la ç os . Escolheu para isto
i nesta entrou com efeito no col é gio de Coimbra no ano do
J ) Senhor de 1544 ( ...)".
J
4 11 - Leite ( 1954 ) p. 67/8/70 V . 1: "O P. Jos é de Anchieta
J nasceu em La Laguna , Ilha de Tenerife , a 19 de Mar ç o de
1534. Filho de Juan de Anchieta , biscainho , e de D.
4 Meneia Dias de Clavijo . Entrou na Companhia em Coimbra
i com 17 anos de idade , a 1 de Maio de 1551 ( ...).
Anchieta nasceu nas Can á rias , pertencentes a Castela ,
I mas ele nã o se considero u castelhan o , nem espanhol , nem
4 mesmo canarino , senã o como lugar eventual de
nascimento . Tamb é m n ã o se considero u portugu ês nem
4
brasileiro , n ã o obstante incluir -se a si mesmo uma ou
4 !. outra vez entre os portuguese s . Na sua pena prevalecia
4 a asced ê ncia paterna , da Biscaia ."
4
-1 12- N ó brega ( carta a Martin de A . Navarro , Coimbra , da Bahia
em 10 de agosto de 1549 ). In Leite ( 1954 ) p. 141 V.
4 ) 1 : Ya
" ( Pe . Navarro )sabe la lengua de marnera que se
4 entiende con elles y a todos nos haze venta je , porque
J esta lengua parece mucho a la bizcayna".
A
4 13- Gonç alves de Magalh ã es , inspirou -se nessa passagem para
escrever , aparenteme nte por encomenda ce Pedro II
A ( Gomes , 1988:117 ) a c é lebre obra "Confedera çã o des
Tamoios” , fruto da imagina çã o rom â ntica que se
contrapõ e com a caracteris tica de descentral isno
politico dos Tupi. Sem d ú vidas que houve uma alian ç a
A guerreira , desfeita por Anchieta , entre os Tamoio da
A Guanabara , tradiciona lmente hostil aos portugueses , com
os Tamoio de Sã o Vicente , contudo longe estava de ser
'-S uma "Confedera çã o". Alguns mais incautos chegaram a
"
ver , na "Confedera çã o dos Tamoios , uma grande alian ç a
que reuniria n ã o somente diverso3 grupos Tupi -Guarani
como també m os Goitac á e Aimor é , todos sob o comando
o centraliza dor de Cunhambebe , o que n ã o tem nenhum
o fundamento etnohist ó rico .
X
i
I 85
X
i
X
I 14- Carta do Pe. Luis da Gr ã , do Espirito Santo , datada de
24 de abril de 1555 , in Leite ( 1954) p.226 /7 V . 1:
X que chamam
chegou aqui hum principal
J Maracajaga ç u , que quer dizer guato grande, que ee mui
J conhecido dos christ ã os e mui temido entre os gentios ,
e o mais aparentado entre elles. Este vivia no Rio de
X Janeiro e aa muitos annos que tem guerra com os
X Tamoios , e tendo dantes muitas vitorias delles , por
M derradeiro veir ã o-no pôr en tanto aperto con cercas que
puser ã o sobre a sua aldea e dos seus , que foi
X constrangid o a mandar hum filho seu a esta Capitania a
pedir que lhe mandassem embarca çã o pera se vir pello
X
aperto grande era que estava , porque elle e sua molher e
J
seus filhos e os mais dos seus se queriam fazer
I ) christ ã os . (...) Tirou Vasco Fernandez Coutinho sobre
4 isso testemunhas e mandou 4 navios pera que fossem
seguros dos francezes , que sempre aa naquelle Rio , e
J que lhe dessem todo favor con artelharia e mantimento
que levav ã o , mas que não os trouxessem se nã o
4
estivessem em extrema necessidade". O Pe. Antonio
'
! 86
1 t
havia de ir confederar com os Turcos , proraettendo- lhe
de lhe dar por esta parte a conquista ca India , e as
naus dos Portuguezes que de l á viessem , porque poderia
aqui fazer o Turco suas armadas com muita madeira da
terra ; mas o Senhor olhou do alto tanta maldade e houve
4 miseric órdia da terra e de tanta perdi çã o de almas , e
4 mentita est inquitas sibi , e desfez- lhe o ninho e deu
4 sua fortaleza em m ã o dos Portuguezes , a qual se
destruiu o que delia se podia derrubar por n ã o ter o
,
o
18- Southey ( 1981 ) p. 200: "Desde os tempos da primeira
0 descoberta haviam os franceses frequencado a costa do
Brasil ; agora tentavam -se estabelecer -se no Rio de
Janeiro , capitaneados por Nicolas Durar.d de Villegagnon
( sic ) , natural de Proven ç a , e cavaleir: de Malta . Era
este aventureiro um atrevido e experimentado
H) marinheiro . Quando os escoceses resolveram mandar cara
o Franç a a sua jovem rainha Maria , e com razao se receava
que os ingleses a aprisionassem , Villegagnon , que
comandava uma esquadra de gal és franceses em
--
V
J>
fingiu partir para a sua terra ; em
Leith ,
lugar disto por é m
o
•
O -
M» t
'
*
87
<* 89
<
4
< 90
4
4
I al é m de Cavaleiro , os titulos mon á sticos de Frei e
novi ç o , respectivamente, da Ordem de Cristo apesar de
I nã o possuirem qualifica çã o para tal. Desta maneira
4 podemos observar que nesta é poca a Ordem de Cristo
ainda preservava a sua estrutura mon á stica templ á ria .
4
4
4 25- Roiz ( Ibid .) p. 68: "Sempre em guerras e batalhas ,
entre os soldados de nome e valor se acha algum mais
I assinalado e conhecida vantagem , e que mostra seu â nimo
4 em algum feito de armas dificultoso , e alcanç ava a
vit ória nã o esperada. Tal foi um í ndio crist ã o em tOdas
4 estas guerras , contra franc êses e Taraoios , de cujo
4 esfôrç o confessaram os Capit ães portuguêses ser t ã o
levantado , que sem ê le nunca se tomara o Rio de
i
Janeiro , de modo que se pode chamar honra dos í ndios
J
4
> crist ã os do Brasil. Chamava -se pelo nome portugu ês
Martim Afonso de Souza , e pelo da terra Ararigboia".
4
4 26- Pereira , 1984 p. 71 /2/4/5: " Amerigo Vespucci era a
grafia italiana do nome do Florentino . ( ... ). Nascera a
4 9 de mar ç o de 1451 ( ... ). Terceiro dos quatros filhos
4 do tabeli ã o Nastagio Vespucci , membro de uma antiga e
respeit á vel familia florentins. ( ...) Am érico
4 permaneceu em Florenç a , conseguindo colocar -se na
4 importante casa banc á ria dos M édicis , onde trabalhou
4 cerca de 20 anos , antes de ser enviado à Sevilha em
fins de 1491 , como representante da firma junto a
J Juanato Berardi ( ... ) Os M édicis possu í am ’nteresses na
4 Espanha , tornando -se necess á ria a presen ç a nesse pais
de agente de confianç a. Am érico Vespúcio foi O
4 escolhido , sabendo-se com certeza que á se achava
j na
4 Andaluzia em 30 de janeirO de 1492 , ( . . . ) Vesp ú cio , que
j á adquirira conhecimentos sobre assuntos n á uticos ,
4 acumulados durante a sua permanê ncia na casa ae
4 Berardi , armadora de navios para a Coroa espanhola e
4 fornecedora de Crist ó v ã o Colombo , dedicara -se à leitura
de livros de astronomia e cosmografia ( Ptolomeu ) ( ...).
4 Ganhava assim em teoria o que lhe faltava na pr á tica
\
A marinheira , de que carecia sempre , pois n ã o realizou
mais do que tr ês ou quatro viagens oce â nicas , j á
A possuir experi ê ncia
beirando os cinquenta anos e sem
A anterior.
A
4 26- Informa çõ es dos Primeiros Aldeamentos da Baia , In
Anchieta , 1988 p . 373 : M
( ... ) por qu ã o necess á rias as
A
aldeias s ã o nesta terra , e estarem eles Padres nelas , e
A a governarem e sustentarem , assim pera dali dali se
O fazer dilig ê ncia pera as guerras , como é not ó rio que as
que se fizeram no Brasil foi t ã o necess á ria ajuda des
A í ndios como dos Portugueses , e pera no 3 sustentarem e
A defenderem dos í ndios nossos contr á rios , como cada dia
fazem , e acabado de os eles ditos Padres soltarem , esta
4
4
4 91
4
4
4 claro , que os í ndios se h ã o logo de ir das aldeias , e
h ã o de ser os que nos h ã o de fazer guerra , e fazendo
4 eles bastam para despovoar a terra , e quando o Senhor
4 governador tem por mui certo , que os escravos dos
Portugueses se h ã o de alevantar contra
4 OS seus
senhores , como fizeram o ano de 1568 , que muito poucos
4 escravos se levantaram puseram a terra em balan ç o de se
4 perder , e mataram alguns Portugueses , e se n ã o temeram
os í ndios das povoa çõ es e igrejas , se houveram de
4 levantar todos os escravos , e que por estas causas e
4 outras muitas que ele Senhor governador deixa legar -
lhes , pede e roga n ã o queiram desamparar
4 Ibid . p .387: Quando os negros de Guiné
4 alevantados deram em casa de Crist ó v ã o de Aguiar , e lhe
mataram dois homens , e lhe roubaram sua fazenda , êstes
4 í ndios acompanharam a Cosmo Rangel e a Diogo Dias de
4
4
> Veiga , que foram a eles , e os destruirara , matando
alguns e tomando outros que deram a seus senhores , e
depois disso por mandado do dito Cosmo Rangel andou um
4 Portugu ês por nome Inofre Pinheiros com í ndios das
4 igrejas buscando e espiando os negros de Guiné
alevantados , que h á por esta Baia , e deu neles , de que
4 tomou muitos , que se deram depois a seus senhores , e
4 onde quer que acham negros de Guiné fugidos , os tomam e
4 trazem a seus donos ; por onde os negros dizem , que se
n ã o foram os í ndios das aldeias , que já eles foram
4 forros , e a terra f ôra sua , mas que os í ndios os
J desbarataram ."
Rodrigues ( 1978) p .93 {1606}: "T ê m neles ( ind í genas ) os
4 portugueses fi é is e esfor ç ados companheiros na guerra ,
4 cuja flecha muitas vezes experimentaram os
estrangeiros , que cometeram de entrar com m ã o armada
algumas vilas deste Estado , e confessaram que mais
4 temiam as flechas destes que o nosso arcatuz. També m
4 t ê m neles um grande freio contra os negros de Guiné , de
; cuja multid ã o é para temer n ã o ponham alguna hora em
4 aperto algumas Capitanias da costa do Brasil"
4
A
4
4
4
O
o
n
-
r->
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4 5 O ALDEAMENTO DE S Ã O LOURENÇO E A
4
EST ÉTICA DO ESPA ÇO MISSIONEIRO
4
4
4 5.1 Os Espaç os Missioneiros Jesu í tico Diferenciados
4
4
4 5.2 A Est ética dos Espa ç os Missioneiros
4
4
4 5.3 O Aldeamento do í ndio cavaleiro de Cristo
4
4
A 5.4 A Arte Jesu í tica em Sao Lourenç o
À
4
)
4
4
4
4
4
A
A
A
A9
A
A
4
«
I
93
<
I
4 5.1. Os Espa ç os Missio neiros Jesu í ticos Diferen ciados
4
4
4 Um dos aspecto s mais instig antes a respeit o da a ç ao da
4 Companh ia de Jesus no Novo Mundo é quanto ao diferen te rumo que
4
tomou a sua açao missioná ria no Estado do Brasil em rela ç ao
4 à
I Am érica Espanho la ( 1 ). Arqueol ogicame nte , essa diferen cia çã o é
4 express a , princi palment e , ao nivel da espacial idade , nã o só em
4
« rela ç ao a constru ção de espa ç os mission eiros diferen ciados como
4 ) també m na articu la ção dessas estrutu ras missio ná rias com o macro
I
espa ç o colonia l.
4
X Em relaç ao aos espa ç os intern os missione iros . Gutierr ez
X
( 1987:24/6 ) observ a que a tipolog ia urbana
X das miss õ es
X jesu í ticas em territ órios hisp â nicos constit
u í a um ú nico sistema
X aut ónomo planifi cado a partir do tra ç ado urban í stico defini
do por
J
J Felipe II nas "Ordena nzas de Poblaci ó n", onde as varia ções
est ã o
4 mais vincula das as categori as dos element os arquite t ó nicos do que
A à distrib ui çã o da trama urbana . Possuia , esse sistema
A urbano ( ver
plantas das redu çõ es de Sao Joao Baptist a e Candel á ria
em anexo } .
A uma estrut ura axial centrad a em um n ú cleo organiz ador configur
ado
A
A pela ’’Plaza ” com acesso atrav és de uraa avenida central de eixo
4
iTS coincid ente com o da igreja . Essa configu ra çã o axia *
A
complem entava -se no desenv olvimen to do n ú cleo frontal integra do
pela referid a igreja , col é gio , resid ê ncia dos jesuitas
, cemit ério
-I
4
4 94
4
4
4 retilineas ( Lugon , 1977:71).
4 Em contrapartida os espaços dos aldeamentos jesuíticos
4
4 brasileiros , ( ver desenho do aldeamento do Espirito Santo e
4 planta do aldeamento de Sao Pedro em anexo), apesar de também
4
centralizados em um núcleo formado pela praça e igreja que
4
4 ocupavam , em geral , o topo de uma colina , desconheciam a
4
estrutura axial , obedecendo o traçado de suas ruas antes à
4
4 preocupação de vencer com suavidade os caprichos topográficos do
4 ) que a um modelo urbanístico previamente estabelecido. Este padrao
4
de assentamento era seguido nao só pelos aldeamentos missionários
4
4 como também por quase todos os pequenos núcleos urbanos
4
coloniais (2).
4
4 Referindo se - também a esta organizaçao urbanistica
4 menos rigida dos aldeamentos brasileiros , Lúcio Costa observa
4
! igualmente que estes relacionavam -se de modo menos independente
4 com o espaço colonial envolvente , do que as missões da Província
-J
do Paraguai (3).
A
A Provavelmente devido a esta maior autonomia em terras
j )
de Espanha , com a expulsão dos jesuitas suas missões
A ai
O
o
4
«
4
95
1
4
4 E3 tado do Rio de Janeiro as cidades de Niterói , Itaguai , Sao
4
Pedro da Aldeia e o povoado de Itambi , tzdas originadas
4
4 diretamente de aldeamentos jesuiticos e de traçados urbanísticos
4
4
irregulares denotando , -
parece nos , o padrao de assentamento
apontado como caracteristico dos aldeament;s mission ários
4
J brasileiros .
4
Fazendo parte do património jesuitizo , a autonomia
4
4 espacial das missões em terras espanholas apoiava se - numa
4 ) produção voltada nao só para atender a todas as necessidades da
4
comunidade , pois além dos produtos agr ícolas produziam se roupas
4 , -
4 ferramentas e utensílios , como também para a cezercializaç ao de
4
diversos produtos , principalmente a erva- mate , cesde os primeiros
4
4 tempos uma importante fonte de renda para os jesuitas (Lugon ,
4 1977: 125 ) .
4
4 J á nos aldeamentos jesuiticos brasileiros , once as
A terras muitas vezes eram propriedades dos indiger.as , a produção
3 limitava -se a suprir a subsistência da comunidade. As rendas dos
rs
~ jesuitas no Brasil advinham , principalmente de
, suas fazendas ,
)
A estruturas espaciais diferenciadas dos alieamentos , onde
If
'S
" -
empregava se a fôrça de trabalho do escravo negr:.
<
96
(
I coloniai3 , procurava -se, ao nosso ver , utili zar esses espa ç os
I missi oneiro s como pontos de apó io estrat é gicos , a princ ipio
I de
i coloni ais envol ventes . Essa difere ncia çã o , deter minada por
< legisl a ções de orient a çõ es divers as , deram curso a espa ç os e
i
< proces sos missi oneiro s igualm ente difere nciado s.
i Acresc ido a essas difere ncia çõ es legisl ativas , a a çã o
4
jesuiti ca veio a
4 refor ç ar tais partic ularid ades . As
4 caract er ísticas de Ordem milita r da Compan hid de Jesus
, que davam
4
grande autono mia de aç ao aos jesu í tas ,
4 permit iu que , com a
O
S . 2 A Est ética do Espa ç o Missi oneir o
r~\
4
4
4 97
4
4
4
4
Na obra "Conceitos fundamentais da História da Arte” ,
4
4 Wöllflin procura demonstrar que os diversos estilos artisticos
4 podem ser aglutinados em duas grandes vertentes estruturais , uma
4
clássica e outra barroca (5).
4
4 Wölfflin estabelece cinco pares de conceitos
4 comparativos que permitem diferenciar a composição cl ássica da
4
4 barroca: o linear e o pictórico , plano e profundidade , forma
4 fechada e forma aberta , pluralidade e unidade , clareza e
y
4
obscuridade.
4
4 Aplicando as propriedades constratantes da forma
4 fechada e forma aberta , e da pluralidade e unidade (6),
4
4 procuraremos demonstrar que a espacialidade das missões
barroca.
zentral .
Podemos observar que as missões articulavam -se com
espaço colonial espanhol como unidades m ú ltiplas , particularidade
rr\
O
o
.
I
1
« 98
I
I
1 da composição clássica , onde essas unidades missioneiras , apesar
-I
de inseridas em um conjunto , caracterizam -se por se expressarem
1
-
6n-
—»
cultural , que segundo M . Canevacci (8) é a experiencia mais
-
0
i avançada de uma plurietnicidade.
o
5 5.3 O Aldeamento do í ndio Cavaleiro de Cristo
o
a
Após a expulsão dos franceses , Araribó ia 0 seus
ind í genas permaneceram no Rio de Janeiro . Tendo ele pedido ,
O
n
99
) ( 9 ).
de Christo” ( 10 ).
A )
de Janeiro , era o "principal" do aldeamento
Joao , no Espirito Santo . Desta maneira , ao ocupar a sua sesmaria ,
jesuitico de Sao
n nission á rio dtf Sao Louren ç o , sendo d è le as primeiras inf orma ç oes
do aldeamento , em carta datada de 21 de maio de 1570 , onde faz.
r\
• ncluslve
. , ref é ncias a uma igreja ja construida no local ( 11 ) .
O-
f ï
1 00
a
( denominação de Sao Barnabé.
4 ) Próximo às terras do aldeamento os jesuitas
A =3tabeleceram uma pequena fazenda ,
4 denominada São Francisco
4 Xavier ou do Saco de Sao Francisco , da qual tem -se poucas
4 informações , acreditando se que a sua finalidade principal
4 - fosse
4 de fornecer madeira para o Colégio do Rio de Janeiro
, já que a
4 produção agricola estava centralizada nas grandes fazendas como
4
de Santa Cruz , Macacú e Campos. Com a expulsão des
4 jesuitas , os
4 padres de Sao Lourenço ainda ficaram ano e meio nesta fazenda ,
-* após a saida do aldeamento ( Leite , 1945: 112 , t.6 .
4 r e c e n s e a m e n t o do aldea mento ( C a s a d e i , 1 9 8 8 :6 4 )
onde c o n s t a t o u -s e
4 que alguns indigenas, apesar de continuarem frequentando o
4
4 a l d e a m e n t o , p o s s u i a m s u a s c a s a s n a c i d a d e. Foram conta biliz adas
4 u m t o t a l d e 4 6 famil ias form adas na sua maioria de indigenes ,
4
ha v e n d o t a m bé m algun s br a n c o s , inclu sive
J portugueses , e pardos
libertos casados com mulheres índias e mulheres pardas casadas
A c o m in d i o s . H a v i a m t a m bém algun s escravos negro s e pardos de
p r o p r i e d a d e de s t a s fam í l i a s . As mulhe res
n )
i nd í g e n a s tinha m cor.:
A ocupa ç a o p r i n c i p a l o f a b r i c o d e l ouç as ( 1 4 )
, s e n d o a s ativi dades
A de cunho mar ítimo
A ( pesca , tr i p u l a çã o de e m b a r c aça o e t c. ) as
A p r i n c i p a i s profi ssoes mascu linas . O a l d e a m e n t d
o e S a o Lour en ç o s ó
v e i o a s e r ofici almen te extin to em 1 8 6 6.
O
r\
rs
(V)
5.4 O Es p a ç o d e Sao Lour enç o
r
'
1 02
genérico dos
(veja planta em anexo). Seguindo o referido padrao
de uma
aldeamentos brasileiros , situa-se , este núcleo , no alto
da
colina , inexistindo nao só o eixo axial coincidente com o eixo
avenida que lhe seria suporte , sempre
igreja como a pró pria
espanhola . Devido à
presente nas missões jesu í ticas da Am érica
3 a
topografia do terreno , as vias de acesso a este núcleo atingem
igreja.
praça numa posição lateral , e nao frontal , em relação à
por sua
casa das vi ú vas etc. , além das casas circundantes. Estas ,
espaço do aldeamento de forma actetõnica e
vez , ocuparam o
dispersa ( 15).
i
Posicionada a cavaleiro à baia da Guanabara , parece- nos
ialmente
evidente que na implantação deste núcleo levou -se primord
O
1 103
(T\
rv
4
<
I 104
4
I
-I Existe uma certa controv érsia a respeito da data de
4 constru çã o da igreja , atualmente conhecida como Sao Lourenç o dos
4
4 í ndios , j á que , at é o presente momento , nao se tem documenta çã o
4 fidedigna a esse respeito . Almeida ( 1938: 24), sem citar fontes ,
4
faz refer ê ncia à constru çã o de duas igrejas em Sã o Louren ç o , a
4
4 primeira iniciada em 1576 e inaugurada em 10 de agosto de 1578
4 "com a presenç a do dr . Antonio Salema , governador do sul do
4
I Brasil ” . Quanto à atualmente existente considera -a como uma
j
) segunda , construida em 1627. Bazin ( 1984: 148 V .2 ) provavelmente
4
baseando-se neste autor , adota esta mesma data para a atual
4
4 igreja de Sao Lourenç o dos í ndios . Contudo , conforme visto ,
4
Gon ç alo de Oliveira faz refer ê ncia a exist ê ncia de uma igreja em
4
J Sã o Lourenç o j á em 1570. Ao mesmo tempo , nada existe relacionando
4 a data de 1627 com a construção de uma igreja. Quanto à data
4
4 citada por Almeida para a inaugura çã o da primeira igreja , 10 de
4 agosto de 1578 , provavelmente refere -se , equivocadamente a da
A representa çã o do " Auto de Sã o Louren ç o ” , encenado em 10 de agosto
O 3azin .
rs Devemos observar que desde 1583 os jesuitas tinham já
r\
resid ê ncia fixa em Sao Louren ç o , iniciando neste mesmo ano a
r
-
ff!)
pr á tica da comunh ã o entre os ind í genas ( antes só se confessavam ) ,
O Sant í ssimo Sacramento e das Almas do Purgat ó rio ( Leite , 1945: 433
r
r\
o
O»
I
4
A
A 1 5
A
t . 1 ) , o q u e expli caria a nece ssida de d e
-i uma igrej a do porte de
Sao Loure nç o ainda no s éc . XVI . Deve mos també m obser var
j que os
« jesui tas , sempr e q ue p oss í vel , procu ravam edif icar t emplo s
4 só lido s e defin itivo d e pedra e cal ao
inv és d e fazer const ances
4 recon stru çõ es em taipa ( P . Santo s , 1966:3 8 )
4 . O fato da C ompan hia
J de Jesu s ter const ru í do algum as igrej as em taipa deve u -se , em
A gera l , à dific uldad e na obtenç ã o d a pedra
e , princ ipalm ente , do
A
AJ cal ( 17 ) . Contu do , d evido a exist ê ncia de samba quis ( 18 ) em
grand e parte do lito ral brasi leiro , os j e s u í
tas puder am conta r ,
A na const ru ç õ es d e suas edifi ca ç õe s , d e ricas j azida
s d e cal daí
A prove nient es , confo rme ocor reu na regi ã o
d a baia da Guana bara .
A Devem os t a m bé m consi derar q u e os ind í g e n a s de Arar ibó ia eram
d
A prove nient es d e um outro aldea mento j e s u
í tico , c de Sao Jo ã o ,
4 onde , incl usiv e , j á tinha m ergui do uma outr a igrej a , conta ndo
1 porta nto com exper iência nest e tipo d e edif
ica çã o.
Ao consi derar a atual igrej a como aquel a inaug urada
na
repre senta ç ao do Auto d e S ao Loure n ç o , em
1586 ou 87, devem os
n
obser var q u e isso a faz conte mpor â nea da Igrej a
de Sant o Iná cio
do Colégio do Rio de Jane iro , proje tada e const ru í da por
O '
Franc isco Dias no per í o do d e 1585/8 8 , c u j a a facha da
rN P. Santo s
rs consi dera como uma vers ã o simpl ifica da d aquel a da Igrej
a de Sao
Roque d e Lisbo a const ru í da por Franc isco Dias
C\ segun do proje to de
k
v r
A
A io
A
A
A portada encimada por um pequeno frontao també m er cantaria como a
A d e Santo In á cio , por é m ambas as fachadas mant é m a mesmo padr ã o
A
estilistico . A diferen ç a maior en t r e essas fachadas j e s u i t i c a3
A
A est á no pequeno c a m p a n á rio- arcada de Sã o Lourenç o. Contudo ,
A
suspeitamos q u e este singular c ampan á rio s e j a ura adapta ç ao de
A
À uma torre sineira iniciada por é m nao totalmente conclu í da , como
A a d e Santo In á c io , q u e tinha a s u a torre posicionada da mesma
A
maneira q u e Sao Lourenç o , separada por é m d o corp: da igreja por
A
A um estreito corredor que permitia acesso ao p ú lpito elevado
A
atrav és de uma e s c a d a i n v i s í vel a o p ú blico ( Carvalho , 1 9 9 0: 21 ).
O -
desta hip ótese não u * r corroborada por fentes d :: ementais
'
sempre
/
o
-r
O
O
I 07
n
tão escassas para o século em questão. P. Santos ( Ibid .:46 ,48)
O
O observa que: "Dada as credenciais que trazia e as suas funções de
f)
(í
arquitecto e revisor das obras de toda a Prov íncia , n ão é crivei
o
que Francisco Dias , durante os quase 50 anos em que viveu no
Olinda e Santos” .
O Estruturalmente Sao Lourenço dos í ndios insere -se no
O
segundo partido , de um total de quatro , estabelecido por Lúcio
O
O Costa ( 1941:29) para classificar as igrejas jesuiticas de uma só
o
.
i rr > - r iil *
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» 1 I« » tipo 4 , GO I l ' I ** » !I«
'
1« n t r
* » iO p or io « lo 1 Õ 20 /70 , ï «; ro « i ita
O
\ r
n
^N
/
108
A
Rio que fez o da igreja do Santo In á cio ( Miseric órdia ) , oficina
Dias quando idoso . Veio a falecer neste Col égio , em 1621 aos 93
anos de idade.
Quanto à defini çã o da linguagem art ística a que se
identidade pr ó pria ( 22 ).
arte maneiristas .
ri
Hauser ( 1972:477 ) observa a dificuldade na conceitua çã o
f N
io maneirismo , considerando que "mesmos os aspectos mais gerais
X
*
A ret á bulo de Sao Lourenç o como exemplo de
fase de
que , apesar
transi çã o
de
ou
indefini çã o estilistica ( 24 ).
sua proced ê ncia , acreditando Bazin ( 1984: 143 V .2' que seja
ri
n i
) suas igrejas mission á rias . Enquanto que nas miss õ es das col ó nias
'"'N
112
^1 NOTAS
o
planejamento de pra ç as e sua a çã o tem sido reconhecida
r\ nas aldeias j e s u i t i c a s , como Carapicuiba , em S ã o Paulo
e Espirito Santo , na Bahia . Mais modestas do que os
O estabelecimentos dos padres espanh ó is , pois
O correspondiam a programas menos ambiciosos , essas
aldeias brasileiras tinham contudo , como n ú cleo , as
pra ç as onde se instalavam as igrejas e que eram objeto
de tratamento especial . ( ... ) Foi s ó depois de 1 ^ 20 e
comumente nas vilas e cidades novas , que se cornou
normal no Brasil a regularidade do tra ç ado .
rs
113
r\
r\
•4
— Leite ( 1945) p.95: "Além dalguns motivos particulares
de menor monta , os Aldeamentos dos indios obedeceram no
o Brasil a um tr í plice fim : catequese , educação pelo
'"N trabalho , e defesa militar . Nos do Rio de Janeiro , os
sítios em que ficaram as tr ês Aldeias , S. Lourenç o
( Niterói), S. Francisco Xavier ( I tinga -Itaguaí), C*
r\
O
c Wöllflin ( 1984: 14/5): "O presente estudo ocupa se da
discussão das formas universais de representação. Seu
-
o objetivo não é anal izar a beleza da obra de um Leonardo
ou de um Dürer , e sim o elemento através do qual esta
beleza ganhou forma . Ele também não tenta analizar a
o representação da natureza de acordo com o seu conteúdo
imitative , nem em que medida o naturalismo do séc. xv:
difere daquele do séc. XVII , mas sim o tipo de
O percepçao que serve de base às artes pl ásticas no
O decorrer dos séculos . ( . .. ) O adjetivo cl ássico nã o
encerra aqui qualquer ju ízo de valor , m:is o Barroco
também possui o seu classicismo . O Barroco na o
O significa nem a decacéncia nem o aperfei ç oamento
elemento clássico , mau uma arte tot a imer.:e d i feren te
O
'
sJFP*
11 4
n
r\ evolu çã o ocidental da é poca mais recente n ã o pode ser
O sirolismente reduzida a uma curva com um aclive , um
á pice e um declive: ela possui dois pontos culminantes .
Podemos simpatizar tanto com um quando outro , mas X
oo preciso termos em mente que se trata de um julgamento
arbitr á rio , exatamente como é arbitr á rio dizer que uma
roseira atinge seu apogeu ao florescer e uma macieira
o ao dar frutos . ( . . . ) Nosso objetivo é comparar tipo com
tipo , algo j á acabado com algo j á acabado . é evidente
que n ã o existe nada de "acabado", no sentido estrito da
'
palavra : todo material hist ó rico est á sujeito a
O constantes transforma çõ es ; mas precisamos decidir por
O estabelecer as distinçõ es num momento frutifero ,
permitindo que elas nos falem enquanto elementos
O constratantes , se n ã o quisermos que toda a evolu çã o nos
escape por entre os dedos
O
'A
n\
'
^
4
4
l 115
4
4
I anterior , mas nunca perder á a identidade . A figura
barroca , ao contr á rio , tem a sua exist ê ncia totalmente
i associada aos demai3 motivos do quadro ; ( ... )” . ( Ibid :
À 173 , 184/5/6 ).
—
' t
n
I
I
J 116
J
I
J Martim Affonso , indio do gentio d ' esta terra , e me
apresentou uma petição , com um despacho n'ella , do sr.
4 governador Mendes de Sá , do conselho de ei -rei no3so
I senhor e capitão da cidade de S. Salvador da Bahia de
J Todos os Sanctos , e govarnador geral de todas as
capitanias e terras de todas estas costas do Brazil ,
J pelo dito senhor , etc. , da qual petição o translado é o
4 seguinte:
4 Petição
4
« -
Senhor . Diz Martim Affonso de Souza , homem nobre e dos
principais homens de genero terminimos , que mandando
4 el-rei nosso senhor a Estacio de Sá , que Deos tem , por
4 capitão de sua armada a conquistar e povoar este Rio de
Janeiro , , que elle dito Estacio de Sá vem ter à
4
) capitania do Espirito Sancto , aonde elle supplicante
era morador , e elle dito Estacio de Sá , com o ouvidor
4
Braz Fragoso , fallaram a elle supplicante quizesse vir
4
4
-
em sua companhia servir a el rei nosso senhor em ajudar
a povoar este Rio de Janeiro , porquanto os gentios
t d 'elle estavam em guerra e tinham era seu favor os
Francezes contra o estado real de Portugal , no que sua
í alteza era muito desservido , e que elle dito capitão
J Estacio de Sá desejava repelir e castigar os contrários
Francezes que n'este rio estavam , pelo qual pedia a
í elle supplicante que folgasse de vir na dita armada e
4 n'esta companhia para favorecer e ajudar na dita
empreza , o que elle supplicante muito folgou fazer , e
4 veio em sua companhia e , trouxe muita gente sua de
4 peleja , e muitas armas e mantimentos , e ajudou a
4 conquistar os inimigos e a povoar , e mandou sempre vir
de sua terra muitos mantimentos e armas e gente , por
4 lhe na guerra ser muita gente sua morta e diminuida , a
4 elle supplicante fizeram muito mal , e porque estava
muito dispeso , e gastado pedio licença a V .Sa. para
4
sahir com sua gente e repousar dos trabalhos passados ,
4 por haver quatro annos que andava n ’ esta conquista , e
4 por ser el - rei nosso senhor a quem muito fazia serviço ,
e porque elle supplicante desejava fazê- lo por lhe
4 V .Sa . mandar , quer trazer sua mulher e muita gente que
tem .
1 Pede a V .Sa. lhe faç a mercê de umas terras , que estão
o-r da banda de além , que foram de Antonio ce Marins e
rS estão defronte d ' esta cidade , a saber : desce a Barreira
Vermelha ao longo da agua salgada pelo rio acima ,
* caminho do norte , e do nordeste uma légua , para que na
dita terra faça seu3 logare3 e fazendas. No que
A receberá mercê.
E tudo visto pelo dito sr . governador a ç eti ção do
fft supplicante Martim Affonso de Souza , e o que lhe pedia ,
visto ser justo , e havando respeito ao proveito que se
o -
pode seguir a ser je da republica , e ao servi ç o de Deos
e ao de el - rei nosso senhor , e para a terra se povoar
deu ao d i t o Martim Affonso uma légua de terra ao longo
o
X
l
ï 117
X
A
X do raar e duas léguas para o sertao , as quaes tinha dado
a Antonio de Marins assim e da maneira que a tinha
X dado , aonde pede para se aposentar na dita terra e
1 fazer sua fazenda , por as ditas terras e3tarem ainda em
mattos maninhos e por aproveitar , as quaes terras estão
X no dito logar , e tem a dita medida e partem pelas ditas
! confrontações , como em sua petição diz , e a braça
1 porque se medirem será braç a craveira , a saber: duas
varas de medir por uma , como no reino se costuma medir ,
X o que tudo lhe deu e concedeu na maneira abaixo
X declarada ,segundo a fórma de seu regimento , de que o
traslado é o seguinte despacho do sr. governador:
A Dou a Martim Affonso uma légua de terra ao longo do
* mar e duas léguas para o sertão que tinha dado a
Antonio de Marins , assim e da maneira que as tinha dado
e com as condições de sua renunciação , hoje 16 de Março
A ) de 1568 annos.
A
Translado do regimento do Sr . governador .
* As terras e aguas das ribeiras que estiverem dentro do
*A termo e limites da mesma cidade , que s ão seis léguas
para cada parte que não forem já dadas a pessoas que as
A aproveitem , e estiverem em vaga e devolutas , para mim ,
e por qualquer via ou modo que seja , podereis das de
A sesmaria às pessoas que vo-las pedirem , as quaes terras
A assim dareis livremente sem outro algum fõro nem
tributo , só memte e dizimo á ordem de ncsso senhor Jesus
A Christo , com as condições e obrigações do foral dado ás
A ditas terras da minha ordenação do quarto livro , titulo
da sesmaria , com tal condiçã o que a tal pessoa , ou
pessoas , residam na povoação da dita bahia , ou nas
terras que assim lhe forem dadas , ao menos très annos ,
e que dentro do dito tempo as não possam vender nem
alienar , e tereis lembranç a que nã o deis a cada pessoa
mais terra que aquella que verdes ou vos parecer que
segundo sua possibilidade pôde aproveitar : e si algumas
A pessoas a quem forem dadas terras no dito termo as
tiverem perdidas por as não aproveitarem com as
condições e obrigações conteúdas n ' este capitulo , o
qual se transladar á nas cartas das ditas sesmarias . Com
as quaes condições e obrigações e declarações lhe assim
O dou as ditas terras ao dito Martin Affonso pela
n sobredita maneira com tal condição que elle resida em
o esta cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro , ou em
seu termo , ao menos os ditos très annos em meu
'"N regimento declarado ; e assim hei por bem que posto , e
que o dito meu regimento não diga nem falle em esta
cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro , hei , por
Ch serviç o de el -rei nosso senhor , que esta carta tenha
toda a for ç a e vigor como tem as que se fazem na cidade
de S. Salvador da Bahia de Todos os Santos , porque
assim o hei por bem serviç o do dito sector , como dito
é , e para sua guarda do dito suppl leant e Mart im Affonso
lhe mandou o dito Sr . governador ser feita esta carta
I
Jf
Û
r*
118
p e l a q u a i manda q u e e l la h a j a a p o s s e a s e n h o r i o d a s
d i t a s t e r r a s p a r a s e m p r e para e l l e e para to d o s o s seus
h e r d e i r o s e s u c c e s s o r e s ascendentes o u descendentes q u e
a p ôs d ' e l l e s v i e r e m , e com t a l c o n d i ç â: e e n t e n d i m e n t o
q u e e l l e r o m p a e a p r o v e i t e a s dites t e r r a s e a s
•
f o r t i f i q u e d a d a t a d ’ es t a e m t r ès i n n o s primeiros
s e g u i n t e s . E o u t r o s s i m far á d e m a n e i r a q u e d e n t r o em
q u a t r o m e z e s t e n h a f eito n ' ellas algum proveito e
- p l a n t a d o a l g u n s mantimentos . E c o m o fCr em c u m p r i d o s os
d i t o s t r ès annos q u e a s t e n h a aproveitado c o m o d i t o é I-
p o r q u e n ã o o f a z e n d o e l l e a s s i m passades o s d i t o s tr ès
—
a n n o s , q u e a p r o v e i t a d o n ã o t i v e r e m , s e dar á d e sesmaria
a quem as pedir para aproveitar , lhes s e r á deixado
l o g r a d o u r o s d o q u e ap r o v e i t a d o n ã o t iver , s o b r e t u d o
p a g a r á 1 $ r s . p a r a a s o b r a s d o conselho e d a r á por
e l l a s caminhos e s erventias o r d e n a d a e necess á r i a s a o
conselho p a r a f o n t e s e pontes , viveiros d e pedras que
) necess á r i o f ô r e m , a s q u a e s t erras pela sobredita
maneira l h e d a v a foros e isentam sem f!ros n e m tributo
s ó m e n t e d e t u d o o q u e l he nosso S e n h o r i é r n ' e llas de
s u a s n o v i d a d e s e l a v o u r a s e c r i a ç õe s pagar á o di z i m o a
Deus c o n f o r m e o r e g i m e n t o ; o q u e t u d; m a n d a q u e s e
conserve e g u a r d e sem duvida nem em b a r g o q u e l h e s e j a
p o s t o , e q u e e s t a c a r t a s e j a r e g i s t r a d a d e n t r o e m um
-- a n n o nos l i v r o s d a fazenda , c o m o o dit: s e n h o r e m seu
'“
N
r e g i m e n t o m a n d a s o b as p e n a s e m e llas co n t e ú d a. E
p o r q u e o d i t o s u p p l i c a n t e M a r t i m Affonso p r o m e t t e u d e
'N " ter , manter e c u m p r i r pela s o b r e d i t a ma n e i r a , l h e
mandou p a s s a r e s t a c a r t a d e s e s m a r i a , a por v e r d a d e eu ,
P e d r o d a C o s t a , tabelli ã o d a s n o t a s a escriv ã o d a s
O se s m a r i a s p o r e l -rei nosso s e n h o r , e m esta c i d a d e d e S.
'
Sebasti ã o e s e u s t e r m o s , q u e e s t e instrumento d e c arta
O d e s e s m a r i a escrevi . - Men de Sá . - E n ã o = 5 continha mais
o;
Wí
c o u s a a l g u m a e m a d i t a c a r t a d e sesnaria a q u e me
r e p o r t o e m o t h e o r d a qu a l eu d i t o tabs 1 li ã o e escriv ã o
3 d a s mesmas , An t o n i o T eixeira d e Carvalho , fi z p a s s a r a
p r e s e n t e c e r t i d ã o q u e a s ubscrevi e essignei . - Antonio
Teixeira d e Carvalho .
( In Silva , 1 8 5 4 : 3 0 3 -3 0 7 )
Q
—»
'
1 0- Auto d e p o s s e d a sesmaria d e Martim Affonso d e Souza :
O Saibam q u a n t o s es t e publico instrumerzo d e p o s s e d e
0 terras d e s e s m a r i a dada por m a n d a d o autoridade de
j u s t i ç a virem , q u e n o anno d o na s c i m e n t o d e nosso
O senhor Jesus Christo d e 1573 annos , acs vinte e dous
o dias d ' e s t e p r e s e n t e mez d e Novembro i ' e s t a p resente
o éra da banda d ' al é m d ' es t a c i d a d e i e S. Sebasti ã o
d ' esta c a p i t a n i a e g overna çã o e bahia d ' e s t e ?. io d e
Janeiro , terras do Brazil , no t e r m o d ellas , nas t e r r a s
3 q u e dizem s e r a escriptura e ca r t a d ad - a t r a z , mue o
g o v e r n a d o r o g e n e r a l M e n d o n ç a a Martim Affonso d e
n Souza , cavalheiro d a ordem d e C h r i s t o , e l ogo a h i , por
e s t e dito Martim Affonso , foi dit: a mim t iblico
n
. tabelliã o e a o p o r t e i r o m e s t r e Vascc e p e r i r.~ e 33
o
119
O
o
120
n
*
i
I 121
4
4
4 Barnabé, e nesse caso os Padres voltavam a morar na
Aldeia para os atender e catequizar cor.o em 1689 , em
4 que dois Religiosos se encarregavam da doutrina e
4 administra çã o dos sacramentos às suas 330 almas .
Passada a urg ê ncia da catequese , voltava ao regime de
4 visita peri ó dica .
4
<
14- Referindo-se ao pequeno n ú mero de ind í genas que
I habitava Sã o Lourenç o , Pizarro e Ara ú jo faz uma
4 interessante observaçã o a respeito ia qualidade da
cer â mica produzida pelas ind í genas deste aldeamento:
* M
(...); por essa causa nao h á no mesmo distrito capela
i alguma , nem f á brica , a exceçã o das cue trabalham o
i barro para lou ç a grossa , em cuja oficir.a se empregam as
Í ndias com assaz destreza , e sem aparelhos demasiados .
Á
) O barro de c ôr preta , de que ordin á riarente fazem uso
para êsse minist ério , resiste muito ao fogo ; por isso
s ã o procuradas aquelas manufaturadas , com prefer ê ncia
X às fabricadas noutros lugares , para o servi ç o das
4 cozinhas . M
X
 15- Wied - Neuwied ( 1989 ) p. 27: "Desembarcamos a pouca
I dist â ncia de Sã o Lourenç o , e puse-o-nos a galgar
pequenos morros , por um caminho sobreado por lindas
1
plantas ; lantanas ( Lantana ) com suas flores cor de
I fogo , vermelho carregado ou cor -de- rosa ; helicó nias
I ( Heliconia ) e outros arbustos de aspecto igualmente
gracioso , formam aqui moitas cerradas. No alto da
J colina , as cabanas dos indios se espalham no meio de
4 laranjeiras , bananeiras e outras plantas carregadas de
deliciosos frutos ."
-
V.
o
Padre Sepp ( 1972:81 / 2 ) fez o seguinte registro em seu
di á rio , onde podemos observar que : grande entrave
construtivo nas edifica ções de pedra e c a 1 era a
o
o
4
4
4 122
4
4
4 obtençã o deste ú ltimo : "Os quatro conventos de ordem
religiosa que h á aqui pertecem aos Franciscanos ,
4 Dominicanos , Trinit á rios e à Companhia ;e Jesus . Vivem
4 todos em extrema pobreza e priva çã o , pcrque a carestia
aqui é extremamente grande. As casas e igrejas n ã o s ã o
4 de pedra , mas de barro e lama . Tê m todas s ó um andar , e
4 isto n ã o porque faltassem pedras , mas parque o preparo
í da cal at é agora é desconhecido. Só n este ano os Padres
encontraram uma maneira de queimar cal . o
4 castelo , onde reside o senhor governador , tamb é m *=:
4 construido de barro e é defendido por um f ô sso e um
baluarte."
4
4
4 13- Sambaquis s ã o s í tios pr é- historicos once os vestigeos
arqueol ó gicos s ã o encontrados inseridos em uma
4 estrutura , superposta ao modelado natural , formada
4
) principalmente por carapa ç as de molusco , Devido a
constitui çã o destas carapa ç as , os sambaquis formam
4 ricas j a z i d a s calc á reas. Apesar dos tupinamb á
. 4 praticarem intensamente a coleta de molusco , s ã o estes
4 s í tios vest í gios de a uma ocupa çã o litcr à nea anterior a
ocupa çã o Tupiguaran í .
4
I 19- Santos ( 1966 ) P - 42 , 45/46 , 5 9: "Em lisboa , na Casa
4 Professa de S. Roque , da Companhia de Jesus , trabalhava
4 -j á o vimos - um Irm ã o , Francisco Dias . que em 1575
fizera a tra ç a d o col égio de Angra na Ilha Terceira , e
4 que era tido em muito boa conta . Indo a Roma o
4 Procurador d a Companhia no Brasil , ccnseguiu do P.
Geral que lho cedesse. Com sua vinda e : 1577 , começ a um
A segundo cap í tulo na arquitectura da Cozranhia de Jesus
no Brasil . ( . . . ) Arquiteto que se inscrevesse com esse
A nome Architectus"- foi Francisco Dies o primeiro .
Este foi como pedreiro que fez o seu aprendizado , o que
A era ali á s comum naquele tempo , e quand: o admitiram em
A 1562 na Companhia , em Lisboa , j á o era e gozava d e bom
conceito , porque logo lhe confiaram s direc çã o das
* A obras dos mais importante estabelecimento que os
Jesu í tas ent ã o erguiam em Portugal : a firosa igreja e
A Casa Professa de 3. Roque de Lisboa . ( . . . ) As duas
fachadas , a de Olinda e a do Rio , insiirano - se embora
em S. Roque , t ê m rela çã o a uma simplifica çã o capital , a
o da referida supress ã o das ordon ã ncias intermedi á rias
que em Portugal foram usadas at é numa igreja rural ,
o como a de Vila Vi ç osa ( c u j a constru çã o e contempor â nea
o da de S. Roque ) -supress ã o que representa uma
irrever ê ncia em rela çã o aos c â nones gramaticais do
Renascimento ( . . . ) O front ã o triangular das duas
O igrejas quinhentistas : do Rio e de C linda , tornou - se
O uma nota insistente d a s igrejas d a CO ïT renhia ."
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
V
)
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128
as regi õ es
A algumas regi ões muito recentemente , serem ocupadas
avanç o interiorano.
4 Costuma-se considerar que os ataques dos bandeirantes
4
4 à s missões jesu íticas guaranis tinha como finalidade a obtençã o
-1 era
r\ como mao-de-obra na pr ó pria Vila de Sã o Paulo. Como esta n ã o
uma regi ã o de grande produ çã o a ç ucareira acreditamos que tamanha
car ê ncia de bra ç os servis fosse devido ao car á ter nao heredit á rio
O total e permanente controle como nas miss ões jesu í ticas nas
O terras de Espanha , alvo dos ataques dos bandeirantes. L. Arroyo
O
O í 1954: 100 ) referindo-se ao documento do frei beneditino dirigido
n 1 C â mara de Sã o Paulo , onde solicita terras para fundar um
o
aosteiro , informa o seguinte:
r\
n
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r\
129
9
Esse documento pode ser levado à conta da
Maximo
A frei Joao Pimentel. Ao tempo era
- 1 Pereira e
j beneditinos o bandeirante
procurador dos frades
r\
O Apesar da "superior forma ç ao intelectual" dos
A
X era formada quase que exclusivamente por elementos de erigem
1958:430 )
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-
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Salvador conservava-se a mesma do começ o do s éculo , oscilando em
O
torno de 10 mil o n ú mero de branco em todo o t êrmo". For é m , esse
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131
ri
razao do aparente desacordo destas informa ç oe3 , ao constatar que
fora , é de:
4
4 132
4
4 dirainuiram para perto de afrianos , de
A zero . Cs
7
A
A
A 133
A
A - rasileiras". Desta maneira , acreditamos que devida
O
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f que a das neo
^
a uma expressiva particiopa çã o indigena na sua iorna ç ao e por 3 er
A
AI Os indios. Foram menores , senão crianças , era luta
O
O contra adultos europeus. Escravos , habitantes das
O aldeias jesu í tas ou residentes mal assimilados das
n
134
'"N -
"pegando-as cêdo" , educando as da maneira devida ;
-
como mão de-obra explorável e consumivel ” .
A
- s6 no
"cultura superior” européia
própria pré-
d história , já que o fato desses indigenas nã" terem deixado
o
o
4
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136
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nossos ind ígenas , a excessão de alguns poucos como os Karajá
-
expresso na umbanda pela figura do "preto velho" , tenha originado
ma
. maior benevolência nao só em relaçao a expressão da
)
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4 RESUMO CRONOLÓGICO
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500- Inicio da ocupaçã o do litoral brasileiros pelos indigenas
Tupiguaraní .
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1099- O mosteiro beneditino de Sã o Jo ã o da cidade de Jerusal é m
-4 torna-se a sede de uma nova Ordem assistê ncialista
denominada Sã o Joã o de Jerusal é m , conhecida como a "Ordem
4 do Hospital”
4
1118- Liderados por Hugo de Payens , nove cavaleiros francos
4 fundam a Ordem de cavalaria "Soldados Pobres de Jesus
I Cristo", com finalidade de proteger os peregrinos nos
4 caminhos palestinos. Instalam -se nas ruinas do Monte do
Templo , sendo ent ã o conhecidos como "Cavaleiros do Templo"
4 ou Templários. Fazem , os templ á rios , os votos religiosos de
4 castidade , pobreza e obediência .
A ) 1125- O rei Balduino de Jerusal é m reconhece essa nova Ordem de
4 cavalaria , concedendo o titulo de mestre do Templo a Hugo
de Payens
t Hospital á rios.
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152
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OS serem descobertas , do cabo Bojador às í ndia3.
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1475- Fernado Gomes atinge o Golfo da Guiné
J
1492 - Chegada de Cristóv ão Colombo à América .
O 1505 - da
O Papa Júlio II aboliu
Ordem de Cristo.
o voto de pobreza para os cavaleiros
O*
1515 - D. Manuel destitui Afonso de Albuquerque do cargo de
Governador das í ndias , nomeando Lopo Scares , seu maior
rival . Morte de Afonso de Albuquerque.
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.519 Fernao de Magalhaea parte da Espanha para a conquista da3
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Molucas.
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:í franceses .
Transfer ê ncia da cidade do Rio de Janeiro para o Morro
Castelo
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1568- Araribó ia recebe a "Carta de Sesmaria" das terras do
aldeamento de Sã o Lourenç o.
Pe Gonç alo de Oliveira , capel ã o da expediçã o , é o 19
apóstolo de Sã o Lourenç o
OV 1570- Morte de N ó brega. Gonç alo de Oliveira assume o cargo de
>
Superior do Col égio do Rio de Janeiro.
O Gov. Salvador Corrê a de Sá doa a 5 "principais" de Sã o
Lourenç o - Vasco Fernades , Antonio Salema , Salvador Correa ,
O Antonio de Franca e Fern ã o Alvares- as terras formadoras do
aldeamento de Sã o Barnabé
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1571- Solimao é derrotado na batalha naval de Lepanto
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