Você está na página 1de 52

Retas e Planos

Universidade Federal da Bahia


Departamento de Matemática

2000
Introdução

Este texto é uma versão revisada e atualizada do texto " Retas e Planos" de
autoria das professoras Ana Maria Santos Costa, Heliacy Coelho Souza e
Maria Christina Fernandes Cardoso. Esta versão, do mesmo modo que a
primeira, é um recurso didático utilizado na Disciplina Matemática Básica II -
Mat. 002 do Departamento de Matemática da UFBA.

Esperamos contar com o auxílio dos leitores através de críticas, sugestões e


correções.

Salvador, 01 de novembro de 1999

As autoras,

Maria Christina Fernandes Cardoso


Sonia Regina Soares Ferreira
Verlane Andrade Cabral
Índice

CAPÍTULO I - Equações da reta ........................................................ 01

CAPÍTULO II - Equações do plano ........................................................ 04

CAPÍTULO III - Posições relativas


de dois planos ........................................................ 09

CAPÍTULO IV - Posições relativas


de uma reta e um plano e duas retas ........................................................ 14

CAPÍTULO V - Ângulos ........................................................ 22

CAPÍTULO VI - Distância ........................................................ 29

Exercícios resolvidos ........................................................ 37

Exercícios propostos ........................................................ 46


CAPÍTULO I – EQUAÇÕES DA RETA

1.1 Equação vetorial


Um dos axiomas da geometria euclidiana diz que dois pontos distintos
determinam uma reta. Seja r a reta determinada pelos pontos P 1 e P2.

P1

P2

→ →
Um ponto P pertence à reta r se, e somente se, os vetores P1P e P1P2

são colineares. Como P1 e P2 são distintos, o vetor P1P2 é não nulo,
→ →
então existe um escalar λ tal que P1P = λ P1P2 . Assim, P pertence a r se,

e somente se, P = P1 + λ P1P2 ; λ ∈ IR . Podemos então concluir que todo
ponto da reta r satisfaz à equação:

X = P1 + λ P1 P2 ; λ ∈ IR ,

que é chamada de equação vetorial da reta r.


Observemos que o fundamental na determinação da equação vetorial de
uma reta, é conhecermos um ponto desta reta e um vetor ( não nulo ) na
sua direção. Um vetor na direção da reta r é chamado vetor direção da
r
reta r, e indicado por v r .
r
r : X = Po + hv r ; h ∈ IR
Po
Assim, cada escalar h determina um único
ponto P pertencente a r e, reciprocamente,
r
r para cada ponto de r, existe um único valor
vr r
real h tal que P = Po + h v r .
1
1.2 Equações paramétricas e simétricas
r
Fixado um sistema de coordenadas, sejam Po ( x o , y o , z o ) e v r = (a , b, c ) .
r
A equação vetorial da reta r, determinada por Po e v r é:

r : (x, y, z) = (x o , y o , z o ) + h (a, b, c); h ∈ IR ,

x = xo + h a

que equivale ao sistema r :  y = yo + h b ; h ∈ IR •
z = z + h c
 o

As equações acima são chamadas de equações paramétricas da reta r.

Se abc ≠ 0 , eliminando o parâmetro h do sistema •, obtemos

x − xo y − yo z − zo
r: = = ‚
a b c

Estas equações são denominadas equações simétricas da reta r.


As equações em ‚, poderiam ser obtidas observando o paralelismo que
deve existir entre os vetores:
→ r
Po P = ( x − x o , y − y o , z − zo ) e vr = ( a, b, c), abc ≠ 0.

Exemplos
1. Determine uma equação da reta r que:

a) passa pelos pontos P1 (3,− 1,1) e P2 (2,1,2) ;

b) passa pelo ponto P(4,1,0) e contém representantes do vetor


r
u = ( 2,6,−2) .

Solução:
a) Como P 1 e P2 são distintos, determinam uma reta de equação vetorial

X = P1 + h P1P2 ; h ∈ IR , isto é, r : ( x, y, z) = (3,−1,1) + h ( −1,2,1); h ∈ R .
2
y −1 z
b) r : x − 4 = = ( equações simétricas da reta).
3 −1

2. Verifique se o ponto P( −1,0,2) pertence às retas:

a) r : (x, y, z) = ( −7,−3,−7) + h (2,1,3); h ∈ IR

x = −3 + h

b) s :  y = −1 + h ; h ∈ IR
z = 2 h

x +1 y z − 4
c) t : = =
2 3 2

Solução:
a) P ∈ r se, e somente, existe ho ∈IR tal que:
(− 1,0,2) = (−7 ,−3,− 7) + h o (2,1,3) .

Ou seja, ( 6,3,9) = h o ( 2,1,3) . É fácil verificar que ho = 3 torna a igualdade


acima verdadeira, logo P ∈ r .

−1 = −3 − h o

b) P ∈ s se, e somente, existe ho ∈IR tal que  0 = −1 + h o
 2= 2h
 o
o que é impossível, pois, da primeira equação temos ho = − 2 e da
segunda ho = 1. Logo, P ∉ s .

−1 + 1 0 2 − 4
c) P ∈ t se, e somente, = = . Como 0 ≠ −1 temos que
2 3 2
P∉t.

x −1 y + 2
3. Seja r : = = z . Determine uma equação de r nas formas
2 4
vetorial e paramétrica.

3
Solução:
r
Das equações simétricas de r temos v r = ( 2,4,1) e P(1,−2,0) é um ponto
da reta r. Assim, (x, y, z) = (1,−2,0) + h (2,4,1); h ∈ IR e
x = 1 + 2 h

 y = −2 + 4 h ; h ∈ IR , são equações da reta r nas formas vetorial e
z = h

paramétrica, respectivamente.

CAPÍTULO II - EQUAÇÕES DO PLANO

2.1 Equação Vetorial

Um dos axiomas da Geometria Espacial nos diz que três pontos não
colineares determinam um plano. Consideremos então π o plano
determinado pelos pontos A, B e C. Desejamos encontrar uma condição
necessária e suficiente para que um ponto X pertença ao plano π.
Observemos então que, como A, B e C são não colineares, os vetores
→ →
BA e AC são linearmente independentes com representantes em π.

Portanto, um ponto X pertence ao plano π se, e somente se, o vetor XB é
→ →
coplanar com os vetores BA e AC .
Assim, existem escalares t e h
D → → →
C π tais que XB = t BA + h AC .

Daí, um ponto X pertence ao


A
B X plano π se, e somente se,
→ →
X = B + t BA+ h AC ; t, h ∈ IR .

Esta equação é chamada de equação vetorial do plano π.


4
Observemos que o fundamental na determinação da equação de um plano
é conhecermos um ponto deste plano e dois vetores linearmente
independentes, com representantes no mesmo. Um vetor com
representante em um plano é dito paralelo ao plano.

Assim, uma equação vetorial de um plano α paralelo aos vetores LI


r r
u e v e que passa por Po é :
r r r α
X = Po + tu + hv; t , h ∈ IR . r v
u Po

Observemos ainda que para cada ponto X do plano, existe um único par
ordenado ( t, h ) satisfazendo a esta equação e reciprocamente.

2. 2 Equações Paramétricas
r
Fixemos um sistema de coordenadas do espaço. Sejam u = (a 1, b1, c1 ) ,
r
v = (a 2 , b 2 , c 2 ) vetores linearmente independentes paralelos ao plano α e
Po (x o , y o , z o ) um ponto de α . Assim, uma equação vetorial do plano α
pode ser escrita como:

(x , y , z ) = (x o , y o , z o ) + t (a 1 , b1 , c1 ) + h (a 2 , b 2 , c 2 ) , t, h ∈ IR .

A equação acima equivale ao sistema:

x = x o + a1t + a 2 h

 y = yo + b1t + b 2 h ; t , h ∈ IR .
z = z + c t + c h
 o 1 2

As equações deste sistema são chamadas equações paramétricas do


plano α .

Exemplos

1. Dê uma equação vetorial do plano determinado pelos pontos


A = (1,1,0) , B = (−1,2,1) e C = (3,2,1) .

5
Solução:
→ →
Como os vetores AB = ( −2,1,1) e CA = ( −2,−1,−1) são linearmente
independentes, os pontos A, B e C não são colineares, logo determinam
um único plano. Uma equação vetorial do plano ABC é :

( x, y, z) = (1,1,0) + t (−2,1,1) + h (2,1,1) ; t , h ∈ IR

2. Dê as equações paramétricas do plano paralelo aos vetores


r r
u = ( −1,2,1) , v = (1,0,3) e que passa pelo ponto P = (2,4,−1) .

Solução:
r r r r
Como os vetores u e v são linearmente independentes então P, u e v
determinam um plano de equações paramétricas:

x = 2 − t + h

 y = 4 + 2t ; t, h ∈ IR
 z = −1 + t + 3h

3. Dê uma equação vetorial do plano β, dado a seguir;

x = 1 + 2h − t

β :  y = −2 + h + 3t ; t, h ∈ IR
z = 3 + 5h

Solução:

Das equações paramétricas de β temos que P = (1,−2,3) é um ponto de β


r r
e os vetores u = ( 2,1,5) e v = ( −1,3,0) são linearmente independentes
com representantes em β. Assim, uma equação vetorial de β é dada por ;

β : ( x, y, z) = (1,−2,3) + t (2,1,5) + h( −1,3,0) ; t , h ∈ IR .

4. Determine as equações paramétricas do plano α paralelo ao vetor


r
u = (5,1,2) e que passa pelos pontos A = (3,−1,1) e B = ( 2,−1,0) .
6
Solução:
r →
Observemos que os vetores u = (5,1,2) e AB = ( −1,0,−1) são linearmente
independentes com representantes no plano α . Assim, as equações
paramétricas de α são:

 x = 3 + 5h − t

α :  y = −1 + h ; t, h ∈ IR .
z = 1 + 2h − t

2. 3 Equação Geral
r r
Seja α o plano determinado pelo ponto u v α
r r
P (x o , y o , z o ) e pelos vetores u e v . Po X
Lembremos que um ponto X(x, y, z)
r r →
pertence a α se, somente se, os vetores PX , u e v são coplanares.
→ r r r r →
Assim, [ PX, u, v ] = 0 , ou seja, ( u × v) ⋅ Po X = 0 . Considerando
r r
u × v = ( a, b, c) , podemos escrever:

(a , b, c) ⋅ ( x − x o , y − y o , z − z o ) = 0 ,

ou equivalentemente,

ax + by + cz + d = 0 , •

onde d = − (ax o + by o + cz o ) . A equação • é chamada de equação


geral do plano α .
r Dizemos que um vetor não nulo é
nα normal a um plano se, somente se, é
r ortogonal a todos os vetores que
v possuem representantes neste plano. É
r P o usual indicarmos um vetor normal ao
α u r
plano α por n α .
Observemos que os coeficientes a, b e c da equação geral do plano α
correspondem às coordenadas de um vetor normal a este plano.

7
Exemplos
1. Determine uma equação geral do plano α que passa pelo ponto
r r
P = (3,−1,2) e é paralelo aos vetores u = ( −1,1,2) e v = (1,−1,0) .

Solução 1:
r r r
Como u e v são LI e têm representantes em α, podemos considerar n α
r r r
paralelo ao produto vetorial u × v = (2,2,0) . Considerando n α = (2,2,0 ) ,
uma equação geral do plano α tem a forma 2x + 2y + d = 0 , para um
certo valor real de d. Como o ponto P pertence ao plano α suas
coordenadas satisfazem a esta equação, assim temos:
2.3 + 2.(−1) + 0.2 + d = 0 , daí, d = − 4 . Logo, 2x + 2y − 4 = 0 é uma
equação do plano α.

Solução 2: r
r nα
Seja n α = (1,1,0 ) e X um ponto genérico de α.
→ r
Então, Po X ⋅ n α = 0 , ou equivalentemente, Po
X
α
(x − 3, y + 1, z − 2 ) ⋅ (1,1,0 ) = 0 .
Daí, uma equação geral do plano α é x + y − 2 = 0 .

2. Determine um vetor normal ao plano α nos seguintes casos:


a) α : X = (1,0,1) + t ( 2,−1,3) + h(1,1,0) ; t, h ∈ IR .

 x = 2 + 3t

b) α :  y = 1 + 2t − h ; t , h ∈ IR .
 z = −t + 2h

c) α : 2x − 3y + z − 1 = 0

Solução :
r
a) n α = (2 ,−1,3) × (1,1,0 ) = (−3,3,3)
r
b) n α = (3,2,−1) × (0,−1,2) = ( 3,−6,−3)
r
c) n α = (2,−3,1)
8
CAPÍTULO III - POSIÇÕES RELATIVAS DE DOIS
PLANOS

No espaço IR 3 , dois planos α e β são paralelos ou concorrentes. Se os


planos α e β são paralelos temos:

Paralelos distintos : α ∩ β = φ Paralelos coincidentes : α ≡ β


β r
α nβ
r α≡β
r nβ

r

Observemos que dois planos são paralelos se, somente se , seus vetores
normais são paralelos. Consideremos α : a 1 x + b 1 y + c 1z + d1 = 0 e
β : a 2 x + b 2 y + c 2 z + d 2 = 0 . Temos que α e β são paralelos se,
somente se, existe um real k tal que:

a 1 = ka 2

 b1 = kb 2
c = kc
 1 2

Se os planos α e β são paralelos e, além disso, possuem um ponto em


comum, então eles são coincidentes. Suponhamos que P ( x 1 , y1 , z1 ) seja
esse ponto comum. Assim, as coordenadas de P satisfazem às equações
de α e β :
a 1x1 + b1 y1 + c1 z1 + d1 = 0
 .
a 2 x1 + b 2 y1 + c 2 z1 + d 2 = 0
Ou equivalentemente,

 ka 2 x1 + kb 2 y1 + kc 2 z1 + d1 = 0

a 2 x1 + b 2 y1 + c 2 z1 + d 2 = 0

Daí, d 1 = k (− a 2 x 1 − b 2 y 1 − c 2 z1 ) . Logo, d 1 = kd 2 .

9
Se os vetores normais dos planos α e β não
são paralelos, então estes planos são
r r
concorrentes. Neste caso, eles se interceptam nα nβ
segundo uma reta r. Assim, um ponto
P( x, y, z) pertence à reta r se, somente se,
β
suas coordenadas satisfazem ao sistema:
r
vr
a 1x + b1 y + c1z + d1 = 0 α
 r
a 2 x + b 2 y + c 2 z + d 2 = 0

Este sistema é denominado equação geral da reta r.


r
Observemos que um vetor direção da reta r ,v r , possui representantes
r v r
nos planos α e β. Daí, v r é ortogonal a n α e ortogonal a n β . Podemos
r v r
concluir então que v r é paralelo ao vetor n α × n β .

r
v r r

Se os vetores n α e n β são ortogonais nβ
dizemos que os planos α e β são
perpendiculares. Assim, dois planos são
v r β
perpendiculares se, somente se, n α ⋅ n β = 0 .
α
Exemplos

1. Estude a posição relativa dos planos:

a) α : 2x + y − z + 1 = 0 e β : 4x + 2y − 2z + 2 = 0 .

b) α : X = (1,0,1) + t ( 2,1,3) + h(0,0,1) ; t, h ∈ IR


e β : 2x + y − z + 1 = 0 .

c) α : X = (1,0,1) + t ( 2,1,3) + h(0,0,1) ; t, h ∈ IR


x = 4t

e β :  y = 1 + 2t ; t , h ∈ IR
z = 2 + 5t − h

10
Solução :
v r
a) Observemos que n α = 2 n β , assim, os planos α e β são paralelos.
Além disso, temos que d 1 = 2 d 2 . Logo, podemos concluir que α e β
são coincidentes.
r
b) Consideremos os vetores n α = ( 2,1,3) × ( 0,0,1) = (1,−2,0)
r
n β = ( 2,1,−1) . Como estes vetores não são paralelos, temos que os
planos α e β são concorrentes. Se r é a reta interseção de α e β, então
a equação geral de r pode ser dada pelo sistema:

x − 2y − 1 = 0
r : .
2x + y − z + 1 = 0
v r
Observemos ainda que n α ⋅ n β = 0 , assim α e β são perpendiculares.

r r
c) Consideremos os vetores n α = (1,−2,0) e n β = ( −2, 4,0) . Observemos
v r
que n α = −2 n β , daí, os planos α e β são paralelos. No entanto,
P = (1, 0, 1) pertence ao plano α e não pertence ao plano β.
Consequentemente, α e β são estritamente paralelos.

2. Determine uma equação do plano β paralelo a α : 2x − 6 y + 4z − 1 = 0


e que passa pelo ponto P = (1, 0,−2) .

Solução :
v r
Como o plano β é paralelo ao plano α, temos que n β = k n α , k ≠ 0 .
r
Podemos então considerar n β = ( −2, − 6, 4) . Assim, podemos escrever:
β : 2x − 6y + 4z + d = 0 . Para determinarmos o valor de d basta
utilizarmos o fato de que o ponto P pertence a β e por isso, satisfaz a sua
equação. Daí, 2.1 − 6.0 + 4.(−2) + d = 0 , ou seja, d = 6. Logo, uma
equação geral de β é 2x − 6y + 4z + 6 = 0 .

3. Dados os planos α : 2x + 4y − z + 1 = 0 e β : − x + 2y + z + 2 = 0
determine uma equação vetorial da reta r interseção dos planos α e β.
11
Solução :

É fácil obtermos uma equação vetorial de uma reta se conhecemos dois


de seus pontos. Ora, uma equação geral da reta r pode ser dada pelo
sistema:
2x + 4y − z + 1 = 0
r : •
 − x + 2 y + z + 2 = 0

Assim, basta conseguirmos dois pontos cujas coordenadas satisfaçam a


este sistema. Como este sistema é possível e indeterminado, podemos
conseguir uma solução considerando y = 0 . Então,

2x − z + 1 = 0

− x + z + 2 = 0

Daí, x = −3 , z = −5 e P( −3, 0,−5) pertence à reta r. De modo análogo, se


1
considerarmos x = 0 no sistema •, obteremos y = − , z = −1 e
2
1 r → 1
Q = ( 0,− ,−1) pertence à reta r. Daí, o vetor v r = PQ = ( 3,− ,4) é um
2 2
vetor direção da reta r e uma equação vetorial desta reta pode ser dada
pela equação:
1
r : ( x, y, z) = ( −3,0,−5) + h (3,− ,4); h ∈ R .
2
Uma outra maneira de determinarmos um vetor direção da reta r é obtida
v r
quando utilizamos o fato de que este vetor é paralelo ao vetor n α × n β .
r
Assim, podemos considerar v r = ( 2,4,−1) × ( −1,2,1) = ( 6,−1,8) e
r : (x, y, z) = ( −3,0,−5) + h (6, −1,8); h ∈ IR é uma equação outra vetorial
de r.

4. Dada a reta r : (x, y, z) = (1,−2,0) + h (2, 4,1); h ∈ IR , determine uma


equação geral da mesma.
Solução :
Devemos determinar as equações gerais de dois planos distintos α e β
que contém a reta r.
12
Observemos que se um ponto não pertence a uma reta, o plano
determinado por este ponto e esta reta, naturalmente, contém a reta.

Assim, seja α o plano determinado pela α


reta r e pelo ponto P(0, 0,−1) . O vetor r
vr
normal de α pode ser dado por r
A P
r r →
n α = v r × AP , onde A é um ponto de r.
r
Então, considerando A(1,−2,0) temos que n α = ( −6,1,8) e
α : −6x + y + 8z + d = 0 .
Para determinarmos o valor de d, substituimos na equação anterior as
cooordenadas de um ponto qualquer de α. Por exemplo, substituindo as
coordenadas do ponto P, obtemos : − 6.0 + 0 + 8.(−1) + d = 0 . Daí, d = 8
e α : −6x + y + 8z + 8 = 0 .

A equação geral do plano β é obtida de modo análogo ao utilizado para


obtenção da equação do plano α. Chamamos porém a atenção especial
para a escolha do ponto: agora ele deve ser escolhido fora do plano α .

Considerando o plano β determinado pela reta r e pelo ponto O(0,0,0)


temos que:
r r →
n β = v r × AO = ( −2,−1,8)
β
e β : −2x − y + 8z + d = 0 .
O
r α Como o plano β passa
A vr pela origem do sistema
r P de coordenadas temos
que d = 0 .

Logo, β : −2x − y + 8z = 0 , portanto uma equação geral da reta r é

− 6x + y + 8z + 8 = 0
r :
− 2x − y + 8z = 0
13
14
CAPÍTULO IV - POSIÇÕES RELATIVAS
DE UMA RETA E UM PLANO
E
DE DUAS RETAS

4.1 Posições relativas de uma reta e um plano


r
As posições de uma reta r : X = R + t v r , t ∈ IR e um plano π são:
r
R vr r
a) r paralela a π r
(r // π ) nπ

π
r r
r // π ⇔ v r ⋅ n π = 0 e R ∉ π
r

r b) r contida em π (r ⊂ π )
r
R vr
π
r r
r ⊂ π ⇔ vr ⋅ n π = 0 e R ∈ π

r
r nπ
c) r e π concorrentes vr
P
(r ∩ π = {P} )

π
r r r
r ∩ π = {P} ⇔ v r ⋅ n π ≠ 0

14
Caso particular:

r v
vr nπ

π
r

Exemplos:

1. Determine a interseção da reta r com o plano π, nos seguintes casos:

a) r : X = (1,6,2) + t (1,1,1) ; t ∈ IR
π: x − z − 3 = 0

b) r : x − 1 = y − 2 = 2 (z − 1)
π : X = h(6,2,1) + t (1,2,1); t, h ∈ IR

x = t

c) r :  y = −3 + 3 t ; t ∈ IR
z = −t

π : x + y + 2z − 1 = 0

Solução:
r r
a) v r ⋅ n π = (1,1,1) ⋅ (1,0,−1) = 0, logo, r ∩ π = r ou r ∩ π = φ .
Como R(1,6,2) é um ponto de r, verificamos que R ∉ π . Logo r ∩ π = φ .

r  1 r
b) Sendo v r = 1,1,  e n π = (6,2,1) × (1,2,1) = (0,−5,10), temos que
 2
r r
v r ⋅ n π = 0 . Logo, r ∩ π = r ou r ∩ π = φ . Como R(1,2,1) é um ponto de
r, verificamos que R ∈ π . Logo r ⊂ π e consequentemente r ∩ π = r.

15
r r
b) De v r ⋅ n π = (1,3,−1) ⋅ (1,1,2) = 2 ≠ 0 concluímos que r e π são
concorrentes. Seja r ∩ π = {P} = {( a, b, c)} . Temos então:

a = t

(1) a + b + 2c − 1 = 0. (2) b = −3 + 3 t , para algum escalar t .
c = − t

De (1) e (2) obtemos t = 2 e P( 2,3,−2) .

2. Determine uma equação da reta r que passa pelo ponto A(1,0,−2) e é


paralela aos planos α : 2x − y + 2 = 0 e β : x + z − 3 = 0.

Solução:
r r r r r r
Como r //α e r // β, temos v r ⊥ n α e v r ⊥ n β . Sendo n α e n β LI,
r r r
temos que vr // n α × n β . Assim podemos considerar

r r r
vr = n α × n β = (1,01) × (2,−1,0) = (1,2,−1) .

Daí uma equação vetorial da reta r é:

r : X = (1,0, −2) + t (1,2, −1); t ∈ IR

4.2 Posições relativas de duas retas

Se duas retas estão contidas no mesmo plano dizemos que são


coplanares. Caso contrário são denominadas reversas.

As retas coplanares podem ser paralelas (distintas ou coincidentes) ou


concorrentes.

16
Resumindo, duas retas r1 e r2 podem ser:

Coplanares
w Concorrentes : r1 ∩ r2 = {P} π
P
r1 r2

w Paralelas:

w Distintas : r1 ∩ r2 = φ w Coincidentes : r1 ≡ r2

π π
r1
r2 r1 ≡ r2

Reversas r1

P
r2
π

Estabeleceremos a seguir condições para a identificação da posição


relativa de duas retas.
r r
Considere as retas r : X = R + h v r e s : X = S + t v s ; h, t ∈ IR .
→ r r
Se r e s são coplanares então os vetores RS, v r e vs são coplanares e
→ r r → r r
portanto [ RS, v r , vs ] = 0. Reciprocamente, se [ RS, v r , vs ] = 0 podemos
ter:
r r
i) v r // v s , nesse caso r e s são paralelas, logo coplanares.

17
r r → r r r r
ii) v r e v s LI, nesse caso RS, vr e vs são LD. Como v r e v s são

linearmente independentes, então podemos escrever RS como
r r
combinação linear de v r e v s . Logo, existem escalares ho e to tais que
r r r r
S = R + h o v r + t o v s . Assim, o plano β : X = R + h v r + t v s ; h, t ∈ IR ,
contém as retas r e s, que portanto são coplanares. Observemos ainda
que, neste caso as retas são concorrentes.
Um caso particular de retas concorrentes
r r
são as retas perpendiculares. Observemos vs P
que se duas retas r e s são perpendiculares
r r r s
então v r ⋅ v s = 0 . vr π

Exemplos

1. Estude a posição relativa dos seguintes pares de retas:

2x − y − z + 2 = 0
a) r :  e s : X = (1,0,2) + h (1,−3,7); h ∈ IR
 x + 3y − z + 2 = 0

x = h
 1− x y
b) r :  y = 1 − h ; h ∈ IR e s : = =z−8
 z = 4 + 4h 2 3

x −3 z − 12
c) r : X = ( −2,1,3) + t ( −10,−2,−18) ; t ∈ IR e s : = y− 2=
5 9
x = 4

d) r : X = ( 4,−3,1) + h (0,2,1); h ∈ IR e s :  y = −1 − 2t ; t ∈ IR
z = 3 − t

Solução:
r r
a) Como v r // ( 2,−1,−1) × (1,3,−1) = ( 4,1,7 ) e v s // (1,−3,7) temos que as
retas r e s são concorrentes ou reversas. Vamos então considerar
R(0,0,2) e S(1,0,2) pontos de r e s, respectivamente. Assim,

18
→ r
1 0 0
r
[ RS, vr , vs ] = 4 1 7 = 28 ≠ 0 .
1 −3 7

Portanto, as retas r e s são reversas.

r r
c) Como v r // (1,−1,4) e v s // ( −2,3,1) temos que as retas r e s são
concorrentes ou reversas. Vamos então considerar R(0,1,4) e S(1,0,8)
pontos de r e s, respectivamente.

Assim,
→ r
1 −1 4
r
[ RS, v r , vs ] = 1 − 1 4 = 0 . Logo as retas r e s são concorrentes.
−2 3 1

r r
c) Como v r // ( −10 ,−2,−18) e v s // (5,1,9) temos que as retas r e s são
paralelas (distintas ou coincidentes). Além disso, o ponto R ( −2,1,3)
pertence às retas r e s. Assim, podemos concluir que as retas r e s são
coincidentes.
r r
d) Como v r // ( 0,2,1) e v s // (0,− 2,−1) temos que as retas r e s são
paralelas (distintas ou coincidentes). Observemos que o ponto R ( 4,−3,1)
pertence à reta r, no entanto não pertence à reta s, pois o sistema
 4= 4

 − 3 = −1 − 2 t o não tem solução.
 1= 3− t
 o

Assim, podemos concluir que as retas r e s são paralelas distintas.

2. Dê uma equação da reta r que passa pelo ponto P( −1,1,1) e é paralela à


 2x − y + 4z + 3 = 0
reta s:  .
x + 5y − z + 6 = 0

19
Solução:
r r
Sendo r e s retas paralelas podemos considerar v r = v s . Como
r
v s // (2,− 1,4) × (1,5,−1) = (− 19,6,11) as equações simétricas de s são:

x +1 y −1 z −1
= = .
− 19 6 11

x = 4 + t

3. Mostre que as retas r : x − 2 = − y = z − 1 e s :  y = −2 − t; t ∈ IR
z = 3

são concorrentes e determine o ponto de interseção.

Solução:
r r
Sejam v r = (1,−1,1), v s = (1,− 1,0) e R(2,0,1) e S(4, −2,3) pontos de r e
s,

1 −1 1
r r →
respectivamente. Então [ v r , vs , RS] = 1 −1 0 = 0 e assim
2 −2 2
concluímos
r r
que r e s são coplanares. Como não são paralelas pois v r e v s são
vetores LI, temos que as retas são concorrentes. Seja
{Po } = {( x o , y o , z o )} = r ∩ s .
x o = 4 + t o

Então, x o − 2 = − y o = z o − 1 e  y o = −2 − t o .
z = 3
 o
Daí, t o = 0 e Po = ( 4,−2,3).

4. Determine uma equação da reta r que passa pelo ponto P (1,2,3), é


concorrente com a reta s : X = ( −1,3,5) + h (2,5,1); h ∈ IR, e tem vetor
r r
direção v r ortogonal ao vetor u = ( 0,1,−4) .
20
Solução:

Seja {Po } = r ∩ s . Então existe um real ho , tal que


r → r
Po ( −1 + 2 h o ,3 + 5h o ,5 + h o ) . Consideremos vr = PPo . Como v r é
r
ortogonal a u , temos que ( −2 + 2h o ,1 + 5h o ,2 + h o ) ⋅ (0,1,−4) = 0 . Logo,
h o = 7. Assim,

Po = (13,18,12) e r : X = (1,2,3) + t (2,5,1); t ∈ IR .

5. Determine uma condição necessária e suficiente para que uma reta r


seja paralela ao eixo OX.

Solução:
r
O eixo OX tem vetor direção i = (1,0,0 ). Então, uma reta r é paralela ao
r r
eixo OX se, e somente se, v r é paralelo ao vetor i = (1,0,0 ).

6. Determine uma equação da reta que passa pelo ponto P = (1,0,2), é


concorrente com a reta s : X = (1,0,1) + t (2,1,1); t ∈ IR e é paralela ao
plano π : 2x − 3y + 4z − 6 = 0 .

Solução:

P0 P
r Seja {Po } = r ∩ s então, existe t ∈ IR tal que

Po = (1 + 2t , t ,1 + t ) e PPo = ( 2t , t , t − 1) .
π
Como r // π temos ( 2t, t , t − 1) ⋅ ( 2,−3,4) = 0 .
s
4
Assim, t = .
5
r
Considerando v r = (8,4,−1) , uma equação vetorial de r é:

r : X = (1,0,2) + t (8,4, −1); t ∈ IR .

21
CAPÍTULO V - ÂNGULOS

5.1 Ângulo entre duas retas

O ângulo entre duas retas r e s, indicado por (r,s), é definido como o


r r r r
menor dos ângulos (v r , v s ) e (v r ,− v s ) .

r r
vr vs
Se r e s são retas paralelas
r r
− vs então (r, s ) = 0 .
s α

r α
Na figura ao lado, o ângulo − vs
(r, s ) = (vr r ,− vr s ) = θ . r
vs r θ
vr r
s
r
vs r
vs
θ
r Na figura ao lado, as retas r e s
r r
r vr são reversas e (r, s ) = (v r , v s ) = θ .
α
s

π r r r r
Assim, 0 ≤ (r, s ) ≤ e cos (r, s ) =| cos (v r , v s ) |=| cos (v r ,− v s ) | .
2
Logo,
r r
| vr ⋅ vs |
(r , s ) = arc cos r r
| vr || vs |
π
Quando (r, s ) = , dizemos que r e s são ortogonais e escrevemos r ⊥ s.
2
Se r e s são ortogonais e concorrentes dizemos que as retas são
r r
perpendiculares. É claro que r ⊥ s ⇔ v r ⋅ v s = 0 .

22
Exemplos

1. Determine os ângulos formados pelas retas r e s, nos seguintes casos:

x = 1 − t

a) r : X = λ(1,−1,1) ; λ ∈ IR e s : y = t ; t ∈ IR
z = 2 − t

x + 2 y − z = 0 y−2
b) r :  e s: x +1= = z.
x − y + z − 1 = 0 2

x = 1 − 2 t
 x −3 z +1
c) r :  y = 2 + 2t ; t ∈ IR e s: = y +1=
z = 3 2 3

Solução:
r r
a) Como v r = (1,−1,1) e v s = (−1,1,−1) , as retas r e s são paralelas.
Assim, (r, s ) = 0 .
r r
b) Temos v r = (1,2,−1) × (1,−1,1) = (1,−2,−3) e v s = (1,2,1) . Daí,

(r, s ) = arc cos | 1 − 4 − 3 | = arc cos


21
.
| 14 | | 6 | 7
r r
c) Como v r = (−2,2,0) e v s = (2,1,3) , temos:

(r, s ) = arc cos | −4 + 2 + 0 | = arc cos 1


.
| 8 | | 14 | 2 7

2. Determine uma equação da reta r que passa pelo ponto P(1,1,−2) e é


x = 1 + t

perpendicular à reta s :  y = 2t ; t ∈ IR .
z = 2 − t

23
Solução:
Como r e s são perpendiculares, temos que
estas retas são concorrentes e ortogonais. P
r
Assim, se Po é o ponto de concorrência de r e vr
s, existe to real, tal que s
r
Po = (1 + t o ,2 t o ,2 − t o ) . Podemos então vs
Po
r →
considerar v r = PPo = ( t o ,2t o − 1,4 − t o ) . r
Pela condição de ortogonalidade, temos:
r →
v s ⋅ PPo = 0 . Assim, t o + 2(2 t o − 1) − (4 − t o ) = 0 , daí, t o = 1 .
Portanto uma equação da reta r é r : X = (1,1,−2) + λ(1,1,3) ; λ ∈ IR .

3. Substituindo, no exemplo anterior, a condição de perpendicularidade


por ortogonalidade, o problema tem solução única?
Solução:
Neste caso, a direção de r poderia ser
P
dada por qualquer vetor ortogonal a r
r vr
v s , sem restrições e, portanto, existe
r
uma infinidade de soluções: toda reta vs
que passa por P e está contida no Po
→ r
s
plano α : PX ⋅ v s = 0 .
α

4. Determine uma equação da reta r que passa por P(1,0,0) é concorrente


π
com s : X = t (1,1,0) ; t ∈ IR e (r, s ) = .
4
Solução: P
Observemos inicialmente que o
ponto P não pertence à reta s.
Assim, se Po é o ponto de
π π
concorrência de r e s, existe to
Po 4 4 s
real, tal que Po = ( t o , t o ,0) e
r r'
r →
v r = PPo = ( t o − 1, t o ,0) .
24
Então,
| (1,1,0) ⋅ ( t o − 1, t o ,0) | 1
cos (r, s ) = cos = .
2 ( t o − 1) 2 + t o 2 + 0 2

Daí, t o − 1 + t o = ( t o − 1) 2 + t o 2 . Logo, t o = 0 ou t o = 1 .

Assim, este problema admite duas soluções:


u t o = 0 ; r : X = (1,0,0) + t (−1,0,0) ; t ∈ IR

u t o = 1 ; r ′ : X = (1,0,0) + h (0,1,0) ; h ∈ IR .

5.2 Ângulo entre dois planos


v
O ângulo entre dois planos v nα

α e β , indicado por (α , β), β
é definido como o menor θ
r r
(
dos ângulos n α , n β e )
r r
(n α ,−n β . )
θ
π
Assim, 0 ≤ (α, β ) ≤ e α
2

r r
| n α ⋅ nβ |
(α , β ) = arc cos r r
| n α | | nβ |

π
Quando (α, β ) = , dizemos que α e β são ortogonais e escrevemos
2 r v
α ⊥ β . É claro que α ⊥ β ⇔ n α ⋅ n β = 0 .

Chamamos reta normal a um plano α a toda reta que tem a direção de


r
n α . Assim, podemos dizer que o ângulo entre dois planos é o ângulo
formado por duas retas normais a esses planos.
25
Exemplos

1. Determine o ângulo formado pelos planos α e β, nos seguintes casos:


a) α : 2x + y − z + 1 = 0 e β : x + y + z + 2 = 0 .
b) α : x + y − z + 5 = 0 e β : X = t (1,0,1) + h (1,−1,0) ; t, h ∈ IR.
x = t + h

c) α :  y = t ; t, h ∈ IR e β : 2x + y + z − 1 = 0
z = 1 + h

Solução:
v r
a) Das equações de α e β temos n α = (2,1,−1) e n β = (1,1,1) . Assim,

| (2,1,−1) ⋅ (1,1,1) | 2 2
cos (α, β) = = = .
6 3 3 2 3
2
Logo, (α, β) = arc cos .
3
v r
b) n α = (1,1,−1) e n β = (1,0,1) × (1,−1,0) = (1,1,−1) .

| (1,1,−1) ⋅ (1,1,−1) |
Daí, cos (α, β) = = 1 . Logo, (α, β) = 0 .
3 3
r r
c) n α = (1,1,0) × (1,0,1) = (1,−1,−1) e n β = (2,1,1) .

| (1,−1,−1) ⋅ (2,1,1) | π
Assim, cos (α, β) = = 0 . Logo, (α, β) = .
3 6 2

2. Determine uma equação do plano α ortogonal ao plano


β : 2x − y + z + 1 = 0 e que passa pelos pontos A = (1,0,2) e
B = (2,1,3) .
β r
Solução: nβ
→ r
Os vetores AB = (1,1,1) e n β = (2,−1,1) são
L.I. e possuem representantes em α. Assim, B
α A
uma equação vetorial do plano α pode ser
dado por:
α : X = (1,0,2) + t (1,1,1) + h (2,−1,1) ; t, h ∈ IR .
26
5.3 Ângulo entre reta e plano
n r
O ângulo entre uma reta r e um plano
α, indicado por (r, α) , é definido φ
θ
como o complemento do ângulo α
formado pela reta r e por uma reta n
normal ao plano α.
Na figura, temos φ = (r, n ) e θ = (r, α) .
π
Assim, 0 ≤ (r, α) ≤ e pode ser calculado como:
2
r r
π π | vr ⋅ nα |
(r , α ) = − (r, n) = − arc cos r r
2 2 | v r || n α |
ou,
r r
| vr ⋅ nα |
(r , α ) = arc sen r r .
| v r || n α |

π
Quando (r, α) = , dizemos que a reta r e o plano α são
2
r r
perpendiculares e escrevemos r ⊥ α . É claro que r ⊥ α ⇔ v r // n α .

Exemplo

1. Determine o ângulo entre r e α, nos seguintes casos:

a) r : X = (1,0,1) + t (1,0,2) ; t ∈ IR
α : X = t (1,0,1) + h (1,2,−3) ; t, h ∈ IR.

x − y + 2 = 0
b) r :  e α : x − 2 y − 2z + 1 = 0
2x + 2y − z + 1 = 0
Solução:
r r
a) Como v r = (1,0,2) e n α = (1,0,1) × (1,2,−3) = (−2,4,2) , temos:
| (1,0,2) ⋅ (−1,2,1) | 1
sen (r, α) = = .
5 6 30
1
Logo, (r, α) = arc sen .
30
27
r v
b) Temos v r = (1,−1,0) × (2,2,−1) = (1,1,4) e n α = (1,−2,−2) , assim,
| (1,1,4) ⋅ (1,−2,−2) | 2
sen (r, α) = = .
18 9 2
π
Logo, (r, α) = .
4

28
CAPÍTULO VI - DISTÂNCIA

6.1 Distância entre dois pontos


B
A distância entre um ponto A e um ponto B

é indicada por d(A,B) e definida por | AB | . A

Considerando A ( a 1 , a 2 , a 3 ) e B(b1 , b 2 , b 3 ) temos que:



d( A , B) = | AB | = | (b1 − a 1 , b 2 − a 2 , b 3 − a 3 ) | .

Daí, d( A, B) = (b1 − a1 ) 2 + (b 2 − a 2 ) 2 + (b 3 − a 3 ) 2

6.2 Distância entre um ponto e um plano

A distância entre um ponto Po e um plano π é indicada por


d ( Po , π) e definida como a menor
entre as distâncias de Po a pontos de P o
π.

Assim, se P é um ponto qualquer de π ,


então a distância entre Po e π é o r π
P
→ nπ
módulo da projeção do vetor PPo , na
r P1
direção de n π .

Considerando π : ax + by + cz + d = 0 Po ( x o , y o , x o ) e P(x, y, z)
então:
→ r | a(x o − x) + b( y o − y) + c( z o − z) |
d( Po , π) = | PPo ⋅ n °π | =
a 2 + b2 + c2

| axo + by o + czo + d |
Logo, d( Po , π) | = .
2 2 2
a +b +c

29
Exemplos:

Determine a distância entre o ponto Po e o plano π nos seguintes casos:


a) Po (1,1,2) e π : 2x − y + 2z + 4 = 0

b) Po ( 2,2,4) e π : X = (1,0,1) + h(1,1,1) + t(1,2,3) ; h, t ∈IR.

Solução:

| 2.1 − 1.1 + 2.2 + 4 |


a) d( Po , π) = =3
9
r
b) Consideremos P(1,0,1) e n π = (1,1,1) × (1,2,3) = (1,−2,1).
Assim,
→ r | 1.1 + ( −2).2 + 1.3 |
d( Po , π) =| PPo ⋅ n °π | = = 0.
6

6.3 Distância entre um ponto e uma reta

A distância entre um ponto Q e uma Q


reta r é indicada por d(Q, r) e
definida como a menor entre as
distâncias de Q a pontos de r. d (Q, r)

Assim, se P ∈ r e m é a reta P r
definida pelos pontos P e Q, temos
que : m

→ → | PQ × rv |
d(Q, r ) = | PQ | . sen (r, m) = | PQ | r .
→ r
| PQ | | v r |
→ r
| PQ × v r |
Logo, d( Q, r ) = r .
| vr |

30
Utilizando a interpretação
geométrica do produto vetorial, Q
podemos observar que d(Q,r) é a
altura do paralelogramo, cujos h = d (Q, r)
lados são representantes dos r
→ r
r P vr R
vetores v r e PQ , em relação à
r
base PR, sendo R = P + v r .

Exemplos:

Determine d(Q,r) nos seguintes casos:

x = 2 + t

a) Q(1,1,0) e r :  y = 2t ; t ∈ IR
z = 1 − t

x − y + 2z + 1 = 0
b) Q(1,2,3) e r :
2x + y − z + 3 = 0

Solução:
r
a) Sejam P(2,0,1) e v r = (1,2, −1) .
Então,
| ( −1,1,−1) × (1,2, −1) | 21
d(Q, r ) = = .
6 3

r
b) Sejam P ( 0,−7,−4 ) e v r = (− 1,5,3) .
Então,
| (1,9,7) × ( −1,5,3) | 6 14
d(Q, r ) = = .
35 7

31
6.4 Distância entre uma reta e um plano

A distância entre a reta r e o plano π é indicada por d(r, π ) e definida


como a menor distância entre os pontos de r a π .

Assim:

a) Se r e π são concorrentes ou se r está contida em π então


d( r , π) = 0.
r
r
π π

b) Se r é paralela a π então d(r, π ) = d(R, π ) ; R ∈ r.

R
r

6.5 Distância entre dois planos

A distância entre os planos α e β é indicada por d(α, β) e definida


como a menor distância entre os pontos de α a β . Assim,

β
a) Se α e β são concorrentes então d(α, β) = 0.
α

b) Se α e β são paralelos então d(α, β) = d( P, β); P ∈ α .


β

32
Exemplos:

1. Calcule d( r, π) nos seguintes casos:


2x − y + z = 0
a) r :  e π : 3x − y + 2z − 2 = 0
 x + y − z + 1 = 0

b) r : X = (1,2,1) + h( −1,1,0); h ∈ IR e π : 3x + 3y + z − 2 = 0

Solução:
r
a) Sabemos que v r // (2,− 1,1) × (1,1,−1) = ( 0,3,3) . Consideremos
r r r r
v r = ( 0,1,1) e n π = (3,− 1,2 ) . Como v r ⋅ n π = 1 , temos que r e π são
concorrentes. Portanto, d(r, π )=0.
r r
b) Como v r ⋅ n π = 0 e R(1,2,1) ∉ π , concluímos que r é paralela a
π.
| 3.1 + 3.2 + 1.1 − 2 | 8 19
Assim, d( r, π) = d(R, π) = = , sendo R(1,2,1)
19 19
um ponto de r.

2. Calcule d(α, β) nos seguintes casos:


a) α : X = h(1,−1,0) + t(0,1,1); h, t ∈ IR e β : 3x + 3y − z + 3 = 0
x = h

b) α : 2x + 2y − 2z + 1 = 0 e β :  y = −h + t ; h, t ∈ IR
z = t

Solução:
r r
a) Sejam n α = (1, −1,0) × (0,1,1) = ( −1,−1,1) e n β = (3,3, −1) .
r r
Como n α e n β são LI temos que α e β são concorrentes. Assim,
d(α, β) = 0 .
r r
b) Sejam n α = (2,2, −2) e n β = (1,−1,0) × (0,1,1) = (−1,−1,1) . Como
estes vetores são LD, concluímos que α e β são paralelos. Assim,
| 2.0 + 2.0 − 2.0 − 1 | 3
d(α, β) = d(P, α) = = , sendo P(0,0,0) um ponto
12 6
de β .

33
6.6 Distância entre duas retas

A distância entre as retas r e s é indicada por d(r,s) e definida como a


menor distância entre os pontos de r e s.
r r
Consideremos as retas r : X = R + t v r ; t ∈ IR e s : X = S + h v s ; h ∈ IR .
Assim,
R r
1) Se r é paralela a s então
d(r,s) = d(R,s) = d(S,r) .
s
S

2) Se r e s são concorrentes então d(r,s)= 0.


r
s
R
r 3) Se r e s são reversas então
d( r, s ) = d( r, π) = d( R, π) , sendo π um
plano que contém s e é paralelo a r.
s Assim,

π S
d( r, s ) = d( R, π) =| projrv r × rv s RS |

→ r r
| [RS , v r , v s ] |
Ou seja, d(r, s) = r r
| vr × v s |

Da interpretação geométrica de
produto misto e produto vetorial, R
concluímos que d(r,s) é a altura do r
paralelepípedo cujas arestas são
representantes dos vetores
r P
→ r r vr
SR, v r e vs em relação à base s
r r
SPQ, sendo P = S + vr e π S vs Q
r
Q = S + vs .

34
Exemplos:

1. Calcule d(r,s) nos seguintes casos:

a) r : X = (1,0,2) + h(1,1,1); h ∈ IR e s: x −1= y + 2 = z − 3

x = 6 − h

b) r : X = (3,−1,1) + t ( 2,0,1); t ∈ IR e s :  y = −2 + h ; h ∈ IR
z =1 + h

c) r : X = (1,1,1) + h(−1,2,1); h ∈ IR e s : X = (1,1,3) + t(2,1,3); t ∈ IR.

Solução:
r r
a) As retas r e s são paralelas pois v r = (1,1,1) = v s .
Assim, d(r,s) = d(R,s) = d(S,r).
Consideremos R (1,0,2) e S(1, −2,3) pontos de r e s, respectivamente.
Então:
| (0,−2,1) × (1,1,1) | 42
d( r, s ) = = .
| (1,1,1) | 3
r r
b) Temos v r = ( 2,0 ,1) e v s = ( −1,1,1) . Assim, as retas não são paralelas.
Sejam R (3,−1,1) e S(6, −2,1) pontos de r e s, respectivamente. Então:
3 −1 0
→ r r 
RS, v r , vs  = 2 0 1 = 0.
  −1 1 1

Logo, r e s são concorrentes e d(r,s) = 0.


r r
c) Sejam v r = ( −1,2,1) e v s = ( 2,1,3). Assim, as retas não são paralelas.
Consideremos R (1,1,1) e S(1,1,3) pontos de r e s, respectivamente.
Então:
0 0 2
→ r r 
RS, v r , vs  = − 1 2 1 = −10 ≠ 0 .
  2 1 3

Daí, r e s são reversas .


35
Logo,
→ r r 
| RS, v r , vs  |
d( r, s ) =  r r
 =2 3.
| vr × vs | 3

 x = ah

2) Sejam r: X = (1,2,0) + t(1,1,1); t ∈ R e s:  y = 1 + h ; h ∈ R .
z = 2 − h

Determine a, de modo que :
a) d(r,s)= 0
b) r e s sejam reversas.

Solução:

a) d(r,s) = 0 ⇒ r e são concorrentes ou coincidentes. Sejam


r r
s
v r = (1,1,1), v s = (a ,1,−1), R(1,2,0) e S(0,1,2).
r r
Como não existe a real tal que v r e v s sejam LD, podemos
→ r r 
afirmar que d(r,s) = 0 se, e somente se, RS, v r , v s  = 0.
 
Mas,
−1 − 1 2
→ r r 
RS, v r , vs  = 1 1 1 = 3 − 3a.
  a 1 −1

Logo, r e s são concorrentes se, e somente se, a = 1.

b) Da solução do item a), temos que r e s são reversas se, e somente se,
a ∈ R − {1}.

36
Exercícios propostos

01. Escreva uma equação da reta r nos casos a seguir:


r
a) r passa pelo ponto P( −2,−1,3) e tem a direção do vetor u = ( 2,1,1) .
b) r passa pelos pontos A(1,3,−1) e B(0,2,3) .

02. Verifique, em cada um dos itens abaixo, se o ponto P pertence à reta r:


a) P( −2,1,1) e r : X = (1,0,0) + h( −1,2,1); h ∈ IR
x = 1 − t

b) P( 2,−1,−7) e r :  y = 2 + 3t ; t ∈ IR
z = −5 + 2t

 1  z
c) P 2, ,3 e r : x − 1 = 2( y − 2) =
 2  3

03. Escreva uma equação do plano α nos casos a seguir:

a) α passa pelos pontos A(1,0,2) e B(2, −1,3) e é paralelo ao vetor


r
v = ( 0,1,2) .

b) α passa pelos pontos A( 3,1,−1) e B(1,0,1) e é paralelo ao vetor CD ,
sendo C(1,2,1) e D(0,1,0) .
c) α passa pelos pontos A(1,0,2), B(1,0,3) e C(2,1,3) .

04. Verifique em cada um dos itens abaixo se o ponto P dado pertence ao


plano π.

a) P(1,−1,0), π : X = (2,1,3) + h(1,0,1) + t(0,1,0); t e h ∈ IR

b) P( 2,1,3), π : x + y − 2z + 3 = 0.

x = 1 − h + t

c) P(3,2,2) , π :  y = 2 − h − t ; t, h ∈ IR
z = 1 − h

46
05. O ponto P( 2,2,−1) é o pé da perpendicular traçada do ponto Q(5,4,−5) ao
plano π. Determine uma equação de π.

06. Determine um vetor normal ao plano:


a) determinado pelos pontos P( −1,0,0), Q(0,1,0) e R(0,0, −1) .
b) α : 2x − y + 1 = 0.
c) que passa pelos pontos A(1,0,1) e B(2,2,1) e é paralelo ao vetor
r
v = (1,−1,3).
x = 1 + t + h

d) α :  y = 1 − t + 2h ; t e h ∈ IR
z = h

07. Determine as equações dos planos coordenados na forma geral.

 2x + y + 2z = 1
08. a) Verifique se P(1,3,−2) pertence a r :  .
 − x + y + 3z + 4 = 0
b) Escreva uma equação da reta r passa pelo ponto P(1,1,1) e tem a
direção
x = 1 + 2t

de um vetor normal ao plano α :  y = 2 − t + 3h ; t e h ∈ IR .
z = t + h

09. Determine a equação geral do plano β paralelo ao plano


x = 1 + h + 2t

α :  y = 2 + 2h + t ; h e t ∈ IR e que
 z = 3t

a) passa pelo ponto P(3,2,0);


b) passa pela origem do sistema de coordenadas.

10. Determine uma equação do plano π:


a) que contém o eixo OX e passa pelo ponto P(5,−2,1) .
b) que passa pelo ponto P( −2,1,3) e é perpendicular à reta
r : X = (1,0,1) + h(1,−3,2); h ∈ IR .

47
11. Verifique se as retas r e s nos casos a seguir são coplanares:

x − 2y + z = 0
a) r :  e s : X = (1,0,1) + h (3,−1,1); h ∈ IR
3x + y − z + 1 = 0

x −1 z−2
b) r : = y+ 2= e s : X = (1, −2,2) + h (0,1,3) ; h ∈ IR
2 3

x = 1 + h
 x− 4 2− y z− 2
c) r :  y = 2 − 3h ; h ∈ IR e s : = =
z = h 2 6 2

12. Determine o valor de a para que as retas r e s sejam concorrentes e ache


o ponto de interseção, sendo:
 x = 3h − 1
x y z 
r: =− = s :  y = 2h − 5 ; h ∈ IR .
2 3 a z = h

13. Determine, se possível, uma equação geral do plano determinado pelas


retas r e s, nos casos a seguir:

a) r : X = (1,2,0) + h ( −1,2,3) ; h ∈ IR
x −1 y − 2
s: = = −z
2 3

b) r : X = ( −1,2,1) + h (1,2,−1) ; h ∈ IR
s : X = (2,5, −2) + t ( −2,4,2) ; t ∈ IR

c) r : X = (1,2,3) + h (1,0,2) ; h ∈ IR
x = 2t

s : y = 3 ; t ∈ IR
z = 1 + 4t

48
x = 1 + h
z 
14. Sejam α : 2x + By + z + 1 = 0, β : x + y + + D = 0, s :  y = h ; h ∈ IR
2 z = A

y+2 z
e r : x −1= − = . Determine, se possível:
3 4

a) B, tal que α e β sejam paralelos.


b) B, tal que α e β sejam perpendiculares.
c) D, tal que r ⊂β
d) A, tal que r e s sejam coplanares.

15. Considere os pontos P( 4, a,4) e Q(0,3b + 8, b), as retas


2− y
r :x −1= =z
3
e s : X = Q + t (1,0,2) ; t ∈ IR e os planos π1 : mx − 2y + (m + 3)z − 1 = 0 e
π 2 : X = t(1, −3,1) + h ( 2,−3,1) ; t e h ∈ IR . Determine, se possível:
a) a, de modo que a reta paralela à reta s que passa pelo ponto P seja
reversa com a reta r.
b) b e m, de modo que a reta s seja paralela ao plano π1 .
c) m, de modo que os planos π1 e π 2 sejam concorrentes segundo a reta r.

16. a) Determine uma equação da reta s que passa pela origem do sistema de
coordenadas, é paralela ao plano π : 3x − 2y + z − 2 = 0 e intercepta a reta
y+ 2
r :x −1= = z.
3
b) Ache uma equação do plano α que passa pelo ponto P(2,1,3), é paralelo
à reta r : X = (1,2,3) + h(1,2, −1); h ∈ IR , e é perpendicular ao plano
π : x − y + 2z − 4 = 0 .

17. Considere as retas r e t, tais que:


 x − y + 3z − 5 = 0
(i ) r passa pelo ponto P(3,1,−1) e é paralela à reta s :  ;
3x + 2y − z + 2 = 0
(ii) t passa pela origem do sistema de coordenadas e seu vetor direção tem
ângulos diretores iguais.
Determine:
a) as equações simétricas de r.
b) as equações paramétricas de t.

49
18. Dado o plano π : X = ( 0,0,1) + h(1,−1,−1) + t ( −1,−2,−4); h, t ∈ IR e a reta
AB, sendo A(0,0,0) e B(1,1,1), determine uma equação do plano α que
passa pelo ponto onde a reta AB fura o plano π e é paralelo ao plano
β : x − 3 = 0.

19. a) Determine o simétrico de P(2,1,3) em relação:


(i) ao ponto Q(3,−1,1) .
x = 1 − 2t

(ii) à reta r :  y = t ; t ∈ IR .
z = 2 + t

(iii) ao plano 2x − 2y + 3z = 2 .

b) Encontre uma equação da reta s simétrica da reta


t : x − 2 = y − 1 = z − 3 , em relação ao plano do item a(iii).

20. Determine o ângulo das retas s : X = (1,0,0) + h( 2,1,−1) ; h ∈ IR e


x −1
r: = y = −z .
2

21. Determine o ângulo da reta r : x = −y = z com o plano α, nos casos a


seguir:
x = 1 + 2h − t

a) α : 2x − y − z − 1 = 0 ; b) α :  y = h + t ; h, t ∈ IR .
z = 4 − 2t

22. Determine o ângulo dos planos:


a) α : x + y − 2z = 0 e β : −2x + y + 3z − 2 = 0 ;

x = 2 − h

b) α :  y = 1 + 2t ; h, t ∈ IR e β : −2x + y + 3z − 2 = 0 .
z = 2h − 3t

23. Determine uma equação da reta s que passa por P(1,0,1) e intercepta a reta
π
r : x = y = z + 1, formando um ângulo de rd .
3

50
24. Determine uma equação do plano α que passa pelo ponto P(2,1,1), é
perpendicular ao plano coordenado yz e (α , β) = arc cos( 2 3) rd , sendo o
plano β : 2x − y + 2z + 3 = 0 .

25. Considere o plano α determinado pelo ponto P(1,2,0) e pela reta


x −1 z −4 x − 2y = 1
r: =y= . Calcule o ângulo que α forma com a reta s : 
2 3 x + 4z = 0

26. Calcule a distância entre:


x = z + 1
a) o ponto P(0,0,2) e a reta r :  .
 y = 2 z − 2

b) o plano π : X = (1,2,−1) + h (3,2,−1) + t (1,1,0); h, t ∈ IR e o ponto


P( 2,1,−3) .

x − 2
x −1  =z
c) as retas r : = 2 − y = z − 3 e s : 5 .
2  y = z − 1

y −1 z − 2
d) as retas r : X = (1,0,0) + h( −2,4,2); h ∈ IR e s : 2 − x = = .
2 1
e) a reta r : x = −y = z e o plano π : 2x − y − z − 1 = 0 .

27. a) Escreva as equações dos planos β e γ paralelos ao plano


α : 2x − 2 y − z = 3 distando dele 5 unidades.

b) Encontre uma equação do lugar geométrico dos pontos equidistantes


de:
(i) A(1,−4,2) e B(7,1, −5) (ii) A(1,2,1), B(1,4,3) e C(3,2,1)

c) Dados os pontos A(2,1,3), B(4,−1,1) e o plano α : 2x − y + 2z − 3 = 0 ,


determine uma equação da reta r contida em α, tal que todo ponto de r é
equidistante dos pontos A e B.

51
28. De um triângulo ABC temos as seguintes informações:
x = 1 + t

(i) A(1,2,−3) (ii) B e C são pontos da reta r :  y = t ; t ∈ IR .
z = 1 − t

Determine a altura do triângulo ABC relativa à base BC.

x = y + 1
29. Considere α : 2x + 3y − z + 1 = 0 , P(1,−4,5) e s :  .
z = 3
Determine, justificando:
a) d(P,s) b) d(P, α)
c) uma equação da reta m que satisfaz às três condições:
(i) d(P,m) = 0 (ii) d(m,s) = 0 (iii) d(m, α) = d(P, α).

30. Da figura ao lado sabemos que:


(i) os planos α e π : x − z = 0 são α
perpendiculares.
A
(ii) A( 0,2,−1) e B( −1,3,−1) .
(iii) C e D são pontos de π.
C D
B
Determine: π
a) Uma equação do plano α. r
b) As equações paramétricas da reta E
r interseção dos planos α e π .
c) Uma equação do plano β que passa por A e é paralelo a π.
d) A altura do tetraedro ABCD relativa à base BCD.
e) As coordenadas do ponto E, sabendo que o triângulo ABE é equilátero
e r contém a altura deste triângulo relativa ao vértice B.

31. Do paralelepípedo dado a seguir sabe-se que:


(i) O plano ABC : x + y − z + 6 = 0 e a reta DG : X = t (1,2,−3), t ∈ IR.
(ii) O plano ABF é perpendicular ao plano ABC e H G
F = ( 0,2,0) .
Determine: E F
a) As equações simétricas da reta AF. D
C
b) As equações paramétricas do plano ABF.
c) As coordenadas do ponto D. A B
d) Uma equação geral do plano EFG.

52
32. Determine o volume da pirâmide delimitada pelos planos coordenados e
pelo plano 5x − 2y + 4z = 20 .

33. Escreva as equações de uma reta t paralela aos planos α e β, e


concorrente com as retas r e s, considerando:
α : 2x + y − z + 1 = 0 β : x + 3y + 2z − 2 = 0

r : X = (1,2,1) + h (1,0,2); h ∈ IR s : X = ( 2,3,−2) + λ(1,−2,3); λ ∈ IR

34. Seja r a reta interseção dos planos α : ax + by + cz + d = 0 e


β : a 1x + b1y + c1z + d1 = 0 . Mostre que a equação
ax + by + cz + d + t ( a 1x + b 1y + c1z + d1 ) = 0 , t ∈ IR , representa a família
dos planos que contém a reta r, com exceção do plano β. Esta família é
chamada de feixe de planos de eixo r.

35. Seja r a reta interseção dos planos α : x + y + z − 11 = 0 e


β : x − 4y + 5z − 10 = 0 . Determine a equação do plano que contém a reta r,
e:
a) passa pelo ponto A(3,−1,4) .
b) é paralelo ao plano 9x − 21y + 33z + 1 = 0 .
c) dista 3 unidades da origem do sistema de coordenadas.
d) é perpendicular a α.
y
e) é paralelo à reta x = − = −z .
2
f) é paralelo ao eixo ox.

Respostas

01. a ) r : (x, y, z) = ( −2,−1,3) + t ( 2,1,1) ; t ∈ IR


z +1
b) r : x − 1 = y − 3 =
−4

02. a) P ∉r b) P ∈r c) P ∉r

53
03. a) α : (x, y, z) = (1,0,2) + t (1,−1,1) + h (0,1,2) ; t e h ∈ IR
b) α : 3x − 4y + z − 4 = 0.
x = 1 + t

c) α :  y = t ; t e h ∈ IR
z = 2 + t + h

04. a) P ∉ π b) P ∈ π c) P ∈ π
05. π : 3x + 2y − 4z − 14 = 0 .

06. a) (1,−1,1) b) (2, −1,0) c) (2,−1,−1) d) (1,1, −3)

07. plano OXY : z = 0 ; plano OXZ : y = 0 ; plano OYZ : x = 0 .

x = 1 + 2t

08. a) P ∈r b) r :  y = 1 + t ; t ∈ IR .
z = 1 − 3t

09. a) 2x − y − z − 4 = 0 b) 2x − y − z = 0.

10. a) π : X = t (1,0,0) + h (5,−2,1) ; t e h ∈ IR ou π : y + 2z = 0.


b) π : x − 3y + 2z - 1 = 0.

11. a) Não b) Sim c) Sim

12. a = 1, I(2, −3,1) .

13. a) α : − 11x + 5y − 7z + 1 = 0 b) β : x + z = 0 c) γ : − 2x + z − 1 = 0

5
14. a) B = 2 b) B = − c) D = 1 d) A = −2
2
17
15. a) a ≠ −4 b) m = −2 e b ≠ −
5

c) ∃ m ∈ IR tal que π1 ∩ π 2 = r

 17 7 
16. a) s : X = h1, ,  ; h ∈ IR b) α : − x + y + z − 2 = 0
 9 9

54
x = h
y −1 z +1 
17. a) r : x − 3 = = b) t :  y = h ; h ∈ IR .
−2 −1 z = h

18. α : 4x + 3 = 0

 2 53 3 
19. a) (i) P ′( 4,−3,−1) (iii) P′ − , ,− 
(ii) P ′(0,−1,1)
 17 17 17 
b) s : X = ( −1,−2,0) + h(15,87,−3) ; h ∈ IR

20. ( r ,s ) = 0°
 2   3 
21. a) ( r , α) = arc sen  b) ( r, α) = arc sen  .
3 2   29 

 7   1 
22. a) ( α, β) = arc cos   b) (α, β) = arc cos  .
 2 21   29 14 

23. s : X = (1,0,1) + h ( 2 , 3 + 2 , − 3 + 2 ); h ∈ IR e
s′ : X = (1,0,1) + t ( − 2 , 3 − 2 , − 3 − 2 ); t ∈ IR .

24. α 1 : z − 1 = 0 e α 2 : 4 y − 3z − 1 = 0 .

 14 
25. ( α, s ) = arc sen  .
 3 105 

29 32
26. a) d( P, r ) = b) d( P, π) = 0 c) d( r, s ) =
6 62

3 2
d) d( r, s ) = e) d( r , π) = 0 .
2

27. a) β : 2x − 2y − z + 12 = 0 e γ : 2x − 2y − z −18 = 0 .
x = 2
b) (i) Plano π : 6x + 5y − 7z − 27 = 0 . (ii) Reta s : 
y − 2 = 3 − z
2x − y + 2z − 3 = 0
c) r : 
x − y − z − 1 = 0
55
28. h = 2 2 u.c.

29. a) d ( P, s ) = 2 3 b) d ( P, α ) = 14 c)
m : X = (1,−4,5) + t (7,−3,5) ; t ∈ IR .

x = −1 + h

30. a) α : x + y + z − 1 = 0 b) r :  y = 3 − 2h ; h ∈ IR . c) β : x − z − 1 = 0
z = −1 + h

2
d) h = e) E( −1,2,0) .
2

x = t + h
y− 2 z 
31. a) reta AF : x = = b) Plano ABF :  y = 2 + 2t + h , t , h ∈ IR .
2 −3 z = −3t − h

c) D = ( −1,−2,3) . d) Plano EFG : x + y − z − 2 = 0 .

100
32. V = u.v.
3

33. t : X = ( 4,−1,4) + h (1,−1,1) ; h ∈ IR .

34. Se r é a reta interseção dos planos α : ax + by + cz + d = 0 e


β : a 1x + b1y + c1z + d1 = 0 , todo ponto de r satisfaz às equações destes planos.
Ou seja, se P ( x 0 , y 0 , z 0 ) é um ponto de r, então ax 0 + by 0 + cz 0 + d = 0 e
a 1x 0 + b1 y 0 + c1z 0 + d 1 = 0 . Daí, o ponto P ( x 0 , y 0 , z 0 ) satisfaz à equação
ax + by + cz + d + t ( a 1x + b 1y + c1z + d1 ) = 0 . Logo, esta última equação
representa um plano que contém a reta r.

Por outro lado, seja γ : ax + by + cz + d = 0 um plano distinto de β e que


contém a reta r. Vamos mostrar que existe um t 0 ∈ IR , tal que uma equação
do plano γ é ax + by + cz + d + t 0 ( a1x + b1y + c1z + d1 ) = 0 .
Então, se r está contida em γ as condições seguintes devem ser satisfeitas:
r r
(i) n γ ⋅ v r = 0 (ii) Todo ponto P de r pertence a γ.

56
r r r
Como r é a interseção de α e β, temos que vr = n α × nβ , daí,
r r r r r r r r r
n γ ⋅ (n α × n β ) = 0 . Ou seja, [ n γ , n α , n β ] = 0 . Logo, os vetores n γ , n α e n β são
r r
coplanares. Como n α e n β são linearmente independentes, existem escalares
r r r
t1 e t2 , tais que n γ = t 1n α + t 2 nβ . Observe que como γ e β são distintos, t1
r r t r
não pode ser igual a zero. Assim, podemos escrever: n γ = n α + 2 nβ .
t1
t r
Fazendo t 0 = 2 , temos n γ = (a , b, c) = ( a + t 0a1 , b + t 0 b1 , c + t 0c1 ) . Então
t1
uma equação do plano γ é :
( a + t 0 a1 ) x + ( b + t 0 b1 ) y + (c + t 0 c1 )z + d = 0 .
Utilizando a condição (ii), seja P ( x 0 , y 0 , z 0 ) um ponto de r, então temos:

( a + t 0 a1 ) x 0 + (b + t 0b1 ) y0 + (c + t 0c1 ) z0 + d = 0

Daí, d = (−ax 0 − by0 − cz0 ) + t 0 ( −a1x 0 − b1x 0 − c1z0 ) = d + t 0d1 .


Portanto,
γ : ax + by + cz + d + t 0 (a 1x + b 1y + c1z + d 1) = 0 .

35. a) 22 x − 3y + 42z − 237 = 0 b) 3x − 7 y + 11z − 31 = 0

c) 2x − 3y + 6z − 21 = 0 ou 92x + 327y − 96z −1059 = 0

d) x − 14y + 13z − 8 = 0

e) 3x − 2y + 7z − 32 = 0 f) 5y − 4z − 1 = 0 .

57

Você também pode gostar