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Selecao de Testes para o Jogador de Voleibol
Selecao de Testes para o Jogador de Voleibol
Selecao de Testes para o Jogador de Voleibol
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ARTIGO
RESUMO
O objetivo da revisão foi de determinar os testes para o jogador de voleibol.
Foram selecionados os seguintes testes: hemisfericidade, metacognição,
testes antropométricos, testes neuromusculares e metabólicos. Em conclusão,
o artigo apresentou os testes para o atleta de voleibol
Palavras-chave: Teste; Esporte; Voleibol.
ABSTRACT
The objective of the review was of determines the tests for the volleyball
player. The study determined the tests: hemisphericity, metacognition,
anthropometric tests, neuromuscular tests and metabolic tests. In conclusion,
the article determined the tests for the volleyball player.
Key-words: Test; Sport; Volleyball.
Introdução
Em 1895 o voleibol foi criado pelo norte-americano William Morgan da ACM com
o nome de Minonette. No início esse esporte ficou restrito a ACM de Holyoke no qual
Morgan era diretor de Educação Física. Mas numa conferência na Universidade de
Springfield ocorreu uma demonstração desse jogo, onde o Dr. Halsted sugeriu que o
nome dessa modalidade coletiva fosse alterada para voleibol porque as batidas na
bola caracterizam o nome do jogo. Volley em inglês significa salva de tiros, descarga e
rebatida. No Brasil o voleibol chegou em 1915, onde começou a ser praticado no
Colégio Marista de Pernambuco. Mas só a partir dos anos 50 que o voleibol começou a
se popularizar no Brasil, devido os bons resultados dos brasileiros no Sul-Americano e
a criação das federações, inclusive da CBV (DALSIN & GOELLNER, 2006). Neste
período, o voleibol na areia era praticado apenas como lazer, geralmente pela elite
carioca de Copacabana e Ipanema (AFONSO, 2004). Inicialmente o treino do voleibol
brasileiro era exercitar através dos fundamentos e em seguida era realizado o jogo.
Este tipo de treino foi conduzido até os anos 60. A partir da década de 70, o voleibol
no Brasil começou a realizar a preparação física (GUIMARÃES & MATTA, 2004), um
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dos pioneiros nessa atividade foi o Professor Tubino, com seu trabalho de excelência
no Fluminense ele passou a fazer parte da seleção brasileira masculina de voleibol.
Neste momento, os testes antropométricos e físicos passaram ter destaque no
voleibol para controle da carga e evidenciar as adaptações fisiológicas do treino físico.
Atualmente, qualquer equipe ou dupla de voleibol realiza teste físico e antropométrico
(REGAL et alii, 2006; D´ALESSANDRO et alii, 2005).
O avanço da tecnologia permitiu aos pesquisadores estabelecer os esforços do
voleibol durante a partida (MARQUES JUNIOR, 2006) e estudar as ações táticas
(AFONSO et alii, 2008). O estudo tático do voleibol teve avanço na Olimpíada de 84,
através da seleção norte-americana (UGRINOWITSCH & UEHARA, 2006), após esse
período qualquer equipe faz uso da análise do jogo (GOUVÊA & LOPES, 2008). Sabe-
se que o voleibol é um esporte acíclico e intermitente, na fase ativa do jogo acontece
na via dos fosfagênios e na pausa no sistema aeróbio (MARQUES JUNIOR, 2008). Os
maiores esforços desse esporte são os saltos, depois os deslocamentos defensivos
(MARQUES JUNIOR, 2009). Como é um esporte coletivo, depende muito do
pensamento tático e da técnica para realizar a ação com maestria (FILGUEIRA &
GRECO, 2008). Através desse estudo minucioso sobre os esforços do voleibol e da
tática desse esporte, hoje é fácil determinar as capacidades físicas condicionantes
importantes para realizar os testes físicos e as capacidades coordenativas, cognitivas
e táticas para praticar os testes referentes a essas variáveis. Segundo Tubino e
Moreira (2003), as capacidades físicas condicionantes que o professor deve fazer
testes físicos são a flexibilidade, a força (rápida e de resistência), a velocidade, a
agilidade, a potência anaeróbia e a potência aeróbia. Também testes antropométricos
que estabeleçam a estatura, a massa corporal total e outros são importantes para
esse esporte (RIGOLIN DA SILVA et alii, 2003). Já os testes que mensuram o jogar, a
atividade é pela análise do jogo, com uso do scout ou vídeo-computador (GARGANTA,
2001). A inteligência de jogo também pode ser estabelecida pela metacognição
(VIANA DA SILVA, 2000). Porém, o ideal que a maioria dos testes aconteçam no
ambiente da disputa do atleta, de preferência no momento da competição porque é
mais preciso para o professor medir e avaliar (MOREIRA et alii, 2006). Outra exigência
é sobre o custo dos testes, de preferência de baixo custo financeiro porque permite o
uso de vários treinadores e durante as viagens a comissão técnica pode praticar com
pouco material, fato que não ocorre no teste de laboratório (COTTA et alii, 2009).
Entretanto, são escassas na literatura estudos que determinam os testes
antropométricos, físicos e de jogo para o atleta de voleibol (RAMOS et alii, 2009;
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velocidade, eles podem ser feitos no mesmo dia porque essas avaliações são no
mesmo sistema energético, a ATP-CP. Após a execução de todos os testes, os atletas
deverão descansar por no mínimo 2 dias (7º e 8º dia) para restaurar o glicogênio
muscular e reduzir as dores musculares provenientes dos testes anteriores. O
penúltimo dia de avaliação (9º dia), os voleibolistas deverão praticar o teste de
potência aeróbia máxima. Quanto o teste da análise do jogo, o professor poderá fazer
após cada 10 a 15 dias de treino ou realizar durante ou após jogos amistosos ou do
campeonato.
Antes do atleta realizar os testes físicos, exceto o de flexibilidade, o esportista
deverá fazer um bom aquecimento porque beneficia no resultado da avaliação (VAZ et
alii, 2007). De preferência, o aquecimento merece ser no teste com o intuito do
jogador de voleibol se familiarizar com a avaliação e preparar o corpo para o futuro
teste. Outra iniciativa que o treinador precisa realizar para ocasionar uma melhora nos
resultados dos testes é através do estabelecimento de metas (BRAZ et alii, 2007). Por
exemplo, os atletas de voleibol atingiram um consumo máximo de oxigênio (VO 2máx)
no pré-teste de 40 ml/kg/min. Para os atletas se empenharem mais, o preparador
físico estabeleceu uma meta para o pós-teste, visando um incremento no VO2máx para
50 ml/kg/min. Também, o piso influência no resultado da avaliação. Hespanhol et alii
(2006) evidenciaram que a velocidade e a altura do salto vertical é inferior na areia
quando comparada com a quadra. Contudo, esse tipo de avaliação é específica para
jogadores de voleibol na areia. Entretanto, o professor precisa de atenção em relação
o tipo de areia que foi efetuado o teste. Conforme o lugar existe areia mais fofa e
mais dura, por exemplo, no Leme, praia do Rio de Janeiro, a areia é muito fofa, mas
no posto 6 em Copacabana, a areia é mais dura. Outro fator que merece atenção é se
a areia está molhada por causa da chuva ou seca, isso pode interferir na avaliação. No
estudo de Moreira (2001), os testes físicos tiveram resultados inferiores no gramado
molhado quando comparado com o seco. Portanto, caso o treinador não consiga
realizar o teste físico com a areia nas mesmas condições, o ideal é efetuar a avaliação
numa quadra ou similar.
Testes em locais abertos, como quadras em praças públicas, o preparador físico
deve estar atento com a velocidade do vento porque pode melhorar (vento a favor) ou
piorar (vento contra) a avaliação de agilidade, de velocidade e da potência aeróbia
máxima. Então, para esse problema não ocorrer, o ideal que o teste seja num recinto
fechado para não sofrer a interferência do vento. Durante os testes o professor
precisa estar munido de uma ficha para coleta de dados dos testes a fim de agilizar a
avaliação e permitir organização para futuro tratamento estatístico (TRITSCHLER,
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2003). Nessa ficha deve conter um espaço para o avaliador preencher a marca do
relógio utilizado (pode influenciar no resultado do teste), o piso que ocorreu a
avaliação, a temperatura e umidade relativa do ar que aconteceu o teste, a estação
do ano e outros.
Todos os testes selecionados nessa revisão são de baixo custo financeiro, sendo
indicados para todas as categorias do voleibol e conforme a especificidade da
modalidade. Seguindo a Federação Mineira de Voleibol (2009), os testes vão ser
direcionados para as seguintes categorias: iniciante até 12 anos, pré-mirim até 13
anos, mirim até 14 anos, infantil até 16 anos, infanto-juvenil até 18 anos, juvenil até
20 anos e adulto. Em relação à especificidade, Resende e Soares (2003) encontraram
na sua pesquisa que jogadores de voleibol possuem metragens percorridas durante a
partida entre 2 a 6 m, podendo em alguns casos chegar a 10 m, mas é muito raro.
Logo, os testes de agilidade, velocidade e potência aeróbia máxima merecem estar
nessa metragem e de preferência, simulando uma ação do jogo de voleibol. Outro
quesito muito importante para o professor saber identificar a evolução ou piora dos
testes, é saber utilizar a estatística descritiva e inferencial nos resultados das
avaliações (MADUREIRA, 2008). Atualmente existem bons livros que podem orientar
os treinadores que não dominam esse conteúdo da Educação Física (DANCEY &
REIDY, 2006).
Hemisfericidade e Metacognição
A hemisfericidade significa que o indivíduo possui um maior processamento
mental em um dos hemisférios. Atletas de voleibol com hemisfério esquerdo (HE) de
processamento mental tem mais facilidade para o processamento intelectual, racional,
verbal e analítico. O treinamento precisa ser conduzido pela instrução verbal e
analítica (analítica – fazer o treino cognitivo). Enquanto os esportistas com hemisfério
direito (HD) de processamento mental são aptos para tarefas motrizes, informação
não verbal, percepção espacial e processamento holístico. O treino merece ser
ministrado pela orientação não verbal (demonstrando a atividade para o atleta) e
holística (treino cognitivo). A hemisfericidade ajuda o professor do voleibol a ter um
prognóstico sobre o desempenho da tarefa, na velocidade do aprendizado ou do
aperfeiçoamento neuromotor e permite o técnico entender o motivo que certos atletas
são excelentes em atividades motrizes (hemisfério direito) e outros em intelectuais
(esquerdo).
Para estabelecer a hemisfericidade basta praticar o teste de CLEM (abreviatura
do nome do teste em inglês, conjugate lateral eye movement, traduzido para o
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português essa avaliação chama-se teste de movimento lateral conjugado dos olhos)
de acordo com as informações de Marques Junior (2008b). Inicialmente, pergunta-se
aos atletas se eles estavam sem problemas físicos, emocionais e outros que interfiram
na avaliação. Em seguida é explicado o motivo do teste. Um jogador senta na cadeira
situada numa distância de 2 m da cortina de cor preta que tem um orifício para a
lente da filmadora captar a ação dos olhos do atleta. O corpo da câmera fica fixado no
tripé que ficam atrás da cortina, o mesmo ocorre com o professor e o gravador.
Abaixo da lente da filmadora é fixada com durex uma cartolina branca de 5 cm de
altura por 10 cm de largura, local de referência para o esportista direcionar a visão. A
figura 1 ilustra essas explicações:
Perguntas para Descontrair: 1) Qual o seu nome?, 2) Quantos anos tem?, 3) Qual
modalidade pratica?, 4) Qual sua posição?
Perguntas Analíticas: 1) Tenho 26 balas para dividir com 2 amigos. Com quantas balas
ficará cada um?, 2) Em um jogo de futebol, uma equipe está vencendo por 5 a 2.
Quantos gols a equipe que está perdendo deverá fazer para conseguir empatar o jogo?,
3) No céu, havia 18 pipas. Um vento forte levou 3 delas. Quantas pipas continuaram
voando no céu?, 4) Com 1 (um) real consigo comprar 5 balas. Quanto custa cada
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bala?, 5) Serão distribuídos 12 picolés entre 3 crianças. Quantos picolés receberá cada
criança?
Perguntas ou Problemas Espaciais: 1) Uma pipa vermelha está voando no céu azul. De
repente surge uma nuvem cinza e esconde a pipa., 2) Você está passeando numa
floresta e encontra uma árvore caída. Por onde você passa? Por cima ou por baixo
dela?, 3) Mentalmente, desenhe devagar um pequeno círculo. Ao finalizar o círculo,
desenhe um quadrado e coloque uma figura dentro da outra. Quando tiver concluído
levante suas mãos., 4) Imagine que um animal bem grande e feroz aparece de repente
à sua frente e pode atacá-lo. Construa mentalmente e bem rápido uma barreira capaz
de impedir que ele lhe ataque., 5) Você está participando de um jogo de futebol. Você
vê que um atleta adversário vai em direção ao seu gol com a bola dominada. Corra até
ele para interceptá-lo.
No término da avaliação aconteceu a seguinte gravação: Fim do teste de CLEM!
Muito obrigado!!! Essa avaliação possui duração de 3 minutos e 30 segundos.
Após a coleta de dados pela filmadora, a câmera é ligada ao televisor pelo fio
ouro. O avaliador senta numa boa distância da televisão e fica munido do scout
sistema numérico face do relógio que fica fixado em uma prancheta, tendo uma
lapiseira, uma borracha e com o controle remoto da filmadora para utilizar o avançar
ou voltar. Durante cada pergunta do teste de CLEM, o atleta faz um tipo
movimentação ocular onde é marcado pelo pesquisador no olho do desenho do scout
sistema numérico face do relógio. A figura 2 apresenta esse scout:
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para direita, a pessoa tem uma preferência de informação com o hemisfério esquerdo
(mono-hemisfério esquerdo). Caso venha ser bi-hemisfério, os olhos oscilam, porém
sempre um dos hemisférios tende a ser mais forte no processamento mental, o
esquerdo ou o direito. O bi-hemisfério esquerdo os olhos oscilam mais para a direita
(um ou dois desvios) e o bi-hemisfério direito os olhos oscilam mais para a esquerda
(um ou dois desvios). Caso o professor que trabalha com o voleibol tenha dificuldade
para comprar a filmadora, basta estabelecer a hemisfericidade com o uso de um
questionário que se encontra no site www.scs.sk.ca/cyber/present/brain.htm.
A metacognição é a capacidade de regulação e orquestração de várias atividades
cognitivas para solucionar problemas. Quanto mais tempo de prática no esporte mais
alta é a metacognição (VIANA DA SILVA, 2000), atletas com melhor desempenho
possuem uma melhor metacognição (MORALES et alii, 2009). A ficha de observação
do conhecimento metacognitivo (FOCM) é um meio de estabelecer a metacognição do
atleta (OLIVEIRA, 2004). Numa sala tranqüila, testado e avaliador observam cenas
filmadas de situações vivenciadas pelo atleta na partida. Em seguida, as imagens
fornecidas pelo DVD são “congeladas” e o avaliador interroga o atleta com 5
perguntas relacionadas ao momento da partida assistido pelo jogador. Após a
resposta do atleta, o professor atribuí uma pontuação de 1 (apenas se aproxima da
melhor resposta), 2 (aproxima bastante da melhor resposta) ou 3 (é a melhor
resposta). O total de pontos das respostas do atleta informará seu nível de
metacognição sobre o voleibol. A soma máxima de pontos são 60. As perguntas da
FOCM são as seguintes:
Tabela 5 - FOCM.
Nível de análise Questões Pontuação 1 a 3
Conhecimento da tarefa 1) Em que momento(s) do jogo (vídeo), na sua opinião foi (foram) o mais ( )
(melhor resposta apropriado(s) para fazer o ataque?
cognitiva) ( )
2) Que jogada, passe, levantamento ou ataque você acha que deveria ter
feito e não fez durante o jogo (vídeo)? ( )
3) O que você acha que não deveria ter feito durante o jogo (vídeo)? ( )
4) Porque você atacou na situação X durante o jogo (vídeo)?
( )
5) Porque você não atacou na situação X durante o jogo (vídeo)?
Auto-conhecimento 1) Em que outra posição, além da que você atua, poderia jogar? Por quê? ( )
3) Dentro do esporte que você pratica, qual é a sua melhor habilidade para ( )
joga? E a pior?
( )
4) No jogo em análise (vídeo), o que caracteriza sua melhor
habilidade/performance? ( )
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Conhecimento de 1) O que você poderia ter feito na situação X (do vídeo), diferente do que ( )
estratégia fez?
( )
2) Qual seria a outra forma de marcar ponto na situação X?
( )
3) Que outra resposta você daria à situação X?
( )
4) Que outra resposta você daria à situação Y?
( )
5) Que outra resposta você daria à situação W?
Testes Antropométricos
Os testes antropométricos são importantes para o professor avaliar o voleibolista
porque estas variáveis estão relacionadas com a performance do jogador. Outro fator
que é atraente na antropometria é o baixo custo e a facilidade de manuseio dos seus
equipamentos. Os testes antropométricos que são recomendados para o jogador de
voleibol são compostos pela medida linear vertical (estatura), a circunferência e os de
massa (massa corporal total, índice cintura quadril, %G e somatótipo).
Para determinar a estatura do voleibolista recomenda-se que ele faça uma
inspiração máxima com o intuito de compensar o achatamento interdiscal ocorrido
durante o dia. Esse esportista deve encostar-se na parede onde se encontra uma fita
métrica, o avaliador para ter precisão, coloca um pedaço de madeira em cima da
cabeça do jogador de voleibol que se encontra no plano de Frankfurt para estabelecer
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a altura do jogador. Nesta avaliação o atleta deve estar descalço. Atletas das
categorias de iniciação do sexo feminino e masculino costumam ter um pico de
crescimento com idade diferente (FARINATTI, 1995). Isso o treinador deve estar
atento, principalmente na idade biológica porque jogadores com maior idade biológica
costumam atingir estatura mais cedo do que os atrasados biologicamente. Em
contrapartida, os atrasados biologicamente costumam atingir estatura mais elevada
do que os avançados biologicamente (MASSA & RÉ, 2006). Noronha (1992) sugeriu
um cálculo para o técnico ter um prognóstico da estatura dos atletas de voleibol, a
conta é o seguinte:
Provável Estatura para Jovens = estatura atual em cm : porcentagem da tabela x
100
Tabela 1 - Valores para o cálculo da possível estatura.
Idade % do masculino % do feminino
8 72,4 77,8
9 75,4 81,1
10 78,2 84,5
11 80,9 88,4
12 83,9 92,5
13 87,5 95,5
14 91,5 97,6
15 95,2 98,8
16 98,1 99,8
17 99,5 99,9
18 99,8 100,0
O segundo teste antropométrico o atleta de voleibol deverá estar de short e camisa. O avaliador calibra
a balança, o jogador sobe na plataforma e o professor destrava o sinalizador da massa corporal total,
imediatamente espera esse instrumento se equilibrar para travar novamente e estabelecer o valor em kg.
Terminada a pesagem, o professor mensura as circunferências com intuito de saber o nível de
hipertrofia dos atletas, em qual perímetro o voleibolista atinge o ápice da forma atlética e outros. Os pontos
anatômicos das circunferências são estabelecidos por Marins e Giannichi (1998):
Tórax meso-esternal: Utilizando no sexo masculino, a fita deve passar em cima dos mamilos e abaixo das
axilas.
Tórax xifoidal: Mais utilizado no sexo feminino, mas pode ser praticado em ambos os sexos. A fita deve
passar no processo xifóide e no nível das axilas.
Braço: Com o cotovelo flexionado em 90° e o antebraço em supinação, mede-se a àrea de maior
circunferência muscular.
Antebraço: Com o cotovelo estendido e o antebraço em supinação, mede-se a região de maior circunferência
muscular.
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corporal (DC) e depois aplicar no cálculo de Siri (FONSECA et alii, 2008). Alguns
procedimentos são fundamentais para estabelecer a dobra cutânea que é utilizada na
equação de DC, elas são:
a) Todas as medidas são no lado direito.
b) A dobra cutânea deve ser destacada com o polegar e o indicador, ambos da mão
esquerda.
c) O compasso entra perpendicular à dobra, e espera-se 2 segundos para fazer a
leitura.
d) As medidas das dobras cutâneas devem ser realizadas em ordem rotativa, ao invés
de consecutivas leituras num mesmo ponto.
f) A prática das medidas das dobras cutâneas merece que o testado esteja com a pele
seca ou sem creme.
Até o momento não foram elaboradas equações de DC para jogadores de voleibol
(SALEM et alii, 2007), nem foram validadas equações para essa modalidade
(FONSECA et alii, 2007). Consultando Heyward e Stolarczyk (2000), as equações de
DC indicadas para atletas do sexo feminino e masculino são as equações de Pollock.
Para o professor aferir a dobra cutânea da equação de Pollock, precisa realizar a
medida com o mesmo compasso que foi elaborada a equação (OKANO et alii, 2008).
Caso o avaliador não faça esse procedimento poderá estar errando na medida
(CYRINO et alii, 2003). A equação de Pollock foi validada com o compasso de dobras
cutâneas Lange (MARQUES JUNIOR, 2002). Guedes (2000) informou que o compasso
Lange é o mais preciso na medida da DC, ao lado do Harpenden. Perini et alii (2005)
indicaram o uso dos cálculos do seu artigo para o professor certificar se suas medidas
de dobras cutâneas estão adequadas. Mas para medir as dobras cutâneas, é
importante o professor saber os pontos anatômicos que foram mensurados por Pollock
para o sexo feminino e masculino. Pollock e Wilmore (1993) apresentaram para o
leitor:
- Sexo Masculino
a) Peitoral: Dobra diagonal localizada entre a linha axilar anterior e o mamilo.
b) Abdômen: Dobra vertical localizada ao lado da cicatriz umbilical com distância de 2
cm.
c) Coxa: Dobra vertical localizada entre a prega inguinal e a patela, ou seja, na região
central.
- Sexo Feminino
a) Tríceps: Dobra vertical localizada entre o acrômio e o olecrânio, ou seja, na região
central. O cotovelo deve estar relaxado e em extensão.
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c) Supra-ilíaca: Dobra diagonal localizada acima da crista ilíaca, no ponto que coincide
com a linha axilar anterior imaginária.
b) Abdômen: Dobra vertical localizada ao lado da cicatriz umbilical com distância de 2
cm.
d) Coxa: Dobra vertical localizada entre a prega inguinal e a patela, ou seja, na região
central.
Após a leitura das dobras cutâneas, são somados todos os valores e o avaliador
aplica o resultado na equação de DC para o sexo masculino ou feminino. A equação de
Pollock mais indicada para o sexo masculino possui um r = 0,90 e um EPE = 3,4%
(JACKSON & POLLOCK, 1978) e para o feminino o r = 0,84 e o EPE = 3,8% (JACKSON
et alii, 1980), elas são as seguintes:
DC para o Sexo Masculino = 1,1093800 - 0,0008267 (X1) + 0, 0000016 (X1)² -
0,0002574 (idade)
X1 - peitoral + abdômen + coxa
DC para o Sexo Feminino = 1,0960950 – 0,0006952 (X1) + 0,0000011 (X1)² -
0,0000714 (idade)
X1 - tríceps + supra-ilíaca + abdômen + coxa
Após o cálculo da DC, o professor do voleibol deve utilizar a equação de Siri para
estabelecer o %G. O cálculo é o seguinte: %G = [(4,95 : DC) – 4,5] x 100 = ?%
Identificando o %G, o professor pode calcular as seguintes equações:
Massa de Gordura (MG) = [(massa corporal total (MCT) x %G) : 100] = ?kg
Massa Corporal Magra = MCT – MG = ?kKg
Rowlands e Downey (2003) recomendaram o uso de uma equação para
determinar o peso ideal (PI), ela é efetuada da seguinte maneira:
Massa corporal esperada para (MCE) Homens = 08 x (altura em cm) – 69,6 = ?kg
MCE para Mulheres = 0,6 x (h em cm) – 39,2 = ? kg
Massa corporal relativa (MCR) = massa atual : MCE = ?kg
PI = MCE x MCR = ?kg
O somatótipo é o último teste antropométrico. Avaliação indicada para atletas
porque determina as características físicas do esportista (MARQUES JUNIOR, 2003). O
somatótipo do voleibolista pode ser endomorfo, mesomorfo e ectomorfo. O
somatótipo possui escala de 1 a 7, podendo ser identificado pelos cálculos a seguir:
Endomorfo (E): Predomina a obesidade.
E = (tríceps + subescapular + supra-ilíaca x 170, 18) : altura em cm
Subescapular: Dobra diagonal localizada 1 a 2 cm abaixo do ângulo inferior da
escápula.
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3 Peso (kg)
Testes Neuromusculares
Farinatti (2000) revelou que é difícil determinar o quanto a flexibilidade contribui
para a performance de voleibolistas. Mas Marey et alii (1991) evidenciaram que as
melhores jogadoras de voleibol possuem mais flexibilidade no ombro, talvez facilite na
momento da atleta efetuar o ataque. Porém, durante um teste de flexibilidade o
avaliador do voleibol deve estar ciente que pessoas com mais fibra rápida são mais
flexíveis (SILVA et alii, 2003) e que o envelhecimento piora essa capacidade física
(GAJDOSIK et alii, 2004). Realizar avaliação da flexibilidade em atletas de voleibol é
uma tarefa difícil por causa do pouco tempo que esses esportistas possuem ao longo
da temporada, mas o uso do Flexiteste é recomendado para atletas dessa modalidade
(ARAÚJO, 2005). O Flexiteste visa avaliar a flexibilidade máxima passiva, tendo
valores de classificação para cada movimento de 0 a 4 (ARAÚJO, 2002). O avaliador
consegue classificar os movimentos com a observação nos mapas de flexibilidade que
ficam ampliados e fixos na parede. Conforme o grau atingido em um movimento (0
muito fraco, 1 - fraco, 2 - médio, 3 - bom e 4 é excelente) é estabelecida uma
pontuação. A soma dos graus dos movimentos do flexiteste é estabelecida a qualidade
da flexibilidade do avaliado pelo flexiíndice. Uma avaliação do Flexiteste tem a
duração de 3 a 4 minutos (ARAÚJO & ARAÚJO, 2004), possuindo 20 movimentos que
são avaliados na articulação determinada ou no lado direito porque não existe
diferença significativa com a esquerda. Em caso de dúvida, nunca repita o mesmo
movimento consecutivamente, faça os outros movimentos e depois faça a medida que
tinha dúvida (no mínimo 30 segundos de espera). Para a avaliação ser mais ágil no
teste de flexibilidade, recomenda-se o Flexiteste Adaptado de Farinatti e Monteiro
(1992), possuindo 8 movimentos. Como a escolha dos movimentos é baseada nas
ações do voleibolista, foi chamado por Marques Junior (2005) de Flexiteste Específico
para Voleibolistas. Os movimentos selecionados devem ser praticados na seguinte
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Para estabelecer o VO2máx de atletas com 6 a 17 anos, basta fazer a seguinte conta:
VO2máx (6 a 17) = [31,025 + (3,238 x veloc. do estágio)] – [(3,248 x idade) +
(0,1536 x idade x veloc. do estágio)] = ? ml/kg/min
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MEDINA & FERNANDES, 2002; OLIVEIRA & DA SILVA, 2001; PRADO et alii, 2008;
RIGOLIN DA SILVA, 2006; RIZOLA NETO, 2003; SALEM & ZARY, 2004; SILVA & MAIA,
2003; SEIXO & MAIA, 2003; SMITH et alii, 1992; RODRIGUES et alii, 2008; SPENCE
et alii, 1980; THISSEN-MILDER & MAYHEW, 1991; TRIANDAFILIDE & FERNANDES
FILHO, 2008; ZARY et alii, 2004; WALSHE & WILSON, 1997):
Tabela 5 - Resultados mínimos e máximos de cada teste do sexo masculino.
Variável Iniciante até Pré-Mirim até Mirim até Infantil até Infanto-Juvenil Juvenil até Adulto
Estatura (cm) 150 a 170 171 a 186 187 a 194 188 a 195 Dupla – Dupla, igual ao 180 a 191 defensor
adulto da dupla
194 a 196
levantador 184 a 198 190 a 205
levantador bloqueador da
180 a 190 líbero dupla
180 a 187
194 a 200 ponta líbero 180 a 191
levantador
198 a 201 oposto 193 a 203
ponta 180 a 190 líbero
200 a 206 central
198 a 205 190 a 200 ponta
oposto
195 a 211 oposto
200 a 210
central 197 a 215 central
%G 10 a 23 10 a 24 10 a 22 11 a 20 4 a 12 4 a 14 6 a 15
a Força 29 a 34 32 a 40 33 a 41 38 a 42 41 a 45 41 a 46 41 a 49
o Componente Elástico 39 a 42 40 a 45 41 a 49 42 a 54 43 a 56 44 a 57 45 a 61
a Cortada (alcance da mão 289 a 305 300 a 307 303 a 310 312 a 315 317 a 320 321 a 376 321 a 376
em cm)
Agilidade de 9,14 m (m/s – 0,91 a 1,01 1,01 1,01 1,01 1,01 a 1,14 1,01 a 1,14 1,01 a 1,14
metros por segundo)
Velocidade de 50 m (m/s) 7,14 7,14 7,14 7,14 7,14 a 8,33 7,14 a 8,33 7,14 a 8,33
VO2máx (ml/kg/min) - - - - 40 a 60 46 a 65 46 a 65
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Estatura (cm) 147 a 163 161 a 170 162 a 175 167 a 177 Dupla - Dupla, igual 172 a 188
ao adulto defensor da
176 a 184 dupla
levantador 178 a 185
levantador 176 a 190
168 a 170 bloqueador da
líbero 160 a 166 dupla
líbero
175 a 185 173 a 182
ponta 176 a 188 levantador
ponta
180 a 187 169 a 180 libero
oposto 182 a 189
oposto 179 a 188 ponta
185 a 190
central 186 a 193 185 a 190
central oposto
187 a 200
central
%G 16 a 25 17 a 22 12 a 18 17 a 20 10 a 20 10 a 20 10 a 20
Mesomorfo ou ou ou Ectomorfo
endomorfo Ectomorfo Ectomorfo mesomorfo
endomorfo endomorfo
o Bloqueio (alcance da - - 228 a 249 250 a 292 255 a 300 264 a 325 264 a 325
mão em cm)
Agilidade de 9,14 m (m/s – 0,76 a 0,91 0,83 a 0,91 0,83 a 0,91 0,83 a 0,91 0,83 a 0,91 0,83 a 0,91 0,83 a 0,92
metros por segundo)
Velocidade de 50 m (m/s) 5,55 4,62 a 5,55 4,62 a 5,55 4,62 a 5,55 5,55 a 6,25 5,55 a 6,92 5,55 a 6,92
VO2máx (ml/kg/min) - 30 a 44 38 a 46 39 a 49 40 a 55 38 a 63 38 a 63
Conclusão
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